Psicodiagnóstico e Avaliação Neuropsicológica: métodos de avaliação diagnóstica

download Psicodiagnóstico e Avaliação Neuropsicológica: métodos de avaliação diagnóstica

of 55

description

Psicodiagnóstico e Avaliação Neuropsicológica: métodos de avaliação diagnóstica

Transcript of Psicodiagnóstico e Avaliação Neuropsicológica: métodos de avaliação diagnóstica

  • Psicodiagnstico e Avaliao Neuropsicolgica: mtodos de avaliao diagnstica

    Kelly Cristina de CarvalhoColaboradora em Neuropsicologia do Ambulatrio de Neuroepilepsia do Hospital So PauloNeuropsicloga do NANI (Ncleo de Atendimento Neurosicolgico Infantil) / CPN

  • Tpicos da aula

    Psicodiagnstico

    Origem e HistricoDefinioObjetivosOperacionalizaoCaso Clnico

  • Psicodiagnstico

  • Psicodiagnstico

    Origem e Histrico

    Trs autores deram os primeiros passos nos estudos sobre o Psicodiagnstico:

    - Galton: introduziu os estudos de diferenas individuais;- Catell: desenvolveu as primeiras provas chamadas de testes mentais;- Binet: props a utilizao dos exames psicolgicos por meio de medidas intelectuais.

  • Psicodiagnstico

    Definio

    Psicodiagnstico uma avaliao psicolgica, feita com propsitos clnicos que visa identificar foras e fraquezas no funcionamento psicolgico, como foco na existncia ou no de psicopatologia. (Cunha, 2003)

  • Psicodiagnstico

    Definio

    (...) um processo cientfico, limitado no tempo, que utiliza tcnicas e testes psicolgicos. (Cunha, 2003)

  • Psicodiagnstico

    Definio

    (...) um processo cientfico, limitado no tempo, que utiliza tcnicas e testes psicolgicos. (Cunha, 2003)

  • Psicodiagnstico

    Definio

    (...) um processo cientfico, limitado no tempo, que utiliza tcnicas e testes psicolgicos. (Cunha, 2003)

  • Psicodiagnstico

    ObjetivosO Psicodiagnstico pode ter um ou vrios objetivos:

    Classificao Simples; Descrio; Classificao Nosolgica; Diagnstico Diferencial; Avaliao Compreensiva; Entendimento Dinmico; Preveno; Prognstico; Percia Forense.

  • Psicodiagnstico

    Objetivos

    Classificao Simples: o exame compara a amostra do comportamento do paciente com os resultados da populao geral ou de grupos especficos: Exemplo: Avaliao do Nvel Intelectual.

    Descrio: o exame visa identificar as foras e fraquezas do paciente. Exemplo: identificar foras e fraquezas no funcionamento intelectual.

  • Psicodiagnstico

    Objetivos

    Avaliao Compreensiva: deve-se determinar o nvel de funcionamento da personalidade, examinando as funes do ego, como por exemplo as condies dos sistemas de defesa, facilitando a indicao de recursos teraputicos e prevendo possveis respostas ao mesmo.

    Entendimento Dinmico: forma de avaliao compreensiva, j que enfoca a personalidade de maneira global, mas pressupe um nvel mais elevado de inferncia clnica.

  • Psicodiagnstico

    Objetivos

    Preveno: visa identificar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de foras e fraquezas do ego, bem como capacidade para enfrentar situaes novas, difceis, conflitivas ou ansiognicas.

    Prognstico: neste exame tenta-se determinar o curso provvel do caso clnico, dependendo fundamentalmente da classificao nosolgica.

  • Psicodiagnstico

    Objetivos

    Preveno: visa identificar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de foras e fraquezas do ego, bem como capacidade para enfrentar situaes novas, difceis, conflitivas ou ansiognicas.

    Prognstico: neste exame tenta-se determinar o curso provvel do caso clnico, dependendo fundamentalmente da classificao nosolgica.

  • Psicodiagnstico

    Objetivos

    Percia Forense: o exame procura resolver questes relacionadas com insanidade, competncia para o exerccio das funes de cidado, avaliao de incapacidade ou de comprometimentos psicopatolgicos que etiologicamente possam se associar com infraes de lei etc.

  • Psicodiagnstico

    Operacionalizao

    Deve-se considerar os comportamentos especficos do psiclogo e os passos para a realizao do diagnstico com um modelo psicolgico de natureza clnica.

  • Psicodiagnstico

    OperacionalizaoComportamentos Especficos

    Determinar os motivos do encaminhamento, queixas e outros problemas iniciais;Levantar dados de natureza psicolgica, social, mdica, escolar, solicitando eventualmente informaes complementares;

  • Psicodiagnstico

    OperacionalizaoComportamentos Especficos

    Colher dados sobre a histria clnica e pessoal;Levantar hipteses iniciais e definir os objetivos do psicodiagnstico;Estabelecer um plano de avaliao;Estabelecer um contrato de trabalho com o responsvel;

  • Psicodiagnstico

    OperacionalizaoComportamentos Especficos

    Administrar testes e outros instrumentos psicolgicos;Levantar dados quantitativos e qualitativos;Analisar todos os resultados obtidos;Comunicar os resultados;Encerrar o processo.

