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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA Eduardo Schoenknecht PROJETO DE DIPLOMAÇÃO MEDIÇÃO DE DISTÂNCIA COM O USO DE LASER Porto Alegre 2010 1

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    ESCOLA DE ENGENHARIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA

    Eduardo Schoenknecht

    PROJETO DE DIPLOMAO

    MEDIO DE DISTNCIA COM O USO DE LASER

    Porto Alegre

    2010

    1

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    ESCOLA DE ENGENHARIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA

    MEDIO DE DISTNCIA COM O USO DE LASER

    Projeto de Diplomao apresentado ao Departamento de Engenharia Eltrica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para Graduao em Engenharia Eltrica.

    ORIENTADOR: Prof. Eric Ericson Fabris

    Porto Alegre

    2010

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    ESCOLA DE ENGENHARIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA

    EDUARDO SCHOENKNECHT

    MEDIO DE DISTNCIA COM O USO DE LASER

    Este projeto foi julgado adequado para fazer jus aos crditos da Disciplina de Projeto de Diplomao, do Departamento de Engenharia Eltrica e aprovado em sua forma final pelo Orientador e pela Banca Examinadora.

    Orientador: ____________________________________

    Prof. Eric Ericson Fabris, UFRGS

    Doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre, Brasil

    Banca Examinadora:

    Prof. Dr. Eric Ericson Fabris, UFRGS

    Doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre, Brasil

    Prof. Dr. Marcelo Soares Lubaszewski, UFRGS

    Doutor pelo Institut National Polytechnique Grenoble, Frana

    Prof. Dr. Cludio Walter, UFRGS

    Doutor pelo Institut National Polytechnique Grenoble, Frana

    Porto Alegre, julho de 2010.

  • DEDICATRIA

    Dedico este trabalho aos meus pais, pela dedicao e apoio em todos os momentos.

  • AGRADECIMENTOS

    Primeiramente agradeo aos meus pais, pela educao, amor, suporte emocional e

    financeiro, bem como s minhas duas irms, pelo companheirismo e pelos exemplos de

    sucesso conquistado com esforo e determinao.

    Aos colegas e amigos agradeo pelos timos momentos de convivncia e estudo,

    trabalho em equipe, compartilhamento de conhecimentos, mtodos de estudo, e pelos

    momentos de descontrao.

    Sou grato a Falker Automao Agrcola pelas oportunidades de estgio e emprego, e

    pelas ricas experincias que me foram proporcionadas durante o perodo de minha graduao.

    Agradeo a Toth Tecnologia por ter me acolhido em seu time de engenheiros, onde

    contribuirei no desenvolvimento de equipamentos com tecnologia de ponta para nobres

    aplicaes.

    Aos professores, que muitas vezes abdicam da popularidade entre os alunos em prol da

    exigncia, s tenho a agradecer, em especial ao legado de excelncia conquistado pelo curso

    na sociedade e mercado de trabalho.

    Ao professor Eric Ericson Fabris agradeo pelas timas aulas e pelo apoio dado

    durante a execuo deste trabalho.

    universidade e aos funcionrios agradeo pela infraestrutura organizada e funcional

    disponibilizada durante todo o curso, assim como aos contribuintes, que proporcionam os

    recursos financeiros necessrios para o funcionamento da instituio.

  • RESUMO

    Este documento descreve um estudo sobre o funcionamento e aplicaes do mtodo de medio que faz uso de pulsos de laser para determinar a distncia entre um dispositivo de medio e um obstculo no qual o laser foi direcionado. Atravs da quantizao do tempo de voo de um pulso de laser que emitido por um diodo laser, viaja at um obstculo e refletido de volta para o equipamento, possvel de se determinar a distncia que separa o equipamento do obstculo. Um elemento crucial em um sistema de medio distncias que usa laser o conversor tempo-digital, ele serve para cronometrar o tempo de voo do pulso de laser, que da ordem de nanosegundos. Um conversor tempo-digital foi concebido em FPGA, e sua arquitetura e desempenho tambm so apresentados.

    Palavras-chaves:. Distncia, Laser, TDC, FPGA, Eletrnica, Instrumentao.

  • ABSTRACT

    This document describes a study of laser range finders, equipments that makes use of laser pulses to determine the distance to a pointed obstacle. By measuring the time that it takes to a laser pulse to travel to an obstacle, be reflected, and travel back to the range finder measuring device, the system determines the distance to the pointed obstacle. A crucial element of the system is the time-to-digital converter, or TDC, and its role is to register the time of flight of the laser pulse, witch is the order of nanoseconds. A TDC was designed in a FPGA, and its architecture as well as its performance are also presented.

    Keywords: Laser Range Finder, TDC, FPGA, Electronics, Instrumentation.

  • SUMRIO

    1 INTRODUO....................................................................................................................122 CONTEXTO DO PROJETO..............................................................................................133 APLICAES.....................................................................................................................144 ANLISE DE ALTERNATIVAS E PRINCPIOS DE MEDIO...............................155 PESQUISA E ESCOLHA DE COMPONENTES............................................................185.1 Fotoemissor........................................................................................................................18 Caractersticas Espectrais.....................................................................................................18 Diretividade...........................................................................................................................19 Diodos Laser..........................................................................................................................20 Diodos de Laser Pulsado......................................................................................................215.2 Driver para Diodo Laser Pulsado....................................................................................225.3 Receptor.............................................................................................................................24 Fotodiodos...............................................................................................................................24 Amplificador de Trans-impedncia.....................................................................................25 Atenuadores Eltricos............................................................................................................26 Descriminador de Sinal.........................................................................................................275.4Conversores Tempo-Digital (TDC)..................................................................................285.5 ptica.................................................................................................................................30 ptica de Emisso..................................................................................................................31 ptica de Recepo................................................................................................................325.6Nveis de Potncia de Emisso e Segurana....................................................................335.7 Integrao de Sistemas.....................................................................................................356 MTODOS PROCESSOS E DISPOSITIVOS.................................................................366.1 Emissor de Pulsos Laser...................................................................................................366.2 Fotorreceptor.....................................................................................................................376.3 FPGA O Ncleo do Sistema..........................................................................................39 Cronmetro com Oscilador em Anel....................................................................................40 Cronmetro com Linhas de Propagao Simples...............................................................45 Cronmetro com Linhas de Propagao Paralelas.............................................................49 Consideraes Sobre o Layout..............................................................................................49 Processamento de Dados.......................................................................................................50 Comunicao..........................................................................................................................50 Software para Depurao......................................................................................................517 RESULTADOS ALCANADOS.......................................................................................528 PRXIMOS PASSOS DO PROJETO...............................................................................559 CONCLUSO......................................................................................................................5710 REFERNCIAS.................................................................................................................58

  • LISTA DE ILUSTRAES

    FIGURA 1: MEDIO DE DISTNCIA AT UM SATLITE ORBITANDO A LUA USANDO-SE LASER.............................................................................................................14FIGURA 2: DILATAO NO PULSO POR DISPERSO NO MATERIAL................18FIGURA 3: MLTIPLAS REFLEXES CAUSADAS POR FALTA DE DIRETIVIDADE.....................................................................................................................19FIGURA 4: VOO DO PULSO LASER.................................................................................21FIGURA 5: ESTRUTURA DE UM LASER SHC DE POO QUNTICO.....................22FIGURA 6: DIODO DE LASER PULSADO COMERCIAL.............................................22FIGURA 7: CIRCUITO BSICO PARA GERAO DE PULSOS................................23FIGURA 8: SISTEMA COMPLETO DE EMISSO DE PULSOS LASER USANDO-SE UM DIODO LASER COM DRIVER INTEGRADO (OSRAM).......................................24FIGURA 9: REPRESENTAO GRFICA DO ERRO DE CAMINHADA (WALK ERROR)...................................................................................................................................27FIGURA 10: TDC DA ACAM, COM 2 CANAIS, 50PS DE RESOLUO....................29FIGURA 11: AJUSTE DA LARGURA DO FEIXE LASER..............................................31FIGURA 12: DIRETIVIDADE VERTICAL E HORIZONTAL DO DIODO LASER.. .32FIGURA 13: RECEPO DO FEIXE REFLETIDO........................................................33FIGURA 14: APARNCIA E FUNCIONAMENTO DO APARATO PTICO..............33FIGURA 15: SUBSISTEMAS DO EQUIPAMENTO.........................................................35FIGURA 16: DRIVER DO DIODO LASER PULSADO....................................................37FIGURA 17: CIRCUITO DE RECEPO DO PULSO LASER.....................................38FIGURA 18: PONTOS DE AO DOS COMPARADORES...........................................38FIGURA 19: ESQUEMA DO OSCILADOR EM ANEL COM PARTIDA CONTROLADA......................................................................................................................41FIGURA 20: SIMULAO DO CRONOMETRO COM OSCILADOR EM ANEL.....42FIGURA 21: PRINCPIO DE INTERPOLAO..............................................................45FIGURA 22: LINHAS DE PROPAGAO DE SINAL....................................................46FIGURA 23: SIMULAO DE LINHA DE PROPAGAO..........................................46FIGURA 24: SOFTWARE DE DEPURAO DO TDC...................................................51FIGURA 25: CIRCUITO RC DE DEPURAO...............................................................52FIGURA 26: LINEARIDADE DO TDC...............................................................................53

