25 de maio de 2016

Introdução:

Se você tem acompanhado o ensino de João em sua primeira carta, provavelmente algumas bases da sua fé estejam

sendo chacoalhadas. Apesar de inquietante, essa situação é importante na vida do crente, pois coloca-o no equilíbrio

entre dois polos perigosos: o legalismo mecânico e a libertinagem desenfreada. O propósito de João e, também, o

nosso, não é promover uma Caça às bruxas dentro da igreja! Não queremos fazer da ocasião de alerta levantada pela

carta um motivo para sairmos procurando os filhos das trevas em nosso meio, a fim de tirá-los de uma vez por todas de

nossa presença!

Ao apresentar Jesus Cristo como a base da fé da igreja; as distinções entre os filhos da luz e os filhos das trevas; e as

provas visíveis da vida com Deus, a saber, santa obediência e amor prático, João pretendia encoraja os crentes a

amadurecerem no conhecimento de Deus, por meio de Cristo e das Escrituras, para terem estabilidade em suas vidas

nessa terra, enquanto aguardam a eternidade com Deus!

Desenvolvimento:

Hoje, para mantermo-nos firmes na esperança da vida eterna em Jesus Cristo, vamos responder a seguinte pergunta: Em

que a igreja de Cristo encontra descanso e segurança?

1. A igreja de Cristo está segura no perdão em Cristo, no conhecimento de Deus e na Palavra de Deus.

Texto para leitura:

“Filhinhos, eu lhes escrevo porque os seus pecados foram perdoados, graças ao nome de Jesus” (v. 12).

O apóstolo João depois de apresentar alguns importantes testes da verdadeira comunhão com Deus, faz uma pausa de

encorajamento e consolo à igreja, trazendo alguns pontos importantes já mencionados. Ele começa relembrando que os

filhos da luz podem descansar, pois:

a) Os seus pecados foram perdoados em Jesus Cristo.

Por que o perdão de pecados é algo encorajador?

Perdão de pecados, na Bíblia está relacionado à salvação. O termo hebraico yasha é usualmente empregado para

expressar algo amplo, aberto, sem empecilhos ou qualquer forma de opressão, ou seja, encontrado no Antigo

Testamento com a ideia de liberdade daquilo que amarra, de livramento de algum perigo. No grego, a palavra mais

comum para expressar a mesma ideia é sōtēria, uma derivação do verbo sōzō, que traz a conotação de cura, remédio,

resgate, redenção ou até mesmo a preservação de um perigo, doença ou morte. Ainda que os sentidos fossem amplos,

no imaginário hebraico, a palavra salvação sempre encontrava uma conexão direta com Yahweh, o Senhor da

salvação.

O perdão de pecados é o maior dos livramentos e o alívio de Deus ao homem, pois foi somente pelo cancelamento da

culpa que estava sobre si é que o homem passou a ter liberdade no relacionamento com Deus e conseguiu se ver livre

da acusação que pesava sobre ele. Considerar o pecado em nossas vidas é algo importante. Precisamos nos lembrar que

a Palavra de Deus nos ensina que todos nós somos injustos (Salmo 14. 1-3; Romanos 3.10), pecadores (Romanos 3.23)

e que o salário do pecado é a morte (Romanos 6.23); não só a morte física, mas a morte espiritual e eterna. Essa

condição humana de escravo do pecado, ainda que imperceptível para a maioria, cega em sua vida distante de Deus, é

o grande motivo para que o homem não consiga satisfazer-se com coisa alguma desse mundo. De onde vem os

adultérios, a inveja, as contendas, as depressões? Exatamente dessa alma insaciável pelo próprio prazer, pela realização

dos desejos, enfim, da idolatria (cf. Tiago 4.1-3).

A alma humana vive clamando por novas experiências, novas realizações e novas aquisições, pois ela possui um

enorme vazio, uma imensa sede. Mas aqueles que conhecem a Deus, tiveram o fardo da culpa e da acusação

cancelado! Quando Jesus, em João 4, encontra-se com a mulher samaritana e lhe promete saciar a sua sede para

sempre, era disso que Ele estava falando: liberdade, leveza, descanso. Quando Jesus Cristo veio ao mundo e morreu

pelos nossos pecados, Ele resolveu de uma vez por todas a sentença de acusação que estava sobre os pecados que já

cometemos, aqueles que ainda cometemos e os outros que certamente cometeremos, antes da Sua volta. A Carta aos

Hebreus trata desse sacrifício permanente e eficaz de Cristo em favor de todo aquele que nEle crer.

