12 e os lusíadas canto viii patrícia silvério

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Os Lusíadas Considerações do Poeta Canto VIII Escola Secundária João de Deus Patrícia Silvério nº23 12ºE Professora: Cláudia Venâncio

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Os LusíadasConsiderações do Poeta

Canto VIII

Escola Secundária João de Deus

Patrícia Silvério nº23 12ºE

Professora: Cláudia Venâncio

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Introdução

Paulo da Gama explica ao CatualCatual o significado dos símbolos das bandeiras portuguesas, contando-lhe episódios da História de Portugal nelas representados.

O Rei manda chamar os seus ministros que se dizem adivinhos e

estes dizem que os portugueses vão destruir a gente e a riqueza dos Índios, ameaçando estes de perpétuo cativeiro.

Entretanto, Baco resolve agir contra os portugueses. Aparece em sonhos a um sacerdote árabe incitando-o a opor-se aos portugueses. Quando acorda, o sacerdote maometano instiga os outros a revoltarem-se contra Vasco da Gama.

CatualCatual: governador de fortaleza ou de cidade, no Oriente.

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Vasco da Gama procura entender-se com o SamorimSamorim, que ordena a Vasco da Gama que regresse à frota, mostrando-lhe o desejo de trocar fazendas europeias por especiarias orientais.

Subornado pelos muçulmanos, o Catual impede o cumprimento das ordens do Samorim e pede a Vasco da Gama que mande aproximar a frota para embarcar, com o intuito de a destruir. Vasco da Gama, astuto e desconfiado, não aceita a proposta, sendo preso pelo Catual.

Com o receio de ser castigado pelo Samorim, por causa da demora, o Catual apresenta nova proposta a Vasco da Gama: deixa-o embarcar, mas terá de lhe dar em troca fazendas europeias. Vasco da Gama aceita e regressa à frota, depois de ter entregue as mercadorias pedidas.

Samorim: Samorim: é um título dos soberanos do antigo Estado hindu de Calecut.

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Considerações do Poeta96Nas naus estar se deixa vagaroso, Até ver o que o tempo lhe descobre: Que não se fia já do cobiçoso Regedor corrompido e pouco nobre. Veja agora o juízo curioso Quanto no rico, assim como no pobre, Pode o vil interesse e sede inimiga Do dinheiro, que a tudo nos obriga.

Ali ficou, esperando os acontecimentos, pois perdera a confiança no Catual. O poeta tira a moral da história: veja-se o poder que o dinheiro tem sobre os

ricos e sobre os pobres.

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97A Polidoro mata o Rei Treício, Só por ficar senhor do grão tesouro; Entra, pelo fortíssimo edifício, Com a filha de Acriso a chuva d'ouro; Pode tanto em Tarpeia avaro vício, Que, a troco do metal luzente e louro, Entrega aos inimigos a alta torre, Do qual quase afogada em pago morre.

O rei da Trácia Polimnestor, matou o

filho de Priamo, confiado à sua guarda, só para

lhe roubar o ouro.

Dánae, filha de Acrísio, foi fechada numa torre de bronze para não ter

filhos; mas Júpiter entrou metamorfoseado

em chuva de ouro e engravidou-a.

Depois de abrir a porta para os Sabinos que

cercavam Roma, Tarpeia ficou soterrada debaixo

dos montes de braceletes de ouro usados pelos soldados, que exigira

como preço pela traição.

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98Este rende munidas fortalezas, Faz tredores e falsos os amigos: Este a mais nobres faz fazer vilezas, E entrega Capitães aos inimigos; Este corrompe virginais purezas, Sem temer de honra ou fama alguns perigos: Este deprava às vezes as ciências, Os juízos cegando e as consciências

Por causa do dinheiro rendem-se fortalezas, atraiçoam-se amigos, entregam-se capitães, perdem-se virgindades, corrompe-se o uso do saber.

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99Este interpreta mais que sutilmente. Os textos; este faz e desfaz leis; Este causa os perjúrios entre a gente, E mil vezes tiranos torna os Reis. Até os que só a Deus Omnipotente Se dedicam, mil vezes ouvireis Que corrompe este encantador, e ilude; Mas não sem cor, contudo, de virtude.

Por causa do ouro dão-se interpretações habilidosas aos textos; fazem-se e anulam-se leis; os homens perjuram, os reis tornam-se tiranos. E até os sacerdotes se deixam levar pela sua fascinação, embora sob aparências virtuosas.

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