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ESTÁGIOSUPERVISIONADO I

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EstágioSupervisionado I

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Pedro Daltro Gusmão da Silva

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SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

EDUCAÇÃO E PRAXIS PEDAGÓGICA 07○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

ESTÁGIO SUPERVISIONADO E PRÁXIS PEDAGÓGICA 07○ ○ ○ ○

Estágio Supervisionado: O Que é, Papel e Importância

Etapas do Sstágio Supervisionado

O Trabalho Docente e a Construção da Práxis Pedagógica

A Ética Profissional do Educador

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO NAS SÉRIES INICIAISDO ENSINO FUNDAMENTAL 26○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Desenvolvimento Cognitivo dos Alunos

Inteligências Múltiplas e Diversidade em Sala de Aula

Princípios Orientadores da Ação Pedagógica na Salade Aula: Interdisciplinaridade e Contextualização

Princípios Orientadores da Ação Pedagógica em Salade Aula: Transposição Didática

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DO PLANEJAMENTO À AÇÃODOCENTE 41○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

PLANEJAMENTO E AÇÃO DOCENTE NO ESTÁGIOSUPERVISIONADO 41○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Projeto de Intervenção: a Importância 41○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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EstágioSupervisionado I

OS RECURSOS DIDÁTICOS NO ESTÁGIO

SUPERVISIONADO: SELEÇÃO E USO 58○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Inteligências Múltiplas como Princípio de Seleçãoe uso de Recursos Didáticos

O Papel da Ludicidade na Construção dos Recursose sua Aplicação no Estágio Supervisionado

Oficina de Recursos Didáticos

Atividade Orientada

Glossário

Referências Bibliográficas

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Do Projeto de Intervenção ao Plano de Ação

Elaborando o Plano de Ação

Cronograma de Execução

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Apresentação da Disciplina

Caro(a) estudante:

Você agora vai iniciar uma aventura educativa com a disciplina EstágioSupervisionado I. Trata-se de uma disciplina da maior relevância para a práticadocente, pois possibilita o contato do estudante com o campo profissional e osdilemas e desafios inerente a profissão docente.

Esta disciplina tem como objetivo propiciar a reflexão sobre os processosque envolvem o ensino/aprendizagem e a ação docente, ampliando esta discussãopara as temáticas que envolvem educação e cultura.

Abordaremos nesta disciplina pressupostos teóricos e práticos que sustentamuma prática educacional interacionista e dialógica, buscando promover um exercíciode reflexão a respeito do ensino nas séries iniciais do Ensino Fundamentalressaltando aspectos ideológicos, filosóficos, psicológicos que lhe servem comoreferências e principalmente vislumbra o exercício para construção de uma práticapedagógica autônoma e cônscia.

A disciplina Estágio Supervisionado I encontra-se dividida por questõesmetodológicas em dois grandes blocos temáticos, que na verdade secomplementam, perfazendo uma carga horária total de 72 horas.

O primeiro bloco temático intitula-se “Educação e Práxis Pedagógica” e serádesenvolvido a partir de dois temas: Estágio Supervisionado e práxis pedagógica eEstágio supervisionado nas séries iniciais do Ensino Fundamental.

O segundo bloco temático denomina-se “Do planejamento à Ação Docente”e será desenvolvido em temas como: Planejamento e Ação Docente no EstágioSupervisionado e os Recursos Didáticos no Estágio Supervisionado: Seleção eUso.

Temos o desafio de pôr mãos à obra, defender a prática pedagógica crítica,garantindo assim, o acesso a uma educação de qualidade, fazendo cidadania emcada momento da ação educativa.

Sendo assim, o nosso material didático foi pensado para potencializar suaaprendizagem e reflexão, por este motivo sugerimos que você leia, analise, discuta,questione, busque e realize todas as atividades propostas. Vá além... Acreditamosno seu potencial para aproveitar bastante este módulo e as atividades inerentes aesta disciplina.

Desejamos sucesso na sua prática educativa!

Profa. Aldaci LopesProfa. Tatiane Lucena

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EDUCAÇÃO E PRÁXIS PEDAGÓGICA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO E PRÁXIS PEDAGÓGICA

Estágio Supervisionado: o Que é, Papel e Importância

Estágio: O Que é?

Compreender o que é e como se conceitua o Estagio Supervisionadoé de extrema importância para o aluno da graduação que irá iniciar sua açãodocente. Segundo Bianchi (2002) recorrer ao dicionário auxiliará noentendimento. Acompanhe os termos envolvidos neste tema:

Estágio s.m. Período de estudos práticos, exigido dos candidatosao exercício de certas profissões liberais: estágio de engenharia; estágiopedagógico./Período probatório, durante o qual uma pessoa exerce umaatividade temporária numa empresa. / Aprendizagem, experiência.

Supervisionar v.t. Brás. Supervisar, inspecionar.

Supervisar v.t. Dirigir e inspecionar um trabalho; supervisionar, revisar.

Revisar v.t. Visar novamente; fazer a inspeção ou revisão de; revisar um processo.Rever, corrigir, emendar.

Rever v.t. Tornar a ver, ver pela segunda vez, ver com atenção, examinarcuidadosamente com o intuito de melhorar, fazer revisão de, emendar, corrigir. (KooganHouaiss. Enciclopédia digital)

Ao analisarmos os significados acima, podemos considerar que o EstágioSupervisionado é um momento de estudos práticos para o ensino/aprendizagem eexperiência docente, pois envolve supervisão, revisão, correção e planos cuidadosos.

O estágio, quando compreendido como uma atividade que pode trazer imensosbenefícios para o ser humano, para a melhoria do processo educativo e para o estagiário,no que diz a sua formação profissional, provavelmente trará respostas positivas. Estes setornam ainda mais indispensáveis quando se tem consciência de que as maioresbeneficiadas serão a sociedade, a comunidade escolar, os egressos da universidade e,em especial, a qualidade da educação.

Estagiar é tarefa do aluno; supervisionar é incumbênciada universidade, que está representada pelo professor.Acompanhar, fisicamente se possível, tornando essa atividadeincomum, produtiva é tarefa do professor, que visualiza com oaluno situações de trabalho passíveis de orientação (BIANCHI,2002).

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EstágioSupervisionado I

Sendo assim, o estudante deve está com a atenção voltada parademonstrar seu conhecimento pela teoria trabalhada, realizar seu trabalho comdignidade procurando, dentro da sua área de atuação, demonstrar que temcompetência, habilidade, simplicidade, humildade e firmeza, lembrando-seque ser humilde é saber ouvir para aprender, ser simples é ter conceitos clarose sabê-los demonstrar de maneira cordial que possibilitem o entendimentode terceiros.

O artigo 82 da Lei de Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional (LDB), de 1996, aponta o seguinte sobre o estágio:

“Os sistemas de ensino estabelecerão as normas para arealização dos estágios dos alunos regularmente matriculadosno ensino médio ou superior em sua jurisdição”.

Papel e Importância do Estágio Supervisionado

A finalidade do Estágio Supervisionado é propiciar a complementação do ensino/aprendizagem a ser planejado, executado, acompanhados e avaliado segundo currículos,programas, calendários escolares, a fim de se constituírem em um processo integrador ouseja prático, científico e sócio-cultural.

O Estágio Supervisionado na instituição escolar é mais do que uma experiênciaprática na vida do aluno, é uma oportunidade para o educando refletir sobre os saberestrabalhados durante o Curso Normal Superior.

Podemos definir o Estágiosupervisionado como uma parte docurrículo muito importante na formaçãodo futuro professor porque é aoportunidade de experienciar e realizar,na prática, o conhecimento teóricoadquirido no decorrer da sua formaçãoacadêmica. No estágio, diversasatividades relacionadas com o ensino/aprendizagem são realizadas pordocentes e discentes.

O estágio possibilita ampliar eaprofundar a integração entre osconhecimentos técnicos e as práticas, bem como desenvolver análisescrítico-reflexivas sobre a atuação profissional do professor.

Nesse sentido, o estágio tem por objetivo maior integração entre aprendizagemacadêmica e compreensão da dinâmica das instituições escolares de ensino.

É uma ocasião oportuna para os estudantes estarem diretamente em contato comoutros profissionais da área, a fim de ampliar os saberes sobre a mesma, refletindo a partirda ação profissional. Através do estágio, os estudantes têm a possibilidade de relacionaros assuntos abordados na sala de aula com a prática, sendo uma importante fonte deexperiência, principalmente para os que já estão atuando na área.

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Segundo Schon apud Alarcão (1996) o estágio deve ser considerado tão importantecomo os demais conteúdos do currículo. Assim, os’ próprios docentes, como asuniversidades ainda não deram o devido valor à prática da formação do professor.

O estágio pedagógico é considerado “[...] o parente pobre detodas as disciplinas [...]”, isso porque “[...] a Universidade se demiteda sua função de ajudar o aluno a relacionar teoria e prática e asaber servir-se do seu saber para com ele resolver problemaspráticos [...]”. Para valorizá-lo é preciso conhecer o trabalhorealizado, pois além de encaminhar o aluno para o local de estágio,o professor/orientador faz-se presente, acompanhando e orientandoo aluno durante todo o processo, bem como em encontros individuaise coletivos (ALARCÃO, 1996, p. 38).

Para os atuantes na profissão em que estão estagiando as observações feitas duranteo estágio não é uma forma de invadir o espaço do outro tentando ver o que encontra deinadequado, mas de refletir sobre as atividades para seu crescimento profissional, sendouma oportunidade de meditar sobre sua própria forma de agir, a qual pode ser vista refletidano outro, além de permitir ao mesmo a elaboração do conhecimento de como agir emdeterminada situação, sendo espaço de aprendizagem profissional, em que ofereça aoestudante.

[...] um estágio que permita ao aluno o preparo efetivo parao agir profissional: a possibilidade de um campo de experiência, avivência de uma situação social concreta [...] que lhe permitiráuma revisão constante desta vivência e o questionamento de seusconhecimentos, habilidades, visões de mundo etc., podendo levá-lo a uma inserção crítica e criativa na área profissional e umcontexto histórico mais amplo. (BURIOLLA, 2001, p.17).

Enfim, a experiência proporcionada pelo estágio desenvolve as atitudes profissionaisdos estudantes e, conseqüentemente, a melhoria em sua prática, a qual vai sendotransformada de acordo com as vivências do profissional.

Os conhecimentos adquiridos na prática e a troca de experiências são consideradosas melhores formas de aprendizagem, o que reforça a necessidade de se discutir comoessa aprendizagem ocorre no período de estágio. Assim, o estagiário para construir o seupresente e o seu futuro, tem de ser capaz de interpretar o que vê fazer, de imitar sem copiar,de recriar, de transformar (ALARCÃO, 1996).

Nesse sentido, o professor das séries iniciais do Ensino Fundamental,enquanto estagiário, deve dialogar, demonstrar, questionar, refletir, orientar a tomadade decisões, mas deve também, sempre que preciso informar, explicar, descrever,teorizar sobre assuntos que se façam necessários. Portanto, o seu ser/fazer deveintegrar o dizer com o escutar, a demonstração com a imitação (ALARCÃO, 1996), além deter, na reflexão, o caminho para a decisão. Todos esses questionamentos reforçam aimportância de se elaborar um projeto de estágio que privilegie o conhecimento práticoaliado ao conhecimento teórico, objetivando formar o professor para o exercício conscienteda sua profissão.

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EstágioSupervisionado I

A ESCOLA DOS BICHOS

Era uma vez um grupo de animais que quis fazer alguma coisa pararesolver os problemas do mundo.Para isto, eles organizaram uma escola. Aescola dos bichos estabeleceu um currículo de matérias que incluía correr,subir em árvores, em montanhas, nadar e voar. Para facilitar as coisas, ficou

decidido que todos os animais fariam todas as matérias. O pato se deu muito bem emnatação; até melhor que o professor! Mas quase não passou de ano na aula de vôo, eestava indo muito mal na corrida. Por causa de suas deficiências, ele precisou deixar umpouco de lado a natação e ter aulas extras de corrida. Isto fez com que seus pés de patoficassem muito doloridos, e o pato já não era mais tão bom nadador como antes. Masestava passando de ano, e este aspecto de sua formação não estava preocupando a ninguém- exceto, claro, ao pato. O coelho era de longe o melhor corredor, no princípio, mas começoua ter tremores nas pernas de tanto tentar aprender natação. O esquilo era excelente emsubida de árvore, mas enfrentava problemas constantes na aula de vôo, porque o professorinsistia que ele precisava decolar do solo, e não de cima de um galho alto. Com tantoesforço, ele tinha câimbras constantes, e foi apenas “regular” em alpinismo, e fraco emcorrida. A águia insistia em causar problemas, por mais que a punissem por desrespeito àautoridade. Nas provas de subida de árvore era invencível, mas insistia sempre em chegarlá da sua maneira... Na natação deixou muito a desejar...Cada criatura tem capacidades ehabilidades próprias, coisas que faz naturalmente bem. Mas quando alguém o força a ocuparuma posição que não lhe serve, o sentimento de frustração e até culpa, provoca mediocridadee derrota total. Um esquilo é um esquilo; nada mais do que um esquilo. Se insistirmos emafastá-lo daquilo que ele faz bem, ou seja, subir em árvores, para que ele seja um bomnadador ou um bom corredor, o esquilo vai se sentir um incapaz. A águia faz uma bela figurano céu, mas é ridícula numa corrida a pé. No chão, o coelho ganha sempre. A não ser, éclaro, que a águia esteja com fome! O que dizemos das criaturas da floresta vale paraqualquer pessoa. Deus não nos fez iguais. Ele nunca quis que fôssemos iguais. Foi Elequem planejou e projetou as nossas diferenças, nossas capacidades especiais!Descubraseus dons naturais...

E aE aE aE aE agggggororororora? Como va? Como va? Como va? Como va? Como você se sente?ocê se sente?ocê se sente?ocê se sente?ocê se sente?

Fique de Olho...

Um momento de reflexão...

A prioridade dada à formação teórica em detrimento da formaçãoprática e a concepção da prática como mero espaço de aplicação de

conhecimentos teóricos, sem um estatuto epistemológico próprio é umequívoco dos modelos educacionais e consiste em acreditar que para serbom professor basta o domínio da área do conhecimento específico quese vai ensinar. Desta forma, apenas conhecer os conteúdos referentes às

séries iniciais do ensino fundamental, não faz do profissional umeducador, mas sim sua capacidade de interligar, estimular e refletir junto

com seus alunos na busca e construção dos conhecimentos.

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Ampliando Horizontes

Dúvidas, obstáculos, entrosamento da organizaçãoe da universidade

Por certo e como visto, há dúvidas e obstáculosque sempre ocorrem e estes se situam principalmenteno acesso e início do processo de uma organização.

No entanto, quando o estágio está confirmado ese inicia , o aluno deverá preocupar-se com suas atitudes,prever situações e, principalmente, fazer um balanço diário das atividades realizadas. Aorientação constante dos professores supervisores dá suporte ao estágio, à execução doprojeto e da redação do relatório.

A postura do aluno é fator de suma importância: credenciado pela instituição, irárepresentá-la durante sua permanência na organização. A linguagem, a polidez, isto é, agentileza para com as pessoas, o horário respeitado rigorosamente e tudo mais que forexigido no estágio são fundamentais para ser seguido. O estagiário tem de ter em menteque é um aprendiz e que qualquer atitude de prepotência pode determinar resultadosdesfavoráveis ao que foi projetado.

Do modo de proceder do estagiário, os professores supervisores na universidadetirarão conclusões sobre o resultado de seus esforços na difícil tarefa de ensinar e aprender(BIANCHI, 2002).

Etapas do Estágio Supervisionado

A integração da teoria à prática, vivenciada em situações e problemas relativos àprofissão escolhida, estimula o pensamento crítico do estudante e possibilita a formaçãode um profissional apto a enfrentar desafios.

O objetivo principal do estágio é o de proporcionar ao estudante oportunidades dedesenvolver suas habilidades, analisar situações e propor mudanças no ambiente em quevive. Além disso, têm-se como objetivos específicos:

· Incentivar o desenvolvimento das potencialidades individuais, propiciando osurgimento de novas gerações de profissionais capazes de refletir e construir processosinovadores e metodologias alternativas;

· Complementar o processo ensino teórico, através da vivência educacional cominvestigações e pesquisas, buscando incentivar o aprimoramento pessoal e profissional;

· Refletir, sistematizar e testar conhecimentos teóricos históricos e instrumentosdiscutidos em sala de aula, através de experiências concretas, de observação, reflexãosobre a realidade e as influências dos acontecimentos históricos nas relações humanas;

· Propiciar ao aluno-estagiário vivência da realidade profissional e familiarizaçãocom o futuro ambiente de trabalho;

· Estabelecer integração efetiva entre a faculdade e o ambiente educativo, contribuindopara a atualização e o aprimoramento constante do currículo escolar, possibilitando aexpansão dos serviços comunitários propostos pela academia;

Texto Complementar...

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EstágioSupervisionado I

· Favorecer o conhecimento e a aplicação de novas tecnologias,metodologias e organização do trabalho.

Fazendo Estágio, Construindo Habilidades...

O estágio compreende atividades de avaliação e diagnóstico de estudo de caso, deobservação, nas quais contextualiza e transversaliza as áreas e os eixos de formaçãocurricular, associando teoria e prática. Dessa maneira, incorpora três diferentes modalidades:

1. Conhecimento e integração do aluno às realidades sociais, econômicas e dotrabalho na sua área de atuação profissional;

2. Iniciação à pesquisa e ao ensino na qual a realidade escolar é seu objeto de ação-reflexão-ação;

3. Iniciação profissional no campo específico de sua formação.

Ressalta-se que as modalidades de estágio mencionadas podem ser desenvolvidasconcomitantemente, em níveis diversos de complexidade e de aprofundamento. Nessesentido, a relação entre teoria e prática deve ser entendida como eixo articulador daconstrução e produção do conhecimento na dinâmica do professor do ensino fundamental.

A primeira etapa do estágio é entendida como um instrumento de integração doaluno às realidades sociais vigentes e possibilita a interlocução com os referenciais teóricos.Permite ao estagiário construir seu plano de estudos — Projeto — e optar pelos temas deaprofundamento que irão fundamentar sua prática durante o estágio e que estarão presentesna sua atividade orientada.

A segunda etapa direciona-se para iniciação à pesquisa e ao ensino, na forma dearticulação de teoria-prática, partindo do pressuposto de que a formação profissional nãodeve jamais se desvincular da pesquisa. A reflexão sobre a realidade observada a partir deuma problematização que se constitui em uma forma de iniciação à pesquisa educacional.

A terceira etapa destina-se a iniciação profissional do estagiário através de um “saberfazer” que busca orientar-se por teorias de ensino-aprendizagem adequando-as aosconhecimentos históricos, sem perder de vista a realidade de cada instituição e de cadaaluno acompanhado.

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Em síntese...

Etapas do Estágio:1. Integração e Planejamento2. Pesquisa e Plano de Ação3. Prática e Intervenção

Modelo de Formação Integral

Alguns dos aspectos e organizadores conceituais na formação do professor para amudança e inovação:

SER, SENTIR

Colaboração e criatividadeHabilidades pessoaisHabilidades sociaisAbertura à mudançaAtitude de melhoria

Atitude criativaFlexibilidade

Sensibilidade para problemasSensibilidade para valores sociais

Novos interesses e aspirações

SABER, CONHECER

Conhecer a partir do meioEstratégias docentes inovadoras

Conhecimentos da disciplinaConhecimentos sobre aprendizagemConhecimentos psicopedagógicos

Conhecimentos curricularesPlanejamento

Projeto e desenvolvimento curricularProcesso de inovação

Modelos de ensinoComunicação educativa

FAZER, ATUAR

Competência docenteTomada de decisões

Elaboração de materiaisEsboço do projeto inovador

Desenvolvimento de projeto inovador

Texto Complementar...

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EstágioSupervisionado I

Avaliação de projetos e programasAvaliação de centros e do professorado

Análise da realidadeAnálise das necessidades

Aprender com os errosDomínio modelo

QUERER, DECIDIR

Superar bloqueiosEnfrentar conflitos

Enfrentar resistênciasSuperação de estresse e fadigaPersistência na tarefa iniciada

Enfrentar dificuldades e problemasElaboração de projetos e tarefas

Busca da qualidade em processos e resultados.

(LA TORRE, 2002)

O Trabalho Docente e a Construção da Práxis Pedagógica

O professor capacitado para atuar nas séries Iniciais do Ensino Fundamental deveter competência para se integrar no contexto atual do processo de transformaçãoeducacional, respondendo às necessidades da escola e da sociedade. Ademais, oprofissional da educação deverá se dedicar ao ensino e educação de crianças quefreqüentam no nível de ensino pretendido, abrangendo os processos de formação edesenvolvimento do sujeito, alfabetização, domínio da leitura e escrita, das operaçõesfundamentais matemáticas, noções básicas das ciências humanas e sociais, além dededica-se ainda ao desenvolvimento de projetos de ensino e de pesquisa e desenvolverações pedagógicas em parceria com a comunidade escolar e instituições sociais,dinamizando a vida da escola e da comunidade escolar por meio de atividades culturais.