  • LISTA DE TABELAS

    TABELA 1: ESTADOS DO OSCILADOR EM ANEL......................................................43

  • LISTA DE ABREVIATURAS

    DELET: Departamento de Engenharia Eltrica

    UFRGS: Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    CI: Circuito Integrado

    TDC: Time-to-Digital Converter

    SPI: Serial Peripheral Interface

    FPGA: Field-Programmable Gate Array

    SHC: Separated Confinement Heterostructure

    Laser: Light amplification by stimulated emission of radiation

    Radar: Radio detection and ranging

    Lidar: Light detection and ranging

    Ladar: Laser detection and ranging

    A/D: Analgico para digital

    T/A: Tempo para analgico

    T/D: Tempo para digital

    ASIC: Application specific Integrated Circuit

    IEC: International Electrotechnical Commission

    AEL: Accessible Emission Limits

    UART: Universal Asynchronous Receiver/Transmitter

    LUT: Look Up Table

    BGA: Ball Grid Array

    TDR: Time Domain Reflectometry

  • 121 INTRODUO

    A medio do tempo que uma onda ecoada por um obstculo leva para retornar para a

    sua fonte emissora um princpio que vem sendo usado a dcadas em sonares e radares para

    se determinar distncias. Porm ondas de baixas frequncias, como as ondas sonoras e de

    rdio, ao se propagar sofrem difrao e tendem atingir mltiplos obstculos, confundindo os

    sistemas de recepo de sistemas de medio com mltiplas rplicas e ecos de sinal.

    J a luz, que na fsica tambm tratada como partcula, o fton, sofre pouca difrao.

    Feixes de luz com alta diretividade, como os do laser, podem ser direcionados para obstculos

    especficos que por sua vez iro refletir um nico feixe de luz de volta para o equipamento de

    medio, gerando no mesmo um sinal sem rplicas indesejadas e viabilizando sistemas de

    medio de distncias precisos e robustos.

    Para medir o tempo de voo da luz, que se propaga a 299.792.458 m/s, necessrio um

    cronmetro com resoluo da ordem de pico-segundos. Com circuitos integrados com

    frequncias de operao da ordem de Gigahertz conseguimos conceber conversores tempo-

    digital com tais resolues, seja em chips especficos ou concebidos em FPGAs.

    So diversas as aplicaes civis, militares e industriais que sistemas de medio de

    distncia a laser possuem. Podendo o dispositivo realizar milhares de medies por segundo,

    podemos criar sistemas de posicionamento dinmicos, sistemas automotivos de preveno

    colises, escanear objetos em trs dimenses e at mesmo usar o dispositivo como uma

    simples trena.

    O trabalho contempla o estudo de cada um dos dispositivos que compes o sistema de

    medio de distncia usando laser, alm disso, documenta a concepo e depurao de um

    conversor tempo-digital em FPGA. A experincia adquerida e documentada durante a

    execuo do projeto contemplam as exigncias da disciplina Projeto de Diplomao.

  • 132 CONTEXTO DO PROJETO

    O projeto foi executado em quatro meses e contou com recursos financeiros e

    ferramentas do aluno, alm de equipamentos e kits de desenvolvimento pertencentes

    Universidade. O aluno foi o nico executor do projeto, enquanto consultou e reportou-se ao

    professor orientador e ao professor da disciplina de Projeto de Diplomao.

    No projeto, alm das caractersticas tcnicas e de desempenho, levaram-se em

    considerao as normas e requisitos de segurana que regulamentam e classificam o nvel de

    irradiao emitida pelo diodo Laser, tendo em vista os perigos a sade que o equipamento

    pode proporcionar.

  • 143 APLICAES

    A medio eletrnica de distncias possui aplicaes na definio de posies,

    dimenses ou movimentao de um objeto. Nas reas militar e espacial sistemas de medio

    de distncia eletrnicos so usados por msseis inteligentes, radares, medio de distncia at

    alvos, avies e satlites, como mostrado na figura 1. Na rea industrial a medio distncia

    usada no controle de qualidade dos bens produzidos, nveis de lquidos em tanques, medio

    de posio, velocidade e acelerao de sistemas automatizados, em aplicaes envolvendo

    viso em trs dimenses como o reconhecimento de objetos, reconhecimento orientao,

    clculo de quantidades e navegao. Na rea civil pode-se citar o levanto geogrfico de

    superfcies e a aplicao mais simples, a trena. Uma das aplicaes que mais vem crescendo

    a de sistemas de medio de distncia em automveis para auxlio estacionamento e em

    sistemas de segurana e frenagem automtica que evitam ou amenizam colises. Podemos

    citar ainda o escaneamento tridimensional de superfcies, usado no reconhecimento de

    terrenos, reas de minerao, stios arqueolgicos, fachadas de edificaes e plantas

    industriais.

    Figura 1: Medio de distncia at um satlite orbitando a lua usando-se laser

  • 154 ANLISE DE ALTERNATIVAS E PRINCPIOS DE MEDIO

    A medio de distncia eletrnica feita de forma no invasiva, sem aparatos

    mecnicos pode utilizar ondas ultra-snicas, eletromagnticas ou luz em seu princpio de

    medio. Os mtodos podem ser classificados ainda como, passivos ou ativos.

    A forma passiva de medio de distncia no utiliza uma fonte prpria de sinal,

    geralmente utiliza sistemas de aquisio estreo aliados a algoritmos de triangulao e

    processamento de sinais para determinar a distncia at um objeto de interesse. Este o caso

    de sonares, radares e sistemas de viso 3D passivos. Sistemas passivos so utilizados

    principalmente na rea militar, j que como no emitem sinais tornam o sistema indetectvel

    pelo inimigo.

    J a gama de princpios de medio de distncias com sistema ativo

    significativamente maior, uma vez que estes sistemas so mais simples pois exigem menos da

    parte de aquisio e processamento de sinais. Vejamos as vantagens e desvantagens dos

    sistemas ultra-snicos, eletromagnticos e ticos:

    Quanto maior o comprimento da onda, maior a disperso que ela sofre, sendo esse o

    principal problema dos sistemas ultra-snicos. O sinal de frequncia relativamente baixa

    emitido se dispersa com facilidade e atinge mltiplos obstculos, que do origem a mltiplos

    ecos que confundem o sistema de recepo dos sinais. Como vantagem, os sistemas ultra-

    snicos tm o baixo custo, pois como a velocidade de propagao da onda lenta, o nvel de

    exigncias do sistema eletrnico baixa no que se refere frequncia de operao.

    Deteco e medio de distncia por radar, que utiliza ondas eletromagnticas de

    frequncias que vo de dezenas de MHz at 100 GHz amplamente utilizada em sistemas de

    controle de trfego areo e radares metereolgicos, porm seu ponto fraco na medio de

  • 16distncias o grande ngulo de divergncia na fonte do sinal, que nos melhores casos de

    cerca de 1 grau em complexos radares com frequncia acima de 40GHz.

