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    Anlise sinttica Termos da orao.

    APELO

    Amanh faz um ms que a Senhora est longe de casa.Primeiros dias, pra dizer a verdade, no senti falta, bom chegartarde, esquecido na conversa de esquina. No foi ausncia poruma semana: o batom ainda no leno, o prato na mesa porengano, a imagem de relance no espelho.

    Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. Anotcia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali nocho, ningum os guardou debaixo da escada. Toda a casa eraum corredor deserto, e at o canrio ficou mudo. Para no darparte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma horada noite e eles se iam e eu ficava s, sem o perdo de suapresena a todas as aflies do dia, com a ltima luz na varanda.

    E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa dotempero na salada o meu jeito de querer bem. Acaso

    saudade. Senhora? s suas violetas, na janela, no lhes poupeigua e elas murcham. No tenho boto na camisa, calo a meiafurada. Que fim levou o saca-rolhas? Nenhum de ns sabe, sem aSenhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando.Venha para casa, Senhora, por favor.

    DALTON TREVISAN, Apelo, em O Conto Brasileiro Contemporneo

    (seleo de textos, introduo e notas bibliogrficas por Alfredo osi) 2 ed., SoPaulo, Cultrix, 1977, p.190.

    01 - As funes sintticas de sem o perdo de sua presena(l. 11-12) e de a todas as aflies do dia (l. 12) so,respectivamente.

    A) Predicativo do sujeito indireto.B) Predicativo do sujeito e complemento nominal de perdo.C) Adjunto adverbial de excluso e complemento nominal depresena.D) Adjunto adverbial de excluso e objeto indireto.

    E) Adjunto adverbial da excluso e adjunto adnominal depresena.

    LEMBRANA E ESQUECIMENTO

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    1Como antigo o passado recente! Gostaria que afrase fosse minha, mas ela de Nelson Rodrigues numa crnicade A Menina sem Estrela.

    Tambm fico perplexa com esse fenmeno rpido eturbulento que o tempo da vida. No so poucas as vezes emque me volto para algum acontecimento acreditando que eleainda atual e descubro 5que ele faz parte do passado paraoutros.

    Um exemplo quando, em sala de aula, refiro-me aeventos que se passaram nos anos 70 e meus alunos me olhamcomo se eu falasse da Idade Mdia... E eu nem contei para elesque andei de bonde!

    A distncia entre ns no apenas uma questo de geraes.Eles nasceram em um mundo j transformado pela tecnologia epela informtica. Uma transformao que comeou nos anos 50 eque no 10nos trouxe somente mais eletrodomsticos e aparelhosdigitais. Ela instalou uma transformao radical do nosso modo devida.

    Mudou o mundo e mudou o jeito de viver. Mudou o jeito denamorar, de vestir, de procurar emprego, de andar na rua e de se

    locomover pela cidade.Mudou o corpo. Mudou o jeito de escrever, de estudar,de morar e de se divertir. Mudou o valor da 15vida, do dinheiro edas pessoas...

    Outros tempos. E, quando um jeito de viver muda, eleno tem volta. No se pode ter a experincia dele nunca mais.Por isso, meus alunos e eu s podemos compartilhar o tempoatual. No podemos compartilhar um tempo que, para eles, passado, mas, para mim, ainda presente.

    Os fatos de 30 anos atrs no so passado na minha

    vida. Para mim, meu passado no passou e 20minha histriano envelhece. Minha memria pode alcanar osacontecimentos que vivi a qualquer momento, e posso reviv-los como se ocorressem agora. Mas, se eu os narrar, quem meouve no pode, como eu, vivenci-los. Por isso, para meusalunos, so contos o que para mim vida.

    Mas assim que corre o rio da vida dos homens,transformando em palavras o que hoje ao. Se no foremnarrados, os acontecimentos e os nossos feitos passam semdeixar rastros.

    25Faladas ou escritas, so as palavras que salvam o j vivido e

    o conservam entre ns. Salvam os feitos e os acontecimentosda sua total desintegrao no esquecimento.

