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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO RECONHECIMENTO E CONTROLE DE RISCOS AMBIENTAIS NAS ATIVIDADES DE TRIAGEM DE MATERIAL RECICLÁVEL por Walter Otto Paganella Orientador: Môsiris Roberto Giovanini Pereira Porto Alegre, julho de 2011

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PPRA

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  • MINISTRIO DA EDUCAO

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECNICA

    CURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA DE SEGURANA DO TRABALHO

    RECONHECIMENTO E CONTROLE DE RISCOS AMBIENTAIS NAS ATIVIDADES

    DE TRIAGEM DE MATERIAL RECICLVEL

    por

    Walter Otto Paganella

    Orientador:

    Msiris Roberto Giovanini Pereira

    Porto Alegre, julho de 2011

  • RECONHECIMENTO E CONTROLE DE RISCOS AMBIENTAIS NAS ATIVIDADES DE

    TRIAGEM DE MATERIAL RECICLVEL

    por

    Walter Otto Paganella

    Engenheiro Eletricista

    Monografia submetida ao Corpo Docente do Curso de Especializao em

    Engenharia de Segurana do Trabalho, do Departamento de Engenharia Mecnica, da Escola de

    Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos

    necessrios para a obteno do Ttulo de

    Especialista

    Orientador: Prof. MSc. Msiris Roberto Giovanini Pereira

    Prof. Dr. Sergio Viosa Mller

    Coordenador do Curso de Especializao em

    Engenharia de Segurana do Trabalho

    Porto Alegre, 31 de julho de 2011.

  • iDEDICATRIA

    Dedico este trabalho em memria de meu pai.

  • ii

    AGRADECIMENTO

    Agradeo

    Deus por vencer mais esta etapa de minha vida,

    minha famlia pelo apoio e pelas noites mal dormidas,

    ao professor orientador pelas boas ideias

    e aos amigos pela ajuda com as pesquisas.

  • iii

    Nas mesas de triagem so separados, juntados, classificados e

    prensados os sentidos que foram jogados fora; depois eles so

    enfardados para serem triturados, esfacelados, tornarem-se matria

    mesmo sem significado, at que sejam reintroduzidos novamente sobre

    uma nova forma, um novo sentido. A isso chamamos reciclagem.

    (Fernando Freitas Fuo)

  • iv

    RESUMO

    O presente trabalho tem o objetivo de despertar a ateno sobre os riscos de

    acidentes de trabalho, em particular os riscos ambientais, a que esto submetidos os

    trabalhadores numa unidade de triagem. Neste sentido, o trabalho foi desenvolvido atravs de

    pesquisas bibliogrficas, da aplicao de um questionrio e, principalmente, atravs da

    observao em campo.

    Por opo, esta pesquisa vai deter-se apena nos riscos fsicos, qumicos e biolgicos

    a que esto submetidos os trabalhadores que realizam suas atividades no pavilho de reciclagem.

    Como consequncia, pde-se identificar as deficincias existentes e a necessidade de se adotar

    medidas de segurana que tornem mais dignas as condies de trabalho.

    Melhorias nas condies de infraestrutura e conscientizao do uso de equipamentos

    de proteo individual esto entre as medidas que podem ajudar a transformar a vida daqueles

    que, como parte importante do processo da reciclagem dos resduos slidos, realizam atividades

    fundamentais entre o descarte e o reaproveitamento desses materiais.

  • vABSTRACT

    RECOGNITION AND CONTROL OF ENVIRONMENTAL RISKS IN ACTIVITIES OF

    RECYCLABLE MATERIAL SORTING

    This study aims to bring out attention to the risks of work accidents, especially

    environmental risks which workers are submitted to in a sorting unit. In this sense, this work was

    developed based on bibliographical research, questionnaire administration and mostly by the

    field observation.

    By choice, this research will be focused only on physical, chemical and biological

    risks that workers who perform their activities in the recycling pavilion are submitted to. As a

    result, it is possible to identify some failures and the need to adopt safety measures for better

    working conditions.

    Improvements in infrastructure conditions and the use of personal protective

    equipment are measures that may transform the lives of those who carry out essential activities in

    disposal and reuse of these materials, being part of the process of recycling solid waste.

  • vi

    NDICE

    1. INTRODUO....................................................................................................................1

    2. REVISO BIBLIOGRFICA.............................................................................................2

    3. OBJETIVOS.........................................................................................................................4

    4. METODOLOGIA.................................................................................................................4

    5. DEFINIO DOS RISCOS OCUPACIONAIS..................................................................4

    5.1. RISCOS DE ACIDENTES...................................................................................................4

    5.2. RISCOS ERGONMICOS..................................................................................................5

    5.3. RISCOS FSICOS................................................................................................................5

    5.4. RISCOS QUMICOS...........................................................................................................5

    5.5. RISCOS BIOLGICOS.......................................................................................................5

    6. IDENTIFICAO DOS RISCOS AMBIENTAIS..............................................................6

    6.1. RISCOS FSICOS................................................................................................................6

    6.2. RISCOS QUMICOS...........................................................................................................6

    6.3. RISCOS BIOLGICOS.......................................................................................................7

    7. ESTUDO DE CASO............................................................................................................8

    7.1. LOCAL DA PESQUISA......................................................................................................8

    7.2. ABRANGNCIA DA PESQUISA......................................................................................9

    7.3. PROCEDIMENTO...............................................................................................................9

    7.4. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.....................................................................9

    7.5. PERODO DA PESQUISA..................................................................................................9

    7.6. POPULAO E DEFINIES..........................................................................................9

    8. FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE TRABALHO.......................................................10

    8.1. ENTRADA DA MATRIA-PRIMA.................................................................................10

    8.2. PROCESSAMENTO DA MATRIA-PRIMA..................................................................11

    8.3. SADA DA MATRIA-PRIMA........................................................................................15

    9. APRESENTAO DOS DADOS LEVANTADOS.........................................................15

    9.1. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS..................................................................................15

    9.1.1. BAMBONEIRO..............................................................................................................16

    9.1.2. COORDENADOR DE GRUPO.........................................................................................16

    9.1.3. PRENSEIRO......................................................................................................................16

    9.1.4. SERVIOS GERAIS.........................................................................................................17

    9.1.5. TRIADOR..........................................................................................................................17

  • vii

    9.2. INFORMAES SCIO-AMBIENTAIS........................................................................17

    9.3. MQUINAS E EQUIPAMENTOS...................................................................................20

    9.4. USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL........................................21

    9.5. VOLUME DO MATERIAL PROCESSADO....................................................................21

    9.6. QUADRO SINPTICO.....................................................................................................21

    9.6.1. RISCOS FSICOS IDENTIFICADOS NO LOCAL..........................................................22

    9.6.2. RISCOS QUMICOS IDENTIFICADOS NO LOCAL.....................................................23

    9.6.3. RISCOS BIOLGICOS IDENTIFICADOS NO LOCAL................................................24

    10. CONCLUSES..................................................................................................................26

    11. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...............................................................................27

    12. APNDICE........................................................................................................................29

    13. ANEXO..............................................................................................................................30

  • viii

    LISTA DE SMBOLOS

    DMLU ....................Departamento Municipal de Limpeza Urbana de Porto Alegre

    PMPA .....................Prefeitura Municipal de Porto Alegre

    UT ..........................Unidade de Triagem

    COMLURB ............Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro

    NBR .......................Norma Brasileira Registrada

    ABNT .....................Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    NR ..........................Norma Regulamentadora

    CBS ........................Comisso de Biossegurana em Sade

    EPI ..........................Equipamento de Proteo Individual

  • ix

    NDICE DE FOTOS

    Foto 1 - Caminho de coleta seletiva do DMLU.............................................................................1

    Foto 7.1.1 - Abertura superior na parede de 30 m...........................................................................8

    Foto 7.1.2 - Entrada para carga de pequenos caminhes.................................................................8

    Foto 7.1.3 - Vista para porta pequena na parede de 15 m................................................................8

    Foto 7.1.4 - Vista para o acesso ao continer..................................................................................8

    Foto 7.6.1 - Bombonas plsticas....................................................................................................10

    Foto 8.1.1 - Descarga do lixo seletivo...........................................................................................10

    Foto 8.1.2 - Coleta do material que caiu durante a descarga.........................................................10

    Foto 8.1.3 - Trabalhadores realizando a remoo dos resduos espalhados no cho.....................11

    Foto 8.2.1 - Mesas de triagem........................................................................................................11

    Foto 8.2.2 - Triagem em equipamentos.........................................................................................11

    Foto 8.2.3 - Triagem sem o uso de proteo para as mos............................................................11

    Foto 8.2.4 - Operao da prensa....................................................................................................12

    Foto 8.2.5 - Problemas eltricos....................................................................................................12

    Foto 8.2.6 - Abastecimento da mesa de triagem............................................................................12

    Foto 8.2.7 - Copos descartveis.....................................................................................................13

    Foto 8.2.8 - Ventilador...................................................................................................................13

    Foto 8.2.9 - Silo de vidros..............................................................................................................13

    Foto 8.2.10 - Calado inadequado.................................................................................................14

    Foto 8.2.11 - Continer para material rejeitado pela triagem........................................................14

    Foto 8.2.12 - Local para refeies.................................................................................................14

    Foto 8.3.1 - Amarrao do fardo na prensa...................................................................................15

