15 Individualizacao Farmacocinetica Das Doses de 5 Fluoruracil No Cancer Colorretal

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    271Revista Brasileira de Cancerologia 2013; 59(2): 271-280

    Reviso de Literatura5-Fluoruracil e Cncer Colorretal

    Artigo submetido em 6/2/13; aceito para publicao em 11/4/13

    Individualizao Farmacocintica das Doses de 5-Fluoruracil no

    Cncer ColorretalPharmacokinetic Individualization of 5-Fluorouracil Doses in Colorectal Cancer

    Individualizacin Farmacocintica de las Dosis de 5-Fluorouracil en el CncerColorrectal

    Carina Gomes Martins1; Sandrine Comparsi Wagner2; Rafael Linden3

    ResumoIntroduo:O 5-Fluoruracil (5-FU) um antimetablito amplamente utilizado no tratamento do cncer colorretal,

    com significativa variabilidade na resposta teraputica e na ocorrncia de toxicidade associada sua farmacocinticavarivel.Objetivo:Revisar os aspectos clnicos e laboratoriais da individualizao farmacocintica dos tratamentos com

    5-FU em pacientes com cncer colorretal. Mtodo: Realizou-se uma reviso de literatura nas bases de dados PubMed,Peridicos Capes, SciElo, Medline e Bireme. Foram includos estudos publicados a partir de 1997, com as palavras-

    chave: 5-Fluoruracil; Individualizao farmacocintica; Cncer colorretal; Monitoramento teraputico de frmacos.Resultados:Existem evidncias de uma relao entre a exposio sistmica ao 5-FU e as respostas teraputicas no

    tratamento, sendo que reas sob a curva concentrao-tempo entre 20 a 25 mg. h/L permitem um adequado balanoentre maximizao da eficcia e reduo da toxicidade. ambm possvel avaliar a atividade da enzima diidropirimidina

    desidrogenase (DPD) previamente ao tratamento com 5-FU atravs de mtodos fenotpicos, identificando os pacientesem risco de toxicidade grave. Mtodos analticos baseados em cromatografia lquida de alta eficincia esto disponveispara determinar 5-FU em plasma de forma confivel, permitindo a disseminao do monitoramento teraputico desse

    frmaco. Concluso:Atravs da individualizao farmacocintica possvel desenvolver regimes teraputicos de 5-FUpersonalizados no cncer colorretal, com impactos significativos nos resultados teraputicos.

    Palavras-chave:Neoplasias Colorretais; Famacocintica; Antineoplsicos-uso teraputico; Antineoplsicos-efeitos adversos;Quimioterapia

    1Farmacutica. Graduada em Farmcia pela Universidade Feevale. Novo Hamburgo (RS), Brasil. E-mail: [email protected] do Departamento de Mtodos Diagnsticos da UFCSPA. Porto Alegre (RS), Brasil e do Instituto de Cincias da Sade da UniversidadeFeevale. Novo Hamburgo (RS), Brasil. E-mail:[email protected] itular do Instituto de Cincias da Sade da Universidade Feevale. Novo Hamburgo (RS), Brasil. E-mail: [email protected] de Correspondncia:Rafael Linden. Universidade Feevale - Campus II RS-239,275 Vila Nova. Novo Hamburgo (RS), Brasil. CEP: 93352-000.

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    Martins CC, Wagner SC, Linden R

    Revista Brasileira de Cancerologia 2013; 59(2): 271-280

    INTRODUO

    O cncer colorretal uma neoplasia maligna que

    abrange tumores que acometem um segmento do intestinogrosso (clon) e o reto, podendo comprometer outros

    rgos atravs de metstases. A estimativa do InstitutoNacional de Cncer Jos Alencar Gomes da Silva (INCA)

    de 30.140 novos casos de cncer colorretal no Brasildurante o ano de 2012, sendo 14.180 homens e 15.960

    mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimadode 15 casos novos a cada 100 mil homens e 16 a cada

    100 mil mulheres. Em 2010, ocorreram 8.109 mortespor cncer colorretal no Brasil, sendo 5.878 homens e

    2.231 mulheres1. O quadro clnico apresentado dependedos padres de crescimento e localizao do tumor, sendo

    que os sintomas mais comuns so sangramento, alteraodo hbito intestinal e dor abdominal2.

    A taxa de sobrevida em pacientes com essa patologia

    depende do estgio da doena metasttica3. O local maiscomum de metstases o fgado, seguido pelos pulmese ossos, especificamente o sacro, cccix, plvis e vrtebras

    lombares4.Entre as alternativas de tratamento com antineoplsicos,

    destaca-se o emprego do 5-Fluoruracil (5-FU) que, apesardo seu longo tempo de utilizao teraputica, ainda

    considerado um dos frmacos mais ativos contra o cncercolorretal5. O 5-FU foi introduzido na teraputica em

    1957 e continua a ser parte essencial do tratamento deuma variedade de tumores, particularmente tumores

    gstricos, colorretais, de cabea e pescoo, mama, ovrio,prstata, fgado e do trato geniturinrio6. O 5-FU foi

    usado inicialmente de forma isolada e com o passar dosanos passou a ser utilizado em diferentes esquemas de

    combinaes, melhorando assim a resposta clnica dospacientes. Esses esquemas variam em suas doses, tempo

    e tipo de infuso, que pode ser em blus ou infusescontnuas. A abordagem para calcular as doses de 5-FU

    mais amplamente utilizada baseada na rea de superfciecorporal7.

