3 Relat Mort Neoplasias 90 12 Bento Gonalves · cérebro e outras partes do sistema nervoso central...

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BENTO GONÇALVES

RELATÓRIO

EPIDEMIOLÓGICO

MORTALIDADE POR NEOPLASIAS

SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE - SIM

8ª REVISÃO

1990 a 2012 Rio Grande do Sul Bento Gonçalves

Secretaria Municipal da Saúde Serviço de Vigilância Epidemiológica

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

BENTO GONÇALVES

Secretaria Municipal de Saúde

Serviço de Vigilância Epidemiológica

Colaboradores José Antônio Rodrigues da Rosa (coordenador e organizador)

Letícia Biasus Fabiane Giacomello

Jakeline Galski Rosiak Márcia Dal Pizzol

Dezembro de 2013

Rua Goiânia, nº 590, Bairro Botafogo, CEP 95700-000 e-mail: [email protected]

Os dados desta publicação são de domínio público e podem ser utilizados, desde que citadas as fontes.

Bento Gonçalves - Mortalidade por Neoplasias 1990 a 2012 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE MORTALIDADE - SIM O Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) foi implantado no Brasil em 1977. Ele consiste num conjunto de ações executadas pelos níveis municipal, estadual e federal que visam garantir que todas as instâncias envolvidas cumpram suas obrigações técnicas e legais no processo do óbito. Essa cadeia de ações inicia-se, antes mesmo, da ocorrência do óbito através da impressão e da distribuição dos formulários de declaração de óbito para os serviços e profissionais que têm a responsabilidade de atestar e declarar um óbito. A declaração de óbito (DO) compõe-se de um formulário de três vias (branca, rosa e amarela) no qual serão registradas as informações relativas ao óbito: nome do falecido, data de nascimento e óbito, endereço de residência do falecido e de ocorrência da morte, circunstâncias e/ou patologias que determinaram a morte, entre outros dados. Após corretamente preenchidas e assinadas pelo profissional que atestou a morte, as vias branca e amarela são fornecidas para os familiares do falecido, a fim de que realizem o seu registro no Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais (RCPN) do local de ocorrência do óbito. A via rosa permanece arquivada junto ao prontuário hospitalar do falecido ou no setor responsável pelos registros da instituição que atestou a morte. O RCPN realiza as ações de registro civil do óbito, retendo as duas vias da DO. Os familiares do falecido recebem, então, a Certidão de Óbito, documento que permitirá o sepultamento no cemitério. A via branca da DO é entregue à Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a via amarela permanece no cartório. Em Bento Gonçalves, o Serviço de Vigilância Epidemiológica da SMS, desde o ano 2000, é o responsável por garantir o correto funcionamento do SIM no município, de tal forma que cada óbito ocorrido no município cumpra as exigências do sistema e seja devidamente informado para a SMS. Desde que a atual equipe do SVE assumiu o SIM, foram corrigidos alguns problemas que estavam comprometendo a sua operacionalidade, como, por exemplo: sepultamento em cemitérios públicos sem o registro prévio do óbito no RCPN, liberação dos falecidos do hospital para o serviço funerário sem a respectiva DO, inexistência de um controle efetivo da emissão das DO e do seu posterior recebimento (não era feita a busca ativa das DO emitidas pela SMS, a fim de garantir o seu retorno). Para evitar a subnotificação de óbitos e melhorar a qualidade das informações prestadas, o Serviço de Vigilância Epidemiológica da SMS começou a corrigir essas deficiências. Assim, a partir de 2000, foram implantadas as seguintes medidas: o estabelecimento de um rigoroso controle do fluxo das DO (todas as DO emitidas deveriam retornar a SMS); o esclarecimento e a atualização contínuos das normas operacionais do sistema junto as equipes das funerárias, cemitérios, Instituto Médico Legal (IML), hospital, cartórios e equipe médica do pronto atendimento da Secretaria Municipal de Saúde e, mais recentemente, do SAMU; o estabelecimento da obrigatoriedade do fornecimento da DO para todos os óbitos ocorridos ou atendidos no hospital (antes da liberação do corpo) e no Pronto Atendimento da SMS; a confecção de um prospecto informativo sobre a obrigatoriedade do registro da declaração de óbito em cartório, fornecido para os familiares junto com a DO; a proibição do sepultamento de cadáveres nos cemitérios públicos do município sem o registro prévio do óbito no cartório. Além disso, o SVE vem trabalhando consistentemente para qualificar as informações prestadas nas DO, de modo a diminuir problemas relacionados a informações duvidosas ou não prestadas. Para tanto, o SVE tem investigado os óbitos declarados como sendo de causa mal definida, como causa intermediária, como causa não especificada, de patologias que não podem ser codificadas como causa básica da morte, de mulheres em idade fértil, de crianças menores de 1 ano (óbito infantil), fetais, de mulheres grávidas ou puérperas (óbito materno), de doenças e agravos de notificação obrigatória, de causas externas que não descrevem o tipo e/ou a circunstância do acidente ou da violência. A investigação é feita através da busca de informações em diferentes fontes, tais como: médicos que declararam o óbito ou profissionais que prestaram assistência ao falecido antes da morte, prontuários médicos (seja no hospital ou nas Unidades de Saúde Pública), boletins de atendimento em serviços de urgência (pronto atendimento, corpo de bombeiros, SAMU), notícias de jornal (sites de notícias na internet), boletim de ocorrência policial e entrevista com os familiares do falecido. Complementarmente, o SVE, juntamente, com a Câmara de Vereadores, instituiu uma Lei Municipal que orienta sobre o sepultamento e o registro de óbitos. Após o cumprimento de todas as etapas, as informações da via branca da DO são digitalizadas em um programa do Ministério da Saúde, denominado Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Mensalmente, os dados deste sistema são enviados pelo SVE ao nível estadual e, deste, para o federal. Este banco de dados, alimentado com as informações das DO, servirá como ferramenta de acompanhamento e análise epidemiológica da mortalidade, tanto no município, estado e país. Todos estes cuidados com o SIM e com a qualidade de suas informações é que garantirão a fidedignidade dessas análises. Tanto que, dada a inexistência de outras fontes de informações, o sistema de mortalidade tornou-se uma das mais preciosas ferramentas para avaliar a situação de saúde da população brasileira.

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Em Bento Gonçalves, o SVE vem utilizando o SIM para caracterizar algumas das principais questões de Saúde Pública no município. O presente relatório corresponde a 8ª revisão de dados, ampliando e atualizando o relatório publicado em 2011 (o primeiro relatório de mortalidade por neoplasias foi publicado no ano de 2006). Ele procura descrever o perfil de morbimortalidade por neoplasias de Bento Gonçalves, apresentando séries históricas relativas ao período de 1990 a 2012. Costuma-se utilizar diferentes tipos de indicadores para estudar o comportamento da mortalidade. Aquele que certamente oferece mais subsídios é o coeficiente de mortalidade específico por causa, sexo e idade (coeficiente por cem mil habitantes). Na ausência de informações que permitam o cálculo de coeficientes, o Serviço de Vigilância Epidemiológica utilizou o cálculo de taxas relativas (mortalidade proporcional), representadas sob a forma de percentuais. De modo geral, os dados informados neste relatório, em particular, os anteriores a 1999, têm como fonte o Ministério da Saúde (In: datasus.gov.br), a Secretaria Estadual da Saúde do RS (Núcleo de Informações em Saúde), a 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (Caxias do Sul) e o próprio Serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Bento Gonçalves.

