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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA TÉCNICO DA ÁREA ADMINISTRATIVA DO TJDFT PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 Caro Aluno, Esta é a última aula deste curso preparatório para o concurso do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Quero, então, agradecer a confiança que você depositou no meu trabalho. Sinceramente, esforcei-me para corresponder às suas expectativas. Tenha a certeza de que o material que você possui reflete a tendência do Cespe. Com ele, você é capaz de fazer uma ótima prova de Língua Portuguesa. Nesta aula você terá um simulado para avaliar sua aprendizagem ao longo deste curso. O gabarito dele vem depois das questões. Não me preocupei em apresentar somente questões do tipo “certo ou errado”. Minha intenção com o teste é oferecer uma possibilidade de reflexão sobre o que você foi capaz de assimilar das nossas aulas. O manual de redação de correspondências oficiais da Presidência da República nos servirá de apoio nesta aula. É ele que o Cespe vem tomando como base nas suas provas. Basta analisar as últimas provas da banca examinadora e ler, por exemplo, os editais do TRE-RJ/2012, da Anatel/2012 e PF/2012. Redação de Correspondências Oficiais Reservei para este encontro todas as questões sobre redação de correspondências oficiais cobradas na prova que o Cespe elaborou para o concurso de analista do DETRAN/DF em 2009. A escolha deve-se à abrangência das questões. Além delas, há também questões mais recentes de outros concursos organizados pela mesma banca examinadora, inclusive de concursos de 2012. Considere que Juarez Alencar Cabral, candidato ao cargo de analista de trânsito do Detran/DF, desejando dedicar-se integralmente ao estudo dos

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1

Caro Aluno,

Esta é a última aula deste curso preparatório para o concurso do

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Quero, então,

agradecer a confiança que você depositou no meu trabalho.

Sinceramente, esforcei-me para corresponder às suas expectativas.

Tenha a certeza de que o material que você possui reflete a tendência do

Cespe. Com ele, você é capaz de fazer uma ótima prova de Língua Portuguesa.

Nesta aula você terá um simulado para avaliar sua aprendizagem

ao longo deste curso. O gabarito dele vem depois das questões. Não me

preocupei em apresentar somente questões do tipo “certo ou errado”. Minha

intenção com o teste é oferecer uma possibilidade de reflexão sobre o que

você foi capaz de assimilar das nossas aulas.

O manual de redação de correspondências oficiais da Presidência

da República nos servirá de apoio nesta aula. É ele que o Cespe vem tomando

como base nas suas provas. Basta analisar as últimas provas da banca

examinadora e ler, por exemplo, os editais do TRE-RJ/2012, da Anatel/2012 e

PF/2012.

Redação de Correspondências Oficiais

Reservei para este encontro todas as questões sobre redação de

correspondências oficiais cobradas na prova que o Cespe elaborou para o

concurso de analista do DETRAN/DF em 2009. A escolha deve-se à

abrangência das questões. Além delas, há também questões mais recentes

de outros concursos organizados pela mesma banca examinadora, inclusive de

concursos de 2012.

Considere que Juarez Alencar Cabral, candidato ao cargo de analista de

trânsito do Detran/DF, desejando dedicar-se integralmente ao estudo dos

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conteúdos que seriam exigidos nas provas do respectivo concurso, tenha

redigido, em tom gracioso, a seguinte carta para sua noiva.

BSB, 8/3/2009.

Excelentíssima Senhorita:

1. O abaixo-assinado, aluno compulsivo de cursos

preparatórios para concursos públicos, dotado da esperança

férrea de se tornar brevemente um eminente funcionário

público, vem, mui respeitosamente, por meio desta informar

a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provimento de

vaga no cargo de Analista de Trânsito do DETRAN/DF, e, por

esse relevante motivo, suspende por tempo indeterminado o

noivado que mantém com a Excelentíssima Senhorita, para

se dedicar integralmente ao estudo das matérias constantes

do respectivo edital.

2. Aproveito o ensejo para manifestar-lhe também,

outrossim, a intenção de retomar, tão logo seja aprovado,

minhas funções de noivo junto a Vossa Excelentíssima, haja

visto o grande amor que te devoto.

3. Reitero protestos de estima e consideração.

J.A.Cabral JUAREZ ALENCAR CABRAL

1. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma de identificação do signatário

da carta coincide com a recomendada para as comunicações oficiais, que

deve conter os seguintes elementos: a assinatura do remetente, a linha

contínua para se apor a assinatura, o nome da autoridade que expede a

comunicação grafado em maiúsculas e o alinhamento centralizado.

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Comentário – EXCETO QUANDO SE TRATAR DE DOCUMENTOS ASSINADOS1

PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, a identificação do signatário nas

correspondências oficiais deve trazer digitados o nome e o cargo da autoridade

que as expede, abaixo do local de sua assinatura. Veja o modelo abaixo:

(espaço para assinatura) NOME

Ministro de Estado da Justiça

Note que não se deve usar um traço acima do nome para

assinatura. O nome da pessoa é escrito com letras maiúsculas. O cargo é

escrito apenas com as iniciais maiúsculas. Tudo é centralizado na folha.

Observação: recomenda-se não deixar a assinatura em página

isolada e transferir para essa página pelo menos a última frase anterior ao

fecho.

Resposta – Item errado.

2. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O fecho que consta na carta —

empregado durante muito tempo em expedientes oficiais de variada

natureza — é permitido, atualmente, somente em mensagens cujo

signatário seja servidor que se dirija a ocupante de cargo imediatamente

superior.

Comentário – O fecho mencionado encontra-se no terceiro parágrafo e tem a

finalidade de marcar o final do texto e saudar o destinatário. Acontece que ele,

o fecho, não é numerado como os demais parágrafos. Além disso, os fechos

utilizados atualmente nos documentos oficiais são os seguintes:

– “Respeitosamente”, para autoridades superiores, inclusive

quando se tratar do presidente da República;

1 O presidente também assina os documentos; os quais não recebem a identificação do chefe do Poder Executivo.

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– “Atenciosamente”, para autoridades de mesma hierarquia ou

de hierarquia inferior.

Ficam excluídas as comunicações dirigidas a autoridades

estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios.

Resposta – Item errado.

3. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) O fecho “Atenciosamente”

deve ser empregado para saudar autoridades de mesma hierarquia ou de

hierarquia inferior.

Comentário – Sim. Isso ficou esclarecido com a explicação anterior.

Resposta – Item certo.

4. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A variedade de tratamento verificada na

carta, tanto no emprego de pronomes pessoais quanto no de pronomes de

tratamento, não deve ocorrer em documentos oficiais, pois compromete a

modalidade de linguagem que deve ser empregada em redação oficial.

Comentário – Abaixo, apresento uma tabela com as formas de tratamento

convenientes à redação oficial.

AUTORIDADES FORMA DE

TRATAMENTO ABREVIATURA VOCATIVO

Presidente da República; Presidente do Congresso Nacional; Presidente do Supremo Tribunal Federal.

Vossa ou Sua Excelência

V. Ex.ª Excelentíssimo Senhor + cargo

Vice-Presidente; Ministros de Estado; Chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Advogado-Geral da União; Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Chefe da Corregedoria Geral da União; Chefe da Casa Civil da Presidência da

Vossa ou Sua Excelência

V. Ex.ª Senhor + cargo

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República; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; Deputados Federais e Senadores; Membros de Tribunais; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Presidentes das Câmaras Legislativas e Municipais; Juízes; Auditores da Justiça Militar; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Ministros dos Tribunais Superiores.

Demais autoridades e particulares Vossa ou Sua Senhoria

V. S.ª

Senhor + cargo ou para autoridade que não possuir cargo: Senhor Fulano de Tal

Reitores de Universidades Vossa ou Sua Magnificência

V. M. Magnífico Reitor

Papa Vossa ou Sua Santidade

V.S. Santíssimo Padre

Cardeais

Vossa ou Sua Eminência ou Vossa ou Sua Eminência Reverendíssima

V. Em.ª ou

V. Em.ª Revm.ª

Eminentíssimo Senhor Cardeal ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal

Arcebispos e Bispos Vossa ou Sua Excelência Reverendíssima

V. Ex.ª Revm.ª

Excelentíssimo ou Reverendíssimo Senhor + título

Sacerdotes, Clérigos e demais religiosos

Vossa ou Sua Reverência

V. Rev. Reverendo

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Como você pode notar, as formas “Excelentíssima Senhorita” e

“Vossa Excelentíssima” destoam completamente do padrão admitido nas

correspondências oficiais.

Note ainda o tom jocoso da mensagem. Na redação oficial, a

linguagem deve caracterizar-se pela sobriedade; a uniformidade de

tratamento, pela polidez.

Resposta – Item certo.

5. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Embaixadores, secretários

de estado dos governos estaduais e auditores da justiça militar estão

entre as autoridades que devem ser tratadas por Vossa Excelência.

Comentário – Leia a tabela acima com um pouquinho mais de atenção e note

que as autoridades mencionadas nesta questão devem ser tratadas por Vossa

Excelência.

Resposta – Item certo.

6. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A carta, apesar de escrita em tom

jocoso, segue a norma de numeração que deve ser aplicada aos

parágrafos contidos no texto do padrão ofício, princípio que tem o objetivo

de facilitar a alusão a qualquer informação do documento.

Comentário – Antes de tudo, você sabe o que é “padrão ofício”? Eu explico.

Existem três tipos de documentos que se DIFERENCIAM ANTES PELA

FINALIDADE do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o

intuito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o

que chamamos de padrão ofício.

A respeito da numeração dos parágrafos, realmente ela deve

existir, exceto nos casos em que os parágrafos estejam organizados em itens

ou títulos e subtítulos.

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Resposta – Item errado.

7. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Caso se tratasse de ofício expedido em

repartição pública, a carta teria de sofrer várias alterações. Uma delas é a

necessidade de fazer constar, à margem esquerda superior, o tipo e o

número do expediente, seguidos da sigla do órgão que o expede.

Comentário – Uma das partes que o aviso, o ofício e o memorando devem

conter é justamente o tipo e o número do documento, seguido da sigla do

órgão que o expede, tudo alinhado à esquerda. Veja abaixo alguns exemplos.

Memorando nº 123/2002-MF

Aviso nº 123/2002-SG

Ofício nº 123/2002-MME

Em termos gerais, a carta só será numerada se o órgão usá-la

com frequência. Nesse caso, a numeração poderá apoiar-se no padrão básico

de diagramação.

Resposta – Item certo.

8. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A indicação de “local e data” da carta

está em conformidade com as normas do padrão ofício expostas no

Manual de Redação da Presidência da República.

Comentário – Nos documentos que seguem o padrão ofício, a indicação do

local e da data de assinatura é feita por extenso e com alinhamento à direita,

conforme o exemplo abaixo:

Brasília, 28 de abril de 2010.

Resposta – Item errado.

Em relação a expressões e palavras empregadas na carta, julgue os itens

seguintes.

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9. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, seria adequado

substituir “haja visto” por qualquer uma das seguintes expressões: dado,

tendo em vista, haja vista.

Comentário – Mesmo em se tratando de documentos oficiais, a linguagem

dos textos deve sempre pautar-se pelo padrão culto, formal da língua. Não é

aceitável, portanto, que neles constem coloquialismos ou expressões de uso

restrito a determinados grupos, que comprometeriam sua própria

compreensão pelo público. Acrescente-se que indesejável é também a

repetição excessiva de uma mesma palavra quando há outra que pode

substituí-la sem prejuízo ou alteração de sentido.

A expressão “haja visto” não está de acordo com as normas de

concordância da Língua Portuguesa. O segundo elemento, “visto”, é invariável

e permanece vista, independentemente do termo a que se refere. Sendo

assim, a substituição por “haja vista” é mais do que adequada. Ela é

necessária.

As demais expressões sugeridas pela banca examinadora também

trazem a noção de causa ou motivo daquilo que é declarado anteriormente.

Portanto são equivalentes semanticamente à expressão “haja vista”.

Note ainda a concordância em masculino singular do vocábulo

“dado” com o substantivo “amor”.

Resposta – Item certo.

10. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, o advérbio

“outrossim”, frequente em expedientes oficiais, está empregado de forma

redundante por estar antecedido do advérbio “também”.

Comentário – Um bom texto deve ser pautado também pela concisão e

objetividade, características importantes das correspondências oficiais.

Conciso e objetivo é o texto que transmite um máximo de

ideias com um mínimo de palavras. Significa dizer que o redator deve eliminar

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palavras inúteis, redundantes, passagens que nada acrescentam ao que já foi

dito.

Isso diz respeito à economia linguística, que não deve ser

confundida com a economia de pensamento. Logo, as informações essenciais

de um texto não devem ser suprimidas simplesmente para

torná-lo menor.

Ressalte-se ainda que chavões, jargões, clichês e outras

repetições supérfluas devem ser evitados, tais como:

- Aproveitamos o ensejo/a oportunidade;

- Estamos a sua inteira disposição para quaisquer

esclarecimentos;

- Sem mais nada para o momento;

- Tem a presente a finalidade de;

- Vimos por meio desta;

- Outrossim/destarte/mui

- De posse de seu ofício.

Resposta – Item certo.

11. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A expressão “vem [...] por meio desta”,

utilizada no primeiro parágrafo, apesar de ser considerada redundante em

comunicações oficiais, tem seu emprego recomendado quando se quer

assegurar o entendimento correto do texto.

Comentário – Releia o que foi dito no comentário anterior e saiba que o que

contribui para o correto entendimento do texto é a clareza, a concisão, a

observância das normas gramaticais, a coerência das informações

transmitidas, a preferência pela construção de períodos curtos e de frases na

ordem direta.

Resposta – Item errado.

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Julgue os itens de 12 a 16 quanto ao emprego da norma escrita formal em

comunicações oficiais.

12. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Ambas as construções serão tidas como

corretas, se figurarem em um expediente oficial: 1. Esses são os recursos

de que o Estado dispõe. 2. O Governo insiste que a negociação é

importante.

Comentário – Como já comentei, a escrita correta dos vocábulos e as

construções sintáticas em conformidade com as normas gramaticais devem

nortear a elaboração de qualquer texto. Isso inclui os textos elaborados pela

Administração Pública.

O primeiro período apresentado no comando da questão está

correto em todos os aspectos. Note o emprego da preposição “de” antes do

pronome relativo “que”. Ela surge para atender a regência da forma verbal

“dispõe” (quem dispõe, dispõe de algo). Nas orações subordinadas adjetivas, a

preposição exigida pelo verbo deve anteceder o pronome relativo, a exemplo

do que ocorreu em “1”.

Correto também está o segundo período. Observe agora a

ausência da preposição regida pela forma verbal “insiste” (quem insiste, insiste

em algo). Ocorre que a preposição exigida pelo verbo da oração principal (“O

governo insiste”) tem seu emprego facultado diante de orações subordinadas

substantivas objetivas indiretas (“que a negociação é importante).