    Mesmo com o emprego dos esquemas combinados,diversos estudos indicaram uma ampla variabilidade na

    resposta teraputica ao 5-FU. A falha no tratamento e aocorrncia de toxicidade ao 5-FU podem estar relacionadas

    com a variabilidade farmacocintica individual, incluindodiferenas na absoro, distribuio, metabolismo e

    excreo do frmaco. Outros fatores que tambm devemser considerados incluem idade, peso, sexo e variaescircadianas, alm de fatores especficos como horrios de

    administrao do frmaco, estado nutricional, interaescom outros medicamentos, suplementos nutricionais,

    fitoterpicos e no adeso com agentes orais8. Estudo

    prvio documentou uma falta de associao entre a rea de

    superfcie corporal e a depurao de 5-FU, o que suportauma viso de que o uso da dosagem de 5-FU baseada na

    rea de superfcie corporal de uso limitado9.A farmacocintica do 5-FU desempenha papel

    importante na determinao de sua eficcia e toxicidade,com ampla variabilidade entre os pacientes, o que pode

    justificar a individualizao das doses com base na avaliao

    farmacocintica individualizada. Dessa forma, este trabalhotem como objetivo revisar os aspectos clnicos e laboratoriaisda individualizao farmacocintica dos tratamentos com

    5-FU em pacientes com cncer colorretal.

    MTODO

    Foi realizada uma reviso bibliogrfica sobre a

    individualizao farmacocintica das doses de 5-FUno cncer colorretal em peridicos em lngua inglesae portuguesa. A busca bibliogrfica foi realizada nas

    bases de dados PubMed, Peridicos Capes, SciElo,Medline e Bireme, atravs do cruzamento e busca isolada

    das palavras-chave: 5-fluoruracil, farmacocintica,farmacodinmica, cncer colorretal e monitoramento

    teraputico de frmacos, bem como seus sinnimos emingls. Foram selecionados os materiais publicados a

    partir do ano de 1997, incluindo livros, artigos e sitesoficiais. Como critrios de incluso, foram inicialmente

    selecionados todos os artigos com a palavra-chave5-fluoruracil, com posterior cruzamento com as demaispalavras-chave acima descritas. A partir dessa buscainicial, foram encontradas 972 publicaes. Aps leitura

    dos ttulos e resumos, foram selecionados os artigos que:a) estivessem em portugus ou ingls; b) inclussemos temas abordados; c) estavam publicados na ntegra.Foram priorizadas as mais publicaes mais recentes e/ouveiculadas em revistas de maior ndice de impacto, sendoexcludas aquelas que continham informaes repetidas.Foram includos dois artigos de reviso devido qualidadedas informaes apresentadas, relacionadas aos mtodosanalticos usados para determinao do 5-fluorouracil

    em matrizes biolgicas e estudos clnicos envolvendo o5-fluorouracil.

    RESULTADOS

    Aps a primeira busca, foram identif icados 972publicaes com a palavra-chave 5-fluoruracil. Em seguida,foram realizados os cruzamentos com as palavras-chave:cncer colorretal, farmacocintica, farmacodinmica emonitoramento teraputico de frmacos, resultando em387, 45, 11 e 14 publicaes, respectivamente. Apsanlise criteriosa, foram classificadas como relevantes eincludas neste trabalho 35 publicaes utilizadas paraa redao dos seguintes tpicos: tratamento do cncer

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    5-Fluoruracil e Cncer Colorretal

    Revista Brasileira de Cancerologia 2013; 59(2): 271-280

    colorretal, efeitos adversos do 5-FU, farmacocintica do5-FU, avaliao da atividade da enzima diidropirimidina

    desidrogenase, farmacogentica, exposio ao 5-FU eresultados teraputicos e mtodos para determinao de

    5-FU em bioamostras.

    DISCUSSO

    O tratamento do cncer colorretal pode incluir

    cirurgia, na qual so retirados parte do intestino eos ndulos linfticos prximos regio, bem comoradioterapia e quimioterapia, e suas combinaes1.

    Nos esquemas quimioterpicos, o 5-FU amplamenteutilizado estando associado ao aumento da sobrevida

    dos pacientes4,10. No entanto, quase 50% dos pacientesdiagnosticados com cncer colorretal sofrero metstases

    associadas a um prognstico negativo11.O 5-FU administrado tanto como nico agente ou

    em esquemas infusionais combinados e est associado ocorrncia de toxicidades hematolgicas, digestivas e

    cutneas10. Os esquemas variam dose, tempo de infusoe tipo de infuso, que pode ser em blus ou contnua7.

