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DESPORTO 7 de Outubro de 2008 | Terça-feira | a cabra | 9 BASQUETEBOL Académica vs Ovarense 17H • ARENA DOLCE VITA A G E N D A D E S P O R T I V A ANDEBOL AD Albicastrense vs Académica 18H • MUNICIPAL CASTELO BRANCO FUTEBOL - DISTRITAIS Agrário de lamas vs Académica MIRANDA DO CORVO RUGBY Vilamoura vs Académica HIPÓDROMO VILAMOURA Uma nova era para o Basquetebol O Basquetebol nacional regressou ao amadorismo. A Académica venceu na estreia Depois do fim da Liga Profissio- nal, o basquetebol português en- trou este fim-de-semana numa nova etapa. Passados 13 anos de profissionalismo, a modalidade regressou ao campeonato amador e para trás ficaram os incumpri- mentos financeiros por parte dos clubes. O presidente da Federação Por- tuguesa de Basquetebol (FPB), Mário Saldanha, diz-se pouco sur- preendido com este desfecho e de- fende que “só pecou por tardio, a morte era anunciada”. O respon- sável aponta como principal erro da Liga Profissional “a falta de rigor de gestão”. “Com uma gestão catastrófica é evidente que as coi- sas tinham de resultar da forma como resultaram”, acrescenta. Para além das dívidas, Mário Sal- danha refere a falta de comunica- ção e marketing durante o projecto profissional. Atrás do es- pectáculo estavam “sempre alguns mecenas e câmaras municipais, mas isto não podia durar a vida inteira”, considera. Quanto ao processo de liquida- ção das dívidas, o presidente afirma que “a Federação não tem meios para obrigar os clubes a cumprir obrigações financeiras”, salvo “situações pontuais” como dívidas a treinadores, a jogadores e a árbitros, que estão a ser pagas. Com a criação da Liga Portu- guesa de Basquetebol, a Proliga, prova secundária e organizada pela Federação, não foi esquecida. “Pela morte da Liga Profissional não íamos sacrificar os outros 15 clubes, que trabalharam para que a Proliga fosse uma realidade”, conta Mário Saldanha. No novo modelo competitivo es- tabeleceu-se que há jogos cruza- dos entre as duas provas. O presidente explica que o facto dos órgãos de comunicação só esta- rem dispostos a transmitir aquilo que é principal levou a que se es- tabelecesse esta ligação. Para assegurar “o futuro do bas- quetebol português”, as equipas participantes só podem ter no plantel três jogadores estrangei- ros. Além disso, cada clube deve ter no mínimo três escalões de for- mação. As novas obrigações tra- zem, na opinião de Mário Saldanha, “menos gastos e pro- gressão do jogador português”. Académica de volta ao primeiro escalão A equipa sénior da Associação Académica de Coimbra (AAC) está presente no primeiro escalão do basquetebol nacional, depois de ter sido semi-finalista da Proliga na época transacta. Na primeira jornada realizada este fim-de- semana, a Académica entrou a vencer na Liga, ao derrotar o Que- luz Sintra por 50-65. “O nosso pri- meiro objectivo é não descer de divisão”, define Bruno Costa, pre- sidente da Secção de Basquetebol da AAC. O técnico Norberto Alves antevê “jogos complicados com equipas fortes”, mas diz que “os jogadores são todos ambiciosos”. Para o trei- nador, a Académica fez “um bom trabalho no recrutamento de es- trangeiros”, embora tenha o “or- çamento mais baixo da liga”. O fim da Liga Profissional tam- bém não surpreendeu Norberto Alves. “A dificuldade de cumprir determinados compromissos le- varam a um fim esperado”, de- fende. ACADÉMICA venceu o primeiro jogo frente ao Queluz Sintra A Secção de Desportos Náuticos sagrou-se campeã nacional de clubes pela primeira vez, após 26 anos de existência Na última prova pontuável, a Aca- démica conquistou em casa, nas águas do Mondego, o primeiro lugar no Ranking Nacional de Clubes. O se- gundo lugar ficou para o Ginásio Fi- gueirense. Em épocas anteriores, a equipa tinha apenas conseguido o quinto lugar. As expectativas foram supera- das, uma vez que o objectivo inicial era atingir o quarto lugar no Ranking Nacional. “No início do ano, a con- quista não passava de um sonho”, re- vela o treinador, Júlio Amândio. A Secção de Desportos Náuticos (SDN/AAC) conseguiu um feito único na história da Académica que, até então, só tinha conquistado dois se- gundos lugares, nos anos 90. Para o presidente da SDN/AAC, Rúben Leite, o segredo para o êxito reside na aposta da captação de jo- vens para fazer um trabalho de base e no regresso de alguns veteranos, que para além de serem referências para os mais novos, ajudaram na con- quista de alguns pontos para o clube. “Foi a união entre todos que levou a este sucesso”, acrescenta. No mesmo sentido, Júlio Amândio acredita que o sucesso da equipa deve-se ao facto de todos “puxarem na mesma direc- ção”, no rumo à vitória do campeo- nato. “São todos campeões”, resume. Para a prática do remo, o principal obstáculo é o facto de se tratar de um desporto dispendioso. “É um investi- mento bastante grande e temos sem- pre dificuldades em arranjar patrocinadores”, explica Rúben Leite. O clube tem sido alvo de grande procura por atletas que querem trei- nar a modalidade, o que torna difícil a tarefa de oferecer boas condições a todos. “Para ter mais atletas no In- verno, não podemos treinar no rio por causa das condições climatéricas, o que pode ser uma limitação que temos de contornar, com a gestão do treino, com os horários”, confessa Júlio Amândio. Para a próxima época já se pensa na revalidação do primeiro lugar do Ranking Nacional e o apuramento para o Campeonato da Europa em 2010, que irá realizar-se em Monte- mor-o-Velho. Antes, em 2009, Coim- bra torna a receber o Campeonato Nacional de Sprint. A união faz os campeões D.R. Ana Coelho Catarina Domingos André Ferreira D.R. 11 OUT 11 OUT 12 OUT 12 OUT

