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15-05-2020 MACROECONOMIA Vírus faz mutações nas projeções económicas Pandemia entrou na evolução das variáveis económicas, mas falta de exemplos históricos e imprevisibilidade leva economistas a entrarem em território desconhecido. CRISE NO GOVERNO "Novela Centeno" leva ministro das Finanças de volta à casa de saída Críticas de Marcelo devolvem presidente do Eurogrupo ao "plano inicial" de sair do Governo. Mas primeiro que fazer o Orçamento suplementar. LEONARDO RALHA E SHRIKESH LAXMIDAS [email protected] As notícias quanto à saída imedia- ta de Mário Centeno do Governo chegaram a ser exageradamente manifestas em todo o tipo de ecrãs, com o seu nome a suplantar o reality show "Big Brother" na li- derança das tendências da rede social Twitter em Portugal na noite de quarta-feira, reinventan- do a célebre resposta do escritor norte-americano Mark Twain à publicação antecipada do seu obi- tuário, mas a sucessão de peripé- cias que o levou a manter-se no Executivo está longe de fazer da saída a prazo do ministro das Fi- nanças uma notícia manifesta- mente exagerada. Sendo certo que ficará no Ter- reiro do Paço mais algum tempo, ainda que não o bastante para ba- ter o recorde de longevidade de Teixeira dos Santos no Ministério das Finanças em tempos de demo- cracia, e o suficiente para termi- nar o mandato à frente do Euro- grupo e elaborar o Orçamento su- plementar com que o Governo conta iniciar a recuperação econó- mica, Centeno teve direito a um comunicado do primeiro-ministro a "reafirmar publicamente a sua confiança pessoal e política no mi- nistro do Estado e das Finanças", mas uma notícia sobre um pedido de desculpas de Marcelo Rebelo de Sousa motivou uma nota, ontem pubicada no site da Presidência da República, em que ficou claro que o Chefe de Estado "não se pronun- ciou, nem tinha de se pronunciar, sobre questões internas do Gover- no, nomeadamente o que é maté- ria de competência do primeiro- -ministro, a saber a confiança poli- tica nos membros do Governo a que preside". Face a isto, António Costa Pinto considera que "quem- sai prejudica- do é o ministro das Finanças, pela simples razão que depende da ex- clusiva confiança política do pri- meiro-ministro". No entanto, o politólogo também salientou ao Jornal Económico que se trata de um ministro "que tinha no fun- damental programada a sua saída". Adiantou que "por si só, é um evento político com pouco signifi- cado", mas alertou que "esta crise pode ter provocado um regresso ao plano original, que é a saída efe- tiva do ministro das Finanças". Uma semana em lume brando A crise política começou como na teoria do caos, sendo o bater de asas de uma borboleta substituído pela pergunta de Catarina Martins sobre um reforço do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução para injetar no Novo Banco no de- bate quinzenal da semana passada. António Costa garantiu que tal não sucederia até haver resultados da auditoria, mas teve de assumir o erro na sexta-feira passada e apre- "Quem sai prejudicado, natiralmente, é o ministro das Finanças, pela simples razão de que depende da exclusiva confiança política do primeiro- -ministro", diz António Costa Pinto sentar desculpas à coordenadora do Bloco de Esquerda, que consi- derou a injeção de 850 milhões de euros "mais relevante e -mais cho- cante" do que a falta de conheci- mento do primeiro-ministro. A polémica manteve-se em lume brando, com o próprio Centeno a reduzi-la a uma "falha de comuni- cação" na entrevista que deu à TSF na manhã de terça-feira. Mas na quarta-feira, ao ser ouvido na Co- missão de Orçamento e Finanças, o ministro das Finanças não resis- riu a dizer que seria uma irrespon- sabilidade não proceder a uma in- jeção que estava contratualizada. Horas depois, no final de uma visita à Autoeuropa em que Antó- nio Costa fez questão de dizer aos jornalistas que pretendia reencon- trar Marcelo Rebelo de Sousa em Palmela daí um ano, no início do segundo mandato presidencial que carece da decisão sobre unia recan- didatura ainda não comunicada pelo próprio, o Chefe de Estado revelou-se fulminante para Cente- no. "O primeiro-ministro esteve muito bem no Parlamento quando disse que fazia sentido que o Esta- do cumprisse as suas responsabili- dades, mas naturalmente se conhe- cesse previamente a conclusão da auditoria", sentenciou, afastando- -se quando lhe perguntaram se o inverso se aplicava ao ministro. Tudo o que se seguiu, com o presidente do PSD, Rui Rio, a ini- ciar no Twitter aquilo que concre- tizou nos Passos Perdidos ao fmal da tarde de quarta-feira, dizendo que Centeno se colocou "numa po- sição insustentável", levou a que Centeno fosse ao encontro de An- tónio Costa para apresentar a de- missão que ficou adiada, naquilo que o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, descreveu como "uma novela lamentável". ANIA ATAÍDE [email protected] A Covid- 19 fez milhares de mortes e milhões de infetados, paralisou paí- ses e está a levar os modelos de proje- ções macroeconómicas para territó- rio desconhecido, afetando a forma como os governos têm de adaptar as bases das decisões em matéria de po- líticas públicas. Os economistas con- sultados pelo Jornal Económico são unãnimes em identificar uma difi- culdade acrescida devido ao compor- tamento incerto de variáveis-chaves no futuro próximo, seja através dos agentes económicos, seja pelos efei- tos de uma possível nova vaga. luz da maioria dos modelos uti- lizados para projeções macroeconó- micas, a atual pandemia é um choque sem precedentes", diz Miguel de Fa- ria e Castro, economista na Reserva Federal (Fed) de St. Louis. um choque que efetivamente não ocorre cerca de 100 anos, desde a gripe espanhola, e a maior parte dos mo- delos que são usados para construir projeções foram desenvolvidos nos últimos 50-60 anos", vinca. Mas tal choque teve que ser inte- grado nos cálculos das principais ins- tituições internacionais e nacionais, com todas a alertarem para o elevado grau de incerteza. As primeiras pro- jeções nacionais chegaram pelo Ban- co de Portugal (BdP), em março, que