    Os esquemas infusionais mais utilizados so FOLFOX412,FOLFOX13, FOLFIRI14, AIO15e MAYO16.

    Nos primeiros dois anos, usualmente ocorrem 80%das recidivas do cncer colorretal. Portanto, nesse perodo,

    o paciente deve ter acompanhamento mdico a cada trsmeses e aps o acompanhamento pode ser semestral2.

    Cordier et al. relataram que 10 a 25% dos pacientestratados com 5-FU apresentam toxicidades graves,

    incluindo 0,5 a 3% de mortes txicas, dependendo dadose e do regime infusional recebido10. A intensidade da

    toxicidade pode representar risco de morte para pacientescom deficincia da enzima diidropirimidina desidrogenase

    (DPD). A deficincia da enzima DPD est relacionada farmacogentica (polimorfismos genticos no gene que

    codifica a enzima) resultando em uma perda parcial oucompleta da sua atividade e levando ao acmulo de 5-FU

    e causando toxicidades graves17. Mesmo assim, a maioriados pacientes recebe uma dosagem padro de 5-FU,

    independente de sua atividade DPD ser total ou parcial10.

    Na ltima dcada, uma grande variedade de esquemasde infuso intravenosa com 5-FU foi desenvolvida,

    levando a uma melhora na resposta teraputica, porm

    sem reduo significativa na toxicidade. As doses de

    5-FU continuam sendo calculadas usando a rea de

    superfcie corporal, mas tornou-se claro que as variaes

    interindividuais na sua farmacocintica requerem um

    ajuste de dose individualizado. Estudo recente demonstrou

    que o ajuste das doses de 5-FU com base na rea sob a

    curva (ASC) parece ser a melhor alternativa para todos

    os regimes de 5-FU7.

    Os tratamentos quimioterpicos possuem toxicidadetanto para as clulas cancerosas como para as clulas normais.

    Os efeitos adversos dependem do tipo do medicamento eda dose administrada e podem ser divididos em dois grupos

    principais: agudos, que se iniciam em minutos aps aadministrao dos agentes antineoplsicos e persistem por

    alguns dias, e tardios, que aparecem semanas ou meses

    aps a infuso dos mesmos18. Pacientes com deficinciada enzima DPD so mais suscetveis a desenvolver reaesadversas aps a administrao de 5-FU, as quais incluem

    febre, mucosite, estomasite, vmitos, nuseas, diarreia quepode levar a casos extremos de desidratao e hipotenso,

    exantema maculopapular, neutropenia e sndrome mo-p.Outras reaes que ainda podem ser observadas podem

    incluir mudanas na funo cognitiva e ataxia cerebelar. Noentanto, essas manifestaes podem passar despercebidas a

    menos que seja realizado um exame neurolgico completo19.O 5-FU pode ser potencialmente neurotxico, mas

    esses efeitos so raros na prtica clnica10

    . Conforme dadosdo INCA, mais de 10% dos pacientes em tratamento

    com 5-FU iro desenvolver dermatite, exantemamaculopapular, alopecia, nusea, vmito, anorexia,

    estomatite, esofagite, faringite, diarreia, granulocitopenia,trombocitopenia e estomatite ulcerativa. Entre 1 a

    10% dos pacientes apresentaro pele seca, ulceraogastrointestinal, bradicardia, edema perifrico, cefaleia,dor abdominal, manifestaes hemorrgicas maiores, e

    trombocitopenia. ambm, menos de 1% ir apresentardor no peito, hipotenso, alteraes semelhantes

    isquemia, ataxia cerebelar, sonolncia, hiperpigmentaode face, mos, fotossensibilidade radiao UV,

    eritrodisestesia palmar-plantar (sndrome mo-p),coagulapatia, hepatotoxicidade e distrbios visuais1.

    Recentemente, foi demonstrado que 70% dastoxicidades graves e 80% das mortes txicas podem

    estar relacionadas com a deficincia da enzima DPD e,portanto, poderiam ser prevenidas com a avaliao prvia

    da atividade dessa enzima10.O 5-FU desaparece rapidamente do plasma com uma

    meia vida entre 10 a 20 minutos. Sua depurao total docorpo varia conforme o esquema de administrao: 0,5-1,5

    L/min para aplicao emblus e 5-58 L/min para infusescontnuas. A enzima DPD a principal responsvel pela

    degradao do 5-FU, sendo expressa principalmente nofgado. Entretanto, diversos pacientes possuem mutaes

    genticas que levam no expresso dessa enzima, o quepode provocar efeitos adversos graves devido ao acmulo

    do frmaco5,7. Entre esses efeitos, destacam-se neutropenia,diarreia e mucosite20. A sndrome de toxicidade ao 5-FU

    indetectvel por observao clnica antes do incio dotratamento e s pode ser identificada aps administrao

    do 5-FU19.