Como habilidade principal, o profissional da educação deve se preparar para secomunicar e se relacionar com as pessoas, desenvolver espírito de liderança, iniciativa ecriatividade. Assim, deverá estar capacitado para a atividade docente; bem como ser umarticulador da organização do trabalho pedagógico nos anos iniciais do Ensino Fundamental;articulador da dimensão interdisciplinar das áreas do conhecimento; com formação paraatuação crítica e interdisciplinar da realidade e capacitado para a ação no espaçoinstitucional de ensino e nas organizações sociais, no planejamento, na gestão e na pesquisado processo educativo. Neste curso a formação do professor acontece pela participaçãono trabalho de pesquisa metodológica e científica, integrada à investigação da realidade,reconhecendo que o papel do professor se faz na atuação profissional e no desempenhodas funções como agente transformador da realidade, valorizando os avanços da ciência eda formação humana, e é por conta disso que há uma preocupação em articular de maneiraharmônica o Estágio Supervisionado e a teoria estudada durante todo o curso.

Essa articulação se dá através do processo de sistematização das relações entreos indivíduos que proporciona o conhecimento de saberes necessários à sua sobrevivênciana sociedade, entendido como educação, refletindo dessa forma, uma contextualização

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mais condizente com a práxis pedagógica do educador. Atualmente, o processo educativoé caracterizado como informal e formal: a primeira diz respeito a transmissão deconhecimentos construídos na vivência cotidiana fora da escola, sendo dado em todosambientes sociais que o indivíduo se encontre como: família, igreja, trabalho e outros lugares;a segunda, é oferecida em um ambiente destinado a este fim, o escolar, onde a finalidadeconsiste em ampliar os conhecimentos de quem a freqüenta, instrumentalizando comocidadão capaz de atuar na sociedade em constante transformação.

Nesse sentido a escola enquanto um espaço que visa preparar o indivíduo paraexercer atividades favoráveis ao seu crescimento e da comunidade, deve estar cada vezmais a procura de modos que os auxiliem nesse processo de caminhar os cidadãos naconstrução de atitudes críticas, tornando-se encarregada de promover atividades quebeneficiem os educandos a se adequar as exigências sociais. Como nos mostra Porto(1999), “[...] a educação é um processo social que se enquadra numa concepção particulardo mundo, a qual, por sua vez, determina os fins a serem atingidos pelo ato educativo eestes fins refletem o espírito da época [...]” (PORTO,1999, p.36). Com isso a escola precisapromover ações que estejam de acordo a realidade de seus educandos, a fim de que osintroduza em seu mundo.

Devido a tantas demandas sociais relacionadas à educação, as escolas vãotransformando seu modo de agir, indo em busca de melhorias na sua rotina de trabalhopara que beneficiem os educandos, ajudando-os na construção de seus conhecimentos. Autilização das formas de como agir em uma instituição marca sua metodologia de trabalho,e esta interfere nas atividades dos educandos, pois a prática pedagógica de um ambienteescolar influencia no processo de aprendizagem dos mesmos incentivando-os na busca denovos conhecimentos.

Sobre as questões acima, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, relata no seuartigo 1º:

“A educação abrange os processos formativos que se desenvolvemna vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições deensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedadecivil e nas manifestações culturais” (LDB, 1996, p.5).

Há afirmação também, que os indivíduos constroem seus conhecimentos mediantea interação com o outro, sendo a escola a maneira formativa do contato com o mesmo.

Nesse contexto, faz-se necessário que professor esteja sempre repensando suaprática pedagógica, procurando refletir sobre a importância do seu papel na sociedade, afim de estar cada vez mais, em busca de atividades que proporcione a satisfação doseducandos na obtenção de novas aprendizagens. Para que os educandos se envolvam nasatividades escolares é preciso que os educadores tenham o cuidado de estar praticandoações que estejam de acordo com o grupo em que trabalha, promovendo formas de trabalhoque despertem seu interesse.

A prática pedagógica do professor cristaliza uma tendência de acordo com cadaépoca, estas vão sendo transformadas devido às exigências sociais, percorrendo, assim,um longo caminho na educação, partindo de saberes variados, os quais foram produzidospela humanidade. A maneira como a escola organiza o processo de ensino-aprendizagemsistematiza a tendência abordada em determinado momento no decorrer do tempo.

As tendências pedagógicas discutidas atualmente foram definidas com base nopensamento pedagógico europeu, o qual foi propagado por todo o mundo, dentre elas

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EstágioSupervisionado I

destacam-se a Pedagogia Tradicional e a Pedagogia Renovada (LIBÂNEO,1991). Estas se opõem por divergirem no que acreditam ser correto na formade como ensinar e aprender atitudes necessárias para sobrevivência doindivíduo.

PEDAGOGIA TRADICIONAL

- A educação tem uma propostacentrada no professor, o qual é o detentor dosaber sendo superior ao aluno, pois é ele quemvigia corrige e transmite conhecimentos,ocupando o cargo de autoridade máxima na salade aula. Os alunos são tidos como “tábua rasa”,por acreditar que os mesmos nada sabem evão à escola como seres passivos com o intuitode acumular conhecimentos, estes sãotratados de forma isolada do cotidiano.

- É valorizado o ensino da cultura geral,em que os conteúdos são vistos como verdadesacabadas inquestionáveis, e expostos de formaoral seguindo passos fixos e pré-determinadosque são utilizados em qualquer contexto escolar.Acredita-se, com essa metodologia que o alunoaprende ouvindo, repetindo da mesma maneiracomo lhe foi passado em diversos exercícios,memorizando e reproduzindo o mesmo naavaliação feita pelo professor, “A escola centrou-se cada vez mais no conhecimento teórico,científico, um conhecimento distanciado davida, de caráter abstrato, cuja aplicação não sevê imediatamente. E a escola, muitas vezes,parte do pressuposto de que os alunos devemestar interessados em adquirir esseconhecimento...” (DELVAL, 2001, p.84). Sendoassim, a mesma ocupa um lugar responsávelna transmissão de conhecimentos científicos,os quais são desinteressantes para os alunospor ser distante da sua vivência.

As tendências educacionais comentadas sofreram diversas críticas no sentido deestarem sempre valorizando as classes sociais mais alta, pois:

[...] cada classe social desenvolvemodelos próprios de comportamentosideais, instrumentos conceptuais diferentesde compreensão das formas deconhecimento e até um conteúdo culturalapropriado às suas condições históricas deexistência. Logo, não há um conteúdo fixo e

absoluto a ser atingido (escola tradicional),nem a escola pode ser uma miniaturizaçãoidealizada da sociedade (escola nova), etampouco o comportamento dos alunos podeser controlado em face de objetivospreestabelecidos (escola tecnicista).(PORTO, 1999, p.42).

PEDAGOGIA RENOVADA

- A Pedagogia Renovada propõe arenovação escolar, na qual o mais importante éo processo de aprendizagem do individuo. Nestapedagogia o aluno é visto e valorizado comoum ser livre, social e ativo, que aprende a partirde suas descobertas e interesses, sendo sualivre expressão valorizada pelo professor.

- O professor tem como função facilitara busca de conhecimento do aluno,proporcionando situações que desenvolvem ascapacidades e habilidades intelectuais, assim“...enquanto a escola tradicional é julgada comoaquela adequada aos sistemas sociais estáveis,cuja continuidade do status quo é desejada aescola nova é apropriada as sociedades emdesenvolvimento, que necessitam de espíritosempreendedores e adaptados às mudançasaceleradas”. (PORTO, 1999, p.40). Devido atantas modificações ocorridas no mundo asescolas vão transformando suas atividades afim de que seus alunos acompanhem essedesenvolvimento contínuo.

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Na tentativa de formular uma educação transformadora que favorecesse o interessedo povo, foi surgindo primeiro a Pedagogia Libertadora, inspirada por Paulo Freire e aPedagogia Crítico-Social dos Conteúdos, estas “[...] trata-se de duas tendênciaspedagógicas progressistas, propondo uma educação escolar crítica a serviço dastransformações sociais e econômicas, ou seja, de superação das desigualdades sociaisdecorrentes das formas sociais capitalistas de organização da sociedade. No entanto,diferem quanto a objetivos imediatos, meios e estratégias de atingir essas metas geraiscomuns” (LIBÂNEO, 1991, p.69). Essa pedagogia tem como objetivo proporcionar ofuncionamento de escola mediadora entre os alunos e os conteúdos, e estes são tidoscomo conhecimentos dinâmicos e questionáveis.

Na Pedagogia Libertadora a proposta é de uma educação que favoreça aosestudantes um pensamento crítico que transforme a realidade social, a fim de superar asdesigualdades existentes. Nesta tendência, o professor é visto como o coordenador deatividades, as quais são em torno de temas sociais e políticos, envolvendo problemas aserem analisados com o intuito de estruturar uma forma para atuar na transformação darealidade concreta, após o conhecimento da mesma.

Alguns educadores não aceitaram a proposta da Pedagogia Libertadora afirmandoque essa tendência dá pouca importância ao saber cultural da humanidade, acreditandoque não era suficiente apenas conhecer as questões sociais, o que é uma visão equivocada.Surgindo a partir daí a Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos em que faz-se necessáriotambém construir o domínio de conhecimentos, capacidades e habilidades que possibilitemaos alunos interpretar e buscar seus interesses pessoais e sociais.

Como foi relatado acima “[...] o que importa é que os conhecimentos sistematizadossejam confrontados com as experiências sócio-culturais e a vida concreta dos alunos, comomeio de aprendizagem e melhor solidez na assimilação dos conteúdos [...]” (LIBÂNEO,1991, p.70). O ensino deve envolver o domínio de conteúdos científicos, e a problemáticasocial cotidiana para que através deles os estudantes tenham possibilidade de formar asua consciência crítica.

Diante das tendências abordadas é notável que a educação variasse ao longo dotempo, e devido a tantas transformações ocorridas os educadores estão à procura demelhorias na área em que atuam.

Vasconcellos nos mostra que é anseio de muitos profissionais que o ambiente escolarseja um espaço utilizado para o crescimento integral do indivíduo. “[...] nosso desejo é quea escola cumpra um papel social de humanização emancipação, onde o aluno possadesabrochar, crescer como pessoa e como cidadão, e onde o professor tenha um trabalhomenos alienado e alienante, que possa repensar sua prática, refletir sobre ela, dar-lhe umnovo significado e buscar novas alternativas [...]” (VASCONCELLOS, 1999). Sendo assimos educadores devem estar em constantes reflexões das suas atitudes, buscando renovarsua prática pedagógica a fim de ajudar os educandos a enfrentar os obstáculos existentesna sociedade.

Transformar a educação com o objetivo de proporcionar aosindivíduos melhor aproveitamento da sua escolarização é o desejode muitos educadores, os quais estão a cada diaem busca de novos conhecimentos quefavoreçam seus alunos na conquista de novossaberes. Segundo Zabala (2001) para que oaluno construa sua aprendizagem pessoaldeve haver a contribuição de uma outra pessoa,porém esta construção precisa ser de interesse e

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disponibilidade do educando, partindo de seus conhecimentos prévios e suaexperiência para conceder um significado ao seu estudo.

É necessário que os educadores ajudem os alunos a confiar em suascapacidades para que não desistam diante dos obstáculos, pois os mesmosdevem estar cientes de que aprender não é fácil e neste processo existemdiversos desafios que precisam, ser superados. Com isso ao educador cabeiniciar um trabalho um pouco além do que o aluno já compreende, sendo umaprovocação que desperte seu interesse, a qual na resolução os alunos sintam

o prazer de ter superado a dificuldade e conquistado novos conhecimentos.Para que o educador promova atividades interessantes aos seus alunos, ele precisa

planejar seu trabalho e se dedicar ao mesmo, procurando diversificadas formas quefavoreçam a aprendizagem. Uma das maneiras de elaborar atividades é que as mesmassejam ordenadas, de maneira articulada formando uma seqüência que auxiliem os alunosna compreensão dos assuntos abordados.

A seqüência de atividades favorece um melhor relacionamento entre elas tornando-as interligadas e envolvendo os alunos na participação das mesmas, assim:

Uma das coisas que o docente precisa privilegiar em sua seqüência didática é o deelaborar atividades de acordo com o interesse do aluno, para que não proponha algo quedesestimulem seus desejos, por ser muito fácil de resolver ou por não terem construídoainda os esquemas cognitivos para a mesma.

No entanto, muitos educadores vão em busca de estudos que os ajudem nadescoberta de novos conhecimentos, os quais despertem em seus educandos o gosto doaprender. A procura do crescimento profissional faz com que o indivíduo se depare comsituações conflitantes em relação suas atitudes e as de outras pessoas e as informaçõesestudadas. O conflito de muitos educadores ocorrem no instante em que têm a oportunidadede estar observando a prática pedagógica do outro, analisando e refletindo sobre a formade agir do colega, e muitas vezes se encontrando nas atitudes do mesmo.

“[...] a identificação das fases de uma seqüência didática, as atividadesque a conformam e as relações que se estabelecem deve nos servir paracompreender o valor educacional que têm, as razões que as justificam e anecessidade de introduzir mudanças ou atividades novas que a melhorem [...]”(ZABALA, 1998, p. 54). Por isso, o educador deve estar em constante processode reflexão, a fim de identificar o que precisa ser modificado em sua prática.

Cinema e Conhecimento...

O cinema é mágico e nos leva a lugares longínquos, jamais vistos... ao mesmo temponos transporta a nós mesmos, ao que há de mais íntimo e muitas vezes desconhecido donosso próprio universo da consciência, da racionalidade. O olhar do cineasta nos faz sonhare refletir sobre nossa vida.

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Filmes que nos fazem pensar, refletir, agir e mudar, orientando nossos caminhos...

O Sorriso de Monalisa – Nike Newell

Katherine Watson é uma solteirona convicta, mulher moderna, quesai da ensolarada e liberal Califórnia com destino à pacata Nova Inglaterra.Katherine será professora de História da Arte em uma das maisconceituadas universidades americanas, a Wellesley. Ao chegar no seu novotrabalho, Katherine logo entende que todas suas alunas são mais do queapenas inteligentes e esforçadas. Mas isso não faz delas perfeitas. Entra,então, a função primordial de um bom educador, ensinar a pensar. E estepassa a ser o principal intuito de Katherine, depois de perceber que a maioria das meninasali tinha enorme potencial, mas o jogariam fora se casando e vivendo uma vida de servidãodomiciliar.Mais do que qualquer professora novata, ela vai ser questionada não apenaspelo seu jeito de lecionar, mas também pela sua vida pessoal. Afinal, na década de 50, nãoera comum ver mulheres que abriam mão da “estabilidade” de um casamento em favor dosucesso profissional.

O Óleo de Lorenzo - George Miller

Um garoto levava uma vida normal até que, quando tinha seis anos,estranhas coisas aconteceram, pois ele passou a ter diversos problemasde ordem mental que foram diagnosticados como ALD, uma doençaextremamente rara que provoca uma incurável degeneração no cérebro,levando o paciente à morte em no máximo dois anos. Os pais do meninoficam frustrados com o fracasso dos médicos e a falta de medicamentopara uma doença desta natureza. Assim, começam a estudar e a pesquisarsozinhos, na esperança de descobrir algo que possa deter o avanço da doença.

Central do Brasil – Walter Salles

Dora (Fernanda Montenegro) escreve cartas para analfabetos naCentral do Brasil. Nos relatos que ela ouve e transcreve, surge um Brasildesconhecido e fascinante, um verdadeiro panorama da populaçãomigrante, que tenta manter os laços com os parentes e o passado.

Mentes que Brilham – Jodie Foster

Fred Tate é um superdotado que vive com a sua mãe Dede Tate,uma empregada de mesa, que se esforça para o educar como uma criançanormal, mas que apesar de tudo não o consegue integrar num meio quefacilmente marginaliza todos aqueles que se mostram diferentes. Recorreentão a Jane Griersm uma psicóloga diretora de uma escola parasuperdotados, que se deixa maravilhar pela inteligência e sensibilidade deFred e que decide escrever um livro sobre ele. Jane pede, então, a suaguarda a Dede, por um verão, alegando que Fred poderá assistir a um curso universitárioenquanto ela o observa. Neste período de afastamento da sua mãe, Fred descobrirá quetoda a sua inteligência não significará muito sem ninguém que o ame e acarinhe com a umacriança normal.

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O jardim secreto – Agnieszka HollandNo início do século XX, Mary Lennox (Kate Maberly)

vivia na Índia com seus pais, que não lhe davam muita atenção.Porém um estouro de elefantes os mata e, seis meses depois,Mary desembarca em Liverpool, na Inglaterra, para viver comLorde Archibald Craven (John Lynch), seu tio, na mansãoMisselthwaite, uma construção feita de pedra, madeira e metalna qual existem segredos e antigas feridas. Mary estava

assustada naquele solar com várias dezenas de quartos e era incrivelmentemimada, pois lhe desagradava a idéia de vestir suas roupas, já que na Índia isto era tarefade suas aias.A mansão é administrada pela Sra. Medlock (Maggie Smith), uma rigorosa efria governanta. Lorde Craven perdeu a mulher há dez anos e nunca mais conseguiu superara tragédia. Para piorar Colin Craven (Heydon Prowse), seu filho, também sobre de extremaapatia, sempre recolhido no seu quarto. Mais uma vez negligenciada, Mary passa a explorara propriedade e descobre um jardim abandonado. Entusiasmada com a descoberta, Marydecide restaurar o lugar com a ajuda do filho de um dos serviçais da casa.

A Ética Profissional do Educador

A qualificação dos alunos como sujeitos de refletir historicamente exigedo professor convicção e persistência para executar um processo demoradocujos resultados no curto prazo podem deixar a desejar, especialmenteconsiderar-se o peso da tradição escolar (CALLAI, 1997).

Moral e ética às vezes são palavras empregadas como sinônimos: conjunto deprincípios ou padrões de conduta (PCN, 1998, p. 69). A ética pode também significar filosofiada moral, portanto, um pensamento reflexivo sobre os valores e as normas de conduta. Emoutro sentido, ética pode significar um conjunto de princípios e normas que um grupoestabelece para seu exercício profissional.

Em outro sentido ainda pode referir-se a uma distinção entre princípios que dãorumo ao pensar sem, diante mão, prescrever formas precisas de conduta (Ética) e regrasprecisas e fechadas (Moral). Neste sentido, é importante atentar para o fato da expressãomoral ter, para muitos, adquirido sentido pejorativo associado a moralismo. Desta forma,cabe ao docente entender ética como valores e regras, não como apenas regras, em seusentido estrito.

Partindo-se do pressuposto de que é preciso oprofessor possuir critérios, valores e, ainda mais, estabelecerrelações e hierarquias entre esses valores para nortear suaprática é imprescindível perceber que o universo doconhecimento é amplo e complexo. Compreenderque somos seres humanos inacabados e estamosbuscando a melhoria da qualidade de ensino,constantemente, requer dos profissionais daeducação uma conduta, uma ética profissional, umdiagnóstico da realidade na qual está inserido, e maisque isso, compreender o seu aluno em suas dificuldadese possibilidades.

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Escola Democrática já é uma Lição

O respeito mútuo, a justiça, a justiça, o diálogo e a solidariedade são pontos dedestaque dentro do conteúdo de ética no Ensino Fundamental. A importância de inclui-losno programa se torna clara quando as diversas etnias, culturas, religiões e opiniões presentesna formação da população brasileira são levadas em conta. Essa diversidade gerapreconceitos que se manifestam na forma de intolerância ou desprezo com relação ao queé diferente. Seus alunos devem saber que todas as pessoas são dignas de respeito, nãoimporta o sexo, a idade, a cultura, a raça, classe social ou grau de instrução.

A ética permeia todo o currículo. É uma discussão que perpassa pelas guerrasestudadas nas aulas de História, pelo jeito certo ou errado de falar nossa língua e pelocuidado com o meio ambiente. Além disso, o tema está presente nas relações internas daescola. A convivência democrática entre professores e alunos ou entre colegas vale comouma bela experiência para estudantes.

(Nova Escola, 2001)

A própria lei — Diretrizes Curriculares Nacionais — dá ao professor e à instituiçãouma flexibilidade para que se desenvolva a ética e a pluralidade cultural em nossas escolase incentiva a formação integral do cidadão. Podemos ser agentes transformadores epesquisadores de saberes da prática docente, que irão proporcionar prazer e alegria aoeducando que busca o conhecimento, incansavelmente, acreditamos ser este o papel éticodo professor.

