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 Em 40 anos, produção brasileira de alimentos foi multiplicada por seis Com aportes em pesquisa, país saiu da situação de insegurança alimentar para exportador Brasil Econômico - Edla Lula, de Brasília  | 26/04/2013 06:00:00  Agência Brasil  Hoje, empresa desenvolve projetos de cooperação com vários países Quem hoje conhece o agronegócio brasileiro — principal pilar das exportações — mal imagina que há 40 anos o país sofria com a insegurança alimentar e pagava um preço alto por ter de importar a maior parte dos alimentos. Neste intervalo de tempo realizou-se o que ficou conhecido como a “revolução agrícola nos tr ópicos”, capaz de multiplicar por 6 a produção de alimentos, saindo de 30 milhões de toneladas para os 180 milhões de toneladas deste ano.  A principal arma desta revolução foi a disse minação de conhecimento, pesquisa e tecnologia, capitaneada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), fundada a 26 de abril de 1973. “Nenhum país em todo o planeta foi capaz de promover uma r evolução na produção agropecu ária como o Brasil fez em tão pouco tempo”, comenta ao Brasil Econômico o presidente da empresa, Maurício Lopes. Ele lembra que naquela época a voz corrente era de que j amais se conseguira implementar uma agricultura competitiva nos trópicos. “Graças à decisão de se criar o s istema de inovação agropecuá ria, do qual a Embrapa é um componente,  junto com instituiçõe s estaduais, siste mas de extensões e as universidades, o Brasil superou a situa ção de importador de alimentos para a auto-suficiência e, mais do que isso, para ser um grande provedor de alimentos para o mundo”, comenta Lopes. O primeiro passo para alcançar o atual padrão, segundo o pesquisador, foi conseguir transformar as grandes extensões de solos inférteis, característica dos trópicos, em grandes extensões de solos férteis, tão produtivos quanto os solos de países mais avançados na produção de alimentos. Depois, o país teve a capacidade do Brasil de importar espécies vegetais e animais de todas as partes do planeta e adaptá-las aos vários biomas brasileiros. “Atualmente, 80% das espécies que nós utilizamos na agricultura brasileira vêm de outros pontos do planeta”, diz. O exemplo é o boi, que foi importado da Índia. Hoje o Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos e é o segundo maior exportador de carne bovina. No caso da soja, trazida da China, o Brasil conseguiu alcançar o primeiro lugar em exportações. Também é o maior exportador de café, açúcar e suco de laranja e etanol da cana de açúcar. Isso fez com que o Brasil se tornasse o terceiro exportador mundial de produtos agropecuários, com vendas que somam em torno de US$ 100 bilhões. Por causa de uma história bem-sucedida, a Embrapa extrapolou as fronteiras do Brasil. Hoje, desenvolve 51 projetos de cooperação técnica na África, além de outros 49 em 18 países da América Latina e Caribe. Entre os países desenvolvidos, possui cooperação científica com Estados Unidos, França, Coréia do Sul, China e este ano chega ao Japão.

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Em 40 anos, produção brasileira dealimentos foi multiplicada por seisCom aportes em pesquisa, país saiu da situação de insegurança alimentar para exportadorBrasil Econômico - Edla Lula, de Brasília | 26/04/2013 06:00:00

Agência Brasil

Hoje, empresa desenvolve projetos de cooperaçãocom vários países

Quem hoje conhece o agronegócio brasileiro —principal pilar das exportações — mal imagina que há40 anos o país sofria com a insegurança alimentar epagava um preço alto por ter de importar a maior partedos alimentos.

Neste intervalo de tempo realizou-se o que ficouconhecido como a “revolução agrícola nos trópicos”,capaz de multiplicar por 6 a produção de alimentos,saindo de 30 milhões de toneladas para os 180milhões de toneladas deste ano.

A principal arma desta revolução foi a disseminação de

conhecimento, pesquisa e tecnologia, capitaneadapela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa), fundada a 26 de abril de 1973.