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    Aps ocorrer a penetrao na clula , o 5-FU metabolizado atravs de duas vias que concorrem entre si:

    a via anablica, que d origem aos metablitos ativos, e avia catablica, que inativa o 5-FU e conduz a eliminao

    do frmaco (Figura 1).A atividade biolgica do 5-FU est associada ao

    seu metabolismo, devido formao de monofosfato

    de fluorodeoxiuridina (FdUMP). O FdUMP ummetablito ativo que age inibindo a enzima timidilatosintetase (S) e impedindo assim a sntese de DNA,

    levando a clula apoptose6.O 5-FU tambm convertido em monofosfato

    de fluorouridina (FUMP), que pode ser submetido aduas fosforilaes sucessivas para formar o difosfato de

    fluorouridina (FUDP) e, em seguida, o trifosfato de

    fluorouridina (FUP), o qual pode ser incorporado noRNA ao invs da uridina-5-trifosfato (UP), interferindo

    no processamento do RNA. A citotoxicidade resulta dainterferncia do frmaco na replicao do RNA e da

    depleo da timidina, que segue ligada com a enzimatimidilato sintetase5.

    Estudos demonstram que as concentraes de

    5-FU apresentam ampla variao, mesmo quandodeterminadas com base na rea de superfcie corporal.Estudo recente demonstrou que, quando as doses de

    5-FU so calculadas com base na rea de superfciecorporal, entre 40 a 60% dos pacientes recebem doses

    inferiores s adequadas. Esses dados justificam o uso damonitorizao teraputica, uma vez que o 5-FU possui

    um estreito ndice teraputico8.

    Figura 1. Metabolismo do 5-fluoruracil

    5-FU: 5-Fluoruracil; DPD: diidropirimidina desidrogenase; DHFU: diidrofluorouracil; FUMP: monofosfato de fluorouridina; FUDP: difosfato de fluorouridina;FUP: trifosfato de fluorouridina; FdUMP: monofosfato de fluorodeoxiuridina; FdUDP: difosfato de fluorodeoxiuridina; FdUP: trifosfato de fluorodeoxiuridina;S: timidilato sintetase; FUR: fluorouridina; 5-10-CH

    2FH

    4: 5,10-metilenotetrahidrofolato; dUMP: desoxiuridina monofosfato; dMP: desoxitimidina monofosfato;

    dP rifosfato de desoxitimidina; FdURd 5- fluorodesoxiuridina; MHFR - Metilenotetrahidrofolato redutase; 5-CH2FH

    4: 5-Metilenotetrahidrofolato

    Fonte: Malet-Martino & Martino, 2002

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    5-Fluoruracil e Cncer Colorretal

    Revista Brasileira de Cancerologia 2013; 59(2): 271-280

    Embora os benefcios da administrao de 5-FU emquimioterapia estejam estabelecidos, a toxicidade associada

    ao 5-FU um grande problema clnico e tem sido relatadoem associao com variantes deletrias na sequncia do

    gene diidropirimidina desidrogenase (DPYD)21,22. Dessaforma, a administrao de uma dose padro de 5-FU para

    uma populao de pacientes produz uma ampla gama

    de respostas, devido grande variabilidade metablicaindividual19. A anlise da atividade da enzima DPD podeser um determinante importante para predizer a eficcia

    e toxicidade do 5-FU e pode ser til para individualizara administrao de 5-FU antes da primeira dose,

    pois essa enzima geneticamente polimrfica controlaaproximadamente 80% da eliminao de 5-FU4.

    A deficincia da DPD pode ser total ou parcial, oque pode resultar em falha teraputica e efeitos adversos

    graves, incluindo a morte, devido ao acmulo dofrmaco no organismo4. Essas reaes adversas devido

    quimioterapia interferem drasticamente com a sade,e estima-se aumentar significativamente os custos

    hospitalares e com outros medicamentos. Vrios mtodospara prever a atividade da DPD tm sido propostos, tais

    como: genotipagem dos genes DPYD20-23, timidilatosintetase (YMS) e metilenotetrahidrofolato redutase

    (MHFR)22-24, determinao da atividade DPD em clulasmononucleares do sangue perifrico19,20,23, administrao

    de uma dose teste de 5-FU e avaliao endgena da razouracil/diidrouracil (U/UH2) no plasma17,20,24.

