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Introdução ao Curso

Bem vindo ao curso online de Análise Fundamentalista do Onde Investir by Lopes Filho. Aqui você será apresentado a esta técnica de se analisar e avaliar ações de empresas de capital aberto, e obterá fundamentos para poder fazer suas próprias análises.

Em cada módulo você vai encontrar explicações que facilitarão o entendimento, dinamizando o processo de aprendizado. Nesta introdução serão apresentados os conceitos essenciais da análise fundamentalista, de forma simples e fácil de compreender.

O que é a Análise Fundamentalista?

O objetivo da análise fundamentalista é avaliar alternativas de investimento. Isto é feito ao se avaliar as conjunturas macro e microeconômicas e o panorama setorial da empresa, além das demonstrações financeiras e balanços.

Cabe à análise fundamentalista estabelecer o valor justo para uma ação, respaldando decisões de compra ou venda. A premissa básica da análise fundamentalista é de que o valor justo para uma empresa se dá pela definição da sua capacidade de gerar lucros no futuro.

Pode­se dizer que a análise fundamentalista utiliza­se de certas "ferramentas", como por exemplo as análises de demonstrativos financeiros, elaboração de cenários econômicos, projeções de resultados das empresas, análise de indicadores financeiros e econômicos, entre outras.

A análise fundamentalista pode ser percebida como um método de análise econômica para empresas e a viabilidade de projetos. Normalmente, focam­se em aspectos mais "tangíveis", como as fontes de recursos existentes, o capital humano da organização, conhecimentos tecnológicos etc, e também em aspectos subjetivos, ou seja, alternativas de investimento, valores éticos, projeções de desempenho e outros.

Objetivos Principais

A análise fundamentalista pode ser utilizada em situações nas quais se deseja avaliar empresas e projetos, que podem inclusive já ser operacionais. Serve também para precificar ações, ou seja, determinar o chamado 'preço justo' das mesmas; para determinar os valores de negociação de compra e venda em operações de fusões e aquisições; para projetos cuja viabilidade econômica deva ser determinada; entre outros.

Valorização da Ação

Quando o investidor aplica seu dinheiro em ações, ele espera obter um retorno positivo, dentro de suas expectativas. Mas de que maneira o investidor pode dizer que, de fato, obteve algo de positivo a partir de um investimento realizado em ações de uma empresa?

Os principais retornos obtidos a partir de um investimento em ações são os ganhos por meio de dividendos e pela valorização da ação.

O ganho por meio da valorização da ação se dá quando a cotação dela aumenta após o investidor tê­la adquirido. Se um investidor tiver comprado uma ação por $50 num dia e no dia seguinte esse mesmo papel valer $52,50, então o investidor terá tido um retorno (positivo) de 5% (relativo aos $2,50, que correspondem a 5% de $50).

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Entretanto, esse não é o único meio de se obter um retorno a partir do investimento realizado. Além do ganho que se pode obter quando da valorização da ação, há ainda a possibilidade de receber dividendos da empresa.

Dividendos

Os dividendos são recursos que a empresa distribui aos acionistas como participação nos lucros que porventura ocorram naquele período, de acordo com a participação que o acionista tenha na empresa. Uma forma simples de se compreender essa situação é a seguinte: uma ação pode ser entendida como uma pequena parte da empresa, logo se uma pessoa possui ações da empresa X, isso significa que ela é dona de um "pedacinho" da empresa X. Assim, é justo que se a empresa X tiver lucro num determinado exercício, que uma parte proporcional desse lucro seja distribuído entre esses "sócios", chamados de acionistas.

Vamos entender essa explicação por meio de um exemplo: Vamos supor que Fulano comprou 1000 ações da empresa XPTO, ao preço de $ 1,00 cada ação. Então Fulano, nesse primeiro momento, gastou $ 1000,00 para adquirir as 1000 ações. Vamos agora supor que algum tempo depois, as ações aumentaram seu valor (isto é, valorizaram), subindo para $1,20 cada uma. Agora, Fulano tem 1000 ações cotadas a $1,20 cada, então o valor das ações de Fulano passou a ser $ 1200,00 (ou seja, $1,20 x 1000). Percebemos que houve um ganho por meio da valorização da ação. No caso, a ação se valorizou 20% (indo de $1,00 para $1,20), e, em termos financeiros, Fulano ganhou $200, correspondentes a 20% de $1000,00. Contudo, deve­se considerar um outro aspecto. Se a XPTO teve lucro naquele exercício, então Fulano deve receber uma parte daquele lucro, correspondente ao número de ações da empresa que ele detém. Supondo que exista 1.000.000 de ações da empresa, então Fulano tem 0,1% (isto é, 1.000 / 1.000.000) da empresa. Assim, é de se esperar que ele receba 0,1% do lucro que a empresa distribuir a seus acionistas. Se, nesse caso, a XPTO informar que seu lucro será distribuído à razão de, por exemplo, $ 0,05 por ação, então Fulano terá a receber a quantia de $ 50 (ou seja, $0,50 x 1000 ações) a título de dividendos. No fim das contas, Fulano terá um total de $250, sendo $200 devidos à valorização da ação e $50 graças aos dividendos distribuídos. Ele possui agora um patrimônio de $1250, pois os $1000 iniciais não foram perdidos, mas sim valorizados nesse exemplo.

