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    A produtividadeda Construo Civil

    brasileira

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    ndice

    parte 1

    rsum ss sus

    parte 2 relatrio FGV

    evu uv csu cv

    Esta publicao est dividida em duas partes.

    A primeira traz um resumo da pesquisa, de forma apropiciar acesso rpido aos principais resultados eanlises. A segunda traz o relatrio da FGV em sua ntegra,para os interessados no detalhamento do trabalho.

    Um csu vz ms mz

    as

    o s csu

    ax mg

    rs gfs

    os s ms

    uv csu

    evu uvs mss

    ps sus sus FGV

    a uv vs s sus

    a uv vs s sus

    css Fs:s uv

    5

    3

    20

    50

    63

    6

    24

    8

    34

    16

    40

    eqUipe FGV

    d pj:

    Ricardo Simonsen

    Suvs:

    Francisco Eduardo Torres de S

    c:Marcio Lago Couto

    c t:

    Ana Maria Castelo

    Alexandre Guazzelli Afonso

    Edney Cielici Dias

    Sergio Cmara Bandeira

    Jussara Frazo Helene

    prodUo editorial

    GD7 Consultoria e Comunicao

    [email protected]

    cbic

    ps:

    Paulo Safady Simo

    eu t:

    Lus Fernando Melo Mendes

    Carlos Ely Souto de Abreu

    Mariana Spezia

    b ds cbic:

    Daniel talo Richard Furletti

    Ieda Maria Pereira Vasconcelos

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    A Construobrasileiraretomounosanos

    recentesoseuimportantepapelnarecei-

    tadodesenvolvimento.Apsdcadasde

    baixoinvestimentoeminraestruturaeemhabi-

    tao,opasreencontrousuarotadeprogresso

    e,paraisso,nopoderiaprescindirdonossosetor

    paraaormaodecapitaleparaapromoode

    qualidadedevidadanossapopulao.

    Nessenovocenrio,evidenciam-segrandesdesa-fos.Oprincipaldeles,natrajetriadecrescimen-

    tocontinuado,odaprodutividade.Empoucas

    palavras,abuscaporprodutividadesignifcaatin-

    giroobjetivodeproduzirmaisemelhorapartirde

    umacombinaoactvelderecursos.Odesafo

    seresumeentoempromovercondiesdeviabi-

    lidadeparainvestimentosemmquinas,proces-

    sosprodutivosequalifcaodamodeobra.

    Estetrabalho,produzidoemumaparceriada

    CmaraBrasileiradaIndstriadaConstruocomaFundaoGetlioVargas,trazelementos

    paraavaliaroqueocorreucomaprodutividade

    setorialnosanosrecentes,tendocomoreern-

    ciaaPesquisaAnualdaIndstriadaConstruo

    (Paic-IBGE),ascontasnacionaisbrasileiraseuma

    pesquisadeopiniojuntosempresas.

    Houve,noperodoanalisado,avanosnaproduti-

    vidadeinduzidospelaprpriadinmicadecresci-

    mento.Mashumlongocaminhoemdireoaos

    resultadosqueesperamosalcanar,comomos-tramosindicadoresdeproduoeaprpriaper-

    cepoempresarial.Existeadisposioparaos

    investimentos,pormprecisocriarcondies

    avorveisparaqueelesseviabilizememmaior

    escala,oqueenvolveamobilizaodasentida-

    dessetoriaisedosgovernos.

    Alcanaraprodutividadeumobjetivodetodos

    ns.Esperamosqueestetrabalhosirvadeele-

    mentoagregadoremtornodeumadiscussopo-

    sitivanabuscapelosmelhorescaminhosparaosetordaConstruoeparaaeconomiabrasileira.

    PAULO SAFADY SIMO

    PresidentedaCmaraBrasileiradaIndstriadaConstruo

    Apresentao

    Vini Goulart

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    Ua Cotuocada ez a oazada

    Ocrescimento da Construo Civil brasileira

    tem se reetido em avanos qualitativos im

    portantes, com uma maior participao de

    empresas ormais no PIB setorial e com o avano do

    emprego com carteira assinada. Tratase de elemen

    tos importantes para a oerta de melhores produtos,

    melhores condies de trabalho e maior arrecada

    o de impostos.

    Grfico 1

    El a caea aaaa C Cl

    2003 2009

    Fone: Sisee Cons Ncionis IBGE.

    Trabalhadores ormais

    Trabalhadores inormais

    Em , ltimo ano para o qual as bases de dados,

    consideradas nesta pesquisa esto disponveis, o

    produto (valor adicionado) das empresas ormais de

    Construo totalizou R$ , bilhes, o que corres

    pondeu a , do produto do setor em seu conjunto

    (inormal e ormal), um grande avano com relao

    a , em que as empresas ormais respondiam por

    apenas ,.

    Em , apenas , dos trabalhadores da Cons

    truo possuam vnculo ormal de emprego, com

    registro em carteira de trabalho em , esse in

    dicador chegou a ,. Nesse perodo, o contingen

    te de trabalhadores com carteira assinada dobrou,

    saltado da aixa de milho de trabalhadores para

    milhes de trabalhadores.

    Existiam quase mil empresas ormais ativas em

    , das quais , possuam at pessoas ocu

    padas, , possuam de a pessoas ocupadas e

    , contavam com ou mais ocupados. A ltima

    aixa preponderante e responde por do valor

    adicionado do segmento ormal da Construo. Nes

    se mesmo ano, pouco mais da metade das empresas

    ormais atuavam na construo de edicios e aproxi

    madamente eram prestadoras de servios especializados para construo. As empresas do segmen

    to de inraestrutura responderam por , do valor

    adicionado da construo, seguido pelas empresas

    de edifcaes, com ,.

    De a , a taxa mdia de crescimento das em

    presas ormais de Construo (com ou mais pessoas

    ocupadas) oi de , ao ano, o que mais do que

    o dobro da taxa do setor (, ao ano). Por sua vez, o

    pessoal ocupado nas empresas ormais cresceu ao

    ritmo de , ao ano no perodo analisado.

    De a ,

    a taxa da de

    ceceto da

    epea oa

    de Cotuo (co

    ou a peoa

    ocupada) o de

    ,% ao ao, o

    ue a do ue

    o dobo da taxa do

    eto (,% ao ao).

    1.053.053

    2.069.300

    4.356.249

    4.816.053

    Percentual da mode obra com carteirasobre o total

    19,5%

    30,1%

    5

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    OS prINCIpaIS NmErOSda prOdutIvIdadEda CONStruO

    prOdutIvIdadEtOtal dOS

    FatOrES (ptF)

    Ceceto e podutdadeA PTF ceceu ,% ao ao o peodo -, o que coincidiu com a expanso do setorda Construo. Considerando o perodo , essa expanso oi mais discreta, de ,

    ao ano. Apenas nos ltimos trs anos da srie, entre a , a PTF passa a ser positiva,

    crescendo , ao ano ou , no perodo.

    A produtividAdE dAs EmprEsAs dE ConstruoA (i) produtividade total dos atores (PTF) defnida na relao entre (ii) produtividade do

    trabalho e (iii) produtividade do capital. A PTF u dcado potate poue expea etoa copae dea cobae de capta e tabaho, de oa a detfca a aefcete. O perodo considerado abrange os anos de a , com dois subperodos deanlise: , caracterizado por uma srie de aprimoramentos institucionais decisivos

    para o setor; e , em que se deu a retomada das atividades da Construo.

    Podutdade e o de obaDe a , a produtividade da mo de obra cresceu , ao ano. O investimento realizado

    pelas empresas em mquinas e equipamentos e terrenos contribuiu para aumentar a

    produtividade do trabalho e diminuir a do capital nos seis anos com um todo. A podutdadedo tabaho e eduz paa ,% ao ao e -, e azo do aueto da cotatae,da oazao e do ao.

    Podutdade do captaA produtividade do capital (valor adicionado/unidade de capital) oi negativa, com queda de

    , ao ano no perodo . O investimento realizado pelas empresas em mquinas e

    equipamentos e terrenos contribuiu para aumentar a produtividade do trabalho e diminuir

    a do capital. Ete -, a podutdade do capta toa-e pota e egtaceeto de ,% ao ao.

    Oba de edfcaoDe a , o valor adicionado das empresas subgrupo edifcaes cresceu notvel taxa

    de , ao ano e, portanto, superior ao crescimento do emprego (, ao ano) e ao estoque

    de capital por trabalhador (, ao ano). Como resultado, a produtividade total dos atores

    se elevou ao ritmo de , ao ano. E -, a PTF ceceu taxa de ,% ao ao, como produto crescendo a uma taxa maior que a do emprego e com o estoque de capital sico

    acompanhando o crescimento do emprego.

    Oba de egehaa cO subgrupo obras de engenharia civil expandiu o produto a uma taxa mais elevada que a do

    emprego e capital por trabalhador, resultando assim em eeao da podutdade tota doatoe ao to de ,% ao ao de a . Dierentemente do observado no subgrupode edifcaes, as empresas de obras de engenharia civil apresentaram indicadores mais

    expressivos no perodo a o valor adicionado cresceu taxa de , ao ano e oi

    acompanhado por incrementos na PTF de , ao ano.

    FATOrEs qUE inFlUEnCiAm A PrODUTiviDADE

    O intenso cecetoecocodo setorde Construo,

    sobretudo aps

    A crescente oazaodas empresas e da mo

    de obra do setor de

    Construo Civil

    A uafcaocrescente dos

    trabalhadores

    do setor

    A orte

    expanso dos

    etetoem capital sico

    prinCipAissEtorEs

    3

    4

    5

    1

    2

    OBraS daENGENHarIa CIvIl

    EdIFICaES

    CapItal

    traBalHO

    76

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    O qUE EnTEnDEr POr PrODUTiviDADEA produtividade o elemento bsico do crescimento ao

    longo do tempo. O debate em torno da produtividade

    da Construo Civil brasileira se intensifcou nos anos

    recentes, em que o setor ingressou em um ciclo virtuoso

    de atividade. Com a obteno de taxas expressivas de

    crescimento, as empresas passaram a encontrar maio

    res difculdades na contratao de mo de obra quali f

    cada ou, em menor grau, na aquisio de determinados

    bens de capital. Tornouse consenso que para sustentar

    o ciclo atual o setor precisa elevar sua produtividade,

    ou seja, utilizar de maneira mais efciente os recursos

    disponveis.

    O termo produtividade abrange, no entanto, dierentes

    conceitos: produtividade do trabalho, produtividade do

    capital sico, produtividade de um processo produtivo,produtividade de um insumo. Todos os conceitos expres

    sam aspectos especfcos. Em outras palavras, a escolha

    do conceito e a medida de produtividade podem variar

    conorme os objetivos da anlise.

    Quais so ento os conceitos de produtividade utilizados

    neste trabalho? So os expressos pela un o de produo

    da economia, que defne a (i) produtividade total dos ato-

    res (PTF) em termos da relao entre (ii) produtividade do

    trabalho e (iii) produtividade do capital. Cabem algumas

    linhas para esclarecer esses conceitos.