    Estudos moleculares identificaram uma relao entreas variantes allicas no gene DPYD, que codifica a DPD,associado a uma deficincia na atividade enzimtica. O gene

    DPYDpossui pelo menos sete mutaes identificadas. Amutao mais frequente em pacientes com deficincia parcial

    ou completa de atividade enzimtica o alelo DPD*2A. Ospacientes heterozigotos para esse polimorfismo tm baixa

    atividade da enzima DPD e apresentam toxicidade para5-FU. Cerca de 3% dos pacientes podem ser heterozigotos

    para um alelo mutante DPYD4.As tcnicas empregadas para a identifi cao de

    mutaes conhecidas do gene DPYDincluem a reaoem cadeia de polimerase associada a polimorfismos dos

    comprimentos dos fragmentos de restrio e reao emcadeia de polimerase em tempo real. Esses mtodos

    oferecem capacidade de deteco rpida. Entretanto, eless podem ser utilizados para rastrear as mutaes que j

    so conhecidas. Assim, devido provvel existncia deoutras mutaes ainda no conhecidas, a genotipagem

    considerada de baixo valor preditivo19.Recentemente, foram propostas alternativas mais

    simples e eficientes para caracterizar a atividade da enzimaDPD antes do incio do tratamento com 5-FU, tais como:

    administrao oral de uma dose teste de uracil e subsequente

    determinao das concentraes plasmticas de uracil eseu metablito diidrouracil atravs de cromatografia

    lquida de alta eficincia (CLAE), normalmente associadaa detectores espectrofotomtricos20,25. Considerando que

    a enzima DPD responsvel pela reduo fisiolgica deuracil (U) para diidrouracil (UH

    2), a avaliao da razo

    U/UH2no plasma est relacionada atividade da DPD e

    pode permitir individualizar as doses de 5-FU de acordocom o nvel de atividade da enzima de cada paciente17.Essa abordagem foi aplicada em um estudo com pacientes

    que receberam uma dose de 500 mg/m2de uracil por viaoral, sendo 11 indivduos com atividade normal da DPD

    e dez indivduos com deficincia enzimtica. O estudodemonstrou que em indivduos com atividade normal

    da DPD o uracil foi completamente eliminado dentro deaproximadamente 180 minutos, enquanto em pacientes

    com deficincia de DPD, a concentrao plasmtica deuracil esteve entre 2,1 a 2,5 mg/L aps o mesmo intervalo

    de tempo, indicando que a depurao do uracil estavadiminuda20.

    Cordier et al. tambm descreveram a avaliao da razoU/UH

    2atravs de CLAE como um mtodo eficaz para

    identificar a deficincia de DPD. Em estudo com doispacientes que receberam 5-FU aps resseco cirrgica,

    foi determinado que o paciente que recebeu uma dose de5-FU totalizando 6.400 mg desenvolveu efeitos adversosgrau 4 como mucosite e alteraes hematolgicas e

    grau 2 como trombocitopenia, assim como distrbiosneurolgicos como sonolncia e disartria. Atravs da

    determinao da razo U/UH2 no plasma empregandoCLAE, foi caracterizado que o paciente apresentava uma

    grave deficincia da atividade da DPD, com um razo de3,6. O segundo paciente, que recebeu um total de 6.150

    mg de 5-FU, apresentou repentina neurotoxicidade grau5 (crises convulsivas associadas perda persistente de

    conscincia), com uma razo U/UH2de 5,6. Ambos os

    pacientes apresentaram razes U/UH2significativamente

    superiores quelas encontradas em indivduos nodeficientes de DPD, que estiveram entre 0,5 a 1,910.

    Outra forma para avaliar a atividade da DPD a incubao de clulas mononucleares do sangue

    perifrico com uracil e a avaliao da taxa de produo demetablitos. Entretanto, a complexidade do procedimento

    limita a sua utilizao na triagem dos pacientes antes doincio da terapia com 5-FU19.

    Vrios estudos foram realizados para avaliar o valorpreditivo de polimorfismos nos genes DPYD, TYMS

    e MTHFRna teraputica com 5-FU22,24. Loganayaganet al. investigaram essa associao em um estudo com

    47 pacientes com cncer colorretal que desenvolveramtoxidades graves de graus 3 e 4 aps administrao de

    5-FU. odos os 23 xons foram sequenciados em todos os

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    Revista Brasileira de Cancerologia 2013; 59(2): 271-280

    pacientes. Mielotoxicidade (38%) e diarreia (38%) foramos efeitos txicos mais comuns, seguidos de mucosite

    (18%), sndrome mo-p (4%) e neurotoxicidade (2%). Aprevalncia de heterozigotos com variantes na sequncia do

    gene DPYDcom risco de toxicidade grave com a variante1905+1 G>A (DPYD 2) foi considerada a mais comum

    (8,5%). odos os casos desenvolveram diarreia grave.Em quatro pacientes (8,5%), foi identificada a variante

    2846A> (DPYD 9B), e, em apenas um, foi identificadaa variante 1679>G (DPYD 7). No total, nove pacientes

    (19%) que desenvolveram toxicidade precoce relacionadaao 5-FU possuam variantes no gene DPYD21.

