23ª JORBA - O Sucesso do conhecimento científico em Sauípe

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BAHIANEST DEZEMBRO 2010 | 1

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Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia

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BAHIANEST é uma publicação da SAEB - Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia em parceria com a COOPANEST-BA- Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas Estado da Bahia.

RedaçãoAv. Garibaldi, 1815, Sobreloja, Bloco B, Centro Médico Empresarial, Ondina, Salvador - Bahia.Fone: 71 3247-4333

DIRETORIA Presidente Dr. Marco Aurélio Oliveira GuerraCRM/Ba 11.048 Vice-Presidente Dr. Adhemar Chagas ValverdeCRM/Ba 6.055 Secretário Geral Dr. Gilvan da Silva Figueiredo CRM/Ba 12.617 1º Secretário Dr. Hugo Eckener Dantas de Pereira CardosoCRM/Ba 15.709 1ª Tesoureira Dra. Ana Cláudia Morant BraidCRM/Ba 9.622

2º Tesoureiro Dr. Luiz Alberto Vicente TeixeiraCRM/Ba 5.739

Diretor Científico Dr. Márcio Henrique Lopes BarbosaCRM/Ba 11.988

Diretor de Defesa Profissional Dr. Jedson dos Santos NascimentoCRM/Ba 11.927

Presidente da COOPANEST-BADr. Carlos Eduardo Aragão AraujoCRM/Ba 3811

Responsável pela revista:Dr. Marco Aurélio Oliveira GuerraCRM/Ba 11.048

Textos e EdiçãoCinthya Brandão - Jornalista DRT 2397www.cinthyabrandao.com.br

Designer GráficoCarlos Vilmarwww.carlosvilmar.com.br

FotografiasHitanez Freitas

Tiragem 800 exemplares

ImpressãoCartograf

Editorial

Caros sócios,

Encerramos o primeiro ano de nossa gestão com diversas conquistas e etapas devidamente cumpridas. Tivemos um calendário de ativida-des científicas compatível com o padrão de qualidade exigido pela So-ciedade Brasileira de Anestesiologia. Resgatamos e ampliamos a par-ticipação de colegas do interior no 15º ENAI, em Teixeira de Freitas.

A 23ª JORBA foi coroada de êxito em diversos aspectos. A qualidade científica desde a escolha do tema foi algo amplamente abordada pelos participantes. Con-tamos com a participação de colegas de outros Estados, palestrantes e inscritos. Pela pri-meira vez, a JORBA disponibilizou três cursos de grande importância para a especialidade atraindo um grande público. Não posso deixar de ressaltar a organização e qualidade do Curso de Ultrassonografia em Anestesia, o primeiro organizado e realizado por anestesio-logistas baianos, colegas do Hospital São Rafael. A escolha do Complexo Costa do Sauípe foi outro aspecto que propiciou um convívio agradável entre colegas e familiares.

Quero desejar sorte ao Dr. Ricardo Azevedo, eleito Secretário Geral da nova Diretoria da SBA e a Dra. Nádia Duarte por assumir a presidência. Saúdo também os colegas da SAESP pela bela campanha de valorização dos anestesiologistas. Atitude já colocada em prática pela SAEB e COOPANEST-BA por outras vezes.

Agradeço a participação dos sócios da SAEB em prestigiar os eventos cuidadosamente or-ganizados pela diretoria. Espero que novos colegas passem a fazer parte da SAEB e parti-cipem das atividades, afinal a razão de existir da nossa Sociedade é contribuir para a quali-dade científica dos anestesiologistas baianos.

Desejo a todos um fim de ano repleto de paz, saúde e realizações!

Dr. Marco Guerra Presidente da SAEB

CRM-Ba 11.048

www.saeb.org.br

Prezado Colega!

Este editorial tem o escopo de demonstrar parte da nossa cami-nhada científica, apresentando resultados obtidos em 2010. Este ano foi marcado pelo indiscutível amadurecimento institucional.

Emerge, neste sentido, a realização do curso de bloqueios, a con-solidação do curso integrado, a reestruturação do ENAI, que lan-çou as bases para colher os frutos do mais bem sucedido ENAI da história da SAEB e, sobretudo o crescimento qualitativo da JORBA.

Eis a essência da nossa caminhada: entusiasmo e comprometimento para encontrar na vigorosa e singela afirmação de Eclesiástico “A ciência do Médico o faz andar de cabe-ça erguida”, a sua mais alta aspiração.

Dr. Márcio Henrique Lopes Barbosa Diretor Científico da SAEB

CRM/Ba 11.988

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23ª JORBA atrai grande público à Costa do Sauípe23ª JORBA atrai grande público à Costa do Sauípe

Conhecimento científico no paraíso, esse sem dúvida foi o lema da 23ª JORBA – Jornada de Anestesiologia do Estado da Bahia, realizada nos dias 24 e 25 de setembro, no Complexo Costa do Sauípe, mais uma conquista da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia. Apesar da distância, dezenas de anestesiolo-gistas baianos e de outros Estados desfrutaram de uma progra-mação científica ampla e enriquecedora. O tema Atualização em Perioperatório foi o destaque de acordo com o diretor científico da SAEB, Dr. Márcio Henrique Barbosa. “Esta JORBA nasceu do desejo de enfocar os diversos aspectos práticos da nossa espe-cialidade dentro de um crivo de qualidade.”, ressalta.

“A23ª JORBA é um serviço prestado de bastante relevância à sociedade médica baiana. A programação científica foi altamente atualizada. O tema Anestesiologia em Medicina Perioperatória

é um dos mais discutidos no mundo inteiro em anestesia. Todos os organizadores estão de parabéns!”

Dra. Nádia Duarte

Presidente eleita SBA

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A inovação deste ano foi a disponibilização de três cursos como ati-vidades extra congresso. De acordo com o presidente da SAEB, Dr. Marco Guerra o diferencial foi algo bastante relevante. “A 23ª JOR-BA alcançou seus objetivos, tanto no campo científico quanto no so-cial. Apresentamos três cursos de alto nível, o de Ultrassonografia em Anestesia foi realizado por colegas do Hospital São Rafael, sob coordenação do Dr. Luiz Teixeira com excelente repercussão entre os participantes. Tivemos o SAVA com qualidade e reconhecimento consagrados e também o curso de Monitorização Hemodinâmica do Einstein. Em paralelo, tivemos as aulas com excelente frequência e de altíssimo nível com exímios palestrantes. No âmbito social, tive-mos várias famílias reunidas neste final de semana no Complexo do Sauípe se confraternizando e aproveitando o ambiente descontraído”. Dr. Márcio Henrique completa: “Não obstante, investimos nos cursos durante a jornada e oferecemos uma programação científica atraente com excelentes palestras que entusiasmaram o público. Houve gran-de procura pelos cursos e isso reforça a idéia de que vale muito agre-gar qualidade na JORBA”

Diante do sucesso da 23ª JORBA a responsabilidade para o próximo ano aumenta. “O sucesso da JORBA foi extraordinário e essa asser-ção encontra respaldo na grande satisfação dos colegas. A enver-gadura da JORBA 2010 credencia a nossa SAEB a realizar eventos grandiosos, e com essa perspectiva trabalharemos em 2011”, afirma Dr. Márcio Henrique.

Durante a solenidade de abertura da 23ª JORBA, compuseram à mesa além do presidente e diretor científico da SAEB, a vice-presi-denta da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) e eleita pre-sidenta para a próxima gestão, Dra. Nádia Maria da Conceição, o vi-ce-presidente do CREMEB, Dr. José Abelardo Garcia de Meneses, representando a COOPANEST-BA, Dr. Jedson dos Santos Nasci-mento, o presidente da SAEPE, Dr. Francisco José Antunes de Brito, e o presidente da SAESE, Dr. Marcos Antonio Costa de Albuquerque. O presidente da SAEB, Dr. Marco Guerra agradeceu a presença dos participantes, reconheceu a colaboração da diretoria e dos funcio-nários da SAEB, e ressaltou a importância do evento para a comu-nidade médica baiana. Depois todos participaram do jantar ao som de boa música.