“Nenhum país em todo o planeta foi capaz de promover uma revolução na produção agropecuária como oBrasil fez em tão pouco tempo”, comenta ao Brasil Econômico o presidente da empresa, Maurício Lopes. Elelembra que naquela época a voz corrente era de que jamais se conseguira implementar uma agriculturacompetitiva nos trópicos.

“Graças à decisão de se criar o sistema de inovação agropecuária, do qual a Embrapa é um componente, junto com instituições estaduais, sistemas de extensões e as universidades, o Brasil superou a situação de

importador de alimentos para a auto-suficiência e, mais do que isso, para ser um grande provedor dealimentos para o mundo”, comenta Lopes.

O primeiro passo para alcançar o atual padrão, segundo o pesquisador, foi conseguir transformar as grandesextensões de solos inférteis, característica dos trópicos, em grandes extensões de solos férteis, tão produtivosquanto os solos de países mais avançados na produção de alimentos.

Depois, o país teve a capacidade do Brasil de importar espécies vegetais e animais de todas as partes doplaneta e adaptá-las aos vários biomas brasileiros. “Atualmente, 80% das espécies que nós utilizamos naagricultura brasileira vêm de outros pontos do planeta”, diz.

O exemplo é o boi, que foi importado da Índia. Hoje o Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos e é

o segundo maior exportador de carne bovina. No caso da soja, trazida da China, o Brasil conseguiu alcançar oprimeiro lugar em exportações. Também é o maior exportador de café, açúcar e suco de laranja e etanol dacana de açúcar.

Isso fez com que o Brasil se tornasse o terceiro exportador mundial de produtos agropecuários, com vendasque somam em torno de US$ 100 bilhões.

Por causa de uma história bem-sucedida, a Embrapa extrapolou as fronteiras do Brasil. Hoje, desenvolve 51projetos de cooperação técnica na África, além de outros 49 em 18 países da América Latina e Caribe. Entreos países desenvolvidos, possui cooperação científica com Estados Unidos, França, Coréia do Sul, China eeste ano chega ao Japão.

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Nos últimos doze meses, as exportações do agronegócio atingiram a cifra de US$ 99,51 bilhões, com o complexosoja na liderança, atingindo a marca de US$ 33,85 bilhões no período. O setor de carnes alcançou US$ 16,82bilhões, o complexo sucroalcooleiro exportou US$ 11,98 bilhões e o setor de produtos florestais atingiu US$ 9,84bilhões.Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2014/07/exportacoes-do-agronegocio-atingiram-us-9-61-bi

21/07/2014 11h05 - Atualizado em 21/07/2014 11h05

Cooperativa de MS se prepara paraarmazenar 498 mil t de milho safrinhaEntidade capacitou e contratou mão de obra e ainda melhorou a estrutura.Em Maracaju, capacidade de armazenagem foi ampliada para 81 mil t.Anderson Viegas - Do Agrodebate

Unidade Aeroporto, da Copasul, em Naviraí(Foto: Divulgação/Copasul)

Mato Grosso do Sul deve colher 7,305 milhões de toneladasde milho na safrinha 2013/2014, segundo o mais recentelevantamento da Companhia Nacional de Abastecimento(Conab). A Cooperativa Agricola Sul-Matogrossense(Copasul) se prepara para armazenar em seus silos espalhados por vários municípios do estado cerca de 498 mil toneladas, oequivalente a 6,81% da produção estadual do cereal.Segundo a cooperativa, para atender a grande demanda dearmazenagem em municípios como Maracaju, Naviraí,Itaquiraí , Deodápolis, Dourados eNovo Horizonte

do Sul , a entidade tem realizado diversos investimentos, sendoum dos principais a capacitação dos colaboradores das suas unidades, oferecendo por meio do Serviço Naciona

Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/MS), os cursos de gestão e manutenção preventiva na indústria e danálise e classificação de grãos.Outra medida adotada pela cooperativa foi ampliar o número de colaboradores, por meio da contratação defuncionários terceirizados temporários. Nas unidades Aeroporto (emNaviraí ), Caiuá (Naviraí) e Itaquirai foram 108contratações temporárias para os cargos de auxiliar de produção, auxiliar de classificação e balanceiro.Já para a unidade deDeodápolis foram mais 55, paraDourados 20 e para Novo Horizonte do Sul mais 18. Ostrabalhadores temporários estão sendo contratados desde a segunda quinzena de junho e a partir deste mês (julhunidades de recebimento e estocagem de grãos passam a funcionar 24 horas, com as equipes sendo divididas emturnos.