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15-05-2020

MACROECONOMIA

Vírus faz mutações nas projeções económicas

Pandemia entrou na evolução das variáveis económicas, mas falta de exemplos históricos e imprevisibilidade leva economistas a entrarem em território desconhecido.

CRISE NO GOVERNO

"Novela Centeno" leva ministro das Finanças de volta à casa de saída Críticas de Marcelo devolvem presidente do Eurogrupo ao "plano inicial" de sair do Governo. Mas primeiro há que fazer o Orçamento suplementar.

LEONARDO RALHA E SHRIKESH LAXMIDAS [email protected]

As notícias quanto à saída imedia-ta de Mário Centeno do Governo chegaram a ser exageradamente manifestas em todo o tipo de ecrãs, com o seu nome a suplantar o reality show "Big Brother" na li-derança das tendências da rede social Twitter em Portugal na noite de quarta-feira, reinventan-do a célebre resposta do escritor norte-americano Mark Twain à publicação antecipada do seu obi-tuário, mas a sucessão de peripé-cias que o levou a manter-se no Executivo está longe de fazer da saída a prazo do ministro das Fi-nanças uma notícia manifesta-mente exagerada.

Sendo certo que ficará no Ter-reiro do Paço mais algum tempo, ainda que não o bastante para ba-ter o recorde de longevidade de Teixeira dos Santos no Ministério das Finanças em tempos de demo-cracia, e só o suficiente para termi-nar o mandato à frente do Euro-grupo e elaborar o Orçamento su-plementar com que o Governo conta iniciar a recuperação econó-mica, Centeno teve direito a um comunicado do primeiro-ministro a "reafirmar publicamente a sua confiança pessoal e política no mi-nistro do Estado e das Finanças", mas uma notícia sobre um pedido de desculpas de Marcelo Rebelo de Sousa motivou uma nota, ontem pubicada no site da Presidência da República, em que ficou claro que o Chefe de Estado "não se pronun-ciou, nem tinha de se pronunciar, sobre questões internas do Gover-no, nomeadamente o que é maté-ria de competência do primeiro--ministro, a saber a confiança poli-

tica nos membros do Governo a que preside".

