3 - PSICODIAGNÓSTICO

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PSICODIAGNÓSTICO 758 O que é psicodiagnóstico? É um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados (output), na base dos quais são propostas soluções, se for o caso. 759 Quais são os objetivos de uma avaliação psicológica clínica? 760 Quais são os momentos do processo psicodiagnóstico? 1º - Primeiro contato e entrevista inicial com o paciente; 2º - Aplicação de testes e técnicas projetivas; 3º - Informe escrito para o remetente. 761 O que é uma entrevista semidirigida? É quando o paciente tem liberdade para expor seus problemas começando por onde preferir e incluir o que desejar. Porém não é totalmente livre, pois o entrevistador irá: assinalar alguns vetores; assinalar alguns bloqueios e paralisações; indagar sobre conduta do entrevistado. 762 O que se faz importante durante a entrevista inicial? 01 O que é uma entrevista psicológica? A entrevista é um instrumento insubstituível e indispensável nas diferentes tarefas que realiza um psicólogo (seleção, orientação, aconselhamento, terapia, etc.). De acordo com Kanfer e Phillips (1970) é o instrumento psicológico que mais se utiliza tanto na prática clínica, como nas situações escolares ou nas organizações. 02 Quais são as funções de uma entrevista psicológica? - Ampla recolha da informação do cliente (história evolutiva, história laboral e profissional, situação socioeconômica, familiar; - Função motivadora: estabelecimento de uma relação positiva, mudança de atitudes e expectativas, compreensão e clarificação dos problemas apresentados pelo cliente; - Função terapêutica (dotar o cliente de estratégias de intervenção psicológica). 03 Quais são os tipos de entrevistas? Existem diferentes tipos de entrevista atendendo a diferentes critérios de classificação: 1. Grau de estruturação da mesma; 2. Finalidade da mesma; 3. Enquadramento teórico de referência. 04 O que é grau de estruturação em entrevista psicológica? De acordo com Schmith e Kessler (1976) podemos falar de cinco elementos da entrevista susceptíveis de maior ou menor estruturação: as perguntas, as respostas, sequência de aplicação da entrevista, registo e elaboração da informação e interpretação da informação).

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psicodiagnóstico

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PSICODIAGNÓSTICO

758 – O que é psicodiagnóstico?

É um processo científico, limitado no tempo, que

utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em

nível individual ou não, seja para entender

problemas à luz de pressupostos teóricos,

identificar e avaliar aspectos específicos, seja para

classificar o caso e prever seu curso possível,

comunicando os resultados (output), na base dos

quais são propostas soluções, se for o caso.

759 – Quais são os objetivos de uma avaliação

psicológica clínica?

760 – Quais são os momentos do processo

psicodiagnóstico?

1º - Primeiro contato e entrevista inicial com o

paciente;

2º - Aplicação de testes e técnicas projetivas;

3º - Informe escrito para o remetente.

761 – O que é uma entrevista semidirigida?

É quando o paciente tem liberdade para expor seus

problemas começando por onde preferir e incluir o

que desejar. Porém não é totalmente livre, pois o

entrevistador irá: assinalar alguns vetores; assinalar

alguns bloqueios e paralisações; indagar sobre

conduta do entrevistado.

762 – O que se faz importante durante a

entrevista inicial?

01 – O que é uma entrevista psicológica?

A entrevista é um instrumento insubstituível e

indispensável nas diferentes tarefas que realiza um

psicólogo (seleção, orientação, aconselhamento,

terapia, etc.). De acordo com Kanfer e Phillips

(1970) é o instrumento psicológico que mais se

utiliza tanto na prática clínica, como nas situações

escolares ou nas organizações.

02 – Quais são as funções de uma entrevista

psicológica?

- Ampla recolha da informação do cliente (história

evolutiva, história laboral e profissional, situação

socioeconômica, familiar;

- Função motivadora: estabelecimento de uma

relação positiva, mudança de atitudes e

expectativas, compreensão e clarificação dos

problemas apresentados pelo cliente;

- Função terapêutica (dotar o cliente de estratégias

de intervenção psicológica).

03 – Quais são os tipos de entrevistas?

Existem diferentes tipos de entrevista atendendo a

diferentes critérios de classificação: 1. Grau de

estruturação da mesma; 2. Finalidade da mesma; 3.

Enquadramento teórico de referência.

04 – O que é grau de estruturação em entrevista

psicológica?

De acordo com Schmith e Kessler (1976) podemos

falar de cinco elementos da entrevista susceptíveis

de maior ou menor estruturação: as perguntas, as

respostas, sequência de aplicação da entrevista,

registo e elaboração da informação e interpretação

da informação).

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05 - Em função do grau de estruturação da

entrevista podemos falar pelo menos de três

níveis ou graus de estruturação, quais?

Entrevista estruturada; entrevista semiestruturada e

entrevista não estruturada.

06 – O que é entrevista estruturada?