    Foto 8.3.2 - Carregamento do caminho........................................................................................15

    Foto 9.1.1.1 - Bamboneiro.........................................................................................................16

    Foto 9.1.1.2 - Bamboneiro.........................................................................................................16

    Foto 9.1.3.1 - Prenseiro..................................................................................................................16

    Foto 9.1.3.2 - Prenseiro..................................................................................................................16

    Foto 9.1.4.1 - Servios gerais........................................................................................................17

    Foto 9.1.4.2 - Servios gerais........................................................................................................17

    Foto 9.1.5.1 - Triador.....................................................................................................................17

    Foto 9.1.5.2 - Triador.....................................................................................................................17

    Foto 9.3.1 - Prensas.......................................................................................................................20

    Foto 9.3.2 - Elevador de carga.......................................................................................................20

  • xFoto 9.3.3 - Fragmentadora de papel.............................................................................................20

    Foto 9.3.4 - Empilhadeira manual.................................................................................................20

    Foto 9.5.1 - Estoque de material....................................................................................................21

    Foto 9.5.2 - Carga do material.......................................................................................................21

    NDICE DE GRFICOS

    Grfico 9.2.1 - Faixa etria dos trabalhadores...............................................................................18

    Grfico 9.2.2 - Nmero de filhos...................................................................................................18

    Grfico 9.2.3 - Tempo no servio nessa unidade de triagem.........................................................19

    NDICE DE QUADROS

    Quadro 9.4.1 - Utilizao de equipamentos de proteo...............................................................21

    Quadro 9.6.1.1 - Riscos fsicos......................................................................................................22

    Quadro 9.6.2.1 - Riscos qumicos..................................................................................................23

    Quadro 9.6.3.1 - Riscos biolgicos (parte 1).................................................................................24

    Quadro 9.6.3.2 - Riscos biolgicos (parte 2).................................................................................24

    Quadro 9.6.3.3 - Riscos biolgicos (parte 3).................................................................................25

  • 1. INTRODUO

    Atualmente as grandes cidades vivem um momento de aumento do consumo em

    geral e, consequentemente, um aumento de embalagens que sero descartadas no lixo e, dessa

    forma, deve-se pensar numa forma de reaproveitar estes diversos tipos de produtos. Materiais

    como papel, vidro, plsticos e metal, entre outros, fazem parte dos produtos que ocorrem em

    grande quantidade no lixo da cidade de Porto Alegre.

    A reciclagem vem transformando lixo em produtos novos, reaproveitando materiais

    usados, recuperando dejetos industriais, gerando empregos, riquezas e, principalmente,

    preservando o meio ambiente.

    Abaixo alguns exemplos de materiais inorgnicos que podem ser reciclados:

    Papel: jornais, folhetos, caixas de papelo, revistas e embalagens.

    Vidro: garrafas, frascos de medicamentos e embalagens de alimentos.

    Plstico: garrafas pet, sacos plsticos, embalagens e sacolas plstica.

    Metal: latas de alumnio, de ao, tampas, cobre e pregos.

    Para facilitar a classificao durante a triagem, a separao e a coleta dos materiais

    pode ser feita de uma forma mais adequada atravs da utilizao de recipientes coloridos

    conforme segue:

    Amarelo para metais.

    Azul para papis.

    Verde para vidros.

    Vermelho para plsticos.

    O processo de reciclagem pode tornar-se mais fcil se cada cidado fizer a sua parte,

    atravs da separao do lixo, contribuindo, dessa forma, para que os resduos slidos possam ser

    destinados s unidades de triagem. Quando reciclamos estamos ajudando a melhorar o meio

    ambiente e, consequentemente, contribuindo para que possamos ter uma vida mais agradvel em

    nosso planeta.

    O Departamento Municipal de Limpeza Urbana

    (DMLU) da Prefeitura Municipal de Porto Alegre (PMPA)

    realiza, atravs de um programa de coleta seletiva, o

    recolhimento dos resduos slidos e os encaminha,

    gratuitamente, s Unidades de Triagem (UT) existentes em

    vrios bairros da cidade. Nessas unidades os colaboradores , Foto 1 - Caminho de coleta

    seletiva do DMLU

  • 2geralmente organizados em associaes ou cooperativas, realizam as rotinas do trabalho de

    seleo com os riscos decorrentes dessas atividades.

    2. REVISO BIBLIOGRFICA

    Seleo ou triagem o ato de separar materiais de diferentes caractersticas

    qumicas. A reciclagem deve ser precedida de uma seleo ou triagem de materiais, para uma

    posterior coleta seletiva adequada (COMLURB).

    Nota-se, atualmente, um conflito de ideias quanto a terminologia usada para a Coleta

    Seletiva, Seleo e Reciclagem do Lixo pois muitas descries consideram como sendo a mesma

    coisa, porm existe uma grande diferena entre elas. Entretanto no podemos afirmar que uma

    no dependa da outra ou que formem uma sequncia de processos. Ento, Seleo de Lixo o

    ato de separar materiais diferentes potencialmente reciclveis ou reutilizveis, Coleta Seletiva o

    ato de se coletar separadamente espcies de materiais e Reciclagem a transformao de um

    material j utilizado em outro igual ou de qualidade inferior (COMLURB).

    Resduos slidos so chamados genericamente de lixo: materiais slidos

    considerados inteis, suprfluos ou perigosos, gerados pela atividade humana, que devem ser

    descartados.

    Segundo Miller (2007, p. 446), resduo slido qualquer material indesejvel ou

    descartado que no seja gasoso ou lquido.

    Para a Norma Brasileira Registrada NBR 10004 da Associao Brasileira de

    Normas Tcnicas (ABNT, 2004), resduos slidos so resduos no estado slido e semi-slido

    que resultam das atividades industrial, domstica, hospitalar, comercial, agrcola, de servios e

    de varrio. Para efeito dessa Norma (NBR 10004/2004), os resduos so classificados em

    Resduos Classe I (Perigosos), Resduos Classe II (No Perigosos), Resduos Classe II A (No

    Inertes) e Resduos Classe II B (Inertes) e, de maneira resumida, podemos defini-los como

    segue:

    Resduos classe I: Perigosos - Apresentam risco sade pblica ou ao meio

    ambiente, pois podem ser corrosivos, inflamveis, reativos, txicos ou

    patolgicos. Exemplos: resduos hospitalares, industriais e agrcolas, pilhas,

    baterias, lmpadas fluorescentes, medicamentos e produtos qumicos vencidos,

    embalagens de produtos qumicos em geral (inclusive de limpeza pesada e

    inseticidas), restos de tintas, solventes, etc.

    Resduos classe II: No perigosos - So aqueles que no enquadram nas

    classificaes de resduos classe I.

  • 3 Resduos classe II A: No inertes - Podem ter propriedades como

    combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade. No apresentam perigo

    ao homem ou ao meio ambiente, porm no so inertes. Exemplos: a maioria

    dos resduos domsticos, sucatas de materiais ferrosos e no ferrosos,

    embalagens de plstico etc.

    Resduos classe II B: Inertes - No contm nenhum constituinte solubilizvel

    em concentrao superior ao padro de potabilidade das guas. Exemplos:

    entulhos de demolies como pedras, areias, concreto e outros resduos como o

    vidro.

    Todo o manuseio de resduos slidos envolvem situaes de riscos e perigos sade

    do trabalhador. O estudo dos riscos e perigos, no contexto da segurana do trabalho, recente e

    no se encontra completamente estudado. Segundo leituras das Normas Regulamentadoras

    podemos chegar a seguinte definio:

    Risco: capacidade de uma grandeza com potencial para causar leses ou danos

    a sade das pessoas.

    Perigo: situao ou condio de risco com probabilidade de causar leso fsica

    ou dano sade das pessoas por ausncia de medidas de controle.

    De maneira geral, para a comunidade cientfica, os riscos relativos ao meio ambiente

    e coleta de resduos slidos urbanos parecem estar bem definidos. As vias de intoxicao, a

    toxidade e os danos sade e ao ambiente, atravs deste local e atividade, aparecem hoje como

    conhecimento claro e bem constitudo por estudos afins, evidenciando os riscos presentes

    (Porto, Junca, Gonalves e Filhote, 2004; Velloso Santos e Anjos,1997; Gonalves, 2005).

    Os acidentes que acontecem no trabalho de seleo dos resduos slidos so,

    geralmente, decorrentes das precrias condies existentes para a execuo dessas atividades

    resultando em ferimentos por materiais perfuro cortantes, prensagem de membros em

    equipamentos, mordidas de animais e picadas de insetos (Ferreira e Anjos, 2001).

    nesse ambiente de trabalho que, alm da exposio aos acidentes, os trabalhadores

    encontram-se expostos s enfermidades transmitidas por macro vetores, micro vetores e

    hospedeiros.

    Outra possibilidade de risco sade e qualidade de vida dos trabalhadores das reas

    envolvidas com a reciclagem refere-se s questes psicossociais. Segundo Gesser e Zeni (2004),

    a histria de vida dos catadores de materiais reciclveis marcada pela vergonha, humilhao e

    excluso social; sua ocupao sentida como sendo desqualificada e carente de reconhecimento

    pela sociedade.

  • 43. OBJETIVOS

    Analisar os riscos a que esto expostos os trabalhadores, de uma unidade de triagem

    de resduos slidos, recolhidos pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana da Prefeitura

    Municipal de Porto Alegre/RS.

