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Material Digital do Professor

Geografia – 8º ano

1º bimestre – Plano de desenvolvimento

O plano de desenvolvimento visa explicitar os objetos de conhecimento e as habilidades da

Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a serem trabalhados no 1º bimestre do 8º ano do Ensino

Fundamental – Anos Finais, relacionando-os ao conteúdo do Livro do Estudante. Como ferramenta

pedagógica, o plano de desenvolvimento pode apoiá-lo no que se refere à busca de alternativas

para o planejamento bimestral e, sobretudo, de aulas que despertem habilidades de pensamento e

competências gerais que atendam às demandas das gerações atuais.

Assim, as atividades aqui sugeridas buscam utilizar os conhecimentos historicamente construídos

sobre o mundo para entender e explicar a realidade (Competência geral 1). Também foi observado, no

que diz respeito às competências específicas de Geografia, o estímulo ao desenvolvimento da autonomia

e do senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análise da ocupação

humana e produção do espaço (Competência específica 3). Ainda, quanto às competências de Ciências

Humanas, foi contemplado o incentivo à interpretação e expressão de sentimentos, crenças e dúvidas

com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação,

promovendo a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades,

culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza (Competência específica 4).

Dada a complexidade das articulações entre objetos de conhecimento, habilidades e competências,

destaca-se o papel primordial do professor como mediador da construção do aprendizado dos alunos

do 8º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais. Quanto maior a habilidade de desafiá-los a compreenderem

o espaço, maior as possibilidades de êxito no aprendizado.

1. Objetos de conhecimento e habilidades da BNCC

Referência no material didático

Objetos de conhecimento

Habilidades

(Capítulo 3) Distribuição e diversidade da população mundial (Capítulo 4) Movimento de pessoas pelo mundo

Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais

(EF08GE01) Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes.

(Capítulo 4) Movimento de pessoas pelo mundo

Diversidade e dinâmica da população mundial e local

(EF08GE02) Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do Município em que se localiza a escola, considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população mundial.



(EF08GE03) Analisar aspectos representativos da dinâmica demográfica, considerando características da população (perfil etário, crescimento vegetativo e mobilidade espacial).




Referência no material didático

Objetos de conhecimento

Habilidades

(Capítulo 2) Estados nacionais na ordem mundial

Corporações e organismos internacionais e do Brasil na ordem econômica mundial

(EF08GE05) Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e país para o entendimento de conflitos e tensões na contemporaneidade, com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e suas múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra. (EF08GE06) Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos de integração cultural e econômica nos contextos americano e africano, reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos.

(Capítulo 1) Desenvolvimento do capitalismo (Capítulo 2) Estados nacionais na ordem mundial


(EF08GE08) Analisar a situação do Brasil e de outros países da América Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem mundial do pós-guerra.

(Capítulo 2) Estados nacionais na ordem mundial


(EF08GE11) Analisar áreas de conflito e tensões nas regiões de fronteira do continente latino-americano e o papel de organismos internacionais e regionais de cooperação nesses cenários.


Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África

(EF08GE18) Elaborar mapas ou outras formas de representação cartográfica para analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais, ordenamento territorial, contextos culturais, modo de vida e usos e ocupação de solos da África e América.

(Capítulo 1) Desenvolvimento do capitalismo (Capítulo 2) Estados nacionais na ordem mundial

Cartografia: anamorfose, croquis e mapas temáticos da América e África

(EF08GE19) Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África e América.

2. Atividades recorrentes na sala de aula

Para os estudos do 1º bimestre do 8º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais, os conteúdos

do Livro do Estudante relacionados aos aspectos geográficos econômicos, políticos e populacionais do

mundo em muito favorecem os objetos de conhecimento e as habilidades propostas pela BNCC, pois

permitem desenvolver a aprendizagem dos alunos no que se refere à compreensão da diversidade da

população mundial.

