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Revista de Imprensa28-12-2016

1. (PT) - Diário do Minho, 28/12/2016, Paredes de Coura abre Unidade de Cuidados Continuados 1

2. (PT) - Jornal de Notícias, 28/12/2016, Mais 22 camas para cuidados continuados 3

3. (PT) - Verdade (A), 22/12/2016, Câmara do Marco congratulou-se com as novas Unidades de SaúdeFamiliar

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4. (PT) - Diário do Minho, 28/12/2016, Vizela vai ter nova unidade para rastreio do cancro da mama 5

5. (PT) - Diário do Minho, 28/12/2016, Voluntários da saúde criam associação de apoio a idosos e doentes aodomicílio

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6. (PT) - Jornal de Notícias, 28/12/2016, Hospital nega negligência em morte de jovem 7

7. (PT) - Jornal de Notícias, 28/12/2016, Liga de Amigos do Hospital quer urgência básica 9

8. (PT) - Jornal de Notícias, 28/12/2016, Governo diz que registo garantirá privacidade 10

9. (PT) - i, 28/12/2016, Liga Contra o Cancro diz ter centenas de queixas de descriminação 11

10. (PT) - Diário do Minho, 28/12/2016, Duas infrações de ambulância no transporte de equipa televisiva 14

11. (PT) - Diário de Notícias, 28/12/2016, "Centros de saúde têm de ter meios de diagnóstico como ECG eraio x" - Entrevista a Rosa Matos

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12. (PT) - Negócios, 28/12/2016, PCP pede ao Governo que evite ruturas nas urgências 18

13. (PT) - Público, 28/12/2016, Ministério quer menos mortes antes dos 70 anos 19

14. (PT) - Região de Rio Maior, 16/12/2016, Vitamina D - primeiro estudo em Portugal 20

15. (PT) - Jornal de Notícias, 28/12/2016, Colesterol Premiado estudo com idosos 21

16. (PT) - Público, 28/12/2016, Bial criticada por ignorar dados em ensaio clínico 22

17. (PT) - Público, 28/12/2016, A viagem pela genética que nos trouxe até à sétima pandemia de cólera 23

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Coura concretiza "sonho" de abrir Unidade de Cuidados Continuadosobra O velhinho hospital da Santa Casa da Misericórdia de Paredes de Coura foi transformado numa nova Unidade de Cuidados Continuados. Em janeiro começa a receber doentes.

A Unidade de Cuida-dos Continuados (UCC) de Paredes de Coura é fruto de

um investimento global a rondar os 2 milhões de eu-ros, uma verba suportada pela Santa Casa da Mise-ricórdia, que precisou de recorrer à banca e, ainda, aguarda luz verde a uma candidatura a fundos co-munitários, e pela admi-nistração central. 

«Este era um velho hos-pital da Misericórdia e an-tes do 25 de Abril traba-lhavam aqui as irmãs de caridade. Depois do 25 de Abril, as irmãs foram embora e vieram enfer-meiros e médicos. Cuida-ram do atendimento aos doentes, mas não cuida-ram das instalações que se foram deteriorando, tendo depois o prédio sido entregue degrada-do à Santa Casa», contou Pereira Júnior, provedor da Misericórdia de Pare-des de Coura. O antigo hospital ainda funcionou como asilo para pessoas portadoras de deficiência que estavam num hospi-tal psiquiátrico de Pare-des de Coura. No Gover-no de José Sócrates foi

Instalações inovadoras contemplarão recurso às tecnologias mais eficientes e limpas

RegiãoUCC de Coura, gerido pela Misericórdia, tem 22 camas.

Equipamento representou investimentode cerca de 2 milhões de euros.

O novo serviçocomeçará a funcionara 2 de janeiro.

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assinado um protocolo para a criação da UCC e desde então a Santa Casa tem vindo a trabalhar pa-ra conseguir «concretizar o sonho» antigo. De acor-do com a indicação rece-bida pela Santa Casa, no dia 2 de janeiro a UCC já deverá começar a rece-ber doentes.

«Os hospitais e as ur-gências como toda a gen-te sabe estão lotados e há pessoas que permanecem em corredores vários dias, daí a necessidade da exis-tência de unidades como esta que além de servir Pa-redes de Coura, vai tam-bém servir a região», sa-lientou o provedor.

De acordo com o se-

cretário de Estado, Fer-nando Araújo, a abertu-ra da UCC contribui para aumentar a taxa de co-bertura da rede de cuida-dos continuados de lon-ga duração e manutenção no Alto Minho para 96%, com 218 camas disponí-veis, sendo que para esta região foi calculada a ne-cessidade de 227 camas nesta tipologia.

Com a entrada em fun-cionamento desta nova unidade, o Norte do país passa a ter 2469 camas nas diferentes tipologias e 3829 lugares de acom-panhamento domiciliário, no âmbito da Rede Nacio-nal de Cuidados Conti-nuados Integrados. 

Num tom informal, o presidente da Câmara de Paredes de Coura aprovei-tou a ocasião para salien-tar «os tempos de mudan-ça» trazidos pelo Governo socialista. «Quando che-guei à Câmara, cheio de esperança e da bondade do centralismo de Lis-boa, senti que não há coisa mais triste do que a tris-teza. Mesmo estando nós a criar emprego e riqueza e a aumentar a autoesti-ma e orgulho em ser cou-rense, fecharam o tribu-nal», recordou o autarca. «Hoje o que se nota é que não temos mais dinheiro, mas há outra forma de ver as coisas. Ser de esquerda não é ter o monopólio das

coisas, é compreender os outros e estar mais aberto à mudança e depois saber gerir os recursos», acres-centou Vítor Paulo Pereira, deixando uma palavra de elogio ao atual Governo.

O edil Vítor Paulo Pe-reira deixou também uma mensagem de agradeci-mento ao «presidente emérito» Pereira Júnior. Aproveitando o facto de Francisco Araújo, ex-pre-sidente da Câmara Muni-cipal de Arcos de Valdevez, estar sentado na primei-ra fila, o autarca afirmou ser «da mais inteira justi-ça louvar o trabalho que Pereira Junior fez, que foi extraordinário».

Idalina Casal/Redação

Pormenores

Governo dotou a Rede de Cuidados Continuados com mais 600 camas a nível nacional, ao longo deste ano.

O Norte é das regiões mais avançadas na área destes cuidados, com 2469 camas e 3829 lugares de serviço domiciliário.

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Paredes de Coura abre Unidadede Cuidados ContinuadosREGIÃO O hospital da Santa Casa da Misericórdia de Paredes de Coura foi transformado numa nova Unidade de Cuidados Continuados. Em janeiro começa a receber doentes. P.09

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Antigo hospital devoluto está de cara lavada e pronto a receber doentes

país :

novas camas entraram este ano na Rede Nado-nal de Cuidados Conti-nuados, "a maior dotação dos últimos anos", se-gundo o Governo.

Paredes de Coura Unidade abre portas a 2 de janeiro

Mais 22 camas para cuidados continuados Idallna Casal [email protected]

► Um sonho de mais de uma dé-cada transformou-se em realida-de e veio embrulhado num pre-sente de Natal atrasado para .a Santa Casa da Misericórdia de Pa-redes de Coura que, ontem, oficia-lizou a abertura da Unidade de Cuidados Continuados (UCC).

No próximo dia 2 de janeiro, está prevista a admissão dos pri-meiros doentes na unidade, on-tem inaugurada pelo secretário de Estado Adjunto da Saúde e pelo ministro da Educação. Num inves-timento a rondar os dois milhões de euros, a UCC está integrada na tipologia de longa duração e ma-nutenção, tem uma capacidade

para 22 camas e prevê criar 20 postos de trabalho.

De acordo com o secretário de Estado, Fernando Araújo, para a região foi calculada a necessidade de 227 camas para cuidados con-tinuados em longa duração e ma-nutenção, e com a UCC de Pare-des de Coura atinge-se as 218 ca-mas, o que corresponde a uma taxa de cobertura de 96%, "uma das melhores a nível nacional".

Com a entrada em funciona-mento da nova unidade, o Norte do pais passa a ter 2469 camas nas di-ferentes tipologias e 3829 lugares de acompanhamento domiciliário, no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados.

"Os hospitais e as urgências, como toda a gente sabe, estão lota-

dos e há pessoas que permanecem em corredores vários dias, daí a ne-cessidade da existência de unida-des como esta, que além de servir Paredes de Coura vai, também, servir a região", salientou Pereira Júnior, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Paredes de Coura.

As verbas para suportar as obras de reconversão do antigo hospital devoluto foram reparti-das pela pela Administração Cen-tral e a Santa Casa, que precisou de recorrer à banca e ainda aguar-da luz verde a uma candidatura a fundos comunitários. •

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A Câmara Municipal de Marco de Canaveses con-gratulou-se com as três

novas Unidades de Saúde Familiar (USF) que vão passar a funcionar em Marco de Canaveses este mês de de-zembro.