    4. METODOLOGIA

    A metodologia da presente monografia tem como base a realizao de entrevistas e

    observao dos trabalhadores envolvidos com as atividades pertinentes a reciclagem dos resduos

    slidos.

    Estrategicamente optou-se pela pesquisa descritiva e qualitativa, atravs da coleta de

    dados, com a aplicao do questionrio durante a observao sistemtica das atividades.

    Realizou-se uma pesquisa bibliogrfica para identificar os riscos presentes nas

    atividades desenvolvidas pelos selecionadores no centro de triagem.

    5. DEFINIO DOS RISCOS OCUPACIONAIS

    A definio dos riscos tem como objetivo reunir as informaes necessrias para

    estabelecer o diagnstico da situao de segurana e sade durante a jornada do trabalho.

    De maneira genrica, o risco, pode ser entendido como toda e qualquer

    possibilidade de que algum elemento ou circunstncia existente num dado processo e ambiente

    de trabalho possa causar dano sade, seja atravs de acidentes, doenas ou do sofrimento dos

    trabalhadores, ou ainda atravs da poluio ambiental (Porto, 2000).

    Os riscos no ambiente de trabalho podem ser classificados em cinco tipos, de acordo

    com a Portaria n 3.214, do Ministrio do Trabalho do Brasil, de 1978 atravs de na sua Norma

    Regulamentadora n 5 (NR-5), conforme segue:

    5.1. RISCOS DE ACIDENTES

    Qualquer fator que coloque o trabalhador em situao vulnervel e possa afetar sua

    integridade, e seu bem estar fsico e psquico. So exemplos de risco de acidente: as mquinas e

    equipamentos sem proteo, probabilidade de incndio e exploso, arranjo fsico inadequado,

    armazenamento inadequado, etc.

  • 55.2. RISCOS ERGONMICOS

    Qualquer fator que possa interferir nas caractersticas psicofisiolgicas do

    trabalhador, causando desconforto ou afetando sua sade. So exemplos de risco ergonmico: o

    levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura

    inadequada de trabalho, etc.

    5.3. RISCOS FSICOS

    Consideram-se agentes de risco fsico as diversas formas de energia a que possam

    estar expostos os trabalhadores, tais como: rudo, calor, frio, presso, umidade, radiaes

    ionizantes e no-ionizantes, vibrao, etc.

    5.4. RISCOS QUMICOS

    Consideram-se agentes de risco qumico todas as substncias ou produtos que

    possam causar problemas sade, tais como: poeiras, fumos, neblinas, gases, vapores e

    substancias compostas ou produtos qumicos no geral.

    A absoro destes agentes qumicos feita pelo organismo humano, atravs de trs

    vias distintas:

    Via digestiva: realizada atravs da boca sendo, habitualmente, uma ingesto

    involuntria, ocasionada por acidente ou descuido.

    Via cutnea: na presena de determinados produtos com caractersticas

    irritantes ou corrosivas que agem em contacto com a pele ou com os olhos.

    Via respiratria: ocorre usualmente em situaes de manipulao de

    solventes, tintas ou colas. O transporte dessas substncias pelo organismo pode

    causar problemas em outros rgos alm dos pulmes.

    5.5. RISCOS BIOLGICOS

    Consideram-se como agentes de risco biolgico as bactrias, vrus, fungos, parasitas,

    entre outros.

  • 66. IDENTIFICAO DOS RISCOS AMBIENTAIS

    De acordo com o estudo realizado por Ferreira e Anjos (2001), os agentes mais

    frequentes nos resduos slidos e nos processos de manuseio do lixo, capazes de interferir na

    sade humana e no meio ambiente, so os riscos fsicos, qumicos e biolgicos.

    6.1. RISCOS FSICOS

    So decorrentes dos agentes fsicos tais como: materiais perfurocortantes, como

    vidros e lascas de madeira; objetos pontiagudos; rudos excessivos; exposio ao frio e ao calor.

    Os riscos fsicos representam uma troca brusca de energia entre o organismo e o

    ambiente, em quantidade superior quela que o organismo capaz de suportar, podendo acarretar

    uma doena profissional.

    Os objetos perfurantes e cortantes so sempre apontados entre os principais

    responsveis por ferimentos e cortes nos trabalhadores da triagem do lixo reciclvel.

    Rudos em excesso, durante as operaes de gerenciamento dos resduos, podem

    promover a perda parcial ou permanente da audio, cefaleia, tenso nervosa, estresse e

    hipertenso.

    6.2. RISCOS QUMICOS

    So decorrentes dos agentes qumicos encontrados, em grande quantidade, junto aos

    resduos slidos coletados na cidade, tais como: lquidos que vazam de pilhas e baterias; leos e

    graxas; pesticidas e/ou herbicidas; solventes; tintas; produtos de limpeza; cosmticos; remdios;

    metais pesados como chumbo, cdmio e mercrio; aerossis e outros (Kupchella & Hyland,

    1993; Ferreira e Anjos, 2001).

    Uma parcela significativa dos resduos qumicos pode ter efeitos deletrios sade

    humana e ao meio ambiente. Metais pesados como o chumbo, o cdmio e o mercrio,

    incorporam-se cadeia biolgica, tm efeito acumulativo e podem provocar diversas doenas

    como saturnismo e distrbios no sistema nervoso, entre outras (Ferreira, 1997).

    Pesticidas e herbicidas tm elevada solubilidade em gorduras que, combinada com a

    solubilidade qumica em meio aquoso, pode levar magnificao biolgica e provocar

    intoxicaes agudas no ser humano (so neurotxicos), assim como efeitos crnicos (Kupchella

    & Hyland, 1993).

  • 7Um agente comumente encontrado nas atividades com resduos slidos a poeira.

    Ela pode ser responsvel pelo desconforto e perda momentnea da viso e por problemas

    respiratrios e pulmonares.

    6.3. RISCOS BIOLGICOS

    So decorrentes dos agentes biolgicos, de origem animal ou vegetal, que podem trazer

    efeitos negativos ao organismo humano. Muitas doenas podem ser transmitidas, direta ou

    indiretamente, pelos eventuais agentes biolgicos presentes nos materiais manuseados durante a

    triagem pelos trabalhadores. Lenos de papel, curativos, fraldas descartveis, papel higinico,

    agulhas e seringas descartveis, absorventes e camisinhas alm dos resduos de pequenos

    laboratrios, farmcias e clnicas, misturados aos resduos domiciliares, podem conter muitos micro-

    organismos patognicos (vrus, bactrias e fungos).

    Podemos ressaltar algumas doenas decorrentes dos agentes biolgicos como as doenas

    do trato intestinal (Ascaris lumbricoides, Entamoeba coli e Schistosoma mansoni) e o vrus causador

    da hepatite, principalmente do tipo B, pela sua capacidade de resistir em meio adverso. Alm desses,

    temos, tambm, os micro-organismos responsveis por dermatites. A transmisso indireta se d pelos

    vetores que encontram nos resduos, condies adequadas de sobrevivncia e proliferao.

    As principais vias envolvidas num processo de contaminao biolgica so a via

    cutnea ou percutnea, a via respiratria, a via conjuntiva e a via oral. Os principais riscos

    biolgicos decorrem do contato com produtos contaminados, do contato com objetos

    perfurocortantes descartados inadequadamente em lixo domiciliar e do contato com produtos em

    decomposio.

    Os riscos biolgicos podem ser classificados, por ordem crescente de risco, em

    quatro classes (anexo 1) segundo os seguintes critrios (Comisso de Biossegurana em Sade -

    CBS, 2004):

    Patogenicidade para o homem

    Virulncia

    Modos de transmisso

    Disponibilidade de medidas profilticas eficazes

    Disponibilidade de tratamento eficaz

    Endemicidade

  • 87. ESTUDO DE CASO

    7.1. LOCAL DA PESQUISA

    O objeto desse estudo foi realizado no Centro de Triagem da Vila Pinto, localizado

    na Av. Joaquim Porto Villanova, 143 Vila Pinto/Bairro Bom Jesus, Porto Alegre, RS.

    O local onde so realizadas as triagens um pavilho de alvenaria, medindo

    aproximadamente 30 metros de comprimento por 15 metros de largura, p direito em torno de 12

    metros, com suas caractersticas descritas a seguir:

    Uma das paredes de 30 metros apresenta, na sua extremidade superior, uma abertura

    aproximada de 2 metros, que da acesso ao cesto, por onde so descarregados os resduos slidos

    coletados pela DMLU. Na parede oposta existe uma grande abertura por onde so carregados

    pequenos caminhes com os fardos dos materiais prensados para comercializao.

    Numa das paredes de 15 metros, existe uma pequena porta para acesso para pessoas

    enquanto na parede oposta encontra-se uma grande porta que d acesso a um continer,

    disponibilizado pelo DMLU, para depsitos dos resduos no reciclveis que sero

    encaminhados aos lixes apropriados.

    Foto 7.1.4 - Vista para o acesso ao continer

    Foto 7.1.3 - Vista para porta pequena na parede de 15 m

    Foto 7.1.2 - Entrada para carga de pequenos caminhes

    Foto 7.1.1 - Abertura superior na parede de 30 m

  • 9A cobertura formada por um telhado de duas guas com telhas de fibrocimento tipo

    calheto. Imediatamente abaixo do telhado existe uma abertura envidraada nas paredes (exceto

    aquela com a abertura por onde so recebidos os materiais para triagem), no comprimento total

    da parede, por onde entra a iluminao natural.

