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  • Esc Anna Nery (impr.)2013 jan -mar; 17 (1):120 - 127

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    Atendimento de sade populao masculinaAtendimento de sade populao masculinaAtendimento de sade populao masculinaAtendimento de sade populao masculinaAtendimento de sade populao masculina

    Vieira KLD, Gomes VLO, Borba MR, Costa CFS

    ATENDIMENTO DA POPULAO MASCULINA EM UNIDADE BSICASADE DA FAMLIA: MOTIVOS PARA A (NO) PROCURA

    RESUMO

    Estudo exploratrio descritivo, que objetivou conhecer os motivos que levam homens a procurar atendimento de sade ecompreender os motivos que os afastam de uma Unidade Bsica de Sade da Famlia (UBSF) no sul do Brasil. Pela anlise dospronturios, identificaram-se 175 atendimentos a homens entre 25 e 59 anos em 2010. Problemas agudos acometeram 93(52,2%) usurios, a dor desencadeou 42 (23,6%) dos problemas crnicos, hipertenso arterial acometeu 37 (21,4%) clientes.Com entrevistas apreenderam-se os motivos de afastamento daquela UBSF. Sentiam-se saudveis, por isso frequentavam pouco oservio de sade, ficando dez anos ou mais sem procur-lo. Alm de questes de gnero, alegaram incompatibilidade de horrio,medo de detectarem doena grave, nmero insuficiente de fichas e falta de especialistas. Para atender s peculiaridades dapopulao masculina, necessrio que os profissionais de sade se capacitem, problematizem a realidade de cada UBSF e,juntamente com os gestores, vislumbrem e operacionalizem estratgias inclusivas de atendimento.

    PPPPPalaalaalaalaalavrvrvrvrvras-cas-cas-cas-cas-chahahahahavvvvve:e:e:e:e: Enfermagem. Sade do homem. Polticas pblicas de sade. Identidade de gnero.

    Abstract Resumen

    This exploratory and descriptive study aimed to know the reasonsthat lead men to seek healthy care and understand the reasonsthat depart them from the Basic Unit of Family Health in thesouthern tip of Brazil. For the analysis of the records, 175attendances to men ranging from 25 to 59 years old in 2010were identified. Acute problems were reported by 93 (52.2%)users, the pain triggered 42 (23.6%) of chronic problems,hypertension, struck 37 (21.4%) clients. Through interviews itwas possible to understand what moves them away from theBasic Unit of Family Health. Notably, men felt healthy, so little didthey attend the health service, thus, it might take them ten yearsor more to look for it. In addition to gender issues, allegedscheduling conflict, fear to detect any serious disease, insufficientnumber of appointments and a lack of specialists. In order toaccomplish the peculiarities of the male population it urgesqualification on health professionals, so as to problematize thereality of each Basic Unit of Family Health and, along withmanagers, resolve and enable inclusive service.

    kkkkkeeeeeywywywywywororororordsdsdsdsds: Nursing. Mens Health. Public Health Policies, GenderIdentity

    1 Enfermeira pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande. EEnf/FURG. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas sobreEnfermagem Gnero e Sociedade. GEPEGS, Florianpolis-SC. Brasil. E-mail: [email protected]; 2 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. ProfessoraTitular da EEnf/FURG. Lder do GEPEGS. Tutora do Programa de Educao Tutorial PET/Enfermagem, FURG, Rio Grande- RS. Brasil. E-mail:[email protected]; 3 Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professora Adjunta da EEnf/FURG. Coordenadora Pedaggica da Residncia Multiprofissionalem Sade da Famlia/FURG. Membro do PET/Enfermagem/FURG. Rio Grande-RS. Brasil. E-mail: [email protected]; 4 Enfermeiro. Mestre em Enfermagem.Professor Assistente da EEnf/FURG. Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas Sobre Organizao do Trabalho da Enfermagem e Sade (GEPOTES).Rio Grande-RS. Brasil. E-mail: [email protected].

    PESQUISARESEARCH - INVESTIGACIN

    Este estudio tuvo como objetivo conocer las razones que conducenlos hombres a buscar atencin de salud y entender por qu seapartan de una Unidad Bsica de Salud de la Familia (UBSF) en el surde Brasil. Por el anlisis de los registros fueron identificados 175atendimientos prestados a hombres entre 25 y 59 aos en 2010.Problemas agudos acometieran 93 (52,2%) usuarios, el dolordesencaden 42 (23,6%) de los problemas crnicos, hipertensinarterial golpe 37 (21,4%) pacientes. Con las entrevistas seaprehendieron los motivos que los alejaban de aquella UBSF. Ellos sesentan sanos, por lo que asistan poco a los servicios de salud,permaneciendo diez aos o ms sin buscarlo. Adems de lascuestiones de gnero, alegaron conflicto de programacin, el miedode detectar cualquier enfermedad grave, un nmero insuficiente defichas y la falta de especialistas. Para hacer frente a las peculiaridadesde la poblacin masculina es necesario que los profesionales desalud se califiquen, cuestionen la realidad de cada UBSF y juntamentecon gestores, vislumbren y realicen estrategias de inclusin deatencin.