Uma das novas unidades vai fun-cionar na Extensão de Saúde da Fei-ra Nova, com a denominação de USF de Bem Viver. Outra vai funcionar na Extensão de Saúde da Livração sob o nome de USF Terras do Româ-nico. No Centro de Saúde do Marco de Canaveses vai funcionar a USF do Tâmega.

Em nota informativa, o municí-pio refere que abertura das USF’s vem “de alguma forma vem satisfazer uma velha aspiração da Câmara Mu-nicipal, que ao longo dos últimos anos, tem vindo a reivindicar junto da tutela a criação de mais USF’s no concelho”.

Segundo a mesma fonte, o muni-cípio “sempre se mostrou conscien-te que, apesar dos constrangimentos

existentes ao nível de recursos hu-manos e financeiros, há um grande e contínuo esforço para, e através do Conselho Clínico e de Saúde do Agru-pamento de Centros de Saúde do Tâ-mega - I Baixo Tâmega, proporcionar aos cidadãos marcoenses a melhor oferta possível no que concerne aos cuidados de saúde”.

Assim, “a Câmara Municipal do Marco de Canaveses sempre manifes-tou uma resistente vontade de sensi-bilizar a Administração Regional de Saúde do Norte e o Agrupamento de Centros de Saúde do Tâmega - I Baixo Tâmega para a importância de uma cobertura plena dos utentes que ainda estão sem médico de família no concelho, assim como sempre exigiu a requalificação do edifício da Extensão de Saúde da Feira Nova (Ariz) – Bem Viver, para que aí pudesse ser instala-da e funcionar uma nova Unidade de Saúde Familiar servindo melhor os utentes de várias freguesias daquela área do concelho. O mesmo aconteceu

relativamente à Extensão de Saúde da Livração e a importância de uma nova Unidade de Saúde Familiar no Centro de Saúde do Marco de Cana-veses, pela sua centralidade e pelo nú-mero de utentes que abarca”, recor-da.

Para a Câmara Municipal fica a faltar “que se concretize igualmen-te o Polo da Unidade de Saúde Fa-miliar na Extensão de Saúde Tabua-do, para servir esta Freguesia e a de Várzea, Aliviada e Folhada”. Nes-se sentido “continuará a lutar pelos interesses do concelho e de todos os munícipes com o objetivo de propiciar aos cidadãos marcoenses a melhor oferta possível no que respeita à as-sistência e cuidados primários de saú-de”, salienta.

As Unidades de Saúde Familiar são constituídas por uma equipa mul-tiprofissional de médicos especialistas em Medicina Geral Familiar, enfer-meiros, administrativos e outros pro-fissionais de saúde.

Câmara do Marco congratulou-se comas novas Unidades de Saúde Familiar

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rastreio chega a mais mulheres

Vizela vai ter nova unidade para rastreio do cancro da mama

O Núcleo Regional do Norte da Liga Por-tuguesa Contra o Cancro anunciou,

ontem, ter adquirido três unidades de rastreio do cancro da mama que fun-cionarão em Vizela, Pena-fiel e Vila do Conde. Se-gundo um comunicado daquele núcleo, os novos equipamentos estão do-tados de «modernos ma-mógrafos digitais diretos» e vão permitir «a total co-bertura da área de influên-cia da Administração Re-gional de Saúde do Norte». A aquisição das novas unidades de rastreio do cancro da mama repre-sentou um investimento de um milhão de euros.

O Programa de Rastreio do Cancro da Mama da LPCC – Núcleo Regio-nal do Norte foi inicia-do em 1999 e fica agora a contar com 19 unidades de rastreio.

As unidades vão permi-tir, em ciclos de dois anos, o rastreio a 655 mil mu-lheres, dos 45 ao 69 anos,

inscritas nos centros de saúde da área de influên-cia da ARS do Norte, o que «justifica o esforço finan-ceiro do Núcleo Regional do Norte da Liga Portu-guesa Contra o Cancro na aquisição destes moder-nos equipamentos».

O cancro da mama é a neoplasia mais frequente no sexo feminino. «Apesar da taxa de incidência es-tar a aumentar, verifica-se atualmente uma redução da sua mortalidade e es-se declínio deve-se a vá-rios fatores e como causas primárias estão os pro-gramas de rastreio ma-mográficos organizados e os atuais tratamentos»

Estima-se que o cancro

da mama afete uma em

cada nove mulheres.

Novos equipamentos de rastreio passam a funcionar em Vizela, Penafiel e Vila do Conde

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carla Esteves

Um grupo de voluntá-rios na área da saúde decidiu juntar esfor-ços para criar a "Mo-

mentos Catitas", uma asso-ciação sem fins lucrativos que pretende dar resposta social a uma série de la-cunas que, durante a sua vida profissional, estes voluntários foram cons-tatando quando transpor-tavam os doentes a casa após terem alta hospitalar.

Desde elementos dos Bombeiros Voluntários de Braga a enfermeiros e fisioterapeutas, o grupo vai trabalhar em regime de voluntariado, realizan-do serviços como cuida-

cam frequentemente so-zinhos, sem ninguém que lhes garanta os mínimos cuidados de saúde e de alimentação.

«Chegámos a transpor-tar pessoas com a anca partida, que ficam em ca-sa sem ninguém que lhes prepare uma refeição ou lhes dê a medicação, em-bora haja casos em que o hospital ativa o apoio so-cial. Temos outros casos, em que pura e simples-mente nem nos abrem a porta quando levamos os idosos a casa. São si-tuações muito tristes, de veradeira miséria social!», contou o voluntário.

Os membros do gru-po lembram que nesta

época natalícia o núme-ro de casos de abandono continuou a crescer nos hospitais da região, regis-tando-se inclusivamen-te alguns transportes ao hospital «completamen-te desnecessários, em que o transporte só é solicita-do porque os familiares, querendo sair em passeio, inventam doenças súbitas para deixarem os idosos no hospital».

«Decidimos agir de ma-neira completamente vo-luntária. Haverá situações em que, quando os uten-tes tiverem possibilidade financeira, poderão pagar o serviço, contribuindo assim para ajudar quem não pode, criando uma

espécie de bolsa para aju-dar quem precisa. Mas o princípio é que todos os cuidados sejam gratui-tos», afirmou.

O projeto foi lançado há cerca de dois meses e já conta com 15 membros, mas neste momento está

dos de higiene e conforto pessoal, cuidados de saú-de ao domicílio, transpor-te e acompanhamento do utente a unidades de saú-de e após alta hospitalar e confeção de alimentos ao domicílio, higiene ha-bitacional, entre outros.

Segundo Bruno Soa-res, bombeiro voluntá-rio e um dos membros do grupo, a vontade de cons-tituir a associação partiu da experiência dos vários membros do grupo, in-cluído bombeiros e tri-pulantes de ambulância que realizando o trans-porte para casa, após al-ta hospitalar, se aperce-bem que os doentes, em particular os idosos, fi-

a ser estudada com a Se-gurança Social a possibi-lidade de transformação da associação em Insti-tuição Particular de So-lidariedade Social (IPSS).

O grupo conta com o apoio da Junta de Fregue-sia de Maximinos e em-bora tenha começado na casa de um dos membros deverá instalar a sua se-de, em breve, numa sala no Centro Comercial de S. Lázaro.

As inscrições encon-tram-se abertas, podendo ser obtidas mais informa-ções através dos números 937 166 088/ 937 166 087 ou através de [email protected].

Voluntários da saúde criam associaçãode apoio a idosos e doentes ao domicílio

O novo projeto foi lançado há cerca de dois meses e deverá começar a trabalhar em pleno já no próximo mês de janeiro de 2017.

Grupo é composto por bombeiros, enfermeiros, fisioterapeutas, entre outros

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D30 mil euros é o valor da indemni-zação pedida pelos pais de Sara Moreira na ação que in-terpuseram em tribunal.

"Erros no diagnóstico" • A família de Sara Moreira alega que houve "erros no diagnósti-co", provocados pela "não utili-zação de meios complementa-res de diagnóstico em imagiolo-gia''. E que terá sido nessa se-quência que a jovem morreu.

Porto

Diagnóstico Sara foi 11 vezes à Urgência

Durante três anos, Sara foi 11 ve-zes à Urgência. Os médicos fize-ram o mesmo diagnóstico: estado de ansiedade. E, apesar de vomi-tar, de ter perdas de consciência e de não controlar a urina, nunca a submeteram a uma TAC ou resso-nância magnética.

Contestação Processo "sem fundamento"

Para o CHTS, a ação administrativa apresentada pela família de Sara "é desprovida de todo e qualquer fun-damento, sendo absolutamente fal-sos os pressupostos em que se ba-seia". CHTS e Ministério pedem que a ação seja julgada improcedente, "por não provados os factos".