    De forma anloga aos radares (Radar = radio detection and ranging), sistemas de

    medio de distncias que utilizam o luz no princpio de funcionamento so chamados de

    Lidars (light detection and ranging), ou mais especificamente os que utilizam laser so

    chamados de Ladars (laser detection and ranging).

    Uma das formas de se medir distncias at um objeto atravs da emisso de luz,

    utilizar emissores laser associados a espelhos vibratrios ou prismas cilndricos, gerando

    linhas ou gradeados de luz que so projetados no objeto, para que ento uma ou mltiplas

    cmeras contendo sensores matriciais CCD ou CMOS adquiram imagens e atravs de

    triangulao e processamento de imagens determinem a posio e at forma do objeto.

    Sistemas como este, porm, so demasiadamente complexos e lentos quando o objetivo

    simplesmente adquirir uma distncia, alm disso, tem baixo alcance.

    Usando-se apenas um laser emitindo um sinal modulado por uma onda senoidal e um

    fotorreceptor podemos detectar a diferena de fase entre os sinais emitido e refletido. Esta

    diferena de fase proporcional a distncia entre o equipamento e o objeto refletor. Um

    equipamento que usa este princpio, porm, teu seu raio de abrangncia limitado pela

    distncia (ida e volta) que corresponde a uma diferena de fase de 180 graus na frequncia

    utilizada [1]. Para aumentar o alcance usando este sistema podem-se usar mltiplas senoides

    de diferentes frequncias que so multiplexadas em frequncia ou no tempo, o que acaba

    tornando este mtodo complexo ou lento [2].

    O princpio tratado neste trabalho o de medio do tempo de voo de um pulso de

    laser, sendo o dispositivo comumente referido em ingls como pulsed time of flight (TOF)

    laser range finder. O princpio de funcionamento extremamente simples, consiste em e

    medir o tempo que um pulso de luz leva para viajar at um obstculo e retornar ao

  • 17equipamento. J que a velocidade de propagao do pulso conhecida, pode-se facilmente

    calcular a distncia do equipamento at o objeto depois de adquirir e tempo de voo do pulso

    laser. Como vantagens deste mtodo podemos citar o mantimento da acurcia para diferentes

    distncias, o que no ocorre em mtodos de triangulao.

    Apesar de o princpio de medio do tempo de voo do pulso laser simples, no de

    fcil implementao. A Luz se propaga no ar a 299.792.458 m/s, o que significa que em uma

    medio de distncia de algumas dezenas de metros o tempo de voo da luz ser da ordem de

    nano-segundos e, que para obtermos uma resoluo de 1mm, por exemplo, a unidade de

    cronometria deve possuir uma resoluo de cerca de 6.6 pico-segundos. Os demais

    dispositivos que compem o sistema, como o fotoemissor, fotorreceptor, chaves e

    amplificadores tambm devem ser capazes de operar em frequncias de 100 MHz a 10 GHz,

    dependendo da resoluo desejada.

    Outro desafio no projeto de um sistema a laser a grande variao na intensidade do

    sinal recebido, que acaba afetando a medio. Dependendo do alcance desejado e da gama de

    materiais que podem compor o objeto refletor esta diferena de magnitude no sinal recebido

    pode chegar a 1:1000.

  • 185 PESQUISA E ESCOLHA DE COMPONENTES

    5.1 Fotoemissor

    Caractersticas Espectrais

    Estamos interessados em medir o tempo de voo de um feixe de luz, que sabidamente

    se desloca a uma velocidade de aproximadamente 300.000 Km/s no vcuo. A velocidade de

    propagao reduzida quando a luz adentra um meio com ndice de refrao maior do que 1.

    Esta reduo de velocidade no se d na mesma proporo para todos os comprimentos de

    onda que podem compor um feixe de luz, uma vez que o ndice de refrao de um material

    varia de acordo com a frequncia da onda que o atravessa.

    Apesar de o ar ser um meio cujo ndice de refrao muito prximo ao do vcuo,

    alguns sistemas de medio a laser usam fibras ticas, logo no podemos desprezar os efeitos

    negativos que diferentes velocidades de propagao das componentes espectrais da luz podem

    ocasionar. Em um sistema de medio que mede o tempo de voo da luz isto significaria que

    um pulso de luz com demasiada largura espectral, aps viajar por um meio diferente do

    vcuo, sofreria uma distoro de fase que na prtica o dilataria, tornando-o mais longo e

    menos intenso, o que demonstrado na figura 2:

    Figura 2: Dilatao no pulso por disperso no material

    a) Instante da emisso b) Instante da recepo

  • 19A figura demonstra como um pulso de luz cuja largura espectral abrange as cores

    amarela e vermelha sofre uma distoro causada pela maior velocidade de propagao das

    componentes espectrais de menor frequncia(vermelho). Este fenmeno, conhecido o

    disperso no material, de suma importncia em projetos de equipamentos pticos,

    principalmente os empregados em telecomunicaes e que fazem uso de fibras ticas [3].

    Para evitar que o efeito da disperso distora o pulso enviado desejvel que a fonte

    de luz irradie um pulso com menor largura espectral possvel.

    Diretividade

    desejvel que a fonte emissora de luz tenha grande diretividade, pois se a luz for

    irradiada em diferentes direes esta pode atingir diversos obstculos, sendo de que cada um

    deles ir gerar reflexos do pulso que retornaro em diferentes instantes ao fotorreceptor,

    inviabilizando a medio, tal fenmeno ilustrado na figura 3.

    Figura 3: Mltiplas reflexes causadas por falta de diretividade.

    a) Emisso b)Recepo

  • 20O uso de uma fonte de luz com alta diretividade reduz a quantidade de rplicas do

    pulso emitido, uma vez que iro atingir uma quantidade menor objetos.

    Diodos Laser

    Para a constituio de aparelhos eletrnicos portteis deseja-se baixo consumo e

    dimenses reduzidas nos seus componentes. O diodo laser vem de encontro a todas as

    caractersticas desejadas para uma fonte de luz de um medidor de distncia.

    Diodos laser tm o funcionamento semelhante ao dos LEDs (light emissor diode),

    onde uma corrente eltrica ao passar por uma juno p-n (formada por cristais de mesmo

    momentum que proporcionam uma banda proibida direta, ou direct bandgap) v seus eltrons

    se recombinarem com lacunas de menor nvel energtico e liberarem ftons por emisso

    espontnea.

    Os diodos laser diferem dos LEDs por possurem emisso estimulada. Os Lasers

    semicondutores mais simples so constitudos por uma cavidade tica criada na juno p-n, a

    cavidade tem forma de guia de onda e possui espelhos nas pontas (criados por facetamento

    das extremidades), so os ressonadores de Fabry-Perot. Ftons gerados por emisso

    espontnea so refletidos pelos espelhos das extremidades e comeam a ressonar dentro da

    cavidade tica. Quando a densidade de ftons dentro da cavidade atinge o um limiar (lasing

    threshold) os ftons existentes estimulam a recombinao de eltrons e lacunas gerando mais

    ftons, com mesma energia e fase do fton que gerou a recombinao, dando origem ento a

    emisso estimulada.

    Novos mtodos de funcionamento e tcnicas construtivas vm contribuindo para

    tornar os lasers mais eficientes e durveis. Com o surgimento dos lasers de dupla htero-

    estrutura, de poo quntico, de realimentao distribuda e VCSELs (laser de emisso

  • 21superficial com cavidade vertical), os lasers semicondutores vem se tornando cada vez mais

    comuns em aplicaes industriais e domsticas.

    Diodos laser emitem luz com grande diretividade e com estreita largura espectral o

    que facilita seu uso na aquisio do tempo de voo da luz refletida por um objeto, como

    mostrado na figura 4.

    Figura 4: Voo do pulso laser.

    a) Instante de ida b)Instante da volta do pulso (considerando um objeto opaco)

    Diodos de Laser Pulsado

    Existem diodos laser construdos de forma a otimizada para emitir pulsos de luz de

    curta durao e alta potncia. Os Lasers de poo quntico possuem alta eficincia quntica, ou

    seja, nas recombinaes a energia liberada predominantemente na forma de ftons de

    comprimento de onda desejado, e no fnons. Outra caracterstica favorvel aos lasers de

    poo quntico a baixa corrente de limiar onde o laser passa a ser ativo, o que garante a este

    tipo de laser uma resposta mais rpida em relao aos lasers de cavidade de Fabry-Perot.

    por esses motivos que grande maioria dos lasers comerciais atuais possuem poo quntico,

    mais especificamente so do tipo SHC (Separated Confinement Heterostructure) quantum

  • 22well laser diodes, o que em portugus significa diodos laser de poo quntico com htero-

    estrutura de confinamento separado, cuja estrutura mostrada na figura 5.

