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TECNOLOGIA INOX É SOLUÇÃO PARA DESPERDÍCIOS HÍDRICOS ENTREVISTA ARQUITETO PAULO LUCIO DE BRITO RELATA EXPERIÊNCIA NO USO DO INOX EM PENITENCIÁRIA APLICAÇÃO VIDA ÚTIL DE BOMBAS EM USINAS DE DESSANILIZAÇÃO AUMENTA COM IMPLANTAÇÃO DO INOX MERCADO INOX TOMA CONTA DE ESPAÇOS PÚBLICOS 48 Associação Brasileira do Aço Inoxidável Janeiro/Abril de 2015

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  • TECNOLOGIA

    INOX SOLUO PARA DESPERDCIOS HDRICOSENTREVISTAARQUITETO PAULO LUCIO DE BRITO RELATA EXPERINCIA NO USO DO INOX EM PENITENCIRIA

    APLICAOVIDA TIL DE BOMBAS EM USINAS DE DESSANILIZAO AUMENTA COM IMPLANTAO DO INOX

    MERCADOINOX TOMA CONTA DE ESPAOS PBLICOS

    48Associao Brasileirado Ao Inoxidvel

    Janeiro/Abril de 2015

  • entrevista ............................... 6Medida de segurana e higienePaulo Lucio de Brito, autor do projeto arquitetnico do complexo Ribeiro das Neves, primeiro modelo indito de parceria pblico-privada no Brasil, relata sobre a experincia do uso do inox como um dos protagonistas para higiene do ambiente e bem estar dos internos.

    sumrio

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    Desperdcio de gua; Segurana e higiene so os temas que norteiam esta edio da Revista Inox. No poderamos ficar imunes a maior crise hdrica que assola o pas, prin-cipalmente tendo conhecimento que uma das principais causas o desperdcio de gua nas tubulaes das redes de distribuio. Alis, que poderiam ser substitudas pelas fabricadas em ao inox. S no Estado de So Paulo, o n-dice de perdas alcana 34% e os principais fatores esto relacionados idade avanada das tubulaes de ferro fundido ou ao carbono. Em outros pases, como Japo e Alemanha, as tubulaes j so em ao inoxidvel do tipo 304 e 316. O inox tambm um dos protagonistas no pro-cesso de dessanilizao da gua do mar, que vem sanar o dficit dos reservatrios causado pelo prolongado pero-do de estiagem pelo qual passa a regio sudeste do Brasil. Assuntos abordados nas matrias de Tecnologia, Artigo e Aplicao.

    NA CRISE, SEMPRE H SOLUESO arquiteto Paulo Lucio de Brito, autor do projeto do

    complexo Penitencirio Ribeiro das Neves, em MG, o nosso entrevistado, e conta por que escolheu o inox como medida de segurana e higiene nos ambientes utilizados pelos internos. Para mostrar como andam os espaos p-blicos de vrias cidades brasileiras, a matria Mercado destaca que as peas em inox que vo de mobilirio urba-no a equipamentos de ginstica so opo ideal e perma-nente em parques, praas, praias e avenidas. Razes no faltam, o inox resistente ao vandalismo, de fcil manu-teno e tem maior durabilidade.

    Para finalizar criamos duas sees. Uma para os s-cios da Abinox Associados em notcias e, outra, para todos leitores Dicas Abinox. Aproveitem!

    Paulo Ricardo C. Andradediretor executivo da Abinox

    tecnologia .......................................................................................... 8Desperdcios hdricos beira de um colapso o pas vive hoje a mais severa crise de falta dgua. Um dos problemas o desperdcio gerado na rede de distribuio, o que poderia ser evitado com a substituio por tubos em ao inox, que so altamente resistentes corroso alm de higinicos.

    dicas abinox ........................................................... 11Manuseio e estocagemCuidados do que fazer e no fazer na manipulao. Como evitar danos mecnicos e contaminao do inox so algumas das dicas desta seo.

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    PESQUISA ABINOX: VOC PREFERE LER A REVISTA INOX IMPRESSA OU ELETRNICA?BASTA ENVIAR UM E-MAIL PARA [email protected], RESPONDENDO SIM OU NO PERGUNTA.

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    Publicao da Associao Brasileira do Ao Inoxidvel ABINOXAvenida Brigadeiro Faria Lima, 1234 conjunto 141 CEP 01451-913So Paulo-SP Telefone (11) 3813-0969 Fax (11) [email protected]; www.abinox.org.brConselho Editorial: Paulo Ricardo Coelho de Andrade, Roberto Guida,Debora Sesti, Carina Domingues Todorov e Liliana GoldsteinCoordenao: Paulo Ricardo C. Andrade (diretor executivo)Circulao/distribuio: Liliana GoldsteinEdio e redao: Ateli de Textos Assessoria de ComunicaoRua Dr. Alberto Seabra, 1010, Conj. 12, Alto de Pinheiros, So Paulo-SP,telefone (11) 3675-0809; [email protected];www.ateliedetextos.com.br

    Diretora de redao e jornalista responsvel: Alzira Hisgail (MTb 12326)Reprteres: Adilson Melendez, Eduardo Gomes e Leandro Costa

    Comercializao: Abinox, com Liliana Goldsteintel. (11) 3813-0969 ou [email protected]

    Capa: montagem sobre foto Contrastes, de Luzzmar.

    Edio de arte/diagramao: Vinicius Gomes Rocha (Act Design Grfico)

    Impresso: PauligrafiA reproduo de textos livre, desde que citada a fonte.

    notcias inox................. 22Frederico Ayres Lima o novo presidente da Aperam South America; Abinox tem nova diretoria; Entidade promove Frum de Mercado; Feira de leo e gs explora inox.

    mercado ................................................................................................................. 12Soluo permanente em mobilirio urbanoEspaos pblicos de vrias capitais brasileiras utiliza o inox em lixeiras, abrigos de nibus, bancos de praas e parques, equipamentos de ginstica como opo ao vandalismo, manuteno da limpeza e longevidade.

    artigo.................................... 20Arma eficaz contra a crise hdricaEspecialistas analisam as experincias adotadas por diversos pases para sanar perdas na rede de distribuio e quais as vantagens na utilizao do inox. Uma delas foi a substituio das antigas tubulaes de ferro fundido, por inox do tipo 304 e 316.

    aplicao ................................................ 16Usinas de dessalinizaoA dessanilizao da gua j uma realidade em diversos estados do Brasil, tanto que a Sabesp estuda a possibilidade de abastecer cidades afetadas pela crise hdrica com gua do mar. E o ao inox est presente, desde as estruturas at as tubulaes e tanques que reservam a gua antes e depois do processo

    associados em notcia ............ 19Empresas apresentam seu portflioVotorantim Metais: inovao e tecnologia. Montinox: projetos exclusivos.

