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301 Relampa 78024-462 25º Congresso Brasileiro de Arritmias Cardíacas Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac) Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (Deca / SBCCV) 03 de dezembro a 06 de dezembro de 2008 Pestana Bahia Hotel - Salvador - BA Resumos dos temas livres apresentados no Relampa 2008 21(4): 301-346.

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Relampa 78024-462

25º Congresso Brasileiro

de Arritmias Cardíacas

Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (Sobrac)

Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (Deca / SBCCV)

03 de dezembro a 06 de dezembro de 2008Pestana Bahia Hotel - Salvador - BA

Resumos dos temas livres apresentados no

Relampa 200821(4): 301-346.

Relampa 200821(4): 301-346.

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Índice por Autor - Nº do Trabalho

A

Abilio A. F. Filho ...................................................... 103Adelino Parro Junior ................................................ 120Aderbal Pereira de Oliveira .................................... 148Adib D. Jatene .............................................. 56, 75, 80Adilson Scorzoni .................................................. 94, 96Adriana B. Santos .................................................... 120Afonso Akio Shiozaki ........................................ 10 , 13Airton Severino Piazza .............................................. 34Aldryn Nunes Castro ............................................... 20Alexandre Baldini de Figueiredo ...................... 94, 96Alexandre C. Pereira ................................................. 95Alexandre Francisquini .............................................. 70Alexandre Rassi ....................................................... 64Alexey Peroni ............................................................ 38Alexsandro Alves Fagundes ................................... 99Alexsandro Fagundes ....................................... 99, 142Ali Kassen Omais ..................................................... 138Alinne Katienny Lima Silva Macambira .................. 72Almino Rocha ........................................................... 140Almo Antonio Moreira ................................................ 91Aloisio Dias Ferreira Junior .................................... 139Álvaro Valentim Sarabanda .................................... 131Ana C C Reis ............................................................... 1Ana Carolina de Abreu ........................................... 120Ana Carolina Schwab Vieira ............ 66, 67, 79, 132,.......................................................................... 145, 147Ana Carolina Schwab............................. 71, 134, 144Ana Cristina Carneiro dos Reis ................................. 2Ana Eunice Prado .......................................... 113, 122Ana Inês Bronchtein .................................................. 70Ana Lúcia Almeida ..................................................... 38Ana Neri R. E. Pereira ............................................ 130Ana Paula Arbo Magalhães ..................................... 45André Assis Carmo Lopes ...................................... 130André Assis Lopes Do Carmo ............................... 101Andre R Zanatta .................... 57, 105, 106, 116, 119André Rodrigues Zanatta ............................ 63, 65, 77Andre Zanatta .......................................... 60, 117, 118Andrea Silvestre ....................................................... 141Andréia Mazoni ......................................................... 138Andréia Roledo ......................................................... 138Andrey Queiroz ........................................................... 72Andreza Chaguri ........................................................ 16Ângela Bolonhez ........................................................ 32Angelina Camiletti .................. 36, 49,50, 54, 55, 58,....................................................59, 61, 125, 149, 150Angelo A. V. de Paola ..................... 51, 68, 114 ,115Angelo de Paola ............................ 6, 9, 93, 104, 146Anis Rassi Jr ............................................................... 64Anísio A. A. Pedrosa ................................................. 32Anisio Pedrosa .............................. 14, 20, 21, 23, 24,............................ 28, 31, 33, 37, 40, 42, 46, 47, 102

Antoninho S. Arnoni ..................................... 56, 75, 80Antonio Aurelio Fagundes ...................................... 127Antonio Carlos Botelho ............................................. 36Antônio Cavalcanti Malan ......................................... 43Antônio Crisóstomo de Oliveira Filho ....................... 2Antônio de Moraes ..................................................... 89Antônio Malan ........................................ 44, 64, 72, 89Antônio Menezes ........................................................ 64Antônio Osvaldo Pintya ...................................... 94, 96Antônio Vitor Moraes ................................................. 43Argemiro Scatolini Neto ............................................ 38Aristides Correia ......................................................... 52Ary D Monteiro ............................................................. 1Ary Dalmeida Monteiro ................................................ 2Atul Verma ................................................................... 59

B

Bárbara de Oliveira ................................................. 98Benedito Carlos Maciel ...................................... 94, 96Benhur D Henz ............................................... 105, 106Benhur Davi Henz ................ 57, 60, 68, 65, 77, 114,...................................... 115, 116, 117, 118, 119, 137Benhur Henz ...................................................... 63, 127Bruno Heringer Dias ................................................ 14Bruno Heringer .................................................... 25, 29Bruno Papelbaum.......................... 22, 66, 67, 71, 79,............................................... 132, 134, 144, 145, 147Bruno Pereira Valdigem ............................................ 51Bruno Valdigem ................................... 9, 68, 104, 146

C

Caio V. Spaggiari ....................................................... 32Caio Vitale Spaggiari ................................................ 24Camila de Magalhães de Sá ................................. 107Camila Gangoni .......................................................... 31Camila Pepe ........................................................ 91, 92Camila Sá .................................................................. 108Candido Gomes .............................................. 113, 122Carina Hardy ............................... 52, 69, 76, 81, 121Carla Leobino ........................................................... 145Carla Margalho ................................................. 4, 5, 18Carla Sanford Rangel Xerez .................................... 71Carla Sanford Xerez Leobino ................................ 147Carla Xerez Leobino ........................ 22, 79, 132, 144Carla Xerez .......................................................... 66, 67Carlos Alberto Oliveira .............................................. 12Carlos Alberto Pastore .................................... 7, 8, 15Carlos Cléber Menezes ............................................ 26Carlos Eduardo Batista de Lima ........................... 29Carlos Eduardo Lima ................................................. 46Carlos Eduardo Negrão ....................................... 7, 15

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Carlos Eduardo Rochitte .................................... 10, 13Carlos Emídio ............................................................. 78Carlos Ferro .............................................................. 146Carlos Henrique Miranda ................................. 94, 96Carlos Lima ................................................... 20, 21, 47Carlos Pastore ............................................................ 41Carlos Roberto M. Rodrigues ................................ 140Cátia Moura Galvão ................................................... 34Cecília Boya Barcellos ....................................... 22, 79Cecília M. B. Barcellos .... 66, 67, 71, 134, 145, 147Cecilia Monteiro Boya Barcellos .......... 35, 132, 144Celso Salgado de Melo ............................................ 26César Augusto Angeli de Lima .............................. 100Cesar Gonzales ........................................................ 137Charles Dalegrave ..........................68, 114, 115, 146Charles Mady .............................................................. 10Christian Luize .......................................................... 100Clarissa Novakoski ................... 57, 60, 63, 105, 106,........................................................ 116, 117, 118, 119Clarissa Ramos Novakoski ....................................... 65Clarisse Novakoski .................................................... 77Claudia da Silva Fragata ........66, 67, 144 ,145 ,147Claudia de Mello Perez ............................................ 82Cláudia Fragata ........................ 11, 22, 71, 100, 134Claudio Cirenza .......... 9, 51 ,68, 104 ,114 ,115 ,146Cláudio Guedes Sobrosa .......................................... 43Cláudio Leinig Pereira da Cunha ......................... 109Cláudio Munhoz ....... 86, 87, 88, 112, 123, 124, 128Cláudio Muratore ................................................. 44, 89Cláudio P. Cunha ......................................... 83, 84, 85Claysa Kawanami ................................................ 9, 104Clizenaldo Torres Jr ................................................ 103Constança Cruz ....................................................... 1, 2Cristiane Binotto ......................................................... 39Cristiane Guedes Pita ................................................ 10Cristiane Nagasako ................................................. 111Cristiano De Oliveira Dietrich ................................... 68Cristiano Dietrich ........................................ 9, 104, 146Cristiano F. Pisani ...................................................... 95Cristiano Faria Pisani ......................................... 69, 76Cristiano O Dietrich ................................................... 51Cristiano Pisani .................................................... 69, 76Cristina Chaves dos Santos de Guerra ...... 113, 122Cristina Guerra ........................................... 4, 113, 122Cristina Tentori ........................................................... 44

D

Dalmo A. R. Moreira ................................................ 103Dalmo Antonio Ribeiro Moreira ............................. 11Dalmo Moreira ............................................ 51, 92, 100Dalton B. Precoma ....................................... 83, 84, 85Dalton Précoma ........................................................ 109Dalva Poyares .............................................. 6, 93, 129Daniela Meira ............................................................. 26Daniela Rassi ............................................................. 42Danielle Deseta .......................................................... 70

Danielle Lima ............................................................ 100Daniélly Paloma O Lucas ......................................... 17Dariana Viegas Andrade Penteado ............... 48, 148Dario de Moura .......................................................... 78Dayse Macedo ............................................................ 93Debora Lee Smith ............................... 83, 84, 85, 109Delzirene Botelho ....................................................... 72Den Ise Hachul ......................................................... 121Denilda Q. V. Pachón.............................................. 56Denise Hachul ..................................... 52, 69, 76, 130Denise T. Hachul ....................................................... 95Denise Viana R. de Oliveira .................................... 90Denise Viana Rodrigues de Oliveira ...................... 90Denizar Araújo ............................................................ 92Denizar Vianna Araújo .............................................. 91Douglas L Packer ................... 57, 114, 115, 116, 118Douglas Packer ............................................... 117, 119Dylam Miller ........................................... 114, 115, 117

E

E Andréa ...................................................................... 97Edileide B. Correia .................................................. 103Edmundo Arteaga ................................................ 10, 41Edmur Carlos de Araujo ........................................... 65Edna Marques ..................................................... 63, 77Edna Oliveira .................................................... 4, 5, 18Edson Roberto Silva Sacramento ............ 22, 79, 144Edson Sacramento ........... 66, 67, 71, 132, 145, 147Eduardo A. Sosa ........................................................ 95Eduardo Andréa ............................................. 123, 128Eduardo Arrais Rocha ...................................... 26, 140Eduardo Back Sternick ..................................... 53, 143Eduardo Barreto Gadelha ......................................... 28Eduardo Benchimol Saad ....................................... 141Eduardo Benchimol Saad ........... 50, 54, 59, 82, 150Eduardo Borba ......................................................... 102Eduardo Dowbrava ............................. 83, 84, 85, 109Eduardo Gadelha ....................................................... 46Eduardo Machado Andrea ................. 86, 87, 88, 112Eduardo Maniglia Puccinelli ..................................... 42Eduardo Maniglia ......................................... 28, 33 ,40Eduardo R. B. Costa ............................................... 135Eduardo Rodrigues Bento Costa ...................... 16, 44Eduardo Saad ............... 36, 49, 55, 58, 61, 125, 149Eduardo Sosa ......... 52, 69, 76, 102, 121, 126, 130Eduardo Szuster ......................................................... 53Edvaldo Ferreira Xavier Junior ................................ 78Edvaldo Xavier Jr ....................................................... 99Elerson Arfelli ....................................................... 94, 96Eliana Pelissari ........................................................... 74Eliane Bugarin ............................................................ 78Elisa Kaori ................................................................. 126Elisabeth Crevelari ..................................................... 29Elisabeth Kaiser ............................................................ 8Elizabeth Crevelari ............................. 20, 37 , 40 , 47Elizabeth Sartori Crevelari ........................................ 19

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Eloina Nunes de Oliveira ....................................... 1, 2Eloisa Bonfa .............................................................. 102Enrique I. Pachón M. .......................................... 56, 80Enrique Indalecio Pachon Mateo ............................. 75Erika Olivier Vilela Braganca .......................... 16, 135Esteban Wisnivesky Rocca Rivarola ....................... 81Euler de Vilhena Garcia .................................. 7, 8, 15Euler Vilhena .............................................................. 41Eustáquio Ferreira Neto ......................... 65, 127, 137Eustáquio Ferreira ...................................................... 77Evilásio Leobino da Silva Junior ................. 144, 147Evilásio Leobino ................................................ 71, 132Ezilaine Nascimento Rosa ...................................... 138

F

F Mitidieri ..................................................................... 97Fabiana Padilla Hodas ................................................ 7Fabiano Pegas ......................................................... 100Fábio D. Valva ............................................................ 75Fabio Filo Creao P Garcia ....................................... 51Fabio Filocreão ......................................................... 146Fabio Jatene ............................................................... 52Fabio Pereira ................................................................ 9Fabio Salum ................................................................ 39Fabricio França ......................................................... 110Fabrício Santos ...................................... 123, 124, 128Fatima Dumas Cintra ................................... 6, 93, 129Faustino F. A. C. Franca ......................................... 103Felipe Oliveira ............................................................. 12Fernanda Fernandes Fumagalli ............................... 15Fernando E. S. Cruz Filho ...................................... 141Fernando Eugenio Cruz Fiho ..................... 39, 73, 74Fernando Eugenio dos Santos Cruz Filho ............ 82Fernando Eugênio dos Santos Cruz ...................... 82Fernando Fraiha ......................................................... 75Fernando Godinho ..................................................... 70Fernando Lucchese ................................................... 45Fernando Morgadinho ............................................. 129Fernando Pierin Peres .............................................. 34Fernando Piza .......................................................... 111Fernando Tejada ........................................................ 89Flávio Passos Barbosa ............................................ 139Francisca Tatiana M. Pereira ................................. 140Francisco C. C. Darrieux ........................... 101, 91, 95Francisco Darrieux ............... 52, 69, 76, 92 ,121,130Francisco Otavio Luiz ................................................ 93Francisco Reis .......................................................... 133Frederico Mota .......................................................... 141Frederico Motta Ribeiro ............................................. 82Frederico Silva ................................................... 53, 143

G

Gabriela Alves .......................................................... 129Galvão Filho .............................................................. 134George Cobe Fonseca .............................................. 27

George Klein ............................................................... 62Georgina Abreu ........................................................ 100Gervásio Campos ..................................................... 124Gibran Feguri ............................................................ 138Gildo de Oliveira Mota ............................................ 133Gisele Pacheco ........................................................... 39Guilherme Muller de Campos Futuro ................... 126Gustavo Bellini .......................................................... 103Gustavo Gomes Torres .............................................. 27Gustavo Santiago ....................................................... 78

H

Hécio Affonso ....................................... 86, 87, 88,112Hécio Filho ................................................................ 128Hélio Brito Jr. .............................................................. 12Hélio Germiniani .................................. 83, 84, 85, 109Helio Lima de Brito Junior ....................................... 12Hemerson Gama ........................................................ 78Henrique Maia .............................................................. 5Henrique Ribeiro ...................................................... 136Hibanes dos Santos Rodrigues ............................... 45Horácio Gomes ........................................................... 41

I

Iara Atie ....................................................................... 97Ibraim Pinto ................................................................. 51Ieda Prata Costa .................................. 36, 50 ,54 ,58,....................................................59, 61, 125 ,141, 150Ieda Prata ............................................. 49, 55, 82, 149Isabela Agra ................................................................ 78Ítalo Martins de Oliveira ............................................ 98Iury Baretta .................................................... 14, 25, 46Ivan Carlos Falcao de Olivaes................................... 2

J

J Atié ............................................................................ 97J Roberto Barreto ....................................................... 18Jacob Atié ................ 86, 87, 88, 112 , 123, 124, 128Jaime Aramayo ......................................................... 100Jairo Macedo .................................................... 4, 5, 18Jairo Rosa e Silva Júnior ......................................... 96Jairo Rosa Silva Júnior ............................................. 94Jamersom Spíndola ................................................... 72Januário de Pardo Mêo Neto ......................... 52, 121Jehorvan Carvalho ................................................... 133Jennifer Maloney .......................................... 35, 44, 89Joalbo Mattos ............................................................ 127João Ricardo Fernandes ........................................... 31José Antônio Marin Neto ................................... 94, 96Jose Carlos Dorsa ..................................................... 34José Carlos Pachón M. ...................................... 75, 80Jose Carlos Pachon Mateos .................................. 56José Carlos Ribeiro ................................................... 26Jose Carlos Tavares .................................................. 81

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José Dario Frota Filho ............................................... 45José E. Krieger ........................................................... 95Jose Luiz Baltazar Jacob ........................................ 120José Mário Baggio Junior ....................................... 131José Otávio Pontes Penteado ....................... 48 , 148José Pedro da Silva ................................................ 134Jose R Barreto ................................... 57, 60, 63, 105,............................................... 106, 116, 117, 118, 119José Renato Lima ...................................................... 28José Renato Martins de Lima ................................ 40José Roberto Barreto ...................................... 4, 5, 77Jose Roberto Mello Barreto Filho ........................... 65José Rodrigues Parga Filho .................................... 13José Rodrigues Parga ............................................... 10Jose Sobral Neto .................................... 4, 5, 18, 127José Tarcísio M. Vasconcelos .................................. 71José Tarcísio Medeiros de Vasconcelos ........ 22, 66,................................................. 67, 132, 134, 145, 147José Tarcísio Tarcísio Medeiros Vasconcelos ....... 79Josétarcísio Medeiros de Vasconcelos ................. 144Joubert Ariel Pereira Mosquera ...................... 65, 137Joubert Mosquera ..................................................... 127Joyce Kawakami ....................................................... 136Juán C. Pachón M. .................................................... 80Juliana Prazeres ....................................................... 133Juliano Rasquin Slhessarenko............................... 103Julio Cesar de Oliveira ........................................... 138Júlio César Oliveira ................................................. 138Julio Cesar Vieira de Sousa .................................. 130Jussara De Oliveira Pinheiro ................................. 142Jussara Pinheiro ............................................. 107, 108

K

Kang Teng Lim ......................................................... 62Katia Elayne Pifer ...................................................... 26Kátia Regina da Silva ............................................... 19Kelly Bayoud Fernandes ......................................... 144Kelly Bayoud Resende Fernandes ........................ 132Kenji Nakiri ................................................................ 110

L

L Belo .......................................................................... 97L Fonseca .................................................................... 97L Siqueira .................................................................... 97Lania Fatima Romanzin Xavier .................. 39, 73, 74Lara Fonseca ....................................... 86, 87, 88, 112Larissa Brailowsky ..................................................... 93Laudelino Sousa ........................................................ 26Laura Sanziani ......................................................... 35Leandro Zimerman ..................................... 45, 91 , 92Lee Anderson Cruvinel ............................................. 72Leila Maia .................................................................... 18Lenises de Paula Van Der Steld ........ 123, 124, 128Leonardo Bandeira Arantes ..................................... 62Leonardo Dornelles Souza ....................................... 45

Leonardo F. de Abreu ............................................. 80Leonardo Mulinari ...................................................... 74Leonardo Paula ........................................................ 136Leonardo Siqueira ..... 86 ,87 ,88, 112, 123, 124,128Leopoldo S. Piegas ..................................... 56, 75, 80Livia Matos .................................................................... 6Lívio Bruno S Cunha ................................................. 17Lívio Bruno Santos Cunha .......................................... 3Loyara Rocha Miranda Teixeira ................................ 3Lúcia Azocal ............................................................. 35Lucia Dumaresq Sobral .............................................. 5Lucia Sobral .................................................. 4, 18, 113Luciana Balestra ......................................................... 64Luciana Cunha ......................................................... 123Luciana Cunha ......................................................... 124Luciana Cunha ......................................................... 128Luciana da Fonseca ................................................ 134Luciana Diniz N. Janot de Matos ....................... 7, 15Luciene Dias ............................................................... 29Luciene Ferreira Azevedo .................................. 7 , 15Ludovico Batista ......................................................... 30Luis Belo .......................................................... 123, 128Luis Claudio Lemos Correia ................................. 1, 2Luis G Belo ............................................................. 112Luis Gustavo Belo ........................................ 86, 87, 88Luis Gustavo Gomes Ferreira ................................ 131Luis Teles .................................................................... 53Luiz A C P Queiroz ..................................................... 1Luiz Alberto Cravo Pinto de Queiroz ........................ 2Luiz Antonio Batista de Sa ....................... 30, 34 ,139Luiz Antônio Rivetti .................................................... 38Luiz Batista Sá .................................................... 44, 89Luiz Eduardo Camanho ...................... 36, 49, 50, 54,...................................... 55, 58, 59, 61 ,125 ,149 ,150Luiz Eduardo Montenegro Camanho ...... 49, 55, 149Luiz Felipe Pinho Moreira ........................................ 19Luiz Francisco Ávila ................................................... 10Luiz Francisco de Ávila ............................................. 13Luiz Gerken ........................................................ 53, 143Luiz Magalhães ..................................... 107, 108, 133Luiz P Magalães ...................................................... 142Luiz Pereira Magalhães ............................................ 99Luiz R Leite ............................... 57, 60, 63, 105, 106,........................................................ 116, 117, 118, 119Luiz Roberto Leite ............................ 65, 77, 127, 137Luiz Roberto Moraes ................................................. 11Luiz Schimin ................................................... 113, 122Luiz Tenório Cavalcante da Silva ........................... 41Luiz Tenório ................................................................ 33

M

Maila Seifert Macedo ................................................. 82Maila Seifert .............................................................. 141Manami Okada ......................................................... 133Marcela Sales ............................................................. 45Marcella Flores ......................................................... 107

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Marcella Pereira Flores ........................................... 108Marcelo F. A. Rodrigues .................................... 22, 79Marcelo François Rodrigues .................................. 134Marcelo François ........................................ 66, 67, 147Marcelo Françoisa .................................................... 145Marcelo Garcia Leal ........................................... 94, 96Marcelo Jamus ........................................................... 81Marcelo Jatene ........................................................... 52Marcelo Maia ......... 36, 49, 55, 58, 59, 61, 125, 149Marcelo Russo ..................................................... 78, 99Marcelo Saraiva Araújo ............................................... 3Marcelo Soares ............................................. 39, 73, 74Marcelo Vieira ........................................ 14, 23, 24, 42Marcia Andery ............................................................. 30Marcia de Fátima da Silva ....................................... 90Marcia Pradella-Hallinan ......................................... 129Márcio Fagundes ................................................. 62, 73Marcio J. O. Figueiredo ........................................... 111Marcio Jansen de Oliveira Figueiredo .................... 92Marcio Jansen Figueiredo ........................................ 91Marcio L. A. Fagundes ............................................ 141Marcio Luiz Alves Fagundes .................................... 82Márcio R. Ortiz .............................................. 83, 84, 85Márcio Rogério Ortiz ........................... 83, 84, 85, 109Marco Túlio Baccarini ................................................ 34Marcos Castro ............................................................. 93Marcos Rocha ........................................................... 133Marcus Vinícius Simões ..................................... 94, 96Maria Alejandra Macuare L. ..................................... 56Maria Aparecida Fogagnoli ...................................... 11Maria Apda Mesquita .............................................. 111Maria Camilo R de Senna ........................................ 17Maria Cristina Tentori .............................................. 35Maria da Consolação Vieira Moreira ...................... 17Maria de Lourdes Higuchi ...................................... 136Maria Zélia C. Pachón .............................................. 75Maria Zildany P. Távora .............................. 83, 84, 85Maria Zildany Pinheiro Távora ............................... 109Mariane Venturolli Ferreira ....................................... 15Marilia Franco ............................................................... 1Marilise Sandrine ....................................................... 74Mario Roberto Lago ................................................. 120Mark Kolasa .................................................... 114, 115Mark O’neill ............................................................... 62Martha Pinheiro .......................................................... 70Martino Martinelli Filho ........................ 10, 13, 19, 21,................................................................. 31, 32, 33, 47Martino Martinelli ........................... 14, 20, 23, 24, 25,.......................... 28, 29, 37, 40, 41, 42, 46, 102, 136Maurício Barbosa ....................................................... 53Maurício da Silva Rocha ............................. 13, 21, 47Maurício I. Scanavacca ................................... 95 , 98Maurício Pimentel ....................................................... 45Maurício Scanavacca .......... 52, 69, 70, 76, 121, 126Mélèze Hocini ........................................................... 62Michel Brito ................................................................. 12Michel Haïssaguerre .................................................. 62

Milena F. Macatrão .................................................... 95Milton Artur Ruiz ....................................................... 120Milton Moura ............................................................... 64Mitermayer Brito .......................................................... 89Mitermayer Reis Brito ................................................ 26Monica Andersen ......................................................... 6Murilo Antunes ............................................................ 41

N

N Araujo ...................................................................... 97Nadya Mendes Kassaz ............................................. 17Nancy M. M. O. Tobias ............................................... 8Nelia N Araujo .............................................................. 1Nelia Neri Araujo ......................................................... 2Nelmacy Freitas ........................................................ 133Nelson Itiro Miyague ........................................... 73, 74Nelson Miyague .......................................................... 39Nelson Samesima ........................................... 7, 8, 15Nestor Rodrigues de Oliveira Neto ....................... 27Newton Mota ............................................................... 43Nilson Araujo ............ 86, 87, 88, 112, 123, 124, 128Nilton J Carneiro da Silva ........................................ 51Nilton José Carneiro da Silva .................................... 9Niraj Mehta ........................................... 83, 84, 85, 109Noedir Ag Stolf ........................................................... 19Norival Pinto Jr ........................................................... 64

O

Olga Ferreira de Souza ............................................ 70Orly de Oliveira Lacerda Junior ............................ 37Orly Lacerda ............................................................... 23Osmar Marchiotto Júnior ........................................... 14Osório Almeida ......................................................... 113Osório Almeida ......................................................... 122Osorio L Almeida ..................................................... 105Osorio Lr Almeida .................................................... 106Oswaldo Greco ........................................................... 89Oswaldo Tadeu Greco ............................... 43, 44, 120Otavio R. Coelho ...................................................... 111Oto O Santana .......................................................... 142Oto Santana .................................................... 107, 108

P

Pablo Ferreira Reis ............................................ 22, 79Patrícia de Sá Perlingeiro ................................. 7 , 15Paula Gonçalves ............................................... 63 , 77Paula M Goncalves ........................................ 105, 106Paula Macedo ................................................. 113, 122Paulo Costa .............................................................. 104Paulo Jorge Moffa ........................................................ 8Paulo Maldonado ......................... 58, 125, 149, 150,............................................ 36, 49, 50, 54, 55, 59, 61Paulo Ruiz ................................................................. 138Paulo Sampaio Gutierrez .......................................... 98

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Pedro Negreiros ....................................................... 140Pedro Ureña ............................................................... 44Petherson S. Grativol ................................................. 95Pierre Jaïs ................................................................... 62

R

R Cosenza .................................................................. 97Rafael Calderón ......................................................... 44Rafael Fagundes ...................................................... 62Rafael Greco ........................................................ 31, 33Rafael L. Greco .......................................................... 32Rafael Lois Greco ...................................... 31, 32, 33Rafael Piveta ............................................................. 110Rafale Lois Greco .................................................... 120Ramon Brugada ....................................................... 124Raphael D. Silva ........................................................ 95Raquel Martins ............................................................. 6Raúl Garillo ................................................................. 89Remy Nelson Albornoz V ......................................... 80Renata de Tella Liparizi ............................................ 15Renata Rodio ............................................................ 35Renato Borges Filho ................................................ 103Renato Jorge Alves ................................................. 110Renato Torres ...................................................... 39, 74Ricardo Alkimim ..................................... 21, 31, 32, 33Ricardo Alkmim Teixeira ......................................... 102Ricardo Alkmim........................................................... 47Ricardo Curado .............................................. 104, 146Ricardo Eloy ............................................................... 34Ricardo Fraiz ............................................................... 56Ricardo Habib ............................................. 11, 51, 100Ricardo Negri ................................................... 53 , 143Ricardo Pereira ......................................................... 140Ricardo Ramos ........................................................... 72Ricardo Scarpelli ............................................... 53, 143Ricardo Silva ................................................................. 9Ricardo Teixeira ............................ 14, 20, 23, 24, 28,.......................................................... 29, 37, 40, 42, 46Rita Véras .................................................................... 78Roberta Arinelli .................................................... 91, 92Roberto Abi Rached .................................................. 19Roberto Chaim Berber ............................................ 104Roberto Chaim Berber ............................................ 146Roberto Costa ................................ 19, 20, 21, 23, 24,................... 25, 28, 29, 37, 40, 42, 46, 47, 102, 136Roberto Farias .......................................................... 140Roberto Franken ....................................................... 38Roberto Luiz Menssing da Silva Sá ....................... 82Roberto M. S. Sá ..................................................... 141Roberto Márcio de Oliveira Júnior ................. 23, 136Roberto Oliveira Jr ..................................................... 37Roberto Sasdelli ......................................................... 51Roberto T Takeda .................................................... 120Roberto Takeda ..................................... 26, 34, 43, 44Roberto Vito Ardito .................................................. 120Rodrigo Cosenza ................................86, 87, 88, 112

Rodrigo Elias ................................. 58, 36, 49, 50, 54,............................................55, 59 ,61, 125, 149, 150,Rodrigo Martins ................................................... 64, 72Rodrigo Noronha ...................................................... 110Rodrigo Periquito ..................................................... 123Rodrigo Silva .................................. 20, 37, 40, 41, 42Rodrigo Tavares .................................... 24, 25, 29, 46Rogério Andalaft ................................................ 11, 100Rogério Marcos Gaspar ............................................ 43Rogério Paula ............................................................. 12Ronaldo Almeida ........................................................ 18Roque Aras J ................................................................ 1Roque Aras Junior ....................................................... 2Roque Aras ............................................................... 133Rosália Morais Torres ............................................... 17Rose Mary Ferreira Lisboa da Silva .................. 3, 17Roseanne Almeida ................................................... 113Rosena Borba ............................................................. 78Rosenne Almeida ..................................................... 122Rubens Cosac ............................................................ 82Rubens Kosac .......................................................... 141Rubens Tófano de Barros ........................................ 43

S

Salvador Rassi ........................................................... 30Samir Idaló Jr. .......................................................... 111Samir Idalo Junior .................................................... 111Samuel Asirvatham .................................................... 60Seiichiro Matsuo ....................................................... 62Sérgio F. Siqueira ...................................................... 32Sergio Gabriel Rassi ................................................. 64Sérgio Rassi ............................................................... 72Sérgio Siqueira ................ 14, 20, 21, 23, 24, 25, 26,................. 28, 29, 31, 33, 37, 40, 41, 42, 43, 46, 47Sergio Tufik ................................................... 6, 93, 129Silas dos Santos ...................................................... 134Silas dos Santos Galvão Filho .................. 22, 35, 66,.................................. 67, 71, 79, 132, 144, 145, 147,Silvana Ad Nishioka .................................................. 19Silvana D. Nishioka ................................................... 32Silvana Nishioka ... 102, 136, 14, 20, 21, 23, 24, 25,28, 29, 31, 33, 37, 40, 41, 42, 46, 47Silvia Boghosian ......................................................... 73Silvio Alesi .................................................................. 63Simone N dos Santos ....................57, 105, 106, 118Simone Santos .................................................... 63, 77Siqueira Siqueira ........................................................ 34Sissy Lara ........................................... 52, 69, 76, 121Solange Hoffman .......................................... 39, 73, 74Stevie Horbach ............................................... 104, 146Suraj Kapa .................................................................. 60Susan B Johnson ................................... 57, 117, 118Susan Johnson ............................................... 114, 115Sylton Arruda .............................................................. 34Sylvio Matheus Aquino Gandra ............................... 38Sylvio Matheus de Aquino Gandra ......................... 38

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T

Tamer Seixas ....................... 105, 106, 113, 122, 127Tasso J. Lobo ...................................................... 56, 75Tasso Julio Lobo ........................................................ 80Thacila Mozzaquatro ................................................ 136Thayomara Da Silva ........................................... 63, 77Thayomara Rf da Silva ................................. 105, 106Thiago Rodrigrues ............................................... 91, 92Tiago Luiz Silvestrini .......................................... 22, 79Tiago Senra Garcia dos Santos .............................. 13Tiago Senra ................................................................ 10Tiago Silvestrin .................. 66, 67, 71, 132, 134, 145Tomás G. Santillana P. ............................. 56, 75 , 80

U

Uelra Lourenço ........................................................... 38

V

Valter Furlan ............................................................... 81Vânia Lucia Modesto ............................................... 139Vera Marques ........................................................... 140Veruska Hernandes ................................................. 104

Vivian Uebe .............................................................. 122Vladimyr Areas .................................. 49, 55, 125, 149

W

W Maciel ...................................................................... 97Wagner Luis Gali ..................................................... 131Wagner Tamaki ...................... 14, 21, 25, 28, 47, 136Wagner Tetsuji Tamaki .............................................. 19Wanderley Saviolo ..................................................... 39Washington Maciel ................... 86, 87, 88, 112, 124Wendel Moreira ................................................... 64, 72Wilson Mathias .................................................. 23, 24Wilson Matias Júnior ................................................. 14Wilson Pereira Lopes .............................................. 38Wing Lima ................................................................. 127Wladmir Faustino Saporito ........................................ 43

Y

Yaariv Khaykin ............................................................ 59Yasuo Okomura . 57, 114, 115, 116, 117, 118, 119

Z

Zaev Wulffhart ............................................................. 59

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1INFLUÊNCIA DA SÍNDROME METABÓLICA NA ATIVIDADEAUTONÔMICA CARDÍACA

Eloina Nunes de Oliveira, Constança Cruz, Marilia Franco, Ary D Monteiro,Nelia N Araujo, Ana C C Reis, Luiz A C P Queiroz, Roque Aras J, Luis ClaudioLemos Correia

HUPES - UFBA e E MSP

Evidências preliminares indicam que a síndrome metabólica (SM) está associadaa desequilíbrio no tônus autonômico cardíaco. A variabilidade da freqüênciacardíaca (VFC) tem sido usada como teste não invasivo da atividade autonômica.Objetivos: Testar a hipótese de que indivíduos com SM apresentam redução daVFC. Delineamento: Estudo Transversal. Material e Métodos: Pacientes comSM de acordo com critérios da IDF e sem SM (controles) foram selecionados dosambulatórios de Cardiologia e Clinica Médica do Hospital Universitário ProfessorEdgard Santos e da Escola de Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Fundaçãopara o Desenvolvimento das Ciências, respectivamente. O Holter 24 horas foirealizado para a medida da VFC, a ser comparada entre os grupos. Além disso, ospacientes foram submetidos a exame clínico, medidas antropométricas e avaliaçãolaboratorial. Resultados: A população foi constituída de 145 pacientes, sendoSM diagnosticada em 74 pacientes (51,0%), 39,9% masculinos, com idade médiade 52,7±13,4 anos. As características demográficas foram diferentes entre os gruposcasos e controles. Devido ao fato das seguintes variáveis tensão arterial, índicede massa corpórea, circunferência abdominal, glicemia alterada estarem associadasao próprio diagnostico de SM, observa-se diferença na proporção atingida emcada grupo, sendo significativamente maior no grupo com SM. O grupo com SMapresentou níveis significativamente mais baixos SDNN (desvio padrão da médiade todos os intervalos NN, valor médio de 115,54±27 ms) comparados com grupocontrole (valor médio de 145,3±41,8 ms, p=0,00). O mesmo ocorreu para SDANN(desvio padrão das médias dos intervalos NN normais a cada cinco minutos, comvalor médio de 104,93±27,8 ms), comparado ao grupo controle (127,1±33,5 ms,p=0,00). A comparação das VFC, entre os grupos com e sem SM, demonstrouquevariáveis SDNN, SDANN, PNN50 (domínio do tempo, p=0,00) e VLF(domínio da freqüência, p=0,01) foram significantemente mais baixas no grupocom SM. Conclusões: Indivíduos com SM apresentam desequilíbrio da atividadeautonômica cardíaca.

2INFLUÊNCIA DA ESTATINA NA ATIVIDADE AUTONÔMICA CARDÍ-ACA EM INDIVÍDUOS NA SÍNDROME METABÓLICA

Eloina Nunes de Oliveira, Constança Cruz, Ary Dalmeida Monteiro, Nelia NeriAraujo, Ana Cristina Carneiro dos Reis, Luiz Alberto Cravo Pinto de Queiroz,Ivan Carlos Falcao de Olivaes, Antônio Crisóstomo de Oliveira Filho, RoqueAras Junior, Luis Claudio Lemos Correia

HUPES - UFBA e Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - Salvador, BA

A variabilidade da freqüência cardíaca (VFC), marcador de tônus autonômico,preditor independente de morte em cardiopatas. Síndrome metabólica (SM) estáassociada a redução na VFC e evidencias preliminares sugerem que estatinasmodulam positivamente o tônus simpático. Objetivos: Testar a hipótese de queo tratamento de curto prazo com atorvastatina tem efeito positivo no tônusautonômico cardiovascular nos pacientes com SM. Delineamento: Ensaioclínico, randomizado, placebo controlado, duplo cego. Material e Métodos:Pacientes com SM de acordo com critérios da International Diabetes Federationforam randomizados para atorvastatina 40 mg/dia ou placebo durante 8 semanas.Holter 24 horas foi realizado antes da terapia e após 8 semanas de atorvastatina,no intuito de avaliar o impacto do tratamento na VFC utilizandovariáveis dedomínio do tempo. O impacto da terapia no perfil lipídico também foi avaliado.Resultados: Foram randomizados 43 pacientes (23 grupo atorvastatina e 20grupo placebo), 42% masculinos, idade 55±9,7 anos. Observou-se reduçãoabsoluta dos níveis de LDL - colesterol (p=0,00). Houve aumento significativodo SDNN (desvio padrão da média de todos os intervalos NN, +15 ms, p=0,01),ao contrario do grupo placebo (-1 ms, p=0,76). Da mesma forma, SDANN (des-vio padrão das médias dos intervalos NN normais a cada cinco minutos, +13 ms,p=0,00), diferentemente do grupo placebo (+0,6 ms, p=0,91). Conclusões: Otratamento com estatina em curto prazo, mostrou efeito positivo no balançoautonômico cardíaco de indivíduos síndrome metabólica.

3DURAÇÃO E DISPERSÃO DA ONDA P E ATIVIDADE DO SISTEMANERVOSO AUTÔNOMO EM PACIENTES COM INFARTO AGUDO DOMIOCÁRDIO

Rose Mary Ferreira Lisboa da Silva, Rose Mary Ferreira Lisboa da Silva, LívioBruno Santos Cunha, Loyara Rocha Miranda Teixeira, Marcelo Saraiva Araújo

Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais

Há relatos na literatura de aumento da dispersão da onda P (Disp) devido à isquemiamiocárdica e há evidências de alterações do sistema nervoso autônomo após oinfarto agudo do miocárdio (IAM). Assim, este estudo tem como objetivos analisara duração (D) da onda P e sua Disp em pacientes (pts) com IAM e correlacionar coma análise espectral da freqüência cardíaca (FC). Métodos: Foram estudados 34 pts(15 no 10º dia pós-IAM 1º evento e 19 sem isquemia), sendo 21 homens, idademédia de 42,7 anos. Os pts foram submetidos à avaliação clínica e aoeletrocardiograma (ECG) convencional (aumento 200%) e ao monitoramento pelosistema Holter em ortostatismo para análise espectral FC (transformação de Fourier).Os pts pós-IAM foram também submetidos ao ECG de alta resolução (AR), aoecocardiograma e à coronariografia. Foram utilizados o teste de Mann-Whitney eo coeficiente de Pearson para análise estatística. Resultados: As médias D e Disponda P foram de 75,7 e 25,5 ms, respectivamente, sendo o teste de concordânciaKappa entre os observadores de 0,81. Comparando-se os grupos (sem isquemia epós-IAM), D onda P foi, respectivamente, de 70 e 83 ms (p=0.001), sua Disp de17,3 e 36,0 ms (p=0.000) e componente de baixa freqüência (BF) de 1426,4 e620,8 ms2 (p=0.023), sem diferença significante dos demais componentes do sis-tema nervoso autônomo. O coeficiente de Pearson entre D e Disp da onda P e BFfoi de 0,38 e 0,08. Entre pts pós-IAM, não houve associação significante entresexo, idade, componentes da análise espectral FC, localização do IAM/artériaculpada, fração de ejeção e medidas da onda P, inclusive pelo ECGAR. Em todacasuística, foi obtido p=0.002 para análise entre idade média e D onda P (70,5 x82,3 ms). Conclusões: A D da onda P e sua Disp foram maiores nos pts pós-IAMe com idade mais avançada. Não houve correlação dessas medidas com a idade esexo entre pts pós-IAM ou com a região do IAM. Houve uma atenuação da respos-ta simpática ao ortostatismo entre os pts pós-IAM sem associação com a dispersãoda onda P.

4ANÁLISE DINÂMICA DO QTC NA SÍNDROME VASOVAGAL

Jose Sobral Neto, José Roberto Barreto, Jairo Macedo, Edna Oliveira, CarlaMargalho, Cristina Guerra, Lucia Sobral

Hospital de Base do Distrito Federal / Centrocard / Ritmocardio, Brasília-DF

Anormalidades do QT têm sido descritas em portadores da Síndrome Vaso Vagal(SVV) provavelmente secundárias a distúrbios autonômicos que fazem partedesta síndrome. Contudo, também tem havido registro de Síndrome do QT longonesta população e a superposição do quadro clínico comum às duas entidadesque podem se manifestar através de síncope, pode dificultar e retardar odiagnóstico com conseqüentes implicações no seu tratamento. O presente estudotem como objetivo avaliar o comportamento dinâmico do QTc durante o registrode Holter 24horas em uma população portadora de SVV. Material e Métodos:Entre junho de 2006 e julho de 2008, 46 pacientes consecutivos portadores desíncope, com diagnóstico de SVV, idade média de 36,9+/-13,2 anos, predomíniodo sexo feminino (37 pac. - 80,4%). Foram registradas a seguintes co-morbidades:Alterações neurológicas: 10 (21,73%) Distúrbio do sono: 6 (13,04%) Arritmiasupraventricular: 4 (8,69%) HAS, PVM, Arritmia Ventricular: 3 (6,52%) DM: 2(4,34%) Hipoglicemia, Depressão: 1 (2,17%). Todos os pacientes foramsubmetidos a registro do ECG (normal: 35 pac. -76,08% Alterados: 11 pac. -23,92%), realização de Tilt teste (Resposta Mista: 23 pac. -50% Vaso depressora:19 pac. -41,3% Outras: 7 pac. -8,7%) e registro de Holter 24 horas D MS-Cardioscan 12 com software para análise dinâmica do QTc. Os resultados daanálise do QTc foram comparados à análise do grupo controle com QTc normal(26 pac., idade média: 36,9+/-9,9 anos, predomínio sexo fem: 20 pac. -86,9%).Resultados: Vide tabela. Conclusões: 1- Pacientes com SVV possuem QTcmáximo na gravação semelhante ao grupo controle, porém possuem maiorvariabilidade de QTc (p<0,01) 2-Houve incidência de parâmetros alterados nogrupo SVV que justificam a investigação de Síndrome do QT longo nestesportadores.

Md% QTc>450 Md QTc pac com 70% pac com QTcms Máximo QTc>450 ms Mx>500 ms

Controle 7,1+/-11,4 468,0+/-18,1 0 0SVV 20,2+/-28,1 470,0+/-26,9 5 (10,9%) 7 (15,2%)

(p<0,01) (ns)

Relampa 200821(4): 301-346.

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5PESQUISA DE MICROALTERNÂNCIA DA ONDA T (MTWA) NACARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA

Jose Sobral Neto, José Roberto Barreto, Henrique Maia, Jairo Macedo, EdnaOliveira, Carla Margalho, Lucia Dumaresq Sobral

Hospital de Base do Distrito Federal/Centrocard/Ritmocardio - Brasília/DF

A Microalternância da onda T é um fenômeno secundário a heterogeneidade narepolarização ventricular que provoca variação alternante da amplitude da ondaT em microvolt, batimento a batimento, e que pode ser medido através de softwareespecífico. Tem sido descrito como importante preditor de risco de arritmias emorte súbita em diversas patologias do coração. O presente estudo tem comofinalidade o registro da incidência deste fenômeno na Cardiopatia ChagásicaCrônica (CCC). Material e Métodos: Entre abril de 2006 e julho de 2008, 55pacientes consecutivos portadores de CCC, idade média de 57,04+/-9,84 anos,predomínio do sexo masc (33 pac. - 60), com FE Média: 54,81+/-12,48% aoEcocardiograma e ECG alterado em 43 pac - 78,2% (BRD: 11 pacientes, ARV: 9,BRD+HBAE: 8, outras: 15), com história prévia de síncope (10 pac) e TVS (4pac). Todos tinham registro prévio de arritmia extra-sistólica ventricular>10/hou TVNS ao Holter e foram submetidos à pesquisa de MTWA através de softwareD MS-Cardioscan 12. Resultados: A pesquisa de MTWA foi positiva em 22 pac(40%), assim distribuída: Com EV>10/h: 22 pac (MTWA+ em 7 - 31,8%) ComTVNS: 33 pac (MTWA+ em 15 - 45,4%) Com Síncope: 10 pac (MTWA+ em 7-70%) Sem Síncope: 45 pac (MTWA+ em 15- 33,3%) Com FE <45%: 10 pac(MTWA+ em 6- 60%) Com FE>45%: 45pac (MTWA+ em 16- 35,5%). Conclusões:1 - O fenômeno da MTWA está presente na CCC numa incidência de 40%. 2 - Suaincidência predominou em portadores de TVNS, síncope e FE<45%. 3 - Hánecessidade de estudo prospectivo para determinação de sua importância comomarcador de risco das Arritmias Cardíacas e Morte Súbita que ocorrem na CCC.

6PRIVAÇÃO DE SONO: REPERCUSSÕES NA REPOLARIZAÇÃOVENTRICULAR

Fatima Dumas Cintra, Livia Matos, Raquel Martins, Monica Andersen, DalvaPoyares, Sergio Tufik, Angelo de Paola

Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina

Introdução: Recentemente, vários estudos relacionam o numero de horas dormidascom risco cardiovascular. Alguns autores sugerem que a privação de sono (< 5 h/noite) esta associada a um maior risco para hipertensão arterial, diabetes, obesidadee aumento na taxa de mortalidade cardiovascular. Os mecanismos envolvidos noincremento do risco cardiovascular estão sendo atualmente estudados. Objetivo:Avaliar a repolarização ventricular e o comportamento autonômico em indivíduossubmetidos à privação de sono. Metodologia: Foram selecionados 20 voluntários,masculinos, com idade entre 20 e 25 anos, saudáveis, que concordaram em participardo estudo. O protocolo consistiu na realização da polissonografia basal antecedidapela adapação. Os indivíduos foram então randomizados em três grupos: grupocontrole grupo privação total (por 48 horas) e grupo privação de sono REM(redução importante do período de sono por 96 horas). Durante todo o protocolohouve documentação do eletroencefalograma para documentação da atividadeneurológica. O Holter de 24 horas (D MS®) em 12 derivações foi realizado paraanálise da repolarização ventricular e variabilidade da freqüência cardíaca (domíniodo tempo e freqüência) nos momentos: basal, pico de privação e rebote (primeiranoite após termino da privação). A comparação entre os grupos foi realizada comANOVA de medidas repetidas, com nível de significância de 0.05. Resultados:Dois participantes desistiram do protocolo. Dos 18 pacientes restantes, variáveisda variabilidade da freqüência cardíaca tanto no domínio do tempo como no domínioda freqüência no período das 24 horas, diurno e noturno não apresentaram diferençasestatísticas. O comportamento do intervalo QT foi diferente no grupo submetidoà privação de sono REM, quando comparados com os demais grupos (p<0,01).Conclusão: A repolarização ventricular é alterada com a privação do sono e podeser um dos mecanismos que justifique o aumento no risco cardiovascular observadonesse grupo de pacientes.

7SIGNIFICADO DA ONDA T NEGATIVA EM JOGADORES DE FUTE-BOL - QUANDO RECONHECER UM ECG NORMAL

Nelson Samesima, Carlos Alberto Pastore, Luciana Diniz N. Janot de Matos,Euler de Vilhena Garcia, Fabiana Padilla Hodas, Luciene Ferreira Azevedo,Patrícia de Sá Perlingeiro, Carlos Eduardo Negrão

InCor - Instituto do Coração do HC-FMUSP

Introdução: Atletas de competição sofrem grande influência do tônus simpático/parassimpático sobre o sistema cardiovascular, devido ao treinamento exercido,mais evidenciada na condução AV e na repolarização ventricular (RV). Publicaçãorecente mostrou pior evolução de atletas com inversão da onda T ao ECG. Objetivo:Analisar parâmetros eletro/ecocardiográficos de jogadores de futebol com e seminversão de onda T ao ECG de repouso. Materiais e método: Cem jogadores defutebol, idade 22+/-5 anos, divididos em três grupos segundo a RV ao ECG: G1:RV normal G2: RV precoce G3: RV anormal (inversão de onda T em 2 ou maisderivações contíguas) tiveram analisadas variáveis automatizadas relacionadas àRV: freqüência cardíaca (FC), intervalos QT e QT corrigido (QTmax, QTmin, QTm,QTdisp QTcmax, QTcmin, QTcm, QTcdisp), além das medidas manuais do intervaloQT e Tpico-final (max, min, média e dispersão transmural da repolarização [Tpico -Tfinal]) e parâmetros de ECO: septo e parede posterior, átrio esquerdo, DSVE,DDVE, massa VE, espessamento relativo da parede e FEVE. Testes Kruskal-Wallisou Mann-Whitney compararam variáveis escalares, X2 para variáveis categóricas.Significância: p</=0,05. Resultados: Grupos 1, 2 e 3 diferiram em idade (20+/-4 x 23+/-5 x 23+/-4 anos, p=0,011) FC (57+/-8 x 53+/-7 x 60+/-7 bpm, p=0,004)QTcmax (432+/-27 x 426+/-41 x 469+/-48 ms, p=0,005) QTcmédio (406+/-18 x400+/-28 x 427+/-28 ms, p= 0,005) Tpico-final min (69+/-23 x 65+/-16 x 51+/-10,p=0.001) Tpico-final disp (54+/-31x 58+/-32 x95+/-62 ms, p=0,020), respecti-vamente. Parâmetros de ECO: diferença de espessamento relativo da parede >/=42%entre os grupos teve significância estatística (G1=0, G2=1 [2%] e G3=4 [27%],p=0,001). Conclusão: Inversão de onda T no ECG de jogadores de futebol asso-ciou-se ao prolongamento do intervalo QTc (máximo e médio), com maiorheterogeneidade local (Tpico-final mínimo e dispersão) e maior ocorrência deníveis patológicos de espessamento relativo de parede.

