1 exames complementares em gastroenterologia

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LABORATÓRIO EM GASTROENTEROLOGIA Cláudio G. de Figueiredo Mendes 8a enfermaria Santa Casa do Rio de Janeiro

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LABORATÓRIO EM GASTROENTEROLOGIA

Cláudio G. de Figueiredo Mendes8a enfermaria

Santa Casa do Rio de Janeiro

Page 2: 1   exames complementares em gastroenterologia

IMPORTÂNCIA DA ANAMNESE E DO EXAME FÍSICO NA MEDICINA

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SINTOMAS QUE INDICAM DOENÇA GASTROINTESTINAL

QUEIMAÇÃO

DISTÚRBIOS DE DEGLUTIÇÃO

DOR TORÁCICA

SOLUÇOS

NÁUSEAS

VÔMITOS

DIARRÉIA

CONSTIPAÇÃO

DOR ABDOMINAL

PERDA DE PESO

SANGRAMENTO DIGESTIVO

Page 4: 1   exames complementares em gastroenterologia

IntroduçãoIntrodução

• Exames laboratoriais - como e quando solicitar

• Custo

• Hepatograma / provas ou testes de função hepática

• Coagulograma

• “hemograma completo”

• Diagnóstico etiológico

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FÍGADO

Page 6: 1   exames complementares em gastroenterologia

Funções vitais (metabolismo, síntese e excreção)

Mecanismos diversos de lesão hepática

Grande reserva funcional

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Laboratório em Hepatologia

Lesão

Hepatocelular

Lesão

Hepatocelular

Síntese

Hepática

Síntese

Hepática

ColestaseColestase

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ALT / TGP AST / TGO

Limite superior da normalidade:40-60U/l

Valores elevados: lesão hepatocitária(necrose ou inflamação)

Marcadores de Lesão Hepatocelular

AminotransferasesAminotransferasesAminotransferasesAminotransferases

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ALT / TGP AST / TGO

Marcadores de Lesão Hepatocelular

Citoplasmática

Fígado

Citoplasmática, mitocondrial

Fígado, rins, pâncreas, coração,

musculatura estriada, hemácias

Page 10: 1   exames complementares em gastroenterologia

Quantificação das aminotransferases

Valor absoluto não tem relação direta com gravidade da hepatopatia

Auxilia diagnóstico etiológico

Marcadores de Lesão Hepatocelular

Page 11: 1   exames complementares em gastroenterologia

Deficiência depiridoxina

Marcadores de Lesão Hepatocelular

Relação AST / ALTRelação AST / ALT

> 2 < 2

Álcool

Cirrose

Vírus

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Marcadores de Lesão Hepatocelular

> 1000 – 2000 U/l

> 10 vezes LSN

Hepatite viral aguda

Lesão isquêmica

Hepatite medicamentosa (ex: acetaminofen)

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Marcadores de Lesão Hepatocelular

< 300 U/l

Hepatite Crônica

Hepatite Autoimune

Hemocromatose

Deficiência de Alfa1antitripsina

Cirrose

Hepatopatia alcoólica

Obstrução biliar

Doenças sistêmicas (DM, tireóide)

NASH

Page 14: 1   exames complementares em gastroenterologia

Baixa especificidade: lesão musculatura estriada ou cardíaca, hemólise, AVE, infarto renal,...

Infiltração neoplásica maligna:

↑ ↑ ↑ LDH↑ FA

Marcadores de Lesão Hepatocelular

Desidrogenase LáticaDesidrogenase LáticaDesidrogenase LáticaDesidrogenase Lática

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Bilirrubinas

Fosfatase Alcalina

Gama Glutamil Transpeptidase

5`- Nucleotidase

Marcadores de Colestase

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Marcadores de Colestase

BilirrubinasBilirrubinasBilirrubinasBilirrubinas

Hemoglobina

Hemácias velhas70%

Hemácias jovens destruídas10-20%

Hemólise intravascularVariável

Extravasamento de sangueVariável

SRE

MOHepatócitos e

Cels Tub. Renais

Macrófagos doconjuntivo

Citocromo P-450Catalase

Triptofano-pirrolase,…

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Marcadores de Colestase

Hemoglobina

Biliverdina

Bilirrubina

Hemeoxigenase

Globina

Ferro

Monóxido de Carbono

Biliverdina Redutase

Albumina

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Marcadores de Colestase

Dissociação do complexo albumina-bilirrubina

AlbuminaBilirrubina

não conjugada

Plasma

40%Ligandina

Conjugação com o ácido glicurônico

Glicuroniltransferase

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X

Marcadores de Colestase

Bilirrubina Bilirrubina IndiretaIndireta

Bilirrubina Bilirrubina IndiretaIndireta

Bilirrubina Bilirrubina DiretaDireta

Bilirrubina Bilirrubina DiretaDireta

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Marcadores de Colestase

Hiperbilirrubinemia Hiperbilirrubinemia IndiretaIndireta

Hiperbilirrubinemia Hiperbilirrubinemia IndiretaIndireta

Aumento da Produção

Hemólise

Eritropoiese ineficaz

Reabsorção hematoma

Déficit de Captação/Conjugação

Sd. de Gilbert

Crigler-Najjar tipo I

Crigler-Najjar tipo II

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Obstrução ao fluxo biliar intra ou extra-hepático

HepatiteCirrose Biliar PrimáriaColangite Esclerosante

LitíaseNeoplasiaPancreatite

Marcadores de Colestase

Hiperbilirrubinemia Hiperbilirrubinemia DiretaDireta

Hiperbilirrubinemia Hiperbilirrubinemia DiretaDireta

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Membrana canalicular do hepatócitoObstrução ductos biliares (intra ou extra-

hepáticos)

Marcadores de Colestase

Fosfatase AlcalinaFosfatase AlcalinaFosfatase AlcalinaFosfatase Alcalina

CEPCBP

Obstrução neoplásicaLitíase biliar

HepatiteCirrose

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Baixa especificidade:

Ossos, rim, intestino, placenta, leucócitos, doenças neoplásicas

Anamnese e exame físico

Outras enzimas de colestase

Marcadores de Colestase

Fosfatase Fosfatase AlcalinaAlcalina

Fosfatase Fosfatase AlcalinaAlcalina

Elevação da FA é de origem colestática???

5`- NT5`- NT5`- NT5`- NTGGTGGTGGTGGT

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Enzimas canaliculares

Ajudam a confirmar origem colestática da FA

GGT: uso de álcool

Marcadores de Colestase

5`- Nucleotidase 5`- Nucleotidase 5`- Nucleotidase 5`- Nucleotidase

Gama Glutamil Gama Glutamil TranspeptidaseTranspeptidaseGama Glutamil Gama Glutamil TranspeptidaseTranspeptidase

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Perda da capacidade funcional do órgão

Marcadores de Síntese Hepática

Insuficiência Hepática

Albumina Albumina Albumina Albumina TAP TAP TAP TAP

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Indicador de gravidade na disfunção hepática crônica

Baixa sensibilidade na fase aguda da insuficiência hepática

Marcadores de Síntese Hepática

Albumina Albumina Albumina Albumina

Meia-vida: 3 a 4 semanas

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HIPOALBUMINEMIA

Hepatopatias

Desnutrição

Enteropatia perdedora de proteina

Síndrome nefrótica

Marcadores de Síntese Hepática

Albumina Albumina Albumina Albumina

Page 28: 1   exames complementares em gastroenterologia

Fígado é o principal responsável por produzir todos os fatores de coagulação, exceto VIII

Fatores - VII, IX, X, e Protrombina

Marcadores de Síntese Hepática

TAP TAP TAP TAP

Vitamina K

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Tempo de protrombina = segundos

Atividade de protrombina = %

INR = “International Normalized Ratio”(TAP do paciente x TAP controle)