Bento Gonçalves - Mortalidade por Neoplasias 1990 a 2012 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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MORTALIDADE POR NEOPLASIAS Embora seja relativamente comum abordar o câncer (neoplasia) como uma só doença, vale lembrar que ele não constitui entidade única, mas, sim, um conjunto de enfermidades com comportamentos biológicos, clínicos e epidemiológicos distintos[3]. Atualmente, dadas as dificuldades existentes de se obter dados confiáveis sobre a incidência de câncer (poucas cidades brasileiras contam com sistemas de registro de câncer), os estudos epidemiológicos sobre o tema são, freqüentemente, realizados a partir das estatísticas de mortalidade. Entretanto, apesar da grande contribuição do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), é essencial, no caso das neoplasias malignas, que se conheça, também, sua incidência. Apenas as informações sobre os óbitos não permitem o entendimento real da magnitude do problema, uma vez que existem diferenças entre os vários tipos de câncer, em função da letalidade e sobrevida. Para os tumores muito letais, a mortalidade pode representar uma boa aproximação do que seria sua incidência. No entanto, em se tratando de tumores de melhor prognóstico, como, por exemplo, os de mama feminina e os de próstata, apenas a mortalidade não expressa a carga da doença[6, 10]. Para a elaboração de políticas de saúde, além dos dados referentes à incidência e à mortalidade por câncer, também é importante conhecer a freqüência e a interação dos fatores associados ao aparecimento do câncer, como, a susceptibilidade genética e a exposição a fatores externos (tabagismo, dieta, agentes infecciosos, substâncias químicas, sedentarismo, entre outros), muitos dos quais são determinados por fatores sociais, educacionais, culturais e econômicos[2, 7]. Maiores taxas de mortalidade por neoplasias têm sido observadas em estados com maior proporção de população adulta escolarizada ou alfabetizada[2]. Outro aspecto relacionado a análise da morbimortalidade do câncer e à elaboração das políticas públicas de saúde, diz respeito ao diagnóstico (consultas, mamografia, Papanicolau, etc.) e ao acesso ao tratamento especializado da doença (serviços de radioterapia e quimioterapia, por exemplo). No Brasil, percebe-se uma desigualdade na distribuição destes serviços, com alta concentração nas regiões Sudeste e Sul (onde a mortalidade é mais alta) e a ausência dos mesmos na região Norte (onde a mortalidade é mais baixa)[2, 7]. Apesar disso, estudos que analisaram dados de inquéritos nacionais relativos à cobertura do exame Papanicolau e de mamografia têm evidenciado importante aumento nos percentuais de acesso, se comparados aos dados disponíveis no início da década de 80[7]. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) a respeito do tratamento das neoplasias no Brasil, o estado do Rio Grande do Sul, embora apresente a menor proporção de internações hospitalares por câncer (21,0%), é o que apresenta os maiores índices de tratamento ambulatorial, com particular destaque para o câncer de mama[18]. Este dado provavelmente indica uma maior capacidade de diagnóstico, mais acesso aos serviços de saúde e ao tratamento da doença. 1. Comportamento da Mortalidade por Neoplasias As neoplasias compõem o capítulo II do manual de Classificação Internacional de Doenças, 10ª Revisão (CID 10) sob os códigos C00 a D48, subdivididos nas seguintes categorias: lábio, cavidade oral e faringe (C00-C14), órgãos digestivos (C15-C26), órgãos respiratórios e torácicos (C30-C39), ossos e cartilagens articulares (C40-C41), pele (C43-C44), tecidos moles e tecido mesotelial (C45-C49), mama (C50), órgãos genitais femininos (C51-C58), órgãos genitais masculinos (C60-C63), trato urinário (C64-C68), olhos, cérebro e outras partes do sistema nervoso central (C69-C72), tireóide e outras glândulas endócrinas (C73-C75), neoplasias de localização mal definida, secundárias e não especificadas (C76-C80), neoplasias malignas presumidas como primárias do tecido linfático e hematopoiético (C81-C96), localizações múltiplas independentes primárias (C97), neoplasias in situ (D00-D09), neoplasias benignas (D10-D36), neoplasias de comportamento incerto ou desconhecido (D37-D48). Historicamente, as neoplasias (todos os tipos) têm se destacado como a segunda causa mais importante de óbitos dos bentogonçalvenses, ficando atrás apenas das mortes por doenças do aparelho circulatório. Situação semelhante à encontrada no estado Rio Grande do Sul[17]. No Brasil, no entanto, as neoplasias têm constituído a quarta causa de mortalidade da população[5]. De acordo com o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), durante o período de 1990 a 2012, 2.749 bentogonçalvenses (ver Tabela 1) morreram devido a neoplasias, resultando numa média de 120 mortes por ano (variação: 76~183). No ano de 2001, a mortalidade por neoplasias no município alcançou seu menor resultado: 96,7 óbitos por 100.000 habitantes (ver Gráfico 1). Os maiores coeficientes, por sua vez, foram verificados nos anos de 2010 e de 2011 (146,3 e 168,7 óbitos/100.000 habitantes). Em 2012, houve uma retração de 8,3% nas taxas de mortalidade por neoplasias em relação a 2011. No ano de 2002, pela primeira vez, e em 2009, novamente, as neoplasias foram a principal causa de óbito da população de Bento Gonçalves, ultrapassando as doenças do aparelho circulatório. Tal fato deve-se, em

