312 - A Educacao Esta Mudando Radicalmente Aula 2
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A educao est mudando radicalmente
Jos Manuel Moran
Especialista em mudanas na educao presencial e a distncia
Este texto meu foi publicado no livro A educao que desejamos: novos
desafios e como chegar l, p.13-27 (com pequenas alteraes)
www.eca.usp.br/prof/moran
De que educao estamos falando?
A educao como um caleidoscpio. Podemos enxergar nela muitas
realidades; podemos escolher mais de uma perspectiva de anlise e cada uma ter
sua lgica, seu fundamento, sua defesa, porque projetamos na educao nosso olhar
parcial, nossas escolhas, nossa experincia.
Se queremos provar que a educao um desastre e que a escola est
atrasada, temos inmeras estatsticas e experincias que o comprovam; basta
acompanhar os resultados de alunos brasileiros em competies internacionais ou
observar as diferenas entre as escolas de elite e as da periferia.
Numa pesquisa realizada pelo Instituto de Cidadania [1] , foram ouvidos
3.501 brasileiros de 15 a 24 anos, de seis Estados e 198 municpios, e o que mais
chama a ateno a abstinncia cultural do jovem brasileiro:
23% nunca leram um livro
39% nunca foram ao cinema
62% nunca foram ao teatro
59% nunca foram a um show musical
52% nunca estiveram numa biblioteca fora da escola
Se queremos provar que a escola burocrtica, amarrada e engessada,
encontraremos mil exemplos de lentido de gesto, de um verdadeiro cipoal de
normas, leis, portarias, decretos federais, estaduais e municipais; de quebra de
continuidade de projetos com a entrada de novos governantes. A escola uma das
instituies mais resistentes mudana, junto com as grandes igrejas tradicionais.
Se, pelo contrrio, quisermos mostrar que avanamos muito, que est havendo
uma revoluo silenciosa em escolas inovadoras, que h muitos grupos de
profissionais competentes e de alunos realizando experincias fantsticas, que a
escola est mudando com novos projetos e uso criativo de tecnologias, tambm
encontramos bons exemplos para comprov-lo.
Tudo est acontecendo ao mesmo tempo: o atraso, a burocracia e a inovao.
H atraso, h burocracia e h inovao. Considero importante ter uma viso
realista, mas no desesperanada, niilista, destrutiva. Apostar mais na mudana,
em novas possibilidades que se concretizam, do que no pessimismo
desesperanador e corrosivo.
A educao um processo de toda a sociedade - no s da escola - que afeta
a todas as pessoas, o tempo todo, em qualquer situao pessoal, social, profissional
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e atravs de todas as formas possveis. Toda a sociedade educa quando transmite
idias, valores, conhecimento e quando busca novas idias, valores, conhecimentos.
Famlia, escola, meios de comunicao, amigos, igrejas, empresas, Internet, todos
educam e, ao mesmo tempo, so educados, isto , aprendem, sofrem influncias, se
adaptam a novas situaes. Aprendemos em todas as organizaes, grupos e
pessoas aos quais nos vinculamos.
Pela primeira vez na histria percebemos que a educao no acontece s
durante um perodo determinado de tempo maior ou menor (educao bsica,
superior...), mas ao longo da vida de todos os cidados.
A educao no acontece s no espao oficial, na escola e na universidade.
Todas as instituies e organizaes aprendem cada vez com maior intensidade e
ininterruptamente. Essa percepo da urgncia da aprendizagem de todos, o tempo
todo, nova.
A educao olha para trs - buscando e transmitindo referncias slidas no
passado. Olha para hoje ensinando os alunos a compreender-se a si mesmos e a sociedade em que vivem. Olha tambm para o amanh preparando os alunos para os desafios que viro.
As sociedades sempre encontraram suas formas de educar. Quanto mais
avanadas, mais complexos se tornam seus processos de ensinar. A sociedade
explicita seus valores bsicos fundamentais em cada momento histrico e define os
lugares, os contedos e procedimentos vlidos atravs de diretrizes polticas.
As escolas e universidades so os espaos institucionais legitimados para a
formao dos novos cidados. o que se denomina educao escolar formal. O
legislativo define polticas junto com o executivo (Ministrio e secretarias de
Educao). H processos especiais para situaes especiais: ex. Educao de jovens
e adultos.
Alm da educao formal, h hoje processos intensssimos de educao no
formal, de educao informal. Grupos, Ongs, empresas desenvolvem processos
complexos de capacitao, de treinamento, de atualizao, independentes ou
integrados educao formal.
Hoje, reconhecendo os avanos na universalizao da educao, esta adquire
uma importncia dramtica na modernizao do pas. E h uma percepo crescente
do descompasso entre os modelos tradicionais de ensino e as novas possibilidades
que a sociedade j desenvolve informalmente e que as tecnologias atuais permitem.