    Figura 5: Estrutura de um laser SHC de poo quntico.

    Figura 6: Diodo de laser pulsado comercial.

    5.2 Driver para Diodo Laser Pulsado

    O circuito para gerar pulsos no diodo laser deve ser capaz de fornecer pulsos de

    corrente de dezenas de amperes durante o menor intervalo possvel, pois a largura e a

    amplitude do pulso influenciam diretamente o desempenho do sistema.

    Indutncias e resistncias originadas nas trilhas da placa de circuito impresso e

    pads dos componentes, assim como o tempo de reao das chaves desafiam a gerao de

    pulsos curtos de corrente.

    O mtodo mais utilizado para gerao do pulso consiste, basicamente, em

    descarregar o mais rapidamente possvel um capacitor, cuja tenso de carga sugerida pelos

    fabricantes fica entre 100 e 300V. Para acionar a descarga deve-se utilizar um dispositivo

    rpido, como por exemplo, um transistor de avalanche.

  • 23

    Figura 7: Circuito bsico para gerao de pulsos.

    Na figura 7 temos um circuito bsico para gerao de pulsos, nele os indutores

    representados no so componentes, mas sim indutncias parasitas que devem ser levadas em

    considerao no projeto.

    no capacitor C2 que fica armazenada a carga que chega atravs de R3 que

    conectado ao Vcc. R4, conectado ao GND, permite a carga do capacitor. C3 um capacitor

    adicional que aumenta a velocidade do pulso cancelando parte do efeito das indutncias

    parasitas. D1 representa o diodo laser, Q1 o transistor de avalanche que acionado por Vin e

    isolado por C1. R2 mantem o transistor inativo na ausncia de sinal de entrada, e R1 limita a

    corrente de entrada do transistor.

    Outro desafio para o driver do laser gerar a alta tenso, maior do que 100V

    necessria para a gerao do pulso rpido.

    Uma alternativa a este mtodo usar um diodo laser com driver integrado, como

    SPL LL85 [5] da OSRAM. Usar este diodo, que tem os capacitores de carga no mesmo

    encapsulamento que a chave e o laser tem como vantagem, alm da compactao e integrao

    do sistema, uma menor tenso de carga necessria, j que a proximidade dos componentes

    diminui as indutncias parasitas que limitam as correntes.

  • 24

    Figura 8: Sistema completo de emisso de pulsos laser usando-se um diodo laser com driver

    integrado (OSRAM).

    A figura 8 contm a sugesto da OSRAM para utilizao dos diodos laser da

    famlia SPL LLXX. Nesta soluo a tenso de carga necessria para fazer com o que o diodo

    opere em sua mxima potncia de apenas 30V. Para carregar a base do MOSFET integrado

    ao laser, que possui uma capacitncia alta, de cerca de 300pF, usado uma simples chave

    MOSFET, alimentada por uma tenso de 15V e protegida por diodos Schottky.

    5.3 Receptor

    Como todo sistema de recepo, deve-se presar por uma alta relao sinal-rudo,

    linearidade e para este caso, alta largura de banda.

    Para detectar os pulsos refletidos pelo objeto cuja distncia est sendo medida so

    usados fotodiodos. Para condicionar o sinal so usados amplificadores, comparadores e

    atenuadores, ticos ou eltricos. Os fotodiodos podem ser dos tipos: MSM (metal

    semiconductor metal), PIN ou APD (avalanche photodiode).

    Fotodiodos

    Os fotodiodos com caractersticas tcnicas mais apropriadas so os de avalanche, pois

    so os de maior responsividade. Enquanto fotodiodos do tipo PIN apresentam uma

    responsividade de cerca de 0,5A/W, os de avalanche apresentam 35A/W. Os fotodiodos

    avalanche, porm, alm de serem mais ruidosos, so de difcil aquisio e alto custo. Outra

  • 25desvantagem dos fotodiodos avalanche que estes exigem altas tenses de polarizao, que

    podem chegar a 200V.

    Os fotodiodos mais rpidos so os MSM, sendo que alguns modelos atingem largura

    de banda da ordem de dezenas de GHz, como vantagem apresentam ainda o baixo rudo.

    Como desvantagens apresentam a baixa responsividade, da ordem de 0,15A/W, e escassez no

    mercado, sendo sua aquisio em baixo volume praticamente impossvel.

    Os fotodiodos PIN no so nem os mais rpidos nem os com maior responsividade,

    porm so cerca de 100 vezes mais baratos que os fotodiodos avalanche e so mais facilmente

    encontrados no mercado. Um fotodiodo PIN com responsividade de 0,55A/W e largura de

    banda de 100MHz, como o BPV10 da Vishay Dale Electronics custa cerca de R$2,00.

    Existem ainda fotodiodos PIN especficos para aplicaes de alta frequncia, com largura de

    banda de at 2GHz, estes porm tem o preo significativamente mais elevado, sendo que um

    modelo de 1GHz custa aproximadamente R$150 no Brasil.

    Amplificador de Trans-impedncia

    Para a amplificao e condicionamento do sinal deseja-se velocidade e pouco rudo, o

    que sinnimo de simplicidade e poucos estgios de amplificao.

    Para o primeiro estgio, assim como na maioria dos receptores ticos utilizados em

    telecomunicaes, utiliza-se um amplificador de trans-impedncia. Estes amplificadores so

    facilmente encontrados no mercado e so classificados de acordo com sua largura de banda

    pela SONET (Synchronous Optical Network). A classificao se d pela capacidade de

    recepo de dados. Fazem parte da classificao as classes OC-3 at OC-192, que

    representam capacidades mnimas de 155Mbps e 10Gbps respectivamente.

    Os amplificadores de trans-impedncia, tambm conhecidos como amplificadores com

    realimentao de corrente (current feedback amplifiers, ou CFAs) podem operar em

  • 26frequncias de alguns GHz, mas exigem circuitos diferentes dos amplificadores operacionais

    normais, com realimentao por tenso.

    Idealmente deve-se optar pelo amplificador mais rpido, porm a alta velocidade traz

    implicaes como o alto consumo de energia e alto custo. Para o pr amplificador optou-se

    pelo amplificador AD8015 da Analog Devices. um amplificador classe OC-3, com largura

    de banda(f-3dB) de 240MHz, consumo aproximado de 125mW e custo de R$24,00 no Brasil.

    Atenuadores Eltricos

    A amplitude do sinal que chega ao receptor sofre atenuao de diversas fontes, tanto

    no momento da reflexo no objeto quanto no voo do pulso. Durante o voo o sinal atenuado

    pela divergncia do feixe e quando o a luz interceptada por partculas presentes no ar, isso

    significa que quanto maior a faixa de atuao desejada para o medidor de distncia maior

    dever ser a capacidade do receptor de lidar com sinais de diferentes amplitudes.

    A grande variao da amplitude do sinal de recepo pode afetar o resultado das

    medies de diversas maneiras. Caso o mtodo de deteco de pulso utilize limiares e

    comparadores o mais impactante dos erros oriundos da amplitude do sinal chamado de erro

    de caminhada (walk error) e consiste no fato de que um sinal de grande intensidade rompe o

    limiar de deteco mais rapidamente do que um sinal de baixa intensidade. Esta diferena no

    tempo de ruptura do limiar agravada quando os componentes dos sistemas de emisso e

    recepo possuem baixa largura de banda, ou seja, quanto mais largo o pulso mais walk error

    teremos.