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    entrevista

    Complexo Penitencirio adota inoxUm modelo indito de parceria pblico-privada (PPP) implantado no Brasil, mais especificamente, em Minas Gerais, no Complexo Penitencirio Ribeiro das Neves, motivo de orgulho para o arquiteto, da PLB Arquitetura, Paulo Lucio de Brito, autor do projeto da penitenciria, e o entrevistado da Revista Inox. Segundo Brito, desde a fase de concepo, ficou determinado que o projeto de arquitetura deveria criar condies bsicas para possibilitar a ressocializao dos internos, levando-se em conta os aspectos de segurana e higiene das celas que envolvem um projeto desta natureza. E o ao inox foi um dos protagonistas, contribuindo como soluo adequada e definitiva para as peas sanitrias.

    Para atender as exigncias e diretrizes estabeleci-das no projeto do Complexo Penitencirio Ribeiro das Neves, o uso do ao inox foi um dos destaques?

    Atendendo s necessidades relacionadas ao es-pao fsico, higiene, ventilao, iluminao e isola-mento trmico, alm dos requisitos de segurana, constatamos que as peas sanitrias mereciam cuidados especiais, principalmente relacionados higiene do ambiente das celas, consumo de gua e manuteno. Aps inmeras pesquisas com peas sanitrias de diferentes materiais e processos de instalao, a soluo adequada e definitiva foi a uti-lizao de peas sanitrias especiais para peniten-cirias, fabricadas em ao inoxidvel.

    Quais os benefcios e vantagens da especificao de peas sanitrias em inox tanto em relao ma-nuteno e segurana?

    As peas sanitrias em ao inox evitam o acmu-lo de bactrias e fungos que causam mau cheiro no interior das celas e contribuem, significativamente, para a higiene do ambiente e o bem estar dos inter-nos. Tanto a fixao das peas de ao inox como o acesso vlvula de descarga e registros feito pelo lado externo s celas, atravs de shafts, protegidos e inacessveis aos internos, facilitando a manuten-o das instalaes hidrulicas.

    O inox foi utilizado em outras aplicaes?Alm das peas sanitrias, dos bancos e da mesa

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    das celas, foram utilizados ao inox em tampos no Pavilho da Sade e, em tampos, coifas, carrinhos, armrios e prateleiras da cozinha central e da lavan-deria localizadas na unidade clula me do Comple-xo Penitencirio.

    Como o uso do inox pode influenciar nas solues que garantam as condies fsicas dos internos?

    As peas sanitrias, bancos e mesa em ao inox, alm da resistncia contra vandalismo, permitem manter o aspecto higinico e saudvel no interior das celas e, desta forma, contribuem significativa-mente na ressocializao dos internos.

    Quais as solues arquitetnicas adotadas que atenderam aos critrios de segurana dos internos e funcionrios?

    A concepo arquitetnica norteou-se por uma srie de diretrizes bsicas, entre elas, a adoo de materiais de acabamentos que facilitassem ao m-ximo a manuteno e a reposio dos mesmos. A soluo arquitetnica da cada um dos blocos se ca-racterizou pela sobriedade e integrao com a paisa-gem local, conferindo ao conjunto arquitetnico um aspecto de leveza.

    O Complexo Penitencirio tem capacidade para re-ceber quantos detentos do sexo masculino, con-templa quantas unidades?

    O Complexo composto por 5 unidades penais, sendo 3 de regime fechado e 2 de regime semi-aber-to e uma clula me. Atualmente, foram construdas e se encontram em plena operao 2 unidades de re-gime fechado e 1 de regime semi-aberto. As outras

    2 esto sendo construdas com concluso prevista para o final de 2015. A capacidade final dever atin-gir cerca de 3.360 vagas.

    Como resultado de um modelo indito de parceria pblico-privada (PPP) na Amrica Latina e inspira-do na experincia de pases como a Inglaterra, o Ri-beiro das Neves est cumprindo seus objetivos?

    com grande satisfao e motivo de orgulho que o Complexo Penitencirio Ribeiro das Neves foi a primeira experincia do Brasil de contratao na mo-dalidade de PPP Parceria Pblico Privada, inspirada na experincia inglesa. Atualmente o Complexo est cumprindo plenamente os seus objetivos e est sen-do considerado modelo de referncia para a soluo do grave e complexo problema penitencirio existen-te no Brasil e em outros pases da Amrica Latina.

    Quais as contribuies para a sociedade e para os internos este modelo de sistema prisional?

    Nas penitencirias existentes em diversos pa-ses e operadas na modalidade de PPP o ndice de reincidncia da ordem de 5% em comparao com o nvel mdio de reincidncia do Brasil, que atinge cerca de 70%.

    Alm da utilizao do inox em sistema prisional, voc j utilizou em outros projetos relacionados, tais como, ao espao pbico?

    Temos utilizado, nestes ltimos 45 anos de ativi-dade profissional, peas em ao inox em inmeros projetos que realizamos na rea de arquitetura de hotis, particularmente nos equipamentos das cozi-nhas, elevadores revestimentos, etc.

    Alm das peas sanitrias das celas, o inox foi especificado para o Pavilho da Sade, na cozinha central e lavanderia.

    Fotos: PLB Arquitetura

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    cumular em seu territrio aproximadamente 12% de toda a gua doce superficial existente no planeta torna o Brasil um pas privilegia-

    do do ponto de vista hdrico, segundo estimativa da Organizao das Naes Unidas para a Alimentao e Agricultura (FAO). No entanto, a distribuio des-ses recursos pelo territrio nacional no ocorre de maneira uniforme cerca de 80% dessa disponibili-dade encontra-se na regio Norte, onde, por circuns-tncias histricas, a densidade populacional mais baixa e a industrializao foi muito menos intensa.

    Esse desequilbrio natural torna ainda mais dra-mtico o atual quadro de escassez de gua para o consumo humano e atividades industriais que, nes-se momento, afeta sobretudo a regio sudeste. Em-bora o estado de So Paulo e sua capital em par-

    tecnologia

    INOX CONTM DESPERDCIOS HDRICOS EM REDES DE DISTRIBUIO

    ticular seja o territrio onde, nos ltimos anos, o problema ganhou maior repercusso com intensa cobertura da imprensa, o alerta sobre a iminncia da falta de gua j se estendeu para outras unidades da federao.

    E se j no fossem poucos os problemas acarre-tados por essa situao, no incio de fevereiro, em entrevista BBC Brasil, o brasileiro Jos Graziano da Silva, diretor geral da FAO, afirmou que a falta de gua tambm ameaa a oferta de alimentos no pas. Estamos tendo uma quebra enorme da safra de to-dos os produtos, alertou Silva.