  • Avaliao Neuropsicolgica

  • Tpicos da aula

    Avaliao Neuropsicolgica

    Histrico da NeuropsicologiaFunes CognitivasAvaliao Neuropsicolgica na InfnciaBateria de TestesCaso ClnicoWISC-III (Teoria e Prtica)

  • O que Neuropsicologia?

    a rea da neurocincia que visa o estudo da relao entre comportamento e funcionamento cerebral em condies normais e patolgicas.

  • Hipcrates (460-355 a.C.) e Crton (sculo V a.C.) afirmavam que o crebro, alm de ser a sede da inteligncia, regulava determinadas funes (Bear, Connors e Paradiso, 2002).

    o crebro o rgo mais poderoso do corpo humano, sendo, alm do mais, o intrprete da conscincia. (Hipcrates)Histrico

  • HistricoPaul Pierre Broca (1824-1880)A contribuio de Broca

    Definiu a Afasia de Broca ou Afasia Motora;

    Em 1861 descreveu o caso de seu paciente Tan que era capaz de compreender a linguagem mas no de falar;

    Em 1865 Broca associou o hemisfrio esquerdo com a produo da fala e com a idia de dominncia manual (Kandel, 2003).

  • HistricoPaul Pierre Broca (1824-1880)A contribuio de Broca

    Definiu a Afasia de Broca ou Afasia Motora;

    Em 1861 descreveu o caso de seu paciente Tan que era capaz de compreender a linguagem mas no de falar.

    Em 1865 Broca associou o hemisfrio esquerdo com a produo da fala e com a idia de dominncia manual (Kandel, 2003).

    Regio Frontal Inferior Posterior Esquerda

  • HistricoKarl Wernicke (1840-1905)A descoberta de Wernicke

    Definiu a Afasia de Wernicke ou Afasia Sensorial;

    Wernicke descobriu que leses na regio posterior esquerda do giro temporal superior resultavam em dficits na compreenso da linguagem.

  • HistricoKarl Wernicke (1840-1905)A descoberta de Wernicke

    Definiu a Afasia de Wernicke ou Afasia Sensorial;

    Wernicke descobriu que leses na regio posterior esquerda do giro temporal superior resultavam em dficits na compreenso da linguagem.

    Regio Posterior Esquerda do Giro Temporal Superior

  • HistricoO caso Phineas Gage

    Caso descrito por John M. Harlow;

    Phineas sofreu um acidente de trabalho em 1848, quando uma barra de ferro de mais de 1m de comprimento atravessou frontalmente seu crnio (regio rbito-frontal).

    A perda de parte dos lobos frontais passou a ser associada s funes mentais e emocionais que ficaram alteradas.

    Phineas Gage(1823-1860)

  • HistricoO caso Phineas Gage

  • HistricoO paciente H.M.

    Caso descrito por Scoville e Milner (1957);

    Paciente tinha Epilepsia grave (refratria ), apresentava 10 crises por dia e foi submetido cirurgia no lobo temporal mesial. Foi realizada uma ablao bilateral no lobo temporal mesial, sendo removidos hipocampo, amgdala, ncus, giro parahipocamal e crtex entorrinal.

    Resultados neuropsicolgicos aps a cirurgia: QI, percepo e pensamento abstrato aparentemente normais; MCP e memria implcita preservadas; prejuzo em memria episdica.

    Amnsia retrgrada parcial (trs anos antes da operao) e amnsia antergrada.

    Henry Molaison(1926-2008)

  • HistricoO Crebro do H.M. aps a cirurgia

  • HistricoAlexander Romanovich Luria(1902-1977)

    Luria difundiu a idia de sistema funcional:a importncia de determinadas localizaes cerebrais para o funcionamento cognitivo e comportamental;

    estudos realizados por meio de observaes da correlao entre leses em diferentes regies cerebrais e disfunes cognitivas.

  • Funes CognitivasPercepo estudo das sensaes. Para Luria, a percepo um processo ativo de busca da correspondente informao, distino das caractersticas essenciais de um objeto, comparao de caractersticas, criao de hipteses apropriadas e posterior comparao dessa hiptese com os dados originais.

  • Funes CognitivasAteno processo multifacetado, que requer uma percepo direcionada e seletiva fonte de informao, possuindo durao determinada.

  • Funes Cognitivas - Ateno

    A ateno possui trs nveis de funcionamento:

    1. Ateno seletiva: capacidade de focar e selecionar um determinado estmulo e ignorar vrios outros que estejam viveis no momento.2. Ateno dividida: todos os estmulos so relevantes, porm, o organismo deve responder concomitantemente aos diferentes estmulos que so apresentados, que podem variar tanto em caractersticas espaciais quanto temporais. 3. Ateno sustentada: capacidade de estar em prontido, por um perodo prolongado de tempo, para responder a determinadas alteraes na situao de estmulos, ou ao aparecimento de um estimulo alvo especfico.