A educao a soma de todos os processos de transmisso do conhecido, do
culturalmente adquirido e de aprendizagem de novas idias, procedimentos, solues
realizados por pessoas, grupos, instituies, organizada ou espontaneamente, formal
ou informalmente.
A organizao escolar pesada e prudente. Prudente para no embarcar em
qualquer aventura, porque precisa preservar o passado, olhar para o presente e
preparar para o futuro. Prudente, porque tem que encontrar denominadores comuns
mnimos compatveis com as diferenas e desigualdades nacionais e regionais.
pesada, porque burocratizou tanto toda a gesto em todos os nveis que, mesmo
aumentando as aes de capacitao, parece que quase nada muda. H uma
sensao de desperdcio de recursos, de no sair do lugar, de experincias pontuais
interessantes, mas de extrema lerdeza, lentido, de peso cultural imobilizador.
Aprendemos desde sempre em muitas salas de aula parecidas, em dezenas de
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milhares de aulas semelhantes, como alunos e como professores. E este modelo
industrial est consolidado e, de alguma forma, deu conta das demandas (apesar das
inmeras crticas). Por isso difcil super-lo, principalmente quando ainda no
temos outros modelos bem aprovados, testados e universalizados.
Vivemos o paradoxo de manter algo em que j no acreditamos plenamente,
mas tambm no nos atrevemos a incorporar plenamente novas propostas
pedaggicas e gerenciais mais adequadas sociedade da informao e do
conhecimento, para onde estamos caminhando rapidamente.
Mas os desafios sociais so to gigantescos, as mudanas acontecidas e em
fase de implantao so to dramticas em todos os setores, que esto pressionando
violentamente a educao escolar por novas solues em todos os nveis: nos
valores, na organizao didtico-curricular, na gesto de processos. Estamos diante
de uma tarefa gigantesca, histrica e que levar dcadas: propor, implementar e
avaliar novas formas de organizar processos de ensino-aprendizagem que atendam
s complexas necessidades de uma nova sociedade da informao e do
conhecimento.
Dialtica entre estabilidade e mudana
Na educao, como na vida, h um processo dialtico constante entre
estabilidade e mudana, entre preservar ou modificar. H perodos em que
predomina a estabilidade, com determinadas normas ou modelos predominantes. Em
outros perodos h efervescncia, inquietao, agitao, desconforto,
experimentao (fim da dcada de sessenta, por exemplo). Estamos em transio,
entre os modelos estveis, consolidados, e os novos, ainda em construo. Sentimo-
nos inquietos, inseguros, sem saber o que por no lugar dos que j temos.
Olhando esse caleidoscpio, esse conjunto diversificado de realidades, temos
que fazer escolhas. Ou permanecemos focados no atraso e no burocrtico (para
justificar que no vale a pena mudar) ou optamos pela mudana e pagamos o preo,
durante determinados perodos, da incompreenso, de crticas ao idealismo, de estar
fora da realidade, de escapismo. Se persistirmos, algumas das nossas idias se
tornaro em determinado momento viveis ou mais prximas e aceitas por um
nmero maior de pessoas. assim que as mudanas acontecem, porque pessoas,
grupos e instituies vo preparando-as, testando-as, avaliando-as at que se
tornam aceitas e reconhecidas legalmente.
A recomea o eterno ciclo da mudana, porque o que aceito tende a tornar-
se repetido, burocrtico, engessado e precisa ser repensado, atualizado, modificado.
Mudar e organizar um processo dialtico constante em todas as situaes da vida;
tambm na educao.
Estamos, na educao, inquietos, agitados, tentando mudar, sendo cobrados
por mudanas, mas ainda sem saber o que por no lugar do que temos. Fazemos
algumas experincias, mas ainda so insuficientes para enxergar uma mudana de
forma estrutural. Precisamos insistir em apontar novos cenrios, testar alguns deles
e avali-los para ir implantando-os com mais segurana nestes prximos anos.
Boa parte das escolas e universidades escolhe a previsibilidade, fazer pequenos
ajustes. Quase todas fazem as mesmas coisas, da mesma forma, sem criatividade.
Muitos profissionais se enquadram para sobreviver; viram tarefeiros, arriscam pouco para no incomodar [2] . Agrupam-se, bajulam, se freqentam. Criam grupos
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de sobrevivncia em nome da colaborao e da participao. Num perodo de
incertezas e de desemprego so compreensveis essas atitudes defensivas. Mas s
sobreviver pouco, seja no nvel pessoal ou institucional. Isso alimenta a
mediocridade e o desencanto. Felizmente h instituies e pessoas que se arriscam
na busca de novas solues e trazem contribuies importantes para educao.