Face a isto, António Costa Pinto considera que "quem-sai prejudica-do é o ministro das Finanças, pela simples razão que depende da ex-clusiva confiança política do pri-meiro-ministro". No entanto, o politólogo também salientou ao Jornal Económico que se trata de um ministro "que já tinha no fun-damental programada a sua saída". Adiantou que "por si só, é um evento político com pouco signifi-cado", mas alertou que "esta crise pode ter provocado um regresso ao plano original, que é a saída efe-tiva do ministro das Finanças".

Uma semana em lume brando A crise política começou como na teoria do caos, sendo o bater de asas de uma borboleta substituído pela pergunta de Catarina Martins sobre um reforço do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução para injetar no Novo Banco no de-bate quinzenal da semana passada. António Costa garantiu que tal não sucederia até haver resultados da auditoria, mas teve de assumir o erro na sexta-feira passada e apre-

"Quem sai prejudicado, natiralmente, é o ministro das Finanças, pela simples razão de que depende da exclusiva confiança política do primeiro--ministro", diz António Costa Pinto

sentar desculpas à coordenadora do Bloco de Esquerda, que consi-derou a injeção de 850 milhões de euros "mais relevante e -mais cho-cante" do que a falta de conheci-mento do primeiro-ministro.

A polémica manteve-se em lume brando, com o próprio Centeno a reduzi-la a uma "falha de comuni-cação" na entrevista que deu à TSF na manhã de terça-feira. Mas na quarta-feira, ao ser ouvido na Co-missão de Orçamento e Finanças, o ministro das Finanças não resis-riu a dizer que seria uma irrespon-sabilidade não proceder a uma in-jeção que estava contratualizada.

Horas depois, no final de uma visita à Autoeuropa em que Antó-nio Costa fez questão de dizer aos jornalistas que pretendia reencon-trar Marcelo Rebelo de Sousa em Palmela daí um ano, no início do segundo mandato presidencial que carece da decisão sobre unia recan-didatura ainda não comunicada pelo próprio, o Chefe de Estado revelou-se fulminante para Cente-no. "O primeiro-ministro esteve muito bem no Parlamento quando disse que fazia sentido que o Esta-do cumprisse as suas responsabili-dades, mas naturalmente se conhe-cesse previamente a conclusão da auditoria", sentenciou, afastando--se quando lhe perguntaram se o inverso se aplicava ao ministro.

Tudo o que se seguiu, com o presidente do PSD, Rui Rio, a ini-ciar no Twitter aquilo que concre-tizou nos Passos Perdidos ao fmal da tarde de quarta-feira, dizendo que Centeno se colocou "numa po-sição insustentável", levou a que Centeno fosse ao encontro de An-tónio Costa para apresentar a de-missão que ficou adiada, naquilo que o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, descreveu como "uma novela lamentável". •

ANIA ATAÍDE [email protected]

A Covid- 19 já fez milhares de mortes e milhões de infetados, paralisou paí-ses e está a levar os modelos de proje-ções macroeconómicas para territó-rio desconhecido, afetando a forma como os governos têm de adaptar as bases das decisões em matéria de po-líticas públicas. Os economistas con-sultados pelo Jornal Económico são unãnimes em identificar uma difi-culdade acrescida devido ao compor-tamento incerto de variáveis-chaves no futuro próximo, seja através dos agentes económicos, seja pelos efei-tos de uma possível nova vaga.

"À luz da maioria dos modelos uti-lizados para projeções macroeconó-micas, a atual pandemia é um choque sem precedentes", diz Miguel de Fa-ria e Castro, economista na Reserva Federal (Fed) de St. Louis. "É um choque que efetivamente não ocorre há cerca de 100 anos, desde a gripe espanhola, e a maior parte dos mo-delos que são usados para construir projeções foram desenvolvidos nos últimos 50-60 anos", vinca.

Mas tal choque teve que ser inte-grado nos cálculos das principais ins-tituições internacionais e nacionais, com todas a alertarem para o elevado grau de incerteza. As primeiras pro-jeções nacionais chegaram pelo Ban-co de Portugal (BdP), em março, que

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num cenário-base previa a contração do PIB de 3,7% este ano e de 5,7% num cenário adverso. Em abril, o FMI mostrou-se mais pessimista e via a economia portuguesa a tombar 8%, mas no início de maio Bruxelas previa uma queda de 6,8%. Em qual-quer caso, espera-se uma crise supe-rior à de 2012, ainda que o compor-tamento epidemiológico e os pri-meiros sinais sobre a retoma da ativi-dade económica dos países que aban-donam o desconfinamento afetem os números estimados.