    PERDAS DE GUA TRATADANum cenrio em que o abastecimento de gua

    mostra-se beira de um colapso, o pas no tem

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    como continuar a conviver com altos ndices de des-perdcio na gua tratada um relatrio do Sistema Nacional de Informaes de Saneamento Bsico do Ministrio das Cidades, divulgado em janeiro desse ano, registrou que, em mdia, 37% da gua tratada em todo o Brasil no chegam s torneiras (os dados so relativos a 2013). No estado de So Paulo, o ndi-ce de perdas alcanava 34%.

    Ainda que parte considervel desses ndices seja atribuda s fraudes e ligaes clandestinas, o desperdcio tambm ocorre em razo de rompi-mento nas tubulaes. No existem estimativas do quanto desses vazamentos estejam vinculados ao desgaste e a obsolescncia dos materiais que so empregados nas redes de tratamento e distri-buio. Mesmo assim possvel afirmar que no so poucas as perdas atribudas ao envelhecimen-to dessas instalaes.

    Em janeiro desse ano, em reportagem publica-da no jornal Folha de S.Paulo (Como tirar So Paulo da UTI?), ao opinar sobre perdas de gua na capi-tal paulista, o presidente da Associao Paulista de Empresas de Consultoria e Servios de Saneamen-to (Apecs), Luiz Roberto Gravina Pladevall, afirmou ser necessrio trocar as tubulaes com mais de 50 anos e implantar distritos de controle para conter desperdcios. Embora os custos dessas operaes sejam enormes, ele observou.

    Se sistemas de controles ajudam efetivamente a evitar o desperdcio, tambm existem materiais indi-cados e prprios como, por exemplo, os tubos em ao inoxidvel que poderiam atuar de forma a aju-dar a reduzir esses desperdcios, principalmente por suas altas resistncias corroso e qualidades higi-nicas. No estado de So Paulo, informa o presiden-te da Apecs, as redes de distribuio so, de forma geral, construdas com tubulaes de ferro fundido, PVC ou polietileno de alta densidade.

    RELAO CUSTO-BENEFCIOAinda de acordo com o presidente da Apecs, no

    Brasil, o ao inoxidvel ainda no empregado pe-las empresas que atuam no segmento. Apesar de sua grande durabilidade, no temos uma linha com valor competitivo para aplicao em uma rede de gua, ele avalia. A anlise do presidente da Apecs sobre o potencial da aplicao do inox nas redes de captao e distribuio de gua no Brasil revela

    Enquanto no Brasil existe certo desconhecimento so-bre as qualidades que a especificao do ao inoxidvel poderia agregar aos sistemas de tratamento e distribui-o de gua (a incluso as instalaes prediais), no ex-terior a presena do material nessas circunstncias vem de longa data. J na segunda metade do sculo passado o material (dos tipos AISI 304 e 316) passou a ser adota-do na distribuio de gua potvel no Japo e nos Esta-dos Unidos, experincia depois seguida pela Alemanha e outros pases da Europa.

    H alguns anos, quando participou de um evento tc-nico realizado pela Abinox, o engenheiro argentino Dante Tad dei, poca diretor da Hidrinox, mencionou entre ou-tras vantagens do uso do material na distribuio da gua potvel a preservao da sade humana, sobretudo por sua alta resistncia corroso.

    Taddei listou, entre outras, as seguintes vantagens da aplicao do material nas instalaes domsticas de gua potvel: as tubulaes de ao inoxidvel no so afetadas pelas elevadas velocidades do fluxo da gua; o inox tem custo de manuteno muito baixo ou mesmo nulo e, ao mesmo tempo, sua vida til muito longa; os aos inoxidveis so materiais no txicos; e as tubula-es usadas em contato com gua potvel podem ter es-pessuras de parede mais finas comparadas com as tubu-laes de outros materiais

    Com densidade semelhante do ao carbono e resis-tncia mecnica entre 20% e 150% superior (dependendo do tipo), o ao inoxidvel permite o uso de sees mais delgadas, o que resulta em reduo nos custos de instala-o. Apesar de maior resistncia mecnica, o ao inox no apresenta dificuldades para ser conformado, usinado ou soldado, desde que sejam utilizadas as tcnicas apropria-das para o material.

    Em razo de seus atributos, o ao inoxidvel foi aprova-do pelo Drinking Water Inspectorate (DWA), da Inglaterra, como material apto a entrar em contato com a gua po-tvel, sem qualquer restrio. As especificaes da Envi-ronmental Protection Agency (EPA), dos Estados Unidos, sobre gua potvel, tambm aprovam os aos inoxidveis AISI 304/304L e 316/316L como materiais aptos ao con-tato com a gua.

    INOX, GUA E SADE

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    uma cultura equivocada com relao ao custo-be-nefcio efetivo desse material.

    Para Henrique Ulhoa Cintra, gerente comercial da Aperam Inox Tubos, o material deveria ser melhor avaliado no caso dessas substituies. Cintra argu-menta que, em geral, o ao inox tem durabilidade maior do que o ao carbono o que garante maior vida til s tubulaes, acrescenta gerando, por-tanto, reduo nos custos de manuteno e de des-perdcios em funo de problemas tcnicos.

    Alm disso, o inox tem assepsia melhor do que a do ao carbono. Por ter uma rugosidade menor, ele apresenta riscos menores de gerao de bactrias, fungos e microorganismos, explica.

    TUBULAES ENVELHECIDASO envelhecimento dos materiais no um pro-

    blema exclusivo de So Paulo. Na cidade de Cam-pinas, SP, por exemplo, onde a captao e distribui-

    o so realizadas pela Sanasa, h tubulaes que foram instaladas h quase um sculo, informa a assessoria de comunicao da empresa. No total, a rede de distribuio est em torno de 1 mil qui-lmetros sendo a maior parte dela composta por tubos de cimento amianto. Marcos Lodi, respons-vel pela comunicao da Sanasa, explica que, em razo da idade avanada de parte da rede e do au-mento do trfego nas ruas onde esto instaladas, elas rompem com facilidade.

    Ainda, segundo Lodi, para reduzir esses proble-mas, a Sanasa tem substitudo, a cada ano, por volta de 140 quilmetros das antigas instalaes.

    Para o gerente da Aperam Inox Tubos, um dos fato-res que dificulta a especificao do material nessas operaes o desconhecimento e a falta de viso de mdio e longo prazo, porque, apesar do investimento inicial mais alto, o inox o material que apresenta a melhor relao custo-benefcio para o setor.