Primeiramente, é válido ressaltar que o conteúdo a ser trabalhado neste 1º bimestre requer o

conhecimento prévio de conceitos básicos da Geografia, tais como: lugar, região e território. Dessa forma,

a compreensão do lugar como elemento onde a vida acontece e como locus de vínculo e identidade deve

ser abordada em sala, discutindo a dificuldade dos imigrantes que se lançam a regiões distantes e pouco

conhecidas em busca de melhores condições de vida. A noção do conceito de região é importante para

identificar áreas de atração e repulsão, além de ser bastante elucidativa no estudo das migrações

regionais. O entendimento da definição de território também é imprescindível para as discussões dos

conflitos que envolvem a disputa de áreas e acabam motivando pessoas a procurar refúgio.




Como proposta para trabalhar os conceitos de relativos aos temas deste 1º bimestre, a seguir,

serão descritas algumas orientações para o desenvolvimento de atividades que articulam os respectivos

capítulos do Livro do Estudante.

Como atividade inicial do bimestre, solicite que os alunos, divididos em grupos, confeccionem

um grande cartaz com o formato do planisfério e dos continentes. Depois, instale uma discussão

perguntando: “Vocês sabem de onde vieram seus ancestrais mais distantes na linha cronológica?”.

É fundamental frisar que, especialmente no Brasil, há uma grande miscigenação resultante, além de

outros grupos étnicos, principalmente dos primeiros ancestrais de origens indígena e africana. Peça,

então, que os grupos desenhem ou colem imagens, no planisfério, de figuras humanas de diferentes

partes do Brasil e do mundo.

Em outro momento, procurando aprofundar a reflexão sobre as transformações no espaço

geográfico, com auxílio de aparelhos celulares, na sala de aula, ou computadores conectados à

internet, no laboratório de informática, proponha aos alunos que construam um quadro comparativo

relativo a três formas de deslocamento: terrestre, marítimo e aéreo. Desse modo, é possível levantar

hipóteses, com base na atualidade, sobre o tempo de deslocamento de certos fluxos populacionais.

Além das referências históricas sobre o movimento populacional no espaço, é importante que

os alunos reconheçam os recentes fluxos de migração e imigração. Mapear esses deslocamentos atuais

é um exercício muito rico para a apreensão da espacialidade concreta da mobilidade humana. Com

base em notícias veiculadas em jornais ou revistas, demonstre para os alunos, por exemplo, dados

sobre os conflitos que ocorrem na Síria e a respeito da chegada e a vida de imigrantes sírios que estão

vivendo no Brasil.

Outra atividade bastante interessante, com forte apelo à reflexão sobre a desigualdade

socioespacial, diz respeito ao estudo das áreas de grande expulsão da população – em razão de

conflitos bélicos, más condições de vida pela falta de acesso à água ou à alimentação, instabilidade

política ou perseguição religiosa. Conhecer as áreas de expulsão e atração de grupos populacionais é

essencial para o reconhecimento da geografia populacional. Durante as aulas, com a participação dos

alunos, elabore quadros para registrar informações gerais sobre os locais de expulsão e atração

populacional: IDH, aspectos econômicos e sociais, características naturais, etc.

Por fim, é válido abordar os aspectos referentes aos movimentos xenófobos verificados em

diferentes regiões do mundo. Embora a migração seja um fenômeno comum na história da

humanidade, a apropriação do espaço por certos grupos tornou essas áreas territórios vinculados à

ideia de nação, o que, por muitas vezes, é usado com justificativa para a recusa de novos fluxos

migratórios como atualmente vem ocorrendo na Europa, relativamente aos imigrantes da Síria

(Oriente Médio), da Eritréia, do Senegal, da Nigéria, da Costa e Libéria (África), e nos Estados Unidos,

quanto aos imigrantes latino-americanos.