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parte, a redução progressiva no número de óbitos por doenças circulatórias que vinha ocorrendo durante a primeira década de 2000 e que se manteve até meados de 2010[16]. Importante que se diga que a equipe da Vigilância Epidemiológica (VE) tem feito a investigação de todas as mortes cuja causa tenha sido declarada como “mal definida”. O objetivo é o de tentar encontrar doenças e condições de saúde pré-existentes do falecido que possam servir como nexo causal da morte. Em 2002, por exemplo, a VE havia investigado 58 óbitos cuja causa inicial havia sido declarada como sendo mal definida. Em 22 destes casos (37,9%), a causa acabou sendo reclassificada como decorrente de doenças circulatórias[14]. Não fosse isso, o coeficiente de mortalidade por doenças circulatórias teria sido bem menor, caindo de 137,3 para 111,3 óbitos por 100.000 habitantes (redução de 18,9%). Neste ano, foi possível reclassificar 3 óbitos “mal definidos” como neoplasias. Em média, 3,3% das mortes de causa indeterminada são reclassificadas como câncer, após a investigação do caso[14]. Em 2009, embora não tenha ocorrido um aumento expressivo dos óbitos por neoplasias, elas voltaram à primeira posição no ranking de mortalidade do município, atingindo o resultado de 129,9 óbitos por 100.000 habitantes. Entre os prováveis fatores que contribuíram para isso encontra-se a epidemia de gripe por influenza A H1N1 que levou ao diagnóstico de um número maior de doenças respiratórias, em detrimento de outras doenças (particularmente as doenças do aparelho circulatório)[15]. Como resultado, um número maior de óbitos acabou sendo atribuído à pneumonia, o que fez a mortalidade por essa doença aumentar em 120,0% em relação ao ano anterior. Somado a isso, houve um aumento inesperado de mortes atribuídas às doenças do aparelho geniturinário (principalmente, a insuficiência renal). 1.1 - Mortalidade por Neoplasias – Bento Gonçalves, RS e Brasil Ao elaborar os relatórios de mortalidade de Bento Gonçalves, a equipe da VE tem utilizado diversas referências bibliográficas, a fim de fundamentar seus achados e melhorar suas análises. Além disso, a VE também tem utilizado estudos e dados sobre mortalidade publicados pela Secretaria Estadual da Saúde do Rio Grande do Sul (Núcleo de Informações em Saúde – NIS) e pelo Ministério da Saúde (DATASUS). Assim, sempre que possível, os indicadores municipais são comparados aos estaduais e nacionais, permitindo avaliar qual a situação epidemiológica do município em relação ao RS e ao Brasil. No que se refere à mortalidade por neoplasias, os coeficientes de Bento Gonçalves foram superiores aos do Rio Grande do Sul (RS) em 9 dos 23 anos referentes a 1990 a 2012 (ver Gráfico 1). Neste período, o coeficiente médio de mortalidade por neoplasias no município foi de 129,3 óbitos/100.000 habitantes, contra 131,5 do RS[17] (1990-2012) e 75,0 do Brasil[5] (1990-2011). A mortalidade por neoplasias tem aumentado progressivamente nas três esferas ao longo das últimas décadas. Na região Sul, ela tem sido mais elevada do que no restante do país, em parte, devido ao melhor registro de casos no Sistema de Informação sobre Mortalidade. Situação oposta a verificada em outras regiões que ainda mantém uma alta proporção de óbitos por causas mal definidas[5, 7]. Além disso, deve-se considerar que o crescimento e o envelhecimento da população tem impacto significativo sobre o câncer[10]. Como na região Sul a expectativa de vida da população tem sido maior do que nas demais regiões brasileiras[6], pode-se supor que a probabilidade de ocorrer casos de neoplasia, e de óbitos pela doença, nesta população, também seja maior. Como citado anteriormente, a magnitude do câncer não pode ser avaliada apenas através da mortalidade. Neste sentido, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima o número de casos novos da doença para todos os estados brasileiros. Segundo dados do INCA[10], o RS teria apresentado 49.700 casos de câncer em 2006, 47.930 casos em 2008 e 40.510 casos em 2011. Apesar da redução no número de casos no RS, a taxa geral de letalidade por câncer aumentou neste período, de 30,5% em 2006, para 32,9% em 2008 e 41,3% em 2011. 2. Mortalidade pelos Principais Tipos de Neoplasias Na Tabela 1, estão especificados os principais tipos de neoplasias (discriminados de acordo com o CID 10 BR) implicados como causa de óbito na população residente de Bento Gonçalves entre os anos de 1990 a 2012. Originariamente, o grupo “restante das neoplasias” incluía as mortes por neoplasias de abdômen, cabeça, intestinos, rins e as neoplasias secundárias. Para este relatório, este grupo foi desmembrado pela equipe do SVE, a fim de que essas neoplasias pudessem ser avaliadas individualmente. Em Bento Gonçalves, as cinco principais neoplasias (para ambos os sexos) que mais vitimizam a população residente têm sido a neoplasia: dos pulmões e brônquios, do estômago, da mama, do cólon, reto e ânus e a do esôfago (ver Gráfico 2). Elas têm apresentado os maiores coeficientes médios de mortalidade ao longo das duas últimas décadas. A seguir, apresenta-se uma breve análise das mortes causadas pelos principais tipos de câncer.

Bento Gonçalves - Mortalidade por Neoplasias 1990 a 2012 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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2.1 - Neoplasia Maligna de Pulmões (Traquéia, Brônquios e Pulmões - NTBP) O câncer de pulmão (engloba a traquéia [C33], os brônquios e pulmões [C34.0-C34.9]) corresponde a neoplasia que mais tem ceifado vidas na população do nosso município. Até hoje, foram registrados 448 óbitos por NTBP, resultando em um coeficiente médio de 21,1 óbitos por 100.000 habitantes (ver Tabela 2). Anualmente, ocorrem cerca de 20 óbitos por NTBP (variação: 7~32). Os coeficientes de mortalidade por NTBP foram superiores aos de todas as outras neoplasias em 19 dos 23 anos da série histórica de dados (de 1990 a 2012). O menor resultado foi obtido em 1996 (8,4/100.000) e o maior em 2006 (29,7/100.000). Analisando-se o quadro geral de mortalidade do município, o câncer de pulmão (NTBP) tem figurado entre as 5 principais causas de óbito da população, ficando atrás das doenças cerebrovasculares (DCV), do infarto agudo do miocárdio e do diabete mellitus. Por seis vezes, nos anos 2000, 2005, 2008, 2009, 2010 e 2012 a NTBP foi a terceira principal causa de morte dos bentogonçalvenses (ver Quadro 1). Em 2011, ele foi a 2ª patologia que mais matou, juntamente com o diabete mellitus. No Brasil[5], em 2005 e 2006, a neoplasia dos pulmões figurou como a 16ª causa geral de morte da população brasileira. Em 2007, passou para a 15ª posição e em 2008, 2009, 2010 e 2011 para a 14ª posição. No RS[17], em 2005 e 2008, ocupou a 7ª posição no ranking das principais causas de óbito do estado, passando para a 8ª posição em 2009, 2010, 2011 e 2012. 2.1.1 - Mortalidade por Neoplasia de Pulmões (Traquéia, Brônquios e Pulmões - NTBP) – Bento Gonçalves, Porto Alegre, RS e Brasil Para melhor avaliar os dados de mortalidade por NTBP, foram calculadas as incidências médias trienais de Bento Gonçalves, do RS, do Brasil e de Porto Alegre, conforme demonstra o Gráfico 8. Na comparação, a capital gaúcha vem apresentando os resultados mais elevados, com um coeficiente médio de 28,1 óbitos/100.000. Entre os gaúchos[17], os óbitos por câncer de pulmão têm resultado num coeficiente médio de 23,2 por 100.000 gaúchos (1990-2012), com um pico de 28,6 óbitos/100.000 em 2012. No Brasil[5], essa média tem sido de 9,2 óbitos por 100.000 habitantes (1990-2011) com pico em 2011 (11,6 óbitos/100.000). Em nosso município, os coeficientes de mortalidade têm “flutuado” entre os valores estaduais e nacionais, exceto no triênio 2005-2007 e no biênio 2011-2012, quando a incidência média ultrapassou a do RS. Vale ressaltar que, na primeira década de 2000, os coeficientes municipais experimentaram um aumento de cerca de 33,6% em relação a década de 1990. Estudos do Ministério da Saúde[7, 8] também têm destacado uma tendência ascendente das taxas de mortalidade por câncer de pulmão no país (para homens e mulheres), passando a constar entre as 10 principais patologias que mais vitimizam os brasileiros. Neste aspecto, estudos do INCA[9, 10] têm demonstrado que o câncer de pulmão no RS tem apresentado a quarta maior incidência entre todos os tipos de neoplasias, ficando atrás do câncer de pele (não melanoma), da mama feminina e da próstata. Apesar de não ter a maior incidência, o câncer de pulmão é o que tem resultado nas maiores taxas de letalidade, ficando atrás apenas das leucemias e do câncer de estômago. Para se ter uma idéia, o INCA havia estimado 4.070 casos novos de câncer de pulmão no RS em 2006 (incidência de 37,1/100.000), dos quais 64,5% teriam morrido pela doença. Em 2010, a estimativa para o estado apontava para 3.960 novos casos de câncer de pulmão (incidência de 37,0/100.000). Apesar do número de casos novos ter reduzido em cerca de 2,7% em relação a 2006, a taxa de letalidade aumentou para 75,1%. Para 2011, houve um aumento dos casos novos estimados (4.180 casos com uma incidência de 38,9/100.000), sendo que a taxa de mortalidade caiu para 71,5%. 2.2 - Outras Neoplasias No município, o câncer de estômago tem aparecido como a segunda neoplasia que mais tem matado a população residente (coeficiente médio de 10,4 óbitos por 100.000 habitantes), seguido pelo câncer de mama feminino (ver tópico 3.2.1) e pelo câncer de cólon, reto e ânus (ver Gráfico 2 e Tabela 2). Neste ranking, também podem ser citadas as neoplasias de pâncreas, esôfago e próstata. Se agrupadas por aparelhos e sistemas, os cânceres do aparelho digestivo (inclui lábio, cavidade oral e faringe; esôfago; estômago; cólon, reto e ânus; fígado e vias biliares intra-hepática; pâncreas; intestino delgado e duodeno; vesícula e vias biliares extra-hepáticas) seriam a principal causa de morte da população