  • Funes CognitivasLinguagem refere-se a toda e qualquer informao atravs da qual o ser humano se comunica pelo uso de sistemas de linguagem que se apresentam de diversas formas (linguagem verbal, visual, gestual, escrita etc).

  • Funes CognitivasMemria Habilidade de adquirir, reter e usar informaes e conhecimentos. (Baddeley, 1997) Tipos de memria:

    Memria de Curto e Longo Prazo Memria Operacional - Memria Episdica - Memria Semntica

  • Funes Cognitivas - MemriaMEMRIA OPERACIONAL

  • Funes CognitivasFunes Executivas referem-se habilidade de responder de modo adaptativo a situaes novas sob controleconsciente. Segundo Lezak (2004), envolve:Volio (vontade); Planejamento; Ao Intencionada;- Desempenho Efetivo.

  • Funes Cognitivas Funes ExecutivasAs funes executivas envolvem:Raciocnio Abstrato; Conceitualizao; Flexibilidade Mental; Resistncia Distrao; Auto-Regulao; Controle Inibitrio; Organizao; Estratgia.

  • Da Avaliao Psicolgica Avaliao NeuropsicolgicaA influncia da Psicometria

    A psicometria consiste na medio das funes psquicas atravs de testes normatizados destinados a estabelecer uma base quantificvel das diferenas entre os indivduos. Introduzindo a Neurocincias

    Segundo Lezak (2004), a avaliao neuropsicolgica no um processo distinto do psicodiagnstico, mas sim um psicodiagnstico que tem como foco a relao crebro-comportamento.Anlise Quantitativa X Anlise Qualitativa

  • Da Avaliao Psicolgica Avaliao Neuropsicolgica

    Incio nos anos 90;

    Evoluo das tcnicas: Tomografia Computadorizada, Ressonncia Magntica, Ressonncia Magntica Funcional e SPECT.Os mtodos de neuroimagem e sua importncia

  • Avaliao Neuropsicolgica na InfnciaAs disfunes ou distrbios neuropsicolgicos na infncia tm caractersticas muito mais heterogneas, pois so resultantes de variaes devidas a:

    Maturao cerebral; Fatores ambientais e sociais.

  • Avaliao Neuropsicolgica na Infncia

    Objetivos Entender a natureza do dficit; Prognstico Estabelecer um plano de Reabilitao / Habilitao (Interveno)

    O uso da Avaliao Neuropsicolgica na Infncia mais freqente em: TDAH; Distrbios de Aprendizagem; Transtorno Global do Desenvolvimento (Autismo); Transtorno de Aprendizagem No-Verbal; Deficincia Intelectual; Sndromes Genticas.

  • Avaliao Neuropsicolgica X InterdisciplinaridadeO neuropsiclogo nunca deve estar sozinho. A equipe deve ser sempre interdisciplinar.Neurologista;Psiquiatra;Psiclogo;Fonoaudilogo;Psicopedagogo;Escola.

  • Etapas da Avaliao NeuropsicolgicaQuando os pais chegam ao consultrio deve-se:

    Fazer a Anamnese;Bateria de Testes;Avaliao da criana;Uso de avaliaes complementares;Viso de outros profissionais envolvidos*;Relatrio;Devolutiva (para pais e criana).

  • Os testes e as funes cognitivasAtenoCompletar Figuras (WISC-III) CPT (Continuos Performance Test) Cdigos (WISC-III) Cancelamento (Ex: D2)

  • Os testes e as funes cognitivas FunesExecutivasWisconsin FAS Arranjo de Figuras (WISC-III) Figura de Rey

  • Os testes e as funes cognitivas Memria Memria e Aprendizagem: Teste de Recordao Livre de Palavras (RAVLT) Memria Episdica: Recordao de Histrias Memria Operacional: Repetio de Palavras, Pseudopalavras, Dgitos OI, Blocos de Corsi OI; Memria Semntica: Informao e Vocabulrio (WISC-III); Memria Visual: Figura de Rey

  • Os testes e as funes cognitivas

  • Os testes e as funes cognitivas Visuoconstruo Figura de Rey Cubos (WISC-III) Cpia de Figuras Simples (Ex: Bender)

  • Baterias com fundamentos neuropsicolgicosNeupsilin-Infantil (UFRGS e UNIFESP) Teste de restreio Rpida aplicao Baixo custo

    Nepsy II (UFBA e UNIFESP) Bateria ampla Avaliao completa X avaliao seletiva Subtestes para fins diagnsticos(OBS: Ambas esto em processo de padronizao e normatizao)

  • NEPSY-IIFunes Avaliadas:

    Ateno e Funo Executiva; Aprendizagem e Memria; Linguagem; Processamento Visuo-Espacial; Sensrio-Motor; Percepo Social.

  • NEPSY-IIFunes Avaliadas:

    Ateno e Funo Executiva; Aprendizagem e Memria; Linguagem; Processamento Visuo-Espacial; Sensrio-Motor; Percepo Social.

  • [email protected]

    **