    Para reduzir o efeito desta fonte de erros pode-se inserir no sistema de recepo um

    atenuador, eltrico ou tico. Atenuadores ticos so lentos, grandes e caros, por isso em

    sistemas de medio a laser geralmente so usados atenuadores eltricos, como clulas

    multiplicadoras de Gilbert, ou uma rede de resistores chaveados. Estes elementos podem ser

  • 27incorporados em um nico chip, que tambm contm o fotodiodo, o amplificador de trans-

    impedncia, o descriminador do sinal e e conversor tempo para-digital [4].

    Caso seja utilizado um fotodiodo do tipo avalanche pode-se controlar o fator

    multiplicador (M) do mesmo alterando-se sua tenso de polarizao.

    Descriminador de Sinal

    O descriminador tem o papel de transformar um pulso analgico em um pulso digital.

    Enquanto a amplitude do pulso analgico sofre grande variao, a forma do mesmo, salvo

    algumas excees, constante.

    A forma mais simples de se detectar o pulso comparar o sinal com uma tenso

    constante, quando a tenso do sinal se torna maior do que a tenso de comparao um pulso

    contabilizado. Porm como j foi discutido anteriormente, diferentes amplitudes do pulso

    geram erro de caminhada neste tipo de deteco. E efeito do erro de caminha demonstrado

    na figura 9:

    Figura 9: Representao grfica do erro de caminhada (walk error).

    Existem mtodos mais sofisticados de se detectar os pulsos que praticamente eliminam

    o efeito do erro de caminhada, um deles consiste em derivar o sinal para ento capturar o

    ponto exato onde ocorre o pico do mesmo [11].

    Dependendo do mtodo de descriminao do sinal utiliza-se amplificadores, detectores

    de pico, derivadores e comparadores que devem operar em alta frequncia, frequncias tais

    em que se torna invivel a utilizao de amplificadores operacionais de realimentao por

    tenso. Com frequncias de operao em faixas superiores a centenas de MHz devem-se usar

  • 28amplificadores de trans-impedncia no projeto dos circuitos. Deve-se dedicar ateno especial

    a resposta em frequncia dos circuitos, em altas frequncias a estabilidade, velocidade e baixo

    consumo de energia mostram-se desafios difceis de vencer.

    5.4 Conversores Tempo-Digital (TDC)

    Crucial para no funcionamento e desempenho do medidor de distncias a laser, o

    conversor tempo-digital o dispositivo responsvel por cronometrar o tempo de voo do feixe

    laser. Existem diversas formas de se medir intervalos de tempo com dispositivos eletrnicos,

    sendo a mais intuitiva delas usar um contador ligado a um oscilador com perodo conhecido,

    como um cristal, e contar quantos pulsos ocorreram durante o intervalo de medio. O

    problema nesta implementao que, lidando-se com luz, a frequncia de oscilao

    necessria para um oscilador para obtermos uma resoluo de 1cm, por exemplo, seria de

    15GHz. Tal frequncia inviabiliza o uso de cristais ou osciladores com multiplicadores de

    frequncia ou PLLs.

    Uma alternativa muito utilizada dividir o conversor tempo-digital em dois

    subsistemas, sendo um deles um conversor T/A(tempo para analgico) e o outro um

    conversor A/D(analgico para digital). Como conversor T/A utiliza-se um capacitor, que

    comea a ser carregado por uma fonte de corrente no momento da emisso do pulso, e tem

    sua carga interrompida no momento em que o pulso refletido retorna ao medidor. A tenso no

    capacitor ser diretamente proporcional ao tempo de carga, e, por conseguinte da distncia de

    medio. Para converter a tenso armazenada no capacitor em dado digital utiliza-se um

    conversor A/D simples, geralmente Sigma-Delta.

    A converso T/A, porm, traz consigo todas as desvantagens de sistemas analgicos,

    como sensibilidade a rudo e as variaes nas propriedades dos componentes ativos e

    passivos, causadas no processo de fabricao e por variaes de temperatura.

  • 29Existem circuitos integrados que tem como funo especfica a converso tempo-

    digital, com multi-canais e resoluo de dezenas de pico-segundos. Nestes CIs basta aplicar

    os pulsos de incio e fim da medio para que o tempo cronometrado esteja acessvel

    digitalmente, atravs de protocolos de comunicao como o SPI. Durante a pesquisa uma

    nica fabricante destes CIs foi encontrada, a alem ACAM. Por no possuir representantes

    comerciais diretos no Brasil, a utilizao de seus CIs foi inviabilizada pelo alto custo. Um

    nico chip, que na Alemanha custa $30,00, chegaria ao Brasil custando mais de R$400,00

    devido ao frete de $100,00 acrescido da exorbitante tributao brasileira que totaliza cerca de

    100% do sobre o valor do produto e frete.

    Figura 10: TDC da Acam, com 2 canais, 50ps de resoluo.

    Examinando o funcionamento do TDC de ACAM, que contemplado no seu

    datasheet, pde-se constatar que possvel desenvolver um TDC em um ASIC [11] ou at

    mesmo FPGA, o que foi confirmado na pesquisa de alguns artigos como [6], [7] e [8].

    O TDC da ACAM possui um oscilador de alta frequncia em anel. Um sinal ao se

    propagar por um anel(loop) de portas lgicas d origem a um oscilador, que dependendo da

    velocidade e quantidade de portas lgicas pode oscilar com frequncias de alguns GHz. A

    frequncia de oscilao, porm sofre variao com a temperatura, uma vez que as portas

    tornam-se mais rpidas em temperaturas mais elevadas, e por isso que este tipo de TDC

    precisa de calibrao constante.

    A calibrao de um TDC com oscilador em anel feita de forma simples, basta

    comparar a frequncia de oscilao do oscilador em anel com a oscilao de um dispositivo

  • 30com frequncia constante. Mesmo sendo mais lento, um oscilador de cristal pode ser usado

    para se determinar com preciso em que frequncia o oscilador em anel est operando.

    Em um ASIC pode-se projetar um TDC de alto desempenho, com sistemas de

    aquisio, calibrao e comunicao j integrados, porm a concepo de um circuito

    integrado invivel para este projeto.

    No podemos controlar caractersticas construtivas como largura de canais MOS em

    FPGAs, por isso ele no tem tanta flexibilidade na implementao. Porm so de fcil acesso,

    e com algumas tcnicas pode-se contornar o fato que as portas sejam mais lentas e no

    estejam posicionadas e roteadas de forma ideal em FPGAs e fazer com que resolues de at

    20ps sejam atingidas [8].

    5.5 ptica

    Usam-se lentes com dois objetivos no medidor de distncias a laser, o primeiro

    diminuir a divergncia do feixe emitido, e o segundo focalizar a luz refletida de volta sobre

    um fotodiodo do receptor, aumentando assim a sensibilidade do receptor.

    ptica de Emisso

    Lasers pulsados possuem ngulos de divergncia que variam entre 6 e 40 graus,

    dependendo do modelo, por isso se faz necessrio o uso de lentes colimadoras. A luz no

    precisa ser totalmente colimada, mas o ngulo de divergncia precisa ser reduzido para se

    evitar mltiplas reflexes, como foi visto na seo 5.1.2. A figura 11 ilustra como podemos

    ajustar a largura do feixe de laser.

  • 31

    a) Diodo laser b) Lente colimadora pequena c) Lente grande d)Feixe de laser estreito

    e) Feixe de laser largo

    Figura 11: Ajuste da largura do feixe laser.

    Na figura 11 vemos dois emissores, o de cima tem a lente posicionada junto ao diodo

    laser e a colimao quando feita prxima a fonte de emisso faz com que o feixe seja

    pequeno. No emissor de baixo a lente colimadora fixada mais distante do diodo laser,

    permitindo que o feixe se torne maior. importante ressaltar que as lentes ilustradas acima

    no possuem os mesmos raios de curvatura e o ponto focal de cada uma delas deve ser no

    ponto do diodo onde ocorre a emisso.

    Em geral os diodos possuem ngulos de divergncia diferentes nos eixos horizontal e

    vertical, o que faz com que nem toda a rea das lentes seja aproveitada. A figura 12 foi

    retirada de um datasheet do modelo SPLLL_90, da OSRAM e representa a distribuio de

    potncia normalizada em relao ao ngulo de abertura.