Paredes Pais exigem em tribunal indemnização de 530 mil euros. Ministério quer arquivamento do processo

Hospital nega erro na morte de Sara

Valor da Indemnização • O valor foi calculado com base no dano da morte da jovem, no sofrimento anterior ao falecimento e na angústia sofrida pela rapariga enquanto esteve doente.

Tratamento • Segundo Mário Moreira e Maria de Fátima Silva, a filha não teve os tratamentos adeqOados por não ter sido diagnosticado o tumor cere-bral que viria a vitimá-la.

Roberto Bossa Moreira [email protected]

►O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) garante que os médi-cos do serviço de Urgência que ob-servaram Sara Moreira, a jovem de Recarei, Paredes, que morreu víti-ma de um tumor cerebral nunca diagnosticado, cumpriram todos os procedimentos técnicos. lá o Minis-tério da Saúde (MS) defende que a situação clínica apresen-tada pela rapariga de 19 anos nas 11 vezes que, entre 2010 e 2013, foi à Urgên-cia não justificava a realização de uma tomografia axial computori-zada (TAC).

Na contestação à ação administrati-va apresentada pela família de Sara Morei-ra, que morreu dois dias

após ter sido observada por médi-cos do hospital, ambas as institui-ções pedem o fim do processo em curso no Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel (TAFP) em que lhes é exigida uma indemnização de 530 mil euros.

"A sintomatologia que (Sarai apresentava no serviço de Urgên-cia, a rápida melhoria, na grande parte das vezes com medicação administrada, e a referência a um estado de ansiedade comum e ha-

bitual assumido pela mesma não eram compatíveis com a

suspeição de um tumor cerebral", lê-se no docu- mento entregue pelo CHTS no tribunal, em ju- lho passado.

Na contestação, o CHTS sustenta que "em

todos os episódios de ur-gência, com exceção de um",

Sara apresentava "tensões ar-teriais, pulsação e atividade

cardíaca normais" e esta-va "hemodinamica-

mente estável, com exame neurológi-

co normal, exames analíticos den-tro dos parâmetros normais, sem défices indicadores de compromis-so neurológico".

Portanto, segundo o CHTS, "cli-nicamente, nunca houve evidência de existência de um tumor cere-bral", e, como tal, "não foram des-curados quaisquer procedimentos técnicos ou violadas as guidelines em vigor".

Faltou a duas consultas Por outro lado, o centro hospita-lar. que integra o Hospital Padre Américo, destaca o facto de Sara Moreira não ter comparecido a duas consultas marcadas, duran-te o ano de 2012, nas especialida-des de Medicina Interna e Psiquia-tria. "[Essas consultas] poderiam, seguramente, ser determinantes para a reavaliação do estado de saúde da utente, em várias verten-tes, e poderiam melhor identificar qualquer problema mais grave eventualmente existente", alega o Ministério da Saúde, que também é réu no processo movido pela fa-mília de Sara.

Os responsáveis do Ministério frisam, igualmente, que não está provado que, "perante a situação clínica apresentada, fosse exigível a imediata realização de uma

Sara foi 11 vezes à Urgência. Nunca foi detetado o tumor que a viria a matar

TAC". "A conduta dos médicos não constitui qualquer ilicitude 1...1 e não seria configurável com. uma conduta negligente", acrescenta o Ministério, para quem "não foi evidenciada, sem qualquer dúvi-da, que tivesse havido dolo ou cul-pa grave na atuação" dos clínicos.

Recorde-se que nas 11 vezes em que Sara Moreira se deslocou ao Hospital Padre Américo não foi su-jeita a qualquer meio complemen-tar de diagnóstico, nomeadamen-te TAC ou ressonância magnética. O tumor cerebral só foi descober-to na autópsia. "A morte de Sara Moreira deveu-se às lesões cere-brais diagnosticadas: neoplasia encefálica de grande volume com caraterísticas de astrocitoma, grau III". concluiu o médico legista. •

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Hospital nega negligência em morte de jovem H,

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Liga de Amigos do Hospital quer urgência básica

OVAR A Liga dos Amigos do Hos-pital Dr. Francisco Zagalo, em Ovar, reivindica a reabertura do serviço de urgência básica para esta unidade hospitalar, conside-rando que está em causa a quali-dade dos serviços de saúde pres-tados à população.

Na missiva endereçada ao mi-nistro da Saúde, a que o IN teve acesso, a Liga justifica a necessida-de do atendimento permanente e da urgência básica com a falta de transportes públicos para a popu-lação mais carenciada e lembra os "transtornos infligidos aos doentes e aos acidentados aquando de des-locações para outros hospitais". São "doentes amontoados nas sa-las de espera e nos corredores das unidades hospitalares centrais su-perlotadas, como é o caso do Hos-pital S. Sebastião", acusa.

Entre as reivindicações está, ain-da, o reforço do serviço de cirurgia, "que é de qualidade publicamente reconhecida". SALOMÃO RODRIGUES

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1N denunciou risco de privacidade na edição do passado dia 18 de agosto

Governo diz que registo garantirá privacidade CANCRO O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, garantiu ontem que será encontrada a "melhor solução téc-nica" para preservar a privacida-de dos doentes no futuro Registo Oncológico Nacional.

O projeto de lei do Governo que visa a criação dessa base de dados está a ser debatido na Comissão de Saúde no Parlamento, que pe-diu um novo parecer à Comissão

Nacional de Proteção de Dados (CNPD). A CNPD mantém o re-ceio, manifestado no primeiro pa-recer divulgado em agosto pelo IN, de que o registo venha a ser consultado por bancos e por segu-radoras e entende que o diploma continua a não salvaguardar a re-serva da identidade dos pacientes, sugerindo várias alterações, como a aplicação de um "hash cripto-gráfico" e a retirada dos números

de utente e do processo clinico dos relatórios. O coordenador do Programa Nacional das Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, asse-gura que os bancos e as segurado-ras não terão acesso ao registo, es-tando disponível apenas para os profissionais de saúde que traba-lham nos hospitais onde os doen-tes com cancro são tratados.

"Nunca ouvi falar de acesso de seguradoras ou bancos a registos

nos hospitais", disse à agência Lusa, acrescentando que, se o fi-zerem, estarão a cometer um cri-me. Nuno Miranda será ouvido, no próximo dia 4, pelos deputados que integram o grupo de trabalho sobre o registo oncológico.

Existem registos regionais há vários anos, autorizados pela CNPD. Para o secretário de Esta-do Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, a criação do registo nacio-nal introduzirá "equidade" no tra-tamento dos doentes oncológicos em todo o pais. Embora conside-re que é "necessário" e esteja "100% de acordo" com a a existên-cia de um registo nacional, o pre-sidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Veloso, está preo-cupado com a potencial devassa da privacidade. CARLA SOFIA LUZ

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Cancro. Num país com discriminação, identificar doentes é a "cereja no topo do bolo" Criação do registo oncológico nacional envolta em polémica. Coordenador nacional cli7 que a plataforma já existe: os dados serão apenas centralizados. Comissão de dados e Liga Contra o Cancro defendem que se é para haver uma nova lei, deve mudar-se o que está mal

MARTA E REIS [email protected]

Está instalada a polémica em torno da criação de um Registo Oncológico Nacional. O gover-no decidiu manter uma segun-da versão da proposta de lei sem aceder às últimas recomenda-ções da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), que propõe que o número de uten-te dos doentes e o número do processo clínico sejam encrip-tados, ou seja, que haja uma espécie de pseudónimo infor-mático para tornar mais difícil que alguém chegue à identifica-ção real dos doentes. Para a Liga Portuguesa contra o Cancro, seguir esta recomendação e garantir o anonimato dos doen-tes é essencial.

Vítor Veloso, dirigente da liga, defendeu ao i que num país onde a discriminação dos doentes com cancro é um problema real, o risco de os dados serem usados

indevidamente aumenta. "É a cereja no topo do bolo", ironiza. "Apelamos aos deputados da Assembleia da República, a quem caberá a aprovação final, que tenham bom senso."

NADA DE NOVO Nuno Miranda, diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, explicou ontem ao i que a pla-taforma que o governo quer criar não traz "nada de novo" - vai aproveitar o sistema do Regis-to Oncológico Regional Sul (ROR-SUL), cuja base de dados infor-mática foi criada em 1995. O especialista adiantou mesmo que o tratamento de dados foi objeto de diferentes autoriza-ções por parte da Comissão Nacio-nal de Proteção de Dados, deci-sões que estão disponíveis no site da CNPD.

Segundo i apurou, porém, não foi a lógica da CNPD que mudou. Nas autorizações emitidas nos últimos anos, tratava-se de auto-

rizar aos hospitais a fazerem o tratamento de dados ao abrigo da lei que, em 1988, criou os registos oncológicos regionais.