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RUGBY Catarina Domingos André Ferreira da AAC. O técnico Norberto Alves antevê “jogos complicados com equipas fortes”, mas diz que “os jogadores são todos ambiciosos”. Para o trei- nador, a Académica fez “um bom trabalho no recrutamento de es- trangeiros”, embora tenha o “or- çamento mais baixo da liga”. O fim da Liga Profissional tam- bém não surpreendeu Norberto Alves. “A dificuldade de cumprir determinados compromissos le- varam a um fim esperado”, de- fende. 11

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DESPORTO7 de Outubro de 2008 | Terça-feira | a cabra | 9

BASQUETEBOLAcadémica vs Ovarense17H • ARENA DOLCE VITA

A G E N D A D E S P O R T I V A

ANDEBOLAD Albicastrense vs Académica18H • MUNICIPAL CASTELO BRANCO

FUTEBOL - DISTRITAISAgrário de lamas vs AcadémicaMIRANDA DO CORVO

RUGBYVilamoura vs AcadémicaHIPÓDROMO VILAMOURA

Uma nova era para o BasquetebolO Basquetebolnacional regressouao amadorismo.A Académica venceuna estreia

Depois do fim da Liga Profissio-nal, o basquetebol português en-trou este fim-de-semana numanova etapa. Passados 13 anos deprofissionalismo, a modalidaderegressou ao campeonato amadore para trás ficaram os incumpri-mentos financeiros por parte dosclubes.

O presidente da Federação Por-tuguesa de Basquetebol (FPB),Mário Saldanha, diz-se pouco sur-preendido com este desfecho e de-fende que “só pecou por tardio, amorte era anunciada”. O respon-sável aponta como principal erroda Liga Profissional “a falta derigor de gestão”. “Com uma gestãocatastrófica é evidente que as coi-sas tinham de resultar da formacomo resultaram”, acrescenta.Para além das dívidas, Mário Sal-danha refere a falta de comunica-ção e marketing durante oprojecto profissional. Atrás do es-pectáculo estavam “sempre algunsmecenas e câmaras municipais,mas isto não podia durar a vidainteira”, considera.

Quanto ao processo de liquida-ção das dívidas, o presidenteafirma que “a Federação não temmeios para obrigar os clubes acumprir obrigações financeiras”,

salvo “situações pontuais” comodívidas a treinadores, a jogadorese a árbitros, que estão a ser pagas.

