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    Revista Brasileira de Prescrio e Fisiologia do Exerccio, So Paulo, v.2, n.12, p.663-674. Nov/Dez. 2008. ISSN 1981-9900.

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    EFEITOS DE UM PROGRAMA CONTRA RESISTENCIA COM PESOS

    SOBRE A FORA MUSCULARDaniel Custdio1,2, Fernando Estima Mir1,2, Paula Duarte Zambonato1,3, Rafaela Liberali1

    RESUMO

    O objetivo deste estudo foi verificar o aumentode fora pura na musculatura do peitoral emindivduos adultos do gnero masculino, comnvel intermedirio de prtica de musculao.Foram escolhidos 15 indivduos, com idademdia de 23,73 3,75 anos, sem levar emconsiderao nvel scio-econmico ou etnia,

    alunos de uma academia, moradores dacidade de Joinville/SC. Passaram pelo Termode Consentimento Livre e Esclarecido, apsforam aplicados os testes de 1 RM para opeitoral (Supino Reto) e Resistncia deMembros Superiores (poro superior docorpo). Aps mensurou-se o percentual degordura e o percentual de massa muscular. Oplanejamento aplicado transcorreu inicialmentecom um trabalho de base, com durao deuma semana e intensidade em torno de 50 a60% da carga mxima. Na segunda fase, osparticipantes realizaram um treinamento com

    pesos visando, somente, o aumento de forapura. Com durao de cinco semanas eintensidade entre 60 a 90% da carga mxima.Conforme a mdia dos resultados entre pr eps-teste, foi utilizado o Teste t para averiguara significncia estatstica. Os resultadosobtidos para percentual de gordura 0,2115;percentual de massa magra 0,878; 1RM0,0139 e resistncia muscular de membrosuperior 0,0001. Em resumo, este modelo detreinamento foi eficiente em melhorar a foramuscular (p

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    INTRODUO

    Treinamento contra resistncia compesos toda ao muscular metdica esistemtica, individual ou coletiva, que visa odiferenciado aumento da capacidade detrabalho do aparelho locomotor e, porconseqncia, dos demais sistemasfisiolgicos que a ele do suporte.

    O treinamento contra resistncia compesos apresenta variveis como carga,amplitude, tempo de contrao e velocidadecontrolveis. Pode ser aplicado da formaisomtrica (contrao mantida), isocintica

    (com velocidade angular constante) ouisotnica (alternncia de contraesconcntricas e excntricas), contnua ouintervalada, suave ou intensa, com recursosaerbios ou anaerbios (Kisner e Colby,2005).

    Esta possibilidade de controle detantas variveis torna o treinamento contraresistncia com pesos uma atividade fsicaaltamente verstil que pode ser usada paradiferentes objetivos. Dentre estes objetivos, onico relatado neste estudo ser o aumento defora pura.

    De acordo com Kisner e Colby (2005),o msculo, responsvel pelos nossosmovimentos, algo que perdemos com opassar do tempo. A perda comea por voltados 25 e prossegue at aos 50 anos de idade,quando perdemos cerca de 10% de massamuscular. Dos 50 aos 80, as pessoas perdemcerca de 40%, o que resulta na metade dafora muscular total. Essas alteraes levam aum decrscimo metablico que traz comoconseqncia um aumento de peso.

    Do ponto de vista funcional, osexerccios de contra resistncia com pesos,

    desenvolvem importantes qualidades deaptido fsica como fora, resistncia,flexibilidade entre outras, constituindo uma dasmais completas formas de preparao fsica.Pela ausncia de movimentos rpidos edesaceleraes, os exerccios de contraresistncia apresentam tambm baixos riscosde leses traumticas. Por todas as suasqualidades, e pela documentao da suasegurana geral, o treinamento contraresistncia com pesos ocupa hoje lugar dedestaque na preparao de esportistas emgeral (Rodrigues, 1992).

    Bacurau, Navarro, Rosa e Uchida(2001), apresentam que o treinamento contra

    resistncia largamente empregado na busca

    de objetivos relacionados definiomuscular. Dentre as foras, ou tipo de foraescolheu-se a pura por poder propiciarresultado mais expressivo.