"A evolução da pandemia passou a ser um fator a ter em conta na evolu-ção das variáveis económicas. Isto coloca dificuldades acrescidas porque se trata de um fator sobre o qual se sabe ainda relativamente pouco", realça Pedro Bação, professor auxi-liar na Universidade de Coimbra.

Francisca Guedes de Oliveira, dean para os programas de mestrado da Católica Porto Business School, ex-plica que tipicamente os cenários macroeconómicos são construídos tendo por base um determinado contexto provável, medindo-se em tomo do mesmo a sensibilidade a os-cilações de variáveis consideradas re-levantes, como o preço do petróleo ou a procura externa. Porém, "acon-tecimentos extraordinários e raros não são, por definição, previsíveis. Nesse sentido não é possível inclui--los neste tipo de modelização, à par-

tida". A solução é, a posteriori, tentar rever os cenários incluindo aconteci-mentos não antecipáveis. "Claro que, para o fazer, tem que se conseguir compreender quais as variáveis eco-nómicas que estes acontecimentos poderão afetar e em que magnitude" realça. É essa a dificuldade, levando a que o impacto da pandemia esteja "a ser incluído nos cenários com ban-das de variação muito largas"

A falta de exemplos nas últimas décadas que permitam uma compa-ração está a ser um entrave nos exer-cícios de extrapolação. "Não há a ex-periência de casos anteriores em eco-nomias modernas - a pandemia da gripe espanhola foi há muito tempo - para se poder formar uma ideia re-lativamente precisa sobre qual é o comportamento típico numa situa-ção destas, e a probabilidade de o comportamento se afastar do com-portamento típico", diz Pedro Bação.

Miguel de Faria e Castro recorda que a estrutura das economias era muito distinta, pelo que "os efeitos da pandemia seriam fundamentalmen-te diferentes", atribuindo "parte si-gnificativa das consequências econó-micas" a políticas de mitigação e con-tenção, "que não foram implementa-das à mesma escala em 1918-1919". Algo que invalida grande parte das comparações com essse período.

Ainda assim, António Afonso, presidente da Unidade de Estudos

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sobre Complexidade e Economia do ISEG, assinala que há sempre lições a retirar do passado. "Tentar perceber se crises anteriores, se bem que de menor dimensão, podem dar alguma indicação sobre a atual situação. Por exemplo, a seguir à crise financeira global de 2008-2009, o consumo pri-

MIGUEL FARIA E CASTRO Economista na Reserva Federal de St. Louis

FRANCISCA GUEDES DE OLIVEIRA Dean Programas de mestrado da Católica Porto Business School

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vado em termos reais (cerca de 2/3 do PIB) sofreu uma redução muito significativa (chegando a -4% nal-guns trimestres em 2012-2013)", diz.

Miguel de Faria e Castro elenca entre as "grandes fontes de incerte-za", o facto de a maioria dos modelos estar preparado para traçar projeções

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PEDRO BAÇÃO Professor auxiliar da Universidade de Coimbra

ANTÓNIO AFONSO Presidente da Unidade de Estudos sobre Complexidade e Economia do ISEG

sobre o comportamento de variáveis macroeconómicas, como desempre-go ou consumo, face a choques eco-nómicos, de oferta agregada ou de procura agregada. E estamos perante algo diferente. "É um choque que tem origem fora da economia, e que tem consequências tanto a nível da oferta (com o fecho de determinados setores de atividade económica como restaurantes ou hotéis) como a nível da procura (a redução do con-sumo que advém do fecho desses se-tores, do aumento do desemprego, e da incerteza quanro ao futuro)", diz.