  • 32

    a) Distribuio paralela ao eixo da juno b)Distribuio perpendicular ao eixo da juno

    Figura 12: Diretividade vertical e horizontal do diodo laser.

    ptica de Recepo

    Para a recepo aparatos pticos podem ser utilizados para aumentar a concentrao

    de luz sobre o fotodiodo e para fazer com que a luz oriunda de direes indesejadas seja

    bloqueada, como mostrado na figura 13.

    a) Fotodiodo PIN b)Lente convergente c)Casca de proteo d)Feixe de laser refletido

    Figura 13: Recepo do feixe refletido.

  • 33O sistema montado, com as lentes de emisso e recepo prximas e apontadas para o

    mesmo ponto dever se parecer com o representado na figura 14 a), enquanto o

    funcionamento representado na figura 14 b).

    a) Aparncia externa da parte ptica b) Feixe de laser emitido e refletido

    Figura 14: Aparncia e funcionamento do aparato ptico.

    Na prtica fazer com que o feixe refletido acerte o receptor seria uma tarefa

    extremamente difcil, ainda mais se considerarmos o ngulo de incidncia e reflexo da luz

    nos objetos, mas se usarmos uma lente colimadora no ideal, que permita um pequeno ngulo

    de abertura para o feixe, que proporcional a distncia de trabalho do equipamento, a

    probabilidade se capturar a luz refletida, ainda que com menor intensidade, aumenta

    significativamente. Quanto maior for a distncia de trabalho, menos divergncia se deseja

    para o feixe.

    5.6 Nveis de Potncia de Emisso e Segurana

    A radiao emitida pelos diodos laser representa um risco para as pessoas que possam

    vir a ser atingidas. Pulsos de luz com comprimento de onda menor do que 1,4m penetram o

    olho humano e atingem diretamente a retina, podendo causar danos trmicos imediatos

    viso. A grande maioria dos diodos laser pulsados opera com comprimentos de onda entre 0,8

    e 1,1 m, o que torna os pulsos ainda mais perigosos pois nestes comprimentos a radiao

  • 34invisvel ao olho humano. Quando a radiao invisvel nem mesmo reaes instintivas

    ocorrem, como piscar o olho por averso.

    A crnea focaliza a radiao em um ponto da retina e pode aumentar a densidade de

    potncia tica por um fator de 105, e esse um dos motivos porque os diodos laser as vezes

    proporcionam nveis de radiao que podem exceder o limite mximo de exposio permitida

    para o olho. Precaues devem ser tomadas para se evitar que pessoas sejam feridas.

    O IEC 60825-1 o padro de segurana mais utilizado no mundo quando se trata de

    nveis de exposio a radiao laser fisiologicamente aceitveis. Dispositivos que usam laser

    podem ser classificados como sendo Classe 1, Classe 1M, Classe 3R e Classe 3B de acordo

    com o risco que representam.

    Em suma, dispositivos Classe 1 no oferecem risco. Os de classe 1M oferecem riscos

    quanto utilizados juntamente com aparatos pticos como lentes, lupas e binculos. Classe 3R

    oferece risco, porm os nveis de radiao no excedem em 5X os nveis tolerados para a

    Classe 1. Dispositivos da Classe 3B so os mais fortes e sempre causam danos caso o feixe

    atinja o olho.

    Para pertencer a uma classe um equipamento contendo laser deve respeitar o limite de

    emisso acessvel (AEL Accessible Emission Limits) da mesma. No calculo da AEL de um

    dispositivo entram o comprimento de onda, a potncia da fonte e a durao da emisso.

    Como a emisso pulsada, trs AELs so verificadas, sendo que a utilizada aquela

    que for a mais restritiva. A primeira forma de anlise verifica se a potncia de um nico pulso

    de um trem de pulsos no excede a AEL de pulso nico. O segundo teste de classificao

    verifica a potncia mdia de um trem de pulsos durante um perodo T (100 segundos para

    radiao de infravermelho prximo). A terceira forma de anlise consiste em verificar se a

    energia mdia de um trem de pulsos no excede a AEL de pulso nico multiplicada por um

    fator C proporcional quantidade de pulsos ocorridos em um perodo de 10 segundos.

  • 35AELtrem=AELpulsoC , onde C=N 0,25 e N o nmero de pulsos ocorridos em 10

    segundos [10].

    5.7 Integrao de Sistemas

    O equipamento contar com subsistemas digitais e analgicos, precisar de diferentes

    fontes de tenso, integrao com equipamentos pticos e interfaces de comunicao digital ou

    humana.

    A figura 15 ilustra o medidor de distncias subdividido em blocos, as setas indicam a

    direo do fluxo de sinais na forma eletrnica ou de luz.

    Figura 15: Subsistemas do equipamento.

    O FPGA possibilita grande integrao na parte digital, sendo nele implementados

    sistemas de comunicao, processamento digital de sinais e o TDC. A parte analgica para

    gerao de pulsos e condicionamento de sinais necessitam de tenses que variam de 5 a 300V,

    componentes e layout para operar em alta frequncia e proteo contra rudo.

  • 366 MTODOS PROCESSOS E DISPOSITIVOS

    Baseando na pesquisa tcnica do captulo anterior, na pesquisa comercial cujos

    resultados so apresentados ao longo da discusso sobre a implementao, e na

    disponibilidade de equipamentos necessrios para depurao dos princpios de funcionamento

    utilizados foram escolhidos os mtodos, processos e dispositivos na tentativa de se construir

    um sistema de medio de distncias a laser.

    6.1 Emissor de Pulsos Laser

    Um componente crucial para emisso de pulsos laser o diodo de laser pulsado, e todo

    o circuito de gerao deve ser projetado de acordo com o modelo a ser utilizado.

    O modelo de melhor desempenho encontrado durante a pesquisa foi o OSRAM

    SPL_LL90_3, que contm dentro do encapsulamento 3 junes emissoras de laser pulsado em

    srie, capacitores de carga e um driver. Este laser capaz de fornecer 75W em pulsos com

    durao de at 100ns, respeitando-se um duty cycle de 0,1%.

    Os fabricantes OSRAM, Laser Components, Hamatsu, Laser Diode Incorporated, e

    respectivos distribuidores de diodos de laser pulsado foram consultados em todo o globo

    durante o projeto. As opes de fornecimento mais atrativas vieram dos distribuidores

    nacionais e o modelo escolhido, o de menor custo, foi adquerido na Farnell por R$170,00.

    Trata-se do SPL PL90, da OSRAM, que fornece 25W de potncia de pico , respeitando os

    mesmos limites de operao do SPL_LL90_3.

    O diodo laser adquerido no possui driver interno, o que implica na necessidade de se

    projetar um driver externo alimentado por tenses de at 300V, com esquema semelhante ao

    representado na figura 7, com a diferena de que no usa um transistor avalanche para acionar

    o pulso, e sim uma chave MOS, seguida de um transistor tambm MOS do tipo N.

  • 37

    Figura 16: Driver do diodo laser pulsado.

    Analisando-se a documentao tcnica dos dois dispositivos MOS utilizados no

    esquema da figura 16, a chave e o transistor, espera-se pulsos com durao entre 40 e 100ns,

    dependendo do desempenho obtido no layout, das tenses de alimentao e do capacitor de

    carga (C3) utilizado.

    Com um tempo de durao dos pulsos que pode chegar a 100ns, para respeitar o duty-

    cicle mximo do laser, a frequncia mxima de emisso de pulsos fica limitada a 10KHz. O

    circuito RC que carrega o capacitor C3, por possuir uma constante de tempo com pouco mais

    de 22s, poderia operar com frequncia superiores a 20KHz.

    Case usarmos um capacitor de 10nF em C3, e carreg-lo com uma tenso de 260 V, a

    energia armazenada, para uma descarga de 100ns, muito muito maior do que a tolerada pelo

    o diodo laser, porm a maior parte dela ser dissipada em outros elementos do circuito como

    o transistor T1.

    6.2 Fotorreceptor

    O fotorreceptor projetado utiliza um fotodiodo PIN, polarizado com tenso reversa de

    50V. O sinal de corrente oriundo do fotodiodo amplificado por um amplificador de trans-

    impedncia e ento descriminado por comparadores rpidos de tenso.