    Dizse que uma empresa, um setor da economia, um pas

    so competitivos se produzem de orma efciente, ou seja,

    se utilizam da melhor maneira possvel os recursos dispo

    nveis. E como determinar qual a melhor maneira? Quais

    atores determinam a produtividade?

    Existe uma relao positiva entre o produto gerado por

    um setor ou por uma economia e a quantidade de traba

    lhadores e de mquinas, equipamentos, instalaes etc.

    utilizados. Essa relao chamada de uno de produ

    o. A tecnologia determina o quanto de atores produ

    tivos necessrio para produzir certa quantidade de um

    bem. Nesses termos, a tecnologia determina a produtivi

    dade dos atores em seu conjunto, visto que estabelece as

    relaes entre cada ator de produo e o produto.

    Como dito acima, podese estimar a produtividade de diversas maneiras. Mas a utilizao do conceito de produ

    tividade de um ator para comparar a efcincia relativa

    entre empresas pode no ser a mais apropriada, pois duas

    ou mais empresas podem obter o mesmo montante de

    produto a partir da utilizao de combinaes distintas

    dos atores de produo.

    Assim, uma construtora que, em decorrncia do tipo obra,

    utiliza muitas mquinas e equipamentos e poucos traba

    lhadores, seria por defnio mais efciente, caso osse con

    siderada a produtividade mdia do trabalho como medida

    de efcincia; e menos efciente, se osse utilizada a produ

    tividade do capital como medida. Nesse caso, um conceito

    mais amplo para a produtividade obteno de uma pro

    duo maior com uma mesma quantidade de recursos em

    pregados ou, de outra maneira, quando se empreg a menos

    recursos para obter uma mesma produo. Dessa orma,

    um conceito geralmente utilizado para analisar a efcincia

    de uma orma abrangente o da PTF.

    A PrODUTiviDADE DA COnsTrUOO trabalho da FGv analisou a produtividade das empre

    sas ormais da Construo com base em trs elementos:

    a produtividade do trabalho, a produtividade do capital e

    a produtividade total dos atores. O perodo considerado

    abrange os anos de a , tendo como reerncia

    duas bases de dados ofciais produzidas pelo IBGE: o Sis

    tema de Contas Nacionais, que abrange todo o conjunto

    das atividades da Construo Civil (ormal e inormal),

    assim como os demais setores de atividade econmica;

    e a Pesquisa Anual da Indstria de Construo (Paic), que

    considera apenas as empresas legalmente constitudas.

    Por razes metodolgicas, oram consideradas apenas as

    empresas ormais com cinco ou mais pessoas ocupadas

    para os clculos de produtividade. Foram considerados

    dois subperodos de anlise: , caracterizado por

    uma srie de aprimoramentos institucionais decisivospara o setor; e , em que se deu a retomada das

    atividades da Construo.

    Os resultados da PTF para as empresas da Constr uo com

    cinco ou mais pessoas ocupadas para o perodo de

    a podem ser vistos na Tabea . A tabela permite ob

    servar que a produtividade total das empresas oi positiva

    nesse perodo, registrando um cresciment o mdio de ,

    ao ano. Em outras palavras, com a mesma combinao de

    capital e trabalho, as empresas da Construo em ge

    raram um valor adicionado , maior em relao a .

    U coceto a apo paa

    a podutdade obteo

    de ua poduo ao co

    ua ea uatdade de

    ecuo epegado ou, de

    outa aea, uado e

    epega eo ecuo paa

    obte ua ea poduo.

    98

    Pcpa eutadoda peua FGv

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    PrinCiPAis rEsUlTADOs DA PEsqUisA FGv

    Tabela 1

    pae abalh, caal e ptF(cece aal)

    PeodoPoduto /

    TabahadoPoduto /

    Capta

    Podutdadetota doatoe

    2003/2009 5,8% -3,5% 1,2%

    2003/2006 7,2% -8,3% -0,8%

    2006/2009 4,4% 1,6% 3,1%

    Fonte:FGV apartirde dadosdaPaic.

    A decomposio da produtividade mostra que, de a

    , a produtividade da mo de obra (valor adicionado/

    trabalhador) cresceu , ao ano, enquanto a produtivi

    dade do capital (valor adicionado/unidade de capital) oi

    negativa, com queda de , ao ano. O crescimento da

    produtividade da mo de obra indica que o crescimento

    da renda gerada pelas empresas oi superior ao aumento

    do emprego. Por outro lado, o crescimento expressivo do

    estoque de capital de , ao ano oi superior ao cres

    cimento do valor adicionado, o que levou a uma queda na

    produtividade do capital. Os nmeros do perodo revelam

    algumas tendncias importantes como o crescimento

    expressivo do investimento e a substituio de mo de

    obra por capital. Nos seis anos de anlise, o investimento

    por trabalhador aumentou em termos reais. Assim, o

    investimento maior realizado pelas empresas em mqui

    nas e equipamentos e terrenos contribuiu para aumen

    tar a produtividade do trabalho e diminuir a do capital.

    Apenas nos ltimos trs anos da srie, entre a ,

    que a PTF passa a ser positiva, crescendo , ao ano ou

    , no perodo. Houve, nesses ltimos anos, uma mu

    dana importante na composio do resultado, com a re

    duo da produtividade da mo de obra. Isso se deveu ao

    processo de intensa contratao e de ormalizao do se

    tor, com mais empregos com carteira assinada. A presso

    no mercado de trabalho repercute nos custos setoriais.

    Nesse perodo, os salrios registram crescimento real de

    , ao ano, superando o aumento da produtividade do

    trabalho, que registra crescimento de , ao ano, o que

    representa tambm uma mudana em relao ao perodo

    anterior, em que o aumento da produtividade da mo de

    obra superior a elevao real dos salrios. Nesse ltimo

    perodo, a produtividade do capital tornase positiva e

    registra incremento de , ao ano.

    Em resumo, de a a produtividade total dos atores

    cresceu taxa mdia de , ao ano, esse resultado positi

    vo se deve ao crescimento de , ao ano da PTF no perodo

    mais recente, de a . O estudo da FGvmostra tam

    bm que o resultado avorvel de evoluo da produti vida

    de deve ser atribudo exclusivamente ao desempenho das

    maiores empresas (com ou mais pessoas ocupadas) no

    perodo de a . Isso signifca que, nos trs ltimos

    anos da pesquisa, o grupo das maiores empresas expandiu

    o produto (valor adicionado) em um ritmo superior ao do

    aumento do estoque de capital e de mo de obra.

    PrODUTiviDADE POr sEGmEnTOA evoluo da produtividade pode ser apreciada tambm

    a partir dos segmentos de atividade que compem a in

    dstria de Construo.

    O principal grupo de anlise o reerente construo

    de edicios e obras de engenharia civil, que, entre a

    , registrou orte expanso no valor adicionado (cres

    cimento mdio de , ao ano), emprego (, ao ano)

    e no estoque de capital por trabalhador (, ao ano) . A

    produtividade total dos atores cresceu , ao ano ao

    longo do perodo, mas nos anos mais recentes ( a )

    a PTF se expandiu uma taxa de , ao ano.

    O grupo pode ser desmembrado em dois grandes subgru

    pos, com dados disponveis para empres as com ou mais

    pessoas ocupadas. Em , as empresas com ou mais

    pessoas ocupadas do subgrupo edifcaesresponderam

    por do valor adicionado e do emprego de toda a

    indstria de Construo Civil. De a , o valor adi

    cionado das empresas cresceu notvel taxa de ,

    ao ano e, portanto, superior ao crescimento do emprego

    (, ao ano) e ao estoque de capital por trabalhador

    OutrosgrupossoanalisadosnorelatriodaFGV.Esteresumoseatevenosetormaislargamentere sponsvelpelaexpanso daprodutividadeda Construocomo umtodo.

    Apea o to t ao da e,

    ete a , a PTF paa a e pota,

    cecedo ,% ao ao ou ,7% o peodo.

    Houe, ee to ao, ua udaa

    potate a copoo do eutado, co

    a eduo da podutdade da o de oba.

    10

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    (, ao ano). Como resultado, a produtividade total dos

    atores se elevou ao ritmo de , ao ano.

    Vale destacar que a expanso das empresas de edifca

    es se acelerou bastante no perodo de a . O

    produto continuou crescendo a uma taxa maior que a do

    emprego (, e , ao ano, respectivamente), mas o

    estoque de capital por trabalhador se manteve estvel, o

    que signifca que o estoque de capital sico acompanhou

    o crescimento do emprego. Como resultado desses ato

    res, a PTF cresceu taxa de , ao ano, de a , o

    que demonstra que as maiores empresas de edifcaes

    obtiveram ganhos importantes de produtividade.

    O subgrupo obras de engenharia civil abrange diversas

    atividades, entre elas as obras virias (construo de

    rodovias, errovias), obras de urbanizao, obras de artes

    especiais, montagem de instalaes industriais e estru

    turas metlicas, entre outras. As empresas com ou

    mais pessoas ocupadas desse subgrupo respondem por

    , do emprego e do valor adicionado da indstria

    de Construo. Esse subgrupo expandiu o produto a uma

    taxa mais elevada que a do emprego e capital por traba

    lhador, resultando assim em elevao da produtividade

    total dos ator es ao ritmo de , ao ano de a .

    Contudo, ao contrrio do observado no subgrupo de edi

    fcaes, as empresas de obras de engenharia civil apre

    sentaram indicadores mais expressivos no perodo

    a o valor adicionado cresceu taxa de , ao

    ano e oi acompanhado por incr ementos na PTF de ,

    ao ano. No perodo seguint e ( a ), essas taxas de

    crescimento declinaram para , e ,, nessa ordem.

    Em resumo, as empresas de edifcaes de maior porte

    com ou mais pessoas ocupadas oram as que mai s

    contriburam para o crescimento da produtividade total

    dos atores da Construo Civil e essa constatao sed em razo do desempenho no perodo mais recente

    ( a ), com crescimento mdio da PTF de notveis

    , ao ano.

    A PrODUTiviDADE nA visO DAs COnsTrUTOrAsAs aes de melhoria de produtividade dependem em

    grande medida do diagnstico que as prprias empresas

    tm da questo. Em razo disso, o trabalho da FGv pro

    curou, por meio de um uma pesquisa junto s empresas,

    obter essa avaliao. A percepo do setor de que a pro

    dutividade evoluiu no perodo pesquisado, mas essa evo

    luo poderia ter sido melhor. Para conseguir o desejado

    salto na produtividade, as principais iniciativas se reerem

    ao treinamento de pessoal e a condies avorveis de

    investimento em mquinas, equipamentos e processos

    produtivos o que depende de medidas que envolvem as

    entidades setoriais e os governos.

    A pesquisa oi realizada por meio de envio de questio

    nrio s empresas. Foram obtidas respostas em em

    presas sediadas em Estados. A amostra, por sua vez,

    composta principalmente por empresas de edifcao

    (), o que a torna mais representativa desse segmentoprodutivo apenas pertencem ao de inraestrutura.

    Portanto a pesquisa expressa uma percepo nacional

    do setor em relao s questes propostas, mas essa

    viso mais representativa das empresas que atuam no

    segmento de edifcao.