    PPPPPalaalaalaalaalabrbrbrbrbras cas cas cas cas clalalalalavvvvve:e:e:e:e: Enfermera. Salud del Hombre. PolticasPblicas de la Salud. Identidad de Gnero.

    Health care for male population in basic unit of family health: reasons for (not)attendance

    Cuidado de la poblacin masculina en unidad bsica de salud de la familia: motivospara la (no) bsqueda

    Esc Anna Nery (impr.)2013 jan -mar; 17 (1):120 - 127

    Katiucia Letiele Duarte Vieira1

    Csar Francisco da Silva Costa4

    Marta Rieger t Borba3Vera Lcia de Oliveira Gomes2

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    Esc Anna Nery (impr.)2013 jan -mar; 17 (1):120 - 127

    Atendimento de sade populao masculinaAtendimento de sade populao masculinaAtendimento de sade populao masculinaAtendimento de sade populao masculinaAtendimento de sade populao masculina

    Vieira KLD, Gomes VLO, Borba MR, Costa CFS

    INTRODUO

    METODOLOGIA

    Inquritos populacionais e estudos de avaliao dedemanda tm apontado a baixa adeso da populao masculinaaos servios de Ateno Bsica de Sade. Uma das provveisconsequncias dessa conduta pode estar retratada em recentesindicadores de mortalidade, cujos resultados evidenciam que,em todas as faixas etrias e em decorrncia de quase todas ascausas, os homens morrem mais precocemente que asmulheres1-3.

    A Ateno Bsica de Sade considera o ser humanoem sua singularidade, complexidade, integralidade e inserosociocultural, buscando promover a sade, prevenir e tratarenfermidades, alm de reduzir danos ou sofrimentos quepossam comprometer suas possibilidades de um viversaudvel4.. Assim, o desejvel seria que o acesso da populaomasculina aos servios de sade ocorresse de forma equitativacom os demais segmentos populacionais.

    No entanto, inmeras so as questes de gnero quedificultam ou mesmo impedem o acesso dos homens a essesservios, entre elas cita-se a necessidade, culturalmenteconstruda, de parecerem mais fortes que as mulheres e,consequentemente, no adoecerem e no necessitarem decuidados. Alm disso, os homens percebem as Unidades Bsicasde Sade (UBS) como espaos feminilizados, frequentadosbasicamente por mulheres, com equipes compostasfundamentalmente por profissionais do sexo feminino, que nodesenvolvem programas direcionados especificamente aeles3,5,6.

    Os agravos decorrentes dessa atitude constituemverdadeiros problemas de sade pblica, pois o acesso doshomens aos servios de sade vem ocorrendo por meio daassistncia especializada. Essa resistncia masculina ateno primria aumenta no somente a sobrecarga financeirada sociedade, mas tambm, e sobretudo, o sofrimento fsico eemocional do paciente e de sua famlia, na luta pelaconservao da sade e da qualidade de vida2:5.

    Reconhecendo que a sade um direito social bsico ede cidadania de todos os homens brasileiros, o Ministrio daSade (MS) implantou, em 2008, a Poltica Nacional de AtenoIntegral Sade do Homem (PNAISH)2. Essa poltica foiestabelecida mediante um recorte estratgico, destinando-sea quase 40 milhes de homens na faixa etria de 25 a 59anos. Este grupo etrio correspondia, naquela ocasio, a41,3% da populao masculina ou a 20% do total da populaobrasileira, representando significativa parcela da fora produtivacom importante papel no panorama sociocultural e poltico doBrasil2.