    A metilenotetrahidrofolato redutase (MHFR) uma enzima fundamental no metabolismo do folato e

    na citotoxidade do 5-FU23,25,26. Dois polimorfismos denucleotdeo nico, MHFR 677C> e 1298A>C, reduzem

    a atividade dessa enzima22. Em um estudo realizado com331 pacientes tratados com 5-FU e leucovorina, no foi

    observada associao dos polimorfismos MHFR 677C>e 1298A>C com a sobrevida ou sobrevida livre de recidiva

    dos pacientes8. No entanto, o polimorfismo 677C> podeestar associado com menor toxicidade no tratamento de

    5-FU. A deteco de uma mutao MHFR est associada diminuio da atividade de MHFR e ao aumento

    da S; porm os autores concluram que a aplicao deanlises de polimorfismos de nucleotdeo nico para

    tratamento individualizado considerada de baixo valorpreditivo8. Afzal et al. realizaram um estudo semelhante

    com dois grupos de 161 e 340 pacientes e identificaramque alelos associados baixa atividade de MHFR foram

    associados com diminuio do risco de toxicidade e queuma combinao especfica de polimorfismos daMTHFR

    e TYMSfoi associada significativamente com aumento datoxidade grave em ambos os grupos24. As mutaes no gene

    TYMS resultam em expresso reduzida de S e podemestar associadas com uma maior capacidade de resposta

    clnica terapia com 5-FU e possivelmente um aumentodo risco de toxicidade22,24.

    A exposio total do paciente a um frmaco expressapela rea sob a curva de concentrao plasmtica versuso tempo aps a administrao do frmaco (ASC). Nessa

    curva, podem ser visualizados o pico de concentraoplasmtica e o estado de equilbrio (steady-state) em funo

    do tempo aps a administrao do medicamento, variveisque apresentam relao com magnitude da toxicidade e a

    taxa de sobrevivncia4.Gamelin et al. investigaram a relao entre rea de

    superfcie corporal e farmacocintica do 5-FU em doisgrupos de pacientes com cncer colorretal metasttico.

    Os autores encontraram uma falta de associao completaentre a rea de superfcie corporal e a depurao de 5-FU9.

    ALNAIM relata que a dosagem de 5-FU baseada na rea

    de superfcie corporal no apresenta nenhuma correlaocom depurao plasmtica, caracterizando a limitao

    da determinao de doses de 5-FU com base na rea desuperfcie corporal4.

    Da mesma forma, Gamelin et al. compararamas respostas de 5-FU em funo de sua dosagem

    convencional e da dose ajustada para manuteno deuma ASC de 20 a 25 mg.h/L (27). Participaram do

    estudo 208 pacientes com cncer colorretal, sendo asdoses ministradas da seguinte forma: em um dos braos

    de 104 pacientes (brao A) a dose de 5-FU ministradafoi calculada com base na rea de superfcie corporal;

    enquanto no outro brao (brao B) de 104 pacientes adose de 5-FU foi ajustada individualmente com base nas

    concentraes plasmticas do frmaco, a fim de obtera ASC desejada. O regime inicial era de 1.500 mg/m2

    de 5-FU em conjunto com 200 mg/m2de infuso decido folnico durante um perodo de 8 horas contnuas,

    administrado uma vez por semana. As doses de 5-FUforam ajustadas semanalmente no brao B, sendo que

    17,3% dos pacientes necessitaram de reduo de dosese 68% necessitaram de aumento de doses para obter a

    ASC determinada. Aps esse ajuste farmacocintico,94% dos pacientes do brao B atingiram a ASC esperada.

    Os pacientes submetidos ao tratamento com dosesajustadas farmacocineticamente apresentaram reduo da

    incidncia de toxidade graus 3 e 4 quando comparadas dosagem padro (4% versus18%). Os pacientes do brao

    B tiveram uma taxa de resposta total de 33,7% e os dobrao A, uma taxa de 18,3%. Os pacientes com dosesajustadas tiveram uma taxa de sobrevida mdia de 22

    meses contra 16 meses nos regimes padres. Com baseneste estudo, foi proposta uma ASC de 20-25 mg.h/L

    como sendo a exposio tima ao 5-FU27.

    Capitain et al. realizaram estudo em que tambmcompararam as respostas de 5-FU em funo da dosagem

    convencional e da dose ajustada. Nesse estudo, umtotal de 118 pacientes receberam doses de 5-FU noesquema infusional FOLFOX, as quais foram ajustadas

    individualmente. O brao de comparao consistiu em39 pacientes que receberam doses de 5-FU no mesmo

    esquema infusional com dosagens baseadas na rea desuperfcie corporal. No brao que recebeu doses ajustadas,

    a taxa de resposta objetiva foi de 69,7% e a sobrevidaglobal mediana e sobrevida livre de progresso mediana

    foi de 28 e 16 meses, respectivamente. Nos pacientesque receberam as dosagens baseadas na rea de superfcie

    corporal, a taxa objetiva de resposta foi de 46% e asobrevida global mediana e sobrevida livre de progresso

    mediana foi de 22 e 10 meses, respectivamente. Asincidncias de toxicidades mais comuns foram 1,7% para