De acordo com Freire (1981 p. 52) é necessário:

O desenvolvimento de uma consciência crítica,que permite ao homem transformar a realidade, é cadavez mais urgente. Na medida em que os homens, dentrode sua sociedade, vão respondendo aos desafios domundo, vão também fazendo história, por sua própriaatividade criadora.

Mudar é preciso e necessário para saber conviver no século XXI. Mudar nossosparadigmas com relação ao que fomos e ao que somos; ao que aprendemos no passado eao que estamos aprendendo no agora. Sendo assim, torna-se um desafio “aprender aaprender”, “aprender a ser” e “aprender a fazer” (DELORS, 2000, p. 89-99) no processo deensino-aprendizagem.

Reavaliar nossos conceitos, concepções e valores traz para o nosso mundo realuma visão multidimensional do nosso ser. É preciso ter sabedoria, coragem, determinação,prudência, serenidade para atuar na escola de hoje que é dinâmica, transformadora.

As mudanças não ocorrem por um acaso. Elas obedecem à evolução da humanidadee ao desejo de transformação, levando o homem a atuar no universo de forma progressista.O conhecimento tem chegado de forma assustadora no universo escolar. Com o processode globalização as informações estão conectadas em rede, e nós não conseguimosacompanhar esse universo informativo que está chegando a todo o momento. E comoavaliaríamos tais informações, sendo professores?

É muito complexo entender e compreender essas questões que não deixam departicipar de nosso dia-a-dia e de nossa prática profissional. Quantas vezes, na sala deaula, o aluno traz informações das quais, nós não estamos preparados para responder? O

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aprender a ouvir o aluno e estar participando com ele do processo ensino-aprendizagem é outro desafio que teremos que enfrentar no cotidiano escolar.

Entender o humano, como diz Morin (2000), é complexo. A complexidadedo pensamento humano liga-se a incertezas e, ao mesmo tempo, busca umacerteza no conhecimento. E o que é o conhecimento? É um aprender a seravaliado para saber se aprendeu? Por que tantas exigências, sem nem aomenos sabemos para que servem?

O refletir, o pesquisar, o se informar sobre nós, enquanto sujeitos eobjetos do conhecimento se torna necessário para compreender o humano.

Corporificar é buscar ser exemplo ou mesmo referência para os alunos, hoje éimportante, pois, muitos se encontram no olhar que têm de um determinado professor quejulga ser o melhor (FREIRE, 1997, p.38). Mesmo essa premissa podendo ser falsa, háaqueles que nela acreditam e se fundamentam para conseguir lutar pelos seus sonhos.

O professor tem que procurar levar seus alunos a pesquisarem, a se comprometereme a construírem sua história, sua identidade em um mundo em constantes transformações.Buscar melhorar seus hábitos e atitudes são essenciais, para que as mudanças ocorram.Somos seres mutáveis e necessitamos de nos inter relacionarmos para transformamosnossas vidas.

Para Freire (1997, p. 44):

Não é apenas preciso mudar, o que, porém exige paciência, uma paciênciaque eu chamo de impaciente, que exige também conhecimento, humildade euma pressa não demasiada apressada, quer dizer, você tem que viver um tempoem que você corre e anda também, anda quando pode, corre quando pode.

O tempo é o senhor da sabedoria. Temos que confiar em nossa capacidade deaprender a conhecer o universo cultural em que vivemos. Compreender o ser humano esuas relações no espaço em que vive. Aprender que as mudanças existem e que podemosser pacientes em diagnosticá-las como processo de transformação ou processo deinvestigação de nossa própria natureza. Vivemos em um mundo dicotômico, e a partir desuas irreverências, podemos discernir o que seria melhor para a formação de um cidadão,político e consciente de sua formação de educador crítico e reflexivo.

Neste contexto, ética no ensino das áreas de conhecimento das séries iniciais doEnsino Fundamental constitui um dos temas transversais propostos nos ParâmetrosCurriculares Nacionais (1998) e reflete a preocupação para que a escola e o docente realizemum trabalho que incentive a autonomia na constituição de valores de cada aluno, ajudando-o a se posicionar nas relações sociais dentro da escola e da comunidade como um todo.São quatro blocos temáticos principais: respeito mútuo, justiça, diálogo e solidariedade.

Em síntese...

Todo professor é uma referência para os seus alunos. Sendo assim, deve cumprircom o seu papel que é o de possibilitar uma reflexão crítica em seus alunos, isto é, no quediz respeito à ética eles devem ser capazes de:

Compreender o conceito de justiça e perceber a necessidade da construção de umasociedade justa;

Respeitar as diferenças entre as pessoas;Questionar os conteúdos trabalhados e buscar recriá-los frente a sua realidade;

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Valorizar o diálogo como forma de esclarecer conflitos e tomar decisões coletivas;Perceber as relações entre a história do passado com o presente;Aplicar os conhecimentos adquiridos na escola para construir uma sociedade

democrática.

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]

Texto Complementar...Ética e Educação no Mundo Globalizado

A sociedade atual caracterizada pelas tecnologias da informação, em escala globale em ritmo de tempo nulo lança desafios outros à educação escolar, que conta com apresença ativa do professor na sala de aula. A educação tradicional ocupava-se datransmissão de conteúdos, fornecimento de informações, já que escassas. Agora, ante oexcesso de informações com que se defrontam alunos e professores, cumprem à educação,fazê-las significativas às experiências de vida, aos interesses e valores da vida em comum,desde o cotidiano vivido de cada um à convivência solidária e co-responsável de todos oshomens. Faz-se necessária a consciência de que todo ato humano é ético porque é ato delinguagem que produz o mundo que se cria com outros na convivência de todos com todos.

Impõe-se hoje uma ecologia cognitiva de redes complexas, na qual interajam os atoreshumanos, biológicos, técnicos, os fatores culturais e as conquistas científicas referidas àssituações concretas de vida. E, quanto mais parecem dispensáveis, as relaçõesinterpessoais, calorosas e densas, mas se exigirão elas num mundo aberto à cidadania detodos por igual, diferençado e plural, na valorização do que é próximo e familiar.

Essas possibilidades imensas que se abrem, esses processos da comunicaçãoampliada, dependem, com tudo ou mais, dos usos que deles se façam. Por isso, multiplicam-se também e adensam-se às responsabilidades éticas da escola posta como lugar do debatee da argumentação discursiva de que participem todos em pé de igualdade e, no sentidomelhor, adquirir a capacidade de entendimento mútuo dos seres humanos entre si, e, comisso, garantir uma melhor qualidade de vida.

Os conhecimentos que a escola deve disseminar na contemporaneidade não podemser encarados como certezas ou verdades absolutas, mas como saberes sempre provisórios,sempre em movimento de reconstrução nas aprendizagens significativas, abertas a novasreformulações, controladas por comunidades argumentativas e postas no âmbito da maisampla publicidade crítica; por isso, éticas. (Revista Espaços da Escola, 1991).

Após a leitura, comente a importância do estágio nasséries iniciais do Ensino Fundamental na perspectiva daeducação atual.

1.....

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Enumere cinco razões que tornam importante a realização do EstágioSupervisionado.2.....

Leia o texto e analisa as questões abaixo:

O Professor e o Ensino da Condição Humana

No que se refere aos parâmetros para o desenvolvimento de propostas à formaçãoeducacional, muitos têm sido os escritos destinados a repensar, em nível mundial, a educação.Entre eles, destacam-se: Os sete saberes necessários à educação do futuro, de EdgarMorin (2001), e Educação: um tesouro a descobrir, também denominado Relatório JacquesDelors. Ambos foram considerados pela UNESCO como referenciais para orestabelecimento de políticas educacionais para o futuro.

A educação é a forma pela qual há a transmissão de forma maciça e, muitas vezes,eficaz do conhecimento. Baseando-se em Morin, considera-se que há sete saberesfundamentais que a educação do futuro deve tratar em toda sociedade e em toda cultura,sem exclusividade ou rejeição, segundo modelos e regras próprias a cada sociedade ecada cultura.

O conjunto das reflexões atuais sobre a reforma do sistema educacional, da educaçãobásica e a formação de professores, requer dois investimentos cognitivos que secomplementam: o exercício de um diálogo capaz de articular nossas competências e aescolha de meta-temas e princípios que exponham, com clareza, o ideário da educaçãoque queremos.

Desse ponto de vista, é necessário expor, problematizar e avaliar se a produção doconhecimento de que dispomos como herança histórico-cultural, responde, de maneirasatisfatória, aos problemas que emergem na sociedade contemporânea, marcados pelarelação de complementaridade e oposição entre ciência, tecnologia e meio ambiente. Maisque isso, interessa perguntar se nossa prática como educador nos permite projetar e construiras bases de uma sociedade futura. Abrir as especialidades, prover métodos de pensar querejuntem conhecimentos e reconstruir um sujeito capaz de problematizar a condição humanaparecem ser o protocolo básico para repensar a educação. Uma reforma do pensamento(Morin), orientada pela desconstrução e reconstrução dos atuais modelos cognitivos (Atlan),certamente facilitará a escolha de fatos portadores de sentido (Rosnay) que possam fazerda educação o ensino da condição humana em sintonia com os domínios do mundo quefundam essa condição.

De acordo com o texto, o conhecimento precisa ser pautado em que bases teóricas?

3.....

a.....

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Na sua opinião, quais os benefícios que tem um estudante de licenciatura em realizarum estágio supervisionado?4.....

Confronte as principais características da Pedagogia Tradicional e da PedagogiaRenovada, considerando sua inserção enquanto estagiário-docente.5.....

6.....Na sua opinião, a ética é uma palavra em desuso pelos profissionais de educaçãoou tem sido um tema que participa ativamente dos debates educativos? Justifique suaresposta.

Explique como o planejamento impulsiona a aquisição de conhecimentos por partedos educandos.7.....

Descreva a natureza do Estágio Supervisionado, explicitando quais os seus desejose expectativas em relação à sua prática.8.....

De acordo com as definições apresentadas e as definições que você conheceadvindas do senso comum, recrie um conceito de ética e um conceito de ética profissional.9.....

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EstágioSupervisionado I

Desenvolvimento Cognitivo dos Alunos

Em uma sociedade democrática, o professor tem vários desafios. Um dos maisimportantes é o de estimular a aprendizagem e desenvolver habilidades e competênciasestruturais e básicas nos alunos, preparando-os para se tornarem cidadãos plenos eemancipados em todos os campos de sua vida. De acordo com Jacques Delors, a educaçãodeve se fundamentar nos quatro pilares da educação para o século XXI: aprender a ser,aprender a conhecer, aprender a fazer e aprender a conviver.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO NAS SÉRIESINICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Em seu livro Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários àPrática Educativa, Paulo Freire oferece contribuições valiosas paraconduzir à reflexão sobre a competência docente.

Ensinar exige razão de ser de alguns desses saberes em relação como ensino dos conteúdos [...]. Ensinar exige disponibilidade para o diálogo [...]nas relações com os outros que não fizeram necessariamente as mesmasopções que eu fiz, no nível da política, da ética, da estética, da pedagogia [...],que me encontro com eles ou com elas [...]. Ensinar exige o reconhecimento ea assunção da identidade pensante, comunicante, transformador, criador,realizador de sonhos [...]. Ensinar exige a apreensão da realidade [...],transformar a realidade para nela intervir, recriando-a [...]. Ensinar exigesegurança, profissional e generosidade [...]. O fundamental no aprendizadodo conteúdo é a construção da responsabilidade da liberdade que se assume[...] (FREIRE, 1996, p. 35).

Segundo Fonseca (2003, p. 117), nos últimos anos do século XX, o ensino deveriaser precedido nas produções de conhecimento no cotidiano escolar. A autora focaliza apossibilidade de organização do ensino, especificando o de história, por projetos de pesquisana atual realidade escolar brasileira.

Zabala (1998, p. 27) complementa que por trás de qualquer proposta metodológicase esconde uma concepção de valor que se atribui ao ensino, assim como certas idéiasmais ou menos formalizadas e explícitas em relação aos processos de ensinar e aprender.

Neste sentido, o educador precisa acompanhar as mudanças, promovendo na salade aula o entendimento entre o tradicional, o novo e o diferente, trabalhando os conflitos,transformando a escola em um espaço de convivência prazerosa do aprender e do saber,valorizando a cultura original do aluno.

Uma atividade que agrega ludicidade e teoria é o reflexo de como deve pensar umaescola no século XXI. Segundo os PCN’s (1998, p. 40), no processo de aprendizagem, oprofessor é o principal responsável pela criação de situações de trocas, de estímulos na

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construção de relações entre o estudado e o vivido, de integraçãocom outras áreas de conhecimento, de possibilidade de acessodos alunos a novas informações, de confrontos de opiniões,de apoio ao estudante na recriação de suasexplicações e de transformação do meio em que vive.

Inclusão Digital nas EscolasHá uma década, computador em escola

brasileira era, quando muito, privilégio de elite. Seuuso praticamente se restringia a processar textos e a internet era novidade absoluta. Hojeesses recursos são os mais básicos de uma enorme gama de opções. As escolas públicascom laboratório de informática ainda são 11% do total, segundo o Ministério da Educação.Mais cedo ou mais tarde, contudo, eles estarão em toda a rede de ensino.

Fazer parte dos novos tempos não depende apenas de equipamentos modernos. Ainteração que eles permitem pede uma revisão dos métodos tradicionais de ensino. Quantomais se mantiverem os hábitos que relegam o aluno a um papel meramente receptor, menosdiferença a tecnologia fará no aprendizado. Em muitas escolas, os computadores ficamdurante a maior parte do tempo confinados a salas que só se abrem para aulas de informática,sem se incorporar ao projeto pedagógico. É como deixar trancados os livros da bibliotecaou limitar seu uso ao processo estrito de alfabetização.

Em geral, crianças e jovens sabem aproveitar por conta própria as oportunidadesoferecidas pelo mundo digital, ainda que - claro - com propósitos recreativos. Segundo oComitê Gestor da Internet no Brasil, dos 32,1 milhões de usuários da rede no país, a maioriaé jovem. Alguns professores ficam constrangidos diante dessa desenvoltura, mas não hárazão para isso. O papel do professor, portanto, é dar um sentido ao uso da tecnologia,produzir conhecimento com base em um labirinto de possibilidades. É possível, por exemplo,estimular o raciocínio lógico com jogos virtuais ou criar páginas na internet para os alunospublicarem seus textos.

Texto adaptado da Revista Nova escola(http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0195/aberto/mt_161219.shtml).

Inteligências Múltiplas e diversidade em Sala de Aula

Etimologicamente, a palavra “inteligência”, no latim intellego origina-se da junçãodas palavras inter (entre) e eligere (escolher), que em seu sentido mais amplo, significacapacidade para compreendermos as coisas. Convencionalmente a inteligência é entendidacomo a faculdade de compreender. O primeiro sentido diz respeito a questões como: ainteligência é também uma questão de discernimento, de distinção, discriminação.

De acordo com Antunes (1998, p. 18), a inteligência “é produto de uma operaçãocerebral e permite ao sujeito resolver problemas e, até mesmo, criar produtos que tenham

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EstágioSupervisionado I

valor específico dentro de uma cultura”. Sob esta ótica, a inteligência contribuipara que em situações difíceis possamos perceber e criar alternativas atravésdas quais possamos decidir em optar ou venhamos a dar sugestõessignificativas para resolução e/ou encaminhamento de um determinadoproblema.

A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) abordao conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, quepermite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área

de atuação. Sua insatisfação com a idéia de quociente de inteligência (QI) e com visõesunitárias de inteligência, que focalizam, sobretudo, as habilidades importantes para osucesso escolar, levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas dahabilidade para resolver problemas.

Assim, a inteligência pode ser entendida como apacidade inata, geral e única, quepermite aos indivíduos um desempenho, maior ou menor, em qualquer área de atuação.Sua insatisfação com a idéia de quociente de inteligência (QI) e com visões unitárias deinteligência, que focalizam, sobretudo, as habilidades importantes para o sucesso escolar,levou Gardner a redefinir inteligência à luz das origens biológicas da habilidade para resolverproblemas. Através da avaliação das atuações de diferentes profissionais em diversasculturas, e do repertório de habilidades dos seres humanos na busca de soluções,culturalmente apropriadas, para os seus problemas, o autor trabalhou no sentido inverso aodesenvolvimento, retroagindo para eventualmente chegar às inteligências que deram origema tais realizações. Na sua pesquisa, Gardner estudou também:

O desenvolvimento de diferentes habilidades em crianças normais e criançassuperdotadas;

Adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a intensidade de suaprodução intelectual, mas sim uma ou algumas habilidades, sem que outras habilidadessejam sequer atingidas;

Populações ditas excepcionais, tais como idiot-savants e autistas, e como osprimeiros podem dispor de apenas uma competência, sendo bastante incapazes nas demaisfunções cerebrais, enquanto as crianças autistas apresentam ausências nas suas habilidadesintelectuais; (d) como se deu o desenvolvimento cognitivo através dos milênios.

Psicólogo construtivista muito influenciado por Piaget, Gardner distingue-se de seucolega de Genebra na medida em que Piaget acreditava que todos os aspectos dasimbolização partem de uma mesma função semiótica, enquanto que ele acredita queprocessos psicológicos independentes são empregados quando o indivíduo lida comsímbolos lingüísticos, numéricos gestuais ou outros.

Segundo Gardner uma criança pode ter um desempenho precoce em uma área (oque Piaget chamaria de pensamento formal) e estar na média ou mesmo abaixo da médiaem outra (o equivalente, por exemplo, ao estágio sensório-motor). Gardner descreve odesenvolvimento cognitivo como uma capacidade cada vez maior de entender e expressarsignificado em vários sistemas simbólicos utilizados num contexto cultural, e sugere quenão há uma ligação necessária entre a capacidade ou estágio de desenvolvimento em umaárea de desempenho e capacidades ou estágios em outras áreas ou domínios.

Num plano de análise psicológico, afirma Gardner (1982), cada área ou domínio temseu sistema simbólico próprio; num plano sociológico de estudo, cada domínio se caracterizapelo desenvolvimento de competências valorizadas em culturas específicas.

Ele sugere, ainda, que as habilidades humanas não são organizadas de formahorizontal; ele propõe que se pense nessas habilidades como organizadas verticalmente, e

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que, ao invés de haver uma faculdade mental geral, como a memória, talvez existam formasindependentes de percepção, memória e aprendizado, em cada área ou domínio, compossíveis semelhanças entre as áreas, mas não necessariamente uma relação direta.

Na sua teoria, Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a habilidadede questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos os indivíduospossuem, como parte de sua bagagem genética, certas habilidades básicas em todas asinteligências. A linha de desenvolvimento de cada inteligência, no entanto, será determinadatanto por fatores genéticos e neurobiológicos quanto por condições ambientais. Ele propõe,ainda, que cada uma destas inteligências tem sua forma própria de pensamento, ou deprocessamento de informações, além de seu sistema simbólico. Estes sistemas simbólicosestabelecem o contato entre os aspectos básicos da cognição e a variedade de papéis efunções culturais.

Segundo Antunes (1998), os estímulos são o alimento da inteligência e estãopresentes desde o início da infância, contudo isto deve ocorrer de maneira maneira gradual,sem excessos, pois “estimulações excessivas, já se disse antes, possui o mesmo sentidoque alimentação em quantidade acima da necessidade”. Neste sentido, cabe ao professorestar conectado ao educando o tempo todo, observando seus interesses. É importante terem mãos os recursos para que sejam usados com sobriedade e, principalmente, com aparticipação da comunidade escolar.

“Nunca confunda velocidade naaprendizagem com inteligência”

(ANTUNES, 1998)

A noção de cultura é básica para a Teoria das Inteligências Múltiplas. Com a suadefinição de inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos quesão significativos em um ou mais ambientes culturais, Gardner sugere que alguns talentossó se desenvolvem porque são valorizados pelo ambiente. Ele afirma que cada culturavaloriza certos talentos, que devem ser dominados por uma quantidade de indivíduos e,depois, passados para a geração seguinte.

As implicações da teoria de Gardner para a educação são claras quando se analisaa importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de desenvolvimentodas várias inteligências e à relação existente entre estes estágios, a aquisição deconhecimento e a cultura.

As inteligências em um ser humano são mais ou menos comojanelas de um quarto. Abrem-se aos poucos, sem pressa, e pra cada etapadessa abertura existem múltiplos estímulos... Os estímulos não atuamdiretamente sobre a janela, mas se aplicado adequadamente, desenvolvehabilidades e estas, sim, conduzem a APRENDIZAGENS SIGNIFICATIVAS(ANTUNES, 19980).