    Para abranger essa parcela da populao, o MS alinhoua PNAISH com a Poltica Nacional de Ateno Bsica (PNAB),porta de entrada do Sistema nico de Sade. Assim, procurapromover aes que contribuam significativamente para acompreenso da singular realidade masculina nos contextos

    socioculturais e poltico-econmicos, possibilitando o aumentoda expectativa de vida e a reduo dos ndices demorbimortalidade por causas prevenveis e evitveis nessapopulao2:1. Sabe-se que os brasileiros tm maior dificuldadeno que diz respeito ao autocuidado, e incluir a participaomasculina em aes de sade constitui um desafio. O cuidar desi ou de outros uma questo intrnseca de gnero, ou seja,para o homem, o processo do cuidar diz respeito somente mulher6,7. A no valorizao do corpo para a promoo da sade,associada ao fato de sentirem-se for tes, torna-os maisvulnerveis a doenas. Pesquisas evidenciam que, entre asprincipais causas de morbimortalidade masculina no Brasil, estoas doenas cardiovasculares, neoplasias malignas, doenasreferentes sade mental, alm de causas externas, comoacidentes de trnsito, leses autoprovocadas e agresses1,2, 7-9.A PNAISH enfatiza que a modificao desse panorama requermudana de paradigma e de atitudes.

    Sabendo-se que a presena masculina nas UBS baixa,optou-se por realizar o presente estudo com os objetivos deconhecer os motivos que levam os homens a procuraratendimento de sade e compreender os motivos que os afastamdo atendimento de sade prestado em uma Unidade Bsica deSade da Famlia (UBSF) situada no extremo sul do Brasil.

    Para cada objetivo, delineou-se um caminhometodolgico especfico. Assim, para conhecer os motivos quelevaram os homens a procurar atendimento de sade, realizou-se um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, por meiode pesquisa documental. Os dados foram colhidos manualmenteda totalidade de 984 pronturios das famlias registradas naUnidade Bsica de Sade da Famlia (UBSF) em estudo. Salienta-se que nessas famlias havia 639 homens na faixa etria de 25a 59 anos. Na coleta, utilizou-se um formulrio especficocontendo questes referentes idade, profisso e motivo doltimo atendimento do usurio. Como critrio de incluso, optou-se que o registro deveria referir-se a atendimentos mdicos oude enfermagem, ocorridos entre janeiro e dezembro de 2010,para homens com idade entre 25 e 59 anos. O recorte temporalteve o intuito de captar dados recentes acerca do atendimento populao masculina, e o etrio visou contemplar as diretrizesda PNAISH. Integraram essa amostra 175 atendimentos.

    Para compreender os motivos que afastavam os homensda referida UBSF, realizou-se um estudo exploratrio descritivo,com abordagem qualitativa. Adotou-se a entrevistasemiestruturada como tcnica de coleta de dados, sendo aseleo dos sujeitos efetuada por indicao das AgentesComunitrias de Sade (ACS). Todos foram informados acercados objetivos, da metodologia, bem como dos riscos e benefciosda pesquisa. Os que aceitaram participar do estudo assinaram,em duas vias, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido(TCLE). Nesse documento garantiu-se o sigilo das informaes

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    obtidas individualmente e a liberdade para se recusarem oudesistirem da pesquisa, em qualquer momento, sem que issopudesse causar-lhes algum prejuzo. A coleta foi realizada emnvel domiciliar pela pesquisadora.

    O roteiro das entrevistas contemplou questesrelacionadas presena de doenas, sensao de ter algumadoena, conduta adotada nessas situaes, ao uso demedicamentos e automedicao. No que se refere procurapelos servios de sade, investigou-se a data e o motivo daltima consulta bem como o servio utilizado, se hospitalar ouUBS. Enfocando especificamente a UBSF do bairro, procurou-se saber se o informante a conhecia, qual sua opinio acercado atendimento prestado, motivos que o impediam de buscar oatendimento necessrio e sugestes para sua melhoria.Finalmente se questionou a utilizao de outro servio de sadee o porqu da preferncia.

    Para definir o nmero de entrevistas, adotou-se o critriode saturao dos dados, ou seja, as entrevistas s foramencerradas quando os acrscimos foram se tornando raros,at que deixaram de aparecer, o que ocorreu na dcimaentrevista. Mesmo assim, outras cinco foram realizadasconfirmando-se a saturao10. Assim, foram realizadas 15entrevistas. Os dados foram tratados por meio da anlise decontedo na modalidade temtica 11. Para a identificao dasfalas, o cdigo adotado foi a letra H, seguida do nmerocorrespondente idade do informante. Nas situaes em quedois tinham a mesma idade utilizaram-se as letras a e b paradistingui-los. O projeto foi aprovado pelo Comit de tica emPesquisa na rea da Sade (CEPAS/FURG) sob o parecer n09/2011 e NEPES (Ncleo de Estudos e Pesquisas em Sade) domunicpio sob o parecer n 90-2/2010.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Os resultados deste estudo foram apresentados ediscutidos em duas etapas. Na primeira, incluram-se os motivosque levaram homens com idade entre 25 e 59 anos a procuraratendimento na UBSF estudada e, na segunda, os motivos queimpediram ou dificultaram o acesso da populao masculina referida unidade.