    7.2. ABRANGNCIA DA PESQUISA

    Esse trabalho buscou abranger, principalmente, os riscos fsicos, qumicos e

    biolgicos a que esto sujeitos os trabalhadores que manuseiam o lixo reciclvel no interior do

    pavilho de triagem.

    7.3. PROCEDIMENTO

    Para a coleta de dados utilizou-se de um questionrio, elaborado aps uma breve

    entrevista com as coordenadoras da unidade de triagem, onde, atravs de uma conversa entre o

    entrevistador e o entrevistado, foram respondidas as perguntas concomitantemente com a

    execuo de suas atividades para no atrasar o ritmo dos trabalhos.

    7.4. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

    Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionrio, estruturado com

    perguntas simples e objetivas, abordando dados como sexo, idade, escolaridade, estado civil,

    nmero de filhos, tempo na funo exercida, remunerao, carga horria de trabalho, se tem

    percepo dos riscos de sua atividade e se utiliza alguma proteo.

    O questionrio utilizado para esta coleta de dados apresentado no Apndice.

    7.5. PERODO DA PESQUISA

    As observaes das atividades e as entrevistas foram realizadas no perodo de 23 a

    30 de junho do corrente ano.

    7.6. POPULAO E DEFINIES

    Todos os entrevistados so associados do Centro de Educao Ambiental Vila Pinto.

  • 10

    Para identificar suas atribuies faz-se necessrio definir duas palavras usuais muito

    empregadas pelos trabalhadores da associao:

    Bambona = uma bombona plstica,

    com paredes espessas, utilizada para

    armazenamento temporrio dos materiais

    selecionados.

    Bamboneiro = aquele que carrega as

    bombonas com o material selecionado

    para depsito nos silos correspondentes.

    Os associados so trabalhadores autnomos que exercem suas atividades na unidade

    de triagem como coordenadores, prenseiros, bamboneiros, triadores e servios gerais.

    8. FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE TRABALHO

    8.1. ENTRADA DA MATRIA-PRIMA

    A chegada do material junto a UT realizado

    diariamente no final da tarde por uma empresa, terceirizada

    do DMLU, responsvel por fazer a coleta e o transporte do

    lixo seletivo no municpio de Porto Alegre. Durante a

    descarga, os resduos slidos so arremessados para o cesto,

    atravs da abertura na parte superior da parede, e, na maioria

    das vezes, boa parte do material fica espalhado pelo cho.

    Aps o descarregamento do material, os

    trabalhadores da UT precisam deslocar-se at o lado de fora

    do pavilho para realizem um servio adicional de coleta no

    final de sua jornada de trabalho. Nesse momento eles

    aproveitam para pr-selecionar alguns resduos de grande

    tamanho e os conduzem para os silos correspondentes.

    Foto 7.6.1 - Bombonas plsticas

    Foto 8.1.2 - Coleta do material que caiu durante a descarga

    Foto 8.1.1 - Descarga do lixo seletivo

  • 11

    Depois de realizada a coleta dos objetos maiores,

    alguns trabalhadores permanecem realizando a varrio do

    local e colocando os resduos dentro de bombonas ou de

    grandes sacos de linhagem. Assim que esses recipientes

    estiverem cheios, os bamboneiros realizam um esforo

    nada ergonmico, para alcan-los ao colega que esta sobre

    o vo da parede sem utilizar equipamento de segurana

    contra quedas que ir deposit-los no cesto.

    8.2. PROCESSAMENTO DA MATRIA-PRIMA

    Todo o material a ser reciclado fica depositado

    no cesto um local junta a parede, sustentado por uma

    estrutura de madeira e tela de arame imediatamente acima

    das mesas onde trabalham grupos de at 4 triadores. Nesse

    ambiente de trabalho nota-se que a companhia dos colegas e

    os assuntos diversas so responsveis pela execuo dos

    servios de uma forma descontrada.

    Existe um reciclador que responsvel por tentar

    recuperar alguns objetos danificados que chegam at a UT.

    Aqueles que no podem ser recuperados, so desmanchados

    e tem suas partes separadas conforme o tipo de material

    (cobre, alumnio, etc.) para posterior comercializao. Nota-

    se que, apesar do bom humor do trabalhador, essa atividade

    realizada de forma solitria numa pequena sala.

    Reciclar materiais slidos envolvem vrios

    riscos de acidentes como ferimentos ou cortes nas mos,

    principalmente quando os trabalhadores, apesar de terem

    conhecimento dos perigos envolvidos, no tem a conscincia

    da necessidade de utilizar equipamentos de proteo que

    evitem a ocorrncia de leses. Alguns triadores no utilizam

    qualquer tipo de proteo porque no acreditam que esto Foto 8.2.3 - Triagem sem o uso de proteo para as mos

    Foto 8.2.2 - Triagem em equipamentos

    Foto 8.2.1 - Mesas de triagem

    Foto 8.1.3 - Trabalhadores realizando a remoo dos resduos

    espalhados no cho

  • 12

    sujeitos aos acidentes. Outros utilizam proteo inadequada para as mos, recusando o uso das

    luvas apropriadas, porque consideram desconfortveis e difceis de manusear os resduos a serem

    selecionados.

    As prensas existentes so muito antigas e por

    isso no atendem as normas de proteo especificadas pelo

    NR-12. Dessa forma nota-se, claramente, os riscos aos quais

    os prenseiros esto expostos diariamente, entre eles os de

    decepar ou esmagar os dedos, consequncias de operaes

    inseguras ou, at mesmo, de avarias mecnicas ou

    hidrulicas do equipamento. Os operadores tambm esto

    expostos a choque eltrico pois algumas partes energizadas esto desprotegidas.

    As instalaes eltricas necessitam urgentemente

    de um projeto de reforma geral onde sejam avaliadas as

    cargas instaladas, os circuitos de alimentao e suas

    protees correspondentes. Alguns equipamentos, que

    precisam da energia eltrica para funcionar, apresentam

    botoeiras danificadas, partes energizadas expostas e cabos

    de alimentao sem a presena de plugue para a conexo

    com as tomadas eltricas. A iluminao artificial geral do

    pavilho esta desativada devido as pssimas condies dos

    circuitos eltricos e das luminrias existentes. urgente a

    necessidade de um iluminamento que atenda as normas

    tcnicas vigentes e priorize, principalmente, a claridade na

    mesas de triagem para facilitar a visualizao dos resduos manipulados.

    Puxar os sacos com resduos que esto

    acumulados no cesto, abri-los e espalhar o seu contedo na

    mesa de seleo expe os triadores a surpresas perigosas.

    Animais peonhentos, tais como cobras, ratos e escorpies,

    podem ocasionar uma srie de enfermidades aos

    trabalhadores, entre elas envenenamento e doenas

    infectocontagiosas, que podero ser transmitidas, por

    Foto 8.2.5 - Problemas eltricos

    Foto 8.2.6 - Abastecimento da mesa de triagem

    Foto 8.2.4 - Operao da prensa

  • 13

    extenso, a seus familiares. Durante esse processo constatou-se que a exposio contnua aos

    resduos qumicos em geral pode causar uma srie de doenas ocupacionais aos trabalhadores.

    Resduos slidos, que mantem a presena de

    gua ou lquido em seu interior, favorecem a proliferao de

    organismos patognicos que podem habitar por um longo

    tempo as embalagens e os frascos. Os copos descartveis, de

    maneira em geral, so um dos responsveis por manter a

    umidade no piso do pavilho pois, constantemente, escorrem

    deles restos de bebidas aucaradas que atraem um nmero

    expressivo de abelhas, baratas, moscas e vrios insetos, transmissores de doenas.

    Durante os perodos de calor torna-se muito

    difcil trabalhar num local quente e sem ventilao e, nessas

    situaes, os funcionrios contavam com ventiladores,

    instalados em algumas colunas, para auxiliar na circulao

    de ar no interior do pavilho de triagem. Entretanto, durante

    a visita realizada para levantamento dos dados, foi

    constatada a real situao atual desses equipamentos: todos

    esto danificados e com as instalaes eltricas inutilizveis. Essa situao nos leva a concluir

    que os mesmos no tiveram a manuteno corretiva necessria quando de suas avarias.

    Uma constatao que chamou muito a ateno

    foi o local destinado ao armazenamento dos vidros. O silo

    est localizado no lado externo do barraco, sem cobertura,

    possui um dos lados totalmente aberto e fica prximo a uma

    via de acesso interna possibilitando que pessoas e crianas,

    que circulam por ali, tenham fcil acesso aos cacos de vidro

    que podem causar ferimentos nos mesmos. Quando o

    bamboneiro traz a bombona com os vidros selecionados para serem depositado no silo, ele

    encontra-se num patamar de concreto, a uma altura aproximada de 2 metros, sem qualquer

    proteo contra quedas o que poder ocasionar um grave acidente. Esse local deveria estar

    monido de uma proteo tipo peitoril, para evitar a queda de pessoas, e de um fechamento mvel

    na extremidade que atualmente se encontra aberta.

