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GESTO DE MANUTENO DE FROTAS DE VECULOS: UMA REVISO

Fernando Celso de Campos Doutorando do Departamento de Engenharia Mecnica

Escola de Engenharia de So Carlos- USP.

Renato Vairo Belhot Departamento de Engenharia Mecnica

rea de Engenharia de Produo Escola de Engenharia de So Carlos- USP.

O presente trabalho descreve, sob a tica gerencial, os problemas e os desafios enfrentados pelo setor de manuteno, nas empresas que operam frotas de veculos. O contexto da manuteno caracterizado a partir da discusso de questes ligadas a: qualificao da mo-de-obra, nvel de informatizao, complexidade do processo decisrio e necessidade de conferir qualidade e produtividade ao funcionamento do setor. Palavras-chaves: planejamento da manuteno, gerncia de manuteno, controle da manuteno, manuteno de frotas de veculos. 1. Introduo Historicamente, a manuteno, como regra geral tem apresentado uma caracterstica marcante: utiliza de forma bastante ineficiente os seus recursos, principalmente humanos e materiais, acarretando custos elevados e crescentes. Mo-de-obra e materiais representam as reas com grande potencial para a reduo dos custos de manuteno, caracterizando uma excelente oportunidade de ganhos imediatos, principalmente numa poca de crise e de alta competitividade como a atual . Hoje em dia, fica difcil ter uma boa manuteno, sem dispor de informaes acuradas e atualizadas sobre cadastro de equipamentos, histrico de ocorrncias, programao e planejamento de atividades, utilizao de mo-de-obra, cronograma de paradas, emisso de ordens de servio e controle de estoque, que auxiliam em muito a programao, a execuo e o controle da "funo manuteno". A aplicao de recursos informatizados, ou sistemas informatizados, e ainda a tecnologia embarcada nos veculos, dia aps dia vem fazendo surgir a necessidade de se reciclar e treinar a mo-de-obra envolvida com manuteno, chegando-se a propor (McDOWELL (1991)) at a aplicao de testes individuais para levantar e identificar as possveis deficincias existentes em termos dessa mo-de-obra atuante.

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Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 172 Pretende-se, neste trabalho, discutir, em relao realidade brasileira, os problemas bsicos da manuteno de frotas de veculos, como: custos, mo-de-obra, treinamento, e at situaes de ponta como competitividade e produtividade. Ora, evidente que trabalhar dentro desses conceitos exige principalmente o treinamento dos gerentes, responsveis pela tomada de decises, e do pessoal tcnico envolvido na rea. O treinamento, ou capacitao, pode ser auxiliado pela adequao de um Sistema de Apoio Deciso (SAD), para disciplinar e fornecer um conjunto de procedimentos mediante "sugestes" sistmicas que favorecero o encurtamento do tempo de preparao de uma deciso, bem como por tutoriais bsicos e simples que sirvam de orientao na execuo correta de algumas operaes. Essa colocao confirmada por MIRSHAWKA & OLMEDO (1993, p. 40), quando afirmam que no ano de 1992 no mais que 30% das empresas (entre as micros,pequenas e mdias) que faziam a gesto das suas ordens de servio usavam um processo informatizado. Os aspectos da competitividade e terceirizao de algumas atividades, so avaliados, discutidos e indicados como critrio para a sobrevivncia das empresas. A luta pela competitividade e em alguns casos pela prpria sobrevivncia, exige das empresas ocidentais respostas e aes com tal rapidez e em ambientes to turbulentos, que as obriga a transitar sobre o tnue fio que separa o sucesso do fracasso. Descentralizao da manuteno, subordinao ao segmento da manufatura, interao de sistemas de informao, preservao ambiental, terceirizao e desverticalizao, trabalho em grupo e desenvolvimento contnuo, constituem os desafios a serem vencidos. necessria uma mudana do padro gerencial para que a empresa no perca a competitividade frente aos seus concorrentes mais imediatos. O Brasil est atrasado em relao aos pases desenvolvidos, mas a velocidade da sua transformao indica que a revoluo tecnolgica de todos os setores veio para ficar. 2. Consideraes Gerais sobre Manuteno Existem vrias terminologias divergentes para definir e conceituar as idias, componentes ou at estados que a rea de manuteno aborda. Algumas tentativas de padronizar a terminologia foram realizadas por alguns rgos de normatizao e grupos coordenadores dos diversos ramos industriais. A Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT (1971)) define manuteno como sendo o conjunto de todas as aes necessrias para que um item seja conservado ou restaurado de modo a poder permanecer de acordo com uma condio especificada. Essa associao tambm define defeito como sendo uma ocorrncia no equipamento que no impede seu funcionamento, todavia podem, a curto ou longo prazo, acarretar sua indisponibilidade. E as falhas so definidas como ocorrncias que impedem o funcionamento de equipamentos. Definem-se tambm os seguintes termos: taxa de falhas, vida til, ndice de confiabilidade, ndice de disponibilidade, manuteno preventiva e manuteno corretiva. O enfoque do gerenciamento econmico sustentado na relao entre materiais, mquinas e mo-de-obra, em funo dos fatores de manuteno, desde o projeto de um

