26ª Semana de Prevenção reúne 300...

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O Sindicato dos Me- talúrgicos de Goiânia bate seu próprio recorde e reúne 300 trabalhadores na 26ª edição da Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Área Metalúrgica, a SPAT. Autori- dades sindicais, políticas e do setor de segurança do trabalho de vários estados participaram 26ª Semana de Prevenção reúne 300 metalúrgicos Veja ainda: Como é a vida do tra- balhador e de sua famí- lia após um acidente. Pág. 4 Retomada a temporada dos cursos de qualificação profissional Pág. 7 Vinte profissionais, divididos em quatro equipes, realizam a SPAT mais organizada da história. Pág. 5 Espaço confinado: ambiente que exige controle de precisão máxima. Pág. 3 Solda traz sérios riscos de vida para o trabalhador Para a OIT, ter uma cultura de prevenção mundial é determinante No mundo do trabalho, a questão dos riscos novos e emergentes tem sido alvo de uma atenção especial nos últimos anos. Com o objetivo de melhorar a prevenção, diver- sos investigadores efetuaram estudos e previsões sobre as novas tendências dos aciden- tes de trabalho, especialmente aqueles relacionados a pro- blemas de saúde. A informação foi passada durante a palestra da quinta- feira, 12 de setembro, pelo médico do trabalho Zuher Handar, representante da OIT no Brasil. Pág. 5 do evento, que é pioneiro no País. De 13 a 17 de setembro, palestrantes e debatedores do mais alto nível expuseram o que existe de mais atual, em termos de prevenção de doen- ças e acidentes em um mundo do trabalho em transformação. Pag. 3 Auditório do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ) fica lotado de participantes durante os cinco dias de evento Em uma mesa redonda, especialistas no assunto dis- cutem formas de prevenção de doenças e acidentes de traba- lho. Queimaduras e contamina- ção por metais pesados foram os temas mais questionados. Pág.4

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O Sindicato dos Me-talúrgicos de Goiânia bate seu próprio recorde e reúne 300 trabalhadores na 26ª edição da Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Área Metalúrgica, a SPAT. Autori-dades sindicais, políticas e do setor de segurança do trabalho de vários estados participaram

26ª Semana de Prevenção reúne 300 metalúrgicos

Veja ainda:

Como é a vida do tra-balhador e de sua famí-lia após um acidente.

Pág. 4

Retomada atemporada dos cursos de qualificação profissional

Pág. 7

Vinte profissionais, divididos em quatro equipes, realizam a SPAT mais organizada da história. Pág. 5

Espaço confinado: ambiente que exige controle de precisão máxima.

Pág. 3

Solda traz sérios riscos de vida para o trabalhador

Para a OIT, ter uma cultura de prevenção mundial é determinante

No mundo do trabalho, a questão dos riscos novos e emergentes tem sido alvo de uma atenção especial nos últimos anos. Com o objetivo de melhorar a prevenção, diver-sos investigadores efetuaram estudos e previsões sobre as novas tendências dos aciden-tes de trabalho, especialmente aqueles relacionados a pro-blemas de saúde. A informação foi passada durante a palestra da quinta-feira, 12 de setembro, pelo médico do trabalho Zuher Handar, representante da OIT no Brasil. Pág. 5

do evento, que é pioneiro no País.

De 13 a 17 de setembro, palestrantes e debatedores do mais alto nível expuseram o que existe de mais atual, em termos de prevenção de doen-ças e acidentes em um mundo do trabalho em transformação. Pag. 3

Auditório do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ) fica lotado de participantes durante os cinco dias de evento

Em uma mesa redonda, especialistas no assunto dis-cutem formas de prevenção de doenças e acidentes de traba-lho. Queimaduras e contamina-ção por metais pesados foram os temas mais questionados. Pág.4

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Página 2 Goiânia, Outubro de 2010

Novas tecnologias com saúde e qualidade de vida

O investimento que a di-reção do Sindicato dos Metalúrgicos de Goiâ-

nia vem realizando ao longo dos anos na área de saúde e segurança no trabalho é muito interessante para a classe trabalhadora brasilei-ra. A Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Área Metalúrgica, que ocorre anu-almente, além de inteligente, revela a cada edição, o en-volvimento da entidade com o mundo do trabalho e, em especial, com o operariado.