Cinthya Brandão Jornalista

DRT/Ba 2.397

“A reciclagem do conhecimento científico para o anestesiologista é fundamental. O tema da jornada foi excelente. Existe uma tendência mundial de

mudar o nome da anestesiologia para Medicina Perioperatória. O anestesista não é aquele que administra somente as drogas no momento de realização da cirurgia, é o profissional que está envolvido no pré, intra e pós-operatório. O local da JORBA foi escolhido a dedo, é sensacional com várias opções de lazer. É importante oferecer um espaço agradável, quando se tem menos estresse é mais fácil assimilar o conhecimento ainda mais quando é possível trazer a família. Eu não conhecia a Costa do Sauípe e fiquei muito satisfeito.”

Dr. Eduardo Chini Palestrante internacional

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Anestesiologistas baianos investem em curso de ultrassonografiaDurante a 23ª JORBA – Jornada de Anestesiologia do Estado da Bahia aconteceu o Curso de Ultrassono-grafia em Anestesia. Uma iniciativa pioneira de anestesiologistas baia-nos que atuam no Hospital São Ra-fael com o apoio de Dr. Delfin, chefe do Serviço de Bioimagem do HSR. Os coordenadores Dr. Rodrigo Leal e Dr. Luiz Teixeira, responsáveis pelo CET do referido hospital, explicam como surgiu a idéia. “Foi uma decisão ar-rojada porque temos pouco tempo de prática, no entanto, vimos que a utili-zação de ultrasson em nossa atuação é um caminho sem volta. Há seis me-ses, fizemos esse curso com um gru-po da Universidade de Stanford (EUA) e percebemos a importância da téc-nica para a medicina e para a prática diária da anestesia.”

Os benefícios são evidentes. De acor-do com os instrutores do curso, Dr. Adriano Fernandes, Dr. Laszlo Moc-sari e Dr. Diogo Bahia, durante o ato anestésico, utilização do ultrasson permite uma maior clareza da ana-tomia. “Deixa-se de buscar as es-truturas às escuras com referências anatômicas topográficas. A técnica possibilita enxergar a estrutura que

você procura e, assim, escolher o ca-minho menos traumático para o pa-ciente. Permite uma maior seguran-ça de efetividade do bloqueio quer seja um acesso venoso central quer seja um bloqueio nervoso com a es-colha do feixe exato do nervo a ser bloqueado que vá para determinada área, enfim, possível seletivar o blo-queio anestésico. Tudo isso leva a uma menor morbidade, menor mor-talidade, uso de menos anestésico resultando num conforto e seguran-ça para o paciente”, acrescentam.

Os desafios ainda estão por vir, se-gundo Dr. Luiz Teixeira. O custo é um dos fatores que mais dificultam a uti-lização do recurso nos hospitais. “Eu fiz essa abordagem durante o cur-so sobre o custo da tecnologia com a prática diária, já que os planos de saúde ainda não querem pagar a uti-lização desse equipamento. Esse ainda é um conflito. A instituição também precisa enxergar que a téc-nica oferece ganhos porque, no cen-tro cirúrgico, diversos tipos de proce-dimentos utilizarão como a cirurgia pediátrica, a cirurgia cardiovascular, ou seja, facilitará o procedimento de diversas especialidades cirúrgicas.

Quem cresce com esse investimen-to é a instituição que passar a ser re-ferenciada por utilizar técnicas mais seguras. É um investimento de ga-nho intangível”, finaliza.

“Gostaria de parabenizá-los pela belíssima jornada, num lugar maravilhoso, onde pudemos desfrutar das

maravilhas da Bahia. Além da Jornada científica com excelentes aulas, gostaria de ressaltar os workshops, particularmente de anestesia regional guiada por ultrasson que realizei. Foi excelente!”

Dra. Alexandra Assad Convidada Nacional

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A Sociedade de Anestesiologia do Es-tado da Bahia (SAEB) encerrou suas atividades científicas no dia 11 de de-zembro com um tema que foge do conteúdo, normalmente, apresentado em suas aulas. A diretoria convidou a advogada Camila Ladeia para falar sobre Proteção do Patrimônio para Médicos. Durante cerca de 50 minu-tos e utilizando uma linguagem sim-ples e objetiva a Dra. Camila explanou definições, deu dicas e orientações de como programar uma empresa, bem como, uma sociedade sólida e segura. Além disso, a advogada explicou como proteger o patrimônio de possíveis si-tuações de risco.

A plateia atenta fez abordagens ao fim da apresentação. Dr. Marco Guerra, presidente da SAEB, entregou a Dra. Camila o certificado de participação

no evento e todos seguiram para o agradável jantar de confraternização.

O diretor científico da SAEB, Dr. Már-cio Henrique Barbosa, elogiou o tema e sua abordagem. “O tema foi muito pertinente. Nós temos procurado in-serir nas programações da anestesio-logia assuntos que são de relevância para que o médico possa aumentar suas reflexões como profissional e saber lidar e proteger seus bens. Isso permitirá uma maior tranquilidade sabendo que sua família e seu patri-mônio estão seguros”, salienta.

Dr. Marco Guerra fez um balanço po-sitivo dos eventos científicos deste ano. “2010 apresentou um calendá-rio repleto de atividades desde o Cur-so Integrado dos Residentes, o ENAI, a JORBA e diversas aulas com am-

pla abordagem de assuntos cientí-ficos de destaque na atualidade. Fo-ram dive sas contribuições oferecidas aos anestesiologistas baianos”, res-saltou. Dr. Márcio Henrique comple-ta: “O saldo foi bastante positivo. Esse ano, definitivamente, a SAEB se inse-riu dentro de um contexto de traba-lhar com todos os CETs numa política de agradar aos sócios com uma atua-ção forte na área científica e isso, cer-tamente, é um triunfo. Isso nos deixa muito feliz.”

Cinthya Brandão Jornalista

DRT/Ba 2.397

SAEB encerra atividades científicas 2010

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Proteção do Patrimônio para médicos

Quando um paciente chega ao consultório, a primeira iniciativa do bom médico é ouvir com atenção o relato do seu cliente. Em seguida, diante de algumas su-posições, inicia a pesquisa, que pode demorar alguns minutos ou alguns me-ses, tudo depende dos exames necessários. Só após a plena convicção, o mé-dico prescreve o tratamento que entende adequado.

Em qualquer hipótese, o diagnóstico tardio pode complicar ou inviabilizar o tra-tamento, razão pela qual todos apóiam a medicina preventiva.

A prática no mundo empresarial não é diferente. Para se constituir uma em-presa, a primeira iniciativa deve ser consultar os especialistas para identificar os riscos inerentes ao negócio. Quando o planejamento não foi feito adequada-mente e os riscos de fato se materializam, o campo de atuação dos especialis-tas que atuam na solução dos problemas é reduzido drasticamente.

Assim, a prevenção é matéria de ordem tanto na medicina, quanto no mundo empresarial.

Digo isto na expectativa de que os médicos, hoje diretores, administradores ou sócios de entidades empresariais e associativas (como cooperativas), atentem para o fato de que existe uma responsabilidade inerente à atividade empresa-rial que deve ser conhecida e monitorada para que seus reflexos não sejam sentidos no patrimônio pessoal.

É fato que a evolução da nossa legislação trouxe a possibilidade de transferir o passivo (dívidas) da pessoa jurídica para a pessoa física, quando a primeira não tiver recursos para adimplir com as suas obrigações.

Tal circunstância não é rara em nossos dias correntes. Quantos não são sur-preendidos com dívidas fiscais que não sabiam que existiam? E Reclamações Trabalhistas de valores estratosféricos? Isto sem falar nos danos morais de-correntes de erro médico! Fato é que a multiplicidade de obrigações assumi-das pelos empresários não pode garantir a plena segurança patrimonial da empresa.

Por esta razão, salta aos olhos a necessidade de planejar o patrimônio da pes-soa física - o médico - que não pretende ver o fruto do trabalho de muitos anos (e muitas vezes em lugares diferentes) à mercê dos credores das empresas às quais está vinculado.