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Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 173 equipamento at a sua liberao para alienao, corresponde denominao na linha inglesa de: "Terotecnologia". KELLY & HARRIS (1980), citam o resultado das pesquisas de um Grupo de Trabalho do Ministrio da Tecnologia do Reino Unido. O grupo de trabalho considerou que substancial economia poderia ser conseguida mediante o aperfeioamento da gerncia de manuteno e um maior cuidado para com os fatores que afetam a manuteno, em todos os estgios do ciclo de vida dos equipamentos. Esta abordagem do ciclo de vida na reduo dos custos de manuteno tem sido definida desde ento como terotecnologia. Numa empresa existe a necessidade de um plano de manuteno a curto prazo, que pode variar de alguns dias at meses, visando a adoo de polticas de manuteno apropriadas para as operaes de reparo, substituio e recondicionamento dos sistemas e componentes, de modo que o processo decisrio final seja o maior favorecido. O plano de manuteno deve estar em conformidade com a estratgia de controles de recursos adotada pela empresa, uma vez que o custo de manuteno influencia sensivelmente as estruturas organizacionais e administrativas vigentes. VIEIRA (1991), destaca que o servio de manuteno possui duas caractersticas importantes: a) um processo caro, com seus gastos representando somas significativas ao longo da

vida operacional dos equipamentos e instalaes; b) um processo do tipo "mo-de-obra intensiva" e, ao que tudo indica, continuar a

s-lo mesmo que se lhe incorporem mais e mais avanos tecnolgicos. Portanto, o plano de manuteno deve estabelecer uma base racional para a formulao de um programa de manuteno preventiva e fornecer diretrizes para a manuteno preditiva. O nvel de eficincia da manuteno tambm est relacionado aos instrumentos e ferramentas utilizadas pelos mecnicos. Ficando difcil exigir servios de boa qualidade e de alto grau de eficincia quando no se dispe das ferramentas necessrias, sendo esse mais um aspecto que dificulta o planejamento da manuteno. O planejamento da manuteno pode ter nos sistemas informatizados um aliado importante. O autor aponta um sistema que foi desenvolvido para auxiliar a gerncia de manuteno na utilizao eficiente dos recursos disponveis, identificando as reas crticas da situao a partir dos dados histricos que vo sendo armazenados numa base de dados. Destaca, tambm, que uma interface homem-mquina amigvel, favorece a otimizao e a anlise do programa de manuteno vigente. De acordo com KELLY & HARRIS (1980) diversas polticas de manuteno podem ser aplicadas a uma empresa ou sistema organizacional, quer isoladamente quer combinadas, definindo assim a constituio do plano de manuteno pela aplicao dessas polticas: I. Manuteno a intervalos pr-fixados, em que pode ocorrer substituio individual ou

em grupo de componentes. II. Manuteno baseada na condio do parmetro, sendo assumida contnua ou

periodicamente.

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Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 174 III. Manuteno corretiva por reparo local ou por substituio de componente. o

procedimento de " operao at falhar " . IV. Manuteno de oportunidade, usada normalmente quando o componente

complexo e demanda um tempo longo de manuteno. V. Modificaes de projeto. Vale a pena observar que as aes efetuadas antes da ocorrncia de uma falha so consideradas preventivas e, inversamente, as efetuadas aps so consideradas corretivas. As aes preventivas podem, portanto, ser programadas e executadas sob a forma de um plano de manuteno preventiva. A manuteno corretiva no pode ser programada, dada a natureza probabilstica da falha e as incertezas que cercam a tomada de deciso correspondente. de vital convenincia que se avalie detalhadamente as polticas de manuteno antes at de se estudar um procedimento para determinar o plano de manuteno mais adequado. A eficincia global em uma empresa que opera com frotas de veculos est vinculada ao desempenho da equipe de manuteno nas tarefas de planejamento, organizao e execuo das atividades da oficina. objetivo do plano de manuteno reduzir as interrupes aleatrias no funcionamento das mquinas que executam os servios. Assim, um programa de manuteno preventiva deve ser elaborado a partir de um minucioso estudo de cada pea ou parte principal dos veculos. Em um plano de manuteno devem estar presentes sete condies: a) estudar as condies reais de funcionamento dos equipamentos; b) analisar as falhas e defeitos observados, sobretudo as falhas mais freqentes; c) analisar um sistema apropriado de lubrificao e normalizao dos lubrificantes

utilizados; d) estudar o estoque mnimo de peas de reposio para evitar perdas de produo; e) estudar as ferramentas especiais necessrias manuteno e ao conserto dos