    Motivos que levaram homens a procurar atendimentoMotivos que levaram homens a procurar atendimentoMotivos que levaram homens a procurar atendimentoMotivos que levaram homens a procurar atendimentoMotivos que levaram homens a procurar atendimentode sadede sadede sadede sadede sade

    Entre os 175 usurios que procuraram por atendimentode sade, durante o ano de 2010, identificou-se o predomnioda faixa etria de 45 e 54 anos, com 58 (33,2%) homens,seguida das faixas etrias de 25 a 34 anos, com 43 (24,5%)homens, e 35 a 44 anos, com 38 (21,7%) homens. A menorprocura UBSF ocorreu com homens entre 55 a 59 anos com36 (20,5%) usurios.

    Os dados apresentados aparentemente divergem deoutros estudos, nos quais preponderante a frequncia dehomens com idade mais elevada nos servios de sade,

    principalmente para o tratamento de doenas crnicas comodiabetes e hipertenso 3:261. No entanto, cabe destacar que,entre os usurios com 55 a 59 anos, havia 15 hipertensos querealizavam aferio da presso arterial com certa regularidade,mantendo elevada a frequncia dessa populao na UBSFestudada.

    Analisando os motivos do atendimento, verificou-se que93 (52,2%) homens procuraram pelo servio de sade porproblemas agudos, desses, a dor foi responsvel por 42 (23,6%)dos casos. Entre as doenas crnicas que motivaram a procurapor atendimento, a Hipertenso Ar terial foi a que maisacometeu os usurios, perfazendo um total de 37 (21,4%)casos. Essa patologia foi registrada tanto de forma isolada,quanto associada a outros problemas como tabagismo e etilismo,demonstrando mais uma vez o descuido masculino com a prpriasade. Tais achados esto em consonncia com os resultadosde outras pesquisas que evidenciaram que a dor e patologiascrnicas so os fatores que mais acometem a populaomasculina6,12. No ano de 2005, as alteraes cardiovascularesforam responsveis por 26,8% dos bitos masculinos no Brasil2;nesse sentido, h de se lamentar que perdemos anualmentemuitas vidas e grande parte de nossa fora produtiva em bitosque poderiam ser perfeitamente evitados, se houvesse umaefetiva poltica de preveno primria2:27

    Vale salientar que a busca por esclarecimentos acercada vasectomia foi o motivo de uma das consultas de enfermagem,no havendo outros registros de atendimentos para promoode sade ou preveno de doenas. Nesse sentido, a bibliografiaconsultada aponta que, no imaginrio masculino, a procura peloservio de sade, em uma perspectiva preventiva, poderiaassoci-lo fraqueza, medo e insegurana; portanto, poderiaaproxim-lo das representaes do universo feminino, o queimplicaria possivelmente desconfianas acerca dessamasculinidade socialmente instituda6:571.

    Motivos que impediram ou dificultaram o acesso daMotivos que impediram ou dificultaram o acesso daMotivos que impediram ou dificultaram o acesso daMotivos que impediram ou dificultaram o acesso daMotivos que impediram ou dificultaram o acesso dapopulao masculina UBSFpopulao masculina UBSFpopulao masculina UBSFpopulao masculina UBSFpopulao masculina UBSF

    Para compreender esses motivos, inicialmente delineou-se o perfil dos entrevistados e, a seguir, os dados foramorganizados em quatro categorias analticas que incluram:fatores que interferiram na percepo dos homens sobre seuestado de sade; opinio dos homens acerca do atendimentoprestado na UBSF; periodicidade com que procuraramatendimento de sade; e, finalmente, os motivos que dificultaramou impediram os homens de procurar o atendimento de sadedisponvel na UBSF.

    A idade dos 15 entrevistados oscilou entre 25 e 58anos, nove tinham o Ensino Fundamental incompleto e cincohaviam completado essa fase de escolarizao. Um informantereferiu nunca ter frequentado escola, embora fosse alfabetizado.Enfocando especificamente o atendimento de sade, 11 homensreferiram utilizar somente o Sistema nico de Sade (SUS) equatro dispunham de convnios. As atividades profissionais

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    Vieira KLD, Gomes VLO, Borba MR, Costa CFS

    exercidas pelos informantes eram muito diversificadas:microempresrio, metalrgico, funcionrio de servios gerais,chapeador, industririo, carpinteiro, pintor, torneiro mecnico,motorista, agricultor, um desempregado e trs aposentados.