Para isto, existe técnica, plenamente aceita em nosso ordenamento jurídico, e que deve ser implementada com segurança e tempo suficientes para um estu-do apurado.

Isto para que, ao final, não venha o advogado, contador ou outros assessores relatar ao médico o que este diz no seu cotidiano - o diagnóstico tardio limitou as opções de tratamento.

Camila Ladeia Advogada do escritório NRDLC, Salvador/BA; MBA em

Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas

“A necessidade de planejar o patrimônio da pessoa física - o médico - que não pretende ver o fruto do

trabalho de muitos anos (e muitas vezes em lugares diferentes) à mercê dos credores das empresas às quais está vinculado.

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Bahianest: Como foi o processo de es-colha para sua participação na próxima diretoria da SBA?

Dr. Ricardo Azevedo: Na verdade não houve da minha parte nenhum tipo de campanha, claro que sabia do proces-so que estava acontecendo na forma-ção da chapa da nova diretoria, mas foi com grande surpresa que recebi uma ligação de Nádia Duarte me convidando para fazer parte da sua diretoria. Acre-dito que somaram para este convite o fato de ter feito uma boa gestão à frente da SAEB e também o fato de compor a participação nordestina na SBA.

Bahianest: É a primeira vez que fará parte de uma diretoria associativa com representação nacional. Como o se-nhor avalia o novo cargo já que a últi-ma representação da SAEB na direto-ria da SBA foi em 1995, com Dr. Paulo César Medauar Reis na presidência?

Dr. Ricardo Azevedo: É a primeira vez que participarei da diretoria da SBA, será mais que uma responsabilidade, será um grande desafio, pois é a pri-meira vez que alguém que não seja do Rio de Janeiro ocupará o cargo de Se-cretário Geral. Colegas de outros Esta-dos falam-me que serei não o primei-ro nordestino no cargo, mas o primeiro brasileiro.

Bahianest: O que representa para a anestesioologia local ter uma mulher nordestina na presidência da SBA?

Dr. Ricardo Azevedo: A nossa especia-lidade, infelizmente, ainda possui muito preconceito machista, prova disto é que só agora depois de sessenta anos es-tamos elegendo uma mulher para pre-sidente. Espero que isto nos leve a no-vos tempos na anestesiologia com mais igualdade de oportunidades. Creio que

Nádia fará uma excelente gestão.

Bahianest: À frente da SAEB entre 2008/2009, além de participar de ou-tras diretorias, o senhor teve um con-tato bem próximo e íntimo com os pro-blemas enfrentados na anestesiologia do Estado. Qual sua avaliação?

Dr. Ricardo Azevedo: Participo da SAEB desde 1995 de maneira ininterrupta nos mais variados cargos e pude ver que problemas sempre existiram e sempre existirão. Cabe a nós resolvemos se-guir na vida associativa para tentar, de alguma forma, enfrentar esses percal-ços para quem sabe conseguir resolvê-los. Acredito que nossa maior dificulda-de para atingir os nossos objetivos seja que, ainda nos dias de hoje, apesar de estar clara a importância da vida asso-ciativa, principalmente em anestesia, a maioria dos nossos sócios não tem ne-nhuma participação ativa, acham que já fazem muito pagando a anuidade. Outro problema que considero preocu-pante é a ânsia dos gestores públicos em produzir novos anestesistas para acabar com uma suposta falta de pro-fissionais no mercado, falta esta que nunca foi devidamente documentada. Nos últimos quatro anos, houve um aumento de 70% no número de resi-dentes na Bahia, hoje somos os maio-res formadores de novos anestesistas atrás apenas do Rio de Janeiro e São Paulo, apesar de termos uma econo-mia pobre em relação a outros Estados que formam menos residentes. Vamos continuar lutando por uma formação de qualidade e não de quantidade, não interessa se vamos ou não ser acusa-dos de querer uma reserva de merca-do, não podemos abrir mão da quali-dade. Este é um dos problemas que vivemos no Estado, mas existe espe-rança na melhora, pois o que verifica-

mos neste ano é que os próprios as-pirantes não querem permanecer em serviços que não ofereçam qualida-de para a sua formação. Espero que esta resposta seja mantida para que os gestores percebam que não basta sim-plesmente abrir indiscriminadamente novas vagas de residência.

Bahianest: Quanto à sua rotina como anestesiologista atuante na Bahia, o que mudará? E como não comprome-ter o convívio familiar?

Dr. Ricardo Azevedo: Agradeço a todos os meus colegas da CAS que me ajuda-rão nesta empreitada, pois sem o apoio do grupo não poderia exercer a ativi-dade já que ela vai exigir a minha au-sência de uma maneira até muito fre-quente. Tenho também que agradecer a minha família, pois ela também sen-tirá a minha ausência, mas eles sabem que é vontade minha seguir adian-te e, com certeza, vão me entender e apoiar. Neste aspecto tenho uma famí-lia maravilhosa.

Bahianest: Qual a contribuição que o senhor pretende alcançar para a anes-tesiologia brasileira como integrante da diretoria da SBA?

Dr. Ricardo Azevedo: O objetivo será ala-vancar a anestesia no Brasil e no mun-do, melhorando não só a qualidade, mas também, a divulgação da especialidade nos mais diversos setores da socieda-de, com isto tentaremos ampliar nossa relação com o MEC, Ministério da Saú-de e ANS. Espero exercer o cargo a que fui eleito com muita garra e determina-ção, vontade não vai faltar. Desde 1995 que a Bahia não possuía um de seus membros na diretoria da SBA e espero que possa atuar de maneira justa e ética para honrar a Bahia.

ENTREVISTA

Dr. Ricardo Almeida de AzevedoSBA terá um baiano na diretoria 2011

Presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado da Bahia (SAEB) no biênio 2008/2009, Dr. Ricardo Almeida de Azevedo, ao longo de sua vida profissional, teve ampla participação em ou-tras diretorias da SAEB. Anestesiologista em plena atividade, atuando nos principais hospitais da capital baiana, Dr. Ricardo Azevedo sempre conciliou perfeitamente a carreira associativa, com a atividade profissional e pessoal. Objetivo e prático, Dr. Ricardo não se deixa intimidar pe-los desafios e, a partir do próximo ano, assumirá mais um momento de grande responsabili-

dade como secretário geral da próxima diretoria da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA). Em entrevista concedida à Bahianest, Dr. Ricardo revela expectativas e anseios para o novo cargo, fala sobre sua experiência à frente da SAEB e faz um panorama da anestesiologia na Bahia.

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Passar um mês em um serviço de referência mundial, um dos maio-res hospitais do mundo foi uma experiência inesquecível. No iní-cio é um pouco assustador devido à grandeza da estrutura. São dois hospitais, centenas de salas de ci-rurgia, equipamentos de alta tec-nologia, inúmeros funcionários e setores. O volume cirúrgico é enor-me, as pessoas altamente capa-citadas e treinadas. Todo mundo sabe o que fazer em cada momen-to, de forma que ninguém fica para-do nem duas pessoas executando a mesma tarefa. Tudo é automatiza-do e feito para ser realizado com rapidez e segurança.

Questões anestésicas relaciona-das à monitorização e segurança são mandatórias, como ecocardio-grama transesofágico e catéter de artéria pulmonar para todas as ci-rurgias cardíacas (com raras ex-ceções), punções venosas centrais obrigatoriamente guiadas por ul-

trassonografia, uso de BIS, oxi-metria cerebral, EEG intra-opera-tório, monitorização de potencial evocado sensitivo e motor, aquece-dor de fluidos e manta térmica. A enfermeira anestesista tem papel de destaque. Elas intubam, pun-cionam artérias, posicionam o pa-ciente e conduzem o caso duran-te todo o intra-operatório com a supervisão do staff. Porém, o que mais importante, sob a minha ótica de anestesista em início de carrei-ra, foi ver um lugar onde o pacien-te vem sempre em primeiro lugar: o seu conforto, bem-estar e segu-rança. A temperatura das salas ci-rúrgicas é agradável, os pacientes estão sempre com cobertores, não há barulho na sala enquanto o pa-ciente dorme ou acorda, cuidados minuciosos com posicionamento e controle rigoroso de temperatura.