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EstágioSupervisionado I

Thomas Armstrong incorpora, em seus escritos, as pesquisas maisnovas de Gardner e outros estudiosos. Os estudos originais de Gardnersugerem que a mente humana é composta por sete inteligências – lingüística,lógico-matemática, espacial, corporal-cinestésica, musical, interpessoal,intrapessoal, naturalista e, possivelmente, existencial. Os estudos de Armstrongproporcionam ajudar educadores de todos os níveis a aplicarem a teoria dasIM ao desenvolvimento de currículos, planejamento de aulas, avaliação,educação especial, habilidades cognitivas, tecnologia educacional,

desenvolvimento de carreira, políticas educacionais e muito mais. Armstrong apresentainstrumentos, recursos e idéias que os professores poderão usar imediatamente para ajudaralunos de todas as idades a atingirem o seu potencial máximo na vida.

Com o surgimento desta teoria o conceito de inteligência foi reestruturado e o serhumano passou a ser compreendido na sua multidimensão. As discussões evidenciavamque as inteligências são competências, e dessa forma se responsabiliza pela soluçãoespecífica de problemas diferenciados com a capacidade de criação de “produtos” válidospara uma determinada cultura.

De acordo com Gardner (1996), seriam oito as inteligências, denominadasinteligências múltiplas: inteligências lingüística ou verbal, a lógica-matemática, a espacial, amusical, a cinestésica corporal, a naturalista e as inteligências pessoais, isto é, intrapessoale a interpessoal. Posteriormente, outras inteligências vêm sendo estudadas. Mas para efeitodo nosso trabalho educativo entendemos que o trabalho de Antunes ainda nos satisfaz.

Vejamos como Antunes (1998, p.111-113) inspirado em Gardner, apresentou asinteligências:

Lingüística: capacidade de processar rapidamente mensagens lingüísticas, de ordenarpalavras e de dar sentido lúcido às mensagens;

Lógico-matemática: facilidade para o cálculo e para a percepção da geometriaespacial. Prazer específico em resolver problemas embutidos em palavras cruzadas,charadas ou problemas lógicos como os do tangram, dos jogos de gamão ou xadrez;

Espacial: capacidade de perceber formas e objetos mesmo quando apresentadosem ângulos não-usuais, capacidade de perceber o mundo visual com precisão, de efetuartransformações sobre as percepções, de imaginar movimento ou deslocamento interno entreas partes de uma configuração, de recriar aspetos de experiência visual e de perceber asdireções no espaço concreto e abstrato;

Musical: facilidade para identificar sons diferentes, perceber nuanças em suaintensidade e direcionalidade. Reconhecer sons naturais e, na música, perceber a distinçãoentre tom, melodia, ritmo, timbre e freqüência. Isolar sons em agrupamentos musicais;

Cinestésica corporal: capacidade de usar o próprio corpo de maneira diferenciadae hábil para propósitos expressivos. Capacidade de trabalhar com objetos, tanto os queenvolvem motricidade específica, quanto os que exploram uso integral do corpo;

Pictórica: capacidade de expressão por traço, desenho ou caricatura. Sensibilidadepara dar movimento e beleza a desenhos e pinturas, autonomia para captar e retransmitiras cores da natureza, movimentar-se com facilidade de diferentes níveis da computaçãografia;

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Naturalista: atração pelo mundo natural e sensibilidade em relação a ele, capacidadede êxtase diante da paisagem humanizada ou não;

Pessoais: interpessoal – capacidade de perceber e compreender outras pessoas,descobrir as forças que as motivam e sentir grande empatia pelo outro indistinto. Intrapessoal– capacidade de auto-estima, automotivação, de formação de um modelo coerente e verídicode si mesmo e do uso desse modelo para operacionalizar a construção da felicidade pessoale social;

Neste sentido, Antunes (1998), apresentou algumas sugestões de ações no intuitode desenvolver tais habilidades nos educandos:

Espacial: exercícios físicos e jogos operatórios que explorem a noção de direita,esquerda, em cima e em baixo. Natação, judô e alfabetização cartográfica;

Lingüística ou verbal: as crianças precisam ouvir muitas palavras novas, participarde conversas estimulantes, construir com palavras imagens sobre composição com objetos,aprender, quando possível, uma língua estrangeira;

Sonora ou musical: cantar junto com a criança e brincar de “aprender a ouvir” amusicalidade dos sons naturais e das palavras são estímulos importantes, como tambémhabituar-se a deixar um som de CD no aparelho de som, com música suave, quando acriança estiver comendo, brincando ou mesmo dormindo;

Cinestésica corporal: desenvolver brincadeiras que estimulem o tato, o paladar e oolfato. Simular situações de mímica e brincar com a interpretação dos movimentos. Promoverjogos e atividades motoras diversas;

Pessoais (intra e interpessoal): abraçar a criança carinhosamente, brincar bastante.Compartilhar de sua admiração pelas descobertas. Mimos e estímulos na dosagem e nahora corretas são importantes;

Lógico-matemática: acompanhar com atenção a evolução das funções motoras.Exercícios com atividades sonoras que aprimorem o raciocínio lógico-matemático. Estimulardesenhos e facilitar a descoberta das escalas presentes em todas as fotos e desenhosmostrados;

Pictórica: estimular a identificação de cores. Usar figuras, associando-as às palavrasdescobertas. Brincar de interpretação de imagens. Favorecer figuras de revistas e estimularo uso de abstrações nas interpretações;

Naturalista: estimular a percepção da temperatura e do movimento do ar e da água.Brincar de “descobrir” a chuva, o mar, o vento.

Assim, conheça os caminhos para estimular as inteligências múltiplas em sala deaula, segundo Armstrong (2000):

Variar a maneira de apresentar o material;

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EstágioSupervisionado I

Criar centros de atividades;Dar aos alunos opções de tarefas de casa;Ensinar aos alunos sobre as Inteligências Múltiplas;Concentrar-se nas potencialidades de alunos rotulados;Usar as Inteligências múltiplas para desenvolver avaliações;Preparar alunos para o mundo (das Inteligências Múltiplas) real.

Durante o Estágio Supervisionado a ser desenvolvido nas instituiçõesde ensino, torna-se fundamental estarmos atentos no que diz respeito ao desenvolvimentodas múltiplas inteligências, e possíveis relações com o desenvolvimento da aprendizagem.Identificá-las e analisar suas implicações com a aprendizagem é importantíssimo, para quedurante a sua co-participação nas atividades escolares, você obtenha sucesso.

Princípios orientadores da ação pedagógica na sala de aula:interdisciplinaridade e contextualização

A vida cotidiana impõe aos cidadãos situações nas quais o ato de pesquisar estáconstantemente presente. Dessa forma, a construção de saberes escolares deve seguir osmoldes dos saberes construídos na vida. Isso exige empenho dos profissionais de educaçãono sentido de efetuarem intervenções pedagógicas que favoreçam a pesquisa no contextoescolar.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – lei nº 9.394/96) foi aresponsável por uma nova onda de debates sobre a formação docente no Brasil. Antesmesmo da aprovação dessa lei, o seu longo trânsito no Congresso Nacional suscitoudiscussões a respeito do novo modelo educacional para o Brasil e, mais especificamente,sobre os novos parâmetros para a formação de professores.

Atualmente, aprender a aprender é condição primordial para o processo de aquisiçãode um conhecimento de qualidade na sala de aula. Através da interdisciplinaridade e dacontextualização cria-se a possibilidade de construção de aprendizagens significativas.

A interdisciplinaridade é um processo de conhecimento que busca a cooperaçãoativa entre áreas do saber, permitindo o intercâmbio e o enriquecimento na compreensão eexplicação do universo a ser pesquisado. Supõe, portanto, a decisão intencional de seestabelecerem nexos e vínculos existentes entre as várias disciplinas de modo a privilegiartodos os aspectos: históricos, políticos, econômicos, socioculturais, na compreensão dadinâmica do ser humano, concretizada no diálogo entre os diversos saberes, de forma quepossam emergir novas formas de interpretação da realidade.

A prática reflexiva, profissionalização, trabalho em equipe e por projetos, autonomiae responsabilidades crescentes, pedagogias diferenciadas, centralização sobre dispositivose sobre as situações de aprendizagem, sensibilidade à relação com o saber e com a leidelineiam o roteiro para o novo ofício. Logo, a dimensão do ensino e da aprendizagem émarcada por um tipo especial de relação, mediada pela apropriação do saber.

O ofício de professor não é imutável. Suas mudanças passam principalmente pelaemergência de novas “competências” (ligadas, por exemplo, ao trabalho com outrosprofissionais ou à evolução das didáticas) ou pela acentuação de competênciasreconhecidas, por exemplo, para enfrentar a crescente heterogeneidade dos efetivosescolares e a evolução dos programas.

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Segundo Perrenoud (2000), todo referencial tende a se desatualizar pela mudançadas práticas e, também, porque a maneira de concebê-las se transforma. Há 30 anos, nãose falava tão correntemente de tratamento das diferenças, de avaliação formativa, desituações didáticas, de prática reflexiva, de metacognição... Podendo ir mais longe, demultidisciplinaridade, de interdisciplinaridade, de transdisciplinaridade, de inteligênciasmúltiplas e assim por diante.

O referencial escolhido acentua as competências julgadas prioritárias por seremcoerentes com o novo papel dos professores, com a evolução da formação contínua, comas reformas do ensino, com as ambições das políticas educativas.

Ele é compatível com os eixos de renovação da escola: individualizar e diversificaros percursos de formação, introduzir ciclos de aprendizagem, diferenciar pedagogia,direcionar-se para uma avaliação mais formativa do que normativa, conduzir projetos deestabelecimento, estabelecer o trabalho em equipe docente e responsabilizar-secoletivamente pelos alunos no centro da ação pedagógica, recorrer aos métodos ativos,aos procedimentos de projetos, ao trabalho por problemas abertos, desenvolver ascompetências e transferência de conhecimentos, ou seja, educar para a cidadania.

Sugestão de atividades nas séries iniciais do Ensino Fundamental A apropriação do conhecimento deve se dar de maneira dinâmica e dialética, dirigida

a contribuir com a ética e as atuações conseqüentes ao engrandecimento das mais belastradições, bem como com a consecução do progresso, do amor à natureza e do benefíciosocial.

As atividades devem vincular-se com os procedimentos apropriados ao ensinoparticipativo individual e em grupo, em forma de realizações tangíveis; uso de informação;construção de modelos; confecção de instrumentos; elaboração de entrevistas; obtençãode resultados; realização de observações e apresentação de registros em forma de tabelas,gráficos, fotos, relatórios, e outros.

Assim, são aplicáveis as utilizações de vídeos, livros, computadores, Internet, visitas;contatos com laboratórios, entidades, indústrias, universidades (especialmente com seusfuncionários e trabalhadores) e outras formas ativas de obtenção de conhecimentos,habilidades e informação, sempre dirigidos ao cumprimento dos objetivos previamenteestabelecidos.

OS LIVROS DIDÁTICOS - No crescimento da qualidade do ensino fundamentaloferecido nas escolas brasileiras está priorizado o uso adequado e o aprimoramento dolivro didático. Isto é essencial ao processo de ensino e aprendizagem, apresentando-secomo instrumento básico do trabalho pedagógico desenvolvido pelo professor, dentro efora da sala de aula.

Como instrumento de aprendizagem, o livro didático, junto aos demais instrumentos,deve ser usado para apresentar o estudo de conteúdos, bem como motivar a realização deatividades que favoreçam a aquisição do conhecimento, por meio da reflexão, da soluçãode exercícios, da propiciada observação de fenômenos, de acontecimentos e fatos, daanálise e das generalizações, visando o desenvolvimento da criatividade e da crítica.Atendendo a essas expectativas, o livro possibilita ao aluno tornar-se sujeito de sua própriaaprendizagem e ao professor assumir a responsabilidade pela condução da mesma.

Pensando, Fazendo e Acontecendo...

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Próximos aos livros didáticos estão os livros de consulta, os pára-didáticos,as revistas, as enciclopédias e os dicionários. Eles complementam asinformações, as ampliam e ajudam a alcançar maior precisão e ligaçãointerdisciplinar. O professor deve conhecer integralmente o livro didático e assuas projeções de relação com outros meios e procedimentos aplicáveis nasatividades.

OS VÍDEOS - A escolha de um vídeo e sua utilização passam por váriasetapas de preparação. Deve-se considerar o ajuste do tema aos objetivos

estabelecidos, que pode ser total ou parcial, como também, a análise prévia dos vídeos porparte do professor ou do coletivo de professores, a reflexão e discussão sobre o conteúdoe a forma de apresentação; a confecção (caso não exista) de uma ficha técnica, uma sinopse(indicando os aspectos que são tratados e chamando à atenção para determinadosassuntos), um roteiro de análise e debates, um elenco de fontes complementares deinformação e, finalmente, uma orientação para a concretização (individual ou grupal) devalores, conhecimentos e habilidades, derivados das múltiplas leituras de um vídeo. Junto atudo isso a medição de quanto foram cumpridos os objetivos específicos da atividade.

A INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO - O emprego da computação no ensino é ilimitado.Para tanto é necessária a escolha do software apropriado ao objetivo que se quer alcançar.Dentre os tipos a empregar então, tutoriais, simuladores, programas interativos (inclusivejogos), enciclopédias, dicionários; e outros softwares especialmente dedicados ao cálculo,realização de gráficos, escritura de textos, etc.

AS VISITAS - As visitas, como outras atividades, devem ser preparadas com muitodetalhe no que diz respeito aos seus objetivos estabelecidos no plano de aula. A escolha davisita a uma fábrica, um laboratório, um centro de saúde, um ambiente natural ou construído,etc. se deve a determinado fim. Na preparação da visita, o fim se destaca de maneira clarae a seqüência de etapas na realização da visita deve ser desenhada conjuntamente entreos professores, os alunos e a entidade a ser visitada. Significa que os professores deverãovisitar antes uma ou mais vezes a entidade em questão, declarar o interesse fundamentalda visita, o nível de profundidade e abrangência das informações sobre os aspectos deinteresse e o vínculo lógico das disciplinas presentes. Os alunos e professores podemelaborar um roteiro da visita e, caso seja conveniente, roteiros de entrevistas ou perguntaspreviamente elaboradas para obter as respostas a hipóteses, ou assuntos levantados emsala de aula ou em grupos. A visita deve aportar elementos novos sobre aspectospossivelmente já considerados em uma outra dimensão ou aproximação.

Texto adaptado do site http://aafd.educar.pro.br/ead/procurricular/Atividad.html

Nesse sentido, para alcançar as aulas interessantes, através de atividadesdiversificadas, citadas acima, não basta apenas dividir os acontecimentos pela gradesemanal de horários. É preciso pensar no enfoque que será dado ao conteúdo, na formacomo ele será abordado e, principalmente, que ponto devemos chegar.

Saiba mais...Dez domínios de competências reconhecidas como prioritárias na formação contínua

das professoras e dos professores no Ensino Fundamental:

1. Organizar e dirigir situações de Aprendizagem;2. Administrar a progressão das aprendizagens;3. Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação;

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4. Envolver os alunos em sua aprendizagem e em seu trabalho;5. Trabalhar em equipe;6. Participar da administração da escola;7. Informar e envolver os pais;8. Utilizar novas tecnologias;9. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;10. Administrar sua própria formação contínua.

Princípios orientadores da ação pedagógica na sala de aula:transposição didática

Reflita!

Não existe alguémQue nunca teve um professor na vida,

Assim como não há ninguémQue nunca tenha sido um aluno.

Se existem analfabetos,Provavelmente não é por vontade dos professores.

Se existem letrados,É porque um dia tiveram seus professores.

Se existem Prêmios Nobel,É porque alunos superaram seus professores.

Se existem grandes sábios,É porque transcederam suas funções de professores.

Quanto mais se aprende, mais se quer ensinar.Quanto mais se ensina, mais se quer aprender.

(Içami Tiba)

Iniciarmos com Içami Tiba nos faz refletir a função do professor e a função do alunono contexto da sala de aula. Mas, que sala de aula é essa?

A sala de aula é uma realidade que contém muitas realidades. Talvez esteja enganadoaquele que imagina estar claro para os educadores e professores o sentido desta coisacom a qual lidam todos os dias: a sala de aula. Esta pode ser pensada em termos do que é,bem como em termos do que deve ser.

Espaço político portador de uma história? Espaço mágico de encontros humanos?Lugar no qual tantos escamoteiam com belas palavras os duros conflitos vividos por umtempo? Espaço no qual se cumpre o jogo sutil das seduções afetivas ou endoutrinadoras?Ou muitas dessas coisas juntas? Enfim: que lugar é esse, a sala de aula?

Desde a concepção formal que o aponta como “local eleito pela civilização para atransmissão do saber”, até a concepção anarquista que o vê como “um picadeiro privilegiadopela sociedade”, a sala de aula é o ambiente específico para as inter-relações vivenciadaspelos sujeitos na escola, mas não pode ser considerada apenas o único ambiente no quala educação se configure em sua magnitude e competências.

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A partir das leituras a seguir, propomos questões que consideramosimprescindíveis para a reflexão sobre o conteúdo em questão:

- Será que o papel do professor é somente de transmissão deconhecimentos históricos ou trabalhar em prolda sociedade?

- Até onde os professores estãobuscando estratégias de resoluções de problemassociais importantes para praticar as noçõesapreendidas no ambiente de sala de aula?

- Será que os conhecimentos aprendidospelos alunos têm significados práticos?

A transposição didática é a sucessão de transformações que fazem passar da culturavigente em sociedade (conhecimentos, práticas, valores, etc.) ao que dela se conserva nosobjetivos e programas da escola, e, a seguir, ao que dela resta nos conteúdos efetivos doensino e do trabalho escolar e, finalmente no melhor dos casos ao que se constrói junto aosalunos.

Querendo-se trabalhar por competências, deve-se provavelmente remontar a origemdessa cadeia e começar perguntando com que situações os alunos irão confrontar-se nassociedades — antiga, atual e futura.

Sendo assim, consideramos que o professor deve planejar estratégias de resoluçãode problemas histórico-sociais. Devemos assinalar a importância da noção de meiosambientes educador, afinal de contas como afirma Brandão (1984):

Ninguém escapa a educação. Em casa, na rua, na igreja ou naescola. De um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços davida com ela; para ensinar, para aprender, para aprender-ensinar. Parasaber, para fazer, para ser, para conviver, todos os dias misturamos avida com a educação.

Entendemos assim, que existe a necessidade que o docente realize um esforço paraplanejar algumas linhas pedagógicas que contemplem conteúdos históricos que norteiamos problemas da sociedade em que ele vive. A finalidade educativa deve ser tudo o quedela faz parte. Isso quer dizer que todos os alunos de uma sociedade devem encontrarpropostas educativas ricas em estímulos para que possam realizar uma aprendizagem queos forme de uma maneira integral.

Deve, portanto, o docente cuidar para que o ambiente educacional se torne um meio,um agente, e um conteúdo educativo e que cada instituição, associação, entidade, rua eespaços urbanos seja agente e, ao mesmo tempo, elemento educativo.

Assim, perceba que, quando falamos de ambiente educacional não nos referimossomente aquele tipo de organização estruturada — escola —, mas nos referimos a umaterminologia mais atualizada: “transposição didática”.

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Também estamos nos referindo a todas aquelas impressões que se recebem dasruas da própria cidade, das estátuas, de seus jardins, de seu povo, de seu patrimôniohistórico.

Muitas vezes, o corpo discente não tem recursos para abordar esses elementosque, mesmo sendo parte de sua vida cotidiana, passam praticamente despercebidos. Seriapossível arriscar uma estratégia que permitisse aos alunos desfazer o emaranhado deenigmas que se esconde no patrimônio urbano?

E aE aE aE aE agggggororororora, Pra, Pra, Pra, Pra, Profofofofofessor?essor?essor?essor?essor?Como FComo FComo FComo FComo Fazazazazazer? O que fer? O que fer? O que fer? O que fer? O que fazazazazazer?er?er?er?er?

Consideramos que o professor é agente social, sobre este ponto de vista, se converteem elemento essencial para compreender um sem-número de questões colocadas peloestudo do patrimônio, como, por exemplo, as intervenções humanas, as mudanças sofridasao longo do tempo, as adaptações tecnológicas, os usos e funções de um determinadoespaço em diferentes épocas da história, etc.

Desta forma, pode-se utilizar o patrimônio sob o ponto de vista literário, tecnológico,artístico, arquitetônico, histórico, natural e industrial. Formular um problema baseado noconjunto patrimonial da comunidade envolvida permite iniciar um processo de formulaçãode hipóteses e reflexão capaz de gerar conhecimento.

Inferimos, pois, que a resolução de problemas sociais assumeimportância e características especiais fora da sala de aula. Por quê?