Além de investimento em contratação e qualificação de mão de obra, a Copasul também ampliou sua estrutura fA unidade localizada emMaracaju , maior produtor da safrinha no estado, teve sua capacidade estática ampliada p81 mil toneladas, com um novo conjunto de três silos metálicos, um secador, uma máquina de limpeza e umtombador.“Esse investimento é de grande importância para a cooperativa, favorecendo assim, os produtores de Maracaju. sua capacidade estática ampliada, a unidade pode aumentar o recebimento de grãos na região”, avalia o gerente unidade, Agnaldo Sato.

http://g1.globo.com/mato-grosso/agrodebate/noticia/2014/07/cooperativa-de-ms-se-prepara-para-armazenar-498-mil-t-de-milho-safrinha.html

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Agricultura é apontada como grande vilã do desmatamento28/09/2012 - Autor: Fernanda B. Müller - Fonte: Instituto CarbonoBrasil

Um novo relatório estima que as atividades agrícolas, desde comerciais até de subsistência, são responsáveispor cerca de 80% do desmatamento global, e detalha fatores elementares na construção do REDD+

Visando subsidiar as negociações internacionais para o mecanismo de REDD+, umnovo relatório ,financiado pelos governos britânico e norueguês, buscou avaliar os maiores condutores da destruição dasflorestas, já que o sucesso do mecanismo depende de mudanças em tais atividades.

O relatório explora a relevância dos diversos causadores do desmatamento e da degradação naelaboração e implantação das políticas de REDD+, quais as principais intervenções para lidar com estasatividades e o seu papel no monitoramento florestal nacional e para o desenvolvimento de níveis dereferência para as emissões de gases do efeito estufa pelas florestas.

A agricultura é colocada pelo relatório como responsável por cerca de 80% do desmatamento ao redor domundo, variando de acordo com a região.

Por exemplo, na América Latina, a agricultura comercial corresponde a dois terços da área desmatada. N

África e na Ásia subtropical a responsabilidade fica dividida entre agricultura comercial e de subsistênciaA mineração, infraestrutura e expansão urbana são importantes, mas menos proeminentes, segundo asanálises.

Já na questão da degradação, 70% ocorre devido à extração e exploração comercial de madeira emambas as regiões.

O estudo coloca o crescimento econômico baseado na exportação de commodities primárias e acrescente demanda por madeira e produtos agrícolas em uma economia globalizada como uma causaindireta crítica do desmatamento, pressão que só tende a aumentar. Este é exatamente o problemabrasileiro, que tem a sua economia baseada em commodities primárias, como a soja e a carne bovina.

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Outro fator indireto importante é a timidez da governança florestal, com instituições fracas, ausência decoordenação entre os setores da economia e atividades ilegais.

"No geral, os países definem estratégias e intervenções para lidar com as causas em escalas nacional elocal, mas têm problemas ao tratar com os condutores internacionais e reconhecem que esta pressãoaumentará", coloca o relatório.

A sugestão é que sejam realizadas intervenções envolvendo atores em várias escalas, por exemplo, emmesas redondas que tratem sobre as commodities e parcerias público-privadas.

Em nível nacional, as intervenções podem incluir uma série de incentivos (como repartição de benefíciosdesincentivos (como moratórias, taxas) e medidas facilitadoras (governança adequada, fiscalização,políticas e planejamento para o uso da terra, direitos de uso da terra garantidos).