    Os exerccios de contra resistnciacom pesos constituem a base de treinamentode atletas de diversas modalidades. Pelassuas qualidades, treinamento contraresistncia passou a ocupar lugar de destaquenas academias, onde o objetivo apreparao fsica das pessoas, independentede objetivos atlticos. Alm de induzir oaumento da fora e da massa muscular,

    treinamento contra resistncia estimula areduo da gordura corporal e o aumento damassa ssea, levando as mudanas muitofavorveis na composio corporal. Homens emulheres de todas as idades podem mudarfavoravelmente a forma do corpo com ajudado treinamento contra resistncia com pesos.(Domingues Filho, 1998).

    Anatomia do Msculo Peitoral

    O msculo peitoral dividido em maiore menor.

    A) Peitoral MenorO peitoral menor um msculo

    triangular situado sob o peitoral maior. Possuio ponto de insero proximal da 2 5costela, prximo unio da cartilagem costalcom a costela. O ponto de insero distal borda medial do processo coracide (Dangeloe Fattini, 2002).

    A inervao do msculo peitoral menor pelo nervo peitoral medial, que oriundo doplexo braquial (Dangelo e Fattini, 2002).

    Sendo um dos principais msculos

    motores da cintura escapular, este possuidireo obliqua para baixo, para frente e paradentro. A ao, de acordo com Kapandji(2000), descende ao coto do ombro,deslocando a glenide para baixo. Estemovimento muito desempenhado quandorealiza barras paralelas. Tambm, como ao,desliza a escpula para fora e para frente,deslocando a sua margem posterior.

    B) Peitoral MaiorEm forma de leque, o mais

    superficial dos msculos da parede anterior do

    trax. A sua inervao pelos nervos peitoralmedial e lateral, oriundos do plexo braquial.

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    A principal ao aduo horizontal

    do ombro, submetido a grande esforo nestemovimento, h contrao do obliquo externohomolateral. A sua poro clavicular (comorigem na metade medial da clavcula) faz aflexo do ombro (Dangelo e Fattini, 2002).

    Ponto de insero proximal nametade clavcula, esterno e seis primeirascartilagens costais, aponeurose do msculoobliquo externo do abdmen. O ponto deinsero distal, as fibras muscularesconvergem para o tendo nico que se fixa nacrista do tubrculo maior do mero (Dangelo eFattini, 2002).

    Exerccios Contra Resistncia com Pesos eFormas de Contrao Muscular

    Exerccio contra resistncia, segundoSantarm (2003) definido como uma formagraduvel de resistncia contrao muscularpara estimular a massa muscular e ssea,como tambm a resistncia e a potnciamuscular, para designar exerccios localizadoscom carga, geralmente realizados com pesosou mquinas.

    Exerccios contra resistncia com

    pesos, de acordo com Kisner e Colby (2005), qualquer forma de exerccio ativo no qual umacontrao muscular dinmica ou esttica resistida por uma fora externa, aplicadamanual ou mecanicamente. Tambm chamadode treinamento resistido, essencial nosprogramas de condicionamento e para quemdeseja manter a sade e o bem-estar fsico,favorecendo potencialmente o desempenho dehabilidades motoras.

    O desempenho muscular refere-se aotrabalho muscular realizado (fora versusdistncia), um componente complexo do

    movimento funcional. Os elementosfundamentais para o desempenho so: fora,potncia e resistncia fadiga.

    Programa de treinamento de forapode usar dois tipos de contrao muscular.As duas opes de modo de exerccios so: ouso de contraes musculares isomtricas(esttica) ou dinmicas.

    O dinmico consiste de duas fases: aconcntrica (encurtamento) e excntrica(alongamento). A contrao dinmicaconcntrica, o msculo vence a resistnciaimposta, havendo encurtamento do sarcmero

    medida que a tenso for desenvolvida. Acontrao dinmica excntrica, a resistncia

    vence a fora aplicada pelo msculo que se

    alonga, ao desenvolver tenso.O esttico, tambm chamada deisomtrica, a resistncia imposta igual fora exercida pelo msculo. Nesta forma decontrao haver um equilbrio, no ocorrendoencurtamento dos sarcmeros pelasobreposio actina/miosina e no hmovimento articular (Monteiro, 2001).