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no grupo das neoplasias (coeficiente médio de 47,1/100.000), com destaque para o câncer de estômago e do cólon, reto e ânus. Os órgãos do aparelho respiratório (principalmente os pulmões) e do sistema sangüíneo (coeficiente médio de 24,0 e 8,8 óbitos por 100.000 habitantes, respectivamente) têm correspondido ao 2º e ao 3º aparelhos mais penalizados pelo câncer. 3. Mortalidade por Neoplasias – Distribuição por Sexo No contexto geral de mortalidade do município (todas as causas), os homens têm morrido mais do que as mulheres em 12 dos 21 grupos de doenças (capítulos) descritos no manual de Classificação Internacional de Doenças – 10ª Revisão (CID 10)[15]. Em relação às neoplasias, no período de 1990 a 2012, ocorreram 1.570 óbitos masculinos contra 1.179 óbitos femininos (ver Tabela 2), resultando num coeficiente médio de 149,6 óbitos por 100.000 homens e 109,5 óbitos por 100.000 mulheres, respectivamente (1,3 vezes maior no grupo masculino). No Gráfico 3, pode-se avaliar os coeficientes médios de mortalidade por todas as neoplasias em homens e mulheres do município. O cálculo foi feito para períodos de três anos. Em todos os triênios, o grupo masculino morreu mais do que o feminino, com destaque para o biênio 2011-2012. No ano de 2004, pela primeira e única vez, as mulheres bentogonçalvenses morreram mais do que os homens (144,2 óbitos por 100.000 mulheres contra 139,8 óbitos por 100.000 homens). Utilizando-se o CID 10 BR, a equipe do SVE compôs uma lista formada por 27 tipos de neoplasias mais comuns. Quatro tipos de neoplasias são exclusivos do sexo feminino (mama, colo do útero, útero e ovário) e um do sexo masculino (próstata). Assim, dos 22 tipos de neoplasias que podem afetar ambos os sexos, os homens bentogonçalvenses foram as principais vítimas de 18 deles, contra 4 no grupo das mulheres (ver Tabela 2). No RS[17] e no Brasil[5, 7], o grupo masculino também tem sido o mais vitimado pelas neoplasias. Em 2009, por exemplo, de cada 100.000 homens gaúchos 166,1 morreram devido a neoplasias, contra 125,4 mortes entre as gaúchas. Em 2010, tanto homens, como mulheres, experimentaram um crescimento da mortalidade por neoplasias, resultando em um coeficiente de 176,1 e de 134,0, respectivamente. Em 2011, ocorreu uma pequena redução na taxa de mortalidade masculina no estado, passando para 176,0 óbitos por 100.000 homens, e um aumento entre as mulheres, passando para 136,6/100.000 mulheres[17]. No ano 2012[17], as taxas entre os homens e entre as mulheres apresentaram crescimento no RS, alcançando 180,1 óbitos por 100.000 homens, e 139,2/100.000 mulheres, respectivamente. No Brasil[5], em 2009, os coeficientes de mortalidade masculina e feminina representaram 97,8 e 81,4 óbitos por 100.000 habitantes, respectivamente, aumentando para 103,8 e 85,0 óbitos/100.000 em 2010. Em 2011, houve novo aumento das taxas de mortalidade em ambos os sexos, passando para 104,5 óbitos por 100.000 homens e 87,5 por 100.000 mulheres. 3.1 - Mortalidade pelos Principais Tipos de Neoplasias do Sexo Masculino Para avaliar a mortalidade por neoplasias no sexo masculino, foram calculados os coeficientes médios relativos ao período de 1990 a 2012 que podem ser visualizados no Gráfico 4. O cálculo foi feito para períodos de três anos (exceto 2011-2012). As cinco principais neoplasias que mais têm matado os homens bentogonçalvenses têm sido: de pulmão (coeficiente médio de 31,6 óbitos por 100.000 homens), de estômago (13,8), de próstata (13,7), de esôfago (12,4) e de cólon, reto e ânus (9,7) (ver Tabela 2). Em todos os triênios, a neoplasia de pulmões foi a que apresentou os maiores coeficientes de mortalidade, com destaque para o triênio 2008-2010. O câncer de pulmão foi a principal neoplasia masculina em 21 dos 23 anos referentes ao período de 1990 a 2012, com picos em 2009 e 2012 (43,3 e 42,7 óbitos por 100.000 homens). Em relação ao ranking geral de óbitos (por todas as causas) da população masculina residente em Bento Gonçalves, em 2008, o câncer de pulmão foi a 2ª causa de mortes entre os homens, ficando atrás das DCV. Em 2009, o câncer de pulmão foi a principal causa de morte masculina, passando à segunda posição em 2010 e quarta em 2011. Em 2012, voltou à segunda posição. No RS[17], o câncer de pulmão foi a 5ª causa mais importante de mortes masculinas em 2008, a 6ª causa em 2009, a 4ª causa em 2010 e, novamente, a 6ª causa em 2011 e 2012. Na população masculina, estima-se que o hábito de fumar seja responsável por mais de 80% dos casos diagnosticados de câncer de pulmão; entre as mulheres 45% dos casos de câncer pulmonar também são atribuídos ao tabagismo[10]. O câncer de pulmão permanece como uma doença altamente letal. A sobrevida média cumulativa total em cinco anos é de 13% em países desenvolvidos e de 9% nos países em desenvolvimento (INCA, 2005).