Quando se realiza uma visita de trabalho fora da classe para estudar as cidades,procuramos elementos que já estão presentes no ambiente educacional que fazem partede nossas vidas, porém o que buscamos é o objeto, o contexto que o envolve e a realidadeque determina. Isso quer dizer que o patrimônio urbano potencializa o fato de que a resoluçãode problemas se realize de forma direta com a realidade, praticamente sem outrasmediações.

É importante ressaltar que diante de um processo educacional que extrapola a salade aula, o corpo discente não faz um tipo de aquisição automática de conhecimentos ehabilidade que, certamente em pouco tempo estarão esquecidas, nem tão poucoresponderão avaliações históricas sem nenhuma relação com o contexto atual. Ao contrário,o que se busca é provocar, e inclusive, criar incertezas na mente dos alunos para que possamver que o patrimônio traz em si muitos problemas históricos que não foram resolvidos.

Em síntese...

O professor possui papel significativo no processo ensino-aprendizagem quetranspõe o ambiente de sala de aula quando possibilita a si e ao aluno intervir nomeio seguindo seu próprio ritmo;

Dentro deste papel, o professor potencializa um caráter interativo, não só como aluno, mas com a disciplina a que se propôs trabalhar e o ambiente ao seu redor.

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Fique por Dentro!

Oito passos para extrapolar o ambiente educativo:

1. O tema trabalhado em classe pode ter sua aplicação no contexto social. Pode serutilizado para tentar resolver algum problema relacionado com otema central e com a realidade;

2. Faz-se uma visita prévia ao espaço em que sepretende trabalhar: uma ruazinha, uma grande avenida,um monumento histórico, um local do vilarejo...Procuram-se pistas, enigmas e problemas;

3. Pensar sobre as possibilidades que oespaço oferece para trabalhar com os temasanteriormente tratados, refletindo sobre sua propostainicial, realçando os objetivos da saída, seus conteúdosprincipais e sua articulação com o tema central;

4. Propor aos alunos a possibilidade de realizar avisita para aprofundar alguns temas tratados na aula;

5. Preparar material para visita em função dos pontos discutidos em sala. A visita éum dia de trabalho;

6. A visita acontece: o problema é delineado, algumas pistas são levantadas para ainterpretação do ambiente educacional e os alunos são orientados em sua pesquisa;

7. De volta à sala de aula, o trabalho continua, enfatizando-se os seus pontos maisinteressantes, ouvindo-se as dúvidas finais que possam surgir e resolvendo-as;

8. Tenta-se avaliar a aprendizagem do ponto de vista conceitual, processual,procedimental e atitudinal.

(LA TORRE, Saturnino; BARRIO, Oscar. Curso de Formação para educadores, 2002)

Texto Complementar...

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“O jogo da verdade”

É na sala de aula, no contato direto com os alunos, que o educadorjoga o “jogo da verdade”. Os cursos, os debates, as pesquisas, as teses sótêm sentido se considerados em sua finalidade: a ação educativa. E, emboralevando em conta as relações com a escola, enquanto instituição e com asociedade de modo geral, o educador tem sala de aula o seu espaço deatuação privilegiado, tendo consciência de que, como todos os espaços, essetambém é histórico e político e que, portanto, sua ação é limitada.

(TAVEIRA, Adriano S. N., A sala de aula — o lugar da vida? 1995)

A partir do texto acima, identifique qual o papel do professor no contexto da sala deaula e o discurso proposto em sua abrangência.

1.....Leia o texto abaixo e comente o que se pede:

Para você, quais seriam as atitudes de um professor que pretende transpor o ambientede sala de aula?2.....

3.....Segundo os conteúdos estudados nesse bloco, relacione as habilidades necessáriasao professor frente aos processos cognitivos dos alunos.

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]

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EstágioSupervisionado I

A expressão “COSTURAR FATOS” foi utilizada no decorrer desses conteúdos.Como você, enquanto docente-estagiário, entende a referida expressão?

Comente, segundo os conteúdos do bloco, como os PCN’s considerama formação do docente e compare com as necessidades da educação atual.4.....

5.....

6.....De acordo com seus estudos, como você conceitua inteligências múltiplas?

Explique, a partir de suas leituras, o que você entende por interdisciplinaridade.7.....

Você considera a interdisciplinaridade aplicável ao ensino das séries iniciais do EnsinoFundamental? Sistematize um breve projeto de aprendizagem que envolva algumasdisciplinas de 1ª à 4ª série, cujo tema seja único, com abordagens diferenciadas. Vamoslá?

8.....

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PLANEJAMENTO E AÇÃO DOCENTE NO ESTÁGIO

SUPERVISIONADO

DO PLANEJAMENTO À AÇÃO DOCENTE

Projeto de Intervenção: a Importância

É preciso uma decisão consciente,muita mística, muita garra,

para estabelecer uma Pedagogia de Direito,numa Sociedade de Conflitos,

onde só na luta se espera com esperança(Paulo Freire)

O Projeto é o instrumento para sistematizar a ação concreta do professor, a fim deque seus objetivos sejam atingidos. É a previsão dos conhecimentos e conteúdos que serãodesenvolvidos na sala de aula, a definição dos objetivos mais importantes, assim como aseleção dos melhores procedimentos e técnicas de ensino, como também os recursoshumanos e materiais que serão usados para um melhor ensino-aprendizagem.

Além disso, o projeto possibilita a investigação de técnicas mais eficazes einstrumentos de avaliação para verificar o alcance dos objetivos em relação a aprendizagem.

A partir da filosofia educacional da escola, dos objetivos específicosdo curso, e dos objetivos da clientela, os professores vãoplanejar para atender estes aspectos fundamentais,

favorecendo, deste modo, um melhor e mais eficaz ensino.Ao refletir sobre o projeto, o que o estudante da

licenciatura realmente faz é planejar o contexto geral dasua disciplina. Mas este contexto está intimamenterelacionado a ser uma decorrência lógica dos objetivos

dos alunos, da comunidade e da escola em que estáinserida. Por isso, deverá expressar uma unidade deidéias, de princípios e de ação.

Ao planejar o projeto de intervenção e seusconteúdos, o docente sempre deve ter em mente que os conteúdos

são meios para atingir os objetivos, pois eles não são fins. Tendo a missão de assegurarum ensino de qualidade mediado por todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem, o professor se propõe a observar o indivíduo na sua própria comunidade,tentando acompanhá-lo na construção do seu conhecimento, ensinando e aprendendo juntocom ele, desenvolvendo, ao mesmo tempo, atitude de reflexão e análise, preparando-opara a sua construção cognitiva e afetiva, ajudando a formação do seu caráter e preparando-o para o futuro.

Acreditando que cada indivíduo deve fazer a sua parte, desenvolver múltiplashabilidades, compartilhar o conhecimento, somar e dividir responsabilidades, construir como grupo, melhorando o ambiente onde se vive, crescendo como pessoa, o conhecimento

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EstágioSupervisionado I

não deve se basear no acúmulo de informações, mas sim numa elaboraçãomental que se deve traduzir em forma de ação transformadora sobre o mundo.

Na escola, o conhecimento será construído a partir da interaçãoprofessor/aluno e objeto do conhecimento fazendo com que o alunocompreenda, usufrua e transforme a realidade.

O aluno deve ser estimulado para desenvolver seu próprio potencialinteragindo de maneira consciente com o processo de aprendizagemconvencional. A escola tem o compromisso social que vai além do transmitir

informação, necessitando criar um contexto em que valores éticos básicos sejam trabalhadospara desenvolver todas as dimensões do ser humano, suas capacidades e competênciascognitivas, oferecendo um currículo que preserve a herança cultural e a interação dosconhecimentos.

Valores como espontaneidade de expressão, vida sadia, auto-estima, auto-confiança,dignidade, autonomia, desejo de aprender, amizade, sociabilidade, cooperação, igualdadede oportunidades, respeito por suas diferenças, diversidades sócio-culturais que devemser trabalhadas por todos os setores da Escola, buscando a qualidade do serviço atravésda construção passa a passo da cidadania do nosso aluno, preparando-o para o exercíciofuturo de seus direitos e deveres, de maneira democrática, respeitando as suas diferentesraças, etnias, religiões, cor e sexo, bem como o respeito à sexualidade com garantia dosoutros indivíduos e da dignidade do ser humano.

O aluno e o professor dentro de uma linha construtivista se tornam elementos ativosna troca de conhecimentos, onde o professor estabelece os parâmetros em que se devepromover atividade mental do aluno, passando por momentos de equilíbrio, desequilíbrio ereequilíbrio.

Portanto, o conhecimento é construído e não assimilado pelo aluno que deve sercapaz de formular hipóteses, estabelecer relações e analisar o mundo a sua volta.

A prática educativa deverá ser trabalhada na Unidade Escolar de forma a construirno indivíduo um conhecimento que o possibilite no futuro exercer o papel de cidadãoautônomo e participativo.

“Projetar e realizar é viver em liberdade” (MENEGOLLA, 2001).

Neste sentido, todo professor pensa o seu agir, isto é, tenta planejar a sua vida e assuas atividades particulares e coletivas. Todos pensam no que devem ou no que não devemfazer. Esta realidade não é apenas um hábito, mas uma necessidade, não se restringindoapenas a alguns aspectos da vida da pessoa, mas a todos os setores da vida pessoal esocial.

Tudo é sonhado, imaginado, pensado, previsto e planejado para ser executado. Demodo especial, as atividades educacionais e de ensino exercidas pelos professores, nasala de aula, exigem pedagogicamente, um planejamento.

Sabemos que para os mais diversos setores da vida humana existem os maisdiversos tipos e formas de planejamentos. Devemos considerar que o planejamento do atode educar e ensinar não é o mesmo, podendo divergir, dados os elementos envolvidos no

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ato de planejar, como, por exemplo, a construção de uma casa. Aoplanejá-la se pensa em pedra, tijolos, areia, espaço, possibilidades

materiais e outras coisas possíveis de serem manipuladas.Contudo, ao se planejar um projeto de intervenção, deve-se pensarque os elementos envolvidos vão ser pessoas, indivíduos ougrupos sociais, por isso a visão do planejamento deve serdiferente. A partir dessa realidade, o professor necessita pensarseriamente e com responsabilidade sobre sua ação, isto é,planejar com seriedade e consciência a sua ação.

Pensar antes de agir é um ato de habilidade e desabedoria. Pois, é de muita importância para o docente planejar

da melhor forma possível a sua disciplina em todos os aspectos,inclusive a partir da necessidade de construir um projeto de

intervenção para agir em uma realidade determinada.

O projeto de intervenção é importante para o professor porque:

- Ajuda ao professor a definir os objetivos que atendam os reais interesses doseducandos e da comunidade;

- Possibilita selecionar e organizar os conteúdos mais significativos para o meio emque está inserido;

- Facilita a organização dos conteúdos de forma lógica, obedecendo a estrutura dadisciplina;

- Ajuda a selecionar os melhores procedimentos e os recursos para desencadearum ensino mais eficiente, orientando no como e com que deve agir;

- Ajuda a agir com maior segurança dentro e fora da sala de aula;- O professor evita a improvisação, a repetição, e a rotina do ensino;- Facilita uma melhor integração com as mais diversas experiências de aprendizagem;- Facilita a integração e a continuidade do ensino;- Ajuda a ter uma visão global de toda a ação docente e discente;- Ajuda o professor e os alunos a tomarem decisões de forma cooperativa e

participativa.

E aE aE aE aE agggggororororora pra pra pra pra profofofofofessor?essor?essor?essor?essor?

VVVVVocê ainda tem dúvidas ao pensar em constrocê ainda tem dúvidas ao pensar em constrocê ainda tem dúvidas ao pensar em constrocê ainda tem dúvidas ao pensar em constrocê ainda tem dúvidas ao pensar em construiruiruiruiruirum prum prum prum prum projeto de interojeto de interojeto de interojeto de interojeto de intervvvvvenção?enção?enção?enção?enção?

Texto Complementar...

PROBLEMA

Por Anna Cecília de Moraes Bianchi

O homem é um ser em dúvida constante, insatisfeito e buscador de respostas novasàs necessidades. O estágio constitui um momento ímpar para que ele possa exercitar sua

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EstágioSupervisionado I

capacidade, pois está no meio do caminho, entre um estudante em vias definalizar um curso e um indivíduo no início da vida profissional.

Assim, é fundamental que perceba a realidade social na qual estáinserido visando a compreendê-la para manter seu equilíbrio, ou modificá-la de acordo com as necessidades emergentes. Em qualquer área deatuação, esta condição é necessária para que o profissional possa atuar.

A definição do problema tem se apresentado aos alunos como umabarreira intransponível. Este fato resulta do desconhecimento e da falta de

familiaridade com a área e o assunto escolhido.

De acordo com Rúdio (1978, p. 75)

Formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita,clara,compreensível e operacional, qual a dificuldade, com a qual nos defrontamos e queremosresolver [...]

Para a resolução de uma dificuldade, pode ser necessária a realização de umapesquisa e esta só é viável se o fenômeno puder ser verificado por metódos quecomprovem o que se buscou durante o estágio.

O problema pode ou não apresentar-se em forma de pergunta, mas é sempre umquestionamento.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Do Projeto de Intervenção ao Plano de Ação

“Planejar o processo educativo é planejar o indefinido, porqueeducação não é um processo, cujos os resultados podem ser totalmentepré-definidos, determinados ou pré-escolhidos, como se fossem produtosdecorrentes de uma ação puramente mecânica e impensável. Devemos,pois, planejar a ação educativa para o homem, não impondo diretrizesque o alheiem. Permitindo com isso que a educação ajude o homem a sercriador de sua própria história”. (Menegholla, 2001)

Da Teoria à Prática...

Desejamos enfatizar que o compromisso do professor com a realidade sócio-políticae cultural não o desvincula do material instrucional organizacional que tornará a aprendizagemmais efetiva.

Há um número significativo de modelos para organização de ensino que sediferenciam entre si pelos princípios que os fundamentam, seqüências dos passos ou fases,desempenhos previstos por professores e alunos, recursos necessários e resultadosesperados.

Queremos, com isso, esclarecer que há modelos de ensino em que os princípiosfundamentais estão alicerçados na informação oral, no conhecimento ou habilidades básicas,na avaliação baseada na recitação, no aluno receptivo, não favorecendo a socialização nasala de aula.

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O desempenho do aluno está condicionado a ouvir e aprender a informação, alémde uma submissão a avaliação, esta linha de ação exige do professor conhecimento, boadicção, clareza na informação, habilidade na comunicação, o aluno fica restrito a um campode ação que não obedece as diferenças individuais, ao ritmo próprio de cada um e aparticipação ativa no processo.

Selecionamos um paralelo de procedimentos dentre alternativas de situações deensino-aprendizagem com o objetivo de mostrar ao educador como deve conceber suaparticipação no processo educativo, educando-se para educar.

A idéia é de que o professor, a partir da observação dos exemplos os quais expressama discrepância entre “o que é” e “o que deve ser” quanto ao desempenho educativo passea ser um criador, um desafiador, um questionador de metodologias.

Temos a pretensão de acreditar que o professor não deseja ser só teórico ou prático,mas acima de tudo, um transformador da realidade.

Considerando que a vida do homem é um contínuo projetar, dar preferência. Arealização das atividades escolares em forma de projeto, é uma forma segura de eliminarmoso distanciamento entre a vida e a escola, além de propiciarmos a integração do educandoà própria vida.

Caminhos para o plano de ação:

Uma técnica bastante útil na hora de agir, ou seja, colocar em prática um plano deação é a técnica de um caminho sistemático (LA TORRE, 2002), que apresenta as seguintesfases:

a) Fase intuitiva ou espontânea a partir da experiência;b) Fase reflexiva, em que se emprega a racionalidade;c) Fase matricial, apoiada na técnica.

Fase Intuitiva ou Espontânea

Esta fase supõe que a realização do trabalho seja participativa e, portanto, será umgrupo ou vários deles que conduzirão a presente ação.

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Assim, uma vez reunido o grupo e estando todos inteirados do que sedeve fazer, a primeira ação a ser realizada é a de responder, de formaespontânea às perguntas: Como chegar ao objetivo? Que devemos fazer?

Deve-se atuar da seguinte forma:

1. Fazer uma lista numa lousa ou em papel das idéias que surjam nodiálogo;2. Colocá-la em ordem de prioridades quanto a possível eficácia;3. Fazer uma lista definitiva com as idéias mais importantes;4. Se a quantidade e a riqueza de conteúdos dessa lista foremsuficientes para atingir o objetivo, ela será usada para projetar os planosde ação. Caso contrário, deve-se passar para fase 2.

Fase Reflexiva

Superado o primeiro passo, o grupo deve refletir sobre os seguintes pontos:

1. O que se fazia antes, na instituição, quando se queria atingir o objetivo proposto?Por quê?

2. Que estão fazendo hoje outras instituições semelhantes à nossa que de fatoconseguem realizar seus objetivos? Por quê?

3. Que é que funciona do que já está sendo feito em outras instituições, nestemomento, com relação ao objetivo? Por quê?

As duas primeiras questões são muito importantes porque se tratam de pontos dereferência neste tipo de estratégia que costuma ser esquecida com freqüência, apesar deterem seu conteúdo de eficácia bem demonstrado.

Se acreditamos que a lista de novas idéias já é suficiente, passamos à confecçãodos planos de ação, caso contrário passamos para a terceira fase.

Fase Matricial

Se a segunda fase não nos satisfez, é o momento de nos valermos da técnica. Paraisso, deve-se propor uma análise simples de três matrizes. Na primeira delas, relacionam-se os pontos fortes com as oportunidades que têm a instituição com relação aos objetivos.Na segunda, cruzam-se essas oportunidades com as áreas de atividade. Na terceira, cruzam-se as fortalezas com as áreas de atividades.

Características de um plano de ação:

- Objetividade e realismo é o que deve caracterizar todo e qualquer plano. Um planoque não seja objetivo e realista se torna inviável, inexeqüível e obscuro, portanto, impraticável,sem validade e habilidade;

- Funcionalidade: como o plano é um instrumento orientador para o professor e paraos alunos, ele deve ser o mais funcional possível, para que possa ser executado comfacilidade e objetividade;

- Simplicidade: o plano que orienta toda a linha de ação envolve uma série de elementos,como o professor, os alunos, os conteúdos, as experiências, as atividades, os recursos, o

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processo de avaliação e assim por diante; por isso, necessariamente, deverá ser claro esimples para ser compreensível e viável, pois suas compreensão facilita a sua execução;

- Flexibilidade: é uma característica fundamental para os planos, tornando-os maisrealistas e possíveis de serem adaptados às novas situações não previstas que possamocorrer;

- Utilidade: a utilidade, a validade e a profundidade são princípios que dão consistênciaa toda estrutura do plano, no que diz respeito ao seu conteúdo e a sua dinâmica. O plano, noseu contexto geral, poderá, de fato, ajudar, ser útil e significativo a todos que nele se envolver.

Se faz mister uma análise profunda destes elementos e das suas inter-relações, paraque de fato possam facilitar a aprendizagem do aluno e a ação do professor. Tais elementosdevem estimular e desencadear novas e profundas aprendizagens.

Além das outras características, a utilidade requer um questionamento sério eprofundo. Enfim, o que foi planejado só terá validade se for algo importante e útil para oeducando que tenta buscar na escola sua formação integral como pessoa.

Em síntese...

A importância da observação e da co-participação no Estágio Supervisionado

O professor possui um fazer intencional e político, assim como todo ser humano.Nossas ações, portanto, têm sempre um objetivo que está vinculado a uma situação com aqual estamos implicados. Assim, intencionamos, agimos e avaliamos em maior ou em menormedida as nossas ações. Nesse processo aprendemos. Aprendizagens essas que envolvem,inquestionavelmente, complexidades. Mas, de forma simplória, podemos falar de uma espiralna nossa construção de conhecimentos que envolve, de modo geral, uma inquietação, umdesejo, que poderá ser seguido de um movimento que cause uma alteração na realidade eque posteriormente irá nos fazer pensar sobre o resultado e sobre a forma como oconstruímos.

Mas é claro que muitas vezes fazemos como nos sugeri um saber popular e deixamosa vida nos levar. Isso é bom. Já pensou estarmos vigilantes todo o tempo? Quanto desgaste,quanta tensão! Porém, queremos assumir o comando de nossas vidas. Não nos conformamoscom tudo o tempo todo. Queremos uma vida melhor e ansiamos optar que caminhospercorreremos. Então planejamos. Transformamos desejos em projetos. E os nossos sonhos

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EstágioSupervisionado I

ganham um futuro. Futuro com limites e possibilidades. E paracompreendermos melhor que limites e que possibilidades, faz-se necessáriauma reflexão “encharcada” de realidade – uma reflexão bem informada.