    Fora

    Fora muscular, a quantidademxima de fora que um msculo ou grupo

    muscular pode gerar em um padro especficode movimento em uma determinadavelocidade de movimento, tambm pode serconsiderada como a fora que um msculo ougrupo muscular pode exercer contra umaresistncia em um esforo mximo, aindaassim fora representa a capacidade doindivduo para vencer ou suportar umaresistncia (Manso, 1996, citado por Bompa,2000; Knuttgen e Kraemer, 1987, citado porFleck e Kraemer, 1999; Baechle, 1994, citadopor Fleck).

    Segundo Robergs e Roberts (2002)

    fora muscular a fora mxima produzidapela contrao do msculo esqueltico paradada velocidade de contrao. A mxima foradesenvolvida durante a contrao muscular proporcional rea de seco transversal domsculo esqueltico.

    Segundo eles, o treinamento queaumenta a massa muscular tambm aumentaa fora. Entretanto, Pereira e Gomes (2003)mostram que a fora muscular no dependesomente da massa muscular, dependendotambm dos componentes neurais dorecrutamento da unidade motora. A alterao

    do recrutamento da unidade motora, conformeos autores envolvem aumento do nmero deunidades motoras recrutadas e aumentotambm do nmero de unidades motorasestimuladas ao mesmo tempo.

    Formas de Manifestaes da Fora

    A) Fora Pura

    Corresponde a tenso exercida contraresistncias limites. Apesar de seusmovimentos serem lentos, realizado com

    velocidade mxima para certa resistncia.Dessa maneira necessrio que leve ao

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    Variveis do Treinamento de Fora

    De acordo com Monteiro (1997), otreinamento da fora dinmica deve serfundamentado: nmero de exerccios,seqncia de trabalho, intensidade do esforo,nmero de sries e repeties, intervalo entreos exerccios, freqncia semanal, (...).

    - Nmero de ExercciosImportantes entidades relacionadas ao

    estudo da prescrio de exerccios,preconizam que o nmero de exerccios devevariar em torno de oito a doze. Entretanto,

    quando o trabalho for voltado para otreinamento de atletas ou indivduos muitobem condicionados, o nmero de exercciospode diferir bastante (Feigenbaum e Pollock,1992 citado por Monteiro, 2001).

    - Seqncia de TrabalhoQuando seqncia de trabalho, a

    ordem dos exerccios deve evoluir dosgrandes para menores grupamentosmusculares (Kraemer e Fleck, 1998; Pollock eWilmore, 1993; Lillegard e Terrio, 1994; Flecke Kraemer, 1997 citado por Monteiro, 2001)

    Muitos priorizam, inicialmente,exerccios multiarticulares ou grandes massasmusculares, outros podem iniciar comexerccio especfico para determinadamodalidade esportiva que tambm pode sermuiltiarticular (Bacurau, Navarro, Rosa eUchida , 2001).

    - Intensidade de TreinamentoDe acordo com a aptido do

    praticante, para atingir a fora ou potnciamuscular ideal, a intensidade do treinamento prximo de 100% da fora mxima ou de 1RM

    (Holmann e Hettinger, 1983; Bompa, 1986;Enoka, 1988; Wilmore e Costil, 1988; Fleck eKraemer, 1997; citado por Monteiro, 2001).

    A elevao da carga deve ser lenta eprogressiva. Cargas elevadas s devem serprescritas quando praticante conseguirmobiliza-las perfeitamente (Monteiro, 2001).

    No necessrio realizar teste e 1RM,o interessante estabelecer o nmero mximode repeties a serem executadas, e detectarqual a maior carga que o indivduo conseguemobilizar, para conduzir os movimentos(Monteiro, 1996 citado por Monteiro, 2001).

    - Sries e Repeties

    O uso de sries nicas eficienteapenas para iniciantes ou destreinados em umprograma de fora, alm disso, tambm sousadas em programas de manuteno.

    As sries mltiplas (de 3 a 6 sries,pode chegar a 25 sries por grupamentomuscular), foram descritas como maiseficientes e rpidas para o aumento de fora eresistncia musculares, quando comparadas asries nicas (Bacurau, Navarro, Rosa eUchida , 2001).

    Segundo a tabela de referenciautilizada por Powers e Howley (2000, citado

    por Bacurau, Navarro, Rosa e Uchida, 2001)uma das formas de prescrever o peso para osexerccios o uso de repeties mximas comdeterminado peso. Ou seja, 10 RM 77% dafora mxima, 05 RM 90% da fora mximae 01 RM 100% da fora mxima.