Mudanas estruturais na educao
Linderman, pesquisando as melhores formas de educar adultos, afirmava j em
1926: "Nosso sistema acadmico se desenvolveu numa ordem inversa: assuntos e
professores so os pontos de partida, e os alunos so secundrios. ... O aluno
solicitado a se ajustar a um currculo pr-estabelecido. ... Grande parte do
aprendizado consiste na transferncia passiva para o estudante da experincia e
conhecimento de outrem ". Mais adiante oferece solues quando afirma que "ns
aprendemos aquilo que ns fazemos. A experincia o livro-texto vivo do adulto
aprendiz". Lana assim as bases para o aprendizado centrado no estudante, e do
aprendizado tipo "aprender fazendo". Infelizmente sua percepo ficou esquecida
durante muito tempo. [3]
A educao como um todo precisa de mudanas estruturais. A inadequao
de tal ordem que no bastam aperfeioamentos, ajustes, remendos. Um estudante
que termina uma Faculdade dedica aprendizagem mais de 20.000 horas, desde que
comeou a ir escola. incrvel que depois de tantos anos de aprendizado tantos
alunos no saibam quase nada; que no gostem de ler, que tenham dificuldades em
interpretar textos, que no consigam entender as mudanas do mundo em que
vivem. Vinte mil horas com resultados to decepcionantes. Se cada estudante,
hipoteticamente, trocasse o estudo pelas mesmas horas trabalhadas, ganhando dez
reais a hora, no fim da Faculdade acumularia mais de 200 mil reais. O importante
aqui no o possvel ganho econmico, mas a constatao da ineficincia da
organizao escolar, que tem uma mquina gigantesca, para resultados, na sua
maior parte, ridculos (mesmo com indicadores quantitativos melhores). Isso gera
enorme frustrao dos resultados, frustrao pessoal e social, ao dar oportunidade
s de forma aparente para milhes de brasileiros, cuja maior parte fica relegada ao
desemprego ou subemprego.
Mantemos estruturas pesadas, custosas, em todos os nveis de ensino, para
conseguir resultados to medocres. O que estamos fazendo um grande engano.
Milhes de alunos despreparados, candidatos ao desemprego, aprofundando a
distncia que separa os que freqentam bons colgios dos que estudam em
instituies medocres.
Em um curso de graduao de quatro anos em Pedagogia de uma das melhores
universidades paulistas, alguns alunos me confirmaram que mais da metade das
aulas era de temas, autores e pesquisas repetidos. Havia superposio de contedo,
de textos para leitura, de trabalhos a serem realizados pelos alunos. Dois anos seriam
suficientes, na viso deles, para aprender o que o curso propunha.
Bons professores so as peas-chave na mudana educacional. Os professores
tm muito mais liberdade e opes do que parece. A educao no evolui com
professores mal preparados. Muitos professores comeam a lecionar sem uma
formao adequada, principalmente do ponto de vista pedaggico. Conhecem o
contedo, mas no sabem como gerenciar uma classe, como motivar diferentes
alunos, que dinmicas utilizar para facilitar a aprendizagem, como avaliar o processo
de ensino-aprendizagem alm das tradicionais provas. Como costumam assumir, por
necessidade, um nmero de aulas cada vez maior, tendem a reproduzir rotinas e
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modelos; procuram poupar-se para no sucumbir, do o mnimo de atividades
possveis para diminuir o tempo de correo. Preparam superficialmente as aulas e
vo incorporando esses modelos como os possveis, que se tornam hbitos, cada vez
mais enraizados.
Hoje aproveitamos efetivamente, em mdia, menos da metade do tempo na
sala de aula, pela percepo de que os cursos so muito longos e de que muitas das
informaes que acontecem na sala de aula poderiam ser acessadas ou recuperadas
em outro momento. Muitos alunos e professores esto desmotivados com o ensino
uniforme, padronizado, que no se adapta ao ritmo de cada um. Criticam o
confinamento do processo de ensino-aprendizagem sala de aula, sempre com as
mesmas turmas, com a mesma programao, nos mesmos horrios. So
complicados os deslocamentos dirios de professores e alunos de lugares distantes
para poder estar todos juntos na mesma sala, ao mesmo tempo, principalmente no
nvel superior.
Muitos professores costumam culpar os alunos, a escola, o salrio, a jornada
pela no mudana. Costumam conhecer superficialmente seus alunos, subestimando
suas potencialidades.
Mantm uma postura generalista: a mesma proposta de aula vale para todos.
No avaliam de verdade. Do trabalhos em grupo, sabendo que sero feitos por um
ou dois alunos, e fazem vista grossa, porque preferem o pacto da mediocridade, do
faz-de-conta. Tem professores monocordes, unitemticos, previsveis. So professores de uma nota s. Sempre do aulas do mesmo jeito, o mesmo tipo de
exerccios, de atividades, de avaliao. Filtram tudo em perspectivas dualistas,
maniquestas, estereotipadas.
Tem professores-mosaico, que fazem colagens. Atiram em todas as
direes. Misturam sem critrio autores, tendncias, idias. No organizam,
hierarquizam, sintetizam. Tudo para eles tem o mesmo peso, o mesmo valor, em
geral, o que est na moda.