Marcadores de Síntese Hepática

TAP TAP TAP TAP

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Diagnóstico Diferencial

Hepatopatia Medicamentos

CID Síndrome disabsortiva Síndrome colestática

Desnutrição

Marcadores de Síntese Hepática

TAP alteradoTAP alterado

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Diagnóstico Diferencial

Síndrome disabsortiva Síndrome colestática

Desnutrição

Vitamina K parenteral

Melhora TAP em

30% / 24 hs

Marcadores de Síntese Hepática

TAP alteradoTAP alterado

Page 32: 1   exames complementares em gastroenterologia

Indicadores de Prognóstico

Classificação de Child-PughClassificação de Child-Pugh

Child CG, Turcotte JG. The Liver and Portal Hypertension 1964

Child-Turcotte, 1964

AlbuminaBilirrubina

AsciteEncefalopatia

Estado nutricional

Pugh, 1973

AlbuminaBilirrubina

AsciteEncefalopatia

TAP

Pugh RNH, et al. Br J Surg 1973

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Classificação de Child-Pugh

Indicadores de Prognóstico

Parâmetros

Ascite Ausente leve moderada

Encefalopatia Ausente Grau I / II Grau III / IV

Albumina > 3,5 2,8 – 3,5 < 2,8

Bilirrubina ≤ 2 2 - 3 > 3

TAP 1 - 3 4 - 6 > 6

PONTOS 1 2 3

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Indicadores de Prognóstico

Até 6 pontos Child A Compensado

7 a 9 pontos Child B Comprometimeto funcional importante

10 a 15 pontos Child C Descompensado

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Predizer sobrevida a curto prazo (3 meses) em pacientes cirróticos candidatos ao TIPS

Avaliação de prognóstico em cirróticos de um modo geral

Seleção de pacientes para Transplante Hepático (UNOS*)

*United Network for Organ Sharing

Indicadores de Prognóstico

MELDMELD“Model for End-stage

Liver Disease”

Mayo Clinic

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Creatinina

Bilirrubina

INR

Indicadores de Prognóstico

MELDMELD

Dados

objetivos

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Indicadores de Prognóstico

MELDMELD

0.957 x Loge(creatinina mg/dL)

+ 0.378 x Loge(bilirubina mg/dL)

+ 1.120 x Loge(INR)

+ 0.643

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3437 pacientes na lista para transplante hepático

Mortalidade em 3 meses aumenta proporcionalmente ao escore obtido no MELD

Indicadores de Prognóstico

MELDMELD

MELD < 9 Mortalidade 1,9%

MELD > 40 Mortalidade 71,3%

Wiesner R et al. Gastroenterology 2003

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As Provas de Função Hepática são úteis para avaliação inicial e acompanhamento do paciente com doença hepática e das vias biliares e dividem-se em 3 grupos:

Conclusões

Marcadores de Lesão Hepatocelular

Marcadores de Colestase

Marcadores de Síntese Hepática

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Os marcadores de lesão hepatocelular são representados principalmente pelas aminotransferases (AST e ALT) e indicam inflamação ou necrose dos hepatócitos.

Os marcadores de colestase sugerem obstrução ao fluxo biliar intra ou extra-hepático e são representados por bilirrubinas, FA, GGT e 5’NT.

Os principais marcadores de síntese hepática são albumina e TAP, que quando alterados, indicam disfunção hepática.

Conclusões

Page 41: 1   exames complementares em gastroenterologia

As alterações laboratoriais isoladamente não definem a etiologia da hepatopatia, devendo ser interpretadas em conjunto e associadas à anamnese e exame físico.

Child-Pugh é um escore antigo, de amplo uso ainda hoje, que associa parâmetros clínicos (ascite e encefalopatia) com alterações laboratoriais (TAP, bilirrubina e albumina) para determinar prognóstico da hepatopatia.

MELD é escore mais recente, baseado em dados laboratoriais objetivos (bilirrubina, creatinina e INR), cada vez mais indicado na prática clínica (Transplante hepático).