Ao longo das últimas décadas, progressos tecnológi-cos importantes tiveram lugar nos ambientes de trabalho. Esses progressos, associados a uma rápida globalização, transformaram as condições

Editorial

de trabalho de muitas pessoas no mundo inteiro.

As mudanças tiveram repercussões visíveis na se-gurança e na saúde no traba-lho (SST). Em certos casos, os perigos e os riscos mais tradicionais regrediram ou foram eliminados graças à au-tomatização das instalações, por exemplo. No entanto, as novas tecnologias também deram origem a novos riscos, mesmo que muitos dos riscos tradicionais ainda estejam presentes no chão de fábrica e o número de acidentes e de doenças, associados ao traba-lho, continuem inaceitáveis.

O envolvimento das di-reções das empresas e do Sindicato, juntamente aos trabalhadores, é essencial

para promover a cultura da segurança e saúde no local de trabalho. As empresas que aderem aos valores sociais e que respeitam consciente-mente a sua política de SST criam – ao que parece – um ambiente positivo e suscitam uma importante participação de todos os intervenientes nelas integrados.

O gesto da diretoria do SindMetal-GO é “de toda uma simplicidade” e pode ser reconhecido por qualquer pessoa. Basta que exista responsabilidade dos que uti-lizam essas novas tecnologias para crescer economicamen-te, e interesse daqueles que buscam, através do suor de seus próprios rostos, uma vida sadia e com qualidade.

Palavra do Presidente

Em qualquer tipo de relação humana, o diálogo é a ferramenta mais eficaz no desenvolvimento social da vida das

pessoas. Esta presença se torna ainda mais marcante quando se trata de uma organização legitimamente constituída para representar os interesses de determinada comunidade. Exemplos autênticos deste contexto são os sindicatos, criados e mantidos financeiramente pelos trabalhadores, mas que nem sempre têm cumprido seu verdadeiro papel.

A influência do capitalismo, aliada a força do poder dominante, tem fabricado uma geração de sindicalistas pelegos que se rendem ao encanto das maravilhas oferecidas pela burguesia, em detrimento da luta pela sobrevivência da classe trabalhadora.

Para que tudo isso faça sentido a parti-cipação consciente da classe é imprescindível.

Vai que é sua, metalúrgico!Filiar-se ao sindicato dos metalúrgicos vai além de R$ 12 mensais. Temos convicção que as vantagens que nossa estrutura oferece são importantes para o trabalhador e sua família, mas queremos mais do que isso. A maneira mais fácil de fortalecer o sindi-cato é associar-se a ele, participando e contribuindo para seu crescimento e conquistas.

Nas próximas semanas, a diretoria do SindMetal-GO lança uma campanha permanente de sindicalização. Precisamos do apoio de todos os integrantes da categoria para manter acesa a chama da liberdade, da valorização profissional e de uma qualidade de vida melhor para todos. Menor do que nossos sonhos não poderemos ser. Vai que é sua, metalúrgico! Roberto FerreiraPresidente do SindMetal-GO.

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Página 3 Goiânia, Outubro de 2010

Presidente do SindMetal-GO abre o evento lembrando a categoria da responsabilidade nas urnas

Caso sofra um acidente, o trabalhador deve lutar por seus direitosReabilitação em foco: a responsabilidade é de todos

A Semana de Prevenção de Acidentes do Trabalho na Área Metalúrgica, a SPAT, foi um sucesso de público, qualidade e organização. O auditório do Tribunal de Justiça do Estado

de Goiás (TJ) ficou lotado com mais de trezentos metalúrgicos que compareceram ao evento.