    Fatores que interferiram na percepo dos homensFatores que interferiram na percepo dos homensFatores que interferiram na percepo dos homensFatores que interferiram na percepo dos homensFatores que interferiram na percepo dos homenssobre seu estado de sadesobre seu estado de sadesobre seu estado de sadesobre seu estado de sadesobre seu estado de sade

    Inmeros so os estudos3,6,12 que discorrem sobre asbarreiras existentes para que os homens usufruam dos serviosde sade, alguns as problematizam culturalmente, pelaassociao entre masculinidade e a representao de ser forte,ter corpo resistente e ser invulnervel12:908 Assim, a construoda masculinidade, regida atravs de marcas identitrias, taiscomo a invencibilidade, capacidade de exposio a riscos, statusde dominador, ativo e provedor da famlia13 , contribui paradificultar a adoo de aes promotoras de sade, fazendo comque muitos homens se declarem saudveis, mesmo semconhecerem seu estado de sade. Dez dos informantes, quandoinquiridos sobre a existncia de alguma doena, negaram essacondio. Desses, trs reconheceram a possibilidade de umapatologia hereditria ou de vir a adoecer.

    H58b- Por enquanto no!... No!... Nunca examinein...

    H38- No!... Que eu saiba no!... Mas tem... Comoeu vou te dizer... Tem histrico de hipertenso eproblemas cardiovasculares na famlia... Todomundo morre do corao...

    H27- Olha, que eu saiba no... Hereditria, sim.Tenho na famlia pessoas diabticas... Minha meera hipertensa, mas no que eu saiba... Atconsegui um fato indito... De trs anos pra c minhaglicose baixou [...] Eu troquei o acar peloadoante... S e mais nada... Continuo tomandococa-cola todos os dias...

    Raras so as situaes em que o homem busca ajuda, eisso geralmente ocorre por dois motivos: quando a dor se tornainsuportvel e quando h impossibilidade de trabalhar6. Emsituaes consideradas sem risco, a maioria dos homens lanamo de recursos alternativos, como usar alguma medicaopor conta prpria, procurar farmcias e chs caseiros. Taisalternativas, segundo eles, evitam a perda de tempo com filase com a espera pelo atendimento mdico. No presente estudo,nove dos sujeitos verbalizaram utilizar chs caseiros eautomedicao, sendo o paracetamol, o cido acetilsaliclico erelaxantes musculares os mais utilizados por indicao dasesposas ou familiares.

    H57b- difcil eu me sentir doente... No que euseja o super homem, mas eu no fico mesmo...

    Olha eu costumo tomar remdio, n... um ch...[...] a a gente toma uma comprimidinhovermelhinho, que eu no sei o nome. pra dor... barato e bom... Eu mesmo compro na farmcia... Aminha esposa s vezes tem uma dorzinha e tomaesse remdio, a qualquer pessoa l em casa temuma dor e toma esse remdio [...] A esposa toma eo marido tem que tomar tambm...

    Percebeu-se que a automedicao e a utilizao dechs caseiros era muito comum entre eles, sendo umaconstruo cultural que vem sendo passada de gerao emgerao.

    H35- Olha faz horas que eu no tomo... Quandotomo uma coisinha ou outra... Um relaxantemuscular, uma coisa assim pra dar umadescansadinha... Isso a. [Questionado sobre quemindicou o entrevistado responde] Olha isso vempassando de gerao pra gerao... Se eu disserpra ti quem indicou... Foi a minha v, depois veiominha me, meu pai... So coisinhas que a gentetraz no bolso ou na mala da vida.

    H58b- s vezes... Tomo um comprimido, umremedinho caseiro... Um ch... De melissa... Isso jvem de famlia h muitos anos. Meu pai..., minhame...

    Embora trs homens tenham relatado que procuravamatendimento mdico, quando doentes, enfatizaram que o faziamsomente em situaes extremadas confirmando a resistnciada populao masculina em se reconhecer com algum problemade sade.

    H40- O problema no no posto... O problema meu mesmo, no que eu no goste de ir... Pramim ir... s em ltimo caso mesmo ...

    H31- S em casos extremos eu procuro o mdico...Caso contrrio, tomo um analgsico, alguma coisa...Ou nada mesmo... D e passa, mas muito raro,no tenho por hbito tomar qualquer tipo demedicao.

    H58a- Eu procuro um mdico, mas eu no faoassim com muita frequncia. [quando estou] comdor de garganta, eu tomo um ch caseiro, dor decabea eu no tenho muito.

    semelhana do descrito na bibliografia que fundamentaeste estudo, a maior parte dos entrevistados se percebeusaudvel e recorreu ao servio de sade apenas nas situaes

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    em que no conseguiu resolver seu problema com recursosalternativos.