    Foto 8.2.7 - Copos descartveis

    Foto 8.2.8 - Ventilador

    Foto 8.2.9 - Silo de vidros

  • 14

    Usar calados e roupas inadequadas durante os

    servios executados, pelos trabalhadores na triagem, uma

    situao normal. O seu pouco conhecimento sobre as

    vantagens do uso de EPIs, faz com que a maioria deles

    considerem um exagero a preocupao com os outros

    membros do corpo alm da mo. Essa realidade pde ser

    constatada com uma simples observao do calado usado

    por eles na ocasio da visita: tnis comum, meia com chinelo de dedo, sandlia de plstico,

    sapato e at pantufa.

    Junto aos resduos slidos que chegam at os

    recicladores chegam, tambm, muitos resduos orgnicos e

    resduos no reciclveis por essa UT. Esses materiais so

    separados numa bombona especfica que depois sero

    descartados no continer do DMLU, localizado no lado

    externo do pavilho, sem cobertura e que, quando estiver

    com carga suficiente, ser recolhido para encaminhamento

    de seu contedo a um dos aterros sanitrios em uso pela

    prefeitura de Porto Alegre. Cabe salientar que esse material orgnico, estocado a cu aberto,

    poder ser um foco de proliferao de micro-organismos que podero afetar a sade da

    populao atuante na unidade de triagem.

    Todas as refeies e os lanches podem ser

    realizados no refeitrio, junto a cozinha, das instalaes

    sociais do Centro de Educao Ambiental Vila Pinto. Essas

    instalaes so claras e higinicas possibilitando, junto a

    refeio, um momento de relaxamento dos trabalhadores

    antes do retorno para mais um perodo de trabalho, onde as

    tarefas so sempre realizadas em p. Observou-se que,

    durante os intervalos para o lanche, o caf e o achocolatado so oferecidos pela associao,

    cabendo, aos trabalhadores, apenas o fornecimento de seus acompanhamentos.

    No momento do lanche, as vezes, alguns dos funcionrios preferem ficar no interior

    do pavilho, sentados sobre algum fardo ou caixote, para tomar seu cafezinho ou fazer seu

    lanche neste local que imprprio para a realizao de refeies.

    Foto 8.2.10 - Calado inadequado

    Foto 8.2.12 - Local para refeies

    Foto 8.2.11 - Continer para material rejeitado pela triagem

  • 15

    8.3. SADA DA MATRIA-PRIMA

    O material selecionado que encontra-se estocado

    no silo vai para a prensa para ser compactado em fardos.

    Neste momento que ocorre a utilizao da fita ou do arame

    para o fechamento do fardo que ser depositado numa rea

    de estoque. Durante essa operao existe a possibilidade de

    ocorrer alguma perfurao nas mos causada pelo arame.

    No momento da comercializao dos fardos de

    material reciclvel, eles so deslocados do estoque para a

    pesagem diante do comprador e posterior carregamento do

    caminho. Cabe salientar que o deslocamento do depsito

    at a balana e a colocao dos fardos no elevador so de

    responsabilidade do pessoas da UT. A remoo do fardo do

    elevador e sua posterior acomodao na carroceria do

    caminho realizada pelos funcionrios do comprador.

    9. APRESENTAO DOS DADOS LEVANTADOS

    9.1. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

    Os trabalhadores que atuam no interior do pavilho esto cadastrados com funes

    especficas mas, na realidade, notou-se que a maioria deles executa tarefas diferentes daquelas

    correspondentes em seus cadastros.

    As jornadas de trabalho so iguais para todos os trabalhadores e esto divididas

    conforme segue:

    Entrada..........................: 07h00min

    Lanche da manh.......... : 09h00min s 09h20min

    Almoo..........................: 12h00min s 13h00min

    Lanche da tarde.............: 15h00min s 15h20min

    Sada..............................: 17h00min

    As funes desenvolvidas e cadastradas nas atividades realizadas pelos associados

    no pavilho de reciclagem so as descritas a seguir:

    Foto 8.3.1 - Amarrao do fardo na prensa

    Foto 8.3.2 - Carregamento do caminho

  • 16

    9.1.1. BAMBONEIRO

    Responsvel pelo transporte das bombonas, abastecidas com os materiais

    selecionados at o silo correspondente. , tambm, de sua responsabilidade a retirada das

    bombonas com os rejeitos, que sero depositados no continer disponibilizada pelo DMLU, e o

    abastecimento das prensas com o material a ser compactado.

    9.1.2. COORDENADOR DE GRUPO

    Coordena, de maneira geral, as atividades de todos os trabalhadores envolvidos com

    a triagem. Tambm de sua responsabilidade acompanhar a descarga do material, realizada pela

    empresa que realizou a coleta seletiva, bem como a organizao, agilizao da compactao e

    encaminhamento do material compactado para a empresa compradora.

    9.1.3. PRENSEIRO

    Responsvel pelo abastecimento e operao da prensa hidrulica transformando, em

    fardos, os materiais selecionados. Notou-se que, muitas vezes, o prprio prenseiro quem

    abastece a prensa com o material selecionado que encontra-se estocado nos silos.

    Foto 9.1.1.1 - Bamboneiro

    Foto 9.1.3.2 - PrenseiroFoto 9.1.3.1 - Prenseiro

    Foto 9.1.1.2 - Bamboneiro

  • 17

    9.1.4. SERVIOS GERAIS

    Responsvel pela varrio e organizao geral dos resduos espalhados no interior e

    no entorno do pavilho.

    9.1.5. TRIADOR

    Responsvel por abrir os sacos plsticos, com os resduos slidos provenientes da

    coleta seletiva, espalh-los pela mesa e realizar a triagem dos mesmos depositando-os, em

    seguida, nas bombonas correspondentes a cada tipo de material.

    9.2. INFORMAES SCIO-AMBIENTAIS

    Foram entrevistados todos os trabalhadores que realizavam tarefas, no interior do

    pavilho de triagem, durante o perodo da pesquisa.

    Nmero de trabalhadores

    Sexo masculino........................................ 6 pessoas

    Sexo feminino.......................................... 20 pessoas

    Foto 9.1.4.1 - Servios gerais

    Foto 9.1.5.1 - Triador Foto 9.1.5.2 - Triador

    Foto 9.1.4.2 - Servios gerais

  • 18

    Escolaridade

    Analfabeto................................................ 3 pessoas

    Ensino fundamental.................................. 21 pessoas

    Ensino mdio............................................ 2 pessoas

    Faixa etria

    Estado civil

    Solteiro..................................................... 19 pessoas

    Casado...................................................... 5 pessoas

    Separado................................................... 2 pessoas

    Nmero de filhos

    Funo

    Bamboneiro......................................... 1 pessoa

    Coordenador............................................ 2 pessoas

    Prenseiro.................................................. 3 pessoas

    Servios Gerais........................................ 1 pessoa

    Triador...................................................... 19 pessoas

    012345678

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 oumais

    Nmero de filhos

    Trab

    alha

    dore

    s

    Grfico 9.2.2 - Nmero de filhos

    012345678

    de 20 a 29 de 30 a 39 de 40 a 49 de 50 a 59 60 ou mais

    Faixa etria

    Trab

    alha

    dore

    s

    Grfico 9.2.1 - Faixa etria dos trabalhadores

  • 19

    Tempo no servio

    Salrio mensal

    at 1 salrio mnimo................................. 22 pessoas

    de 1 salrio mnimo at R$ 700,00.......... 4 pessoas

    Percepo de riscos

    Sim........................................................... 23 pessoas

    No........................................................... 3 pessoas

    Treinamento sobre os riscos

    Sim........................................................... 20 pessoas

    No........................................................... 6 pessoas

    Acidente no trabalho

    Sim........................................................... 13 pessoas

    No........................................................... 13 pessoas

    Tipos de acidentes relatados

    - Corte da mo com caco de vidro.

    - Corte da mo com lata.

    - Corte do p com caco de vidro.

    - Corte da perna com caco de vidro.

    - Dedo espremido com a subida da mesa da prensa.

    - Felpa de madeira cravada no p.

    - Furo no dedo com arame de amarrar fardo.

    - Micose na mo.

    - Queda da mesa da prensa sobre os dois braos.

    - Toro no p.

    0123456789

    10

    menosde 1/2

    de 1/2 at 1

    de 1 at 2

    de 2 at 3

    de 3 at 4

    de 4 at 5

    de 5 at 10

    10 oumais

    Tempo no servio (anos)

    Trab

    alha

    dore

    s

    Grfico 9.2.3 - Tempo no servio nessa unidade de triagem

  • 20

    Tempo de afastamento devido ao acidente

    Nenhum dia.............................................. 6 pessoas1 dia.......................................................... 4 pessoasDe 2 at 15 dias........................................ 1 pessoaDe 16 at 30 dias...................................... 1 pessoaMais de 1 ms.......................................... 1 pessoa

    9.3. MQUINAS E EQUIPAMENTOS

    Os trabalhadores do centro de triagem contam com os seguintes equipamentos para

    auxiliar em suas atividades:

    Balana manual............................................. 4 unidadesCarrinho de carga.......................................... 2 unidadesCarrinho para bombona................................ 3 unidadesElevador de carga......................................... 1 unidadeEmpilhadeira manual.................................... 1 unidadeFragmentador de papel................................. 1 unidadePaleteira........................................................ 1 unidadePrensa hidrulica........................................... 3 unidades

    A seguir, sero exibidas algumas fotos para ilustrar as condies dos equipamentos existentes:

    Foto 9.3.1 - Prensas Foto 9.3.2 - Elevador de carga

    Foto 9.3.4 - Empilhadeira manual

    Foto 9.3.3 - Fragmentadora de papel

  • 21

    9.4. USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL

    Foi perguntado a todos os trabalhadores se eles usam algum equipamento de

    proteo individual segundo seu ponto de vista e, conforme suas respostas, constatou-se as

    seguintes situaes:

    9.5. VOLUME DO MATERIAL PROCESSADO

    Mensalmente os recicladores manuseiam em torno de 70 toneladas de lixo

    reciclvel. Aps a seleo e prensagem dos resduos slidos, a unidade de triagem comercializa,

    aproximadamente, 65 toneladas de material reciclvel.