A cerimônia de abertura foi realizada na manhã do dia 13 de setembro e teve a presença de autoridades sindicais e políticas de todo o estado. Para os presentes, a opinião sobre a SPAT se resumia em duas expressões: extremamente organizada e com temas inovadores.

No discurso de abertura, o presidente do SindMetal-GO, Roberto Ferreira, falou sobre a preocupação da diretoria da en-tidade em levar qualidade de vida à categoria. “Nós queremos que os trabalhadores tenham consciência da prevenção de doen-ças e acidentes de trabalho. Queremos que eles tenham digni-dade por meio do trabalho e não precisem depender de bolsas

A palestra de abertura da SPAT teve como tema “A Vida Após o Acidente” que,

além de conscientizar a catego-ria da importância da preven-ção, também injetou esperança naqueles trabalhadores que já sofreram acidentes. O tema abordou as dificuldades e o me-lhor caminho a seguir depois de um trauma.

Marta Maria de Castro, técnica em segurança do tra-balho do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (CRER), afirmou que “em 90% das vezes o acidente é responsabilidade da empresa que expõe seus trabalhadores

do governo para sobreviver”. Inovação

Neste ano, a organiza-ção da SPAT apresentou uma novidade que chamou a aten-ção dos participantes: o con-trole digital de presença. O registro foi feito por meio de um código de barras agregado ao crachá. O participante passava o código na máquina e pronto! Presença registrada!

O café com prosa (lanche completo) foi servido em um jardim suspenso, em um ambiente de convivência e descontra-ção, para a comodidade e integração de todos.

•Emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) até o primeiro dia útil após o acidente. O documento deve ser feito mesmo que o empregado não tenha que ser afastado;•Fornecer medicamentos;•Reintegrar o trabalhador à sua função, caso possível.

a agentes de risco”. Ela escla-receu que, caso os patrões não tomem iniciativa, o empregado deve cobrar as devidas assistên-cias financeiras e jurídicas. Emoção

Marta Maria exibiu um vídeo com a história de um trabalhador que teve os dois braços amputados depois de sofrer um choque elétrico de mais de 13.000 Volts, mostrando a dor e o alto custo da reabilitação do acidentado.

Apesar de apresentar momentos fortes, a palestra foi marcada por otimismo. A reabilitação é um caminho

Trabalhadores de várias empresas da grande Goiânia se reuniram na SPAT

Roberto Ferreira cumprimenta os participantes

Autoridades presentes na abertura•Jovercino José de Almeida, representante do desembargador Paulo Maria Teles, presidente do TJ; •André Luiz Felício, diretor de Saúde e Previdência do Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (Simecat); •Ana Maria Costa e Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Goiás e Tocantins;•Rube Santos do Carmo, presidente do Sindicato dos Oficiais Marceneiros de Goiás;•Renato Silva Cunha, representante da Superintendência do Trabalho e

Emprego em Goiás; •Neli Figueiredo, gerente administrativa do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado de Goiás; •José Gonzaga, responsável na área de cursos do Senai;•João Campos, deputado federal;•José Vitti, candidato a deputado estadual e diretor da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg).

possível e não cabe apenas ao trabalhador, à família e à empresa. A sociedade também tem papel fundamental e deve estar preparada para ajudar nesse processo. A importân-cia da prevenção foi bastante lembrada pela palestrante, seguindo o dito popular de que, “é melhor prevenir do que re-mediar”.

SPAT Metalúrgica é aberta com pedido de consciência eleitoral

A responsabilidade da empresa com o acidentado:

Marta Maria de Castro incentiva trabalhadores

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Página 4 Goiânia, Outubro de 2010

indústrias. Ele afirmou que, atualmente, a soldagem é usada em todos os campos industriais e é um processo perfeitamente confiável. No entanto, os riscos à saúde e à vida do soldador são gra-ves e merecem uma atenção especial.