Algumas observações a respeito dos dividendos: 1. Os acionistas têm o direito de receber, em cada exercício, uma parte dos lucros estabelecida em Estatuto (o chamado dividendo obrigatório), ou, se o estatuto for omisso, metade do lucro líquido do exercício diminuído ou acrescido de certos valores, a saber: ­ quota destinada à constituição da reserva legal; ­ importância destinada à formação de reservas para contingências e reversão das mesmas reservas formadas em exercícios anteriores; ­ lucros a realizar transferidos para a respectiva reserva e lucros anteriormente registrados nessa reserva que tenham sido realizados no exercício. É distribuído aos acionistas, em dinheiro, na proporção da quantidade de ações possuídas.

2. A empresa, por meio de seu estatuto, pode estabelecer o pagamento de dividendo de duas formas distintas: ­ Primeira forma: Dividendo Fixo: corresponde a um percentual sobre o capital social ou sobre o lucro da empresa; ­ Segunda forma: Dividendo Mínimo: as ações preferenciais participam do lucro distribuído nas mesmas condições das ordinárias, depois de a estas últimas ter sido pago o mínimo.

3. Uma observação a ser realçada é o fato de a empresa poder atribuir ao acionista possuidor de ações preferenciais a prioridade no recebimento de dividendo, ou seja, este acionista receberá seus dividendos antes do acionista que possui ações ordinárias, que são aquelas com direito a voto nas assembléias da companhia. Esta hipótese pode ocorrer quando não houver lucro

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suficiente a ser distribuído a todos os acionistas da companhia. Note­se ainda que não incide imposto de renda (IR) sobre os dividendos recebidos.

4. Não têm direito a receber dividendos as ações adquiridas para cancelamento ou permanência em tesouraria, enquanto mantidas nestas situações.

Pay­out e Yield

Pay­out é a taxa de distribuição do lucro da empresa para os acionistas na forma de dividendos ou juros sobre o capital próprio. De acordo com a legislação em vigor, exige­se que seja distribuído, no mínimo, 25% do lucro líquido, após algumas deduções legais. Por meio do Pay­out é possível ter uma idéia de quão bem os lucros da companhia suportam os pagamentos de dividendos. Empresas mais maduras tendem a ter um Pay­out maior, enquanto que empresas em crescimento provavelmente irão reter mais lucros para investir na própria instituição, pagando assim dividendos menores ou nenhum dividendo.

O cálculo do Pay­out pode ser ilustrado com o seguinte exemplo: se uma empresa pagou $1 por ação em dividendos anuais e teve $5 de lucro por ação, então o Pay­out nesse caso foi de 20% (que é igual a $1 / $5). A questão passa a ser se 20% é uma taxa considerada boa ou ruim para a empresa em análise. Conforme foi citado anteriormente, empresas em crescimento tendem a pagar menores dividendos, enquanto que os maiores dividendos costumam ser pagos por empresas de indústrias maduras, nas quais há pouco espaço para crescimento, daí a percepção de que um bom uso para o lucro obtido passa a ser a distribuição aos acionistas. Lembremos que o Pay­out, por si só, diz pouco ao investidor, pois ele deve sempre ser analisado à luz de um contexto.

Em resumo, Pay­out = Dividendo pago por Ação(%) Lucro por Ação

Dividend Yield é a relação entre o dividendo pago por ação de uma empresa e o preço dessa mesma ação. Quanto maior for o Dividend Yield, melhor será o resultado da empresa ou mais vantajosa será sua política de distribuição de lucros aos acionistas. Um aspecto a ser ressaltado é o seguinte: o Dividend Yield é o resultado de uma fração (dividendo pago / preço da ação), então o investidor deve ser cauteloso na hora de avaliá­lo.

Em resumo, Dividend Yield = Dividendo pago por Ação (%) Preço da Ação

Exemplo: Suponhamos que a empresa ABC, cuja ação está sendo negociada a $50, efetua uma distribuição de dividendos no valor de $1 por ação. O lucro por ação da companhia é $3. Nesse caso, temos o seguinte, para a empresa ABC:

Pay­out = Dividendo pago por Ação = $ 1 = 0,33 = 33% Lucro por Ação $ 3

Dividend Yield = Dividendo pago por Ação = $ 1 = 0,02 = 2% Preço da Ação $ 50

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A Ação

Os títulos negociáveis em Bolsa (ou no Mercado de Balcão, que é aquele em que as operações de compra e venda são fechadas via telefone ou por meio de um sistema eletrônico de negociação, e onde são negociadas ações de empresas não registradas em bolsas de valores e outros ativos e títulos) são aqueles de sociedades anônimas de capital aberto. A sociedade anônima, também conhecida como “S/A”, tem o seu capital dividido em ações, que são parcelas referentes àquele capital. Mas o capital da empresa pode ser aberto ou fechado, e as características de cada um estão mostradas a seguir:

­ Empresas de Capital Aberto, também conhecidas como “companhias abertas”, são aquelas que têm valores mobiliários (ações ou debêntures) registrados na CVM (Comissão de Valores Mobiliários, que é uma autarquia federal cuja função é disciplinar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários), e que podem negociar no mercado de balcão ou em Bolsas de Valores.