equipamentos; f) estudar possveis modificaes nas instalaes, para permitir uma manuteno mais

fcil e rpida; g) estudar possveis modificaes de layout da oficina, de modo a evitar perda de

tempo. O plano de manuteno deve ser constitudo pela melhor combinao das polticas de manuteno, coordenadas com o objetivo de promover uma melhor utilizao do tempo e dos recursos disponveis. importante destacar que quando os componentes so de reposio simples, h uma aproximao do ideal nas aes preventivas e corretivas, pelo nvel de detalhe fornecido pelo fabricante tornando a manuteno barata e determinstica. Isso raramente ocorre para componentes de reposio complexa, cuja manuteno custosa e probabilstica. Uma escolha cuidadosa de prioridades, em um plano de manuteno que seja gradativamente implementado, com vistas manuteno preventiva, muitas vezes traz resultados economicamente mais relevantes do que o emprego de tcnicas de manuteno preditiva, por exemplo. A atuao prioritria junto aos componentes

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Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 175 "crticos" fundamental para evitar uma manuteno muito cara. Ou seja, para defeitos ou falhas em componentes que no interrompem a operao dos veculos (buzina, janela, etc) pode-se dar uma maior flexibilidade nas intervenes sistemticas, mas os defeitos ou falhas em componentes como pneus e baterias, entre outros, que podem interromper a operao, devem merecer maior grau de ateno. Podem ser adotados como critrios para o estabelecimento de um plano de manuteno: horas de funcionamento, consumo de combustvel ou quilometragem rodada. O primeiro critrio se aplica melhor a motores estacionrios devido inexistncia de odmetro; o segundo se adequa a operaes do tipo "coleta de lixo" em que, mesmo com o veculo parado, h desgaste das peas do motor em funcionamento; o terceiro critrio o mais comumente usado para frotas de veculos. Considera-se bastante aceitvel uma composio a partir de 85% de manuteno preventiva complementada pela corretiva. Para que se possa comprovar a economia obtida com o plano de manuteno implantado, deve-se realizar medidas anteriores e posteriores sua aplicao. A abordagem aqui feita no tem a inteno de esgotar o tratamento terico da questo, mas simplesmente a de salientar a importncia do planejamento das atividades de manuteno, destacando os itens que sero focalizados neste artigo. 3. Aspectos Essenciais na Gerncia de Manuteno A rea de manuteno produz, no desempenho de suas funes, um conjunto considervel de anotaes de controles referentes aos equipamentos que operam numa determinada empresa. Os dados gerados devem ser processados para a elaborao de relatrios, tabelas e grficos, com contedos especficos, ciclo temporal conveniente e apropriados aos nveis de deciso. Segundo TAVARES (1987), identificam-se quatro estgios de evoluo dos sistemas de informao aplicados manuteno: sistema de controle manual, sistema de controle semi-automatizado, sistema de controle automatizado e sistema on line. No basta contar com um sistema computadorizado, se no houver uma abordagem integrada para monitorar e controlar o custo dos materiais e da mo-de-obra envolvida (em razo da interdependncia existente entre o setor de manuteno e os outros setores da empresa). de primordial importncia que o sistema de gerenciamento da manuteno tenha como principal caracterstica a disponibilidade de meios para garantir: i) a transformao automtica de dados , e sua transferncia para outros setores, e ii) o retorno da informao (feedback). Estes recursos sero valiosos quando da realizao das revises preventivas e tambm para a escolha das ocasies em que ser mais oportuno faz-las. Essas so algumas das caractersticas abordadas por: DIPPENAAR(1988), PACHUCKI(1991) e SHERWIN(1990). Os sistemas on-line esto relacionados com equipamentos (computadores) de grande porte, e a respeito desse tipo de arquitetura de sistema, CAMPOS (1993), chama a ateno para um aspecto a ser considerado com cuidado, que o fenmeno do

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Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 176 downsizing registrado como a grande tendncia da dcada para as empresas que possuem esse tipo de equipamento. Conforme MIZOKAWA et al. (1989), uma experincia feita numa grande empresa japonesa, envolvendo o projeto e a avaliao de um sistema de informao compacto e econmico, para controle da manuteno, usando microcomputadores interligados em rede, trouxe resultados excelentes em termos de flexibilidade e custo, tendo como base de comparao o sistema on-line de grande porte anteriormente utilizado. Qualquer que seja a aplicao de sistemas de informao na administrao e no gerenciamento da manuteno, se no houver um envolvimento efetivo dos profissionais desses setores desde a concepo e do desenvolvimento, at a implementao e testes, a implantao do sistema no ter xito, nem mesmo os resultados to aguardados e buscados. Para se analisar resultados e redirecionar as diferentes estratgias da manuteno preditiva e preventiva KING (1990) e OKOGBAA et al. (1992) sugerem o desenvolvimento de uma base de dados histricos. A aplicao dos recursos da informtica manuteno foi alvo de avaliaes feitas por: GEHL (1989), HARPER (1989) e BALA KRISHNAN (1992), que falam sobre os cuidados que a gerncia de manuteno, de uma forma geral, deve ter, no momento de optar por um sistema informatizado "de prateleira", em razo do fato de que esse tipo de sistema no atende completamente s necessidades levantadas. Alm disso, ressalta-se a grande (e inegvel) potencialidade da aplicao do computador como ferramenta indispensvel para o gerenciamento, considerando-se e avaliando-se clara e objetivamente algumas questes, tais como: o que o computador pode fazer pela manuteno? o que ser necessrio? qual o custo de instalao? quem usaria o sistema informatizado em lugar do sistema manual?