Depois de fornecer infor-mações básicas sobre o tema e os acidentes que a solda pode causar, o engenheiro falou das regras de segurança relativas ao local de trabalho.

Além do perigo de quei-maduras, incêndios e explo-sões, o profissional pode se contaminar com produtos quí-micos e metais pesados (cobre, cádmio, manganês e outros). Willer Pereira esclareceu so-

A comissão coordenadora 26ª SPAT Metalúrgica trouxe uma palestra ino-

vadora para os participantes. O tema “Espaços confinados” foi apresentado por José Pos-sebon, engenheiro químico especialista no assunto, que atualmente é aposentado da Fundação Jorge Duprat Figueiredo (Fundacentro).

Logo no início, o pales-trante explicou o que é um espaço confinado. Trata-se de um local de trabalho onde o trabalhador tem dificuldade de entrar e de sair, com ventilação

Patrões e empregados devem cumprir à risca a Norma Regulamentadora 33

Mesa Redonda debate sobre riscos e efeitos da soldaNo terceiro dia de SPAT, os trabalhadores participaram da

Mesa Redonda sobre os perigos da solda. O engenheiro eletricista e de segurança do trabalho, Milton Alves Ribei-

ro, e o médico do trabalho da Saneago, Willer Pereira de Castro, enfatizaram a importância de usar equipamentos de segurança e proteção no ambiente de trabalho. Segundo eles, a maioria dos acidentes com solda é causada pelo uso incorreto ou pela falta do Equipamento de Proteção Individual (EPI).

Milton Ribeiro falou da história do uso da solda nas

Trabalhadores são conscientizados sobre a prevenção de acidentes e doenças provenientes da soldagem

ruim e possível falta ou excesso de oxigênio (o que pode causar explosões).

De acordo com ele, pes-soas que trabalham em lugares assim, como soldadores de tanques de combustível, por exemplo, devem estar supervi-sionadas por um vigia. Para en-trar no espaço confinado a em-presa deve ter uma Permissão de Entrada de Trabalho (PET). Além disso, existem várias out-ras regras a serem cumpridas, que estão previstas na Norma Regulamentadora nº 33 (NR 33).

Soldador pode descolar a retina se olhar para a luz da solda

Milton Alves e Willer Pereira responderam as perguntas dos participantes

José Possebon afirmou que os Equipamentos de Proteção Individual são muito importantes em espaços confinados

Espaços confinadosexigem atenção redobrada

de perguntas, que depois foram respondidas pelo con-ferencista.

Você pode saber mais sobre a NR 33 acessando o site da Fundacentro: http://www.fundacentro.com.br.

Sorteio de livretosNo final da palestra, seis trabalhadores foram sorteados

e ganharam livretos sobre espaços confinados, oferecidos pelo próprio palestrante. Agora eles vão poder aprender mais sobre o assunto com os colegas.

Trabalhadores sorriem com prêmios nas mãos

“Já vi acidentes em que até cinco pessoas morreram por falta de cuidados sim-ples, como um rádio de comunicação”, afirmou Posse-bon. Durante a palestra, os participantes fizeram dezenas

bre as inúmeras doenças que podem se desenvolver em um soldador que não se previne corretamente. O médico do tra-balho apresentou as formas de se evitar problemas de saúde e apontou quais são os fatores de risco causadores das dores e da falta de ar até problemas visuais e pulmonares.

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Página 5 Goiânia, Outubro de 2010

Novas tecnologias, novos riscos para a vida do trabalhador

Muitos trabalhadores encaram o trabalho como uma obrigação negativa, tediosa e sofrida. A origem da pa-lavra “trabalho” vem de um instrumento de tortura,

mas o conceito passou por transformações que, atualmente, este significado está ligado à dignidade e à realização pessoal e social.

Com estas considerações a psicóloga Joamara Mota Bor-ges deu início à palestra programada para o último dia da 26ª SPAT Metalúrgica promovida pelo sindicato da categoria.