Bento Gonçalves - Mortalidade por Neoplasias 1990 a 2012 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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3.2 - Mortalidade pelos Principais Tipos de Neoplasias do Sexo Feminino Em Bento Gonçalves, no período de 1990 a 2012, as cinco principais neoplasias que mais vitimaram as mulheres residentes têm sido: o câncer de mama (coeficiente médio de 20,6 óbitos por 100.000 mulheres), o câncer de cólon reto e ânus (10,3), o câncer de pulmões (10,8), o câncer de estômago e o de pâncreas (ver Tabela 2). No Gráfico 5, pode-se avaliar os coeficientes médios de mortalidade pelas principais neoplasias femininas. O cálculo foi feito para períodos de três anos (exceto 2011-2012). Em todos os triênios, a neoplasia de mamas foi a que apresentou os maiores coeficientes de mortalidade, com destaque para o triênio 2002-2004. A neoplasia de cólon, reto e ânus tem representado a segunda causa de mortes (por neoplasias) das mulheres bentogonçalvenses, seguida pelo câncer de pulmão. Em 2011, o câncer de pulmão foi a neoplasia que mais matou a população feminina do município. Em 2012, a neoplasia de mama ocupou esta posição. 3.2.1 - Neoplasia Maligna da Mama Muitos estudos têm apontado o câncer de mama como o segundo tipo de câncer mais freqüente no mundo e o primeiro entre as mulheres (cerca de 1 milhão de casos novos estimados) (INCA)[9, 10]. Considerando sua importância na mortalidade feminina, a equipe da VE procurou avaliar o seu comportamento no município, comparando-o, sempre que possível, aos dados estaduais e nacionais. No período de 1990 a 2012, 222 mulheres bentogonçalvenses morreram em decorrência do câncer de mama, resultando num coeficiente médio de 20,6 óbitos/100.000 mulheres (ver Tabela 2). No grupo das neoplasias, tem se caracterizado como a 2ª neoplasia mais letal na população geral e a 1ª entre as mulheres, com picos em 1999 e 2006 (33,2 e 30,3 óbitos por 100.000 mulheres). Em 2009, a mortalidade por câncer mama foi de 27,8/100.000 mulheres, caindo para 16,5/100.000 em 2010. A mortalidade voltou a crescer em 2011 (27,2/100.000) e a cair em 2012 (21,5/100.000). Avaliando-se todas as causas de morte do município (por doenças do aparelho circulatório, respiratório, endócrino, etc.), o câncer de mama foi a 4ª patologia que, isoladamente, mais vitimou as mulheres residentes em 2008, a 3ª em 2009, a 7ª em 2010, a 5ª em 2011 e a 6ª em 2012. No RS[17], o coeficiente médio da mortalidade por neoplasia de mama tem sido de 17,3 óbitos por 100.000 mulheres (1990-2012). No ranking geral de mortalidade feminina do estado, ela representou a 10ª causa de mortes entre as mulheres em 2008, 2009, 2010 e 2011 e a 11ª em 2012. No Brasil[5], a cada 100.00 mulheres (1990-2011) 10,3 morrem por neoplasia da mama, representando a 10ª principal causa de morte das mulheres brasileiras em 2008, a 11ª em 2009, e a 10ª em 2010 e em 2011. 3.2.1.1 - Neoplasia Maligna da Mama – Bento Gonçalves, Porto Alegre, RS e Brasil Para tentar suavizar as oscilações e melhor avaliar os dados de mortalidade por câncer da mama, foram calculadas as incidências médias trienais de Bento Gonçalves, do RS, do Brasil e de Porto Alegre, conforme demonstra o Gráfico 9. A mortalidade por neoplasia de mama no município apresentou seu maior pico (26,7/100.000 mulheres) no triênio 2002-2004, com comportamento de queda até o triênio 2008-2010. No biênio 2011-2012, voltou a apresentar tendência de crescimento (24,3/100.000). Na comparação da série histórica, as taxas estaduais e nacionais têm sido inferiores às municipais. Na década de 1990, o município que apresentava um coeficiente médio de mortalidade de 8,6/100.000, passou para 11,7/100.000 na primeira década de 2000 (incremento de 35,6%). No estado, no país e em Porto Alegre, também tem se observado um aumento das taxas de mortalidade na década de 2000. O aumento da mortalidade por câncer de mama também vem sendo observado em diversos países, e parece estar relacionado a mudanças das variáveis reprodutivas, como a idade mais tardia da primeira gravidez, exposição ao fumo, o abandono da prática da amamentação, a mudanças sociodemográficas, acessibilidade aos serviços de saúde (maior número de diagnósticos) e, possivelmente, ao aumento da obesidade[4, 10]. Alguns estudos têm evidenciado que o aumento da incidência do câncer de mama feminina, pode estar associado ao uso de reposição hormonal com estrógeno e progesterona por mais de 5 anos[1]. No Brasil, apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico, se diagnosticado e tratado oportunamente[10], as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda seja diagnosticada em estágios avançados (50% dos tumores de mama são diagnosticados nos estágios III e IV)[10].

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Segundo os dados do INCA[10], foram estimados 4.960 casos novos de câncer de mama feminina no RS em 2006, dos quais 20,6% teriam morrido devido a doença. Para 2008, o INCA havia estimado 4.880 novos casos de câncer de mama, uma redução de 1,6% em relação a 2006. Apesar da redução de casos, a taxa de letalidade passou para 20,7%. Em 2010, 4.750 casos novos (incidência de 44,0/100.000) foram estimados para o estado (redução de 1,6%), com aumento da letalidade para 23,8%. Em 2011, houve nova redução no número de casos (4.610 casos), aumentando a letalidade para 24,8%. A cobertura estimada de realização de mamografia variou entre 37% e 76%. Entretanto, o percentual de realização deste exame pelo SUS variou entre 17% e 54% do total, o que em parte explica o diagnóstico tardio e as altas taxas de mortalidade[10]. 3.2.1.2 - Neoplasia Maligna da Mama por Faixa Etária – Bento Gonçalves, Porto Alegre, RS e Brasil O Gráfico 10 permite avaliar o coeficiente etário de mortalidade do câncer de mama de Bento Gonçalves (média 1990 a 2012) em relação ao estado (em 2012) e ao país (em 2011). Nestas três instâncias, a mortalidade cresce com o avançar da idade, especialmente, a partir dos 50 anos, atingindo seus maiores valores na população de 80 anos e mais. 4. Mortalidade por Neoplasias – Distribuição por Faixa Etária No Gráfico 6, pode-se observar que a curva de distribuição etária dos coeficientes de mortalidade por todas as neoplasias (ambos os sexos) do município (média 1990 a 2012), do estado (em 2012) e do país (em 2011) tem sido semelhante, e cresce com o avançar da idade. A Tabela 3 mostra o somatório total de óbitos (ambos os sexos) do município nos 27 subgrupos de câncer, durante o período de 1990 a 2012. A faixa etária com o maior número absoluto de óbitos é a de 70 a 79 anos (n= 713), seguida pela de 60 a 69 anos (n= 665). É na faixa etária de 80 anos e mais, entretanto, que a incidência de óbitos por neoplasias atinge seu maior coeficiente, resultando em 1.814,0 óbitos por 100.000 habitantes. 4.1 - Mortalidade por Faixa Etária pelas Principais Neoplasias Utilizando-se os subgrupos do CID 10 BR, avaliou-se a mortalidade municipal pelas principais neoplasias em cada faixa etária. Para esta avaliação, calculou-se o coeficiente médio relativo ao período de 1990 a 2012. O câncer de pulmão tem sido a principal causa de óbito em praticamente todas as faixas etárias (ambos os sexos), principalmente a partir dos 50 anos de idade (ver Gráfico 7). Os cânceres de estômago e de cólon, reto e ânus aparecem logo atrás do câncer de pulmão como os que mais têm sacrificado a população a partir dos 60 anos de idade. 5. Neoplasias e Saúde Pública A incidência do câncer cresce no Brasil, como em todo o mundo, num ritmo que acompanha o envelhecimento populacional decorrente do aumento da expectativa de vida. Isto é um resultado direto das grandes transformações globais das últimas décadas que alteraram a situação de saúde dos povos pela urbanização acelerada, pelos novos modos de vida e novos padrões de consumo. No estado do RS, por exemplo, a população da terceira idade correspondia a 7,4% da população gaúcha no início da década de 80, passando para 13,6% em 2012 (um aumento de cerca de 160,0% em 40 anos). No ano de 2012, em 81,9% dos municípios gaúchos a taxa de idosos era ≥13,0%. Em Bento Gonçalves, a população da terceira idade aumentou 82,0% entre 1980 a 2012, passando de 7,0% para 12,6%. O SUS registrou 423 mil internações por neoplasias malignas em 2005, além de 1,6 milhão de consultas ambulatoriais em oncologia. Mensalmente, são tratados cerca de 128 mil pacientes em quimioterapia e 98 mil em radioterapia ambulatorial[11]. Nos últimos anos, tem ocorrido um aumento expressivo no número de pacientes oncológicos atendidos pelas unidades de alta complexidade do SUS, o que pode estar refletindo uma melhora na capacidade do sistema em aumentar o acesso aos recursos de tratamento especializado, ainda que pesem os gargalos existentes em algumas especialidades, as dificuldades de regulação e articulação entre as unidades da rede e a inexistência de resultados positivos na saúde da população[11]. Como se tem dito até aqui, as informações sobre a mortalidade desempenham um papel essencial para compreensão do perfil epidemiológico das populações, inclusive no Brasil. No entanto, utilizar apenas as informações sobre óbito para o conhecimento da ocorrência de neoplasias malignas não permite o