    9.6. QUADRO SINPTICO

    Foram constatados as seguintes situaes relativas aos riscos existentes aos

    trabalhadores no pavilho de reciclagem:

    Foto 9.5.2 - Carga do materialFoto 9.5.1 - Estoque de material

    EQUIPAMENTO UTILIZADO QTDEAvental vinlico 1Luva apropriada (tecido resistente com emborrachamento na palma) 2Luva de l e avental de couro 1Luva domstica de borracha 7Luva domstica de borracha e avental de churrasco 1Luva domstica de borracha e avental de tecido encorpado 1Luva domstica de borracha e touca de cozinheiro 1Luva de tecido com emborrachamento fino na palma 1Luva de tecido com emborrachamento fino na palma e bon 1Touca de cozinheiro na cabea 1JUSTIFICATIVAS PELO NO USOAlgumas vezes usa luvas domstica de borracha 3No usa luva porque no consegue trabalhar 3No usa nada porque no necessrio 3

    NMERO TOTAL DE TRABALHADORES: 26Quadro 9.4.1 - Utilizao de equipamentos de proteo

  • 22

    9.6.1. RISCOS FSICOS IDENTIFICADOS NO LOCAL

    RISCOS FONTE EFEITO MEDIDAS DE CONTROLECalor Clima

    Choque Eltrico

    Frio Clima

    Iluminao

    Prensa

    Desnvel no piso

    Rudo Paleteira

    Rudo Prensas

    Umidade

    Desconforto trmico e muito suor devido aos ventiladores existentes serem insuficientes e ainda estarem danificados.

    Realizar um projeto de ventilao e exausto do ar visando atender as mnimas condies de conforto trmico sugeridas pela NR-15.

    Instalaes eltricas

    Choque eltrico devido as ms condies das instalaes eltricas em geral e descuido com o manuseio de equipamentos energizados.

    Realizar um projeto eltrico completo para redimensionar as instalaes e suas protees conforme exigncias da NR-10.

    Desconforto trmico e resfriamento das partes do corpo obrigando ao uso de roupas pesadas que dificultam o servio de triagem.

    Realizar um projeto de ventilao visando atender as mnimas condies de conforto trmico sugeridas pela norma ISO 7730/94.

    Luz natural e Luminrias

    Baixssima visibilidade quando no existe iluminao natural devido as poucas luminrias existentes estarem danificadas.

    Realizar um projeto de iluminamento geral, segundo definies da NR-10, prevendo, tambm, uma iluminao direta nas mesas de seleo do material.

    Mecnico: Esmagamento

    Esmagamento de dedos, mos e braos porque no dispe de sistemas de proteo..

    Substituir por prensas novas que atendam as especificaes da NR-12.

    Mecnico: Perfurao ou Corte

    Materiais perfurocortantes

    Cortes e/ou perfurao nas mos e dedos devido ao no uso de luvas ou uso de luvas inadequadas.

    Usar luva adequada conforme NR-6, escolhendo um modelo que permita facilidade no manuseio do material a ser selecionado.

    Mecnico: Queda

    Toro no p, esfolamento ou fratura de ossos.

    Proteo contra quedas atravs da instalao de guarda-corpo junto aos desnveis e rampas de acesso (NR-18).

    Barulho muito desconfortvel durante a movimentao da paleteira vazia devido ao desgaste apresentado e a irregularidade do piso.

    Substituir por uma paleteira nova que atenda as especificaes da NR-12,

    Barulho desconfortvel nas proximidades da prensa podendo gerar leses nos ouvidos dos operadores. Equipamento muito antigo apresentando sinais de desgaste.

    Substituir por prensas novas que atendam as especificaes da NR-12.

    Clima e resduos lquidos das embalagens

    Piso apresenta uma umidade constante devido ao derramamento de restos lquidos, sendo agravado quando ocorre chuva.

    Realizar um projeto para melhorar o piso, criando uma drenagem da umidade e providenciando um alisamento da superfcie para facilitar a limpeza.

    Quadro 9.6.1.1 - Riscos fsicos

  • 23

    9.6.2. RISCOS QUMICOS IDENTIFICADOS NO LOCAL

    RISCOS FONTE EFEITO MEDIDAS DE CONTROLEGases

    Poeiras

    Vapores de Solventes

    Exausto de veculos durante a carga de materiais.

    Intoxicaes por gases asfixiantes decorrentes da queima de combustveis como o leo diesel.

    Melhorar a ventilao do ambiente e evitar que o veculo permanea com o motor ligado.

    Metais Pesados: Chumbo

    Pilhas estouradas ou com vazamento e embalagens de inseticidas.

    Intoxicao aguda ou crnica. Pode causar cncer de pulmo, hipotireoidismo, estomatites, problemas renais, leses cerebrais e neurolgicas.

    Manusear com cuidado, usando proteo nas mos (EPI) e acondicionando em um recipiente apropriado pra encaminhamento aos postos de recolhimento.

    Metais Pesados: Vapor de Mercrio

    Resduos de lmpadas fluorescentes, termmetro e pilhas ou baterias estouradas ou com vazamento.

    Intoxicao aguda ou crnica. Pode causar danos pulmonares, problemas renais, leses cerebrais e neurolgicos, m formao fetal, dermatite de contato, entre outras consequncias.

    Manusear com cuidado, usando proteo nas mos (EPI) e acondicionando em um recipiente apropriado pra encaminhamento aos postos de recolhimento.

    Produtos Qumicos: Cloro (Hipoclorito de Sdio)

    Embalagens de produtos de limpeza.

    Irritante das mucosas das vias respiratrias, dos olhos e da pele. Pode causar conjuntivite, edema nos olhos e, se ingerido, causa irritao na boca, garganta e fortes dores estomacais.

    Usar proteo (EPI) principalmente para as mos, olhos, nariz e boca.

    Sacos com resduos slidos para triagem.

    Podem causar desconforto na viso, problemas respiratrios e pulmonares, dependendo da intensidade.

    Utilizar culos de proteo para os olhos e mascara de proteo respiratria contra poeiras (EPI).

    Embalagens de produtos que contenham hidrocarbonetos

    Podem causar leucemia, efeitos txicos, doenas renais e hepticas, sncope cardaca, dermatite de contato, tonturas, cefaleia, nuseas, perturbaes auditivas e visuais entre outras.

    Arejar bem o ambiente pois as mscaras utilizadas para proteo contra poeira no so apropriadas para proteo contra os hidrocarbonetos.

    Quadro 9.6.2.1 - Riscos qumicos

  • 24

    9.6.3. RISCOS BIOLGICOS IDENTIFICADOS NO LOCAL

    RISCOS FONTE EFEITO MEDIDAS DE CONTROLEBactrias: Clostridium tetani

    Materiais perfurocortantes contaminados, principalmente, metais enferrujados.

    Ataca o sistema nervoso central, provocando contraturas musculares, podendo atingir os msculos respiratrios e pr em risco a vida.

    Usar luva adequada conforme NR-6, escolhendo um modelo que permita facilidade no manuseio do material a ser selecionado.

    Bactrias: Leptospira

    Urina de ratos e ratazanas.

    Causa uma infeco aguda e febril (Leptospirose).

    Manter uma boa higiene do local de trabalho e utilizar proteo adequada para as mos (EPI).

    Bactrias: Mycobacterium tuberculosis

    Respirao, espirros e tosse de colegas que estejam contaminados.

    Doena infecciosa que afeta os pulmes (Tuberculose), gnglios, pleura, rins, crebro e ossos.

    Utilizar mscaras para proteo respiratria e melhorar a ventilao do local.

    Bactrias: Salmonella

    Ingesto de alimentos manuseados com mos contaminadas.

    uma doena infecciosa (Gastrenterite) que causa a inflamao do intestino delgado e do clon.

    Fazer uma boa higiene nas mos antes de realizar as refeies ou comer algum alimento.

    Bactrias: Yersinia pestis

    Pulgas dos ratos e contato direto com gotculas respiratrias contaminadas.

    Causa a Peste Bubnica - Vasodilatao excessiva com risco de choque sptico e morte.

    Utilizar mscaras para proteo respiratria.

    Vrus: HBV (Hepatite-B)

    Sangue contaminado proveniente de agulhas ou instrumentos perfurantes.

    Causa inflamao do fgado e, nos casos crnicos, causa cncer de fgado podendo causar at a morte.

    Usar luva adequada conforme NR-6, escolhendo um modelo que permita facilidade no manuseio do material a ser selecionado.

    Vrus: Arenavrus (Lassa virus)

    Animais infectados como aranhas e roedores.

    Causa febre, vmitos e hemorragias. Atinge a rea gastrointestinal, a rea respiratria, o sistema cardiovascular e o sistema nervoso.