Resposta – Item correto.

13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Considerando-se que a mesóclise é

desaconselhável em expedientes oficiais, é preferível iniciar período com a

construção “Lhe enviaremos mais informações oportunamente” a iniciá-lo

com a construção “Enviar-lhe-emos mais informações oportunamente”.

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Comentário – Toda regra contida na gramática normativa emprega-se

também nos documentos oficiais. As regras que tratam de colocação dos

pronomes oblíquos átonos são exemplos disso.

Lembre-se de que a mesóclise é o emprego do pronome

oblíquo átono no interior do verbo, assinalado na escrita pela presença de dois

hifens, um antes e outro depois (“Enviar-lhe-emos”). Ocorre com verbos

flexionados no futuro do presente e no futuro do pretérito do modo indicativo,

desde que não haja palavra atrativa que force o pronome a ocupar posição

anterior ao verbo, isto é, posição proclítica (Não lhe enviaremos...)

Resposta – Item errado.

14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foram empregadas com correção

semântica todas as palavras sublinhadas nos seguintes períodos: Optou-

se por uma dissensão lenta e gradual ao se reintroduzir o país ao Estado

de Direito. Tratar o público com distinção é obrigação de todo atendente

de repartição pública. A discussão do projeto de lei tornou-se acirrada

quando afloraram as distensões nas hostes oposicionistas.

Comentário – Devemos tomar cuidado com palavras parecidas na grafia e na

pronúncia, mas com sentidos diferentes. Elas são conhecidas por parônimos.

A primeira palavra sublinhada (“dissensão”) significa, de acordo

com o dicionário Houaiss:

1 falta de concordância a respeito de (algo); divergência,

discrepância

2 estado de litígio; desavença, conflito, disputa

Ex.: as d. entre os nobres na Idade Média prejudicavam o

povo

3 característica daquilo que discrepa; oposição

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Para ter coerência, a informação transmitida deveria trazer a

palavra descenção, cujo significado é, ainda de acordo com o mesmo

dicionário:

ato, processo ou efeito de descer; descenso, descida

1 movimento descendente; descida, deposição

2 efeito desse movimento

Ex.: a D. da Cruz (falando de Jesus Cristo, p.ex.)

3 Estatística: pouco usado.

decrescimento, decréscimo, diminuição

Ex.: a d. de um índice econômico

4 ato ou efeito de declinar, cair

Ex.: d. do sol no horizonte

5 Rubrica: geografia.

O vocábulo “distinção”, que expressa as ideias abaixo, está

empregado adequadamente:

3 boa educação; elegância, finura, discrição

Ex.: todos elogiaram a simpatia e a d. da anfitriã

4 maneira honesta, correta e impecável de proceder

Ex.: pode confiar nesta oficina, o dono age sempre com a

maior d.

Por último, a palavra “distensões”, em um contexto

sócio-político, significa “diminuição ou término das tensões entre países, entre

a população, ou parte dela, e o governo, entre grupos dentro de uma

sociedade etc.” Melhor seria, portanto, empregar o vocábulo “dissensões”.

Resposta – Item errado.

15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na elaboração de texto oficial, como

norma geral, deve ser evitada a repetição de palavras, buscando-se

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sinônimo ou termo mais preciso para substituir a palavra repetida. No

entanto, se a substituição comprometer a inteligibilidade e a coesão do

texto, recomenda-se manter a repetição.

Comentário – A inteligibilidade do texto oficial diz respeito à clareza e à

objetividade da linguagem usada. A necessidade de empregar determinado

nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do

próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua

finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo,

ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o

funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se, em sua

elaboração, for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os

expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e

objetividade.

As comunicações que partem dos órgãos públicos devem ser

compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse

objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados

grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação

restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem

sua compreensão dificultada.

Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a

língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma

imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com

outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a

entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por

essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as

transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas de

si mesma para comunicar.

A língua escrita, como a falada, compreende diferentes níveis,

de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a um

amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que incorpore

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expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer jurídico, não

se há de estranhar a presença do vocabulário técnico correspondente. Nos dois

casos, há um padrão de linguagem que atende ao uso que se faz da língua, a

finalidade com que a empregamos.

O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter

impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão,

eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de que o padrão

culto é aquele em que

a) se observam as regras da gramática formal, e

b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos

usuários do idioma.

É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do padrão

culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das diferenças

lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos vocabulares,

permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida compreensão por todos

os cidadãos.

Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a

simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de

expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de

linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de

linguagem próprios da língua literária.

Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um

“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e

comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de

determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das

formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a

utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático, como

todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão limitada.

A linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações

que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos

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acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil

entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o

cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros

órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos.

Resposta – Item certo.

16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Estão corretamente empregados os

homônimos destacados em negrito no seguinte período: A administração

de um medicamento raramente prescrito no Brasil acabou de ser

proscrita nos EUA.

Comentário – Recorramos novamente ao dicionário Houaiss. O vocábulo

“prescrito” foi adequadamente empregado com a acepção de “ordenado

explicitamente”, “que se prescreveu”. A expressão “proscrita” significa a

qualidade daquilo que foi “proibido, censurado, interdito”. Portanto, também é

coerente com o significado do texto.

Faço aqui apenas uma observação. Essas palavras não são

“homônimos”, mas sim parônimos. Lembre-se de que homônimos têm a

pronúncia ou a grafia iguais.

ascender (elevar-se) / acender (atear fogo): homônimos

homófonos (mesma pronúncia)

pelo (forma verbal, pronúncia aberta) / pelo (substantivo,

pronúncia fechada) – homônimos homógrafos

Há ainda os homônimos perfeitos, palavras que possuem a

pronúncia e a grafia iguais, mas continuam com significados distintos.

são (forma verbal) / são (qualidade de quem está bem de

saúde)

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Parônimos são palavras que possuem tudo distinto: pronúncia,

grafia e significado, exatamente como ocorre em relação às palavras em

negrito no enunciado.

Resposta – Item certo, conforme o gabarito oficial. Julgo que seria melhor

anular a questão.

A respeito da redação de expediente, julgue os próximos itens.

17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em ofício dirigido a uma senadora e

cujo signatário seja um diretor de um órgão público, deverão ser

empregados o vocativo “Senhora Senadora,” e o pronome de tratamento

“Vossa Excelência”, devendo estar flexionados no feminino os adjetivos

que se refiram à destinatária, como se verifica no seguinte enunciado:

“Vossa Excelência ficará satisfeita ao saber que foi indicada para presidir a

sessão.”

Comentário – Veja na tabela que já foi apresentada nesta aula que a pessoa

ocupante de cargo de senador(a) da República também faz jus ao tratamento

de Vossa Excelência. Nesse caso, a correspondência deve ser dirigida

diretamente a ela (como no item que estamos analisando). Se a

correspondência não for endereçada à própria pessoa, mas falar a respeito

dela, a forma correta é Sua Excelência.

A respeito do vocativo, é importante dizer que ele consta tanto

no ofício quanto no aviso, mas não aparece no memorando. O vocativo a ser

empregado em comunicações dirigidas aos chefes de Poder é Excelentíssimo

Senhor, seguido do cargo respectivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,

Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

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As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor,

seguido do cargo respectivo:

Senhor Senador,

Senhor Ministro,

Senhor Governador,

Os pronomes de tratamento apresentam peculiaridades quanto

à concordância. Os adjetivos referidos a esses pronomes devem coincidir com

o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que compõe a

locução. Se nosso interlocutor for homem, o correto será “Vossa Excelência

ficará satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência ficará satisfeita”.

Em relação à concordância verbal, embora os pronomes de

tratamento se refiram à segunda pessoa gramatical (com quem se fala, ou a

quem se dirige a comunicação), eles levam a concordância para a terceira

pessoa: “Vossa Excelência ficará satisfeita”.

Também os pronomes possessivos referidos a pronomes de

tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Excelência ficará

satisfeita se seus projetos forem aprovados?”.

Resposta – Item certo.

18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O envio de documentos, quando

urgente, pode ser antecipado por fax ou por correio eletrônico, sendo

recomendados o preenchimento de formulário apropriado (folha de rosto),

no caso do fax, e a certificação digital, no caso do e-mail.

Comentário – Fax é a modalidade de comunicação que deve ser utilizada na

transmissão e recebimento de assuntos oficiais de extrema urgência e para o

envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há premência,

quando não há condições de envio do documento por meio eletrônico.

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18

Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia

xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se

deteriora rapidamente.

É conveniente o envio, juntamente com o documento

principal, de folha de rosto, ou seja, de pequeno formulário com os dados de

identificação da mensagem a ser enviada.

Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via

e na forma de praxe.

Sobre o correio eletrônico, saiba que, nos termos da

legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor

documental e para que possa ser aceita como documento original, é necessário

existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma

estabelecida em lei.

O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser

preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do

destinatário quanto do remetente.

A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer

informações mínimas sobre seu conteúdo.

Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação

de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem pedido de

confirmação de recebimento.

Não há estrutura definida para e-mail, entretanto, deve-se

evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.

Resposta – Item certo.

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No caso de relatório que requeira

providências a serem tomadas, um dos fechos recomendados é o

seguinte: Esperando que o relatório expresse fielmente os fatos, pede

deferimento.

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Comentário – A banca examinadora misturou, com a intenção de confundir os

candidatos, relatório com requerimento.

Relatório não é documento adequado para se pleitear nada. Ele

serve para expor à autoridade superior a execução de trabalhos concernentes

a certos serviços ou a execução de serviços inerentes ao exercício do cargo em

determinado período.

Requerimento é o instrumento por meio do qual o interessado

requer a uma autoridade administrativa um direito do qual se julga detentor.

Seu fecho é composto pela expressão “Nesses termos, pede deferimento”.

Resposta – Item errado.

Considere que um servidor do Detran/DF tenha redigido um documento

oficial para convidar um embaixador a proferir palestra no órgão e que o

trecho abaixo componha tal documento.

Memo n.o 6/DIR

Em 8 de março de 2009.

Excelentíssimo Senhor MARK JERTRUTZ,

Convido Vossa Excelência para proferir palestra na

sede do DETRAN/DF sobre as medidas tomadas em vosso

país para melhorar as condições de trânsito nas grandes

cidades.

Considerando essa situação hipotética, julgue os próximos itens.

20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foi adequada a escolha da forma

memorando, visto que o convite, geralmente, constitui uma comunicação

curta.

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Comentário – O memorando caracteriza-se, sobre tudo pela simplicidade e

concisão na redação e também no trâmite. Não é de estranhar, portanto, que

os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e, em

caso de falta de espaço, em uma folha de continuação. Todavia o memorando

é um tipo de correspondência interna, empregada entre unidades

administrativas de um mesmo órgão, sem restrições hierárquicas e temáticas.

Melhor seria que o documento utilizado fosse um ofício ou mesmo uma carta.

Ofício é documento destinado à comunicação oficial entre

órgãos da administração pública e de autoridades para particulares. Trata-se

de documento formalmente semelhante ao memorando; contudo a diferença

básica entre eles é o destino: enquanto o ofício tem por finalidade a

comunicação externa, o memorando é uma comunicação interna.

Carta é forma de correspondência com personalidade pública ou

particular, utilizada para fazer solicitações, convites, externar agradecimentos

ou transmitir informações. As cartas, em princípio, não devem ser

numeradas sequencialmente, à exceção das unidades organizacionais

que as utilizam, com frequência, em caráter oficial (geralmente nas

correspondências com particulares ou empresas). Recomenda-se que a

estruturação seja semelhante à do ofício.

Resposta – Item errado.

21. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende às normas de elaboração do

memorando o emprego do vocativo com o nome do embaixador.

Comentário – Quanto à sua forma, o memorando segue o modelo do padrão

ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser mencionado pelo

cargo que ocupa. Nele não há vocativo.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

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Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do

padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, seguido

de vírgula.

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Senhora Ministra,

Senhor Chefe de Gabinete,

Resposta – Item errado.

22. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende à prescrição gramatical o

emprego do pronome possessivo “vosso” no corpo do texto, dado que o

tratamento empregado foi Vossa Excelência.

Comentário – Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta)

embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala,

ou a quem se dirige à comunicação), levam a concordância para a terceira

pessoa.

Vossa Senhoria nomeará o seu substituto.

Vossa Excelência conhece o assunto.

Resposta – Item errado.

Eis abaixo um QUADRO-RESUMO das principais características de

alguns documentos oficiais. Leia-o com atenção, comparando as semelhanças

e diferenças entre eles.

Em seguida, apresento modelos das correspondências oficiais

comentadas nos exercícios anteriores.

Ofício

Expedido por e para as

demais autoridades

(órgãos distintos)

Expedido também para

particulares.

Quando o ofício for

endereçado a mais de um

destinatário, chama-se

ofício-circular.

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Aviso

Expedido exclusivamente

por ministros de Estado

para autoridade de

mesma hierarquia.

Memorando

Comunicação entre

unidades administrativas

de um mesmo órgão

(comunicação interna).

Possui caráter

administrativo.

Empregado para expor

projetos, idéias,

diretrizes, etc. a serem

adotados por

determinado setor

público.

Marcado pela agilidade na

tramitação e simplicidade

burocrática. Os despachos

devem se dados no próprio

documento ou em folha de

continuação.

Exposição de Motivos

Expedido por Ministro.

Dirigido ao presidente ou

ao vice-presidente da

República.

Serve para:

a) informar determinado

assunto;

b) propor alguma

medida;

c) submeter projeto de

ato normativo.

Se envolver mais de um

Ministério, será assinada

por todos os envolvidos

(interministerial)

Segue o padrão ofício se

for informativo.

Se for para propor alguma

medida ou submeter

projeto de ato normativo,

é acompanhado de anexo

em modelo específico.

Ata

Registro sucinto de fatos,

ocorrências, resoluções e

decisões de uma

assembléia, sessão ou

reunião.

Devem-se evitar as

abreviaturas, e os

números são escritos por

extenso.

Escreve-se tudo

seguidamente (não há

divisões de parágrafos),

sem rasuras, emendas ou

entrelinhas.

Verificando-se qualquer

engano no momento da

redação, deverá ser

imediatamente retificado

empregando-se palavras

retificadoras: “digo”

Na hipótese de qualquer

omissão ou erro depois de

lavrada a Ata, far-se-á

uma ressalva: “em

tempo”. “Na linha..........,

onde se lê......, leia-

se..........”.

Assinam: presidente,

secretário e membros (as

assinaturas destes podem

constar em uma lista ou

livro de presenças)

Mensagem

Instrumento de

comunicação entre os

chefes dos Poderes.