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entendimento real da magnitude do problema, uma vez que existem diferenças entre os vários tipos de câncer em função da sua letalidade e sobrevida. Além disso, as pessoas com neoplasias malignas podem morrer por outras causas[10]. Parkin e colaboradores (2001) estimaram, para o ano de 2000, que o número de casos novos de câncer no mundo seria mais de 10 milhões, dentre os quais, 53% dos casos ocorreriam nos países em desenvolvimento[10]. No Brasil, as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para os anos 2008 e 2010 apontam um crescimento de 4,6% no total de casos novos de câncer. Os tipos mais incidentes incluem as neoplasias de próstata (26,6/100.000), de mama feminina (25,0/100.000), de cólon e reto (14,3/100.000) e a de pulmão (14,0/100.000), acompanhando a mesma magnitude observada no mundo[10]. Para o RS (2008 a 2010), o INCA estimava um aumento da incidência de casos novos de câncer de pulmão (0,7%), de próstata (3,3%), cólon e reto (3,8%) e uma redução nos cânceres, de mama feminina (-1,2%) e de colo de útero (-21,2%)[10]. Com exceção do cólon e reto, todos os cânceres aumentaram a sua taxa de letalidade no estado. Em relação à mortalidade por câncer de pulmão (ambos os sexos) e da mama feminina, os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) também apontam para um progressivo aumento da incidência, tanto no estado como no país (ver Gráficos 8 e 9). Este aumento, tanto na incidência, como na mortalidade, pode ser o resultado de falhas no acesso aos meios de prevenção, de diagnóstico precoce e de tratamento do câncer. Como se sabe, o tratamento das neoplasias ainda é de alto custo e nem sempre é efetivo, o que acaba gerando barreiras para o controle da mortalidade. Somado a isso, problemas de acesso aos meios diagnósticos (demora para conseguir consultas e exames) podem adiar não só o próprio diagnóstico, mas o início do tratamento, impossibilitando a cura dos pacientes. Para tentar minimizar o impacto da doença, em 2012, o Ministério da Saúde decretou a Lei 12.732 que determina que o tratamento do câncer deve ser iniciado até 60 dias após o seu diagnóstico. Dentro das metas do Ministério da Saúde, também está se planejando o aumento dos serviços de radioterapia que atendem pacientes pelo SUS, passando dos atuais 32 serviços para 80 unidades (até 2015)[13]. Em Bento Gonçalves, por exemplo, o hospital local inaugurou o serviço de radioterapia financiado com os recursos do SUS, em fevereiro de 2012. A aquisição do equipamento havia sido eleita como uma das prioridades do município na Consulta Popular do governo do Estado, realizada em 2006. Em 2009, a prefeitura de Bento Gonçalves iniciou o processo de licitação para a aquisição do aparelho e, em novembro de 2010, a prefeitura, começou o processo de importação de um acelerador linear dos Estados Unidos. Em agosto de 2011, o aparelho chegou na cidade. Para recebê-lo, o hospital realizou obras com recursos próprios e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (um prédio de três pavimentos foi construído junto ao hospital). O serviço começou a ser utilizado apenas pelos pacientes dos convênios privados. De acordo com a administração do hospital, o serviço só poderia ser disponibilizado para os pacientes do SUS quando houvesse a liberação do Ministério da Saúde. Isso porque o governo federal não repassaria os recursos ao hospital referentes aos atendimentos públicos. Em agosto de 2012, os pacientes do SUS passaram a ter acesso ao serviço de radioterapia do hospital[12]. Ao que se refere ao diagnóstico, o Programa de Saúde da Mulher tem desenvolvido ações para o diagnóstico precoce do câncer ginecológico. Em 2003, dos 4.022 exames citopatológicos de colo de útero realizados através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), 0,7% apresentaram alterações indicativas de alteração neoplásica. Já em 2005, o número de citopatológicos no município aumentou em 40,0%, atingindo 5.645 exames, dos quais 1,4% apresentaram alterações indicativas de alteração neoplásica. Em relação às mamografias, a SMS realizou 1.246 exames radiográficos de mama, dos quais 0,3% apresentaram resultados sugestivos de alteração maligna mamária (critério BI-RADS). A fim de melhorar as ações de assistência ao câncer, a Saúde Pública deve continuar direcionando esforços no sentido de estimular medidas de prevenção e controle do câncer, o que implica promover a melhora dos hábitos pessoais de saúde da população (não fumar, exercitar-se), ampliar as ações de detecção precoce da doença (auto-exame de mamas, exame clínico das mamas realizado por profissional de saúde, citopatológico) e facilitar o acesso aos meios diagnósticos e ao tratamento. Estima-se, por exemplo, que 85% dos casos de câncer de pulmão poderiam ser evitados com a abolição do hábito de fumar, podendo-se, igualmente, esperar impactos apreciáveis sobre a incidência de outros cânceres, como os de boca, esôfago, bexiga e mama (Burns, 1992). 6. Principais Conclusões do Relatório sobre Mortalidade por Neoplasias - Em relação aos óbitos por neoplasias, fica evidente a sua relevância no cenário de mortalidade do município, principalmente se considerarmos que elas constituem a segunda causa de morte da população bentogonçalvense (média de 129,3 óbitos /100.000), muito próxima a média gaúcha (131,5/100.000) e superior a média nacional (75,0/100.000).