Mostrar porque o trabalho deve ser prazeroso e refletir so-bre as situações que podem levar a transtornos mentais era o principal objetivo na opinião da psicóloga. Segundo ela, as pes-soas devem se reconhecer pelo trabalho e se orgulharem da-quilo que fazem. Por intermédio da profissão, é possível construir e transformar a vida.

Por isso, trabalho é um tema mágico. Quando se perde o controle de suas próprias ações e a atividade realizada se torna uma rotina de sofrimento e angústia, o trabalhador pode desen-volver alguma doença mental.

Trabalho: um tema mágico que mexe com o sentimento das pessoas

Zuher Handar falou sobre os novos temas que oferecem riscos aos trabalhadores

Assédio moral e pressão constante do encarregado pode ser uma fonte de sofrimento e doença do trabalhoPara a palestrante, o empresário deve oferecer um am-

biente saudável aos empregados, com segurança, respeito e valorização ao profissional. Por outro lado, o trabalhador tem suas responsabilidades, como a de usar adequadamente o equipamento de segurança, relacionar-se bem com os cole-gas para perceber a importância do trabalho e sua relevância para a sociedade.

Uma das palestras mais espe-radas pelo público e pelos orga-nizadores foi realizada na quinta-

feira, 13 de setembro, quarto dia da SPAT Metalúrgica. O tema da vez: “Ris-cos emergentes e os novos padrões de prevenção em um mundo do trabalho em transformação”.

Conhecido dos metalúrgicos goianienses, o médico do trabalho con-sultor da Confederação dos Metalúr-gicos e representante da OIT no Brasil na área de saúde e segurança do tra-balho Zuher Handar ministrou uma su-perpalestra que foi assistida por mais de 300 pessoas.

Valendo-se de experiências pró-

prias vividas em outros países, Handar impressionou a todos pela clareza de suas explicações ao reproduzir tópicos da campanha mundial realizada pela OIT no Dia Internacional de Segurança e Saúde no Trabalho, comemorado no dia 28 de abril. “Todos os acidentes de trabalho podem ser evitados”, afirmou ele, chamando a atenção dos partici-pantes para um dos maiores problemas enfrentados pela categoria no mundo.

Zuher também falou da impor-tância de os trabalhadores se quali-ficarem, tanto na escola, quanto em cursos de formação profissional. Para ele, é preciso ficar atento às novas exigências do mercado de tra-balho, pois quem é bem informado tem mais garantia de emprego. Doenças de trabalho

O conferencista deixou claro que além de sofrer acidentes, os trabalha-dores podem desenvolver vários tipos de doenças. De acordo com ele, aqui no Brasil morrem cinco ve-zes mais trabalhadores do que na Europa. “Isso ocorre porque os patrões não veem a prevenção como um investimento”, disse Zuher.

A palestra foi fechada com um alerta para a categoria. O médico reco-mendou para que todos os participantes fiquem atentos à saúde, façam exames periodicamente e usem os equipamentos de proteção individual (EPIs).

Esticando o esqueleto

Para espantar a preguiça e animar os participantes para a palestra, a professora Alessandra Abreu subiu ao palco para ministrar uma aula de ginástica laboral. Os trabalhadores fizeram alongamentos durante vinte minutos, movimentando braços e pernas, remexendo a cintura e dando muitas gargalhadas.

Zuher interagiu com o público e arrancou sorrisos dos participantes

As aulas de ginástica são importantes para manter a saúde do trabalhador e evitar doenças ocupacionais

Segundo Joamara, chefes que abusam do poder, cometem o chamado “assédio moral”

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Página 6 Goiânia, Outubro de 2010

Nos cinco dias de realização, a Semana mobilizou técni-cos, engenheiros, médicos e dezenas de profissionais de saúde para manter a programação moderna, atual

e integrada ao mundo do trabalho e à prevenção de acidentes e doenças profissionais.