    Opinio dos homens acerca do atendimento prestadoOpinio dos homens acerca do atendimento prestadoOpinio dos homens acerca do atendimento prestadoOpinio dos homens acerca do atendimento prestadoOpinio dos homens acerca do atendimento prestadona UBSFna UBSFna UBSFna UBSFna UBSF

    O desconhecimento da maior parte dos homens acercado atendimento prestado na UBSF do seu bairro ficou evidente.Dos entrevistados, cinco referiram no ter opinio, por no teremido quela unidade. Um deles tinha conscincia da necessidadede controle de sade, pois em sua famlia havia casos de doenascrnicas como diabetes e hipertenso. No entanto, semelhanado que vem sendo apontado na literatura nacional e estrangeira,como ainda no havia enfrentado situaes crticas13, mantinhaa autopercepo de saudvel e postergava a procura peloatendimento. Questionados sobre o servio de sade prestadona UBSF de seu bairro responderam:

    H27- No sei! Sei onde , mas no conheo, nuncaestive l... No tive o prazer de conhecer ainda...He! He! Espero no precisar... Quando eu tiver longede l t tudo bom!...He! He! Inclusive tenho que irpra dar uma olhadinha na presso e no acar...

    H58b- Nesse posto eu nunca fui... Porque no foipreciso... He! He! He!

    Segundo a opinio dos dez informantes que conheciamo servio, o atendimento prestado na UBSF era bom; no entanto,enfatizavam t-lo conhecido ao acompanharem familiares comproblemas de sade.

    H26- Pelo que eu sei bom, j fui levar minhaesposa... e as crianas...

    H57b- Ah! Sim conheo, levo minha sogra l... Achoque bom no tenho nada para reclamar...

    H57a- Eu no tenho nada a dizer... Nunca usei...Achei que no fosse preciso... He! He!... Eu j fuilevar esse aqui (refere-se ao neto), ele colocou umbrinco e infeccionou, a eu levei ele para fazercurativo.

    Os homens que procuraram atendimento para si noemitiram opinio acerca da qualidade do atendimento, apenasreferiram conhecer o servio e complementaram explicando ascircunstncias emergenciais em que o conheceram.

    H54- Sim conheo, fiz um tratamento dentrio noano retrasado.

    H 44- Eu j usei pra tomar uma injeo que eu tiveque tomar... saiu uns furuncos aqui, a eu tive que ir

    ali, elas me deram Benzetacil... E pra o controleantitetnico, a vacina s pra isso.

    H58a- Em 2005, quando eu me queimei foi queeu usei o servio para fazer curativo. Consultar euno consultei nenhuma vez...

    Assim, a frequncia dos homens na UBSF parece serbaixa, motivo pelo qual a opinio acerca do atendimentoprestado restrita.

    Periodicidade com que os homens procuramPeriodicidade com que os homens procuramPeriodicidade com que os homens procuramPeriodicidade com que os homens procuramPeriodicidade com que os homens procuramatendimento de sadeatendimento de sadeatendimento de sadeatendimento de sadeatendimento de sade

    Analisando o tempo decorrido da ltima consulta,percebeu-se que apenas procuravam o servio mdico comregularidade os homens com histrico de patologias crnicas,como um usurio com sequela oftalmolgica de toxoplasmosee um com problemas neurolgicos.

    Quatro informantes realizaram sua ltima consultaentre um e cinco anos atrs; seus depoimentos permitiramperceber que a procura pelo atendimento ocorreu em situaode crise.

    H57a- J faz dois anos, foi por nervo citico [...]eu forcei demais, eu trabalhava de pedreiro, a euestava sentindo o nervo citico, eu comecei a forar,forar, a foi quando no deu mais... A coisa pioroumesmo...

    H38----- A ltima vez... Faz... Em torno de cinco anosatrs, foi por princpio de infarto, mas muito raro,nessa poca eu estava com o nvel de estressemuito alto... E a o... negcio estourou...

    Por outro lado, quando algum usurio foge regra esolicita um check-up em decorrncia de pequeno mal-estar,os(as) prprios(as) profissionais o desestimulam,reproduzindo o polarizado imaginrio que associa o femininoao cuidado sade e o masculino ao no cuidado3,6. Tal atitudeconfirma a invisibilidade da figura masculina nos servios, pelaprpria expectativa dos(as) profissionais, que deixam deestimul-los s prticas de promoo e preveno da sade ouno reconhecem casos em que eles demonstram taiscomportamentos3:266.

    H58a- Faz j uns trs anos, eu pedi para fazer umcheck-up, andava sentindo um cansao assim...Mas era mais estresse do servio mesmo, olha fazuns dois ou trs anos. At o mdico estranhou,perguntou o que eu estava sentindo, por quenormalmente um exame de sangue no se pedetoda hora. Uma vez por ano t bom! Eu disse que

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    Vieira KLD, Gomes VLO, Borba MR, Costa CFS

    j faz alguns anos que no fao. Ele disse que nose pede toda hora, mas... Tudo bem vamos fazer...