­ Empresas de Capital Fechado, ou “companhias fechadas”, são aquelas que não podem negociar valores mobiliários no mercado.

Como saber se uma empresa é aberta ou fechada? Antes de mais nada, deve­se observar o aspecto jurídico da empresa, o qual indica se ela é uma empresa individual ou uma empresa societária. O capital das empresas individuais pertence a apenas um indivíduo, enquanto que no caso das empresas societárias há dois ou mais sócios a quem pertence o capital da companhia. Os tipos mais conhecidos de empresas societárias são as sociedades anônimas (S/A) e as sociedades por quotas de responsabilidade limitada, em que cada sócio tem responsabilidade proporcional à quota que detém na sociedade. Então, analisa­se se podem negociar valores mobiliários no mercado.

Já foi dito que a ação de uma empresa aberta é a menor parcela em que se divide o capital social desta, ou seja, o patrimônio da companhia. O capital social pode ser definido como a “representação legal, denominada em moeda, dos valores aportados pelos proprietários de uma empresa”.

Quando um investidor compra uma ação de uma certa empresa, ele se torna sócio dessa empresa, e sendo sócio dela, pode tanto valorizar seu investimento, caso a empresa tenha um bom desempenho, quanto desvalorizá­lo, caso a empresa enfrente dificuldades. Em suma, o investimento em ações está ligado a um risco.

Liquidez de uma Ação

A definição de liquidez de uma ação está relacionada à velocidade com que ela se transforma em dinheiro. Por exemplo, as ações de uma empresa X, que possuem uma grande demanda por parte dos investidores, serão mais líquidas do que as da empresa Y, com menos demanda, uma vez que será mais fácil negociar (comprar e vender) as ações de X do que as de Y, logo será mais fácil transformar em numerário as ações de X.

Tipos de Ações

­ Ações Ordinárias ou ON (Ordinárias Nominativas): Os investidores que possuem ações deste tipo têm direito a voto nas assembléias da companhia. Eles também têm o direito de usufruir do chamado tag along, que é o direito dos acionistas minoritários de alienar suas ações, no caso de venda da empresa ou de alienação de ações realizada pelos controladores da companhia. Nesse caso, os minoritários deverão receber pelo menos 80% do preço pago pelas ações dos demais acionistas.

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­ Ações Preferenciais ou PN (Preferenciais Nominativas): Este tipo de ação não dá ao acionista direito a voto nas assembléias. Este tipo de ação é típico do mercado brasileiro; no mercado norte­americano, mais desenvolvido, não se encontra esse tipo de ação. No Brasil, as ações PN são as mais líquidas, e seus detentores têm prioridade no recebimento de dividendos da empresa.

Uma observação: as chamadas Blue Chips, ou “ações de primeira linha”, são aquelas mais líquidas, mais negociadas e de maior peso no índice da bolsa em que são negociadas. O nome Blue Chip se refere, historicamente, às fichas de maior valor nos cassinos americanos, daí a origem do termo no tratamento das empresas de ações mais líquidas.

Subscrição

A subscrição de novas ações no mercado, também conhecida pelo nome de underwriting, ocorre quando a empresa emite novas ações e as lança no mercado, buscando captar recursos para viabilizar um plano de investimentos, amortização de dívidas ou por outro motivo. Esta emissão faz parte do chamado Mercado Primário de Ações.

O underwriting é um esquema de lançamento de ações mediante subscrição pública, para o qual uma empresa encarrega um intermediário financeiro, que será responsável por sua colocação no mercado. Um esquema genérico de underwriting pode ser observado no esquema a seguir: (Fonte: Pinheiro, 2005, p. 160):

O underwriting apresenta vantagens e desvantagens. Dentre as vantagens existentes, podemos citar: há o acesso a uma nova fonte permanente de recursos, fortalecendo a empresa; amplia­se a base da captação de recursos e o potencial de crescimento da empresa; cria­se liquidez para os títulos de emissão da empresa aberta e também para o patrimônio dos acionistas; desenvolve­se

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uma imagem institucional da companhia junto ao mercado, clientes e fornecedores; etc. Entretanto, há também custos e obrigações, como citado a seguir: distribuição de resultados aos novos acionistas; contratação de auditoria independente; trimestralmente, apresentar contas de resultado; anuidade à Bolsa de Valores; manter fluxo de informações à CVM, Bolsa e mercado; etc. Existem formas diferentes de se realizar a operação de underwriting: ­ Abertura de Capital: quando a sociedade oferece pela primeira vez suas ações ou debêntures à subscrição pública, por meio de uma (ou mais) instituição financeira. ­ Aumento de capital: nesta operação, a empresa oferece suas ações ou debêntures a seus acionistas e aos investidores em geral. ­ Abertura de capital via block­trade: Consiste em colocar no mercado um lote de ações pertencente a um acionista ou grupo de acionistas por meio de um leilão, em que se parte de um preço mínimo e se fecha a operação no preço máximo obtido. ­ Block­trade de ações ou debêntures de companhias abertas: processo similar à abertura de capital via block­trade, mas sujeito a alguns procedimentos particulares de negociação, de acordo com regras da Bolsa e da CVM.