    Manter uma boa higiene do local de trabalho e utilizar os EPIs apropriados.

    Quadro 9.6.3.1 - Riscos biolgicos (parte 1)

    RISCOS FONTE EFEITO MEDIDAS DE CONTROLEParasitas: Ascaris Lumbricoides

    Ingesto de alimentos contaminados pelo contato com mos infestadas.

    Causam dor abdominal, diarreia e presena de vermes nas fezes.

    Fazer uma boa higiene nas mos antes de realizar as refeies ou comer algum alimento.

    Protozorios: Entamoeba coli

    Objetos contaminados por baratas ou moscas que transmitem a Amebiase.

    Infeco que atinge o intestino grosso podendo atingir a corrente sangunea e afetar o fgado, bao, crebro e corao.

    Manter uma boa higiene do local de trabalho e utilizar os EPIs apropriados.

    Protozorios: Trypanosoma cruzi

    Picada do inseto barbeiro (Triatoma infestans).

    Causa a doena de Chagas - Afeta gnglios, fgado e bao. Depois localiza-se no corao, intestino e esfago, provoca arritmia cardaca e dilatao do corao, esfago e clon.

    Manter uma boa higiene do local de trabalho e utilizar os EPIs apropriados.

    Quadro 9.6.3.2 - Riscos biolgicos (parte 2)

  • 25

    RISCOS FONTE EFEITO MEDIDAS DE CONTROLE

    Dengue

    Fungos Calor e umidade.

    Animais peonhentos

    Sacos com resduos slidos mal conservados.

    Podem provocar necrose tecidual, ao no sistema nervoso, destruio das hemcias no sangue e deficincia na coagulao sangunea.

    Criar uma rotina de abertura dos sacos por pessoas protegidas com EPIs apropriados para evitar as picadas ou mordeduras.

    Mosquito "Aedes aegypti" existente em embalagens com gua parada.

    uma doena infecciosa que pode causar febre alta, dores de cabea, atrs dos olhos e nas costas, manchas vermelhas no corpo e hemorragias na boca, na urina ou no nariz.

    Criar uma rotina de abertura dos sacos por pessoas protegidas com EPIs apropriados para evitar as picadas. Cuidar da higiene local para evitar a proliferao dos ovos.

    Causam micoses superficiais (nos ps, unhas, virilha, pele, cabelos e mucosas) e micoses profundas (nos pulmes e o esfago).

    Melhorar a ventilao do ambiente e utilizar roupas que evitem o acmulo de suor junto ao corpo.

    Quadro 9.6.3.3 - Riscos biolgicos (parte 3)

  • 26

    10. CONCLUSES

    A certeza de que o aumento da produo de produtos descartveis responsvel

    diretamente pela necessidade de reciclar, cria a necessidade primaz de que o poder pblico,

    atravs do olhar de preservao de nosso planeta, deva providenciar medidas que possibilitem a

    capacitao e o treinamento dos trabalhadores que atuam diretamente na triagem dos resduos

    slidos, nas condies de infraestrutura das unidades de triagem e na valorizao da pessoa,

    garantindo a elas, os seus direitos de cidado.

    As fontes geradoras de resduos slidos deveriam repensar o formato de seus

    produtos dentro de um contexto de preocupao ambiental, aumentando a possibilidade de

    reaproveitamento e, dessa forma, garantindo uma reduo no uso de matria-prima e dos

    recursos naturais.

    Nesse contexto, importante melhorar as condies de trabalho nos pavilhes de

    reciclagem atravs de um olhar que busque assegurar, aos que ali exercem seus ofcios, melhores

    protees contra os riscos e perigos inerentes a suas atividades. fundamental que os

    trabalhadores, que manuseiam os resduos slidos, recebam e sejam orientados a utilizar

    equipamentos de proteo individual tais como luvas, culos, mscara, botina e jaleco pois, de

    um modo geral, eles tendem a negar o perigo a que esto expostos atravs da minimizao,

    dissimulao e compensao dos danos sofridos ou daqueles que ainda podero ocorrer.

    A no utilizao dos equipamentos de proteo individual acontece porque no existe

    qualquer tipo de ao, por parte do poder pblico local, para a preveno dos riscos ocupacionais

    atravs da educao, da disponibilizao de EPIs e da fiscalizao.

    Educar e conscientizar os trabalhadores quanto aos riscos inerentes de suas

    atividades fundamental, porm isso apenas no basta; necessrio realizar melhorias no

    processo desde a recepo do material, passando pela triagem, at a sada dos fardos prensados.

    Como exemplo podemos citar o trabalho de coleta e varrio, do material espalhado pelo cho

    durante o momento da descarga, que poderia ser evitado se a empresa, responsvel por essa lida,

    planejasse melhor a forma de realizar essa atividade.

    No pavilho dessa unidade de triagem so reciclados materiais e lixo. Acreditamos

    que, mais do que reciclar objetos ou lixo, o pavilho deve possibilitar a reciclagem da prpria

    vida dos trabalhadores, em cujo processo, o reconhecimento e controle dos riscos ambientais

    desempenham um papel transformador inclusive na comunidade local (Inspirado na ideia de

    Fuo, 2004-2010).

  • 27

    11. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    1. ASSOCIAO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PBLICA E

    RESDUOS ESPECIAIS ABRELPE - ABRELPE defende Poltica Nacional de

    Resduos. Disponvel em: < www.abrelpe.org.br/noticia_destaque_residuos.php> Acesso

    em 18/07/11.

    2. ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS(ABNT). NBR 10004,

    Resduos slidos Classificao. ABNT 2004 - 2. ed. Rio de Janeiro, 2004.

    3. BIOGROUP. Gerao de RSU expressivo crescimento no Brasil. Disponvel em:

    Acesso em 19/07/11.

    4. BRASIL. Classificao de risco dos agentes biolgicos; Braslia: Ministrio da Sade,

    Secretaria de Cincia, Tecnologia e Insumos Estratgicos, Departamento do Complexo

    Industrial e Inovao em Sade - 2. ed. Editora do Ministrio da Sade, 2010.

    5. BRASIL. Doenas relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os

    servios de sade; Organizado por Elizabeth Costa Dias ; colaboradores Idelberto Muniz

    Almeida et al. Ministrio da Sade do Brasil. Organizao Pan-Americana da Sade no

    Brasil. Braslia, 2001.

    6. BRASIL. Portaria n 3.214 de 08 de junho de 1978. Aprova as Normas

    Regulamentadoras - NR; Braslia: Ministrio do Trabalho, 1978.

    7. BRASIL. Portaria GM/MS n 1.683, de 28 de agosto de 2003.Criao da Comisso

    de Biossegurana em Sade CBS; Braslia: Ministrio da Sade, 2003.

    8. BRASIL. Sistema de Avaliao da Conformidade de Material Biolgico; Braslia:

    Ministrio da Cincia e Tecnologia. SENAI/DN, 2002.

    9. CAVALCANTE, S.; FRANCO, M. F. A., Profisso perigo: percepo de risco sade

    entre os catadores do Lixo do Jangurussu. In: Revista Mal - Estar e Subjetividade,

    Fortaleza. Vol. VII, No 1, mar/2007, p. 211-231

    10. COMPANHIA MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA COMLURB. Guia de

    Reciclagem, Rio de Janeiro, RJ. Disponvel em:

    < http://comlurb.rio.rj.gov.br/ma_recicla.asp#mat4> Acessado em 17/07/11.

    11. FERREIRA, J. A.; ANJOS, L. A., Aspectos de sade coletiva e ocupacional associados

    gesto dos resduos slidos municipais. Cadernos de Sade Pblica, 2001.

  • 28

    12. FERREIRA, J. A., Lixo Hospitalar e Domiciliar: Semelhanas e Diferenas Estudo

    de Caso no Municpio do Rio de Janeiro. Tese de Doutorado, Rio de Janeiro: Escola

    Nacional de Sade Pblica, Fundao Oswaldo Cruz, 1997.

    13. FUO, F. et ali. Unidades de triagem: reciclagem para a vida. ARQTEXTO

    (UFRGS), v. VIII, p. 101-130, 2006.

    14. GONALVES, R.C.M., A Voz dos Catadores de Lixo em Sua Luta Pela

    Sobrevivncia. Universidade Estadual do Cear Dissertao (Mestrado em Polticas

    Pblicas e Sociedade). Fortaleza, 2005.

    15. KUPCHELLA, C. D. & HYLAND, M.C., Environmental Science - Living Within the

    System of Nature. London: Prentice-Hall International, 1993.

    16. INTERFACEHS Revista de Gesto Integrada em Sade do Trabalho e Meio

    Ambiente - v.3, n.1, Artigo 3, jan./ abril. 2008.

    17. MACINTYRE, A. J., Ventilao industrial e controle da poluio. Rio de Janeiro:

    Guanabara, 1990.

    18. MESQUITA, A. L. S.; GUIMARES, F. A.; NEFUSSI, N., Engenharia de ventilao

    industrial. So Paulo: Edgard Blcher, 1977.

    19. MILLER, G. Tyler, Cincia Ambiental. So Paulo: Thonson Learning, 2007.

    20. PORTO, M. F. S., Anlise de riscos nos locais de trabalho. So Paulo: Fundacentro,

    2000.

