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A MEDICALIZAÇÃO DO PARTO: UMA ANÁLISE A PARTIR DA INCIDÊNCIA DE CESARIANAS
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
17º ENCONTRO NACIONAL DA REDE FEMINISTA NORTE E NORDESTE DE ESTUDOS E PESQUISA SOBRE A MULHER E RELAÇÕES DE GÊNERO
14 A 17 DE NOVEMBRO DE 2012 – JOAO PESSOA-PB
Thalyta Francisca Rodrigues de Medeiros1; Mikael Lima Brasil1; Sheila Milena Pessoa dos Santos2.
1 – Discente do curso de enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande 2 – Enfermeira, mestre em educação, docente do Curso de Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande
Palavras-chave: Gênero. Direitos reprodutivos e saúde. Medicalização. Cesárea.
INTRODUÇÃO
No século XVIII a medicina alcança a hegemonia na saúde e o poder de interferir nos aspectos sociais e
individuais da população, fenômeno denominado medicalização (COSTA, et al, 2006). Pelo viés da reprodução, a
medicalização do corpo feminino transformou gravidez em doença e parto um evento cirúrgico. Prometendo
melhores condições de parto, a medicalização é responsável por interferências desnecessárias e pelo
deslocamento da mulher do papel protagonista para objeto de intervenção.
OBJETIVO
Discutir, a partir da incidência de cesarianas, a medicalização do parto à luz dos estudos de gênero.
METODOLOGIA
Optamos pela pesquisa 3 documental com abordagem qualitativa, elaborada por meio do banco de dados de
estatísticas vitais e nascidos vivos do DATASUS, a variável foi o tipo de parto, com recorte temporal
compreendido entre 2001 e 2010.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A despeito dos 15% preconizados pela OMS, verificamos que a Paraíba apresentou maior média de partos
cesáreos quando comparado com a média nordestina sendo inferior a média nacional (Gráfico 1).
Analisando a série histórica constatamos tendência
ao aumento progressivo do número de cesarianas no
período investigado. Estudos apontam que as causas
desse problema repousam no investimento em políticas
e práticas que desnaturalizam o parto (NAGAHAMA;
SANTIAGO, 2005). Apesar de importantes conquistas,
iniciativas relacionadas à saúde das mulheres,
especialmente no âmbito sexual e reprodutivo,
caracterizam-se pela manipulação de seus corpos e
suas vidas, insistindo em expropriar a
autodeterminação feminina.
0
10
20
30
40
50
44,37
33,95
41,2
GRÁFICO 2. Média de Partos Cesáreos ocorridos entre os
anos de 2001 e 2010 no Brasil, Nordeste e Paraíba.
BRASIL
NORDESTE
PARAÍBA
3 - Projeto de iniciação científica voluntária, vinculado ao Programa de Iniciação Científica-2012/2013 da Universidade Federal de Campina Grande,
intitulado Práticas em planejamento reprodutivo: Uma análise a partir da categoria gênero, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital
Universitário Alcides Carneiro da Universidade Federal de Campina Grande, com CAAE no 03466612.7.0000.5182.
CONCLUSÃO
A partir da análise desenvolvida, identificamos a necessidade do investimento em práticas que promovam a
escolha orientada, resgatando o parto como fenômeno natural e humanizado.
REFERÊNCIAS COSTA, Tonia et al. Naturalização e medicalização do corpo feminino: o controle social por meio da reprodução. Interface (Botucatu), Botucatu, vol.10 n. 20, Jul/Dez. 2006. NAGAHAMA, Elizabeth Eriko Ishida; SANTIAGO, Silvia Maria. A institucionalização médica do parto no Brasil. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.10, n.3, jul./set. 2005.
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