    A memria do j vivido e a sua narrao numa histria o que possibilita a construo da Histria e das nossashistrias pessoais. S os feitos e os acontecimentos narradosem histrias so capazes de salvaguardar nossa existncia enossa identidade.

    30S conservados pela lembrana que os feitos e os

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    acontecimentos podem entrar no tempo e fazer parte de umpassado. Recente ou antigo.

    Dulce Critelli

    Folha de So Paulo 20/3/08

    02 - (UNEMONTES MG 2008) Mas, se eu os narrar, quemme ouve no pode, como eu, vivenci-los.

    no se indicou corretamente, direita, a palavra ou a oraoque representa o agente da ao verbal, em

    A) ... se eu os narrar... (eu)B) mas (...) quem me ouve... (me)C) ... como eu (posso vivenci-los.) (eu)D) ... no pode vivenci-los. (quem me ouve)

    Da Bahia para o Sul, pouca gente saber o que vitalina eo que carit. Carit a pequena prateleira no alto da parede,ou nicho nas casas de taipa, onde as mulheres escondem, forado alcance das crianas, o carretel de linha, o pente, o pedaode fumo, o cachimbo. Vitalina, conforme popularizou a cantiga, a solteirona, a moa-velha que se enfeita - bota p e tira p -mas no encontra marido. E assim, a vitalina que ficou no carit como quem diz que ficou na prateleira, sem uso, esquecida,guardada intacta.

    As cidades grandes j hoje quase desconhecem essarelquia da civilizao crist, que a solteirona, a donzelaprofissional. Porque se hoje, como sempre, continuam a existiras mulheres que no casam, elas agora vo para toda parte,menos para o carit. Para as reparties e os escritrios e osbalces de loja, para as bancas de professora e, at mesmo,Deus que me perdoe, para esses amores melanclicos eirregulares com um homem que tem outros compromissos, eque no lhes pode dar seno algumas poucas horas, de espaoa espao, e assim mesmo fugitivas e escondidas.

    De qualquer forma, elas j no se sentem nem soconsideradas um refugo, uma excrescncia, aquelas a quem

    ningum quis e que no tm um lugar seu em parte nenhuma.

    Pela provncia, contudo, diferente. Na provncia ospreconceitos ainda so poderosos, ainda mantm presa amulher que no tem homem de seu (o homem do uso, comose chama s vezes ao marido...) e assim, na provncia, ainstituio da titia ainda funciona com bastante esplendor. E ocurioso que raramente so as moas feias, as imprestveis,as geniosas, que ficam no carit.

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    s vezes elas so bonitas e prendadas, e at mesmoarranjadas, com alguma renda ou propriedade, e contudo oelusivo marido no apareceu. Talvez porque elas se revelarammenos agressivas, ou mais ineptas, ou menos ajudadas dafamlia na caada matrimonial? [...]

    Falta de homem? Bem, um dos motivos. Na provncia,os homens emigram muito. E para onde emigram, casam. Depois,tambm contribui para a existncia das solteironas a reclusomourisca que muito pai ainda costuma impor s filhas moas.Cobra que no anda no engole sapo. Ai, por estas provnciasalm ainda existe muito pai carrana que s deixa a filha sair paraver a Deus ou aos parentes, e assim mesmo muito bemacompanhada.

    Reclusas, as meninas vo ficando tmidas e dentro em pouco jso elas prprias que se escondem com cerimnia dos estranhos.

    Depois - parece incrvel - mas o egosmo das mestambm contribui. Uma filha moa, no interior, no , como naChina, uma praga dos deuses. , ao contrrio, uma auxiliar baratae preciosa, a ama-seca dos irmos menores, a professora, acostureira, o descanso da me. E ento as mes, para no

    perderem a ajudante insubstituvel, se associam aos pais no zeloexagerado, traindo a solidariedade do sexo por outra maisimperiosa, a solidariedade na explorao. [...]