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- Entre 1990 a 2012, foram registrados 2.749 óbitos por neoplasias na população residente de Bento Gonçalves. Anualmente, morrem cerca de 120 bentogonçalvenses devido a neoplasias (todos os tipos). - As mortes por neoplasias têm correspondido a 24,2% do total de mortes ocorridas na população residente do município entre 1990 a 2012. As doenças do aparelho circulatório têm respondido por 30,0% do total de mortes[15]. No RS, as neoplasias responderam por 21,3% do total de mortes dos gaúchos em 2010, por 20,9% em 2011 e por 21,7% em 2012[17]. - No período de 23 anos entre 1990 a 2012, as neoplasias foram a primeira causa de morte no município em 2002 e, novamente, em 2009. - A incidência média da mortalidade por neoplasias no grupo masculino tem sido de 149,6 óbitos por 100.000 homens, contra 109,5 óbitos por 100.000 mulheres (cerca de 1,3 vezes maior). - As neoplasias que mais têm vitimado os bentogonçalvenses são as de pulmão, estômago e a de mama feminina. - A neoplasia que mais tem vitimado os homens residentes é a de pulmão (incidência média de 31,6/100.000 homens) seguida pela de estômago. A neoplasia que mais tem vitimado as mulheres residentes é a de mama (incidência média de 20,6/100.000 mulheres) seguida pela de pulmão. - A faixa etária com o maior número absoluto de óbitos por neoplasias tem sido a de 70 a 79 anos. Entretanto, a faixa etária com o maior coeficiente médio de mortalidade (1.814,0/100.000) no município tem sido a de 80 anos e mais. - O câncer de pulmão é o que mais tem vitimado as pessoas acima dos 60 anos. - É fundamental estimular e integrar ações de saúde voltadas à prevenção dos principais problemas relacionados às neoplasias (tabagismo, maus hábitos alimentares, sedentarismo, etc.), bem como, ao diagnóstico e tratamento precoces das neoplasias de maior expressão (pulmão e mama) como estratégias para reduzir os danos à saúde e melhorar a qualidade de vida da população.

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Gráfico 1. Mortalidade Por Neoplasias (Todos os Tipos) e Ano Por 100.000 Habitantes – Bento Gonçalves, RS, Brasil, 1990 a 2012.

Gráfico 2. Mortalidade Média Trienal dos Principais Tipos de Neoplasias Por 100.000 Habitantes – Bento Gonçalves, 1990 a 2012.

Gráfico 3. Mortalidade Média Trienal das Neoplasias (Todos os Tipos) Por Sexo Por 100.000 Habitantes – Bento Gonçalves, 1990 a 2012.

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Gráfico 4. Mortalidade Média Trienal das Principais Neoplasias do Sexo Masculino Por 100.000 Homens – Bento Gonçalves, 1990 a 2012.

Gráfico 5. Mortalidade Média Trienal das Principais Neoplasias do Sexo Feminino Por 100.000 Mulheres – Bento Gonçalves, 1990 a 2012.

Gráfico 6. Mortalidade Por Neoplasias (Todos os Tipos) Por Faixa Etária Por 100.000 Habitantes – Bento Gonçalves (Média 1990 a 2012), RS (2012) e Brasil (2011).

Para B. Gonçalves, calculou-se o coeficiente médio etário relativo a 1990 a 2012 (valores mostrados no gráfico).

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Gráfico 7. Mortalidade Média Por Neoplasias Segundo CID 10 BR Por Faixa Etária (Ambos os Sexos) Por 100.000 Habitantes – Bento Gonçalves, 1990 a 2012.

Gráfico 8. Mortalidade Média Trienal* Por Câncer de Pulmão Ambos os Sexos Por 100.000 Habitantes – Bento Gonçalves, RS, Brasil e Porto Alegre, 1990 a 2012.

*Para o Brasil e Porto Alegre calculou-se o coeficiente médio de mortalidade para o biênio 2008-2009. Gráfico 9. Mortalidade Média Trienal Por Câncer de Mama Feminina Por 100.000 Mulheres – Bento Gonçalves, RS, Brasil e Porto Alegre, 1990 a 2012.

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Gráfico 10. Mortalidade Por Câncer de Mama Feminino Por Faixa Etária Por 100.000 Mulheres – Bento Gonçalves, RS, Brasil, 1990 a 2012.

Para B. Gonçalves, calculou-se o coeficiente médio etário relativo a 1990 a 2012 (valores mostrados no gráfico).

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Tabela 1. Número de Óbitos Por Neoplasias Segundo o CID 10 BR Por Ano - Bento Gonçalves, 1990 a 2012. Causa Capítulo CID BR 10 90 92 93 95 96 98 99 01 02 04 05 07 2008 2009 2010 2011 2012 Total 1. Lábio, cavidade oral e faringe 9 12 8 9 10 9 6 3 6 5 6 83 2. Esôfago 14 19 18 14 24 26 7 6 10 11 11 160 3. Estômago 30 28 28 32 28 27 6 9 11 13 9 221 4. Cólon, reto e ânus 27 14 18 25 35 25 9 8 14 26 12 213 5. Fígado e vias biliares intra-hepáticas 9 12 17 11 15 11 1 6 7 9 7 105 6. Pâncreas 15 16 17 15 26 21 9 10 14 12 6 161 7. Laringe 6 11 8 10 6 7 4 1 2 6 2 63 8. Traquéia, brônquios e pulmões (NTBP) 40 42 44 41 53 87 24 27 27 31 32 448 9. Pele 7 1 7 3 6 17 3 4 1 4 4 57 10. Mama 15 24 16 30 39 37 10 15 9 15 12 222 11. Colo do útero 3 10 4 9 7 4 1 2 2 2 5 49 12. Útero 7 8 16 4 10 6 4 1 0 3 1 60 13. Ovário 3 4 8 4 6 8 4 1 4 3 0 45 14. Próstata 13 16 11 22 19 17 10 10 7 9 10 144 15. Bexiga 2 7 6 4 6 11 5 5 7 1 5 59 16. Sistema Nervoso Central (SNC) 12 9 12 8 28 26 5 6 8 2 5 121 17. Linfoma não-Hodgkin 3 5 12 11 12 9 3 4 7 3 2 71 18. Mieloma múltiplo e neopl. de plasmócitos 3 3 5 3 4 2 0 1 0 0 5 26 19. Leucemia 5 13 7 10 18 11 5 4 2 9 6 90 20. Neoplasias de comportamento incerto (1) 1 2 1 7 3 1 2 1 2 1 0 21 Outras Neoplasias 21. Neoplasia de Abdômen 6 2 3 2 1 3 0 1 1 2 5 26 22. Neoplasia da Cabeça 0 2 8 3 2 7 1 0 0 4 2 29 23. Neopl. do Intestino Delgado, Duodeno e NE 0 1 2 3 4 6 1 3 1 3 3 27 24. Neopl. da vesícula e vias biliares extra-hepáticas 5 5 4 1 7 2 4 0 0 0 4 32 25. Neopl. dos Ossos 1 5 1 3 2 3 2 0 0 1 2 20 26. Neopl. dos Rins 6 3 4 7 4 6 1 2 4 1 3 41 27. Neopl. Tecido Linfático e Hematopoiético 8 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 10 Neoplasias Secundárias (2) 0 0 6 12 10 2 0 1 1 0 2 34 Restante das Neoplasias Malignas (3) 8 15 13 9 15 13 6 8 10 6 8 111 Total 258 289 304 312 400 404 134 139 157 183 169 2.749

(1) Neste grupo, entre 1998 a 2011, foram incluídas as seguintes neoplasias de comportamento incerto: cardíaca, cólon, metástases, mielodisplasia, ossos do crânio e neoplasia sem outra especificação (SOE). (2) Neste grupo, entre 1998 a 2011, foram incluídas as seguintes neoplasias secundárias: aparelho digestivo SOE, cólon, encéfalo, fígado, intestinos, peritônio, ossos, ovários, rins, Sistema Nervoso Central (SNC), glândula tireóide, neoplasia SOE. (3) Neste grupo, entre 1998 a 2011, foram incluídas as seguintes neoplasias: aparelho digestivo SOE, aparelho respiratório SOE, face, genitais masculinos, glândula pineal, Hodgkin, pelve renal, peritônio, tecido linfático, testículos, vulva, neoplasia SOE.