    21. PORTO, M.F.S., JUNCA D.C.M., GONALVES R.S., FILHOTE, M.I.F., Lixo,

    trabalho e sade: um estudo de caso com catadores em um aterro metropolitano no

    Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Sade Pblica, Nov./Dez. 2004, 20(6):1503-1514.

    22. RIBEIRO, IANE C. M.; ROSOLEM, JAMILLE C.; GRUBHOFER, NICOLE J.;

    ANDRADES, SILVANA A. Seminrio Metais Pesados. Centro Universitrio

    Franciscano - UNIFAE. Curitiba, dezembro 2009.

    23. SANTOS, R.C.; CAMPOS, J.F.; PINHEIRO, C.D.; TOLON, Y.B.; SOUZA, S.R.L.;

    BARACHO, M.; CARMO, E.L., Usinas de Triagem e Compostagem de Lixo como

    alternativa vivel problemtica dos lixes no meio urbano. Fundao Tricordiana de

    Educao, MG - Enciclopdia Biosfera, N.02, 2006.

    24. VELLOSO M.P., SANTOS E.M., ANJOS L.A., Processo de trabalho e acidentes de

    trabalho em coletores de lixo domiciliar na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.

    Cadernos de Sade Pblica, Out./Dez. 1997, vol.13, no.4, p.693-700.

  • 29

    12. APNDICE

    Questionrio

    Nmero do Entrevistado: _____________

    1- Sexo: ____ 2- Idade: ____ 3- Escolaridade: ____ 4- Estado Civil: ____ 5- Num Filhos: ______

    6- Funo: ___________________________ 7- Tempo na Funo: _________ 8- Renda: ________

    9- Turno de Trabalho: ________________ 10- Horrio do Trabalho: __________________________

    11- Voc tem percepo dos riscos na atividades? Quais? ____________________________________

    ___________________________________________________________________________________

    12- Voc usa EPI? _____

    13- Quais? __________________________________________________________________________

    14- Voc teve capacitao ou treinamento sobre os riscos da atividade?

    ___________________________________________________________________________________

    15- Voc j teve acidente de trabalho? _____

    15.a Quais: ________________________________________________________________________

    15.b - Qual o tempo de afastamento: ______________________________________________________

  • 30

    13. ANEXO

    CLASSES DE RISCO BIOLGICO

    Classe de Risco I - Escasso risco individual e comunitrio.

    O Microrganismo tem pouca probabilidade de provocar enfermidades humanas ou enfermidades

    de importncia veterinria.

    Ex: Bacillus subtilis, Lactobacillus sp.

    Classe de Risco II - Risco individual moderado, risco comunitrio limitado.

    A exposio ao agente patognico pode provocar infeco, porm, se dispe de

    medidas eficazes de tratamento e preveno, sendo o risco de propagao limitado.

    Ex: Schistosoma mansoni, Trypanosoma cruzi.

    Classe de Risco III - Risco individual elevado, baixo risco comunitrio.

    O agente patognico pode provocar enfermidades humanas graves, podendo

    propagar-se de uma pessoa infectada para outra, entretanto, existe profilaxia e/ou

    tratamento.

    Ex: Mycobacterium tuberculosis, Yersima pestis.

    Classe de Risco IV - Elevado risco individual e comunitrio.

    Os agentes patognicos representam grande ameaa para as pessoas e animais, com

    fcil propagao de um indivduo ao outro, direta ou indiretamente, no existindo profilaxia

    nem tratamento.

    Ex: Ebola vrus, Lasa vrus.

    Foto 1 - Caminho de coleta seletiva do DMLUFoto 7.1.1 - Abertura superior na parede de 30 mFoto 7.1.2 - Entrada para carga de pequenos caminhesFoto 7.1.3 - Vista para porta pequena na parede de 15 mFoto 7.1.4 - Vista para o acesso ao continerFoto 7.6.1 - Bombonas plsticasFoto 8.1.1 - Descarga do lixo seletivoFoto 8.1.2 - Coleta do material que caiu durante a descargaFoto 8.1.3 - Trabalhadores realizando a remoo dos resduos espalhados no choFoto 8.2.1 - Mesas de triagemFoto 8.2.2 - Triagem em equipamentosFoto 8.2.3 - Triagem sem o uso de proteo para as mosFoto 8.2.4 - Operao da prensaFoto 8.2.5 - Problemas eltricosFoto 8.2.6 - Abastecimento da mesa de triagemFoto 8.2.7 - Copos descartveisFoto 8.2.8 - VentiladorFoto 8.2.9 - Silo de vidrosFoto 8.2.10 - Calado inadequadoFoto 8.2.11 - Continer para material rejeitado pela triagemFoto 8.2.12 - Local para refeiesFoto 8.3.1 - Amarrao do fardo na prensaFoto 8.3.2 - Carregamento do caminhoFoto 9.1.1.1 - BamboneiroFoto 9.1.1.2 - BamboneiroFoto 9.1.3.1 - PrenseiroFoto 9.1.3.2 - PrenseiroFoto 9.1.4.2 - Servios geraisFoto 9.1.4.1 - Servios geraisFoto 9.1.5.1 - TriadorFoto 9.1.5.2 - TriadorGrfico 9.2.1 - Faixa etria dos trabalhadoresGrfico 9.2.2 - Nmero de filhosGrfico 9.2.3 - Tempo no servio nessa unidade de triagemFoto 9.3.1 - PrensasFoto 9.3.2 - Elevador de cargaFoto 9.3.3 - Fragmentadora de papelFoto 9.3.4 - Empilhadeira manualQuadro 9.4.1 - Utilizao de equipamentos de proteoFoto 9.5.1 - Estoque de materialFoto 9.5.2 - Carga do materialQuadro 9.6.1.1 - Riscos fsicosQuadro 9.6.2.1 - Riscos qumicosQuadro 9.6.3.1 - Riscos biolgicos (parte 1)Quadro 9.6.3.2 - Riscos biolgicos (parte 2)Quadro 9.6.3.3 - Riscos biolgicos (parte 3)MINISTRIO DA EDUCAOUNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SULDEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECNICACURSO DE ESPECIALIZAO EM ENGENHARIA DE SEGURANA DO TRABALHOGrfico 9.2.1 - Faixa etria dos trabalhadores18Grfico 9.2.2 - Nmero de filhos18Grfico 9.2.3 - Tempo no servio nessa unidade de triagem191. INTRODUOO Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) da Prefeitura Municipal de Porto Alegre (PMPA) realiza, atravs de um programa de coleta seletiva, o recolhimento dos resduos slidos e os encaminha, gratuitamente, s Unidades de Triagem (UT) existentes em vrios bairros da cidade. Nessas unidades os colaboradores , geralmente organizados em associaes ou cooperativas, realizam as rotinas do trabalho de seleo com os riscos decorrentes dessas atividades.2. REVISO BIBLIOGRFICA3. OBJETIVOS4. METODOLOGIA5. DEFINIO DOS RISCOS OCUPACIONAIS5.1. RISCOS DE ACIDENTES5.2. RISCOS ERGONMICOS5.3. RISCOS FSICOS5.4. RISCOS QUMICOS5.5. RISCOS BIOLGICOS

    6. IDENTIFICAO DOS RISCOS AMBIENTAIS6.1. RISCOS FSICOS6.2. RISCOS QUMICOS6.3. RISCOS BIOLGICOS

    7. ESTUDO DE CASO7.1. LOCAL DA PESQUISA7.2. ABRANGNCIA DA PESQUISA7.3. PROCEDIMENTO7.4. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS7.5. PERODO DA PESQUISA

    As observaes das atividades e as entrevistas foram realizadas no perodo de 23 a 30 de junho do corrente ano.7.6. POPULAO E DEFINIES

    8. FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE TRABALHO8.1. ENTRADA DA MATRIA-PRIMA8.2. PROCESSAMENTO DA MATRIA-PRIMA8.3. SADA DA MATRIA-PRIMA

    9. APRESENTAO DOS DADOS LEVANTADOS9.1. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS9.1.1. BAMBONEIRO9.1.2. COORDENADOR DE GRUPO9.1.3. PRENSEIRO9.1.4. SERVIOS GERAIS9.1.5. TRIADOR

    9.2. INFORMAES SCIO-AMBIENTAIS9.3. MQUINAS E EQUIPAMENTOS9.4. USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL9.5. VOLUME DO MATERIAL PROCESSADO9.6. QUADRO SINPTICO9.6.1. RISCOS FSICOS IDENTIFICADOS NO LOCAL9.6.2. RISCOS QUMICOS IDENTIFICADOS NO LOCAL9.6.3. RISCOS BIOLGICOS IDENTIFICADOS NO LOCAL

    10. CONCLUSESA certeza de que o aumento da produo de produtos descartveis responsvel diretamente pela necessidade de reciclar, cria a necessidade primaz de que o poder pblico, atravs do olhar de preservao de nosso planeta, deva providenciar medidas que possibilitem a capacitao e o treinamento dos trabalhadores que atuam diretamente na triagem dos resduos slidos, nas condies de infraestrutura das unidades de triagem e na valorizao da pessoa, garantindo a elas, os seus direitos de cidado.As fontes geradoras de resduos slidos deveriam repensar o formato de seus produtos dentro de um contexto de preocupao ambiental, aumentando a possibilidade de reaproveitamento e, dessa forma, garantindo uma reduo no uso de matria-prima e dos recursos naturais. 11. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS12. APNDICE13. ANEXOCLASSES DE RISCO BIOLGICO