    A pesquisa ormulou uma pergunta direta com relao

    avaliao de produtividade. Apenas das empresas

    responderam estar totalmente satiseitas; declara

    ram estar insatiseitas. A grande maioria, , se declara

    satiseita com a produtividade, mas considera que ela

    poderia ser melhor. Ao apontar os investimentos priori

    trios para melhorar a produtividade da empresa,

    indicam a necessidade de treinamento da mo de obra;

    , a adoo de novos processos produtivos; e o

    investimento em mquinas e equipamentos. Nesse con

    texto, das empresas declaram estar em busca de

    novos processos produtivos.

    Questionouse a percepo das empresas com relao

    produtividade da mo de obra na comparao dos pe

    rodos anterior e posterior a . Um total de res

    pondeu que o investimento em treinamento passou a ser

    mais intenso a partir de , sendo que disseram

    que passaram a investir muito mais em treinamento nes

    se perodo. Portanto o crescimento setorial oi acompa

    nhado de iniciativas mais intensas de treinamento pela

    grande maioria das empresas. O treinamento oerecido

    pelas empresas, por sua vez, ocorre em cursos organiza

    dos pelas prprias empresas (), pelo Senai (), por

    empresas especializadas () e pelo sindicato ().

    A avaliao geral dos treinamentos de pessoal aps

    apresenta de respostas que as consideraram sufcien

    tes. Apenas consideraram as iniciativas sufcientes e

    satisatrias e consideraram as iniciativas sufcien

    tes, mas insatisatrias. Se se somar esse ltimo percen

    tual com os que avaliaram os treinamentos com insu

    fcientes, verifcase que os treinamentos deixaram algo a

    desejar por dos respondentes.

    Esses dados sugerem que os treinamentos tm um carter

    de suprir defcincias especfcas, mas que provavelmente

    alta sistematizao ou continuidade das iniciativas, oumesmo condies de escolarizao que possibilitem um

    aprendizado mais intenso. Ou seja, a pesquisa corrobora

    as demandas insistentes do setor de necessidade de qua

    lifcao de mo de obra. A qualifcao existente parece

    ser em boa medida para remediar necessidades premen

    tes de um setor aquecido e com necessidade de aprimorar

    o processo produtivo.

    Ao questionamento de que se o trabalhador passou a ser

    mais produtivo nos ltimos quatro anos, apontaram a

    alternativa um pouco mais e apenas bastante mais .

    E euo, a epea de

    edfcae de ao pote

    oa a ue a cotbua

    paa o ceceto da

    podutdade tota do

    atoe da Cotuo Cbaea, co ceceto

    do da PTF de ote ,%

    ao ao ete e .

    PrinCiPAis rEsUlTADOs DA PEsqUisA FGv

    1312

  • 7/30/2019 068.pdf

    9/34

    Portanto identifcaram aumento de produtividade do

    trabalhador, mas no notaram melhora.

    A pesquisa procurou investigar tambm o comportamento

    das empresas com relao aos investimentos em mqui

    nas, equipamentos e processos, comparando o perodo

    anterior e o posterior a . As respostas mostram que

    das empresas passaram a investir um pouco mais

    em mquinas e equipamentos a partir de e que

    passaram a investir muito mais. Apenas continua

    ram a investir o mesmo montante ou menos em mquinas

    e equipamentos. Isso indica que o crescimento do setor

    tornou imperativo um uso mais intenso do capital, o que

    corrobora os resultados da pesquisa de produtividade com

    base em dados do IBGE. A pergunta anterior oi ormulada

    tambm com relao ao investimento em proces so produ

    tivos. Os percentuais de resposta oram muito prximos

    dos verifcados com relao a mquinas e equipamentos.

    A pesquisa mostrou que das empresas apontaram

    difculdades para investir em mquinas equipamentos

    e processos. Entre as difculdades, a principal a alta demo de obra (), o que reora o papel estratgico do

    treinamento para o aumento da produtividade total de

    atores. Em segundo lugar, aparecem os prprios custos

    das mquinas, equipamentos e processos, com . No

    que se reere a difculdades fnanceiras, apontaram

    difculdades no acesso s linhas de crdito para investimen

    tos em mquinas e equipamentos e a alta incidncia

    tributria na adoo de processos industrializados. Essas

    difculdades ganham mais realce porque das empresas

    julgaram importante ou muito importante o investimento

    em mquinas, equipamentos e processos.

    COnClUsEs GErAisCom base no estudo da FGv, possv el de stacar al

    gumas mudanas relevantes observadas no setor de

    Construo na dcada passada e que ajudam a explicar

    os resultados da produtividade. Essas mudanas esto

    relacionadas a:

    O teo ceceto ecoco do etode Cotuo, obetudo ap ;

    A cecete oazao da epea e dao de oba do eto de Cotuo C;

    A cecete uafcao dotabahadoe do eto;

    A ote expao do etetoe capta co;

    As condies avorveis ao crescimento do setor so ele

    mento central para entender os atores condicionantes

    de produtividade. Depois de dcadas com desempenho

    abaixo de sua potencialidade, o setor retoma seu papel

    histrico no desenvolvimento brasileiro, o que ocorre a

    partir de .

    A ormalizao das empresas e da mo de obra, por sua

    vez, pode estar associada ao crescimento da produtivi

    dade total dos atores. O ingresso no segmento ormal

    muitas vezes requer maior profssionalizao da equipe

    da construtora, ao menos no que se reere gesto ad

    ministrativa, contbi l e fnanceira de modo a permitir o

    cumprimento das obrigaes legais. A ormalidade amplia o acesso aos recursos de terceiros necessrios ao

    crescimento da construtora (emprstimos, fnanciamen

    tos), viabilizando dessa orma a contratao de obras

    de maior porte. Outro ator a se considerar o ato de

    o ingresso no setor ormal ser requisito mnimo para a

    prestao de servios para os maiores contratantes do

    mercado (grandes e mdias construtoras e setor pbli

    co), com possibilidade no apenas de elevar o porte das

    obras, mas tambm de se benefciar com o aprendizado

    proporcionado por clientes com padres mais elevados

    de qualidade e produtividade. Cabe destacar que o pe

    rodo em que o setor de Construo mais cresceu (

    a ) coincide com os anos em que o valor adicionado

    mais se concentrou nas empresas ormais e, tambm,

    com os anos em que o crescimento da produtividade to

    tal dos atores oi mais intenso.

    De a , o trabalhador da Construo Civil se tor

    nou mais qualifcado e a produtividade do trabalhador

    das empresas ormais com cinco ou mais pessoas ocu

    padas cresceu taxa mdia de , ao ano . A explicao

    para essa elevada taxa de crescimento da produtividade

    do trabalho est relacionada no apenas ao ato de o

    trabalhador da Construo ter se qualifcado e elevado

    a sua produtividade, mas tambm reexo dos inten

    sos investimentos em capital sico realizados pelas

    construtoras , o que tambm contribui para a elevao

    da produtividade do trabalhador. Isso signifca que as

    empresas optaram por operar de orma mais intensiva

    em capital basta notar que, em , a remunerao

    da mo de obra (salrios, encargos, retiradas) consumiu

    , do valor adicionado das construtoras e, em ,

    essa participao caiu para ,.

    De a , os salrios reais mdios dos trabalha

    dores subiram taxa mdia de , ao ano e, portanto,

    fcou abaixo da taxa de crescimento da produtividade do

    trabalhador (variao mdia de , ao ano). Porm, as

    taxas reerentes aos anos mais recentes mostram uma

    tendncia preocupante para as empresas do setor: os sa

    lrios mdios subiram ,, em e ,, em , en

    quanto que a produtividade do trabalhador se manteve

    estvel, em , e registrou aumento de ,, em .

    A maior escassez de mo de obra no perodo recente tempressionado os salrios e os ganhos de produtividade

    do trabalhador no oram sufcientes para cobrir esse

    custo adicional.

    Alm de pagar salrios maiores, o grupo das maiores

    empresas elevou o salrio ao ritmo de , ao ano e,

    Em,as construtora(com ou maispessoasocupadas)realizaram investimentos

    emcapital sico daordemde R$ ,mil portrabalhador,esse valor superior,e mtermosreais, aosinvestimentospor trabalhadorobservadosem.

    Ossalrios mdiosdas construtorascom ou maispessoasocupadas (PAIC)oramdeacionadospelo INPC parao clculo dastaxasde variao reais.

    ainda assim, essa taxa oi superada pelo crescimento de

    , ao ano da produtividade do trabalhador. A julgar

    por esses resultados, a tarea das menores construtoras

    de atrair e reter mo de obra especializada tem se tor

    nado cada vez mais dicil, sobretudo em um contexto

    em que a produtividade do trabalhador das menores

    empresas cresce a uma taxa equivalente a um ter o das

    maiores empresas.

    O ltimo ponto a se considerar diz respeito ao orte cres

    cimento dos investimentos em capital sico do setor

    da Construo. Em , as construtoras ormais com

    ou mais pessoas ocupadas investiram R$ bilhes em

    ativos imobilizados (mquinas, equipamentos, terrenos,

    material de transporte, entre outros). Esse montante de

    investimentos correspondeu a , da ormao bruta

    de capital fxo de toda a economia brasileira naquele ano.

    Para se constatar o surpreende crescimento dos investi

    mentos das construtoras, basta verifcar que, em ,

    esse mesmo indicador era de ,. De a , a taxa

    mdia de crescimento dos investimentos oi de , ao

    ano. A incorporao de novas geraes de bens de capi

    tal permitiu ao setor no apenas elevar a capacidade de

    atender um mercado em ranca expanso, como tambm

    contribuiu para a substituio relativa de mo de obra

    (ator escasso) por capital sico.

    O estudo da FGv mostrou que, nos anos recentes, o cres

    cimento da produtividade est sendo sobreposto pelo

    aumento dos salrios. Dirigentes setoriais tm enati za

    do a importncia do treinamento da mo de obra. Os re

    sultados mostram que essa demanda tem undamento.

    A pesquisa realizada junto s empresas mostrou que aoerta de mo de obra li mitante at mesmo para a ado

    o de novos mtodos construtivos e para o uso mais

    intensivo de mquinas e equipamentos. Portanto, o trei

    namento um ator que condiciona dois componentes

    da produtividade: a prpria mo de obra e tambm o

    capital. No que se reere a esse ltimo, sintomtico

    que das empresas tenham declarado difculdade

    no investimento em mquinas, equipamentos e novos

    processos produtivos. Assim, desatar as amarras que

    impedem o aumento da produtividade um desafo para

    que o setor possa continuar a sua rota de crescimento.

    PrinCiPAis rEsUlTADOs DA PEsqUisA FGv

    Ete etudo otou ue, o

    ao ecete, o ceceto

    da podutdade et

    edo obepoto peo

    aueto do ao.

    1514

  • 7/30/2019 068.pdf

    10/34

    Acesso s linhas de crdito para investimentos em mquinas e equipamentos

    Juros altos no crdito (custo de capital)

    O custo de novos equipamentos e processos

    Falta de oferta dos bens/servios desejados no mercado

    Falta de trabalhadores especializados para contratar

    Incidncia tributria na adoo de processos industrializados

    encontram dificuldade de investirem mquinas, equipamentos eprocessos produtivos

    das empresas tm

    buscado novosprocessos construtivos

    Considere dois perodos: os anosimediatamente anteriores a 2007 e operodo a partir de 2007. Qual afirmaoreferente ao INVESTIMENTO EM MQUINASE EQUIPAMENTOS se aplica sua empresa?