8NOVO PADRÃO ELETRO/VECTORCARDIOGRÁFICO CARACTERI-ZA A ASSOCIAÇÃO DE BDAS E BDPI EM INDIVÍDUOS PORTADORESDE MIOCARDIOPATIA DILATADA

Carlos Alberto Pastore, Paulo Jorge Moffa, Nelson Samesima, Euler de VilhenaGarcia, Nancy M. M. O. Tobias, Elisabeth Kaiser

InCor - Instituto do Coração do HC-FMUSP

Introdução: As características dos bloqueios fasciculares ântero-superior (BDAS)e póstero-inferior (BDPI) do ramo esquerdo ao ECG/VCG estão claramentedefinidas na literatura (Prevalência BDAS: 0,5% e BDPI: 0,03%). Objetivo:Estabelecer parâmetros de ECG/VCG para reconhecer associação BDAS/BDPI eavaliar seu significado clínico. Material e método: 38 indivíduos com bloqueiosfasciculares realizaram ECG e VCG e foram divididos em três grupos: G1: BDAS(N=24): SÂQRS ≥ 45º, rS em DIII > rS DII G2: BDPI (N=5): SÂQRS>/=90º, qRsDIII>qRs DII G3: BDAS+BDPI (N=9): características de BDAS e BDPI (ondasR e S amplas em DII/DIII). Analisamos no VCG a orientação da alça do QRS noplano frontal. Ao ECG, analisamos o tamanho das ondas R e S em DII/DIII, relaçãoR/S, e evolução da FEVE em 15 indivíduos com e sem BDPI. Utilizado testeKruskal-Wallis para comparar os pl anos de VCG nos 3 grupos, Wilcoxon paracomparação intra-grupal da progressão das ondas R e S, e teste X2 para comparaçãoda adequação dos indivíduos de cada grupo aos critérios vigentes de diagnósticode bloqueios fasciculares. Nível de significância p ,05. Resultado: A distribui-ção das alças dos QRS pelo VCG no plano frontal foi diferente nos três grupos(p<0,001 para todos os quadrantes). G1: 68% da alça nos quadrantes superioresG2: 72% da alça nos pl anos inferiores G3: 80% da alça à esquerda (quadrantesuperior e inferior). O ECG confirmou características bem conhecidas do BDASe BDPI e mostrou que a associação dos dois (G3) caracterizou-se pela presença deondas R e S amplas em DII/DIII, e relação R/S de +/-1 (p<0,001 em ambasderivações).Mostramos que o G3 (BDAS+BDPI) atende parcialmente os critérios diagnósti-cos atuais. FEVE teve significativa piora em portadores de BDPI (59.2+/-16.5% x45.5+/-19.6%, p=0.0066) em relação aos sem BDPI (58.8+/-10.6% x 58.5+/-12.2%,p=NS). Conclusão: A associação BDAS e BDPI é feita por ondas R e S amplas emDII/DIII (ECG) e alça do QRS nos quadrantes superior e inferior esquerdos (VCG).Os portadores de BDPI apresentaram pior evolução da FEVE.

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9RESPOSTA CRONOTRÓPICA PRECOCE NO TILT TEST COMOPREDITOR DO RESULTADO DO EXAME

Nilton José Carneiro da Silva, Bruno Valdigem, Fabio Pereira, Ricardo Silva,Cristiano Dietrich, Claysa Kawanami, Claudio Cirenza, Angelo de Paola

UNIFESP EPM

Introdução: Síncope é definida como perda súbita e transitória de consciênciae tônus com recuperação espontânea. O Tilt Test (TT) é exame aceito em suaavaliação e há interesse em variáveis que possam abreviar a duração do examepredizendo a resposta final. A variação precoce da frequência cardíaca (VPFC)reflete a resposta do sistema simpático ao estresse ortostático e sua análise nãoadiciona custo ou dificuldade à realização do exame. Hipótese: A VPFC épreditor do resultado final do TT. Em particular analisamos a menor respostacronotrópica com seu valor preditivo negativo. Métodos: Sessenta e um pacien-tes com síncope prévia, sem sinais de cardiopatia após avaliação clínica, foramencaminhados ao TT protocolo com duração de 45 minutos e 70 graus de in-clinação da mesa, sem sensibilização com drogas. Todos pacientes estavam emritmo sinusal sem constatação de bloqueio atrioventricular. Monitoramos FCe ECG de forma contínua e pressão arterial a cada 2 minutos. A VPFC foicalculada como ((maior FC em 10 minutos - FC inicial / FC inicial)) x 100 e umaresposta cronotrópica mínima (medida como% FC inicial) foi utilizada comovalor de corte para predição do resultado final do teste. Resultados: A popu-lação foi composta por quarenta e uma mulheres (67,2%) e a idade média foi 47,8anos (12 - 88 DP- 21,2). Havia quinze (24,5%) pacientes em uso de betablo-queador. A média aritmética da FC basal e da >FC em 10 minutos foram respec-tivamente 68,2 (IC 95% 65-71 bpm DP- 11,1) e 86,5 (IC 95% 82-91 bpm DP-17,4). Conseguimos os melhores resultados (área sob curva ROC - 0,837) comum corte de 28% de aumento da FC inicial. VPFC > 1,28 x FC basal (TT posi-tivo) e < 1,28 x FC basal (TT negativo)(sens. 79,1 espec. 83,3 IC 95%). Utili-zando corte de 23% de aumento de FC, aumentamos significativamente o poderpreditivo negativo (sens. 60,5 espec. 94,4 IC 95%, “likelihood ratio” - 10,8de exame negativo). Conclusão: A VPFC prediz TT negativo sem custo ourisco adicionais. Embora haja possibilidade de aferição não invasiva de outrasvariáveis hemodinâmicas, a VPFC é facilmente medida e poderia determinar aduração do TT.

10CORRELAÇÃO DAS ARRITMIAS VENTRICULARES MALIGNAS(FV/TV) COM A FIBROSE MIOCÁRDICA NA CARDIOMIOPATIAHIPERTRÓFICA

Afonso Akio Shiozaki, Afonso Akio Shiozaki, Tiago Senra, EdmundoArteaga, Charles Mady, Cristiane Guedes Pita, Martino Martinelli Filho,José Rodrigues Parga, Luiz Francisco Ávila, Carlos Eduardo Rochitte

Instituto do Coração (InCor-HC - FMUSP)

Fundamento: A Fibrose Miocárdica (FM) constitui-se em substrato paraarritmiasventriculares, entretanto sua correlação com a Fibralação e Taquicardia Ventricular(FV/TV) não está clara na Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH). Recentemente aTomografia Computadorizada com Múltiplos Detectores (TCMD) mostrou-secapaz de avaliar a FM. Objetivo: Correlacionar a FM avaliada pela TCMD comar-ritmias ventriculares malignas (FV/TV) registradas nos CardiodesfibriladoresImplantáveis (CDI) de pacientes (pts) com CMH. Métodos: 30pts com CMH ecom CDI há pelo menos 12 meses, submeteram-se a TCMD para avaliação da FM.A média das massas da FM dos CMH com CDI foi comparada entre aqueles come sem terapia apropriada. A curva ROC foi utilizada para avaliar a acurácia da FMem predizer FV/TV. Análise multivariada comparou a FM com os demais fatoresde risco para Morte Súbita Cardíaca (MSC) nos pts com CMH. O primeiro regis-tro do CDI de FV/TV que requeresse terapia apropriada foi considerada comoMSC. Kaplan Meier comparou a sobrevida entre os pacientes com mais ou menos% FM. Resultados: 50% dos pts com CMH e CDI receberam terapia apropriada(para FV/TV) e apresentaram aproximadamente o dobro de FM do que aqueles semterapia apropriada (29,1±19,3 g versus 13,5± 8,3 g, p=0,01). A curva ROC de-monstrou acurácia de 75%, com IC=95% da FM predizer FV/TV no CDI. KaplanMeier demonstrou que pts acima de 18g de FM apresentam FV/TVcom terapiaapropriada pelo CDI, num período mais breve do que os com menos FM, p=0,02.A FM mostrou-se como fator de risco independente para MSC (hazard ratio=3,46IC=95%, p=0,03). Conclusão: Nossos dados sugerem pela primeira vez umadireta correlação entre a FM e a FV/TV registradas no CDI de pts com CMH. Nestaamostra uma FM maior que 18g foi correlacionada com pior prognóstico e mos-trou-se como fator de risco independente para FV/TV.

11PACIENTES COM IDADE > 60 ANOS COM FA PAROXÍSTICA TÊMMAIOR COMPLEXIDADE DE ARRITMIAS ATRIAIS? IMPORTÂN-CIA PARA O TRATAMENTO CLÍNICO PREVENTIVO

Dalmo Antonio Ribeiro Moreira, Ricardo Habib, Maria Aparecida Fogagnoli,Rogerio Andalaft, Luiz Roberto Moraes, Claudia Fragata

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Centro de Eletrofisiologia Diag-nóstica e Intervencionista

Introdução: A prevalência da fibrilação atrial (FA) paroxística aumenta coma idade e, provavelmente alterações do tecido atrial, o aumento do total deectopias atriais bem como sua complexidade, podem estar envolvidos na suagênese. Tal associação entretanto ainda não foi determinada em nosso meio, demodo que se for estabelecida, o seu tratamento preventivo estaria indicado.Objetivos: Avaliar se pacientes (P) com idade > 60 anos com FA paroxísticatêm maior quantidade e complexidade de arritmias atriais como causa de FA emcomparação com aqueles sem FA. Material e Métodos: Foram avaliados retros-pectivamente os resultados de 4344 gravações de Holter de 24 h de P quesubmeteram-se ao procedimento por razões diversas. Os P foram distribuídosem dois grupos: grupo A (GA 131 P) com FA paroxística documentada e,grupo B (GB 4213 P) sem FA. Foram analisadasseguintes variáveis: idade,total de ectopias atriais, batimentos isolados, acoplados e episódios detaquicardia atrial. Resultados: estão na tabela abaixo (# p=0,216 * p=0,94 **p=0,000 **). Dos P do GA 69% tinham FA assintomática, entretanto, total deectopias bem como sua complexidade não foi diferente em comparação ao gruposintomático mas, significativamente maior que no GB. Conclusões: a) P comidade > 60 anos com FA paroxística embora tenham quantidade similar deecotpias atrais estas são mais complexas b) a maior parte dos P com FA apresen-ta-se assintomática c) esses dados indicam que a terapia antiarrítmica preven-tiva nessa população pode estar indicada para reduzir a prevalência de FA.

GRUPO NÚMERO IDADE# TOTAL TOTAL TAQUIA-ESSV* PARES** TRIAL**

GA 131 64+51 2516±4671 1677±2983 81±320GB 4213 73+92 926±3626 668±2311 18±155

12AVALIAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO EM PACIENTESRENAIS CRÔNICOS EM TRATAMENTO CONSERVADOR ATRA-VÉS DO ESTRESSE POSTURAL PASSIVO E ANÁLISE ESPECTRAL

Helio Lima de Brito Junior, Hélio Brito Jr., Carlos Alberto Oliveira, Felipe Oli-veira, Michel Brito, Rogério Paula

Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Nefrologia - NIEPEN eServiço de Cardiologia do Hospital Universitário. Universidade Federal deJuiz de Fora

Objetivo: Comparar a modulação autonômica cardíaca de pacientes renais crô-nicos (RC) em tratamento conservador com voluntários saudáveis (VS).Casuística e Métodos: Foram avaliados 25 RC e 14 VS com médias de idadede 56,5±12,5 e 54,5±10,3 anos, respectivamente. Todos os indivíduos foramsubmetidos a monitorização contínua do eletrocardiograma (ECG) durante 20minutos em decúbito dorsal (pré-inclinado) e por mais 20 minutos após estressepostural passivo a 70° (teste de inclinação). Utilizou-se um gravador de ECGdinâmico (Holter) para o registro contínuo do ritmo cardíaco. Avaliou-se amodulação autonômica cardíaca através da análise espectral da variabilidadeda freqüência cardíaca. Foram analizadasvariáveis LFnu (baixa freqüência) eHFnu (alta freqüência), indicativas da modulação simpática e parassimpática,respectivamente assim como a razão LFnu/HFnu, indicadora do balanço sim-pático-vagal. Estas variáveis foram comparadas entre os dois grupos ao finaldos estágios pré-inclinado e inclinado. Resultados: Na tabela I encontram-sevariáveis analizadas nos dois grupos. No estágio pré-inclinado não foramobservadas diferenças significativas entre os grupos RC e VS. Entretanto,após a inclinação observou-se menor LFnu (atividade simpática), maior HFnu(atividade parassimpática) e menor relação LFnu/HFnu no grupo RC quandocomparado ao grupo VS. Conclusão: Os pacientes renais crônicos quandosubmetidos ao estresse postural passivo apresentam menor ativação do siste-ma nervoso autônomo que o grupo controle, indicando alterações na modula-ção autonômica cardíaca neste grupo de pacientes.

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13AVALIAÇÃO DO TAMANHO DO INFARTO MIOCÁRDICO PELATOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE MÚLTIPLOS DETECTORESEM PACIENTES PORTADORES DE CDI: ESTUDO PILOTO

Tiago Senra Garcia dos Santos, Afonso Akio Shiozaki, Maurício da Silva Rocha,José Rodrigues Parga Filho, Luiz Francisco de Ávila, Martino Martinelli Filho,Carlos Eduardo Rochitte

Instituto do Coração (InCor) HCFMUSP

Introdução: Estudos demonstram que nem todos os pacientes isquêmicosportadores de CDI implantado para prevenção de morte súbita recebem terapiaelétrica apropriada num seguimento de longo prazo. Por outro lado, o tamanho doinfarto miocárdico correlaciona-se com mortalidade cardíaca e com indução de FV/TV pelo estudo eletrofisiológico nesses pacientes. Recentemente, a tomografiacomputadorizada de múltiplos detectores (TCMD) demonstrou ser capaz deidentificar o infarto miocárdico em modelos animais e em pequenos grupos depacientes. Objetivos: Demonstrar a capacidade da TCMD em identificar equantificar o tamanho do infarto miocárdico em pacientes isquêmicos portadoresde CDI. Métodos: Foram selecionados inicialmente 9 pacientes isquêmicoscrônicos portadores de CDI que atendessem aos critérios de inclusão e exclusãodo estudo. Os exames foram adquiridos em um aparelho Aquilion (Toshiba - 64colunas de detectores), com acoplamento eletrocardiográfico e de formaretrospectiva durante apnéia inspiratória, 7 minutos após injeção endovenosa de150 ml de contraste iodado (Iopamiron Schering 370 mg/ml). As imagens foramreconstruídas utilizando-se software específico e o tamanho do infarto miocárdicofoi calculado em gramas e em porcentagem da massa do ventrículo esquerdo.Resultados: A TCMD foi capaz de identificar o infarto miocárdico em todos ospacientes. A média da massa do infarto nesse grupo piloto foi de 19,6 g com desvio-padrão de 10,1 g, correspondendo a uma média de 18,6% da massa do ventrículoesquerdo e desvio-padrão de 9,6%. Não houve diferença estatística entre o tamanhodo infarto nos pacientes que receberam choque apropriado comparados aos quenão receberam. Tampouco houve diferença estatística no tamanho do infarto nacomparação entre pacientes com CDI implantado para prevenção primária ousecundária de morte súbita. Conclusão: A tomografia computadorizada demúltiplos detectores é capaz de identificar e quantificar o tamanho do infartomiocárdico em pacientes isquêmicos crônicos portadores de CDI.

14COMPARAÇÃO DOS PARÂMETROS HEMODINÂMICOS ENTRE ATÉCNICA NÃO INVASIVA DE BIOIMPEDÂNCIA TRANSTORÁCICACARDÍACA (BTC) E A ECOCARDIOGRAFIA

Bruno Heringer Dias, Sérgio Siqueira, Silvana Nishioka, Anísio Pedrosa, Ri-cardo Teixeira, Wagner Tamaki, Iury Baretta, Marcelo Vieira Osmar MarchiottoJúnior, Wilson Matias Júnior, Martino Martinelli

InCor/HCFMUSP

A BTC é um método não invasivo, de fácil execução, que fornece parâmetroshemodinâmicos e o estado volêmico do paciente. A correlação entre este métodoe a técnica de Swan-Ganz está bem definida, porém, pouco foi estudado dacorrelação com o ecocardiograma (ECO). Objetivo: comparar os parâmetroshemodinâmicos obtidos pela técnica da BTC com os obtidos pelo ECO, emportadores de marcapasso convencional (MP). Método: de junho a agosto de2008, foram selecionados, de forma consecutiva, 14 portadores de MP duplacâmara de acordo com os seguintes critérios: indicação de implante por bloqueioatrioventricular total, fração de ejeção ventricular esquerda maior que 55% etodos em seguimento ambulatorial. A comparação entre os dois métodos foirealizada pelas medidas dos seguintes parâmetros: período pré-ejetivo (PPE),tempo de ejeção do ventrículo esquerdo (TEVE), volume sistólico (VS), índicesistólico (IS= VS/área de superfície corporal), razão do tempo sistólico (RTS=PPE/TEVE*100), débito cardíaco (DC) e índice cardíaco (IC= DCOMárea desuperfície corporal). O cálculo do DC pelo ECO foi obtido pela formula:DC={[(diâmetro da via de saída do VE) **2*0,785* integral da velocidade notempo]*freqüência cardíaca}. O tempo entre a realização das medidas pelos doismétodos foi de no máximo 30 minutos. Os resultados foram comparadosestatisticamente pela análise de correlação de Pearson. Resultados: A média deidade foi 66,8 anos (38-89 anos), 7(50%) eram do sexo feminino, 12 (85%) MPoperando em modo VAT, 2(15%) em modo DDD. Dentrevariáveis analisadas,encontramos correlação significativa do DC (r= 0,69 P=0,007) e do IC (r=0,68,P=0,006) entre os dois métodos. As demais variáveis não demonstraramcorrelação significativa: PPE (r=0,094 P=0,75), TEVE (r=0,012 P=0,969), VS(r=0,424 P=0,131), IS (r=0,36 P=0,2), RTS (r=0,326 P=0,256). Conclusão: ABTC é um método que pode ser usado para determinação do débito cardíaco comboa correlação com a ecocardiografia em portadores de MP com função cardíacapreservada.

15APLICABILIDADE DOS CRITÉRIOS ELETROCARDIOGRÁFICOSPARA SOBRECARGA VENTRICULAR ESQUERDA EM UMA POPU-LAÇÃO DE ATLETAS

Nelson Samesima, Carlos Alberto Pastore, Luciana Diniz N. Janot de Matos,Fernanda Fernandes Fumagalli, Mariane Venturolli Ferreira, Euler de VilhenaGarcia, Luciene Ferreira Azevedo, Renata de Tella Liparizi, Patrícia de SáPerlingeiro, Carlos Eduardo Negrão

InCor - Instituto do Coração do HC-FMUSP

Introdução: Os critérios eletrocardiográficos para diagnóstico de sobrecargaventricular esquerda utilizam voltagens dos complexos QRS para definição deaumento do VE, e apresentam baixos valores de sensibilidade, especificidade evalores preditivos positivo e negativo. Devido à intensidade do treinamento,atletas de competição apresentam aumento das voltagens dos complexos QRS,sem que haja aumento das cavidades cardíacas. Objetivo: Avaliar a aplicabilidadedos critérios Sokolow-Lyon, Romhilt-Estes, Cornell e Gubner em uma populaçãode atletas. Materiais e Método: 107 atletas (71% futebolistas e 29% maratonistas,todos homens, idade 25+/-10 anos) realizaram ECG e ECO. Os 4 critérios foramaplicados por 2 observadores cegos ao ECO: Sokolow-Lyon >/=35 mm (V1 ou2 onda S + V5 ou 6 onda R) Romhilt-Estes >/=5 pontos (plano frontal: R orS>/=20 mm, plano horizontal: R ou S>/=30 mm) Morris V5 ou 6 padrão “strain”,desvio do eixo esquerdo >/=-30º, deflexão intrinsecóide >/=0,04 s, QRS>/=0,10sCornell>/=28 mm (R em aVL + S em V3) Gubner>/=22 mm (R em DI + S em DIII).Considerou-se sobrecarga: DDVE>/=60 mm e/ou septo>/=13 mm e/ou paredeposterior do VE>/=13 mm. Utilizados testes Kruskal-Wallis para variáveis quan-titativas, X2 corrigido para variáveis categóricas. Significância p</=0,05. Re-sultados: Romhilt-Estes mostrou os melhores resultados (sensibilidade 75%,especificidade 84%, 16 resultados falso-positivos, 1 falso-negativo) e foi o únicocom significância estatística (p=0,047). Sokolow-Lyon: sensibilidade 100%,especificidade 15%, p=0,545, 88% falso-positivos, 0% falso-negativos. Cornelle Gubner: sensibilidades 25% e 0%, especificidades 95% e 99%, p=0,205 e 0,449,respectivamente. Conclusão: Nesta população de atletas, Romhilt-Estes mostrouser o melhor critério para sobrecarga ventricular esquerda Sokolow-Lyon nãodiscriminou normais dos anormais. Cornell e Gubner não foram úteis devido àsbaixas sensibilidades

16MECANISMOS DE PAUSAS EM ANÁLISE DE 34.650 EXAMES DEHOLTER DE 24 HORAS

Eduardo Rodrigues Bento Costa, Érika Olivier Vilela Bragança, Andreza Chaguri

CardioRitmo - São José dos Campos - São Paulo

Objetivos: Realizar análise dos mecanismos de pausas em eletrocardiografiadinâmica através de levantamento retrospectivo de 34.650 exames de Holter de24 Horas. Materiais e métodos: De junho/1991 a agosto/2008 foram analisadasem nosso serviço 34.650 gravações de Holter de 24 Horas, gravados em diversasclínicas e hospitais, com indicações clínicas diversas. Em levantamentoretrospectivo, foram identificados 2.063 exames com pausas patológicas (5,95%),causadas por distúrbios da geração/condução do estímulo sinusal, distúrbiosda condução AV, pausas pós extra-sistólicas ou pausas geradas por extra-sístolesatriais bloqueadas. Resultados: Dos 2.063 exames com pausas, os mecanismoseletrofisiológicos identificados foram: 1º) Distúrbio da condução AV em ritmosinusal (BAV do 2º ou 3º graus), com pausas de qualquer duração: 441 exames(21,4%) 2º) Extra-sístoles atriais bloqueadas na junção AV, com pausas dequalquer duração: 572 exames (27,2%) 3º) Distúrbio da condução AV em ritmoatrial instável (fibrilação ou flutter atrial): 426 exames (20,6%) 4º) Pausas sinusais(bradicardia sinusal, parada sinusal ou bloqueio sino-atrial de 2º ou 3º graus)com pausas acima de 2,0 seg: 146 exames (7,1%) 5º) Pausas pós extra-sistólicascom duração acima de 2,0 segundos: 57 exames (2,8%). Em 202 exames, pausasforam causadas por mais de um mecanismo (causas mistas: 9,8%) e em 291 exames(10,6%) não foi possível esclarecer o mecanismo causador da pausa. Conclusões:As causas clássicas de pausas (distúrbios da geração/condução do estímulosinusal e os distúrbios da condução AV) são responsáveis por aproximadamen-te 50% das pausas de mecanismos identificáveis ao Holter de 24 horas. Extra-sístoles atriais bloqueadas representam a maior causa individual de pausas emHolter de 24 horas, ocorrendo em aproximadamente um quarto dos casos,mecanismo pouco lembrado na prática clínica.

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17CORRELAÇÃO ENTRE A DURAÇÃO E DISPERSÃO DA ONDA P E OVOLUME DO ÁTRIO ESQUERDO EM PACIENTES COM INSUFI-CIÊNCIA CARDÍACA

Rose Mary Ferreira Lisboa da Silva, Rose Mary Ferreira Lisboa da Silva, NadyaMendes Kassaz, Daniélly Paloma O Lucas, Rosália Morais Torres, Lívio BrunoS Cunha, Maria Camilo R de Senna, Maria da Consolação Vieira Moreira

Hospital das Clínicas da UFMG e Ecograf Núcleo Diagnóstico

O aumento do átrio esquerdo (AE) tem sido preditor de futuros eventos car-diovasculares e há estudos que demonstraram a associação entre a dispersão(disp) da onda P e o tamanho do AE em algumas cardiopatias, podendo ser útilesta medida não-invasiva e de baixo custo. Objetivo: Correlacionar a duração(D) e disp da onda P através do eletrocardiograma (ECG) convencional e de altaresolução (AR) em pacientes (pts) com insuficiência cardíaca (IC) com dadosclínicos, etiologia da IC e medidas obtidas pelo ecocardiograma (Eco). Métodos:Foram estudados 40 pts consecutivos com IC estável, em ritmo sinusal, idademédia de 47,8 anos, sendo 23 homens. Os pts foram submetidos à avaliaçãoclínica, ECG a 50 mm/s, 2 N, ECGAR e Eco (2 observadores). Resultados: Asmédias da D onda P D2, máxima (máx) e sua disp e volume AE foram de 116.2,120.2, 48.7 ms e 79.8 ml, respectivamente. Fração de ejeção média (FE) foi de0.38. Considerando-se a etiologia isquêmica (Isq) e não-isquêmica, a idade foimaior (56.8 x 45.9 anos, p=0.022) e a Pmáx foi maior (132.8 x 117.5 ms, p=0.028)nos Isq, sendo semelhantes demais variáveis. Chagásicos apresentaram menorPmáx (102.5 x 124.6 ms, p=0.006), menor D PD2 (p=0.032) e maior duração QRS(p=0.026). Não houve influência do sexo sobremedidas da onda P e AE.Coeficientes de Pearson entre D e disp P e volume AE foram de 0.001 e 0.011,havendo correlação também co mmedidas ventrículo esquerdo (VE), exceto comFE (p=0.17 e 0.51). Através da regressão linear por stepwise, somente o diâme-tro sistólico (DS) VE e o ECGAR onda P estiveram associados com volume AE(p=0.000 e 0.024). Conclusões: A D e disp onda P são distintos conforme aetiologia da IC, sem influência do sexo e da FE. Houve correlação entremedidasda onda P e o volume AE emedidas do VE. Entretanto os preditoresindependentes do volume AE foram DSVE e ECGAR onda P.

18SCRENNING PARA DISTÚRBIOS DO SONO EM HOLTER 24H: COR-RELAÇÃO COM ACHADOS DA POLISSONOGRAFIA

Jose Sobral Neto, Ronaldo Almeida, J Roberto Barreto, Jairo Macedo, EdnaOliveira, Carla Margalho, Leila Maia, Lucia Sobral

HBDF/Centrocard/Ritmocardio/Clinar

A hiperatividade simpática é descrita como responsável pelo aumento dasarritmias cardíacas (AC) em portadores de distúrbios do sono (DS). Dentre estes,a SAOS com seus transtornos ventilatórios e metabólicos agravam seuprognóstico. Outros DS (Sind. Resist. Ventilatória, Hipoxemia, SPI, PL MS,etc) também contribuem na incidência das AC. Este estudo avalia a incidênciade DS numa população de portadores de AC submetidos a Holter com aplicaçãodo software D MS-Cardioscan 12 capaz de detectar alt. no ECG e na VFC, quesão adicionadas a marcadores clínicos num sistema de score com 15 marcadores,e sua correlação com achados da Polissonografia (PSG). Material e métodos:Entre mar/06 e jul/08, 65 pac em investigação para AC, com idade média=48,6+/-14,1 anos, (36 homens), foram submetidos a screening para DS durante registrode Holter que informa o nº de marcadores alterados. Observaram-se 36 roncadores(55,4%), 20 obesos ou com sobrepeso (30,8%) e 17 hipertensos (26,1%).Resultados: Os pac apresentaram 6,7+/-2,2 marcadores positivos de acordocom tabela (Não incluídos 1 pac com 3 e outro com 12 marcadores). Incidênciade SAOS: 33 pac (50,7%), de DS: 51 pac (78,5%). Marcadores x PSG: Roncadormasc: 100%, obeso roncador: 100%, ΔSDNNd/n:77,3%, Indice SDNNd/n: 80%,Δr MSSDd/n:68,7%, Δtotal/pot. total noite: 68,9%, Δ total/pot FMB noite: 62,5%,% FMB rel. pot. total: 77,4%, Δ Pot. FB d/n: 65,5%, Δ rel. FB a AFd/n: 72,9%,Arritmia ventricular noturna: 82,3%, ΔQTc d/n: 50%, Var. QTc sono: 75,4%, FCmédia: 73,1 e Var. FC sono Min/15 bpm: 75,4%. Conclusão: 1-O sistema descore foi capaz de indentificar portadores de AC com DS a partir de 4 marcadorespositivos 2- Os marcadores de melhor correlação foram: roncador masc e obesoroncador (100%) Arritmia Ventricular noturna (82,2%) e Indice SDNNd/n (80%).

Marcadores 4 5 6 7 8 9 10 11

Total 9 15 8 12 7 4 4 4PSG normal 2 2 2 1 3 1 2 1DSCorrelação 7 13 6 11 4 3 2 3

(78%) (87%) (75%) (92%) (57%) (75%) (50%) (75%)SAOS/ 5 7 4 5 4 3 2 2Correlação (56%) (47%) (50%) (42%) (57%) (75%) (50%) (50%)

19O USO DE VARFARINA POR SEIS MESES PREVINE LESÕES VENOSASPÓS-IMPLANTE DE DISPOSITIVOS CARDÍACOS ELETRÔNICOS EMPACIENTES DE ALTO RISCO

Kátia Regina da Silva, Roberto Costa, Roberto Abi Rached, Martino MartinelliFilho, Elizabeth Sartori Crevelari, Wagner Tetsuji Tamaki, Silvana Ad Nishioka,Luiz Felipe Pinho Moreira, Noedir Ag Stolf

Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP

Lesões venosas relacionadas aos dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis(DCEI) são freqüentes, sendo a disfunção ventricular e o uso prévio de marcapassotemporário (MPT) ipsilateral ao implante do dispositivo definitivo fatores derisco independentes para sua ocorrência. A utilidade de estratégias terapêuticasprofiláticas para a prevenção dessa complicação ainda permanece desconhecida.O objetivo desse estudo clínico, randomizado e controlado foi avaliar o papel daanticoagulação oral na prevenção das obstruções venosas pós-implante de DCEI.Método: De Fev/2004 a / 2007 foram estudados 101 pacientes adultos submetidosa implante inicial de DCEI, com FEVE ,40 e/ou MPT ipsilateral ao implantedefinitivo. Após o procedimento, os pacientes foram randomizados para o usodiário de placebo ou varfarina. Avaliações clínicas e laboratoriais foram realiza-das periodicamente. A pesquisa de obstruções venosas foi feita pela venografiapor subtração digital, seis meses após o implante. Foram utilizados os testesQui-quadrado, Exato de Fisher, t-Student e o modelo de regressão logística paracomparação entre os grupos. Resultados: As características basais foram similaresnos dois grupos. Dos pacientes alocados no grupo Varfarina, 17 (38,6%)apresentaram obstruções venosas, em comparação a 29 (60,4%) casos no grupoPlacebo, com redução absoluta do risco de 22% (RR= 0,63 P=0,018). O uso devarfarina esteve associado a redução na incidência de lesões venosas (P=0,037)e a doença de Chagas ao aumento na incidência (P=0,051). A ausência deanticoagulação foi identificada como único fator preditivo independente para aocorrência das lesões venosas (OR=2,424 P=0,038). Somente um paciente, dogrupo Varfarina apresentou episódio de sangramento. Conclusões: O uso profiláticoda anticoagulação mostrou-se seguro e reduziu significativamente a incidênciade obstruções venosas pós-implante de DCEI nos pacientes de alto risco.

20ANÁLISE DOS FATORES ASSOCIADOS À MORTALIDADE TOTAL EMPORTADORES DE CARDIODESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL ECARDIOPATIA ISQUÊMICA

Aldryn Nunes Castro, Silvana Nishioka, Rodrigo Silva, Ricardo Teixeira, AnísioPedrosa, Sérgio Siqueira, Carlos Lima, Elizabeth Crevelari, Roberto Costa,Martino Martinelli

InCor/HCFMUSP

Introdução: A morte súbita cardíaca (MSC) ainda é um evento freqüente nacardiopatia isquêmica (CI), principalmente nos pacientes (pac) com disfunçãoventricular. A terapia com cardiodesfibrilador implantável (CDI) está associadaà redução da mortalidade total. No entanto, vários fatores clínicos podeminfluenciar esses resultados. Objetivo: identificar variáveis clínico-funcionaisque possam influenciar a sobrevida em portadores de CDI e CI. Métodos: da coortede 755 pac com CDI de nossa instituição foram selecionados todos pac com CI eimplante para prevenção 2ª de MSC. Analisou-se a taxa de sobrevida em relação àsseguintes variáveis: idade>65 anos, sexo, classe funcional (CF) de insuficiênciacardíaca (IC), fração de ejeção (FE), terapia antiarrítmica, internação hospitalar porqualquer causa pós-implante, hipertensão arterial (HAS), dislipidemia (DLP),diabete melito (DM), revascularização miocárdica (RM)-cirúrgica ou percutânea.A análise estatística utilizou o teste x-quadrado e a regressão de Cox (análisemultivariada). A sobrevida foi avaliada pela curva atuarial de Kaplan-Meier ecomparadas pelo teste de Log Rank. Foram considerados significantes valoresde p<0,05. Resultados: Foram estudados 202 pac, com idade 63±9 anos, sendo88% do sexo masculino. A amostra caracterizou-se por presença de HAS (88%),DLP (58%), DM (22,3%), RM cirúrgica (40,6%) e percutânea (11%), 23% em CFIII/IV de IC, FE média pré-implante de 34% e terapia com amiodarona em 72%. Ataxa de mortalidade total foi de 26% em seguimento de 42±27 meses. Em relaçãoàs variáveis analisadas demonstraram associação com menor sobrevida: CFavançada (III/IV), não uso de beta-bloqueador, uso de diuréticos, presença deDLP, FE % e internação pós-implante do CDI. A análise multivariada identi-ficou essas variáveis como fatores independentes para óbito, exceto DLP. Con-clusão: em portadores de CI e CDI por prevenção secundária, são marcadores demau prognóstico CF avançada, não uso de beta-bloqueador, uso de diuréticos,presença de DLP, FE % e internação por qualquer causa pós-implante.

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21CURVA DE SOBREVIDA DE COORTE DE PORTADORES DE CDI CÂ-MARA ÚNICA

Mauricio da Silva Rocha, Silvana Nishioka, Ricardo Alkimim, Anísio Pedrosa,Sérgio Siqueira, Carlos Lima, Wagner Tamaki, Roberto Costa, Martino MartinelliFilho

InCor/HCFMUSP

Sabe-se que o cardiodesfibrilador implantável (CDI) reduz a mortalidade arrítmica,porém, muito se discute sobre a influência da etiologia da cardiopatia sobretaxasde mortalidade. Objetivo: Estudar a sobrevida de portadores de CDI câmara únicasegundo a etiologia da cardiopatia. Métodos: Da coorte de 755 pacientes comCDI de nossa instituição, foram selecionados 148 portadores de CDI câmara únicasem indicação de estimulação para bradicardia. Óbito por qualquer causa outransplante cardíaco foram considerados como eventos finais. Nove pacientesforam excluídos por serem acompanhados em outro serviço. Para análise da curvade sobrevida foi utilizado método de Kaplan-Meier discriminado por cardiopatiae verificadas diferenças pelo Log-Rank teste. A identificação de variáveisindependentes foi feita pela regressão de Cox. Resultados: 98 (70,5%) pacienteseram do sexo masculino idade média de 55 anos (16-78 anos), seguidos por umperíodo médio de 45 meses. A etiologia da cardiopatia foi chagásica em 51pac(36,7%), isquêmica em 40 (28,7%), dilatada em 27 (19,4%) e genética em 22 (15,8%).Ocorreram 25 óbitos e cinco transplantes cardíacos. O comportamento da curva desobrevida (Kaplan-Meier) foi diferente (P=0,002) paradiversas cardiopatias. Aregressão de Cox para óbitos demonstrou que a cardiopatia chagásica é um fatorindependente de mau prognóstico (P=0,007). Conclusão: Em nossa coorte deportadores de CDI câmara única, a cardiopatia chagásica foi fator independente depior prognóstico.

22AVALIAÇÃO DO TEMPO DE ATIVAÇÃO DO VENTRICULO ESQUER-DO, EIXO ELÉTRICO E QRS A PARTIR DA ESTIMULAÇÃO DE 5 SÍTI-OS DO VD EM CORAÇÕES NORMAIS

Tiago Luiz Silvestrini, Silas dos Santos Galvão Filho, José Tarcísio MedeirosVasconcelos, Cecília Boya Barcellos, Cláudia Fragata, Edson Roberto SilvaSacramento, Marcelo F. A. Rodrigues, Carla Xerez Leobino, Pablo Ferreira Reis,Bruno Papelbaun

Clínica de Ritmologia Cardíaca - Real e Benemérita Associação Portuguesa deBeneficência de São Paulo-SP

Objetivo: Avaliar entre 5 sítios de estimulação de VD, qual provoca a menoralteração na duração do QRS no ECG de superfície, no eixo elétrico cardíaco e omenor tempo na ativação na base do VE. Métodos: 31 paciente (11 homens,39,3±17 anos), submetidos a procedimentos ablativos com corações estrutural-mente normais, tiveram avaliados seu ECG de superfícies e eletrogramasintracavitários na base do VE através de um cateter posicionado no seio corona-riano, durante ritmo sinusal e estimulação de sítios do VD: região para-hissiana(PH), ínfero-medial (IM), ápex (AP), médio-septal (MS) e via de saída de VD(VSVD). O Tempo de ativação na base do VE foi medido do início da espícula deestimulação até a mais ampla e rápida deflexão que cruzava a linha de base doeletrograma com registro mais tardio na base do VE. O eixo elétrico e duração doQRS foram avaliados a partir do ECG de superfície. Resultados: A duração doQRS foi significativamente menor na estimulação em PH, quando comparada comos demais sítios (p<0.05). O eixo elétrico não apresentou diferenças nas regiõesPH e MS em relação ao ritmo sinusal (p>0.05), entretanto apresentou diferençasignificativa nas outras regiões de estimulação. O tempo de ativação da base deVE, não apresentou diferença significativa na região PH em relação ao ritmo sinusal(p>0.05), enquanto esta diferença foi importante nas outras regiões de etimulação(<0.05). Conclusão: O sítio de estimulação na região PH apresenta menoresalterações em relação ao ritmo sinusal quanto a duração do QRS, eixo elétrico etempo do ativação da base do VE, sugerindo que este é o sítio que provoca menoresalterações elétricas e mecânicas no coração durante a estimulação cardíaca artificial.O região MS também apresenta bons resultados. A região AP demonstrou ospiores resultados e apresentou maiores alterações em relação ao ritmo de base.

23CORRELAÇÃO ENTRE O REMODELAMENTO MECÂNICO E ELÉTRI-CO DE PACIENTES SUBMETIDOS À TERAPIA DE RESSINCRO-NIZAÇÃO CARDÍACA (TRC) EM AVALIAÇÃO TARDIA

Roberto Márcio de Oliveira Júnior, Silvana Nishioka, Ricardo Teixeira, OrlyLacerda, Sérgio Siqueira, Anísio Pedrosa, Marcelo Vieira, Wilson Mathias,Roberto Costa, Martino Martinelli

InCor-HCFMUSP

Introdução: Cerca de 25-50% dos pacientes (pac) com IC avançada apresentamcomplexo QRS com duração prolongada, sendo que a maioria tem morfologia debloqueio de ramo esquerdo. Vários trabalhos têm demonstrado os benefíciosclínicos, hemodinâmicos e funcionais da estimulação biventricular (BiV), assimcomo o estreitamento do QRS, sugerindo a ocorrência de um remodelamentoelétrico. Objetivo: Estudar a correlação entre o remodelamento mecânico e oremodelamento elétrico após TRC. Métodos: Da coorte de 517 pac sob TRC denossa instituição, foram selecionados 20 pacientes consecutivos, de março de2007 a maio de 2008, responsivos à TRC, em ritmo sinusal e estimulação BiV>90%.Todos pac foram submetidos a ecocardiografia bidimenional, que analisou fraçãode ejeção (FEVE), volume sistólico (VSFVE) e diastólico (VDFVE), diâmetrosistólico (DSFVE) e diâmetro diastólico (DDFVE) do ventrículo esquerdo.Realizado ECG de 12 derivações em ritmo espontâneo para avaliar o ritmo de basepós TRC (modo VVI, FE=30 ppm). Este ECG foi analisado e comparado com oúltimo ECG feito antes do implante do sistema BiV. Para análise estatística utili-zou-se o método Mann-Whitney e o coeficiente de correlação de Pearson.Resultados: Idade média foi de 61,4±11 anos, sendo 13 pac (65%) do sexomasculino. A cardiopatia predominante foi a idiopática (60%). O tempo médio deTRC foi 27,2±5 meses. Dentre variáveis analisadas, o DDFVE reduziusignificativamente de 76±12,3 mm para 71,6±12,9 mm (p=0,017) e a largura doQRS diminuiu de 168,4±22,8 ms para 149±29 ms (p=0,001). Observou-se aumentonão significativo da FEVE, de 23,7±5,6% para 28,7±11,1% (p=0,08). Houvecorrelação entre QRS pós TRC e o DDFVE r=0,53, p=0.016 e entre a FEVE e oDDFVE r=-0,686, p=0,001. Conclusão: Na avaliação tardia do grupo em estudo,a estimulação BiV determinou remodelamento do QRS em ritmo próprio e oremodelamento mecânico pela redução do DDFVE e, que estas duas variáveis secorrelacionaram, indicando interação entre o remodelamento elétrico e mecânico.

24SOBREVIDA DOS PACIENTES SUBMETIDOS À TERAPIA DERESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA (TRC) E BLOQUEIO DE RAMODIREITO (BRD)

Caio Vitale Spaggiari, Silvana Nishioka, Anísio Pedrosa, Ricardo Teixeira,Sérgio Siqueira, Marcelo Vieira, Wilson Mathias, Rodrigo Tavares, RobertoCosta, Martino Martinelli

InCor/HCFMUSP

Sabemos que a terapia de ressincronização cardíaca tem impacto na mortalidadede pacientes com insuficiência cardíaca (IC), porém a maioria dos trabalhoscontempla pacientes com bloqueio de ramo esquerdo, cuja mortalidade, morbidadee evolução clínica são bem conhecidas. Objetivo: Avaliar a sobrevida e a respostaclínico-funcional de pacientes com IC, BRD e dissincronia cardíaca (DIS+)submetidos à TRC. Métodos: Na coorte de ressincronização cardíaca de nossainstituição com 519 pacientes, 41 pacientes apresentavam bloqueio de ramodireito (BRD) e DIS+. Dentre estes foram selecionados todos os pacientes emritmo sinusal e que não dependiam de estimulação ventricular. Variáveisanalisadas: óbitos resposta clínica (classe funcional de IC - CFIC) e funcional(fração de ejeção de ventrículo esquerdo - FEVE, diâmetro diastólico - DDVE,volume diastólico - VDVE e comprometimento de ventrículo direito - VD) prée pós TRC. A sobrevida foi calculada através do método de Kaplan-Meier etestada pelo Log Rank. Para comparação das variáveis pré e pós terapia foi usadaa análise de variáveis para medidas repetidas. A análise multivariada pelo métodode Regressão de Cox. Resultados: Foram selecionados 28 pacientes, sendo 17(61%) do sexo masculino, com idade média 60 anos. O tempo médio de seguimentofoi de 22 meses. Houve melhora significativa da CFIC (P=0,04) e o mesmo nãofoi observado para FEVE, DDVE, VDVE. Na análise univariada, o comprome-timento do VD (p=0,018) e CFIC se relacionaram com a sobrevida. Pela análisemultivariada, somente o comprometimento de VD foi preditor independente comuma razão de chance 6 vezes maior para mortalidade nesta população. Conclu-são: O comprometimento de VD é variável independente de mal prognostico empacientes submetidos à TRC com BRD.

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25AJUSTE DA FREQUÊNCIA DE ESTIMULAÇÃO EM PORTADORES DEMP E IC DESCOMPENSADA: AVALIAÇÃO DE PARÂMETROSHEMODINÂMICOS POR BIOIMPEDÂNCIA TORÁCICA CARDÍACA

Iury Baretta, Sérgio Siqueira, Silvana Nishioka, Bruno Heringer, RicardoTeixeira, Anisio Pedrosa, Wagner Tamaki, Rodrigo Tavares, Roberto Costa,Martino Martinelli

InCor-HCFMUSP

Em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) descompensada e portadores demarcapasso (MP), um dos recursos para melhora do quadro clínico é o aumentodo débito cardíaco (DC), obtido pelo ajuste da freqüência de estimulaçãoprogramada (FEP), que habitualmente é feito de forma empírica. A técnica debioimpedância torácica cardíaca (BTC) é um método simples, não invasivo e deboa correlação com Swan-Ganz para medida de DC. Objetivos: Avaliarmodificações de parâmetros hemodinâmicos relacionados à variação da FEP empacientes com IC descompensada. Métodos: Foram avaliados 11 portadores deMP definitivo que entraram em nossa instituição, no período de abril a julho de2008, com quadro de IC descompensada. A técnica utilizada foi a de BTC paramedida dos parâmetros hemodinâmicos em cada FEP (60, 70, 80, 90 e 100 ppm).Parâmetros medidos: DC, volume sistólico (VS), índice de velocidade (IV), índicede velocidade de ejeção (IVE), índice de aceleração (IAC), tempo de ejeção doventrículo esquerdo (TEVE), razão de tempo sistólico (RTS) e razão de tempoejetivo (RTE). Os dados foram submetidos à análise de variância para medidasrepetidas. Resultados: Nove pacientes eram do sexo masculino (81,8%) e aidade média foi de 62 anos. A etiologia da cardiopatia foi idiopática em 6 pacientes(55%), isquêmica em 2 (18%), chagásica em 1 (9%), valvar em 1 (9%) e restritivaem 1 (9%). Cinco pacientes (45,5%) estavam em uso de drogas vasoativas. Asvariações da FEP resultaram em modificações significativas do DC, IV, IVE,TEVE, RTE (p<0,001) e RTS (p=0,046). O maior valor médio do DC foi observadocom FEP=90 ppm. Conclusão: Os ajustes da FEP, guiados pela BTC, em porta-dores de MP e IC descompensada representaram melhora nos parâmetroshemodinâmicos. Estes ajustes poderão resultar em benefícios clínicos.

26DESEMPENHO COMPARATIVO DE CABOS-ELETRODOS VENTRI-CULARES

Roberto Takeda, Katia Elayne Pifer, José Carlos Ribeiro, Mitermayer Reis Brito,Eduardo Arrais Rocha, Laudelino Sousa, Celso Salgado de Melo, Daniela Meira,Carlos Cléber Menezes, Sérgio Siqueira

Grupos de Estudo RESID, RESIDA e SR

O grau sofisticação atingida no desenvolvimento tecnológico de cabos-eletro-dos atualmente cursa com pequenas diferenças e refere-se mais aos diâmetrosexternos e materiais construtivos que no desempenho eletro-eletrônico, bemcomo, muitas vezes, a melhora de um parâmetro concorre para a piora de outro.Objetivo: Estudar diferenças dos modelos de cabos-eletrodos de fabricaçãoMedtronic 4068, 5054 e 5076 quando implantados em câmara ventricular. Mé-todos: Foram registradas medidas intra-operatórias ventriculares de amplitudede onda, limiar de estimulação e impedância (Z) tanto uni como bipolar de 87pacientes com modelo 4068, 1142 com modelo 5054 e 1075 com modelo 5076incluídos nos Registros de Geradores Câmera Única e Dupla (REUNI, RESIDe RESIDA) no período de maio/2004 a julho/2008. O teste não paramétrico deKruskal-Wallis foi utilizado para comparação das médias e o teste de Dunn paradiferenciação entre modelos. Resultados: Não se observou diferença significantedas medidas amplitude de onda R. No entanto, foram significantes diferenças delimiares e Z tanto uni como bipolares (tabela). O teste de Dunn demonstrou queo melhor desempenho coube ao modelo 5054 (P<0,05). Conclusão: As medidasobtidas permitiram verificar que o melhor desempenho do modelo 5054 obser-vado por limiares de estimulação reduzidos não se contrapôs a valores elevadosda impedância assim como não afetou a capacidade de sensibilidade.

Modelo Onda R Onda R Limiar Limiar Z Uni Z BiUni B i Uni B i

4068 Média 10,80 12,30 0,69 0,70 843,0 907,8Desvio 5,03 4,82 0,30 0,28 210,9 207,3Padrão

5054 Média 11,00 11,97 0,35 0,39 1152,1 1189,3Desvio 4,68 8,03 0,24 0,25 305,1 306,6Padrão

5076 Média 11,04 11,76 0,58 0,62 788,7 836,1Desvio 4,64 4,93 0,31 0,29 209,5 209,3Padrão

P 0,747 0,290 <0,001 <0,001 <0,001 <0,001

27A MEDIDA DO PERÍODO PRÉ-EJETIVO AÓRTICO SE CORRELACIO-NA COM GRAU DE DISSINCRONIA CARDÍACA AVALIADA PELODOPPLER TECIDUAL

Nestor Rodrigues de Oliveira Neto, George Cobe Fonseca, Gustavo GomesTorres

Hospital Universitário Onofre Lopes-UFRN-Natal

Diferentes técnicas ecocardiográficas, com complexidades variáveis têm sidoempregadas na avaliação de pacientes com insuficiência cardíaca candidatos àterapia de ressincronização. O período pré-ejetivo aórtico (PPEA) é de fácilobtenção e seu prolongamento é devido ao retardo na contração do ventrículoesquerdo (VE), o que diminui o tempo de enchimento diastólico (Gras, D. EurHeart J Suppl (2004) 6). Objetivos: Avaliar a correlação entre o PPEA e o graude dissincronia interventricular (DVV) e intraventricular (DIV) avaliada atra-vés do Doppler Tecidual (DT). Métodos: Selecionamos pacientes com IC, QRS≥ 120 ms, padrão de bloqueio de ramo esquerdo, os quais foram submetidos aecocardiograma para avaliação de dissincronia. Os exames foram realizados porum único operador. O PPEA foi medido do início do QRS até o início do fluxoaórtico pelo Doppler pulsátil. A DVV foi medida por DT como a diferença entreo atraso eletromecânico (pico da onda sistólica) entre a parede livre do ventrículodireito e o máximo valor do VE, anormal quando > 40 ms. DIV foi consideradaquando a diferença do intervalo eletromecânico entre quaisquer dois segmentosdo VE foi > 60 ms. A correlação entre os valores foi feita pelo coeficiente de Pearson(R). Significância com p < 0,05. Resultados: Estudamos 20 pacientes, idade de61,2±11,3, QRS de 156,1±23,8 e FE (Simpson) de 25,6±10,2. 70% dos pacientesapresentaram DVV e 60% DIV pelo DT. As correlações entre o PPEA emedidas daDVV e DIV foram significativas (respectivamente, R=0,74, p=0,0006 e R=0,72,p=0,001). PPEA > 140 ms apresenta sensibilidade, especificidade, valor preditivopositivo (VPP) e negativo (VPN) para a presença de DVV de 92%, 75%, 92% e75%, respectivamente, e para DIV de 90%, 74%, 82% e 83%, respectivamente. Aconcordância entre um PPEA>140 ms e a presença ou ausência de DVV e DIV peloDT foi de 85% paraduas formas. Não houve correlação entre dissincronia e a du-ração do QRS (R=0,34, p=0,17 para DVV e R=0,21, p=0,41 para DIV). Conclusão:A medida do PPEA apresenta significativa correlação com a presença dedissincronia interventricular e intraventricular pelo DT.