Autoridades políticas, sindicais, de órgãos públicos e rep-resentantes da sociedade organizada também prestigiaram o maior evento do gênero já visto no País.

Ana Maria Costa e Silva – presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação nos Estados de Goiás e Tocantins.“Eu não poderia deixar de prestigiar o Roberto e sua equipe por mais uma edição dessa Semana, que é muito importante para todos os trabalhadores”.

Edwaldo Guimarães, 44 anos, serralheiro das Indústrias JK.“A maioria dos trabalhadores está desatualizada. O que aprendemos aqui, podemos passar para os colegas, para que eles saibam quais são os seus direitos.”

Bruno Alves de Oliveira, 21 anos, auxiliar ad-ministrativo da Serralheria Águia de Ferro.“A SPAT é muito importante porque conscientiza todos os trabalhadores a fazerem uso dos equipamentos de proteção. Isso evita acidentes que prejudicam tanto a empresa, quanto o trabalhador.”

Muhamed Talab Silva, 26 anos, operador de máquina da Gerdau.“A cada ano a SPAT está melhorando mais. Ela é importante porque a gente pega esses temas e aplica dentro da fábrica.”

Diogo Ribeiro, 23 anos, encarregado de suprimento da JK Montagens.“Conscientizar os trabalhadores traz melhorias pro profissional, pra família e pra empresa. A SPAT está perfeita, a organização está de parabéns.”

Lusmar Fernandes da Silva, 58 anos, supervisor de serviços da Auto Mecânica Belo Horizonte.“Os palestrantes são excelentes e o temas muito bem escolhidos. Essa garotada nova que está entrando no mercado tem que ser bem orientada quanto à segurança do trabalho.”

José Antônio da Silva, 40 anos, soldador da Rodisco.“Essa é primeira vez que venho na SPAT e estou achando espetacular, estou aprendendo muito. Que essa jornada continue. Tem muita gente que precisa aprender ainda mais!”

Rube Santos do Carmo – presidente do Sindicato dos Oficiais Marceneiros do Estado de Goiás“A gente percebe que os sindicalistas em geral, estão mais preocupados com a prevenção de aci-dentes. E é um dever nosso participar de eventos como a Spat”.

João Campos – deputado federal“O SindMetal-GO tem se preocupado muito com o metalúrgico, especialmente nessa área de preven-ção de acidentes no trabalho, mas não só preven-ção, como o que pode suceder após um acidente, e isto é um compromisso deste sindicato”.

André Luiz Felício – secretário de saúde e previ-dência do Sindicato dos Trabalhadores nas Indús-trias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elé-trico de Catalão (Simecat)“O trabalhador se preocupa mais como o dinheiro do que com a sua própria saúde e essas iniciativas são muito importantes pra gente tentar reverter esse quadro”.

Edvard Pereira de Souza – presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação nos Estados de Goiás e Tocantins“Eu não conheço outro sindicato no mundo que faça uma semana como o Sindmetal-GO faz, que preo-cupa com a saúde e a segurança do trabalhador”.

Carlos Albino de Rezende Júnior – presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúr-gicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Catalão (Simecat)“A diretoria do SindMetal-GO tem uma meta de perfeição e eu acho que todo ano ela aumenta essa meta, pois a cada ano a Spat está mais bonita, organizada e os trabalhadores ficam mais satisfeitos”.

José Vitti – diretor da Federação das Indústrias do Estado de Goiás e candidato a deputado estadual“Esse tipo de evento deveria acontecer não só por parte dos sindicatos, mas também pelo setor público. Mas como nem sempre o poder público está presente é importante que o sindicato tome a frente, como o SindMetal-GO tem feito”.