    diarreia, 0,8% para mucosite e 18% para neutropenia

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    no grupo de dose ajustada e 12%, 15% e 25% para osmesmos efeitos no grupo com doses baseadas na rea de

    superfcie corporal11.Em estudo semelhante, Ychou et al. relataram uma taxa

    de resposta objetiva nos pacientes com regimes infusionaisajustados de 32,6% contra 14,5% nos pacientes com doses

    baseadas em rea corporal. E uma incidncia de toxicidadede 11,1% nos pacientes com doses ajustadas contra 23,9%

    nos pacientes sem ajuste de dose3.Saif et al. identificaram uma associao entre nveis

    de ASC superiores a 25 mg.h/L e risco aumentado para odesenvolvimento de toxicidade em pacientes com cncer

    colorretal, enquanto entre pacientes com cncer de cabeae pescoo a maior chance de toxicidade foi associada

    ASC superiores a 30 mg.h/L8. Assim, pode-se supor ainfluncia do tipo de cncer sobre os valores alvos de ASC

    para a definio da maior toxicidade pelo 5-FU. A abela 1apresenta estudos que avaliaram a relao entre a exposio

    sistmica ao 5-FU e os resultados teraputicos obtidos.Dessa forma, existem fortes evidncias de uma associao

    entre a concentrao plasmtica de 5-FU em regimesinfusionais e a toxicidade e eficcia clnica, indicando que

    doses de 5-FU ajustadas farmacocineticamente podemmelhorar substancialmente a resposta teraputica a esse

    frmaco. Por outro lado, esses estudos demonstraramque apenas 20 a 30% dos pacientes tratados com regimes

    usuais de 5-FU apresentam exposies adequadas aofrmaco4. As evidncias acumuladas indicam que as

    variaes individuais do 5-FU requerem um ajuste de doseindividual. Estudos recentes demonstraram que a ASC

    ideal para todos os regimes infusionais de 5-FU de 20-25 mg.h/L7,28. Dessa forma, a monitorizao teraputica

    de 5-FU, ou seja, a determinao de concentraesplasmticas para o devido ajuste farmacocintico

    pode representar uma abordagem mais racional para a

    administrao de 5-FU de modo a obter uma exposiosistmica tima ao frmaco, com aumentos de eficcia e

    reduo de toxicidade8,23.Vrios mtodos analticos, plenamente validados,

    foram relatados para a determinao de 5-FU em fluidosbiolgicos incluindo a cromatografia gasosa (CG) e

    cromatografia lquida de alta-eficincia (CLAE), comdiversas formas de preparao das amostras e de detectores.

    Entretanto, devido sua sensibilidade e facilidadeoperacional, a CLAE tem sido o mtodo mais empregado,

    normalmente associado a separaes em fase reversa e adeteco espectrofotomtrica8,23,29,30.

    Um dos principais desafios na determinao de 5-FUem amostras biolgicas a estabilidade desse frmaco. O

    5-FU instvel em sangue total, principalmente devido atividade da enzima DPD eritrocitria, e a separao

    de clulas a partir do plasma crtica para a estabilidadedesse composto. ambm, a temperatura de conservao

    das amostras fundamental para a estabilidade de5-FU5. A degradao minimizada quando o plasma

    armazenado a temperaturas de 4C ou inferiores ese o plasma for livre de clulas sanguneas 31,32. Dessa

    forma, o sangue deve ser colocado em gelo e o plasmaseparado do sangue total dentro de 1 hora aps coleta,

    cuidando para assegurar plasma livre de clulas do sanguee para que no ocorra hemlise31. No plasma humano,

    o 5-FU estvel pelo menos durante cinco ciclos decongelamento-descongelamento33. Kosovec et al. relatam

    que a estabilidade de 5-FU em soluo aquosa de 6horas em temperatura ambiente e de 22 meses a -80C34.

    O 5-FU estvel no plasma humano por at 1 ano e naurina humana por at 3 meses, quando armazenadas a

    -80 C3,23,33. Casale et al. descreveram a estabilidade do5-FU em plasma humano por 3-4 semanas se mantida

    a -28C35.

    Estudos Associao observada Resultados teraputicos

    Ychou et al. Aumento da eficcia clnica

    Diminuio da toxicidade

    Aumento da taxa de resposta objetiva de 32,6% vs14,5% em regimes sem ajuste de doseReduo de toxicidade graus 3 e 4 de 11,1% vs23,9%nos regimes sem ajuste de dose

    Gamelin et al. Aumento da eficcia clnica

    Diminuio da toxicidade

    Aumento da taxa de sobrevida de 22 vs16 meses nosregimes sem ajuste de doseReduo de toxicidade graus 3 e 4 de 4% vs18% nosregimes sem ajuste de dose

    Alnaim Aumento da eficcia clnica 70-80% dos pacientes com doses ajustadas atingiramintervalo teraputico adequado vs20-30% nos regimessem ajuste de dose