28IMPACTO DA AMIODARONA EM PACIENTES COM TERAPIA DERESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA (IA-TRC)

Eduardo Barreto Gadelha, Silvana Nishioka, Ricardo Teixeira, Anísio Pedrosa,Sérgio Siqueira, Eduardo Maniglia, José Renato Lima, Wagner Tamaki, RobertoCosta, Martino Martinelli

InCor-HCFMUSP

O uso de betabloqueadores e a terapia de ressincronização cardíaca (TRC) reduzema mortalidade de pacientes (pac) com insuficiência cardíaca (IC) e dissincroniaventricular, mas o impacto na redução de arritmias ventriculares permanece in-certo. Alta densidade de extra-sístoles ventriculares (EV) associa-se a mortesúbita cardíaca (MSC) e deterioração da função miocárdica. Estudos préviosmostraram redução na densidade de EV e na mortalidade arrítmica (MAr) com ouso de amiodarona, porém, sem impacto na mortalidade total (MT) em pac com IC.Objetivo: Avaliar o impacto do uso de amiodarona sobre eventos arrítmicosventriculares, capacidade funcional, MAr e MT em pac submetidos a TRC. Mé-todo: Estudo prospectivo, randomizado em pac submetidos à TRC. Serão sele-cionados 462 pac de TRC, em classe funcional I e II, para Grupo 1 - uso deamiodarona em baixas doses (ataque 600 mg/dia e manutenção 300 mg/dia) eGrupo 2 - sem uso de amiodarona. Seguimento de 2 anos co mseguintes avalia-ções: registros de arritmias pelo Holter ou pelos ressincronizadores registro dasinternações cardiovasculares, MAr e MT avaliação clínica avaliação da capacida-de funcional pelo teste de caminhada de 6 minutos (T6M). Os dados obtidosserão submetidos à análise estatística para comparação dos grupos. Resultados:Foram incluídos 35 pac e seguidos por 2 meses. Não houve diferenças significa-tivas entre os 2 grupos, quer para idade, FEVE e distância percorrida no T6M. Apopulação estudada apresentava 14% de chagásicos, 22,9% de isquêmicos, 34%de idiopáticos e a prevalência de fibrilação atrial foi de 14,3%. A utilização debetabloqueador foi 81,2% entre os pac do Grupo 1 e 89,5% no Grupo 2. A den-sidade de EVs caiu de 89 bph para 19 bph no grupo com amiodarona e de 83 bphpara 52 bph no grupo sem amiodarona (p=0.22). Não ocorreram episódios de TVsustentada. Conclusão: O resultado preliminar do estudo IA-TRC, embora nãosignificante, demonstrou redução das arritmias ventriculares no grupo daamiodarona.

Relampa 200821(4): 301-346.

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29SISTEMA HOME MONITORING - TECNOLOGIA INOVADORA NOMANEJO DE ARRITMIAS ATRIAIS EM IDOSOS COM MARCAPASSO(PROTOCOLO PREVCAT): DADOS PRELIMINARES

Carlos Eduardo Batista de Lima, Martino Martinelli, Silvana Nishioka, SérgioSiqueira, Bruno Heringer, Luciene Dias, Rodrigo Tavares, Ricardo Teixeira,Elisabeth Crevelari, Roberto Costa

InCor/HCFMUSP

Fibrilação atrial (FA) tem alta incidência em idosos e o uso dos contadores de even-tos de marcapassos átrio-ventriculares (MPAV) tem evidenciado uma maior inci-dência nesses pacientes. O sistema Home Monitoring (SHM) é um sistema detelemetria via internet que permite repassarinformações do MP para o clínico, po-dendo ser útil para o tratamento da FA. Objetivo: Definir o papel do SHM no manejodas arritmias atriais em idosos com MP. Método: Estudo randomizado, prospectivo,único cego. Entre março/2007 e agosto/2008 foram selecionados 109 pacientes(pts) consecutivos atendidos no InCor com idade anos e indicação clássica paraimplante ou troca de gerador de MP AV. Os pts foram randomizados 1:1 para grupode intervenção (GI) ou grupo controle (GC) e receberam MP dotados do SHM. Asconsultas foram agendadas para 1, 3, 6, 12, 18 e 24 meses. No GI os dados foramanalisados diariamente com consulta extra se alerta na internet de Automatic ModeSwitch (A MS) % em 24 h. As variáveis analisadas foram: tempo de seguimento,idade, sexo, indicação do MP, incidência de FA, tempo para diagnóstico de FA,tempo em A MS (burden de FA), acidente vascular cerebral (AVC) e óbito. AnáliseEstatística: dados paramétricos - testes qui-quadrado e exato de Fischer não-paramétricos: Mann-Whitney. Curva de sobrevida - método Kaplan-Meier e LogRank. Valor de p<0,05 para significância estatística. Resultados: Foram analisadosdados de 94 pts (GI=47 e GC=47) com tempo de seguimento de 6 meses no GI e 5,28no GC, p=0,44. Não houve diferença entre os grupos (GI vs GC) quanto a idade(75,32 vs 74,38 anos, p=0,44), sexo (masculino 51,1% vs 55,3%, p=0,67), indicaçãodo MP (DNS 4 (8,5%) vs 8 (17%), BAVT 29 (61,7%) vs 26 (55,3%) p=0,6) e eventosclínicos (incidência FA 6 (12,7%) vs 8 (17%), p=0,53 AVC 2 (4,3%) vs 0%, p=0,49e óbito 1 (2,1%) vs 1 (2,1%), p=1,0). O parâmetro A MS>10% apresentou 100% decorrelação com FA. O tempo para FA foi de 67 vs 112 dias, p=0,74. Conclusão: OSHM foi eficaz no diagnóstico correto de FA sendo mais precoce no GI, porém aindasem significância estatística.

30EFEITOS DA ESTIMULAÇÃO VENTRICULAR CONVENCIONAL EMPACIENTES COM FUNÇÃO VENTRICULAR NORMAL

Luiz Antonio Batista de Sa, Luiz Antonio Batista de Sá, Salvador Rassi, MarciaAndery Ludovico Batista

Hospital das Clínicas - Universidade Federal de Goiás

Introdução: A estimulação de ventrículo direito (VD) pode ser deletéria em pa-cientes (pctes) com função ventricular prejudicada, entretanto há poucas eviden-cias sobre o impacto desta estimulação em pctes sem disfunção ventricular. Obje-tivos: Avaliar evolução clínica e laboratorial de pacientes com função ventricularnormal submetidos a implante de marcapasso cardíaco (MP). Método: Estudoprospectivo com 16 pctes submetidos a implante de MP com os seguintes crité-rios de inclusão: função ventricular normal definida pelo ecocardiograma e pre-sença de estimulação ventricular superior 90% (telemetria do gerador). Foramavaliados: Classe funcional(CF), teste de caminhada, dosagem de BNP,ecocardiograma (convencional e medidas de dessincronia intraventricular(modoM, doppler, doppler tecidual), e teste de qualidade de vida(SF-36). As avaliaçõesforam feitas com 10dias (d)(t1), 120d(t2) e 240d(t3). Os dados foram comparadassegundo método ANOVA. Comparações múltiplas de médias foram efetuadas uti-lizando-se o método de Tukey. Resultados: Na amostra selecionada, a idade mé-dia foi de 60 anos (DP+/- 11). A etiologia mais frequente foi a chagásica (75%).Bloqueio AV total ou Bloqueio AV do segundo Mobitz 2 corresponderam a 62,5%.Dos dados avaliados os seguintes não apresentaram variação estatísticasiginificante (p<0,05): CF, BNP, parâmetros ecocardiográficos convencional edessincronia intraventricular(modo M e doppler tecidual). Apresentaram varia-ção estatisticamente significante o teste de caminhada - piora entre t2 e t3 e aumen-to do tempo entre a contração septal e da parede posterior do ventrículo porém sempreencher critérios de dessincronia. O SF 36 mostrou melhora nos subitens capa-cidade funcional, aspectos sociais e estado geral de saúde. Conclusão: Após oitomeses a estimulação ventricular direita em pctes com função normal não alterou deforma significativa a função ventricular (CF, SF36, ecocardiografia convencional,parâmetros de dessincronia e dosagem de BNP), porém os pctes apresentarampiora do teste de caminhada.

31CARDIODESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL NA CARDIOPATIA CHA-GÁSICA CRÔNICA: INFLUÊNCIA DA ESTIMULAÇÃO VENTRICU-LAR DIREITA NA MORTALIDADE

Rafael Lois Greco, Rafael Greco, João Ricardo Fernandes, Camila Gangoni,Ricardo Alkimin, Sérgio Siqueira, Silvana Nishioka, Anísio Pedrosa, MartinoMartinelli Filho

INCOR/HCFMUSP

Introdução: Portadores de CDI e Cardiopatia Chagásica Crônica (CCC)costumam manifestar, durante o seguimento clínico, transtornos de conduçãoAV que exigem o uso da estimulação ventricular direita (EVD). A esta se tematribuído recentemente prejuízos hemodinâmicos e clínicos. Esse estudo teveo objetivo de avaliar a influência da EVD na mortalidade da coorte de CDI e CCCde nossa instituição. Métodos: Dentre os 209 pacientes da coorte de CCC e CDIde nossa instituição foram excluídos os dependentes de EVD e de ressincro-nizadores. Assim, foram estudados 107 pacientes (39% unicameral e 61% bica-meral). Nenhum tinha indicação de EVD por BAV, no momento do implante doCDI. enta e seis (71%) eram do sexo masculino a idade média foi 55 anos 84%apresentavam-se em CF I e II de IC e a FEVE média (eco) foi de 41%. A influenciado percentual EVD (<ou>40) sobre a mortalidade total (MT) foi avaliada con-forme o modo de estimulação (ME). A análise estatística incluiu Log Rank teste curva de Kaplan Meier. Resultados: Durante seguimento clinico médio de 3,7anos foram registrados 22 (20,5%) óbitos e 5 (4,7%) pacientes foram submetidosa transplante cardíaco. Os modos DDD ou VVI não tiveram influência sobre aMT, mas EVD>40% se associou a pior prognóstico (p=0,003). Conclusão: Dentrepacientes da coorte de CCC e CDI de nossa instituição, a EVD identificousubgrupo de pior prognóstico (maior mortalidade).

32CHOQUES APROPRIADOS EM PACIENTES COM CDI E CARDIOPATIACHAGÁSICA: CORRELAÇÃO COM PREDITORES ANÁTOMO-FUN-CIONAIS DE MORTALIDADE

Rafael Lois Greco, Rafael L. Greco, Caio V. Spaggiari, Ângela Bolonhez, RicardoAlkimin, Sérgio F. Siqueira, Silvana D. Nishioka, Anísio A. A. Pedrosa, MartinoMartinelli Filho

INCOR/HCFMUSP

Introdução: A busca por preditores de mortalidade em pacientes com CCC eCDI deve ser contínua e persistente. O presente estudo tem a finalidade decorrelacionar achados anatomo-funcionais ao ecocardiograma com choquesapropriados e mortalidade dentre pacientes da coorte de CCC e CDI (prevençãosecundária de MSC). Métodos: Foram incluidos 185 pacientes com CCC subme-tidos a implante de CDI para prevenção secundária de MSC no período de 2000a 2008, em nossa instituição. CF I e II estiveram presentes em 139 (75%) pacien-tes 82% estava em uso de Amiodarona e 52 (28%) apresentavam marcapassodefinitivo prévio. Foram analisados: FEVE (subgrupos %, 35% > FEVE <50% e ≥ 50%) Diâmetro Diastólico do VE (subgrupos ≥ 65 mm, 55 mm > DDVE< 65 mm e ≤ 55 mm) presença ou não de acinesia/discinesia segmentar. Foramconstruídas curvas de sobrevivência conforme Kaplan Méier. O teste de Mann-Whitney foi utilizado para estudar a correlação das variáveis de estudo com ataxa de terapias de choque apropriados. Resultados: O tempo de seguimentomédio foi de 3,7 anos. Ocorreram 54 (29%) óbitos e 11 (6%) de pacientes foramsubmetidos foram a transplante cardíaco. Foram aplicadas 569 terapias de cho-que apropriados em 92 pacientes. Essas não se correlacionaram com presençaalterações ecocardiográficas. Documentação de acinesia/discinesia segmentarde se associou a menor longevidade, por Kaplan Méier. (p<0,04). Conclusão:Dentre pacientes da coorte de CCC e CDI por prevenção secundaria de MSC denossa instituição, a presença de acinesia/discinesia segmentar ao ECO correla-cionou-se com pior prognóstico.

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Relampa 200821(4): 301-346.

33DEPENDÊNCIA DA ESTIMULAÇÃO VENTRICULAR É PREDITOR DEMAIOR MORTALIDADE EM PORTADORES DE CDI E CARDIOPATIACHAGÁSICA CRÔNICA (CCC)

Rafael Lois Greco, Rafael Greco, Eduardo Maniglia, Luiz Tenório, RicardoAlkimin, Sérgio Siqueira, Silvana Nishioka, Anísio Pedrosa, Martino MartinelliFilho

INCOR/HCFMUSP

Introdução: Apesar das recentes publicações sobre o papel do CDI na preven-ção secundária de morte súbita cardíaca (MSC) em pacientes com CCC, essadiscussão permanece em aberto. Nesse sentido, este estudo é uma contribuiçãoque tem o intuito de analisar o comportamento clínico-funcional da coorte deCDI de nossa instituição. Métodos: Dentre 750 pacientes que compõe a coortede CDI foram estudados os 209 portadores de CCC 144 (69%) do sexo mascu-lino com idade entre 25 e 79 anos (m=55 a). Sessenta e quatro pacientes (30%)eram portadores de CDI Ventricular, 108 (52%) Átrio-Ventricular e 37 (18%)Átrio-Biventricular. A base de dados foi reorganizada e alimentada com informa-ções retro e prospectivas. Foi analisada a mortalidade total e a taxa de óbitos, aoano, assim como o papel de variáveis clinico-funcionais pré-implante. A longoprazo, foram considerados: comportamento da terapia de choque e curva atuarialde sobrevida (Kaplan-Meier). A metodologia estatística incluiu análiseunivariada (Log Rank test) e multivariada (regressão de Cox). Resultados: Oseguimento médio foi de 3,5 anos (máx. 14,3 a) 11 pacientes (5,2%) perderamseguimento. CF I/II de IC esteve presente em 73,6% a FEVE média foi 39,4% e ovalor médio do DDVE foi 63,6 mm. Ocorreram 616 terapias de choques apropri-ados, correspondentes a 99 pacientes. Em 19 pacientes (9,6%) ocorreram terapi-as inapropriadas. Foram registrados 64 óbitos (32,3%) e 7 pacientes (3,5%)foram submetidos a transplante cardíaco. As variáveis de pior prognóstico fo-ram: idade >60 anos (p<0,01), CF III/IV de IC (p<0,01), creatinina plasmática>1,2 mg/dl (p<0,02) e uréia >40 mg/dl (p<0,01), FEVE<35% (p<0,01), DDVE>59mm (p<0,03) e presença de acinesia/discinesia segmentar (p<0,05). O percentualde estimulação ventricular >40% (p<0,0001) foi fator independente de maiormortalidade (11,8 vezes). Conclusão: Portadores de CDI para prevenção se-cundária de MSC da coorte de nossa instituição, em seguimento de 3,5 anos,apresentaram mortalidade total de 32,3%. O único fator independente de piorprognóstico foi a dependência de estimulação ventricular.

34COMPARAÇÃO DE DESEMPENHO DE CABOS-ELETRODOS ATRIAISEM REGISTROS DE LARGA ESCALA

Cátia Moura Galvão, Marco Túlio Baccarini, Sylton Arruda, Fernando PierinPeres, Airton Severino Piazza, Luiz Antônio Batista Sá, Jose Carlos Dorsa,Roberto Takeda, Siqueira Siqueira, Ricardo Eloy

Institução: Grupos de Estudo Resid e Resida

A característica tecnologia dos cabos-eletrodos para estimulação cardíaca éfundamental na determinação do desempenho eletro-eletrônico no momento doimplante. Muitas vezes, a busca pela melhora de um parâmetro, concorre para apiora de outro, como por exemplo, melhora da sensibilidade geralmente cursacom piora da impedância (Z). Objetivo: Avaliar, comparativamente, o desempe-nho dos cabos-eletrodos de fabricação Medtronic modelos 4068 e 5076 quandoimplantados em câmera atrial. Métodos: Foram registradasmedidas intra-opera-tórias atriais de amplitude de onda, limiar de estimulação e Z tanto uni comobipolar de 180 pacientes com modelo 4068 e comparadas co mmesmas medidasdo modelo 5076 de 1463 pacientes incluídos nos Registros de Geradores DuplaCâmara e Arritmias Atriais I e II (RESID e RESIDA) no período de maio/2004a julho/2008. Foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis paracomparação das médias. Resultados: O modelo 4068 apresentou impedânciabipolar mais elevada, porém o modelo 5076 obteve menor limiar de estimulaçãotanto uni como bipolar (tabela). Conclusão: Apesar de apresentarem diferençasestatisticamente significante, os valores médios encontrados são parecidos edemonstram que a melhora do limiar se contrapôs à piora da impedância semmodificação da sensibilidade.

MODELO Onda P Onda P Limiar A Limiar A Z A Z AUni B i Uni B i Uni B i

4068 Média 2,58 2,73 0,95 0,84 652,6 699,6DesvioPadrão 1,39 1,37 0,62 0,40 172,3 141,3

5076 Média 2,51 2,70 0,75 0,78 639,8 669,2DesvioPadrão 1,48 1,48 0,42 0,39 181,7 175,0

P 0,330 0,640 <0,001 0,004 0,238 <0,001

35CARACTERISTICAS CLINICAS E EVOLUÇÃO DE PACIENTES DOSEXO FEMININO INCLUIDAS NO REGISTRO LATINO AMERICANODE CARDIODESFIBRILADORES IMPLANTÁVEIS

Cecilia Monteiro Boya Barcellos, Silas dos Santos Galvão Filho, Maria CristinaTentori, Lúcia Azocal, Laura Sanziani, Renata Rodio, Jennifer Maloney

Clinica de Ritmologia Cardíaca - Beneficência Portuguesa de São Paulo - SP

Introdução: As diretrizes internacionais de indicação de cardiodesfibriladoresimplantaveis (CDI), não fazem distinção de sexo. Sabe-se que, há uma menorindicação de implantes de CDI em pacientes do sexo feminino. Objetivos: Apre-sentar dados referentes a distinção de sexo, em pacientes incluidos no RegistroLatino americano de Cardiodesfiriladores Implantaveis (ICDregistry). Casuisticae Métodos: Desde dezembro de 2004 a abril de 2008, foram incluídos, 932pacientes portadores de CDI, em 72 centros da America Latina. São analisadose comparadoscaracteristicas clínicas, indicações, eventos arritmicos, e terapiasdurante o seguimento de 214 pacientes do sexo feminino (23%), e 718 pacientesdo sexo masculino. Resultados: O número de pacientes do sexo feminino comindicação para prevenção primária é menor (28% vs 39%) p=0,003 apresentamao implante idade media inferior (58 +/- 17 vs 62.2+/- 13) p<0,0001 apresentamem maior frequencia, Miocardiopatia Hipertrofica e Sindrome de QT longo emenor incidencia de Cardiopatia Isquemica. A media das medidas de fração deejeção, no sexo feminino ao implante, foi maior (40+/-17 vs 33+/-15) p<0,006.Não houve diferença na classe funcional, ritmo cardiaco, presença de transtornosde condução e também do diametro distolico de ventriculo esquerdo, em ambosos grupos. O tempo de seguimento a medio prazo em ambos os sexos foi similare neste periodo não houve diferenças significativas relacionadas a mortalidade,hospitalizações e terapias liberadas pelo dispositivo. Conclusões: No Regis-tro Latinoamericano de Cardiodesfibriladores Implantaveis, que incluiu 932pacientes em 30 meses, em 72 centros, verificou-se que, quando comparados osdados do sexo feminino e masculino, houve diferença nas caracteristicas clinicasna ocasião do implante, e durante o tempo de seguimento a medio prazo, nãohouve diferenças quanto a mortalidade, hospitalizações e terapias aplicadas.

36PREVALÊNCIA E FATORES PREDITORES DE TERAPIAS EM POR-TADORES DE CARDIOVERSOR-DESFIBRILADOR PARA PROFI-LAXIA PRIMÁRIA DE MORTE SÚBITA

Ieda Prata Costa, Rodrigo Elias, Paulo Maldonado, Angelina Camiletti, MarceloMaia, Eduardo Saad, Antonio Carlos Botelho, Luiz Eduardo Camanho

Hospital Pró-cardíaco / Hospital São José do Avaí

Fundamento: A ocorrência de terapias associadas ao cardioversor-desfibriladorimplantável (CDI) apresenta forte impacto clínico e psicológico nesta população.Objetivos: O objetivo primário foi definir a prevalência de terapias (ATP ouchoque) em pt submetidos à implante de CDI ou CDI-biventricular para profilaxiaprimária de morte súbita (MS). Objetivo secundário: avaliar fatores associadosà terapia nesta população. Delineamento: Estudo retrospectivo observacional.Pacientes e Métodos: 88 pt submetidos à implante de CDI para profilaxia primáriade MS. A idade média era de 66 + 15 anos, 71 pt (80%) sexo masculino ecardio-patias eram: cardiomiopatia isquêmica - 62 pt (70,4%) cardiomiopatia não-is-quêmica - 14pt (16%) Síndromes genéticas arrítmicas - 12 pt (13,6%). As se-guintes variáveis foram analisadas: 1) tipo de miocardiopatia 2) história préviade síncope 3) Presença de TVNS ao ECG ou Holter de 24 horas 4) Históriaprévia de taquiarritmia atrial. Estes pt foram acompanhados por um períodomédio de 26+4 meses. Os pt foram divididos em dois grupos: Grupo I - Semterapias e Grupo II - Com terapias. A análise estatística foi realizada pelo testeexato de Fisher. Resultados: Houve terapias em 25 pt (28,4%), sendo apropri-adas em 21 pt (24%) e inapropriadas em 5pt (5%). 6 pt perderam o acompanha-mento. No grupo I a cardiopatia mais freqüente era DAC (40 pt-70%) a incidên-cia de síncope foi de 26,3% (15 pt) a incidência de TVNS foi de 47% (27 pt) eincidência de taquiarritmia atrial foi de 27% (15 pt). No grupo II a cardiopatiamais freqüente era DAC(19 pt-76%) (p=NS) a incidência de síncope foi de 24%(6 pt) (p=0,21) a incidência de TVNS foi de 72% (18 pt) (p=0,02) e incidênciade taquiarritmia atrial foi de 12% (3 pt)(p=0,08). Conclusão: A prevalência deterapias apropriadas é similar a da literatura e justifica o implante do CDIprofilático nesta população. A ocorrência prévia de TVNS foi a única variávelpreditora de terapia nesta população.

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37EVOLUÇÃO DE PACIENTES CHAGÁSICOS SUBMETIDOS À TERAPIADE RESSINCRONIZAÇÃO CARDÍACA

Orly de Oliveira Lacerda Junior, Silvana Nishioka, Rodrigo Silva, AnísioPedrosa, Ricardo Teixeira, Sérgio Siqueira, Roberto Oliveira Jr, ElizabethCrevelari, Roberto Costa, Martino Martinelli

InCor HCFMUSP

A Terapia de Ressincronização Cardíaca (TRC) é uma modalidade de tratamentobem estabelecida para Insuficiência Cardíaca (IC) grave, porém, os pacienteschagásicos são uma pequena minoria nas amostras de grandes estudos nesseassunto. Dessa forma, se faz relevante a avaliação desse tipo de tratamento nessapopulação. Objetivo: Avaliar a evolução clínica e funcional de pacienteschagásicos submetidos à TRC. Métodos: Da coorte de ressincronização cardíacade nossa instituição com 519 pacientes, foram avaliados retrospectivamente 41pacientes chagásicos submetidos à TRC. Pré e pós TRC, variáveis analisadasforam dose de beta-bloqueador, classe funcional e fração de ejeção. Outrasvariáveis incluídas foram o ritmo cardíaco, tempo de seguimento e internaçãopor IC. Fizeram parte do estudo apenas os pacientes em acompanhamentoambulatorial. Foram utilizados para análise estatística o teste não paramétricode Mann-Whitney e a razão de verossimilhança para comparação dos gru-pos. Resultados: A idade média dos pacientes analisados foi 63 12 anos. Adose de beta-bloqueador após a TRC foi significativamente maior (12,5 ,4 x37,7 ,7 mg/dia, p<0,05). A resposta, melhora da classe funcional, esteve presen-te no subgrupo de pacientes com menores doses de betabloqueador pré-TRC(P=0,049). Não houve diferença significativa entre a classe funcional e a fraçãode ejeção pré e pós TRC. Conclusão: Em acompanhamento em longo prazo depacientes chagásicos submetidos à TRC, a melhora da classe funcional está as-sociada ao incremento da dose de beta-bloqueador no pós-implante.

38AVALIAÇÃO DE MORTALIDADE EM CHAGÁSICOS COM RESSIN-CRONIZADOR CARDÍACO ASSOCIADO OU NÃO A CARDIOVERSOR-DESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL

Sylvio Matheus de Aquino Gandra, Sylvio Matheus Aquino Gandra, UelraLourenço, Argemiro Scatolini Neto, Ana Lúcia Almeida, Wilson Pereira Lopes,Alexey Peroni, Roberto Franken, Luiz Antônio Rivetti

Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Introdução: A história natural de chagásicos submetidos a implante de ressin-croniza-dor ou de ressincronizador associado a cardiodesfibrilador não é bemconhecida. Este estudo visa trazer informações acerca da evolução a longo prazodestes pacientes. Material e método: Foi analisada a evolução de 124 pacien-tes com 56 56±13 anos, 69% do sexo masculino, com fração de ejeção de 27±8%e 67% em classe funcional III. Sessenta e um pacientes (49%) receberam ressin-cronizador (grupo R) e 63 pacientes (51%) receberam ressincronizador-cardio-desfibrilador (grupo RC) após estratificação de risco. Resultados: Os gruposnão diferiram quanto ao tempo de seguimento ou distribuição de idade e sexo.A fração de ejeção mostrou-se maior no grupo RC (27±7% vs 26±9, P=0,02).Houve um total de 56 (45%) mortes durante 785±426 dias de seguimento, sendo31 mortes (55%) no grupo R e 25 (45%) no grupo RC. No grupo R, a morte foimais freqüente em homens (p=0,02) e no grupo RC em pacientes com idade maisavançada (P=0,03). A mortalidade total e arrítmica não diferiu significantementeentre os dois grupos, assim como a mortalidade perioperatória, por AVC e porICC. Conclusões: Ambos os grupos apresentaram alta taxa de mortalidade du-rante o seguimento. Os grupos não diferiram em relação às taxas de mortalidadetotal, súbita, perioperatória, por AVC e por ICC. |

39IMPLANTE DE MARCAPASSO DEFINITIVO EM RECÉM NASCIDOCOM DIAGNÓSTICO INTRA-UTERO DE BLOQUEIO ATRIOVENTRI-CULAR TOTAL CONGÊNITO

Lania Fatima Romanzin Xavier, Fernando Eugenio Cruz Filho, WanderleySaviolo, Fabio Salum, Cristiane Binotto, Marcelo Soares, Solange Hoffmann,Renato Torres, Gisele Pacheco, Nelson Miyague

Hospital Pequeno Principe

Introdução: A história natural do bloqueio atrioventricular total congênito(BAVTC) diagnosticado intra-utero apresenta alta morbi-mortalidade, especial-mente com frequencia cardiaca abaixo de 50 bpm e sofrimento fetal. Objetivo:Relatar o implante de marcapasso (MP) em recém nascido (RN) com diagnósticode BAVTC intra-utero. Material e métodos: Total de 7 RN submetidos a implan-te de MP, 6 masculinos, o peso de nascimento foi de 1,300 g a 3,600 g (m3, 052g). O diagnostico de BAVT foi intra-utero entre a 20 e 32 semanas de gestação(m29 sem), todasgestantes foram referidas ao nosso serviço por bradicardia fetal,3 casos com lupus eritematoso sistêmico positivo. A freqüência cardíaca(FC)fetal atrial foi de 120 a 460 bpm (127 bpm) e a ventricular foi de 40 a 63 bpm (m59bpm). A FC ao nascimento foi de 40 a 95 bpm (m75 bpm). 3 pcts não demonstra-ram cardiopatia significativa associada, 3 com miocardiopatia dilatada e 1 comCIA. A gestação foi levada a termo em 6 pcts. Em 2 pcts a gestação foi interrom-pida com 31 e 39 semanas por sinais de hisia fetal. O implante do MP foi reali-zado pela técnica epimiocardica em todos os pacientes (pcts) com 5 horas a 6dias de vida (m4 dias), 50% foi dupla camara. Em 1 pct foi usado MP provisóriopor 48 horas pré-implante. Um RN necessitou de cardioversão de flutter atrialassociado ao BAVTC. Um pct apresentou extrusão do gerador. Nenhum óbito.Seguimento de 1 a 8 anos (m de 5,5 anos) todos assintomáticos. Conclusão: Oacompanhamento fetal e a conduta precoce neonatal melhora o prognostico dascrianças com BAVTC.

40INFLUÊNCIA DA LOCALIZAÇÃO DOS CABOS-ELETRODOS DEVENTRÍCULO DIREITO E ESQUERDO NA CLASSE FUNCIONAL DOSPACIENTES SUBMETIDOS À TRC

José Renato Martins de Lima, Silvana Nishioka, Anísio Pedrosa, RicardoTeixeira, Sérgio Siqueira, Elizabeth Crevelari, Roberto Costa, Rodrigo Silva,Eduardo Maniglia, Martino Martinelli

InCor/HCFMUSP

Cerca de 20-30% dos pacientes (pac) submetidos a terapia de ressincronizaçãocardíaca (TRC) são considerados clinicamente não responsivos. Especula-seque o sítio de implante dos cabos-eletrodos (CE), assim como a distância entreeles, possa contribuir para esta elevada taxa de insucesso. Estudos recentes têmdemonstrado que existe correlação entre a localização do CE com a respostafuncional à TRC, porém, não há relato da correlação com a resposta clínica.Objetivo: Avaliar a influência na resposta clínica à TRC, do sítio de implante eda distância entre os CE do ventrículo direito (VD) e ventrículo esquerdo (VE).Método: De abril a julho/2008, foram selecionados 35 pac consecutivos sobTRC, que foram submetidos à avaliação clinica (classe funcional de insuficiên-cia cardíaca NYHA - CF) de acordo com o posicionamento e a distância entre osCE de VD (septo alto, médio, baixo e ponta) e VE (ântero-lateral, lateral e póstero-lateral) ao raioX de tórax (projeções PA, Perfil e Oblíqua anterior esquerda-OAE). A redução de uma classe funcional foi estabelecida como resposta clínicaefetiva a TRC. Os pacientes foram classificados de acordo com a resposta clínica:G1-melhora da CF e G2-não melhora da CF. Para análise estatística foi utilizadoCorrelation Pearson, sendo considerados significantes valores P<0,05. Resul-tados: A idade média foi de 61 anos, 54% sexo masculino e o tempo mínimo paraavaliação pós-implante foi de 6 meses. Em relação às distâncias, os valores médiosem mm entre os CE de VD e VE em PA, Perfil e OAE foram: para G1 (80% pac) 50,60 e 57, respectivamente e para G2 (20% pac) 43, 51 e 49, (p=0,134). A distri-buição da posição dos CE em VD e VE no G1 e G2 foi equitativa. Sendo que paraG1 a distribuição dos pac foi de 91, 66, 83 e 75% respectivamente para posiçãode septo alto, médio, baixo e ponta de VD (p=0,494). E para VE 76, 66, 100%respectivamente para posição antero-lateral, lateral e póstero-lateral (p=0,140).Conclusão: A análise desta população sugere que não há relação da melhora daCF com a posição dos CE e a distância entre eles.

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Relampa 200821(4): 301-346.

41COMPORTAMENTO DA MAOT EM PORTADORES DE CARDIOMIO-PATIA HIPERTRÓFICA

Luiz Tenório Cavalcante da Silva, Silvana Nishioka, Sérgio Siqueira, EdmundoArteaga, Murilo Antunes, Euler Vilhena, Horácio Gomes, Carlos Pastore, Ro-drigo Silva, Martino Martinelli

InCor/HCFMUSP

A avaliação da repolarização ventricular através do teste de micro-alternânciada onda T (MAOT) tem se mostrado eficaz na estratificação do risco de mortesúbita cardíaca (MSC) em pacientes com cardiomiopatia isquêmica. A utilizaçãodeste método diagnóstico ainda é pouco utilizada em outras cardiopatias. Acardiomiopatia hipertrófica (CMH) tem sido apontada como relevante causa deMSC. Faz-se necessário o desenvolvimento de métodos inovadores e com ele-vada acurácia para discriminar os pacientes que estão sob maior risco de MSC.Objetivo: Avaliar a coerência das medidas da MAOT em pacientes portadores deCMH. Método: Foram incluídos pacientes com CMH selecionados consecuti-vamente através de atendimento ambulatorial no período de janeiro a julho de2008. Na consulta os pacientes foram submetidos à avaliação clínica, revisão deprontuário e classificados como de alto risco (presença de pelo menos um fatorde risco para MSC) ou baixo risco. Os fatores de risco foram: sincope, TVNS,hipertrofia >30 mm e história familiar de MSC. Foram feitasmedidas de MAOTparaseguintes condições: pré-esforço, máxima medida de MAOT, freqüênciacardíaca basal e freqüência cardíaca máxima. Estes resultados foram relaciona-dos comvariáveis: presença de fatores de risco para MSC ediferentes medidas deMAOT. A análise estatística utilizou o método de correlação de Pearson. Resul-tados: Foram realizadas medidas de MAOT em 24 pacientes com CMH, sendo 15do sexo masculino, e idade média de 36,2 anos. As médias de MAOT foram: basal13,7?V, max 36,2?V, FC basal 89,2 V, FC Max 98,7?V. O coeficiente de correla-ção entre a medida da MAOT na freqüência basal e máxima foi de 0,468, P=0,021.Todas demais correlações não foram significantes. Conclusão: Os resultados doteste de MAOT nos pacientes com CMH mostraram coerência entremedidas daMAOT em freqüência basal e na freqüência máxima parademais condições mos-traram um comportamento heterogêneo.

42INFLUÊNCIA DA POSIÇÃO DO CABO-ELETRODO DO VENTRÍCULODIREITO NA RESPOSTA À TERAPIA DE RESSINCRONIZAÇÃOCARDÍACA (TRC)

Eduardo Maniglia Puccinelli, Silvana Nishioka, Anísio Pedrosa, RicardoTeixeira, Sergio Siqueira, Marcelo Vieira, Daniela Rassi, Rodrigo Silva, RobertoCosta, Martino Martinelli

InCor/HCFMUSP

O sitio de implante do cabo-eletrodo (CE) no ventrículo esquerdo pode influen-ciar a taxa de resposta à TRC. No entanto, a influência do sitio de estimulação noventrículo direito (SEVD) ainda não está definida. Objetivo: Avaliar a influênciado SEVD na resposta à TRC. Método: Da coorte de pacientes de nossa instituição,submetidos à TRC entre 2006 e 2007, foram selecionados todos os pac com pelomenos 3 meses de implante e divididos em 2 grupos de acordo com o SEVD: G1-região de septo alto ou via saída do VD e G2-região de septo baixo ou ponta doVD (excluídos pac de outros estudos). Para G1 e G2 foram analisadas variáveispré e pós-TRC: taxa de resposta clínica alterações ecocardiográficas (fração deejeção VE - FEVE, diâmetro diastólico - DDVE, diâmetro sistólico - DSVE,dissincronia intra e interventricular - DIS intra e DISinter) duração do QRS esti-mulado e complicações relacionadas ao procedimento. A redução de uma classefuncional de insuficiência cardíaca foi estabelecida como resposta clínica à TRC.Foram utilizados os testes t Student, qui-quadrado e análise de variância paramedidas repetidas (valores significativos para p<0,05). Resultados: 22 pac (11em cada grupo), idade 59±11 anos e tempo seguimento 15±6 meses. Pré-TRC,populações eram semelhantes em relação a todasvariáveis estudadas. Pós-TRC,a análise da taxa de resposta clínica foi 64% e houve incremento relativo de17,7% na FEVE (p=0,018) para todos os pacientes. A DIS intra reduziu de 122 mspara 79 ms (p=0,045). A comparação das variáveis entre os 2 grupos demonstrou(G1xG2): taxa de resposta clínica de 72% e 55% (p=0,188) incremento na FEVEde 17% e 18,2% (p=0,825) redução do DDVE de 0,45 mm e 3,45 mm (p=0,368),redução do DSVE de 3,18 mm e 4,64 mm (p=0,71), redução da DIS intra de 47%e 21,4% (p=0,4) e redução da DISintra+DISinter de 36% e 12,2% (p=0,329)duração média do QRS estimulado de 151 ms e 159 ms (p=0,844). Não houvecomplicações. Conclusão: A TRC demonstrou ser efetiva na população estuda-da e o sítio de estimulação do VD não influenciou essa resposta.

43CORRELAÇÃO ENTRE VARIÁVEIS CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICACOM PARÂMETROS ELETROFISIOLÓGICOS AO IMPLANTE - CA-BOS-ELETRODOS VENTRICULARES

Wladmir Faustino Saporito, Rubens Tófano de Barros, Antônio CavalcantiMalan, Antônio Vitor Moraes, Rogério Marcos Gaspar, Cláudio Guedes Sobrosa,Oswaldo Tadeu Greco, Newton Mota, Roberto Takeda, Sérgio Siqueira

Grupos de Estudo RESID, RESIDA e REUNI

O comprometimento miocárdico difere segundo a etiologia da cardiomiopatia,assim é de se esperar que os parâmetros eletrofisiológicos de cabos-eletrodosfixados ao músculo sofram influência da das características clínico-epidemioló-gicas. Objetivo: Estudar relações entrevariáveis clínico-epidemiológicas commedidas eletrofisiológicas ao implante de eletrodos ventriculares. Métodos:Foram consideradasmedidas de limiar de estimulação, amplitude de onda R eimpedância (Z) tanto uni como bipolar dos cabos-eletrodos ventriculares dospacientes incluídos nos registros RESID (498 pacientes), RESIDA (466 pacien-tes) e REUNI (176 pacientes) no período de maio/2004 a julho/2008 e corre-lacionadas comvariáveis sexo, sintomas pré-implante, cardiopatia de base, do-ença do sistema de condução (bloqueio ou doença do nó sinusal) bem comomodelo do eletrodo. Os métodos estatísticos utilizados foram: testes não para-métricos de Kruskal-Wallis e Mann-Whitney além do teste de Dunn. Resulta-dos: Não houve diferenciação das meditas quanto aos sintomas de baixo fluxocerebral (P=ns), o sexo só apresentou diferenciação quanto à Z unipolar(P=0,043), a classe funcional mostrou diferenciação para limiar bipolar e Z unie bi polares (P<0,022), alteração do sistema de condução mostrou diferenciaçãoparaZ uni e bipolares (P<0,039). A grande diferenciação ficou por conta dacardiopatia de base diferenciou todasmedidas eletrofisiológicas (P<0,037).Conclusão: As variáveis clínico-epidemiológicas influenciam o comportamentoeletrofisiológico dos cabos-eletrodos ventriculares, sendo que a cardiopatia debase influencia em todos os parâmetros.

44COMPARAÇÃO ENTRE PACIENTES COM CARDIOPATIA CHAGÁ-SICA E CARDIOMIOPATIA DILATADA IDIOPÁTICA TRATADOS COMCARDIODESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL

Eduardo Rodrigues Bento Costa, Cláudio Muratore, Antônio Malan, CristinaTentori, Luiz Batista Sá, Pedro Ureña, Rafael Calderón, Roberto Takeda, JenniferMaloney, Oswaldo Tadeu Greco

Grupo de Estudo do ICD Registry - America Latina

A cardiomiopatia dilatada não isquêmica é causa freqüente de morte súbita.Informações sobre o uso de cardiodesfibriladores implantáveis nessa popula-ção são escassas. Objetivos: Compararcaracterísticas clínicas no momento doimplante e durante o seguimento de pacientes (pts) com cardiomiopatia chagásicae cardiomiopatia dilatada idiopática no ICD Registry - América Latina. Méto-dos: De 932 pts incluídos no ICD Registry - América Latina, foram analisadosos dados referentes a 153 pts portadores de cardiomiopatia chagásica: idademédia 60±10 anos, 71% do sexo masculino, FEVE 39±12%, DDVE: 62±8 mm,75% com classe funcional I/II NYHA, 82% com bloqueio do ramo direito, segui-mento médio de 11±8 meses (1-38) e 218 pts com cardiomiopatia dilatadaidiopática: idade média 57±17, 75% do sexo masculino, FEVE 28±11%, DDVE:65±12 mm, 57% com classe funcional I/II NYHA, 9,9% com bloqueio do ramodireito, com seguimento médio de 8±8 meses (1-32). Resultados: Os pts comcardiomiopatia dilatada idiopática tiveram maior tendência para indicação deprevenção primária (50% vs. 9,2% p<0,0001), maior DDVE (65±12 mm vs. 62±8mm p=0,0054), menor FEVE (28% vs. 39%, p<0,0001) e maior probabilidade deestimulação biventricular (36% vs. 10%, p<0,0001). Os chagásicos tiveram umamaior freqüência de bloqueio do ramo direito (82% vs. 9,9%, p<0,0001). Duran-te o período de seguimento, os pts chagásicos tiveram maior taxa de terapiasapropriadas que no grupo com cardiomiopatia dilatada idiopática (28,8% vs14,7%, p<0,001). Não houve diferença significativa na mortalidade entre osdois grupos. Conclusões: O menor número de indicações de prevenção primáriae estimulação biventricular em pts chagásicos é provavelmente devido às condi-ções sócio-econômicas e maior prevalência de bloqueio de ramo direito nessegrupo. Durante o período de seguimento, os chagásicos apresentaram mais tera-pias apropriadas, provavelmente devido à maior indicação de prevenção secundá-ria de morte súbita e devido ao maior substrato arritmogênico desse grupo.

Relampa 200821(4): 301-346.

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45EFEITO DA POSIÇÃO CORPORAL SOBRE PARÂMETROS DE SENSI-BILIDADE E ESTIMULAÇÃO DE CDI

Hibanes dos Santos Rodrigues, Maurício Pimentel, Ana Paula Arbo Maga-lhães, José Dario Frota Filho, Leonardo Dornelles Souza, Marcela Sales,Fernando Lucchese, Leandro Zimerman

Hospital São Francisco, Porto Alegre, RS, Brasil.

Introdução: O funcionamento do cardioversor-desfibrilador implantável (CDI)depende da detecção adequada da atividade elétrica intracardíaca. O efeito daposição corporal sobre a sensibilidade e a estimulação do CDI é pouco estuda-do. Objetivos: Avaliar o efeito da posição corporal sobre parâmetros de sensi-bilidade e estimulação do CDI. Métodos: Nesta análise inicial foram incluídos43 pacientes submetidos a implante de CDI. Os parâmetros de sensibilidade eestimulação foram avaliados no momento do implante, pré-alta e 30 dias após oimplante. Após o implante, avaliações foram realizadas em decúbito dorsal eortostatismo. Na análise estatística foi utilizado o teste t. Resultados: A idademédia foi 54±12,9 anos, 79,1% sexo masculino, fração de ejeção média de39±18,2%, NYHA II-III 83,5%, cardiopatia isquêmica 53,5%. Prevenção primá-ria motivou o implante em 51,2% dos pacientes. Foram implantados 29 CDIsmodelo unicameral, 12 CDIs bicameral e 2 CDIs com multi-sítio. Os eletrodosventriculares foram posicionados em ponta de VD e programados em modobipolar. Foi observada maior amplitude de ondas R na posição em pé comsignificância estatística (tabela1). Não houve diferença na resposta à estimulaçãoventricular com 10V em ambas posições. Conclusões: Nesta amostra demons-trou-se influência significativa da posição corporal sobre parâmetros de sensi-bilidade do CDI, sendo observada maior sensibilidade na posição em pé. Nãohouve diferença significativa em relação à estimulação. Tab. 1 Parâmetros deestimulação e sensibilidade ventricular em diferentes posições corporais.

Onda R (mV) p Limiar Ventricular p

Implante 12,9±3,8 0,8±0,3 Alta deitado 12,1±4,5 0,5±0,1 alta em pé 12,7±4,7 0,05 0,5±0,1 0,1930 d deitado 12,8±5,3 0,8±0,7 30 d em pé 13,5 ±5,3 0,02 0,8±0,6 0,63

46AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA E INTEREFERÊNCIA ELETROMAG-NÉTICA SOBRE SISTEMA DE MARCAPASSO PÓS-CARDIOVERSÃOELÉTRICA

Iury Baretta, Eduardo Gadelha, Sérgio Siqueira, Silvana Nishioka, Carlos Eduar-do Lima, Ricardo Teixeira, Rodrigo Tavares, Anisio Pedrosa, Roberto Costa,Martino Martinelli

InCor/HCFMUSP

A cardioversão elétrica (CVE) é um método utilizado para a resolução de arritmiasatriais sustentadas, sendo freqüentemente necessária em pacientes portadoresde marcapasso (MP) definitivo. Este procedimento pode levar a interferênciaseletromagnéticas decorrentes da descarga elétrica. Existem relatos de disfunçãono sistema de MP após CVE tais como, esgotamento de bateria, alterações delimiares. Objetivo: Avaliar a segurança da metodologia para CVE sobre MPoperando em modo assíncrono. Métodos: Foram selecionados pacientes em aten-dimento ambulatorial com fibrilação ou flutter atriais persistentes e indicaçãode CVE eletiva. Variáveis avaliadas pré e pós-CVE: tensão e impedância dabateria impedância de eletrodos, limiares de estimulação e sensibilidade. Osdispositivos foram programados em modo assíncrono, no momento pré-CVEpara a CVE não foi feito o uso de imã epás de desfibrilação foram dispostas em 90ºem relação ao eixo gerador-eletrodos pós-CVE os MP foram reprogramados paraos parâmetros prévios. Os dados foram comparados através do teste t-student.Foi considerado valor de p<0,05 para significância estatística. Resultados:Idade média de 52,2 anos, sendo 6 pacientes do sexo feminino (75%). Os MPavaliados foram atrioventriculares em 87,5% dos casos. Fibrilação atrial foi omotivo da CVE em 62,5%. A cardiopatia foi chagásica em 37,5% dos pacientese 50% não tinham cardiopatia. Houve 100% de sucesso na reversão para ritmosinusal. Houve diferença em relação à tensão da bateria (pré-CVE=2,77xpós-CVE=2,76 p=0,042), porém sem valor eletrônico. Não houve diferença quantoà impedância da bateria (0,66x0,72 p=0.06), sensibilidade atrial (0,9x1,6 p=0,3),limiar de captura atrial (0,5x0,75 p=0,18), impedância atrial (292x318 p=0,28),sensibilidade ventricular (6,33x6,13 p=0,28), limiar de captura ventricular(1,05x1,02 p=0,67) e impedância ventricular (463x439 p=0,12) para os MPavaliados. Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que a programaçãoassíncrona é segura para realização de CVE em portadores de MP definitivo.

47ESTIMATIVA DE TEMPO PARA TROCA DO GERADOR DE PULSOS EMPORTADORES DE CDI CÂMARA ÚNICA

Mauricio da Silva Rocha, Sérgio Siqueira, Silvana Nishioka, Anísio Pedrosa,Ricardo Alkmim, Carlos Lima, Elizabeth Crivelari, Wagner Tamaki, RobertoCosta, Martino Martinelli Filho

InCor/HCFMUSP

Cada vez maisanálises de custo efetividade são levadas em conta para decisão depolíticas de saúde pública. Um dos fatores que pesa nesta analise é a longevidadedo gerador de pulso. Objetivo: Estudar a longevidade do gerador de pulsos emportadores de CDI câmara única. Métodos: Da coorte de 755 pacientes com CDIde nossa instituição, foram selecionados 148 portadores de CDI câmara únicasem indicação de estimulação para bradicardia. Desses foram excluídos novepacientes acompanhados em outro serviço, 25 óbitos e 5 transplantes cardíacos,perfazendo 109 pacientes. Foi traçada a curva de longevidade dos dispositivoslevando-se em conta a presença de estimulação ventricular no pós-implante indi-cação primária e secundária, drogas antiarrítmicas e fabricantes. O método utili-zado foi Kaplan-Meier e verificadasdiferenças pelo Log-Rank teste. A identifi-cação de variáveis independentes foi feita pela regressão de Cox. Resultados:Predominou o sexo masculino com 82 pacientes (75,2%) a cardiopatia isquêmicacom 33 pacientes (30,3%). Idade média de 55 anos (16-78), seguidos por umperíodo médio de 45 meses. A longevidade máxima foi de 111,25 meses e aestimativa geral foi de 64 meses. A análise de Kaplan-Meier mostrou que a pro-babilidade de um paciente trocar o gerador ao final de 72 meses é de 50% e ospacientes que estavam em uso de antiarrítmicos tiveram relação com menorlongevidade, P=0,004. Nenhuma outra variável se correlacionou com a longe-vidade. A regressão de Cox demonstrou que longevidade média estimada, parapacientes em uso de beta-bloqueador e amiodarona, reduz para 45 meses P=0,006e quando o paciente não faz uso de antiarrítmicos a longevidade estimada au-menta para 73 meses P=0,009. Conclusão: A longevidade estimada do geradorde CDI câmara única parece sofrer influência das condições clínicas dependentedo uso de drogas antiarrítmicas.