Com a criação da Liga Portu-guesa de Basquetebol, a Proliga,prova secundária e organizadapela Federação, não foi esquecida.“Pela morte da Liga Profissionalnão íamos sacrificar os outros 15clubes, que trabalharam para quea Proliga fosse uma realidade”,conta Mário Saldanha.

No novo modelo competitivo es-tabeleceu-se que há jogos cruza-dos entre as duas provas. O

presidente explica que o facto dosórgãos de comunicação só esta-rem dispostos a transmitir aquiloque é principal levou a que se es-tabelecesse esta ligação.

Para assegurar “o futuro do bas-quetebol português”, as equipasparticipantes só podem ter noplantel três jogadores estrangei-ros. Além disso, cada clube deveter no mínimo três escalões de for-mação. As novas obrigações tra-zem, na opinião de MárioSaldanha, “menos gastos e pro-gressão do jogador português”.

Académica de voltaao primeiro escalão

A equipa sénior da AssociaçãoAcadémica de Coimbra (AAC) estápresente no primeiro escalão dobasquetebol nacional, depois deter sido semi-finalista da Proligana época transacta. Na primeirajornada realizada este fim-de-semana, a Académica entrou avencer na Liga, ao derrotar o Que-luz Sintra por 50-65. “O nosso pri-meiro objectivo é não descer dedivisão”, define Bruno Costa, pre-sidente da Secção de Basquetebol

da AAC. O técnico Norberto Alves antevê

“jogos complicados com equipasfortes”, mas diz que “os jogadoressão todos ambiciosos”. Para o trei-nador, a Académica fez “um bomtrabalho no recrutamento de es-trangeiros”, embora tenha o “or-çamento mais baixo da liga”.

O fim da Liga Profissional tam-bém não surpreendeu NorbertoAlves. “A dificuldade de cumprirdeterminados compromissos le-varam a um fim esperado”, de-fende.

ACADÉMICA venceu o primeiro jogo frente ao Queluz Sintra

A Secção de DesportosNáuticos sagrou-secampeã nacional declubes pela primeiravez, após 26 anos deexistência

Na última prova pontuável, a Aca-démica conquistou em casa, naságuas do Mondego, o primeiro lugarno Ranking Nacional de Clubes. O se-gundo lugar ficou para o Ginásio Fi-gueirense.

Em épocas anteriores, a equipatinha apenas conseguido o quintolugar. As expectativas foram supera-das, uma vez que o objectivo inicialera atingir o quarto lugar no RankingNacional. “No início do ano, a con-quista não passava de um sonho”, re-

vela o treinador, Júlio Amândio. ASecção de Desportos Náuticos(SDN/AAC) conseguiu um feito únicona história da Académica que, atéentão, só tinha conquistado dois se-gundos lugares, nos anos 90.

Para o presidente da SDN/AAC,Rúben Leite, o segredo para o êxitoreside na aposta da captação de jo-vens para fazer um trabalho de base eno regresso de alguns veteranos, quepara além de serem referências paraos mais novos, ajudaram na con-quista de alguns pontos para o clube.“Foi a união entre todos que levou aeste sucesso”, acrescenta. No mesmosentido, Júlio Amândio acredita queo sucesso da equipa deve-se ao factode todos “puxarem na mesma direc-ção”, no rumo à vitória do campeo-nato. “São todos campeões”, resume.

Para a prática do remo, o principalobstáculo é o facto de se tratar de um

desporto dispendioso. “É um investi-mento bastante grande e temos sem-pre dificuldades em arranjarpatrocinadores”, explica Rúben Leite.

O clube tem sido alvo de grandeprocura por atletas que querem trei-nar a modalidade, o que torna difícila tarefa de oferecer boas condições atodos. “Para ter mais atletas no In-verno, não podemos treinar no riopor causa das condições climatéricas,o que pode ser uma limitação quetemos de contornar, com a gestão dotreino, com os horários”, confessaJúlio Amândio.

Para a próxima época já se pensana revalidação do primeiro lugar doRanking Nacional e o apuramentopara o Campeonato da Europa em2010, que irá realizar-se em Monte-mor-o-Velho. Antes, em 2009, Coim-bra torna a receber o CampeonatoNacional de Sprint.

A união faz os campeões

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Catarina DomingosAndré Ferreira

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