É incrível ver que tudo aquilo que es-tudamos como sendo o ideal existe e é rotina na Mayo Clinic. Além dos

aspectos profissionais, as pessoas são muito receptivas, agradáveis, interessadas em ensinar e tam-bém em conhecer a “nossa rotina”. Como me disse um anestesista de lá: “Você está na disneylândia da medicina”. Gostaria de agradecer a Dr. Eduardo Chini pela oportunida-de e a Dra Maria Theresa Barbosa e Dr. Eduardo Rodriguez pelo apoio diário durante o mês que estive lá.

Dra. Ticiana Goyanna Médica residente do 3º ano

Santa Casa de Misericórdia da Bahia

Intercâmbio Científico – Mayo Clinic

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CONTO

DICA DE SITE

Conto de Alexandre Figueiredo

Seu filho havia nascido tinha dois me-ses. Era o sexto, o quarto João da casa, e estava forte, gordo como nenhum de seus irmãos havia ficado em tal tempo.

Era difícil encontrar uma mulher como ela. Apesar de muito pobre, nem de longe era triste, percebia-se facilmen-te nos gestos e nos seus vastos sorri-sos. Sua única tristeza, dizia, era a in-tolerável dor no coração de perder um filho, ainda anjinho, para diarréia.

Era extremamente virtuosa.

Dentre sua lista de virtudes a gratidão era a maior, mulher humilde e silen-ciosa que aprendeu a ser diante dos seus poucos desejos. Já não possuía aspirações, apenas a boa sorte de po-der cuidar dos filhos, tinha incrível ta-lento para a maternidade.

De si nasceu o seu mundo, e da sua maternidade também nasceu ela pró-pria. Aquela mesma que foi ganhando no corpo excessivamente gordo, oleoso e baixo as marcas estampadas da so-brevivência.

Havia tempo que desejava encontrar o Dr. Julio, quem havia lhe salvo a vida, a sua e do seu último João, num par-

to em desespero – dor, sofrimento, he-morragia, revivamento. Também lhe ti-nha ligado as trompas.

Havia ido procurá-lo no consultório e sem demora abordou-o:

- Doutor, fiz pro senhor. Entregando-lhe o bolo fatiado enrolado em pano de cozinha.

Um sorriso ainda mais largo anteci-pou-se as suas palavras. Regozijava. Chega sentia seu coração batendo li-geiro.

- Dona..., não precisava...! Fiz minha obrigação. Respondeu o médico res-gatando na memória o acontecido, no mesmo instante em que reconhecia as dobras escuras em seu pescoço. Não lembrava muito, apenas de alguns de-talhes da agonia e de tê-la esterilizado sem vacilação, retrucando meio enfu-recido que uma gorda pobre e cheia de filho estaria proibida de engravidar no-vamente.

Ele a olhava apenas com olhos miúdos.

- Negativo, o senhor tirou meu filho dos braços da morte. Sei que é pouco, mas isso é o que posso lhe dar e saiba que é de todo coração. É a minha gratidão.

Estava mais tranquila quando o man-dou provar. E continuou:

- Olhe para ele doutor, não é lin-do! Chama-se João, como os irmãos! Apontando o neném mamando ofegan-te em seus peitos enormes.

Refez o pedido para que comesse o bolo.

- Muito obrigado, já está mais que agradecida. Disse o médico já de pé, deixando a entender que precisava vol-tar ao trabalho.

Com certa ferocidade ele o experimen-tou.

- O senhor merece tudo. Isso aí é a vida! Ela continuou e foi levantando também.

Antes de sair, em meio a um olhar ape-nas sorridente, completou:

- Esse bolo foi feito pensando no dou-tor, fiz com meu leite!

E saiu não pulando de alegria, mas bem devagar carregando seu bebê e suas virtudes.

Os outros filhos esperavam-na na porta.

É a minha gratidão

www.brightlatinoamerica.comBRIGHT é um programa virtual latino americano de Educação Médi-ca Continuada na área de Anestesiologia patrocinado pela MSD, di-rigido a médicos anestesistas e pós-graduandos de anestesiologia.

Este programa, por meio de seus diferentes módulos, busca:

Oferecer à comunidade de médicos anestesistas e pós-graduandos em anestesiologia um espaço de atualização.

Manter e incrementar a qualidade e competência para o monitora-mento da transmissão neuromuscular, assim para o controle inte-gral do bloqueio neuromuscular na prática diária.

O anestesista terá a possibilidade de fazer uma profunda revisão do tema por meio de uma metodologia interativa e prática, com acesso a cada um dos diferentes módulos do programa BRIGHT: EMC, Mo-nitorização do Bloqueio neuromuscular, Aulas virtuais, Casos de Es-tudo e a Biblioteca Virtual MSD

Site fechado, com acesso restrito. Só médicos convidados pelos Re-presentantes de Vendas da MSD poderão ter acesso

Cândida Bêribá Specialty Care / Merck

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ARTIGO CIENTÍFICO

Pregabalina: mais uma opção para o tratamento da neuralgia pós-herpéticaNovas pesquisas sobre patologias que levam a dor crônica e sobre novas possi-bilidades terapêuticas mudaram de for-ma definitiva o tratamento da neuralgia pós-herpética(NPH) nos últimos anos. Esta doença, que pertence as síndromes de dor neuropática, precisa de uma te-rapia adequada numa fase precoce para evitar cronicidade da dor. Aproximada-mente 20% dos casos de herpes zoster compromete o território de inervação do nervo trigêmeo. A NPH existe por defini-ção em caso de persistência de dor na área afetada pelo zoster 6 meses após a cura das erupções. A incidência de NPH depende da idade do paciente: 50-75% dos pacientes na sétima década desen-volvem NPH após uma infecção por her-pes zoster. O aspecto clínico é caracte-rístico. Podem distinguir-se três tipos diferentes de dor: 1. espontânea, cons-tante, queimação 2. Intermitente, dor afiada, lancinante e 3. dor em resposta a um estímulo normalmente não doloroso ( alodinia mecânica). Outros fenômenos que podem ser observados são hiperes-tesia, hiperalgesia, parestesia e diseste-sia. Mecanismos fisiopatológicos de sin-tomas de dor individuais que ocorrem em NPH foram identificados, estes in-cluem a sensibilização periférica e cen-tral, bem como a atividade espontânea de fibras nociceptivas aferentes danifica-das como conseqüência das mudanças nos canais na membrana do neurônio.1

Herpes zoster (HZ) é o resultado da re-ativação do vírus varicela zoster (VVZ), o mesmo vírus que causa a catapora. Após a infecção aguda da Varicela (ou seja, ca-tapora na infância), o vírus pode perma-necer latente durante décadas nos gân-glios dos nervos sensoriais, geralmente envolvendo o lombar, dorsal e gânglios da raiz dorsal. Este vírus é reativado, possivelmente secundário a um declí-nio em específico da imunidade celular mediada para VVZ com envelhecimen-to e/ou imunossupressão. A maioria dos casos de HZ é vista em adultos mais ve-lhos, com incidência que aumenta dras-

ticamente a partir de 50 anos de idade e dobrando até aos 80 anos.2,3 Diferenças de gênero, raça, etnia não parecem ser fatores de risco para HZ.4 O paciente com HZ primeiramente pode desenvolver uma síndrome prodrômica com febre, mal-estar e dor que geralmente está lo-calizada no dermátomo afetado. Esta dor pode incluir queimação, prurido e hiper-sensibilidade e pode preceder a erup-ção de 4 a 5 dias.2,5 Como muitos pacien-tes apresentam-se inicialmente com dor severa como queixa principal, estes são freqüentemente diagnosticados.