    Houve ainda informantes cuja ltima consulta haviaocorrido h mais de dez anos ou que nem sabiam informar compreciso. Esses homens se percebiam saudveis, seus problemasde sade eram minimizados e tratados por conta prpria.

    H26- Bah!... No me lembro... Olha vai fazer... Achouns 10 anos... A nica coisa que eu tenho de maisgrave gripe... E assim mesmo faz horas que euno tenho gripe... Dor de dente, a eu tomo umremdio... Vou na farmcia, compro remdio e tomo...Faz uns 10 anos que no vou no hospital procurarmdico... Eu me sinto bem... No vou procurardoena... No estou doente...

    H58b- No lembro!... Faz tanto tempo... Estavacom o p infeccionado por causa de um bicho de p,fui no pronto-socorro e fiz uma injeo e vim pracasa.

    H35- Bah! Nem me lembro... Eu era pequeno... Nome lembro... Nem sei o porqu... Nunca fui.

    Cabe enfatizar que o fato de os usurios ficarem dez oumais anos sem procurarem os servios de sade no representadesinformao. H sim um descompasso entre o comportamentomasculino e o conhecimento acerca das medidas para promoode sade e preveno de doenas.

    No que se refere ao cncer de prstata, por ser umaneoplasia de evoluo muito lenta, a mortalidade pode serevitada se o processo for diagnosticado e tratadoprecocemente2. Os meios de comunicao de massa advertempara a gravidade e a alta incidncia dessa doena, ressaltandoa importncia da preveno. Dessa forma, muitos homensreconhecem a necessidade da adoo de medidas preventivas,mas no as pem em prtica.

    H57b- Puxa faz tempo... Uns 10 anos, nunca maisfui ao mdico... S quando pra levar algum... Euat tinha que fazer exame de prstata. Estou bem!No sinto nada, mas sei que tenho que fazer.

    Conforme preconiza o Ministrio do Trabalho, noPrograma de Controle Mdico de Sade Ocupacional, ostrabalhadores menores de 18 anos e maiores de 45 anosdevem realizar, anualmente, exames de rotina, etrabalhadores de 18 a 45 anos, a cada dois anos14. Dosintegrantes deste estudo, apenas dois, por exigncia daempresa em que trabalhavam, faziam esses exames. Issodemonstra que a promoo da sade no constitua suaprioridade.

    Motivos que dificultam ou impedem os homens deMotivos que dificultam ou impedem os homens deMotivos que dificultam ou impedem os homens deMotivos que dificultam ou impedem os homens deMotivos que dificultam ou impedem os homens deprocurar atendimentoprocurar atendimentoprocurar atendimentoprocurar atendimentoprocurar atendimento

    Diversos so os motivos pelos quais os homens noprocuraram os servios de sade, entre eles figuram a demorano atendimento, vergonha pela exposio do corpo aosprofissionais, medo da descoberta de uma doena grave,esteretipos de gnero que dificultam o autocuidado, almde no se reconhecerem alvo do atendimento 2,6. Taismotivos emergiram entre os achados deste estudo. Quandoquestionados acerca do que os impedia de procurar a UBSFde seu bairro, doze sujeitos referiram no necessitarem deatendimento, pois se consideravam saudveis, alguns delesdisseram que preferiam deixar o atendimento para os maisnecessitados.

    H26- Acho que nenhum... Eu no vou ali por que...Fazer o qu... At ia marcar uma consulta praarrancar um dente, mas at agora no fui... Seprecisar eu vou ali...

    H57b- O que me impede de ir ali que eu no

    sinto nada, eu estou bem... No tenho tontura,no tenho problema de presso, no tenho nada.At, inclusive, l perto de casa tem uma pessoaque trabalha na farmcia e foi l tirar presso daminha sogra e da minha esposa e j tirou aminha. estava bem, tudo bem.

    Um informante mencionou a incompatibilidade dohorrio de atendimento da UBSF com sua jornada detrabalho. Estudos vm evidenciando que nos servios ondeforam disponibilizados atendimento no horrio do almoo,atendimento 24 horas, nos sbados e domingos, ou quecriaram um terceiro turno noite, houve maior presenamasculina nos novos horrios institudos3,6. Isso refora anecessidade de discusso acerca do acesso dos homens aoatendimento pblico de sade.