3. Relação entre a prática didático-pedagógica

e o desenvolvimento de habilidades

As atividades propostas aos alunos devem favorecer o desenvolvimento das habilidades propostas

pela BNCC para cada um dos objetos de conhecimento. A seguir, apresentam-se algumas orientações

para trabalhar essas habilidades em sala de aula.

Para abordar os conteúdos propostos para o 1º bimestre do 8º ano do Ensino Fundamental –

Anos Finais, é relevante considerar a vivência dos alunos, ou seja, a realidade que os cerca, relacionando-

a ao conteúdo estudado, de modo a direcioná-los na construção do próprio conhecimento.

Após os estudos sobre os assuntos introdutórios de Geografia deste bimestre (desenvolvimento

do capitalismo e Estados nacionais na ordem mundial), os alunos terão uma boa base teórica, com

importantes referências espaciais, já sendo capazes de perceber a necessidade de os sujeitos de

estabelecerem-se em um lugar adequado para garantir a reprodução de sua vida.

Assim, deve-se prosseguir com a abordagem sobre a diversidade e dinâmica populacional,

tema que requer uma abertura à sensibilidade sobre a questão da migração, pois, em grande parte

dos casos, não é fácil deixar os lugares de origem e lançar expectativas e objetivos sobre outro espaço.

Mas é justamente o imperativo da sobrevivência sobre uma base espacial que torna a análise

geográfica da migração e da mobilidade populacional tão importante.

Para tanto, é preciso retomar com os alunos algumas informações, apreendidas em anos

anteriores nos componentes curriculares de História e Ciências, sobre a origem a espécie humana na

Terra. Sempre com o apoio do mapa-múndi em sala, evidencie o fato de que a vida humana teve

origem no continente africano e se espalhou por outras áreas do mundo, de modo que os alunos

notem que a migração é um componente histórico e geográfico: em diferentes épocas, grupos

distintos migraram para outros lugares dando origem a novas sociedades.

Depois da alusão à origem das primeiras sociedades humanas, é interessante aproximar a

temática dos alunos. Nesse sentido, ouvir o que têm a dizer sobre suas famílias traz referências da

vivência individual para o tema que está sendo estudado. “De quais cidades, estados, regiões e países

vieram seus antepassados?” é uma pergunta que os convidará a interagir com maior interesse com o

assunto. Essa breve conversa pode gerar um momento bastante oportuno para trabalhar uma das

habilidades previstas na BNCC, qual seja:

• (EF08GE02) Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do município em que se localiza a escola, considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população mundial.

Para tanto, promova atividades ou leituras que conduzam os alunos a refletir sobre as

diferenças dos grupos sociais ao longo da história. Apesar de a migração ser um fenômeno recorrente,

as características dos grupos variam conforme a época, assim como os meios de transporte utilizados

para tal fim. À medida que os grupos sociais foram desenvolvendo-se, ocorreram grandes impactos no

espaço e nas populações que estavam fixadas em determinadas áreas. O conflito entre grupos




diferentes é verificado de diversas maneiras pela história e pela antropologia. Sobre esse contexto

em especial, abre-se um momento favorável ao desenvolvimento da seguinte habilidade:

• (EF08GE01) Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes.

Dessa forma, durante o desenvolvimento deste plano, procure destacar o caráter dinâmico

das migrações e da mobilidade dos grupos humanos. Há dinâmicas variadas: algumas passam pela

busca de melhores condições econômicas de vida; outras buscam refúgio que garanta a sobrevivência;

e ainda há aquelas movimentações que ocorrem por motivações culturais (lazer) ou religiosas.

A gestão da sala de aula é essencial para estabelecer um ambiente sadio e compatível com

o processo de construção de uma aprendizagem significativa por parte dos alunos. Por esse motivo,

procure adotar medidas e ações que normatizem as relações nesse espaço, observando os combinados

que envolvem alunos, professores e todos aqueles que participam do cotidiano escolar.