    Programas que envolvem seis a oitorepeties mximas, so de alta intensidade,enquanto aqueles que utilizam dez a quinzerepeties so classificados de moderadaintensidade (Monteiro, 2001).

    Os programas de moderadaintensidade so recomendados para maioria

    das pessoas adultas no-atletas, incluindoprogramas desenvolvidos para aptido fsica,manuteno da sade e reabilitaoortopdica (Feigenbaum e Pollock, 1997 citadopor Monteiro, 2001).

    - Intervalo Entre os ExercciosOs intervalos podem ser divididos:- Curtos: menores de um minuto, indicadospara treinamento de resistncia muscularlocalizada, resultando em altas concentraesde lactato sangneo. Intervalos menores de30 segundos so usados em circuitos, visando

    tambm a melhora cardiovascular.-Mdios: De um a trs minutos empregadosquando se deseja treinar hipertrofia.- Longos: Maiores de trs minutos. Indicadospara desenvolver fora e potncia mxima(Bacurau, Navarro, Rosa e Uchida, 2001).

    Os intervalos variam de um a trsminutos, dependendo do nvel do praticante.Isto se deve, principalmente, variabilidadeindividual na capacidade de produzir, suportare remover os metablitos provenientes doesforo (Monteiro, 1997, citado por Monteiro2001).

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    - Freqncia semanal

    Para iniciantes, o treinamento de forageralmente conduzido de duas a trssesses por semanais trabalhando o corpointeiro. Com intervalo de 24 horas, parece seradequado para uma boa recuperao(Bacurau, Navarro, Rosa e Uchida, 2001).Essa freqncia tende aumentar com o graude condicionamento do praticante, de modoque um nmero timo se sesses situa-seentre trs e cinco dias (Hunter, 1985; ACSM,1991; Pollock e Wolmore, 1993; Wathen,1994; Feigenbaum e Pollock, 1997; citado porMonteiro, 2001). Contudo, indivduos bem-

    treinados a freqncia adequada detreinamento pode chegar a seis vezes porsemana (Fleck e Kraemer, 1997; citado porMonteiro, 2001).

    Os principais fatores a serem levadosem conta so: o nvel de condicionamentofsico do praticante, o tipo de treinamento a serconduzido, a disponibilidade de tempo, a fasetreinamento e os recursos disponveis.

    Exerccios para Peito

    Supinos

    Os exerccios supinos podem serrealizados com pesos livres, utilizando barraslongas, halteres de mo, ou mesmo commquinas. Aconselha-se que seja realizadauma flexo das articulaes dos quadris ejoelhos para conduo do exerccio, de modoa minimizar a presso exercida na colunalombar.

    Durante a execuo, deve permanecerdeitado em um banco, com a cabeaencostada no banco at final da extenso doscotovelos, com os ps apoiados no apoio de

    ps do prprio banco. Os supinos inclinado edeclinado geralmente no so preconizadospara iniciantes (Monteiro, 2001).

    No Supino Reto os principaismsculos ativados: Peitoral, Deltide Anteriore Trceps.

    No Supino Inclinado principaismsculos ativados: Peitoral (nfase na partesuperior), Deltide Anterior e Trceps.

    No Supino Declinado principaismsculos ativados: Peitoral (nfase na parteinferior), Deltide e Trceps.

    Exerccios com halteres so mais

    poderosos para desenvolver massa epotncia, da a sua preferncia por um grande

    nmero de atletas. Por outro lado estes

    exerccios podem ocasionar leses maisfacilmente, principalmente quando realizadoscom grande sobrecarga.

    Crucifixos

    Este exerccio pode ser realizado emtrs posies bsicas: sentado, a 45 edeitado. Os crucifixos geralmente sorealizados com halteres de mo ou emmquinas, chamadas voadores, que possuemdispositivos para realizao tanto frontalquanto posterior.

    Como alternativa o exerccio poderser realizado com os braos estendidos ecotovelos em semi-flexo. Esta conduta tendeminimizar o efeito da presso sobre oscotovelos, prevenindo o aparecimento dedores nas articulaes.

    Portanto o objetivo desse trabalho foiverificar o aumento de fora pura namusculatura do peitoral em indivduos adultosdo gnero masculino, com nvel intermediriode prtica na musculao.