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    Cuidados com o manuseio Os danos mecnicos, como arranhes e sulcos, podem ocorrer com o manuseio inadequado do ao inox, ocasio-nando o rompimento do filme de xido de cromo, deixando a rea vulnervel a ataques corrosivos, comprometendo o aspecto esttico. A contaminao com impurezas com-promete a resistncia corroso pela aderncia de part-culas na superfcie. A aderncia de impurezas evita o con-tato do cromo do ao com o oxignio do meio ambiente e a regenerao da camada passiva de xido de cromo.

    Como evitar danos mecnicosChapas grossas ou finas no devem ser arrastadas ao se-rem retiradas das estantes, nem colocadas umas sobre as outras. As chapas grossas devem ser separadas e cala-das com blocos de madeira, permitindo que os garfos de empilhadeiras sejam inseridos entre estas sem causar da-nos mecnicos superfcie. As chapas que forem separa-das para uso posterior devem ser mantidas afastadas do piso e divididas por tbuas de madeira. Idealmente, estas peas de madeira devem ser forradas com feltro. Gram-pos ou dispositivos de fixao para manuseio de chapas grossas devem ser usados com cuidado, pois as faces serrilhadas normalmente marcam e criam sulcos nas su-perfcies do inox. Caso haja a necessidade de iamento do material, deve-se preferir materiais sintticos a correntes, pois estas podem danificar o inox.

    Manuseio e Estocagem do Ao InoxidvelO ao inox, desenvolvido para aplicaes em que o requisito principal a resistncia corroso, tem sido largamente utili-zado com apelos estticos. Sua proteo vem da resistncia da camada superficial de xido de cromo aos ataques do meio ambiente. Esta camada invisvel, de espessura finssima e altamente aderente apesar de estvel, no indestrutvel e exige cuidados especiais para manter as propriedades originais.

    O que fazerEstoqueemlocallimpo,secoelongedeoutrosaos(tipocarbono).

    Useequipamentosdeestocagememovimentaoprotegidosporplstico,madeirasecaoufeltro,evitandomarcarasuperfciedoao.

    Manuseiecomcuidadoeevitedanificarasuperfcieeaformadoproduto.

    Useluvaslimpasparadesempenharoperaesdeestocagem.

    O que no fazerNodeixeexpostoaosol,emlugaresmidos,nemondepossahavercontaminaoporsubstnciasdispersasnoar.

    Noandesobreoaoourisquesuasuperfciecomcanetasoupincisatmicos.

    Noarranheoao.Eviteocontatocomsubstnciasexternas,graxas,leosegorduras.

    Como evitar contaminaoTodos os equipamentos devem ser limpos antes de sua utilizao para trabalhos com o ao inox. aconselhvel que o manuseio do inox seja planejado, pois quando a utilizao aleatria, estes cuidados com a limpeza dos equipamentos so negligenciados, ocasionando a conta-minao. Materiais de pequena espessura, laminados a frio, apresentam um acabamento superficial de melhor qualidade, inerente ao processo de produo brilhantes, polidos ou lixados. O manuseio deste produto exige o uso de luvas limpas, para evitar marcas na superfcie.

    Cuidados com a estocagemProcedimentos corretos de estocagem de chapas e bobi-nas de ao inox so fundamentais. Estas saem da usina embaladas com plstico de proteo e/ou polionda, que deve ser mantido o maior tempo possvel, ajudando a pre-venir danos no perodo entre a entrega e uso. Quando o material for fornecido com a aplicao de PVC (filme pro-tetivo de polietileno) este no dever ser exposto direta-mente luz do sol por longos perodos, podendo ocorrer aderncia do plstico superfcie do ao.

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    mbora estejam separadas por mais de quatrocentos quilme-tros, a praa Diogo de Vasconce-

    los, em Belo Horizonte mais conhecida como praa da Savassi e a orla marti-ma da cidade do Rio de Janeiro apresen-tam pontos em comum. O mais evidente o fato que ambos so espaos pbli-cos de livre acesso populao, que os utiliza para lazer e descanso, como tam-bm so cenrios de manifestaes e locais para realizaes de eventos.

    Mas, outro aspecto que aproxima ambas capitais o material com o qual foi fabricado parte do mobilirio urbano: o ao inoxidvel.

    Na praa da Savassi que h cerca de trs anos passou por obras de recu-perao e modernizao (projeto de au-

    AO INOX SOLUO PERMANENTE PARA ESPAOS PBLICOStoria do escritrio B&L Arquitetura e Ur-banismo) foram instalados, utilizando o material, mais de 70 bancos, 50 lixeiras e 12 estruturas para abrigar sinalizao visual e iluminao. J, no Rio de Janei-ro, dentro do Projeto Orla Rio, foram insta-lados de quiosques cujos perfis de en-vidraamento foram produzidos em ao inox , a bicicletrios de algumas vias e praias do Leblon e Ipanema, todos de au-toria do designer Guto ndio da Costa.

    Ainda, na capital carioca, foram insta-ladas em algumas praas e praias aca-demias e estaes de ginstica ao ar livre, cujos equipamentos e aparelhos para exerccios foram produzidos em ao inoxidvel pela empresa Mude Mo-bilirio Desportivo Urbano. J em, So Paulo, o inox brilha na base de postes

    de iluminao da avenida Paulista bem como em alguns abrigos de nibus e equipamentos de ginstica em vrias vias da cidade.

    POTENCIAL MAIOR Embora em nmero abaixo das pos-

    sibilidades que apresenta da lixeira parada de nibus, dos bancos de praas e parques s bancas de jornal , o inox vem se tornando cada vez mais presen-te no mobilirio urbano. A cada dia ob-servo que mais cidades descobrem os benefcios do ao inoxidvel e isso est transformando a cultura do brasileiro, constata Jlio Csar Ferreira, da Alta Per-formance Consultoria, consultor com lar-ga experincia na especificao e apli-cao do material.

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    Praa da Savassi, BH (fotos: no alto, direita alto e baixo)

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    AO INOX SOLUO PERMANENTE PARA ESPAOS PBLICOSPara Ferreira, a vida til superior

    dos aos carbonos e alumnio que so seus concorrentes imediatos torna imbatvel o custo-benefcio do inox para esse tipo de aplicao. A avaliao feita por Luiz Antnio Salles, supervisor co-mercial da Inox-Tech Comrcio de Aos Inoxidveis, uma das empresas do Gru-po Feital, semelhante do consultor. O inox apresenta melhor resistncia cor-roso, maior durabilidade, facilidade de limpeza, menor custo de manuteno e resiste mais ao vandalismo e s picha-es, afirma.

