1 A Conservação de Acervos Documentais Profa. Ingrid Beck Aspectos gerais da documentação em...
Transcript of 1 A Conservação de Acervos Documentais Profa. Ingrid Beck Aspectos gerais da documentação em...
1
A Conservação de Acervos Documentais
Profa. Ingrid Beck
Aspectos gerais da documentação em organizações
2
Os acervos de Arquivos e Bibliotecas
• Documentos manuscritos e impressos.• Livros.• Fotografias, em negativo e positivo.• Filmes cinematográficos e microfilmes.• Discos de vinil.• Fitas Magnéticas de som e vídeo.• Registros de texto, som e imagem em
meio eletrônico, em Hard Disc, disquetes, CDs, DVDs, etc.
3
Recomendações de guarda e manuseio de
documentos.• Documentos precisam ser protegidos dos riscos
de danos por meio de políticas de conservação preventiva.
• Os danos podem estar relacionados à qualidade dos papéis e das tintas, mas principalmente por condições inadequadas de guarda.
• O clima tropical é facilitador de infestações de insetos, contaminação por microorganisnos e degradação química acelerada.
• Calor, umidade e poluentes interferem de forma decisiva nos processos de degradação dos acervos.
4
Até o fim do século XVIII os documentos ainda eram escritos
sobre papéis feitos a mão, a partir de trapos de algodão ou linho.
• O componente principal era pura celulose.
• Nenhum aditivo com efeito danoso.
Resultado: papéis de grande resistência e durabilidade
5
Depois de 1850, papel ácido, de baixa
durabilidade• Colagem de breu e
alúmen. • Cargas de silicatos,
sulfatos e óxidos.• Resíduos de
produtos. não-celulósicos.
• Processamento em meio ácido.
• Resíduos químicos do processamento.
16
6
1990: papel alcalino: aumenta a durabilidade
• Indústria reformula os processos de beneficiamento da celulose.
• Questões ambientais e econômicas.
• A volta do carbonato de cálcio como carga principal.
Resultado:
• celulose com
maior teor de
pureza• fibras
processadas por métodos mais suaves
• Colagem alcalina
7temperatura
umidade absoluta
vapor d’água
a 0ºC 6g/m³ a 5°C 7g/m³a 10ºC 10g/m³ a 20ºC 17g/m³ a 30ºC 30g/m³
Escala psicrométrica - para avaliar as condições
climátivas
8
Mudanças Bruscas
• Mudanças bruscas de temperatura e umidade costumam ser muito maléficas para a maioria dos materiais de arquivo.
• Causam sérias alterações dimensionais. Em materiais constituídos de camadas distintas, os danos podem ser ainda mais graves
• A água favorece as ligações químicas, promovendo assim e acelerando as reações químicas por hidrólise.
9
Monitoramento
10
Minimizando o efeito da umidade
bombeamento
ventilação
impermeabilização
evaporação
drenagemrebaixamento lençol freático
11
Recursos para alcançar as melhorias ambientais
• Localizar os depósitos em áreas com menor insolação (evita as oscilações de T).
• Evitar fontes geradoras de umidade ( reduz a UR).
• Promover ventilação do ambiente, para amenizar a T e estabilizar a UR com o uso combinado de ventiladores e desumidificadores.
• Acondicionamento em caixas de materiais termo-estáveis e absorvedores de umidade,que contribuam para a estabilização da umidade.
12
Aeração naturalAeração natural
13
Recomendações de guarda e manuseio de livros e documentos
• Ao dispor os livros na estante, verifique se há formatos excessivamente grandes, que devem ser acondicionados horizontalmente, dentro de caixas.
• Livros frágeis e danificados devem ser protegidos em caixas sob medida.
14
O cuidado com as encadernações.
• As encadernações devem ter sua funcionalidade e suas condições de uso preservadas, em primeiro lugar pelo manuseio.
• Quando as capas e as lombadas se soltam, todo o conteúdo das encadernações fica vulnerável.
http://amol.org.au
15
O cuidado com o manuseio
O cuidado com os livros deve ser incentivado junto aos usuários e funcionários da instituição.
http://amol.org.au
16
A limpeza de livros e documentos
• A limpeza deve ser sempre a seco, usando trinchas e pincéis que evitem danos.