Para tanto, at se discute a aplicao de modelos de simulao em computador para avaliar as polticas de manuteno adotadas por uma empresa. 3.1 Eficcia e eficincia no gerenciamento Para atingir seus objetivos, a organizao precisa aplicar adequadamente os seus recursos produtivos, evitando o improviso. necessrio planejar antecipadamente e controlar adequadamente para obter a mxima utilizao dos recursos e prestar o melhor nvel de servio ao cliente. Isto , preciso gerenciar com eficincia (utilizao adequada dos recursos), dentro de padres estabelecidos de eficcia (grau de sucesso na busca em atingir os objetivos). Segundo LOBATO (1993), a vivncia diria com os vrios tipos de problemas de manuteno e a falta de treinamento gerencial, muito comum nesse meio profissional, levam a gerncia de manuteno a gastar tempo demais em atividades de baixa importncia, prejudicando sobremaneira o gerenciamento. Portanto, ele chama a

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Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 177 ateno para os aspectos de organizao e coordenao, de cada um dos participantes,individualmente. Para COTTI (1989), a gesto eficaz da frota no um processo que precisa ser necessariamente sofisticado, ou seja, necessariamente difcil, sendo que, muitas vezes, uma srie de anlises e decises conduzidas pelo bom senso e pela preocupao real de melhorar o rendimento a cada dia, levam a resultados excelentes. O controle informatizado garante a disponibilidade de informaes gerenciais confiveis, podendo definir a prpria sobrevivncia da empresa. No entanto, a informatizao de um sistema ineficiente ter como resultado um fracasso informatizado. Haver necessariamente uma perpetuao dos mesmos tipos de erro j existentes anteriormente. Afinal, nem todos os relatrios emitidos pelo computador so qualificados como informaes. Por isso, a elaborao de uma proposta bem estruturada vem qualificar acentuadamente o nvel do servio prestado ao usurio e estabelecer diferenciaes competitivas, para as empresas do ramo de transportes que tenham como meta modernizar seus instrumentos de gesto e controle. 3.2 O processo decisrio Dentro do processo de tomada de deciso existem trs estgios: o PORQU de se tomar uma deciso, ou seja, qual necessidade a gerou; o COMO essa deciso foi tomada, usando-se certos parmetros, e o GRAU DE COMPLEXIDADE, referente quantidade e volume de informaes at se chegar aos parmetros em que se fundamenta a deciso. A tomada de decises no mbito da gerncia de manuteno atravessa inevitavelmente as fronteiras departamentais, por necessitar de informaes de diversas fontes, em cada um dos aspectos relacionados com sua funo, seus objetivos, sua estrutura organizacional e suas aes. Tais decises podem variar em importncia desde a substituio de um equipamento principal at um pequeno reparo. importante portanto entender a estrutura do processo de tomada de decises. Segundo KELLY & HARRIS (1980) existe um problema decisrio quando: h um objetivo em vista; existem pelo menos duas alternativas de ao; h incerteza quanto melhor alternativa e esto presentes fatores externos, fora do controle de quem toma a deciso, que podem afetar o resultado. A identificao da melhor alternativa de ao s possvel se os fatores que influenciam o problema forem bem compreendidos. Os fatores mais importantes seriam possivelmente a causa das falhas, sua incidncia com relao ao tempo, os custos de manuteno, os custos da modificao do projeto e os elementos no quantificveis, relacionados com a receptividade de um programa de manuteno preventiva. Nem sempre possvel, ou desejvel, estabelecer regras muito rgidas para o processo decisrio, mas absolutamente essencial assegurar que os objetivos da manuteno sejam claramente compreendidos em todos os nveis, e que os sistemas de