    Salles observa que em diversos pa-ses o ao inoxidvel empregado em larga escala no mobilirio urbano, so-bretudo nas do continente asitico. Seu excelente custo-beneficio e facilidade

    de manuteno ao longo da vida til do equipamento garante a plena utilizao e segurana para os usurios. E as di-versas formas disponveis de ao inox permitem desenvolver equipamentos funcionais, contemporneos e de extre-ma beleza, avalia.

    RESISTENTE AO VANDALISMO No que se refere aos atos de vanda-

    lismo que tm se tornado cada vez mais frequentes, especialmente nas grandes metrpoles brasileiras, o consultor da Alta Performance garante que a corre-ta especificao do ao inoxidvel pos-sibilita minimizar as consequncias de depredao. A composio do ao ino-xidvel o deixa com caractersticas en-durecidas, fazendo com que, quando

    bem dimensionado, ele possa ser usa-do em mobilirios urbanos, inclusive em presdios, justifica. Ferreira d como exemplo o complexo penitencirio de Ri-beiro das Neves, MG (veja nesta edio a entrevista com Paulo Lcio de Brito, ar-quiteto autor do projeto).

    Especificamente com relao s pi-chaes (comuns em atos de vanda-lismo), ele argumenta que a superfcie lisa do material dificulta a aderncia das tintas, caracterstica que facilita as ope-raes de limpeza, com que concorda o supervisor comercial da Inox-Tech. O ao inoxidvel tem como principal ca-racterstica o acabamento naturalmente brilhante ou escovado, que no neces-sita nenhum tipo de pintura ou revesti-mento. Essa vantagem faz com que sua

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    superfcie seja resistente s intemp-ries e ao uso intenso e facilita a remoo de eventuais manchas ou pichaes, completa Salles.

    Ainda de acordo com Ferreira, entre os vrios tipos de aos inox que podem ser empregados em peas sujeitas s aes de vndalos, os mais conhecidos so os 304, 316, 430 e 444. No entan-to, deve ser considerada a localizao e aplicao de cada um deles para extrair o melhor resultado, recomenda.

    SAVASSI COM INOXDepois de ter experimentado cer-

    ta decadncia entre os anos de 1980 e 1990, quando os primeiros shoppings centers chegaram a Belo Horizonte, a Praa da Savassi, retomou, em anos

    mais recentes, a sua tradio histrica. Essa redescoberta se deu a partir do momento em que parte da populao saturou-se da padronizao e higieni-zao dos relacionamentos nesses cen-tros de compra.

    A vida na rua muito mais interes-sante, diversa e emocionante, propor-cionando aos usurios possibilidades de todas as naturezas, argumenta a arquiteta Edwiges Leal, scia do escri-trio B&L Arquitetura, responsvel pelo recente projeto de revitalizao realiza-do nesse espao urbano. A proposta do escritrio foi s parcialmente executada, pois a interveno tambm se aplicava aos quarteires adjacentes.

    Na parte realizada, houve tratamento na infraestrutura hidrulica, drenagem

    subterrnea e superficial, fiao eltrica e de concessionrias de internet e ope-radoras de telefonia foram enterradas e operou-se limpeza visual agradvel e enriquecedora do ambiente urbano.

    Boa parte do mobilirio urbano ali colocado tem como elemento prepon-derante o ao inoxidvel. O material foi aplicado nos postes unificadores de semforos, iluminao, cmeras de vi-gilncia e monitoramento de trnsito, bem como suporte para placas indicati-vas de monumentos, direes e bairros.

    INOX COM MADEIRA ECOLGICANos bancos, mesclamos a estrutu-

    ra em ao inox com o assento e encos-to em rguas de madeira reciclada tipo ecoblock. Mantivemos os bancos exis-

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    tentes que tinham 25 anos e continu-avam intactos no quesito durabilidade e aspecto excelente. Porm, eles eram poucos e com a ampliao da praa mesclamos antigos com os novos, des-creve a arquiteta.

    A B&L tambm recorreu ao inox nos bancos de granito, onde o material foi usado nos encostos curvos tipo S, crian-do namoradeiras. As lixeiras tambm so em inox, assim como os arcos de proteo dos gramados remanescentes do projeto de 1985.

    A combinao de materiais nos ca-sos dos bancos com inox e madeira eco-lgica foi pensada de forma a aque-cer o espao. Nossa escolha objetivou perenidade comprovada pelo primeiro projeto, resistncia a vandalismos e pi-

    chaes, podendo ser cuidados com limpeza fcil e distanciada, acrescenta.

    INOX PARA EXERCITARPrimeiro elas ocuparam espaos nas

    praias e praas do Rio de Janeiro, mas atualmente so tambm encontradas em Recife e na capital paulista. At a se-gunda quinzena de maro eram mais de 70 academias e quase 300 estaes de ginstica ao ar livre todas com equipa-mentos em inox que foram implanta-das pela Mude. A empresa foi constituda em 2002, mas a ideia nasceu em 1999 quando o ento estudante de engenha-ria Marcus Moraes desenvolveu seu pro-jeto final de graduao.

    Os equipamentos seriam a ferra-menta para um projeto esportivo social

    que montaria uma academia ao ar livre, e o ao inox era o material mais adequa-do s condies de maresia e exposio que temos no litoral brasileiro, explica o empresrio. J a estao de ginsti-ca que dispe de espao para publicida-de comeou a ser desenhada em 2007, com as primeiras unidades sendo insta-ladas na capital fluminense em 2009.

    Com a prefeitura paulistana, Moraes firmou contrato para instalar 150 des-sas estaes a Mude teve concesso para implantar os equipamentos me-diante remunerao ao municpio; sua receita vem de patrocinadores. O mate-rial dos aparelhos continua a ser o inox. Alm da questo esttica, Marcus afir-ma que eles refletem a luz solar, impe-dindo o aquecimento dos mesmos.

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    aplicao

    tilizar a gua do mar dessalinizada como al-ternativa para sanar o dficit dos reserva-trios causado entre outras razes pelo

    prolongado perodo de estiagem pelo qual passa a regio Sudeste do Brasil, j faz parte do planejamen-to dos governos do Rio de Janeiro e So Paulo.

    Em fevereiro, aps reunio com especialistas de Israel e da Espanha (pases de referncia no proces-so de dessalinizao e que j utilizam gua do Mar Mediterrneo para abastecimento), o governador do estado fluminense, Luiz Fernando Pezo, encomen-dou um projeto de construo de uma usina de des-

    salinizao com capacidade para fornecer gua para pelo menos um milho de pessoas.

    Em So Paulo, o governador Geraldo Alckmin tambm j afirmou que a Sabesp estuda a possibi-lidade de abastecer cidades afetadas pela crise h-drica com gua do mar.

    Apesar de o assunto soar como grande novidade ao ouvido da maioria, a dessalinizao de gua j realidade em diversos estados do Brasil.