Obs.: minuta de

mensagem pode ser

encaminha pelos

Ministérios à Presidência

da República, a cuja

acessórias caberá a

redação final.

Mensagens mais usuais

expedidas pelo Executivo

ao Congresso Nacional:

a) encaminhamento de

projeto de lei; b)

encaminhamento de

medida provisória; c)

indicação de autoridades

(o currículo do indicado,

devidamente assinado,

acompanha a

mensagem); d) pedido

de autorização para o

Presidente ou o Vice-

Presidente se ausentarem

do País por mais de 15

dias; e) encaminhamento

A mensagem, como os

demais atos assinados pelo

presidente da República,

não traz identificação de

seu signatário.

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de atos de concessão e

renovação de concessão

de emissoras de rádio e

TV; f) encaminhamento

de prestação de contas de

exercício anterior; g)

mensagem de abertura

da sessão legislativa (o

portador da mensagem é

o Chefe da Casa Civil e

vai encadernada em

forma de livro para todos

os congressistas); h)

comunicação de sansão

(dirigida aos membros do

Congresso, por meio de

Aviso ao primeiro

secretário da Casa); i)

comunicação de veto

(dirigida ao presidente do

Senado).

Telegrama

Trata-se de forma de

comunicação dispendiosa

aos cofres públicos e

tecnologicamente

superada.

Seu uso restringe-se aos

casos em que:

a) não seja possível o uso de fax;

b) não seja possível o uso de correio eletrônico; e

c) a urgência justifique.

Não há padrão rígido; sua

forma e estrutura seguem

os formulários disponíveis

nas agências dos Correios

e em seu sítio na Internet.

Fax

Para transmissão

antecipada de mensagens

e documentos urgentes,

quando não é possível o

envio deles por correio

eletrônico.

O documento original,

quando necessário, deve

seguir posteriormente

pela via e na forma

normal.

O arquivamento, se

necessário, deve ser feito

com cópia do fax, pois o

papel do próprio fax se

deteriora rapidamente.

Correio Eletrônico

Principal forma de

comunicação para

transmissão de

documentos, em virtude

do baixo custo e da

celeridade.

Flexibilidade: não

interessa definir forma

rígida para sua estrutura.

Obs 1.: deve-se evitar o

uso de linguagem

incompatível com uma

comunicação oficial.

Obs. 2: o campo

“assunto” deve ser

preenchido de modo a

facilitar a organização

documental tanto do

destinatário quanto do

remetente.

A mensagem que

encaminha algum anexo

deve fornecer informações

mínimas sobre o conteúdo

dele.

Para os arquivos

anexados, deve ser

utilizado,

preferencialmente, o

formato Rich Text.

Sempre que disponível,

utilizar o recurso de

“confirmação de leitura”.

Caso não seja possível,

pedir confirmação de

recebimento.

Nos termos da legislação

em vigor, é necessário

existir certificação digital

do remetente para que a

mensagem tenha valor

documental.

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[Ministério]

[Secretaria/Departamento/Setor/Entidade] 5 cm [Endereço para correspondência].

[Endereço - continuação] [Telefone e Endereço de Correio Eletrônico]

Ofício no 524/1991/SG-PR Brasília, 27 de maio de 1991.

A Sua Excelência o Senhor Deputado [NOME] Câmara dos Deputados 70.160-900 – Brasília – DF Assunto: Demarcação de terras indígenas

Senhor Deputado,

2,5 cm

1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama no 154, de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta no 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído pelo Decreto no 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).

2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração as características sócio-econômicas regionais.

3. Nos termos do Decreto no 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, § 1o, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual competente.

1,5

cm

3cm

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3,5 cm 4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão encaminhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil.

5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e das entidades civis acima mencionadas.

6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade.

Atenciosamente,

[NOME] [Cargo]

2

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TIMBRE

Aviso no 45/1991/SCT-PR

Brasília, 27 de fevereiro de 1991.

A Sua Excelência o Senhor FULANO DE TAL Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPO Esplanada dos Ministérios, Bloco K 70.068-900 – Brasília – DF Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor público.

Senhor Ministro, 1. Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas Isoladas Sul, nesta capital.

2. O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das Comissões Internas de Conservação de Energia em Órgão Públicos, instituído pelo Decreto no 99.656, de 26 de outubro de 1990. Atenciosamente,

BELTRANO Ministro de Minas e Energia

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TIMBRE

Memorando nº 118/1991/DJ Em 12 de abril de 1991.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Assunto: Instalação de microcomputadores

1. Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento.

2 Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA. Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos, e outro gerenciador de banco de dados.

3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito.

4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados. Atenciosamente,

[NOME do signatário] [Cargo do signatário]

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28

TIMBRE

Carta no 13/2009/SPC

Brasília, 1º de fevereiro de 2009.

A Sua Senhoria o Senhor FULANO DE TAL Diretor Financeiro Junco Agronegócios LTDA Rua Oligário Nunes, 125 – São José 39.470-000 – Itacarambi–MG Assunto: Inauguração do edifício-sede Senhor Diretor, Convido Vossa Senhoria para participar da solenidade de inauguração do edifício-sede da Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, localizado na Praça dos Três Poderes, lote 171, Eixo Monumental, no dia 29 de fevereiro de 2009, às 12 horas.

Atenciosamente,

ROLANDO LERO Procurador-Geral da Justiça

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Vocativo + cargo + órgão (Magnífico Reitor da Universidade de Brasília), NOME DO REQUERENTE, demais dados de qualificação, requer (objetivo e fundamento legal).

Nesses termos, pede deferimento.

Local, data por extenso.

NOME DO REQUERENTE Cargo ou função, se for servidor público

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RELATÓRIO (ou RELATÓRIO DE...)

Senhor Diretor-Geral, Tendo sido designado para apurar a denúncia de irregularidades na licitação pública nº 123, que visa a renovar a frota de veículos deste órgão, de acordo com a portaria nº 2020, de 31 de janeiro de 2006, submeto à apreciação de Vossa Senhoria o relatório das diligências que efetuei.

Em 10 de setembro de 2005, dirigi-me à chefe da seção de Compras, senhora FULANA DE TAL, para inquirir os funcionários BELTRANO e SICRANO, acusados de fraudar o processo de licitação mencionado no parágrafo acima em favor da empresa ROBAUTO VEÍCULOS LTDA, que venceu a concorrência, embora tenha cotado o preço dos automóveis com um ágio de trinta por cento em relação ao valor de mercado.

No inquérito a que se procedeu, ressalta-se a culpabilidade do servidor BELTRANO, sobre quem recaem evidências de ter fraudado o processo licitatório, já que foi ele a pessoa encarregada de abrir os envelopes das empresas perdedoras.

Conforme se apurou também, o senhor SICRANO tem sua parcela de responsabilidade no caso, tendo em vista que se omitiu, sendo negligente no exercício de suas funções. Como membro da Comissão de Lcitações, devia estar presente na hora da abertura dos envelopes, o que não ocorreu.

Do que foi exposto, conclui-se que se instaure imediatamente um processo administrativo.

É o relatório.

Brasília, 13 de junho de 2009.

NOME DO RELATOR Cargo ou função

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Continuaremos a analisar algumas questões de provas

antrioremtne elaboradas pelo Cespe. Mas agora serei mas sucinto ao

comentá-las. Vale a pena repetir: a forma muda, entretanto a essência é a

mesma.

23. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista/2012) O aviso presta-se ao

tratamento de assuntos oficiais entre os órgãos da administração pública,

o ofício, por sua vez, entre esses órgãos ou entre os órgãos da

administração e particulares, enquanto o memorando visa à comunicação

entre unidades administrativas de um mesmo órgão.

Comentário – Esta questão gerou muita inquietação entre os candidatos e

professores. O foco do problema tem a ver com o que foi dito sobre o aviso.

Esse tipo de expediente é emitido exclusivamente por ministros de Estado para

autoridade de mesma hierarquia. Mas isso não torna errado dizer que ele

“presta-se ao tratamento de assuntos oficiais entre órgãos da administração

publica”. Pode um ministro, por exemplo, expedir um aviso para tratar de

assunto que não tenha caráter oficial? Por exemplo, convidar outro ministro

para seu aniversário de casamento? Não! Pode um ministro expedir um aviso

para um órgão que não seja da administração pública? Por exemplo, para o

dono de uma rede de supermercados? Não! Por isso a questão foi considerada

certa. No entanto, se admitimos que o aviso “presta-se ao tratamento de

assuntos oficiais entre os órgãos da administração pública”, conforme o

enunciado da questão, podemos imaginar que ele serve de meio de

comunicação entre o Departamento de Polícia Federal e a Receita Federal do

Brasil, o que não é verdade.

Respsota – Item certo, conforme o gabarito; mas há controvérsia.

Considerando o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizar-se

pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão,

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formalidade e uniformidade” (Manual de Redação da Presidência da

República, 2002), cada um dos itens seguintes apresenta um fragmento

de texto que deve ser julgado certo se atender ao citado requisito, ou

errado, em caso negativo.

24. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) Nas últimas décadas, assistimos à

uma evolução significativa dos esforços de promoção e proteção dos

direitos humanos. Em muitos aspectos o mundo melhorou em relação ao

que era a sessenta anos. Essa mudança tem tudo que ver com uma maior

consciência a respeito da necessidade de reconhecer e respeitar os

direitos humanos para todos.

Comentário – O acento grave em “à uma evolução” está incorreto, pois a

crase não ocorre diante de palavra de sentido indefinido. Em “que era a

sessenta anos”, a ideia é de tempo decorrido e a forma há deveria ter sido

usada em vez da forma “a”. O outro problema está na expressão “tudo que

ver”; o certo é tudo a ver.

Resposta – Item errado.

25. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A legislação sobre os direitos

humanos têm-se ampliado tanto na temática como na abrangência

geográfica. Hoje os direitos humanos é reconhecido como universais,

interdependentes, inter-relacionados, indivisíveis e mutuamente

sustentáveis.

Comentário – Há um erro de concordância verbal indicado por meio do acento

empregado na forma “têm-se”. O núcleo do sujeito desse verbo é um termo

singular (“legislação”), portanto o acento deve ser eliminado.

Lembre-se disso: ele tem/vem – eles têm/vêm. Em “os direitos humanos é

reconhecido”, também há erro de concordância verbal. Agora o verbo foi

flexionado no singular (“é”) quando o certo seria no plural (são), em virtude

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do núcleo do sujeito (“direitos”). Além disso, o particípio “reconhecido” deveria

concordar em número (reconhecidos) com o núcleo do sujeito.

Resposta – Item errado.

Espero que tenha ficado claro para você que questões sobre

redação oficial podem abordar aspectos gramaticais também, pois o texto

administrativo requer, entre outros cuidados, correção gramatical.

Veja outras questões.

26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Documentos oficiais em forma de ofício,

memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre outras

características, a aposição da data de sua assinatura e emissão, que deve

estar alinhada à direita, logo após a identificação do documento com o

tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que o emite.

Comentário – O item está de acordo com o que prevê, por exemplo, o Manual

de Redação da Presidência da República. Veja, a título de exemplificação, os

modelos de documentos incluídos neste material. Quanto à exposição de

motivos, como regra geral, segue o padrão ofício (exceto se não for

informativo; releia o quadro-resumo).

Resposta – Item certo.

Com relação ao formato e à linguagem das comunicações oficiais, julgue

os itens que se seguem com base no Manual de Redação da

Presidência da República.

27. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) A exposição de motivos de caráter

meramente informativo deve apresentar, na introdução, no

desenvolvimento e na conclusão, a sugestão de adoção de uma medida ou

de edição de um ato normativo, além do problema inicial que justifique a

proposta indicada.

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Comentário – Como o próprio nome já diz, a exposição de motivos de caráter

meramente informativo não deve conter a sugestão nem a justificativa

indicadas pelo examinador. Releia o quadro-resumo e constate que isso é

característica de uma exposição de motivos destinada a: 1) propor alguma

medida; 2) submeter projeto de ato normativo.

Resposta – Item errado.

28. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) A estrutura do telegrama e da mensagem

por correio eletrônico de caráter oficial é flexível.

Comentário – Quanto ao telegrama, não há padrão rígido. Escrevi no

quadro-resumo que sua forma e estrutura seguem os formulários disponíveis

nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet.

Quanto ao correio eletrônico, não interessa definir forma

rígida para sua estrutura. Entretanto duas observações são importantes: 1)

deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial;

2) o campo “assunto” deve ser preenchido de modo a facilitar a organização

documental tanto do destinatário quanto do remetente.

Resposta – Item certo.

29. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) As comunicações oficiais emitidas pelo

presidente da República, por chefes de poderes e por ministros de Estado

devem apresentar ao final, além do nome da pessoa que as expede, o

cargo ocupado por ela.

Comentário – A identificação do signatário não vale para as comunicações

emitidas pelo presidente da República, embora ele assine o documento.

Comentário – Item errado.

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30. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) O referido manual estabelece o emprego de

dois fechos para comunicações oficiais: Respeitosamente, para

autoridades superiores; e Atenciosamente, para autoridades de mesma

hierarquia ou de hierarquia inferior. Tal regra, no entanto, não é aplicável

a comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras.

Comentário – O fecho das comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras

é estabelecido no manual do Ministério das Relações Exteriores.

Comentário – Item certo.

31. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) A menos que o expediente seja de mero

encaminhamento de documentos, o texto de comunicações como aviso,

ofício e memorando, que seguem o padrão ofício, deve conter três partes:

introdução, desenvolvimento e conclusão.

Comentário – Nos casos em que não for de mero encaminhamento de

documentos, o expediente deve conter a seguinte estrutura:

– introdução, que se confunde com o parágrafo de abertura,

na qual é apresentado o assunto que motiva a comunicação. Evite o uso das

formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”, “Cumpre-me informar que”,

empregue a forma direta;

– desenvolvimento, no qual o assunto é detalhado; se o

texto contiver mais de uma ideia sobre o assunto, elas devem ser tratadas em

parágrafos distintos, o que confere maior clareza à exposição;

– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente

reapresentada a posição recomendada sobre o assunto.

Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos

a estrutura é a seguinte:

– introdução: deve iniciar com referência ao expediente que

solicitou o encaminhamento. Se a remessa do documento não tiver sido

solicitada, deve iniciar com a informação do motivo da comunicação, que é

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36

encaminhar, indicando a seguir os dados completos do documento

encaminhado (tipo, data, origem ou signatário, e assunto de que trata), e a

razão pela qual está sendo encaminhado:

“Em resposta ao Aviso nº 12, de 1º de fevereiro de 1991,

encaminho, anexa, cópia do Ofício nº 34, de 3 de abril de

1990, do Departamento Geral de Administração, que trata da

requisição do servidor Fulano de Tal.”

ou

“Encaminho, para exame e pronunciamento, a anexa cópia do

telegrama nº 12, de 1º de fevereiro de 1991, do Presidente

da Confederação Nacional de Agricultura, a respeito de

projeto de modernização de técnicas agrícolas na região

Nordeste.”