48IMPLANTE PARA-HISSIANO: EXPERIÊNCIA INICIAL

Jose Otavio Pontes Penteado, Dariana Viegas Andrade Penteado

SEMASUB - Serviço de Marca-passos e Arritmias do Sudoeste da Bahia/Hos-pital SAMUR

Nos pacientes candidatos a marca-passo artificial permanente e com sistema decondução ventricular Hissiano preservado, a estimulação seletiva do feixe deHis (ESFH) ou a estimulação para-Hissiana (EPH) são alternativas válidas epouco dispendiosas no sentido de se manter uma contração ventricular síncrona.O complexo QRS idêntico ao intrínseco é considerado identificador fundamen-tal da ESFH. Na EPH ocorre ativação paralela do feixe de His e da musculaturado septo ventricular resultando em complexo QRS ligeiramente diferente dointrínseco, provavelmente sem prejuízo da ativação síncrona do coração. Osseguintes critérios definem a EPH: 1. QRS estimulado semelhante ao intrínsecoadmitindo-se uma discrepância no SÂQRS de até 30 graus, 2. QRS estimuladonão deve exceder 120 ms e deve ser 30 ms, pelo menos, menor que o QRS obtidocom estimulação na ponta do VD, 3. Diminuição progressiva da energia de coman-do ventricular acarreta, em determinado ponto, discreto alargamento do QRS,pois ocorre perda da captura do feixe de HIs e a despolarização ventricular passaa ser mediada pela musculatura do septo com posterior captura do sistema decondução. Quando o eletrodo é colocado no septo do VD sem verificação dessescritérios, diz-se que o implante é simplesmente septal. Utilizando equipamentopadrão de marca-passo mais um cateter de eletrofisiologia, buscamos a EPH emcinco pacientes de nosso serviço (todas mulheres, idade=68,8 anos, DP=9,31anos), com indicações para implante de marca-passo definitivo (quatro por BAVte uma por doença do nó sinusal), com QRS menor do que 120 ms e, em três casos,verificamos os critérios que identificam EPH. Nos cinco casos, impedâncias elimiares de sensibilidade e comando verificados durante a cirurgia foram aceitá-veis (Zunip=506,40 Oh ms, DP=54,60 Oh ms - LSVbip=12,9mV, DP=9,31mV- LCVunip=0,98 V x 0,4 ms, DP=0,44 V x 0,4 ms). Faz-se necessário um maiornúmero de casos e uma curva de aprendizado mas, provavelmente, a EPH é factívelem nosso meio, nos casos selecionados.

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49CORRELAÇÃO ENTRE MARCADORES DE NECROSE E INFLAMA-TÓRIO APÓS ABLAÇÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIAL COM CATETERIRRIGADO E RECORRÊNCIA TARDIA

Luiz Eduardo Montenegro Camanho, Luiz Eduardo Camanho, Ieda Prata,Rodrigo Elias, Paulo Maldonado, Marcelo Maia, Vladimyr Areas, AngelinaCamiletti, Eduardo Saad

Hospital Pró-Cardíaco - RJ

Fundamento: A ablação por cateter produz uma injúria miocárdica que resulta emelevação da troponina I (TNI), proporcionalmente à extensão da injúria. A Pro-teína C reativa (PCR), um marcador inflamatório de fase aguda, também associa-seà injúria miocárdica. Objetivo: Comparar a elevação da TNI e PCR com cateter deirrigação externa (CI) e cateter com ponta 8 mm (C8) e a recorrência de fibrilaçãoatrial (FA) após 8 semanas da ablação por cateter. Delineamento: Estudo retros-pectivo observacional. Pacientes e métodos: 111 pacientes (pt) submetidos àablação por cateter de FA guiado pelo ecocardiograma intracardíaco foram dividi-dos em 2 grupos (Grupo 1=37pt- C8 e Grupo II=74pt- CI) e acompanhados por umtempo médio de 18 + 5 meses. Foi realizada a dosagem de TNI e PCR 24h apósablação. No grupo I, a idade média foi de 63+12 anos e 25 pt (67%) do sexomasculino. No grupo II, a idade média 62 + 13 anos e 66 pt (89%) do sexo mascu-lino Análise estatística através dos testes t de student e exato de Fischer. Resul-tados: A dosagem média da TNI foi de 1,5+0,6 ng/mL no grupo I e 1,7+0,7 ng/mLno grupo II (p=0,28), a dosagem média do PCR foi de 2,6+1,5 mg/dL no grupo Ie 1,8+1,5 mg/dL no grupo II (p=0,01). A taxa de recorrência tardia foi de 13,5%(5pt) no grupo I e de 10,8% (8pt) no grupo II (p=0,22). A média da TNI nos pt comrecorrência da FA foi de 1,4 e 1,35 ng/mL nos grupos I e II, sendo de 1,5 e 1,7 ng/mLnos pt sem recorrência (p=0,6). A média da PCR nos pt com recorrência da FA foide 2,3 e 1,6 ng/mL nos grupos I e II (p=0,3). Conclusão: A ablação realizada comCI proporciona maior aumento do marcador de necrose, com menor taxa derecorrência e menor aumento no marcador inflamatório. Houve uma tendência demenor elevação do nível de TNI nos pt com recorrência, porém sem diferençasestatística entre os dois tipos de cateteres.

50FLUTTER ATRIAL APÓS ABLAÇÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIAL - FATO-RES PREDITORES E PROGNÓSTICOS

Eduardo Benchimol Saad, Ieda Prata Costa, Rodrigo Elias, Angelina Camiletti,Paulo Maldonado, Luiz Eduardo Camanho

Hospital Pró-Cardíaco - Rio de Janeiro

Fundamento: O flutter atrial (FLA) que ocorre após ablação de FA é observa-do com abordagens mais extensas e está associado a freqüências ventriculareselevadas e sintomatologia exuberante. Objetivos: Avaliar os fatores preditoresde FLA nos pt submetidos à ablação de FA avaliar a associação com recorrênciatardia de fibrilação atrial e a eficácia da terapêutica instituída. Delineamento:Estudo prospectivo observacional. Pacientes e métodos: 265 pacientes (pt)portadores de FA submetidos à ablação por cateter de FA guiado pelo ecocar-diograma intracardíaco foram acompanhados por um tempo médio de 38 + 5meses. A idade média foi de 63+11 anos e 209 pt (79%) masculino. 167 pt(63%) apresentavam FA paroxística, 58 pt (22%) FA persistente e 39 pt (15%)FA permanente. Foram realizadas avaliações com 1, 3 e a cada 6 meses. Resul-tados: A taxa de FLA após ablação de FA foi de 5,2% (4,1% - FLA esquerdo).Os fatores associados ao FLA foram: abordagem mais extensa fora das veiaspulmonares (p=0,01) e presença de cardiopatia estrutural (p=0,03). A idade,o sexo e o tipo de FA não tiveram associação com FLA. A taxa de recorrênciade FA após 8 sem da ablação nos pacientes que apresentaram FLA foi de 50%(vs 10,8% nos pt sem FLA - p=0,00). O risco relativo de recorrência da FA nospt com FLA é 5. Houve resolução do FLA com drogas antiarritmicas em 42,8%(6pt), com cardioversão elétrica em 42,8% (6pt) e com ablação em 14,3% (2 pt).Conclusões: A incidência de FLA após a ablação de FA é baixa e está associ-ada à presença de cardiopatia estrutural e ablação mais extensa no AE, aumen-tando significativamente a taxa de recorrência tardia de FA. Na maioria dos pthouve resolução do FLA sem a necessidade de terapia ablativa.

51ACURÁCIA DO SISTEMA DE MAPEAMENTO ELETROANATÔMICOEPICÁRDICO ASSOCIADO À TC DE CORONÁRIAS NA CARDIOPATIACHAGÁSICA

Bruno Pereira Valdigem, Nilton J Carneiro da Silva, Fabio Filo Creao P Garcia,Cristiano O Dietrich, Ricardo Habib, Dalmo Moreira, Roberto Sasdelli, IbraimPinto, Claudio Cirenza, Angelo Av de Paola

UNIFESP/EPM

Introdução: Ablação epicárdica por cateter é indicada em pacientes com taqui-cardia ventricular refratária, onde o foco tem istmo provável epicárdico. A mesmasó pode ser realizada após visualização das coronárias via cineangiocoronario-grafia (CATE) para evitar lesão inadvertida. Nosso objetivo é avaliar a acuráciada associação da imagem de tomografia computadorizada de coronárias (TCC)com o mapeamento eletroanatomico em comparação com o padrão ouro (CATE)para guiar ablação epicárdica. Com isto poderíamos observar estruturas veno-sas bem como arteriais em três dimensões e prescindir da presença de hemodinami-cista durante o procedimento, reduzindo o custo e a exposição da equipe a radi-ação. Métodos: Feito mapeamento endocárdico e epicárdico de 8 pacientes cha-gásicos utilizando CARTO MERGE V8 XP e acoplamos imagens comobtidaspela TCC. Comparamos imagens 3D do CARTO com 2D do CATE usando 3referencias não lineares na mesma angulação para obtenção de imagens simila-res. Após isso comparamos a imagem da ponta do cateter no CATE com o pontoequivalente obtido pelo CARTO referente à ponta do cateter. Resultados:Ablação foi realizada com sucesso em todos os pacientes e apresentaram bomacoplamento entre a imagem da TCC e a do mapa eletroanatomico. A comparaçãoda posição da ponta do catéter obtida através do CARTO merge e a do CATEapresentou boa correlação, com média da distância entre referências representa-tivas da ponta do cateter pelos dois métodos de 6,03 mm (±2,09 mm). Conclu-são: Mapeamento eletroanatômico associado à imagem obtida por TCC é umaalternativa confiável para guiar ablação epicárdica. AAAAAA.

52ESTUDO DA ANATOMIA DA CIRCULAÇÃO CORONÁRIA ATRIALHUMANA NOS LOCAIS ABORDADOS DURANTE A ABLAÇÃO DAFIBRILAÇÃO ATRIAL POR CATETER

Januário de Pardo Mêo Neto, Aristides Correia, Carina Hardy, Sissy Lara, De-nise Hachul, Francisco Darrieux, Marcelo Jatene, Fabio Jatene, Eduardo Sosa,Maurício Scanavacca

Instituto do Coração (InCor) HC-FMUSP

Introdução: A fibrilação atrial (FA) é a arritmia mais freqüente e seu tratamentofarmacológico apresenta resultados inconsistentes. No desenvolvimento dastécnicas cirúrgicas, o conhecimento da anatomia da circulação atrial foi fundamentalpara a melhoria dos resultados. No entanto, pouca ou nenhuma atenção foi dadaà circulação coronária atrial durante o desenvolvimento das técnicas de ablaçãopor cateter. Objetivo: Analisar a circulação coronária atrial, explorando áreaspotencialmente atingidas durante a ablação da FA por cateter. Materiais e méto-dos: Analisados 24 corações hum anos de indivíduos adultos, falecidos porcausas não cardiopulmonares, idade entre 23 a 82 anos (média 47 a), 71% mas-culino. Realizada canulação dos óstios coronários e injeção de resina vinílica,corada com tinta laca, fixação em formaldeído a 10%, clareamento com água oxi-genada e epicardiectomia atrial com exposição das coronárias atriais. As peçasforam fotografadas e analisadas com o software Image Tool 3.0 (UTHSCSA).Resultados: A artéria do nó sinusal (ANS) teve origem na CX em 42%, sendo29% proximal ao apêndice atrial esquerdo (AAE), cruzando o AE pela paredeanterior (diâmetro 1,31+-0,34 mm), e 12% com origem após o AAE, passandopelo istmo mitral (3,14+-0,60 mm), próximo à VPIE (2,58+-0,20 mm), VPSE(2,45+-0,28 mm), teto (2,27+-0,26 mm) e VPSD (2,10+-0,60 mm), seguindo emdireção ao NS. Em 58% dos casos a ANS teve origem na artéria CD. Encontradasartérias com mais de 1 mm no istmo mitral em 54%, próximas ao antro da VPIE em37%, na VPSE em 25%, no teto do AE em 54%, na VPSD em 46% e 29% na paredeanterior do AE. A irrigação do AAE se fez em todaspeças por pequenas artériascom origem na CX, seguindo por sua base. Conclusões: Foi encontrada altaprevalência de artérias próximas aos locais de ablação da FA, sendo em muitoscasos a própria ANS. Este fato pode ser responsável por dificuldade na obten-ção de lesões transmurais e isolamento elétrico ou mesmo causar disfunção atrialou do nó sinusal por isquemia.

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53VIAS ACESSÓRIAS PARAHISSIANAS: ABLAÇÂO POR CATETER PE-LA CÚSPIDE AÓRTICA NÂO CORONARIANA

Eduardo Back Sternick, Ricardo Scarpelli, Frederico Silva, Ricardo Negri, Eduar-do Szuster, Luis Teles, Maurício Barbosa, Luiz Gerken

Biocor Instituto

Fundamentos: A ablação por cateter de vias acessórias (VA) parahissianas (PH)apresenta um risco importante de dano colateral ao nó-AV ou feixe de His eBAVT permanente. Uma alternativa pouco explorada é a abordagem via cúspideaórtica. Objetivos: Analisar a eficácia e segurança da técnica de ablação peloseio de valsalva aórtico em pacientes (pt) com VAPH sintomáticos já submetidosa 1 sessão de ablação (RF) convencional-anel tricúspide. Material e Métodos:Estudo prospectivo realizado em 3 pt consecutivos, todos já submetidos a 1sessão de RF com técnica convencional, sem sucesso. Dois eram do sexo mas-culino, idades de 20, 30 e 21 anos, sem cardiopatia associada, portadores deVAPH, definida pela inscrição do potencial de His no sitio de ativação ventricular(VA manifesta) e/ou atrial (VA oculta) mais precoce. Mapeamento de ativaçãorealizado com sinal unipolar e bipolar. O registro do potencial de His foi obtidodurante taquicardia ortodromica (n=1) ou estimulação atrial (n=2). Cateter deRF convencional. Cinecoronariografia pré-RF. No máximo foram aplicados 3pulsos de RF, com 30 watts e 55 graus por 60 segundos. Todos foram submetidosa ECG e ecocardiograma (ECO) pré alta e após 3 meses da ablação. Resultados:Obtivemos sucesso em 2 pt com 1 aplicaçâo de RF. Nestes, o intervalo ventrículo-atrial era idêntico tanto na cúspide não coronariana (CNN) quanto no feixe deHis. Em 1 pt registrou-se um potencial hissiano far-field na CNN. No pt cominsucesso, o intervalo delta-V foi maior no His (38 ms) do que na CNN (35 ms),embora ambos tivessem padrão QS no sinal unipolar. O cateter ficou estável e ossítios de aplicação foram sempre na base da CNN. ECOs pós RF sem alteraçõesna válvula aórtica. Conclusões: 1) Em pt com VAPH, quando a abordagemconvencional é ineficaz ou de alto risco, ablação pode ser realizada com sucessovia cúspide aórtica não coronariana. 2) O tempo de ativação AV e/ou VA na CNNprovavelmente deve ser no mínimo igual ao medido no feixe de His. 3) Nãohouve lesão do aparelho valvular aórtico.

54SEGURANÇA E EFICÁCIA DA ABLAÇÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIALEM PACIENTES COM CARDIOPATIA ESTRUTURAL E DISFUNÇÃOVENTRICULAR ESQUERDA

Eduardo Benchimol Saad, Ieda Prata Costa, Rodrigo Elias, Angelina Camiletti,Paulo Maldonado, Luiz Eduardo Camanho

Hospital Pró-Cardíaco - Rio de Janeiro

Fundamento: A perda da contribuição atrial, a resposta ventricular rápida e avariabilidade no enchimento cardíaco proporcionada pela fibrilação atrial (FA)podem exercer um impacto negativo nos pt com disfunção ventricular esquerda(DVE). Objetivos: Avaliar a segurança e eficácia da ablação por cateter da FA emportadores de DVE. Delineamento: Estudo retrospectivo observacional. Mé-todos: De um total de 254 pt com FA refratária a tratamento farmacológico sub-metidos à ablação por cateter de FA, 11 pt (4,3%) apresentavam DVE. 7 pt erammasculinos, com idade média de 68 + 8,1 anos e FE média foi de 31 + 7,5% (22- 40), diâmetros diastólico e sistólico médios de VE de 60 + 6,5 cm e 48+8 cm,respectivamente. Dois pt (18,1%) tinham FA paroxística, 6 tinham FA persistente(54,6%) e 3 FA permanente (27,3%). Foram selecionados 11 pt para o grupocontrole (GC) que não apresentavam DVE e que foram pareados de acordo comsexo, idade e tipo de fibrilação atrial. O procedimento consistiu no isolamentodo antro das veias pulmonares guiada pelo eco intracardíaco utilizando-se ca-teter 8 mm ou irrigado 3,5 mm (potência de 35W. Foi utilizado para análiseestatística o teste t Student e exato de Fisher. Resultados: O tempo médio demanipulação no AE foi de 123 + 22 min, o tempo de fluoroscopia 43 + 11 min eo tempo de aplicação de radiofreqüência foi 104 + 16 min nos pacientes comdisfunção de VE, sendo 146+24 min (p=0,09), 58 + 20 min e 122+ 24 min (p=014)no GC, respectivamente. Houve 1 episódio de congestão pulmonar pós-proce-dimento. Após um seguimento médio de 19 meses, a taxa de recorrência foi de27,2%, sendo de 18,2% no GC (p=0,34) a fração de ejeção média foi de 49 + 16%(38 - 63%), diâmetros diastólico e sistólico médios de VE de 58 + 7 cm e 42+12 cm,respectivamente. Não houve complicações graves em nenhum dos grupos. Con-clusão: Os resultados da ablação por cateter da FA são semelhantes nos porta-dores de DVE quando comparados aos pacientes com função normal. A elimina-ção da arritmia pode estar associada a melhora da função ventricular.

55TERAPIA PREVENTIVA DA CONGESTÃO PULMONAR APÓS ABLA-ÇÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIAL COM CATETER IRRIGADO

Luiz Eduardo Montenegro Camanho, Luiz Eduardo Camanho, Ieda Prata, Ro-drigo Elias, Marcelo Maia, Vladimyr Areas, Paulo Maldonado, Angelina Cami-letti, Eduardo Saad

Hospital Pró-Cardíaco

Fundamento: A incidência de congestão pulmonar após ablação de fibrilaçãoatrial (FA) permanece incerta, e sua fisiopatologia ainda não está completa-mente esclarecida. Objetivo: Avaliar a incidência de congestão pulmonar apósa utilização de terapia diurética de rotina em pacientes (pt) submetidos à ablaçãode FA com cateter irrigado. Delineamento: Estudo retrospectivo observacional.Pacientes e métodos: 74 pacientes (pt) portadores de FA submetidos à ablaçãocom cateter de irrigação externa foram acompanhados por um tempo médio de12 + 5 meses. A idade média foi de 62+13,4 anos, 66(89%) pt do sexo mascu-lino e 49 pt (66%) apresentavam FA paroxística, 13 pt (17%) FA persistente e12 pt (16%) FA permanente. A congestão pulmonar foi definida através doquadro clínico, radiografia de tórax e ecocardiograma. Foram excluídas outrascausas, como isquemia, infecção, tromboembolismo pulmonar e disfunçãoventricular esquerda. Foram divididos em 2 grupos: Grupo I (38 pt- 51%): semfurosemida pós-ablação e Grupo II (36 pt-49%): uso profilático de furosemida(40-80 mg/dia) durante cinco dias após ablação. A análise estatística foi rea-lizada através do teste de Fisher. Resultados: A incidência total de congestãopulmonar foi de 6pt (8,1%), sendo de 5 pt (13,2%) no grupo I e apenas 1 pt (2,8%)no grupo II (p=0,09). A média do início dos sintomas foi de 2 dias. Nos pt dogrupo I que apresentaram congestão pulmonar foi instituído terapia diuréticacom resolução adequada dentro de 1 semana. Não foi necessário hospitalizaçãode nenhum pt dos dois grupos. Conclusão: Apesar de não ter apresentado dife-rença estatisticamente significativa, houve uma tendência de diminuição de con-gestão pulmonar com a utilização profilática de furosemida após ablação de FAcom cateter irrigado.

56REPERCUSSÃO DA ABLAÇÃO DOS NINHOS DE FIBRILAÇÃO ATRIALNA REMODELAÇÃO DO ÁTRIO ESQUERDO E NA FUNÇÃO VEN-TRICULAR

Jose Carlos Pachon Mateos, Enrique I. Pachón M., Tasso J. Lobo, Tomás G.Santillana P., Maria Alejandra Macuare L., Denilda Q. V. Pachón, Ricardo Fraiz,Antoninho S. Arnoni, Leopoldo S. Piegas, Adib D. Jatene

Hospital do Coração-Hcor Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia HospitalEdmundo Vasconcelos

Introdução: A fibrilação atrial (FA) produz remodelação elétrica e anatômicaatrial. Com FC elevada pode reduzir a fração de ejeção (FE) e provocar taquicar-diomiopatia. As lesões da ablação poderiam dilatar o átrio esquerdo (AE) po-rém, de forma contrária a eliminação da FA permitiria a remodelação reversa. Aablação dos ninhos de FA (NFA) tem sido eficiente na recuperação do ritmosinusal (RS) que poderia promover a remodelação reversa do AE e favorecer afunção ventricular. Objetivo: Avaliar o tamanho do AE e a FE de pacientes(p)submetidos a ablação dos NFA, antes e após o procedimento e correlacionaresses parâmetros com o ritmo pós-ablação. Método: Estudaram-se 63 p subme-tidos a ablação dos NFA (54±10 anos, 86% masc), FA persistente 50,9%, per-manente 30,9% e paroxística 18,2% com seguimento médio de 16±9 mesessubmetidos a ECO pré e 6 meses pós-ablação. O ritmo foi controlado comHolter seriado e ECG. O AE médio pré foi 40±6 mm e a FE média pré foi 66±7%.Resultados: 52 p (82%) em RS e 11p (18%) em TA/FA pós-ablação. Nos p comRS houve redução do AE (40,8 x 39,5 p=0,039) e aumento nos casos de TA/FA(38,9 x 44,3 p=0,018). O AE>40 mm foi preditor independente de insucesso(OR=0,15 p=0,04). A FA permanente ou persistente e o sexo masc tenderam a serpreditores de resultado desfavorável. A FE manteve-se normal no grupo RS(65,4 x 66,2 p=0,32) e apresentou queda no grupo TA/FA (69,2x59,1 p=0,003).Os pacientes em RS após a ablação apresentaram diferença significativa em rela-ção ao diâmetro do AE (p=0,03) e a FE (p=0,006) quando comparados àquelescom TA/FA pós-ablação. Conclusões: A ablação dos NFA não aumenta o AE,recupera o RS em 82%, permite a remodelação reversa do AE e preserva a funçãoventricular. O AE aumentado foi o principal preditor de insucesso.

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57COMPARISONS OF 3D ULTRASOUND (CARTOSOUND), STANDARDELECTROANATOMIC (CARTO) MAPPIONG USING A 3D CT CARTO-MERGE SYSTEM

Benhur Davi Henz, Yasuo Okomura, Susan B Johnson, Clarissa Novakoski, AndreR Zanatta, Jose R Barreto, Simone N Santos, Luiz R Leite, Douglas L Packer

Grupo de Estudos em Arritmias Cardiacas - Fibrilacao Atrial, Mayo Clinic

Introduction: Recently, a novel Carto-based 3D ultrasound mapping system(CartoSound) was developed to guide ablation. Although we reported theacceptable accuracy of this system in the canine heart, image differences of thisnovel system and standard electroanatomic (Carto) mapping has not beenassessed. Methods: Ten drug-resistant atrial fibrillation (AF) patients (paro-xysmal/persistent AF, 3/7 age, 62±10 years male/female, 9/1) underwent a map-ping evaluation using CartoSound and standard Carto mapping. In each patient,left atrium (LA) and 4 pulmonary veins (PVs) was rendered using CartoSoundmapping system, and then the corresponding 3D geometries was mapped withstandard Caro mapping system. Both images were compared, and merged withpre-acquired 3D CT image using a CarMerge software. Results: The Car-toSound geometries of LA and PVs were created from a family of 24±6 2D ICE-based contours and 7±2 contours, respectively, with a total registration timeof 39±10 minutes. The Carto geometries of LA and PVs were mapped with109±30 electroanatomic points for LA and 42±10 points for an individual PVwith a total registration time of 25±15 minutes. The CartoSound PV volumeswas significantly larger than noted with the Carto mapping (4.3±1.9 cm3 vs.6.6±4.6 cm3, p<0.05). The CartoSound PV orifice area was similar to that seenwith 3D CT (3.0±1.2 cm2 vs. 2.8±1.1 cm2, p=n. s), which were significantlylarger than that of Carto mapping (2.3±0.9 cm2, p<0.05 for both). The Carto-Sound LA volumes tended to be smaller than those identified with standardCarto imaging (89.1±17.0 cm3 vs. 99.3±15.6 cm3, p=0.03), but there was nodifference in the global surface mismatch after the CT-merged process (3.2±0.7 mmvs.2.9±0.7 mm, p=n. s). Conclusion: These data clarify the image difference ofCartoSound and standard Carto mapping. Overall, image difference was small,but CartoSound system generated the more detail anatomy of PV orifice. TheCartoSound system may improve the efficacy and safety of image-guided abla-tion for atrial fibrillation.

58COMPARAÇÃO DA SEGURANÇA E EFICÁCIA DA ABLAÇÃO DEFIBRILAÇÃO ATRIAL ENTRE HOMENS E MULHERES

Ieda Prata Costa, Luiz Eduardo Camanho, Rodrigo Elias, Marcelo Maia, Angeli-na Camiletti, Paulo Maldonado, Eduardo Saad

Hospital Pró-Cardíaco Rio de Janeiro

Fundamento: A incidência de fibrilação atrial (FA) é 1,5 vezes maior noshomens. O risco de complicações decorrentes da FA é maior nas mulheres. Ataxa de sucesso e complicações da ablação de FA parecem ser similares entre osdois sexos. Objetivo: Comparar a segurança e eficácia da ablação de FA guiadapor ecocardiograma intracardíaco em ambos os sexos. Delineamento: Estudoprospectivo observacional. Pacientes e métodos: 265 pacientes (pt) portado-res de FA submetidos à ablação por cateter de FA foram acompanhados por umtempo médio de 38 + 5 meses. A idade média foi de 63+11 anos e 167 pt (63%)apresentavam FA paroxística, 58 pt (22%) FA persistente e 39 pt (15%) FApermanente. Foram divididos em dois grupos: GI- sexo masculino-210 pt (79%)- 61+11 anos e GII- sexo feminino - 55pt (21%) - 69+8 anos. Foram realizadasavaliações com 1, 3 e a cada 6 meses. A análise estatística foi feita com o testede Fisher e teste t student. Resultados: Não havia diferenças significativasquanto ao tipo de FA. O tempo médio de fluoroscopia foi de 47’+ 13’ e de49’+ 14’, o tempo total de manipulação no átrio esquerdo foi de 138’+ 28’ ede 130’ + 27’ e o tempo para a realização da ablação foi de 108’ + 34’ e 103’ + 26’(p=ns) nos grupos I e II, respectivamente. A taxa de sucesso foi de 83% nogrupo I e 72% no Grupo II (p= 0,03). As seguintes complicações forma obser-vadas: Grupo I: 2 pt (0,9%) - estenose não significativa de VP 2 pt (0,9%) -tamponamento 13 pt (6,1%) - hematoma 4 pt (1,9%) - congestão pulmonar pós-ablação. No grupo II: 1 pt (1,8%) evento embólico (IAM embólico) 6pt (10%)- hematoma 5 pt (9%) - congestão pulmonar pós-ablação (p=0,02) 1 pt (1,8%)- paralisia temporária do nervo frênico. Conclusão: Os tempos para realizaçãodo procedimento são equivalentes em ambos os sexos. A taxa de sucesso daablação foi menor nas mulheres. Apesar da incidência de complicações ter sidobaixa em ambos os grupos, a ocorrência de congestão pulmonar pós-ablaçãofoi significativamente maior entremulheres.

59RELAÇÃO DA TEMPERATURA ESOFÁGICA COM COMPLICAÇÕESESOFÁGICAS APÓS ABLAÇÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIAL: COMPARA-ÇÃO ENTRE CATETERES IRRIGADO E PONTA 8 MM

Eduardo Benchimol Saad, Ieda Prata Costa, Rodrigo Elias, Marcelo Maia, Pau-lo Maldonado, Angelina Camiletti, Atul Verma, Yaariv Khaykin, Zaev Wulffhart,Luiz Eduardo Camanho

Hospital Pró-cardíaco / Southlake Regional Health Centre

Introdução: Mudanças na temperatura esofágica (TE) têm sido reportadas du-rante ablação de fibrilação atrial(FA), mas não tem sido relacionada à complica-ções esofágicas. Além disto, o impacto do tipo de cateter de ablação na TE e suascomplicações é desconhecido. Objetivos: Correlacionar mudanças da TE du-rante ablação por cateter de FA e complicações esofágicas utilizando cateter deablação ponta 8 mm(C8 mm) e Cateter Irrigado ponta 3.5 mm(CI). Métodos: 204pacientes (pt) de 2 centros submetidos ao isolamento do antro das veias pulmo-nares guiados pelo ecocardiograma intracardíaco, utilizando-se C8 mm (grupoI, n=124) ou CI (grupo II, n=80). Um termômetro esofágico foi inserido em todosos pt antes do início da ablação e aferidas TE durante todo o procedimento.Durante um seguimento médio de 11+5 meses, a incidência de novas complica-ções/sintomas esofágicos foram documentadas. Resultados: O pico da TE foisimilar em ambos os grupos (39.4±0.5 C vs 39.6±0.6 C, p=NS). Porém, o grupoII tem elevações de TE absoluta significativamente mais alta (2.2±0.3 C vs1.8±0.3 C, p=0.03) e maior número de elevações de TE (7.1±3.0 vs 4.7±2.9,p=0.04) se comparados ao grupo I. A incidência de novos sintomas esofágicosfoi de 17/80 (21%) no grupo II e 5/124 (4%) no grupo I (p=0.02). Os sintomasforam: refluxo severo (16pt) e odinofagia (6 pt), sem nenhuma fístula átrio-eso-fágica. Houve melhora dos sintomas dentro de 6 meses em 14 pt (64%). Pt comsintomas esofágicos têm elevações de TE superiores (3.2±0.4 C vs 1.8±0.3 C,p=0.04) e uma tendência a um maior número de elevações (7.7±3.7 vs 5.6±2.9,p=0.06) se comparados aos assintomáticos. Conclusões: O uso do CI resulta emmaior número e níveis mais altos de elevação da TE se comparados ao C8 mm,correlacionando-se a uma maior incidência de sintomas esofágicos pós-ablaçãode FA. Os pt com sintomas esofágicos também têm maior elevação da TE e emmaior número de vezes quando comparados aos assintomáticos.

60UTILIZATION OF RETROGRADE RIGHT BUNDLE BRANCH BLOCKTO DIFFERENTIATE ATRIO VENTRICULAR NODAL FROM ACCES-SORY PATHWAY CONDUCTION

Benhur Davi Henz, Suraj Kapa, Clarissa Novakoski, Andre Zanatta, Jose RBarreto, Luiz R Leite, Samuel Asirvatham

HCBr, H Brasilia, Mayo Clinic

Determining whether retrograde V-A conduction is through the AV node (AVN)or an accessory pathway (AP) is critical for ablation of SVT. With the introductionof ventricular extrastimuli (VEST), retrograde RBBB may occur and result inabrupt prolongation of the V-H interval. We hypothesized that when retrogradeconduction is through an AP, the V-A interval does not change or prolongs lessthan the V-H interval, whereas with retrograde AVN conduction, the V-A intervalprolongs much or more than the V-H interval. Methods and results: We reviewedthe EP studies of patients undergoing ablation for AVNRT (n=55) or AVRT(n=50). Tracings were reviewed for induction of retrograde RBBB and the changein V-H and V-A intervals. Parahisian pacing and decremental pacing, wellexactarrhythmia diagnosis were also reviewed and outcomes of ablation recorded.All results were reproducible between two independent observers with inter-and intra- observer reliability scores of 1.00 for identification of retrogradeRBBB and greater than 0.85 for measurement of the retrograde intervals. Of the105 patient’s 84 (80%) had evidence of induced retrograde RBBB during VEST.The average V-H interval increase with induction of retrograde RBBB was 53.7 msin AVRT and 54.4 ms in AVNRT patients (p=ns). The V-A interval increase withinduction of retrograde RBBB 13.6 ms with AP and 70.1 ms with AVN con-duction (P<0.001). All patients with a greater V-H than V-A interval changehad a diagnosis of AVRT and those with a V-H change less than the V-A changehad AVNRT, lending sensitivity and specificity of 100% using this criteria.Using a cutoff of 50 ms for a change in V-A interval with onset of retrogradeRBBB to diagnose AVNRT accurately identified AVNRT patients in 100% andAVRT in 95%. Conclusions: The relative change in the intervals during induc-tion of retrograde RBBB accurately differentiate between retrograde AVN andAP conduction with strong predictive accuracy. The use of retrograde RBBBbased interval determinations is an additional useful technique to define retro-grade V-A conduction.

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61ANÁLISE DA SEGURANÇA E EFICÁCIA DA ABLAÇÃO DA FIBRILA-ÇÃO ATRIAL GUIADA POR ECOCARDIOGRAMA INTRACARDÍACOEM PACIENTES COM IDADE SUPERIOR A 75 ANOS

Ieda Prata Costa, Rodrigo Elias, Angelina Camiletti, Marcelo Maia, Paulo Mal-donado, Luiz Eduardo Camanho, Eduardo Saad

Hospital Pró-Cardíaco

Fundamento: Apesar da incidência da Fibrilação Atrial (FA) aumentar a partirda sexta década, a idade avançada é ainda considerada uma contra-indicaçãorelativa para ablação de FA. Objetivos: Definir a taxa de sucesso e complicaçõesda ablação da FA em pacientes > 75 anos. Delineamento: Estudo prospectivoobservacional. Pacientes: 265 pacientes (pt) portadores de FA submetidos àablação por cateter de FA foram acompanhados por um tempo médio de 38 + 5meses. Destes, 37 pt (13,9%) tinham idade ≥ 75 anos (75-87 anos), sendo 18 ptscom FA paroxística (48,6%) e 19 com FA persistente ou permanente (51,3%). Apresença de cardiopatia estrutural foi observada em 12pt (32%). Foi utilizadocomo grupo controle os pt < 75 anos. Métodos: Isolamento do antro das veiaspulmonares guiada pelo ecocardiograma intracardíaco utilizando-se cateter 8 mm(potência guiada pela formação de microbolhas) ou cateter com irrigação aberta3,5 mm (potência de 35W e irrigação 30 ml/min). A análise estatística foi realiza-da pelo teste exato de Fisher. Resultados: O tempo médio de fluoroscopia foi de44’+ 13’, o tempo total de manipulação no átrio esquerdo foi de 127’+ 29’ e otempo para a realização da ablação foi de 103’ + 26. A taxa de sucesso foi de 94%no grupo FA paroxística e 78% no grupo de FA persistente/permanente, sendode 84% e 72% nos pt <75 anos (p=0,16 e 0,19). No grupo > 75 anos foramobservadasseguintes complicações: hematoma em 3pt (8,1%), 1 pt (2,7%) comAVE embólico sem repercussão, 2 pt (5,4%) com congestão pulmonar. No grupo< 75 anos foram observados: congestão pulmonar- 7 pt (3%) (p=0,25), hematoma- 16pt (7%)(p=0,24), tamponamento cardíaco - 2 pt (0,8%) e estenose pulmonarnão significativa -2 pt (0,8%) (p=ns). Conclusão: A ablação por cateter da FAem pt acima de 75 anos é um procedimento seguro, com taxas de sucesso e com-plicações similares aos observados em pacientes mais jovens.

62TRANSIÇÃO ENTRE MÚLTIPLAS TAQUICARDIAS DURANTE AABLAÇÃO POR CATETER DA FIBRILAÇÃO ATRIAL CRÔNICA

Leonardo Bandeira Arantes, George Klein, Pierre Jaïs, Seiichiro Matsuo, MarkO’neill, Kang Teng Lim, Mélèze Hocini, Márcio Fagundes, Rafael Fagundes,Michel Haïssaguerre

Université Victor Segalen Bordeaux II/Casa de Saúde São José

Histórico: A abordagem sequencial da Fibrilação Atrial Crônica (FAC) envolveuma série de etapas que levam a conversão para ritmo sinusal ou taquicardiaatrial(TA). Durante este procedimento é possivel observar múltiplas transiçõesentre diferentes TAs. A análise deste fenômeno pode explorar o mecanismo daFAC. Métodos: Este estudo envolveu 90 pacientes consecutivos com FAC aondehouve término da fibrilação atrial durante o primeiro procedimento ablativo.29(26,1%) dos pacientes tiveram mais de uma TA. 69 diferentes TAs foram ma-peadas e ablacionadas resultando em 39 transições(todas durante o momento daablação) que foram analisadas. As zonas de transição foram classificadas da se-guinte maneira: Tipo I: Transição direta de uma TA mais rápida para uma maislenta. Tipo II: Transição com pausa ou ectopia. Tipo III: Transição de uma TAmais lenta para mais rápida. Tipo IV: Mudança da sequência de ativação mas semmudança do ciclo. Resultados: A maioria de transições foi do Tipo I - 31(79,4%).O superior número de transições do Tipo I foi subdividido em: A- intervalo detransição igual a Ciclo da TA prévia-8(26%). B-intervalo de transição maior queo ciclo da TA prévia- 23 (74%). O Tipo IA foi sempre seguido por uma TA ma-crorrentrante relacionada ao istmo tricúspideo ou mitral o Tipo IB foi seguidopor uma TA focal ou teto atrial esquerdo dependente. A maior incidência do tipoI sustenta a Hipótese de que a nova TA mais lenta que aparece no momento daablação da prévia mais rápida estava na verdade sendo encarrilhada ou suprimidapela a última. Os 8 casos I A são na verdade análagos ao critério clássico deencarrilhamento: “encarrilhado mas não fusionado”. Conclusão: O mecanismoda FAC permanece ainda uma questão aberta. A possibilidade de simultâneasTAs, a mais rápida encarrilhando ou suprimindo a mais lenta que assume após aprimeira ser eliminada é compativel com a complexidade da FAC aonde múltiplasfontes de taquicardias simultâneas podem coexistir.

63INTERVALO ESTÍMULO DO ÁTRIO DIREITO BAIXO-QRS COMONOVO CRITÉRIO DIAGNÓSTICO DO BLOQUEIO DO ÍSTMO CAVO-TRICUSPÍDEO. ESTUDO MULTICÊNTRICO

André Rodrigues Zanatta, Benhur Henz, Silvio Alesi, Simone Santos, PaulaGonçalves, Edna Marques, José R. Barreto, Thayomara Da Silva, Clarissa Nova-koski, Luiz R. Leite

Grupo de estudos de arritmias cardíacas-Fibrilação Atrial

Fundamentos: O diagnóstico do bloqueio pelo istmo cavo-tricuspídeo (ICT)envolve geralmente a utilização de dois cateteres - um no átrio direito baixo(H1)e outro no seio coronariano proximal (SCP) para registro e estimulação nos doislados da linha de ablação. O desenvolvimento de um critério de detecção dobloqueio durante estimulação de H1 (EH1), através do aumento do intervaloEH1-QRS, permitiria a visualização no momento do bloqueio, evitaria lesõesdesnecessárias e diminuiria o uso de 1 cateter. Objetivo: Estudar a magnitudedo aumento do intervalo EH1-QRS pré e pós ablação e compará-lo com os cri-térios diagnósticos clássicos. Casuística e métodos: Foram avaliados 78 pa-cientes encaminhados para ablação de flutter atrial em 3 hospitais de Brasília, deJaneiro de 2006 a Julho de 2008. Foram excluídos 21 pacientes, em que a ablaçãofoi realizada em flutter atrial ou que eram dependentes de marcapasso. Em 17casos a análise dos dados foi retrospectiva. Nos pacientes ablacionados deJunho de 2007 a Julho de 2008, a análise foi prospectiva. Nestes 57 pacientes,foram mensurados, antes e após a ablação, os intervalos PR, estímulo H1-SCP(EH1-SCP), estímulo SCP-H1(ESCP-H1), EH1-QRS e ESCP-QRS. Re-sultados: O bloqueio do istmo foi atingido em 53 pacientes (93%). Os interva-los médios EH1-SCP pré e pós ablação foram de 82±19 e 140±25 ms, respecti-vamente. Os intervalos ESCP-H1 aumentaram de 83±19 para 139±24 ms en-quanto os intervalos EH1-QRS aumentaram de 216±47 para 276±58 ms(p<0.0001 para os três). Nos grupos sucesso e insucesso, o aumento do inter-valo EH1-SCP foi, em média, de 61±30 e 14±15 ms (p=0.003), enquanto o au-mento do intervalo EH1-QRS foi de 60±36 e 22±11 ms (p=0.04). Os demaisintervalos não mostraram diferença significativa pré e pós a ablação. Um aumen-to maior ou igual a 35 ms do EH1-QRS foi capaz de predizer o bloqueio do istmocom sensibilidade de 92,5% e especificidade de 50%. Conclusão: Assim comoos critérios clássicos, o EH1-QRS mostrou-se um parâmetro útil e simplificadopara detecção de bloqueio do ístmo cavo-tricuspíde.

64PREVALÊNCIA DE TAQUICARDIA POR REENTRADA NODAL EMPORTADORES DE ARRITMIA VENTRICULAR IDIOPÁTICA DE VIADE SAÍDA

Sergio Gabriel Rassi, Wendel Moreira, Milton Moura, Norival Pinto Jr, RodrigoMartins, Antônio Malan, Antônio Menezes, Luciana Balestra, Alexandre Rassi,Anis Rassi Jr

Anis Rassi Hospital e Santa Casa de Misericórdia de Goiânia.

Introdução: A coexistencia de arritmia ventricular idiopática de via de saída(AVIVS) com taquicardia por reentrada nodal (TRN) tem sido descrita em algunsrelatos de casos. Entretanto a frequência desta associação e suas característicasclínicas precisam ser melhor conhecidas. Materiais e Métodos: De janeiro de2000 a junho de 2008, 141 pacientes (88 mulheres - 62%) com faixa etária de 12a 80 anos (média de 40 anos) apresentando vários graus de AVIVS (a maioria deVD - 87% - de formas isoladas frequentes a taquicardia monomórfica repetitiva)e sintomatologia variada (de oligosintomáticos a pré-sincopes), foram subme-tidos a estudo eletrofisiológico (EEF) e/ou ablação por radiofrequência daectopia ventricular em questão. Nosso protocolo de estimulação consistiu emsensibilização química com isoproterenol seguida por “burst pacing” atrial eventricular, além de 3 extraestímulos com 2 ciclos básicos diferentes em ápex eVS do VD. Resultados: TRN sustentada foi induzida em 21 (15%) pacientesportadores de AVIVS (grupo TRN +) - forma comum em 13, incomum em 7 e mistaem 1 paciente. Comparado com o grupo controle (TRN -), seguintes variáveisatingiram significância estatística (p<0.05): sexo feminino (TRN + 86% (18 pts)vs 59% (70 pts)TRN -) sintomas mais expressivos com pré-síncope ou síncope(TRN + 57% (12 pts) vs 24% (29 pts) TRN -) e formas menos complexas de AVIVS(EV isoladas ou pares) (TRN + 71% (15 pts) vs 59% (70 pts) TRN -). As demaiscaracterísticas dos grupos são demonstradas na figura. Conclusão: A prevalênciade TRN sustentada em pacientes com espectro clínico inicial de AVIVS é con-siderável (15% de nossa população) e deve ser suspeitada principalmente emmulheres com sintomatologia desproporcional ao achado eletrocardiográfico (eao EEF) das ectopias ventriculares estudadas, ou seja, possuem sintomas im-portantes perante formas pouco complexas de AVIVS.

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65ABLAÇÃO DE TAQUICARDIA VENTRICULAR SUSTENTADA DE VIADE SAÍDA DE VENTRÍCULO DIREITO EM PACIENTES COM MIOCAR-DIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA

Eustáquio Ferreira Neto, Benhur David Henz, Clarissa Ramos Novakoski, AndréRodrigues Zanatta, Joubert Ariel Pereira Mosquera, Edmur Carlos de Araujo,Jose Roberto Mello Barreto Filho, Luiz Roberto Leite

Hospital do Coração do Brasil, Brasília, DF, BRASIL

Introdução: A ablação de taquicardia ventricular sustentada (TVS) tem sucessolimitado em ptes com Miocardiopatia Chagásica Crônica (MCC). O substratomais comum localiza-se no VE. Pouco se conhece em relação aos resultados daablação com origem na via de saída do ventrículo direito (VSVD). Objetivo:Descrever características do mapeamento e resultados da ablação de TVS comorigem na VSVD em portadores de MCC. Métodos: 15 pacientes (50±10 anos,13 homens - 87%) foram submetidos à ablação de TVS, cujo foco de origem eraa VSVD. A fração de ejeção média foi 44±9% e 4 pacientes apresentavam sintomasde IC. A abordagem epicárdica e com mapeamento eletroanatômico foi tambémutilizada. Os dados da TVS induzida incluíram: ciclo de freqüência, morfologia,transição R/S precordial e comportamento hemodinâmico. Resultados: Foramrealizadas 16 ablações em 15 pts. Em todos os pts a TVS foi ablacionada e nãopassível de reindução após a ablação. Em 3 pts foram induzidas uma segundamorfologia de TVS com origem no VE. O CF médio das TVS foi 383±62 ms. Asmorfologias das TVS de BRE tinham transição em V3 (n=3), V4 (n=8) e V5 (n=4).A ablação foi realizada no endocárdio em 12 pts e no epicárdio em 3 pts. A pre-cocidade do eletrograma ventricular em relação ao QRS foi 44±13 ms. Em 4 ptsfoi realizada ablação do substrato na VSVD utilizando-se o sistema eletroana-tômico (CARTO). Após um seguimento médio de 13±6 meses, apenas 1 pt apre-sentou recorrência da TVS ablacionada na VSVD. Dois pts apresentaramrecorrência de TVS com morfologia sugerindo foco no VE. Não houve compli-cações maiores. Conclusão: Na amostra estudada, a ablação de TVS na VSVD empacientes com MCC demonstrou ser segura e efetiva, com altas taxas de sucessoe baixa taxa de recorrência.

67ABLAÇÃO DE ARRITMIA VENTRICULAR IDIOPÁTICA DO VENTRÍ-CULO DIREITO EMPREGANDO MAPEAMENTO ELETROANATÔ-MICO DE NÃO CONTATO

Jose Tarcisio Medeiros De Vasconcelos, Silas Dos Santos Galvão Filho, CecíliaM. B. Barcellos, Cláudia Da Silva Fragata, Ana Carolina Schwab Vieira, BrunoPapelbaum, Carla Xerez, Edson Sacramento, Marcelo François, Tiago Silvestrin

Clínica de Ritmologia Cardíaca / Beneficência Portuguesa de São Paulo

Introdução: O mapeamento eletroanatômico de não contato (MEA de NC) éuma ferramenta poderosa para identificação da origem de arritmias (ARR). Sãoescassaspublicações envolvendo o seu uso em casos de ARR do ventrículodireito (VD). Objetivo: Apresentar a experiência de emprego do MEA de NC emablação (ABL) de ARR do VD. Métodos: 8 pacientes (PTS), 4 homens, comidade de 43 anos, portadores de ARR ventricular idiopática sintomática, foramencaminhados para ABL empregando MEA de NC. 4 PTS apresentavam exclu-sivamente extra-sístoles ventriculares (EVs) e 4 PTS EVs e taquicardia ventri-cular. As ARR apresentavam padrão de bloqueio de ramo esquerdo, com transi-ção ≥ V3 em 6 PTS, sendo > V2 e < V3 em 2 PTS. Obteve-se construção tridimen-sional do VD empregando MEA de NC EnSITE Array (TM). A atividade elétricaendocárdica unipolar das ARR foi avaliada em filtragem compreendida entre 2e 300 Hz, sendo obtido mapeamento de voltagem (MV) de pelo menos 5 comple-xos. A ABL era direcionada para a área presumida de origem do impulso baseadano MV. Resultados: Foram identificadas 9 focos de ARR nos 8 PTS. Em apenas3 casos a origem foi definida no MV como endocárdica circunscrita. Os outros6 focos tinham origem remota ao endocárdio, aparentemente em banda modera-dora (1 caso), crista supraventricular (1 caso) e septo intramiocárdico (1 caso). 02focos eram epicárdicos, mapeados por pequena veia infundibular via seiocoronariano. 1 foco não era de VD sendo identificado em cúspide coronarianaesquerda. Todos os focos do VD foram ablacionados com sucesso com 2 a 22 lesões(média 8 lesões). A duração das ABL foi de 251 min, com tempo de radioscopia de12 min. Conclusões: 1) As ARR idiopáticas de VD freqüentemente originam-seem ponto remoto ao endocárdio 2) O MEA de NC é um instrumento de grandeutilidade na compreensão do processo de ativação do VD, permitindo baixa expo-sição a radioscopia e ABL com pequeno número de lesões.