    Rachel de Queiroz. Obra Reunida. Rio de Janeiro: Jos Olympio, 1989, v. 4. p.23-25

    ... onde as mulheres escondem, fora do alcance das crianas, ocarretel de linha ... (1o pargrafo)

    03 - (UNIFOR 2007) O verbo que exige o mesmo tipo decomplemento que o do grifado acima est na frase.

    A) Carit a pequena prateleira no alto da parede ...B) ... que ficou na prateleira ...C) ... elas agora vo para toda parte ...D) s vezes elas so bonitas e prendadas ...E) ... para no perderem a ajudante insubstituvel

    04 (FGV 2011) Analise a tira.

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    Observe a funo sinttica da expresso o carnaval, no primeiroquadrinho, e de adiamentos, no segundo. As palavras grifadasdesempenham essas mesmas funes sintticas,respectivamente, em.

    A) No temos mais desculpas. / Quando a Pscoa?B) Vamos enfrentar a realidade. / No temos mais desculpas.C) Vamos festejar a Pscoa. / Basta de preocupaes.D) Chega de reclamaes. / Quando o Carnaval?E) Aproxima-se o Natal. / Basta de reclamaes.

    05 - A senhora anda muito engraada. Assinale a alternativa emque o verbo tem valor sinttico idntico ao do verbo sublinhado naorao acima.

    A) a senhora anda muito rpido!B) o jantar est na mesa.

    C) ns continuamos a marcha pela paz.D) todos permaneceram no local do acidente.E) a moa parecia insatisfeita com o trabalho.F) "carioca (...) foi o nome dado em virtude do depsito depipas de guas fresca."

    06 - A opo correta, quanto sintaxe da orao acima, .

    A) O predicado nominal.B) O predicado verbal.C) O verbo, na orao, transitivo direto.D) Em virtude do depsito ... Fresca adjunto adverbial deconsequncia.E) De gua fresca complemento nominal.

    07 - Leia o texto.

    "Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se.Chegara naquele estado, com a famlia morrendo de fome,comendo razes. Cara no fim do ptio, debaixo de um juazeiro,depois tomara conta da casa deserta. ELE, a mulher e os filhostinham-se habituado camarinha escura, pareciam ratos - e alembrana dos sofrimentos passados esmorecera(...).

    - Fabiano, VOC um homem, exclamou em voz alta.

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    Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, comcerteza iam admirar-se ouvindo-o falar s. E, pensando bem,ele no era um homem: era apenas um cabra ocupado emguardar coisas dos outros. (...) Olhou em torno, com receio deque, fora os meninos, ALGUM tivesse percebido a fraseimprudente. Corrigiu-a, murmurando:

    - Voc um bicho, Fabiano.

    Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, umbicho capaz de vencer dificuldades".

    Observe a orao: "Fabiano ia satisfeito". O termo em destaqueassume a funo de.

    A) Predicativo do sujeito.B) Objeto direto.C) Adjunto adverbial.D) Adjunto adnominal.E) Agente da passiva.

    A IMAGINAO

    1O processo de trabalho do cientista aproxima-se doprocesso de trabalho do artista. Ambos desenvolvem um tipo decomportamento denominado exploratrio, isto , dedicam-se aexplorar as possibilidades, o que poderia ser, em vez de sedeter no que realmente . Para isso, necessitam da imaginao.

    Assim, um dos sentidos de criar imaginar. Imaginar acapacidade de ver alm do imediato, 5 do que , de criarpossibilidades novas. responder pergunta: Se no fosseassim, como poderia ser?. Se dermos asas imaginao, sedeixarmos de lado o nosso senso crtico e o medo do ridculo,se abandonarmos as amarras lgicas da realidade, veremosque somos capazes de encontrar muitas respostas para apergunta. Este o chamado pensamento divergente, que leva amuitas respostas possveis. o contrrio do pensamentoconvergente, que leva a uma nica resposta, considerada certa.Por exemplo, para a pergunta Quem descobriu oBrasil? s h uma resposta certa: Pedro lvares Cabral. Para apergunta Se os portugueses no tivessem descoberto o Brasil,

    como estaramos vivendo hoje?, h inmeras respostaspossveis. A primeira envolve memria; a segunda, imaginao.