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Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 178 informao sejam projetados para fornecer a informao correta, pessoa certa, na ocasio propcia. A disseminao da informtica, sem dvida, vem tendo ampla repercusso e produzindo ganhos substanciais a saber: rapidez de execuo, eficcia no trabalho, melhoria do padro de servios, grande quantidade de informaes que podem ser armazenadas para uso futuro, entre outros. Parece ser um consenso que o nvel refinado de tomada de decises em manuteno est sendo evidenciado gradativamente com o uso dos recursos da informtica, principalmente com o advento da divulgao massiva do microcomputador e o decrscimo do seu custo, bem como das aplicaes de redes, facilitando a interligao entre os departamentos e favorecendo um aumento da velocidade de circulao da informao, sem falar nos diversos recursos de software e hardware que vm facilitando em muito a vida de qualquer usurio. Para RIBEIRO (1989), a aplicao da tecnologia da informtica, como instrumento de apoio aos processos decisrios e gerenciais, ainda incipiente. Somente uma postura consciente e madura dos empresrios, com relao informtica, poder aumentar a expectativa de tornar real o planejamento adequado, a obteno de decises fundamentadas, operaes geis e controles eficientes. Porm, para REGRA (1993) necessrio encarar com cautela o uso desses recursos, face qualidade da informao que esse uso oferece. Por isso ele afirma: "Muitos sistemas se limitam a informar quanto est custando a frota. Isso no basta! preciso que ele mostre onde e como reduzir custos e ganhar competitividade (...) que faa anlises comparativas e gere relatrios que facilitem a tomada de decises" Ao citar a importncia da cincia da computao junto tecnologia da informao, vale ressaltar que o computador apenas uma ferramenta de aplicao no sistema e, por si s, no o representa na ntegra. A anlise das informaes, por exemplo, vital para que se alcance um rendimento satisfatrio. BURCH (1979) afirma que muitos empresrios criticam duramente a informatizao de sistemas por trs razes: grandes expectativas que no obtiveram xito; falta de anlise adequada; sndrome da computeritis que representa a aquisio de computadores como soluo para todos os problemas.

Para GUERRA (1992) a aplicao gradativa das tcnicas de manuteno preditiva fundamental na ajuda do processo de tomada de decises e deve ocorrer como forma de se obter o estado dos componentes dos veculos e reduzir os custos de manuteno. Por exemplo, o acompanhamento da variao da condio do leo nos motores d idia do estado dos filtros, bombas de leo, tubulaes, etc. Esses dados, levados a um grfico, em funo do tempo, indicaro o grau de desgaste das diferentes partes do motor, informao que um dado importante para instruir a tomada de deciso quanto a novas aquisies de componentes para reposio, ou at de novos motores para ficarem de sobressalentes. Consideram-se tambm dignas de anlise as variveis: tipo de linha em relao ao piso, quantidade de passageiros transportados, topografia da linha, quantidade de

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Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 179 paradas, quantidade de curvas, tipo de combustvel, tipo de chassi, idade do veculo, tipo de freio, condies de operao, etc, como fundamentais e determinantes num processo de tomada de decises, devido ao fato de que, variando-se uma dessas citadas condies e mantendo-se as demais constantes, faz-se necessrio realizar mudanas na programao da manuteno. medida que o nmero de veculos da empresa cresce, exige-se maior rigor nas vrias etapas de coleta de informaes para controles e simultaneamente elas tornam-se mais complexas. Mediante a utilizao de um adequado aparato de controle de informaes, os custos e o rendimento da frota tornam-se visveis, o que possibilita decises oportunas e racionais. Ao longo do desenvolvimento da atividade de manuteno so geradas e coletadas inmeras informaes, que devem ser convenientemente tratadas no mais breve espao de tempo possvel para produzirem relatrios, tabelas e grficos, com contedos prprios, concisos e tratados de acordo com os nveis funcionais a que se destinam, oferecendo alternativas para a tomada de decises. Portanto, um grande volume de minuciosas atividades, interligadas entre si, caracteriza a rea de manuteno das empresas de transportes. SILVA & CAMPOS (1993), afirmam que, numa empresa de transportes, a complexidade do sistema deve-se grande diferenciao e quantidade de itens, que atingem a casa dos milhares. A interdependncia dos controles e os detalhes de execuo so os maiores responsveis pela complexidade do planejamento dos programas de manuteno. O grande volume de informaes, a dimenso dos custos e o valor patrimonial dos veculos e equipamentos, mais a conjuntura econmica, tornam fundamental uma administrao ao mesmo tempo eficiente e abrangente, em funo da complexidade que todos esses fatores citados geram. Num mercado competitivo, as empresas precisam dispor de informaes gerenciais confiveis e de modernas ferramentas de controle operacional. vital reduzir custos. Ao tomar decises, os gerentes normalmente utilizam-se de uma srie de fontes de informao. Dependendo do estilo pessoal do gerente a nfase colocada em diferentes informaes certamente vai variar. 3.3 Qualidade e produtividade Com o objetivo de buscar a modernizao do pas, foram lanados,em 1991,o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP) e o Programa de Competitividade Industrial (PCI). NEVES (1992), a partir de uma pesquisa, patrocinada pela Price Waterhouse, envolvendo empresas privadas brasileiras de mdio e grande porte, demonstra que h uma tendncia, cada vez mais crescente, para aumentar a produtividade e a qualidade, embora essas organizaes ainda estejam longe de conseguir maximizar o uso dos recursos disponveis .

Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 180 MIRSHAWKA (1991), olhando esse panorama afirma que: "Alguns segmentos empresariais esto adotando a qualidade e confiabilidade dos servios e produtos como meta maior. O setor de manuteno tambm precisa assumir esta postura". A garantia da qualidade e produtividade advm de um grupo de atitudes ao longo de todo o processo de execuo da manuteno, influenciada por fatores tcnicos, humanos e da organizao e gesto empresarial. O fator deficiente para se alcanar produtividade com qualidade em manuteno pode ser a motivao do pessoal. Identificadas as causas e realizando reunies peridicas, a equipe gerencial pode atingir o objetivo de melhoria da qualidade e produtividade, permitindo inclusive traar novos horizontes. Para assegurar e manter a qualidade dos servios prestados, pode-se utilizar o Programa de Garantia da Qualidade na Engenharia de Manuteno (PQuEM), que, sem usar ferramentas sofisticadas, focaliza sua atuao no elemento mais importante de todos: o homem de manuteno (NAZARENO et al. (1993) e ESDRAS (1993)). MIRSHAWKA (1991), afirma que o Controle de Qualidade da Manuteno (CQM) reduz os custos ocasionados pela falta de qualidade, tais como, entre outros, os decorrentes de: perdas por quebra de produo, m utilizao de materiais e mo-de-obra, esforo de recuperao da imagem externa, e acidentes diversos. a revoluo de mentalidade na qual o Qualium vence o Quantum. A produtividade do setor de manuteno corresponde ao mximo aproveitamento dos recursos produtivos, conseguido pela aplicao de tcnicas de manuteno preventiva, para que todas as intervenes ocorram no momento correto. Essa idia tambm compartilhada por VIANNA (1993), ao afirmar que a obsolescncia programada a base da manuteno preventiva programada ou sistemtica, que evita ou diminui paradas imprevistas, e portanto reduz os custos operacionais. Para se obter qualidade na manuteno, buscando atingir Zero Defeitos, deve-se levar em considerao: a qualidade da mo-de-obra, a qualidade do servio, uma auditoria da qualidade e um programa de ao corretiva. A meta da Manuteno Produtiva Total (TPM) consiste na obteno de melhor rendimento para o sistema de produo, mediante a participao de todos os empregados nas atividades da manuteno produtiva. MORAIS (1993), comenta os efeitos de um programa de TPM aplicado em uma empresa desde a sua implantao, descrevendo todas as atividades executadas, e avalia os resultados finais, que so: aumento da disponibilidade dos equipamentos de 90 para 95.3%; reduo dos custos de manuteno de US$ 285 para US$ 92 por equipamento/ms; melhoria na higienizao das reas operacionais e aumento da satisfao dos trabalhadores envolvidos. RODRIGUES & PEREIRA (1993), relatam aplicaes de ferramentas de gerenciamento da qualidade total, que viabilizaram a implantao de um programa de manuteno preditiva, passando a ter uma eficcia impressionante. possvel atingir metas, em direo ao Zero Defeito, mediante cuidados elementares utilizados para combater causas potenciais de falhas, tais como: desgastes, corroso, trincas, rudo, vibrao excessiva, folgas e sujeira.

Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 181 Na concepo de alguns autores, o ideal em manuteno no reparar o equipamento e deix-lo como era anteriormente, mas sim repar-lo e deix-lo melhor do que era quando novo. SCHEUER (1993), citando uma pesquisa feita recentemente pela American Quality Foundation e pela consultoria Ernst & Young, em quatro pases: Canad, Japo, Alemanha e Estados Unidos, fornece boas indicaes de como obter prticas gerenciais de qualidade. Ficou constatado que o processo de gerenciamento da qualidade se auto-alimenta. 4. Diagnstico da Manuteno de Frotas de Veculos A partir do momento em que uma empresa tenha um veculo, passa a fazer sentido uma preocupao com a administrao racional desse bem. Isso se justifica por vrias razes: a) veculos so bens de produo, de custo elevado; b) veculos so bens "que se movem", criando oportunidade para atritos, desgaste

decorrente das condies ambientais, danos ao prprio veculo, a outros veculos, a pessoas, como o motorista, o ajudante ou terceiros;

c) veculos transportam pessoas e tambm bens materiais, de valor s vezes muito elevado, desempenhando um papel de extrema importncia em diferentes sistemas produtivos;

d) a empresa precisa ter um adequado retorno sobre o investimento com seus veculos, para preservar seu poder de reposio e garantir sua competitividade.