    Para tornar vivel o entendimentodesse estudo, entende-se por nvel

    intermedirio de prtica na musculao aqueleindivduo que prtica regularmente amodalidade em um perodo de 2 5 anos.

    MATERIAIS E MTODOS

    A pesquisa bibliogrfica diz respeito aoconjunto de conhecimentos humanos reunidosnas obras. Tem como finalidade fundamentalconduzir o leitor a determinado assunto eproporcionar a produo, coleo,armazenamento, reproduo, utilizao ecomunicao das informaes coletadas para

    o desempenho da pesquisa. Ela constitui o atode ler, selecionar, fichar, organizar e arquivartpicos de interesse para a pesquisa empauta. a base para as demais pesquisas e,pode-se dizer, uma constante na vida dequem se prope estudar.

    A pesquisa de campo consiste nolevantamento de dados atravs de entrevistas,questionrios, testes, na observao de fatostal como ocorrem espontaneamente na coletade dados e no registro destes,presumivelmente para posteriores anlises einterpretaes.

    Foram utilizados os seguintesinstrumentos de pesquisa:

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    - Aplicao do Termo de Consentimento Livre

    Esclarecido.Entrevista (Anamnese): A estrutura daentrevista foi adaptada de um modelorealizado em uma academia da cidade semreferncia.

    Questionrio de Prontido paraAtividade Fsica (PAR-Q): Tem como objetivoidentificar os indivduos para os quais umaavaliao mdica seria realmenteaconselhvel, e aqueles que poderiamprescindir desta avaliao antes de iniciaremum programa de exerccio. Foi desenvolvido evalidado pelo British Columbia Ministry of

    Health (Canad - Bailey e colaboradores,1976). O questionrio consiste de seteperguntas de mltipla escolha, em que avaliatrs principais parmetros, so eles:cardiovascular (perguntas 1, 2, 3 e 6), steo-mio-articular (pergunta 5) e outros problemas,geralmente esto inseridos os problemas deordem metablica e/ou pulmonares (perguntas4 e 7).

    A avaliao das respostas aoquestionrio realizada da seguinte maneira:A) PAR-Q Positivo: uma ou mais respostaspositivas. Neste caso o avaliado deve

    consultar um mdico antes de aderir umprograma regular de atividades fsicas.B) PAR-Q Negativo: todas as respostasnegativas. O avaliado tem uma razovelgarantia de apresentar condies adequadaspara participao em um programa regular deatividades fsicas (Monteiro, 2001).

    - Testes:

    Teste de Resistncia de MembrosSuperiores (Pollock e Wilmore, 1993): Osmovimentos sero executados com o avaliado

    no cho, em decbito ventral, com as moscolocadas sobre o cho, braos estendidos nalinha e largura dos ombros. O peito deve tocaro solo a cada movimento e os braos devemse estender na volta. A coluna deve ficaralinhada, paralela ao solo. As repetiesdevem ser realizadas em um movimentocontnuo at exausto mxima, sem pausapara descanso (contar o nmero derepeties).

    Teste de 1 Repetio Mxima (1 RM): aquantidade mxima de peso levantada uma

    vez durante a realizao de um exercciopadronizado de levantamento de peso.

    A populao utilizada para este estudo

    foi de praticantes de musculao de umaacademia na cidade de Joinville/SC.A amostra foi composta por 15

    indivduos adultos do gnero masculino comnvel intermedirio de prtica na musculaode uma academia da cidade.

    Foi idealizado um questionrio deidentificao para 19 indivduos praticantes demusculao, com relao idade, peso,altura, restries e disponibilidade pararealizao do treino (trs dias da semana).Depois de realizado este procedimento, foiselecionado 15 indivduos com disponibilidade

    de dias e horrios para a aplicao do projeto,os demais 4 indivduos no tinhamdisponibilidade de horrio para aplicao doprojeto.

    Os selecionados passaram por umquestionrio de Prontido para AtividadeFsica (PAR-Q), pela avaliao antropomtricae pelos seguintes testes: 1 Repetio Mxima(1 RM) e Resistncia de Membros Superiores(Pollock e Wilmore, 1993).

    Conforme os resultados dos testes edo questionrio foi elaborado um planejamentode treino, no qual enfatizou-se apenas

    aumento (total ou parcial) de fora pura namusculatura do peitoral, e conseqentementetrabalhou outros grupos musculares, pormno com o mesmo objetivo.