Como foi a SPAT Metalúrgica para as autoridades

Com a palavra, os trabalhadores

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Página 7 Goiânia, Outubro de 2010

Alegria e emoção marcam o encerramento da SPAT Metalúrgica 2010Organizadores, participantes e convidados comemoram o sucesso do evento com a diretoria do SindMetal-GO

Depois de cinco dias de palestras, debates e grande movimentação,

chegou ao fim a 26ª SPAT, promovida pelo Sindicato da categoria em parceria com o Simelgo. Autoridades sindicais e políticas prestigiaram a so-lenidade de encerramento do evento.

Trabalhadores comemo-raram o término da Semana, entendendo que o conheci-

mento adquirido vai ser funda-mental no dia a dia de cada um durante suas vidas profis-sionais. Três deles foram pre-miados com sanduicheiras e uma churrasqueira elétrica, em sorteio promovido pela equipe de Publicidade e Mar-keting.

Devido ao grande número de participantes, al-guns trabalhadores foram chamados até a direção da

Curso de soldador reabre programa de qualificação profissionalDepois de nove meses de paralisação, SindMetal-GO consegue reabrir programa de cursos

Apesar do sucesso dos cursos de cortador e dobrador de chapas me-

tálicas realizados em 2009, a direção do SindMetal-GO, teve bastante dificuldade para con-vencer o Sindicato Patronal (Simelgo) a voltar a cumprir a cláusula prevista na Conven-ção Coletiva de Trabalho da categoria, que firmou parceria para os cursos de qualificação e requalificação profissional dos metalúrgicos.

Vinte trabalhadores em empresas localizadas no Pólo Agroindustrial de Goianira ini-ciaram, no dia 20 de setembro, o primeiro curso para formar soldadores e arco elétrico nos tipos Mig, Tig e Mag. As aulas teóricas e práticas, que ocor-

rem de segunda a sexta-feira, das 19h as 22h, são ministra-das pela Faculdade Tecnológi-ca do Senai Ítalo Bologna.

A direção da empresa Brasmom Indústria Metalúrgi-ca Ltda, estabelecida no Pólo, aderiu à parceria e cedeu suas instalações para realização dos cursos. No primeiro se-mestre de 2011, Outras duas turmas já foram formadas para darem sequencia ao módulo dos três cursos previstos para Goianira.

No dia 4 de outubro te-ve início, nas instalações da Faculdade Ítalo Bologna, no Setor Fama, em Goiânia, um curso da mesma modalidade para candidatos que traba-lham na capital, com encerra-

mento previsto para 22 de dezembro.

Já no Pólo Industrial de Aparecida de Goiânia, 16 can-didatos ao curso de cortador e dobrador de chapas metáli-cas abrem o primeiro curso do segundo módulo. As aulas práticas serão realizadas aos sábados nas dependências da

empresa Metalforte Ltda, e as teóricas na Escola Sindical dos SindMetal-GO, na sede do Sin-dicato.

Todos os cursos são gra-tuitos, e estão enquadrados dentro das normas da Classifi-cação Brasileira de Ocupações (CBO), com duração de 160 horas cada.

O vice-presidente do SindMetal-GO e coordenador da SPAT 2010, Antonio Carlos de Sousa, faz discurso de encerramento

mesa e receberam seus certi-ficados diretamente das mãos de autoridades, representando os demais.

Ao final, o presidente do SindMetal-GO, Roberto Fer-reira, revelou seu contenta-

mento. Ele adiantou que a Se-mana de Prevenção de 2011 já está sendo pensada. “A 27ª edição já começou para nos-sa equipe. A programação e a organização já estão sendo planejadas”, revela ele.

Autoridades presentes no encerramento•André Luiz Felício, secretário de saúde e previdência do Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão;•Rube Santos do Carmo, presidente do Sindicato dos Oficiais Marceneiros do Estado de Goiás;•Edvard Pereira de Souza, presidente da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação dos Estados de Goiás e Tocantins;•André do Amaral Neves, assessor do deputado federal João Campos e ex-diretor do SindMetal-GO;•Cristiane Arantes, representante

do diretor da Federação das Indústrias dos Estado de Goiás (Fieg) e candidato a deputado estadual, José Vitti;•Telmo Vaz de Morais, dretor do Sindicato dos Bancários do Estado de Goiás;•Adriano Máximo da Costa, representante do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de Goiás e Tocantins;•Gilvane Felipe, candidato a deputado estadual.