Dor é o principal sintoma de HZ e, na maioria dos pacientes, esta resolve-se espontaneamente ao longo do tempo. No entanto, cerca de 10% a 15% dos pa-cientes desenvolvem dor pós-herpética crônica, debilitante que persiste após a erupção característica desaparecer,3,6 com alguns pacientes experimentando dor persistente por anos.7 NPH é defini-do na literatura como a dor que persiste por mais de 1 a 6 meses após a erupção de resolução, sendo raro naqueles com menos de 60 anos de idade.2-5 Presença de dor antes de erupção cutânea, erup-ção cutânea grave e febre têm relação com a gravidade. Na NPH a dor é mui-tas vezes grave, implacável e desgas-tante. Como resultado, a NPH drastica-mente pode afetar a qualidade de vida e o estado funcional do paciente. Os pacien-tes podem desenvolver insônia, perda de peso, fadiga crônica e uma incapacidade para realizar as atividades diárias. Esti-ma-se que mais de 50% dos pacientes com NPH têm perturbações do sono, e cerca de 25% relatam uma diminuição de socialização, levando à depressão e iso-lamento social.2,3,8,9

Uma regra básica no tratamento das sín-dromes de dor neuropática é que a me-dicação deve ser tomada pelo menos 2-4 semanas antes de fazer uma avaliação final. Revisões sistemáticas de dados de testes clínicos de terapia para NPH tem dado indicações distintas para os anti-

depressivos, anticonvulsivantes, anal-gésicos opióides e agentes tópicos. Os antidepressivos tricíclicos agem no sis-tema nervoso central(SNC) modulan-do a dor. Os anticonvulsivantes, como a gabapentina e pregabalina agem em ca-nais de cálcio em terminais pré-sinápti-cos de neurônios nociceptivos aferentes no SNC. Carbamazepina e oxcarbazepi-na podem ser utéis para alguns pacien-tes, mas ainda há uma falta de ensaios controlados que demonstrem eficácia no tratamento da NPH. Oxicodona oral e tramadol são medicamentos eficazes em NPH. Topicamente agentes que agem com eficácia demonstrada na NPH são capsaicina e lidocaína, ambos disponí-veis sob a forma de patches para uso lo-cal. NPH pode ser difícil de tratar e mui-tas vezes exige ensaios de vários agentes para obter alívio significativo da dor.1

Pregabalina é o mais novo agente para tratamento da NPH. Dados sugerem efi-cácia para o alívio da dor e sono, pertur-bação secundária à PHN em pacientes. Embora não haja nenhuma compara-ção, pregabalina parece comparável a gabapentina e outros agentes de primei-ra linha para o tratamento de NPH. Dro-gas anticonvulsivantes têm sido utiliza-das na gerência da dor desde os anos 60. Pregabalina(PGB) é uma droga recen-temente desenvolvida, também usada no tratamento de dor neuropática crô-nica. PGB é o S-enantiômero 3-amino-metil-5-metil-hexanóico. Tem um perfil farmacológico semelhante ao seu an-tecessor gabapentina, porém tem uma maior atividade analgésica nos mode-los de roedores com dor neuropática. PGB age reduzindo a liberação excessiva de vários neurotransmissores excitató-rios, incluindo o glutamato, noradrenali-na e substância P por ligação com a alfa (2)-delta subunidade de proteína dos ca-nais de cálcio voltagem-dependentes do SNC. Estes mecanismos explicam a ação anticonvulsivante, ansiolítica e analgési-ca da droga.10

Bahianest dezembro 2010 | 15

Foi aprovada pela primeira vez na União Européia pela Agência Européia para a avaliação de medicamentos para o tra-tamento da dor neuropática periférica em Julho de 2004. E recebeu aprovação condicional na Food and Drug Adminis-tration para tratamento de neuropatia diabética periférica (NDP) e NPH em De-zembro de 2004 e a aprovação final após o agendamento de substância controlada pela Drug Enforcement agência dos EUA em agosto de 2005.12 O mecanismo exa-to de ação da PGB não é claro, mas acre-dita-se ser semelhante ao da gabapenti-na. Ela é um análogo estrutural do GABA, mas ela não atua no receptor GABA-A ou B, ela não será convertido em GABA ou em um antagonista de GABA.8,16,17 PGB foi criada em uma tentativa de desen-volver um composto que manteria a ati-vidade biológica da gabapentina, melho-rando seu perfil farmacocinético. É bem absorvida após a administração oral com uma biodisponibilidade oral ≥ 90%. Ao contrário da gabapentina, PGB apresen-ta farmacocinética linear. Eliminação de PGB é praticamente proporcional ao cle-arence de creatinina. 98% de uma dose de PGB é excretada inalterada na urina,

e a droga passa por insignificante meta-bolismo hepático. A sua farmacocinética parece não ser afetada por raça ou gêne-ro e não têm sido estudada em pacien-tes pediátricos.15,16,18 A excreção renal da PGB parece diminuir com a idade, con-sistente com as alterações relacionadas com o envelhecimento na função renal. Assim, idosos freqüentemente exigem ajuste renal da dosagem de PGB.22 Cer-ca de 50% a 60% são retirados da circu-lação após uma sessão de hemodiálise de 4 horas.15,16,18

PGB oral 150-600 mg/dia, administrado em dois ou três doses divididas, foi sig-nificativamente mais eficaz do que o pla-cebo no alívio da dor e melhorando a in-terferência no sono relacionada com dor, nos quatro estudos multicêntricos ran-domizados, duplo-cego, 4-13 semanas de duração em um total de 776 pacien-tes avaliados com dor neuropática crô-nica, incluindo NPH.8,11,13,19 Estudos de PGB em comparação com outros agen-tes utilizados para tratar NPH não es-tão disponíveis. Os pacientes que não ti-nham respondido a gabapentina foram excluídos da maioria destes estudos.8,11,13

PGB alcança um início rápido de alívio da dor maior do que o placebo. Os tem-pos mediano para o aparecimento de alí-vio da dor com doses fixas e flexíveis de PGB foram 1. 5 e 3. 5 dias em compara-ção com > 4 semanas com placebo. Ela foi geralmente bem tolerada quando ti-tulado mais de 1 semana a doses fixas (máximo de 600 mg/dia) em ensaios clí-nicos em pacientes NPH na sua maioria idosos. Um ponto importante de obser-vação é que todos os 4 ensaios descritos neste artigo foram patrocinados pelo fa-bricante da PGB (Pfizer) e os ensaios fo-ram conduzidos pelo menos em parte por funcionários da Pfizer.

Dworklin e colaboradores(2003). Nes-te estudo com 8 semanas de duração, em 173 pacientes com NPH, definida como dor persistente >3 meses após a cura de uma erupção de HZ.11 Uso conco-mitante de medicamentos que incluíam analgésicos opióides e não-opióides, an-tiinflamatórios não-esteróides, aspirina, paracetamol (≤4 g/dia) e os antidepres-sivos, inclusive antidepressivos seletivos da recaptação de serotonina(ISRS) foram permitidos. Benzodiazepinicos, relaxan-tes musculares, esteróides orais, agen-tes locais e tópicos para NPH e anticon-vulsivantes foram proibidos. Os doentes foram randomizados para qualquer PGB (n = 89) ou placebo (n = 84). Doses foram dadas três vezes por dia. Os que usa-ram PGB receberam 600 mg/dia (CrCl > 60 mL / min) ou 300 mg/dia (CrCl 30 a 60 mL/min) de acordo com o clearen-ce de cratinina(CrCl). Este ajuste de dose renal é baseado em estudos farmacoci-néticos que demonstraram necessidade de ajuste devido a sua eliminação exclu-sivamente renal.11,12 A média de idade dos pacientes foi de 71,5 anos, com 82% dos pacientes com mais de 65 anos de idade e a duração média da NPH foi 33.8 me-ses. Os pacientes eram obrigados a ter uma média diária de dor de pelo menos 4 em uma escala de classificação numé-rica (0 = nenhuma dor; 10 = pior dor pos-sível) durante o período de 7 dias de linha de base. Além disso, os pacientes eram obrigados a ter uma pontuação de dor de ≥40 mm na 100mm escala visual analógi-ca (EVA). Os pacientes tratados com PGB tinham maiores reduções na pontuação média dor do que aqueles tratados com placebo (3,60 versus 5,29; p < 0,0001). Uma diminuição da dor foi vista em do-entes tratados PGB tão cedo como 1 dia e mantida ao longo do estudo. Além disso, significativamente mais pacientes que receberam PGB tinham ≥50% de redução na pontuação média dor do que aqueles que receberam o placebo. Observaram-se melhorias significativas no sono com redução da interferência da dor.