Bonificação

A bonificação é uma espécie de prêmio que o acionista recebe da empresa em função de bons resultados desta. No caso, o acionista recebe uma quantidade de ações proporcional à quantidade que ele já possui. Normalmente, as bonificações ocorrem devido ao aumento de capital, por incorporação de reservas ou lucros em suspenso. Não impactam no patrimônio da empresa, visto que na prática apenas ocorre uma transferência de valor de uma conta para outra (no caso, de uma conta do Patrimônio Líquido – reservas de lucros, de reavaliações etc – para outra, de capital).

A bonificação também representa um aumento do capital da empresa, originando­se da incorporação de reservas acumuladas ao capital, com a emissão de novas ações, que são oferecidas aos acionistas. Não envolve captação de recursos.

Juros sobre Capital Próprio

Os juros sobre capital próprio são proventos pagos aos acionistas de acordo com o desempenho da empresa em um período, e são baseados nas Reservas de Lucros da empresa.

Para a companhia, há uma vantagem em distribuir juros sobre capital próprio em vez de distribuir dividendos: a contabilização do valor pago aos acionistas é feita como sendo um custo, logo reduz o montante de imposto de renda devido pela empresa.

Desdobramento (Split)

Neste caso, o que ocorre é apenas a multiplicação do número de ações da empresa, que se desdobra em determinada proporção. Não causa qualquer modificação no balanço da empresa, provocando apenas a multiplicação do número total de ações (modifica­se exclusivamente o valor individual das ações). Na prática, as empresas emitem N novas ações para cada ação antiga, onde a quantidade N pode ser 1, 2, 3, 4 ou mais vezes.

Agrupamento (Inplit)

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Processo inverso ao descrito acima. Neste caso o número de ações da empresa é dividido em determinada proporção. Também não causa qualquer modificação no balanço da empresa, provocando apenas a redução do número total de ações.

Valor Contábil x Valor de Mercado

O valor de mercado de uma empresa é representado pela cotação das suas ações em Bolsa, multiplicada pelo número total de ações que compõem seu capital. Para o cálculo adequado do valor de mercado, deveriam ser consideradas as cotações em Bolsa de cada tipo de ação (ordinárias e preferenciais) e ponderadas pelas quantidades de cada tipo no capital da empresa. Entretanto, na maioria dos casos, não há negócios com os dois tipos em Bolsa, motivo pelo qual é freqüente utilizar­se como referência a cotação da ação mais líquida (com mais negócios em Bolsa) e efetuar a multiplicação pelo número total de ações.

Valor contábil se refere ao valor dos recursos próprios de uma companhia que aparecem no seu balanço. É o “valor de livros” ou patrimônio líquido de uma empresa, que é também a diferença existente entre ativo total e passivo exigível, ou seja: Valor contábil = Ativo Total Contábil – Passivo Exigível Contábil = Patrimônio Líquido

O valor contábil pode ser entendido como um preço de referência, pois alguns ajustes podem ser necessários. Esse preço de referência, a partir do qual se negociará a empresa, deve considerar ainda a geração de valor adicional da empresa e eventuais reservas. Assim, para uma empresa ser negociada por um valor menor do que o seu valor contábil deve existir uma expectativa real de ocorrência de prejuízos, a qual absorveria uma parte considerável dos recursos próprios.

O valor patrimonial das empresas não é necessariamente próximo do valor de mercado. Isto se deve basicamente ao fato de que os dados contábeis são escriturais e podem conter defasagens em relação ao valor considerado justo para a ação, que é um entendimento subjetivo e pode variar de investidor para investidor. Os diferentes julgamentos de valor é que fazem, afinal, o mercado funcionar, havendo sempre compradores e vendedores e proporcionando liquidez para os ativos. É importante saber que a contabilidade utiliza como parâmetro o conceito de valor econômico, e não financeiro. Isto significa que os valores observados nos balanços não têm relação direta com o valor efetivo de realização, o que é dado pelo mercado.