É na da sala de aula que ocorrem as interações entre professor e aluno, onde são vivenciadas

as regras de convivência, explícitas ou implícitas, que podem ser ou não construídas ou acordadas

entre os agentes desse cenário. Essas interações são influenciadas pelo capital social e pela cultural de

cada participante. Nesse sentido, considere esses aspectos e perceba os acontecimentos em sala, que

vão aparecendo conforme a convivência do professor com a turma. Em sala de aula, a relação entre

professor e alunos é dinâmica, vai sendo definida e redefinida a cada nova aula e influenciando os

comportamentos e ações de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.

Assim, no início dos trabalhos, é importante estabelecer, por meio do diálogo com os alunos,

regras, normas e acordos coletivos de convívio mútuo, que terão como meta principal a construção e

a manutenção de uma relação respeitosa entre todos os indivíduos do grupo, bem como a conservação

do espaço físico escolar.

Para tanto, considere que cada aluno é um indivíduo que carrega consigo uma história

específica, com experiências únicas, e que isso ocorre também quanto à capacidade de aprendizagem.

Durante o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem, tais diferenças vão ficando cada

vez mais perceptíveis, e cabe ao professor evidenciá-las e planejar ações que respeitem o tempo de

aprendizagem de todos os alunos.

Nesse contexto, como gestor do espaço da sala de aula, estimule práticas que garantam o

desenvolvimento da habilidade crítica dos alunos, organizando atividades e espaços que efetivem

oportunidades para que os alunos participem, expressem suas opiniões e desenvolvam autonomia e

responsabilidade para a realização das atividades. Busque sempre o diálogo para a resolução dos

conflitos, tão característicos do ambiente escolar, pautando-se no princípio do respeito entre todos.

Além disso, viabilizar a participação dos atores compreendidos no processo de aprendizagem também

envolve ampliar os espaços formais de comunicação e de participação dos pais e responsáveis, já que

a família é uma importante parceira no processo educacional dos alunos.




4. Acompanhamento do aprendizado dos estudantes

O acompanhamento da aprendizagem deve considerar três grandes aspectos referentes à

diversidade e à dinâmica populacional: fluxos migratórios, fluxos de refugiados e fluxos turísticos.

Nesse sentido, é preciso avaliar se os alunos reconheceram a diferença entre esses fluxos, ou seja, que

a movimentação de um número considerável de pessoas não significa que há uma migração somente

no sentido da procura por um novo lugar, mas que ela também pode ocorrer em razão da fuga de

conflitos políticos internos ou externos, pela busca de algum tipo de lazer ou, ainda, em virtude de

algum ritual religioso.

É imprescindível, para tanto, que os alunos tenham assimilado os conceitos de imigrante e

emigrante. Da mesma forma, é necessário aferir se os alunos compreenderam que a migração pode

ser um fenômeno interno e externo, ou seja, que há migrações que ocorrem dentro do território e,

também, entre países.

Entre os muitos elementos históricos a serem explorados na abordagem do tema das migrações,

verifique se os alunos distinguiram períodos e se reconheceram os lugares de saída e chegada desses

fluxos. Quanto aos aspectos geográficos, observe se houve a identificação das características gerais de

certas áreas dos continentes e se foi compreendida a relação entre as formas de produção desenvolvidas

em regiões distintas do globo, as crises econômicas e os grandes fluxos migratórios.

Por fim, ressalta-se que é muito significativo avaliar as atividades ou os momentos de reflexão

com vistas a constatar se os alunos perceberam que, apesar da dinâmica espacial intensificada com a

circulação das mercadorias e da informação, após a globalização, a circulação das pessoas pelo mundo

não acontece de maneira tranquila e eficiente.

5. Fontes de pesquisa para uso em sala de aula ou para

apresentar aos estudantes

No site do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) há

informações sobre os principais fluxos e a situação de refugiados na atualidade (disponível em:

<http://www.acnur.org/portugues/>. Acesso em: 25 out. 2018).