– desenvolvimento: se o autor da comunicação desejar

fazer algum comentário a respeito do documento que encaminha, poderá

acrescentar parágrafos de desenvolvimento; em caso contrário, não há

parágrafos de desenvolvimento em aviso ou ofício de mero encaminhamento.

Comentário – Item certo.

32. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Desconsiderando-se as margens e os

espaços adequados, respeitam as normas de redação de um documento

oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte

trecho, contendo o parágrafo final e fecho de um ofício.

[...]

4. Por fim, por oportuno informamos que as

providências tomadas, e aqui mencionadas,

também já são do conhecimento das partes

envolvidas.

Atenciosamente

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37

[assinatura]

Pedro Álvares Cabral

Chefe da seção de logística

e distribuição de pessoal (SLDP).

Comentário – O parágrafo carece de objetividade, de concisão. Expressões

como por oportuno; sem mais para o momento, nada mais havendo para

tratar; com elevados protestos de estima e consideração etc. devem ser

dispensadas. O segmento “e aqui mencionadas” é redundante e foge à

objetividade do texto administrativo. O fecho “Atenciosamente” é impróprio,

pois a comunicação é do chefe de uma seção ao seu diretor. Isso demonstra a

diferença de hierarquia entre eles. O correto é Respeitosamente. A

centralização do fecho é outro erro. Ele deve ser alinhado à esquerda, na

direção do início do parágrafo. O nome do signatário (aquele que assina/emite

o documento) é grafado em letras maiúsculas (PEDRO ÁLVARES CABRAL). A

designação do cargo é feita apenas com as iniciais maiúsculas (Chefe da

Seção de Logística e Distribuição de Pessoal), sem a indicação da sigla do

setor e sem ponto final.

Resposta – Item errado.

Multas

1 Arrecadei mais de dois contos de réis de multas.

Isto prova que as coisas não vão bem.

E não se esmerilharam contravenções. Pequeninas

4 irregularidades passam despercebidas. As infrações que

produziram soma considerável para um orçamento exíguo

referem-se a prejuízos individuais e foram denunciadas pelas

7 pessoas ofendidas, de ordinário gente miúda, habituada a

sofrer a opressão dos que vão trepando.

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38

Esforcei-me por não cometer injustiças. Isto não

10 obstante, atiraram as multas contra mim como arma política.

Com inabilidade infantil, de resto. Se eu deixasse em paz o

proprietário que abre as cercas de um desgraçado agricultor

13 e lhe transforma em pasto a lavoura, devia enforcar-me.

Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

33. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Tendo a situação que

envolve o texto como referência e considerando as recomendações atuais

para o envio de documentos formais de uma autoridade a outra, assinale

a opção correta.

(A) O ofício é o tipo de expediente mais adequado para o encaminhamento do

relatório ao governador.

(B) Na correspondência de encaminhamento do relatório ao governador do

estado, estaria adequado o emprego do vocativo Caro Amigo.

(C) Em atendimento ao princípio de concisão textual, constitui fecho adequado

para o documento de encaminhamento do relatório a expressão Com

elevados protestos de estima e consideração.

(D) A correspondência deve ser endereçada do seguinte modo:

A Vossa Excelência o Excelentíssimo Senhor Dr.

Fulano de Tal

Governador do estado de Alagoas

(CEP) – Maceió – AL

Comentário – Alternativa B: na correspondência oficial, o vocativo inerente a

governador de estado é Senhor Governador, (seguido de vírgula). A

expressão Caro Amigo evidencia tratamento pessoal, o que o texto

administrativo não admite. A impessoalidade é uma das características da

correspondência oficial.

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39

Alternativa C: na questão anterior eu mencionei algumas

expressões que devem ser evitadas, ainda que alguém as utilize

frequentemente; entre elas está a que foi indicada como fecho na terceira

alternativa. Respeitosamente é o fecho adequado.

Alternativa D: a forma Excelentíssimo Senhor integra o

vocativo inerente aos chefes de Poder. Doutor é título acadêmico conferido a

quem concluiu curso universitário de doutorado, e não pronome de

tratamento; seu uso indiscriminado constitui erro. No envelope, o

endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa

Excelência é, de modo geral, assim:

A Sua Excelência o Senhor

Fulano de Tal

Cargo

CEP – Cidade. UF (repare que não há parênteses no código de

endereçamento postal).

Resposta – A

34. (Cespe/Antaq/Especialista: Economia/2009) Respeitam-se as normas

relativas à redação de documentos oficiais ao se finalizar um atestado ou

uma declaração da maneira apresentada a seguir.

Atenciosamente,

(assinatura)

Fulano de Tal

Brasília, 15 de março de 2009

Comentário – Atestado administrativo é o ato pelo qual a Administração

comprova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus

órgãos competentes. Eis a sua estrutura:

TÍTULO: ATESTADO (em maiúsculas e centralizado, sobre o texto).

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40

TEXTO: exposição do fato.

LOCAL E DATA: por extenso.

ASSINATURA: titular da unidade organizacional correspondente ao assunto

tratado.

ATESTADO

Atesto para fins de prova junto ao(à) ......................(entidade)

............................... que o Sr. .........................................., ocupante do

cargo.............................., para o qual foi nomeado por...........................,

não responde a processo administrativo.

Brasília, ....... de..................... de....... .

espaço para assinatura

(nome com letras maiúsculas)

(cargo do signatário com letras iniciais maiúsculas)

Semelhantemente, a declaração também não comporta na sua

parte final os fechos Atenciosamente e Respeitosamente (comuns no

memorando, ofício, aviso, exposição de motivos). Nela, a data também vem

antes da assinatura do titular da unidade organizacional; ambas vêm

centralizadas.

Resposta – Item errado.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X

Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO

DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO

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41

1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do

Presidente do TJX para a realização de Concurso Público para Provimento de

200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º 10.000, de 10 de

dezembro de 2000, e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.

2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de 2001

e disporá sobre as normas de realização do concurso.

Joaquim José da Silva Xavier

Presidente do concurso

A partir do texto hipotético acima, julgue os três itens seguintes.

35. (Cespe/TCU/AFCE/2010) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo do

documento respeita as normas de elaboração de documentos oficiais ao

seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa,

escrevendo com iniciais maiúsculas os nomes tratados como únicos e

singulares.

Comentário – Além de sempre usada no início de períodos, nos títulos de

obras artísticas ou técnico-científicas, a letra maiúscula (caixa alta) é

convencionalmente usada na grafia de:

• nomes próprios e de sobrenomes (José Ferreira) de cognomes (Ivan, o

Terrível);

• alcunhas (Sete Dedos); de pseudônimos (Joãozinho Trinta); de nomes

dinásticos (os Médici);

• topônimos (Brasília, Paris);

• regiões (Nordeste, Sul);

• nomes de instituições culturais, profissionais e de empresa (Fundação

Getúlio Vargas, Associação Brasileira de Jornalistas, Lojas Americanas);

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42

• nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas (Marinha, Polícia

Militar);

• nome de período e de episódio histórico (Idade Média, Estado Novo);

• nome de festividade ou de comemoração cívica (Natal, Quinze de

Novembro);

• designação de nação política organizada, de conjunto de poderes ou de

unidades da Federação (golpe de Estado, Estado de São Paulo);

• nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste);

• nome de zona geoeconômica e de designações de ordem geográfica ou

político-administrativa (Agreste, Zona da Mata, Triângulo Mineiro);

• nome de logradouros e de endereço (Av. Rui Barbosa, Rua Cesário

Alvim);

• nome de edifício, de monumento e de estabelecimento público (edifício

Life Center, Estádio do Maracanã, Aeroporto de Cumbica, Igreja da Sé);

• nome de imposto e de taxa (Imposto de Renda);

• nome de corpo celeste, quando designativo astronômico (“A Terra gira

em torno do Sol”);

• nome de documento ao qual se integra um nome próprio (Lei Áurea, Lei

Afonso Arinos).

A letra minúscula (comumente chamada de caixa baixa),

além de sempre usada na grafia dos termos que designam as estações do ano,

os dias da semana e os meses do ano, é também usada na grafia de(a):

• cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom); dignitários (comendador,

cavaleiro); axiônimos correntes (você, senhor); culturais (reitor,

bacharel); profissionais (ministro, médico, general, presidente, diretor);

eclesiásticos (papa, pastor, freira);

• gentílicos e de nomes étnicos (franceses, paulistas, iorubas);

• nome de doutrina e de religiões (espiritismo, protestantismo);

• nome de grupo ou de movimento político e religioso (petistas,

umbandistas);

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• palavra governo (governo Fernando Henrique, governo de São Paulo);

• termos designativos de instituições, quando esses não estão integrados

no nome delas: A Agência Nacional de Águas tem por missão [...], no

entanto, a referida agência não exclui de suas metas os compromissos

relacionados a...;

• nome de acidente geográfico que não seja parte integrante do nome

próprio: rio Amazonas, serra do Mar, cabo Norte (mas, Cabo Frio, Rio de

Janeiro, Serra do Salitre);

• prefixo: ex-ministro do Meio Ambiente, ex-presidente da República;

• nome de derivado: weberiano, nietzschiano, keynesiano, apolíneo;

• pontos cardeais, quando indicam direção ou limite: o norte de Minas

Gerais, o sul do Pará – observe: “É bom morar na Região Norte do Brasil,

mas muitos preferem o sul de São Paulo”.

Resposta – Item errado.

36. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de nomear o emissor do texto pelo nome

próprio, o documento não fere o princípio da impessoalidade exigido nos

documentos oficiais.

Comentário – Não há como omitir o nome do signatário. A identificação dele

se dá por meio do nome, da assinatura e do cargo que ocupa. A

impessoalidade decorre de princípio constitucional (CF, art. 37), cujo

significado remete a dois aspectos: o primeiro prende-se à obrigatoriedade de

que a administração proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar a

ninguém, individualmente, já que o seu norte é, sempre, o interesse público; o

segundo sentido é o da abstração da pessoalidade dos atos administrativos,

pois que a ação administrativa, em que pese ser exercida por intermédio de

seus servidores, é resultado tão-somente da vontade estatal. Em outras

palavras, a redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e

sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, é

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44

inconcebível que os assuntos objeto dos expedientes oficiais sejam tratados de

outra forma que não a estritamente impessoal.

Resposta – Item certo.

37. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Trechos com informações vagas, como “e de

outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”, e com uso de tempo

verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”,

provocam falta de clareza e concisão, características estas que devem ser

respeitadas nos documentos oficiais.

Comentário – A concisão caracteriza-se pela utilização de palavras

estritamente necessárias: tudo que puder ser transmitido em uma frase não

deve ser dito em duas; a conceituação sintética de uma ideia é preferível à

analítica; para cada ideia, o idioma reserva pelo menos uma palavra que a

representa com precisão. Cabe ao redator encontrá-la. Detalhes irrelevantes

são dispensáveis: o texto deve ir direto ao que interessa, sem rodeios ou

redundâncias, sem caracterizações e comentários supérfluos, livre de adjetivos

e advérbios inúteis, sem o recurso à subordinação excessiva. A simples

utilização de tempo verbal de futuro necessariamente não caracteriza falta de

concisão.

Resposta – Item errado.

38. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) A impessoalidade que deve

caracterizar a redação oficial é percebida, entre outros aspectos, no

tratamento que é dado ao destinatário, o qual deve ser sempre concebido

como homogêneo e impessoal, seja ele um cidadão ou um órgão público.

Comentário – O item está de acordo com o Manual de Redação da Presidência

da República, que estabelece: “A redação oficial deve caracterizar-se pela

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impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão,

formalidade e uniformidade...”.

Resposta – Item certo.

39. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Na comunicação oficial, o

emprego da língua em sua modalidade formal decorre da necessidade de

se informar algo o mais claramente possível, de maneira concisa e não

pessoal, sendo imprescindível, seja qual for o destinatário, o emprego dos

termos técnicos próprios da área de que se trata.

Comentário – É inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos

cidadãos, o que significa que cada destinatário é considerado no momento da

elaboração do documento oficial. Diz o manual da Presidência que “A

linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam,

sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos acadêmicos, e

mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de difícil entendimento

por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto,

de explicitá-los em comunicações encaminhadas a outros órgãos da

administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos”.

Resposta – Item errado.

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46

[...]

40. (Cespe/Previc/Técnico Administrativo/2011) Por serem utilizadas para

apresentar, objetivamente, dados de pesquisa científica, todas as

estruturas e expressões do primeiro parágrafo são adequadas à redação

de ofício que vise informar o ministro da previdência social sobre a

expectativa de vida do povo brasileiro.

Comentário – A linguagem não é objetiva, impessoal. A presença do adjetivo

“boa” e da expressão “retrato brasileiro” caracterizam o posicionamento do

enunciador sobre o assunto e uso de linguagem figurada, conotativa. Não é

assim que o texto administrativo deve ser redigido. Preceitua o Manual de

Redação da Presidência da República:

“A redação oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do

padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e

uniformidade”;

“não há lugar na redação oficial para impressões pessoais, como as

que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, ou de um

artigo assinado de jornal, ou mesmo de um texto literário. A redação

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47

oficial deve ser isenta da interferência da individualidade que a

elabora”;

“A concisão, a clareza, a objetividade e a formalidade de que nos

valemos para elaborar os expedientes oficiais contribuem, ainda,

para que seja alcançada a necessária impessoalidade”.

Resposta – Item errado.

41. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) O fecho das comunicações é

obrigatório em qualquer tipo de documento oficial e restringe-se a apenas

dois: Respeitosamente e Atenciosamente, a depender da relação

hierárquica existente entre o remetente e o destinatário.

Comentário – Quem analisou esta questão apressadamente “escorregou”. Diz

o manual da Presidência: “Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações

dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios,

devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações

Exteriores”.

Resposta – Item errado.

42. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Entre as autoridades tratadas por Vossa

Excelência, estão o presidente da República, os ministros de Estado e os

juízes.

Comentário – Volte à tabela com as autoridades que são tratadas pela forma

Vossa (ou Sua) Excelência. Entre elas estão o presidente da República, os

ministros de Estado e os juízes.

Resposta – Item certo.

43. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Todos os expedientes oficiais devem

conter, após o fecho, a assinatura e a identificação do signatário.

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48

Comentário – Já expliquei que há uma exceção quanto à identificação:

DOCUMENTOS ASSINADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA.

Resposta – Item errado.

44. (Cespe/AGU/Administrador/2010) As comunicações oficiais devem ser

padronizadas e, para isso, o uso do padrão oficial de linguagem é

imprescindível.