    O planejamento decorreu da seguintemaneira: todos os participantes realizaram omesmo treinamento, tendo com incio umtrabalho de base, no qual teve durao umasemana. Nesse perodo foi realizado um treinomais dinmico, utilizando em torno de 50 a60% da carga mxima de cada participante.

    Em um segundo perodo na faseespecfica, os participantes procuraram obter o

    maior e melhor resultado no aumento de forapura na musculatura do peitoral, entorealizaram trabalho com variao entre 60 a90% da carga mxima. Esse perodo o maislongo do planejamento teve durao de cincosemanas.

    Os materiais utilizados foram os seguintes: Aparelhos de musculao: Supino Mquina,Voador e Cross-Over; Halteres: foi utilizado para o estudo halteresde 6 kg a 40 kg; Anilhas: foi utilizado para o estudo anilhas de

    5 kg a 25 kg;

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    Barras: foram utilizadas barras oficiais de 20

    kg; Bancos (horizontal, inclinado e declinado); Plicmetro: O compasso (plicmetro) oaparelho usado para medir a distncia entreum ponto e outro das pregas cutneas.

    A lgica para a medida das dobrascutneas baseia-se no fato de queaproximadamente metade do contedocorporal total de gordura fica localizada nosdepsitos adiposos existente diretamentedebaixo de pele e essa diretamenterelacionada com a gordura total. Paqumetro: o instrumento utilizado para

    mensurar o crescimento e o desenvolvimentosseo, transversalmente e antero -posteriormente marca Cardio-Med; Fita mtrica: Instrumento utilizado paraverificar as medidas que determinam os

    valores de circunferncia de um segmento

    corporal perpendicular ao eixo longitudinal domesmo segmento; Computador: Equipamento utilizado comoapoio para clculo e anlise dos dados providode pacote Office 2003; Cronmetro: Foi o equipamento utilizadopara verificar a durao dos intervalos entre assries durante a aplicao do projeto; Colchonete: Foi um dos materiais utilizadospara desenvolver o projeto;

    Na anlise estatstica, os dadosobtidos com o pr e ps-teste foramorganizados em um banco de dados no

    aplicativo Excel for Windows e foramanalisados pela estatstica descritiva (medidade tendncia, disperso e teste t Student).

    APRESENTAO DOS RESULTADOS

    Tabela 01 ndices Corporais e Testes Realizados dos participantes.

    %G %MM 1RM Resistncia Muscularde Membro SuperiorN

    Pr Ps Dif Pr Ps Dif Pr Ps Dif Pr Ps Dif

    1 17 16 1 45 46 -1 66 68 -2 37 42 -5

    2 16 16 0 45 45 0 70 76 -6 40 45 -5

    3 23 23 0 40 40 0 40 46 -6 22 30 -8

    4 19 18 1 39 40 -1 62 70 -8 29 42 -13

    5 23 23 0 35 35 0 40 40 0 16 20 -4

    6 16 15 1 43 45 -2 40 46 -6 19 30 -11

    7 14 15 -1 40 40 0 28 30 -2 18 25 -7

    8 25 22 3 35 37 -2 26 26 0 20 24 -4

    9 19 19 0 41 40 1 50 46 4 20 23 -3

    10 19 20 -1 40 39 1 46 42 4 32 30 2

    11 16 17 -1 43 43 0 46 48 -2 33 35 -2

    12 15 14 1 42 44 -2 70 76 -6 43 50 -7

    13 14 15 -1 44 43 1 80 86 -6 50 60 -10

    14 17 16 1 41 42 -1 60 62 -2 35 40 -5

    15 14 12 2 45 47 -2 70 72 -2 48 50 -2

    Md 17,8 17,4 0,4 41,2 41,73 -0,53 52,93 55,6* -2,67 30,80 36,40* -5,60

    Dp 3,50 3,35 1,18 3,21 3,41 1,13 16,61 18,36 3,68 11,33 11,75 3,87

    Tt 0,2115 0,0878 0,0139 0,0001

    Nota:Percentual de gordura (%G), Percentual de Massa Muscular (%MM), Uma Repetio Mxima(1RM), Mdia Mediana (Md), Desvio Padro (Dp) e Teste t (Tt), * p < 0,05.