• Evita-se o uso de aspiradores na limpeza de livros, pois eles podem danificar os revestimentos e as folhas.
http://amol.org.au
17
MobiliárioMobiliário
• preferir estantes e armários metálicos;
• A pintura esmaltada, com secagem em estufa;
• evitar madeiras, vernizes e tintas que liberam contaminantes químicos.
18
Grandes formatos
• A forma mais adequada de acondicionar mapas, plantas e cartazes é utilizando mapotecas horizontais.
• Quando excedem o tamanho das gavetas, devem ser enrolados sobre tubos de 10 cm de diâmetro, de cartão alcalino.
19
Caixas de Polipropileno Caixas de Polipropileno
• Na ausência de papelões alcalinos, este é um recurso para acondicionar documentos.
• O polipropileno corrugado (Polionda) sem aditivos é material inócuo e durável.
• O emprego deve conjugar a proteção interna com envelopes ou pastas de papel alcalino.
20
• Desenho funcional para evitar danos aos documentos;
• dimensões maiores que as dos documentos;
• medidas padronizadas;
• papéis e cartões alcalinos;
• evitar adesivos em áreas de contato com os documentos.
Envelopes, pastas ou folders
21
Pastas em cruz
• Avaliando diversos sistemas de acondicionamento nas instituições, as pastas de cartão rígido tem demostrado o melhor desempenho de proteção ao longo do tempo.
22
Prevenir contra os danos causados por insetos
• Em regiões de clima tropical, a limpeza deve ser associada à vistoria para identificar possíveis focos de infestação de insetos.
• O controle integrado de pragas prevê: – Mapeamento– Controle– Limpeza– Revisões
periódicas.
23
Evitar contatos nocivos• Alguns materiais são
incompatíveis em contato com documentos :– Poeira.– Tintas corrosivas.– Caixas, capas e
envelopes de papel ou cartão ácido.
– Adesivos instáveis.– Clipes e grampos
metálicos. – Inseticidas.– Suor, gorduras e saliva.
24
•Evitar danos mecânicos, decorrentes de:
– ausência de proteção física,
– embalagens impróprias, menores que os documentos,
– materiais impróprios, como barbantes,
– manuseio inadequado, ou
– caixas superlotadas.
25
A proteção de volumes frágeis
• Quando as encadernações já não oferecem a necessária proteção aos registros, recomenda-se a proteção em caixas sob medida, de cartão alcalino.
26
Variações de caixas de cartão alcalino
http://amol.org.au
http://amol.org.au
27
A Preservação de Materiais Fotográficos
suporteSubtância formadora da imagem
Ligante
A maioria dos processos fotográficos consiste de uma estrutura laminada ou em camadas, com o suporte primário, a substância formadora da imagem e o aglutinante ou ligante.
Desenho: cortesia do Centro de Conservação e Preservação /FUNARTE
28
Albumen1850 a 1890
- duas camadas
Cianótipo1885 a 1910
- uma camada
http://amol.org.au
29
Daguerreótipo
Processo positivo diretoLouis Jacques Mandé DaguerreFrança, 1839
Ambrótipo
Negativo/positivo de colódio úmidoFrederick Scott ArcherInglaterra, 1852
http://amol.org.au
30
Fotografias em prata/gelatina
http://amol.org.au
31
Principais danos:
alterações de cor
Amarelecimento caracterísico da fotografia de albúmen.
Esmaecimento dos corantes azuis e amarelos da fotografia colorida
http://amol.org.au
32
Deformações Migração da prata
http://amol.org.au
33
• inventário do acervo- quantificação
- formatos e coleções- processos fotográficos- estado de conservação
• avaliação da área de guarda
PRESERVAÇÃO FOTOGRÁFICADIAGNÓSTICO DE ACERVO
http://amol.org.au
34
Modelos de acondicionamento
• Porta-negativos•cartelas de
poliéster•cartão neutro
ou alcalino•envelopes para
negativos de vidro
• Diapositivos contemporâneos
35
Acondicionamento de negativos e positivos
• As jaquetas de poliéster devem ser montadas sobre uma base de cartão alcalino.
• As pastas suspensas para negativos e positivos, são em poliéster e papel alcalino
• Os passe-partout, caixas, envelopes e pastas devem ser de papel e cartão alcalinos.
Caixa estereoscópica
36
Acondicionamento de fotografias em vidro
Caixas:drop spinetelescópicasoutros modelos
Envelopes:jaquetas de poliésterem cruz
Lantern slides
Negativos de vidro
37
ORIENTAÇÕES BÁSICAS
• Sempre identifique suas fotografias: quem, onde e quando.