Comentário – Fique muito atento para não confundir padrão oficial de

linguagem com linguagem culta que deve ser empregada no

documento oficial. Já esclareci nesta aula que, por seu caráter impessoal,

por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e concisão, os textos

administrativos requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de

que o padrão culto é aquele em que:

a) se observam as regras da gramática formal e

b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos

usuários do idioma.

É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do

padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das

diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos

vocabulares, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida

compreensão por todos os cidadãos.

Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a

simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de

expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de

linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de

linguagem próprios da língua literária.

Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um

“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos

atos e comunicações oficiais.

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49

Resposta – Item errado.

45. (Cespe/AGU/Agente Administrativo/2010) Na redação de

correspondências oficiais, deve-se levar em conta sua finalidade básica:

comunicar com impessoalidade e máxima clareza.

Comentário – Na questão anterior, logo no primeiro parágrafo, comentei que

“por seu caráter impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de

clareza e concisão, os textos administrativos requerem o uso do padrão culto

da língua.” Assim, podemos entender que este item está certo.

Resposta – Item certo.

46. (Cespe/AGU/Agente Administrativo/2010) Segundo o Manual de Redação

da Presidência da República, existe um padrão oficial de linguagem que

deve ser usado na redação de correspondências oficiais.

Comentário – Eu disse para você ficar atento com respeito a esse tal “padrão

oficial de linguagem”. No mesmo ano e no mesmo concurso, o Cespe insistiu

nele. Se ainda tiver dúvida, releia o comentário sobre a questão 38.

Resposta – Item errado.

As próximas três questões apresentam um fragmento hipotético de

correspondência oficial, seguido de uma proposta de classificação desse

fragmento (entre parênteses) quanto à parte e ao padrão de correspondência.

Julgue-as quanto ao aspecto gramatical, quanto à classificação proposta e

quanto à observância das recomendações previstas para o padrão de

correspondência indicado.

47. (Cespe/Basa/Técnico Científico-Administração/2010)

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50

Aos dez dias do mês de novembro do ano de dois mil e nove, às dez

horas, na sala de reuniões do Departamento de Biologia Celular da

Universidade de Brasília, teve início a... (cabeçalho de uma ata)

Comentário – Não há erros aqui, o trecho está adequado ao padrão culto de

linguagem. Nele há coesão e concisão e não se percebe incoerência.

Ressalte-se que em uma ata as indicações de data, de hora e dos numerais em

geral são feitas por extenso.

Resposta – Item certo.

48. (Cespe/Basa/Técnico Científico-Administração/2010)

De ordem do senhor ministro da Educação, estamos informando a todos

os chefes do Poder Executivo de todos os entes federados que, nos termos

da Lei de Responsabilidade Fiscal, a data limite para apresentação das

prestações de contas e respectivos relatórios a que se refere a citada lei...

(corpo de um relatório)

Comentário – Existem certas expressões que caracterizam falta de

objetividade e por isso devem ser evitadas em um texto oficial. Eis alguns

exemplos: “De ordem do(a)...”; “Aproveitamos o ensejo...”; “A presente tem a

finalidade de...”; “O assunto em epigrafe...”; “Vimos por meio desta...”; “Sem

mais nada para o momento...”; “Estamos a sua inteira disposição...”; e outras

semelhantes.

O uso do gerúndio também deve ser comedido,

principalmente quando surge em uma locução verbal. Segmentos como

“estamos informando” pode ser escrito, de maneira concisa, assim:

informamos. E o que dizer, por exemplo, dos famosos “Vou estar

providenciando”, “Vou estar transferindo”, em que surgem a construção

INFIRNITIVO + GERÚNDIO?

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51

Além disso, o teor da comunicação não é apropriado a um

relatório, que é o tipo de documento utilizado para reportar (normalmente a

uma autoridade superior) resultados parciais ou totais de uma determinada

atividade, experimento, projeto, ação, pesquisa ou outro evento, esteja

finalizado ou ainda em andamento. Repare que o trecho apresentado pelo

examinador estabelece condições para o cumprimento de uma atividade.

Resposta – E

49. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Administração/2010)

Certos da atenção e da observância de V. S.ª para com as recomendações

que ora lhe enviamos, antecipamos agradecimentos.

Atenciosamente,

(fecho de um memorando)

Comentário – O que foi escrito nesse fecho pode muito bem ser incluído no

conjunto de expressões que devem ser evitadas e que exemplifiquei acima.

Atualmente, o fecho é objetivo, impessoal (como deve ser o texto

administrativo), nele cabendo simplesmente as expressões:

– “Respeitosamente”, para autoridades superiores, inclusive

quando se tratar do presidente da República, e

– “Atenciosamente”, para autoridades de mesma hierarquia ou

de hierarquia inferior.

Ficam excluídas as comunicações dirigidas a autoridades

estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios.

Resposta – Item errado.

Julgue os fragmentos contidos nos itens a seguir quanto à sua correção

gramatical e à sua adequação para compor um documento oficial, que, de

acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, deve

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52

caracterizar-se pela impessoalidade, pelo emprego do padrão culto de

linguagem, pela clareza, pela concisão, pela formalidade e pela

uniformidade.

50. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) O departamento que planejará o

treinamento de pessoal para a execução de investigações e de operações

policiais, sob cuja responsabilidade está também a escolha do local do

evento, não se manifestou até o momento.

Comentário – Não há nada que prejudique o padrão culto de linguagem, a

clareza, a concisão, a formalidade e a uniformidade – características essenciais

do texto oficial. Chamo sua atenção para o emprego das duas vírgulas, que

isolam oração subordinada adjetiva explicativa. As ideias estão bem

concatenadas, de modo que não há margem para ambiguidade ou qualquer

distorção de sentido. Também se percebe a ausência de impressões do emissor

do documento, que prima pela impessoalidade.

Resposta – Item certo.

51. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012)

Senhor Delegado,

Segue para divulgação os relatórios das investigações

realizadas no órgão, a fim de fazer cumprir a lei vigente.

Comentário – A correção gramatical foi afetada. A forma verbal “Segue”

deveria ser flexionada na terceira pessoa do plural para concordar com

“relatórios, núcleo do sujeito: “Seguem para divulgação os relatórios...”.

Resposta – Item errado.

52. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Solicito a Vossa Senhoria a indicação de

cinco agentes de polícia aptos a ministrar aulas de direção no curso de

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formação de agentes. O início do curso, que será realizado na capital

federal, está previsto para o segundo semestre deste ano.

Comentário – Tudo certo aqui também. Nada prejudica o padrão culto de

linguagem, a clareza, a concisão, a formalidade e a uniformidade da

correspondência oficial. Chamo sua tenção mais uma vez para as vírgulas que

isolam a oração subordinada adjetiva explicativa “que será realizado na capital

federal”.Também é digno de nota o emprego do adjetivo “aptos” concordando

com o substantivo “agentes”.

Resposta – Item certo.

53. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Cumpre destacar a necessidade de

aumento do contingente policial e que é imperioso a ação desses

indivíduos em âmbito nacional, pelo que a realização de concurso público

para provimento de vagas no Departamento de Polícia Federal consiste

em benefício a toda a sociedade.

Comentário – O primeiro problema está na falta de concordância entre o

adjetivo “imperioso” e o substantivo “ação”. Veja como deveria ser: ...é

imperiosa a ação... O segundo constitui-se na falta de paralelismo sintático

entre os dois complementos do verbo “destacar”. Um tem base nominal (“a

necessidade de aumento do contingente policial”; o outro, oracional (“e que é

imperioso a ação desses indivíduos em âmbito nacional”). Eis uma sugestão,

com os dois complementos de base nominal: Cumpre destacar a necessidade

de aumento do contingente policial e a imperiosa ação desses

indivíduos em âmbito nacional...

Resposta – Item errado.

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54. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012)

Caro Senhor Perito Criminal,

Convidamos Vossa Senhoria a participar do evento “Destaques do ano”,

em que será homenageado pelo belo e admirável trabalho realizado na

Polícia Federal. Por gentileza, confirme sua presença a fim de que

possamos providenciar as honrarias de praxe.

Comentário – O texto contém expressões subjetivas, informais e pessoais:

“Caro”, “belo”, “admirável”, “de praxe”. Isso tudo descaracteriza o texto

administrativo.

Resposta – Item errado.

Ainda não acabou. Você tem um simulado pela frente.

Concentre-se e faça o melhor que puder, refletindo sobre sua

aprendizagem durante o curso.

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Simulado

1. Na imagem acima, o cartunista brinca com a reforma ortográfica. Com

relação ao emprego do hífen, todas as palavras estão de acordo com as

novas regras, exceto

a) mega-empresa.

b) autorretrato.

c) autoajuda.

d) micro-ondas.

e) anti-inflamatório.

Leia o seguinte trecho de uma entrevista concedida pelo ministro do Supremo

Tribunal Federal, Joaquim Barbosa:

Entrevistador: – O protagonismo do STF dos últimos tempos tem usurpado

as funções do Congresso?

Entrevistado: – Temos uma Constituição muito boa, mas excessivamente

detalhista, com um número imenso de dispositivos e, por isso, suscetível a

fomentar interpretações e toda sorte de litígios. Também temos um sistema de

jurisdição constitucional, talvez único no mundo, com um rol enorme de

agentes e instituições dotadas da prerrogativa ou de competência para trazer

questões ao Supremo. É um leque considerável de interesses, de visões, que

acaba causando a intervenção do STF nas mais diversas questões, nas mais

diferentes áreas, inclusive dando margem a esse tipo de acusação. Nossas

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decisões não deveriam passar de duzentas, trezentas por ano. Hoje, são

analisados cinquenta mil, sessenta mil processos. É uma insanidade.

Veja, 15/06/2011.

2 Tendo em vista o contexto, a palavra do texto que sintetiza o teor da

acusação referida na entrevista é

a) “usurpado”.

b) “detalhista”.

c) “fomentar”.

d) “litígios”.

e) “insanidade”.

Pela primeira vez um filme catarinense concorreu à vaga para representar o

Brasil no Oscar. A Antropologa, dirigido por Zeca Pires, disputou a vaga com

outros quatorze filmes, numa lista que incluiu Tropa de Elite 2, de José Padilha,

e Bruna Surfistinha, de Marcus Balbini. Zeca Pires considerava suas chances

remota, mas avaliava que, ao participar da disputa, o filme seria visto por um

grupo de profissionais de reconhecida competência, que provavelmente não

iriam assistir ao longa em outra situação. [...]

Fonte: Candidatura que vale ouro. Diário Catarinense. Caderno Variedades. 14/08/2011. p. 5 adaptado).

3 Com relação ao texto, assinale a alternativa CORRETA.

a) O termo “remota”, no segundo parágrafo, equivale-se a um advérbio e

refere-se ao verbo “considerava”; portanto foi empregado

adequadamente.

b) Segundo o texto, os filmes A Antropologa, Tropa de Elite 2 e Bruna

Surfistinha vão representar o Brasil na disputa do Oscar.

c) O trecho “Zeca Pires considerava suas chances remota” indica que ele

acreditava que havia pouca possibilidade de seu filme ser escolhido.

d) No primeiro parágrafo, encontram-se dois numerais ordinais: “primeira” e

“quatorze”.

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e) No trecho “o filme seria visto por um grupo de profissionais de

reconhecida competência”, ocorrem dois artigos, os quais antecedem os

dois únicos substantivos do trecho.

4 Passando o texto para a segunda pessoa do singular, sem alteração de

sentido, o diálogo correto é:

a) – Que dirá, senhora, se eu tirasse a barba?

– Em tua barba reside tua autoridade, tua determinação – em última

análise, a essência de vosso poder.

– Agradeço, senhora.

– Não é um elogio, caso não o hajas percebido.

b) – Que dirias, senhora, se eu tirasse a barba?

– Em tua barba reside tua autoridade, tua determinação – em última

análise, a essência de teu poder.

– Agradeço, senhora.

– Não é um elogio, caso não o hajas percebido.

c) – Que dirão, senhora, se eu tirasse a barba?

– Em sua barba reside vossa autoridade, vossa determinação – em última

análise, a essência de vosso poder.

– Agradeço, senhora.

– Não é um elogio, caso não o hajam percebido.

d) – Que diz, senhora, se eu tirasse a barba?

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– Em sua barba reside sua autoridade, sua determinação – em última

análise, a essência de seu poder.

– Agradeço, senhora.

– Não é um elogio, caso não o haja percebido.

e) – Que diríeis, senhora, se eu tirasse a barba?

– Em sua barba reside sua autoridade, sua determinação – em última

análise, a essência de seu poder.

– Agradeço, senhora.

– Não é um elogio, caso não o hajais percebido.

Sinhá Vitória

Sinhá Vitória tinha amanhecido nos seus azeites. Fora de propósito,

dissera ao marido umas inconveniências a respeito da cama de varas. 1Fabiano, que não esperava semelhante desatino, apenas grunhira: - “Hum!

hum!” E amunhecara, porque realmente mulher é bicho difícil de entender, 4deitara-se na rede e pegara no sono. Sinhá Vitória andara para cima e para

baixo, procurando em que desabafar. Como achasse tudo em ordem, queixara-

se da vida. 2E agora vingava-se em Baleia, dando-lhe um pontapé.

Avizinhou-se da janela baixa da cozinha, viu os meninos entretidos no

barreiro, sujos de lama, fabricando bois de barro, que secavam ao sol, sob o

pé-de-turco, e 5não encontrou motivo para repreendê-los. Pensou de novo na

cama de varas e mentalmente xingou Fabiano. Dormiam naquilo, tinha-se

acostumado, mas sena mais agradável dormirem numa cama de lastro de

couro, como outras pessoas.

7Fazia mais de um ano que falava nisso ao marido. 3Fabiano a princípio

concordara com ela, mastigara cálculos, tudo errado. Tanto para o couro, tanto

para a armação. Bem. Poderiam adquirir o móvel necessário economizando na

roupa e no querosene. 6Sinhá Vitória respondera que isso era impossível,

porque eles vestiam mal, as crianças andavam nuas, e recolhiam-se todos ao

anoitecer. Para bem dizer, não se acendiam candeeiros na casa.

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RAMOS, Graciliano. Vidas secas. Rio de Janeiro; São Paulo: Record; Martins, 1975. p. 42-43.