    Na sua avaliao,O TRABALHADOR DE SUAEMPRESA PASSOU A SER MAISPRODUTIVO nos ltimosquatro anos?

    Considere dois perodos: os anosimediatamente anteriores a 2007 e operodo a partir de 2007. Qual afirmaoreferente ao TREINAMENTO DE MO DEOBRA se aplica sua empresa?

    Como voc avaliasuas iniciativas deQUALIFICAO DE MODE OBRA de sua empresaaps 2007?

    Voc est satisfeito comPRODUTIVIDADE de sua empresa?

    ,

    Passou a investir menosem mquinas e equipa-mentos por trabalhadora partir de 2007

    ,Sim, um pouco mais

    ,

    Sim, bastante mais

    ,

    No

    ,

    A empresa passou ainvestir menos

    ,Suficientes,mas poderiaser melhor

    ,Sim, mas poderiaser melhor

    ,

    Sim, totalmente

    ,

    No

    ,

    Suficientes esatisfatrias

    ,

    Insuficientes

    ,NenhumaResposta

    ,

    O investimento equiva-lente nos dois perodos

    ,A empresa passoua investir umpouco mais

    ,

    A empresa passoua investir muitomais

    ,

    O investimento equivalentenos dois perodos

    ,Passou a investir

    um pouco mais

    ,

    Passou a investirmuito mais

    ,

    Nenhuma Resposta

    PARA AS EMPRESAS QUE APONTARAM DIFICULDADES EM INVESTIR EM MQUINAS,EQUIPAMENTOS E NOVOS PROCESSOS PRODUTIVOS, OS OBSTCULOS MENCIONADOS FORAM

    ,

    ,

    ,

    ,

    ,

    ,

    pesqis jno s eessoso qe eceoo seo e qe oiie eoi noeoo esqiso, sess eoo oei esio eho. p consegio esejo so noiie, s inciisiniciis se efee oeineno e essoe conies foeise inesieno eqins, eqienose ocessos oios oqe eene e eisqe enoe s eniesseoiis e os goenos.

    a prOdutIvIdadENa vISO daSCONStrutOraS

    1716

  • 7/30/2019 068.pdf

    11/34

    ntegra dO relatriO

    Evoluo

    da produtividade

    na Construo Civil

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    12/34

    20 21

    O o Coo

    Esta seo dedicase a descrever o setor da Constru

    o Civil de acordo com a Pesquisa Anual da Indstria

    da Construo (PaicIBGE) e com reerncia s Contas

    Nacionais brasileiras. O setor ormado pelo conjunto

    das empresas legalmente constitudas, pelas empresas

    inormais e unidades autnomas de produo (traba

    lhadores por conta prpria, trabalhadores no remu

    nerados, entre outros). As unidades autnomas so

    responsveis pelo que se convencionou denominar de

    autoconstruo, ou seja, as obras de pequeno porte

    realizadas pelas prprias amlias ou por trabalhadores

    contratados inormalmente.

    Podese estimar a dimenso da ormalidade setorial a

    partir da comparao de duas bases de dados do IBGE: o

    Sistema de Contas Nacionais, que abrange todo o conjun

    to das atividades da Construo Civil (ormal e inormal),

    assim como os demais setores de atividade econmica; e

    a Pesquisa Anual da Indstria de Construo (Paic), que

    considera apenas as empresas legalmente constitudas.

    Em , ltimo ano para o qual as bases de dados consi

    deradas esto disponveis, o produto (valor adicionado)

    das empresas ormais de Construo totalizou R$ ,

    bilhes, o que correspondeu a , do produto do setor

    em seu conjunto (inormal e ormal). Os nmeros mos

    tram a participao majoritria das empresas na gerao

    de renda setorial. No entanto, essa composio recen

    te e resultado do expressivo crescimento das atividades

    ormais. Em , as empresas ormais respondiam pela

    menor parcela do produto do setor: apenas ,. Vale

    observar que a parcela do setor caracterizada pela inor

    malidade ainda bastante signicativa.

    O processo de ormalizao da produo vem tendo pro

    undos impactos tambm no mercado de trabalho, o que

    pode ser percebido a partir da evoluo do perl da mo

    de obra do setor. Em , apenas , dos trabalhadores

    da Construo possuam vnculo ormal de emprego (com

    registro em carteira de trabalho). Em , esse indicador

    de ormalidade chegou a , da modeobra . Entre

    e , de cada trs novos postos de trabalho abertos no

    setor da Construo, dois oram com registro em carteira.

    Podese notar que se a maior parte do valor adicionado ad

    vm das empresas, mas ainda a produo por autogesto

    que responde pela maior parcela da ocupao. Dessa or

    ma, o nmero de trabalhadores com carteira na Constru

    o ainda relativamente reduzido na comparao com a

    mdia da economia, que atingiu em .

    O perl das empresas ormais pode ser analisado sob trsticas:(i) o porte das empresas, (ii) os segmentos de ativi

    dade e, (iii) a distribuio geogrca das atividades.

    Em , a Paic contabilizou . empresas ormais ati

    vas, das quais , possuam at pessoas ocupadas,

    , possuam de a pessoas ocupadas e , con

    tavam com ou mais ocupados. A despeito do grande

    nmero de empresas, o setor relativamente concentra

    do. As empresas com at pessoas responderam por ape

    nas , do valor adicionado e do total de ocupados pelo

    conjunto das empresas. Por outro lado, as empresas com

    ou mais trabalhadores respondem por cerca de

    do valor adicionado do segmento ormal da Construo.

    A indstria da Construo abrange variados segmentos

    de atividades, tais como: construo de edicios, obras de

    inraestrutura (viria, urbana, energia eltrica, telecomuni

    caes e outros) e servios especializados para construo

    (demolio e preparao de terreno, instalaes eltricas e

    hidrulicas, obras de acabamento e outros). Em , pouco

    mais da metade das empresas ormais atuavam na constru

    o de edicios e aproximadamente eram prestadoras

    de servios especializados para construo. As empresas

    do segmento de inraestrutura responderam por , do

    valor adicionado da construo, seguido pelas empresas de

    edicaes, com ,. As empresas de inraestrutura so

    de porte mais elevado, em cada uma empregava uma

    mdia de trabalhadores, enquanto as de edicaes em

    pregavam e as de servios especializados, .

    No que diz respeito distribuio geogrca , em metade das empresas ormais de Construo se localizavam

    na regio Sudeste e aproximadamente no Sul. Essa

    concentrao da indstria da Construo maior quando

    se observa o valor adicionado, nesse caso o Sudeste res

    ponde por , seguido pelo Nordeste, com ,. Entre

    a , houve ligeiro crescimento nas participaes

    Grfico 2.1

    Evoluo da Formalidade damo de obra da Construo Civil

    1.053.053

    2.069.300

    4.356.249

    4.816.053

    2003 2009

    Trabalhadores ormais

    Trabalhadores inormais

    20

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    13/34

    (ou reduzem) o nvel de atividade econmica, mas tam

    bm quando novas empresas ingressam (ou saem) do

    segmento ormal. Para reduzir esse ltimo eeito, op

    touse por dividir a srie de valor adicionado pelo total

    de empresas, de modo que a srie resultante refita o

    desempenho de uma empresa or mal representativa

    (empresa mdia);

    Na srie de valor adicionado oram consideradas apenasas empresas ormais com ou mais pessoas ocupadas.

    De modo geral, o crescimento do segmento ormal acompanhou o desempenho do setor de Construo como um

    todo, com exceo de e , anos em que as empre

    sas ormais obtiveram resultados muito mais expressivos

    que o setor em geral.

    De a , a taxa mdia de crescimento das empre

    sas ormais de Construo (com ou mais pessoas ocu

    padas) oi de , ao ano, o que mais do que o dobro

    da taxa do setor (, ao ano). Por sua vez, o pessoal ocu

    pado nas empresas ormais cresceu ao ritmo de , ao

    ano no perodo analisado.

    O setOr da COnstruO

    do Sudeste (,) e do CentroOeste (,) no valor adicio

    nado da Construo Civil. Vale notar que as construtoras

    do Nordeste empregam, em mdia, o maior nmero de

    trabalhadores ( pessoas ocupadas por empresa) e as lo

    calizadas no Sudeste geram, em mdia, maior valor adicio

    nado (R$ , milhes por empresa).

    So Paulo concentra , das empresas, da mo de

    obra e quase do valor adiciona do se considerado ape

    nas o grupo das empresas ormais com ou mais pessoas

    ocupadas. No perodo de a merece destaque o au

    mento da participao do Rio de Janeiro no valor adicionado da construo: de , para ,. Entre as unidades

    da Federao que perderam participao, a Bahia apresen

    tou a maior queda: de ,, em , para ,, em .

    importante observar que em , os critrios utiliza

    dos pelo IBGE para a denio do universo de empresas

    ativas mudaram e, com isso, o nmero de empresas com

    menos de cinco pessoas ocupadas caiu de orma acen

    tuada. Assim para se evitar distores na taxa de cres

    Os dadosda Paicrelativoss unidadesdaederao consideramapenasasempresascom oumais pessoasocupadas. Paramaisdetalhes,ver Anexo Metodolgico,tpico (Base de Dados).

    cimento do valor adicionado, em , causada por essa

    mudana metodolgica, optouse por excluir as menores

    empresas nas anlises realizadas para o setor ormal, es

    pecialmente na estimativa da produtividade. Ou seja, o

    ram consideradas apenas as empresas ormais com ou

    mais pessoas ocupadas.

    O crescimento econmico do setor da Construo oscilou

    bastante nas duas ltimas dcadas, mas a partir de

    passou a sustentar taxas signicativas de crescimento

    do produto. No que diz respeito s empresas, a partir de

    que se inicia um perodo de crescimento em que elastiveram orte participao.Na verdade, podemse identi

    car duas ases distintas. A primeira que vai de a ,

    quando ocorrem mudanas institucionais que serviro

    de undamento para o perodo de maior crescimento do

    setor ormal. O segundo perodo tem como base o ano de

    e vai at , quando as mudanas esto consolida

    das e temse a criao de programas como o Programa de

    Acelerao do Crescimento (PAC) e o Programa Minha Casa,

    Minha Vida (MCMV), que daro um horizonte de maior pre

    visibilidade aos investimentos e que permitiro que as em

    presas experimentem resultados mais expressivos.

    Grfico 2.2

    Taxas de Crescimento Setor da Construoe Segmento Formal(empresas com 5 ou mais pessoas ocupadas)

    Fonte:Sistemade ContasNacionaise Paic(IBGE).

    -2,8%

    -10,1%

    2004 2005 2006 2007 2008 2009

    PIB da Construo Civil

    Valor Adicionado / Empresa Formal

    9,6%

    22,9%

    8,3%

    3,6%3,9%

    11,9%

    1,4%

    3,5%

    possvel comparar o crescimento do setor da Constru

    o Civil com o crescimento registrado pelas empresas

    ormais ativas que atuam no setor, de modo a analisar

    como o segmento ormal tem evoludo nos ltimos anos.