    Na regio Nordeste, ao longo de 20 anos, j insta-lamos mais de 5 mil dessalinizadores em poos cuja gua possui teores elevados de sal, relata o presi-

    INOX REDUz CUSTOS EM USINAS DE DESSALINIzAO

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    dente da Perenne, empresa especializada em trata-mento de gua e efluentes, Nelson Guanaes. Segun-do ele, em Fernando de Noronha (Pernambuco), por exemplo, 60% da gua consumida pela populao oriunda desses sistemas.

    No Peru, Haiti, Panam e Guatemala j instala-mos sistemas maiores, para dessalinizar a gua di-retamente do mar, explica.

    Ele afirma que hoje o ao inox est presente des-de as estruturas que servem de base para a instala-o dos equipamentos, passando pelas tubulaes, at os tanques que reservam a gua antes e depois do processo.

    Em outros pases, onde esse recurso aplica-do em escalas maiores a tendncia de aplicao do inox na maioria dos equipamentos do sistema no diferente, conforme observa a Gerente de De-senvolvimento de Negcios da Degremont, empre-sa de origem francesa especializada na construo de estaes de produo de gua potvel. Possu-mos mais de 250 referncias em 35 pases. Nossa mais recente e maior planta de tratamento localiza-se na Austrlia e trata 460.000 m3 de gua. Esses projetos esto localizados no Oriente Mdio, Aus-trlia, Chile, Espanha, Mxico, entre outros. E, em todos eles, a aplicao do ao inox se d em quase todo o sistema, afirma.

    Os ambientes onde so instalados esses equipa-mentos so muito agressivos do ponto de vista da corroso. E o processo dentro do sistema tambm. Por isso, a aplicao do inox fundamental. Em pa-ses como a Alemanha, por exemplo, ele altamente utilizado. J, no Brasil, poderia ser mais, avalia o en-genheiro de saneamento e recursos hdricos e pro-fessor do Mackenzie, Antnio Giansante, reiterando a escolha do material.

    De acordo com Giansante, o processo que torna prpria para consumo a gua com alto teor de sal, chamado de osmose reversa, envolve alta presso nas tubulaes e nos reservatrios. Voc pega a gua do mar e, por meio da presso, faz ela atra-vessar a membrana que ir deixar a gua com teor de sais adequados ao consumo humano, explica o especialista.

    Mais uma razo para aplicarmos o inox, que tem maior resistncia mecnica, alm de resistir corroso causada pelo sal, completa Guanaes, da Perenne.

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    TECNOLOGIA COM SOLUESO Brasil possui diversos tipos de ao inox para se-

    rem adotados na implantao de tubos para usinas de dessalinizao de gua, possibilitando o aumen-to da vida til das bombas, devido a alta resistncia corroso e reduzindo significativamente os custos posteriores para a manuteno do sistema.

    Os mais indicados so os austenticos, que con-tm liga de nquel, da srie 300 e j produzidos em larga escala. Alm desse, tambm so indicados os aos inox duplex.

    Segundo o responsvel por desenvolvimento de mercado para a Amrica Latina, Rodrigo Signorelli, da Outokumpu, o duplex possui resistncia me-cnica at duas vezes maior que uma liga de ao austentico comum. Essa caracterstica permite a construo de tubulaes e reservatrios com pa-redes menos espessas, o que se reflete em econo-mia para o projeto.

    Tanto Guanaes, da Perenne, quanto Vera, da De-gremont, afirmam fazer uso do ao duplex em seus projetos e destacam a sua importncia para garantir a boa operao e reduo de custos em aplicao.

    Giansante, do Mackenzie, afirma que o avano da tecnologia de dessalinizao no Brasil ainda es-barra nos altos custos, como o caso de So Pau-lo devido a altitude de 700 metros do nvel do mar. Em cidades litorneas esses projetos so mais factveis e o avano dessa alternativa est direta-mente ligada aos avanos na tecnologia de aplica-o do ao inox, conclui.

    Processo de Multi Efeito de Destilao - MED

    Tubos para usinas de dessalinizao de gua aumenta vida til das bombas

    O inox est presente das estruturas que servem de base para a instalao dos equipamentos at os tanques que reservam a gua antes e depois do processo Leandro Costa

    Vcuo

    Exalao

    Boiler Vapor Vapor Vapor

    Alimentao degua salgada

    gua doce

    Tubos de condensaoAo inox

    Reservatriosde evaporaoAo inox Salmoura

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    Oferecer servio especializado, com alto padro de qualidade e excelente acabamento em projetos em ao inox o objetivo da Mon-tinox. Fundada em 1991, tornou-se referncia na transformao do ao inoxidvel, no mercado da construo civil, arquitetura e deco-rao, indstrias, hospitais e laboratrios.

    A Montinox produz diversos produtos com equipamentos de ltima gerao e tecnologia de ponta , desde guarda-corpo e cor-rimo, revestimentos, batentes e caixilharias, at escadas, portas e portes, caixas de hidrantes e produtos especficos, conforme a ne-cessidade do cliente.

    Montinox... produzindo qualidade em ao inox

    Votorantim Metais investe em tecnologia para a indstria do inox

    A Votorantim Metais v na inovao e na tecnologia os principais pilares de aprimo-ramento dos seus produtos. A partir de parcerias com centros acadmicos e institutos de cincia e tecnologia, a companhia desenvolve projetos orados em R$ 5,3 milhes com o objetivo de ampliar ainda mais a qualidade e produtividade do nquel eletrolti-co e do nquel coins, produtos cuja aplicao mais comum se d na indstria de ao inox do Pas.

    Os projetos em desenvolvimento tm foco voltado para diferentes elos da cadeia verticalizada de produo de nquel da empresa, na qual esto congregadas a extra-o do minrio, na Unidade de Niquelndia, em Gois, e o processo de metalurgia, na Unidade de So Miguel Paulista, na zona leste de So Paulo.

    Em Niquelndia, por meio de parceria com o Senai-Cimatec, da Bahia, a Votoran-tim Metais est trabalhando no desenvolvimento de nova tecnologia capaz de aumen-tar o rendimento dos nveis de nquel, cobalto e cobre contidos no minrio de nquel. O processo ir aumentar a qualidade da matria-prima do nquel metlico fornecido aos clientes. Na outra ponta, em So Miguel Paulista, a Votorantim Metais trabalha em parceria com professores da Universidade de So Paulo (USP) e equipe tcnica do Senai Osasco, que so especialistas em fundio de metais. O objetivo da parceria desenvolver um novo formato de nquel metlico, atravs do processo de fundio, agregando-se valor ao produto destinado a mercados de ao inox e outros como o de galvanoplastia.