    Tanto o artista quanto o cientista tm de sersuficientemente flexveis para sair do seguro, do conhecido, doimediato, e assumir os riscos ao propor o novo, o possvel.

    ARANHA, Maria Lucia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires.

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    A imaginao. In: Filosofando. 2. ed. So Paulo: Moderna, 1993. p. 338-339.

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    08 - (UEG 2010) Leia os perodos abaixo.

    I. O processo de trabalho do cientista aproxima-se doprocesso de trabalho do artista (ref. 1).II. Ambos desenvolvem um tipo de comportamentodenominado exploratrio. (ref. 1).III. A primeira envolve memria; a segunda, imaginao (ref.10).

    Os termos em destaque exercem a mesma funo sinttica

    A) apenas em I e II.B) apenas em I e III.C) apenas em II e III.D) nos trs perodos.

    09 - (UFT- 2009) Leia os versos abaixo, retirados da letra de umamsica composta por Carlinhos Brown e Marisa Monte.

    Deixa eu dizer que te amo

    Deixa eu pensar em voc

    Isso me acalma, me acolhe a alma

    Isso me ajuda a viver

    A seguir, leia as afirmaes abaixo.

    I. Pela gramtica normativa tradicional, os dois primeirosversos da estrofe acima seriam corretamente expressoscomo: Deixa-me dizer que te amo / Deixa-me pensar emti.

    II. Partindo-se da constatao de que em relao ao usocotidiano da lngua VOC substitui TU, e sabendo-se queo artista dispe da chamada licena potica para produzirsua pea, aceitvel a no uniformidade de tratamentonos dois versos iniciais.III. Em Deixa-me dizer que te amo, o pronome me exerceduas funes sintticas ao mesmo tempo: a de sujeito doinfinitivo e a de objeto indireto do imperativo.IV. A construo eu te amo, presente no primeiro versocitado, contraria a gramtica tradicional, que exige a forma

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    eu a amo ou eu o amo.

    Assinale a alternativa correta.

    A) Apenas I e II esto corretas.B) Apenas III e IV esto incorretas.C) Apenas I, II e IV esto corretas.D) Apenas I est incorreta.

    10 - (FGV) Analise a tira.

    Folha de S.Paulo, 10.12.2008

    A) No primeiro quadrinho, a palavra Deus ocorre na fala dasduas personagens. Explique a funo sinttica que elaassume em cada uma dessas ocorrncias.B) No segundo quadrinho, a personagem afirma: Preciso deprovas. Supondo que ela utilizasse uma frase completa,com as informaes do seu interlocutor, reescreva a fraseque resultaria dessa mistura, iniciando com Preciso deprovas e justificando a escolha dos elementos que devemunir as informaes.

    11 - (PUC PR) Observe a frase que segue.

    No posso lhe garantir que todos estaro presentes sua festade formatura.

    Do enunciado acima, pode-se afirmar que a parte sublinhada

    desempenha a funo de.

    A) Sujeito de posso.B) Objeto direto de posso.C) Objeto indireto de posso.D) Objeto direto de garantir.E) Objeto indireto de garantir.

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    O COMPRADOR DE FAZENDAS

    1 O acaso deu a Trancoso uma sorte de cinquentacontos na loteria. No se riam. Por que motivo no haviaTrancoso de ser o escolhido, se a sorte cega e ele tinha nobolso um bilhete? Ganhou os cinquenta contos, dinheiro quepara um p-atrs daquela marca era significativo de granderiqueza.

    5De posse do bolo, aps semanas de tonteira deliberouafazendar-se. Queria tapar a boca ao mundo realizando umacoisa jamais passada pela sua cabea: comprar fazenda.Correu em revista quantas visitara durante os anos demalandragem, propendendo, afinal, para a Espiga. Ia nisso,sobretudo, a lembrana da menina, dos bolinhos da velha e aideia de meter na administrao ao sogro, de jeito a folgar-seuma vida vadia de regalos, embalada pelo amor de 10Zilda e osrequintes culinrios da sogra. Escreveu, pois, a Moreiraanunciando-lhe a volta, a fim de fechar-se o negcio.