16 | Bahianest dezembro 2010

Sabatowski e colaboradores (2004). Este estudo de 8 semanas foi conduzido em 238 pacientes com NPH de >6 meses de duração após a cura da erupção HZ.8 Os medicamentos permitidos e excluídos do estudo anterior foram os mesmos.. Os pacientes com um CrCl ≤ 30 mL/min fo-ram excluídas do julgamento. Os doentes foram randomizados com PGB 150 mg/dia (n = 81), PGB de 300 mg/dia (n = 76), ou placebo (n = 81). Doses foram dadas três vezes por dia. A idade dos pacientes era semelhante do estudo por Dworkin e colegas (73,2 anos, 71.3 e 71.9 anos para o placebo, 150 mg/dia e 300 mg/dia grupos, respectivamente) e a duração média da NPH foi 44,8, 40,7 meses para o placebo, 150 mg/dia, e grupos de 300 mg/dia, res-pectivamente. Os pacientes eram obriga-dos a ter uma média diária de dor seme-lhante ao estudo anterior. A média de dor nas pontuações foram significativamente reduzidas para ambos PGB 150 mg/dia e PGB 300 mg/dia em comparação ao pla-cebo. Melhora significativa na dor foi ob-servada logo em 1 semana e mantida ao longo do estudo. Algum alívio de dor na dose de 300 mg/dia versus a dose de 150 mg/dia. O uso de 300 mg/dia de PGB re-latou uma pontuação média de dor de 4,76 em comparação a uma pontuação média de dor 5,14 para aqueles que re-ceberam 150 mg/dia; os pacientes com placebo relataram uma pontuação mé-dia de dor de 6.33 (p = 0. 0001 e 0,0002 para 300 mg/dia e 150 mg/dia versus pla-cebo, respectivamente).

Van Seventer e colaboradores(2006). Neste estudo de 13 semanas em 370 pa-cientes com NPH de ≥3 meses após a cura de lesões HZ foi conduzido para avaliar a eficácia das duas doses diárias da PGB. Os doentes foram randomiza-dos para 1 dos 4 grupos de tratamento: placebo (n = 93), 150 mg/dia (n = 87), 300 mg/dia (n = 98) e 600 mg/dia (n = 90). Do-ses dividiram-se duas vezes por dia. Por-que uma redução de 50% em CrCl é es-perada para resultar em uma duplicação da exposição a PGB, pacientes no grupo de 600 mg/dia foram estratificados com base em CrCl: pacientes com CrCl > 60 mL / min 600 mg/dia, tendo aqueles pa-cientes com CrCl > 30 e ≤60 mL/min re-ceberam 300 mg/dia.13,20 Média de idade dos pacientes era anos 70,7, com 82% dos pacientes com mais de 65 anos de idade e a duração média da NPH foi 40,7 meses.. PGB demonstrou melhoria sig-nificativa dose-dependente na pontuação média de dor e melhoria significativa no sono versus placebo. Significa contagens de dor diminuídas de maneira dose-de-pendente da seguinte maneira: PGB 150 mg/dia foi 5,26, PGB de 300 mg/dia 5,07, PGB 600 mg/dia 4.35 e estas foram to-

Frida Kahlo - A coluna partida - 1944

dos significativamente inferior versus a pontuação média dor placebo 6.14 (p = 0.0077, 0,0008 e 0. 0001, por 150 PGB, 300 e 600 mg/dia, respectivamente). Es-sas melhorias em dor e sono foram vis-tas logo em 1 semana de tratamento.

Um estudo de 12 semanas exami-nou a eficácia e tolerabilidade dos re-gimes flexíveis e dose fixa de PGB ver-sus placebo em pacientes com NPH e NDP(Neuropatia Diabética Periférica) dolorosa.19 Os pacientes tiveram dor pre-sente ≥3 meses após a cura da erupção HZ. Ao contrário dos ensaios discutidos anteriormente, os pacientes que ante-riormente tinham tomado gabapenti-na foram permitidos no julgamento, in-dependentemente da dose ou duração da exposição. Utilização de ISRS, aspiri-na, benzodiazepinicos de curta duração (para insônia) e paracetamol foi permiti-da durante o julgamento. Pacientes com CrCl < 60 mL / min e aqueles que abu-saram do álcool ou drogas ilícitas nos últimos 2 anos foram excluídos. Os doen-tes foram randomizados para placebo (n = 65), flexível-dose PGB (150–600 mg/dia; n = 141), ou PGB de dose fixa (600 mg/dia; n = 132). Pacientes randomizados para o

grupo flexível-dose recebido uma esca-lada semanais doses (150, 300, 450 e 600 mg/dia) de PGB com base na resposta e a tolerabilidade. Esses pacientes foram permitidos uma titulação de dose única descendente durante as primeiras 4 se-manas. Se isso acontecesse, o paciente permaneceria com essa dose durante o período de estudo. O agendamento fle-xível de dosagem foi pensado para mais estreitamente imitar a real prática clíni-ca. Idade média dos pacientes foi entre 61 e 62 anos de idade, um pouco mais jo-vem do que os outros 3 ensaios. A dura-ção média de NPH estava entre 35 e 39 meses. A magnitude na redução dos sin-tomas de dor foi semelhante em pacien-tes com NPH ou Dor Neuropática Crôni-ca. Além disso, significativamente mais pacientes nos grupos tratados PGB de-monstraram uma redução de ≥50% na dor de linha de base do que aqueles em placebo (48,2% no grupo flexível-dose PGB, 52,3% no grupo PGB a dose fixa e 24,2% no grupo de placebo; p < 0,001 para cada PGB do grupo versus placebo).

PGB tem demonstrado eficácia em dor neuropática e fibromialgia. Uma mino-ria de pacientes terá benefício substan-

Bahianest dezembro 2010 | 17

cial e maioria terá benefícios moderados. Muitos não terão nenhum benefício ou a droga será interrompida por causa dos eventos adversos. Individualização do tra-tamento é necessário para maximizar o alívio da dor e minimizar os acontecimen-tos adversos. Não há nenhuma evidência para suportar o uso de PGB em cenários de dor aguda.21

Eventos adversos foram geralmente de leve a moderada severidade. Dentre es-ses os mais comuns observado em en-saios de NPH foram tonturas, sonolência e edema periférico.8,11,13,19 Outros efeitos colaterais comumente relatados com uso PGB incluem boca seca, visão borra-da, ganho de peso, ataxia, dor de cabeça, “pensando anormal,” e náuseas. Tontu-ra e sonolência eram os efeitos adversos mais comuns, levando a estudar retirada e ocorreram com mais freqüência em do-ses mais elevadas e começaram logo de-pois de iniciar a PGB.15,16 Sintomas como insônia, náusea, dor de cabeça e diar-réia foram relatados por alguns pacientes após a retirada abrupta do PGB. Portan-to, PGB deveria ser iniciada gradualmen-te ao longo de um mínimo de 1 semana e não deve ser interrompida abruptamen-te. Ganho de peso observado em ensaios clínicos de PGB não se limitou aos pa-cientes com edema periférico. Apesar do ganho de peso ser relacionado a dose e

a duração da exposição ao PGB, não pa-rece estar associado com sexo, idade ou IMC. É importante advertir sobre o uso de PGB em pacientes de insuficiência cardía-ca com classe funcional III ou IV15, porque tem havido relatos de insuficiência car-díaca descompensada em pacientes em uso de PGB para dor neuropática.22

Conforme discutido anteriormente, PGB e gabapentina compartilham várias van-tagens, como a falta de interações me-dicamentosas farmacocinéticas e me-canismo semelhante de ação e eficácia. Não está claro se PGB tem qualquer van-tagem clínica sobre gabapentina, por não ter havido nenhuma comparação direta feita em ensaios clínicos realizados en-tre as duas drogas.18 Ao contrário da ga-bapentina, PGB apresenta farmacociné-tica linear após a administração oral com pouca variabilidade interpessoal, o que resulta em uma relação dose-resposta mais previsível.