Na entrevista estrutura da as perguntas, as respostas

(geralmente fechadas) e a sequência de aplicação da

entrevista são predeterminadas. Utilizam-se

especialmente na investigação de contextos

laborais, escolares e clínicos.

07 – O que é entrevista semiestruturada?

Neste tipo de entrevista o entrevistador trabalha

com uma serie de perguntas abertas pré-

estabelecidas ou com um esquema definido. No

decorrer da entrevista pode incluir outros aspectos

que considere relevantes.

08 – O que é uma entrevista não estruturada?

Nestas entrevistas o entrevistador atua sem um

guião predefinido e tem a total liberdade para

explorar as áreas que considere mais importantes.

Neste tipo de entrevista o maior peso incide no

entrevistador. A grande vantagem deste tipo de

entrevista é que pode

-se ir adaptando às necessidades específicas de cada

cliente. No entanto, como desvantagem cabe

assinalar por um lado o risco de o entrevistador

deixar por explora áreas importantes para centrar-se

noutras menos relevantes.

09 – Quais pode ser a finalidade de uma

entrevista?

Entrevista de investigação, diagnóstica e

terapêutica.

10 – O que é uma entrevista de investigação?

Destina-se ao conhecimento objetivo de

determinados parâmetros. O contato entre o

entrevistado e o entrevistador costuma ser fugaz e

impessoal.

11 - O que é uma entrevista de diagnóstico?

O objetivo deste tipo de entrevistas é o de recolher

informação biográfica do sujeito, assim como dos

conhecimentos do entrevistado, das suas

competências, opiniões, atitudes, etc. Neste tipo de

entrevistas não se pretende produzir mudanças no

comportamento do entrevistado. Trata-se apenas de

obter informação útil para desenhar e por em

prática programas de intervenção.

12 – O que é uma entrevista terapêutica?

Este tipo de entrevista pretende avaliar, produzir

mudanças no sujeito e resolver os problemas que

apresenta.

13 – O que é uma entrevista psicanalítica?

Nesta entrevista colocam-se em primeiro lugar os

conteúdos relativos ao mundo interno do paciente e

a relação terapêutica como reflexo simbólico dos

mesmos. Neste contexto o terapeuta evita

expressões e julgamentos valorativos. Realiza um

trabalho interpretativo colocando hipóteses acerca

dos conflitos e funcionamento psíquico do sujeito.

14 – O que é uma entrevista fenomenológica?

Baseia-se no trabalho de Carl Rogers. Este tipo de

entrevista está concebida como uma relação

interpessoal real entre terapeuta e paciente,

centrando-sesese no aqui e agora da experiênc

se no aqui e agora da experiência relacional.

Pretende definir uma relação terapêutica baseada

em três atitudes: empatia; aceitação incondicional e

autencidade. Esta entrevista está orientada à tomada

de consciência por parte do entrevistado acerca de

si mesmo, facilitando a expressão de emoções e

valores através do comportamento não diretivo do

terapeuta.

15 – O que é uma entrevista cognitivo-

comportamental?

Focaliza a atenção na identificação de problemas

concretos esforçando-se por operacionaliza-los,

averiguando as características topográficas dos

mesmos, assim como as relações funcionais com os

estímulos do ambiente ou internos.

16 – Como deve ser a preparação da entrevista?

A principal tarefa na preparação da entrevista é

fugir da improvisação e ter claro o que se quer

avaliar. Para saber que perguntar é necessário

possuir bons conhecimentos acerca do/s problemas

que apresenta o cliente.

17 – Como deve ser a fase inicial de uma

entrevista?

O objetivo desta fase é estabelecer um rapport

adequado. Devemos começar por realizar uma

breve apresentação com o intuito de eliminar as

falsas expectativas do cliente, explicando o

processo de avaliação e os objetivos que

pretendemos atingir.

18 – Como deve ser o corpo da entrevista?

Fase inicial: Trata-se de uma fase aberta e

facilitadora, onde o entrevistador realiza perguntas

abertas e o entrevistado responde às perguntas sem

ser interrompido. Fase de especificação e

clarificação: Nesta fase realizam-se perguntas mais

fechadas e diretivas. Fase de confrontação e

sínteses.

19 – Como deve ser a finalização da entrevista?

Tenha finalizado o tempo que tínhamos previsto; Se

observem sinais de cansaço no cliente ou no

psicólogo que possam dificultar a tarefa; Existam

dificuldades de qualquer tipo que impeçam a

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obtenção de informação. Nesta fase há algumas

tarefas específicas que devem ser realizadas: Fazer

com o entrevistado um resumo da entrevista para

garantir que a informação foi bem compreendida

por ambos; Orientar a conversa para o futuro:

expectativas de êxito, realização de tarefas para

a próxima entrevista, etc; Finalizar a entrevista de

forma positiva (não terminar a entrevista de forma

abrupta deixando problemas por tratar ou quando o

entrevistado manifesta (de forma verbal ou não

verbal) estados de humor negativos.