Ressalte-se ainda que a manuteno de frotas de veculos est sujeita a certas condies e fatores ambientais que a tornam particularmente complexa. Entre esses fatores podem ser citados: o estado da malha viria, a taxa de ocupao a que esto sujeitos os veculos, em relao sua capacidade nominal, a atuao de mercado dos fabricantes e encarroadores, alm da capacitao da mo-de-obra envolvida na operao e manuteno dos veculos. A seguir so discutidos os principais problemas enfrentados nesse campo de atuao. 4.1 Qualificao da mo-de-obra A rea de manuteno ainda recebe pouca ateno por parte dos empresrios do setor de transportes. Nos ltimos anos, com a descapitalizao do setor, o arrocho tarifrio, o gerenciamento mais rigoroso do sistema e o conseqente envelhecimento da frota, os controles preventivos e corretivos assumiram uma posio de maior destaque. Esses fatores passaram a imprimir srias dificuldades ao processo de tomada de decises. Segundo CATALAN (1993), a heterogeneidade dos parques industriais brasileiros e a crise econmica que o pas atravessa, responsvel por polticas de conteno de recursos e a falta de reposio de mo-de-obra qualificada, tornam ainda mais rdua a tarefa de gerenciar a atividade de manuteno no Brasil.

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Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 182 Um veculo convencional, no valor de aproximadamente US$ 100 mil (cem mil dlares), , muitas vezes, mantido por pessoas semi ou completamente analfabetas e despreparadas tecnicamente em termos de manuteno, sem falar na mo-de-obra de conduo (motoristas). O grau de instruo dos integrantes das equipes de manuteno, em vrias regies do Brasil, impede que esses profissionais obtenham aproveitamento satisfatrio nos cursos de treinamento a que so submetidos. No raro que os mecnicos acabem sendo meros trocadores de peas, que nem sequer, questionam as causas das falhas ocorridas nos componentes. Dentre outros fatores que concorrem negativamente para instaurar essa situao podem ser citados: a discriminao, a desvalorizao profissional e a baixa remunerao. Os salrios pagos aos mecnicos so, muitas vezes, inferiores aos dos motoristas, contribuindo para acentuar ainda mais o quadro de desqualificao na rea de manuteno. Os investimentos realizados na qualificao do pessoal, se autofinanciam, a mdio prazo, pela melhoria da eficincia dos servios e pelo incremento dos lucros reais. A qualificao deve alcanar todos os recursos humanos envolvidos na manuteno. 4.2 Estabelecimento do plano de manuteno Os departamentos de manuteno geralmente adotam os planos preventivos recomendados pelos prprios fabricantes dos veculos, ou criam os seus a partir deles. Estes planos quase sempre sugerem inspees, lubrificaes e substituies peridicas de determinados componentes mecnicos. A vida til dos itens dificilmente fornecida e, quando indicada, situa-se completamente fora da realidade aplicvel. Segundo GUERRA (1992) nas visitas tcnicas realizadas em empresas com frotas de veculos, em algumas regies do Brasil, a explicao dada pelos empresrios, com relao origem dos valores de quilometragem entre revises preventivas, foi nica: empirismo. Todas as empresas visitadas trabalham com mltiplos de 10.000 Km para execuo dos planos preventivos. Este valor tem forte influncia de um fabricante monopolizador do mercado nacional. GUERRA (1991), afirma que considervel variao percebida para os intervalos de troca de leo lubrificante numa mesma cidade, onde se encontram empresas trabalhando com valores bem distintos para lubrificantes de classes iguais e condies de servio equivalentes. Isso porque poucas empresas adotam o uso de laboratrios para anlise de leo lubrificante com fins de pesquisa com relao a possvel dilatao dos intervalos de substituio do fluido. Quando as anlises ocorrem, so feitas apenas para acompanhamento da vida do motor. SILVA & FERRAZ (1991), destacam que outra grande variao detectada a que se verifica quanto aos intervalos de substituio das lonas de freio. Naturalmente, o consumo de lonas influenciado por uma grande variedade de fatores, entre os quais figura a topografia das cidades e estradas, bem como o modo de operar o veculo.

Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 183 No existe um banco de dados para a manuteno, que permita pesquisas aprofundadas com relao aos intervalos de substituio de itens para as diversas situaes de operao dos veculos. 4.3 Nvel de informatizao GUERRA (1991), participou de vrias reunies na sede do Sindicato Nacional de Transportes Urbanos (SNTU), em Braslia, onde manteve contato com empresrios do pas inteiro, em termos do nvel de informatizao da manuteno. Deparou-se com alguns empresrios que afirmaram possuir sistemas de manuteno informatizados. A constatao in loco revela, porm, uma realidade bem diferente no que toca aos controles de manuteno.