  • 38

    Figura 17: Circuito de recepo do pulso laser

    O circuito da figura 17 foi projetado visando eliminar o erro de caminhada, descrito no

    item 5.3.4, e o faz com dois comparadores de tenso. O primeiro, que da origem ao sinal

    STOP_A, um comparador de limiar de tenso, e serve apenas para habilitar a leitura do sinal

    STOP_B, e sua existncia se faz necessria pois o segundo comparador, na ausncia de sinal,

    pode ser acionado por rudo. O comparador que da origem ao sinal STOP_B compara o sinal

    originado no amplificador de entrada com uma cpia deste mesmo, porm atrasada pelo

    componente Z1, que um cabo coaxial.

    Figura 18: Pontos de ao dos comparadores

    Na figura 18 o ponto A representa o momento onde a tenso da sada do amplificador

    ultrapassa o limiar e o pulso detectado, habilitando a leitura do ponto do segundo

  • 39comparador. O instante B, porm, que de fato considerado na cronometria do sistema, uma

    vez que o momento de deteco de B sofre pouca influncia da amplitude do sinal recebido.

    6.3 FPGA O Ncleo do Sistema.

    Dentre as possveis solues para a parte de digitalizao de dados, processamento e

    comunicao do sistema, duas se destacaram.

    Umas delas era a utilizao de um chip especifico para a converso T/D da ACAM

    conectado a um microcontrolador por meio de interface SPI. Este soluo era a mais simples,

    uma vez que o sistema de cronometria estava pronto no chip e aluno tinha experincia na

    utilizao de microcontroladores e facilmente implementaria os sistemas embarcados de

    processamento de dados e comunicao. Porm esta soluo demonstrou-se invivel no

    momento da aquisio do TDC da ACAM, pois, depois de uma abrangente pesquisa

    comercial em busca de fornecedores, apenas este fabricante foi encontrado, e um nico TDC

    teria um custo muito elevado para ser importado.

    Partiu-se ento para outra estratgia, e apesar da mnima experincia do aluno com

    FPGAs, optou-se pela a implementao dos sistemas de cronometria, processamento de dados

    e comunicao em um destes dispositivos. O tempo aprendizagem necessrio para conceber

    descries de hardware de alto desempenho em linguagens VHDL, simulaes,

    posicionamento manual de componentes e roteamento de trilhas no estavam previstos no

    cronograma do projeto, o que acabou afetando o objetivo inicial do projeto, de ao final do

    trabalho conceber um prottipo passvel de ser validado como produto.

    Como vantagem, alm do preo cerca de 10 vezes menor do que o TDC da Acam, o

    FPGA oferece um maior nvel de integrao, flexibilidade, portabilidade entre modelos e at

    fabricantes. O FPGA tambm amplia os horizontes no que se refere ao aumento de

  • 40desempenho, principalmente para aplicaes especficas que podem demandar um massivo

    processamento de sinais como um escaneador em trs dimenses.

    Em um FPGA da Xilinx, da famlia Spartan3 modelo XC3S200, contido em uma placa

    de desenvolvimento modelo Spartan 3 Starter Kit, da Digilent, foram implementados blocos

    para cronometria, comunicao e pr processamento de dados.

    Cronmetro com Oscilador em Anel

    O cronmetro a base do TDC, e para sua concepo foram testadas diferentes

    arquiteturas. Como a resoluo desejada fica abaixo de um nano-segundo, fica invivel a

    utilizao de simples contadores ligados a osciladores de alta frequncia, uma vez que a

    frequncia necessria seria da ordem de alguns GHz.

    Uma das arquiteturas testadas utilizou osciladores em anel, que so constitudos por

    elementos lgicos conectados de formal tal que geram um lao ou loop lgico auto-oscilante,

    sendo o mais simples formado por um nmero mpar de inversores ligados em srie e, a sada

    do ltimo elemento ligada a entrada do primeiro. A frequncia de oscilao pode chegar a

    alguns GHz dependendo da tecnologia de fabricao dos transistores do FPGA e da

    quantidade de buffers utilizados no anel. Quanto mais curto o anel, maior a frequncia de

    oscilao.

    Para obtermos uma alta resoluo temporal, porm, no basta possuir um oscilador de

    alta frequncia, necessrio que o contador acompanhe o oscilador. Foi pensando nisso que

    surgiu a ideia de fazer um oscilador longo e mais lento, mas cujo estado pudesse ser

    capturado por flip-flops.

    Os dois primeiros osciladores foram feitos com 8 e 64 buffers em sequncia, um

    inversor para fechar o loop e 8 ou 64 flip-flops, respecativamente para capturar o estado dos

    buffers. Na simulao houve uma surpresa ao se constatar que, ao contrrio do esperado, o

  • 41perodo de oscilao do anel de 64 buffers era menor do que o de 8 buffers. O que parece ter

    ocorrido que devido ao demasiado tamanho do anel, assim como em guias de onda,

    surgiram de forma espria modos de propagao no anel com frequncias mltiplas da

    frequncia esperada para o mesmo.

    Adotou-se ento uma lgica mais robusta para o anel. Ao invs de inversores foram

    utilizados portas nand de duas entradas seguidas de inversores. A segunda entrada das portas

    nand foi utilizada como habilitador de oscilao, como est demonstrado na figura 19:

    Figura 19: Esquema do oscilador em anel com partida controlada.

    A seta curvada indica que foi feito um loop, o sinal que sai do ltimo inversor chega

    ao primeiro, fechando o anel lgico.

    Foram utilizados 16 blocos que contm uma porta nand, um inversor e um flip-flop

    cada para formar o anel, sendo que este se comportou dentro do esperado na simulao, que

    mostrada na figura 20:

  • 42

    Figura 20: Simulao do cronometro com oscilador em anel.

    Na simulao da figura 20 o sinal enable habilita o oscilador em anel, cuja frequncia

    de operao no pde ser vista, mas ficou prxima a 5,4ns. O sinal clk o clock oriundo de

    um cristal de 50MHz e que controla os processos do cronmetro. Start e Stop controlam o

    incio e o trmino da medio de tempo respectivamente. Data_ready indica que a medio

    j foi pr-processada e j pode ser lida. Counter_out indica as n transies 01 que

    houveram no primeiro elemento do anel desde o incio da medio. Start_picture representa o

    estado do oscilador, capturado pelos flip-flops no momento do incio da medio, e com este

    estado obtemos um intervalo de tempo T1. De forma anloga, o estado capturado por

    Stop_picture nos fornece T2.

    Sendo Tosc o perodo de oscilao do anel, que calibrado referenciando-se ao clock de

    50 MHz, sabendo-se n, T1 e T2 podemos calcular o tempo total da medio:

    T=nT oscT 1T 2 (1)

    O contador que incrementa counter_out habilitado imediatamente aps ser dado o

    pulso de incio da medio e desabilitado imediatamente aps a chegada do pulso de

    encerramento. T1 desconta, com base no estado inicial do anel, o tempo entre a transio

    01 anterior ao incio da medio e o momento exato do incio da medio. T2 , com base

    no estado final do anel, soma ao tempo total o tempo transcorrido entre a ltima transio

  • 4301 contabilizada no primeiro elemento do anel at o momento exato do trmino da

    medio.

    So 32 os estados que podem ser capturados no oscilador para os sinais start_picture e

    stop_picture, 16 nas transies 01 e 16 nas transies 10. Tomamos como exemplo

    estado capturado na figura 20 em start_picture logo aps ser dado o comando start. La,

    considerando o estado indeterminado x como sendo 1, 14 bits esto em 0 lgico, e 2 , no final

    da cadeia, esto em 1. Este instante corresponde a um momento perto do final do perodo de

    oscilao do anel, logo T1 ter o valor de pouco menor do que um perodo e por isso ser

    descontada tal quantia no tempo total de medio.

    A formula para calcular T1 :

    T 1=T oscX start picture

    32 (2),

    Onde X o estado capturado, e no caso da primeira captura de start_picture

    (0000000000000011), X vale 30, pois este o 30 dos 32 estados possveis.