Agora, com a criação do regis-to nacional oncológico, a Comis-são Nacional de Proteção de Dados foi chamada a pronun-ciar-se sobre o alcance da pro-posta de lei do governo, o que não aconteceu em 1988. E é aí que coloca reservas.

A mesma posição tem a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Vítor Veloso sublinhou ao i que* a liga defende há muito a cria-ção de um registo oncológico nacional até para uniformizar a recolha de dados feita no país, mas o "que está mal deve ser mudado", diz o responsável, refe-rindo-se ao facto de as atuais bases de dados incluírem dados pessoais dos doentes.

Embora não tenha conheci-mento de casos em que os dados guardados nas bases de dados dos registos oncológicos regio-

Comissão de dados defende que

número de utente e do processo clínico sejam encriptados

Liga Contra o Cancro

diz ter centenas de queixas

de discriminação

nais tenham sido usados inde-vidamente, Vítor Veloso indica que continuam a chegar à Liga todos os anos "centenas" de quei-xas de doentes alvo de discrimi-nação, pelo que esta informa-ção deve ser encarada como alta-mente sensível pelas autoridades. "Temos casos de pessoas a

quem os bancos até emprestam dinheiro, mas com juros altíssi-mos, ou seguradoras que pedem prémios de mais de 2000 euros por ano, valores incomportáveis para os rendimentos no país", diz o responsável, denunciando ainda situações de discrimina-

Tudo o que precisa de saber sobre o registo oncológico nacional

O que existe atualmente e o que vai mudar? Em 1988, um diploma assinado pela então ministra da Saúde Leonor Beleza criou os registos oncológicos regionais. Atualmente há quatro registos: o do Norte, o do Centro, o do Sul (que abrange também Madeira) e o registo oncológico dos Açores. O objetivo do governo é centralizar a informação

numa única base de dados, criando assim o Registo Oncológico Nacional, com dados de doentes de todo o país. Permitirá ter "informação precisa sobre os tipos de neoplasias existentes em Portugal, em que locais, que populações de risco, qual a efetividade dos rastreios, qual o impacto dos novos fármacos e que abordagem cirúrgica/radioterapia/quimiote

rapia possui melhores resultados para cada tipo de neoplasia. "Em suma, uma informação crítica para a melhoria no tratamento dos tumores em Portugal", defende o governo.

Vai ser divulgada uma lista de doentes com cancro? Não. Tal como acontece com a informação nos registos regionais, são divulgados ao

público apenas dados agregados. Hoje os relatórios nacionais são divulgados com um desfasamento de cinco anos - em abril saiu a análise dos doentes diagnosticados com cancro em 2010. Um dos objetivos da tutela é tomar a análise da informação mais célere, para que ajude a moldar as políticas de saúde não só no tratamento como na prevenção da doença.

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ção no trabalho. "Em todos os casos tentamos fa7Pr uma media-ção entre as partes e comunica-mos as situações ao provedor da justiça ou à Entidade Regu-ladora da Saúde."

ACESSOS À BASE DE DADOS

NACIONAL VÃO SER CONTROLA-DOS Nuno Miranda reconhece que qualquer sistema informá-tico comporta riscos, mas refe-re que a informação que vai ser coligida já é utilizada noutros registos nacionais na área da saúde, por exemplo o registo monitoriza o tratamento de doen-

tes com VIH. "Qualquer sistema informático tem fragilidades, mas havendo centralização de informação atualmente disper-sa por diferentes bases de dados vai aumentar a segurança", defen-de o responsável.

Além disso, tal como já acon-tece no ROR-SUL, todos os aces-sos à base de dados serão con-trolados, o que permitirá perce-ber em cada momento quem acedeu à informação. "Nem pen-so que o maior risco seja a uti-lização por bancos ou segura-doras, mas sabemos que na área da saúde existem riscos de ven-

Dados pessoais nunca serão

divulgados ao público, garante

responsável

Todos os acessos à base de dados

serão controlados, o que hoje só existe

no registo do Sul

O registo permitirá com-parar dados relativos à eficácia das diferentes abordagens terapêuticas

da de informação. Sem querer especular sobre cenários, essas situações são crime e temos a garantia de que todos os aces-sos serão monitorizados."

Ao público, tal como acontece hoje, só serão divulgados dados agregados, que vão permitir ava-liar diferenças regionais quer na incidência nos diferentes tumores quer na sobrevivência.

O registo nacional permitirá ainda perceber diferenças na sobrevivência ao cancro con-soante o tratamento adminis-trado, funcionalidade que só existe hoje no registo oncológi-co do Sul e que não tem sido aproveitada do ponto de vista epidemiológico.

O balanço dos resultados ao nível de cada hospital é outra possibilidade, mas informação não será disponibilizada ao públi-co, diz Nuno Miranda.

Analisar os resultados dos tra-tamentos a longo prazo, seguin-do o percurso dos doentes ao lon-

go de 20 e 30 anos, são uma das potencialidades destacadas por Nuno Miranda, que considera ainda que uma das principais vantagens será perceber com maior exatidão as assimetrias regionais e até entre tratamen-tos no público ou no privado, ou entre doentes do SNS e benefi-ciários da ADSE. "Sabemos que existem desigualdades nos tra-tamentos, vamos conseguir per-ceber se estão num nível aceitá-vel ou não", frisa o responsável.

Nuno Miranda admite que o estigma associado à doença é uma realidade, mas defende que esta informação ajudará o país a tratar e prevenir melhor. "O cancro não se combate com medo, combate-se com informa-ção", conclui.

Por agora, os trabalhos vão continuar no parlamento, que depois da aprovação do diplo-ma na generalidade em outu-bro terá de votar a versão final na especialidade.

SHUTTERSTOCK

Como vai funcionar o registo? De acordo com a proposta de lei, os médicos dos hospitais públicos e privados devem registar todos os novos casos na plataforma no prazo máximo de nove meses a contar da data do diagnóstico. A situação dos doentes, o estadio da doença, as terapêuticas usadas e o estado vital do doente deverão ser atualizados no mínimo

anualmente. O registo ficará sediado no !PO de Lisboa.

Em que ponto está o processo de criação? A proposta do governo foi aprovada no parlamento por unanimidade a 21 de outubro. O projeto baixou à comissão de saúde, onde deverá ser feita a votação na especialidade. Na próxima semana o grupo de trabalho

recebe o diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas, Nuno Miranda.

O que diz a Comissão de Proteção de Dados? A CNPD foi chamada a pronunciar-se na fase preparatória do diploma e mais recentemente sobre o projeto de proposta de lei no parlamento. Apesar de saudar o facto de o governo ter

acatado a ideia de não ser incluído no registo o nome, dia e mês de nascimento dos doentes, a CNPD refere que subsiste a recolha de dois dados com "forte caráter sensível": o número de utente e o número do processo clínico. A comissão propõe uma solução técnica que mitigue o risco de identificação dos doentes. A comissão quer ainda que

seja melhor salvaguardado quem tem acesso aos dados e a partilha de informação a nível europeu, que deve estar dependente de autorização da CNPD. O organismo reitera que o registo comporta um "risco muito elevado" de exposição da privacidade e discriminação. "O risco é tanto maior quanto esta é, de facto, informação com especial valor económico".

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Âmbito: Informação Geral

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Liga Contra o Cancro diz ter centenas de queixas de discriminação

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ANPC condena ação em vila verde

Duas infrações de ambulância no transporte de equipa televisiva

A Autoridade Nacio-nal de Proteção Ci-vil (ANPC) concluiu que foram cometi-

das duas infrações com a utilização de uma ambu-lância «com marcha assi-nalada» dos Bombeiros de Vila Verde para transpor-tar uma equipa da estação de televisão TVI.

Numa comunicação in-terna, a que a Lusa teve acesso, a ANPC refere ain-da que quem determinou o uso da ambulância para efetuar aquele transporte foi o vice-presidente da direção dos Bombeiros Voluntários de Vila Ver-de, Paulo Renato Rocha, embora não tivesse com-petências para tal.

Em causa está a utiliza-ção de uma ambulância, a 9 de outubro, para trans-portar os apresentadores do programa da TVI “So-mos Portugal”, que decor-reu em Vila Verde. Du-rante o transporte, foram acionados os sinais sono-ros da ambulância.

Para a ANPC, a lei é clara quando diz que «as ambulâncias têm de es-tar afetas exclusivamente à atividade de transporte de doentes». Por isso, con-sidera que foi cometido um ilícito a que corres-ponde uma contraorde-nação, cujo processamen-

ANPC conclui que foram cometidas duas infrações no caso

DR

to compete ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

A ANPC concluiu ainda pela «manifesta não justi-ficação» de uso dos sinais sonoros, pelo que em cau-sa está outra contraorde-nação, com processamen-to a cargo da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). O ca-so vai ser participado ao INEM e à ANSR, bem co-mo à Secretaria de Esta-do da Administração In-terna e à GNR.