68EXPERIÊNCIA COM A ABLAÇÃO POR CATETER PARA CONTROLEDE TAQUICARDIA VENTRICULAR EM PACIENTES CHAGÁSICOS:RESULTADOS DE LONGO PRAZO

Cristiano de Oliveira Dietrich, Charles Dalegrave, Benhur Davi Henz, BrunoValdigem, Claudio Cirenza, Angelo A. V. De Paola

Escola Paulista de Medicina - UNIFESP

Introdução: A cardiopatia chagásica é uma doença prevalente em nosso país,sendo a taquicardia ventricular (TV) significativa manifestação. Muitos pacien-tes recebem um cardiodesbibrilador implantável para prevenção de morte súbi-ta. A ablação por cateter tem se tornado uma ferramenta adjuvante efetiva paracontrole dos episódios arrítmicos refratários ao tratamento medicamentoso empacientes com cardiopatia estrutural. Objetivo: Avaliar a eficácia imediata e alongo prazo da ablação por cateter pelo mapeamento endocárdico e epicárdicopara controle da TV em pacientes portadores de cardiopatia chagásica. Método:Foram incluídos no estudo 34 pacientes submetidos a 37 procedimentos devi-do a TV recorrente e refratária a terapia antiarrítmica. Os pacientes foram subme-tidos ao mapeamento eletroanatômico epi e endocádico, seguidos de ablaçãopor cateter pela mapeamento de ativação durante a taquicardia e/ou guiado pelosubstrato arrítmico (áreas de voltagem bipolar < 1,5 mV) em ritmo sinusal. Re-sultados: O sucesso imediato do procedimento foi de 81%, sendo que duranteo seguimento médio de 12±9,7 meses houve uma taxa de recorrência de 23% (7/30procedimentos). Nos casos em que existiu recorrência, essa ocorreu com umamedia de 10 meses do procedimento. Houve apenas uma complicação durante aablação (tamponamento pericárdico), sendo que no seguimento três pacientesmorreram devido a progressão da falência cardíaca. Antes do procedimento ospacientes apresentaram uma media de 6,7 choques do CDI/pacientes, sendo queapós a ablação a relação caiu para 0,58. Conclusão: Em pacientes chagásicos,a ablação por cateter parece ser uma ferramenta efetiva e segura para tratamentoe controle de taquicardia ventricular recorrente.

Idade 52+/-10,4 anos

Sexo masculino 23 (63%)Classe funcional I(7), II(23) eFração de ejeção (%) 34,5+/-7,0Terapias (choque) 4+/-6,9

66ARRITMIA VENTRICULAR IDIOPÁTICA DE VENTRÍCULO DIREI-TO RELACIONADA A PEQUENA VEIA INFUNDIBULAR

Jose Tarcisio Medeiros De Vasconcelos, Silas Dos Santos Galvão Filho, CecíliaM. B. Barcellos, Cláudia Da Silva Fragata, Ana Carolina Schwab Vieira, BrunoPapelbaum, Carla Xerez, Edson Sacramento, Marcelo François, Tiago Silvestrin

Clínica de Ritmologia Cardíaca / Beneficência Portuguesa

Introdução: A anatomia das vias de saída dos ventrículos é complexa e a ablaçãode focos ectópicos destas regiões permanece desafiadora em alguns casos. Ob-jetivo: Demonstrar que uma pequena veia infundibular (PVI) pode estar rela-cionada a ocorrência de arritmia ventricular idiopática (AVI) resistente a ablação(ABL) pelas abordagens tradicionais. Métodos: 3 pacientes (PTS), idade médiade 65 anos, 2 homens, portadores de AVI foram encaminhados para ABL. As AVIapresentavam padrão de bloqueio de ramo esquerdo em 2 PTS e indeterminadoem 1, com transição ≤ V3 em dois casos e em V1 noutro caso. Foram exploradasa via de saída (VS) do ventrículo direito (VD), seios de Valsalva e VS do ventrículoesquerdo nos 3 PTS, sem critérios convincentes de mapeamento (MAP). Em 1caso foi realizada exploração epicárdica por via transtorácica igualmenteinefetiva. Em 2 PTS a exploração da VS de VD com emprego de MAP de nãocontato (EnSITE Array TM) indicou localização focal remota ao endocárdio.Nos 3 PTS realizou-se venografia retrógrada oclusiva da grande veia cardíaca,demonstrando-se a presença de pequena veia (PV) dirigida profundamenteparaporções posteriores da VS do VD. A cateterização desta veia só foi possívelcom cateter de ABL 5F. Resultados: No interior da PV foram obtidos critériosótimos de MAP. Em 2 PTS foi realizada ABL no interior da PV, havendo inter-rupção definitiva da descarga focal em 1 caso e transitória no outro. Em 1 PTSrealizou-se ABL com potência elevada no endocárdio da VS de VD comdirecionamento da lesão para a ponta de catéter inserido na PV como marcadorradiológico, com sucesso. Conclusões: 1) Uma PV infundibular pode estarimplicada em AVI. 2) Sua presença e importância devem sempre ser investigadasfrente a dificuldade de MAP nos sítios tradicionais. 3) O seu pequeno diâmetrorestringe uma ABL intravascular.

Relampa 200821(4): 301-346.

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69AVALIAÇÃO DA VARIABILIDADE DA FC DURANTE PROCEDIMENTODE DENERVAÇÃO VAGAL PARA TRATAMENTO DA FA PAROXÍSTICA

Cristiano Faria Pisani, Cristiano Pisani, Denise Hachul, Sissy Lara, CarinaHardy, Francisco Darrieux, Eduardo Sosa, Mauricio Scanavacca

Unidade de Arritmia do InCor da FMUSP

Introdução: A atividade vagal pode ser um importante deflagrador de fibrilaçãoatrial (FA). A denervação vagal guiada por resposta vagal evocada é uma técnicaatualmente em investigação que busca o tratamento da FA. Entretanto, não seconhece a intensidade da denervação vagal provocada pela ablação duranteprocedimento. Métodos: Foram realizadas análises dos intervalos RR por 5minutos em 4 pacientes, sem cardiopatia estrutural, submetidos à ablação vagalcom RF, guiada pela resposta vagal evocada. Os intervalos RR foram registradosantes da anestesia, após anestesia, após estimulação de alta freqüência e após aablação. Foram avaliados parâmetros de variabilidade da FC (VFC) no domíniodo tempo (DT) e no domínio da freqüência (DF). Foi construído gráfico dePoincaré com seus dois eixos (SD1 e SD2). Resultados: A idade média dospacientes foi de 31±5 anos e a freqüência intrínseca após bloqueio autonômicofoi de 102,7±3,8 bpm. Observou-se alteração significativa no SDNN (39±6,4para 16,5±8,4 P<0,001), SD1 de Poincaré, pNN50, R MSSD, BF e AF do espec-tro após a sedação. O intervalo RR reduziu-se significativamente após a ablação(843±134 para 659±94 P=0,025) em relação à após sedação da mesma maneira,a FC aumentou (72,3±10,6 para 92,2±12,5 P=0,018). Ao analisar a VFC no DTobservou-se redução do SDNN (16,5±8,4 para 4,1±1,7 P=0,026) e no eixo SD2do Poincaré (66,5±16,2 para 45,5±9 P=0,022). Observou-se tendência de redu-ção do SD1 (P=0,08) e do r MSSD (P=0,09) e não houve diferença do pNN50(P=0,74). O eixo SD2 que não foi alterado pela anestesia, reduziu-se após ablação(63,7±10,2 antes da anestesia P=0,04). Não se observou diferença nas bandas deBF (P=0,24) e AF (P=0,39) do DF. Ao se avaliar o balanço autonômico (BF/AF)evidenciou uma tendência a redução da relação (7,1±2,8 para 1,3±1,5 P=0,076)após a ablação. A variação da FC após a ablação foi de +19,9±4,1 bpm(P<0,001),do RR foi de -183,5±48,7 ms (P=0,012) e do SDNN foi de -12,4±6,8 ms (P=0,009).Conclusões: A ablação com RF das áreas com resposta vagal evocada provocamudanças na VFC avaliadas durante o procedimento.

70ANÁLISE DO IMPACTO DA MONITORIZAÇÃO DA TEMPERATURAESOFAGIANA DURANTE ABLAÇÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIAL SO-BRE O ÍNDICE DE RECORRÊNCIA PÓS-PROCEDIMENTO

Olga Ferreira de Souza, Martha Pinheiro, Danielle Deseta, Alexandre Francis-quini, Fernando Godinho, Ana Inês Bronchtein, Maurício Scanavacca

Rede DOr Hospitais - Rio de Janeiro

Fundamentos: a fístula átrio-esofagiana originada de lesão térmica causada poraplicações de radiofreqüência (RF) na parede atrial esquerda (AE) contígua aoesôfago é uma das complicações mais temidas após procedimento de ablação porcateter. Para minimizar esse risco tem-se procedido ao controle da temperaturaesofagiana traduzindo-se em provável redução da potência e tempo de aplicaçãode RF. Objetivo: avaliar se o controle contínuo da temperatura esofagiana duranteablação por RF para tratamento de FA, resultando em aplicações restritas emtempo e potência em alguns locais, tem impacto negativo sobre o sucesso doprocedimento a longo prazo. Materiais e métodos: foram avaliados 212 pacientes(pts), sendo 156 (71,5%) do sexo masculino, com idade de 59,6 + 11,2 anos,seguidos por 32,3 + 19,8 meses 154 pts (70,6%) tinham FA paroxística, 39 (18%)persistente e 25 (11,4%) permanente. O diâmetro médio do AE foi de 4,07+ 0,69.Desse grupo, 136 tiveram controle de temperatura luminal esofagiana por termô-metro esofágico com posição mais próxima possível do cateter de ablaçãomonitorada por fluoroscopia. A aplicação de RF era interrompida sempre que atemperatura atingia 37,5°C e reiniciada com pot de 20W. Resultados: a tempe-ratura média alcançada no esôfago foi de 37,7+ 0,99°C. A veia pulmonar (VP) demaior contigüidade foi a superior esquerda (30/87 - 34,4%), seguida pela VPIE(22/87 - 25,2%) e VPID (15/87 - 17,2%). O índice de recorrência foi de 32,5%(69/212). Pela análise multivariada o controle de temperatura não influiu noíndice de recorrência quando comparado ao grupo não monitorado. (p=NS).Não houve complicações relacionadas ao uso do termômetro. Conclusão: ocontrole da temperatura esofagiana durante ablação por cateter para tratamentode fibrilação atrial é procedimento seguro e não prejudica o seu resultado, aindaque determine a aplicação de energia em menor potência em alguns pontos.

71ABLAÇÃO DE TAQUICARDIA ATRIAL FOCAL EMPREGANDO O MA-PEAMENTO DE NÃO CONTATO (ENSITE ARRAY)

Carla Sanford Rangel Xerez, Evilásio Leobino, Silas dos Santos Galvão Filho,José Tarcísio M. Vasconcelos, Cecília M. B. Barcellos, Cláudia Fragata, AnaCarolina Schwab, Bruno Papelbaum, Edson Sacramento, Tiago Silvestrin

Clínica de Ritmologia Cardiaca / Beneficência Portuguesa de São Paulo

Introdução: O mapeamento eletro-anatômico de não contato (MEA de NC) éferramenta poderosa para identificação da origem das arritmias(ARR). Sãoescassas publicações envolvendo o seu uso em casos de taquicardia atrial focal(TAF). Objetivo: Apresentar a experiência do emprego de MEA de NC em ablação(ABL) de taquicardia atrial focal. Métodos: Reportamos 04 casos de TAF, sendo2 do sexo masculino, idade média 35 anos e refratários à terapêutica medicamen-tosa. Utilizamos o MEA de NC (com o cateter 9F multieletrodo Array) no diagnós-tico e tratamento ablativo dessas ARR. A atividade elétrica endocárdica unipolardas ectopias atriais foi avaliada em filtragem compreendida entre 2 e 300 Hz,sendo obtido mapeamento de voltagem (MV) de pelo menos 5 complexos. AABL era direcionada à área presumida de origem do impulso, baseada no MV.Resultados: Identificados 5 focos de TAF em 4 pacientes. Em 03 dos 04 casosectopias localizavam-se no átrio direito, sendo 01 na região ântero-lateral comcaracterística incessante, 01 com dois focos ectópicos (porção alta e média dacrista terminalis) e 01 na região ostial do seio coronariano. O último caso, defoco localizado no átrio esquerdo, teve sua identificação sugerida pela presençade far field, identificado durante o MV realizado no átrio direito. A ablação destefoco foi feita na porção anterior do anel mitral. O tempo médio de construção dageometria foi de 10 minutos, foram realizadas 13 aplicações em média e o tempomédio do procedimento foi de 220 minutos. Os procedimentos foram realizadoscom sucesso, sendo este caracterizado pelo desaparecimento da ARR e/ou pelaincapacidade de reindução da mesma. Durante um follow-up aproximado de 03meses os pacientes encontram-se livre de sintomas e sem documentação de ta-quicardias. Conclusão: Baseado nessa experiência, concluímos que o sistemade MEA de NC apresenta-se como um método de grande valia na localização eno auxílio da ABL de TAF.

72PREDITORES ECOCARDIOGRÁFICOS DE IMPLANTE DE CARDIO-DESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL EM PACIENTES CHAGÁSICOSCOM BRADIARRITIMIAS

Alinne Katienny Lima Silva Macambira, Ricardo Ramos, Andrey Queiroz, Del-zirene Botelho, Lee Anderson Cruvinel, Rodrigo Martins, Jamersom Spíndola,Antônio Malan, Sérgio Rassi, Wendel Moreira

Santa Casa de Misericórdia de Goiânia

Introdução: Há uma dúvida frequente em relação ao paciente (pct) chagásicocom síncope e bradiarritmias se o mesmo necessita só de um marcapasso comum(MP) ou de um cardiodesfibrilador implantável (CDI). O Estudo Eletrofisio-lógico (EEF) ajuda a relacionar que tipo de aparelho é melhor indicado paracada pct. Porém o último é um procedimento invasivo e oneroso. Daí o nossointeresse em validar um método não invasivo (ecocardiograma) que avaliassequal pct com cardiomiopatia chagásica e bradiarritmias beneficiaria de um CDIao invéz de um MP. Objetivo: Avaliar os preditores ecocardiográficos para ne-cessidade de implante de CDI em pcts chagásicos com bradiarritmias. Materiaise Métodos: De 01/2007 à 08/2008, foram avaliados 80 pcts chagásicos combradiarritmias e síncope submetidos ao EEF. De acordo com o resultado, osindivíduos foram encaminhados ao implante de MP (grupo controle ou MP,n=40) ou ao implante de CDI (grupo estudo ou CDI, n=40). Um ecocardiograma(eco) de superfície foi realizado em cada pct no período de 30 dias antes doimplante do aparelho e os resultados foram então avaliados e correlacionados afim de identificar fatores preditivos de evolução para implante de CDI. Resulta-dos: Tivemos em todo o grupo estudado (n=80) 53 homens, idade média de 62anos, fração de ejeção (FE) média de 45%, diâmetro médio do atrio esquerdo(AE) de 42 mm, aneurisma de ponta presente em 8 (10%) pcts, disfunção diastólicaem 35 (44%) e comorbidades em 19 (24%) pcts. Os parâmetros que atingiramsignificância estatística (p<0.05) foram: FE - Grupo MP 42% vs 47% GrupoCDI, diâmetro do AE - Grupo MP 44 mm vs 41 mm Grupo CDI, aneurisma deponta - Grupo MP 0 vs 20% Grupo CDI e disfunção diastólica - MP 83% vs 30%Grupo CDI. Conclusão: Neste estudo piloto demonstramos que, em pcts cha-gásicos com bradiarritmia, o grau de disfunção cardíaca avaliado pelo eco estáinversamente relacionado com a necessidade de implante de CDI. Também ratifi-camos o achado de que a presença de aneurisma de ponta do VE é um parâmetroindicativo do implante de CDI.

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Relampa 200821(4): 301-346.

73PRESENÇA DE MÚLTIPLAS VIAS ACESSÓRIAS EM CRIANÇAS

Lania Fatima Romanzin Xavier, Fernando Eugenio Cruz Fiho, Marcelo Soares,Solange Hoffman, Silvia Boghosian, Marcio Fagundes, Nelson Itiro Miyague

Hospital Pequeno Principe

Introdução: A criança apresenta uma incidência maior de múltiplas vias aces-sórias (VA)que o adulto. Objetivo: Descrever a presença de VA múltiplas napopulação pediátrica. Material e métodos: Foram avaliados 259 pacientes (pcts)consecutivos submetidos a estudo eletrofisiológico (EEF) e ablação porradiofreqüência (AR). Em 12 crianças (4,6%) foi observado mais de uma VA, 9femininos, idade entre 3 a 17 anos (m8,5 a). Todos os pacientes tinham historiade taquicardia, 5 pcts associada a sincope. Nove tinham pré-excitação no ECG.Dez pcts apresentaram 2 VA e 2 tinham 3VA. Total de 26 VA, sendo 16 a esquerda(61%): 13 VA eram lateral esquerda, 2 posterior esquerda, 3 parahissiana, 3postero septal direita, 2 lateral direita, 1 veia cardíaca media, 1 Mahain e 1 anterolateral esquerda com condução decremental. Durante o EEF foi induzidataquicardia supraventricular em 9 pcts, 2 antidromicas. Três pcts induziramfibrilação atrial (FA) com alta resposta ventricular pela VA. Foi realizado AR emtodos os casos, com sucesso em 23VA(88%). Sem complicações. Em 2 pcts foinecessário 2 procedimentos. Dois pcts recorreram. Conclusão: 1) A presença demúltiplas VA na criança é relativamente rara. 2) Multiplas VA na populaçãopediátrica apresenta alta incidência de sincope e indução de FA no EEF.

74ABLAÇÃO POR RADIOFREQÜÊNCIA DE VIA ACESSÓRIA DURANTEA CORREÇÃO CIRÚRGICA DE ANOMALIA DE EBSTEIN

Lania Fatima Romanzin Xavier, Fernando Eugenio Cruz Filho, Leonardo Mu-linari, Marcelo Soares, Solange Hoffman, Marilise Sandrine, Eliana Pelissari,Renato Torres, Nelson Itiro Myiague

hospital pequeno principe-Curitiba

Introdução: A anomalia de Ebstein (AE) é uma malformação da válvula tricúspide(VT) com alta incidência de via acessória (VA). A presença de arritmia no pós-operatório de AE é considerado fator de risco preditivo para mortalidade, en-tretanto, a ablação convencional por cateter de radiofrequencia (ACR) pré-opera-tório, tem alto índice de insucesso, recorrência e complicações. Objetivo: Rela-tar ACR da VA transoperatório em pcts com AE durante a plastia da VT. Materiale métodos: Total de 5 pcts, 4 do sexo feminino, idade de 10 m a 13 a (média 8 a),2 tinham pré-excitação tipica no ECG e 3 com historia de taquicardia. Todosforam submetidos a ACR da VA durante a cirurgia de plastia da VT. Resultados:Após abertura do tórax foi realizado mapeamento epimiocardico e foi possívelidentificar uma VA a direita em todos pcts. Em 2 casos foi necessário mapearendocavitario. O local preciso da VA em 2 pcts foi postero-lateral,1 lateral,1postero-septal e 1 medio-septal. Em 3 casos a VA era manifesta. Nenhum pct commúltiplas vias. Em 3 casos foi induzida taquicardia supraventricular mediadapela VA. Em parada circulatória total foi feito ACR no local demarcado previa-mente. O sucesso foi obtido em 100% dos casos, nenhuma complicação. Numseguimento médio de 5,5 meses (3 a 9 m)) não houve recorrência. Conclusão: Aabordagem combinada da ACR durante a reparação cirúrgica da VT demonstrou-se efetiva, segura e precisa. Este procedimento melhora o resultado global dospcts com AE, reduzindo a morbi-mortalidade.

75INCIDÊNCIA DE TROMBO EM ÁTRIO ESQUERDO DURANTE ABLA-ÇÃO POR CATETER DE FIBRILAÇÃO ATRIAL

Enrique Indalecio Pachon Mateo, José Carlos Pachón M., Fernando Fraiha,Tasso J. Lobo, Tomás G. Santillana P., Maria Zélia C. Pachón, Fábio D. Valva,Antoninho S. Arnoni, Leopoldo S. Piegas, Adib D. Jatene

HCor-Hospital do Coração, Hosp. Prof. Edmundo Vasconcelos, Inst. DantePazzanese

Introdução: Os pacientes (p) com FA têm de risco aumentado para tromboem-bolismo. A manipulação com cateteres, em especial do átrio esquerdo para rea-lizar a ablação de FA, exige que estas cavidades estejam completamente isentasde trombos. Diversos protocolos facilitam a estratificação de risco, permitindoo tratamento com anticoagulantes previamente ao procedimento. Apesar de to-dos os cuidados, observamos eventualmente a presença de trombos em AE,obrigando imediata interrupção do procedimento. Objetivo: Mostrar que ape-sar dos cuidados habituais, podem existir trombos que poderiam gerar compli-cações graves durante a ablação de FA por cateter. Material e Método: Durantea ablação de FA em nosso serviço, os p são submetidos a ecocardiogarma trans-esofágico (ETE) para confirmar a ausência de trombos e orientar a punção trans-septal. Entre 05/2003 e 08/08 462 p (86 Fem, 54±12 anos, AE=41±6 mm,FE=66±8,6%) foram submetidos à ablação dos Ninhos da FA acompanhadospelo ETE. Os p encaminhados ou eram considerados de baixo risco para trom-boembolismo (CHADS 0 a 3), ou faziam uso de anticoagulante em longo prazo(INR 2 a 3, CHADS 4 a 6). Foram considerados trombos, imagens bem definidas,fixas ou pedunculadas, ocupando parte do apêndice atrial esquerdo ou qualqueroutra porção do AE, confirmados com o Doppler colorido e, pelo menos, pordois ecocardiografistas. Resultados: Dos 462 pacientes avaliados, 10 (2,16%,2 Fem, AE=44±8, FE=61±12, CHADS=0,8±0,6) apresentavam trombo, sendo 8no AAE, 1 no septo interatrial esquerdo e 1 no teto do AE. Neste grupo 3 tinhamFA paroxística, 5 Persistente e 3 Permanente, sendo que 6 estavam em uso devarfarina e 1 de AAS. Os procedimentos foram interrompidos e os pacientesencaminhados para tratamento específico e ETE seriado até a completa reabsorçãodo trombo. Conclusão: O ETE na ablação de FA é importante para prevenirtromboemblismo, sendo capaz de detectar trombos, independente do CHADS edo tipo da FA, mesmo em pacientes em uso de anticoagulantes.

76EFICÁCIA DA ABORDAGEM PERCUTÂNEA EPICÁRDICA EM PACIEN-TES COM INSUCESSO PRÉVIO DA ABLAÇÃO DE VIA ACESSÓRIA

Cristiano Faria Pisani, Cristiano Pisani, Sissy Lara, Carina Hardy, Denise Ha-chul, Francisco Darrieux, Eduardo Sosa, Mauricio Scanavacca

Unidade Clínica de Arritmia do InCor da FMUSP

Introdução: O acesso epicárdico percutâneo pode ser uma alternativa parapacientes com taquicardia atrioventricular recorrente e insucesso em tentativaprévia de ablação. Entretanto a complexicidade de estruturas relacionadas aoanel atrioventricular como a gordura epicárdica ecoronárias podem limitar aeficácia desta estratégia. Objetivo: Avaliar a eficácia da abordagem percutâneaepicárdica em pacientes com via acessória (VA) e falha na tentativa prévia deablação. Métodos: Foram avaliados os resultados agudos e em longo prazo depacientes submetidos entre Jan/01 e Jun/08 à abordagem percutânea epicárdicapara ablação de VA com tentativa prévia de ablação sem sucesso. Durante oprocedimento foi também realizado mapeamento pelo endocárdio sendoVA es-querdas através de punção transeptal ou pelo epicárdio através do seio coro-nário. A aplicação de RF foi realizada no melhor sinal encontrado, seja no epi-cárdio ou no endocárdio e sucesso foi considerado bloqueio da VA e ausênciade recorrência no seguimento. Resultados: Foram selecionados 16 pacientes(10 masc), com idade de 34,5±13,5 anos e sem cardiopatia. Foram realizadosentre 0 a 3 (média 1,9) procedimentos prévios de ablação antes da tentativaepicárdica percutânea. Três pacientes apresentavam via acessória direita, quatroVA esquerdas, dois VA anteroseptais (AS), seis VA posteroseptais (PS) e umpaciente apresentava duas vias, uma direita e outra PS. Três (18,8%) pacientesforam ablacionados com sucesso pelo acesso epicárdico (1 VA PS e 2 VA direi-tas). Oito pacientes (50%) foram ablacionados com sucesso pelo acessoendocárdico (2 VA direitas, 2 VA esquerdas, 3 PS e 1 AS) após tentativa peloepicárdio. Dois (12,5%) pacientes foram submetidos à cirurgia cardíaca (1 VAPS e 1 VA esquerda) e três pacientes continuaram com tratamento farmacológico.Conclusão: O acesso epicárdico percutâneo pode ser uma alternativa para otratamento de VA não ablacionadas pelo endocárdio. Entretanto, na maioria dasvezes, uma nova tentativa de mapeamento pelo acesso endocárdico foi bem su-cedida, mas alguns pacientes necessitaram de cirurgia.

Relampa 200821(4): 301-346.

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77AVALIAÇÃO DE CRITÉRIOS ELETROFISIOLÓGICOS PARA DIAG-NÓSTICO DE VIAS ACESSÓRIAS OCULTAS COM CONDUÇÃO LEN-TA : DESCRIÇÃO DE DOIS CASOS

André Rodrigues Zanatta, Luiz Roberto Leite, José Roberto Barreto, BenhurDavid Henz, Simone Santos, Paula Gonçalves, Edna Marques, Thayomara daSilva, Clarisse Novakoski, Eustáquio Ferreira

Grupo de estudos de arritmias cardíacas-Fibrilação Atrial

Fundamentos: Existem vários critérios diagnósticos relatados para diferencia-ção de arritmias supraventriculares. As taquicardias ortodrômicas (TO) origi-nadas por vias acessórias de condução lenta são de diagnóstico diferencial maisdifícil, confundindo-se com taquicardias atriais e taquicardias por reentradanodal lenta-lenta. Comparação dos critérios diagnósticos raramente tem sidorelatados. Objetivo: Descrever dois casos de Taquicardias ortodrômicas em quevários critérios eletrofisiológicos foram utilizados para diagnóstico diferen-cial, na tentativa de estabelecer a utilidade de cada critério individualmente.Casuística e métodos: Foram avaliados por estudo eletrofisiológico dois pa-cientes, do sexo masculino e feminino, com idades de 45 e 48 anos respectivamente.Foram induzidas taquicardias supraventriculares com átrio mais precoce na re-gião póstero-septal esquerda e direita respectivamente. A condução ventrículo-atrial (VA) mostrou-se decremental e o intervalo V-A foi menor durante taquicar-dia do que durante marcapassamento do ventrículo direito (VD) em ambos oscasos. O encarrilhamento pelo VD resultou em término da taquicardia no primei-ro caso e o intervalo pós encarrilhamento, menos o ciclo da taquicardia, foi maiorque 115 milissegundos (ms) no segundo caso. O intervalo estímulo-átrio me-nos ventrículo-átrio (SA-VA) foi menor que 85 ms em ambos. Constatou-se tér-mino da taquicardia com extra-estímulo no VD, sem captura atrial, descartando-se taquicardia atrial. O estímulo do VD durante a refratariedade do His (Hisrefratário) levou ao adiantamento do átrio, confirmando tratar-se de taquicardiaortodrômica. Realizada ablação por radiofrequência nas regiões póstero-septaisesquerda e direita respectivamente, com dissociação ventrículo atrial após aablação. Conclusão: Dos critérios eletrofisiológicos testados, apenas o SA-VA, o término da taquicardia pela estimulação do VD sem captura atrial e o Hisrefratário foram úteis no estabelecimento do diagnóstico.

78DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA TAQUICARDIA VENTRICULARCATECOLAMINA DEPENDENTE EM CRIANÇA: RELATO DE CASO

Edvaldo Ferreira Xavier Junior, Isabela Agra, Rosena Borba, Dario de Moura,Carlos Emídio, Eliane Bugarin, Rita Véras, Hemerson Gama, Marcelo Russo,Gustavo Santiago

Hospital Santa Casa de Maceio-AL, Fundação Hospital de Cirurgia - Aracaju-SE e Procárido - Recife-PE

Fundamento: A taquicardia ventricular polimórfica (TVP) catecolaminérgica éuma condição rara, caracterizada por TVP induzida adrenergicamente em ausên-cia de cardiopatia estrutural. Curiosamente, é excepcionalmente sintomática emcrianças e pode resultar em síncope ou morte súbita. Relato de Caso: SSE, sexofeminino, 11 anos, procedente de Maceió-AL apresentando síncopes de repeti-ção (25 episódios desde abril de 2003) sempre relacionadas à atividade física ouemocional. A maioria dos eventos era precedido por tonturas e estava associadoà ci anose, palidez e taquicardia. A duração média dos episódios variou de seisa dezoito minutos. A paciente já foi submetida à tomografia computadorizada(TC) de crânio, eletroencefalograma (EEG) e ressonância nuclear magnética(RNM), que não revelaram alterações. Mesmo assim, vinha recebendo tratamen-to para epilepsia com fenitoína sódica, carbamazepina, oxcarbazepina e clobazam.Apesar das medicações, os sintomas continuaram. Exames: EcocardiogramaNormal, Holter 24 horas, evidenciou (TVNS) bidirecional e extrassístoles ventri-culares freqüentes. O teste ergométrico induziu TVP durante o terceiro minutode esforço. A paciente vinha fazendo uso de atenolol (100 mg) quando foi inter-nada na emergência com novo episódio de TVP. Foi submetida a estudo eletro-fisiológico, que induziu TVP sustentada. O tratamento instituído foi o implantede cardioversor-desfibrilador (CDI). A criança encontra-se em uso de atenolol(100 mg/dia) e verapamil (60 mg/dia) e no follow-up de 60 dias a criança nãoapresentou nenhum episódio de síncope. Conclusão: A TVP pode ser confun-dida com outras doenças, entretanto, a natureza potencialmente fatal dessa arrit-mia e sua relação com a precocidade do início dos sintomas reforça a importânciade um diagnóstico cuidadoso dessas crianças. A evidência de uma taxa de mor-talidade relativamente alta em pacientes tratados com beta-bloqueadores (10,5%)pode indicar o uso de CDI.

79PRÉ-EXCITAÇÃO VENTRICULAR ATRAVÉS DE VIA ACESSÓRIA FAS-CÍCULO-VENTRICULAR - A PROPÓSITO DE 2 CASOS

Tiago Luiz Silvestrini, Silas dos Santos Galvão Filho, José Tarcísio TarcísioMedeiros Vasconcelos, Cecília Boya Barcellos, Edson Roberto Silva Sacramento,Marcelo F. A. Rodrigues, Carla Xerez Leobino, Pablo Ferreira Reis, Ana CarolinaSchwab Vieira, Bruno Papelbaun

Clínica de Ritmologia Cardíaca - Real e Benemérita Associação Portuguesa deBeneficência de São Paulo-SP

Objetivo: Apresentar dois casos de pré-excitação ventricular por intermédio davia acessória fascículo-ventricular. Materiais e Métodos: Dois pacientes, dosexo feminino, com idade de 15 e 23 anos, com queixas de palpitações taquicár-dicas e pré-excitação ventricular no ECG de superfície foram encaminhados paraestudo eletrofisiológico (EEI) e provável ablação de via acessória átrio-ven-tricular. O EEI foi realizado através de 4 cateteres posicionados da seguinteforma: 1 catéter quadripolar posicionado no átrio direito alto, 1 quadripolarposicionado na região de registro do His, 1 quadripolar posicionado ápex deVD e um cateter decapolar posicionado no seio coranariano. Em ambos os EEI,os eletrogramas intracavitários iniciais demonstravam intervalo AH dentro dolimites considerados normais, e intervalo HV curto (10 ms e 18 ms), sendo queo potencial ventricular mais precoce foi registrado no cateter de His. Duranteestimulação atrial prematura, evidenciou-se comportamento decremental do inter-valo AH e manutenção do intervalo HV curto e fixo, não havendo alterações damorfologia do QRS de superfície. Houve taquicardia induzida em um dos pacien-tes, através do mecanismo de reentrada nodal tipo lento-rápida (na qual foiablacionada com sucesso a via lenta), enquanto na outra paciente nenhum tipo dearritmia foi induzida. Conclusão: A via acessória fascículo-ventricular, é umaentidade eletrofisiológica rara, que não esta associada a indução de taquiarritmias.Quando há presença de arritmias em pacientes com este tipo de pré-excitação,devemos procurar outros mecanismos para explicá-las. Ela se comporta no ECG desuperfície como pré-excitação ventricular, assim como vias acessórias átrio-ventriculares. Faz-se então, necessário a lembrança deste diagnóstico no diagnós-tico diferencial da síndrome de Wolf-Parkinson-White.

80DENERVAÇÃO CARDÍACA COLINÉRGICA PRODUZIDA PELAABLAÇÃO DOS NINHOS DE FIBRILAÇÃO ATRIAL

Tasso Julio Lobo, José Carlos Pachón M., Enrique I. Pachón M., Tomas G.Santillana P., Juán C. Pachón M., Remy Nelson Albornoz V, Leonardo F. deAbreu, Antoninho S. Arnoni, Leopoldo S. Piegas, Adib D. Jatene

Hospital do Coração-HCOR Hospital Edmundo Vasconcelos Instituto DantePazzanese de Cardiologia

Introdução: Diversas evidências têm notado estreita relação dos ninhos de FA(NFA) com a inervação vagal. A ablação da fibrilação atrial através da eliminaçãodos NFA tem se mostrado eficaz no controle desta arritmia. Temos observado umaumento característico e persistente da freqüência cardíaca provocado por esteprocedimento, condição que tem sido justificada pela denervação vagal durantea eliminação dos NFA. Objetivo: Demonstrar a denervação colinérgica obtidapor este método através do teste da atropina. Método: Foram incluídos 44 pa-cientes (38 sexo masculino) submetidos a ablação dos ninhos de FA para trata-mento definitivo da fibrilação atrial (Paroxística 9 Persistente 34 Permanente 1)com predomínio de etiologia idiopática (61%) seguida da hipertensiva (32%).O tamanho médio do átrio esquerdo foi 42±5 mm e a fração de ejeção média foi66±7%. Após a eliminação dos NFA por radiofreqüência (35-50W, 60°C) comcateter de 8 mm guiado por análise espectral real-time, a freqüência cardíacamédia foi avaliada e comparada com a maior freqüência cardíaca obtida após ainfusão endovenosa de 2mg de atropina. Resultados: A freqüência cardíacamédia ao final da ablação dos NFA foi de 72±12 bpm e após a infusão da atropinaEV a média da freqüência máxima obtida foi de 75±15 bpm. A comparação dafreqüência pré e pós atropina mostrou aumento não significativo (p=0,26), sendoque em nenhum paciente o teste da atropina pós-ablação dos NFA foi positivo.Conclusão: A ablação por radiofreqüência da fibrilação atrial através da elimi-nação dos ninhos de FA promove importante denervação parassimpática, con-firmada através da ausência de resposta ao teste da atropina em todos os pacien-tes tratados por este método.

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82EVOLUÇÃO A LONGO PRAZO DOS PACIENTES COM FLUTTERATRIAL TÍPICO SUBMETIDOS AO BLOQUEIO DO ISTMO CAVO-TRICUSPÍDEO

Fernando Eugenio dos Santos Cruz Filho, Fernando Eugênio dos Santos Cruz,Marcio Luiz Alves Fagundes, Maila Seifert Macedo, Eduardo Benchimol Saad,Ieda Prata, Claudia de Mello Perez, Rubens Cosac, Frederico Motta Ribeiro,Roberto Luiz Menssing da Silva Sá

Instituto Nacional de Cardiologia - RJ

Fundamentos: A evolução dos pacientes após ablação do Flutter Atrial (FLA)é conhecida, entretanto a avaliação a longo prazo é pouco descrita. Métodos:De 1995 a 2005, 209 pacientes foram submetidos a ablação do FLA comun (c).O sucesso no primeiro procedimento ocorreu em 207/209 pts. Em termos decomplicações observamos um caso de embolia pulmonar com edema agudo pul-monar per procedimento e flebite em um paciente. A dimensão de AE variou de3,5 a 5,7 mm. A presença de cardiopatia foi de 60% com predomínio para acardiopatia isquêmica seguida pela hipertensiva e congênita. O tempo de segui-mento variou de 1 a 10 anos. Resultados: Em termos de recorrências 12 ptsapresentaram FLAc. Dez destes, o procedimento foi realizado na época pré-avaliação do tempo de condução istmal (TCI) por estimulação e em dois pts comcirurgia cardíaca previa quando um novo circuito ocorreu. Em 80 pts, o tempode condução istmal pós ablação variou de 98 a 150 ms. A incidência de FA apósablação de FLA foi de 25% (52 pts) sendo que a maior parte dos pts apresentavaidade superior a 50 anos. Os patientes mais jovens demonstraram uma FA maisprecocemente (< 6 meses pós ablação) que os mais idosos. A diferença entre ospacientes com FA e sem FA era predominantemente a presença de Extrassistoliaou Taquicardia atrial diagnosticada no ECG ou no Holter 24 horas no primeirogrupo. Não houve ocorrência de tromboembolismo pulmonar após ablação. Arecorrência de FLA foi observada frequentemente por um defeito (GAP) ou narecuperção da condução no istmo cavo-tricuspídeo (TCI<50 ms). Os pacientescom um novo circuito apresentavam TCI>120 ms e a região alvo foi a cicatriz deuma atriotomia. Conclusão: 1- O resultado da ablação do Flutter atrial a longoprazo é muito satisfatório 2- Existe uma incidência de 25% de diagnóstico de FAapós ablação do FLA comum. 3- A recorrência do FLA é observada frequente-mente por defeito ou recuperação da condução no istmo cavo-tricuspídeo.

83TAQUICARDIA INCOMUN COM INTERVALO RP’ LONGO, LOCA-LIZADA NO INTERIOR DE DIVERTÍCULO DO SEIO CORONARIANO

Marcio Rogerio Ortiz, Márcio R. Ortiz, Maria Zildany P. Távora, Niraj Mehta,Débora Lee Smith, Eduardo Dowbrava, Hélio Germiniani, Dalton B. Precoma,Cláudio P. da Cunha

Eletrofisiologia Cardíaca do Paraná: Hospital Angelina Caron

Fundamento: As vias anômalas de condução somente retrógrada e decremental,tipo taquicardia de Coumel, são descritas em região póstero-septal e sãoendocárdicas. Esta taquicardia descrita apresenta RP’ longo, porém menor queP’R e de localização epicárdica. Objetivo: Descrever um caso de taquicardiaincomum com localização no interior de divertículo no seio coronário. Paciente/Método: Paciente TBR, feminina, 20 anos com queixa de taquicardia paroxísticadesde os 18 anos. Foi submetida a estudo eletrofisiológico dia 29/01/2008.Foram realizadas duas punções em veia femoral direita e uma em veia jugularinterna direita. Os registros foram obtidos pelo polígrafo da EPTRACER. Re-sultados: Por estimulação atrial contínua e com extra-estímulos houveindução reprodutível de taquicardia supraventricular e freqüente. Durante ataquicardia observou-se intervalo ventrículo-atrial (VA) longo (180 ms), comeletrograma atrial mais precoce pelo cateter do seio coronário médio proximal eproximal (SCM para SCP). Por extra-estímulo no his refratário. Durante a ta-quicardia, houve antecipação do átrio sem mudança na seqüência de ativação,sugerindo tratar-se de taquicardia ortodrômica pela via anômala. Durante esti-mulação ventricular observou-se condução VA com intervalo longo e decremental(variando de 180 ms a 260 ms) e excêntrica com atriograma mais precoce peloSCMparaSCP, sugerindo uma via anômala de condução lenta e decremental exclu-sivamente retrógrada. Foi realizado mapeamento em região póstero-septal commaior precocidade durante a taquicardia. A ablação obteve êxito somente apósidentificação de divertículo no interior do seio coronário após contraste noseio coronário. O local de sucesso foi no interior do divertículo de seio coronário,na parede posterior do divertículo. Conclusão: Esta taquicardia é uma variaçãoda taquicardia de Coumel de condução exclusivamente retrógrada decrementallocalizada no interior de divertículo do seio coronário.

84ABLAÇÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIAL PAROXÍSTICA OU PERSISTEN-TE PELA TÉCNICA DE ISOLAMENTO ELÉTRICO E ANATÔMICO(SISTEMA CARTO-XP®) DAS VEIAS PULMONARES

Marcio Rogerio Ortiz, Márcio R. Ortiz, Maria Zildany P. Távora, Niraj Mehta,Débora Lee Smith, Eduardo Dowbrava, Hélio Germiniani, Dalton B. Precoma,Cláudio P. Cunha

Eletrofisiologia Cardíaca do Paraná: Hospital Angelina Caron, Hospital Costantini

Fundamento: A associação das técnicas de isolamento elétrico ao anatômicoutilizando um sistema de mapeamento tridimensional tem apresentado melhoresresultados clínicos. Objetivo: Relatar os resultados da ablação de FA (paroxísticaversus persistente) utilizando técnicas combinadas. Pacientes/Métodos: De 15pacientes submetidos a ablação por radiofreqüência utilizando cateter lasso e osistema CARTO-XP, foram incluídos neste estudo 12 pts (4 feminino) portadores deFA paroxística ou persistente, refratários a antiarrítmicos (idade média=56.9 anos(47 a 67 anos) fração de ejeção média=68% e átrio esquerdo médio=42 mm (de 34a 55 mm). Neste estudo foram excluídos 3 pts com FA permanente. Os pacientesforam divididos em 2 grupos: Grupo 1: FA paroxística: 5 pts e Grupo 2: FApersistente: 7 pts. Nestes foram realizados o isolamento elétrico e anatômico dasveias pulmonares. O seguimento foi de 1 a 17 meses com consultas, ECG e holter.Foi feita análise comparativa da taxa de sucesso entre ambos grupos, sendo con-siderado significante p<0,05 (teste exato de Fisher). Resultados: Em todos ospacientes foi realizada ablação elétrica anatômica das veias pulmonares. No finaldo procedimento todos estavam em ritmo sinusal sem episódio de FA. Destespacientes, após 3 meses de evolução em uso de 100 mg de amiodarona, 2 pts comFA paroxística tiveram recorrência, apesar de melhora dignificante dos sintomase 1 pt com FA persistente apresentou recorrência com flutter atípico. Este pt foisubmetido à segundo procedimento com sucesso e sem recorrência posteriormen-te. Não se observou diferença significante da taxa de sucesso da ablação entreambos os grupos (p=0,523). Um pt apresentou derrame pericárdio moderado comresolução espontânea. Conclusões: 1- A ablação de FA paroxística ou persistentepela técnica de isolamento elétrico e anatômico com o emprego do Sistema CartoXP® proporcionou uma taxa sucesso de 75%. 2 - Não houve diferença significanteno sucesso entre os pts com FA paroxística e persistente.

81ASSISTOLIA TRANSITÓRIA APÓS PUNÇÃO TRANSEPTA

Esteban Wisnivesky Rocca Rivarola, Carina Hardy, Jose Carlos Tavares, Mar-celo Jamus, Valter Furlan

Grupo Total Care - São Paulo

A técnica de punção transeptal é amplamente utilizada para abordagem do átrioesquerdo. Este trabalho relata o caso de um paciente masculino de 27 anos,portador de pré-excitação ventricular por uma via anômala lateral esquerda en-caminhado para ablação, que apresentou uma complicação incomum. Após rea-lização da punção transeptal observou-se o aparecimento de supra-desnível desegmento ST de 4 mm em parede ântero-septal e, antes do início da aplicação deRF, evoluiu com bradicardia significativa e assistolia de 4 seg, interrompidainicialmente com estimulação ventricular e, em seguida, com atropina EV. Após15 minutos houve recuperação da FC e normalização do segmento ST. A ablaçãofoi realizada a seguir sem intercorrências e o paciente evoluiu assintomático. Aavaliação posterior mostrou ECG com FC de 60 bpm sem pré-excitação e semalterações na repolarização ventricular, e ecocardiograma com FE 69%, sem al-terações segmentares. O paciente também apresentou resultados normais no testeergométrico (sem alterações isquêmicas ao esforço máximo) e no Holter 24 h (sempausas e sem arritmias). Existem poucos casos publicados de pacientes queevoluíram com bradicardia transitória e supra-desnível de segmento ST em pa-rede inferior após punção transeptal, mas nenhum com alteração da repolarizaçãoem parede anterior. Hipóteses foram lançadas para explicar alterações do seg-mento ST e da freqüência cardíaca observados. Alguns autores sugerem queseriam causadas por um aumento do tônus vagal ocasionado pelo estímulomecânico da punção sobre plexos autonômicos septais. Outros trabalhos sus-tentam que um espasmo coronário poderia ser responsável, respaldados porpublicações que descrevem a participação de gânglios septais no controle dotônus vascular da Coronária Direita. Alterações vagais diretas, não mediadaspor fenômenos vasculares, parecem ser causa mais provável neste caso, em queo supra-desnível de ST ocorreu em parede anterior, havendo reversão completaapós atropina, e especialmente por tratar-se de um paciente jovem no qual alte-rações coronárias são improváveis.

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85ABLAÇÃO DE VIAS ACESSÓRIAS ÂNTERO-SEPTAIS COM ACESSOPELA VEIA SUBCLÁVIA ESQUERDA PERMITE UMA TAXA DE SU-CESSO MAIOR E MAIS SEGURA?

Marcio Rogerio Ortiz, Márcio R. Ortiz, Maria Zildany P. Távora, Niraj Mehta,Débora Lee Smith, Eduardo Dowbrava, Hélio Germiniani, Cláudio P. Cunha,Dalton B. Precoma

Eletrofisiologia Cardíaca do Paraná: Hospital Costantini, Hospital AngelinaCaron, Hospital Evangélico

Fundamento: A ablação de vias anômalas ântero-septais é a que apresenta maiorrisco de causar lesão da junção átrio-ventricular. Objetivos: Descrever 2 casosde ablação de ablação de vias acessórias ântero-septais (VAAS) utilizando acessodo cateter de ablação pela veia subclávia esquerda. Pacientes/Métodos: Foramincluídos 2 pacientes (pts) com VAAS com pré-excitação ventricular com pa-drão eletrocardiográfico sugestivo de localização ântero-septal (delta positivaem D2, D3(R≥S), aVF e D1 e aVLe negativa em V1). Este pts foram submetidosà ablação por radiofreqüência (RF): Pt1: FC, 30 anos, feminino com palpitaçõesparoxísticas desde 20 anos, com duração de 10-30 minutos Pt2: ES, 16 anos,masculino com taquicardia supraventricular há 2 anos, com duração de 10-15mi-nutos. Foram realizadas duas punções em veia femoral direita e uma em veiajugular interna direita e uma punção em veia subclávia esquerda. Os registrosforam obtidos pelo polígrafo da TEB. Resultados: Ambos pacientes apresenta-ram condução retrógrada pela via anômala e local de maior precocidade ventriculardurante o mapeamento foi identificado em região ântero-septal para-his (<5 mm).Foi inicialmente tentada ablação via veia femoral direita sem sucesso. Os ptsforam submetidos a um segundo procedimento quando foram realizados mapea-mento e ablação através da veia subclávia esquerda. Por este acesso foi identifi-cado melhor sinal para ablação e maior estabilidade do cateter. Foi realizadaaplicação de RF na região para-his com sucesso em eliminar tanto a conduçãoanterógrada como a retrógrada pela via acessória, em ambos os casos, sem com-plicações. Num seguimento de 2 e 8 meses não houve recorrência. Conclusões:1 - A ablação pela veia subclávia esquerda permitiu melhor estabilidade docateter do que o acesso pela veia femoral direita. 2 - Nos pacientes estudados,esta técnica demonstrou ser segura e eficaz na ablação de vias anômalas ântero-septais.

86FIBRILAÇÃO ATRIAL (FA) QANDO ASSOCIADA A TAQUICARDIARENTRANTE NODAL AV (TRN) COMNPORA-SE COMO A SÍNDROMEDE PRÉ-EXCITAÇÃO VENTRICULAR (SPV)

Eduardo Machado Andrea, Jacob Atié, Washington Maciel, Nilson Araujo,Hécio Affonso, Luis Gustavo Belo, Leonardo Siqueira, Cláudio Munhoz,Rodrigo Cosenza, Lara Fonseca

HU-UFRJ, IECAC, São Vicente

Objetivo: Avaliar os reswultados a médio e longo prazos da recorrencia de FAem pt com TRN e FA submetidos a ablação (AR). Material e Método: De 1742pt com TRN submetidos a estudo eletrofisiológico (EEF) e ablação (AR), 22 ptapresentaram FA (1,3%) sendo divididos em 2 grupos: GI-13 pt (59%), portadoresde TRN e FA com documentação clínica (ECG) préva, sendo 9 pt do sexo feminino(F) e idade de 25-60 anos (média 47,5) e, GII-9 pt (41%), portadores de TRN comFA no EEF, sendo 6 pt F e idade 43-75 (média 58,3). Todos os pt não paresentavamcardiopatia ou patologias associadas. O EEF e AR foram feitas pelo métodoconvencional sob sedação e analgesia. Resultados: Em todos os pt obteve-sesucesso na AR da via lenta. No GI 11/13 pt (81%) não apresentaram FA clínicaem 4 anos de acompanhamento médio (1-8). NoGII 7/9 pt (77%) não apresentaramFA em 3 ano de acompanhamento médio (1-7). No GI 2 pt fizeram AR da FA peloCARTO e apresentaram TRN na evolução clínica, sendo feito AR da via lenta.Conclusões: 1) A AR da via lenta da TRN parece resolver a FA, que sugere serarritmia secundária, 2) A degeneração da TRN em FA no EEF ocorreu no GII demaior idade média, 3) Alguns pt de F impede a documentação clínica da TRN,provavelmente a chegada tardia do pt na emergência.