• Ao retirar conjuntos de fotografias, diapositivos ou negativos de caixas, pacotes ou envelopes, verificar se existem informações importantes para a identificação.
• Nunca marque fotografias com tinta de qualquer espécie, pois ela pode migrar para a imagem. Use somente de lápis (macio) e faça anotações no verso, na base das fotos.
• Manusear as fotografias pelas extremidades e usar luvas de algodão ou de helanca branca.
38
Filmes• Até 1950 – Nitrato de Celulose.
– Uso somente em filmes (microfilmes e cinematográficos).
– Auto-combustão em altas temperaturas.
• A partir de 1950 – Acetatos de Celulose– Uso em filmes cinematográficos, microfilmes
e fitas magnéticas.– Chamado de “Filme de Segurança”.– Síndrome do vinagre: torna-se quebradiço e
com pouca resistência à tração.
• A partir de 1990 – Poliéster– Ampla aplicação.– Mais resistente, grande estabilidade química.
39
O aglutinante e a substância formadora da
imagem• Aglutinante universal: gelatina –
proteína animal
• Imagem: – Filmes: prata.– Fitas áudio-magnéticas: óxido de
ferro: e dióxido de cromo– Fitas de Vídeo: Emulsão química
magnetizável: óxido de ferro com tratamento de cobalto.
40
Degradação dos filmesHidrólise ácida (filmes de acetato)• Degradação ácida, causada pela exposição a condições
inadequadas de temperatura e umidade relativa. Causa o desprendimento de ácido acético, chamado de “síndrome do vinagre”.
• Resultados:– abaulamento– deformação na película– encolhimento e redução da distância, impedindo a passagem da grifa.
Cristalização• Perda do plastificante, gerando uma camada que reveste o filme.Riscos e arranhões• Causado pela presença de partículas de poeiraEsmaecimento• Perda da cor pela degradação de corantes.Colônias de fungos• Presença de umidade.
41
Armazenagem e manuseio de filmes
• Proteção de radiações luminosas e distante de fontes de umidade e calor.
• Mobiliário de aço, suspenso 20 cm do chão, pintura com polimerizados.
• Estojos plásticos de polipropileno.• Armazenagem horizontal, em pilhas
de no máximo 8 rolos.• Máximo cuidado contra a entrada de
poeira e rotinas de limpeza.• Manuseio com luvas de algodão.
42
Sujidades
43
Armazenagem e manuseio de fitas
magnéticas• Distante de campos magnéticos.• Mobiliário de madeira tratada contra
combustão e insetos, ou de aço, com revestimento em verniz polimerizado.
• Caixas de plástico inerte, como o polipropileno.
• Iluminação incandescente, de baixa potência• Máximo cuidado contra a entrada de poeira
e rotinas de limpeza.• Manuseio sempre com luvas de algodão.• Suspenso 20 cm do chão e com orifícios que
permitam a ventilação.
44
Discos• Registros sonoros legíveis por máquinas.
• Leitura analógica – Ranhuras analógicas ou paralelas, em espiral, de
fora para dentro.– A informação está gravada em um meio físico e a
leitura é obtida de uma agulha que percorre as ranhuras e transfere os movimentos para um cristal, que converte os movimentos em voltagem elétrica, que é amplificada para produzir o som.
• Leitura Digital– Cavidades e áreas planas, ao longo de uma espiral,
que se inicia no centro do disco.– A informação é obtida através de um feixe de laser
que incide sobre a camada de alumínio e é refletido para um captador que interpreta as séries de números binários.
45
Degradação dos Discos
• Amolecimento devido ao calor• Desenvolvimento de
microorganismos nas camadas de revestimento e nos sulcos.
• A poeira penetra nos sulcos, provocando riscos e interferências.
• Descolamento das camadas (nitrato e acetato)
46
Armazenagem de discos– Mobiliário de aço com revestimento em verniz
seco em estufa ou polimerizado.– Suspenso 20 cm do chão, com escaninhos
verticais.– Máximo cuidado contra a entrada de poeira.– Rotinas de limpeza.– Manuseio sempre com luvas de algodão.
• VINIL:– Armazenagem vertical, em pequenos lotes.– Estojos plásticos.
• CD, CD ROM e DVD: – Armazenagem horizontal, em pequenos lotes.– Estojos plásticos.