Num determinado momento GUERRA (1991) afirma: "O simples fato de possuir computadores controlando intervalos de revises induz, erroneamente, alguns empresrios a imaginarem-se detentores de um sistema de manuteno totalmente informatizado. Em geral, as empresas utilizam os computadores para elaborao de folhas de pagamento, contabilidade e alguns controles de trfego. A rea de manuteno recebe pouca ateno das empresas em relao ao processo de informatizao. A utilizao do computador como um instrumento de apoio deciso, nesta rea, pouco significativa!" A administrao de frotas de veculos uma rea onde a informatizao extremamente necessria e benfica, mas que se encontra pouco informatizada mesmo em empresas multinacionais. Embora grande parte das empresas reconhea o fato, h em muitos casos uma resistncia implantao de um plano diretor de informtica, que auxilie todos os setores, de uma forma integrada e eficaz, agilizando o fluxo de informaes e conseqentemente melhorando o nvel das decises tomadas. Grande parte dos gerentes das empresas visitadas conhece a importncia da integrao das reas de trfego e materiais com a manuteno. No se identifica, porm, a existncia de um sistema de informaes gerenciais que formalize os fluxos de informao mais importantes dessas reas e que sirva de apoio aos processos de deciso da empresa como um todo. 5. Concluso O mercado mundial, em linhas gerais, tem apregoado e disseminado alguns critrios e padres para os setores primrio, secundrio e tercirio da economia, que podem ser sintetizados como um incremento da qualidade e um aumento da produtividade, buscando a reduo de custos para a garantia da competitividade e da sobrevivncia das empresas. Para as empresas de frotas de veculos no diferente, pois utilizam, no exerccio de suas atividades, um insumo que atinge valores de dezenas a at centenas de milhares de dlares, que so os veculos. Portanto, uma ateno especial deve ser dada ao processo de manuteno, para que a operacionalizao de sua finalidade

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Gesto & Produo, v. 1, n. 2, p. 171-188, ago. 1994 184 primeira, ou seja, realizar transportes, seja atendida plenamente em todos os seus aspectos. Para que esse atendimento seja pleno, livre de empecilhos, a funo manuteno deve estar atuando dentro de padres garantidos de qualidade e produtividade. Esses padres de qualidade e produtividade podem ser compreendidos como tendo vrias facetas, que congruentemente o viabilizam. Dentre elas: um melhor planejamento da manuteno; o uso da manuteno produtiva total (TPM), visando a implementao de programas de treinamento e capacitao adequados para a gerncia de manuteno e para a mo-de-obra envolvida com as tarefas da manuteno; estudo e implantao de reduo de custos; planejamento de compras e dimensionamento dos estoques de componentes sobressalentes; aplicao de recursos de informtica e sistemas de informao; aplicao de SAD e, por fim, a busca equilibrada da terceirizao. Em termos do estudo e implementao de reduo de custos, como CASTRO (1993) descreve, no mbito exterior ou nacional, as reas de mo-de-obra e de materiais so as que mais se destacam no tocante necessidade de reduo de custos. Porm, poucas contribuies tm surgido, capazes de resolver ou simplificar o problema, cuja soluo abriria uma excelente oportunidade de ganhos imediatos. O planejamento de compras e o dimensionamento dos estoques de componentes sobressalentes, outra rea potencial para a melhoria do sistema global de manuteno. A questo da terceirizao constitui um tema bastante atual, considerando a movimentao mundial no sentido de repassar a responsabilidade por certas atividades, do ponto de vista de custos. Sobre o assunto podem ser consultados CARVALHO (1993), CASTRO (1993), PINTO (1993) e SROUR (1993). A aplicao de SAD em frotas de veculos em geral, abre uma rea de pesquisa promissora, em razo da importncia da aplicao de sistemas de informao, e considerando-se o atual nvel de informatizao e os processos decisrios adotados pelas empresas. Nessa linha de atuao podem ser citados os trabalhos de GUERRA (1992) e CAMPOS (1994). Assim, na transformao que se vai sedimentando aos poucos e para vencer esta crise mundial, os futuros especialistas de manuteno devero estar familiarizados com as tcnicas e procedimentos de informtica, inclusive no sentido de influir na especificao e projeto de hardware e software especficos. Porm, o emprego da informtica em uma organizao pode gerar uma possvel reao em cadeia, criando-se uma exigncia maior ou menor de qualificao para o desempenho de tarefas, afetando inclusive a diviso do trabalho. Referncias Bibliogrficas: ABNT - TB - 19 Grupo 05: Termos fundamentais de eletricidade, 1971.

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MAINTENANCE MANAGEMENT OF VEHICLE FLEETS: A REVIEW ABSTRACT - This paper describes problems and challenges concerning the maintenance area of organizations that operate vehicle fleets, from the management point of view. The maintenance context is characterized from discussions about manpower qualification, informatization level, decision making complexity and the necessities of incorporating quality and productivity into this area. Key-words: maintenance planning, maintenance management, maintenance control, maintenance of vehicle fleets.