Balanço Patrimonial

O balanço de uma empresa é considerado por muitos autores uma "fotografia" daquela empresa, demonstrando suas posições patrimonial e financeira em um certo momento. O balanço pode retratar a situação da companhia a cada ano fiscal ou trimestre (a publicação das informações financeiras trimestrais não é obrigatória, mas a lei exige que sejam entregues aos órgãos responsáveis em até 45 dias antes do fim do exercício). O balanço é precisamente útil para fornecer informações contábeis que ajudam a compreender o que ocorreu com a empresa em um determinado período. Ao se estudar a Lei das Sociedades Anônimas (conhecida como "Lei das S/A"), nota­se que ela exige que as companhias divulguem diversos relatórios que permitem aos investidores comparar as informações de uma companhia com seus concorrentes. Esses relatórios, que serão abordados mais adiante, são:

• Balanço patrimonial • Demonstrações do Resultado do Exercício • Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido • Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos • Notas Explicativas

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A Lei das Sociedades Anônimas exige ainda que as Assembléias Gerais Ordinárias sejam realizadas até o término do mês de abril. Considerando que há um limite de até 30 dias antes da realização das Assembléias Gerais Ordinárias para que os balanços sejam entregues à Bolsa e à CVM, o prazo limite para que eles fiquem prontos é o final de março. Ressalte­se que é necessário publicá­los no mínimo cinco dias antes das Assembléias Gerais Ordinárias.

Composição do Balanço

O balanço é composto por três partes, que são o ativo, o passivo e o patrimônio líquido, que são analisadas a seguir. Note­se que a seguinte igualdade sempre pode ser verificada: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido. Isso é verdade porque o passivo e o patrimônio líquido se referem à origem de recursos, enquanto que o ativo indica aplicação de recursos. Logo, a igualdade se verifica, pois só se pode aplicar aquilo que tem origem.

Ativo

Ativos são todos os bens e direitos da empresa, incluindo seus recursos e aplicações que representam benefícios presentes ou futuros. Por "bens" são entendidos os terrenos, máquinas, dinheiro, veículos etc, e por "direitos", entendem­se as contas a receber, duplicatas a receber, ações, títulos de crédito etc. Em resumo, para ser Ativo o item deve preencher os requisitos abaixo ao mesmo tempo:

­ constituir bem ou direito da empresa; ­ ser de propriedade, de posse ou de controle de longo prazo da empresa; ­ ser monetariamente mensurável; ­ ocasionar benefícios presentes ou futuros

O Ativo se divide em três grandes grupos: ativo circulante, ativo realizável a longo prazo e ativo permanente. As contas, em cada grupo, são expostas em ordem decrescente de liquidez.

Ativo Circulante: Neste grupo entram o dinheiro (item mais líquido de todos) e os itens que são transformados em dinheiro, consumidos ou vendidos no curto prazo, como estoques, aplicações, duplicatas a receber, investimentos temporários entre outros.

Ativo Realizável a Longo Prazo: Os ativos deste grupo transformam­se em dinheiro com menor velocidade que o Circulante. Alguns exemplos de ativo realizável a longo prazo são empréstimos concedidos a acionistas, diretores, coligadas etc. Os indicadores são parecidos com os do circulante, entretanto a realização se dará apenas num prazo superior ao do exercício social, ou seja, dali a mais de um ano.

Ativo Permanente: No Permanente se encontram certos investimentos e itens utilizados por muito tempo pela empresa e de lenta reposição. Por exemplo, fazem parte do ativo permanente os prédios, móveis, veículos, máquinas, equipamentos e similares da empresa. O Permanente se divide em três grupos: 1) Investimentos:são participações em outras sociedades, que não se destinam à venda. Neste subgrupo entram ainda os investimentos em aplicações permanentes sem vínculo com a atividade­fim da empresa, como obras de arte, terrenos etc. 2) Imobilizado:aqui se encontram aplicações relacionadas à atividade operacional da companhia, como marcas e patentes, veículos, equipamentos, imóvel (onde a empresa está localizada) etc.

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3) Diferido:neste subgrupo se incluem despesas e aplicações de recursos realizadas em um exercício que afetarão (um ou mais) exercícios futuros. Como exemplo de ativo diferido pode­se citar gastos pré­operacionais para constituição da sociedade, despesas com pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços, entre outras.

Passivo

No Passivo estão expostas as dívidas e obrigações da empresa, também conhecida pelo termo exigibilidades. O Passivo se divide em dois grupos, que são o Circulante (de curto prazo) e o Exigível a Longo Prazo.

Passivo Circulante: Neste grupo se encontram as obrigações da empresa que são pagas dentro de um ano, como por exemplo contas a pagar, salários, impostos, dívidas com fornecedores de matéria prima, financiamentos com prazo de até um ano etc. Exigível a Longo Prazo: Aqui são expostas as dívidas da companhia com vencimento superior a um ano, tais como títulos a pagar, financiamentos de longo prazo, fornecedores etc.

Patrimônio Líquido

O Patrimônio Líquido representa os investimentos dos acionistas da empresa, mais o lucro acumulado no decorrer do tempo retido na empresa (não distribuído). O Patrimônio Líquido é dividido nas seguintes contas: ­ Capital Social: São os recursos que os acionistas investiram na empresa ou lucros não distribuídos a eles. ­ Reservas de Capital: Aportes de capital por parte dos acionistas, além de reavaliação do valor de ativos (com aumento de valor) e lucros não distribuídos. ­ Reservas de Reavaliação: Significa as contrapartidas da valorização do ativo permanente devido a novas avaliações. ­ Reservas de Lucro: Surgem quando se retêm lucros para objetivos ou atividades específicas, como por exemplo expansão da companhia ou determinados investimentos. ­ Lucros ou Prejuízos Acumulados: Como apenas uma parte do lucro da empresa é distribuída sob a forma de dividendos aos acionistas, a maior parte desse lucro é, em geral, retida na própria empresa para reinvestimento no negócio. Esta conta indica o acúmulo de lucros (ou prejuízos) de exercícios precedentes.

Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Trata­se de uma síntese, esquematizada, das receitas e despesas da companhia num certo período de um ano. Assim, chega­se ao resultado obtido naquele exercício, isto é, lucro ou prejuízo, o qual é em seguida transferido para as contas do patrimônio. Para apurar o resultado do exercício, a estrutura é a seguinte:

RECEITA BRUTA (de vendas / serviços) (­) Deduções, descontos concedidos, devoluções (­) Impostos sobre vendas RECEITA LÍQUIDA (­)Custo dos produtos vendidos LUCRO BRUTO (­) DESPESAS OPERACIONAIS:

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De vendas, Administrativas Financeiras Outras Despesas Operacionais (+) Outras Receitas Operacionais

LUCRO OPERACIONAL (­) Despesas Não Operacionais (+) Receitas Não Operacionais (±) Resultado da Correção Monetária LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA (LAIR) (­) Provisão Para Imposto de Renda LUCRO LÍQUIDO ANTES DE CONTRIBUIÇÕES E PARTICIPAÇÕES (­) Contribuições (­) Participações LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO LUCRO POR AÇÃO

Algumas observações a respeito da estrutura demonstrada para a DRE:

­ No campo "Contribuições" podem entrar as contribuições a instituições ou fundos de assistência ou previdência dos funcionários e também doações. ­ "Participações" no lucro podem se referir à participação da Administração, das partes beneficiárias (fundadores, reestruturadores etc), de empregados da empresa e de debêntures. ­ O Lucro por Ação deve ser indicado, de acordo com a legislação brasileira, no final da DRE. Para calculá­lo basta dividir o Lucro Líquido pelo número de ações em que se divide o capital da companhia.

Regimes de Competência e de Caixa

A contabilidade utiliza o chamado Regime de Competência, e não o de Caixa, o que significa que todos os valores (receitas e despesas) são lançados na Demonstração dos Resultados, sejam eles efetivamente recebidos ou não naquele exercício. Se o regime utilizado fosse o de Caixa, apenas as receitas e despesas realmente recebidas naquele período seriam consideradas na apuração do resultado. As entidades que visam ao lucro devem utilizar o regime de competência e as sem fins lucrativos podem usar o regime de Caixa.

Receitas e Despesas

É interessante que se tenha uma definição formal de receitas e despesas, pois, apesar de intuitivamente serem de fácil compreensão, são termos muito utilizados na contabilidade e na análise de empresas.

Receitas significam entradas no ativo da empresa, na forma de bens ou direitos que provocam um aumento da situação líquida. Despesas são gastos da companhia para, direta ou indiretamente, gerar receitas no futuro. As despesas podem diminuir o ativo e/ou aumentar o passivo exigível. Entretanto, elas sempre provocam reduções na situação líquida.

Equivalência Patrimonial Equivalência Patrimonial diz respeito à parte proporcional que cabe a uma empresa sobre a variação do Patrimônio Líquido de outras empresas nas quais tenha participação acionária relevante.

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Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é uma demonstração que fornece a movimentação de todas as (ou diversas) contas do Patrimônio Líquido (PL) ocorrida durante o exercício. Dessa forma, toda alteração do PL, seja uma redução ou um aumento, são comprovados por meio dessa demonstração, bem como a formação e o uso dado às reservas.

Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) destina­se a comprovar, num determinado período, as modificações que originaram as variações no capital circulante líquido da empresa, além de apresentar informações sobre financiamentos e empréstimos (ou seja, origens de recursos) e investimentos (ou seja, aplicações de recursos) da firma durante o exercício, no qual tais recursos afetam o seu capital circulante líquido.

Notas Explicativas

Quando publicadas, as notas explicativas situam­se após as demonstrações financeiras, e podem dar informações úteis à complementação destas. As notas explicativas devem indicar: ­ Os critérios de avaliação dos elementos patrimoniais. ­ Os investimentos em outras sociedades, caso estes sejam relevantes. ­ O aumento do valor de elementos do ativo a partir de reavaliações. ­ Ônus reais sobre elementos do ativo e garantias dadas a terceiro, além de responsabilidades eventuais ou contingentes (como causas trabalhistas, contingências físicas etc). ­ Taxas de juros, datas de vencimento e garantias das obrigações de longo prazo. ­ Número, espécies e classes das ações do capital social da empresa. ­ Opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício. ­ Ajustes de exercícios passados ­ Eventuais acontecimentos subseqüentes à data de encerramento do exercício que possam ter algum efeito de relevância a respeito da situação financeira e dos resultados futuros da empresa.