“Dia após dia, todo sacerdote apresenta-se e exerce os seus deveres religiosos; repetidamente oferece os mesmos sacrifícios, que nunca podem remover os pecados. Mas quando este sacerdote acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus. Daí em diante, ele está esperando até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés; porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados.” (Hebreus 10:11-14)

O nome de Jesus Cristo carrega todo o peso da sua Pessoa Divina e da sua obra de salvação, por isso, a igreja de Cristo

não precisa ficar angustiada pelo medo da condenação e da acusação dos mentirosos, pois ela tem essa certeza do

perdão e da reconciliação com Deus por intermédio de Cristo. Por isso, aqueles que realmente são salvos,

apresentando evidências/ características dessa salvação, podem descansar na segurança que o perdão de Cristo traz,

não mantendo-se na desgraça da insegurança!

Portanto, quando alguém disser que você não foi curado de uma doença, ainda continua desempregado, que suas notas

na faculdade não vão bem, que seu casamento vive com discussões, etc., porque existe pecado em sua vida sem ser

confessado; antes de acreditar, reveja a sua vida. Se você tem buscado viver com Cristo viveu, fazendo a parte que lhe

cabe, não dê ouvidos e siga dependendo de Cristo. Mas se você tem visto muita negligência em sua vida, não deixe que

a culpa seja o motivo da sua mudança, mas motive-se pela a graça/ o favor de Cristo, seja encorajado pelo amor de

Deus que é capaz de lhe transformar de fé em fé, procure zelar pela meditação na Bíblia e na oração e prossiga na

esperança da glória!

Texto para leitura:

“Pais, eu lhes escrevo porque vocês conhecem aquele que é desde o princípio... Filhinhos, eu lhes escrevi porque vocês conhecem o Pai. Pais, eu lhes escrevi porque vocês conhecem aquele que é desde o princípio”. (vv. 13a,14a)

João também lembra a igreja de Cristo, que os filhos da luz também podem descansar, pois:

b) Conhecem a Deus, em Filho Jesus Cristo, relacionando-se em intimidade com Ele.

Mas o que é mesmo conhecer a Deus?

Como já vimos, o conhecimento de Deus é a familiaridade com a Sua pessoa e a Sua vontade. Nós obtemos esse

conhecimento pela revelação que Ele mesmo faz a nós. Conhecer a Deus é amadurecer no relacionamento com Ele

segundo aquilo que Lhe agrada. Portanto, os filhos da luz, aqueles que tiveram seus olhos espirituais clareados e

puderam enxergar a vida de fato como ela é, sabem que a igreja está segura no relacionamento que cultiva com o

Senhor a partir do perdão de seus pecados e da sua inclusão na família de Deus. Em Efésios encontramos:

“Ele veio e anunciou paz a vocês que estavam longe e paz aos que estavam perto, pois por meio dele tanto nós como vocês temos acesso ao Pai, por um só Espírito. Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus” (Efésios 2:17-19).

Portanto, quando alguém disser que você tem uma fé fria, ou que você precisa da oração poderosa; só porque você não

vive atrás de cultos da libertação, das labaredas de fogo e dos movimentos sobrenaturais por aí, ou porque costuma orar

a sós em seu quarto; não acredite em nada disso! O conhecimento de Deus, ou seja, uma vida de fé madura em Jesus

Cristo, não tem nada a ver com arrepios, falas estranhas, pulinhos, rodopios e orações mais poderosas do que outras,

mas sim com obediência à Palavra de Deus em amor, inclusive pelo próximo!

Texto para leitura:

“Jovens, eu lhes escrevo porque venceram o Maligno... Jovens, eu lhes escrevi, porque vocês são fortes, e em vocês a Palavra de Deus permanece e vocês venceram o Maligno... Mas vocês têm uma unção que procede do Santo, e todos vocês têm conhecimento. Não lhes escrevo porque não conhecem a verdade, mas porque vocês a conhecem e porque nenhuma mentira procede da verdade” (v.13b,14b,20,21).