Tem professores papagaios. Lem e repetem o que lem, reduzindo e simplificando o seu alcance, encurtando o sentido. Reduzem textos complexos a
interpretaes empobrecedoras. Citam autores, atravs de resumos, interpretaes
de terceiros, sem l-los nem conhec-los. Acomodam-se nas exigncias mnimas de
cada instituio onde lecionam.
A maior parte reproduz modelos, receitas, esquemas. Corre atrs de novidades,
de frmulas. Precisa delas para sentir-se seguros ao ensinar. So professores-
receita. Mesmo querendo mudar, buscam a receita do novo. No se renovam,
inovam ou exploram as possibilidades. So repetidores, condensadores de textos,
tarefeiros.
Muitos tm dificuldade em saber relacionar, em criar conexes, em integrar o
cotidiano com o contedo didtico, em fazer a ponte entre a experincia dos alunos
e o tema da aula. Como podem ensinar se no sabem aprender?
So muitos os professores que no gostam de ler, que lem s por obrigao.
Que no se atualizam. Que no freqentam cinema, teatro, exposies, museus. Que
no lem poesia, literatura. Que se alimentam dos programas da TV aberta, das
telenovelas, dos bigbrothers, dos telejornais sensacionalistas.
H professores desesperanadores. S vem o negativo: no contedo, nos
alunos, nas condies de trabalho, na vida.
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Ganham mal e, para compensar, multiplicam as atividades profissionais.
Sentem-se pouco valorizados, incentivados, reconhecidos, motivados. Recebem
muitos pacotes prontos, projetos decididos sem consulta. Todos conhecemos grupos
esforados, motivados, interessados, mas que so minoria no conjunto dos
profissionais.
Os currculos so excessivamente rgidos, com disciplinas isoladas, sem
interao. H pouca flexibilidade de espao, tempo, de organizao de matrias.
Com a explosiva privatizao do ensino superior nos ltimos dez anos,
aumentou exponencialmente o nmero de alunos que trabalha e estuda a noite e
que tem pouco tempo para pesquisar. Muitos desses alunos acreditam que basta
ouvir o que o professor fala durante as aulas para acompanhar um curso
universitrio, com a conseqente deteriorao dos resultados. Constata-se uma
falta de conhecimentos fundamentais para um universitrio: capacidade avanada
de ler, de compreender, de trabalhar autonomamente, o que dificulta
sobremaneira o avano das classes como um todo.
A educao avana menos do que o esperado porque enfrenta uma mentalidade
predominante individualista, materialista, que busca as solues isoladamente.
difcil para a escola trabalhar com valores comunitrios diante dessa avalanche de
propostas individuais que acontecem a todo momento em todos os espaos sociais.
Os meios de comunicao so os porta-vozes mais diretos e eficientes dessa
mentalidade individualista, principalmente atravs da publicidade. Ao mesmo tempo
a educao cada vez mais se torna commoditie, um bem em mercadolgico, um
negcio, sem dvida em expanso, mas com grandes interesses e investimentos,
que buscam a lucratividade, a maior rentabilidade possvel, o que significa, na
maioria das situaes de ensino privado, uma busca mais da eficincia do que da
cidadania.
As mudanas demoraro mais do que alguns pensam, porque nos encontramos
em processos desiguais de aprendizagem e evoluo pessoal e social. No temos
muitas instituies e pessoas que desenvolvam formas avanadas de compreenso
e integrao, que possam servir como referncia. Predomina a mdia, a nfase no
intelectual, a separao entre a teoria e a prtica.
Temos grandes dificuldades no gerenciamento emocional, tanto no pessoal
como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rpido. So poucos os modelos
vivos de aprendizagem integradora, que junta teoria e prtica, que aproxima o pensar do viver.
A tica permanece contraditria entre a teoria e a prtica. Os meios de
comunicao mostram com freqncia como alguns governantes, empresrios,
polticos e outros grupos de elite agem impunemente. Muitos adultos falam uma coisa
respeitar as leis - e praticam outra, deixando confusos os alunos e levando-os a imitar mais tarde esses modelos.
O autoritarismo da maior parte das relaes humanas inter-pessoais, grupais e
organizacionais espelha o estgio atrasado em que nos encontramos individual e
coletivamente de desenvolvimento humano, de equilbrio pessoal, de
amadurecimento social. E somente podemos educar para a autonomia, para a
liberdade com processos fundamentalmente participativos, interativos, libertadores,
que respeitem as diferenas, que incentivem, que apiem, orientados por pessoas e
organizaes livres.
H uma defasagem evidente entre o avano nos mtodos de gesto nas
empresas e nas escolas. Os mtodos de organizao da aprendizagem precisam ser
urgentemente repensados, modificados, com coragem e efetividade, porque sua
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inadequao s possibilidades, tipos de alunos e necessidades torna-se cada vez mais
dramtica. Os mtodos de racionalizao administrativa so precrios. H muito
desperdcio, falta de profissionalismo nas decises econmicas. Umas instituies s
pensam em marketing e lucros e banalizam a qualidade didtica. Outras mantm
estruturas administrativas pesadas, caras e ineficientes.