Segundo a comunica-ção interna da ANPC, foi Paulo Renato Rocha quem deu a ordem de utilização de uma ambulância para transporte do “staff” da TVI. Acrescenta que Paulo Renato «não detinha com-petências» para dar aquela

ordem mas sublinha que, mesmo assim, «não se en-contram preenchidos to-dos os elementos do crime de usurpação de funções».

A Lusa tentou ouvir Paulo Renato Rocha, mas sem sucesso. O bombei-ro que conduziu a am-bulância terá atuado «em regime de obediência in-devida desculpante», ten-do até tido receio de que lhe fosse retirado o ven-cimento caso desobede-cesse. De acordo com a ANPC, fica assim excluí-da a sua culpa.

O bombeiro em cau-sa alegou, ainda, que os coordenadores do progra-ma televisivo utilizaram «abusivamente» os sinais sonoros. O presidente da direção remeteu posição para mais tarde.

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ENTREVISTA: ROSA MATOS Presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo

Há dez meses a gerir uma das maiores administrações regionais de Saúde do país, que tem 22 unidades hospitalares, adianta que está a estudar as características dos maiores frequentadores de urgências

"Os centros de saúde têm de ter meios de diagnóstico como eletrocardiograma, raio X"

PrG ONAt de SAUDt (1(.! 1.1~A

ANA MAIA

Iniciou a sua gestão após a morte de um jovem no Hospital de São José por alegada falta de cirusgia. Foi um teste? Fase processo foi complicada A ur-gência metropolitana de Lisboa está a correr muito bem. Há uma escala entre quatros hospitais -centros hospitalares Lisboa Oci-dental, Central, Norte e Garcia de Orta - que permite uma cobertura total para o aneurisma roto. Nos primeiros nove meses assistiram 113 doentes com suspeita de aneu-risma roto e 294 doentes com AVC esquémico. As urgências dos hospitais come-çam jtia registar maiores tempos de espera. Como está a correr o plano de contingência? Estamos com alguma pressão no que respeita a urgências hospitala-res. Começava por fazer o apelo às pessoas para que liguem primeiro à Saúde 24 e depois recorram aos centros de saúde. Já temos horário alargado em 31 centros de saúde até às 22.00 ou 24.00. Tem havido uma campanha local muito ativa junto da população, a dizer que o centro de saúde está aberto. E se o seu não estiver aberto, haverá outro que estará e com menos tempo de espera. Também alargámos o horá-rio ao fim de semana. Temos 46 centros de saúde abertos ao fim de semana (ao sábado estão quase to-dos, ao domingo só cerca de 30 é que estão). Se necessário estamos preparados para alargar mais o ho-rário. E nos hospitais? Relativamente aos hospitais foram reforçadas as equipas das urgên-cias. No internamento estamos, em quase todos, com aumento de ca-mas. O plano começou a ser traba-lhado em junho. Estava previsto o aumento de mais 700 camas em toda a região. Temos também ca-mas sociais que podemos ativar e a rede de cuidados continuados, que também cresceu 223 camas. Tenho

percorrido as urgências e a nossa população está cada vez mais enve-lhecida, mais sozinha. Asaúde não pode carregar sozinha este proces-so.Tem de haver uma boa articula-ção com as famílias, é preciso en-volver a Segurança Social, as insti-tuições de solidariedade social para podermos cuidar das pessoas. Quantas camas a mais de interna-mento já abriram? Já abrimos mais de 50% das camas. Só nos centros hospitalares Lisboa Norte e Lisboa Central temos à vol-ta de 300 camas. Já abriram cerca de 80 cada um. Quase todas as se-manas abrimos camas nos vários hospitais. É também um reflexo do abando-no de idosos? Penso que é um bocadinho de tudo. Por isso dizia que temos de traba-lhar com as famílias e as institui-ções. É muito importante a preven-ção da doença e a promoção da

Estamos com alguma pressão em termos

das urgências hospitalares

saúde. Temos de educar as pessoas no sentido deterem cuidado com a sua própria saúde. Obviamente que esta altura do Natal traz sempre - é de há anos e quando trabalhei no Alentejo isso já acontecia-algum abandono dos idosos nas urgên-cias. É uma realidade, não pode-mos tapar o sol coma peneira. Como é que os serviços e a Administração Regional de Saúde IARSI se podem conjugar com a Segurança Social? Foi das primeiras coisas que fiz: reu-ni-me com os três coordenadores regionais da Segurança Social. Na península de Setúbal estamos a fa-zer um trabalho muito interessan-te. Se trabalharmos em conjunto e

cada um fizer o que lhe compete-o problema é que muitas vezes que-remos fazer o que o outro está a fa-zer-, de certeza que irá correr bem. Estamos a trabalhar com a Câmara de Lisboa e a Santa Casa da Miseri-córdia num projeto-piloto para fa-zer esta articulação: equipas de cui-dados domiciliários da saúde e equipas domiciliárias das outras duas entidades. É possível dar a resposta que as pessoas precisam nos centros de saúde? Temos de tornar os centros de saú-de mais acessíveis e mais resoluti-vos -"quero ire resolvera minha si-tuação". Os centros de saúde têm de ter alguns meios complementares de diagnóstico para poderem ter uma resposta mais imediata, como análises clínicas, eletrocardiogra-ma, espirometria, raio X. Estamos a pensar criar quatro centros de saú-de-piloto nesta área. Já temos raio X montado a funcionar em Sete Rios (Lisboa), um em Setúbal e va-mos montar rapidamente um na Amadora e outro na zona do Barrei-ro. Espero estar a avaliar no prazo de três meses. Qual é o investimento para este projeto-piloto? Não queria apontar um valor, mas não será muito elevado. Não será mais de 120 mil a 130 mil euros. Queremos ir ao encontro das ne-cessidades das pessoas. Os centros de saúde, na maioria, estão fecha-dos ao fim de semana. Temos de al-terar essa filosofia, porque também adoeço ao sábado e ao domingo. Penso que em 2017 já deveremos ter algumas experiências. É preciso perceber o que a população preci-sa, e é esse trabalho que gostaria que a ARS tivesse, de planeamento e de reorganização. Estamos a falar de consultas programadas que dão acesso ao seu médico de família. Não é estranho que hospitais da região de Lisboa tenham dificul-dade em contratar médicos? Neste ano abriu o maior número de vagas para médicos de família- fo-ram 175 e preenchemos 109.

O mesmo se passa nos hospitais. O importante é referir que de 2015 para 2016 em toda a ARS tivemos cerca de mais 900 profissionais de saúde. Há sempre algumas espe-cialidades com mais falhas, sítios onde não temos obstetras, outros onde pode haver menos anestesis-tas, mas o bolo global é que houve um aumento de recursos. Tem ha-vido um grande empenho junto das administrações para que o re-forço seja feito.Temos nos cuidados de saúde primários 80 reformados. É a falta de médicos de famflla e a incapaddade dos centros de saúde de dar uma resposta tão imediata que tem levado a que as pessoas se dirijam primeiro às urgências? Não podemos reduzira ida aos hos-p itais apenas nestes dois fatores.

PERFIL

>Nasceu em Avanca, Estarreja, em 1962.

É licenciada em Sociologia pela Universidade de Évora e tem um curso de Gestão de Recursos Humanos na Saúde. >Antes de vir para Lisboa este-ve à frente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, ande, entre outras coisas, lan-çou os rastreios do cancro do coto do útero e do cáton e reto. Esteve também nos Açores, onde mais uma vez se envolveu em projetos relacionados coma prevenção da doença. Está muito ligada ao conceito da telemedicka e foi coadora do livro Telemedicino em Portugal.