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Tabela 2. Número, Proporção e Incidência* Média de Óbitos Por Neoplasias Segundo CID 10 BR Por Sexo – Bento Gonçalves, 1990 a 2012.

(1) Neste grupo, entre 1998 a 2011, foram incluídas as seguintes neoplasias de comportamento incerto: cardíaca, cólon, metástases, mielodisplasia, ossos do crânio e neop. sem outra especificação. (2) Neste grupo, entre 1998 a 2011, foram incluídas as seguintes neoplasias secundárias: aparelho digestivo SOE, cólon, encéfalo, fígado, intestinos, peritônio, ossos, ovários, rins, Sistema Nervoso Central (SNC), glândula tireóide, neoplasia SOE. (3) Neste grupo, entre 1998 a 2011, foram incluídas as seguintes neoplasias: aparelho digestivo SOE, aparelho respiratório SOE, face, genitais masculinos, glândula pineal, Hodgkin, pelve renal, peritônio, tecido linfático, testículos, vulva, neoplasia SOE. *Incidência por 100.000 habitantes.

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Tabela 3. Número Total de Óbitos Por Neoplasias Segundo CID 10 BR Por Faixa Etária (Ambos os Sexos) – B. Gonçalves, 1990 a 2012.

(1) Neste grupo, entre 1998 a 2011, foram incluídas as seguintes neoplasias de comportamento incerto: cardíaca, cólon, metástases, mielodisplasia, ossos do crânio e neoplasia sem outra especificação (SOE). (2) Neste grupo, entre 1998 a 2011, foram incluídas as seguintes neoplasias secundárias: aparelho digestivo SOE, cólon, encéfalo, fígado, intestinos, peritônio, ossos, ovários, rins, Sistema Nervoso Central (SNC), glândula tireóide, neoplasia SOE. (3) Neste grupo, entre 1998 a 2011, foram incluídas as seguintes neoplasias: aparelho digestivo SOE, aparelho respiratório SOE, face, genitais masculinos, glândula pineal, Hodgkin, pelve renal, peritônio, tecido linfático, testículos, vulva, neoplasia SOE.

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Quadro 1. Ranking Municipal de Mortalidade* Pelas Patologias Mais Importantes, Bento Gonçalves, 1990, 1995, 2000, 2005, 2010, 2011 e 2012. Posição 1990 1995 2000 2005 2010 2011 2012 1º DCV DCV DCV DCV DCV DCV DCV

2º IAM IAM DBPOC

IAM DBPOC

IAM ATR DM NTBP

DM DM

3º MD DIC NTBP ATR NTBP NTBP

ATR

IAM Neo CólonDoe Hipert

NTBP

4º DIC ATR DIC ICC DM IAM PNEU PNEU

5º DBPOCATR PNEU SUI DBPOC PNEU DIC ATR

*Para o rankiamento, foi calculado e utilizado o Coeficiente de Mortalidade Específico por 100.000 habitantes de cada patologia do CID 10. Capítulo II – Neoplasias: - NTBP: Neoplasia maligna da traquéia, brônquios e pulmões (C34) - Neo Cólon: Neoplasia maligna do colo, reto e ânus (C18-C21) Capítulo IV – Doenças Endócrinas, Metabólicas e Nutricionais: - DM: Diabete mellitus (E10-E14) Capítulo IX – Doenças do Aparelho Circulatório: - DCV: Doenças cerebrovasculares (I60-I69) - DIC: Doenças isquêmicas do coração (excluído o infarto agudo do miocárdio [I21]) (I20-I25) - IAM: Infarto agudo do miocárdio (I21) - ICC: Insuficiência Cardíaca Congestiva (I500-I509) - Doe Hipert: Doenças hipertensivas (I10-I15) Capítulo X – Doenças do Aparelho Respiratório: - DBPOC: Doença pulmonar obstrutiva crônica (J44) - PNEU: Pneumonias (J12-J18) Capítulo XVIII – Mal Definidas (MD) Capítulo XX – Causas Externas: - ATR: Acidentes de transporte (V01-V99) - HOM: Homicídios (X85-Y09) - SUI: Suicídios (X60-X84)

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Bento Gonçalves - Mortalidade por Neoplasias 1990 a 2012 SMS – Serviço de Vigilância Epidemiológica

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Referências Bibliográficas: 1. ARAÚJO, Naidilton Lantyer Cordeiro de; Athanazio, Daniel Abensur. Terapia de reposição hormonal e o

câncer do endométrio. In: Cadernos de Saúde Pública, vol.23, nº 11, Rio de Janeiro, 2007. 2. DUARTE, Elisabeth Carmen. Epidemiologia das desigualdades em saúde no Brasil. Organização Mundial

da Saúde. Organização Pan-americana da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Brasília, 2002. 3. FONSECA, Luiz A M., A evolução das doenças neoplásicas. In: Monteiro, Augusto C., Velhos e novos

males do Brasil. HUCITEC, São Paulo, 2000. 4. HARDY, Ellen E.; Pinotti, José A.; Osis, Maria J. D.; Faúndes, Anibal. Variáveis reprodutivas e risco para

doenças benignas de mama. Estudo caso-controle. In: Revista de Saúde Pública. vol. 24, nº 5, São Paulo, 1990.

5. MINISTÉRIO DA SAÚDE. DATASUS. 6. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde Brasil 2006 – Uma análise da desigualdade em saúde. Brasília – DF,

2006. 7. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde Brasil 2008 – 20 anos de Sistema Único de Saúde no Brasil. Brasília –

DF, 2009. 8. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde Brasil 2009 – Uma análise da situação de saúde e da agenda nacional e

internacional de prioridades em saúde. Brasília – DF, 2010. 9. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer.

Coordenação de Prevenção e Vigilância. Conprev. Atlas de mortalidade por câncer no Brasil 1979-1999. Rio de Janeiro: INCA, 2002.

10. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2004, 2005, 2007, 2009, 2011.

11. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Nacional de Assistência à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Situação do câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2006.

12. PACIENTES do SUS aguardam credenciamento de aparelho de radioterapia em Bento Gonçalves. Pioneiro. Caxias do Sul, 15/05/2012.

13. PUBLICADA lei que dá prazo para tratamento do câncer. In: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/8273/162/publicada-lei-que-da-prazo-para-tratamento-do-cancer.html. 23/11/2012.

14. ROSA, José Antônio Rodrigues da; Biasus, Letícia. Redução das taxas de mortalidade por causas mal definidas em um município da Serra Gaúcha 2002-2011. In: 13ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças – Anais. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília, DF, 2013.

15. ROSA, José Antônio Rodrigues da; Biasus, Letícia. Relatório epidemiológico – mortalidade geral, 1990 a 2012. 4ª Revisão. Secretaria Municipal da Saúde. Serviço de Vigilância Epidemiológica. Bento Gonçalves, RS, 2013.

16. ROSA, José Antônio Rodrigues da; Biasus, Letícia. Relatório epidemiológico – mortalidade por doenças do aparelho circulatório 1990 a 2012. 8ª Revisão. Secretaria Municipal da Saúde. Serviço de Vigilância Epidemiológica. Bento Gonçalves, RS, 2013.

17. SECRETARIA ESTADUAL DA SAÚDE, Estatísticas de saúde – mortalidade. Núcleo de Informação em Saúde, SES/RS, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998-1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012 (no site da SES do RS).

18. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ONCOLOGIA CLÍNICA. Projeto câncer no Brasil 1. Universidade Federal de Santa Catarina, 1999.