Conclusões

Page 42: 1   exames complementares em gastroenterologia

ESÔFAGO

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Aspectos Gerais

Diagnóstico através da anamnese é possível em aproximadamente 80%

dos casos

Queixas principais – disfagia, odinofagia, pseudodisfagia, globus

histericus e pirose

Funções Básicas do esôfago – transporte do bolo alimentar e prevenção

do refluxo gastroesofágico

Exame físico – abaulamento cervical por divertículos esofagianos,

linfonodomegalis cervicais ou supraclaviculares e tempo de deglutição

prolongado (> 12 s)

Endoscopia e Radiologia

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Compostos baritados são tóxicos

Sulfato de Bário não absorvível, não sendo, por isso, tóxico

Aspectos Gerais

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Exames Complementares

Deglutograma / esofagografia

Detecção de membranas esofágicas, acalásia, espasmo cricofaríngeo, fístulas traqueobrônquicas, fissura palatina

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Exames Complementares

Endoscopia digestiva alta (histopatológico)

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Exames Complementares

Endoscopia digestiva alta (histopatológico)

Avaliação de dor, disfagia, identificação de anormalidades estruturais, identificação de sangramentos ou para a obtenção de biópsias

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Exames Complementares

Endoscopia digestiva alta

Page 49: 1   exames complementares em gastroenterologia

Exames Complementares

Manometria esofagiana

Avaliação da pressão do esfincteres esofagianos superior e inferior e avaliação dos movimentos peristálticos

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Exames Complementares

pHmetria

Avaliação de Refluxo gastroesofagiano

Teste de Bernstein

Detecção de esofagite através

da perfusão do esôfago com

ácido clorídrico e sôro

fisiológico alternadamente

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ESTÔMAGO

Page 52: 1   exames complementares em gastroenterologia

Aspectos Gerais

Principais Exames

Endoscopia Digestiva Alta

Seriografia Esôfagogastroduodenal

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Exames Complementares

Endoscopia digestiva alta (histopatológico)

Page 54: 1   exames complementares em gastroenterologia

Exames Complementares

Endoscopia digestiva alta (histopatológico)

Page 55: 1   exames complementares em gastroenterologia

Exames Complementares

Seriografia esofagogastroduodenal

Exames Complementares

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Exames Complementares

Síndrome de Zollinger-Ellison

• Definição – doença ulcerosa grave e hipersecreção ácida consequente a

hiperprodução de gastrina por gastrinoma

• GASTRINA sérica elevada –

40% dos pacientes - > 1000pg/mm (normal < 100 pg/mL) e pH

gástrico < 2,5

60% dos pacientes – de 101 a 999 pg/mL e pH < 2,5

• Teste de estimulação pela secretina – estímulo ao aumento de gastrina

muito significativo no portador de SZE

• Após o diagnóstico, o gastrinoma deve ser procurado – angiografia, TC

e US endoscópico. Teste mais sensível – cintilografia de receptores de

somatostatina.

Page 57: 1   exames complementares em gastroenterologia

Exames Complementares

Sangue oculto – presença de sangue nas fezes – baixa especificidade

Parasitológico de fezes – fezes frescas - deve ser solicitado na

abordagem das diarréias crônicas

Leucócitos fecais – indicam processo inflamatório agudo

Gordura fecal – sensibilidade elevada quando gordura fecal > 10g/24 h

Coprocultura – diarréia infecciosa invasiva (Shigella, Salmonella,

Klebsiella, Staphilococcus aureus, Clostridium difficile, etc.)

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Exames Complementares

Parasitológico de fezes (3 amostras) MIF – deve ser solicitado na abordagem das diarréias

crônicas - Como estão presentes amostras de fezes de 3 dias diferentes, a sensibilidade do

exame aumenta.

As amostras de fezes são colhidas durante 3 dias consecutivos ou não (emissões diferentes),

em líquido conservante MIF (Merthiolate-Iodo-Formol). No casos de fezes sólidas ou

pastosas, deverá ser considerada como medida uma colher fornecida com o frasco de coleta

de cada emissão. Se as fezes estiverem liqüefeitas, deverão ser coletados aproximadamente

2 ml de cada emissão.

As fezes deverão ser colocadas em um frasco com líquido conservante (MIF), tendo-se o

cuidado de colocar pequenas porções de fezes de 3 emissões diferentes, misturando bem

todas as fezes. Deve-se evitar encher demais o frasco, pois as fezes devem ficar totalmente

cobertas pelo líquido conservante. Manter em local fresco. Contra-indicados laxantes e

enemas. O paciente não deve ter sido submetido a contrastes radiológicos nos 3 dias

anteriores à coleta.