5 Marque a alternativa que comenta adequadamente o emprego dos

pronomes no Texto VIII.

a) “Fabiano, que não esperava semelhante desatino, apenas grunhira: -

Hum! hum!” (ref. 1). O pronome relativo destacado evita a repetição da

palavra desatino.

b) “E agora vingava-se em Baleia, dando-lhe um pontapé” (ref. 2) / “Fabiano

a princípio concordara com ela” (ref. 3). Os termos sublinhados são duas

formas de expressão do pronome pessoal em função de objeto direto.

c) “Fabiano [...] deitara-se na rede e pegara no sono” (ref. 4) / “[...] não

encontrou motivo para repreendê-los” (ref. 5). Os dois pronomes pessoais

grifados possuem o mesmo referente e servem para marcar uma ação

reflexiva.

d) “Sinhá Vitória respondera que isso era impossível, porque eles vestiam

mar” (ref. 6). Os pronomes destacados retomam o mesmo termo do

período anterior.

e) “Fazia mais de um ano que fava nisso ao marido” (ref. 7). A forma

sublinhada, contração do demonstrativo isso com a preposição em, tem

função coesiva, pois retoma e sintetiza segmento expresso anteriormente.

6 Leia como o dicionário Aurélio explica o significado e o uso dos seguintes

verbos.

Atender. V. t. i. 1. Dar, prestar atenção: Não atendeu à observação que

lhe fizeram. 2. Tomar em consideração; levar em conta; ter em vista;

considerar: Não atende a súplicas. 3. Atentar, observar, notar: Atendia,

de longe, aos acontecimentos. T. d. 4. Acolher, receber com atenção ou

cortesia: Sempre atende aqueles que o procuram. Dar ou prestar atenção

a. Tomar em consideração; considerar: Atende antes de tudo as suas

conveniências.

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Desfrutar. V. t. d. 1. V. usufruir (2): Agora desfruta benefícios prestados;

2. Deliciar-se com; apreciar: Sádico, desfrutou as cenas brutais do filme.

3. Viver à custa de. 4. Zombar de; troçar, chacotear. T. i. 5. Fruir (3):

Desfruta de bom conceito no meio científico.

Precisar. V. t. d. 1. Indicar com exatidão; particularizar, distinguir,

especializar: Não sabe precisar a época de sua viagem. 2. Ter precisão ou

necessidade de; necessitar: (...) precisa espairecer. 3. Citar ou mencionar

especialmente: a testemunha precisou o criminoso. T. i. 4. Ter

necessidade; carecer, necessitar: Precisa de dinheiro. Int. 5. Ser pobre,

necessitado. Trabalha porque precisa.

Proceder. V. t. i. 1. Ter origem; originar-se, derivar(-se): O amor não

procede do hábito. (...) 2. Provir por geração; descender: Segundo o

cristianismo, todos os homens são irmãos porque procedem de Adão e

Eva. 3. Instaurar processo: O governo procederá contra os agiotas. 4.

Levar a efeito; executar, realizar: As juntas apuradoras procederam à

contagem dos votos. (...)

Revidar. V. t. d. 1. Responder ou compensar (uma ofensa física ou

moral) com outra maior: O rapaz revidou os socos do agressor. 2.

Responder, replicar, contestando: O deputado revidou o discurso que o

incriminava. T. d. e i. e Int. 3. Vingar uma ofensa com outra maior:

Revidou a alusão pérfida com as mais violentas injúrias.

Visar. V. t. d. 1. Dirigir a vista fixamente para; mirar: visar um alvo. 2.

Apontar arma de fogo contra: Visou o ladrão, imobilizando-o. 3. Pôr o

sinal de visto em: visar um cheque. 4. Ter por fim ou objetivo; ter em

vista: Ao escrever esta novela, visava um fim moral. T. i. 4. Ter por fim

ou objetivo; ter em vista: Estas medidas visavam ao bem público.

Agora, considere os seguintes períodos:

I. O caçador, depois de visar ao lobo na floresta, parou para revidar ao

chamado dos companheiros de caça.

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II. Depois de precisar os detalhes do contrato, o vendedor pediu aos

interessados que aguardassem, pois teria de atender o chamado do

escritório.

III. Para revidar as investidas dos clientes, o gerente adiou o início da

liquidação e procedeu a investigação do percentual de aumento de preços

praticado pela loja, o que permitiu que os funcionários desfrutassem de

algumas horas extras de descanso.

IV. Os representantes do povo demoram a atender a demandas dos cidadãos,

mas sabem desfrutar as benesses do poder.

Assumindo que as explicações sobre os verbos disponibilizadas acima

constituem a única possibilidade de uso segundo a norma culta da língua

portuguesa, que períodos estariam adequados a essa norma?

a) Somente o período III.

b) Somente os períodos II e IV.

c) Somente os períodos I e III.

d) Somente os períodos I e IV.

e) Somente os períodos II, III e IV.

7 Leia o texto.

Dimitria cursava a oitava série no colégio e desapareceu durante as férias

de julho de 2008. Segundo a polícia, a garota avisou que iria viajar em

companhia do caseiro, mas nunca mais foi vista. (...) De acordo com a

polícia, [o caseiro] Silva disse que matou a menina porque era apaixonado

por ela, mas ela não o correspondia.

(Folha de S.Paulo, 16.08.2010.)

No texto, há um erro gramatical. O tipo de erro e a versão que o corrige

estão, respectivamente, em

a) uso de conectivo – Silva disse no depoimento o qual matou a menina (...)

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b) uso de pronome – (...) porque era apaixonado por ela, mas ela não

correspondia.

c) uso de conectivo – (...) iria viajar em companhia do caseiro, porém nunca

mais foi vista.

d) uso de adjetivo – (...) porque era obcecado por ela, mas ela não o

correspondia.

e) uso de verbo – Dimitria frequentava a oitava série no colégio (...)

Tarde Cinzenta

A 13tarde de inverno é perfeita. O tempo nublado acinzenta tudo. Mesmo

os mais 11empedernidos cultores da agitação, do barulho, das cores, hoje se

rendem a uma certa passividade e melancolia. Os espíritos 12ensimesmados

reinam; os ativos pagam tributo à reflexão. Sem o sol, que provoca a 1rudeza

dos contrastes, 2tudo é sutil, tudo é suave.

Tardes assim nos reconciliam com o efêmero. 18Longe das 3certezas

substanciais, ficamos flutuando entre as 4névoas da dúvida. A superficialidade,

que aparentemente plenifica, dissolve-se; acabamos ancorados no porto das

insatisfações. E, ao invés de nos perenizarmos como singularidade, desejamos

subsumir na névoa...como a 14montanha e a tarde.

A vida sempre para numa tarde assim. É como se tudo congelasse.

Moléculas, músculos, máquinas e espíritos interrompem seu 5furor produtivo 19e se rendem, estáticos, à 6magia da tarde cinzenta.

20Numa tarde assim, não há senão uma coisa a fazer: contemplar. O

espírito, carregando consigo um corpo por vezes contrariado, 7aquieta-se e

divaga; 8torna-se receptivo a tudo: aos mínimos sons, 24às réstias de luz que

atravessam a névoa, ao lento e pesado progresso que tudo conduz para o fim

do dia, para o mergulho nas brumas da noite. 25As narinas absorvem com

prazer um odor que parece carregado de umidade; a pele sente o toque

enérgico do frio. O langor impõe-se e comanda esse estar-no-mundo como que

suspenso por um tênue fio 21que nos liga, timidamente, à vida ativa.

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Nas tardes cinzentas, o coração balança entre a paz e a inquietação, 23porque a calma e o silêncio inquietam. 9O azáfama anestesia; 10o não fazer

deixa o espírito alerta — como um nervo exposto a qualquer acontecer.

Não há jamais nada de espetacular nas 15tardes cinzentas, a não ser o

espetáculo da própria tarde. E este é grandiosamente simples: ar friorento,

claridade difusa que se perde no cinza, contemplação, inatividade e o

contraditório do espírito aguçado e acuado por esse acontecer minimalista da

vida.

Na tarde fria e cinzenta, corpos se rendem ao aconchego de 16roupas

macias ou de braços macios em abraços suaves. Somente olhares e corações

conservam o fogo das paixões. As vozes agudas e imperativas transformam-se

em sons baixos, quase guturais, que muitas vezes convertem-se em sussurros,

como temendo quebrar a magia da tarde.

Não nos iludamos com as aparências: não há necessariamente tristeza

nas tardes cinzentas. Mas também não existe aquela alegria inconsequente

dos dias cálidos e dourados pelo sol. 22Existe, sim, um equilíbrio perfeito, numa

equidistância entre o tédio e a euforia, fazendo-nos caminhar sobre um 17tênue

fio distendido entre o amargor e a satisfação, entre o entusiasmo e o tédio.

Tudo isso, porém, só se mostra aqui e ali, em meio à bruma difusa, ao cinza

que permeia tudo.

Uma simples tarde cinzenta pode parar o mundo, pode deter a vida.

Somente por um instante. Mas talvez apenas nos corações sensíveis. CARINO, J.

Disponível em: http://www.almacarioca.net/tarde-cinzenta-j-carino/

Acesso em: 23 ago. 2010. (Adaptado)

8 Considere as afirmativas abaixo, segundo o registro culto e formal da

língua.

I. O uso do acento grave indicativo da crase em “às réstias de luz que

atravessam a névoa,” (ref. 24), constitui caso de regência nominal.

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II. Em “As narinas absorvem com prazer um odor...” (ref. 25), substituindo-

se o verbo destacado por aspirar, teríamos as narinas aspiram com prazer

a um odor.

III. Acrescentando-se à expressão destacada em “...que nos liga,

timidamente, à vida ativa.” (ref. 21) o pronome minha (à minha vida

ativa), o uso do acento grave indicativo da crase passa a ser facultativo.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas.

b) I e II, apenas.

c) I e III, apenas.

d) II e III, apenas.

e) I, II e III.

O espelho

O

espelho: através

de seu líquido nada

me desdobro.

Ser quem me

olha

e olhar seus

olhos

nada de

nada

duplo

mistério.

Não amo

o espelho: temo-o.

Orides Fontela. Poesia reunida (1969-1996). São Paulo:

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Cosac Naify; Rio de Janeiro: 7letras, 2006, p. 212.

9 Considerando o texto acima apresentado, um poema da literatura

brasileira contemporânea, julgue o item a seguir.

Na última estrofe do poema O espelho, nos versos “Não amo / o espelho:

temo-o”, o pronome átono exemplifica uma substituição pronominal

caracterizada, na gramática normativa, como objeto direto pleonástico.

Nos últimos três anos foram assassinadas mais de 140 mil pessoas no

Brasil. Uma média de 47 mil pessoas por ano. Uma parcela expressiva destas

mortes, que varia de região para região, é atribuída à ação da polícia, que se

respalda na impunidade para continuar cometendo seus crimes. São 25

assassinatos ao ano por cada 100 mil pessoas, índice considerado de violência

epidêmica, segundo organismos internacionais.

[...]

A lista da violência alonga-se incrivelmente. Sobre as mulheres, os

negros, os índios, os gays, sobre os mendigos na rua, sobre os movimentos

sociais etc. Uma discussão num botequim de periferia pode terminar em

morte. A privação do emprego, do salário digno, da educação, da saúde, do

transporte público, da moradia, da segurança alimentar, tudo isso pode ser

compreendido, considerando que incide sobre direitos assegurados por nossa

Constituição, como tantas outras formas de violência.

(Silvio Caccia Bava. Le Monde Diplomatique Brasil, agosto 2010. Adaptado.)

10 No período Uma parcela expressiva destas mortes, que varia de

região para região, é atribuída à ação da polícia, que se respalda

na impunidade para continuar cometendo seus crimes, as palavras

sublinhadas referem-se, respectivamente,

a) à palavra parcela e tem a função de sujeito; à palavra polícia e tem a

função de sujeito.

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b) à palavra mortes e tem a função de sujeito; à palavra polícia e tem a

função de sujeito.

c) à palavra parcela e tem a função de objeto; à palavra polícia e tem a

função de objeto.

d) à palavra parcela e tem a função de objeto; à palavra ação e tem a função

de sujeito.

e) à palavra parcela e tem a função de sujeito; à palavra ação e tem a

função de sujeito.

Sobre a origem da poesia

[...] 3Mais perto do senso comum, podemos atentar para como colocam os

índios americanos falando, na maioria dos filmes de cowboy − eles dizem

“maçã vermelha”, “água boa”, “cavalo veloz”; em vez de “a maçã é vermelha”,

“essa água é boa”, “aquele cavalo é veloz”. Essa forma mais sintética,

telegráfica, aproxima os nomes da própria existência − como se a fala não

estivesse se referindo àquelas coisas, e sim apresentando-as (ao mesmo

tempo em que se apresenta). 6No seu estado de língua, no dicionário, as palavras intermedeiam nossa

relação com as coisas, impedindo nosso contato direto com elas. 7A linguagem

poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em si, coisa, oferece

uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o mundo.

[...]

ARNALDO ANTUNES

www.arnaldoantunes.com.br

11 A linguagem poética inverte essa relação, pois, vindo a se tornar, ela em

si, coisa, oferece uma via de acesso sensível mais direto entre nós e o

mundo. (ref.7)

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O vocábulo destacado estabelece uma relação de sentido com o que está

enunciado antes. Essa relação de sentido pode ser definida como:

a) explicação

b) finalidade

c) conformidade

d) simultaneidade

e) conclusão

Moradores de Higienópolis admitiram ao jornal Folha de S. Paulo que 6a

abertura de uma estação de metrô na avenida Angélica traria “gente

diferenciada” ao bairro. Não é difícil imaginar que alguns vizinhos do Morumbi

compartilhem esse medo e prefiram o isolamento garantido com a inexistência

de transporte público de massa por ali.

Mas 1à parte o gosto exacerbado dos paulistanos por levantar muros,

erguer fortalezas e se refugiar em ambientes distantes do Brasil real, o poder

público não fez a sua parte em desmentir que a chegada do transporte de

massas não degrade a paisagem urbana.

Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, na Colômbia, e grande

especialista em transporte coletivo, diz que não basta criar corredores de

ônibus bem asfaltados e servidos por diversas linhas. Abrigos confortáveis, boa

iluminação, calçamento, limpeza e paisagismo que circundam estações de

metrô ou pontos de ônibus precisam mostrar o status que o transporte público

tem em uma determinada cidade.

Se no entorno do ponto de ônibus, a calçada está esburacada, há sujeira

e 7a escuridão afugenta pessoas à noite, é normal que moradores não queiram

a chegada do transporte de massa. 8A instalação de linhas de monotrilho ou de corredores de ônibus precisa

vitaminar uma área, não destruí-la. 9Quando as grades da Nove de Julho foram retiradas, 2a avenida ficou

menos tétrica, quase bonita. Quando o corredor da Rebouças fez pontos muito

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modestos, que acumulam diversos ônibus sem dar vazão a desembarques, 3a

imagem do engarrafamento e da bagunça vira um desastre de relações

públicas. 4Em Istambul, monotrilhos foram instalados no nível da rua, como os

“trams” das cidades alemãs e suíças. Mesmo em uma cidade de 16 milhões de

habitantes na Turquia, país emergente como o Brasil, houve cuidado com os

abrigos feitos de vidro, com os bancos caprichados – em formato de livro – e

com a iluminação. Restou menos espaço para os carros porque a ideia ali era

tentar convencer na marra os motoristas a deixarem mais seus carros em casa

e usarem o transporte público.