A escola e a universidade precisam reaprender a aprender, a serem mais teis,
a prestar servios mais relevantes sociedade, a sarem do casulo em que se
encontram. A maioria das escolas e universidades se distancia velozmente da
sociedade, das demandas atuais. Sobrevivem porque so os espaos obrigatrios e
legitimados pelo Estado. Mas, a maior parte do tempo, freqentamos as aulas porque
somos obrigados, no por escolha real, por interesse, por motivao, por
aproveitamento. As escolas conservadoras e deficientes atrasam o desenvolvimento
da sociedade, retardam as mudanas.
A gesto da inovao curricular
Se o ideal de igualdade levado a srio, a educao democrtica deve enfatizar
a participao dos educandos na elaborao de todas as decises sobre a vida em
comunidade e o respeito que eles tm que observar em relao a estas regras, para
que adquiram o sentido de responsabilidade.
Alexander Sutherland Neill, fundador da escola inglesa Summerhill, observava
que as crianas educadas sob o princpio da democracia se tornavam mais capazes
de questionar o senso comum e de aceitar as mudanas e os novos pensamentos.
Dizia Neill que elas tendem a no ser guiadas pela massa .
A liberdade a capacidade e a possibilidade de a comunidade escolar criar suas
regras. Da porque o projeto poltico-pedaggico dessa escola esteja sempre sujeito
a muitas transformaes. A liberdade uma relao, por isso no se confunde com
licena. Em nossa concepo de educao, educando e educador so sujeitos que
aprendem e ensinam no mesmo passo. Assim, a liberdade vlida tanto para a
gesto da escola como para sua epistemologia, o que supe uma comunidade escolar
sempre aberta aos infinitos objetos, mtodos e teorias.
Janusz Korczak percebeu ao longo dos trinta anos em que dirigiu o Lar das
Crianas (1912-1942), que ao tratar a criana com a mesma dignidade e justia que
se trata o adulto, sem oprimir sua vontade nem tentar forar-lhe uma opinio, ela
reproduz este mesmo tratamento com as outras pessoas que a cercam e, quando
adultas, tornam-se indivduos mais justos. [4]
O princpio fundamental de Korczak de que o educador no deve se sobressair
em relao ao educando, deve sempre levar a srio sua opinio, seu ponto de vista,
porque a desfeita dolorosa para a criana, oprimiria sua personalidade e seu amor
prprio. Ao invs de mandar na criana, preciso dar-lhe a oportunidade de se
convencer, com base em suas experincias, numa atmosfera de confiana. O
educador polons proclamava a criana como um ser racional, que compreende bem
suas necessidades, dificuldades e fracassos. Isto significa que ordens despticas e
leis dogmticas no so adequadas ao ambiente educativo, sendo prefervel a
compreenso e a confiana.
Os modelos fundamentalmente utilizados so os baseados na disciplinaridade,
na transdisciplinaridade, na pluridisciplinaridade (estudo de um objeto por vrias
disciplinas) ou interdisciplinaridade (transferncia de mtodos de uma disciplina para
outra).
-
O modelo disciplinar est condenado ao fracasso a longo prazo. Dividir o
conhecimento em fatias, sem interligao, favorece a organizao administrativa,
no a aprendizagem, que vista cada vez como mais interdisciplinar.
So muitas as tentativas de buscar sadas para a organizao tradicional,
fragmentada, do ensino. Algumas mais importantes so: O mtodo de soluo de
problemas, com inmeras variveis: Desde a organizao de todo um currculo em
grandes problemas, onde h temas complementares, em paralelo, at comear um
tema novo com um problema ou caso (case) para estudo por grupos.
H outras instituies que, mesmo trabalhando por disciplinas, elaboram um
projeto comum que lhes d foco e que organiza as atividades de cada semestre ou
bimestre e faz com que os alunos e professores trabalhem de forma mais integrada
e vejam a aprendizagem de forma mais significativa.
O que est claro que, com a flexibilidade de organizao do ensino e
aprendizagem que as tecnologias possibilitam, o currculo tambm pode ser muito
mais adequado cada aluno. No podemos continuar impingindo a mesma seqncia
de contedos, tempo e espao que predominou na sociedade industrial. Podemos
oferecer alguns contedos comuns iniciais e depois personalizar o percurso. Dentro
de cada semestre, podemos trabalhar a partir de temas baseados em problemas,
desenvolvendo pesquisas que se transformam em projetos, que so desenvolvidos a
maior parte do tempo virtualmente, atravs de interao entre grupos e superviso
de professores e que so apresentados para todos presencialmente, ao final, e
divulgados em pginas WEB.