    Maior fabricante de nquel eletroltico da Amrica Latina, a Votorantim Metais pro-duz 40 mil toneladas de nquel por ano tendo como foco principal o mercado brasileiro.

    Associados em notcia

    Os produtos Montinox so fabricados em ao inoxidvel da linha 300, nas especificaes e espessuras necessrias e recebem aca-bamento superficial polido ou escovado. Para a Montinox, o ao inox um material de muitas possibilidades e tambm um dos produtos mais sustentveis disponveis para a construo e arquitetura, pois possui vida til longa, no requer uso de produtos qumicos peri-gosos para limpeza e, por isso, no agride o meio ambiente, alm de minimizar os custos de manuteno. Seu custo-benefcio, aliado a beleza, resistncia, praticidade e durabilidade, fazem do inox um smbolo da modernidade e do progresso global.

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    crise hdrica iniciada em 2014 na regio Su-deste, e ainda com prazo incerto para termi-nar, certamente nos faz pensar na gua pot-

    vel como um bem cada vez mais precioso e escasso. certo que a primeira ao a ser tomada por toda a

    populao, afetada ou no pelo desabastecimento, a economia com uso cada vez mais consciente deste recurso. H um impacto financeiro direto imposto por multas e sobretaxas cobradas pelas distribuidoras de gua para o caso de no cumprimento de metas de reduo de consumo.

    No entanto, um tema no muito animador e a ser evitado pelas distribuidoras so as perdas que ocorrem no sistema de distribuio da gua trata-da. Segundo publicado no jornal Folha de So Paulo (05/06/2014), estima-se que no estado de So Pau-lo, este valor supere a incrvel marca dos 34%. Casos extremos como do estado do Acre, cuja perda est es-timada em 60%, so menos debatidos pela abundn-cia do recurso hdrico e populao muito menor. No extremo oposto, em cidades de pases desenvolvidos, como Alemanha e Japo, as perdas so prximas a 11% (jornal Folha de So Paulo, 05/02/2014).

    As principais razes para o elevado ndice de per-das no Brasil esto relacionadas principalmente ida-de avanada das tubulaes (normalmente de ferro fundido ou ao carbono), manuteno inadequada e ligaes clandestinas. Destes fatores, o mais impac-

    artigo

    AO INOX: UMA ARMA EFICAz CONTRA A CRISE HDRICA

    tante refere-se s tubulaes utilizadas na distribui-o, que danificadas pelo tempo de uso, tm vaza-mentos que no so detectados por ocorrerem no subsolo.

    Uma soluo adotada por diversos pases desen-volvidos para sanar perdas na rede de distribuio a substituio das antigas tubulaes, normalmente fabricadas em ferro fundido, por aquelas fabricadas em aos inoxidveis do tipo 304 e 316. O grande dife-rencial dos aos inoxidveis refere-se sua excelente resistncia corroso, mesmo em meios subterr-neos. Ao contrrio do ferro fundido e materiais cer-micos, este tipo de ao ainda extremamente dctil e suporta deformaes significativas sem trincar ou romper, traduzindo-se na prtica em reduo dos n-dices de vazamentos, ou desperdcios. Outro fator de extrema importncia diz respeito baixa rugosidade superficial dos aos inoxidveis, o que minimiza in-crustaes e maximiza a capacidade de bombeamen-to, garantindo sua aplicabilidade para transporte e ar-mazenamento de gua potvel. Com menores nveis de incrustaes, aos inoxidveis so amplamente utilizados em diversos segmentos de indstrias ali-mentcias e farmacuticas, dadas suas excelentes propriedades sanitrias de assepsia.

    Tquio, no Japo, pode ser considerada um grande exemplo de aplicao de inox na rede de distribuio de gua potvel. A cidade reduziu suas perdas de 30%

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    para menos de 5% nos ltimos 30 anos, conforme pu-blicado pelo Frum Internacional do Ao Inoxidvel ISSF (http://www.worldstainless.org/). De acordo com o Bureau of Waterworks (2007), em 1979 as perdas por vazamentos nas tubulaes internas das cons-trues (distribution pipes) somavam 8,4%, contra 91,6% nas tubulaes de distribuio de gua (servi-ce pipes). Isto levou as autoridades locais utilizao de materiais mais nobres nas tubulaes de distribui-o de gua (service pipes), sendo iniciado em 1980 a substituio das tubulaes por ao inoxidvel 304 e 316. Em 1993, pela primeira vez os vazamentos nas tubulaes de distribuio ficaram abaixo de 10%, al-canado em 2005 o ndice de 4,4%, conforme mostra-do na Figura 1.

    Segundo os dados da Asian Green City Index (2001), Tquio tem um ndice de vazamento de gua de 3%. Voltando ao caso de So Paulo, onde se des-perdia 34%, qualquer economia feita pela populao ser na parcela de 66% que chega s residncias. Em uma conta simplificada, se a populao economizar 30% dos 66% que chegam s residncias, isto repre-sentaria aproximadamente 20% de economia no to-tal de gua potvel disponvel. Se aes como a de Tquio forem tomadas, isto representaria mais de 30% de reduo, visto que nesta cidade, apenas 3% so perdidos com vazamentos. Somando-se as duas aes haveria uma economia de aproximadamente

    Lcio Asai BailoEngenheiro de Aplicao - Aperam South America

    CMD - Marketing, Desenvolvimento de Mercado & Assistncia Tcnica

    Wilian da Silva LabiapariPesquisador PPD - Centro de Pesquisa Aperam South America

    REFERNCIAS

    1. Bureau of Waterworks, Tokyo Metropolitan Government, 20072. Asian Green City Index (www.siemens.com/greencityindex), 2011.3. Jornal Folha de So Paulo, 05/06/2014 (http://www1.folha.uol.com.br/seminariosfolha/2014/06/1465152-perda-de-34-da-agua-durante-distribuicao-contribui-para-crise-em-sp.shtml)4. Jornal Folha de So Paulo, 05/02/2014 (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/02/1407687-25-da-agua-captada-na-grande-sp-pela-sabesp-e-desperdicada.shtml)5. Stainless Steel in Drinking Water Supply (http://www.worldstainless.org/)

    Figura 1 Evoluo do ndice de vazamentos de gua em tubulaes de distribuio (service pipes) aps o incio da utilizao de aos inoxidveis 304 e 316 (Adaptado de Bureau of Waterworks, 2007)

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    50% do recurso hdrico. Alm disso, custos adicionais com manuteno seriam drasticamente reduzidos, que somados aos ganhos auferidos pela performan-ce da distribuio teriam impacto financeiro positivo para o consumidor.