    Kaldate Aumento da eficcia clnica Aumento da taxa de resposta objetiva de 39% etaxa de sobrevida de 22 meses vs19% e 16 meses,respectivamente, nos regimes sem ajuste de dose

    Tabela 1. Estudos clnicos avaliando a exposio ao 5-FU e resultados teraputicos em cncer colorretal

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    CONCLUSO

    Existem evidncias clnicas e laboratoriais de umarelao entre a exposio sistmica ao 5-FU e as respostas

    teraputicas no tratamento do cncer colorretal, sendoque reas sob a curva concentrao-tempo entre 20a 25 mg.h/L permitem um adequado balano entre

    maximizao da eficcia e reduo da toxicidade. ambm, possvel avaliar a atividade da enzima DPD previamente

    ao tratamento com 5-FU para identificar os pacientes emrisco de toxicidade grave. Mtodos analticos baseados

    em CLAE esto disponveis para determinar 5-FU emplasma de forma confivel, permitindo a disseminao do

    monitoramento teraputico desse frmaco. Dessa forma, possvel desenvolver regimes teraputicos individualizados

    de 5-FU no cncer colorretal, com impactos significativosnos resultados teraputicos.

    CONTRIBUIES

    odos os autores contriburam na concepo eplanejamento, obteno e anlises dos dados, bem como

    na redao e reviso do manuscrito.

    Declarao de Conflito de Interesses: Nada a Declarar.

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    Abstract

    Introduction:5-FU is an antimetabolite widely used in the treatment of colorectal cancer, presenting a significantinterindividual variability in both therapeutic response and occurrence of toxicity, which may be attributed to its

    variable pharmacokinetics. Objectives:Te purpose of this study is to review the clinical and laboratory aspectsof the pharmacokinetic individualization of 5-FU dose regimens in colorectal cancer. Method:It was performed a

    bibliographic search on the databases PubMed, Periodicals Capes, SciElo, Medline and Bireme, including studiespublished since 1997. Search key-words were 5-Fluorouracil; Pharmacokinetic individualization; Colorectal cancer;

    Terapeutic drug monitoring, both in English and Portuguese. Results:Tere are evidences of a relationship betweenthe systemic exposure to 5-FU and treatment responses, with an area under the concentration-time curve of 20-

    25 mg.h/L representing a compromise between efficacy maximization and toxicity reduction. It is also possible toevaluate the DPD enzyme activity prior to 5-FU treatment through phenotypic methods, identifying patients at risk

    of severe toxicity. Analytical methods based on high performance liquid chromatography are available to measure5-FU concentrations in plasma, allowing the dissemination of therapeutic drug monitoring in 5-FU treatments.

    Conclusion:Pharmacokinetics individualization allows the tailoring of personalized 5-FU therapeutic regimens incolorectal cancer, with significant impacts on the results of the therapy.

    Key words: Colorectal Neoplasms; Pharmacokinetics; Antineoplastc Agents-therapeutic use; Antineoplastc Agentsadverse effects; Drug Terapy

    ResumenIntroduccin:El 5-Fluoruracil (5-FU) es un antimetablito ampliamente utilizado en el tratamiento del cncer

    colorrectal, con significativa variabilidad en la respuesta teraputica y en la ocurrencia de toxicidad asociada a sufarmacocintica variable. Objetivo:Revisar los aspectos clnicos y laboratoriales de la individualizacin farmacocintica

    de los tratamientos con 5-FU en pacientes con cncer colorrectal. Mtodo: Se realiz una revisin de literatura enlas bases de datos PubMed, Peridicos Capes, SciElo, Medline y Bireme. Se incluyeron estudios publicados a partir

    de 1997, con las palabras clave 5-Fluoruracil; individualizacin farmacocintica; cncer colorrectal; monitoreoteraputico de frmacos. Resultados:Existen evidencias de una relacin entre la exposicin sistmica al 5-FU y las

    respuestas teraputicas en el tratamiento, siendo que reas bajo la curva concentracin-tiempo entre 20 y 25 mg.h/Lpermiten un adecuado balance entre maximizacin de la eficacia y reduccin de la toxicidad. ambin, es posible

    evaluar la actividad de la enzima dihidropirimidina desidrogenasis (DPD) previamente al tratamiento con 5-FU atravs de mtodos fenotpicos, identificando los pacientes en riesgo de toxicidad grave. Mtodos analticos basados

    en cromatografa lquida de alta eficiencia estn disponibles para determinar 5-FU en plasma de manera fiable,permitiendo la diseminacin del monitoreo teraputico de este frmaco. Conclusin:A travs de la individualizacinfarmacocintica es posible desarrollar regmenes teraputicos de 5-FU personalizados en el cncer colorrectal, con

    impactos significativos en los resultados teraputicos.Palabras clave: Neoplasias ColorrectalesFamacocintica; Antineoplsicos-uso teraputico; Antineoplsicos-efctos

    adversos; Quimioterapia