Sendo a economia uma ciência so-cial e humana, Francisca Guedes de Oliveira lembra que está "extraordi-nariamente exposta a variações com-portamentais", dependentes de vá-rios aspetos. "Uns mais previsíveis, por serem sistemáticos e consisten-tes, outros menos, por serem do foro mais psicológico e individual. Na abertura da economia irá prevalecer o receio e o autoconfinamento e, consequentemente, um aumento moderado do consumo privado ou, pelo contrário, a ânsia de normalizar levará a uma subida relativamente rápida desta variável?"

É perante a alteração rápida dos pressupostos do exercício de estima-ção do impacto económico, que "conjuga vários elementos novos que acentuam a incerteza e complexida-de dos exercícios de projeção", que o Banco de Portugal tem procurado adaptar processos. "Temos recorrido a novos métodos de previsão da ati-vidade económica, conjugando ins-trumentos mais tradicionais do lado da procura com uma abordagem do lado da oferta no curto prazo", diz. Na nova abordagem integra novas fontes de dados, de maior frequência e disponíveis com mais periodicida-de, como o inquérito excecional às empresas lançado pelo regulador em parceria com o INE.

Francisca Guedes de Oliveira de-fende ainda que "deve-se aceitar que pode haver um momento em que, por que se descobre a cura ou a profi-laxia, as previsões feitas (pelo menos no cenário central) falhem redonda-mente, pois em pouco tempo os comportamentos podem alterar-se drasticamente". Por isso é importan-te abrir caminho a novas variáveis nos cenários criados, como a evolu-ção do contágio, prazos distintos para descoberta de vacina e medica-ção eficaz. "Devem ser construídos com apoio de especialistas e cientis-tas que ajudem a compreender me-lhor as probabilidades a associar a cada uma das alternativas", sustenta.

Os cenários macroeconómicos as-sumem-se fundamentais para as po-líticas públicas, ao servirem de base para os cálculos dos riscos, apontam os economistas. "Sendo cenários, são previsões, sempre sujeitas a desvios, erros, e correções. Ainda assim, são essenciais para, nomeadamente, a definição da política orçamental de um país e do respetivo governo", sa-lienta António Afonso. •

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15-05-2020

O Jornal Económico

ano

I Diretor Filipe Alves I Diretor Adjunto Shrikesh Laxmidas I Subdiretor Leonardo Ralha

LINHA EY PANDEMIA

[email protected]

Mário Centena Ministro das Finanças

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Eleições já fcrarn adiadas devido ao risco de contágio em todos os continentes e a influência da pandemia no:cand4r.io *itera! ainda se Oeyg4,fazer sentir peto rnenos ate ao final desteano.

Ajuda do Estado à TAP pode obrigar a despedimentos e fecho de rotas Comissão Europeia poderá impor condições duras para aprovar as medidas de auxílio estatal, se concluir que os problemas da TAP são anteriores à pandemia de Covid-19. Governo tem três caminhos possíveis em estudo para apoiar TAP, apurou o JE. • P3

ANÁLISE

Centeno: as notícias da sua morte política são exageradas,

a mas não muito Ministro esteve esta semana no centro de urna crise política, que envolveu também Marcelo e Cos-ta. Centeno deverá ficar pelo me-nos até entregar Orçamento suple-mentar, em junho. • P6 e Editorial

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"Começa a faltar o din a muitas pessoas"

PROTAGONISTA

Pedro Soares dos Santos, presidente da jerónimo Martins, diz que o Pingo Doce registou uma quebra de 16% nas vendas em abril, devido a pandemia. Classe média polaca já vive melhor que a portuguesa, afirma. • P4 e 5

Página 25

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COMUNICAÇAO SOCIAL Mário Ferreira formaliza compra de 30% da TVI por 10,5 milhões de euros Patrão da Douro Azul conclui ope-ração de entrada no capital da Me-dia Capital. Negócio avalia empre-sa em 130 milhões. • Última

MEDIDAS ANTI-CRISE CIP pede ao Governo bazuca de três mil milhões para capitalizar empresas A CIP entregou ao Governo um conjunto de propostas para recapi-talizar as empresas na sequência da crise da Covid-19, sabe o JE. • P11

RESULTADOS TRIMESTRAIS

Covid-19 já tirou cem milhões de euros aos lucros dos bancos, que temem "tsunami"

Efeitos económicos da pandemia levaram CGD, Santander e BPI a constituir provisões. Bancos te-mem tsunami este ano. • Última

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