    Para tanto, tornase necessrio alguns ajustes nas bases

    de dados adotadas, a saber:

    Para o clculo das taxas reais de crescimento deveseusar o mesmo defator de preos para as duas sries,

    quais sejam: a do Produto Interno Bruto da Construo

    (Sistema de Contas Nacionais) e a do valor adicionado

    das empresas ormais (Paic). Optouse por utilizar comodefator o ndice mdio anual do INCCDI da FGV. Cabe

    observar, portanto, que as taxas de crescimento da Cons

    truo Civil resultantes so dierentes daquelas divulga

    das pelo IBGE, visto que esse rgo adota outro tipo de

    defator para o PIB do setor da Construo;

    O valor adicionado das empresas ormais (Paic) variano apenas quando as empresa desse grupo elevam

    O Produto Interno Bruto (PIB) e o valoradicionado (VA)so medidasequivalentesdoproduto de qualquersetorde atividade econmica,conorme explicado no Anexo Metodolgico,tpico (EconomiadaProduo).

    10,7%

    42,2%

    2322

  • 7/30/2019 068.pdf

    14/34

    eoo po p

    COnCeitOsO debate em torno da produtividade da Construo Civil

    brasileira se intensicou nos anos recentes em que o se

    tor ingressou em um ciclo virtuoso de crescimento. Com a

    obteno de taxas expressivas de crescimento, as empre

    sas passaram a encontrar maiores diculdades na con

    tratao de mo de obra qualicada ou, em menor grau,

    na aquisio de determinados bens de capital. Tornouse

    consenso que para sustentar o ciclo atual o setor preci

    sa elevar sua produtividade, ou seja, utilizar de maneira

    mais eciente os recursos que dispe.

    O termo produtividade, no entanto, abrange dierentes

    conceitos: produtividade do trabalho, produtividade

    do capital sico, produtividade de um processo produ

    tivo, produtividade de um insumo. Todos os conceitos

    expressam aspectos especcos. Em outras palavras, a

    escolha do conceito e a medida de produtividade podem

    variar conorme os objetivos da anlise. Assim, consi

    dere o caso de uma construtora interessada em medira produtividade da mo de obra no servio de alvenaria

    de vedao. Nesse contexto especco, uma medida de

    produtividade possvel de ser utilizada dada pela razo

    entre a produo (em metros quadrados) e a quantidade

    de modeobra empregada no servio (em homenshora).

    A empresa pode usar essa medida para comparar as pro

    dutividades de diversas equipes de alvenaria e decidir,

    por exemplo, pela melhor orma de compor a equipe ou

    de organizar o trabalho. Nesse caso, a produtividade do

    trabalho dada pela relao de medidas sicas (metros

    quadrados e homenshora). Mas uma das medidas pos

    sveis e, nesse contexto, adequada.

    Cabe considerar que a utilizao do conceito de produti

    vidade mdia de um ator para comparar a ecincia rela

    tiva entre empresas no a mais apropriada, pois duas ou

    mais empresas podem obter o mesmo montante de pro

    duto a partir da utilizao de combinaes distintas dos

    atores de produo. Assim, uma construtora que utiliza

    mais intensamente capital, em detrimento do trabalho,

    seria por denio mais eciente, caso osse considera

    da a produtividade mdia do trabalho como medida de

    ecincia; e menos eciente, se osse utilizada a produti

    vidade mdia do capital como medida.

    O canteiro de uma obra o local onde so combinados

    diversos recursos (trabalho, equipamentos e insumos) de

    modo a se obter, ao nal, um produto (por exemplo, uma

    edicao). Isso signica que elevar a produtividade

    obter uma produo maior com uma mesma quantidade

    de recursos empregados ou, de outra maneira, empregar

    menos recursos para uma obter uma mesma produo.

    Dessa orma, um conceito mais apropriado para analisar

    a ecincia de uma orma mais abrangente o de Produ

    tividade Total dos Fatores (PTF).

    O crescimento de longo prazo da PTF resultado do pro

    gresso tecnolgico em sentido amplo e, uma vez obtida,

    possvel decompor a PTF de modo a se mensurar a pro

    dutividade de cada ator de produo (trabalho e capital

    sico). Mas nesse caso, o conceito e a orma de se men

    surar se dierenciam em relao produtividade de cada

    ator em separado.

    Um aspecto a ser destacado que a simples mensurao

    de medidas de produtividade no permite concluir sobre

    as causas das variaes desse indicador. Se a produtivi

    dade do trabalho na Construo aumentou em um dado

    perodo, este aumento poderia estar relacionado a um am

    plo conjunto de atores, por exemplo: melhor qualica o

    dos trabalhadores, maior especializao da modeobra,

    introduo de equipamentos que poupam modeobra,

    avanos tecnolgicos de mquinas e equipamentos, novos

    processos construtivos, elevao do valor agregado dos

    insumos de modo a se poupar modeobra nos canteiros,

    maior concentrao do setor (com eventuais economiasde escala), mudanas institucionais (legislao trabalhis

    ta, tributria etc), entre outros.

    PrOdutividade tOtal dOs FatOres

    A mensurao da PTF de uma atividade pode ser eita a par

    tir de um modelo econmico que relaciona os recursos em

    pregados no processo produtivo e o produto obtido ao

    nal. Assim, cabe a distino entre dois tipos de recursos: os

    atores de produo (mo de obra e capital) e os insumos.

    A relao entre o produto e os ato res de produo empre

    gados especicada por meio de uma uno de produ

    o. Nesse estudo, adotouse a uno abaixo conhecida

    como CobbDouglas como modelo:

    = ,, = .!.(!!!)Onde Y o produto do setor da Construo, K o estoque

    de capital sico, L o nmero de trabalhadores,A uma

    medida do progresso tecnolgico (ou grau de conheci

    mento tcnico) e o parmetro, por hiptese, algum va

    lor entre (zero) e (um). Devese esclarecer que a uno

    de produo delimita a ronteira de produo, no sentido

    de que a quantidade de produto sempre mxima para

    uma dada alocao de capital e trabalho. Por hiptese,

    desconsideramos a possibilidade do setor da Construo

    operar com capacidade ociosa, ou seja, com mais estoque

    de capital e trabalhadores do que o necessrio para se

    alcanar o produto pretendido, o que signica que nesse

    modelo simplicado no se admite inecincias tcnicas.

    Na reerida uno de produo, o parmetro (expo

    ente da varivel K) a participao da remunerao do

    capital no produto e, de orma anloga, o expoente ()

    a participao da renda dos trabalhadores no produto.

    Portanto, a soma dos dois expoentes igual a ou ,

    o que implica que a renda agregada dividida entre tra

    balhadores e empresrios.

    O uso da uno CobbDouglas tal como especicada aci

    ma se justica pelo ato de ela possuir certas propriedades

    bastante apropriadas para o presente estudo emprico:

    O cco oo pzo

    PtF o o poo

    coco o po

    2524

  • 7/30/2019 068.pdf

    15/34

    Poo

    Poo

    Poo

    Cp

    Cp

    Cp

    tho

    tho

    tho

    Y0

    Y0

    Y0

    Y1

    Y1

    c

    evOluO da PrOdutividade das emPresas

    Os retornos de escala so constantes. Isso sig nica quese o capital e o trabalho aumentarem em determinada

    proporo (mantendose constante a varivelA), ento

    o produto crescer exatamente na mesma proporo.

    Os atores de produo possuem rendimentos marginais decrescentes. Isto , se um dos atores de produ

    o or mantido constante (juntamente com a varivel

    A), ento o crescimento do outro ator de produo au

    mentar o produto, mas esses aumentos ocorrero a

    taxas decrescentes. Para ilustrar esse conceito basta

    imaginar um canteiro de obras com dado estoque de

    capital sico e com uma quantidade de trabalhadores

    cada vez maior. razovel supor que cada trabalhador

    adicional contribuir menos para a evoluo das obras

    do que o trabalhador precedente.

    No existe produo livre, ou seja, se no h empregode capital e de trabalho, ento a produo zero. De

    ato, essa parece ser uma propriedade inquestionvel.

    A elasticidade de substituio entre capital e trabalho unitria. Signica dizer que os dois atores de

    substituio so substitutos pereitos: uma reduo

    relativa do estoque de capital na obra pode ser com

    pensada por um aumento proporcional de igual valor

    (mas com sinal trocado) no nmero de trabalhadores

    de modo a se manter o nvel de produto constante.

    Essa uma propriedade que pode ser considerada

    bastante restritiva, mas est vinculada uno de

    produo proposta.

    Na uno de produo apresentada, a varivelA umamedida do progresso tecnolgico em sentido abrangen

    te, ou seja, captura no apenas os avanos tcnicos de

    mquinas e equipamentos, como tambm a introduo

    de novos processos produtivos e maior qualicao ou

    especializao da modeobra. Isso signica que uma

    parcela do produto explicada pelo grau de desenvolvi

    mento tecnolgico do setor da Construo.

    O progresso tecnolgico tem papel undamental no cres

    cimento econmico de longo prazo de qualquer setor

    de atividade, regio ou pas. Basta notar que, para uma

    dada quantidade de trabalhadores e estoque de capital,

    a elevao do produto s se torna possvel com o avano

    tecnolgico, supondo a uno de produo especicada.

    Quando se constata, por exemplo, que atualmente o tra

    balhador da Construo Civil muito mais produtivo que

    o trabalhador da dcada de , os condicionantes dessa

    maior produtividade esto relacionados no apenas ao

    ato do trabalhador atual ser mais qualicado ou espe

    cializado, mas tambm ao ato do trabalhador atual estar

    inserido em um canteiro com instrumentos, equipamen

    tos e processos produtivos cujas tecnologias so signi

    cativamente superiores s de anos atrs. Ao analisar

    a uno de produo, o resultado nal em termos de

    elevao do produto de todos esses condicionantes da

    produtividade sintetizado pela varivelA. importante

    observar que o progresso tecnolgico, na especicao

    adotada, no est associado apenas produtividade do

    trabalho ou do estoque de capital, mas sim ao conjunto

    dos atores de produo. Isto , o progresso tecnolgico

    torna todos os atores de produo mais produtivos e, por

    consequncia, contribui para elevar o produto.

    O progresso tecnolgico no algo que pode ser a cilmen

    te observado, medido e agregado, da orma com se az como nmero de trabalhadores (L) ou com o estoque de capi

    tal sico (K). Por outro lado, o produto (valor adicionado)

    pode ser medido e agregado. Ento, na uno de produo

    adotada, pressupese que os aumentos de produto no

    acompanhados de aumento do nmero de trabalhadores

    e/ou do estoque de capital sejam decorrentes do progres

    so tecnolgico. Essa suposio pode se revelar inapropria

    da em anlises de curto prazo, pois eventuais oscilaes

    do produto (no acompanhadas de variaes no trabalho

    e capital) podem ser resultado de outros atores que no

    o progresso tecnolgico. Contudo, ao considerar prazos

    maiores (seis anos, no presente trabalho) razovel supor

    que o progresso tecnolgico, em sentido amplo, explicaparcela signicativa da dierena entre o crescimento do

    produto e o crescimento dos atores de produo.

    importante notar, no entanto, que a PTF expressa a

    parcela do crescimento do produto que no explicada

    pelo aumento do nmero de trabalhadores nem do

    capital sico. Dessa orma, a PT F pode ser interpretada

    como uma medida aproximada do progresso tecnolgico.