Novos modelos de gesto na educao
A aprendizagem precisa cada vez mais incorporar o humano, a afetividade, a
tica, mas tambm as tecnologias de pesquisa e comunicao em tempo real. Mesmo
compreendendo as dificuldades brasileiras, a escola que hoje no tem acesso
Internet est deixando de oferecer oportunidades importantes na preparao do
aluno para o seu futuro e o do pas.
A educao poder tornar-se cada vez mais participativa, democrtica, mediada
por profissionais competentes. Teremos muitas instituies que optaro por uma
postura mais conservadora, que mantero o sistema disciplinar, o foco no contedo;
mas, mesmo nelas, o ensino-aprendizagem no se far somente na sala de aula.
Haver maior flexibilidade de tempos, horrios e metodologias do que h atualmente.
Outras e esperamos que muitas caminharo para tornar-se ou continuar sendo organizaes democrticas, centradas nos alunos; que desenvolvem situaes ricas
de aprendizagem, sem asfixiar os alunos, incentivando-os; que desenvolvem valores
de colaborao, de cidadania em todos os participantes.
Caminhamos na direo da democratizao das organizaes escolares com
apoio das tecnologias. As tecnologias so apoios fundamentais s formas de
mudana, aos processos flexveis, abertos e diferenciados de ensino-aprendizagem.
Uma boa escola comea com um bom gestor. Muitos excelentes
professores so maus gestores, administradores. O bom gestor fundamental para
dinamizar a escola, para buscar caminhos, para motivar todos os envolvidos no
processo.
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O exemplo de Gary Wilson, que recuperou sete escolas pblicas carentes,
fundamental para enxergar os caminhos da nova gesto escolar. Em 2000, a Lochburn Middle School, escola do distrito de Clover Park, no estado de Washington,
estava para fechar as portas: o rendimento de seus 800 alunos era muito inferior ao
mnimo exigido pela avaliao externa feita periodicamente pelo governo. Em um dia
normal, raramente a presena dos alunos chegava a 50%. Os professores, havia
muito, tinham desistido de ensinar. Hoje essa unidade um modelo de escola bem-
sucedida. O que aconteceu nesse perodo? A escola foi praticamente "adotada" pela
comunidade: sindicatos, igrejas, estabelecimentos comerciais e entidades no
governamentais comearam a participar do processo de ensino e aprendizagem
entrando na sala de aula para ajudar estudantes que tinham dificuldades, assumindo
a responsabilidade de orientar os jovens durante a sua trajetria escolar at a
universidade. Grandes e pequenas empresas doam dinheiro e recursos materiais para
que nada falte aos alunos [5] .
O trabalho primeiro do gestor Gary Wilson motivar professores, funcionrios
e alunos, valorizando-os, escutando-os e depois traando um plano de ao focando
o que prioritrio. Depois envolve as lideranas do bairro, os meios de comunicao
locais e o trabalho voluntrio de tutoria da comunidade. Se escolas condenadas se
recuperaram, qualquer escola pode ser atuante, inovadora.
Uma escola que se articula efetivamente com os pais (associao de pais), com
a comunidade, que incorpora os saberes da comunidade, que presta servios e
aprende com ela.
Uma escola que prepara os professores para um ensino focado na aprendizagem
viva, criativa, experimentadora, presencial-virtual, com professores menos
falantes, mais orientadores, ajudando a aprender fazendo; com menos aulas informativas e mais atividades de pesquisa, experimentao, projetos; com
professores que desenvolvem situaes instigantes, desafios, soluo de problemas,
jogos.
Uma escola que fomenta redes de aprendizagem, entre professores das
mesmas reas, e, principalmente, entre alunos; que aprendem com os pares. O aluno
aprende com o colega, o mais experiente ajuda ao que tem mais dificuldades. Como
nos projetos aluno-monitor (da Microsoft).
Uma escola com apoio de grandes bases de dados multimdia, de multi-textos
de grande impacto (narrativas, jogos de grande poder de sensibilizao), com acesso
a muitas formas de pesquisa, de desenvolvimento de projetos.
Uma escola que privilegia a relao com os alunos, a afetividade, a motivao,
a aceitao, o conhecimento das diferenas. Que envolve afetivamente os alunos, d
suporte emocional, que leva a que os alunos acreditem em si mesmos.
Que coloca pessoas cuidando dos que tm mais dificuldades emocionais, como
faz o Colegio Peretz, SP, onde ex-alunos, agora universitrios acompanham alguns
estudantes com algumas dificuldades (alunos tmidos...)
O mais importante olhar para a possibilidade e no para a dificuldade. Rita de Cassia Rizzo, diretora de escola. [6]
" difcil implantar uma mudana educacional porque as escolas tm
pouqussimo tempo para se dedicarem a inovaes", justifica o socilogo Boudewijn
van Velzen, coordenador de assuntos internacionais do APS (Centro Nacional pelo
Aperfeioamento das Escolas). [7] O socilogo garante que decises tomadas nos
-
gabinetes no levam materiais didticos at os alunos nem aumentam a freqncia
em bibliotecas e laboratrios. "Se, na escola, os diretores e professores no se
mexerem, nada acontecer", afirma. "O resultado de uma grande reforma est no conjunto dos pequenos passos dados nas milhares de escolas de todo o Estado."