Parecer dos Auditores Independentes

As empresas abertas têm, obrigatoriamente, suas demonstrações financeiras auditadas por auditores independentes, registrados na CVM, os quais emitem sua opinião por meio de um parecer indicando se as demonstrações indicam de forma adequada a situação patrimonial e financeira da companhia naquela data.

Cálculo do Ebitda

Ebitda é uma sigla em inglês que significa Earnings Before Interest, Tax, Depreciation and Amortization, ou seja, Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (em português, a sigla seria LAJIDA). O Ebitda é uma conta que mede a geração bruta de caixa da companhia. As empresas brasileiras passaram a empregar o Ebitda em grande parte por causa do processo de globalização, em que empresas brasileiras passaram a lançar seus papéis no mercado norte­ americano e a divulgar informações em consonância com os princípios contábeis utilizados naquele país.

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O cálculo do Ebitda é o seguinte:

Receita líquida (­) Custo dos Produtos Vendidos (­) Despesas com vendas, despesas gerais e despesas administrativas Ebit (+) Depreciação (+) Amortização Ebitda

Margens

A margem é definida como um rendimento mínimo, abaixo do qual a atividade econômica de uma empresa ou companhia não tem condições de se manter de forma viável. Existem diferentes margens utilizadas ao analisar uma empresa:

­ MARGEM BRUTA: é a relação existente entre o lucro bruto e a receita líquida. ­ MARGEM EBITDA: é a relação existente entre o Ebitda e a receita líquida. ­ MARGEM DA ATIVIDADE: é a relação existente entre o lucro da atividade e a receita líquida. ­ MARGEM LÍQUIDA: é a relação existente entre o lucro líquido e a receita líquida.

Análise Horizontal

Este tipo de análise se caracteriza por sinalizar tendências, indicando o crescimento dos valores de itens do balanço e das demonstrações de resultados no tempo. A análise, neste caso, é realizada com a utilização de índices. Um certo ano é considerado a base, e seu valor será associado a 100. Dessa forma, os índices dos anos subseqüentes serão todos expressos em termos do índice­base (100).

Vejamos um exemplo:

Valores em $

Ano: 1 2 3 4 5

Vendas 100 107 115 123 132

(­) Custo das Vendas 75 85 89 94 101

= Lucro Bruto 25 22 26 29 31

Utilizando índices, obtemos:

Índices

Ano: 1 2 3 4 5

Vendas 100 107 115 123 132

(­) Custo das Vendas 100 113,3 118,7 125,3 134,7

= Lucro Bruto 100 88 104 116 124

O cálculo foi feito da seguinte forma: Para Vendas, como os valores a partir do Ano 1 já se iniciavam

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com o valor de $100, não foi necessário alterar nada, uma vez que o índice usado também é 100. Já no caso do Custo das Vendas, calcula­se cada índice dividindo­se o valor do ano seguinte pelo do ano inicial e multiplicando por 100. Assim, no exemplo acima, o valor 75 "virou" 100 (pois 100 é o índice­base usado) no Ano 1. No Ano 2, dividiu­se 85 por 75 e multiplicou­se por 100, resultando em 113,3. Outra forma de se fazer essa mesma conta seria usar o quociente (100/75) e multiplicá­lo por 85. A partir daí, faz­se o mesmo cálculo para os demais anos, conforme exposto na tabela. Para o Lucro Bruto, o procedimento é idêntico.

A utilidade dessa análise é perceber o que está crescendo e as conseqüências a partir daí. No nosso exemplo, percebemos que o capital inicial de $100 se transformou em $132 após 4 anos, enquanto que o custo das vendas, no mesmo período, alcançou $101. Calculando a capitalização anual, obtemos:

Vendas: $100 x (1+i) 4 = 132 Resolvendo, obtém­se ivendas = 7,2% ao ano.

Custo das Vendas: $75 x (1+i) 4 = 101 Resolvendo, obtém­se icusto = 7,7% ao ano.

Percebe­se com essa análise que, se essa tendência continuar, chegará o ano em que a empresa terá prejuízos, uma vez que o custo das vendas vem crescendo mais do que as vendas. A empresa deve atentar para esse fato, no exemplo analisado.

Análise Vertical

A análise vertical se caracteriza por avaliar a evolução no tempo de certos itens. Por meio dela, pode­se perceber como evoluíram os níveis de liquidez dos ativos e dos passivos da empresa analisada.

Vamos a um exemplo (Iudícibus, 2005):

Com esse tipo de análise, torna­se mais fácil perceber diferenças entre os exercícios. Por exemplo, o custo das vendas era de $193 no ano 20x0 e passou para $244 em 20x1, o que pode representar um aumento em termos (absolutos) de dinheiro, mas, ao analisar o percentual, observa­se que em 20x1 o valor representa apenas 46,9% das vendas, enquanto que no ano anterior essa proporção era de 50,1%. Ao analisar as despesas financeiras, é perceptível que as mesmas subiram de 2,6% para 6,9% das vendas, isto é, mais do que o dobro do ocorrido em 20x0. Devido a essa deterioração, outros itens acabam sentindo os efeitos, como é visto no lucro líquido da empresa, que apesar de ter se mantido igual, em termos absolutos ($40 em cada ano), a situação é melhor em 20x0 do que em 20x1 (10,4%

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contra 7,7%).