    O primeiro grco da F . ilustra uma uno de pro

    duo na qual o emprego de determinado montante de

    capital e trabalho resulta em um dado pr oduto. O segundo

    e terceiro grcos, na mesma gura, mostram o eeito noproduto (Y) causado por uma elevao da produtividade

    total dos atores (varivelA). possvel vericar que o cres

    cimento da produtividade total dos atores ampliou a ron

    teira de produo, tornando vivel a obteno de maior

    quantidade de produto sem a necessidade de se elevar o

    emprego de capital e trabalho. exatamente esse en

    meno, ilustrado acima, que se constitui o oco do presente

    estudo, qual seja: medir as variaes observadas na PTF da

    Construo Civil brasileira no perodo de a . Para

    isso, derivouse uma expresso que possibilitasse o clculo

    da PTF a partir da uno de produo especicada.

    Fonte:FGV ()

    fiGura 3.1

    Eeito do Aumento da Produtividade Total dos Fatores no ProdutoO poo coco o

    oo o o poo

    poo , po coqc,

    co p o poo.

    2726

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    16/34

    Antes de apresentar o resultado da produtividade da

    Construo Civil no perodo a , convm die

    renciar produto (ou valor adicionado) de produo. Uma

    construtora compra insumos e adiciona valor a eles com

    o emprego de capital e trabalho e, no nal, vende a pro

    duo. O produto da construtora corresponde apenas ao

    valor adicionado pela empresa no processo produtivo,

    enquanto o valor da produo considera tambm os in

    sumos que compuseram o valor nal da obra. A soma dos

    valores adicionados por todas as construtoras resulta no

    produto do setor da Construo. Portanto, o indicador re

    levante para a anlise do nvel de atividade econmica de

    um dado setor o valor adicionado e pode ser obtido pela

    expresso abaixo.

    Valor Adicionado = Valor Bruto

    da Produo Consumo Intermedirio

    A produtividade do trabalhador da Construo Civil

    dada pela relao entre o valor adicionado do setor e o

    total de trabalhadores em um dado perodo. De orma

    anloga, a produtividade do capital sico dada pela

    relao entre o valor adicionado do setor e o estoque de

    capital sico. Contudo, uma vez que o estoque de capital

    no uma inormao disponvel na base de dados (Paic),

    tornase necessrio estimlo a partir dos dados de investimentos realizados pelas construtoras. Mais detalhes so

    bre a estimativa do estoque de capital e derivao da PTF

    podem ser obtidos no axo mooco.

    evOluO da PrOdutividadeda COnstruO 2003-2009Os resultados da PTF para as empresas da Construo com

    ou mais pessoas ocupadas para o perodo de a

    podem ser vistos na t .. A tabela permite observar

    que a produtividade total das empresas oi positiva nes

    se perodo, registrando um crescimento mdio de ,

    ao ano. Em outras palavras, com a mesma combinao de

    capital e trabalho, as empresas da Constru o em ge

    raram um valor adicionado , maior em relao a .

    Tabela 3.1

    Produtividade do Trabalho, Capita e PTF

    PooPoo /

    tho

    Poo /

    Cp

    Poo oo

    2003/2009 5,8% -3,5% 1,2%

    2003/2006 7,2% -8,3% -0,8%

    2006/2009 4,4% 1,6% 3,1%

    Fonte:elaborao prpriaapartirde dadosdaPaic.

    A decomposio da produtividade mostra que nesse pe

    rodo a produtividade da mo de obra (valor adicionado/

    trabalhador) cresceu , ao ano, enquanto a produtivi

    dade do capital (valor adicionado/unidade de capital) oi

    negativa, com queda de , ao ano. O crescimento da

    produtividade da mo de obra indica que o crescimento

    da renda gerada pelas empresas oi superior ao aumento

    do emprego. Por outro lado, o crescimento expressivo do

    estoque de capital de , ao ano oi superior ao cres

    cimento do valor adicionado, o que levou a uma queda na

    produtividade do capital.

    Os nmeros do perodo revelam algumas tendncias

    importantes como o crescimento expressivo do investimento e a substituio de mo de obra por capital. Nos

    seis anos de anlise, o investimento por trabalhador

    aumentou em termos reais. Assim, o investimento

    maior realizado pelas empresas em mquinas e equipa

    mentos e terrenos contribuiu para aumentar a produti

    vidade do trabalho e diminuir a do capital.

    Sabese que, a partir de , um nmero expressivo de

    empresas da Construo ingressou no mercado de capi

    tais, o que determinou a ormao de bancos de terre

    nos. No entanto, os investimentos em mquinas e equi

    pamentos superaram os investimentos em terrenos e a

    participao deste ltimo cresceu passando de em

    para em .

    O aumento do investimento por trabalhador ez com

    que a participao do capital na renda aumentasse de

    orma signicativa, passando de , em , para

    em , o que torna a distribuio do valor adicio

    nado mais equilibrada.

    Na anlise por perodo, podese perceber a melhora na

    produtividade das empresas se deu nos ltimos anos.

    Entre e , a PTF caiu , ao ano, o u seja, com a

    mesma combinao de recursos, as empresas estavam

    produzindo , menos em . O aumento da produ

    tividade da mo de obra se deu de modo mais expressi

    vo entre e , com o crescimento de , ao ano.

    Nesse perodo, o nmero de pessoas ocupadas na s em

    presas aumentou relativamente pouco, apenas , ou

    , ao ano, enquanto o valor adicionado das empresas

    elevouse acima do INCCDI. Paralelamente, houve

    uma queda na produtividade do capital de , ao ano.

    Apenas nos ltimos trs anos da srie, entre a ,

    que a PTF passa a ser positiva, crescendo , ao ano ou

    , no perodo. No entanto vale notar uma mudana im

    portante na composio do resultado. A produtividade

    da mo de obra se reduz na comparao com o perodo

    anterior. nesse perodo que o processo de ormalizao

    do setor se intensica com impacto signicativo na gera

    o de postos de trabalho: entre e , a ocupao

    nas empresas cresce , quase ao ano. A presso

    no mercado de trabalho repercute nos custos setoriais.

    Nesse perodo, os salrios registram crescimento real de

    , ao ano, superando o aumento da produtividade do

    trabalho, que registra crescimento de , ao ano, o que

    representa tambm uma mudana em relao ao pero

    do anterior, em que o aumento da produtividade da mo

    de obra superior a elevao real dos salrios. Nesse lti

    mo perodo, a produtividade do capital tornase positiva

    e registra incremento de , ao ano.

    Em resumo, de 2003 a 2009 a produtividade total dos ato-

    res cresceu taxa mdia de 1,2% ao ano, esse resultado

    positivo se deve ao crescimento de 3,1% ao ano da PTF no

    perodo mais recente, de 2006 a 2009. interessante notar

    que a produtividade do trabalhador da Construo cres-

    ceu, de 2003 a 2009, uma taxa de 5,8% ao ano, enquanto a

    produtividade do capital sico caiu (-3,5% ao ano).

    Po ep PooPoo /

    thoPoo / Cp

    Po too Fo

    Empresas de ou maispessoas ocupadas

    2003/2009 5,8% -3,5% 1,2%

    2003/2006 7,2% -8,3% -0,8%

    2006/2009 4,4% 1,6% 3,1%

    Empresas de a pessoas ocupadas

    2003/2009 1,8% -1,2% 0,0%

    2003/2006 0,6% -5,0% -2,9%

    2006/2009 3,0% 2,7% 2,9%

    Empresas de ou maispessoas ocupadas

    2003/2009 6,7% -4,5% 1,4%

    2003/2006 9,0% -9,8% -0,4%

    2006/2009 4,5% 1,1% 3,2%

    Tabela 3.2

    Variao das Produtividades dos Fatores de Produo e da PTF

    Fonte:elaborao prpriaapartirde dadosdaPaic.

    evOluO da PrOdutividade das emPresas

    no o , o

    o po ho

    o o .

    2928

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    17/34

    PrOdutividade tOtaldOs FatOres POr POrte de emPresa

    A produtividade total dos atores (PTF) evoluiu de orma

    dierenciada dependendo do porte da empresa, como

    pode ser vericado na t ., que sintetiza os resul

    tados de variao das produtividades de acordo com o

    porte da empresa e os perodos de reerncia.

    De ato, os ganhos de produtividade desses seis anos es

    tiveram associados s empresas com ou mais pessoas

    ocupadas. Entre e , a PTF elevouse , ao ano

    nesse conjunto, mas nas empresas do estrato de a

    pessoas ocupadas no houve nenhum ganho no perodo.

    Nas empresas menores situadas no estrato de a pes

    soas ocupadas a queda na produtividade no perodo de

    a oi superior a mdia total, chegando a , ao

    ano. Cabe destacar que esses trs anos o ram especialmen

    te negativos para essas empresas que acusaram queda real

    do valor adicionado e reduo no nmero de pessoas ocu

    padas. Como a queda do total de ocupados oi superior a

    do produto, houve pequeno aumento na pr odutividade da

    mo de obra. No perodo seguinte ( a ), o quadro

    melhora de orma importante: o nmero de ocupados cres

    ce e o valor adicionado registra aumento real de .

    Dessa orma, podese observar uma elevao da produti

    vidade de mo de obra mais signicativa, de , ao ano.

    A produtividade do capital tambm cresce, no entanto o

    aumento da produtividade total nesse perodo vai apenas

    reverter a retrao do perodo anterior e o saldo nal nulo.

    Para as empresas maiores com ou mais pessoas ocu

    padas o cenrio claramente mais avorvel. Houveaumento de produtividade no perodo de , ao ano. O

    crescimento do emprego oi bastante intenso, de . O

    valor adicionado (VA) quase dobrou, c om expanso real de

    , levando a um aumento da pr odutividade da mo de

    obra de , ao ano. O aumento do estoque de capital por

    trabalhador a um ritmo superior ao do valor adicionado

    tambm determinou queda na produtividade do capital de

    , ao ano. E assim como oi observado entre as empre

    sas de menor porte, o ltimo perodo, de a , o de

    maior crescimento do emprego e do VA. A produtividade

    total cresceu , ao ano.

    po o q o o cco o o

    poo o oco expanso do

    crdito habitacional e para inraestrutura. Assim, o cres

    cimento mais intenso das empresas maiores refete em

    grande medida o maior acesso aos recursos disponveis,

    o que traz tambm outros ganhos como acesso a proces

    sos produtivos mais ecientes, e tem refexos evidentes

    nos nveis de produtividade total. Outra questo impor

    tante que a grande ormalizao observada no perodo

    determinou maior diculdade para as empresas menores

    disputarem mo de obra no mercado. Vale notar que no

    perodo mais recente a , os ganhos salariais

    dos trabalhadores das empresas maiores superaram os

    ganhos de produtividade, evidenciando a diculdade das

    empresas pequenas nessa disputa.