87A NÃO INDUÇÃO DA TAQUICARDIA RENTRANTE NODAL AV(TRN)NO ESTUDO ELETROFISOLOGICO (EEF) É IMPEDIMENTO A ABLA-ÇÃO POR RADIOFREQUENCIA(AR)?

Eduardo Machado Andrea, Jacob Atié, Washington Maciel, Nilson Araujo,Hécio Affonso, Luis Gustavo Belo, Leonardo Siqueira, Cláudio Munhoz,Rodrigo Cosenza, Lara Fonseca

HU-UFRJ, IECAC, São Vicente

Objetivo: Avaliar os resultados a médio e longo prazos da AR em pt comn TRNdocumentada e/ou história típica (em especial síncope) que não se induziu TRNnão sustentada ou sustentada no EEF. Material e Método: De 1742 pt com TRNsubmetidos a EEF e AR, 58 pt (3%) não se induziu TRN, somente salto nodalcom 1 ec atrial, apesar do uso de isuprenalina ou atropina. Foram divididos em2 grupos: GI-15pt (36%), 11 pt do sexo feminino (F), idade 15-67 anos (média42,5), e, GII-43 pt (74%), 35 pt F, idade 14-41 (média 31,3). Todos pt nãoapresentavam cardiopatia. O EEF e AR foram feitos pelo método convencional,sob sedação e analgesia. Resultados: O GI apresentava documentação no ECGe não indução de TRN no EEF, e o GII apresentava clínica típica (síncope epalpitação taquicardia em furcla esternal), sem documentação ECG e não induçãode TRN no EEF. Em ambos os grupos havia indução de salto nodal e eco atrial,excluída a presença de via acessória, e com isso foi feita a AR da via lenta. Ocontrole de cura agudo era a presença de ritmo juncional ativo durante a AR ea ausência de salto nodal anterógrado após a AR ocorrido em 20/58 pt (33%),e o controle crônico era o acompanhamento clínico com desaparecimento dossintomas sem uso de drogas anti-arritmicas. O acompanhamento médio de 3,5 anos.Não se observou nenhuma característica eletrofisiológica nem clinica entre osgrupos. Conclusões: 1) A AR da via lenta da TRN é um procedimento seguro edeve ser feito na presença de salto nodal anterogrado com 1 eco atrial, mesmo semindução de TRN sutentada ou nãosustentada, em especial em pt com documen-tação prévia da taquicardia, 2) o pt com sintomas de sincope e palpitação taqui-cardia em furcula esternal beneficia-se da AR na presemnça de salto nodal ante-rogrado e 1 eco atrial.

88EXISTE DIFERENÇA ENTRE CRIANÇAS E ADULTOS PORTADORESDE TAQUICARDIA REENTRANTE NODAL AV INCOMUM(TRNI) NOESTUDO ELETROFISIOLÓGICO(EEF) E A ABLAÇÃO(A)

Eduardo Machado Andrea, Jacob Atié, Washington Maciel, Nilson Araujo,Hécio Affonso, Luis Gustavo Belo, Leonardo Siqueira, Cláudio Munhoz, Ro-drigo Cosenza, Lara Fonseca

HU-UFRJ, IECAC, São Vicente

Objetivo: Avaliar a existência de diferenças eletrofisiologicas, clínicas e re-sultados da AR da TRNi entre crianças e adultos. Material e Método: De 1742pt com TRN submetidos a EEF e AR, 18 pt (1%) apresentaram TRNi (tipo rápido-lenta). Foram divididos em 2 grupos: GI-idade inferior a 19 anos (crianças) eGII- idade superior ou igual a 19 anos (adulto). O GI tinha 4/18 pt (22%), 3 ptdo sexo feminino (F), idade variando de 15 a 18 anos (media 16) e, GII-14/18 pt(78%), 11 pt F, idade variando de 19 a 94 anos (média 53,4). Em 1/18 pt (0,6%)teve documentação eletrocardiografica (ECG). Todos os pt não apresentavamcardiopatia ao ecocardiograma. O EEF e AR foram feitos pelo metodo conven-cional, sob sedação-analgesia. Resultados: Em 13/18 pt (72% foi induzidoTRN comum. O GI-3/4 pt (75%) apresentou multiplas vias nodais retrogradas,e o GII 12/14 pt (86%). a AR foi sucesso em todos os pt com aplicações na regiãoposterio e media do triangulo de Koch. Em 7/18 pt (38%) forma feitas aplicaçõessomente na região posterior. Não houve complicações durante o procedimentocomo também os pt ficaram assintomaticos no acompanhamento médio de 4 anos(1,5 a 8 anos). Não se observou nenhuma característica eletrofisiologica nemclínica entre os grupos. Conclusões: 1) A AR da via lenta da TRNi foi sucessoem 100%, 2) ausência de recidiva da arritmia a médio e longo prazos, 3) a documen-tação ECG clinica é rara, sendo diagnóstica no EEF, em geral, 4) a região poste-rior do triangulo de koch mostrou ser o local de inicio da ativação atrial retrogradaem 38% dos casos.

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Relampa 200821(4): 301-346.

89ANÁLISIS DE 737 EPISODIOS DE ARRITMIAS ESPONTÁNEAS ENPACIENTES CHAGASICOS PORTADORES DE UN CARDIODESFIBRI-LADOR

Claudio Muratore, Antônio de Moraes, Oswaldo Greco, Mitermayer Brito, An-tônio Malan, Luiz Batista Sá, Fernando Tejada, Raúl Garillo, Jennifer Maloney

Hospital Fernandez, Argentina

La enfermedad de Chagas se asocia frecuentemente a taquiarritmias ventriculares(AV) y muerte súbita. El implante de un cardiodesfibrilador (CDI) es unaterapéutica segura y efectiva para el tratamiento de las AV. Objetivo: Analizarlas características de 737 episodios espontáneos de AV almacenadas en loscardiodesfibriladores. Métodos: Se incluyeron 89 pacientes (p) chagásicos por-tadores de un cardiodesfibrilador del ICD Registry Medtronic Latinoamérica.Resultados: Edad x 59±10 años, 72% de sexo masculino. Indicación paraprevención secundaria en 81 p (91%): TV en 67 p (82.5%), muerte súbita 12 p(15%) y sincope 2 p (2.5%). La FE x era de 40±11%. Durante un seguimientopromedio de 12±7 meses murieron 6 pacientes (6.7%) 3 debido a insuficienciacardiaca, 1 muerte súbita y 2 de causa no cardiaca. Ochenta por ciento de lospacientes estaban bajo tratamiento con drogas antiarrítmicas. Se detectaron untotal de 737 episodios de taquiarritmias ventriculares en 38 p (x 19.4 episodios/paciente, rango 1 a 250 episodios). Se liberaron choques por el CDI en 35episodios, marcapaseo antitaquicardia en 554 y ambos en 107. Se constató te-rapia de choque en 22 p (en 10 seguidos a marcapaseo antitaquicardia inefectivo).El ciclo promedio de las arritmias ventriculares fue de 380±69 ms. (rango 210a 630 ms). Tres episodios se clasificaron como fibrilación ventricular (230 ±17ms), 2 como taquicardia ventricular polimórfica (270 ±14 ms) y 732 comotaquicardia ventricular monomorfa (381±68 ms). enta y seis por ciento de losepisodios fueron terminados por marcapaseo antitaquicardia, 17.9% con cho-que y 5.6% espontáneamente. El tiempo a la primera terapia apropiada fue de 104dias (rango 2 a 832). Se observó tormenta eléctrica en 14 p. Siete pacientes (8%)recibieron terapias inapropiadas. Conclusiones: En esta serie la taquicardiaventricular monomorfa es la presentación mas frecuente en pacientes chagásicos.La efectividad de del marcapaseo antitaquicardia es alta. Deberían extremarselos esfuerzos para disminuir el número de choques.

90CARDIOVERSOR-DESFIBRILADOR IMPLANTÁVEL: PRINCIPAISDÚVIDAS DOS PACIENTES SUBMETIDOS AO IMPLANTE DE CDIQUANTO AO AUTOCUIDADO

Denise Viana R. de Oliveira, Denise Viana Rodrigues de Oliveira, Marcia deFátima da Silva

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Resumo: A estimulação cardíaca artificial com o uso de Cardioversor-Desfi-brilador Implantável (CDI) é uma das alternativas para o tratamento das arritmiasventriculares e a morte súbita. O uso do CDI gera dúvidas aos portadores, o queindiretamente pode afetar o tratamento. Este estudo teve por objetivo identificardúvidas no pós-operatório de implante de CDI em relação ao tratamento. Méto-dos: Estudo descritivo-exploratório com abordagem quanti-qualitativa, realiza-do em uma instituição pública, da cidade de São Paulo, especializada em afecçõesdo sistema cardiovascular, assistência, ensino e pesquisa. A amostra foi coleta-da entre dezembro 2006 e agosto 2007, respeitando os preceitos éticos de pes-quisa constituiu-se de 45 pacientes, na faixa etária de maior incidência (60 a 70anos), portadores de doença cardiovascular em sua maioria do sexo masculino(85%). Resultados: Quanto às respostas relacionadas ao desconhecimento sobreo CDI, 71% dos pacientes desconheciam sua funcionalidade, onde, por que e deque forma fora implantado. Todos alegaram dúvidas em relação a interferênciasexternas (telefone fixo e celular, televisor e porta de banco), 73% transportecoletivo, 66% durabilidade da bateria, 42% aparelho de som, 42% microondas,26% choque elétrico, 26% elevadores, 11% colchão magnético, 6.6% furadeiraelétrica e 2.2% viajar de avião. Quando questionados se gostariam de receber ummanual de orientação em relação ao procedimento e tratamento com o CDI, 100%responderam positivamente. Conclusão: Acredita-se que a elaboração de ummanual contribuirá para a educação em saúde e ainda, para fornecer instruções eexperiências de aprendizagem que facilitem o dia-dia dos pacientes. Descritores:Cardioversor-desfibrilador implantável, enfermagem, continuidade da assistên-cia ao paciente.

91CUSTO-EFETIVIDADE E IMPACTO ORÇAMENTÁRIO DA PROPAFE-NONA VERSUS AMIODARONA, NO TRATAMENTO DA FIBRILAÇÃOATRIAL, NO CENÁRIO DO SUS

Francisco Carlos da Costa Darrieux, Leandro Zimerman, Marcio Jansen Figuei-redo, Thiago Rodrigrues, Denizar Vianna Araújo, Roberta Arinelli, Camila Pepe,Dalmo Antonio Moreira

MedInsight - Decisions in Health Care - Rio de Janeiro - Brasil

Racional: A fibrilação atrial é a arritmia sustentada mais freqüente e em progres-siva prevalência, dado o envelhecimento da população. O tratamento da mesmadeve ser aprimorado constantemente, considerando-se também a custo-efeti-vidade das terapias. Objetivo: Elaborar análise de custo-efetividade e impactoorçamentário da propafenona versus amiodarona, no cenário do Sistema Únicode Saúde (SUS), em pacientes com fibrilação atrial sem cardiopatia estrutural.Métodos: Modelo analítico de decisão (Markov) foi elaborado para compararduasestratégias de tratamento. O desfecho do estudo foi “fibrilação atrial revertidasem internação”. Custos foram valorados em Real (R$), para o ano 2007 e retira-dos do Sistema de Informações Hospitalares do DATASUS. Dados de efetividadeforam obtidos de ensaios clínicos controlados randomizados extraídos de revi-são e análise crítica da literatura nas fontes Medline, Cochrane e LILACS. Paraa análise de impacto orçamentário, o custo direto total por paciente foi multipli-cado pela população elegível ao tratamento. Análise de sensibilidade foi reali-zada com os itens de maior impacto no modelo, para testar a robustez do resul-tado. Estatística descritiva de variáveis contínuas foi expressa como média,mediana e desvio padrão. Resultados: O custo total, por paciente, do tratamen-to com amiodarona, em 1 ano, foi de R$ 691,82, enquanto que o custo com pro-pafenona foi de R$ 266,38. Em 5 anos, os custos com amiodarona e com propa-fenona foram de, respectivamente, R$ 1.639,12 e R$ 1.166,69. Os resultadosfavoráveis à propafenona foram, esencialmente, devidos à redução de internações.Quanto ao impacto orçamentário, considerando os pacientes elegíveis, a amio-darona e a profapenona custaram, em 1 ano, R$ 81.946.875 e R$ 31.552.615(economia de R$ 50.394.261) respectivamente. Conclusão: Este modelo suge-re que, pela perspectiva do SUS, utilizar propafenona na abordagem inicial depacientes com FA, sem cardiopatia estrutural, pode representar maior efetividadee menor custo que o uso da amiodarona.

92CUSTO-EFETIVIDADE E IMPACTO ORÇAMENTÁRIO DA PROPAFE-NONA VERSUS AMIODARONA NO TRATAMENTO INICIAL DA FI-BRILAÇÃO ATRIAL NO SISTEMA SUPLEMENTAR DE SAÚDE

Marcio Jansen de Oliveira Figueiredo, Thiago Rodrigues, Dalmo Moreira, Fran-cisco Darrieux, Leandro Zimerman, Denizar Araújo, Roberta Arinelli, Camila Pepe

Medinsight

Racional: A fibrilação atrial é a arritmia sustentada mais freqüente e em progres-siva prevalência, dado o envelhecimento da população. O tratamento da mesmadeve ser aprimorado constantemente, considerando-se também o custo-efetivi-dade das terapias. Objetivo: Elaborar análise de custo-efetividade e impactoorçamentário da propafenona versus amiodarona, no cenário do Sistema Suple-mentar de Saúde, em pacientes com fibrilação atrial sem cardiopatia estrutural.Métodos: Modelo analítico de decisão (Markov) foi elaborado para compararduasestratégias de tratamento. O desfecho do estudo foi “fibrilação atrial revertidasem internação”. Custos foram valorados em Real (R$), para o ano 2007 e retira-dos da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos(CBHPM). Dados de efetividade foram obtidos de ensaios clínicos controladosrandomizados extraídos de revisão e análise crítica da literatura nas fontesMedline, Cochrane e LILACS. Para a análise de impacto orçamentário, o custodireto total por paciente foi multiplicado pela população elegível ao tratamen-to. Análise de sensibilidade foi realizada com os ítens de maior impacto nomodelo, para testar a robustez do resultado. Estatística descritiva de variáveiscontínuas foi expressa como média, mediana e desvio padrão. Resultados: Ocusto total, por paciente, do tratamento com amiodarona, em 1 ano, foi deR$ 1.099,63, enquanto que o custo com propafenona foi de R$ 673,21. Em 5anos, os custos com amiodarona e com propafenona foram de, respectivamente,R$ 2.948,29 e R$ 2.042,90. Os resultados favoráveis à propafenona foram,esencialmente, devidos à redução de internações. Quanto ao impacto orçamen-tário, considerando os pacientes elegíveis, a amiodarona e a profapenona cus-taram, em 1 ano, R$ 40.753.727 e R$ 24.950.157 (economia de R$ 15.803.570)respectivamente. Conclusão: Este modelo sugere que, pela perspectiva do Sis-tema Suplementar, utilizar propafenona na abordagem inicial de pacientes comFA, sem cardiopatia estrutural, pode representar maior efetividade e menor custoque o uso da amiodarona.

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93ARRITMIA VENTRICULAR ESFORÇO-INDUZIDA: ANÁLISE DOS FA-TORES PREDITORES

Fatima Dumas Cintra, Dalva Poyares, Francisco Otavio Luiz, Dayse Macedo,Marcos Castro, Larissa Brailowsky, Sergio Tufik, Angelo de Paola

Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina

Introdução: As alterações fisiológicas que ocorrem com o exercício podemprecipitar arritmias ventriculares esforço induzidas (AVEI). O aumento nas cate-colaminas circulantes, a ativação do sistema nervoso simpático e a diminuiçãoda fração de ejeção podem levar ao no aparecimento dessa arritmia em pacientescom doença arterial coronária. Entretanto, os fatores relacionados à presença deAVEI em outras populações ainda não está totalmente esclarecida. Objetivo:Avaliar os parâmetros cardiopulmonares, ecocardiográficos, polissonográficose bioquímicos relacionados à AVEI em indivíduos sem doença cardíaca estrutural.Métodos: Foram avaliados consecutivamente indivíduos selecionados a partirdo banco de dados da disciplina de Medicina do Sono. Os participantes foramsubmetidos a avaliação clínica cardiológica, ecocardiograma bi-dimensionalcom Doppler (IE 33®), espirometria, teste cardipulmonar (VISTA®) e polisso-nografia basal. Foram excluídos indivíduos com IMC > 40 kg/m2, cardiopatiaestrutural, doença pulmonar, alterações motoras e/ou cognitivas e contra-indica-ções para o teste ergométrico. Estatística: Comparação entre os grupos ANOVAde uma via, nível de significância 0.05. Resultados: Trezentos e doze pacientesforam selecionados, 139 do sexo masculino com idade média de 50.74±7.51.Foram observadas AVEI em 6% da amostra (18 pacientes), os quais foram pareadospor sexo e idade com 18 pacientes controles sem arritmias ventriculares em umestudo caso-controle. Os parâmetros polissonograficos e bioquimicos não apre-sentaram diferenças. A saturação de oxigênio no pico do esforço foi significati-vamente menor no grupo com AVEI quando comparados com o grupo controle,respectivamente. (92.75±3.05 95.50±1.73 p=0.01). A saturação basal antes doesforço foi similar entre os grupos. O diâmetro da aorta foi maior no grupo comAVEI (3.44±0.30, 3.16±0.36 p=0.04). Conclusão: O diâmetro da aorta e a menorsaturação de oxigênio no pico do esforço parecem estar relacionados com oaparecimento de arritmia ventricular durante o esforço.

94DENERVAÇÃO SIMPÁTICA MIOCÁRDICA REGIONAL COMO SUBS-TRATO ARRITMOGÊNICO PARA ORIGEM DE TAQUICARDIA VEN-TRICULAR SUSTENTADA NA CARDIOPATIA CHAGÁSICA

Carlos Henrique Miranda, Marcelo Garcia Leal, Elerson Arfelli, AlexandreBaldini de Figueiredo, Antônio Osvaldo Pintya, Adilson Scorzoni, Jairo RosaSilva Júnior, Benedito Carlos Maciel, José Antônio Marin Neto, Marcus ViníciusSimões

Divisão de Cardiologia - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina deRibeirão Preto - USP - Ribeirão Preto, SP - Brasil.

Denervação simpática (DS) miocárdica regional pode ocorrer nas fases maisincipientes da cardiopatia chagásica (CC). As arritmias ventriculares (ARV) sãocaracterística marcante nesta entidade. Estudos demonstraram que a DS podecontribuir para origem de ARV. O objetivo foi avaliar associação entre DS e ARVsustentada nesta cardiopatia. Métodos: Foram estudados pacientes com CC efração de ejeção (FEVE) > 35% divididos em 2 grupos: Arrítmico (n=13, 62±8anos, FEVE: 53±7%) apresentando taquicardia ventricular sustentada (TVS)espontânea (77%) ou induzida no estudo eletrofisiológico na investigação desíncope (33%) e Grupo Não Arrítmico (n=9, 55±9 anos, FEVE: 55,8±10%) semdocumentação de TVS espontânea ou induzida. Os pacientes foram submetidosa cintilografia miocárdica com Meta-iodo-benzil-guanidinina-123 Iodo (MIBG),para determinação da inervação simpática, e perfusão em repouso com 99mTC-MIBI (MIBI), para determinação de viabilidade miocárdica. As imagens foramanalisadas por dois observadores em modelo de 17 segmentos. Escores semi-quantitativos da intensidade regional de captação dos traçadores (0=normal,4= ausência de captação) foram atribuídos a cada conjunto de imagens. A somados escores do MIBI quantificou a extensão/gravidade da fibrose (FI), e a diferençaentre somas dos escores do MIBG e MIBI correspondeu à extensão do miocárdioviável exibindo DS. Resultados: Não se observou diferença significativa nosescores de FI entre os grupos Arrítmico (7,33±7,6) e Não-Arrítmico (4,69±5,5),P=0,35. O escore de DS foi significativamente maior no grupo Arrítmico (19±7,6)em relação ao grupo não arrítmico (4,0±7,38) P=0,0002. O escore de DS > 12associou-se positivamente com a presença de TVS (OR: 26.6, 95% Intervalo deconfiança: 2,3-308, P=0,0075). Conclusão: A DS é um possível mecanismoarritmogênico na CC. O escore de DS pode ser um instrumento para estratificaçãode risco de ARV nesta cardiopatia.

95ASSOCIAÇÃO ENTRE FIBRILAÇÃO ATRIAL ISOLADA E POLIMOR-FISMOS DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA E GENE DEANGIOTENSINOGÊNIO

Francisco Carlos da Costa Darrieux, Alexandre C. Pereira, Cristiano F. Pisani,Petherson S. Grativol, Raphael D. Silva, Milena F. Macatrão, Denise T. Hachul,Mauricio I. Scanavacca, José E. Krieger, Eduardo A. Sosa

Instituto do Coração - Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil

Racional: Apesar da possível agregação familiar na FA paroxística isolada, pou-cos estudos têm identificado marcadores genéticos para esta condição. Os genesdo Sistema Renina-Angiotensina (RAS) podem estar entre os genes de suscepti-bilidade da FA estrutural não-familiar e uma prévia associação entre o polimorfismodos genes da RAS e a FA tem sido descritos. Assim, estudamos a distribuição dospolimorfismos da ECA e do Angiotensinogênio (ANG) numa população de pa-cientes com FA sem cardiopatia estrutural. Material e Métodos: Foram estudados64 pacientes consecutivos com FA isolada (16 sexo fem. (25%), idade média de44,2 #6161711 anos). O grupo controle foi composto de 1576 indivíduos sele-cionados de uma população geral sem história de FA e sem cardiopatia (ProjetoMONICA). A amostra do grupo controle representa a estrutura genotípica geralda população brasileira. Os polimorfismos da ECA e ANG (conhecidos como:ECA I/D e polimorfismos M235T do ANG) foram genotipados pela técnica dePCR-RFLP em cada participante. Os dados demográficos de base foram obtidosdos casos e controles. O Equilíbrio de Hardy-Weinberg foi determinado peloteste do qui-quadrado. O teste do qui-quadrado foi usado para a comparaçãounivariada da freqüência dos genes e a análise de regressão logística foi feita paraa comparação multivariada. Resultados: Ambos os polimorfismos genotipadosestavam em Equilíbrio de Hardy-Weinberg nos casos e controles. A freqüênciados genótipos para o polimorfismos ECA I/D foi de 26.9% para o DD, 48.1% parao DI e 25% para o II nos casos afetados. Esta distribuição genotípica não foiestatisticamente diferente da observada na amostra de controle. Porém, para ogenótipo M235T do ANG, os pacientes com FA isolada apresentaram uma baixaprevalência do alelo 235T (p=0,002). A presença dos genótipos MT e TT para estemarcador genético esteve significativamente associada com baixo risco de desen-volver FA isolada, mesmo após ajustes para idade e sexo (ORMT= 0,45, p=0,01ORTT=0,34, p=0,004). Conclusões: Uma associação positiva entre ospolimorfismos M235T e FA isolada foi verificada em nosso estudo. Foi encontradauma associação positiva entre a presença do alelo 235M e um risco aumentadopara esta condição. Estes dados precisam ser replicados e estendidos. A investi-gação destes marcadores genéticos associados à FA pode fornecer melhor enten-dimento da fisiopatologia desta condição.

96HIPERATIVIDADE SIMPÁTICA EM CHAGÁSICOS COM ARRITMIAVENTRICULAR SUSTENTADA AVALIADA PELA CINTILOGRAFIACOM META-IODO-BENZIL-GUANIDININA-123IODO (MIBG)

Carlos Henrique Miranda, Marcelo Garcia Leal, Elerson Arfelli, Alexandre Baldinide Figueiredo, Antônio Osvaldo Pintya, Adilson Scorzoni, Jairo Rosa e SilvaJúnior, Benedito Carlos Maciel, José Antônio Marin Neto, Marcus Vinícius Simões

Divisão de Cardiologia - Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina deRibeirão Preto - USP - Ribeirão Preto, SP - Brasil.

A cardiopatia chagásica (CC) apresenta alta densidade de arritmias ventriculares(ARV). As ARV são desencadeadas em situações de estresse e têm variaçãocircadiana, isto sugere a participação do sistema nervoso simpático (SNS) comoimportante modulador. O objetivo foi avaliar a atividade simpática (AS) empacientes com CC e taquicardia ventricular sustentada (TVS) utilizando-se dacintilografia miocárdica com MIBG, visto que na maior parte dos estudos pré-vios, os métodos utilizados para este fim (variabilidade da FC) apresentam limi-tações devido associação comum de disfunção do nó-sinusal nesta população.Foram estudados pacientes com CC e fração de ejeção (FE) > 35% divididos em2 grupos: Arrítmico (n=11, 62±7 anos, FE: 52±7%) apresentando TVS espon-tânea ou induzida em estudo eletrofisiológico na avaliação de síncope e GrupoNão Arrítmico (n=8, 56±9 anos, FE: 54±10%) sem documentação de TVS espon-tânea ou induzida. Estes foram submetidos ao exame com MIBG, para determina-ção da AS cardíaca que foi analisada através da densidade média por pixel na áreacorrespondente ao coração (H) dividido pela densidade média por pixel nomediastino superior (M) nas imagens iniciais (10 min) e nas imagens tardias(3 horas) após a injeção do MIBG. A razão de washout (RW) correspondeu àrelação H/M (10 min) menos H/M (3 hs) dividido pela H/M (10 min). As drogasque interferem com AS foram suspensas, estes exames foram realizados no mínimo30 dias após o evento e sempre no mesmo dia da semana e no mesmo horário.Resultados: Observou-se uma tendência a menor relação H/M (3 hs) no grupoarrítmico (1,69±0,2) em relação ao não-arrítmico (1,93±0,30) P=0,05 e uma RWsignificativamente maior no grupo arrítmico (5,9±4,9%) em relação ao nãoarrítmico (-1,2±6,3%) P=0,01. Conclusão: Pacientes chagásicos com TVS apre-sentam AS mais intensa em relação aqueles sem TVS, sugerindo que o aumentoda AS possa ser um importante modulador das ARV na CC.

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Relampa 200821(4): 301-346.

97CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS, ELETROFISIOLÓGICAS E ABLA-ÇÃO DE PTS BRASILEIROS PORTADORES DE SD DE WOLFF-PAR-KINSON-WHITE E/OU VIAS ACESSÓRIAS OCULTAS

Iara Atie, W Maciel, E Andréa, N Araujo, R Cosenza, L Belo, L Siqueira, FMitidieri, L Fonseca, J Atié

UFRJ

Esse estudo foi proposto para analisarcaracterísticas clínicas, eletrofisiológicase a ablação por radiofreqüência de brasileiros portadores de vias acessórias(VA). O objetivo é descrever o número e a localização das VA em brasileirossubmetidos à ablação e a associação com outras arritmias, delinear o sucesso,geral e por localização, ecomplicações da ablação, além de correlacionar a apre-sentação clínica de taquicardia antidrômica (TA) com a presença de uma oumúltiplas vias acessórias (MVA). Foram analisados retrospectivamente 1465 ptconsecutivos portadores de VA que foram submetidos a estudo eletrofisiológicoe ablação. Os pt foram avaliados de acordo com o sexo, a idade, o número de VApor paciente, a localização das VA, a associação com outras arritmias, o sucesso,geral e por localização, ecomplicações da ablação, além da correlação da apre-sentação clínica de TA com a presença de uma ou MVA. Foram evidenciadas1540 VA, 66 pt (4,5%) demonstravam MVA, 36,6% das VA eram laterais esquer-das, 9,7% posteriores esquerdas, 26,4% posteroseptais, 10,2% na regiãomedioseptais, 5,1% anteroseptais, 10,6% laterais direitas e 1,4% posterioresdireitas. Foi identificada associação com outras arritmias em 9,9% dos pt, aTaquicardia por Reentrada Nodal foi evidenciada em 2% dos pt, o Flutter Atrialocorreu em 0,9% dos pt, a Fibrilação Atrial (FA) foi observada em 6,2% dos pte 0,8% dos pt apresentaram documentação de Fibrilação Ventricular (FV). Apresença de TA foi mais freqüente em portadores de MVA (18,2%). O sucesso daablação foi de 90,6% dos pt e de 90,8% das VA, com um procedimento. O sucessoespecífico foi de 94,3% na lateral esquerda, 92% na posterior esquerda, 88,2%na postero septal, 93,6% na médio septal, 76,9% na anteroseptal, 89% na lateraldireita e 86,4% na posterior direita. As complicações incidiram em 0,89% dos pte foram tratadas sem óbitos. Pode-se concluir que VA laterais esquerdas forammais prevalentes, a FA foi a arritmia associada mais freqüente e 12 pacientesapresentaram FV, a presença de TA se correlacionou com a presença de MVA e osucesso da ablação foi de 90,6% com 0,89% de complicações.

98CARACTERIZAÇÃO DAS CÉLULAS INTERTICIAIS TIPO-CAJAL NOÁTRIO ESQUERDO HUMANO

Ítalo Martins de Oliveira, Ítalo Martins de Oliveira, Bárbara de Oliveira,Maurício I. Scanavacca, Paulo Sampaio Gutierrez

Instituto do Coração/FMUSP

Introdução: As células intersticiais tipo-Cajal (CITC) podem estar envolvidasna gênese da fibrilação atrial como focos disparadores em células marca-passo.Porém, estas ainda foram pouco demonstradas no coração humano e sua funçãoainda é objeto de estudo. Objetivo: Caracterizar e demonstrar a presença dasCITC no átrio esquerdo humano. Método: Foram utilizados 2 corações de autóp-sias realizadas entre janeiro e junho de 2008, sendo realizados cortes teciduaisem átrios esquerdos de corações hum anos em seu encontro com a veia pulmonarsuperior esquerda, no trajeto médio da veia oblíqua do átrio esquerdo em suaparede posterior e no encontro com o “fat-pad” atrial direito posterior. Foramrealizadas reações de imunohistoquímica, utilizando anticorpos S100, CD 117(c-kit), CD 34 e vimentina, bem como microscopia eletrônica para diferenciaçãocom macrófagos e fibroblastos. Resultados: As CITC foram encontradas em quatrodos seis cortes realizados, com a característica de forte marcação específica paraCD 117 (c-kit), bem como para os demais marcadores sem especificidade. Sãocaracterizadas como tendo formas alongadas e de núcleo bem definido entre osmiócitos, no espaço intersticial. Conclusão: As CITC podem ser demonstradasno átrio esquerdo e indicam que seu estudo micromorfológico e fisiológico emcorações hum anos pode ter grande importância na fisiopatologia da fibrilaçãoatrial.

99TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DE TAQUICARDIA VENTRICU-LAR POLIMÓRFICA CATECOLAMINA DEPENDENTE COM TEME-PESTADE ELÉTRICA

Alexsandro Alves Fagundes, Alexsandro Fagundes, Luiz Pereira Magalhães,Marcelo Russo, Edvaldo Xavier Jr

Fundação Hospital de Cirurgia-SE e Hospital Português-BA

Relato de caso: TCC, 15 anos, sexo masculino, procedente de Lagarto-Sergipe,foi avaliado por quadro de síncope recorrente aos esforços. À avaliação inicial,apresentava ECO e ECG basais normais. O teste ergométrico foi interrompidodevido a arritmia ventricular repetitiva no pico do esforço. Mesmo em uso debeta-bloqueador, apresentava recorrências. Foi submetido a estudo eletrofisio-lógico invasivo com indução de taquicardia ventricular polimórfica após infu-são de Isoproterenol. Foi submetido a implante de CDI bicameral Atlas DR StJude e mantido em uso de Atenolol. Evoluiu com taquicardias ventricularespolimórficas recorrentes detectadas em zona de FV. Tais episódios só foram eli-minados após introdução de Verapamil 160 mg/dia

100COMPARAÇÃO ENTRE OS TIPOS DE RESPOSTA DO TESTE DE MESAINCLINADA NÃO SENSIBILIZADO E SENSIBIIZADO COM DINITRA-TO DE ISOSSORBIDA EM DOIS BANCOS DE DADOS

César Augusto Angeli de Lima, Ricardo Habib, Dalmo Moreira, RogérioAndalaft, Danielle Lima, Christian Luize, Fabiano Pegas, Georgina Abreu, Cláu-dia Fragata, Jaime Aramayo

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Fundamento: O teste de mesa inclinada (TMI) tem uma positividade de cerca de40% para diagnosticar síncope de origem neurocardiogênica (SNC). O sucessodiagnóstico pode ser influenciado pela sensibilização com dinitrato de isos-sorbida (DI). Não se sabe, entretanto, se a utilização deste fármaco pode influen-ciar no resultado do tipo de síncope ao TMI, ou seja, maior tendência à formacardiodepressora, vasodepressora, ou mista. Existe na literatura dados que su-gerem maior refratariedade ao tratamento em pacientes com resposta vasode-pressora (RVD). Nossa análise visa comparar os tipos de resposta entre os 2protocolos. Objetivo: Comparar os tipos de resposta ao TMI sensibilizado(TMIS) com DI com os resultados obtidos com o TMI não sensibilizado (TMINS).Material e Métodos: Num período de 12 meses 189 pacientes foram submetidosao TMINS que compreendia um protocolo de 10 minutos em posição supina(PS) seguido de inclinação a 70 graus por 45 minutos, ou até a positivação doexame. Um segundo grupo composto de 88 pacientes foi submetido ao TMISnum período de 6 meses, cujo protocolo compreendia 10 minutos em PS seguidosde 30 minutos em posição inclinada a 70 graus. Caso não houvesse positivaçãoera administrado DI 1,25 mg SL seguindo de inclinação por mais 15 minutos, ouaté a positivação do exame. Em ambos os grupos os pacienes tinham característicasclínicas similares e história típica de SNC. Resultados: Dos 189 pacientessubmetidos ao TMINS, 59 (59%) positivaram o exame, contra 41 (41%) dos 88pacientes submetidos ao TMIS, com diferença estatisticamente significativa(p=0,013). Dos que positivaram sem sensibilizar, a RVD ocorreu em 3,7% contra11,7% dos que sensibilizaram e positivarm (p=0,005). Conclusão: o TMIS comDI 1,25 mg SL aumentou a positivade do TMI produzindo mais freqüentementea resposta do tipo vasodepressora.

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102CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS IDENTIFICAM ALTERAÇÕES ELE-TROCARDIOGRÁFICAS DE ALTO RISCO EM PACIENTES COM LÚ-PUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

Ricardo Alkmim Teixeira, Martino Martinelli, Eloisa Bonfa, Eduardo Borba,Silvana Nishioka, Anisio Pedrosa, Roberto Costa, Eduardo Sosa

Instituto do Coração (InCor) HC FMUSP

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença auto-imune que podeacometer qualquer órgão/sistema. Alterações cardíacas são variáveis e sínco-pes/morte súbita têm sido relatados secundário a distúrbios do sistema decondução (DSC). 20% dos pacientes (pac) podem apresentar DSC graves, masassociações clínicas, laboratoriais e terapêuticas não são conhecidas. Objeti-vo: Identificar características clínicas, laboratoriais e terapêuticas que se re-lacionam a alterações de alto risco ao ECG em pac com LES. Métodos: Estudoprospectivo, não-randomizado, transversal, aberto, com pac consecutivos entrejulho/2005 e julho/2006. Excluidos portadores de marcapasso, cirurgia cardía-ca prévia, cardiopatia Chagásica/Isquêmica/Idiopática. Todos realizaram ECGem busca de bradic (<50 bpm), taquic (<100 bpm), BAV, distúrbios de condu-ção ventricular (DCV) (QRS>120 ms), QT longo (QTc>500 ms/QTcD>65 ms).Variáveis analisadas: idade, gênero, tempo de LES, uso de Cloroquina (CLQ),massa corpórea, HAS, atividade lúpica (SLEDAI), IRC, miocardite, ICC, dosa-gem de FAN, C3/C4, PCR, VHS. Estatística: Mann-Whitney, Pearson, qui-quadrado, razão de verossimilhança e Fisher. Resultados: 325 pac foram ava-liados (idade 40,7 anos 91% mulheres). Alterações encontradas ao ECG(20,7%): BAV(5) bradic(4) taquic(5) DCV(8) QT longo(45). Pac com maisidade tiveram mais anormalidades (p=0.001), maior PRi (p=0.029), mais DCV(p<0.001) e QTc (p= 0.039). VHS também se relacionou a mais alterações(p=0.011). Critérios para miocardite foram encontrados em pac com maior FC(p=0.05). O não-uso de CLQ (p=0.01) ou curto período de uso (p=0.018) foramrelacionados ao aumento do PRi. Homens tiveram mais DCV (p=0.034) assimcomo os pac com anticorpo anti-cardiolipina (p=0.03). Conclusão: Diversosmecanismos são responsáveis por alterações do ECG em pac com LES. Maioridade e VHS alterado estão mais relacionados a tais alterações. Ao contráriode algumas publicações, início precoce de CLQ pode prevenir BAV provavel-mente devido aos efeitos benéficos na evolução da doença. Homens e comanticorpos anti-cardiolipina no sangue estão mais propensos a DCV.

103ASPECTOS ELETROCARDIOGRÁFICOS DA ENDOMIOCARDIOFI-BROSE. CORRELAÇÃO COM O PADRÃO DE ACOMETIMENTO MIO-CÁRDICO

Juliano Rasquin Slhessarenko, Juliano Rasquin Slhessarenko, Gustavo Bellini,Renato Borges Filho, Abilio A. F. Filho, Edileide B. Correia, Faustino F. A. C.Franca, Dalmo A. R. Moreira, Clizenaldo Torres Jr

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Introdução: A endomiocardiofibrose (EMF) é caracterizada por fibrose das viasde entrada dos ventrículos direito e esquerdo, podendo acometervalvas atrio-ventriculares. As alterações eletrocardiográficas (ECG) são freqüentes, porémpouco estudadas. Objetivos: Verificar correlações entre os achados eletrocardio-gráficos e o padrão de acometimento ventricular da doença. Metodologia: Es-tudo retrospectivo, com 47 ECGs de pacientes com EMF, diagnóstico confirma-do por ventriculografia e/ou ecocardiograma. Analisados por médico eletrocar-diografista, sem o conhecimento do diagnóstico e previamente a cirurgia. Asvariáveis quantitativas foram analisadas por média e desvio padrão evariáveisqualitativas por número de pessoas e percentuais. As associações tipo de EMFcom os demais utilizou-se tabelas cruzadas e teste de qui-quadrado ou testeexato de Fisher. Resultados: A média de idade foi 50,2 anos, a maioria sexofeminino (68,1%) e acometimento biventricular (BV) de 38,3%, 34% ventrículodireito(VD) e 27,7% ventrículo esquerdo(VE). Pela análise eletrocardiográfica63,8% apresentavam ritmo sinusal e fibrilação atrial(FA) 36,2%, 65,3% com sobre-carga ventricular(biventricular 6,4%), 34% com sobrecarga atrial (biatrial 10,6%),27,7% com zona inativa, 19,1% bloqueio de ramo direito, 4,3% bloqueio de ramoesquerdo e 44,7% com alteração da repolarização ventricular. A cirurgia foi reali-zada em 46,8% dos pacientes. De todasvariáveis analizadas e correlacionadas como tipo de acometimento ventricular, apenas a sobrecarga ventricular esquerda foia que se associou com a EMF do ventrículo esquerdo (p=0,047). Não houverelação entre o tipo de acometimento da EMF e sobrecarga atrial (p=0,588), pre-sença de área inativa ao ECG (p=0,588), bloqueio completo de ramo ou divisional(p=0,868), FA (p>0,05) e realização de cirurgia (p=0,106). Conclusão: Nos pa-cientes com diagnóstico de EMF, confirmados clínica e por métodos de imagem,somente aqueles com envolvimento do ventrículo esquerdo observa-se maiorprevalência de sobrecarga ventricular esquerda.

101SÍNCOPE DE INÍCIO RECENTE EM PACIENTE JOVEM

André Assis Lopes Do Carmo, Francisco C. C. Darrieux

INCOR

M. A. F. R., 20 anos, sexo feminino, solteira, balconista. A paciente compareceuao ambulatório no ano de 1993 com queixa de 2 episódios de síncope convulsivaocorridos no último mês e precedidos de palpitações taquicárdicas. O primeiroepisódio ocorreu com a paciente em posição ortostática e o segundo em decúbitodorsal. O exame físico não mostrou alterações e não havia história familiar demorte súbita precoce. O ECG de entrada está representado na figura 1. A paci-ente foi admitida na enfermaria para investigação. Foram realizados ECO, TE,ECG-AR, dosagem de eletrólitos séricos e CT de crânio que não mostraramalterações. O Holter mostrou apenas 1 extra-sístole ventricular e o EEF comestimulação programada e infusão de isoproterenol não induziu arritmia. Apaciente recebeu alta em uso de propranolol 20 mg 3x dia. Um ano depois, du-rante o velório de seu irmão, apresentou nova síncope convulsiva prolongadae somente no dia seguinte compareceu ao ambulatório para reavaliação. Apesarde o novo ECG não apresentar alterações, a paciente foi prontamente encami-nhada para o Pronto Socorro e durante a monitorização inicial apresentou vá-rios episódios de TVNS polimórfica (figura 2). Naquela mesma noite evoluiucom 3 PCRs em FV, sendo posteriormente encaminhada para UTI. Após revisãoextensa do caso e da literatura, particularmente da publicação por Leenhardt em1994 de uma variante da torsade de pointes relacionada a extra-sístole deacoplamento curto (figuras 1 e 2), decidiu-se por substituir o B-bloqueador porverapamil em altas doses e pelo implante de CDI, que naquela época - 1995 -exigiu grande empenho da equipe médica, dos familiares e até da imprensa. Des-de então a paciente experimentou apenas 1 choque apropriado do CDI, relacio-nado à suspensão inadvertida do verapamil. Conclusão: Taquicardia ventricularpolimórfica relacionada a extra-sístole com intervalo de aclopamento curto.

104FLUTTER ATRIAL TÍPICO EM CRIANÇA: UMA RARA ABORDAGEMROBERTO CHAIM BERBER, CRISTIANO DIETRICH, STEVIE HOR-BACH, PAULO COSTA, RICARDO CURADO, CLAYSA KAWANAMI,VERUSKA HERNANDES, BRUNO VALDIGEM, CLAUDIO CIRENZA,ANGELO DE PAOLA

Escola Paulista de Medicina - UNIFESP

Introdução: Flutter atrial é incomum em pacientes pediátricos que não apresen-tam cardiopatia. No período neonatal, o tratamento clínico é efetivo para o controleda freqüência cardíaca e recuperação do ritmo sinusal, sem relatos de recorrênciadescritos na literatura. Até o momento, a ablação por cateter nunca havia sidorelatada para o tratamento do flutter atrial nestes casos. Relato de Caso: Criançacom 1 ano e 6 meses, pesando 10,5 kg, com diagnóstico de flutter atrial intra-útero, foi encaminhada por flutter atrial recorrente com evolução para taquicar-diomiopatia. Após o nascimento, o flutter atrial foi controlado com cardioversãoe amiodarona, porém com recorrência. No holter de 24 horas, ficou demonstradaa persistência da arritmia com freqüência cardíaca média de 136 bpm. Ecocar-diograma seriados demonstraram moderada dilatação ventricular e disfunçãosistólica do ventrículo esquerdo. Como apresentava refratariedade ao tratamen-to clínico e evolução para taquicardiomiopatia, foi encaminhada para ablaçãocom cateter. O estudo eletrofisiológico demonstrou um flutter atrial típico anti-horário com interrupção durante a realização de linha de bloqueio no istmocavotricuspideo com bloqueio bidirecional. Nenhuma complicação foi observadadurante ou após o procedimento. O paciente mantém acompanhamento clínicohá 6 meses sem recorrência da arritmia e recuperação da função ventricular. Dis-cussão: Flutter atrial é uma causa incomum de arritmias na população pediátrica.Taquiarritmias atriais por reentrada são mais comumente relacionadas à presençade cardiopatia congênita. A taxa de incidência de flutter atrial isolado é muitobaixa e apresenta boa evolução com restabelecimento do ritmo sinusal antes doprimeiro ano de vida. Ablação, nesse caso, foi eficaz e segura.

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105A IMPORTÂNCIA DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL PARA O AUTO-CUIDADO NA MANUTENÇÃO DE NÍVEIS TERAPÊUTICOS DE ANTI-COAGULAÇÃO EM PACIENTES COM FIBRILAÇÃO ATRIA

Clarissa Novakoski, Benhur D Henz, Simone N dos Santos, Andre R Zanatta,Thayomara Rf da Silva, Jose R Barreto, Tamer Seixas, Osorio L Almeida, Paula MGoncalves, Luiz R Leite

Grupo de estudos de arritmias cardiacas - Fibrilação Atrial, HDBF

A ACO como tratamento de escolha para a prevenção de eventos tromboembólicosem portadores de FA já está consolidada. Os ambulatórios especializadosinterdisciplinares na assistência destes pacientes estão cada vez mais presentesna prática clínica e, podem ser efetivos no controle dos níveis terapêuticos deINR. Porém, a participação ativa dos pacientes é fundamental para alcançar aefetividade do tratamento. O objetivo deste trabalho foi demonstrar a experiênciainicial do uso da teoria do auto-cuidado (Teoria de Oren) na consulta de ACOrealizada pela enfermeira. Método: Em um hospital escola de Brasília, ondeacontece o ambulatório semanal de FA e anticoagulação, os pacientes comindicação do uso de terapia anticoagulante são encaminhados para a consultae acompanhamento intensivo de ACO realizada por enfermeira. São realizadasorientações específicas para o auto-cuidado. Na primeira consulta os pacientesrecebem aula individual sobre dieta, interações medicamentosas, importânciado uso correto e contínuo de medicações. Associado a esta aula, recebem manualde orientações formulado pela equipe. Mensalmente é realizado, em grupo, reforçodas orientações, esclarecimento de dúvidas e compartilhamento de experiências.Resultados: Durante os 4 meses de existência inicial do ambulatório estãosendo acompanhados 44 pacientes. Deste grupo somente 9% apresentou baixaadesão ao acompanhamento e tratamento intensivo. No grupo com boa aderência75% dos pacientes mantiveram-se na faixa terapêutica num seguimento médio de3.2±0.8 meses. Não ocorreram complicações relacionadas ao uso de ACO duranteo seguimento. Conclusão: Os resultados iniciais deste trabalho demonstram aimportância da equipe multiprofissional na orientação dos pacientes, do uso deteorias para melhor entendimento da doença e adesão ao tratamento, e da inserçãodo paciente no seu tratamento para um melhor controle dos níveis de ACO.

106A IMPORTÂNCIA DE AMBULATÓRIO MULTIPROFISSIONAL ESPE-CIALIZADO DIRECIONADO AO MANUSEIO DE PACIENTES COM FA:RESULTADOS INICIAIS

Clarissa Novakoski, Benhur D Henz, Thayomara Rf Da Silva, Paula M Goncalves,Andre R Zanatta, Jose R Barreto, Tamer Seixas, Osorio Lr Almeida, Simone N dosSantos, Luiz R Leite

Grupo de Estudos em Arritmias Cardiacas - Fibrilação Atrial, HBDF

Introdução: A anticoagulação oral é o tratamento de escolha para a prevençãodos eventos tromboembólicos. Ambulatórios especializados em FA e nomanuseio da anticoagulação podem ser úteis para um melhor controle dos níveisterapêuticos de ACO e para controle desta arritmia. O objetivo deste estudo édescrever a experiência inicial de ambulatório especializado em ACO e FA naotimização do tratamento de pacientes. Método: Em um hospital escola, foimontado ambulatório multiprofissional semanal para avaliação e acompanha-mento de pacientes portadores de FA. Os pacientes com FA são acompanhadospor médicos eletrofisiologistas. Os pacientes com indicação de ACO, recebemorientações específicas de enfermeira sobre o uso de anticoagulantes, auto-cui-dado, identificação de complicadores e realizam acompanhamento intensivo paraotimização dos níveis de ACO com base no INR. Resultados: Foram avaliados81 pacientes sendo 45% do sexo feminino com diagnóstico de FA, idade médiade 60±12 anos e FE de 56±16% e AE 42±9 mm. Cinquenta e sete por cento dospacientes apresentava-se em CF I (NYHA), 35% CF II, 8% CF III. Treze pacienteseram CHADS2 2, 10 CHADS2 3, 3 CHADS2 4, 1 CHADS2 5 e 5 FA valvar.Vinte e quatro pacientes utilizavam ACO previamente e 26 iniciaram após ava-liação ambulatorial. Durante um seguimento médio inicial de 3.2±0.8 m 75%dos pacientes mantiveram-se na faixa terapêutica. Conclusão: Os resultadosiniciais deste ambulatório demonstram a importância de formação de ambulató-rios especializados interdisciplinares para a otimização terapêutica e acompa-nhamento dos pacientes com FA e em uso de anticoagulação oral.

107FAMÍLIA COM SÍNDROME DE QT LONGO CONGÊNITO: SEGUIMEN-TO EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Camila de Magalhães de Sá, Marcella Flores, Oto Santana, Jussara Pinheiro,Luiz Magalhães

Setor de Arritmia, Unidade de Cardiologia do Hospital Universitário Prof.Edgard Santos

Fundamento: Síndrome do QT Longo (SQTL) congênita é um distúrbio here-ditário associado a mutações gênicas que afetam os canais iônicos. Intervalo QTcorrigido maior que 0,44 segundo aumenta o risco de arritmias ventricularespotencialmente letais. A maioria dos pacientes com SQTL é assintomática, sen-do identificada pelo eletrocardiograma (ECG), porém pode-se observar sínco-pe, palpitações e história familiar de Morte Súbita (MS).Objetivo: Descrever apresença da SQTL através da análise de ECG e história familiar de morte súbita,em membros de uma família acompanhada em hospital universitário. Delinea-mento: estudo observacional.Pacientes e métodos: o estudo foi realizado com14 indivíduos de uma mesma família, com histórico de 4 casos de MS, com idadesentre 20 e 24 anos, através de entrevistas baseadas em roteiro pré-estabelecido,análise de eletrocardiograma de todos os membros da família e consulta a pron-tuários. Foram coletados os dados de idade, gênero, sintomatologia e tratamen-to. Resultados: A partir da análise do ECG foram identificados 6 indivíduoscom alteração da repolarização ventricular e intervalo QT corrigido que varioude 0,45 a 0,58 segundo. A faixa etária variou de 7 a 31 anos, sendo 3 do gênerofeminino. Pré-síncope esteve presente em 4, palpitações e síncope em 1. Umpaciente, masculino, 29 anos, recebeu Cardioversor Desfibrilador Implantável(CDI), como prevenção primária de morte súbita. Conclusão: Destacamos a im-portância do rastreamento clínico, sobretudo eletrocardiográfico, de indivídu-os com história familiar de morte súbita atendidos em ambulatório de hospitaluniversitário. O diagnóstico precoce de SQTL congênita possibilita intervençãoprofilática contra possível arritmia fatal.