De acordo com o APS, cada problema da escola deve ser atacado por meio de
um plano de ao, elaborado a partir das seguintes questes: Que objetivo se
pretende alcanar? O que ser feito? Quem ir participar de cada etapa da atividade?
Como e quando elas sero realizadas? Quais os resultados previstos para cada fase
do trabalho?. O plano deve ser especfico, mensurvel, atraente, realista e executado
a tempo, ou seja, precisa ser smart (iniciais de specific, measurable, attractive, realistic e (on) time).
Vale a pena destacar, entre muitos outros, os projetos de escolas inovadoras
como a Escola da Ponte de Portugal [8] , a Escola Lumiar [9] (SP) e a Escola Municipal
Amorim Lima, SP [10] .
Responsveis pelas mudanas
As mudanas na educao dependem, em primeiro lugar, de termos educadores
maduros intelectual e emocionalmente, pessoas curiosas, entusiasmadas, abertas,
que saibam motivar e dialogar. Pessoas com as quais valha a pena entrar em contato,
porque dele samos enriquecidos.
O educador autntico humilde e confiante. Mostra o que sabe e, ao mesmo
tempo est atento ao que no sabe, ao novo. Mostra para o aluno a complexidade
do aprender, a nossa ignorncia, as nossas dificuldades. Ensina, aprendendo a
relativizar, a valorizar a diferena, a aceitar o provisrio. Aprender passar da
incerteza a uma certeza provisria que d lugar a novas descobertas e a novas
snteses.
Os grandes educadores atraem no s pelas suas idias, mas pelo contato
pessoal. Dentro ou fora da aula chamam a ateno. H sempre algo surpreendente,
diferente no que dizem, nas relaes que estabelecem, na sua forma de olhar, na
forma de comunicar-se, de agir. So um poo inesgotvel de descobertas.
Enquanto isso, boa parte dos professores previsvel, no nos surpreende;
repete frmulas, snteses. So docentes papagaios, que repetem o que lem e ouvem, que se deixam levar pela ltima moda intelectual, sem question-la.
importante termos educadores/pais com um amadurecimento intelectual,
emocional, comunicacional e tico, que facilite todo o processo de organizar a
aprendizagem. Pessoas abertas, sensveis, humanas, que valorizem mais a busca
que o resultado pronto, o estmulo que a repreenso, o apoio que a crtica, capazes
de estabelecer formas democrticas de pesquisa e de comunicao.
As mudanas na educao dependem tambm de termos administradores,
diretores e coordenadores mais abertos, que entendam todas as dimenses que
esto envolvidas no processo pedaggico, alm das empresariais ligadas ao lucro;
que apoiem os professores inovadores, que equilibrem o gerenciamento empresarial,
tecnolgico e o humano, contribuindo para que haja um ambiente de maior inovao,
intercmbio e comunicao.
As mudanas na educao dependem tambm dos alunos. Alunos curiosos,
motivados, facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores qualidades do
professor, tornam-se interlocutores lcidos e parceiros de caminhada do professor-
educador.
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Alunos motivados aprendem e ensinam, avanam mais, ajudam o professor a
ajud-los melhor. Alunos que provm de famlias abertas, que apiam as mudanas,
que estimulam afetivamente os filhos, que desenvolvem ambientes culturalmente
ricos, aprendem mais rapidamente, crescem mais confiantes e se tornam pessoas
mais produtivas.
Nosso desafio maior caminhar para um ensino e educao de qualidade, que
integre todas as dimenses do ser humano. Para isso precisamos de pessoas que
faam essa integrao em si mesmas do sensorial, intelectual, emocional, tico e
tecnolgico, que transitem de forma fcil entre o pessoal e o social, que expressem
nas suas palavras e aes que esto sempre evoluindo, mudando, avanando.
Podemos modificar a forma de ensinar
Cada organizao precisa encontrar sua identidade educacional, suas
caractersticas especficas, o seu papel. Um projeto inovador facilita as mudanas
organizacionais e pessoais, estimula a criatividade, propicia maiores transformaes.
Um bom diretor ou administrador pode contribuir para modificar uma ou mais
instituies educacionais. Uma parte das nossas dificuldades em ensinar se deve
tambm a mantermos no nvel organizacional e inter-pessoal formas de
gerenciamento autoritrio, pessoas que no esto acompanhando profundamente as
mudanas na educao, que buscam o sucesso imediato, o lucro fcil, o marketing
como estratgia principal.