Se os monotrilhos do Morumbi, de fato, se parecerem com um

Minhocão*, o Godzilla do centro de São Paulo, os moradores deveriam

protestar, pedindo melhorias no projeto, detalhamento dos materiais,

condições e impacto dos trilhos na paisagem urbana. 5Se forem como os

antigos bondes, ótimo.

Mas se os moradores simplesmente recusarem qualquer ampliação do

transporte público, que beneficiará diretamente os milhares de prestadores de

serviço que precisam trabalhar na região do Morumbi, vai ser difícil acreditar

que o problema deles não seja a gente diferenciada que precisa circular por

São Paulo.

(Raul Justes Lores. Folha de S. Paulo, 07/10/2010. Adaptado.)

(*) Elevado Presidente Costa e Silva, ou Minhocão, é uma via expressa que

liga o Centro à Zona Oeste da cidade de São Paulo.

12 Em sentido amplo, a relação de causa e efeito nem sempre é estabelecida

por conectores (porque, visto que, já que, pois etc.). Outros recursos

também são usados para atribuir relação de causa e efeito entre dois ou

mais segmentos. Isso ocorre nas opções abaixo, exceto em

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a) [...] a abertura de uma estação de metrô na avenida Angélica traria

“gente diferenciada” ao bairro. (ref.6)

b) [...] a escuridão afugenta pessoas à noite [...]. (ref.7)

c) A instalação de linhas de monotrilho ou de corredores de ônibus precisa

vitaminar uma área [...]. (ref.8)

d) Quando as grades da Nove de Julho foram retiradas, a avenida ficou

menos tétrica [...]. (ref.9)

e) [...] a imagem do engarrafamento e da bagunça vira um desastre de

relações públicas. (ref.3)

13 Nas comunicações oficiais que se destinam a particulares e a autoridades

às quais não couber o tratamento “Vossa Excelência”, o Manual de

Redação da Presidência da República menciona algumas particularidades,

entre as quais se inclui

a) a restrição ao uso do tratamento “digníssimo” (DD), que só cabe nas

correspondências endereçadas ao Presidente da República.

b) a obrigatoriedade de uso do pronome Vossa Magnificência em

comunicações dirigidas a reitores e a diretores de faculdades.

c) a exigência de emprego do pronome Vossa Eminência ou Vossa

Reverência, em comunicações a cardeais, bispos e arcebispos.

d) a permissão do uso do pronome você em ofícios informais ou em

correspondências particulares entre servidores da mesma repartição.

e) a dispensa do emprego do superlativo “ilustríssimo” (Ilmo.) para as

autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para

particulares.

14 Na organização das partes de um documento no “padrão ofício”, há uma

exceção quanto à obrigatoriedade de numeração dos parágrafos. É a que

ocorre quando

a) o texto contém apenas um parágrafo.

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b) algum dos parágrafos contém uma citação ou transcrição.

c) o documento inclui gráficos ou tabelas no corpo do texto.

d) eles estão organizados em itens ou títulos e subtítulos.

e) o redator opta por não fazer afastamento da margem esquerda.

15 Para arrematar o texto e saudar o destinatário, a recomendação do

Manual de Redação da Presidência da República é que se padronizem os

fechos de todas as modalidades de comunicação, empregando-se

I. RESPEITOSAMENTE, para autoridades superiores, inclusive o Presidente

da República.

II. CORDIALMENTE, para autoridades de mesma hierarquia.

III. ATENCIOSAMENTE, para autoridades de hierarquia inferior e para

particulares.

Quanto a essas três possibilidades citadas, deve-se fazer a seguinte

ressalva:

a) A primeira possibilidade só se aplica ao Presidente da República, devendo-

se usar a segunda também para outros superiores.

b) A terceira possibilidade não procede, devendo-se usar a segunda também

para autoridades de hierarquia inferior e para particulares.

c) A segunda possibilidade não procede, devendo-se usar a terceira também

para autoridades de mesma hierarquia.

d) A repartição tem a autonomia de decidir se acrescenta uma quarta

possibilidade, nas correspondências para os contribuintes.

e) A critério da autoridade, é possível substituir quaisquer desses fechos por

expressões mais diretas e neutras como “Sem mais”.

Então, o que achou?

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Desejo que Deus o abençoe e que você obtenha o êxito que

almeja.

Um grande abraço!

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Gabarito do Simulado

1

Comentário – Segundo o novo acordo ortográfico, suprime-se o hífen entre

prefixos terminados em vogal e elementos seguintes começados por “r” ou “s”,

que se duplicam por razões fonéticas, como acontece com a palavra

“autorretrato” citado em B ou entre prefixos terminados em vogal e elementos

seguintes começados por vogal diferente, como se percebe na imagem em que

a reforma ortográfica representada pelo caminhão “atropelou” o hífen da

palavra antes grafada “autoestrada” e em C, com a palavra já atualizada

“autoajuda”. Mantém-se entre prefixos que terminam em vogal seguidos de

elemento com a mesma vogal como em D e E nas palavras “micro-ondas” e

“anti-inflamatório”. Assim, a palavra transcrita em A transgride as regras da

reforma ortográfica e deveria ser substituída por “megaempresa” para

adaptar-se à nova grafia.

Resposta – A

2

Comentário – A pergunta do entrevistador sugere que o grande número de

intervenções do Supremo Tribunal da Justiça tenha afetado atividades

específicas da área parlamentar. Assim, a palavra do texto que sintetiza o teor

da acusação é “usurpado”: apropriado, exercido de maneira indevida.

Resposta – A

3

Comentário – Apenas C é correta. Em A, “remota” é adjetivo, qualifica o

substantivo “chances” e deve concordar com ele em gênero e número; em B,

os filmes A Antropologia, Tropa de Elite 2 e Bruna Surfistinha concorreram à

vaga para representar o Brasil no Oscar; em D, o termo “quatorze” é numeral

cardinal; Em E, há inúmeros substantivos no excerto: “vez”, “filme”, “vaga”,

“Brasil”, etc.

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Resposta – C

4

Comentário – Se fosse usado o pronome de tratamento “tu” em vez de “vós”,

os verbos e os pronomes deveriam ser substituídos a fim de respeitar as

regras de concordância da gramática normativa. Assim, a forma verbal “diríeis”

do futuro do pretérito do indicativo seria substituída por “dirias” e “hajais”,

presente do subjuntivo, por “hajas”. Aos pronomes “vossa” e “vosso”

correspondem “tua” e “teu”, como se transcreve corretamente na opção B.

Resposta – B

5

Comentário – O pronome relativo “que” substitui a palavra “Fabiano” e não

“desatino”, o que invalida a opção A. Também B e C são incorretas, pois os

pronomes “lhe” e “ela” exercem função de objeto indireto e “se” e “los”

remetem a referentes distintos: Fabiano e meninos, respectivamente. É

incorreta a opção D, na associação que se atribui a um mesmo termo do

período anterior com os pronomes “isso” e “eles”, pois o demonstrativo

refere-se ao anseio de Sinhá Vitória em ter uma cama de couro, e o pessoal a

Fabiano e Sinhá Vitória e, por extensão, a toda a família. Assim, é correta a

opção E, já que o termo “nisso” retoma e sintetiza o segmento expresso

anteriormente: “Dormiam naquilo, tinha-se acostumado, mas seria mais

agradável dormirem numa cama de lastro de couro, como outras pessoas”.

Resposta – E

6

Comentário – Apenas os períodos II e IV obedecem aos critérios

estabelecidos no dicionário Aurélio. Em I, o verbo “visar” no sentido de apontar

arma de fogo é transitivo direto e não indireto (depois de visar o lobo na

floresta), assim como “revidar” na acepção de responder (revidar o chamado

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dos companheiros de caça). Em III, o verbo “proceder”, na acepção de levar a

efeito, executar, realizar, é transitivo indireto pelo que o uso da preposição é

obrigatório (e procedeu à investigação). Ainda em 3, o verbo “desfrutar”, no

sentido de usufruir, é transitivo direto o que exigiria a eliminação da

preposição (desfrutassem algumas horas).

Resposta – B

7

Comentário – No último período do texto, o termo verbal “correspondia” está

incorretamente acompanhado do pronome oblíquo “o”. Para respeitar as regras

de regência verbal exigidas pela gramática normativa e porque se trata de um

verbo transitivo indireto, o pronome deveria ser substituído por “lhe”.

Resposta – B

8

Comentário – A expressão “às réstias de luz que atravessam a névoa” é

regida da preposição “a”, exigida pelo adjetivo “receptivo”, constituindo,

assim, um caso de regência nominal. O possessivo “minha” confere caráter

facultativo à ocorrência de crase, no caso de se acrescentar esse pronome à

frase citada. Ao contrário do que se afirma em II, o verbo aspirar, no sentido

de “absorver”, “inalar”, é transitivo direto, excluindo assim o uso da

preposição. Assim, apenas as proposições I e III estão corretas.

Resposta – C

9

Comentário – Não existe objeto direto preposicionado nos dois últimos versos

do poema, pois seus objetos diretos pertencem a duas orações distintas,

coordenadas entre si. “O espelho” é objeto direto do verbo amar, e o pronome

oblíquo átono “o” é objeto direto do verbo temer.

Resposta – Item errado.

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10

Comentário – Em ambos os casos, o pronome relativo “que” desempenha a

função de sujeito. Na oração “que varia de região para região”, refere-se ao

antecedente “parcela”. Em “que se respalda na impunidade para continuar

cometendo seus crimes”, ao termo “polícia”.

Resposta – A

11

Comentário – A conjunção coordenativa “pois” estabelece sentido de

explicação à afirmação enunciada anteriormente sobre o fato da linguagem

poética inverter a nossa relação entre palavras e coisas.

Resposta – A

12

Comentário – Em todas as opções existe relação de causa e efeito, exceto em

C. Em A, a estação de metrô é causa do afluxo de gente diferenciada ao bairro.

Em B, a escuridão causa a fuga das pessoas. Em D, a retirada das grades

provoca melhoria de paisagem urbana. Em E, a rejeição dos moradores à

instalação da nova linha deve-se à imagem da desordem a que o transporte de

massa está normalmente associado.

Resposta – C

13

Comentário – As formas “digníssimo” e “ilustríssimo” estão abolidas, sem

exceção. O tratamento Vossa Magnificência é exclusivo para reitores de

universidades. Os diretores fazem jus à forma Vossa Senhoria. O tratamento

para cardeais é Vossa ou Sua Eminência ou Vossa ou Sua Eminência

Reverendíssima; para bispos e arcebispos é Vossa ou Sua Excelência

Reverendíssima. Não existem “ofícios informais” no serviço público. Ofício e

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memorando, por exemplo, são documentos oficiais e, como todos os outros,

estão alcançados pelas normas de redação oficial, que preveem o uso formal

dos pronomes de tratamento.

Resposta – E

14

Comentário – Muita atenção! Só há uma ressalva quanto à numeração dos

parágrafos: exceto nos casos em que estejam organizados em itens ou

títulos e subtítulos. O Manual a Presidência não mencionou o caso previsto

na primeira alternativa.

Resposta – D

15

Comentário – “Respeitosamente” é para autoridades superiores, inclusive

quando se tratar do presidente da República. “Cordialmente” está abolido do

fecho das comunicações oficiais. “Atenciosamente” é para autoridades de

mesma hierarquia ou de hierarquia inferior. São esses os fechos previstos.

Nem a repartição, nem qualquer autoridade têm competência para estabelecer

outro tipo.

Resposta – C

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Lista das Questões Comentadas

Considere que Juarez Alencar Cabral, candidato ao cargo de Analista de

Trânsito do DETRAN/DF, desejando dedicar-se integralmente ao estudo

dos conteúdos que seriam exigidos nas provas do respectivo concurso,

tenha redigido, em tom gracioso, a seguinte carta para sua noiva.

BSB, 8/3/2009.

Excelentíssima Senhorita:

1. O abaixo-assinado, aluno compulsivo de cursos

preparatórios para concursos públicos, dotado da esperança

férrea de se tornar brevemente um eminente funcionário

público, vem, mui respeitosamente, por meio desta informar

a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provimento de

vaga no cargo de Analista de Trânsito do DETRAN/DF, e, por

esse relevante motivo, suspende por tempo indeterminado o

noivado que mantém com a Excelentíssima Senhorita, para

se dedicar integralmente ao estudo das matérias constantes

do respectivo edital.

2. Aproveito o ensejo para manifestar-lhe também,

outrossim, a intenção de retomar, tão logo seja aprovado,

minhas funções de noivo junto a Vossa Excelentíssima, haja

visto o grande amor que te devoto.

3. Reitero protestos de estima e consideração.

J.A.Cabral JUAREZ ALENCAR CABRAL

1. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma de identificação do signatário

da carta coincide com a recomendada para as comunicações oficiais, que

deve conter os seguintes elementos: a assinatura do remetente, a linha

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contínua para se apor a assinatura, o nome da autoridade que expede a

comunicação grafado em maiúsculas e o alinhamento centralizado.

2. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O fecho que consta na carta —

empregado durante muito tempo em expedientes oficiais de variada

natureza — é permitido, atualmente, somente em mensagens cujo

signatário seja servidor que se dirija a ocupante de cargo imediatamente

superior.

3. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) O fecho "Atenciosamente"

deve ser empregado para saudar autoridades de mesma hierarquia ou de

hierarquia inferior.

4. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A variedade de tratamento verificada na

carta, tanto no emprego de pronomes pessoais quanto no de pronomes de

tratamento, não deve ocorrer em documentos oficiais, pois compromete a

modalidade de linguagem que deve ser empregada em redação oficial.

5. (Cespe/PC-ES/Cargos de Nível Superior/2011) Embaixadores, secretários

de estado dos governos estaduais e auditores da justiça militar estão

entre as autoridades que devem ser tratadas por Vossa Excelência.

6. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A carta, apesar de escrita em tom

jocoso, segue a norma de numeração que deve ser aplicada aos

parágrafos contidos no texto do padrão ofício, princípio que tem o objetivo

de facilitar a alusão a qualquer informação do documento.

7. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Caso se tratasse de ofício expedido em

repartição pública, a carta teria de sofrer várias alterações. Uma delas é a

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necessidade de fazer constar, à margem esquerda superior, o tipo e o

número do expediente, seguidos da sigla do órgão que o expede.

8. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A indicação de “local e data” da carta

está em conformidade com as normas do padrão ofício expostas no

Manual de Redação da Presidência da República.

Em relação a expressões e palavras empregadas na carta, julgue os itens

seguintes.

9. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, seria adequado

substituir “haja visto” por qualquer uma das seguintes expressões: dado,

tendo em vista, haja vista.

10. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, o advérbio

“outrossim”, frequente em expedientes oficiais, está empregado de forma

redundante por estar antecedido do advérbio “também”.

11. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A expressão “vem [...] por meio desta”,

utilizada no primeiro parágrafo, apesar de ser considerada redundante em

comunicações oficiais, tem seu emprego recomendado quando se quer

assegurar o entendimento correto do texto.

Julgue os itens de 10 a 14 quanto ao emprego da norma escrita formal em

comunicações oficiais.

12. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Ambas as construções serão tidas como

corretas, se figurarem em um expediente oficial: 1. Esses são os recursos

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de que o Estado dispõe. 2. O Governo insiste que a negociação é

importante.

13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Considerando-se que a mesóclise é

desaconselhável em expedientes oficiais, é preferível iniciar período com a

construção “Lhe enviaremos mais informações oportunamente” a iniciá-lo

com a construção “Enviar-lhe-emos mais informações oportunamente”.

14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foram empregadas com correção

semântica todas as palavras sublinhadas nos seguintes períodos: Optou-

se por uma dissensão lenta e gradual ao se reintroduzir o país ao Estado

de Direito. Tratar o público com distinção é obrigação de todo atendente

de repartição pública. A discussão do projeto de lei tornou-se acirrada

quando afloraram as distensões nas hostes oposicionistas.

15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na elaboração de texto oficial, como

norma geral, deve ser evitada a repetição de palavras, buscando-se

sinônimo ou termo mais preciso para substituir a palavra repetida. No

entanto, se a substituição comprometer a inteligibilidade e a coesão do

texto, recomenda-se manter a repetição.

16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Estão corretamente empregados os

homônimos destacados em negrito no seguinte período: A administração

de um medicamento raramente prescrito no Brasil acabou de ser

proscrita nos EUA.

A respeito da redação de expediente, julgue os próximos itens.

17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em ofício dirigido a uma senadora e

cujo signatário seja um diretor de um órgão público, deverão ser

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empregados o vocativo “Senhora Senadora,” e o pronome de tratamento

“Vossa Excelência”, devendo estar flexionados no feminino os adjetivos

que se refiram à destinatária, como se verifica no seguinte enunciado:

“Vossa Excelência ficará satisfeita ao saber que foi indicada para presidir a

sessão.”

18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O envio de documentos, quando

urgente, pode ser antecipado por fax ou por correio eletrônico, sendo

recomendados o preenchimento de formulário apropriado (folha de rosto),

no caso do fax, e a certificação digital, no caso do e-mail.

19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No caso de relatório que requeira

providências a serem tomadas, um dos fechos recomendados é o

seguinte: Esperando que o relatório expresse fielmente os fatos, pede

deferimento.

Considere que um servidor do Detran/DF tenha redigido um documento

oficial para convidar um embaixador a proferir palestra no órgão e que o

trecho abaixo componha tal documento.

Memo n.o 6/DIR

Em 8 de março de 2009.

Excelentíssimo Senhor MARK JERTRUTZ,

Convido Vossa Excelência para proferir palestra na

sede do DETRAN/DF sobre as medidas tomadas em vosso

país para melhorar as condições de trânsito nas grandes

cidades.

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Considerando essa situação hipotética, julgue os próximos itens.

20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foi adequada a escolha da forma

memorando, visto que o convite, geralmente, constitui uma comunicação

curta.

21. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende às normas de elaboração do

memorando o emprego do vocativo com o nome do embaixador.

22. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende à prescrição gramatical o

emprego do pronome possessivo “vosso” no corpo do texto, dado que o

tratamento empregado foi Vossa Excelência.

23. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista/2012) O aviso presta-se ao

tratamento de assuntos oficiais entre os órgãos da administração pública,

o ofício, por sua vez, entre esses órgãos ou entre os órgãos da

administração e particulares, enquanto o memorando visa à comunicação

entre unidades administrativas de um mesmo órgão.

Considerando o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizar-se

pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão,

formalidade e uniformidade” (Manual de Redação da Presidência da

República, 2002), cada um dos itens seguintes apresenta um fragmento

de texto que deve ser julgado certo se atender ao citado requisito, ou

errado, em caso negativo.

24. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) Nas últimas décadas, assistimos à

uma evolução significativa dos esforços de promoção e proteção dos

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direitos humanos. Em muitos aspectos o mundo melhorou em relação ao

que era a sessenta anos. Essa mudança tem tudo que ver com uma maior

consciência a respeito da necessidade de reconhecer e respeitar os

direitos humanos para todos.

25. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A legislação sobre os direitos

humanos têm-se ampliado tanto na temática como na abrangência

geográfica. Hoje os direitos humanos é reconhecido como universais,

interdependentes, inter-relacionados, indivisíveis e mutuamente

sustentáveis.

26. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Documentos oficiais em forma de ofício,

memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre outras

características, a aposição da data de sua assinatura e emissão, que deve

estar alinhada à direita, logo após a identificação do documento com o

tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que o emite.

Com relação ao formato e à linguagem das comunicações oficiais, julgue

os itens que se seguem com base no Manual de Redação da

Presidência da República.

27. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) A exposição de motivos de caráter

meramente informativo deve apresentar, na introdução, no

desenvolvimento e na conclusão, a sugestão de adoção de uma medida ou

de edição de um ato normativo, além do problema inicial que justifique a

proposta indicada.

28. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) A estrutura do telegrama e da mensagem

por correio eletrônico de caráter oficial é flexível.

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29. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) As comunicações oficiais emitidas pelo

presidente da República, por chefes de poderes e por ministros de Estado

devem apresentar ao final, além do nome da pessoa que as expede, o

cargo ocupado por ela.

30. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) O referido manual estabelece o emprego de

dois fechos para comunicações oficiais: Respeitosamente, para

autoridades superiores; e Atenciosamente, para autoridades de mesma

hierarquia ou de hierarquia inferior. Tal regra, no entanto, não é aplicável

a comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras.

31. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2012) A menos que o expediente seja de mero

encaminhamento de documentos, o texto de comunicações como aviso,

ofício e memorando, que seguem o padrão ofício, deve conter três partes:

introdução, desenvolvimento e conclusão.

32. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Desconsiderando-se as margens e os

espaços adequados, respeitam as normas de redação de um documento

oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte

trecho, contendo o parágrafo final e fecho de um ofício.

[...]

4. Por fim, por oportuno informamos que as

providências tomadas, e aqui mencionadas,

também já são do conhecimento das partes

envolvidas.

Atenciosamente

[assinatura]

Pedro Álvares Cabral

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Chefe da seção de logística

e distribuição de pessoal (SLDP).

Multas

1 Arrecadei mais de dois contos de réis de multas.

Isto prova que as coisas não vão bem.

E não se esmerilharam contravenções. Pequeninas

4 irregularidades passam despercebidas. As infrações que

produziram soma considerável para um orçamento exíguo

referem-se a prejuízos individuais e foram denunciadas pelas

7 pessoas ofendidas, de ordinário gente miúda, habituada a

sofrer a opressão dos que vão trepando.

Esforcei-me por não cometer injustiças. Isto não

10 obstante, atiraram as multas contra mim como arma política.

Com inabilidade infantil, de resto. Se eu deixasse em paz o

proprietário que abre as cercas de um desgraçado agricultor

13 e lhe transforma em pasto a lavoura, devia enforcar-me.

Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do

município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.

Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

33. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Tendo a situação que

envolve o texto como referência e considerando as recomendações atuais

para o envio de documentos formais de uma autoridade a outra, assinale

a opção correta.

(A) O ofício é o tipo de expediente mais adequado para o encaminhamento do

relatório ao governador.

(B) Na correspondência de encaminhamento do relatório ao governador do

estado, estaria adequado o emprego do vocativo Caro Amigo.

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(C) Em atendimento ao princípio de concisão textual, constitui fecho adequado

para o documento de encaminhamento do relatório a expressão Com

elevados protestos de estima e consideração.

(D) A correspondência deve ser endereçada do seguinte modo:

A Vossa Excelência o Excelentíssimo Senhor Dr.

Fulano de Tal

Governador do estado de Alagoas

(CEP) – Maceió – AL

34. (Cespe/Antaq/Especialista: Economia/2009) Respeitam-se as normas

relativas à redação de documentos oficiais ao se finalizar um atestado ou

uma declaração da maneira apresentada a seguir.

Atenciosamente,

(assinatura)

Fulano de Tal

Brasília, 15 de março de 2009

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X

Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO

DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO

1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do

Presidente do TJX para a realização de Concurso Público para Provimento de

200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º 10.000, de 10 de

dezembro de 2000, e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.

2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de 2001

e disporá sobre as normas de realização do concurso.

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Joaquim José da Silva Xavier

Presidente do concurso

A partir do texto hipotético acima, julgue os três itens seguintes.

35. (Cespe/TCU/AFCE/2010) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo do

documento respeita as normas de elaboração de documentos oficiais ao

seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa,

escrevendo com iniciais maiúsculas os nomes tratados como únicos e

singulares.

36. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de nomear o emissor do texto pelo nome

próprio, o documento não fere o princípio da impessoalidade exigido nos

documentos oficiais.

37. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Trechos com informações vagas, como “e de

outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”, e com uso de tempo

verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”,

provocam falta de clareza e concisão, características estas que devem ser

respeitadas nos documentos oficiais.

38. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) A impessoalidade que deve

caracterizar a redação oficial é percebida, entre outros aspectos, no

tratamento que é dado ao destinatário, o qual deve ser sempre concebido

como homogêneo e impessoal, seja ele um cidadão ou um órgão público.

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39. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Na comunicação oficial, o

emprego da língua em sua modalidade formal decorre da necessidade de

se informar algo o mais claramente possível, de maneira concisa e não

pessoal, sendo imprescindível, seja qual for o destinatário, o emprego dos

termos técnicos próprios da área de que se trata.

[...]

40. (Cespe/Previc/Técnico Administrativo/2011) Por serem utilizadas para

apresentar, objetivamente, dados de pesquisa científica, todas as

estruturas e expressões do primeiro parágrafo são adequadas à redação

de ofício que vise informar o ministro da previdência social sobre a

expectativa de vida do povo brasileiro.

41. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) O fecho das comunicações é

obrigatório em qualquer tipo de documento oficial e restringe-se a apenas

dois: Respeitosamente e Atenciosamente, a depender da relação

hierárquica existente entre o remetente e o destinatário.

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42. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Entre as autoridades tratadas por Vossa

Excelência, estão o presidente da República, os ministros de Estado e os

juízes.

43. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Todos os expedientes oficiais devem

conter, após o fecho, a assinatura e a identificação do signatário.

44. (Cespe/AGU/Administrador/2010) As comunicações oficiais devem ser

padronizadas e, para isso, o uso do padrão oficial de linguagem é

imprescindível.

45. (Cespe/AGU/Agente Administrativo/2010) Na redação de

correspondências oficiais, deve-se levar em conta sua finalidade básica:

comunicar com impessoalidade e máxima clareza.

46. (Cespe/AGU/Agente Administrativo/2010) Segundo o Manual de Redação

da Presidência da República, existe um padrão oficial de linguagem que

deve ser usado na redação de correspondências oficiais.

As próximas três questões apresentam um fragmento hipotético de

correspondência oficial, seguido de uma proposta de classificação desse

fragmento (entre parênteses) quanto à parte e ao padrão de correspondência.

Julgue-as quanto ao aspecto gramatical, quanto à classificação proposta e

quanto à observância das recomendações previstas para o padrão de

correspondência indicado.

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47. (Cespe/Basa/Técnico Científico-Administração/2010)

Aos dez dias do mês de novembro do ano de dois mil e nove, às dez

horas, na sala de reuniões do Departamento de Biologia Celular da

Universidade de Brasília, teve início a... (cabeçalho de uma ata)

48. (Cespe/Basa/Técnico Científico-Administração/2010)

De ordem do senhor ministro da Educação, estamos informando a todos

os chefes do Poder Executivo de todos os entes federados que, nos termos

da Lei de Responsabilidade Fiscal, a data limite para apresentação das

prestações de contas e respectivos relatórios a que se refere a citada lei...

(corpo de um relatório)

49. (Cespe/Basa/Técnico Científico/Administração/2010)

Certos da atenção e da observância de V. S.ª para com as recomendações

que ora lhe enviamos, antecipamos agradecimentos.

Atenciosamente,

(fecho de um memorando)

Julgue os fragmentos contidos nos itens a seguir quanto à sua correção

gramatical e à sua adequação para compor um documento oficial, que, de

acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, deve

caracterizar-se pela impessoalidade, pelo emprego do padrão culto de

linguagem, pela clareza, pela concisão, pela formalidade e pela

uniformidade.

50. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) O departamento que planejará o

treinamento de pessoal para a execução de investigações e de operações

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policiais, sob cuja responsabilidade está também a escolha do local do

evento, não se manifestou até o momento.

51. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012)

Senhor Delegado,

Segue para divulgação os relatórios das investigações

realizadas no órgão, a fim de fazer cumprir a lei vigente.

52. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Solicito a Vossa Senhoria a indicação de

cinco agentes de polícia aptos a ministrar aulas de direção no curso de

formação de agentes. O início do curso, que será realizado na capital

federal, está previsto para o segundo semestre deste ano.

53. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) Cumpre destacar a necessidade de

aumento do contingente policial e que é imperioso a ação desses

indivíduos em âmbito nacional, pelo que a realização de concurso público

para provimento de vagas no Departamento de Polícia Federal consiste

em benefício a toda a sociedade.

54. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012)

Caro Senhor Perito Criminal,

Convidamos Vossa Senhoria a participar do evento “Destaques do ano”,

em que será homenageado pelo belo e admirável trabalho realizado na

Polícia Federal. Por gentileza, confirme sua presença a fim de que

possamos providenciar as honrarias de praxe.

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Gabarito das Questões Comentadas

1. Item errado

2. Item errado

3. Item certo

4. Item certo

5. Item certo

6. Item errado

7. Item certo

8. Item errado

9. Item certo

10. Item certo

11. Item errado

12. Item certo

13. Item errado

14. Item errado

15. Item certo

16. Item certo (com ressalva)

17. Item certo

18. Item certo

19. Item errado

20. Item errado

21. Item errado

22. Item errado

23. Item certo

24. Item errado

25. Item errado

26. Item certo

27. Item errado

28. Item certo

29. Item errado

30. Item certo

31. Item certo

32. Item errado

33. A

34. Item errado

35. Item errado

36. Item certo

37. Item errado

38. Item certo

39. Item errado

40. Item errado

41. Item errado

42. Item certo

43. Item errado

44. Item errado

45. Item certo

46. Item errado

47. Item certo

48. Item errado

49. Item errado

50. Item certo

51. Item errado

52. Item certo

53. Item errado

54. Item errado