108RASTREAMENTO E AVALIAÇÃO CLÍNICA DE FAMÍLIA COM CAR-DIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA

Marcella Pereira Flores, Camila Sá, Jussara Pinheiro, Oto Santana, Luiz Magalhães

Setor de Arritmia, Unidade de Cardiologia do Hospital Universitário Prof. EdgardSantos - UFBA

Fundamento: A Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH) é uma desordem cardíacagenética causada por mutações em genes que codificam proteínas do sarcômero.Manifesta-se com hipertrofia ventricular desde insignificante a extrema, envol-vendo principalmente o septo interventricular, podendo apresentar ou não obs-trução do trato de saída do ventrículo esquerdo. A maioria dos pacientes éassintomática, porém estes podem cursar com sintomas tais como dispnéia,precordialgia, síncope, e raramente podem apresentar morte súbita (MS).Objetivo:Descrever o seguimento clínico em ambulatório de hospital universitário, deuma família portadora de CMH familiar, levando em consideração os aspectosepidemiológicos, diagnósticos e seus achados característicos. Delineamento:Estudo observacional, coorte transversal. Pacientes e métodos: A partir dahistória de 4 casos de MS em uma mesma família, com idades entre 21 e 46 anos,foi realizado rastreamento de 3 irmãos sobreviventes através de consulta noambulatório de arritmia, ECG e ecocardiograma (ECO). Ao ECO houve predo-minância de CMH assimétrica não obstrutiva, e a espessura do septointerventricular (SIV) variou desde 14 mm (hipertrofia moderada) a 39 mm(hipertrofia severa), e a parede posterior de 7 a 11 mm. Uma irmã de 37 anosapresentava síncope, e ECO com SIV de 39 mm 1 irmão de 46 anos, apresentavapré-síncope e palpitações taquicárdicas, e ECO com SIV de 26 mm 1 irmão de 34anos, cursava com palpitações e ECO com SIV de 14 mm. Um paciente (46 anos)apresentou fibrilação atrial paroxística, sendo prescrito amiodarona. Dois pa-cientes com hipertrofia ventricular severa foram submetidos a implante decardioversor desfibrilador implantável (CDI) unicameral, como prevenção primá-ria de MS. Conclusão: Destacamos a importância do rastreamento e avaliaçãoperiódica em ambutório de hospital universitário de indivíduos com históriafamiliar de CMH, considerando-se que muitos portadores dessa desordem sãoassintomáticos.

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109FLUTTER ATRIAL MIMETIZANDO TAQUICARDIA VENTRICULARNO ELETROCARDIOGRAMA

Debora Lee Smith, Maria Zildany Pinheiro Távora, Niraj Mehta, Eduardo Dow-brava, Márcio Rogério Ortiz, Hélio Germiniani, Dalton Précoma, Cláudio LeinigPereira da Cunha

Eletrofisiologia Cardíaca do Paraná

Fundamento: O diagnóstico diferencial de taquicardica com QRS largo podeser feito em até 98% dos casos, quando devidamente aplicados os critérios deBrugada. Objetivo: Análise do eletrocardiograma (ECG) de superfície de FlutterAtrial com condução aberrante, com diagnóstico de taquicardia ventricular (TV)pelos critérios de Brugada. Método: Foram incluídos 4 pacientes (pts), todosdo sexo masculino, idade variando de 41 a 70 anos (média 55.2 anos), portadoresde taquicardia com QRS largo documentadas por ECG de 12 derivações. Afreqüência cardíaca (FC) variou de 270 bpm a 300 bpm (média=285 bpm). Todosos pts eram portadores de fibrilação atrial (FA) em uso de drogas antiarrítmicas(Ritmonorm em 3 pts e Amiodarona em 1 pt) na ocasião da taquicardia. A fraçãode ejeção pelo ecocardiograma variava de 63% a 67% (média=64.9%). Apósaplicação dos critérios de Brugada em todos os casos, a conclusão do diagnósticoeletrocardiográfico foi de que se tratava de TV: em 2 pts com padrão de bloqueiode ramo esquerdo (ausência de RS em um pt e padrão de dissociação ventrículo-atrial em outro) e nos outros 2 pts com padrão de bloqueio de ramo direito (ondaR pura em V1 e S>R em V6). Na seqüência todos os pts foram submetidos a estudoeletrofisiológico (EEF). Resultados: O EEF demonstrou em 2 pts a presença deflutter atrial típico e nos outros 2 pts diagnosticou-se flutter atrial atípicoenvolvendoveias pulmonares. Todos pts foram submetidos a ablação comsucesso: dois na região do ístmo cavo-tricuspídeo e dois a isolamento da veiaspulmonares. Em nenhum dos casos houve indução de TV com o emprego de até3 extra-estímulos em ápex e via de saída do ventrículo direito. Conclusões: 1.Flutter ou FA, na vigência de drogas antiarrítmicas, podem se manifestar comoflutter atrial com condução atrioventricular 1:1 e aberrância de condução compadrão morfológico que simula TV. 2. Taquicardias de origem supraventricularquando apresentam FC acima de 250 bpm podem mimetizar TV pelo ECG.

110INFLUÊNCIA DE INIBIDORES DA ENZIMA DE CONVERSÃO DA AN-GIOTENSINA NA INCIDÊNCIA DE FIBRILAÇÃO ATRIAL NO PERÍO-DO PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA

Renato Jorge Alves, Fabricio França, Rafael Piveta, Rodrigo Noronha, KenjiNakiri

Hospital Santa Cruz-SP, Hospital Beneficência Portuguesa-SP

Introdução: Fibrilação atrial (FA) é uma complicação frequente no pós-ope-ratório de cirurgia cardíaca e o uso de inibidores da enzima de conversão daangiotensina (ECA) pode diminuir a incidência desta arritmia. Contudo, esteefeito terapêutico não tem sido adequadamente avaliado em cirurgia cardíaca.Objetivo: Avaliar se o uso crônico e regular de agentes inibidores da ECA podediminuir a incidência de FA no periodo pós-operatório precoce de cirurgia car-díaca. Métodos: Estudo randomizado e retrospectivo, realizado em 109 pacien-tes submetidos à cirurgia cardíaca (revascularização miocárdica e/ou trocavalvar), 74,3% do sexo masculino, 21 a 81 anos de idade (média=58,6). Avaliou-se o uso crônico e regular de inibidores da ECA, por pelo menos 6 meses antesda cirurgia cardíaca. Os pacientes foram randomizados quanto aos fatores derisco para FA, características clínicas e medicamentos utilizados. Pacientes comFA prévia foram excluídos do estudo. Resultados: Dos 109 pacientes avalia-dos, 26 (23,8%) apresentaram FA no período pós-operatório, 12 (46,1%) usan-do diariamente algum tipo de inibidor da ECA e 14 (53,8%) não. Dos 58 paci-entes, que estavam em uso de inibidor da ECA, 10 (17,2%) tinham disfunçãosistólica de ventrículo esquerdo (VE), dos quais apenas um (10%) desenvolveuFA, enquanto em 48 (82,8%) indivíduos sem disfunção sistólica de VE, 11(22,9%) desenvolveram FA. Os 51 pacientes restantes, que não estavam em usode algum tipo de inibidor da ECA, 9 (17,6%) tinham disfunção sistólica de VE,dos quais 3 (33,3%) desenvolveram FA e 42 (82,3%), que não possuíam disfunçãode VE, 11 (26,2%) desenvolveram a arritmia. A presença de fatores de risco paradoença aterosclerótica (diabetes mellitus, dislipidemia e tabagismo), bem comode fatores de risco para FA, foram similares entre os grupos, demonstrando aequivalência das amostras. Conclusão: Estes resultados sugerem que o usocrônico e regular de inibidores da ECA parece reduzir a incidência de FA noperiodo pós-operatório precoce de cirurgia cardíaca apenas em pacientes comdisfunção sistólica de VE.

111ALTERAÇÕES DA FUNÇÃO AUTONÔMICA E TRÂNSITO INTESTI-NAL NA CIRROSE HEPÁTICA NÃO ALCOÓLICA. ASSOCIAÇÃO DIS-FUNÇÃO AUTONÔMICA COM OCORRÊNCIA COMPLICAÇÕES

Samir Idalo Junior, Samir Idaló Jr., Marcio J. O. Figueiredo, Fernando Piza,Cristiane Nagasako, Maria Apda Mesquita, Otavio R. Coelho

UNICAMP

Introdução: A prevalência e repercussões clínicas da disfunção autonômica(DA) na cirrose hepática não-alcoólica (CHNA) são controversos. A DA pode-ria estar associada com alterações da motilidade intestinal. Objetivos: Avaliara presença de DA em pacientes (pcts) com CHNA com graus de insuficiênciahepática variados e correlacionaralterações com a gravidade da CHNA, a asso-ciação com motilidade intestinal e complicações. Casuística: Foram estudados34 pcts com CHNA e 12 voluntários como grupo controle. Métodos: A análiseda VFC no domínio da freqüência (LF, HF) foi feita a partir de Holter com softwareespecífico. O estudo do trânsito orocecal (TTOC) foi feito pelo teste do H2expirado após ingestão de lactulose. A análise estatística foi feita pela análisede variância (ANOVA). Para comparações múltiplas, utilizou-se Teste de Tukey.O nível de significância foi de p<0,05. Resultados: Os resultados da VFC sãodemonstrados na Tabela. Os pcts com CHNA Child B/C apresentaram diminui-ção da LF e da HF em comparação com valores do grupo controle e com grupoChild A. Pcts do grupo Child B/C apresentaram TTOC mais lento em relação aogrupo controle e o grupo Child A. Após um seguimento médio de 13,8±4,2meses observou-se associação estatística entre alterações da VFC (HF, p<0,01)e incidência de encefalopatia hepática e óbito (mediana HF 102) em comparaçãocom sobreviventes do mesmo grupo (mediana HF 209 p=0,04). Não houve cor-relação entre valores do TTOC com parâmetros da análise da VFC, nem comocorrência de complicações. Conclusões: Pcts com CHNA apresentam altera-ções da VFC associadas com a gravidade da disfunção hepática. A DA influi noprognóstico da doença e predispor à ocorrência de encefalopatia e óbito. OTTOC está aumentado nesses pcts, e está associado com a gravidade da doençahepática, mas não com a ocorrência de complicações.

Variável Controles (n=12) CHILD A (n=13) CHILD B/C (n=21) p

HF 806±455 600±486 370±546 p=0,002LF 1269±567 1114±718 609±628 p=0,002

112PERFIL ARRITMICO DE PACIENTES HEXA, HEPTA, OCTA E NONA-GENARIOS SUBMETIDOS A ABLAÇÃO(A)

Eduardo Machado Andrea, Jacob Atié, Washington Maciel, Nilson Araujo, HécioAffonso, Luis G Belo, Leonardo Siqueira, Cláudio Munhoz, Rodrigo Cosenza,Lara Fonseca

HU-UFRJ, IECAC, Clinica São Vicente

Objetivo: Avaliar o perfil arritmico de pt com idade entre 60-97 anos submetidosa AR em nosso laboratório de eletrofisiologia. Material e Método: De 9128 ptsubmetidos a estudo eletrofisiológico (EEF), 3517 pt (35%) tinham idade supe-rior a 60 anos, dos quais 1599 pt (42%) fizeram AR. Os pt submetidos a AR foramdivididos em 4 grupos: GI-895 pt, idade 60-69 (hexagenarios), GII-557 pt, idade70-79 (heptagenarios), GIII-80-89 (octagenarios) e GIV-90-97 (nonagenarios).Não foi objetivo a análise do indice de sucesso da AR. Resultados: vide tabelaque separa os idosos por idade, sexo e arritmias ablacionadas TRN-taquicardiareentrante nodal AV, VA-via anomala, TA-taquicardia atrial, FluA-flutter atrial,FA-fibrilação atrial, TVVD-taquicardia do trato de saida do ventriculo direito,TVVE-taquicardia do trato de saida do ventrículo esquerdo, TVi-taquicardia ven-tricular intramiocardica, F-feminino, M-masculino. Conclusões: 1) O sexo femini-no predominou na AR de TRN, TA, TVVD e TVi na maioria dos grupos, 2) o sexomasculino predominou na AR de FluA e TVVE na maioria dos grupos, 3) A TRNfoi mais prevalente em pt 60-69, o FluA em 70-79 e >90 anos.

N 1599 pt GI GI GII GII GII GIII GIV60-69 60-69 70-79 70-79 80-89 80-89 90-9

F M F M F M M TRN 233 79 105 55 21 10 1 VA 25 37 13 9 1 1TA 26 13 13 9 6 5FluA 99 199 88 158 31 50 3FA 76 88 55 40 10 7TVVD 7 4 3 2TVVE 4TVi 4 11 1 6 1N pt 464 431 278 279 70 73 4% parasexo 51% 49% 50% 50% 49% 51% 100%

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113CAUSAS NAO CIRURGICAS DE BLOQUEIO ATRIOVENTRICULARDO SEGUNDO E TERCEIRO GRAU NA POPULAÇAO PEDIÁTRICA

Cristina Chaves dos Santos de Guerra, Cristina Guerra, Tamer Seixas, CandidoGomes, Lucia Sobral, Paula Macedo, Roseanne Almeida, Ana Eunice Prado,Luiz Schimin, Osório Almeida

Hospital de Base do Distrito Federal

Objetivo: Apresentar 8 casos de BAV em crianças de causas não cirúrgicas.Material e método: No período de janeiro 2005 a abril de 2008 foram diagnos-ticados 8 casos de BAV em crianças com bradicaria. A idade foi de 1 dia de vidaa 11 anos. Os ptes foram avaliados com história clínica, exame físico, ECG,Holter de 24 hs, ecocardiograma e exames laboratoriais: enzimas cardíacas, pro-vas de atividade inflamatórias, sorologias e provas específicas para Lupusneonatal (FAN, anti SSa-Ro e anti SSa-La). Resultados: Em 7 casos o BAV eratotal e em 1 caso era BAV do 2° grau do tipo 2: 1 fixo, todos com QRS estreitos.Em um caso o diagnóstico foi realizado no período da gestação, nos demaiscasos o diagnóstico foi realizado após o nascimento em investigação debradicardia. Em 4 casos foi diagnosticado lupus neonatal. Em 4 casos houveassociação com cardiopatia congênita (PCA, CIA e atresia tricuspide). Em 2casos não se chegou ao diagnóstico etiológico. Paciente e patologia associada;1 LN, CIA, BAVT E RINS POLICÍSTICOS; 1 LN, PCA E BAVT; 2 LN E BAVT;1 PCA E BAVT; 1 ATREIA TRICÚSPEDE E BAVT; 1 BAVT; 1 BAV 2: 1 FIXO.Conclusões: Na nossa população com BAVT o Lupus neonatal foi a causa maisfreqüente (50%) e deve fazer parte do diagnóstico diferencial. Houve uma asso-ciação de 50% dos casos com cardiopatia congênita, porém em metade dessescasos (25%) a cardiopatia foi fortemente sugestiva como causa do BAV. Em 25%dos casos de BAV não chegou a uma causa, sendo considerado primário.

116IMPLICATION OF PHRENIC NERVE, PULMONARY VEINS AND BAL-LOON DEVICE POSITIONING DURING BALLOON ABLATION OFRIGHT SUPERIOR PULMONARY VEINS IN DOGS

Benhur Davi Henz, Yasuo Okomura, Clarissa Novakoski, Andre R Zanatta, JoseR Barreto, Luiz R Leite, Douglas L Packer

Grupo de estudos de arritmias cardiacas-fibrilacao atrial, Mayo Clinic

Catheter-based balloon technologies were developed to simplify AF ablation.Initial enthusiasm for wide spread use of these syste ms brought a higher rate ofphrenic nerve (PN) injury. The mechanism underlying the cause of PN injury isunknown. Methods: Six dogs were studied. After the right thoracotomy, the realcourse of PN along the epicardial right atrial surface was mapped. The RSPVmappings were also percutaneously performed while pacing at 20 mA to allowfor diaphragm monitoring to assess the relationship between the real epicardialPN position and captured points within RSPV. After the completion of all maps,a laser balloon (26 mm) was inflated at the RSPV orifice, and 4-8 points aroundthe beam exit site of the balloon surface were then marked under fluoro and ICEguidance. Results: In 2 of 6 dogs, the PN was not captured within RSPV despitethe obtained 171 points (median 85.5 points per dog) during RSPV mapping.In 4 dogs, the PN was captured with the pacing threshold of 14.7±7.5 mA in 20of 252 (8%) mapping points (median 5 of 60 points per dog). The mean shortestdistance of RSPV and real PN position was shorter in the captured groups thanthat in the non-captured groups (5.0±1.6 vs. 10.9±1.8 mm, p<0.001). All cap-tured sites within RSPV were observed at a distance of >5 mm distal to the PVorifice. Beam exit points (33 points [median 5.5 points per dog]) of the inflatedballoon surface were positioned 4.8 mm (anterior)/1.3 mm (posterior) outside ofthe original RSPV surface previously mapped. This resulted in a closer distancefrom the real PN position to the beam exit points than its distance to the originalRSPV surface (7.5±3.3 mm vs. 9.3±3.0 mm, p<0.05). Conclusion: These datademonstrate the implication of PN capturing within RSPV and image distortionby balloon catheter. RSPV PN capturing suggests short distances from the PN,but capturing sites are distal in PV. Balloon inflation can shorten the distancefrom the energy exit sites to PN, but the balloon-placement outside the PVorifice may minimize the impact on the phrenic nerve.

114TEMPERATURE DISTRIBUTION AND HISTOLOGY THRESHOLDFOR SUCCESS WITH ULTRASOUND, LASER AND CRYOBALLOONABLATION FOR PERFORM PULMONARY VEIN ISOLATION

Charles Dalegrave, Charles Dalegrave, Benhur Davi Henz, Yasuo Okomura,Mark Kolasa, Dylan Miller, Susan Johnson, Claudio Cirenza, Angelo A. V. dePaola, Douglas L. Packer

Mayo Clinic Fundation - Universidade Federal de São Paulo

Introdução: Apesar do ultrasson (HIFU), laser e Crioenegia (CRIO) aplicadospor balão serem efetivos para ablação das veias pulmonares (VP), a temperaturatecidual e a patologia gerada pelo uso dessas energias ainda são desconheci-dos. A proposta desse estudo foi comparartemperaturas geradas agudamentedurante ablação das VPs e os efeitos teciduais no isolamento das VPs com essastrês diferentes energias em um modelo canino. Métodos: A ablação das VPs foirealizada via punção trans-septal usando introdutor deflectível longo 12-16 Fr.O isolamento elétrico das VPs foi confirmado com cateter circular de 10 pólos.As temperaturas foram registradas por thermocouples implantados na superfícieexterna das VPs e esôfago interno e externo. Resultados: Ablação com HIFU(balão de 24 mm) foi realizada em 8 VPSD em 8 cachorros, ablação com laser(20-25 mm) em 9 VPSD e 8 VPIE em 10 cachorros e CRIO (23 mm) em 5 VPID e10 VPIE em 10 cachorros. Não foram observadas complicações agudas nos pro-cedimentos. Uma relação exponencial entre a distância da superfície do balão ea temperatura registrada com cada energia foi observada (Figura 1). A patologiado isolamento circunferencial das VP eh mostrada na Tabela 1. Conclusão: Todastrês energias tiveram um comportamento exponencial da relação distâcia vs tem-peratura com lesão transmural no antro das VPs. Embora cada fonte de energiafoi altamente efetiva para isolamento das VPs, houve um variável efeito circun-ferencial com um limiar de 85% para efetividade do isolamento.

115MECHANISM OF TISSUE COOLING WITH CRYOENERGY DELIVERYTO PULMONARY VEINS: TISSUE TEMPERATURE DISTRIBUTIONAND CHRONIC ESOPHAGEAL EFFECTS

Charles Dalegrave, Benhur Davi Henz, Yasuo Okomura, Mark Kolasa, SusanJohnson, Dylam Miller, Claudio Cirenza, Angelo A. V. de Paola, Douglas L. Packer

Mayo Clinic Fundation - Universidade Federal de São Paulo

Introdução: O isolamento das veias pulmonares é efetivo para tratar FA, mascomplicações relacionadas ao procedimento ainda são uma limitação. Novasfontes de enegia têm sido desenvolvidas para minimizar essas complicações. Aproposta desse estudo foi avaliar a distribuição da temperatura (TEMP) nasVPs, no esôfago externo e interno agudamente e correlacioná-las com os efeitoscrônicos na parede esofágica com a utilização de crio-ablação das VPs com ba-lão. Métodos: Um balão de 23 mm para aplicação de crio-energia foi usado em 10cachorros através de um introdutor deflectível longo 12 Fr. A TEMP das VP edo esôfago foi registrada usando 7-9 thermocouples (TC) no epicárdio das VPse nas superfícies externa e interna do esôfago durante 2 ablações de 4 minutos.Resultados: Crio-ablação foi realizada em 15 VP (10 VPIE e 5 VPID). Durante1,7±0.6 ablações foram registrados 168 perfis de tempo-TEMP (6,4±2,4/PV).ATEMP tecidual mínima foi dependente da distância entre o TC e a superfície dobalão (Figura 1). As TEMPs mínimas alcançadas na superfície das VPs e doesôfago externo foram similares (6,9ºC±3,9 and 6,1ºC±24,8 respectivamente[P=NS]). Diminuição da TEMP no interior do esôfago ocorreu em 15 de 25ablações (60%), mas foi significativamente menos pronunciada que a externa(17,9ºC±13,3 e 6,1ºC±24,8 [p<0.05]). O exame macroscópico do átrio esquerdomostrou linhas de ablação de 4-7 mm de largura localizadas de 0-8 mm do óstiodas VPs. O exame histológico do esôfago mostrou ausência de fibrose ou inflama-ção na camada muscular e mucosa do esôfago. TodasVPs foram isoladas agudamen-te e 14/15 VPs (93%) cronicamente. Conclusão: Existe uma relação exponencialentre distância do local de ablação e temperatura tecidual alcançada. Apesar dacrio-ablação das VPs com balão causarem significativa diminuição da temperaturaesofágica externa, não foram observados sinais de injúria tecidual na sua camadamuscular. A Crio-ablação foi efetiva para o isolamento elétrico das VPs.

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118DEEP ABLATION OF CANDIDATE INTRA-SCAR VT CIRCUIT COM-PONENTS: EFFECT OF SCAR-PENETRATING ABLATION WITH ANOVEL, SALINE-IRRIGATED NEEDLE CATHETER SYSTEM

Benhur Davi Henz, Yasuo Okomura, Susan B Johnson, Clarissa Novakoski,Andre Zanatta, Jose R Barreto, Simone N dos Santos, Luiz R Leite, Douglas LPacker

Grupo de Estudos de Arritmias Cardíacas - Fibrilacao Atrial, Mayo Clinic

Introduction: The success of post-MI VT ablation may be limited by incompletescar penetration by standard RF energy. Therefore the histological outcome ofpenetration of preexisting infarct scar with deep saline-infusion needle ablationwas evaluated. Methods: Five chronic, infarcted (> 2 months) mongrel dogs(35-40 kg) underwent percutaneous catheter ablation within the LV using anovel saline-injection needle (8 mm x 20 gauge), catheter-based system. Constantpower at 40W was delivered for 90 sec via the saline infusion virtual electrode(10 ml/h at 50°C). Linear lesions were created through scar with electroanatomicmap and intracardiac ultrasound guidance. Detailed histologic outcome wasassessed at multiple sites one week after ablation in 4 dogs. Results: Longlinear lesions (48±12 mm) were successfully created with 5.8±1.3 energy de-liveries. Scar areas were traversed by 1.5±0.6 RF ablative lesions/dog. Eightythree percent of the lesions at scar sites were transmural, with a depth of 15.2±2.0mm, width of 17.8±2.7 mm and area of 210.5±27.4 mm2. Histologic area analysisshowed that 30% of tissue examined was old infarct scar, 62% was new ablativeinjury and 8% was normal myocardium. Channels of apparently viable myo-cardium with infarct scar comprised 4.4% of the tissue area, 89±22% of whichwere destroyed by the ablative lesions. This was also the case with deep channelsites. Conclusion: This preliminary study demonstrates that deep tissue ablation,with a virtual, saline-infused ablation tip penetrates sufficiently to eliminateresidual intra-scar channels of normal myocardium. This is of importance formore effective ablation of infarct related VT.

119VALIDATION OF AN INTEGRATED CONTACT SENSOR FOR GUIDINGABLATION WHILE ENHANCING SAFETY: ABSENCE OF PERFORA-TION WITH CONTACT SENSOR-GUIDED ABLATION

Benhur Davi Henz, Yasuo Okumura, Clarissa Novakoski, Andre R Zanatta, JoseR Barreto, Luiz R Leite, Douglas Packer

Grupo de estudos de arritmias cardiacas-Fibrilacao Atrial, Mayo Clinic

Although the feasibility of intracardiac navigation with the Hansen RoboticCatheter Sheath System has been reported, the potential for and mitigation ofexcessive catheter tiparatissue interface force has not been assessed. Methods:The utility of integrated contact sensing was investigated at 371 sites in theright and left atria in 5 dogs. The integrated contact sensing circuit was validatedby comparison with ICE-visualized contact. Resulting contact force generatedby ICE-guided catheter positioning and conversely, the visual catheter tipa-ratissue contact on ICE resulting from contact sensor-guided catheter mani-pulation were likewise examined for a series of generated contact forces. Results:At the time of ¡°no contact¡±, the sensor showed -0.4¡À2.1 gra ms ¡°minimalcontact¡± by ICE generated 4.7¡À5.8 gra ms ¡°consistent contact¡± produced9.9¡À8.6 gra ms and during ¡°tissue tenting¡± on ICE inspection, sheath contactgenerated 25.0¡À14.0 gra ms of force. When the contact sensor was used toguide catheter placement, <1 gram of force resulted in no apparent visual contactby ICE (0.1¡À0.3), 1-10 gra ms of applied force showed ¡°minimal contact¡±(1.3¡À0.5), 10-20 gra ms showed complete ¡°consistent contact¡± (2.1¡À0.5),and >20 gra ms showed ¡°tissue tenting¡± (3.0 ¡À0.2) (as established by visualcontact scores [0=¡°no contact¡±, 1=¡°minimal contact¡±, 2=¡°consistent contact¡±,3=¡°tissue tenting¡±]). Additional analysis demonstrated that the best appliedforce cut off for achieving ¡°tissue tenting¡± was ¡Ý16 grams with ¡°consistentcontact¡± predicted by 6-16 gra ms, ¡°minimal contact¡± predicted by 2-6 gra ms,and ¡°no contact¡± was predicted by <2 gra ms of contact pressure. Within allthe studied categories of strong force ¡Ý16 gra ms (26.8¡À9.6 gra ms, range 16-56 grams), perforation was not seen. Conclusion: The contact sensor showedoutstanding concordance between actual visualized catheter tiparatissuecontact, displayed by these calculated contact ranges for establishing the desiredcatheter tiparatissue contact. These data also support a reasonably large safetymargin mitigating perforation.

120APLICAÇÃO DE CÉLULAS-TRONCO DE MEDULA ÓSSEA(CTMO)AUTÓLOGAS EM PACIENTES COM MIOCARDIOPATIAS: ACOMPA-NHAMENTO DE 24 MESES

Oswaldo Tadeu Greco, Jose Luiz Baltazar Jacob, Roberto Vito Ardito, MiltonArtur Ruiz, Mario Roberto Lago, Adelino Parro Junior, Adriana B. Santos, AnaCarolina de Abreu, Rafale Lois Greco, Roberto T Takeda

IMC-Instituto de Moléstias Cardiovasculares-HMC-Hospital de MoléstiasCardiovasculares

Introdução: O implante de CTMO tem sido preconizado como uma terapia re-paradora e adjuvante no tratamento de doenças cardíacas e abriu uma nova erana conduta de cardiopatias. A infusão, por via intracoronariana ou intramio-cárdica de CTMO em miocardiopatas terminais com fração de ejeção (FE) depri-mida é segura e propicia melhora objetiva dos pacientes (pts). Material e Mé-todos: 15 miocardiopatas foram submetidos a tratamento com CTMO no períodode abril de 2005 a abril de 2007. A idade variou de 47 a 76 anos (DP=8,4) commédia de 63,3 anos, mediana de 65 anos e 10 (66,67%) homens. Em relação à etio-logia, 05 (33,33%) apresentavam cardiomiopatia dilatada idiopática, 01 (6,67%)era chagásico e os 09 (60,0%) restantes eram coronariopatas. Com relação à viade administração para implante de CTMO, 09(60,0%) pts. receberam por viaintramiocárdica (minitoracotomia esquerda) e 06(40,0%) receberam por viaintracoronária. Foram feitas análises estatísticas para avaliar a evolução clínicacomparando-se a Classe Funcional e a FE (Ecocardiograma)pré e pós implantes.Resultados: Dos 15 pts. estudados, 02 (13,33%)(minitoracotomia) foram à óbito:um após 13 meses por Infarto Agudo do Miocárdio e o outro após 14 meses porICC refratária. A aplicação do teste não paramétrico de Wilcoxon para avaliar aevolução (pré-pós) dos valores da FE (ECO) para cada via de acesso permitiuconcluir que não houve diferença estatisticamente significante (pré/mediana41/27% e pós/mediana 47/29%). No tocante à classe funcional a melhora foimais evidente, uma vez que ao final de 24 meses, apenas um paciente permaneceuna classe IV. Conclusão: O procedimento é seguro, sem efeito colateral e aparen-temente promissor, apesar de não haver diferença estatística em relaçãovias deadministração e da FE, houve baixa mortalidade com melhora da classe funcional.

117RELATIONSHIP BETWEEN DIRECTLY QUANTITATED TISSUE HEA-TING AND ESOPHAGEAL INJURY DURING FOCUSED LASER ABLA-TION

Benhur Davi Henz, Yasuo Okomura, Dylan Miller, Clarissa Novakoski, AndreZanatta, Jose R Barreto, Susan B Johnson, Luiz R Leite, Douglas Packer

Grupo de Estudos em Arritmias Cardiacas - Fibrilacao Atrial, Mayo Clinic

Balloon based AF ablation using alternative energies is effective for isolatingpulmonary veins (PVs). Although, thermal related esophageal complicationsmay occur, esophageal wall (ESO) collateral tissue heating during laser balloonPV ablation has not been evaluated. Methods: PV and ESO temperatures wererecorded via 4-6 thermocouples (TC) implanted at the LIPV os and external ESOwall in 9 dogs during ICE and fluoro guided energy deliveries. Results: Fourlaser deliveries in 90°sections were required for “ideal” PV isolation. Maximumexternal ESO temperature recording during 8.7±2.6 (range, 4-14) LIVP energydeliveries were significantly higher than the internal ESO temperature(48.4±11.6 0C vs 39.6±3.6 0C, p=0.04) at a mean distance of 7.7±4.6 mm and11.3±4.1 mm (p=ns) [Table]. Time to peak temperature was significantly longerat internal vs. with external ESO (75.7±19.1 sec vs 61.6±2.4 sec p=0.04) sites,with no correlation between internal and external ESO sites (r=0.329, p=n.s).Histological analysis showed acute injury in 5/9 dogs, with transmural injuryin 2/5 and injury involving 50-90% of the esophageal wall in 2/5 dogs. Injurywas directly related to the external temperatures and inversely related to thedistance from the balloon exit beam. Conclusions: Acute esophageal injuryrelated to temperatures achieved in the external ESO wall may occur with laserballoon ablation. Internal ESO temperatures are not good predictors of ESOheating. Nevertheless, chronic studies will be required to determine if thesefindings are clinically relevant.

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122ASSOCIAÇÃO DE DISFUNÇÃO SINUSAL CONGÊNITA, CARDIOPATIAE INTERVALO QT LONGO EM CRIANÇAS COM PARENTESCO DE 1ºE 2º GRAU

Cristina Chaves dos Santos de Guerra, Cristina Guerra, Tamer Seixas, CandidoGomes, Luiz Schimin, Rosenne Almeida, Paula Macedo, Vivian Uebe, AnaEunice Prado, Osório Almeida

Hospital de Base do Distrito Federal

Objetivo: Apresentar 4 casos de disfunção sinusal congênita em crianças comparentesco de 1° e 2° grau, associado à cardiopatia e QT longo. Material emétodo: De junho de 2005 a abril de 2008 foram selecionadas 4 crianças combradicardia. Os exames realizados foram: ECG, Holter de 24 hs, RX de tórax,ecocardiograma, exames laboratoriais e estudo eletrofisiológico invasivo (EEFI).Discussão: A idade dos ptes variou de 4 meses a 5 anos. Foi relevante o paren-tesco entre eles. Três ptes eram irmãos, do sexo masculino com pais consan-güíneos. Um ptes era primo dos anteriores, do sexo masculino e também com paisconsangüíneos. Esse último pte tinha 5 irmãos (1 do sexo masculino e 4 do sexofeminino) que não apresentaram alterações. Ao ECG: ritmo sinusal bradicardicointercalado com ritmo juncional. Ao Holter: bradicardia sinusal importante,pausas por parada sinusal, sem arritmias ventriculares e com intervalo QT longo.Ao ecocardiograma os três irmãos apresentavam imagens compatíveis com mio-cardiopatia dilatada não compactada, um com CIV e outro com PCA. Dois dosptes realizaram EEFI que mostrou: disfunção sinusal grave caracterizada portempo de recuperação do nódulo sinusal muito aumentado, às vezes com ritmojuncional bradicardico predominante. As conduções àtrio-ventriculares foramnormais e não foram induzidas taquiarritmias ventriculares. Em 3 ptes foi neces-sário o implante de marcapasso cardíaco artificial definitivo AAI-R. Em um pa-ciente a conduta ainda é expectante. Conclusão: Os casos relatados de dis-função sinusal grave, foram considerados de origem familiar, devido ao grau deparentesco do ptes. Houve uma prevalência para o sexo masculino, associaçãocom cardiopatia estrutural e QT longo, sugerindo uma síndrome genética familiar.

124CARDIOPATIA HIPERTRÓFICA E PRÉ-EXCITAÇÃO VENTRICULARASSOCIADA A UMA NOVA MUTAÇÃO DO GEN PRKAG2

Lenises de Paula Van Der Steld, Nilson Araújo, Ramon Brugada, ClaudioMunhoz, Leonardo Siqueira, Gervásio Campos, Luciana Cunha, WashingtonMaciel, Fabrício Santos, Jacob Atié

Hospital São Rafael da Bahia

Fundamento: Mutações no gen PRKAG2 foram descritas como causadoras dealterações estruturais cardíacas como hipertrofia e presença de pré-excitaçãoventricular além de outras alterações no tecido excito-condutor cardíaco, comobloqueios de ramo e bradicardia. Vários tipos de mutações têm sido descritascom variação no padrão fenotípico. Objetivos: Descrever uma família portadorade uma nova mutação do gen PRKAG2, caracterizando esta síndrome do pontode vista clínico, eletrofisiológico e genético. Pacientes e Métodos: Estudamosuma família do interior da Bahia, com 4 gerações e 78 componentes, no períodode 1998 a 2008. Destes, 33=42% eram mulheres e 45=57%% do sexo masculino,com idade variando entre 8 meses e 52 anos de idade (média de 22,2 anos).Excluímos aqueles que não aceitaram se submeter ao estudo. Dos 19 indivíduosafetados, 2 apresentaram MS aos 27 e 37 anos de idade e um faleceu de acidente.Dos 16 sobreviventes, 10 pt apresentam ECG com morfologia de BRD, 04 deBRE, 02 com PR curto. Quatro pt evoluíram com bradicardia sinusal, tendo sidoimplantado marca-passo em 2 mulheres (VVI e CDI). Dois pt apresentaram MSabortada precedida por FA. O estudo eletrofisiológico de 7 pt, diagnosticouWPW em seis 6 pt. Realizada ablação com sucesso em 4 pt. Não houve sucessonas ablações das vias septais verdadeiras e acreditamos que a hipertrofiamiocárdica, contribuiu para isso. A análise genética de 8 pt (4 afetados e 4sadios) detectou uma alteração no gen PRKAG-2, A869T (K290I) somente nosindivíduos afetados. A maioria dos pt com sintomas de palpitação melhoroucom uso de amiodarona e betabloqueador. Nenhum pt desenvolveu ICC. Con-clusão: A mutação A869T (K290I) no gen PRKAG2 causa uma síndrome dehipertrofia miocárdica, alteração no sistema de condução e presença de pré-ex-citação ventricular, estando associada a morte súbita em indivíduos jovens.Esta mutação guarda semelhanças com outras já descritas neste gen. Análisegenética de mais indivíduos e acompanhamento clínico desta família poderáaumentar o conhecimento desta patologia.

121ASSOCIAÇÃO DE SÍNDROME DE BRUGADA E BLOQUEIO DE RAMOESQUERDO INTERMITENTE - RELATO DE CASO INÉDITO NA LITE-RATURA

Januário de Pardo Mêo Neto, Carina Hardy, Sissy Lara, Den Ise Hachul, Fran-cisco Darrieux, Eduardo Sosa, Maurício Scanavacca

Instituto do Coração (InCor)

Introdução: A síndrome de Brugada (SB) é uma doença de origem genética, atéatualmente relacionada apenas a mutações no gene SCN5A. Mutações no mesmogene estão relacionadas a defeitos de condução cardíaca progressiva (doença deLenègre-DL), existindo relatos de uma mesma mutação se manifestar ora com ofenótipo de SB ora como DL, criando discussão sobre a existência de síndromede sobreposição. Descreve-se associação de SB e distúrbios de condução, po-rém existe apenas um relato de associação com BRE persistente. Até o momento,nenhum caso de paciente com SB e BRE intermitente (BREi) foi descrito. Relatode Caso: Paciente feminina, 52 a, com HAS, procurou PS com precordialgiaatípica. Referiu episódios prévios de síncope e palpitações e história familiar demorte súbita (MS) (sobrinhos aos 16 a e 23 a e tia aos 30 a). EF sem alterações.ECGs seriados apresentaram alternância entre supradesnivelamento de ST nasderivações precordiais direitas (padrão tipo 1 de Brugada), tipo 2 (em “sela”),BREi e ECG normal. Enzimas seriadas sem elevações, coronariografia normal,ECO com FEVE 55% e acinesia médio-basal inferior e Holter com BREi. Duran-te estudo eletrofisiológico foi realizada provocação com propafenona, com mo-dificação do padrão tipo 2 em tipo 1 em vigência de BRE concomitante. Aestimulação ventricular antes e após a provocação não induziu taquicardias.Devido ao prognóstico desconhecido da associação entre SB e BREi e à forte HFde MS optou-se por implante de CDI. Apresenta-se sem terapias e assintomáticaem dois anos de seguimento e aguarda genotipagem. Conclusões: 1- ECGs repe-tidos devem ser realizados em pacientes com HF de MS, poismanifestações carac-terísticas de SB podem ser intermitentes. 2 - Supradesnivelamento de ST descen-dente nas precordiais direitas (padrão tipo 1 de Brugada) pode se manifestar emvigência de BRE. 3 - A associação das duas entidades (SB e BRE intermitente)pode ser duas patologias distintas ou estar relacionada à mesma mutação nogene SCN5A, sendo manifestação de sobreposição de SB e DL.

123SÍNCOPE MALÍGNA EM CRIANÇA DE 1 ANO

Lenises de Paula Van Der Steld, Claúdio Munhóz, Nilson Araújo, LucianaCunha, Fabrício Santos, Eduardo Andréa, Luis Belo, Leonardo Siquieira,Rodrigo Periquito, Jacob Atié

Hospital São Rafael da Bahia

Fundamento: A síncope na infância é muito rara e muitas vezes é de causa neu-rológica, secundária a traumas durante a gestação ou parto, principalmentequando associada a convulsão. Quando a etiologia é neurocardiogênica suamaior incidência começa à partir da adolescência. Objetivo: Relatar um caso desíncope do tipo neuro-cardiogênica em uma criança com parada cárdio-respira-tória (PCR) desencadeada pelo choro. Método: acompanhamento de 7 anos deuma criança do sexo masculino, atendido no ambulatório, quando tinha 1 ano e6 meses, com síncope ao chorar, associado a movimentos tônicos dos membrossuperiores e inferiores, rotação da cabeça, assistolia e apnéia. Durante consultaem ambulatório apresentou PCR ao chorar, tendo sido reanimado com sucessoe sem sequelas. O exame físico foi normal, bem como o ECG, RX de Tórax,ecocardiograma e a avaliação metabólica. A mãe é saudável e a sorologia para adoença de Chagas foi negativa em ambos. O Holter de 24 h evidenciou umapausa por bloqueio AV total de 11 segundos. Foi realizado implante de marca-passo artificial de dupla câmara epicárdico, mas evoluiu com extrusão do gera-dor. Foi realizado novo implante de MP endocárdico VVI. Após isso, o pt nãomais apresentou a sintomatologia. Evoluiu dependente do gerador até os 4 anosde idade, com desenvolvimento pôndero-estatural normal. O gerador permanecepredominantemente inibido, atualmente. Fez uso de atenolol durante dois anoscom posterior descontinuação. Questionamos se devemos trocar o gerador quan-do a bateria se esgotar ou se vamos retirar o sistema para sempre. Não há relatosna literatura de caso-clínico como esse. Conclusão: Faz-se necessário um maioracompanhamento clínico para entendimento da patologia. A avaliaçãoprognóstica tem sido favorável até o momento.

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125RELATO DE CASO: ARRITMIAS VENTRICULARES COMPLEXAS EMCARDIOPATIA ISQUÊMICA AVANÇADA: MECANISMOS DIVERSOS

Ieda Prata Costa, Marcelo Maia, Rodrigo Elias, Vladimyr Areas, Angelina Cami-letti, Paulo Maldonado, Luiz Eduardo Camanho, Eduardo Saad

Hospital Pró-Cardíaco

Paciente masculino, 59 anos, hipertenso, diabético, dislipidêmico, coronariopa-ta, com dispnéia aos pequenos esforços e palpitações recorrentes Apresentainternações freqüentes por IC descompensada. Relata infarto anterior e revas-cularização miocárdica com reconstrução cirúrgica do VE há 25 anos. Encontra-se com terapêutica farmacológica otimizada. Ao exame apresenta-se dispnéico,taquicárdico, com crepitações bibasais, ritmo cardíaco irregular, sopro sistólicoem ponta, turgência jugular e edema peri-maleolar bilateral. Curva de BNP acada três dias=628 - 614 - 711. Tratado com levosimendan no sétimo dia deinternação sem adequada estabilidade clínica. ECG- Bloqueio de Ramo D(QRS=160 ms). Ecocardiograma: Medidas: AE: 52 mm VEd: 80 VEs: 71 FE(s):17% Acinesia Antero-septo-apica e ponta do ventrículo esquerdo, hipocinesiados demais segmentos. Aspecto de cardiopatia isquêmica, com disfunçãoventricular severa do ventrículo esquerdo. Regurgitação mitral moderada.Presença de dissincronismo ventricular esquerdo com atraso na ativação dossegmentos latero-apical e postero-lateral. Ao Holter de 24 h apresentava 12500extra-sístoles ventriculares e 98 episódios de TVNS. Foi submetido a estudoeletrofisiológico, onde foi realizada ablação de extra-sístoles ventriculares fre-qüentes em via de saída de VE e realizada estimulação ventricular programada(500/290/270) com indução de taquicardia ventricular monomórfica sustentada.Foi submetido a implante de Cardio-Desfibrilador Implantável Multi-sítio. Após8 meses, apresentava classe funcional I/II, sincronismo ventricular otimizado eredução na regurgitação mitral. Tendo apresentado apenas um episódio de TVMS revertida após ATP. Conclusão: As arritmias ventriculares na cardiopatiaisquêmica são bastante freqüentes e geralmente se correlacionam com reentradaem áreas cicatriciais. Neste caso, o paciente apresentava uma arritmia relacionadaà cicatriz e outra idiopática relacionada a foco automático da via de saída (não-isquêmica).

127RELATO DE CASO: FIBRILAÇÃO VENTRICULAR COMO MANIFES-TAÇÃO, NA APRESENTAÇÃO, EM PACIENTE COM SÍNDROME DETAKOTSUBO

Eustáquio Ferreira Neto, Joubert Mosquera, Benhur Henz, Antonio AurelioFagundes, Joalbo Mattos, Wing Lima, José Sobral Neto, Tamer Seixas, LuizRoberto Leite

Hospital do Coração do Brasil, Brasíla-DF, Brasil

Objetivo: mostrar um caso de Síndrome de Takotsubo, manisfestando-se comFibrilação Ventricular. Doença rara, desencadeada por estresse emocional agu-do. Caracteriza-se por presença de dilatação apical aguda do ventrículo esquer-do, na imagem da RNM, visualizando-se um balonamento apical sugestivo deum Takotsubo (dispositivo para prender polvo utilizado no Japão), em pacien-tes com clínica de dor precordial tipo anginosa, alterações eletrocardiográficase elevação dos marcadores de necrose miocárdica, com coronárias angiografica-mente normais. Caso: MCG, sexo masculino, 50 anos, com antecedentes de Dis-trofia muscular, foi admitido no PS, após intenso estresse emocional, em discus-são com filha, com quadro de palpitações e dispnéia, com ECG revelando Taqui-cardia Ventricular Sustentada, monomórfica, degenerando para FibrilaçãoVentricular. Foi realizada desfibrilação com energia de 200 Joules, bifásico, comsucesso, com reversão para ritmo sinusal. Houve elevação dos marcadores denecrose miocárdica. No dia seguinte foi submetido a realização de Ecocardiogramaque mostrou acinesia apical, hipocinesia dos segmentos apical e médio da pa-rede anterior, e segmento apical do septo anterior e inferior. Foi encaminhado acinecoronariografia que mostrou coronárias angiograficamente normais, comhipocinesia ântero-apical. O EEF induziu TVS instável com necessidade deCVE, com estimulação pouco agressiva. Foi encaminhado a RNM de coraçãoque mostrou sinais compatíveis com Síndrome de Takotsubo. Paciente foi man-tido internado para estabilização do quadro para posterior realização de EstudoEletrofisiológico para definição de necessidade de CDI, com objetivo de pre-venção de Morte Súbita. Novo EEF foi realizado, após 16 dias, e foi induzida TVpolimórfica instável, sendo indicado CDI, que foi implantado. No seguimento,ecocardiograma foi realizado e paciente apresentou reversão das alterações seg-mentares prévias, não apresentando mais TV ou FV, pela avaliação posterior dodispositivo implantável. Conclusões: O estresse emocional pode ser causaindependente de MS.

128ÁTRIO PARALISADO ASSOCIADO A TAQUICARDIA VENTRICULAR

Lenises de Paula Van Der Steld, Nilson Araújo, Eduardo Andréa, LucianaCunha, Fabrício Santos, Luis Belo, Cláudio Munhóz, Leonardo Siquieira, HécioFilho, Jacob Atié

Hospital São Rafael - Salvador - Bahia

Fundamento: Conhecido como “atrial standstill”, o átrio paralisado é descritocomo a ausência de atividade elétrica e mecânica nos átrios. O ECG evidenciaritmo juncional bradicárdico(RJB), com complexos QRS estreitos e ausência deondas “P”. Cerca de 50% destes pacientes (PT) apresentam síncope, podendoser transitório ou persistente, parcial ou ou difuso. Objetivo: Ressaltar a impor-tância do diagnóstico dessa entidade clínica rara, de difícil diagnóstico e comprognóstico desfavorável. Relato de caso: Acompanhamento de 4 anos de umPT de 9 anos, masculino, com síncopes devido a desgaste total da bateria domarca-passo (MP), implantado devido a RJB, associado a fibrilo-flutter atrial etaquicardia ventricular não sustentada (TVNS). Exame físico normal, com exce-ção da bradicardia e excessiva elasticidade das articulações PA 80x40 mmHg FC40 bpm e pulsos periféricos normais. Métodos: Anamnese e EF, levantamento dedados através do prontuário e exames complementares. Resultados: Sorologiapara chagas, tireoidopatias e colagenoses normais. HOLTER de 24 h: RJB compausas de até 3,8 s e ausência total da espícula do MP. Ecocardiograma normalFE 72,5%. Ressonância magnética do coração realizada após explante do gera-dor, normal. Estudo eletrofisiológico: disfunção do Nó sinusal, com quase totalausência de potenciais atriais. A estimulação programada desencadeou, flutteratrial tipo I, II e fibrilação atrial, além de 4 tipos de TVNS, após infusão deisoprenalina. Foi necessário o uso de alta amplitude de pulso para se obter acaptura atrial e ventricular (13V). Havia desgaste total do gerador, o qual foisubstituído por um ventricular, programado em modo VVI. A tontura desapereceu,mas a palpitação persiste e melhora com o uso de metoprolol Conclusão: Casoclínico raro e quando associado a taquicardia ventricular, pode cursar com MS.O prognóstico é reservado.