A isso podemos dar o nome de diagnóstico situacional. E no caso donosso estágio, faremos este reconhecimento e aproximação da realidade paracompreendê-la e nos implicarmos com ela no período de co-participação.Momento em que buscamos interagir com o contexto no qual iremos realizarnossas futuras intervenções enquanto professores em processo de formação

profissional, e que ao vermos, seremos também vistos, ao conhecermos, sermos tambémconhecidos.

Ressaltamos então dois requisitos desta etapa do trabalho docente que são o rigore a ética. Um comportamento que denota escrúpulo, atenção a detalhes e cuidados éticoscom os sujeitos envolvidos no processo educacional no qual desejamos nos inserir. É precisodisposição para colaborar, postura humilde para assimilar os movimentos internos erelacionais da instituição que adentramos. É um momento em que almejamos compreendera cultura instituída com as suas contradições, que são próprias de tudo que é humano. Esseainda não um momento para pensarmos em intervenções, análises críticas e tomadas deposições. É um momento em que queremos saber. Queremos conhecer, e isso requer quedesarmemos o nosso olhar, coloquemos os nossos valores em suspensão parapercebermos os sentidos que se organizam neste espaço de aprendizagens, de vidas e derelações, em parte burocráticas, rotineiras, estruturadas - organizacionais; e em partesurpreendentes, dinâmicas, imprevisíveis.

Assim podemos afirmar que a observação é uma etapa fundante para o estágiosupervisionado pois a depender de como a realizamos, estaremos de alguma formaconstruindo as condições básicas que nos facilitará o maior ou menor sucesso nestaempreitada. No entanto observar exigirá do observador alguns cuidados para que ela sejade fato fecunda. De acordo com Lüdke e André (1986, p. 25): “Planejar a observação significadeterminar com antecedência ‘o quê’ e ‘o como’ observar”.

Concentre-se então em captar, perceber, compreender e descrever a realidade naqual você está se integrando. Observe também as funções dos setores, os papeispedagógicos dos sujeitos e o papel assumido pela instituição frente a sua comunidadeescolar e o ambiente com o qual está implicada. Acompanhe e procure perceber os sentidosdas dinâmicas cotidianas, seus ritos burocráticos, os costumes hábitos, valores e referênciasidentitárias das pessoas e grupos, normas e preceitos estabelecidos alguns ditos ou nãotão explicitados, mas respeitados pelo coletivo. Veja os recursos utilizados, os disponíveise suas potencialidades. E o mais importante, registre essas coisas. Elas são os seustesouros. Bem usadas, essas informações se constituirão um guia para as decisões queprecisarão ser tomadas. Para vislumbrarmos e assumirmos as nossas opções. E para queessas opções não sejam pessoais é preciso que como educadores exerçamos a liderança.

As opções que faremos deverão estar intimamente ligadas a função prioritária daescola – a socialização, re-significação e re-elaboração de conhecimentos. Informação asociedade atual disponibiliza por diversos meios. Mas transformar a informações emconhecimentos, saberes e sabedorias requer a construção de espaços de aprendizagem,pesquisa, reflexão e crítica. Desta forma o foco do fenômeno educativo se constitui paranós os conteúdos educacionais, formativos e fomentadores de possibilidades emancipatóriase libertárias com os quais os sujeitos com suas idiossincrasias e culturas tomem posse dasua cidadania. Então o nosso diagnóstico deverá servir para fazermos as devidas re-elaborações dos conteúdos partindo do “lugar” em que se encontra o nosso corpo discenteem termos sociais, culturais e cognitivos. A viagem da apropriação de conhecimentos éilimitada, mas o nosso limite mínimo são os “Parâmetros Nacionais”, informações

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consideradas nas diversas formas de seleção a postos de trabalho e ao acesso a instituiçõeseducacionais, além da compreensão, interpretação e intervenção em situações sociaisconvencionais.

Esse é um dos sentidos da nossa observação e co-participação. Buscar percepçõessensibilizadoras de caminhos para que os conteúdos e conhecimentos trabalhados nesseespaço que pleiteamos fazer uma intervenção pedagógica seja um caminho construídocoletivamente, no qual ao respeitarmos a realidade e a vivência desses grupos,desencadeemos a operacionalização de uma ação educativa fomentadora da emancipação,pois construída como instrumento de valorização das identidades de cada sujeito emprocesso, e que, ao mesmo tempo, apropria-se, reconstrói, re-significando o conhecimentodas ciências, e das diversas linguagens.

Na realização de nossas observações além das noções sensibilizadoras necessáriasa uma boa inserção na comunidade escolar, deveremos levantar informações sobre osseguintes aspectos:

· Desenvolvimento sócio-cognitivo dos estudantes.· Recursos disponíveis.· Conteúdos já trabalhados e assimilados pelo grupo.· Dinâmica das atividades até então realizadas.· Projetos concluídos e em curso.O nível de desenvolvimento cognitivo dos estudantes é um elemento importante para

o diagnóstico e avaliação do ponto de partida dos trabalhos pedagógicos e da definição dograu de dificuldade dos desafios a serem propostos pelo professor.

Texto Complementar...

Professor:

“Não me ensine nada que eu possa descobrir.Provoque minha curiosidade.Não me dê apenas respostas.Desarrume minhas idéias e me dê

somente pistas de como ordená-las.Não me mostre exemplos.Antes me encoraje a ser exemplo vivo de

tudo o que possa aprender.Construa comigo o conhecimento.Sejamos juntos inventores,

descobridores, navegantes e piratas de nossaaprendizagem.

Não fale apenas de um passado distanteou de um futuro imprescindível.

Esteja comigo hoje alternando as sensações dequem ensina e de quem aprende”.

(Ivana M. Pontes)

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Elaborando o Plano de Ação

Há diferença entre a realidade escolar e o ideal que construímos emnossas teorias e em nossos anseios sociais. E é justamente nessa diferençaque consiste o nosso trabalho de planejamento. A construção de uma escolacada dia um pouco mais próxima daquilo que sonhamos é a nossa lutacotidiana. Administrar os limites e maximizar as possibilidades, eis o nossomaior desafio.

Na educação informal as preocupações estão muitas vezes difusas, enquanto notrabalho escolar e outras formas de educação sistemática é mister um projeto como programaoperatório. Não nos importa um projeto com intenção meramente simbólica, carecemos deresultados concretos, num fluxo relacional no qual docentes e discentes no contato comseus objetos de estudo, possam implementar novas formas de inclusão social/ cognitiva,aprofundando seus processos de autonomização.

E para tanto, o planejamento é feito na dinâmica de uma espiral. Ele é cíclico, masnunca volta ao mesmo ponto. Vai se constituindo sempre em pequenos avanços em relaçãoao momento anterior, pois, cada fase se compõe de planejamento, ação, avaliação – apartir da qual temos informações para um novo planejamento.

Isso aumenta o nosso poder de intervenção e a nossa probabilidade de sucesso. Epara o alcance desse sucesso precisamos pensar em três frentes de preparação:

· Conhecimento da realidade com a qual estamos nos propondo a realizar umainterlocução e intervenção pedagógica.

· Conhecimento dos conteúdos específicos a serem socializados em sala de aula.· Conhecimento metodológico necessário a intervenção.

Princípios Fundamentais para Elaborar um Plano de Ação

- Princípio da intenção: é de vital importância que o aluno tenha uma intençãodefinida para realizar um projeto. Queremos dizer com isso que o aluno precisa saberexatamente o que quer e onde quer chegar. O seu desejo de atingir o objetivo é que iráconduzi-lo, permitindo sua realização e conseqüente satisfação pessoal e grupal;

- Princípio da situação-problema: é o ponto fundamental da técnica de projetos.Objetiva a solução de problemas de forma previamente estabelecida e executada emambiente natural. Após diagnosticar o problema, procurarão os elementos envolvidosverificar o que podem fazer, pesquisarão como resolver a questão e planejarão as açõespara solucioná-lo;

- Princípio da Ação: a aprendizagem é um processo eminentemente pessoal e ativo.O aluno é somente ele será agente de sua própria aprendizagem. Na nova situaçãopropiciada pelo projeto, terá oportunidade de agir, reagir, perceber, analisar, observar,manipular, testar, julgar, decidir, comunicar e sentir;

- Princípio da experiência real anterior: as coisas não surgem do nada. Toda novaaprendizagem requer pré-requisitos de experiências passadas. Quanto mais situações tivervivenciado, o aprendiz, tanto em qualidade quanto em quantidade, maiores probabilidadesde soluções alternativas lhe ocorrerão, facilitando a solução de novos problemas;

- Princípio da investigação: a aprendizagem é sempre experimentação, exploraçãoem busca das significações. O processo é muito menos sistemático e muito mais intuitivodo que geralmente se supõe;

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- Princípio da integração: a aprendizagem em seu primeiro momentose deparar com uma visão global, porém sem crítica do problema. À medida

que o processo avança, passa ocorrer uma percepção significativa,detalhada, diferenciada da situação. A apreensão da realidade em queo conhecimento da estrutura total do problema é vista com clareza,retirando as dúvidas, bem como o conhecimento da relação daspartes com o todo e desse com as partes de maneira diferenciada e

inter-relacionada denomina-se integração.;- Princípio da prova final: a comprovação de que o problema

foi resolvido e, conseqüentemente, o objetivo alcançado é extremamenteimportante, pois demonstra que o

pensamento seguiu uma linha adequada de ação, quecada elemento e o grupo agiram com coerência e comresponsabilidade e que o desempenho foi eficaz;

- Princípio da eficácia social: “Viver é fácil,conviver é difícil”.Através do projeto, o educando aprendea desenvolver-se socialmente, crescendo em grupo,participando e adquirindo novas experiências ricas emvalores do espírito.

Fases do Plano de Ação

O plano de ação se constitui de um processo de planejamento, execução e controleconstante que assegurem uma contínua vigilância das atividades, culminando com a execuçãodo plano traçado e crítica dos resultados obtidos.

“A gente só aprende as coisas que dão prazer, ou coisasque nos conduzem ao prazer”

(Rubem Alves)

Antes de iniciarmos as fases ou etapas de um plano de ação, consideramosindispensável atentarmos para o fato de que a aprendizagem deve ser lúdica e prazerosa,portanto fique atento:

Etapas:

1. Definição do objetivo (formulação do propósito);2. Planejamento das atividades (elaboração do plano de trabalho);3. Programação;4. Execução do plano e do programa;5. Controle do progresso;6. Replanejamento e reprogramação;7. Culminância.

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1. Definição do Objetivo

Esta é a etapa mais importante do projeto. O aluno deve saber comclareza onde quer chegar; é o momento em que o valor do trabalhoconscientizado se tornará a mola propulsora para que os fins sejamalcançados. Desta forma, cabe ao professor estabelecer na turma um climafavorável para facilitar a tarefa, através de perguntas, estímulos diversos erecursos variados, o aluno será colocado em posição de receptividade,

reconhecendo a necessidade do projeto e propondo-se a realizá-lo.

2. Plano de Atividades

Está presente na relação dos procedimentos necessários para a execução do plano,observando-se a seqüência em que serão realizados.

3. Programação

É uma das atividades básicas da administração do plano. Instrumentos administrativosque facilitam a formação de planos e programas de acordo com o grau de complexidadeexigidos. Detectada a necessidade de realizar um plano, é mister conhecer previamenteseu significado, alcance, repercussão em custos e em tempo. A planificação é, portanto, umfator primordial.

4. Execução

É a etapa da ação. O professor deverá estar atento ao desempenho dos alunos,observar o rendimento no trabalho, incentivar o aluno com elogios, manifestando apoio ereconhecimento pela dedicação, contudo deve ter cautela para não exagerar no auxílio aoaluno, tirando-lhe o prazer da descoberta, procurando atendê-las de acordo com suasnecessidades.

5. Controle do Progresso

O professor através de instrumentos variados, como fichas, observação direta, auto-avaliação, avaliação coo-prática, etc. deverá acompanhar o progresso do aluno. Elogiogeral é de pouco valor e crítica rigorosa não leva ninguém a nada. Chamar o aluno pelonome, ressaltar seus pontos positivos é de alta significação para a melhoria do desempenhoou mudança de comportamento.

6. Planejamento e Reprogramação

Ao concluir o planejamento, faz-se uma análise de todos os elementos abordadospara substituir ou incluir o que for necessário, efetuando-se a seguir o registro do querealmente foi executado. Tem-se assim o documento chamado “Plano de Ação”. A cadaetapa do plano deve-se também fazer o planejamento e a reprogramação dos desviosdetectados para assegurar o alcance dos objetivos desejados.

7. Culminância

É necessário, ao término do plano, a exibição dos resultados por meio de um produtoconcreto, palpável, comprovando que os esforços canalizados para atingir os objetivos foramalcançados e válidos.

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Roteiro de Sugestão do Plano de Ação

Identificação:- Título do Plano de Ação;- Síntese descrita a respeito dos objetivos e do

programa de trabalho;- Nome do(s) autor(es) com identificação;- Data da elaboração do projeto;

Introdução:- Antecedentes: informação sobre as causas que

geraram a necessidade do plano;- Hipóteses ou explanação do problema: informar critérios

que expliquem a natureza do problema e a definição dos pontos-chave para os quais deveser dirigida a ação.

Objetivos:- Definição clara e precisa dos objetivos que se pretende alcançar com o plano e

determinação de metas concretas.

Metodologia ou Estratégia:- Descrição do caminho pelo qual irá seguir para alcançar os objetivos propostos. É

preciso a explanação dos diversos caminhos para alcança-lo e a justificativa de sua escolha.

Plano de Atividades:- A relação de atividades necessárias para levar o projeto adiante.

Programa de trabalho:- Organização de calendário do plano de atividades, estabelecendo datas para cada

atividade. Determinação dos recursos materiais necessários, devidamente quantificados.

Previsão:- Estimativa dos elementos necessários para o desenvolvimento do plano, detalhando

em quantidades específicas. É aconselhável indicar as fontes de onde se buscará e obteráos recursos.

Análise da Execução do Plano:- Refere-se ao estudo sobre diversas óticas que permite julgar se o plano de ação foi

válido.

Referências:- No caso de haver-se recorrido a certa bibliografia, documentos ou qualquer outra

informação documental, é obrigatório relacioná-la, indicando autor, editorial e data depublicação.

Cronograma de Execução

O cronograma é o instrumento utilizado para representar graficamente as etapasdo trabalho planejado.

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Algumas instituições exigem que se faça antes do cronograma aprogramação, onde se relacionam as atividades e o período em que serãodesenvolvidas. Contudo, entende-se que o cronograma cumpre esta funçãode maneira objetiva.

Existe ainda instituições que não exigem ou acham desnecessário aapresentação do cronograma, mas este, além de ilustrar o trabalho doestagiário, o torna mais interessante e precisa a visão das atividades que oestudante pretende realizar, como foi dividido e calculado o tempo para que o

estágio seja realizado; enfim, é uma forma de se perceber que o aluno se localizou notempo, no espaço para a realização de suas tarefas.

O cronograma deve constar as etapas do trabalho e o tempo que acontecerão. Deveser claro e objetivo. Apresentado de preferência em forma de quadro, facilitando a vida doestudante e do orientador, servindo como um instrumento de controle do tempo disponível edas atividades. Vale ressaltar, que cronograma deve ser sempre pensado levando emconsideração a flexibilidade e a complexibilidade do ato educativo.

Segundo Biachi (2002) O Gráfico de Gantt tem sido o mais utilizado dada a facilidadena sua elaboração e leitura, contudo outros podem ser escolhidos. As atividades, exceto aelaboração do relatório, devem ter relação com os objetivos pretendidos.

O Gráfico de Gantt se baseia em dois princípios básicos:

· A duração de cada atividade é susceptível de ser estimada;· A duração de cada atividade pode representar-se em forma gráfica mediante uma

barra em um quadro desenhado com este objetivo.

O Gráfico de Gantt compõe-se de colunas verticais; na coluna da esquerda registra-se a atividade; as demais colunas servirão para anotar as unidades de tempo.

Exemplo:

Como organizar seu cronograma:

Atividades:

Deve-se buscar ter idéia de quantas e quais atividades irão ser desenvolvidas duranteo estágio, bem como definir sua posição seqüencial dentro do mesmo. É importante que oprofessor atente para a seqüência lógica dos conteúdos e busque ser flexível, pois nãopodemos esquecer que o ato de educar é complexo.

Prazo:

É importante atribuir um prazo para cada atividade pensada, salvo que esta atividadedeve estar atrelada aos objetivos traçados. No referido prazo, se deverá considerar certatolerância de acordo com a previsão que se tem em relação ao cumprimento do mesmo.

Preparação do Quadro:

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Elabora-se um quadro que contenha espaços suficientes para detalhar todas asatividades do projeto, bem como colunas necessárias para registrar todos os dias que seempregaram na execução no mesmo. Na parte superior de cada anotam-se as datas docalendário corresponde iniciando-se pelo dia em que começará o projeto.

Elaboração do Quadro:

Relacionadas as atividades, devem ser ordenadas conforme seqüência lógica,observando-se o tempo previsto para a realização de cada uma delas. As atividades selistarão em cada linha do quadro e marcarão com uma reta horizontal as datas programadas,nas colunas relativas ao tempo (prazo).

No quadro, deverão constar as seguintes informações:

· Nome do Projeto;· Nome de quem elaborou;· Nome do Responsável pela execução;· Nome da Instituição onde será realizado;

Administrar projetos baseia-se em um conjunto de técnicas selecionadas paraplanejar, acompanhar e controlar, desde o início até o término do projeto. O processo começaquando os objetivos são identificados na fase de planejamento e continua através das fasesde execução até que os objetivos tenham sido atingidos.

Planejamento do projeto:

É o processo de converter as idéias gerais e as informações a respeito do trabalho,formando uma estrutura ordenada de atividades seqüenciadas para alcançar uma meta.

Controle do Projeto:

Trata-se do processo de dirigir e supervisionar a execução dos trabalhos, medianterevisões planejadas previamente. O controle do projeto permite ao docente repensar suaprática e jamais se perder na sua ação, pois permite constatar e avaliar o grau de eficiênciada proposta, dependendo este do cumprimento dos trabalhos nas datas previstas.

No caso do professor, é sempre importante que reveja a cada dia sua ação para quepossa retomar as que não obtiveram sucesso a fim de que consiga alcançar, pois o sucessono estágio supervisionado em educação está inter-relacionado a uma educação dequalidade.

Não podemos esquecer que estagiar quer dizer revisar. É o ponto crucial na vida deum estudante, pois é a sua primeira experiência docente, logo representa a interseçãoentre toda a teoria e a realidade prática que o discente passa a experienciar. Desta forma,é imperioso programar ou planejar cada passo desta jornada, pois é o ápice de uma novaforma de pensar, uma nova forma de viver, uma nova forma de trabalhar.

Para refletir...O professor, sua formação e seus instrumentos de trabalho

O professor que trabalha no sentido de contribuir efetivamente para o desenvolvimentoescolar de seus alunos, necessita, antes de mais nada, conhecer e refletir sobre a suafunção nos processos de aprendizagem que acontecem em sala de aula.

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EstágioSupervisionado I

Durante muitos anos, a Pedagogia viu o professor como sujeito a quemera reservada a tarefa de transmitir conhecimentos (organizados em disciplinasescolares) às novas gerações. Essa visão era aliada a idéia de que o alunotinha uma atitude receptiva, passiva, frente aos conteúdos que precisavaaprender durante os anos de escolaridade.

Como sabemos, atualmente a forma de entender as relações de ensino-aprendizagem que se dão na escola é outra. Já se reconhece o fato que aeducação ocorre dentro e fora da escola. Neste sentido, o papel do docente

também mudou. Atualmente, para ser um bom professor n;ao basta apenas dominar oassunto, não basta gostar da sua disciplina, não basta ter feito um curso de graduação,estar numa boa instituição, ter um diploma. Essas coisas deixam de contar, mas é precisomuito mais.

Ao professor do século XXI espera-se uma atitude ativa frente às novas demandaseducacionais da sociedade. Vivemos sem um mundo que se produz cada vez maisinformações, as novas gerações de alunos precisam de professores capazes de ajudá-losa compreender e aprender a resolver problemas com autonomia, sendo capazes de darcontinuidade no decorrer do percurso de sua vida.

Uma das formas de definir o papel do docente é dizer que ele é um mediador decultura: aquele que coloca os alunos em relação com o conhecimento, através de intervençõesplanejadas que favoreçam a ação dos alunos (ação mental que está na origem daaprendizagem) sobre os objetos de conhecimento.

Mas isso não é tudo. O professor precisa ainda construir competências para planejarsituações de aprendizagem que motivem os alunos e desafio a criatividade quanto aosconteúdos históricos pesquisados.