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    notcias inox

    A Abinox participou em maro, no Rio de Janeiro, em um dos eventos mais estratgicos do setor de leo e gs o Flow - Control Exchange Brasil. Com um estande, a entidade recebeu seus asso-

    Feira de leo e gs explora inoxciados e visitantes que puderam, alm de conhecer novas tecnologias, assistir a palestras de especialistas nacionais e internacionais, em sees que abor-daram a aplicao e o desempenho do

    Nova diretoria Abinox

    A Abinox promove, em maio, o 1o Frum de Mercado do Ao Inoxid-vel. Um encontro entre os associa-dos para a discusso de aspectos do mercado mundial e nacional do inox. J esto programadas palestras, que

    Frum de Mercado

    Aps conduzir a Abinox durante o bi nio 2012-2014, Frederico Ayres Lima, deixa a entidade para assumir outro desafio, a presidncia da Aperam South America. Durante seu mandato, Lima conduziu a entida-de reforando seus objetivos, criar processos e aes que promovam o crescimento do consumo per capita do ao inox no Brasil. Com sua sada, assume a nova diretoria liderada pelo presidente, Roberto Ba-menga Guida (Aperam South American), e os diretores, Rodrigo Cruz Fraga Damasceno (Aperam South America), Mauro Ivan Patrcio (Jati), Mauro Ferreira (Grupo Aotubo), Jorge Farsky (Walter), Augusto Juan Bernardi (Anglo American) e Gladston Sugahara (Villares Metals). Compem o Conselho Fiscal: Clemens Fein (Mecanochemie), Jos An-tonio da Cunha (Air Liquide) e Maurcio Miralha (Weld Inox).

    ao do inox em vlvulas, conexes, tu-bagem, soldagem, moldagem, forja, se-leo de materiais e outros dispositivos para esse segmento.

    abordaro os seguintes temas: Viso do mercado mundial de ao inox - de-manda, capacidade de produo, ten-dncias de mercado (Abinox); Mercado brasileiro do ao inoxidvel - viso atual, perspectivas e tendncias de mercado

    (Aperam) e uma anlise do Ambien-te poltico econmico atual brasileiro (palestrante convidado).Informaes e inscries, na Abinox:Tel.: 11-3813-0969,email: [email protected].

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    Roberto Bamenga Guida o novo presidente da Abinox

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    Aps sair da Antrtica, em direo ao Ushuaia para depois navegar pelos ca-nais chilenos at Puerto Montt e de l se preparar para a travessia do oceano Pacifico, a famlia Schurmann no pode deixar de enviar elogios ao inox usado no veleiro Kat. O ao inoxidvel da Aperam, utilizado nas pias das cabines e na cozi-nha e tambm no turco e deck do velei-ro foi usado intensamente e no perde o brilho. Todas as pessoas que nos vi-sitam elogiam e perguntam por que es-colhemos o ao inoxidvel. Eu explico que para no me preocupar com a oxi-dao e pela resistncia que oferece, emenda Vilfredo Schurmann.

    Famlia Schurmann elogia o inox Foto

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    Frederico Ayres Lima,que assumiu recentemente a presidncia da Aperam South America, concede entrevista para a Revista Inox A Aperam South America est capa-citada para atender o crescimento da demanda brasileira de ao inox nos prximos anos? A Aperam lder em seu segmento no Brasil com market share superior a 70% em suas 25 linhas de produtos (aos planos inoxidveis, eltricos e ao carbono). Com 3,2 mil em-pregados prprios (incluindo as opera-es da Aperam BioEnergia) e investi-mentos prioritrios em competitividade, inovao e desenvolvimento, a empresa tem hoje em seu portflio toda a gama de produtos consumidos no mercado brasileiro. A Aperam tem como princi-pais valores a Liderana, Inovao e Agi-lidade e o slogan made for life traduz o papel importante que ao inoxidvel desempenha na vida diria. E tambm reflete as incrveis qualidades fsicas do ao inoxidvel que, literalmente, pode durar uma vida.

    Existem planos de investimento e crescimento da produo da Aperam? No momento nosso foco tem sido em desenvolvimento de produtos e atuali-

    zao de portflio com investimento no revamping (modernizao) do lamina-dor de bobinas. Sero destinados US$ 9 milhes para aumentar a velocidade de laminao. Resultando em 20 mil tone-ladas/ano a mais na capacidade produti-va da planta, com a melhoria na qualida-de do produto final. A planta de Timteo tem capacidade para produo de 900 mil toneladas de produtos em aos ino-xidveis, eltricos, de gros orientados e no orientados e os aos ao carbono.

    Quais mercados so apostas da Ape-ram? O mercado domstico onde a Aperam tem competitividade e preos melhores. A companhia tem hoje em seu portflio de produtos inox, mais de 25 tipos. Esses itens tm aplicao nas in-dstrias de leo e gs, bens de capital, alimentcia, sucroalcooleira, petroqu-mica, automobilstica, setor energtico, construo civil e arquitetura, minerao, transporte de passageiro, entre outros.

    Quais so as perspectivas de cresci-mento para 2015? A Aperam fechou

    este ltimo perodo com crescimento. Para o curto prazo, a busca pela com-petitividade exigir ateno a aspectos nem sempre relacionados com resul-tados. Entre eles, manter os bons re-sultados em sade e segurana; con-tinuar implementando melhorias nas linhas de produo do ao inoxidvel, melhorando a performance e amplian-do o mercado.

    Quanto e como a companhia investe em inovao? A empresa tem foco con-tnuo e investimentos permanentes em segmentos como inovao e melhoria de processos. Somente para inovao e desenvolvimento tm sido destinados R$ 9 milhes, em mdia, nos ltimos trs anos. No Centro de Pesquisa foram investidos nos ltimos dois anos mais de R$ 17,5 milhes. Os investimentos em melhorias, processos, sustentabili-dade, tecnologias e produtos no param.

    Como a Aperam enxerga a Abinox no contexto de promoo e desenvolvi-mento do mercado brasileiro de inox? A Abinox rene importantes parceiros do segmento dos aos inoxidveis. A ins-tituio um porta-voz do segmento junto s autoridades e promove impor-tantes eventos a exemplo do 12o Se-minrio Brasileiro de Ao Inoxidvel, que ocorrer dentro do ABM Week, em agos-to. Os desafios no param a j que a Abi-nox tem a misso de encontrar solues para promover o crescimento do consu-mo per capita, por meio de processos de inovao, de substituio de outros ma-teriais pelo inox, desde que isso repre-sente ganhos para a toda a cadeia. E ela faz isso com base em benchmarking em outros pases, identificando oportuni-dades que ainda no existem no Brasil. Alm de buscar as novas possibilidades de aplicaes, a Abinox ajuda a divulgar o nosso produto, suas vantagens e po-tencialidades.

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