ConclusãoNPH é uma consequência devastado-ra do HZ que afeta significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Apesar de resultados positivos com várias clas-ses de drogas, a natureza muito hetero-gênea de NPH dificulta a gerência bem

sucedida da dor. A resposta à terapia pode variar dentro de um único pacien-te, bem como de paciente para pacien-te. Muitas vezes várias tentativas medi-camentosas são necessárias antes do controle adequado da dor ser alcançado. Surpreendente às vezes um único agen-te pode fornecer alívio da dor de forma adequada. Muitos pacientes requerem uma combinação de terapias, cada uma direcionada idealmente para mecanis-mos diferentes de dor. Em última análi-se, porém, cada regime de gestão da dor deve ser adaptada ao paciente individu-almente.

PGB parece ser uma opção eficaz para o tratamento de PHN. 8,13,15Esta droga tem algumas vantagens sobre outras tera-pias disponíveis, recomendadas, mas o custo pode ser um problema versus ou-tros tratamentos estabelecidos. Além disso, eficácia e segurança a longo pra-zo dos PGB ainda precisam ser estabe-lecido.23

Nina Rosa Nunes Brandão Anestesiologista

Área de atuação em Dor pela AMB/SBA Profª da Universidade Estadual de Santa

Cruz CRM/Ba 11.180

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Referências:

18 | Bahianest dezembro 2010

Agenda do Presidente18ª JAEPE – Jornada de Anestesiologia do Estado de Pernambuco10 a 12 de setembro

Porto de Galinhas – Pe

23ª JORBA – Jornada de Anestesiologia do Estado da Bahia24 a 25 de setembro

Costa do Sauípe – Ba

57º CBA – Congresso Brasileiro de Anestesiologia20 a 24 de novembro

Porto Alegre - RS

Bahianest dezembro 2010 | 19

Entre os dias 02 e 04 de setembro, cerca de 300 médicos participaram do I Simpósio Internacional de Me-

dicina Intensiva. A programação foi ela-borada com foco nos principais assuntos relacionados à assistência ao paciente ci-rúrgico grave. Além disso, foram abor-dados temas importantes nas áreas de Medicina Intensiva e Anestesiologia. Pa-lestrantes de destaque nacional e inter-nacional com extensas publicações fize-ram explanações de grande relevância para a medicina baiana.

Pela primeira vez, a Sociedade Brasilei-ra de Anestesiologia (SBA) e a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) estavam reunidas num mesmo encon-tro científico, uma parceria inovadora dis-cutindo pontos em comum dessas espe-cialidades. Houve também a chancela da European Society of Intensive Care Medi-cine, da Associação Bahiana de Medicina (ABM), e da COOPANEST-BA.

A avaliação do evento foi extremamente positiva, segundo organizadores e partici-pantes. “Achei o SIMI um evento da maior importância, qualidade científica inques-tionável, e a organização excelente, é um evento que veio pra ficar, quem não foi perdeu. Parabéns aos colegas Amadeu Martinez e Gustavo França”, ressaltou dr. Paulo Medauar (presidente da SBA 1995) um dos anestesiologistas inscritos no evento. Um dos coordenadores, o aneste-siologista dr. Amadeu Martinez acrescen-ta: “O nível científico das apresentações

foi muito elevado, e de altíssima qualida-de. A grande contribuição do simpósio re-fere-se à discussão dos assuntos de rele-vância para a assistência perioperatória, dos quais os anestesiologistas precisam ter domínio para influenciar positivamen-te no desfecho do paciente cirúrgico, es-pecialmente o de alto risco.”

A repercussão do sucesso do evento ga-rantiu novas edições que passarão a ser bianuais. O próximo SIMI será em 2012, um incremento a mais para o aprimora-mento científico dos médicos de todo o Estado salienta dr. Amadeu Martinez. “A Bahia tem apresentado um crescimento nítido do número de eventos e da qualida-de dos mesmos, com a participação re-levante de convidados nacionais e inter-nacionais, melhores inclusive que outros da mesma natureza que ocorrem em de-mais regiões do país. Mas é necessário salientar que encontros dessa grandeza não são tão frequentes na região Nordes-te e precisam ser valorizados”.

Os organizadores também reconhecem a cooperação de algumas entidades médi-cas. “Temos muito a agradecer pelo apoio do presidente da COOPANEST-BA, Dr. Carlos Eduardo Araujo, da vice-presiden-te da SBA, Dra. Nádia Duarte, como uma pessoa capital para a validação do reco-nhecimento do nosso evento por parte dessa sociedade e ao presidente da AMIB, Dr. Ederlon Rezende por sua determinan-te colaboração”, finaliza dr. Amadeu Mar-tinez.

Salvador realiza primeira edição do Simpósio Internacional de Medicina Intensiva

Solenidade de abertura do I SIMI, com a presença de: representantes das Secretarias de Saúde do Estado e do Município; Presidentes da SBA e da AMIB; Presidente da SOTIBA (regional AMIB); Presidente do CREMEB; Vice-presidente da ABM; e Diretoria do Hospital Espanhol, entidade promotora do evento.

(da esquerda para a direita): Presidente da SBA, Dra. Nádia Duarte; Presidente do I SIMI, Dr. Amadeu Martinez; Presidente da AMIB, Dr.

Comissão Organizadora do I SIMI (da esquerda para a direita): Dr. Wagner Ribeiro, Dr. Emmanuel Correia, Dr. Amadeu Martinez, Dr. Antonio Jorge Pereira, Dr. Gustavo França.

20 | Bahianest dezembro 2010

Hospital do Subúrbio já é uma realidade em Salvador

O Hospital do Subúrbio foi inaugurado dia

13 de setembro pelo ministro da Saúde, Dr.

José Gomes Temporão e o secretário da

Saúde do Estado, Dr. Jorge Solla. A unida-

de hospitalar pública é a do Brasil viabili-

zada por meio de Parceria Público-Privada

(PPP). Os leitos são distribuídos nas espe-

cialidades de clínica médica, clínica pedi-

átrica, cirurgia geral adulto, cirurgia pedi-

átrica, cirurgia vascular, cirurgia de tórax,

otorrinolaringologia, oftalmologia, urolo-

gia, neurocirurgia e neurologia, traumato-

ortopedia (adulto e pediátrica), unidade se-

mi-intensiva e UTI adulto e pediátrica.

Bahianest dezembro 2010 | 21

O serviço de urgência e emergência con-ta com centro de bioimagem, raios X, to-mógrafo, ultrassonografia, ressonância magnética, hemodinâmica, endoscopia e eletrocardiograma. Também possui heli-porto, além de laboratório, central de ma-terial esterilizado, farmácia centralizada, serviço de engenharia clínica, fisioterapia, nutrição, dietética e apoio logístico.

O investimento foi de quase 42 milhões de reais e a unidade atenderá cerca de um milhão de pessoas de todo o subúrbio, além de bairros como Valéria, Cajazei-ras, Castelo Branco e Pau da Lima. Quan-do estiver em pleno funcionamento, terá 1.540 funcionários, dos quais 220 são mé-dicos, 120 enfermeiros e 502 técnicos de enfermagem - uma média de 5,17 funcio-nários por leito.

O serviço de anestesia começou a ser pla-nejado no início do mês de agosto como conta um dos coordenadores, Dr. Hugo Eckener. “Nesse momento o desafio foi grande, afinal faltava menos de 1 mês para inauguração do Hospital. O proces-so se deu da seguinte forma: o Dr. Car-los Eduardo Araújo foi convidado pela Dra. Lícia Cavalcanti para implantação do ser-viço de anestesiologia do Hospital do Su-búrbio, tendo a idéia de um sistema de gerenciamento horizontal onde me convi-

dou para dividir a coordenação juntamen-te com o Dr. José Admirço Lima Filho.