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Âmbito: Informação Geral

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Corte: 2 de 3ID: 67532616 28-12-2016

quentadores das urgências são ge-ralmente os grandes frequentado-res dos centros de saúde. O traba-lho que agora estamos a fazer é per-ceber as características e o que as leva a recorrer aos dois sítios. Os três novos hospitais para a re-gião vão ser impulso importante para aumentar a resposta? Temos uma equipa técnica criada pelo Ministério da Saúde e estamos a desenvolver os três processos pa-ralelamente. Sintra e Seixal essen-cialmente virados para o ambula-tório, mas também com algumas camas de cuidados continuados. Lisboa Oriental vai ajudara me-lhorar a resposta, e quanto vai poupar já que os edifícios do Lisboa Central estão vendidos? Com a construção do novo hospital vai ser preciso reorganizar este par-que de saúde que Lisboa tem. De-verá ser trabalhado com serenida-de, com transparência de maneira que quando chegarmos ao novo hospital todo o processo decorra com a calma necessária, tendo em vista que para os profissionais será melhor e para os doentes também. Fará sentido manter uma unidade a funcionar no centro de Lisboa [ao todo, encontram-se na região 22 unidades hospitalares], onde a população está envelhecida? Penso que poderá ser estudado e ser uma hipótese a considerar. To-das as pessoas que fazem parte do grupo de trabalho conhecem bem a população, e se for necessário, será acautelado. Há queixas de tempos de espera relacionadas com exames. Quais os equipamentos em falta e a ne-cessidade de investimento? Temos um levantamento feito, que rondaàvolta dos 40 milhões de eu-ros. Nesta altura já abriram fundos estruturais da Saúde 2020. Temos 19,5 milhões para os hospitais con-correrem. São algumas substitui-ções de equipamentos obsoletos como TAC, ressonância magnética, outros aquisições de raiz. Porque é que ainda faltam ras-treios na região? Já temos algum trabalho na área da teledermatologla e, no primeiro semestre de 2017, penso ter toda a ARS coberta com este rastreio. A es-pera, no máximo, para uma con-sulta é de seis dias. É um bom exemplo de como com pouco di-nheiro se pode fazer mais e melhor pelas pessoas. Temos também a re-tinopatia diabética, que estamos a fazer com a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal e que estamos a alargar com meios pró-prios. No primeiro semestre de 2017 estará em todos os 15 agrupa-mentos de centros de saúde (ACES). Já temos rastreio da mama em quatro ACES (Lezíria, Médio Tejo, Oeste Norte e Estuário do Te-jo) e vamos alargar a cobertura. Neste momento fazemos muito rastreio casuístico na mama, colo do útero e cólon e reto. Pretende-mos que seja um rastreio com base populacionaL Fica o compromisso da minha parte de que os vamos iniciar durante 2017.

mememal~allaallIallall~10~0,

Claro que eles têm uma parte de responsabilidade. Temos de refor-çar, como disse, os cuidados de saúde primários com médicos de família e outros profissionais. Te-mos médicos dentistas, psicólo-gos, equipas multidisciplinares que queremos aumentar. E au-mentar acessibilidade para que as pessoas se habituem a ir ao seu médico de família. Que outros fatores pesam? Quem vai à urgência é uma popu-lação muito envelhecida, que quer fazer exames como TAC ou RM, que quer ver a sua situação resol-vida. É preciso educar a popula-ção. Temos uma grande afluência ao serviço de urgência que temos de trabalhar. Num estudo que pedi, e que fizemos em três ou quatro hospitais, os grandes fre-

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Tiragem: 24814

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Âmbito: Informação Geral

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PRESIDENTE DA ARS LISBOA

"Centros de saúde têm de ter meios de diagnóstico como ECG e raio X" POMBAL PÁGS F 9

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Âmbito: Economia, Negócios e.

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Corte: 1 de 1ID: 67532605 28-12-2016Miguel Baltazar

A bancada liderada por falo Oliveira fez sete recomendações ao Governo.

SAÚDE

PCP pede ao Governo que evite rupturas nas urgências Dificuldade de preenchimento das escalas, designadamente dos médicos, estará na origem de eventuais rupturas.

O PCP entregou esta terça-fei-ra no Parlamento uma reco-mendação ao Governo para evitar rupturas nos serviços de urgência dos hospitais numa altura em que as condições me-teorológicas podem provocar mais casos de gripe. No projec-to de resolução, os comunistas revelam que a Ordem dos Mé-dicos lhes reportou que há hos-pitais que "não estão a conse-guir ter médicos suficientes para completar as escalas de Dezembro".

No projecto de resoh0o, o PCP faz sete recomendações ao Executivo de Antónk) Cos-ta. À cabeça, os comunistas su-gerem que o Governo "garan-ta a contratação dos profissio-nais de saúde que permitam o funcionamento pleno dos ser-viços de urgência (cuidados de saúde primários e cuidados hospitalares) e a prestação de cuidados de saúde de qualida-de e de forma atempada aos utentes".

Além disso, os comunistas pedem uma maior articulação entre os cuidados de saúde pri-mários e os cuidados hospita-lares. Erradicar o recurso "sis-temático e abusivo aos médi-cos em internato médico para suprir as carências das escalas de serviço de médicos nos ser-viços de urgência" e garantir o

"funcionamento nos serviços de urgência dos hospitais e centros hospitalares de uma equipa integrada por médicos internos e especialistas, de acordo com as melhores práti-cas clínicas" são outras das su-gestões deixadas ao Executivo.

Aumentar o número de ca-mas, para evitar que os doen-tes fiquem nas urgências e dar "condições materiais" aos ser-viços são também recomenda-das.

No projecto de resolução, o PCP lembra as consequências das políticas do anterior Go-verno na saúde e refere que, apesar de algumas melhorias recentes, há medidas a tomar.

Pese embora a existência de planos e medidas, "nas últi-mas semanas, têm surgido alertas das várias organizações representativas dos profissio-nais de saúde para a elevada probabilidade de ocorrência de situações de ruptura nos servi-ços de urgência devido à difi-culdade no preenchimento das escalas, designadamente dos médicos. Segundo informa-ções prestadas pela Ordem dos Médicos ao PCP há hospitais que "não estão a conseguir ter médicos suficientes para com-pletar as escalas de Dezem-bro". •

MMO

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Corte: 1 de 1ID: 67532460 28-12-2016

O Ministério da Saúde quer reduzir

a mortalidade dos portugueses com

menos de 70 anos para níveis inferio-

res a 20%. A meta para atingir essa

fasquia é 2020. Até essa idade consi-

dera-se que a morte é “prematura”.

Os últimos dados disponíveis so-

bre este indicador (de 2014) colocam

Portugal nos 22%, segundo a revisão

do Plano Nacional de Saúde (PNS)

divulgado ontem no site da Direcção-

Geral da Saúde.

A taxa de mortalidade antes dos 70

anos foi em 2012 de 22,8%. A projec-

ção que as autoridades fazem deste

indicador para 2020 anda entre os

20,5% e 22%. Mas a revisão do PNS

“assume o compromisso” da redu-

ção progressiva.

Este compromisso liga-se a um

outro: o de fazer descer em 25% a

mortalidade devida a algumas das

principais causas de morte em Por-

tugal, as doenças cardiovasculares,

o cancro, a diabetes e as doenças res-

piratórias crónicas.

Outro dos grandes objectivos que

se actualizam no plano é o de, nos

próximos três anos, aumentar em

30% a esperança de vida saudável das

mulheres aos 65 anos. Mais do que

medir apenas quanto tempo as pesso-

as vivem (as mulheres vivem em nor-

ma mais do que os homens), as auto-

ridades internacionais preocupam-se

cada vez mais em contabilizar o tem-

po vivido com qualidade. O PNS adap-

ta os seus objectivos às orientações

da Organização Mundial da Saúde.

De acordo com dados nacionais de

2012, chegada aos 65 anos, uma por-

tuguesa pode contar viver mais nove

anos com saúde (já um homem tem

9,9 anos de vida saudável pela fren-

te), valor que é inferior ao mais bem

observado entre os países da União

Europeia em 2011, 15,2 anos, na Sué-

cia. Para melhorar o desempenho do

país, pretende-se centrar a atenção

em programas de saúde que foquem

o grupo etário dos 50 aos 60 anos.

[email protected]

Ministério quer menos mortes antes dos 70 anos

SaúdeCatarina Gomes

Plano Nacional de Saúde define como meta até 2020 reduzir para menos de 20% a taxa de mortalidade neste grupo etário

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Tiragem: 8400

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Period.: Semanal

Âmbito: Regional

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Corte: 1 de 1ID: 67524749 16-12-2016

Segundo uma notícia da ALERT Life Scien-ces Computing, S.A., publicada no passa-

do dia 15 de Novembro, há sérias suspeitas deque a falta de vitamina D esteja a ser um problemade saúde pública na população portuguesa. Estasuspeita deriva de um estudo coordenado pelaAdministração Regional de Saúde do Norte, leva-do a efeito entre Fevereiro e Abril de 2016 e queenvolveu cinco centros de saúde do Porto, tendo--se concluído que na amostra de 316 utentes, 264(83,65%) apresentavam níveis inadequadamentebaixos de vitamina D.

O estudo envolveu seis médicos e o seu coor-denador, Bruno Morrão, diz que apesar das limita-

Vitamina D – primeiro estudoem Portugal por Garcia Cruz

SAÚDE

ções dificultarem a extrapolação para a populaçãoem geral, há em Portugal um potencial risco destahipo vitaminose na população adulta “saudável.”

Esta é então mais uma informação útil sobresaúde, que espero influencie médicos e doentes asolicitarem o doseamento da vitamina D medianteuma simples análise ao sangue. Não o fazer, cor-responde ao enorme risco de manter uma situaçãoque a médio/longo prazo, originará o agravamentoou constituição de graves problemas de saúde, con-forme referem inúmeros estudos sérios levados aefeito em competentes centros de pesquisa inter-nacional.

Nota: Texto não conforme ao Acordo Ortográfico.