20 – Quais são os principais erros em entrevista

psicológica?

Efeito de primazia: a primeira impressão recebida

do cliente serve para interpretar os dados que nos

oferece posteriormente (por ex. forma de vestir).

Efeito de "halo": Trata-se de um erro frequente

quando o entrevistador se centra numa

característica ou particularidade (positiva ou

negativa) do entrevistado, esquecendo outras

características importantes. (por ex. simpatia).

Erro lógico: Comportamentos que, de acordo com o

entrevistador, se encontram relacionados de forma

lógica, são classificados de forma similar. (ex. este

entrevistado pertence à religião muçulmana, por

isso não deve beber álcool).

Erro de consenso: Aceitar como próprias opiniões

de outras pessoas sem as verificar (ex. numa escola

os professores informa-nos de que a criança que

estamos a avaliar é agressiva).

Erro de generosidade: Avaliar um comportamento

de forma mais positiva do que na realidade merece.

(ex. maximizar um comportamento adequado de

um jovem e minimizar o inadequado).

Categorizar por estereótipos: classificar o

entrevistado de acordo com um conjunto de crenças

populares acerca das características atribuídas a

uma categoria de pessoas. (ex. no trabalho numa

empresa não tentar avaliar o comportamento de

uma pessoa de cor que falta ao trabalho

sistematicamente às segundas feiras).

Atribuição de causa: inferir subjetivamente os

motivos de um comportamento, baseando-nos

apenas em impressões pessoais. (ex. A criança

bateu no irmão porque tinha ciúmes).

Não conseguir dirigir a entrevista, permitindo que

seja o entrevistado a fazê-lo.

Excessiva diretividade da entrevista: incorreta

proporção entre perguntas abertas e fechadas.

Realizar ao entrevistado várias perguntas seguidas.

Utilizar expressões que impliquem julgamentos de

valor (acusações, advertências...).

Mostrar uma proximidade excessiva com o

entrevistado.

21 – O que é uma entrevista clínica?

A entrevista clínica é um conjunto de técnicas de

investigação, de tempo delimitado, dirigido por um

entrevistador treinado, que utiliza conhecimentos

psicológicos, em uma relação profissional, com o

objetivo de descrever e avaliar aspectos pessoais,

relacionais ou sistêmicos (indivíduo, casal, família,

rede social), em um processo que visa a fazer

recomendações, encaminhamentos ou propor algum

tipo de intervenção em benefício das pessoas

entrevistadas. A entrevista é a única técnica capaz

de testar os limites de aparentes contradições e de

tornar explícitas características indicadas pelos

instrumentos padronizados, dando a eles validade

clínica (Tavares, 1998), por isso, a necessidade de

dar destaque à entrevista clínica no âmbito da

avaliação psicológica. Definimos ainda a entrevista

clínica como tendo a característica de ser dirigida.

Afirmar que a entrevista é um procedimento

dirigido pode suscitar alguns questionamentos.

22 – O que é uma Entrevista Clínica

Estruturada para o DSM-IV, ou SCID?

Uma técnica de entrevista semiestruturada,

utilizada para a avaliação sistemática dos principais

transtornos mentais, segundo os critérios da quarta

e última edição do Manual Diagnóstico e

Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-IV.

23 – O que é uma entrevista motivacional?

A Entrevista Motivacional (EM) é uma técnica

descrita originalmente pelo psicólogo americano

William Miller (1983), na Universidade do Novo

México (EUA), amplamente difundida na Europa,

na Austrália e, mais recentemente, no Brasil. O

objetivo principal é auxiliar nos processos de

mudanças comportamentais, trabalhando a

resolução da ambivalência. Basicamente, foi

delineada para ajudar aos clientes na decisão de

mudança nos comportamentos considerados

aditivos, tais como transtornos alimentares,

tabagismo, abuso de álcool e drogas, jogo

patológico e outros comportamentos compulsivos.

A técnica é breve, podendo ser realizada numa

única entrevista, ou, como um processo terapêutico,

é comumente desenvolvida em quatro a cinco

entrevistas. É uma tentativa de compreender o que

nos move ou porque fazemos o que fazemos. Uma

definição prática foi proposta por Miller, em 1995,

como a probabilidade de que uma pessoa inicie, dê

continuidade e permaneça num processo de

mudança específico

24 – O que são comportamentos aditivos?

Qualquer atividade, substância, objeto ou

comportamento que se tornou o foco principal da

vida de uma pessoa e que a exclui de outras

atividades ou que a prejudica física, mental ou

socialmente é considerado um comportamento

aditivo.

25 – Fale sobre a ambivalência:

No contexto da EM, é o primeiro princípio

norteador do processo de mudança. Trabalhar a

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ambivalência nos comportamentos aditivos é

trabalhar a essência do problema. Implícito no

modelo de tomada de decisão, encontra-se o fato de

que, se os prós superam os contras, é mais provável

que o indivíduo tome uma decisão em prol da

mudança.

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