O funcionamento do hospital está confor-me o planejamento inicial, aumentando sua capacidade de atendimento de forma progressiva, devendo estar funcionando em plena capacidade no mês de fevereiro. “O serviço de anestesiologia foi concebido para funcionar com 7 médicos anestesio-logistas durante o dia e 5 no período no-

turno. No momento estamos funcionado com 4 médicos anestesiologistas duran-te o dia e 4 a noite”, completa Dr. Hugo.

Dr. Hugo conta como foi o processo de seleção do grupo de atuação na aneste-sia. “Sem dúvida alguma o maior desafio para implantação do serviço é a forma-ção de uma equipe sólida e competente que esteja habilitada a atuar junto à com-plexidade do hospital. A nossa meta é ter profissionais com excelente capacitação técnica, com ótimo padrão de relaciona-mento junto aos colegas, prestando a me-lhor assistência ao paciente e proporcio-nando um ambiente de trabalho salutar. Temos o objetivo de mesclar os profissio-nais que ingressaram recentemente no mercado de trabalho com profissionais com um maior tempo de experiência.”, salienta.

Localizado numa área de extrema carên-cia de serviços de saúde, as dificuldades são ainda maiores, segundo Dr. Hugo. “Um dos grandes problemas que enfren-tamos inicialmente e que vem diminuin-do foi o preconceito dos colegas em re-lação à localização do hospital. O novo é sempre visto com certo receio. Outro de-safio que temos é a implantação de um serviço onde se tenham as melhores con-dições para atendimento da nossa popu-

lação. Recursos materiais (arse-nal terapêutico e equipamentos) junto com uma capacitação téc-nica adequada são fundamen-tais para um atendimento de excelência. O Hospital do Subúr-bio se constitui num importante manancial para a exploração do ensino e pesquisa. Essa é uma et apa que brevemente estare-mos implantando e um grande desafio.”

Quando questionado sobre a qualificação da estrutura do Hospital do Subúrbio, Dr. Hugo Eckener enfatiza a importância do projeto: “É uma iniciativa fan-tástica, estamos há muito tempo sem novos hospitais na cidade. O último lançado em nossa cida-de foi o Hospital Geral do Esta-

do, que vinha demonstrando sinais de su-perlotação em relação ao atendimento. O Hospital do Subúrbio vem contribuir para que o sistema de saúde pública na cidade de Salvador seja melhor dimensionado”.

Cinthya Brandão Jornalista

DRT/Ba 2.397

“A nossa meta é ter profissionais com excelente capacitação técnica, com ótimo padrão de relacionamento junto aos colegas,

prestando a melhor assistência ao paciente e proporcionando um ambiente de trabalho salutar. Temos o objetivo de mesclar os profissionais que ingressaram recentemente no mercado de trabalho com profissionais com um maior tempo de experiência.”

Dr. Hugo Eckener

22 | Bahianest dezembro 2010

Com a morte de Oliveiros Guanais de Aguiar, no dia 21 de novembro de 2010, a co-munidade médica da Bahia perdeu um anestesiologista de projeção nacional, da me-lhor formação ética e huma-na.

Nasceu em 19 de agosto de 1936, na cidade de Caetité, tradicional centro educacio-nal e cultural do sertão baia-no, berço de grandes talen-tos. Dotado de inteligência privilegiada, a vasta cultura filosófica e humanística que Guanais cristalizou, no curso de sua vida, honra seus con-terrâneos. Primeiro de sua classe desde o curso funda-mental em sua terra natal ao curso secundário no co-légio dos jesuítas em Salva-dor. Primeiro lugar, também, no vestibular da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, na qual se graduou com louvor, em 1961, proferindo primorosa oração em nome dos seus colegas na solenidade de formatura.

Vocacionado para as ações coletivas, Guanais era um brilhante orador, foi líder es-tudantil consagrado, presi-dente da União dos Estudan-tes da Bahia (UEB) e da União Nacional dos Estudantes (UNE), numa época na qual o movimento estudantil exer-cia vigorosa influência na po-lítica brasileira.

Na vida médica associativa, foi presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado

Bahia (SAEB), na Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) exerceu quase todos os cargos: membro do Conselho Editorial da Revista Brasi-leira e da Comissão do Titu-lo Superior, dentre outros, e não chegou a sua presidência porque não quis.

O gosto pelo debate e o seu espírito questionador marca-ram época nas Assembleias de Representantes da Socie-dade, em que o seu concei-to de debatedor perspicaz e as suas citações latinas ain-da hoje são lembrados. No Conselho Regional de Medi-cina da Bahia e no Conselho Federal de Medicina, seus pronunciamentos em ple-nário, seus pareceres bem fundamentados sempre fo-ram acatados com respeito e atenção pelos seus pares.

Tive o privilégio de viver mui-to proximamente de Guanais por mais de meio século; co-nhecemo-nos ainda estudan-tes e presenciei a grande-za de sua alma na intimidade do trabalho e na vida familiar. Gostava de conversar com os colegas de trabalho nos cen-tros cirúrgicos, sobretudo com enfermeiros, enfermei-ras e auxiliares. Era sempre uma fonte de consultas so-bre os mais variados assun-tos, desde temas existenciais até os problemas relativos à área médica. Por onde pas-sou deixou o sinal de sua sa-bedoria.

No Hospital das Clínicas da

Universidade Federal da Bahia, exerceu a função de professor e contribuiu para formar várias gerações de médicos anestesiologistas. A sua ação se fez presen-te praticamente em todos os hospitais de Salvador, com destaque para o Hospital da Beneficência Portuguesa na Bahia, no qual trabalhou e vi-veu seus últimos momentos, cercado do carinho e respei-to de todos, dos mais humil-des aos mais destacados co-legas de jornada. Durante a sua longa enfermidade, em nenhum momento perdeu a sua verve espirituosa, foi um estoico, celebrou a vida até os últimos dias de consciên-cia. Conhecedor de sua fini-tude, Guanais conferiu aos seus mais próximos o senti-do do viver e morrer em paz.

Casado com Simone Campos Guanais há 45 anos, cons-tituiu família bonita e har-moniosa, com os três filhos Frederico, Juliana, Oliveiros Filho, e os dois netos, Henri-co e Fátima, presença cons-tante em sua vida. Merece registro especial o conforto físico e espiritual de suas ir-mãs Esméria, Palmira, Cecê e Terezinha.

A saudade é a presença do espírito ao longo do caminho da vida.}

Dr. Altamirando Santana Presidente da Sociedade Brasileira

de Anestesiologia, 1982.

DEIXOU SAUDADES

Oliveiro Guanais Uma presença

A sua ação se fez presente

praticamente em todos os hospitais

de Salvador, com destaque

para o Hospital da Beneficência

Portuguesa na Bahia, no qual

trabalhou e viveu seus últimos

momentos, cercado do carinho e respeito

de todos, dos mais humildes aos mais

destacados colegas de jornada.

35ª JONNAJornada Norte Nordeste de Anestesiologia17 a 19 de marçoNatal – RN

46ª JOSULBRAJornada Sul Brasileira de Anestesiologia14 a 16 de abrilJoinville – SC

16º ENAIEncontro de Anestesiologia do Interior da Bahia14 de maioItabuna – Ba

8º COPACongresso Paulista de Anestesiologia – COPA26 a 29 de maioSão Paulo – SP

45ª JASBJornada de Anestesiologia do Sudeste Brasileiro23 a 25 de junhoBelo Horizonte – MG

42ª JABCJornada de Anestesiologia do Brasil-Central25 a 27 de agostoCampo Grande – MS

19ª JAEPJornada de Anestesiologia do Estado de Pernambuco08 a 10 de setembroRecife – Pe

24ª JORBAJornada de Anestesiologia do Estado da Bahia24 e 25 de setembroSalvador – Ba

Calendário Científico 2011

Asa Annual Meeting15 a 19 de outubroChicago, IL - USA

58º CBACongresso Brasileiro de Anestesiologia10 a 14 de novembroFortaleza – Ce

Calendário Científico 2012

36ª JONNAJornada Norte Nordeste de Anestesiologia9 a 11 de março de 2012Salvador – Bahia

59º CBACongresso Brasileiro de AnestesiologiaNovembro de 2012Belo Horizonte – MG

24 | Bahianest dezembro 2010