    Em resumo, a produtividade total dos atores do setor

    de Construo registrou crescimento mdio de 1,2% ao

    ano no perodo de 2003 a 2009 e esse resultado avorvel

    deve ser atribudo exclusivamente ao desempenho das

    maiores empresas (com 30 ou mais pessoas ocupadas) no

    perodo mais recente, ou seja , de 2006 a 2009. Isso signifca

    que, de 2006 a 2009, o grupo das maiores empresas expan-

    diu o produto (valor adicionado) em um ritmo superior ao

    do aumento do estoque de capital e mo de obra.

    PrOdutividade tOtaldOs FatOres POr segmentO de atividadeA anlise da evoluo da produtividade da indstria de

    Construo Civil tambm pode ser eita a partir dos segmen

    tos de atividade que compe a indstria de Construo. A

    t . sintetiza as variaes de produtividade em uno do segmento de atividade e do perodo de reerncia.

    De acordo com a classicao aqui adotada (CNAE .),

    o setor pode ser desagregado em seis grupos que, por

    sua vez, se desmembram em classes de atividades.

    Em razo de algumas restries relacionadas base de

    dados (Paic), a produtividade total dos atores (PTF) oi

    calculada para apenas trs grupos de atividade: (i) cons

    truo de edicios e obras de engenharia civil, (ii) obras

    VerAnexo Metodolgico,no tpico Base de Dados,no item Classicao Nacionalde AtividadesEconmicas.

    so PooPoo /

    thoPoo /

    CpPo to

    o Fo

    Obras de instalaes(5 a 29 pessoas ocupadas)

    2003/2009 2,3% 1,1% 1,5%

    2003/2006 3,4% 7,8% 4,7%

    2006/2009 1,3% -5,1% -1,7%

    Edicaes e obras de engenharia civil

    (5 a 29 pessoas ocupadas)

    2003/2009 4,8% -3,1% 0,5%

    2003/2006 6,3% -6,7% -0,9%

    2006/2009 3,4% 0,7% 1,9%

    Inraestrutura eltrica e detelecomunicaes(5 a 29 pessoas ocupadas)

    2003/2009 13,9% -23,3% -3,4%

    2003/2006 25,5% -40,8% -8,0%

    2006/2009 3,4% -0,5% 1,3%

    Edicaes(30 ou mais pessoas ocupadas)

    2003/2009 5,6% -1,8% 1,9%

    2003/2006 6,4% -8,2% -1,1%

    2006/2009 4,9% 5,0% 5,0%

    Obras de engenharia civil(30 ou mais pessoas ocupadas)

    2003/2009 6,5% -3,9% 1,1%

    2003/2006 8,9% -4,2% 1,8%

    2006/2009 4,2% -3,5% 0,3%

    Tabela 3.3

    Variao das Produtividades dos Fatores de Produo e da PTF

    evOluO da PrOdutividade das emPresas

    3130

    Fonte:elaborao prpriaa partirdos dadosdaPaic/IBGE.

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    de inraestrutura para engenharia eltrica e para teleco

    municaes, (iii) obras de instalaes. Esses trs grupos

    se constituem nos principais segmentos da indstria de

    Construo, com participao no valor adicionado do

    setor, em , de ,, , e ,, respectivamente.

    O grupo coo co o h

    c registrou orte expanso no valor adicionado (cres

    cimento mdio de , ao ano), emprego (, ao ano) e

    no estoque de capital por trabalhador (, ao ano), com

    reerncia ao perodo a . A produtividade total

    dos atores cresceu , ao ano ao longo do perodo de

    anlise, mas nos anos mais recentes ( a ) a PTF

    se expandiu uma taxa de , ao ano.

    O grupo oi desmembrado em dois grandes subgrupos.

    Nesse caso, os dados disponveis se restringem s empre

    sas com ou mais pessoas ocupadas.

    Em , as empresas com ou mais pessoas ocupa

    das do subgrupo fc respondem por do

    valor adicionado e do emprego de toda a indstriade Construo Civil. De a , o valor adicionado

    das empresas cresceu notvel taxa de , ao ano e,

    portanto, superior ao crescimento do emprego (,

    ao ano) e ao estoque de capital por trabalhador (, ao

    ano). Como resultado, a produtividade total dos atores

    se elevou ao ritmo de , ao ano.

    Vale destacar que a expanso das empresas de edicaes

    se acelerou bastante no perodo de a . O produto

    continuou crescendo a uma taxa maior que a do emprego

    Considerandose apenasasempresascom ou maispessoasocupadas.

    (, e , ao ano, respectivamente), mas o estoque de

    capital por trabalhador se manteve estvel, o que signica

    que o estoque de capital sico acompanhou o crescimento

    do emprego. Como resultado desses atores, a PTF cresceu

    taxa de , ao ano, de a , o que demonstra que

    as maiores empresas de edicaes obtiveram ganhos

    bastante signicativos de produtividade.

    O subgrupo o h c abrange diversas

    atividades, entre elas as obras virias (construo de ro

    dovias, errovias), obras de urbanizao, obras de artes

    especiais, montagem de instalaes industriais e estru

    turas metlicas, entre outras. As empresas com ou

    mais pessoas ocupadas desse subgrupo respondem por

    , do emprego e do valor adicionado da indstria

    de Construo.

    Assim como observado entre as empresas de edica

    es, o subgrupo de obras de engenharia civil expandiu

    o produto a uma taxa mais elevada que a do emprego e

    capital por trabalhador, resultando assim em elevao

    da produtividade total dos atores ao ritmo de , ao

    ano de a . Contudo, ao contrrio do obser vado

    no subgrupo de edicaes, as empresas de obras de en

    genharia civil apresentaram indicadores mais expressi

    vos no perodo a o valor adicionado cresceu

    taxa de , ao ano e oi acompanhado por incremen

    tos na PTF de , ao ano. No perodo seguinte ( a

    ), essas taxa s de crescimento declinaram para ,

    e ,, nessa ordem.

    O grupo de o p h

    c p coc oi o que registrou amaior taxa de crescimento das atividades de a .

    O crescimento econmico desse grupo de empresas al

    canou a mdia de , ao ano, o que implicou um valor

    adicionado quatro vez maior ao nal do perodo. O em

    prego cresceu a uma mdia de , ao ano e as empre

    sas investiram intensamente, com a elevao do estoque

    de capital sico ao ritmo de , ao ano.

    Apesar do excelente desempenho econmico do seg

    mento de inraestrutura eltrica e de telecomunicaes,

    a produtividade total dos atores declinou taxa de ,

    evOluO da PrOdutividade das emPresas

    ao ano. Isso ocorreu pelo ato das empresas terem ex

    pandido o estoque de capital sico a uma velocidade sig

    nicativamente superior expanso do produto (valor

    adicionado). Por outro lado, o contingente de trabalha

    dores cresceu a uma taxa menor que a do produto, o que

    no oi suciente para proporcionar um resultado posi

    tivo de PTF. Se considerado apenas o perodo de a

    , a produtividade total dos atores desse grupo cres

    ceu , ao ano indicando que, aps a ase de pesados in

    vestimentos, o crescimento do valor adicionado passou

    a ocorrer em um patamar acima da expanso dos atores

    de produo (trabalhadores e capital sico).

    O grupo o engloba as atividades de

    instalao eltrica, hidrulica, sanitria, de ar condicio

    nado, de ventilao e rerigerao, entre outras. Em ,

    as empresas com ou mais pessoas ocupadas desse gru

    po empregavam quase mil trabalhadores e gerar am

    valor adicionado de R$ , bilhes.

    De a , o valor adicionado das empresas de obras

    de instalaes cresceu taxa mdia de , ao ano. O

    emprego se manteve estvel durante o perodo e o es

    toque de capital sico por trabalhador cresceu ao ritmo

    de , ao ano. Em razo desses resultados, a produti

    vidade total dos atores (PTF) apresentou crescimento

    mdio de , ao ano, no entanto esse crescimento no

    oi homogneo.

    De a , a PTF cresceu taxa mdia de , ao ano

    nos anos seguintes, a taxa mdia oi de ,. No per

    odo mais recente ( a ), o valor adicionado desse

    grupo declinou taxa mdia de , ao ano, enquantoo estoque de capital por trabalhador se elevou em ,

    ao ano. Esse comportamento divergente explica parcela

    expressiva da queda da PTF no perodo em questo.

    Cabe ressaltar por fm que as empresas de edifcaes

    (com 30 ou mais pessoas ocupadas) oram as que mais

    contriburam para o crescimento da produtividade to-

    tal dos atores da Construo civil e essa constatao se

    baseia exclusivamente no desempenho no perodo mais

    recente (2006 a 2009), com crescimento mdio da PTF de

    notveis 5,0% ao ano.

    O po coo co

    o h c

    o o xpo o

    o coo cco

    o , o o.

    32 33

  • 7/30/2019 068.pdf

    19/34

    a po o coo

    A seo anterior trouxe o comportamento da produtivida

    de da Construo Civil com base nas estatsticas ociais.

    Os nmeros de produtividade podem, por sua vez, expri

    mir uma situao mdia que talvez no expresse a viso

    de grande parte das empresas, se consideradas isolada

    mente. Como aes no sentido de aprimorar o processo

    produtivo dependem em larga medida das empresas, este

    trabalho considerou importante avaliar a produtividade

    na perspectiva dos gestores privados.

    Com esse objetivo, oi realizada uma pesquisa nacional

    de avaliao das empresas de Construo Civil sobre sua

    produtividade nos anos recentes. Em consonncia com

    dados apurados com base no IBGE, a percepo das em

    presas de que a produtividade evoluiu no perodo pes

    quisado, mas essa evoluo poderia ter sido melhor. Para

    conseguir o desejado salto na produtividade, as princi

    pais iniciativas se reerem ao treinamento de pessoal e

    a condies avorveis de investimento em mquinas,

    equipamentos e processo produtivos.

    desCriO da amOstra

    A pesquisa oi realizada por meio de envio de questio

    nrio s empresas. Foram obtidas respostas em

    empresas sediadas em Estados. Conorme mostra o

    gco ., a maior parte das empr esas participantes

    do questionrio se concentra em So Paulo. Avaliouse

    que isso no um problema, uma vez que grande parte

    das empresas possui sede nesse Estado. O Rio de Janeiro,

    por exemplo, est subrepresentado considerando sua

    A amostra, por sua vez, composta principalmente por

    empresas de edicao, o que a torna mais representati

    va desse segmento produtivo, conorme mostra o gfco

    .. Como se v, pertencem ao ramo de edicao e

    apenas ao de inraestrutura.

    Feitas essas consideraes gerais, depreendese que a

    amostra expressa uma percepo nacional do setor em rela

    o s questes propostas, mas essa viso mais represen

    tativa das empresas que atuam no segmento de edicao.

    PrOdutividade da mO de ObraUm primeiro bloco de perguntas procurou explorar a

    percepo das empresas com relao produtividade

    da mo de obra. A primeira delas tinha a seguinte ormu

    lao: Considere dois perodos: os anos imediatamente a

    2007 e o perodo a partir de 2007. Qual afrmao reerente

    ao treinamento de mo de obra se aplica sua empresa?