126“TRATAMENTO SISTÊMICO” DA FIBRILAÇÃO ATRIAL

Guilherme Muller de Campos Futuro, Mauricio Scanavacca, Elisa Kaori, Eduar-do Sosa

Unidade Clínica de Arritmias e Marcapasso InCor - HCFMUSP

Paciente masculino, de 48 anos, avaliado por astenia e dispnéia aos esforços,progressiva há 01 ano, acompanhada de desconforto cervical. Antecedentes deHAS, dislipidemia, adenocarcinoma de próstata operado. Além destes, foi sub-metido há 06 anos há ablação por radiofreqüência de flutter atrial típico, comnecessidade de novo procedimento por recorrência. Após 02 meses foi subme-tido à ablação de TVS focal septal. Evolui com BAVT com necessidade de im-plante de marcapasso definitivo AV. Ao exame físico apresentava-se sem altera-ções significantes. A avaliação do MPD evidenciou “mode switch” em 70% dotempo, por fibrilação atrial, confirmada por ECG. Foi realizado ecocardiogramatransesofágico para investigação. O exame mostrou massa intra-cardíaca inva-dindo e atapetando os átrios e ventículos. Além disto, disfunção ventriculardiscreta, por hipocinesia difusa e derrame pericárdico moderado, sem sinais detamponamento. Realizou-se videopericardioscopia com biópsia. A análise dopericárdio mostrou fibrose discreta, e a citologia do derrame abundante celula-ridade, com predomínio de linfócitos maduros. Prossegui-se com biópsia endo-miocárdica, que evidenciou miocardite mononuclear e espessamento endocárdicopor fibrose e infiltrado mononuclear. A imuno-histoquímica, foi compatível comlinfoma de grandes células B. O estadiamento foi complementado com Pet-scane tomografias de tórax e abdômen, que mostraram doença restrita à área cardíaca.O linfoma, foi tratado com QT, com os esquemas COP-R e CHOP-R. Após 07 e13 meses do término do tratamento, novos exames de Pet-scan, e TC não eviden-ciaram recorrência. Foi submetido a novo ecocardiograma que não evidenciouqualquer massa intra-cavitária e a avaliação do marcapasso demonstrou ritmo demarcapasso de dupla-câmera, sem episódios de mode-switch, que sugerissemrecorrência da fibrilação atrial. Possivelmentearrimias há 05 anos, foram mani-festações iniciais do linfoma primário cardíaco, que pode ser indolente. E a FAfoi controlada com a QT.

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129DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE SINCOPE: NARCOLEPSIA COMCATAPLEXIA

Fatima Dumas Cintra, Fernando Morgadinho, Marcia Pradella-Hallinan, GabrielaAlves, Dalva Poyares, Sergio Tufik

Universidade Federal de São Paulo

Quadro Clínico: AGS, masculino, 62 anos, separado, branco, natural deItapecerica da Serra, foi encaminhado para serviço síncope por “quedasfreqüentes”. Refere que há 5 anos apresenta quedas súbitas associadas a perdado tônus muscular, sem sinais prodrômicos, com duração de aprox. 2 minutos.Refere como fatores desencadeantes: fortes emoções especialmente após crisesde risos. A recuperação é espontânea sem seqüelas, entretanto em algumasocasiões houve fala desconexa, sendo interpretado como confusão mental. Ascrises são esporádicas e em duas ocasiões houve trauma associado à perda daconsciência. O quadro foi interpretado como epilepsia e introduzido fenobarbitalsem sucesso. O paciente foi encaminhado para avaliação psiquiátrica e iniciadovenlafaxina com discreta melhora. Relata fadiga, sonolência e desânimo desde aidade adulta. Hipertenso e tabagista (1 maço/dia). Primo com morte súbita aos42 anos após atividade física. Exame físico, ECG e laboratório normal. Realizoueletroencefalograma, tomografia de crânio, ecocardiograma, Holter de 24 horase teste de inclinação todos com resultado normal. O monitor de eventos externofoi implantado por 18 dias com registro do episódio não sugestivo de arritmiascardíacas. Frente a uma série de resultados negativos foi realizada investigaçãodo quadro de sonolência com polissonografia noturna normal e teste de latênciamúltipla do sono diurno sugestivo de narcolepsia. Foi solicitado examemolecular de presença de ALELO HLA DQ 0602 confirmando o diagnóstico denarcolepsia com crises de cataplexia. Discussão: A narcolepsia é caracterizadapor sonolência excessiva diurna e em 70% dos casos ocorrem crises de cataplexia,podendo associar-se a paralisia do sono, alucinações hipnagógicas e fragmen-tação do sono. È observada em até 0,04% da população. A cataplexia é caracte-rizada por ataque de sono incontrolável (intrusão do sono REM) com o enfra-quecimento súbito do corpo normalmente após grandes emoções (especialmen-te riso) gerando queda, o diagnóstico diferencial com síncope é essencial.

131PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA EM ATIVIDADE ELÉTRICA SEMPULSO ASSOCIADA AO USO DE PROPAFENONA EM PACIENTE COMDISFUNÇÃO VENTRICULAR

Luis Gustavo Gomes Ferreira, Luis Gustavo Gomes Ferreira, José Mário BaggioJunior, Wagner Luis Gali, Álvaro Valentim Sarabanda

Instituto do Coração do Distrito Federal - InCor-DF

Introdução: A propafenona pode ser utilizada para reversão de arritmias atriaise ventriculares em departamento de emergência (DE). Devido a seus efeitos ino-trópicos negativos, preconiza-se evitar seu uso em pacientes com disfunçãoventricular e fração de ejeção (FE) < 40%. Todavia, a ocorrência de parada cardio-respiratória (PCR) em atividade elétrica sem pulso (AESP) ainda não havia sidoreportada. Relato de caso: paciente masculino, 60 anos, portador de hipertensãoarterial e diabetes tipo II. Procurou DE por ter apresentado síncope precedidapor palpitações taquicárdicas. O eletrocardiograma (ECG) da admissão eviden-ciava taquicardia atrioventricular antidrômica com FC 220 bpm. O paciente apre-sentava estabilidade hemodinâmica e a arritmia foi revertida com amiodaronapor via endovenosa. Posteriormente, houve registro de grande densidade deextra-sístoles atriais e períodos de fibrilação atrial. Optado, então, pela admi-nistração de propafenona por via endovenosa (1,75 mg/kg em 20 minutos). Após10 minutos do término da infusão da droga, o paciente apresentou congestãopulmonar e hipoxemia seguidos por dois episódios de PCR em AESP (ritmosinusal com FC 60bpm), revertidos com manobras-padrão de reanimação. Feitoecocardiograma, que evidenciou FE 22%. Três dias após, foi repetido o examecom FE de 37%. No seguimento posterior, realizada ablação de via acessóriapóstero-septal direita, sem intercorrências. Conclusões: 1) o uso de propafenonapor via endovenosa pode agravar disfunção ventricular e causar PCR em AESP2) deve-se evitar o uso da propafenona em pacientes com FE desconhecida oucom redução moderada a importante.

132MIOTONIA DE THONSEN COM ARRITMIA VENTRICULAR. A PRO-PROSITO DE UM CASO

Cecilia Monteiro Boya Barcellos, Silas dos Santos Galvão Filho, José TarcísioMedeiros de Vasconcelos, Kelly Bayoud Resende Fernandes, Evilásio Leobino,Tiago Silvestrini, Edson Sacramento, Carla Xerez Leobino, Bruno Papelbaum,Ana Carolina Schwab Vieira

Clinica de Ritmologia Cardíaca - Beneficência Portuguesa - São Paulo

Introdução: A miotonia de Thonsen (MT), é um distúrbio muscular esqueléticoraro, com herança autossômica dominante, cujo principal sintoma é a rigidezmuscular. Ao contrário das miopatias distróficas, a MT não parece estar associadaa arritmias cardíacas. Relato de Caso: A. P. M. F., feminino, 24 anos, portadorade MT, evoluiu desde os 14 anos com crises de síncope, com pródromos depalpitações taquicardicas, tendo feito uso de vários antiarritmicos. Possuía aoHolter 25.903 extrassístoles ventriculares isoladas e 73 taquicardias ventricu-lares sustentadas. Apresentou ao Teste Ergométrico taquicardia ventricular sus-tentada. O Ecocardiograma e Ressonância Nuclear Magnética não mostravamalterações, e Eletrocardigrama de Alta Resolução apresentava presença de po-tencias tardios. Trazia relato de um Estudo Eletrofisiológico Invasivo (EEI)com indução de Fibrilação Ventricular (FV). Foi submetida em nosso serviço anovo EEI, com identificação de arritmia ventricular de seio de Valssalva abla-cionada com sucesso em cúspide coronariana esquerda. Durante os testes finais,ocorreu nova indução de FV. Diante do descrito, a paciente (pt) foi submetida aimplante de cardiodesfibrilador implantável(CDI). Após 18 meses de follow up,a pt encontra-se assintomática, em uso somente de Carbamazepina para MT e aoHolter de controle não apresenta mais arrtmia cardíaca. Não apresentou terapiaso CDI. Conclusão: Este caso demostra que a MT pode estar relacionada aarritmias ventriculares. Esta relação clinica pode estar mascarada pela escassezde casos desta patologia.

130SÍNCOPE VASOVAGAL NO PACIENTE COM SÍNDROME DE BRUGADA

Julio Cesar Vieira de Sousa, André Assis Carmo Lopes, Ana Neri R. E. Pereira,Francisco Darrieux, Denise Hachul, Eduardo Sosa

Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo(InCor/HCFMUSP)

Paciente de 44 anos, do sexo masculino, comerciante, estava como acompanhantedo seu pai no hospital quando apresentou episódio de síncope, precedida denáuseas, turvação visual e não relacionada a esforço físico. Negava dor torácicae palpitações. Foi levado ao Pronto Socorro para avaliação clínica. Antecedentes:Episódio de síncope aos 20 anos, sem pródromos. Relata que na ocasião, apre-sentou quadro gripal com febre. Tio paterno morte súbita aos 40 anos. Pai comvalvopatia. Exame físico: sem anormalidades. Eletrocardiograma: Padrão de Sín-drome de Brugada (SB) tipo 1. Ecocardiograma: Coração estruturalmente nor-mal. Realizado estudo eletrofisiológico sem indução de arritmias. Tilt Test po-sitivo resposta mista sem sensibilização farmacológica. Conclusão: Discuti-se a dificuldade de diferenciar episódio de síncope vasogal em paciente com SBe o papel do estudo eletrofisiologico na estratificação de risco desses pacientes.

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134ESTIMULAÇÃO ATRIAL EXCLUSIVA POR VIA FEMORAL DIREITAEM PÓS-OPERATÓRIO TARDIO DE FONTAN

Bruno Papelbaum, Silas dos Santos Galvão Filho, José Tarcísio Medeiros deVasconcelos, Cecília M. B. Barcellos, Claudia Fragata, Ana Carolina Schwab,Tiago Silvestrini, Luciana da Fonseca, Marcelo François Rodrigues, José Pedroda Silva

Clínica de Ritmologia Cardíaca-Beneficência Portuguesa de São Paulo

Introdução: A cirurgia de Fontan corresponde a uma técnica operatória desen-volvida para tratamento de coração funcionalmente univentricular esquerdo.Esta técnica se baseia na anastomose cavo/átriopulmonar excluindo o ventrículodireito da sua função de bomba. Uma variante dessa técnica é a anastomosecavopulmonar através de tubo extracardíaco, excluindo todo o coração direitoda hemodinâmica cardíaca. Apresentação do caso: Apresentamos caso de cri-ança de 8 anos portadora de cardiopatia congênita complexa, submetida à cor-reção cirúrgica por técnica de Fontan modificada, que evoluiu 2 anos após aultima cirurgia com síndrome bradi-taqui, sendo indicado implante de marca-passo endocárdico mono câmara atrial. O implante do eletrodo no átrio direitofoi feito por punção da veia femoral e passagem do mesmo através de fenestraçãoexistente no tubo extracardiaco, permitindo o acesso à esta câmara, tendo omarcapasso sido implantado em região abdominal. O paciente evoluiu bem, comritmo estável e perfeito funcionamento do sistema de estimulação cardíaca arti-ficial até a ultima avaliação 7 meses pós implante. Discussão: Convencional-mente a passagem do eletrodo endocárdico atrial não é permitida a partir da veiacava após Fontan com tubo extra cardíaco, já que este fica conectado diretamenteà artéria pulmonar e o átrio direito é tambem excluído da hemodinâmica cardíaca.Durante a correção cirúrgica, a equipe associou à técnica a confecção de umpequeno pertuito de 3,8 mm entre o tubo e o átrio direito, que pôde ser eviden-ciado na angio-tomografia realizada antes do implante, orientando a passagemdo cabo-eletrodo. A opção pela técnica endocárdica foi devido ao paciente tersido submetido a 3 toracotomias prévias. Conclusão: O caso mostra que o im-plante de marcapasso por via endocárdica é factível em pacientes submetidos acorreção cirúrgica pela técnica de Fontan extra cardíaco, sendo para isso neces-sária existência de fenestração entre o tubo e o átrio direito.

136MEGA-VEGETAÇÃO POR BACTÉRIA ATÍPICA EM CASO DE ENDO-CARDITE RELACIONADA AO CABO-ELETRODO DE MARCAPASSODEFINITIVO (MPD)

Roberto Márcio de Oliveira Júnior, Martino Martinelli, Silvana Nishioka,Henrique Ribeiro, Leonardo Paula, Wagner Tamaki, Roberto Costa, ThacilaMozzaquatro, Joyce Kawakami, Maria de Lourdes Higuchi

InCor-HCFMUSP

A utilização clínica de dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI)tem sido uma prática cada vez mais comum. Com isso também cresceramtaxas decomplicações, dentre estas se destacaminfecciosas por representarem os maissérios riscos a esses pacientes. Nesse sentido, a endocardite relacionada aocabo-eletrodo do DCEI é uma condição clínica de prognóstico ruim, que exigepronto reconhecimento e imediata intervenção terapêutica. Estima-se que essacomplicação tenha incidência de 0,13 a 19,9%, com mortalidade de até 35%, noscasos de terapêutica conservadora. O explante de todo o sistema de estimulaçãoé mandatório, seja transvenoso nas vegetações com extensão menor a 10 mm oupor toracotomia com circulação extracorpórea nas endocardites de grande tama-nho. Reportamos um caso raro de mega vegetação (>70 mm de diâmetro) relacio-nada a endocardite de cabo-eletrodo de MPD. O ecotransesofágico demonstra-va imagem aderida a praticamente todo o cabo-eletrodo das câmaras direitas,ultrapassando o plano da válvula tricúspide. O paciente foi submetido a explantedo sistema por toracotomia a céu aberto, pelo volume da vegetação e pelo riscode fenômenos embólicoshemoculturas e a cultura da vegetação foram negativase o agente isolado, por microscopia eletrônica, foi o Microsporidium sp., o quefoi confirmado por PCR. Uma semana pós-explante, o MPD foi re-implantado semintercorrências e a antibioticoterapia mantida por 6 semanas. A evolução clinicafoi favorável e após 8 meses de seguimento o paciente encontrava-se assintomático.Conclusão: Mega-vegatação por bactéria atípica, jamais descrita como causa deendocardite relacionada ao cabo de MPD, pode ser curada, desde que a terapêuticaintervencionista (explante) seja imediata e bem planejada.

133POSICIONAMENTO ECTÓPICO DE ELETRODO DE MARCAPASSO NACIRCULAÇÃO SISTÊMICA

Gildo de Oliveira Mota, Nelmacy Freitas, Jehorvan Carvalho, Luiz Magalhaes,Marcos Rocha, Juliana Prazeres, Manami Okada, Francisco Reis, Roque Aras

Universidade Federal da Bahia

J. T. S., masculino, 38 anos portador de doença de Chagas forma cardíaca apresen-tava disfunção ventricular esquerda e BAV de 2º grau MII, com episódios desíncope. Submetido a implante de MP dupla câmara três anos antes da avaliaçãoatual. Evoluiu após o implante sem intercorrências por 1 ano, quando passou acursar com estimulação diafragmática, sendo diagnosticado deslocamento deeletrodo atrial. Foi submetido à época, a reimplante de eletrodo atrial, sem inter-corrências. Após dois anos do primeiro procedimento cirúrgico, foi atendido noambulatório com queixas de dispnéia aos grandes esforços, sendo então solici-tado ecocardiograma para avaliação de função ventricular esquerda. Durante oexame, foi detectada a presença de corpo estranho de características metálicas emcâmaras cardíacas esquerda no corte paraesternal de eixo longo. Outras proje-ções ecocardiográficas confirmaram os achados iniciais, atestando a presença deestrutura metálica linear que se estendia do átrio direito, atravessava o septointeratrial e a válvula mitral e seguia até a porção basal da parede lateral do VE,consistente com eletrodo de marcapasso ectópico (Figuras 1). No ECG, o paci-ente apresentava ritmo de MP com captura adequada e padrão de BRD, corrobo-rando a estimulação ventricular esquerda artificial. Diante da evolução favorá-vel ao longo de três anos com o eletrodo localizado em circulação sistêmica e osrisco de trauma em parede ventricular e válvula mitral, além do risco de emboliasistêmica durante o procedimento de retirada do eletrodo, optou-se por condutaconservadora, associada a terapia de anticoagulação oral permanente devido aorisco de embolia determinado pela presença de corpo estranho na circulaçãosistêmica.

135IMPLANTE DE CDI EM PACIENTE COM PERSISTÊNCIA DA VEIACAVA SUPERIOR ESQUERDA

Erika Olivier Vilela Braganca, Eduardo R. B. Costa

CardioRitmo - São José dos Campos

A persistência da veia cava superior esquerda é uma anomalia congênita queafeta cerca de 0,5% da população. O implante de cardioversor-desfibrilador (CDI)nesta população é difícil e até mesmo impossível em alguns casos. Relatamos ocaso de uma mulher de 50 anos, portadora de miocardiopatia hipertrófica obstru-tiva, taquicardia ventricular não-sustentada, fibrilação atrial e história familiarde morte súbita e candidata a implante de CDI. No procedimento de implante doCDI, durante cateterização de veia cefálica esquerda e passagem de eletrododuplo-coil para ventrículo direito foi evidenciada persistência de veia cavasuperior esquerda drenando diretamente em seio coronário e agenesia de veiacava superior direita, confirmada pela punção de veia jugular interna direita eimpossibilidade de progressão de guia metálico. Os eletrodos foram implanta-dos através de flebotomia da veia cefálica esquerda para eletrodo ventricular epunção de veia subclávia esquerda para eletrodo atrial através da veia cavasuperior esquerda persistente, sendo posicionados em ponta de ventrículo di-reito e em parede livre de átrio direito, respectivamente. Os limiares de comandoe sensibilidade foram adequados, bem como impedâncias e limiar de desfibrilaçãomenor ou igual a 15J. Ressaltamos, que diante desta anomalia o grau de dificul-dade técnica é maior que nos implantes convencionais, no entanto, é factível eo estimulista deve se lembrar desta condição e estar preparado para ela.

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137CORREÇÃO DE TERAPIA DE CHOQUE INAPROPRIADA APÓS MU-DANÇA NA FAIXA DE FREQÜÊNCIA DE DIFERENCIAÇÃO DETAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR

Eustáquio Ferreira Neto, Joubert Ariel Pereira Mosquera, Cesar Gonzales,Benhur Davi Henz, Luiz Roberto Leite

Hospital do Coração do Brasil, Brasília-DF, Brasil

Introdução: Apesar dos avanços tecnológicos nos geradores de CardioversorDesfibrilador Implantável e dos algoritmos de diferenciação das taquicardiassupraventriculares (TSV), a ocorrência de choques inapropriados ainda constituium grande problema. Os choques inapropriados, além de causar ansiedade emedo aos pacientes, levam ao risco de egeneração do ritmo cardíaco para arritmiasmais complexas e ao desgaste precoce da bateria. Objetivo: relatar o caso de umapaciente que não mais apresentou terapias inapropriadas pelo CDI apósotimização dos algoritmos de diferenciação de TSV. Relato de caso: PacienteMRR, do sexo feminino, 54 anos, portadora de miocardiopatia chagásicaarritmogênica com história prévia de síncope e taquicardia ventriculardocumentada ao Holter de 24 horas. Realizou estudo eletrofisiológico (EEF)que induziu taquicardia ventricular instável com indicação de CDI. O implantede gerador Entrust DR da Medtronik foi realizado em julho de 2006. Pacientefazendo uso de sotalol 240 mg/dia. Dezoito meses após o implante apresentouterapia de choque pelo CDI, sendo que o eletrograma intracavitário demonstrourelação A-V 1: 1. O diagnóstico de TSV foi sugerido por ausência de mudançado ciclo A-A e V-A durante “overdrive” e semelhança do eletrograma da arritmiacom o ritmo sinusal. Foi reencaminhada para EEF, com indução de flutter atrialtípico (realizada ablação do istmo cavo-tricuspídeo), além de flutter atípicoesquerdo. Um mês após a ablação apresentou novo choque inapropriado. Rea-lizada nova programação do CDI com critérios de diferenciação de TSV 1: 1 eredução do SVT V. lim para 300 ms (freqüência cardíaca máxima para considerarTSV). Após seis meses de seguimento clínico a paciente não apresentou maisterapias pelo CDI. Conclusão: Os algoritmos de diferenciação entre TV e TSVsão ferramentas importantes para evitarterapias inapropriadas pelo CDI e devemter sua programação individualizada para cada paciente.

139SINDROME DE TAKOTSUBO E CARDIODESFIBRILADOR IMPLAN-TÁVEL

Luiz Antonio Batista de Sa, Luiz Antonio Batista de Sá, Vânia Lucia Modesto,Aloisio Dias Ferreira Junior, Flávio Passos Barbosa

Hospital Jardim América - Goiania

Paciente do sexo feminino, 39 anos, admitida em serviço de emergência comquadro de dor torácica típica, discretas alterações de no eletrocardiograma derepouso e troponina negativa. Encaminhada para unidade de terapia intensivacom diagnóstico de angina instável, evoluiu com persistência da dor e piora dasalterações eletrocardiográficas - isquemia subendocárdica em parede anterior.Encaminhada para cineangiocoronariografia que evidenciou coronárias normaise acinesia antero-apical. Mantida em tratamento clínico com boa evolução, comcurva enzimática normal. Após dois dias realizada ecocardiograma que mostroufunção ventricular normal, sem alterações segmentares. Eletrocardiogramaapresentou melhora progressiva, porém sem regressão completa das alteraçõesem parede anterior. Tendo emv ista evolução clinica tem o diagnóstico da Síndromede Takotsubo. Recebe alta no 7 dia medicada com AAS, beta bloqueador, clopi-dogrel. No oitavo dia é admitida na emergência em PCR por fibrilação ventricular.Realizado manobras de ressuscitação cardiopulmonar com sucesso, sem seqüe-las neurológicas significativas. Apos estabilização do quadro paciente realiza-do implante de cardiodesfibrilador implantável. A Síndrome de Takotsubo é emgeral entidade benigna com bom prognóstico, o caso apresentado evidenciauma evolução desfavorável com necessidade de implante de CDI.

140DISSINCRONISMO COMO CAUSA PRIMÁRIA DE MIOCARDIOPATIA.UMA RELAÇÃO DE CAUSA-EFEITO?

Eduardo Arrais Rocha, Francisca Tatiana M. Pereira, Roberto Farias, VeraMarques, Almino Rocha, Ricardo Pereira, Pedro Negreiros, Carlos Roberto M.Rodrigues

Hospital das Clínicas - HUWC Hospital Prontocárdio - Hospital MonteKlinikum - Fortaleza-CE

A estimulação cardíaca biventricular pode melhorar os sintomas de insuficiênciacardíaca (ICC) em pacientes com distúrbios de condução e disfunção ventricularesquerda grave, através da correção dos dissincronismos intra e inter-ventricular.O objetivo deste trabalho foi descrever o caso de uma paciente submetida aimplante de marcapasso biventricular, com normalização da função sistólica edos tamanhos das cavidades ventriculares e recidiva tardia do quadro apósfratura de eletrodo de VE. Após novo implante, evoluiu precocemente para novanormalização da FVE. Caso 1. JRFG, 66 anos, portadora de miocardiopatia dila-tada, com vários anos de evolução, com ICC CF III, com ECG com ritmo sinusal,BAV 1 grau, BRE, Sobrecarga VE e AE, com largura do QRS de 180 ms. Osdiversos ECO, Gated (ventriculografia radioisotópica) e ventriculografia comcontraste realizados, em diferentes épocas, desde 1999, mostravam FE entre 32-39%, com DDVE de 80 mm, Disfunção Diastólica grau III e Insuficiência Mitralmoderada. Submetida a implante de marcapasso biventricular em 12/2003. Emagosto 2004, 9 meses após o implante, a FE estava em 51% pelo Gated, compaciente em CF I. Em 04/2006 (28 meses após a cirurgia), o ECO mostrava FE71,31% pelo Teichoz, 62% pelo Simpson, com 47 mm de DDVE, semdissincronismo presente. Em 12/2007, a paciente referiu cansaço (CF II) duranteconsulta de rotina, sendo evidenciado ausência de captura do eletrodo de VE eelevação de sua impedância. Novo ECO realizado em 10/2007 demonstrava FE35% pelo Simpson, com aumento do VE para 60 mm e disfunção diastólica grau I.3 meses após novo implante de eletrodo em VE, houve normalização novamenteda FVE.

138CONTROVÉRSIAS NA TERAPÊUTICA CIRÚRGICA EM INFECÇÃORELACIONADA A SISTEMA DE ESTIMULAÇÃO CARDÍACA ARTI-FICIAL

Julio Cesar de Oliveira, Júlio César Oliveira, Gibran Feguri, Paulo Ruiz, An-dréia Mazoni, Andréia Roledo, Ali Kassen Omais, Ezilaine Nascimento Rosa

Hospital Geral Universitário - Universidade de Cuiabá / ECCOR / ATRIUM

Introdução: Apesar dos grandes avanços, o diagnóstico e tratamento de infec-ção relacionada a sistemas de estimulação cardíaca artificial continuam sendoum tema controverso. Objetivo: Relatar a abordagem terapêutica de um caso deendocardite relacionada a sistema de estimulação cardíaca que apresentava ve-getação em cabo-eletrodo e valva tricúspide. Relato do caso: MRS, fem, 56a,portadora de marcapasso VVI por BAVT + Doença de Chagas há 6 anos, subme-tida à troca de gerador + implante de cabo-eletrodo atrial há 1 ano, evoluiu comextrusão de gerador cerca de 30 dias após, removido o gerador e o cabo-eletrodoatrial, com amputação do cabo-eletrodo ventricular, após tentativa de remoçãopor tração sem sucesso. Fez uso de antibioticoterapia por 14 dias com posteriorreimplante de sistema VVI contralateral, por estar em ritmo de FA. Há 30 diasapresentou quadro de febre diária, sendo diagnosticado vegetação em cabo-eletrodo ventricular antigo e valva tricúspide através de ecocardiografia. Trata-da com Vancomicina por 30 dias com controle do quadro infeccioso e evoluçãoclínica satisfatória, porém ecocardiograma transesofágico mostrava persistên-cia da vegetação em cabo-eletrodo e folheto septal de valva tricúspide. Subme-tida a toracotomia + CEC para remoção completa do sistema, reimplante demarcapasso atrioventricular epicárdico e valvoplastia tricúspide com remoçãoparcial do folheto septal. Apresenta evolução satisfatória em acompanhamentoclíníco ambulatorial há 3 meses. Conclusões: 1. A remoção completa do sistemapode prevenir complicações tardias em infecção de loja de marcapasso. 2. Melhoraclínica e laboratorial não exclui tratamento cirúrgico em endocardite relacionadaa sistemas de estimulação cardíaca. 3. O reimplante epicárdico pode ser realizadono mesmo procedimento cirúrgico se a infecção estiver controlada 4. Valvoplastiaé factível em pacientes com vegetação em folheto septal de valva tricúspide.

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142RELATO DE CASO: SÍNCOPE RECORRENTE EM PACIENTE PORTA-DOR DE MARCA-PASSO E PRÉ-EXCITAÇÃO VENTRICULAR

Jussara De Oliveira Pinheiro, Luiz P Magalães, Oto O Santana, AlexsandroFagundes

Serviço de Arritmia da Universidade Federal da Bahia

Introdução: A associação entre bloqueio átrio-ventricular total (BAVT) e pré-excitação ventricular é raramente descrita na literatura, que se deve a mudançasnas características da via acessória ao longo do tempo. Em paciente portador demarca-passo pode se evidenciar posteriormente padrão de pré-excitação ventri-cular e esta ser a causa de síncope recorrente. A síncope neste contexto se devea taquiarritmias atriais conduzidas pela via acessória. Relato do caso: Descreve-mos caso de paciente de 73 anos, sexo masculino, com quadro de síncope recor-rente há 8 anos, onde na ocasião foi evidenciado BAVT e implantado um marca-passo ventricular. Após 8 anos, houve retorno do mesmos sintomas. Feito ava-liação do marca-passo não sendo evidenciado sinais de disfunção. O ECG basaldemonstrava ritmo próprio e padrão típico de pré-excitação ventricular o eco-cardiograma demonstrava função ventricular preservada. Realizado estudo ele-trofisiológico com evidência de via acessória lateral esquerda com conduçãoanterógrada exclusiva. Procedeu-se então a ablação com sucesso da via acessó-ria, sendo evidenciado BAVT, mantendo ritmo de marca-passo em modo VVI.Após 2 meses de seguimento clínico não houve retorno de sintomas. Conclu-são: A pré-excitação ventricular pode ser uma causa rara de síncope em pacienteportador de marca-passo e BAVT. Após a avaliação inicial do marca-passo, umasimples realização de um ECG basal pode demonstrar esta causa, sendo curativacom a realização da ablação por cateter.

143CARDIOMIOPATIA DILATADA REVERSÍVEL PROVOCADA PORARRITMIA VENTRICULAR ORIGINÁRIA DA BASE DO MUSCULOPAPILAR POSTERIOR

Eduardo Back Sternick, Ricardo Scarpelli, Frederico Silva, Ricardo Negri, LuizGerken

Unidade de Arritmia e Eletrofisiologia Cardíaca, Biocor Instituto, Nova Lima,Brasil

ML MS, 55 anos, feminino, professora de educação física, com atividade intensa(8 aulas / dia). Há 1.5 anos iniciou palpitações aos esforços. Na época medicadacom amiodarona 300 mg e losartan 50 mg/dia. Há 1 ano piora com dispnéialimitando realização de exercícios. Nega antecedentes pessoais patológicos,síncope ou pré-síncope, edema ou consumo de bebida alcoólica / cigarro. Semantecedentes familiares de DAC, morte súbita ou cardiomiopatias. Exame físico:BEG, afebril, eutrófica, ausculta cardíaca irregular com estrassistoles isoladas(10/min), sem sopros, pulsos periféricos simétricos, sem visceromegalias ou ade-nopatias. PA=120x80 mmHg. Exames complementares: PCR ultrasensivel=0,3,hemograma nl, creatinina=0.9, glicemia=89, colesterol total=160 mg/dl, HDL-C=65 mg/dl, LDL-C=70 mg/dl, TGO=26, TGP=32. Ecodopler com disfunçãosistólica moderada, dilatação de camaras esquerdas. AE= 47 mm, VES=55 mm,VED=71 mm, FEVE=38%, septo=1.0 mm, VDF= 266 ml, VSF=149 ml. Holter24 hs com 26% de estrassistoles ventriculares monomórficas (21078 / 79163batimentos), 28 salvas de TVns até 6 complexos. NT-Pro BNP=1080 pg/ml (VNaté 350). EEEF: Sem indução de TVS. Aumento da densidade ectópica comisuprel. Mapeamento de voltagem do VE com sistema Ensite NavX mostrounormovoltagem. Mapeamento das ectopias mostrou arritmia focal localizada nabase do músculo papilar posterior onde foi ablacionada com sucesso. Três mesesapós ablação, estava em classe funcional I, Holter 24 hs com 24 estrassistolesisoladas, e Ecodopler com FEVE=55%, VES=38 mm, VED= 60 mm, AE= 36 mm,VDF= 180 ml, VSF= 74 ml. Conclusões: Arritmia ventricular de músculo papilarpode provocar disfunção ventricular. Arritmia ventricular freqüente nem sempretem bom prognóstico.

144TAQUICARDIA VENTRICULAR ESQUERDA IDIOPÁTICA EPICÁR-DICA DE SEIO CORONARIANO: RELATO DE CASO

Claudia da Silva Fragata, Josétarcísio Medeiros de Vasconcelos, Silas dos SantosGalvão Filho, Cecília Monteiro Boya Barcellos, Evilásio Leobino da SilvaJunior, Kelly Bayoud Fernandes, Carla Xerez Leobino, Edson Roberto SilvaSacramento, Ana Carolina Schwab, Bruno Papelbaum

Clínica de Ritmologia Cardíaca da Beneficência Portuguesa de São Paulo

Introdução: Não há muitas descrições na literatura de Taquicardias Ventricularesepicárdicas à esquerda e mais raro ainda originárias de região perivascular deparede livre de anel mitral. Descrição do Caso: Paciente L. A. J. L. S., feminino,27 anos, descoberta ocasional de arritmia durante cesárea do primeiro filho há5 anos, evoluindo desde então com queixa de desconforto torácico atípico e malestar e uso de vários esquemas antiarrítmicos sem melhora. Eletrocardiogramade superfície na primeira consulta no serviço (junho/08) evidenciava TaquicardiaVentricular recorrente com padrão de bloqueio do ramo direito e curtos períodosde ritmo sinusal. Já trazia consigo Ecocardiograma (abril/08) e RessonânciaMagnética Cardíaca (junho/08) normais. Optou-se pela ablação por radiofre-qüência. Foram exploradasvias de saída dos ventrículos direito e esquerdo, semobtenção de critérios satisfatórios de mapeamento. Na grande veia cardíaca emponto de emergência de ramo antero-lateral obteve-se grande atividade pré-sistólica com “pace-mapping” exato. Foi realizada aplicação única intravascularcom sucesso e sem complicações. Na avaliação ambulatorial 20 dias após, pa-ciente encontrava-se assintomática e sem ectopias ao eletrocardiograma, em usoapenas de antiagregante plaquetário (AAS). Conclusão: Este caso reforça apossibilidade de localização perivascular das arritmias idiopáticas do ventrículoesquerdo e o resultado satisfatório com a terapêutica ablativa.

141ABLAÇÃO POR CATETER DE TAQUICARDIA VENTRICULAR INCES-SANTE EM CARDIOPATIA CHAGÁSICA COM INDICAÇÃO DE TRANS-PLANTE CARDÍACO USANDO CATETER IRRIGADO

Eduardo Benchimol Saad, Marcio L. A. Fagundes, Ieda Prata Costa, Maila Seifert,Andrea Silvestre, Rubens Kosac, Frederico Mota, Roberto M. S. Sá, Fernando E.S. Cruz Filho

Instituto Nacional de Cardiologia - Rio de Janeiro

Fundamentos: A doença de Chagas (DC) está associada a circuitos epicárdicosde TV. O mapeamento epicárdico percutâneo pode ser realizado em ritmo sinusalatravés de potenciais diastólicos fracionados (PDF), porém a potência das apli-cações de RF pode ser limitada pela gordura epicárdica e pela ausência de fluxo.Este relato demonstra a utilização de cateter irrigado para formação de lesõesefetivas no epicárdio. Foi indicado transplante cardíaco para pt de 55 anos deidade com DC devido a episódios recorrentes de TV não controlados com com-binações de drogas antiarrítmicas e duas tentativas de ablação (endocárdica eepicárdica). Registrou-se 38 choques do CDI em 7 dias e a ICC tornou-se intra-tável. Optou-se por nova ablação epicárdica, durante a qual foi realizadomapeamento de PDF em ritmo sinusal para manter estabilidade hemodinâmica.Aplicações de RF utilizando cateteres com ponta de 4 e 8 mm foram ineficazesdevido altas temperaturas e impedâncias, quando somente cerca de 3-5 W deenergia pode ser aplicada. Um cateter com irrigação aberta com ponta de 3,5 mmfoi então usado para resfriamento da ponta e aplicação de alta potência. Múlti-plas aplicações de RF foram realizadas nas áreas com PDF (35W, fluxo17 ml/min)enquanto drenagem pericárdica manual concomitante foi feita utilizando umcateter de pig tail colocado no espaço pericárdico através de uma segunda pun-ção pericárdica. Todos os PDF foram eliminados. Não foi realizada estimulaçãoventricular para indução de TV devido a instabilidade do pt. Após 3 meses deacompanhemento o pt não apresentou nenhum episódio de TV sem uso de dro-gas (pois apresentou toxicidade pulmonar pela Amiodarona), sendo retirado dalista de transplante. Conclusões: A DC está associada a circuitos epicárdicos quepodem ser identificados por mapeamento de PDF durante ritmo sinusal. O uso decateter irrigado pode ser necessário para lesões efetivas no espaço pericárdico.

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Relampa 200821(4): 301-346.

146TAQUICARDIA POR REENTRADA NODAL AV: UMA FORMA INCO-MUM DE INDUÇÃO

Roberto Chaim Berber, Bruno Valdigem, Stevie Horbach, Carlos Ferro, FabioFilocreão, Charles Dalegrave, Ricardo Curado, Cristiano Dietrich, ClaudioCirenza, Angelo de Paola

Escola Paulista de Medicina - UNIFESP

Paciente masculino, 47 anos, com palpitações taquicárdicas paroxísticas aosesforços. Durante os episódios de palpitações, apresentava tontura e turvaçãovisual, sem síncope e melhora espontânea ao repouso. Exame físico sem altera-ções. Na investigação diagnóstica, foi realizado ecocardiograma transtorácicodentro dos padrões da normalidade e o holter apresentava taquicardia com QRSlargo paroxística. No teste ergométrico apresentou, no pico do esforço, detaquicardia com QRS largo e morfologia de bloqueio de ramo esquerdo comciclo de aproximadamente 320 ms que converteu espontaneamente em taquicardiade QRS estreito de irregularidade cíclica (alternando um ciclo longo e um ciclocurto [Figura 1]). Durante o estudo eletrofisiológico, a estimulação atrial pro-gramada induziu taquicardia por reentrada nodal (TRN) forma típica na ausênciade salto nodal e dependente de condução AV um para dois (one to two [Figura 2]).Realizada ablação de via lenta com sucesso, sem reindução da taquiarritmia,salto ou eco nodal. Discussão: Esta é uma rara manifestação de comportamentodual do nó AV na qual ocorre uma dupla resposta ventricular a um estímuloatrial. Nestas circunstâncias, um estímulo atrial pode produzir dupla respostaventricular (uma condução através da via rápida e outra pela lenta) e, se a con-dução através da via lenta for suficientemente prolongada, pode gerar um eco-atrial ou sustentar a taquicardia.

147PRÉ-EXCITAÇÃO HISSIANA APÓS ABLAÇÃO PARA TRATAMENTODE SÍNDROME DE WPW: RELATO DE UM CASO

Evilásio Leobino da Silva Junior, Carla Sanford Xerez Leobino, Silas dos SantosGalvão Filho, José Tarcísio Medeiros de Vasconcelos, Cecília M. B. Barcellos,Cláudia Da Silva Fragata, Ana Carolina Schwab Vieira, Bruno Papelbaum, EdsonSacramento, Marcelo François

Clínica de Ritmologia Cardíaca / Beneficência Portuguesa de São Paulo

Introdução: A presença de pré-excitação Hissiana é uma entidade rara, existindopoucos relatos na literatura. Relato de caso: Reportamos o caso de um paciente,sexo masculino, 24 anos portador de síndrome de Wolf-Parkinson-White (WPW)com crises freqüentes de palpitações taquicárdicas. Foi indicada ablação porradiofreqüência. Durante o estudo eletrofisiológico constatou-se a presença depré-excitação ventricular por via acessória do tipo Kent médio-septal que foiablacionada com sucesso. Após a ablação observou-se a presença de intervaloPR curto (AH: 50 ms e HV: 35 ms) e de complexo QRS estreito. Nos testes finais,durante estimulação atrial programada foi induzida fibrilação atrial com respostaventricular elevada, instabilidade hemodinâmica, seguida de fibrilaçãoventricular sendo necessária cardioversão elétrica e suspensão do procedimento.Foi realizada nova abordagem invasiva do caso após sete dias. Durante a esti-mulação atrial prematura e progressiva observou-se condução átrio-ventriculardependente do feixe de His com ausência de retardo na propagação do estímulo(intervalos AH, HV e AV fixos), sugerindo a presença de pré-excitação Hissiana.Realizada ablação da junção átrio-ventricular direcionada para o vértice dotrígono de Koch com sucesso. Havendo indução de bloqueio atrioventricularde alto grau e necessidade de estimulação cardíaca artificial definitiva. Conclu-são: A descrição reporta e enaltece uma forma rara de síndrome de pré-excitação.A presença das duas formas de pré-excitação envolvendo a mesma região sugerediferentes ramificações de uma mesma via.

145ÚLCERA ESOFÁGICA COMO COMPLICAÇÃO DE ABLAÇÃO DE FI-BRILAÇÃO ATRIAL

Ana Carolina Schwab Vieira, José Tarcísio Medeiros de Vasconcelos, Silas dosSantos Galvão Filho, Cecília M. B. Barcellos, Cláudia da Silva Fragata, BrunoPapelbaum, Carla Leobino, Edson Sacramento, Marcelo Françoisa, Tiago Silvestrin

Clínica de Ritmologia Cardíaca / Beneficência Portuguesa de São Paulo

Introdução: A fístula átrio-esofágica é gravíssima complicação secundária àablação (ABL) da parede posterior do átrio esquerdo (AE) para tratamento dafibrilação atrial (FA). Contudo, diferentes espectros clínicos de injúria tecidualpodem ocorrer em decorrência de lesões direcionadas a essa região. Relato decaso: Homem de 39 anos, portador de FA e flutter atrial. Foi submetido em 2002a ABL do istmo cavo-tricuspídeo e em 2003, a ABL segmentar ostial das veiaspulmonares. Houve recorrência de FA, que motivou nova ABL em 2008 portécnica circunferencial com apoio de mapeamento eletroanatômico A interven-ção foi realizada com cateter irrigado mantendo-se potência de 30 a 35 watts,fluxo de 20 ml/min e temperatura alvo de 45º. Monitorizou-se a temperaturaesofágica (TE), havendo elevação inadvertida até 40º C durante uma aplicaçãopróxima ao óstio da v. pulmonar inferior direita. O paciente apresentou náusease vômitos 6 horas após o procedimento. Endoscopia digestiva alta (EDA) evi-denciou úlcera de esôfago médio, de 1,2 cm de diâmetro, a 35 cm da arcada dentária.Ressonância magnética (RNM) mostrou borramento da gordura peri-esofágicaneste nível, sem fístula. Mantida internação hospitalar, com uso de omeprazolpor uma semana, com repetição da EDA e RNM no 7º dia, demonstrando-secicatrização da lesão. Conclusões: 1. O acometimento da mucosa esofágica podeocorrer sem que se estabeleça uma solução de continuidade com o AE durantea ABL de FA. 2. É provável que a elevação da TE a 40º C tenha se relacionadoao aparecimento da complicação. 3. A cicatrização da lesão é rápida frente a umaconduta conservadora. 4. A pouca especificidade da exteriorização clínica podeimplicar no subdiagnóstico desta complicação.

148QUEDAS OU SÍNCOPES, ALCOOLISMO OU SÍNDROME DE BRUGADA?

Dariana Viegas Andrade Penteado, José Otávio Pontes Penteado, AderbalPereira de Oliveira

SEMASUB-Serviço de Marca-passos e Arritmias do Sudoeste da Bahia-Hospi-tal Samur

Homem, 59 anos, branco, casado, natural e procedente de Vitória da Conquista-BA, admitido no serviço de emergência com cefaléia holofrontal, afasia ehemiparesia a direita, com início há quatro horas. Há dois dias com febre e há três,queda da própria altura e perda fugaz da consciência. Antecedentes pregressosde hipertensão arterial de início recente (dois meses), dois episódios de síncopena adolescência, etilismo importante, quedas de repetição e perda da consciên-cia (atribuídas ao alcoolismo) e há dois meses havia sido internado com hema-toma subdural (HSD), submetido a drenagem cirúrgica sem seqüelas neurológi-cas. Fazia uso de losartana e fenitoína. Irmão havia falecido subitamente aos 40anos. Ao exame físico encontrava-se consciente, orientado, febril (38,2 C) comhemiparesia à direita e afasia, FC=96bpm e PA=150/90 mmHg, ausculta cardíacanormal e avaliação dos demais sistemas, dentro da normalidade. Paciente foiinternado em UTI onde TC-crânio e punção liquórica demonstraram que o HSDhavia se refeito e estava infectado. Foi realizada drenagem cirúrgica mais antibi-óticos com bom resultado Paralelamente foi realizado ECG (fig1) aventando-secomo Hipóteses Diagnósticas: Síndrome Coronariana, doença de Chagas ouSíndrome de Brugada. Cintilografia de perfuão do miocárdio foi negativa nasduas fases, Ecocardiograma com FE=62% descartou alterações cardíacas estru-turais significativas e Holter demonstrou distúrbio persistente da condução I-V pelo ramo Direito mais pronunciado durante o sono. Sorologia para Chagasfoi negativa. Após resolução do quadro neurológico, foi realizado EstudoEletrofisiológico Invasivo onde, após a infusão de procainamide, surgiu pa-drão típico de Bloqueio Completo de Ramo Direito + supra de ST em V1,2,3 eindução de Taquicardia Ventricular Sustentada polimórfica, hemodinamicamentemal tolerada, com protocolo pouco agressivo (fig.2). Baseado nesse resultado,foi indicado e implantado um Cardioversor Desfibrilador Implantável.

Relampa 200821(4): 301-346.

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149CONVERSÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIAL PERMANENTE EM FLUTTERATRIAL ISTMO-DEPENDENTE DURANTE ABLAÇÃO POR CATETERDO ÁTRIO ESQUERDO: RELATO DE CASO

Luiz Eduardo Montenegro Camanho, Luiz Eduardo Camanho, Ieda Prata,Rodrigo Elias, Paulo Maldonado, Marcelo Maia, Vladimyr Areas, AngelinaCamiletti, Eduardo Saad

Hospital Pró-Cardíaco

Introdução: a ablação da fibrilação atrial (FA) permanente apresenta resultadosinferiores à forma paroxística e representa um desafio clínico atual. Objetivo:descrever um caso de ablação de FA permanente que após o isolamento antral dasveias pulmonares (VP) houve organização da arritmia em flutter atrial (FlA)típico istmal e posterior reversão a ritmo sinusal. Materiais e métodos: ptmasculino, 72 anos, com FA permanente, já tendo se submetido a ablação de FAprévia sem sucesso. Não apresentava cardiopatia estrutural. O ECO mostravavolume AE: 31 ml/m2 e diâmetro de 4,7 cm. Vinha em uso de warfarin e atenolol.O procedimento realizado foi o isolamento antral das VP guiado pelo ECOintra-cardíaco (ICE). Foram realizadas duas punções de veia femoral direita euma a esquerda para posicionamento da sonda do ICE. Realizadas duas punçõestrans-septais, guiadas pelo ICE. Realizado punção de veia jugular interna direi-ta para posicionamento de cateter multipolar de mapeamento do seio coronárioe átrio direito. Foi utilizado cateter decapolar LASSO® para mapeamento dasVPs e um cateter de ablação irrigado (ponta de 3,5 mm). A potência utilizada foide 30 a 35 W e fluxo de irrigação de 30 ml/h. A monitorização da temperaturaesofagiana foi realizada através de termômetro multipolar e a monitorizaçãoneurológica através de Doppler transcraniano. Foi realizado isolamento antral detodasVP e septo inter-atrial. Durante aplicação de RF no teto do AE houve orga-nização do ritmo fibrilatório em FlA típico com ciclo de 240 ms e resposta ven-tricular 2: 1. Após o término das aplicações no AE, foram realizadas manobras de“entrainment” no istmo cavo-tricuspídeo que confirmaram tratar-se de FlA istmo-dependente. Procedeu-se então a ablação e bloqueio do istmo cavo-tricuspídeocom reversão a ritmo sinusal. Em período de acompanhamento de 9 meses o ptencontra-se assintomático, em ritmo sinusal e sem drogas anti-arrítmicas. Conclu-são: este caso ressalta aspectos poucos usuais da ablação de FA permanente ereforça a indicação e benefício da terapia ablativa neste grupo de pt.

150TRATAMENTO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA AVANÇADA ATRA-VÉS DE ABLAÇÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIAL E RESSINCRONIZAÇÃOMIOCÁRDICA

Eduardo Benchimol Saad, Ieda Prata Costa, Rodrigo Elias, Angelina Camiletti,Paulo Maldonado, Luiz Eduardo Camanho

Hospital Pró-Cardíaco - RJ

Pt masculino de 69 anos internado com insuficiência cardíaca (IC) de difícilcontrole clínico, em classe funcional NYHA III. Portador de cardiopatia isquê-mica em fase dilatada, já submetido previamente a cirurgia de revascularizaçãomiocárdica. História de fibrilação atrial (FA) paroxística, em uso de Amiodarona200 mg/dia e coumarínico oral cronicamente. Em uso também de Carvedilol,IECA, Aldactone e Furosemida. Negativo para isquemia miocárdica. Realizadoecocardiograma que revelou cardiopatia isquêmica segmentar com severa dis-função ventricular esquerda (FE 22%) e insuficiência mitral moderada a grave,com átrio esquerdo de 5,1 cm. ECG com bloqueio completo do ramo direito enecrose de parede anterior, com QRS de 184 ms. Evoluiu com episódios recor-rentes de fibrilação atrial com rápida resposta ventricular (140 bpm), que leva-vam a significativa deterioração hemodinâmica e respiratória. Realizadas 3 car-dioversões elétricas por recorrência da arritmia apesar de repetidos bolus deAmiodarona venosa e aumento da dose oral para 600 mg/dia. Optou-se portratamento invasivo através de ablação por cateter da FA pela técnica de isola-mento elétrico do antro das veias pulmonares com cateter de 8 mm, para evitarsobrecarga hídrica. O procedimento foi realizado com sucesso através de supor-te com drogas inotrópicas. Optou-se também durante a internação por implantede um cardioversor-desfibrilador ressincronizador, realizado com sucesso pelavia transvenosa. Eco de controle demonstrou resolução quase completa da in-suficiência mitral, concomitante com grande melhora da capacidade funcional(NYHA I-II). Recebeu alta recomendação de uso de Amiodarona durante 30 diasapós a ablação. Acompanhamento de 6 meses revelou ausência de episódios deFA pelo dispositivo sem uso de antiarrítmicos e manutenção do benefício clíni-co observado, com grande melhora da capacidade funcional e da qualidade devida do pt. Conclusão: Um tratamento agressivo da FA e da insuficiência mitralleva a melhora significativa da qualidade de vida e da capacidade física em ptcom IC avançada.