    Ai, ai, ai! Quando tal carta penetrou na Espiga houverugidos de clera, entremeio a bufos de vingana.

    agora! berrou o velho. O ladro gostou da pndega equer repetir a dose. Mas desta feita 15curo-lhe a balda*1, ora securo! concluiu, esfregando as mos no antegozo da vingana.

    No murcho corao da plida Zilda, entretanto, bateuum raio de esperana. A noite de sua alma alvorejou ao luar deum Quem sabe? No se atreveu, todavia, a arrostar*2 a clerado pai e do irmo, concertados ambos num tremendo ajuste decontas. Confiou no milagre. Acendeu outra velinha a Santo

    Antnio...

    20O grande dia chegou. Trancoso rompeu tarde pela fazenda,caracolando o rosilho*3.

    Desceu Moreira a esper-lo embaixo da escada, de mos scostas.

    Antes de sofrear*4 as rdeas, j o amvel pretendenteabria-se em exclamaes.

    Ora viva, caro Moreira! Chegou enfim o grande dia. Destavez, compro-lhe a fazenda.

    Moreira tremia. Esperou que o biltre*5 apeasse e mal Trancoso,lanando as rdeas, dirigiu-se-lhe 25de braos abertos, todorisos, o velho saca de sob o palet um rabo de tatu e rompe-lhepara cima com mpeto de queixada*6.

    Queres fazenda, grandissssimo tranca*7? Toma, tomafazenda, ladro! e lepte, lepte, finca-lhe rijas rabadascolricas.

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    O pobre rapaz, tonteando pelo imprevisto da agresso,corre ao cavalo e monta s cegas, de passo 30que Zico lhesacode no lombo nova srie de lambadas de agravadssimo ex-quase-cunhado.

    Dona Isaura atia-lhe os ces:

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    Pega, Brinquinho! Ferra, Joli!

    O mal azarado comprador de fazendas, acuado comoraposa em terreiro, d de esporas e foge toda, sob uma chuvade insultos e pedras. Ao cruzar a porteira inda teve ouvidos paradistinguir 35na grita os desaforos esganiados da velha:

    Comedor de bolinhos! Papa-manteiga! Toma! Em outra no hsde cair, ladro de ovo e car!...

    E Zilda?

    Atrs da vidraa, com os olhos pisados do muito chorar,a triste menina viu desaparecer para sempre, envolto em umanuvem de p, o cavaleiro gentil dos seus dourados sonhos.

    40Moreira, o caipora*8, perdia assim naquele dia o nico negciobom que durante a vida inteira lhe deparara a Fortuna: o duplodescarte da filha e da Espiga...

    MONTEIRO LOBATO

    Urups. So Paulo: Globo, 2007.

    Vocabulrio.

    *1balda - defeito habitual, mania

    *2arrostar - encarar sem medo

    *3rosilho - cavalo de pelo avermelhado

    *4sofrear - conter

    *5biltre - homem vil, infame

    *6queixada - espcie de porco-do-mato

    *7tranca - indivduo ordinrio, de mau carter

    *8caipora - indivduo azarado

    12 - (UERJ 20100) Observe a orao.

    Desta vez, compro-lhe a fazenda. (ref. 20)

    Classifique sintaticamente o pronome pessoal. Em seguida,reescreva a orao, substituindo-o por outra palavra de igualvalor, mantendo o sentido original.

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    Leia o texto e responda s questes 13 e 14.

    CONSTRUINDO A DEMOCRACIA NAS ORGANIZAES

    1A construo da democracia no pode ocorrer somenteem nvel das relaes da sociedade com o Estado, seja atravsda interdependncia e autonomia entre os trs Poderes daRepblica, seja por meio das eleies de nossos dirigentes elegisladores.