"A efetividade dependerá da capacitação e instituições adequadas para conduzir as intervenções nasescalas apropriadas. Além disso, avaliações de impacto, transparência e monitoramento devem serestabelecidos desde o início para acompanhar o desempenho e atribuições das intervenções".

Legenda Imagem: Distribuição espacial da dominância da agricultura de susbsistência versus comercial (a) edos fatores de degradação ligados à subsistência (coleta de madeira para combustível, produção de carvãovegetal e criação de animais nas florestas) versus condutores comerciais da degradação (exploraçãomadeireira) (b) para 100 países subtropicais não incluídos no Anexo I do Protocolo de Quioto.

http://www.institutocarbonobrasil.org.br/agricultura1/noticia=731944

O desmatamento contínuo da Amazônia pode acabarcom o crescimento da agricultura no BrasilRhett A. Butler, mongabay.comTraduzido por Mauricio Bins August 28, 2013

O desmatamento contínuo da floresta tropical Amazônica poderá prejudicar a produtividade daagricultura na região mediante a redução de chuvas e de um impulso na temperatura, alerta umnovo estudo publicado pelo jornal Environmental Research Letters .

A pesquisa se baseia em um modelo que simula o impacto que a perda da floresta e asalterações climáticas a nível global possam causar ao índice pluviométrico e à temperaturalocais. A partir daí o modelo prevê os efeitos na produtividade do plantio de soja e da pecuária,as duas formas de atividades dominantes na utilização do solo que seguem o desmatamento daAmazônia Brasileira. Os pesquisadores julgam que as alterações climáticas e o desmatamentoterão um impacto significativo nas safras da agricultura da região, com uma redução naprodutividade nas áreas de pastagens em 30-34 por cento e na safra da soja em 24-28 porcento, dependendo do grau do desmatamento. O estudo projeta também um acentuado declíniona quantidade de carbono armazenado pela vegetação, correndo assim o risco de agravar as

alterações climáticas através de um aumento nas emissões. “Uma expansão da agricultura em larga escala na Amazônia poderia iniciar uma reação climáticaque reduziria o índice pluviométrico, tornando a expansão da agricultura na Amazônia auto-destrutiva: esses resultados sugerem que quanto mais a agricultura se expande menosprodutiva ela se torna” escrevem os autores liderados por Leydimere Oliveira da Universidade deViçosa. “Essa seria uma situação em que ninguém vence, mas na qual todos perdem.”Os dados verificados sugerem a imposição de um limite na expansão da agricultura às custas dafloresta. Entretanto, outra pesquisa aponta que um limite no desmatamento, pelo menos naAmazônia Brasileira, pode ser que não signifique um limite na produção agrícola devido ao usode enormes extensões de terra de baixo valor. A intensificação, mesmo sem o uso deagroquímicos e curral de engorda industriais, poderia aumentar dramaticamente o volume deprodutos agrícolas vindos da região. Por exemplo, algumas pesquisas sugerem que a mudança

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das áreas de pastagem de baixa densidade para o plantio de óleo de palmeiras poderiaimpulsionar o armazenamento de dióxido de carbono e a renda local, ao mesmo tempomantendo a função da floresta relativamente maior à pecuária ineficiente. Em algumas regiõespoderia até fazer sentido econômico em permitir que a floresta se regenere, enquantoconcentrando a pecuária a áreas menores de terra.

O autor principal, Oliveira, diz que o estudo demonstra a importância econômica em manter aárea existente de floresta na Amazônia.

“No começo estávamos interessados em quantificar os serviços ambientais prestados pelaAmazônia e sua troca pela produção agrícola,” Oliveira disse em um comunicado. ”Esperávamosver algum tipo de compensação ou equilíbrio, mas para a nossa surpresa o elevado grau dedesmatamento levaria a um cenário sem ganhadores – a perda dos serviços ambientaiscausados pelo desmatamento possivelmente não seria compensada pelo aumento da produçãoagrícola.”