Atenção!! Um professor só pode ensinar, criar situações de aprendizagem dosconteúdos que conhece. Por exemplo:

O Professor só pode criar situações de aprendizagem quanto ele é capaz de “viajar”nas relações históricas e nos comparativos dos tempos antigos e atuais, buscandointerrelacioná-los. Caso contrário, fica na mera repetição dos conteúdos.

Ser professor é portanto uma tarefa bastante complexa e, por isso, para sua realização,é necessário o desenvolvimento de instrumentos que estruturem a prática de ensino deforma a garantir o sucesso da ação pedagógica.

Dentre esses instrumentos, há o projeto curricular, os planejamentos e o trabalhopedagógico realizado. Cada um dos instrumentos de trabalho têm igual relevância na práticaeducativa.

Por este motivo, não deve ser relegado por quem deseja realizar um trabalho dequalidade.

Enumere as razões que você considera importantespara a construção de um projeto.

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]1.....

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Descreva um problema educacional que lhe impulsionaria a produzir um projeto deintervenção. Quais seriam suas metas a serem atingidas?2.....

3.....Que diferenças você pontuaria entre o projeto e o plano de ação?

Na elaboração de um plano de ação, especifique, na sua opinião, os papéis daescola, do professor e do aluno.4.....

Em sua vida diária você deve respeitar horários e prazos. Se chegar a um bancoapós às 16h, você não será mais atendido, se atrasar em uma entrevista de emprego, serámal visto pelo contratante, entre outras situações... Ao produzir um plano de ação ou qualqueroutro projeto prático, há a necessidade de respeito aos períodos, conhecidos comocronogramas.

Se você fosse contratado por uma escola para elaborar um Plano de Ação baseadonas quantidades excedentes de queixas de racismos por parte da comunidade,por exemplo,e este plano tivesse que ser apresentado dentro de quinze dias, como você organizaria umcronograma de ação?

5.....

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EstágioSupervisionado I

OS RECURSOS DIDÁTICOS NO ESTÁGIOSUPERVISIONADO: SELEÇÃO E USO

Inteligências Múltiplas como princípio de seleção euso de recursos didáticos

Como já visto brevemente na seção anterior, discutiremos o uso de recursos didáticosa partir da Teoria das Inteligências Múltiplas.

Todos erram: a maioria usa os erros para se destruir; a minoria, parase construir. Estes são sábios”

(Augusto Cury)

Segundo Armstrong (2000);A Teoria de inteligências múltiplas é conectada a diferentes símbolos

(por exemplo palavras, números, pinturas, notação musical, etc), e adiferentes áreas do cérebro (por exemplo, inteligência lingüística envolveáreas do hemisfério esquerdo.

Sendo assim, o educador ao considerar qualquer objetivo instrucional (desde osobjetivos baseados em habilidades como ajudar os alunos a dominar subtração em aritmética,até objetivos baseados em conteúdos a como ensinar aos alunos a história do mundo e doseu país), existe um número de questões simples que podem auxiliar os educadores arefletirem sobre estratégias de ensino que englobam inteligências as várias inteligências.

Armstrong (2000), ao discutir as inteligências múltiplas, apresenta oitoquestionamentos que os professores devem fazer para tornar sua práxis mais eficiente:

- Lingüística Como eu posso ensinar este objetivo usando a palavra falada ou escrita?- Matemática Lógica Como eu posso ensinar este objetivo usando números, cálculos,

classificações, ou pensamento crítico?- Espacial Como eu posso ensinar este objetivo usando arte, cor, metáfora,

visualização ou mídia visual- Cinestésica-corporal Como eu posso ensinar este objetivo usando interpretação

de personagem, drama, ou atividades mão-à-obra.- Musical Como eu posso ensinar este objetivo usando melodia, ritmo, tom, ou

músicas ou canções específicas.- Interpessoal Como eu posso ensinar este objetivo usando trabalho em duplas,

aprendizagem cooperativa, ou simulações em grupo?- Intrapessoal Como eu posso ensinar este objetivo conectando-o com os

sentimentos e memórias pessoais dos alunos, ou dando-lhes opções.

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- Naturalista Como eu posso ensinar este objetivo conectando-o à fauna e à flora,outros fenômenos naturais, ou ecossistemas?

- Existencial Como eu posso ensinar este objetivo conectando a questõesfundamentais de interesse da vida?

“Os estím“Os estím“Os estím“Os estím“Os estímulos são o alimento das inteligênciasulos são o alimento das inteligênciasulos são o alimento das inteligênciasulos são o alimento das inteligênciasulos são o alimento das inteligências.”.”.”.”.”(Antunes, 1998)

Desta forma, os educadores deveriam tentar ensinar de oito ou nove maneirasdiferentes. Cientes de seus objetivos claros e bem definidos ficará mais fácil ensinar pormeio de inteligências específicas.

A teoria das IM (Inteligências Múltiplas) fornece aos educadores a oportunidadede rever que uma informação pode ser ensinada de várias maneiras diferentes, para quebusque sempre novas estratégias possíveis de serem usadas.

Podemos também considerar que as inteligências múltiplas oferecem oportunidadede encontrar o dom de cada estudante, e a possibilidade de provê-los com métodos própriosde ensino para ajudá-los a experimentar o sucesso na escola e na vida.

CRITÉRIOS PARA A TEORIA DE MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS:

Sistemas de símbolosValor culturalHistória do desenvolvimentoIndivíduos excepcionaisEstruturas cerebrais

Segundo Gardner, fundador da teoria das Inteligências Múltiplas, as escolas devemcriar um acesso para a educação mais balanceado, que forneça aos estudantespossibilidades de desenvolver as habilidades múltiplas.

Os professores devem apresentar recursos didáticos não apenas por meio de leituras,discussões, livros texto, resolução de situações-problema, mas também trabalhos que utilizema arte, visualizações, mídia visual (inteligência espacial), interpretação de personagens,dramatizações, atividades “mãos à obra” (inteligência cinestésica corporal), ritmo, melodia,música ambiente, discografias (inteligência musical), trabalhos em dupla, aprendizadocooperativo, simulações em grupo (inteligência interpessoal), aprendizado individual, projetosindependentes, oportunidades para reflexão (inteligência intrapessoal) e trazendo seresvivos ou ecossistemas naturais para o currículo (inteligência naturalista).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) simbolizam uma proposta que visaorientar, de maneira coerente, as muitas políticas educacionais existentes nas diferentesáreas territoriais do país e que contribuem para a melhoria de eficiência, atualização equalidade de nossa educação.

A proposta orientada pelos PCN está situada nos princípios construtivistas e apóia-se em um modelo de aprendizagem que reconhece a participação construtiva do aluno, aintervenção do professor nesse processo e a escola como um espaço de formação einformação em que a aprendizagem de conteúdos e o desenvolvimento de habilidadesoperatórias favoreça a inserção do aluno na sociedade que o cerca e, progressivamente,em um universo cultural mais amplo.

Para que essa orientação se transforme em realidade concreta é essencial a interaçãodo sujeito com o objeto a ser conhecido e, assim, à multiplicidade na proposta de jogos ououtras propostas que valorizem a materialização dessas interações.

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EstágioSupervisionado I

O papel da ludicidade na construção dos recursos esua aplicação no Estágio Supervisionado

A ludicidade é um campo do conhecimento que nos possibilita prazere renova as esperanças. As atividades lúdicas, propiciam que trabalhemosaspectos significativos para ahumanidade e para o mundo hoje,

como:

O autoconhecimentoAs relações interpessoaisA solidariedadeA autonomiaA auto-expressão

Sendo assim, deve está presente na práxis do estudante (futuro professor), pois lhefornecerá alicerces para compreender e vivenciar a complexidade do ato educativo.

O professor tem um papel fundamental frente a sociedade, a comunidade onde estáinserido e, conseqüentemente, junto a escola e aos educandos. Lidar com todos essesatores educacionais, tendo em vista que a educação ocorre em qualquer lugar, hora oumomento,,exige do docente competências, habilidades que vão além do conhecimento desua disciplina. Está inteiramente ligado ao processo de integração social, pois integraintelecto, inteligência, racionalidade, sensibilidade, enfim o ser humano em sua totalidade.

As atividades lúdicas são um caminho viável e exeqüível, enfim, algo que não seencontra apenas em teorias, mas na realidade que construída nos ambientes educativos.

Vale lembrar, que não podemos considerar a ludicidade como uma “tábua de salvaçãoda educação”. Mas podemos considerá-la como um trajeto para uma ação pedagógicatransformadora.

Para utilizar a ludicidade como recurso pedagógico, é fundamental que estejamospresentes em nossa prática, para que contagiemos nossos educandos a embarcar naaventura da aprendizagem da vida de si e do outro. É necessário enfatizar que o educadorque utiliza as atividades lúdicas como um produto para alcançar seus objetivos, perde oque a vivência desta pode nos proporcionar, pois, a ludicidade se esvai, e a atividadetransforma-se em apenas uma tarefa comprida. Estar presente de fato significa adquirirmaior compreensão de si, do outro e da situação vivida. Não é apenas com o intelecto queagimos, é também com o coração.

Segundo Pereira (2004):Temos que considerar que a escola tradicional, do modo que se constitui,

centrada na transmissão de conhecimentos, geralmente, vê a ludicidade,quando esta é utilizada, como uma forma de trabalhar conteúdos de maneiramais agradável e eficiente, ou para o preenchimento do “tempo livre”. Contudovale afirmar que devido a formação acadêmica que tivemos promovertransformações radicais na prática pedagógica não é nada simples.

Uma prática pautada para a educação lúdica em quaisquer disciplina exige doeducador a convivência com o inesperado, com a imprevisibilidade, que abra mão do controle

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absoluto, de sua onipotência, que abra espaço para auto-expressão e a criatividade doseducandos, estimulando a sua participação efetiva no processo ensino-aprendizagem,trazendo aos educandos possibilidades de autoconhecimento e auto-desenvolvimento.

As atividades lúdicas permitem a vivência plena com o tempo-espaço próprioexperiências sem julgamentos, sem coerções, sem imposições e direcionamentoscontroladores, com abertura de novas possibilidades. Dessa forma, podemos perceberque atividades lúdicas não são apenas brincadeiras e jogos, mas também aquelas queproporcionem um estado de socialização e que estas também proporciona recurso para apráxis pedagógica docente.

Exemplos de Atividades Lúdicas:

- Uma dinâmica de integração grupal ou de sensibilização.- Um trabalho com argila- Recorte e colagem- Canto- Dança- Música- Filme

Existem muitas outras atividades lúdicas, o importante é que esta seja orientada deforma a seguir os princípios que a norteiam, permitindo que cada sujeito envolvido seexpresse livremente, solidariamente, sem constrangimentos, cobranças e pressões.

Neste sentido acreditamos que um processo dinâmico da construção conhecimento,que se envolve e implica no desenvolvimento cognitivo e lúdico possibilita ao aluno estáconstantemente sendo desafiado e, por isso mesmo, precisa de atenção, carinho, estímuloe proteção dos agentes educativos, tanto da própria família quanto da escola.

É por meio da ludicidade que o discente exterioriza seus anseios e imita o mundoreal. Cabe ao educador está aberto para a troca e socialização de conhecimentos.

Os estudos recentes têm mostrado também que as atividades lúdicas são ferramentasindispensáveis no desenvolvimento, porque não há atividade mais completa do queBRINCAR, JOGAR, SE PERMITIR, VIVENCIAR... Pela brincadeira ou dinâmicas, educandose educadores introduz-se no meio sociocultural, constituindo-se num modo de assimilaçãoe recriação da realidade.

Da mesma forma que o aprendizado é importante ao desenvolvimento intelectual, olúdico é “peça” fundamental para tal, pois as novidades do dia-dia são cada vez maismutáveis e velozes, nas diversificadas maneiras de desvendar as curiosidades dos alunos.

E é através da ludicidade que essa transformação toma forma, onde criam um mundoimaginário repleto de encanto, magia, satisfação, frustrações, raiva ou desilusões. Dessaforma, é que o educando usa suas interpretações para aceitar, ou não, o que lhe convém,sendo mais fácil para ele mudar os acontecimentos, transformar os fatos do dia-dia, usandosua imaginação e revendo conceitos.

Por meio do desenvolvimento lúdico, que envolve plenamente o aluno no conjuntocorpo e mente, é que se percebe uma integração absolutamente estreita, já que o corponão pára e a mente tampouco, trabalhando para realizar as ações previstas e/ou criadas, afim de que os dois entrem em sintonia.

Portanto, a ludicidade auxilia consideravelmente no conhecimento e nodesenvolvimento cognitivo dos educandos, pela busca da interação do mundo que o cerca.

Aproximar a relação de interesse do aluno no que tange as relações interpessoais,pelo cultivo de suas amizades e desenvolvimento de novas situações, que exijam raciocínio,

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EstágioSupervisionado I

convívio com as diferentes pessoas que a cercam, bem como entre as maisdiversas situações apresentadas, no decorrer da própria vida, a cada instante.

O lúdico muitas vezes transmite a imagem de que é apenas o brincarpor brincar é perda de tempo; deste modo, o aluno encara a atividade lúdicaproposta de maneira singular, sem importância ao próprio desenvolvimento.Neste sentido, o docente deve deixar claro seu objetivo no momento de proporum jogo ou uma brincadeira uma dinâmica. É importante refletir sobre aproposta, ouvir os discentes e dialogar, refletindo sobre a atividade lúdica.

Frente a essas inferências, é possível compreender a importância da ação lúdicapara o desenvolvimento cognitivo e social. Dentro desse contexto, existe um fator muitoimportante, também, que é o reconhecimento do trabalho lúdico na escola pelos docentes ediscentes como fonte de aprendizagem.

Acredita-se que as habilidades cognitivas desempenhemum papel muito importante em muitos tipos de atividadescognitivas, incluindo a comunicação oral, a compreensão

oral, a compreensão da leitura, a escrita, a aquisição dalinguagem, a percepção, a memória, a solução de

problemas, o raciocínio lógico, a cognição social e váriasformas de auto-instrução e autocontrole.

(FLAVEL, MILLER e MILLER, 1999, p. 126)

Vale ressaltar, que não podemos também esquecer jamais que educar vai muitoalém da mera transmissão de conteúdos, significa contribuir para o crescimento doeducando, para sua formação, para a melhoria de sua qualidade de vida, pois colaborapara momentos de felicidade. É, sobretudo, um ato amoroso capaz de transformar apedagogia vigente,e nos fazer acreditar e investir na construção do conhecimento.

Cultivar a intuição e a criatividade para se expressar é colaborar com a nova geraçãoé proporcionar sonhos, sentimentos, imaginação. Assim com maior sensibilidade osproblemas que afligem historicamente os seres humanos poderão ser encarados em diversosângulos propiciando a busca e possibilidade de encontramos soluções competentes pararesolvê-los.

Texto Complementar...

A importância da expressão criativa junto aos processos educacionais

A importância de uma educação mais abrangente faz com que procuremos novassaídas para suprir as carências encontradas nas instituições de ensino. A maior luta atual épor um ensino mais humano, voltado para o real interesse dos alunos, tornando-os agentesdo processo educacional.

Nesse contexto, propomos atividades e jogos criativos como uma das saídas viáveispara uma maior integração entre as áreas afins e para desenvolver valências esquecidasna aprendizagem.

Alguns autores ressaltam que a característica principal do homem é imaginativa, eesta é essencialmente dramática, provando que o processo criativo é um dos mais vitais

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para os seres humanos. Essa imaginação, por sua vez, deve ser fundamentada por diversasestratégias de ensino.

Um instrumento principal desta atividade criativa é a inter-relação. Esta arte imaginativaestá atrelada a curiosidade e por necessidades psíquicas do educando. Assim, o educandorevela-se a si mesmo e aos outros, buscando garantir sua participação e liderança. Atravésdos jogos criativos, o adolescente e até mesmo o adulto retorna ao mundo do faz de contadas crianças. Apesar de pressões sociais que faz o jovem e o adulto controlarem-se,consegue-se soltar a naturalidade de brincar, ser livre, além de ampliar o verdadeiro sentidoda vida, mostrando-o na totalidade.

(HAETINGER, 1998)

Pirâmide da Criatividade

COMENTANDO A PIRÂMIDE:

Esta pirâmide nos demonstra a necessidade deum equilíbrio para o desenvolvimento do pensamento.Aponta como são fundamentais o pensamentodivergente, a criatividade e o senso crítico. Estãoligados como um triângulo onde todos os lados sãoiguais e de igual responsabilidade com o todo.

Oficina de recursos didáticos

A incrível história da professora Rosimar, que aprendeu a ensinar o boi a voar

Capítulo V – Ouvindo e Aprendendo

Por José Pessoa de Araújo e Madza Ednir

IO nosso boi EncantadoNo pasto, atormentado,Suava frio esperandoA hora de ser levadoPra ser morto no muorãoPelo Joaquinzão malvado.

IIMas a linda professoraNão desiste de lutar.De volta para a escola

Um jeito tenta encontrar:“Temos que saber voarPara Encantado ensinar.

IIISó voa quem aprendeuA ser cobra no que faz,Conforme nos alertou O povo sábio demais”.Rosimar, a professora,Vai mostrar do que é capaz.

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IVEla pergunta às crianças:“Digam com sinceridade,o que posso fazerpra nossa felicidade?Quero que as aulas sejamDe ótima qualidade.

VEscutando meus alunosEu vou poder melhorarO que faço na escolaE aprender a voarSó assim vou ajudarEncantado a decolar”.

VIEra a primeira vezQue Rosimar discutiaCom a turma da escolaO que ali sucedia.Tudo tomou outro rumoA partir daquele dia.

VIILetícia disse com jeito:“Só faço cópia e ditado.Não sei pra que serve isso:Algo deve estar errado.Não ‘tou aprendendo nada,É tempo desperdiçado.”

VIIIBenedito aproveitouPro seu lado defender:“Com gritos e nervosiafica difícil aprender.Se a professora é calmaIsso vai favorecer”.

IXGabriel pediu desculpaPra falar o que sentia.Só decorar tabuadaDe quase nada servia.Faltava o essencialPra usar no dia-a-dia.

XTião falou bem baixinho,Com medo de ofender:“Eu queria tanto lerlivros, cordéis, jornais,escutar muitas histórias,e minha história escrever...”

XIDepois de ouvir a todos,Rosimar ficou abalada:“O que eu faço não agrada!O meu sonho sempre foiSer querida e amadaPor essa turma adorada”.

XIIAo verem a professoraEm prantos se desmanchando,Dizem os alunos: “Não chore!Estamos lhe apoiando,Para o que der e vier.No mesmo barco remando”.

XIIIZezé, que é o mais velho,Sugeriu a RosimarQue procurasse HelenaPra lhe aconselhar.“Eu já fui aluno dela,sei que bem sabe ensinar.”

XIVRosimar procurou Helena,Uma santa criatura.Ela é filha do padeiro,Moça de rara cultura.Estudou lá no RecifeTem muita literatura.

XVRosimar disse: “Helena,Me valha nesta enrascada.Não consigo ensinarEsta minha garotada.Meus alunos estão tristes,Estou desacorçoada.

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XVISem aprender de verdadeNada posso ensinar.Não vou conseguir voarPara além desse lugar.Quero fazer o melhorE os alunos ajudar”.

XVIIHelena logo pergunta:“Em que posso lhe servir?”Rosimar responde: “Eu queroQue você venha assistirUma aula em minha classe,Pra mudança introduzir”.

XVIIIHelena cumprimentouA colega Rosimar:“Este é um bom caminhopra se aprender a voar.Expor todos os problemasSem ter medo de errar”.

XIXSerá que esta uniãoDe Helena e RosimarVai salvar o EncantadoQue está lá a esperarAnsioso lá no pastoPedindo pra se salvar?

Revista Chamada em Ação

Será que a prSerá que a prSerá que a prSerá que a prSerá que a profofofofofessoressoressoressoressora Ra Ra Ra Ra Rosimar utilizosimar utilizosimar utilizosimar utilizosimar utilizou deou deou deou deou derrrrrecurecurecurecurecursos didáticos?sos didáticos?sos didáticos?sos didáticos?sos didáticos?

Afinal, o que é Recurso Didático?

Recursos didáticos são todos e quaisquer recursos físicos, além do professor,utilizados no contexto de um método ou técnica de ensino, a fim de auxiliar o professor atransmitir sua mensagem e ao educando a mais eficientemente realizar sua aprendizagem.

Sendo assim, estes recursos, seja qual for o tipo, incentivam, facilitam e possibilitamo processo ensino-aprendizagem. O material didático é uma exigência daquilo que estásendo estudado por meio de palavras, com o objetivo de torná-lo concreto e tem um papelfundamental destacado no ensino em todas as disciplinas. Quadro negro, giz, apagador,pincel para quadro branco, são elementos indispensáveis e básicos em qualquer sala deaula, principalmente em nossas escolas, onde transcorrem, todas elas com um professorem frente de alunos.