    Uma sociedade ser to democrtica quanto maisdemocrticas forem suas instituies e 5suas Organizaespblicas e privadas.

    preciso coragem, despreendimento e persistncia paraconstruir os valores da democracia no mbito das relaes detrabalho que se estabelecem entre dirigentes, chefias e servidoresnas Organizaes pblicas e entre patres, gerentes eempregados, nas empresas privadas. E no basta a substituio

    do rtulo de "empregado" ou "servidor" para o de 10"colaborador"como se tem feito, cinicamente, em muitas instituies, sem queisso, de fato, represente qualquer mudana nas relaes depoder.(...)

    Ruy de A. Mattos

    Psiclogo Organizacional e Consultor de Empresas

    EMCO consultoria e educao corporativa

    13 - O vocbulo cinicamente (ref. 10 ), considerando o contexto,pode ser classificado como

    A) um adjunto adverbial de modo que no tem funo discursivade relevncia para a construo do sentido.B) um vocbulo que pode ser excludo sem que se produzaalterao de sentido.C) um operador argumentativo que introduz no enunciado umaavaliao do sujeito discursivo.

    D) uma expresso que marca exclusivamente um estilo naforma de elaborar o enunciado.E) um recurso que isenta o autor da responsabilidade pelo dizer,refugiando-o na neutralidade.

    14 - Na estrutura Uma sociedade ser to democrtica, aexpresso democrtica pode ser classificada como

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    A) complemento nominal.B) adjunto adnominal.C) agente da passiva.D) predicativo do sujeito.E) predicativo do objeto.

    15 Leia o texto.

    Quando o falante de uma lngua depara um conjunto deduas palavras, intuitivamente levado a sentir entre elas umarelao sinttica, mesmo que estejam fora de um contexto maisesclarecedor.

    Assim, alm de captar o sentido bsico das duas palavras,o receptor atribui-lhes uma gramtica formas e conexes. Issoacontece porque ele traz registrada em sua mente toda a

    sintaxe, todos os padres conexionais possveis em sua lngua,o que o torna capaz de reconhec-los e identific-los. As duaspalavras no esto, para ele, apenas dispostas em ordemlinear: esto organizadas em uma ordem estrutural.

    A diferena entre ordem estrutural e ordem linear torna- seclara se elas no coincidem, como nesta frase que um alunocriou em aula de redao, quando todos deviam compor umtexto para outdoor, sobre uma fotografia da clebre cabra dePicasso: Beba leite de cabra em p!. Como todos rissem, oautor da frase emendou: Beba leite em p de cabra!.

    Pior a emenda do que o soneto.,

    Flvia de Barros Carone. Morfossintaxe, 1986. Adaptado.

    A alternativa que traz uma explicao plausvel para o riso dosalunos .

    A) As expresses de cabra e em p so regidas pelo mesmotermo leite e, da forma como so empregadas, geramenunciados ambguos.B) As expresses de cabra e em p esto empregadas emsentido figurado, referindo-se ao mesmo termo regente leite.C) O verbo da orao Beba pode admitir dois

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    complementos, havendo a falsa ideia de que de cabra sejaum deles.D) O contexto da orao insuficiente para recuperar o referentedas expresses de cabra e em p, potencialmentereferentes a Beba e leite.E) O emprego da expresso em p em sentido figurado criaduplo sentido ao enunciado, interpretando-a comocomplemento do verbo Beba.

    GABARITO

    Gab1: B Gab2: B Gab3: E

    Gab4: E Gab5: E Gab6: B

    Gab7: A Gab8: D Gab9: C

    Gab10:

    A) No primeiro caso, Deus um sujeito (pratica a aoexpressa pelo verbo da orao e concorda com esse verbo); nosegundo caso, agente da passiva (pratica a ao expressapelo verbo, mas no concorda com ele)

    B) Comeando com as informaes da segunda fala earticulando-as com as da primeira obtm-se: Preciso de provasde que voc filho de Deus. No caso, houve a necessidade dapreposio de e da conjuno que, completando o sentido do

    substantivo provas, na formao de um perodo composto.

    Gab11: D

    Gab12: Objeto indireto

    Desta vez, compro a sua fazenda.

    Gab13: C Gab14: D Gab15: A

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