08 Difracao Da Luz Por Fenda Simples - 2015

5
FÍSICA EXPERIMENTAL 4 Maceió Al 2015 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE FÍSICA ROTEIROS EXPERIMENTAIS Difração da luz por fenda simples

description

Difraçao da Luz por Fenda Simples. Curso de Optica.

Transcript of 08 Difracao Da Luz Por Fenda Simples - 2015

Page 1: 08 Difracao Da Luz Por Fenda Simples - 2015

FÍSICA EXPERIMENTAL 4

Maceió – Al

2015

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

INSTITUTO DE FÍSICA

ROTEIROS EXPERIMENTAIS

Difração da luz por fenda simples

Óptica

Page 2: 08 Difracao Da Luz Por Fenda Simples - 2015

1. Introdução

Difração é o nome genérico dado aos fenômenos associados a desvios da

propagação da luz em relação ao previsto pela óptica geométrica (ou seja, de raios

retilíneos) e que põem em discussão a natureza ondulatória da luz. Fenômenos de

difração são observados para todos os tipos de ondas. Raramente observamos a difração

da luz no cotidiano. Entretanto, a difração das ondas sonoras é difícil de ser evitada; o

som contorna obstáculos de tamanhos relativamente grandes, tais como pessoas, árvores

e mobílias de uma sala. Esta diferença entre a difração do som e da luz é devida à

diferença entre os respectivos comprimentos de onda.

O comprimento de onda do som é da ordem de 1m, enquanto que o da luz visível

é da ordem de 500nm. Ondas eletromagnéticas utilizadas na transmissão de sinais de

rádio, televisão e telefonia móvel, por exemplo, com comprimentos de onda que variam

entre algumas dezenas de centímetros até alguns quilômetros, contornam facilmente

obstáculos como árvores e carros e até prédios, dependendo do caso.

A difração por uma fenda fina pode ser observada com uma montagem

experimental simples e explicada matematicamente com um modelo também simples e

que permite extrair conclusões gerais acerca da difração. Além disso, quando a luz se

difrata por um conjunto de aberturas periódicas, se observam interessantes fenômenos

de interferência entre as ondas originadas em cada abertura. A figura de difração

depende das condições de iluminação e de onde se observa a figura. Se o obstáculo é

iluminado com ondas planas e a região onde observamos a difração está longe do

obstáculo dizemos que temos difração de Fraunhofer. Em todos os outros casos dizemos

que temos difração de Fresnel. Neste experimento investigaremos a difração de

Fraunhofer produzida ao passar um feixe laser por uma fenda muito fina.

Difração por fenda simples

Na figura 1, um feixe de luz monocromática de comprimento de onda λ passa por

uma fenda de largura b e atinge um anteparo a uma distância z. O feixe incidente tem

frentes de onda planas, paralelos à fenda, e a distância z é suficientemente grande para

considerar planas também as frentes de onda no anteparo (condição de difração de

Fraunhofer).

Page 3: 08 Difracao Da Luz Por Fenda Simples - 2015

As ondas originárias em cada ponto da abertura interferem entre si e produzem o

padrão de difração ilustrado na figura 1. Observamos um máximo central com

intensidade I0 e pontos onde a intensidade luminosa é nula.

Figura 1 - Difração da luz por uma fenda de largura b vista em um anteparo a uma distância z. A

largura do máximo central é Δy.

A intensidade de luz em uma posição y = r sin θ sob o anteparo é dada por:

𝐼 = 𝐼0 (sin 𝛽

𝛽)

2 [1]

Onde:

𝛽 = 1

2 𝑘𝑏 sin 𝜃 [2]

𝑘 = 2𝜋/ e 𝒓 = √𝒚𝟐 + 𝒛𝟐. Se y << z podemos usar as aproximações sin ≈ θ ≈

y/z e escrever:

𝛽 =𝜋𝑏𝑦

𝜆𝑧 [3]

Em y = 0 (correspondendo a θ = 0 e, portanto, β = 0) observamos um máximo

central de intensidade I0. Já nos pontos onde β = nπ (n = ±1, ±2, ±3…) a intensidade

luminosa é nula.

Estes pontos de mínimos correspondem a valores de y tais que:

yn = nz/b (mínimos de difração)

A largura do máximo central, Δy = y1 – y-1, é então:

Δy = 2λz/b [4]

Esta relação nos permite determinar b se λ é conhecido (e vice-versa). No

experimento vamos utilizar um laser de λ conhecido e medir z com uma trena e Δy com

uma régua, de modo que poderemos determinar b tipicamente com erro menor que 1%.

Page 4: 08 Difracao Da Luz Por Fenda Simples - 2015

2. Objetivos

Observar os efeitos de difração produzidos por uma fenda simples.

Verificar quantitativamente as previsões do modelo de difração de Fraunhofer

para uma fenda, medindo a largura da fenda por difração.

3. Procedimentos experimentais

1. A montagem experimental é mostrada na figura 1. A lente divergente de

distância focal de -50 mm deve ser colocada em frente ao laser para ampliar o

feixe de luz. A distância entre a lente e a fenda é de 75 mm. A potência do laser

deve ser ajustada para 1 mW.

Figura 2 - Esquema do aparato experimental usado para a medida do padrão de difração por uma

fenda fina

2. Alinhe o laser com a fenda de modo a obter um padrão definido de difração

sobre o anteparo. Ajuste também a abertura da fenda caso seja necessário.

3. Com uma régua, meça a distância entre o máximo central e o primeiro mínimo

de interferência. Utilizando a equação [4] determine a largura da fenda.

4. Para a difração numa barreira, troca-se a tela pelo fotodetector montado numa

base óptica e conectado a um multímetro posicionando-o sobre o máximo

central. A escala métrica (régua), sobre a qual a montagem com o fotodetector é

movida em ângulo reto em relação ao feixe de luz laser, é fixada a uma distância

de aproximadamente 3m.

5. Após feita a maximização, mova o detector de 2,5 em 2,5cm à direita do

máximo central. Anote o valor obtido no multímetro para cada posição. Faça isto

até mover o detector 7cm da sua posição inicial.

6. Se desejares, pode colocar o detector na posição inicial e movê-lo como antes,

mas na direção oposta a feita antes, assim, poderás obter a curva completa do

Direção em que o detector

será movimentado para

realizar a medida.

Page 5: 08 Difracao Da Luz Por Fenda Simples - 2015

padrão de intensidade, e não somente a metade dela. (Se fores fazer toda a curva,

o mais rápido é marcar a posição de máximo (0 cm), colocar o detector 7cm

longe desta posição e mover o detector até chegar na outra extremidade (-7cm)).

7. Faça o gráfico dos resultados obtidos no item anterior. Quando você fizer o

gráfico dos dados experimentais, é interessante usar os valores calculados na

equação [1] e analisar se os resultados experimentais estão de acordo com a

equação analítica.

4. Referência

[1] - http://www.ifi.unicamp.br/~hugo/apostilas/diffraction.pdf acesso em 11/06/2012

as 09h24min.