    Os resultados constam do grco ao lado.

    Um total de respondeu que o investimento em treina

    mento passou a ser maior a partir de , sendo que

    disseram que passaram a investir muito mais em treina

    mento nesse perodo. Portanto o crescimento setorial oi

    acompanhado de iniciativas mais intensas de treinamen

    to pela grande maioria das empresas.

    O gfco ., por sua vez, mostra que os cursos do Senai

    aparecem com uma requncia muito prxima da dos cur

    sos organizados pelas prprias empresas, com de

    Grfico 4.1

    Empresas que responderama pesquisa por estado de origemFonte:FGV

    Grfico 4.3

    Investimento mais intenso emtreinamento a partir de 2007 emcomparao ao perodo anteriorFonte:FGV

    O investimentoem treinamentopor trabalhador equivalente nosdois perodos

    3%A empresa passou a investirmenos intensamente emtreinamento de mo de obra

    A empresapassou a investir

    um pouco maisem treinamentopor trabalhador

    A empresapassou a investirmuito mais emtreinamento portrabalhador

    MG

    16% 10%

    9%

    8%

    5%34%

    1%PA

    1%SE 2%RJ

    2%RS

    1%MT3%GO

    1%MS3%RN

    4%PE

    BA

    SP

    AL

    ES

    PR

    43%

    37%

    17%

    Grfico 4.2

    Segmento de atuao das empresasFonte:FGV

    1%No responderam

    Servios

    Inraestrutura

    DiversosEdicaes

    64%

    13%

    10%

    12%

    importncia para a atividade, mas como a ideia obter

    um panorama geral e no um recorte por Estado, atores

    desse tipo no comprometem o objetivo. Isso vlido,

    principalmente, se se considera que empresas de outros

    Estados atuam no Rio e viceversa portanto trabalham

    em condies semelhantes de operao, ou seja, com

    um padro prximo aos vigentes em So Paulo e Minas

    Gerais, por exemplo, Estados da mesma regio e com

    alto dinamismo econmico.

    3534

  • 7/30/2019 068.pdf

    20/34

    a PrOdutividade na visO das COnstrutOras

    Grfico 4.5

    Avaliao dos cursos do SenaiFonte:FGV

    Grfico 4.6

    Avaliao das iniciativas de treinamentoem geral aps Fonte:FGV

    citaes apontaram treinamento na prpria empre

    sa. Cursos oerecidos por empresas especializadas apa

    recem com e os oerecidos pelo sindicato com quase

    . Os cursos do Senai, por sua vez, so bem avaliados

    por dos que tiveram seus trabalhadores treinados

    pela instituio, como mostra o gfco ..

    A avaliao geral dos treinamentos de pessoal aps

    apresenta de respostas que os consideraram sui

    cientes. Apenas consideraram as iniciativas sucien

    tes e satisatrias consideraram as iniciativas su

    cientes, mas poderia ser melhor. Se se somar esse ltimo

    percentual com os que avaliaram os treinamentos

    com insucientes, vericase que os treinamentos deixa

    ram algo a desejar por dos respondentes.

    Esses dados sugerem que os treinamento s tm um carter

    de suprir decincias especcas, mas que provavelmen

    te alta sistematizao ou continuidade das iniciativas,

    ou mesmo condies de escolarizao que possibilitem

    um aprendizado mais intenso. Ou seja, a pesquisa corro

    bora as demandas insistentes do setor de necessidade

    de qualicao de mo de obra. A qualicao existente

    parece ser em boa medida para remediar necessidades

    prementes de um setor aquecido e com necessidade de

    aprimorar o processo produtivo.

    Nenhumaresposta

    Sucientes,mas poderia

    ser melhor

    Insucientes

    Sucientes esatisatrias

    47%

    33%

    52%

    31%

    16%

    13%

    7%

    Sim, satiseita

    Cursos oerecidose organizados pela

    prpria empresa

    Cursos oerecidospor empresas

    especializadas

    Cursos oerecidospelo SENAI ou rgo

    equivalente

    Cursos oerecidospelo sindicato

    Insatiseita

    Sim, muitosatiseita

    Grfico 4.4

    Tipo de treinamento a que ostrabalhadores tm acesso(escolha as alternativas)

    Fonte:FGV

    1%Nenhuma resposta

    37%

    60%58%

    52%

    Grfico 4.8

    O trabalhador passou a ser maisprodutivo nos ltimos quatro anos?Fonte:FGV

    No

    56%39%

    Sim,um pouco mais

    5%Sim, bastante mais

    36

    Grfico 4.7

    Aumento da escolaridade dostrabalhadores nos anos recentesFonte:FGV

    Sim,nas unes

    menos qualicadas

    Sim,nas unes

    mais qualicadas

    No

    29%

    54%

    33%

  • 7/30/2019 068.pdf

    21/34

    Grfico 4.10

    Investimentos em processosprodutivos a partir de em relao ao perodo anteriorFonte:FGV

    Grfico 4.11

    Difculdade no investimento em mquinas,equipamentos e processos produtivosFonte:FGV

    As respostas tambm corroboram os dados apurados

    em dados ociais de que tem aumentado a escolaridade

    de trabalhadores do setor. Conorme mostra o gfco

    ., das empresas apontam aumento da escolari

    dade nas unes mais qualiicadas e nas menos

    qualicadas.

    Ao questionamento direto de que se o trabalhador

    passou a ser mais produtivo nos ltimos quatro anos,

    conorme mostra o gfco ., apontaram a alter

    nativa um pouco mais e apenas bastante mais.

    Portanto identicaram aumento de produtividade

    do trabalhador, mas no notaram melhora. Os da

    dos indicam que a maioria indicou um melhora discreta

    na produtividade dos trabalhadores, mas muitos no

    notaram esse eeito.

    PrOdutividade dO CaPital

    A segunda parte do questionrio procurou investigar o

    comportamento das empresas com relao aos inves

    timentos em mquinas, equipamentos e processos. A

    primeira questo oi ormulada da seguinte maneira:

    Considere dois perodos: os anos imediatamente ante

    riores a e o perodo a partir de . Qual armao

    reerente ao investimento em mquinas e equipamen

    tos se aplica sua empresa?, e as respostas constam do

    gfco ..

    As respostas mostram que das empresas passaram

    a investir um pouco mais em mquinas e equipamen

    tos a partir de e que passaram a investir mui

    to mais. Apenas continuaram a investir o mesmomontante ou menos em mquinas e equipamentos. Em

    outras palavras, isso signica que o crescimento do se

    tor tornou imperativo um uso mais intenso do capital,

    o que corrobora os resultados da pesquisa de produtivi

    dade com base em dados do IBGE.

    A pergunta anterior oi ormulada tambm com relao

    ao investimento em processo produtivos. Os percen

    tuais de resposta oram muito prximos dos veriica

    dos com relao a mquinas e equipamentos, conorme

    mostra o gfco ..

    Embora os resultados demonstrem o imperativo de in

    vestimento em mquinas, equipamentos e processos

    produtivos, a pesquisa mostrou que das empresas

    apontaram diiculdades para investir nesses itens. O

    gfco . traz as principais diculdades enrentadas

    por essas empresas. Em primeiro lugar, registraram

    diiculdade em encontrar mo de obra especializada

    para novos equipamentos e processos o que reora

    o papel estratgico do treinamento para o aumento da

    produtividade total de atores. Em segundo lugar, aparecem os prprios custos das mquinas, equipamentos

    e processos, com . No que se reere a diiculdades

    nanceiras, apontaram diculdades no acesso s li

    nhas de crdito para investimentos em mquinas e equi

    pamentos e a alta incidncia tributria na adoo

    de processos industrializados.

    As diculdades relatadas acima ganham mais realce por

    que das empresas julgaram importante ou muito

    importante o investimento em mquinas, equipamen

    tos e processos.

    Grfico 4.9

    Investimentos em mquinas eequipamentos a partir de em relao ao perodo anteriorFonte:FGV

    a PrOdutividade na visO das COnstrutOras

    O investimentoem mquinas eequipamentos equivalente nosdois perodos

    2%Passou a investir menos emmquinas e equipamentospor trabalhador

    A empresa passou ainvestir muito mais emmquinas e equipamentos

    A empresapassou a

    investir umpouco mais em

    mquinas eequipamentos

    48%

    31%

    18%

    1%Nenhuma resposta

    1%Nenhuma resposta

    A empresapassou a

    investir umpouco mais

    em novosprocessos

    produtivos31%

    49%

    17%

    2%Passou a investir menosintensamente em novos

    processos produtivos

    A empresa passou a investirmuito mais em novosprocessos produtivos

    O investimentoem novosprocessosprodutivos equivalente nosdois perodos

    Acesso s linhasde crdito parainvestimentosem mquinas eequipamentos

    Juros altosno crdito

    (custo de capital)

    O custode novos

    equipamentose processos

    Falta detrabalhadoresespecializadospara contratar

    Falta de oertados bens/servios

    desejados nomercado

    Incidnciatributria na

    adoo deprocessos

    industrializados

    34%

    48%

    60%

    67%

    29%28%

    visO da PrOdutividade

    A pesquisa ormulou um pergunta direta com relao a

    satisao dos gestores com relao produtividade da

    empresa. Apenas responderam estar totalmente satis

    eitos; declararam estar insatiseitos. A grande maio

    ria, , se declara satiseita com a produtividade, mas

    considera que ela poderia ser maior.

    Ao apontar os investimentos prioritrios para melhorar

    a produtividade da empresa, indicam a necessidadede treinamento da mo de obra; , a adoo de novos

    processos produtivos; e o investimento em mquinas

    e equipamentos. Nesse contexto, das empresas decla

    ram estar em busca de novos processos produtivos.

    Com relao questo crucial da mo de obra, julga

    ram mais relevante a disponibilidade de trabalhadores,

    ou seja, aumentar a oerta; apontaram como mais

    relevante a necessidade de aumento da produtividade

    por trabalhador. Em ambas as posies, a necessidade de

    treinamento undamental.

    3938

  • 7/30/2019 068.pdf

    22/34

    Co fcoco po

    O crescimento da produtividade total dos atores da in

    dstria de Construo Civil se deu a uma taxa mdia de

    , ao ano no perodo de a . Isso signica dizer

    que os ganhos de produtividade acumulados no perodo

    totalizaram ,, ou seja, se osse empregada a mesma

    dotao de capital sico e trabalho, o produto da Cons

    truo de seria , superior ao de .

    A anlise da taxa de crescimento da produtividade exige

    cuidados porque as causas desse crescimento poderiam

    estar relacionadas a diversos atores, entre eles esto as

    mudanas na tecnologia de produo. O progresso tec

    nolgico pode ser visto como o incremento do nvel de

    conhecimento tcnico aplicado produo, esse incre

    mento expresso de diversas ormas, tais como: dissemi

    nao de novos processos construtivos, progresso tcni

    co incorporado aos bens de capital, maior qualicao

    da modeobra (capital humano). Porm, os ganhos de

    produtividade tambm podem ser explicados pelos ren

    dimentos crescentes de escala obtidos em um perodono qual setor cresceu de orma acelerada. Ou, ainda, o au

    mento da produtividade do setor pode estar relacionado

    maior concentra