Equilibrar o planejamento institucional e o pessoal nas organizaes
educacionais. Planejamento flexvel e criatividade sinrgica. Equilbrio entre a
flexibilidade (que est ligada ao conceito de liberdade, de criatividade) e a
organizao (onde h hierarquia, normas, maior rigidez). Nem planejamento
fechado, nem criatividade desorganizada, que vira s improvisao.
Avanaremos mais se soubermos adaptar os programas previstos s
necessidades dos alunos, criando conexes com o cotidiano, com o inesperado, se
transformarmos a sala de aula em uma comunidade de investigao.
Avanaremos mais se aprendemos a equilibrar planejamento e a
criatividade, a organizao e a adaptao a cada situao, a aceitar os imprevistos,
a gerenciar o que podemos prever e a incorporar o novo, o inesperado. Planejamento
aberto, que prev, que est pronto para mudanas, para sugestes, adaptaes.
Criatividade, que envolve sinergia, pr as diversas habilidades em comunho,
valorizar as contribuies de cada um, estimulando o clima de confiana, de apoio.
Com a flexibilidade procuramos adaptar-nos s diferenas individuais, respeitar
os diversos ritmos de aprendizagem, integrar as diferenas locais e os contextos
culturais. Com a organizao, buscamos gerenciar as divergncias, os tempos, os
contedos, os custos, estabelecemos os parmetros fundamentais.
Traar linhas de ao pedaggica maiores (gerais) que norteiem as aes
individuais, sem sufoc-las. Respeitar os estilos de dar aula que do certo. Respeitar
as diferenas que contribuam para o mesmo objetivo. Personalizar os processos de
ensino-aprendizagem, sem descuidar o coletivo. Encontrar o estilo pessoal de dar
aula, onde nos sintamos confortveis e consigamos realizar melhor os objetivos.
Ensinar e aprender exigem hoje muito mais flexibilidade espao-temporal,
pessoal e de grupo, menos contedos fixos e processos mais abertos de pesquisa e
de comunicao. Uma das dificuldades atuais conciliar a extenso da informao,
a variedade das fontes de acesso, com o aprofundamento da sua compreenso, em
espaos menos rgidos, menos engessados. Temos informaes demais e dificuldade
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em escolher quais so significativas para ns e conseguir integr-las dentro da nossa
mente e da nossa vida.
A aquisio da informao, dos dados depender cada vez menos do professor.
As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, resumos de forma rpida e
atraente. O papel do professor - o papel principal - ajudar o aluno a interpretar
esses dados, a relacion-los, a contextualiz-los.
Aprender depende tambm do aluno, de que ele esteja pronto, maduro, para
incorporar a real significao que essa informao tem para ele, para incorpor-la
vivencialmente, emocionalmente. Enquanto a informao no fizer parte do contexto
pessoal - intelectual e emocional - no se tornar verdadeiramente significativa, no
ser aprendida verdadeiramente.
Avanaremos mais pela educao positiva do que pela repressiva. importante
no comear pelos problemas, pelos erros, no comear pelo negativo, pelos limites.
E sim comear pelo positivo, pelo incentivo, pela esperana, pelo apoio na nossa
capacidade de aprender e de mudar.
Ajudar o aluno a que acredite em si, que se sinta seguro, que se valorize
como pessoa, que se aceite plenamente em todas as dimenses da sua vida. Se o
aluno acredita em si, ser mais fcil trabalhar os limites, a disciplina, o equilbrio
entre direitos e deveres, a dimenso grupal e social.
[1] Pesquisa publicada na revista Isto Dinheiro, ed. 359, 21/07/2004. Seo A semana.
[2] interessante a viso de gesto que uma coordenadora de cursos de especializao do Senac-SP manifesta nesta frase, que me dirigiu em 2004: Consegui enquadrar o teu colega, professor X. Ele agora est cumprindo direitinho os horrios programados, enquanto voc no se enquadrou. O importante no era a produtividade, a inovao, mas a presena fsica e o cumprimento de horrios.
[3] Roberto de Albuquerque CAVALCANTI. Andragogia: A Aprendizagem nos Adultos. Revista de Clnica Cirrgica da Paraba N 6, Ano 4, (Julho de 1999).
[4] KORCZAK, Janusz & DALLARI, Dalmo de Abreu. O direito da criana ao respeito. So Paulo: Summus Editorial. 1986
[5] Paola GENTILE. GARY WILSON- Nenhuma criana pode ser deixada para trs. Revista Nova Escola. Edio 174, agosto 2004. Disponvel em: http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0174/aberto/mt_72325.shtml
[6] Quando o problema no o aluno, Paulo de Camargo. FSP, www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u723.shtml
[7] Pequenos passos, grandes avanos. Revista Nova Escola, agosto 1997. Disponvel em: http://novaescola.abril.uol.com.br/ed/104_ago97/html/gestao.htm
[8] http://www.eb1-ponte-n1.rcts.pt/
[9] www.lumiar.org.br
[10] A diretora da escola sem paredes, Revista Sinapse da Folha. In lwww1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u908.shtml