Indicadores de Liquidez

Liquidez Corrente = Ativo Circulante Passivo Circulante

Este índice indica quanto a empresa tem a receber no curto prazo em relação a cada unidade monetária que deve no mesmo período.

Liquidez Seca = Ativo Circulante ­ Estoques Passivo Circulante

Tem o mesmo significado que a liquidez corrente, com exceção do fato de que os estoques não são considerados como recebíveis, ou seja, não conta com a realização imediata dos estoques.

Liquidez Geral = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Oferece a mesma indicação da liquidez corrente, mas engloba também os ativos e passivos a longo prazo.

Indicadores de Endividamento

Endividamento Geral = Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo Patrimônio Líquido

Indica quanto a empresa tem captado junto a terceiros em relação ao seu capital próprio.

Endividamento Oneroso = Dívida Onerosa Total Patrimônio Líquido

Mede especificamente o comprometimento do capital próprio da empresa em relação à sua dívida com bancos e outras que têm custo financeiro embutido (debêntures, desconto de duplicatas etc).

Endividamento Oneroso Líquido = Dívida Onerosa Total ­ Disponibilidades Patrimônio Líquido

Como o nome diz, trata­se do cálculo do endividamento deduzido das disponibilidades aplicadas no mercado financeiro. É bastante útil nos casos de empresas que têm baixo custo de captação de empréstimos e o fazem com intuito de realizar o que se chama de arbitragem, ou seja, captam de um lado e aplicam do outro, gerando ganhos líquidos.

Indicadores de Rentabilidade

Estes indicadores são habitualmente expressos no formato percentual (%).

Rentabilidade do Patrimônio Líquido = Lucro Líquido Patrimônio Líquido

É a taxa de retorno dos acionistas e mede a performance do lucro em relação ao capital próprio empregado no empreendimento. Normalmente se utiliza o patrimônio inicial, mas podem ser necessários ajustes, o que nos leva a sugerir, em princípio, o emprego do patrimônio médio do período de apuração do lucro.

Rentabilidade do Ativo Total = Lucro Líquido Ativo Total médio

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Este indicador mede a eficiência global da administração, ou seja, o retorno obtido em relação ao total de recursos empregados, sejam eles próprios ou de terceiros.

Indicadores de Mercado

Aqui o que se deseja não é calcular um valor absoluto concernente a uma companhia, mas sim comparar os índices da empresa em relação aos de outras, a fim de perceber se ela está cara ou barata, em termos relativos, naquele mercado. Uma observação relevante deve ser feita quanto ao LPA e ao VPA, que não são comparáveis entre várias empresas, eles apenas medem, respectivamente, a representatividade do lucro e do patrimônio em relação ao número de ações da companhia.

Lucro por Ação (LPA): representa a divisão do lucro líquido pelo número total de ações da empresa. LPA = Lucro Líquido

Número Total de Ações

Valor Patrimonial por Ação (VPA): representa a divisão do Patrimônio Líquido da empresa pelo seu número total de ações. VPA = Patrimônio Líquido

Número Total de Ações

Preço/Lucro (P/L): Indica o tempo de retorno do investimento, partindo­se da premissa que o lucro apurado se repetirá nos próximos anos. Assume ainda um caráter de preço relativo, na medida em que seja disponível uma série de projeções para várias empresas para determinado ano. P/L = Cotação da Ação = Valor de Mercado

Lucro por Ação Lucro Líquido

Preço/Valor Patrimonial Ajustado (P/VPA): compara o valor de mercado da empresa com seu valor contábil. Em tese, quanto mais baixo este índice, mais barata é a empresa. P/VPA = Cotação da Ação = Valor de Mercado

Patrimônio Líquido por Ação Patrimônio Líquido

Bibliografia

Bibliografia: Fontes Consultadas: 1) Luquet, Mara e Rocco, Nelson. Guia Valor Econômico de Investimento em Ações. São Paulo: Ed. Globo, 2005. 2) Iudícibus, Sérgio de. Análise de Balanços. São Paulo: Ed. Atlas, 1995. 3) Pinheiro, Juliano L. Mercado de Capitais: Fundamentos e Técnicas. São Paulo: Ed. Atlas, 2005. 4) Luquet, Mara. Guia Valor Econômico de Finanças Pessoais. São Paulo: Ed. Globo, 2000. 5) Cavalcante, Francisco e Misumi, Jorge Y. Mercado de Capitais. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2003. 6) Lemos, Aloísio V. Apostila Análise de Investimento em Ações. Rio de Janeiro: Andima, 2005.

Sites consultados: 1) http://home.furb.br/wilhelm/HPMC.html 2) www.bovespa.com.br 3) http://www.portaldecontabilidade.com.br/index.htm 4) http://www.analisefinanceira.com.br 5) http://www.investopedia.com

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6) http://stocks.about.com/od/evaluatingstocks/a/dpr.htm 7) http://www.theca.com.br/acao/cartilha.shtml