No site do Ministério das Relações Exteriores há informações sobre as ações do Consulado

brasileiro sobre o atendimento a pessoas que chegam ao Brasil, conforme a situação de imigrante,

refugiado e exilado (disponível em: <http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/solicitando-

assistencia>. Acesso 22 out. 2018).

No site do IBGE, há diversas informações importantes e muitos dados sobre o Brasil. Na

página “Aspectos Demográficos - Informações Gerais” há tabelas, de fácil compreensão, que trazem

dados gerais da população de cada região brasileira (disponível em:

<https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/tabela1

.shtm%3e>. Acesso: 25 out. 2018).

http://www.acnur.org/portugues/

http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/solicitando-assistencia

http://www.portalconsular.itamaraty.gov.br/solicitando-assistencia

https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/tabela1.shtm%3e





6. Projeto integrador

Título: Gente que veio e ficou: as migrações no Brasil e as origens da minha família

Tema Migrações pelo espaço geográfico

Problema central enfrentado

Como demonstrar que o Brasil é um país de imigrantes?

Produto final Álbuns geo-históricos

Justificativa

Os projetos integradores são oportunidades de aprendizado significativas, uma vez que

integram mais de um componente curricular em torno de uma temática relevante e desafiadora. Para

este 1º bimestre, serão articulados conteúdos de Geografia e de Artes, com vistas a conectar os alunos

a situações vivenciadas por eles e, ao mesmo tempo, a conceitos científicos.

Como ferramenta de ensino e aprendizagem, este projeto integrador contextualiza o

conhecimento para que este seja cada vez mais significativo e contribua para o desenvolvimento de

competências gerais, além das específicas de cada um dos componentes curriculares envolvidos.

Diante desse contexto e considerando o conteúdo abordado no 1º bimestre, a finalidade deste

projeto integrador entre Geografia e Arte é permitir que os alunos compreendam a diversidade e a

dinâmica populacional por meio da análise de sua própria vivência. Para tanto, propõe-se, ao final, a

confecção de dois álbuns geo-históricos da turma.

Importa destacar que, quanto às competências específicas do componente curricular

Geografia estabelecidas pela BNCC, entre outras, esse projeto integrador contempla: o incentivo ao

desenvolvimento da autonomia e do senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio

geográfico na análise da ocupação humana e produção do espaço, bem como a construção de

argumentos com base em informações geográficas que respeitem a defesa de pontos de vista que

promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro.

No que se refere às competências específicas de Arte, estimulam-se, entre outras, a utilização

de recursos tecnológicos como formas de registro, pesquisa e criação artística, bem como a análise e

a valorização do patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias

e diferentes visões de mundo.

Competências gerais desenvolvidas

• Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.




• Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

• Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

• Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Objetivos

• Conhecer a diversidade e a dinâmica da população.

• Refletir sobre os aspectos socioeconômicos e culturais da população.

• Compreender o patrimônio cultural imaterial.

• Relacionar arte e tecnologia em atividades e materiais de aprendizagem.

Habilidades em foco

Componentes curriculares

Objetos de conhecimento Habilidades

Geografia

Distribuição da população mundial e deslocamentos populacionais

(EF08GE01) Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais associados à distribuição da população humana pelos continentes.


(EF08GE02) Relacionar fatos e situações representativas da história das famílias do município em que se localiza a escola, considerando a diversidade e os fluxos migratórios da população mundial.

Artes

Patrimônio cultural

(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório relativos as diferentes linguagens artísticas.

Arte e tecnologia

(EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.

Duração

Ao longo do 1º bimestre, de acordo com o cronograma das aulas de Geografia e de Arte e do

envolvimento de cada um desses componentes curriculares com o projeto. Sugere-se, no mínimo, três

aulas de Geografia e três aulas de Arte.




Material necessário

• Mapa-múndi e mapa político do Brasil.

• Papel cartão.

• Aparelhos celulares com câmera ou câmera fotográficas.