DDDDD

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Tiragem: 72675

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Corte: 1 de 1ID: 67532993 28-12-2016

Colesterol Premiado estudo com idosos

• Um estudo científico da Universidade de Coimbra, com vista à redução do coles-terol na população idosa, foi premiado pela Academia de Farmácia de Castela e Leão, em Espanha. O trabalho con-tou com a participação de idosos de instituições do dis-trito de Coimbra com hiper-colesterolemia.

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Tiragem: 32952

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Corte: 1 de 1ID: 67532469 28-12-2016

O laboratório português Bial não

terá usado todos os dados farma-

cológicos que tinha ao seu dispor

quando decidiu subir a dose da

molécula experimental que estava

a administrar a participantes num

ensaio clínico, em Janeiro, no âm-

bito do qual morreu uma pessoa e

outras quatro fi caram com danos

neurológicos, criticam peritos cita-

dos numa notícia da revista científi -

ca Nature. O laboratório respondeu

ao PÚBLICO que cumpriu a legisla-

ção e as recomendações existentes,

nomeadamente sobre a evolução

das doses, e que ainda não foi apu-

rada nenhuma causa concreta do

acidente.

A revelação terá sido feita por uma

cientista da companhia portuguesa

durante uma apresentação numa

conferência de farmacologia ingle-

sa, a 15 de Dezembro. Segundo Da-

vid Webb, presidente da Sociedade

Britânica Farmacológica (BPS), que

organizou a conferência, o labora-

tório não usou os chamados “dados

de farmacodinâmica”, que contêm

informações sobre as reacções que

os participantes têm a baixas doses

da molécula experimental BIA 10-

2474. A decisão de subir a dosagem

foi feita sem levar em linha de conta

estes dados, disse.

A Nature refere que a Bial não

estava legalmente obrigada a usar

estes dados e que o protocolo de

ensaio clínico tinha sido aprovado

sem eles pela Agência Nacional pa-

ra a Segurança de Medicamentos e

Produtos de Saúde, em França, de

onde eram os participantes no en-

saio. A Bial acrescenta, por email: os

relatórios tornados públicos “são in-

conclusivos quanto à causa concreta

do acidente”. No caso do voluntário

que morreu em Janeiro revelou-se

que este “era portador” de uma pa-

tologia vascular susceptível de expli-

car o desfecho fatal. “Os restantes

quatro voluntários que sofreram

efeitos adversos estão quase total-

mente recuperados”, acrescenta.

Bial criticada por ignorar dados em ensaio clínico

InvestigaçãoCatarina Gomes

Laboratório português diz que cumpriu a legislação e as recomendações existentes e que estão por apurar causas do acidente

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Uma viagem (através da genética) até à sétima pandemia de cólera

Desde o século XIX que a cólera tem

percorrido o mundo, matando mi-

lhões de pessoas. Tudo indica que

a primeira pandemia desta doença

infecciosa, que assim atingiu grandes

áreas geográfi cas, surgiu no conti-

nente asiático em 1817. A partir daí,

estendeu-se para todo o planeta em

sucessivas pandemias, com as más

condições sanitárias. Confl itos ge-

opolíticos e migrações também in-

fl uenciaram a propagação da cólera.

Agora estamos a viver a sétima pan-

demia, que uma investigação gené-

tica acaba de identifi car como tendo

começado na Indonésia em 1961.

Uma equipa internacional de cien-

tistas, liderada por Lei Wang, da

Universidade de Nankai, em Tianjin

(China), traçou agora o percurso até

à evolução da sétima pandemia de

cólera, num estudo publicado na

revista Proceedings of the National

Academy of Sciences.

Sem nos estendermos em porme-

nores: a cólera é uma infecção intes-

tinal resultante da bactéria Vibrio

cholerae (ou vibrião colérico), que

entra no tecido epitelial e provoca

a secreção de água e sais. Os princi-

pais sintomas são a diarreia aquosa

e abundante, náuseas e vómitos, o

que causa desidratação. A origem

da infecção pode estar em água sem

qualidade, comida contaminada e

condições sanitárias defi citárias, e

tem tendência a desenvolver-se em

temperaturas elevadas.

Para combater a cólera, é preciso

restabelecer os líquidos no organis-

mo. Sem tratamento, pode ser fatal.

E há vacinas para esta bactéria. Em

Portugal, a cólera já não existe, subli-

nha a Direcção-Geral da Saúde (DGS).

Mas a doença ainda continua a existir

noutras partes do mundo.

A Organização Mundial da Saúde

(OMS) estima que morram hoje en-

tre 21 mil e 143 mil pessoas por ano

de cólera. Sem dados disponíveis

para todos os países, calcula-se que

sejam infectadas por ano cerca de

três a cinco milhões de pessoas. Em

O que se passou com a bactéria da cólera desde o fi nal do século XIX? As suas mutações genéticas foram agora traçadas, encontrando-se seis etapas de evolução até à actual pandemia

2015, contabilizaram-se 172 mil casos

no mundo — 41% em África e 37% na

América, estima a OMS. Mesmo as-

sim, as infecções reduziram-se em

cerca de 9% face a 2014.

“Os países industrializados não

têm praticamente casos de cólera

há um século devido à qualidade da

água e das infra-estruturas de trata-

mento de esgotos”, refere um bole-

tim da OMS sobre a doença. “Contu-

do, os agentes causadores continu-

am a prosperar onde quer que haja

condições habitacionais sobrelotadas

e o acesso à água e as condições sa-

nitárias não sejam bons.”

Uma história já conhecida...Recuando à primeira vez que se pode

falar de cólera como tal, vamos então

até 1817, ao delta do rio Ganges, na

Índia. Esta parte da história já é mais

ou menos conhecida — contada aliás

no livro História da Cólera, editado

em 1992 por Dhiman Barua e William

Greenough —, até ao início da séti-

ma pandemia. Até 1823, a cólera já

se tinha expandido para países como

Singapura e Síria. Também durante

este período, tropas vindas de uma

guerra na Índia levaram a doença pa-

ra Omã. O fi m da primeira pandemia

coincidiu com a expansão da doen-

ça até às fronteiras do Mediterrâneo.

Uma pandemia termina quando os

surtos deixam de ter expressão.

A segunda grande vaga de cólera

A pandemia mesmo iniciou-se em

1961, na Indonésia.

Neste trabalho, além de genomas

da bactéria da cólera já publicados

em bases de dados, a equipa sequen-

ciou dez genomas completos, nome-

adamente: dois de bactérias da fase

pré-pandémica no Médio Oriente;

um da cidade indonésia de Macáçar;

e quatro da fase inicial da sétima pan-

demia na costa do golfo do México,

nos EUA e na China (1974), bem como

na Austrália (1977).

Esta análise permitiu identifi car as

mutações genéticas na bactéria que

levaram à sétima pandemia. Cons-

truiu-se então uma árvore genética

com as seis etapas de evolução da

bactéria e a sua viagem pelo mundo.

Foi na primeira etapa, entre 1897 e

1902, que se registou a existência do

El Tor no Sul e Leste da Ásia. Daí pas-

sou para o Médio Oriente, ocorrendo

uma propagação rápida com a via-

gem de milhares de peregrinos a Me-

ca. Depois, espalhou-se pelos países

SaúdeTeresa Serafim

A bactéria Vibrio cholerae, ou vibrião colérico, provoca diarreia e grande desidratação

começou em 1829 e prolongou-se por

22 anos, até 1851. Foi neste período

que se fi zeram experiências para os

primeiros tratamentos. Em 1830, a

doença chegou à ex-União Soviética

e houve quem começasse a trabalhar

num fl uido injectável. Também en-

trou na Grã-Bretanha em 1832. A Por-

tugal e Espanha chegou um ano de-

pois. Os países da Península Ibérica

tiveram a doença por causa de um

navio que atracou no Porto.

Meca foi devastada pela segunda

pandemia em 1846, quando morre-

ram 15 mil pessoas. Pouco tempo

depois, em 1849, matava cerca de

54 mil pessoas em França, Itália e

no Norte de África. Logo no ano se-

guinte expandiu-se para os Estados

Unidos. Foi também por estes anos

que o médico inglês John Snow pro-

vou que a cólera era transmitida pela

água. E pela primeira vez, em 1851

em Paris, os cientistas encontraram-

se para falar da cólera. Até 1938 hou-

ve 14 conferências.

A terceira pandemia durou menos

tempo, entre 1852 a 1859. Se nos pri-

meiros anos deixou marcas na Síria,

Inglaterra ou EUA, entre 1856 e 1858

foi grave em Portugal e Espanha. Foi

por esta altura que o anatomista Filip-

po Pacini examinou vários cadáveres

na Toscana, em Itália. “Esta foi uma

grande descoberta, mas permaneceu

escondida. Apenas foi publicada co-

mo uma pequena curiosidade num

jornal local em 1854, pois não foi con-

vincentemente demonstrada”, lê-se

no livro História da Cólera.