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    Em relao ao percentual de gordura

    corporal, alguns sujeitos obtiveram umareduo no percentual, enquanto algunsmantiveram ou at mesmo aumentaram dosvalores iniciais, porm no houve nenhumadiferena estatstica entre estes (Tabela 01).

    Outra varivel avaliada neste estudofoi o percentual de massa muscular, percebe-se, novamente uma variao entre aumento,diminuio e equiparao dos valores iniciaisde massa muscular. Os dados obtidos podemser vistos na Tabela 01 e so assimrepresentados: 07 (46,66%) sujeitosaumentaram o seu percentual de massa

    muscular, sendo que 03 (20%) aumentaram1% e 04 (26,66%) aumentaram acima de 1%.Outros 05 (33,33%) mantiveram o

    indicie inicial. O restante 03 (20%) obtiveram

    redues de 1% no percentual de massa

    muscular. Mesmo obtendo melhora, no houvesignificncia estatstica.A mdia do pr e ps-teste do

    percentual de gordura, no obtiveramresultados estatisticamente significantes(p

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    muscular pode-se dar a seguinte explicao:

    durante a fase inicial do treinamento de fora oganho de fora muito maior do que pode serexplicado em funo do ganho de massa. Issodemonstra que essas modificaes iniciais soconseqncias da adaptao do sistemanervoso em promover contraes muscularesmais eficientes (Grfico 2).

    Com o treinamento realizado, aprincipal conseqncia foi o aumento de foramxima, representada pelo aumento de 1 RMno ps-testes. Os resultados da seguinte dapresente investigao suportam os achados

    dos recentes estudos sobre as adaptaes da

    fora muscular. Campos e colaboradores(2002) mostraram que o treinamento combaixa repetio e alta sobrecarga aumentafora mxima. Kraemer e colaboradores(2000) mostraram que o treinamento de foraperiodizado com repeties de 4 a 15 RM paraos maiores grupos musculares tambmaumentou a fora mxima. No estudo atual osindivduos realizaram um treinamentoperiodizado com variao na intensidade edurao, conforme o estudo de Kraemer ecolaboradores (2000).

    Grfico 3 Valores mdios Fora Muscular no pr e ps-teste 6 semanas de treinamento contra-resistncia com pesos.

    55,6

    52,9

    51,5

    52

    52,5

    53

    53,5

    54

    54,5

    55

    55,5

    56

    Pr-teste Ps-teste

    Valores(Kg)

    Teste de 1 RM

    O ltimo teste neuromuscular,analisado foi o teste de Resistncia deMembros Superiores. Conforme os dadosobtidos, houve melhora juntamente a ForaMxima. Existe uma relao entre a fora eresistncia muscular, tanto que o treinamentode fora sozinho pode aumentar a resistncia

    muscular local (Kraemer e colaboradores,2002).

    O treinamento resistido com baixa moderada intensidade e alta repetio tmmostrado ser mais efetivo em aumentar aresistncia muscular local (Psuke ecolaboradores, 1999; Reid e colaboradores,1987; Campos e colaboradores, 2002).

    Grfico 4 Valores mdios de Teste de Resistncia de Membros Superiores no pr e ps-teste 6semanas de treinamento contra-resistncia com pesos.

    36,4

    30,8

    28

    29

    30

    31

    32

    33

    34

    35

    36

    37

    Pr-teste Ps-teste

    Repeties

    Resistncia Muscular de Membros Superiores

    Alm do mais, o treinamento resistidocom pesos, no modelo periodizado, tambm

    efetivo em aumentar os parmetros da fora(Kraemer e colaboradores, 2000).

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    O planejamento realizado objetivou

    trabalhar, somente, aumento de foramuscular com variaes do volume eintensidade. Porm, este modelo deperiodizao melhorou a resistncia muscularlocal, no qual est de acordo com estudosprvios (Psuke e colaboradores, 1999; Reide colaboradores, 1987; Campos ecolaboradores, 2002; Kraemer ecolaboradores, 2000).

    CONCLUSES E SUGESTES

    Em resumo, este modelo de

    treinamento teve como conseqncia aumentode fora representada pelo teste de 1 RM. Oresultado mdio da seguinte investigao foide 52,93 no pr-teste e de 55,6 no ps-teste,sendo estatisticamente significativo com p=0,0139 (p

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    Recebido para publicao em 22/09/2008Aceito em 05/12/2008