• Papel para encadernação (capa).

• Linha para amarração das folhas.

• Lousa e giz/caneta.

• Caderno, lápis, borracha, canetas coloridas, régua, tesoura, cola.

Desenvolvimento

Primeiramente, alinhe com o professor de Arte os principais aspectos do desenvolvimento do

projeto integração, tais como apresentação aos alunos, direcionamento das atividades, prazos e finalização.

Etapa 1 – Apresentação da proposta, organização dos grupos e levantamento de informações

Para a apresentação do projeto aos alunos, produza um roteiro das ações contidas no projeto,

com vistas a aprimorar a compreensão das etapas. Distribua os roteiros impressos e explique como

será elaborado o produto final. Em todas as etapas, é importante permitir aos alunos a interação e a

percepção da construção coletiva da qual vão participar.

Após a exposição geral sobre o projeto, ressalte que cada aluno deverá elaborar uma página

pessoal que contenha fotos e informações da origem de seus antepassados, as quais serão, ao final,

reunidas para a confecção de dois álbuns geo-históricos.

Então, oriente os alunos a elaborar, em casa, um registro sobre os locais de onde vieram seus

antepassados relativamente a quatro gerações anteriores, além de reunir materiais necessários ao

desenvolvimento da atividade, como fotografias, cartas, postais, etc.

Etapa 2 – Escolha das fotos e impressão

Nesta etapa, o professor de Arte precisará orientar os alunos na escolha das imagens e, se for

possível, oportunizar que eles participem do processo de adequação e reprodução das cópias desses

materiais. Deve ser aplicado um tamanho padrão reduzido, tendo em vista que a composição será feita

em papel cartão (a dimensão pode ser definida um pouco maior que o formato A4, por exemplo) e

dividida em três quadros, conforme modelo a seguir:




Etapa 3 – Seleção do material que comporá as páginas do álbum

A frente da página de cada aluno deverá conter: uma foto do aluno, uma imagem do

mapa-múndi e uma imagem do mapa político do Brasil, com respectivas molduras à escolha dos alunos.

Dessa forma, providencie antecipadamente cópias, para todos os alunos, de um mapa-múndi e

do mapa político do Brasil (observando o tamanho de 1/3 da dimensão estipulada para as folhas do

álbum). Oriente-os a demarcar os locais de origem dos antepassados de suas famílias nesses mapas. Se

preferir, também é possível solicitar aos alunos que desenhem esses mapas com base em atlas ou livros.

Etapa 4 – Elaboração dos itens que comporão as páginas do álbum

Nesta etapa, oriente os alunos a elaborar o rascunho do que constará no verso da página de

cada um, observando os três quadros, que devem ser preenchidos com as seguintes informações:

• grupos étnicos ou populacionais que formaram a família;

• países ou regiões de origem e suas características;

• região ou país que o aluno tenha interesse em visitar ou morar.

Essa atividade pode ser feita no caderno, de modo que você possa indicar correções ou

observações que julgar pertinentes.

Etapa 5 – Elaboração das páginas e confecção do álbum

Com base no rascunho elaborado para o verso da página, o professor de Arte deverá orientar

os alunos quanto à finalização das páginas individuais.

Na sequência, o professor desse componente curricular dividirá a turma em dois grandes

grupos para que cada um faça a capa e a encadernação de um álbum geo-histórico. Assim, a turma

terá, ao final, confeccionado dois álbuns.




Etapa 6 – Roda de conversa e apresentação dos álbuns

Promova uma roda de conversa sobre as descobertas que os alunos fizeram sobre sua família,

o que perceberam com relação à mobilidade no espaço geográfico, as diferenças que registraram entre

as épocas e seus interesses por outros lugares.

Etapa 7 – Finalização

Sugere-se que os álbuns circulem entre as famílias dos alunos da turma, o que demandará

algum tempo e manterá o assunto em discussão na sala.