Em 1865 — na quarta pandemia, de

1863 a 1879 —, Meca foi outra vez atin-

gida, tendo morrido 30 mil dos 90

mil peregrinos. A doença também é

devastadora em Istambul, na Arábia

Saudita, em Itália e no Sul de França.

Em 1865 chegou igualmente a Nova

Iorque. E na Rússia vitimou cerca de

130 mil pessoas.

Entre 1881 e 1896, na quinta

pandemia, o número de in-

fecções voltou a disparar. No

Egipto, afectou mais de 58 mil

pessoas e tornou-se um proble-

ma na América do Sul, nomea-

damente na Argentina, no Chile e

Uruguai. Por fi m, a sexta pandemia

surgiu em 1899. Afeganistão, Rússia e

Meca foram algumas paragens da có-

lera, cuja transmissão foi alimentada

pela Primeira Guerra Mundial e pela

Revolução Russa de 1917. Só em 1923

os casos começaram a descer.

Há um aspecto a reter na sexta

pandemia. A bactéria sofreu mudan-

ças. Até aí, as estirpes eram do cha-

mado “biótipo clássico”, enquanto as

estirpes da actual pandemia têm ca-

racterísticas distintas e os cientistas

chamam ao seu biótipo “El Tor”.

... e novo ponto de partidaAgora, a equipa de Lei Wang des-

creveu, analisando mutações gené-

ticas do El Tor, o que se passou com

a bactéria entre a sexta e a sétima

pandemias. Durante cinco anos, a

equipa determinou a existência de

seis etapas da migração da bactéria

pelo mundo e da sua evolução até se

chegar à actual pandemia. A primei-

ra dessas etapas (pré-pandémicas)

começou em 1897, no Médio Oriente.

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BIBLIOTECA NACIONAL DE MEDICINA DOS EUA/JEANRON DEL. FRILLEY

A pandemia de cólera invadiu Por-

tugal pela primeira vez em 1833.

Chegou com a embarcação Lon-

don Merchant, que trouxe ao Porto

o general Jean-Baptiste Solignac,

comandante das forças liberais na

Guerra Civil Portuguesa de 1828 a

1834, e cerca de 200 militares, que

vinham integrar as fi leiras do Exér-

cito liberal. “Num ápice, a doença

estendeu-se a Aveiro, e, em Abril

do mesmo ano, já era noticiada em

Lisboa, com os primeiros registos

de morte no Hospital de São José”,

refere um documento da Direcção-

Geral da Saúde.

“É difícil contabilizar ao certo o

número de mortes da cólera”, diz-

nos a historiadora Teresa Rodrigues,

da Faculdade de Ciências Sociais e

Humanas (FCSH) da Universidade

Nova de Lisboa, que publicou o livro

Viver e Morrer na Lisboa Oitocentista

(Migrações, Mortalidade e Desenvol-

vimento).

Um dos grandes picos aconteceu

em Junho e Julho de 1833, período

em que se fi zeram cinco cemitérios

provisórios: o de Campo de Ouri-

que (com 2268 campas), o dos Pra-

zeres (1273 campas), o de Almeirões

(4624), o do Alto de São João (3366)

e o da Graça (1992). “O número total

ofi cial de mortes foi 13.523”, informa

Teresa Rodrigues.

Também a década de 50 do sé-

culo XIX foi marcada por uma for-

te epidemia de cólera. Em Lisboa,

a doença tornou-se praticamente

endémica. “Um novo surto surgiu

em Outubro de 1855, com cerca de

54 casos. Depois tornou-se benig-

na até Abril de 1856, e o número

de casos voltou a subir até Agosto,

quando aconteceu um novo pico.

Extinguiu-se no início de Novem-

bro. Houve 2997 mortes [em 1856],

um terço do total de óbitos desse

ano [no país todo]”, conta Teresa

Rodrigues.

Já no artigo A sanitarização do

imaginário urbano e o crescimento

de Lisboa na segunda metade do sé-

culo XIX, da historiadora de arte Jo-

ana Cunha Leal, também da FCSH,

percebe-se como a cidade estava

Quando os bairros históricos de Lisboa quase foram demolidos

a mudar devido à cólera e à febre-

amarela. “A intervenção urbana é

causada pelo medo de contágio e

pela falta de higiene”, explica a his-

toriadora, referindo-se aos planos

para reformular a capital.

Por isso, a 10 de Dezembro de

1857, organizou-se o Congresso Sa-

nitário para que se tomassem as

“providências higiénicas e preven-

tivas adoptadas pelo Governo de sua

majestade”. Em relatórios dos anos

seguintes propunha-se a criação de

uma cidade nova, com melhorias no

sistema de esgotos e abastecimento

de água ou até mesmo na largura

das ruas.

Mas a maior decisão incidia nos

bairros hoje históricos, devido ao

grande número de pessoas a viver

aí em más condições. “Queriam de-

molir os bairros históricos, como a

Mouraria, Alfama e o Bairro Alto. To-

dos esses bairros tiveram condena-

dos”, diz Joana Cunha Leal. Os pro-

ENRIC VIVES-RUBIO

O bairro lisboeta de Alfama

vizinhos, como o Egipto e o Iraque.

E ainda no Médio Oriente, a bacté-

ria sofreu quatro mutações e outras

quatro recombinações. É devido a

estas mutações que provoca diarreia

líquida, muito frequente na cólera,

refere a equipa de Lei Wang.

Em seguida, entre 1908 e 1925, a

bactéria passou do Médio Oriente pa-

ra a cidade de Macáçar. E houve ou-

tras 21 mutações e 12 recombinações.

“A linhagem ganhou uma virulência

importante”, sublinha ao PÚBLICO

Bin Liu, da Universidade de Nankai

e um dos autores do artigo.

As mudanças genéticas continu-

aram e entre 1925 e 1954, na China,

na Austrália e no golfo do México,

houve outras 74 mutações e 36 re-

combinações. Na última etapa an-

tes do início da sétima pandemia,

de 1954 a 1960, Macáçar volta a ser

importante. Embora só tenha havi-

do 12 mutações, a propagação de

indivíduo para indivíduo tornou-se

mais fácil. A propagação foi tal que

jectos acabaram por ir água abaixo

com a crise económica de 1867, que

levou a grandes cortes orçamentais

no Ministério das Obras Públicas.

Já no século XX, nos anos 70, ain-

da houve dois surtos de cólera em

Portugal. A 15 de Setembro de 1971

foi detectado o primeiro caso num

bairro degradado da margem sul do

Tejo, e o foco demorou a debelar

alguns meses.

A maioria da população não tinha

rede de abastecimento de água tra-

tada nem tratamento de esgotos.

“Para uma população de cerca de

um milhão e meio de habitantes do

distrito de Lisboa, apenas havia no

concelho de Loures uma estação

de tratamento [de águas residuais]

para 50 mil pessoas”, lê-se no texto

Cólera em Portugal na década de 70

no século XX, de Patrícia Moreno, no

site Médicos e Saúde em Portugal.

Para o combate da cólera, a po-

pulação foi vacinada e divulgaram-

se medidas de higiene pela rádio e

televisão.

Mas a história da cólera não aca-

bou ali. A 24 de Abril de 1974, ainda

devido às más condições sanitárias,

foi detectado um caso em Tavira. A

cólera passou depois para Lisboa,

Porto, Aveiro e Braga, entre outras

cidades. Hoje, a cólera já não é um

problema em Portugal. T.S.

Um surto de cólera no século XIX quase levou à destruição de Alfama, do Bairro Alto e da Mouraria

começou uma nova pandemia. Em

1962, a OMS declarou que a doença

era motivo de quarentena.

Ora neste período houve grande

movimentação de pessoas. Em 1971,

foram detectados 155 mil casos no

mundo. Por exemplo, em 1978, nas

Maldivas houve 11 mil casos, numa

população de 200 mil pessoas.

Ainda em 2008, o Zimbabwe viu-

se a braços com surtos de cólera, que

afectaram 90 mil pessoas e mataram

quatro mil. Também no Haiti, em

2010, depois do terramoto, 700 mil

pessoas fi caram infectadas e cerca de

8500 morreram. “O controlo desta

doença nas economias em desenvol-

vimento é ainda um grande desafi o”,

considera Bin Liu.

Porquê então traçar as etapas an-

teriores à sétima pandemia? “Este

estudo é importante para se compre-

ender a tendência prevalecente de

cólera”, responde-nos Bin Liu.

[email protected]

Gravura sobre a cólera em Paris no século XIX

3milhões é a estimativa mínima da Organização Mundial da Saúde das pessoas infectadas com cólera por ano actualmente; o número pode chegar aos cinco milhões

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SaúdeA viagem pela genética que nos trouxe até à sétima pandemia de cóleraCiência, 26/27

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