“Talvez seja possível que exista um limite para a expansão da agricultura na Amazônia. Até esselimite, não haveria consequências econômicas importantes nessa expansão. Além desse limite,os retornos desse estudo demonstram que começa a exibir perda significante da produçãoagrícola.”

Floresta e terra para cultivo na AmazoniaBrasileira em 2009. Foto de Rhett A. Buttler

Gado na Amazonia Brasileira em 2009. Foto deRhett A. Buttler

REFERÊNCIA: Leydimere J C Oliveira, Marcos H Costa, Britaldo S Soares-Filho and Michael T Coe(2013). Large-scale expansion of agriculture in Amazonia may be a no-win scenario .EnvironmentalResearch Letters 8 024021.

http://pt.mongabay.com/news/2013/pt0509-brazil-no-win-deforestation.html

Converter pastagens em agricultura é alternativa paraaumento da produção

Publicado em 18 de Maio de 2012.

O Brasil caminhou na contramão do restante do mundo e transformouáreas inférteis em lavouras altamente produtivas. O crescimento daprodução agrícola ocorre simultaneamente ao aumento do rebanhobrasileiro. O investimento no campo, denominada de 'integraçãolavoura/pecuária', tornou-se uma maneira de enriquecer a produtividaderural após consecutivas crises no setor. O ex-ministro da Agricultura epresidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho(Abramilho), Alyson Paolinelli, conciliar a produção agrícola com apecuária significa evolução. Situação essa que o restante do mundodesejaria e que somente regiões tropicais, como o Brasil, têm condiçõesde ter.Segundo ele, os países da África, Ásia, Europa e América do Norte estão limitados com relação ao empregode tecnologia. " A integração lavoura/pecuária é uma evolução de grande valia. Dessa forma vamos realizaruma agricultura mais competitiva, do uso intensivo dos nossos recursos naturais, do solo, da água, das

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plantas, dos animais, sem degradá-los ou destruí-los. Ao contrário, conservando e melhorando suascondições de produção".Para Paolinelli, que há 10 anos realiza a integração lavoura/pecuária em sua propriedade, a produtividadepode ser aumentada com a realização de duas ou até três safras no ano em uma mesma área. O Paraná, SãoPaulo e algumas áreas de Minas Gerais já estão conseguindo fazer três safras por ano. "Com essa atividade,o Brasil fez o inverso do mundo que trabalhou a agricultura pegando suas áreas mais férteis, degradandoanos após anos essas áreas. Os produtores brasileiros utilizaram as áreas degradadas transformando-as emférteis, sendo mais competitivas através do uso de tecnologias".O consultor da Agroconsult, André Pessoa, explica que a integração lavoura/pecuária surgiu no período pós-crise que foi marcado por um momento de recuperação do setor, principalmente em Mato Grosso - maior

produtor agrícola do Brasil. Conforme ele, em 2010 a produção voltou a crescer com investimentos aplicadosna conversão de áreas de pastagens para lavouras e não na abertura de novas áreas.Em Mato Grosso, a integração lavoura/pecuária vem ganhando destaque nas regiões Leste e Norte.Conforme Pessoa, metade do crescimento nacional visto na conversão de pastagem em lavoura ocorreu emterras mato-grossenses. O sistema também é ressaltada no Piauí, Maranhão, Tocantins e Bahia. "Na regiãodo MAPITOBA também vai ter crescimento da soja sob outras culturas como o algodão".Vívian Lessa Agrodebate.

http://www.comercialbortolan.com.br/noticia.php?detalhe=368

Pressão do agronegócio ignoraalimentação da população, dizem ativistasMudanças no Código Florestal, que permitiriam expandir a área de cultivo, reforçariammodelo agrícola voltado para exportação. Grãos como soja não compõem dieta do brasileiropor Virginia Toledo, Rede Brasil Atual publicado 11/04/2011 18:59, última modificação 12/04/2011 15:19

Grãos de soja transportados para caminhão em Rondonópolis (MT) (Foto: ©RooseweltPinheir/ABr)

São Paulo – As estimativas de recorde na safra de grãos no país em 2011 aumentam a pressão derepresentantes do agronegócio sobre a legislação ambiental. As mudanças no Código Florestal Brasileem discussão na Câmara dos Deputados, podem reduzir áreas de preservação e anistiar desmatadores. ativistas e pesquisadores ouvidos pelaRede Brasil Atual , o terreno extra para o plantio, nas grandes propriedades, apenas reforçaria o modelo agrícola voltado à exportação sem preocupações com asegurança alimentar.