E o terceiro motivo que João apresenta aos filhos da luz para que eles não ficassem angustiados, é que eles:

c) Estão na Palavra de Deus e, por isso, são fortalecidos contra os ataques satânicos.

O que fortalece a vida de um crente em Jesus?

A presença da Palavra de Deus em Seu coração, a sua permanência na Palavra de Deus. Em Salmos lemos:

“Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra. Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti” (Salmos 119:11)

Ter a Palavra no coração é reter, atentar-se, guardar a Palavra de Deus na mente, aplicando seus ensinos à vida diária.

A força que João está falando aqui não trata-se de vigor físico, mas do preparo que a Palavra de Deus dá contra os

enganos de Satanás a toda pessoa que a procura. Quando a Palavra de Deus está enraizada em nosso coração, nossos

hábitos que não agradam a Deus vão sendo abandonados e os atos de justiça (2Timóteo 3.17) passam a ser cada vez

mais visíveis em nós.

A igreja de Cristo pode ter certeza de que a sua vitória sobre Satanás é garantida, pois o seu Senhor – Jesus Cristo – já

venceu de uma vez por todas Satanás e seus demônios. Vemos isso em Hebreus:

“Ele diz: "Proclamarei o teu nome a meus irmãos; na assembléia te louvarei". E também: "Nele porei a minha confiança". Novamente ele diz: "Aqui estou eu com os filhos que Deus me deu". Portanto, visto que os filhos são pessoas de carne e sangue, ele também participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse

aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo, e libertasse aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte.” (Hebreus 2:12-15)

A igreja é fortalecida pela presença da Palavra de Deus no coração de seus membros, pois não cai nos enganos

satânicos presentes nesse mundo caído. O Espírito Santo, que é o selo da nossa herança em Jesus Cristo (Efésios 1.13),

foi concedido por Jesus Cristo à igreja para guia-la na verdade (João 16.13; Lucas 12.12). Outro ministério bem próximo

ao do ensino é o da orientação. João, assim como Paulo ensinou e acreditava que o Espírito Santo era o guia de todo o

filho de Deus (Romanos 8.14) e tal condição de ser guiado confirma a legitimidade do crente. Em Romanos 8.16 vemos

eu o cristão legítimo recebe de Deus Pai a filiação e a oportunidade de compartilhar a vida com ele pelo Espírito

Santo. Lucas, em Atos, também nos relata vários episódios em que vemos o Esp. Santo orientando as pessoas (At 8. 29;

10. 19-20; 13. 24; 16. 6-7; 20. 22-23). Essa situação traz um grande conforto para os cristãos, que sabem que não estão

desamparados, pelo contrário, podem recorrer ao Espírito Santo para obterem direção diante das decisões da vida.

Portanto, quando alguém disser que a Bíblia é a Palavra de Deus, mas que existem experiências sobrenaturais que são

tão importantes quando ela; não caia nesse engano! Tudo o que precisava ser revelado para que eu e você tivéssemos

comunhão com Deus já foi dado pelo Senhor à igreja por meio da sua revelação escrita: As Escrituras Sagradas.

Experiência alguma pode ser mais importante que a verdade revelada, afinal nossas experiências com Deus apenas

confirmam a Palavra e não a contrariam.

Diante disso, podemos crer que a igreja de Cristo encontra descanso e segurança, pois ela está segura no perdão em

Cristo, no conhecimento de Deus e na Palavra de Deus.

Meu compromisso com a Verdade:

Avaliar minha vida constantemente segundo a Palavra de Deus e não segundo os dizeres de pessoas, até bem-

intencionadas, mas que não vivem a verdade.

Oração: Deus, obrigado pela segurança que o Senhor me concede em Cristo, e peço-lhe que mantenha-me firme na

verdade! Amém.

Lembrar-se de orar por: Saúde física e espiritual da Família Pastoral. Mais líderes piedosos em nossa igreja. Fortalecimento da Escola Bíblica. Expansão dos Pequenos Grupos. Avivamento e Crescimento da nossa Igreja. Nossos Missionários.

Salvação em nosso evangelismo pessoal. Idosos, desempregados e enfermos da nossa igreja. Jantar dos Casais da nossa igreja. Condição espiritual, político e econômica de nosso

país.