Ao fim da “viagem” dos produtos finais desse projeto, peça que a classe escolha um aluno da

escola que seja um imigrante estrangeiro ou recém-chegado de outra região do país para que seja

presenteado. O outro álbum pode ser doado à biblioteca da escola como material de referência para

outras turmas.

Proposta de avaliação das aprendizagens

Você poderá usar diferentes formas de avaliação, levando em conta a amplitude do projeto

e sua esfera interdisciplinar. Para o acompanhamento do processo de aprendizagem deste projeto

integrador, sugere-se o quadro a seguir.

Quadro de acompanhamento da aprendizagem

Projeto Integrador “Gente que veio e ficou: as migrações no Brasil e as origens da minha família”

Nome do aluno:

Aspectos avaliados

Detalhamento

Parâmetros para verificação da aprendizagem

Consegue com facilidade

Consegue Consegue com dificuldade

Não consegue

Apreende conceitos abordados

Aplica corretamente os conceitos de lugar, região, Estado, nação, território, governo, país, imigrante, emigrante, migrante e refugiado.

Compreende e aplica o raciocínio geográfico

Conhece a diversidade e a dinâmica da população. Relaciona fatos e situações representativas da história das famílias.

Relaciona informações e ferramentas de diferentes componentes curriculares

Utiliza conhecimentos de outros componentes curriculares.

Desenvolve habilidades socioemocionais

Colabora em grupo, propondo ideias e aceitando opiniões e sugestões.




Os itens descritos na coluna “Detalhamento” estão de acordo com a abordagem do tema

prevista no Livro do Estudante e com o projeto integrador. Mas você poderá destacar outros itens,

bem como modificar e/ou incorporar outros elementos a esta proposta de avaliação.

É recomendável realizar a verificação da aprendizagem pelo menos em dois momentos: na

metade do projeto e na finalização.

Tendo por preceito didático-pedagógico a avaliação como instrumento processual, recomenda-

se que no bimestre seguinte as dificuldades remanescentes sejam consideradas no (re)planejamento

do professor.

Para saber mais – Aprofundamento para o professor

BAENINGER, Rosana et al. (Org.) Migrações Sul-Sul. 2. ed. Campinas (SP): Núcleo

de Estudos de População “Elza Berquó” – Nepo/Unicamp, 2018. Disponível em:

<http://nempsic.paginas.ufsc.br/files/2015/02/LIVRO-MIGRA%C3%87%C3%95ES-

SUL-SUL.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Indicadores sociais mínimos.

Aspectos demográficos – Informações gerais. Disponível em:

<https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadores

minimos/tabela1.shtm>. Acesso: 25 out. 2018.

_____. Proporção de migrantes entre grandes regiões, UFs e municípios. Disponível

em: <https://brasilemsintese.ibge.gov.br/populacao/proporcao-de-migrantes-entre-

grandes-regioes-ufs-e-municipios.html>. Acesso em: 25 out. 2018.

MARTINS, Dora; VANALLI, Sônia. Migrantes: migração interna no Brasil. 4. ed. São

Paulo: Contexto, 2001.

RACISMOS. REMHU – Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana, v. 26, n. 53, ago.

2018. Disponível em: <http://remhu.csem.org.br/index.php/remhu>. Acesso em: 25

out. 2018.

http://nempsic.paginas.ufsc.br/files/2015/02/LIVRO-MIGRA%C3%87%C3%95ES-SUL-SUL.pdf

http://nempsic.paginas.ufsc.br/files/2015/02/LIVRO-MIGRA%C3%87%C3%95ES-SUL-SUL.pdf



https://brasilemsintese.ibge.gov.br/populacao/proporcao-de-migrantes-entre-grandes-regioes-ufs-e-municipios.html

https://brasilemsintese.ibge.gov.br/populacao/proporcao-de-migrantes-entre-grandes-regioes-ufs-e-municipios.html

http://remhu.csem.org.br/index.php/remhu

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