Nenhuma aula deveria dispensar, também, o concurso de retratos, mapas, gravuras,gráficos, livros, noticiários de jornal, revistas, aparelhos de projeção, gravadores. Tanto oprofessor quanto os materiais somente terão vida na práxis pedagógicas da sala de aula,fora isso serão apenas objetos sem valor didático nenhum.

O material didático, para ser realmente auxiliar, eficiente do ensino deve:

- Ser adequado ao assunto da aula;- Ser de fácil apreensão e manejo;- Estar em perfeito estado de funcionamento, principalmente se tratando de aparelhos,

pois nada mais diverte e dispersa uma turma do que os enguiços nas demonstrações.

Classificação dos Recursos Didáticos(Segundo a II Conferência Geral da UNESCO)

I. Experiências diretas com a realidade1.Excursões escolares - viagens escolares, escotismo e bandeirantismo.

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EstágioSupervisionado I

2. Objetos, espécimes e modelos – organização de um museu escolar,mostra e exposições, dioramas, planetário, aquário, terráqueo, visitas amuseus.

3. Auxiliares de atividades – dramatizações, demonstrações,marionetes, clubes, bibliotecas, recortes e Cruz Vermelha Infantil.

II. Auxiliares visuais (material pictórico) – ilustrações, cartões,impressos, diapositivos e diafilmes, episcopia, cinematografia, microfotografiae fotomicrografia, fac símile, ultrafax e estereoscopia.

III. Auxiliares auditivos – audiofono, eletrônico, rádio e toca discos.IV. Auxiliares audiovisuais – filmes sonoros e televisão.V. Símbolos de representação plana – quadro negro, cartaz, carta-mural, diagrama,

frisos, multiplicadores, jornal mural, caricaturas, globos, mapas, historieta gráfica, mural eflanelógrafo.

Vale ressaltar que a classificação apresentada foi retirada de Nérici (1992), portanto,algumas de suas terminologias já não se encaixam com as tecnologias contemporâneas.

Contudo, mais a frente, faremos algumas novas considerações, tendo em vista aglobalização dos saberes.

Recomendações quanto ao uso de recursos didáticos:

Os recursos audiovisuais não devem ficar expostos, porque os poucos podem tornar-se indiferente.

Devem ser expostos com mais evidência aqueles recursos referentes a unidade queesteja sendo estudada.

Os recursos audiovisuais destinados a aula devem ficar à mão, a fim de não haverperda de tempo em mandar buscar ou procurar.

Os recursos audiovisuais de uma aula devem ser apresentados, oportunamente, enão todos de uma vez, pois pode desviar a atenção da classe.

Antes da utilização dos recursos audiovisuais, estes devem ser revistos quanto àspossibilidades de utilização e funcionamento.

Recursos audiovisuais na sala de aula

“O uso das mídias é o processo mais eficiente na fixação de conteúdos.Parte-se do pressuposto de que o computador reúne muitos tipos de mídiae que isso confere a essa tecnologia um grande potencial de aplicação”.

No cotidiano, na sala de aula, no trabalho, no lazer, nas imagens, nos símbolos, enfim,no plano geral da história da humanidade, a comunicação, a inter-relação, as técnicas nãopodem ser isoladas e abstraídas do contexto da realidade social e do pensamento humano.

A cultura da informação desenvolve reflexos na aprendizagem dos indivíduos. Tudoaquilo que é aprendido na leitura, escrita e da impressão ocorre por simulação, eventotípico da civilização atual.

A disseminação de técnicas e das tecnologias vem modificando a vida cotidiana, otrabalho e os processos perceptivos e cognitivos de milhões de pessoas. Esse processodesencadeia novas formas de relação, ou seja, o viver, o agir e perceber a realidade.

A educação formal nas escolas de todos os níveis deveriam também desenvolvernovas formas de interação com instrumentos da cultura de informática, dentro de umaperspectiva dinâmica e de forma significativa, não perdendo de vista a questão dos valoresque norteiam a cultura, a sociedade e a educação.

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Para ilustrar o uso dos novos recursos, podemos citar o correio eletrônico,a Internet, uso das mídias, ou seja, “mundo visual e dinâmico” é oprocesso mais eficiente na fixação dos conteúdos. É por esse motivo

que os recursos audiovisuais merecem mais atenção.Vale ressaltar, também o uso de softwares educativos, os

quais agrupam vários multimeios, combinando sons, imagemestática ou em movimento, textos e outras mídias, conhecidas por

hipertextos, multimídias e hipermídias.

Parte-se do pressuposto de que o computador reúne muitos tipos demídia (áudio, vídeo, texto). Este tipo de tecnologia confere um grandepotencial de aplicação e possibilita o ensino interativo e o desenvolvimentode interfaces cada vez mais amigáveis com os avanços no processo e nainter-relação de saberes: os saberes interlocutores fazem intervir o contextopara interpretar as mensagens que são dirigidas.

LÈVI STRAUSS, apud HETKOWSKI, 1997

Dessa forma, na escola, a utilização da informática, das diversas ferramentaspossibilita novas alternativas no processo de reconstrução do pensamento cognitivo-expressivo.

As instituições de ensino médio, fundamental e universitário são as promotoras dabusca e da reconstrução do conhecimento nos alunos.

Vivemos um momento globalizado. Um novo estilo de humanidade está sendoinventado, assim como as tecnologias da escola devem ser utilizadas como meio paraalcançar fins e não tecnicamente como um fim.

Socializando práticas e construindo saberes:Por Maria Izilda Santos de Matos

“Saudosa Maloca” vai à escola(Pouco explorada pela análise histórica, a música recria na sala de aula temas ligados

à comunidade)

Se o senhor não está lembradoDa me licença de contarQue aqui aonde agora estáEsse edifício alto que agora vêEra uma casa velhaUm palacête assobradadoFoi aqui senhormato grosso, joça e euConstruimos nosso larMais um diaNão podemos nem lembrarVeio os homes cas ferramentasO dono mandô derrubá

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EstágioSupervisionado I

Peguemos todas nossas coisasE fumos pro meio da ruaPreciá a demoliçãoQue tristeza que nois sentiaCada táuba que caíaDuia no coraçãoMato grosso quis gritáMais em cima eu faleiOs homes tá ca razãoNois arranja outro lugáSó se conformemos quando o Jocá falouDeus dá o frio conforme o cobertôE hoje nois pega a páia nas gramas do jardimE pra esquecê nois cantemos assimSaudosa Maloca, maloca querida dim dimDonde nos passemos os dias feliz da nossa vidaSaudosa Maloca, maloca querida dim dim

Recurso didático de amplo potencial, a música pode ser usada para discutir astransformações do espaço urbano. É desafiador acompanhar as contínuas Reformas doEnsino no País — Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN/1996); ParâmetrosCurriculares Nacionais (PCN/1998) — e aplicá-las no dia a dia-a-dia. Ainda maisconsiderando o processo de aprendizagem como permanente e direcionado a umaeducação que estimule a reflexão. O espírito crítico e a ética na prática social.

Por que não enfrentar isso tudo com música? A produção musical pode ser vistacomo um corpo documental, uma nova fonte particularmente instigante para a historiografia,já que por muito tempo embalou boêmios, artistas, populares, sambistas, entre outros compoucos meios de se manifestarem. Além disso, as funções também abordam temas rarosem outras fontes: amor, dor, romantismo, protesto, denúncia. A proposta aqui é justamenteenfatizar a análise das letras das canções, mas sem descartar outros elementos presentesno discurso sonoro.

A música é uma manifestação artística que revela aspectos da vivência de seusprodutores e ouvintes. Assim, se o compositor capta, reproduz e explora episódios docotidiano, seu público, por outro lado, interage, capta, reproduz e assume idéias e sentimentosexpressos pelo autor na canção, mas também rejeita, adapta, troca e até inverte sentidos.É indispensável considerar esta relação para observar a música como uma produção quenão é isolada, nem individual, mas um elemento de aprendizagem cultural (ou seja, deintegração numa cultura), que também representa sensibilidades, valores, padrões e regras.

Não existe um modelo ou fórmula para trabalhar com a música na sala de aula. Opotencial é amplo. Pode-se explorar seu caráter interdisciplinar, envolvendo Literatura, LínguaPortuguesa, Geografia, Filosofia, Ciências e História. Atuando como elementos deflagradorde todo um processo de discussão sobre situações, temas, personagens, momentos daHistória, a música também possibilita trocas de aprendizagens e o repensar de ações epreconceitos.

Em alguns momentos, a música permite despertar o interesse por um problemaqualquer; em outros, é possível perceber até como certos aspectos foram aprendidos,abrindo possibilidades práticas de pesquisa, de criação e de embasamento da opinião.Longe de ser algo já pronto e fechado que o professor transmite ao aluno, parte-se doprincípio que é uma troca de experiências entre sujeitos criativos.

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Vale ressaltar, porém, que a música, mais do que recurso didático-pedagógico efonte documental, é arte e envolve o lúdico. Assim, fica o desafio-sujestão: procure, atravésdas canções, discutir novas dinâmicas do processo de aprendizagem e desenvolver asensibilidade frente a manifestação artística.

Revista Nossa História, 2006

Texto Complementar...

Organização da escola:Organização de saberes

A educação escolar, como obra de uma comunidade educativa, só se faz cominteração de educadores e educandos, dedicados à reconstrução que sistemize/reorganizeos saberes, provindos dos diversificados lugares sociais em que vivem, se comunicam eagem uns e outros. Educadores e educandos, no entanto, só existem como tais à medidaque intencional, emotiva e operativamente inseridos nos respectivos grupos iguais.

Isso significa que tanto a identidade dos professores, como a dos alunos necessitam,antes de tudo, serem construídas no interior das respectivas categorias: ninguém é professorsozinho e a partir de si mesmo; ninguém isolado é aluno. Se não estiverem organizadosentre si, os educadores e se os alunos não se articularem nas respectivas formas de convívioe de ações integradas, não se podem a escola como um todo e as respectivas salas deaula, dizer-se organizadas.

Organização, por outra parte, é um ato de intencionalidade explícita, não acontecede per si nem acontecem se não num permanente processo de muita conversa, discussõese argumentação cooperativa. Não basta, por isso, planejar no início do ano ou do semestre.Se esse planejamento é indispensável também devem ser de contínuo repensado,rediscutido e aplicado às circunstâncias e aos desafios mutantes. Professores e professoras,alunos e alunas, professores e alunos necessitam, a cada passo, retomar suaintencionalidade, reexaminar os caminhos andados, sistematizar suas aprendizagens, dizerentre si o que fizeram e o que aprenderam, que isso é construir seus saberes de experiênciafeitos.

Vale isso tanto para a escola, como para cada sala de aula entendida como espaço-tempo em que uma equipe de professores e uma turma de alunos reconstroem de contínuosuas identidades, suas tramas de relações intersubjetivas e a condução pedagógica desuas aprendizagens tematizadas. Isso vale também para cada região de saberes, ou cadadisciplina do currículo, referida sempre as demais, ao trabalho integrado da sala de aula eàs diretrizes do planejar pedagógico da escola (Espaço Escola, 1991).

Para refletir...

Caros Futuros professores,

Ao nos aproximarmos do final de mais uma maratona, dedicamos a mensagemabaixo que se refere com maestria ao papel dos educadores e, em especial, aqueles quelecionam nas séries iniciais do Ensino Fundamental:

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EstágioSupervisionado I

Na sua opinião, que aspectos o educador deve levar em conta ao trabalhar com asInteligências Múltiplas?

“O país vive a era da globalização, caracterizada pelaintegração de mercados em escala mundial e pelo aparatotecnológico da informática, da automação e dastelecomunicações. Como resposta adaptativa, a escola passa abuscar metodologias integradoras das diversas áreas doconhecimento. Nesse contexto, o papel do ensino é o depromover a consciência do educando a respeito de si e do país,de forma a instrumentalizá-lo para formar sua própria opinião eexercer com autonomia a sua criatividade”.

Trennepohl, Vera. Espaço Escola, 1997

Agora é hora de

TRABALHAR[[[[[ ]]]]]1.....

2.....Observando a prática relacionada a alguns docentes, você percebe o reconhecimentodas Inteligências Múltiplas em sala de aula? Justifique.

3.....O que você entende por ludicidade? E que recursos lúdicos você utilizaria ao ministraruma aula nas séries iniciais do Ensino Fundamental?

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Explique a finalidade dos recursos didáticos no processo de ensino aprendizagem.4.....

5.....Como os recursos didáticos influenciam na aquisição dos conhecimentos na atualsociedade?

AtividadeOrientada

Prezado(a) graduando(a),

Com o objetivo de estimular a ampliação dos seus conhecimentos a partir doProjeto de Intervenção realizado na disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica III, deagora em diante iremos rever, melhorar e aprimorar seu Projeto de Intervençãotransformando-o em um Plano de Ação. Cabe salientar que esta atividade é de caráterobrigatório, fazendo parte das atividades avaliativas da FTC EaD, além de ser umachance de aperfeiçoamento de um trabalho efetivo que foi percebido e será realizadodentro da sala de aula. Esta tarefa será desenvolvida em uma única etapa ao longo danossa disciplina, na sua Unidade Pedagógica e com o auxílio e supervisão do seu tutor.

Todas as ações propostas deverão ser realizados com os recursos materiaisdisponíveis e sua percepção em campo, combinados com os novos conhecimentoscientíficos adquiridos em PPP III e Estágio Supervisionado I e com a sua experiência devida.

Gostaríamos que em todas as etapas de desenvolvimento do Plano de Ação,você aluno(a)-professor(a), pudesse expressar, além dos seus conhecimentos técnicos,a importância de se construir outros conhecimentos a partir do senso comum.

A apresentação desta atividade orientada (Plano de Ação) deverá ocorrer nastutorias 7 e 8, e sua nota deverá ser inserida pelo tutor(a) no espaço referente aConsolidação da Aprendizagem.

Esta única atividade orientada será composta de três etapas que secomplementam entre si e são elas:

· Elaboração do Plano de Ação a partir do problema levantado no Projetode Intervenção.

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EstágioSupervisionado I

· Organização do Cronograma de Execução a partir dasatividades propostas no Plano de Ação.

· Elaboração dos Recursos Didáticos que serão utilizadosno desenvolvimento das atividades propostas.

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 1PLANO DE AÇÃO

O Plano de Ação é a organização de idéias. São as propostas ordenadas de umaforma lógica, para que possam ser claramente compreendidas. Um bom planejamentopermite que se anteveja como acontecerá a ação, quais as etapas a serem percorridas,como e quando serão executadas certas atividades, quais serão os atores envolvidos, oque cada membro do Grupo deverá fazer e quais os recursos necessários.

Neste sentido Plano de Ação de Estágio Supervisionado I deverá ser a proposta dedesenvolvimento de um trabalho de regência de sala elaborado a partir das atividadesrealizadas durante a disciplina de PPP III, o que suscitou na problemática levantada para aelaboração do Pré-Projeto de Intervenção.

Este Plano de Ação tem como principal objetivo incentivar você, graduando, aorganizar e descrever as atividades que irá desenvolver em seu estágio supervisionado,aplicando os conhecimentos construídos ao longo do curso de licenciatura em curso NormalSuperior .

Após conhecer - através da observação e análise - o seu terreno de atuação e elegerseu desafio, você também precisa conhecer seu próprio potencial, saber de suas qualidades,de suas habilidades.

Então, mãos à obra! Vamos à descrição das atividades a serem realizadas no Planode Ação!

Vamos colocar em prática os seus conhecimentos?Lembre-se de utilizar todos os conhecimentos elencados neste material didático,

pois os mesmos irão ajudá-lo(a) a desenvolver atividades que promovam a superação dasdificuldades de aprendizagem que você detectou nos alunos. Diante disso, considerepressupostos como os PCN, as inteligências múltiplas, a ludicidade, entre outros tãosignificativos e integre-os aos seus conhecimentos, vivências, valores e grande potencialcriativo.

Acreditamos em você, pois sabemos que és capaz de superar todos os limites quepossam surgir!

ITENS DO PLANO DE AÇÃO:

1. Identificação da instituição e dos Estudantes – este item deve conter o nomeda instituição em que o estudante irá aplicar o plano de ação, assim como o nome de todosos componentes que fazem parte da sua equipe.

2. Cronograma das atividades – descreva o período que cada atividade deveráocorrer.

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3. Identificação da ação – aqui você fará uma descrição da ação a ser realizadana instituição escolar. Relate qual o tipo de transformação que você pretende realizar emseus alunos a partir da realidade apresentada pelos mesmos.

4. Objetivos – neste item você deverá estabelecer pelo menos dois objetivos queindiquem a finalidade da ação que vocês estão propondo.

5. Descrição das atividades que serão realizadas/ Ações – neste item oestudante deverá fazer um breve relato das atividades que serão realizadas com a turma dealunos escolhida para a regência durante o estágio supervisionado, assim como os recursose a metodologia que será utilizada.

6. Avaliação – não esqueça de relacionar ou descrever as ferramentas que serãoutilizadas para avaliar as atividades desenvolvidas.

7. Recursos – descrição dos recursos materiais e humanos que serão necessáriosao desenvolvimento das atividades.

8. Outros aspectos que você julga relevantes – quaisquer outras consideraçõesque você julgar relevantes devem ser inseridas no Plano de Ação lembrando que o mesmopoderá ser planejado e executado por você ou por seu grupo.

9. Resultados esperados – realize uma breve descrição do que você espera coma ação a ser desenvolvida.

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 2

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 3

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O Cronograma de execução é uma peça muito importante para a atividade de estágiovisto que é ele que especifica o momento em que cada atividade será desenvolvida. Oacompanhamento do cronograma é a visibilidade do andamento do plano de ação deregência de sala tanto para o estagiário quanto para o professor e tutor.

Mantendo o Cronograma atualizado você consegue saber se as tarefas estão emdia, se estão atrasadas e quando será a data provável de encerramento, realizando seuestágio de forma consistente, crítica e reflexiva.

ELABORAÇÃO DOS RECURSOS DIDÁTICOS

O processo de ensino-aprendizagem é otimizado através da utilização de recursosdidáticos, especialmente se os mesmos têm um teor atrativo para os alunos, ou seja, queajude a motivá-los na aquisição dos conhecimentos. Toda atividade de ensino e deaprendizagem quando bem motivado sempre produz bons resultados.

Considerando que você é uma pessoa extremamente criativa e com base dosconhecimentos adquiridos acerca das inteligências múltiplas e da ludicidade, elaborerecursos didáticos que atendam às necessidades apresentadas pelos alunos e aosconteúdos e atividades por você propostos no plano de ação.

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EstágioSupervisionado I

Veja e pesquise alguns exemplos de alguns recursos didáticos quepodem servir de referência para que você crie outros: vídeos e filmes; mapase cartazes; jornais e revistas; cartilhas, jogos e simulações; experiênciasdemonstrativas; teatros e músicas, atividades externas (ex.: visita a umabiblioteca), dentre outros.

Cidadão – é o membro ativo da sociedade política independente. É também sujeitode direitos políticos e que, ao exercê0los, intervém no governo do país.

Conhecimentos prévios – é a relação que se estabelece entre o sujeito que conheceou deseja conhecer algo ou objeto a ser conhecido.

Competências – idoneidade, aptidão, rivalidade ou capacidade.

Cultura – é o atributo de toda pessoa possuidora de conhecimento, com formaçãointelectual desenvolvida; outro, a cultura é referida como comportamento social do gripo

Currículo – cruzamento de práticas diversas; comportamentos didáticos, políticosadministrativos e econômicos.

Ética – qualidade da ação fundada em valores morais.

Etnia – agrupamento humano homogêneo quanto aos caracteres lingüísticos,somáticos e culturais.

Habilidades – destreza, capacidade, jeito.

Intuição – percepção clara, imediata, de verdade sem necessidade da intervençãodo raciocínio.

Moral – Conjunto de normas associadas a idéia sobre formas lícitas e ilícitas decomportamento, conjunto esse aceito e sancionado por uma determina sociedade.

Multidisciplinaridade – múltiplas integrações entre as disciplinas.

Transdisciplinaridade - interligação entre as disciplinas, nas quais esta supera asbarreiras de cada conteúdos, entremeando e constituindo-se uma matéria sozinha.

Transceder – ser superior, exceder, ultrapassar, elevar-se, avantajar-se e extinguir-se.

Tendências Pedagógicas – modelos educacionais.

GlossárioGlossárioGlossárioGlossárioGlossário

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Paradigmas – modelo padrão; tipo de conjugação.

Pedagogia Libertadora – denominação de Paulo Freire para um modeloeducacional que visa a libertação dos oprimidos.

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