Curso de qualificação de soldadores em Goianira

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Página 8 Goiânia, Outubro de 2010

ZUHER HANDAR SOFRE ACIDENTE APÓS DAR PALESTRA NA 26ª SPAT

OIT REVELA O QUANTO SE GASTA COM ACIDEN-TES DO TRABALHO NO MUNDO

40% DOS ACIDENTES DE TRABALHO SÃO PROVO-CADOS PELO ÁLCOOL

SÓ NO BRASIL SÃO 500 MIL ACIDENTES DE TRABALHO POR ANO

Durante uma conexão do vôo da TAM, em São Paulo, o médico que ministrou uma palestra na 26ª SPAT, so-freu uma forte ruptura do tendão do bíceps, ao pegar sua pasta ainda dentro da avião. Zuher que seguia para Curitiba, teve que passar uma intervenção cirúrgica e deverá ficar um bom tempo afastado de suas atividades profissionais.

Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que ocorrem cerca de 5 milhões de acidentes do trabalho por ano no mundo inteiro. Cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial são gastos com as despesas relacionadas a doenças e acidentes do trabalho.

Em torno de 40% dos acidentes do trabalho estão relacionados ao consumo de álcool. As estatísticas não se referem somente aos dependentes do álcool, mas também àqueles funcionários que bebem com uma frequência menor e no dia seguinte tem seus reflexos e suas capacidades A afirmação é do médico hepatologista Antônio Barros, do Estado do Piauí.

Os dados são da Previdência Social e já assustam o governo federal, pois este estima que número pode até triplicar se os trabalhadores do mercado informal (quem não tem carteira assinada) forem considerados. Mesmo dentro do setor formal, há dificuldade em notificar acidentes ou doenças. Como diz o Boris Casoy: “Isso é uma vergonha!”

Conheça as equipes do SindMetal-GO que colocaram a mão na massa para coordenar, organizar, produzir e assessorar a 26ª SPAT Metalúrgica

CoordenaçãoEssa equipe foi dividida em coordenação técnica e geral. Eles foram os responsáveis pela escolha dos ótimos temas das palestras da SPAT. Além disso, coordenaram todo o evento com maestria.

OrganizaçãoComposta por vários estreantes em SPATs. A equipe mostrou que garra e confiança são sinônimos de sucesso. Sempre muito atencio-sos, organizaram tudo nos mínimos detalhes.

Assessoria de ComunicaçãoCom objetivo de levar a SPAT aos trabalhadores que não puderam estar por lá, essa equipe cobriu todo o evento com um olhar inovador e atitude profissional.

Publicidade e MarketingSeja registrando a SPAT ou cuidando de todo o material gráfico, um traço característico dessa equipe é o entusiasmo. Competência e bom gosto também não faltam para eles!

Todo mundo juntoEquipe completa com 20 profissionais. É um número recorde em SPATs. Dedicação e alegria é o lema desta galera!

Equipes fora de série que fazem sucesso!

Da esq. p/ dir: Maxwell Rezende, Soraya Pinheiro, Deodato Ferreira e Antonio Carlos de Sousa

Da esq. p/ dir: Mayara Kelly, Amanda Fidalgo, Lorena Dana,

Luísa Gomes e Jefferson Ramos

Em cima: André Oliveira, Luiz Rodrigues e Wallace GonçalvesEmbaixo: Maurides Bonfim, Cristiane Rodrigues, Maurízia de Souza, Fernanda Rodrigues e Lisandra Fernandes

Da esq. p/ dir: Danilo Neves, Leonardo Abreu e Laurence Júnior