    H35- Uma pessoa como eu nem tem tempo deprocurar um posto. Por que se tu vai no posto, tuganha falta no servio. A tambm ... Sbado edomingo tu no vai ali, tu no procura. Tfechado...

    O temor de encontrar uma doena grave ao procuraro servio de sade, na ausncia de sinais ou sintomas queevidenciem algum problema, foi expresso por um dosinformantes. O Ministrio da Sade destaca que adescober ta de que algo vai mal com a sua sade pe emrisco sua crena de invulnerabilidade2:3.

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    Atendimento de sade populao masculinaAtendimento de sade populao masculinaAtendimento de sade populao masculinaAtendimento de sade populao masculinaAtendimento de sade populao masculina

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    H40- Ela sabe... (refere-se esposa) no oservio, assim... O que tu procura tu vai achar...Penso eu assim... O que tu procura tu vai achar...Se eu pegar um caminho que est bom ali... Eleest bom, eu coloco ele na oficina e vai aparecermil defeitos. Eu penso que com a sade amesma coisa. Eu no tenho nada, mas de repenteeu vou ali fazer um exame disso ou daquilo e vaiaparecer isso ou aquilo, principalmente coisaque eu no tenho... Ento o meu pensar assim...Quem procura acha... Posso estar errado n?Mas...

    A falta de atendimento por par te de especialistastambm foi verbalizada. No entanto, para exemplificar essalimitao, o informante citou a falta de ginecologistas epediatras na UBSF, demonstrado mais uma vez que anecessidade no sua, mas sim dos(as) outros(as). Poroutro lado, a carncia de programas destinados populaomasculina uma realidade em nosso pas, exceo se faz sade do trabalhador14.

    Finalmente, os informantes foram questionadossobre as mudanas necessrias para aumentar a adesomasculina ao atendimento de sade naquela UBSF. Asopinies centraram-se no tempo gasto e no nmero de fichas,com seis reclamaes referentes ao pequeno nmero defichas e demora no atendimento:

    H57a Olha, se tivesse mais mdico ali seria melhor,porque uma vez eu fui tentar tirar uma ficha. Eu fuis sete horas da manh... e depois s oito horasno tinha mais ficha, parece que eram cinco fichass... Eu vim me embora e no fui mais [...] No fuimais, no procurei mais... [Deveria ter maismdico?] ... Maior nmero de fichas... por causada demora, eu vejo o pessoal se queixar n, vohoje, vo amanh, depois... E no conseguem ficha,pra tirar uma ficha tem que ir bastante cedo...

    H57b O que eu acho ali... E no s ali, em tudo oque lugar, a demora... A gente vai cedo pra l esai dali quase meio dia... Esse o problema, agente perde muito tempo... O pessoal madruga pratirar ficha... A, sai de l meio dia... No sei pra quea demora... Nem tantas pessoas pra atenderassim...

    Reclamaes semelhantes foram detectadas em outrosestudos e na prpria poltica de atendimento populaomasculina2. Assim, torna-se indispensvel o delineamento denovas estratgias para o atendimento pleno das peculiaridadesda populao masculina, pois a falta de adeso aos servios desade no pode ser associada apenas a questes de gnero.

    CONSIDERAES FINAIS

    As anlises empreendidas neste estudo demonstramque os homens na faixa etria produtiva pouco procuram aUBSF. Dentre os fatores identificados figuram a falta depreocupao com aes voltadas promoo da sade epreveno de doenas, a dificuldade em se reconheceremdoentes e o medo da descoberta de alguma doena grave.

    Alem disso, esteretipos de gnero contribuem parao afastamento da populao masculina das UBSF. Nessesentido, tanto a populao masculina precisa mudar suapercepo em relao ao cuidado com a prpria sade,quanto os(as) integrantes da equipe de sade precisamadotar uma atitude de acolhimento aos homens queprocuram os servios. Todavia, garantir um acolhimento eatendimento equnime com os demais segmentospopulacionais no significa tratar a todos(as) de formaidntica, pois as pessoas no so iguais e, por isso, tmnecessidades distintas15:501.

    Assim, para o atendimento da populaomasculina, necessrio que os profissionais de sade secapacitem, problematizem a realidade de cada UBSF e,juntamente com os gestores de sade, vislumbrem eoperacionalizem estratgias inclusivas para o pblicomascu l ino, entr e e las horr ios a l ter nat i vos eimplementao de programas especficos. O repensar dasquestes que permeiam a sade do homem e a mudanade atitude profissional podem desencadear nessapopulao a sensao de per tencimento ao espao depromoo, proteo e recuperao de sade.

    REFERNCIAS

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    Recebido em 20/05/2012Reapresentado em 28/08/2012

    Aprovado em 11/09/2012