1 Como definir você Como definir você: homem, mulher ou outra orientação? Gênero e sexualidade...
Transcript of 1 Como definir você Como definir você: homem, mulher ou outra orientação? Gênero e sexualidade...
1
Como definir vocêComo definir você: homem, mulher ou outra orientação? Gênero e sexualidade no mundo de hoje.
Esta aula fará uma reflexão sociológica acerca da relação entre homens e mulheres e da relação entre
heterossexuais e não heterossexuais.
Relações, essas, marcadas por tensões, preconceitos, discriminações e poder.
2
O que nos torna homens ou mulheres?
Socióloga americana – Deborah Blum (1997) – não existe somente o fator biológico, mas também os
sentimentos, atitudes e comportamentos que podem condicionar as orientações pelo masculino ou pelo
feminino.
3
Assim, deve-se distinguir o sexo, biológico, do gênero, sociológico.
Gênero é a identificação ou o sentimento de pertencer ao sexo masculino ou feminino.
A isto chamamos também de identidade de gênero.
4
Mas como nos tornamos do gênero masculino ou feminino?
E por que a heterossexualidade é mais valorizada do que a homossexualidade?
5
Essas questões são importantes, pois nos fazem compreender que as diferenças de gênerodiferenças de gênero e o reforço
da maioria à heterossexualidade, muitas vezes, são motivos de grandes conflitos sociaisgrandes conflitos sociais, de punição de punição de
pessoas que não seguem os papéis de gênero pessoas que não seguem os papéis de gênero dominantedominante e podem, dependendo das ideias
dominantes numa sociedade gerar desigualdades gerar desigualdades sociais de gênero.sociais de gênero.
6
Papéis de homens e papéis de mulheres: muita coisa mudou no século XX:
O século XX apresenta outros conflitos de interesses que vão além da divisão da sociedade em classes:
conflitos entre homens e mulheres, entre heterossexuais e homossexuais e, entre brancos e não brancos e/ou
minorias étnicas.
7
As mulheres, a partir do século XIX, e as minorias sexuais, a partir dos anos 60 do século passado, passaram a demonstrar sua revolta à dominação
masculina e heterossexual de forma coletiva.
Preconizavam haver uma diferença natural entre o feminino e o masculino e, a partir daí, uma
predisposição natural para os comportamentos e para as relações sociais que constituem papéis de homens e
papéis de mulheres, rigidamente naturalizados.
8
Os movimentos feministas mudaram muita coisa!
Publicação do livro O Segundo Sexo, escrito pela francesa Simone de Beauvoir e lançado em 1949 – o debate sobre a questão da mulher e a relação entre os sexos ganha uma outra conotação, que vai influenciar a
análise sociológica de forma marcante.
9
A invenção do termo feminilidade – inventado pelos homens – função: limitar o papel social das mulheres.
Desnaturalizar a feminilidade – esta é uma construção social.
“Não se nasce mulher, torna-se mulher”
10
Começaram a construir uma crítica à sociedade patriarcal, ou seja, a um modelo de família que dá
certos privilégios aos homens.
Movimentos feministas – inspirados por várias intelectuais como Simone de Beauvoir, Betty Friedan, Kate Millet, Shulamith Firestone, Bell Hooks e Juliet
Mitchell, após a década de 1960, começaram a reivindicar direitos iguais perante os homens.
11
Começaram a reivindicar igualdade de condições de trabalho e salário, direito ao aborto e ao controle do
corpo, autonomia intelectual e punição aos homens pela violência doméstica e sexual, entre outras.
12
O movimento feminista, de uma certa forma, mobilizou e despertou muitos grupos de mulheres e homens a
questionar a ideia antiga de que existe uma predisposição natural – biológica – para o papel de
homem e de mulher ou para que homens e mulheres seguissem as convenções dominantes na nossa
sociedade.
13
14
15
16
O mundo é colorido?
Há indivíduos que não seguem as normas ou convenções dominantes.
São os chamados transexuais, homossexuais (gays e lésbicas) e bissexuais.
17
Psicólogos, psicanalistas, médicos e religiosos têm várias teorias.
Os sociólogos têm pouco interesse sobre suas origens, pois o mais importante, para nossas sociedades, é a maneira como estas orientações são tratadas, como
elas se expressam e como são reprimidas.
18
A homossexualidade e as diversas orientações (transexual e bissexual) no século XX tornaram-se
menos estigmatizadas e mais visíveis.
Michel Foucault (1984) mostrou que, antes do século XIX, a ideia de homossexual tinha uma existência muito
difusa.
A transformação se deve, fundamentalmente, aos grandes movimentos dos indivíduos que passaram a reivindicar direitos por não seguirem uma orientação
sexual dominante.
19
A partir das décadas de 1950 e 1960, gays e lésbicas formaram comunidades em grandes cidades como Nova
York, São Francisco, Paris, Londres e também na América Latina.
Esses grupos estão sempre lutando por direitos, pois são vítimas de uma cotidiana repressão e violência, começaram a se assumir publicamente organizando
passeatas, paradas, protestos etc.
20
Segundo o movimento de gays e lésbicas, há uma ideologia que se chama homofobia, ou seja, uma
aversão e uma rejeição incondicional contra aqueles que não seguem a heterossexualidade.
21
22
Para os homofóbicos, a discriminação não seria obviamente operativa se gays e lésbicas mantiverem na
clandestinidade a própria orientação sexual.
É no momento em que se assumem publicamente que começa a guerra contra eles.
Como constatam várias pesquisas sociológicas, essa discriminação atua em todos os setores: no local de local de
trabalhotrabalho, , onde, além de correrem o risco de demissão, são molestados pelos outros trabalhadoresmolestados pelos outros trabalhadores; na
sociedadesociedade, que os impede de ter qualquer posto de comando; na famíliana família, em que a declaração de
homossexualidade chega a gerar crises de várias naturezas.
23
Note-se que a discriminação opera com tal violência (física e psicológica), que o indivíduo não tem coragem
de reconhecer a própria orientação sexual.
24
Para os militantes da causa homossexual, os heterossexuais encontram uma série de falsas vantagens de natureza quase exclusivamente psicológica para contribuir com a opressão.
Para esses militantes, tornar os homossexuais alvo de chacota e mostrar, em público, o desprezo para com
eles, assegura a própria identidade heterossexual para si mesmo e para os outros, mantendo assim a
participação na “normalidade” sexual dominante.
25
26
• Atividade do diaAtividade do dia: Para debater em grupo e depois abrir para discussão.
• Depois dessas reflexões sobre gênero e diversidade sexual, que reflexões podemos fazer a partir da reportagem do início deste capítulo? E em ralação ao mundo do trabalho, será que as diferenças de gênero e orientação sexual interferem nas relações de trabalho?