Na semana passada, tanto o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicaram aumento da produção para a safra deste ano. Como 20

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foi marcado por um recorde de produção, o aumento significaria novo rompimento da maior marcaregistrada na série histórica.

O geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Ariovaldo Umbelino, critica a insistênciaque o agronegócio precisa de mais áreas para suprir as necessidades de alimentar o mundo. Ele avalia os recordes sucessivos que o Brasil apresenta na produção de grãos, principalmente soja e milho,evidenciam uma economia de exportação. Na safra 2010/2011, segundo dados do IBGE, 90,8% da produção é de arroz, milho e soja.

A produção de soja nesta safra será de 71,6 milhões de toneladas, 4,5% a mais do que em 2010. ParaUmbelino, esse índice tem uma única explicação: "Nosso consumo de soja é insignificante comparadoo que se exporta a outros países".

O coordenador da Via Campesina e membro do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), RaulKrauser, concorda. Os números da produção agrícola, principalmente a de grãos, levam a entender queaquilo que o agronegócio faz não é uma produção de alimentos. "É uma produção de commoditiesdestinada à exportação para o mercado internacional, onde grande parte da soja é usada como raçãoanimal", pontua Krauser.

"A gente está a cada ano batendo recorde de produtividade e de produção, inclusive usando menos áreargumento de que seria necessário ter mais área é tendencioso. Ainda mais quando é dito que a legislaambiental é que encarece", aponta André Lima, consultor jurídico do Instituto de Pesquisa Ambiental Amazônia (Ipam).

Segurança alimentarA argumentação de que as áreas produtivas que o Brasil possui atualmente não darão conta da demandalimentar da população é colocada em discussão pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Em recente ar publicado no jornal Folha de S. Paulo , Abreu afirmou que a elevação do preço da comida afeta toda a população mundial e, portanto, a solução é o aumento da produção de grãos, carne e frutas. Defende aque a história mostra que a agricultura e o agricultor só precisam de liberdade para acomodar preços e aspectos da atual legislação ambiental são nocivos aos interesses do país hoje. No entanto, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2009 mostram que ce

de 30,2% da população brasileira ainda vive em insegurança alimentar, ou seja, ainda convive com algrestrição de alimento. "Dizer que o preço dos alimentos que chega hoje à mesa do brasileiro está mais por causa da legislação ambiental é uma desonestidade intelectual", pontua André Lima.

"O agronegócio está interessado em produzir o que dá dinheiro. O fato é que o agronegócio não producomida para os brasileiros", define Ariovaldo Umbelino.

Segundo ele, a contradição do que prega o agronegócio e o que ele faz é que a produção de alimentoscomo feijão, arroz e mandioca não cresce desde 1992. Os itens citados por ele são alguns dos mais presentes na mesa do brasileiro.

Segundo o Censo Agropecuário do IBGE de 2006, 40% do PIB agrícola do país são produzidos pela

agricultura familiar. "Mas, dos alimentos consumidos no Brasil, 70% são produzidos pela agriculturacamponesa e familiar", destaca Krauser. Para ele, o agronegócio só quer expandir ainda mais as suas áagrícolas sem mexer em áreas de pastagens improdutivas ou com produção baixissima. Na prática,segundo Krauser, isso significaria avançar sobre biomas como o cerrado e a Amazônia.

http://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/2011/04/pressao-do-agronegocio-ignora-alimentacao-da-populacao-dizem-at