    De forma anloga, a frmula para obteno de T2 :

    T 2=T oscX sotp picture

    32 (3)

    A tabela 1 ilustra alguns dos possveis estados X:

    X Estado capturado1 10000000000000002 1100000000000000 15 111111111111111016 111111111111111117 011111111111111118 0011111111111111 30 000000000000001131 000000000000000132 0000000000000000

    Tabela 1: Estados do Oscilador em AnelJuntando as frmulas (1),(2) e (3) chegamos a:

  • 44

    T=T oscnX stop pictureX start picture

    32 (4)

    Ainda na simulao da figura 20, podemos calcular Tosc, pois como mostrado na

    figura, os sinais de start e stop foram aplicados com uma defasagem de exatos 200ns no

    primeiro teste.

    T 1=T oscn1X stop picture1X start picture1

    32

    200000 ns=T osc373030

    32 T osc=

    200000 ps37

    =5,405ns

    Para validar a arquitetura e o funcionamento do TDC com oscilador em anel, ainda na

    mesma simulao, aplicamos novamente os sinais de start e stop, mas agora com uma

    defasagem de 150ns. Com o Tosc encontrado na primeira simulao verificamos se o resultado

    T2 fica de acordo com o esperado:

    T 2=T oscn2X stop picture2X start picture2

    32=5405ps271812

    32=146,96 ns150ns

    Na validao da arquitetura, ainda em simulao, encontramos um intolervel erro de

    aproximadamente 3ns entre o valor esperado e o calculado. Quando implementado

    fisicamente, o TDC baseado em um oscilador em anel se mostrou ainda mais instvel. Devido

    aos atrasos de propagao na parte de controle e processos houveram muitas dificuldades na

    parte de interpretao e correlao dos dados coletados. Por esses motivos se tornou

    praticamente invivel a concepo de um sistema de cronometria robusto e funcional baseado

    em oscilador em anel em FPGA.

    Cronmetro com Linhas de Propagao Simples

    Apesar de muito esforo ter sido dedicado na arquitetura em anel, foi adotada uma

    nova arquitetura, inspirada na descrita em [6] e [7], e que consiste basicamente em um

    contador de clocks oriundos de um cristal, mas que com a interpolao de dados, obtidos em

  • 45linhas de propagao no momento do disparo e na recepo do pulso de trmino, tem sua

    resoluo aumentada. O princpio representado na figura 21.

    Figura 21: Princpio de Interpolao.

    Primeiramente foram utilizados 64 buffers em srie para formar linhas de propagao

    de sinal. Duas destas linhas medem os intervalos T1 e T2, que so obtidos entre os

    momentos do disparo (start) ou recepo (stop) dos pulsos e a seguinte transio 01 de

    clock. O sinal no incio da linha sofre uma transio de 0 para 1 lgico, essa transio demora

    alguns pico-segundos para se propagar atravs de cada um dos buffers e, portanto, possvel

    medir um intervalo de tempo analisando-se at onde um sinal se propagou entre a chegada de

    dois pulsos. Para capturar o estado das linhas de propagao so utilizados flip-flops do tipo

    D habilitados pelo clock principal, como representado na figura 22:

    Figura 22: Linhas de propagao de sinal.

  • 46O tempo que o sinal leva para se propagar atravs de cada segmento, como o

    delimitado pelo contorno tracejado da figura 22, corresponde a resoluo mxima a ser obtida

    no TDC com linhas de propagao simples.

    Figura 23: Simulao de linha de propagao.

    Na simulao da figura 23 levam cerca de 660ps para o sinal se propagar atravs de

    cada buffer. Nesta simulao, para fins de depurao, as sadas de cada um dos buffers foi

    conectada a uma IO do FPGA.

    Apesar dos buffers terem sido posicionados manualmente no FPGA para que ficassem

    dispostos de fato em linha, e no fossem aleatoriamente posicionados pela implementao

    automtica, observa-se certo jitter nos tempos de propagao de cada buffer, o que no caso da

    simulao, causado predominantemente pelo roteamento.

    Existe a possibilidade de, ao invs enviarmos um nico pulso para a linha de

    propagao, enviarmos dois, como feito em [8]. O objetivo detectar caso um dos pulsos

    esteja atravessando uma interconexo mais longa que a mdia, o que pode causar um jitter por

    vezes maior que o perodo mdio de transio de estado de cada buffer.

    A velocidade de propagao dos sinais nas linhas tambm influenciada pela

    temperatura. O aumento da temperatura torna os buffers mais rpidos, isso significa que se

  • 47quisermos quantizar perodos utilizando-se as linhas temos que compensar os efeitos da

    temperatura. Diferentes tenses de alimentao tambm modificam o comportamento dos

    buffers e precisam ser compensadas.

    Na soluo de cronometria desta vez temos:

    T=nT pT 1T 2C (5)

    Na frmula (5) o tempo total T igual a quantidade n de transies 01 ocorridas no

    clock, multiplicada pelo perodo do clock de referncia Tp, somado ao intervalo T1 e

    descontado o intervalo T2. C um intervalo constante que representa o tempo que o sinal

    leva percorrendo alguns circuitos dentro do FPGA e, quando integrado a eletrnica de

    emisso e recepo do medidor de distncias a laser, pode incorporar os tempos de

    propagao do sinal pelos circuitos de gerao de pulsos, recepo, amplificao e

    descriminao do sinal recebido.

    O clock utilizado como referncia pelo sistema opera a 250MHz, e obtido em um

    DCM (gerenciador digital de clock) atravs da multiplicao da frequncia de um sinal de

    50MHz oriundo de um oscilador externo ao chip da FPGA. O perodo Tp, portanto,

    corresponde a 4 ns.

    Um contador utilizado para incrementar e registrar n. Este contador precisa ser

    rpido, pois incrementa a 250 Mhz, por isso foi utilizado uma estrutura baseada em

    somadores em paralelo e no estruturas baseadas em pipe-line.

    T1 e T2 so calculados baseando-se no estado das linhas de propagao nos

    momentos da primeira e ultima transies 01 do clock contabilizadas pelo contador,

    respectivamente.

    Os valores T1 e T2 proporcionais a distncia que os sinais de start e stop,

    respectivamente, percorreram nas linhas de propagao antes do momento da subida de clock

    que os sucedem. A frmula para calcular um intervalo Tx :

  • 48

    T x=T p POS xPOS x maxPOS x min (6)Na frmula (6) POSx a posio na linha at onde o sinal se propagou, Tp, o perodo

    do clock de referncia, ou seja, 4ns para um clock de 250MHz, POSx max e POSx min so os

    pontos mximo e mnimo que os sinais podem se propagar nas linhas, respectivamente, e so

    obtidos mediante calibrao.

    Um TDC usando esta arquitetura foi implementado com sucesso no FPGA Spartan-3

    utilizado no projeto. O fator limitante da resoluo para esta arquitetura, a velocidade de

    propagao nos buffers da linha ficou um pouco maior do que o simulado, em mdia 727ps.

    Como o sinal de start parte de dentro do prprio FPGA na arquitetura planejada para o

    medidor de distncias a laser e o momento do disparo ditado pelo clock de 250Mhz, o

    intervalo T1 permaneceu constante, tanto em simulaes quanto em testes, portanto foi

    incorporado na constante C da equao (5). Toda sua respectiva linha de propagao e lgica

    de processamento foi removida, poupando assim portas lgicas.

    Cronmetro com Linhas de Propagao Paralelas

    A resoluo de 727 ps obtida na arquitetura descrita anteriormente, usada para medir o

    tempo de voo de um pulso de laser, nos daria uma resoluo de 11 cm, o que para aplicaes

    de curto e at mdio alcance insatisfatrio.

    Em busca do aumento desta resoluo uma soluo indita em toda pesquisa

    bibliogrfica foi encontrada, a paralelizao de linhas de propagao. Depois de testes feitos

    com duas linhas em paralelo, o aluno foi gradualmente aumentando a quantidade de linhas at

    chegar a doze.

    O sinal de paralisao do cronometro foi dividido e ento levado a cada uma das

    linhas, chegando a cada uma delas em um instante diferente. As linhas foram

  • 49estrategicamente posicionadas para que no houvesse demasiada diferena entre os instantes

    de incio de propagao.

    Depois de registrado o estado de cada uma das linhas seus dados so interpolados para

    fornecer ento uma resoluo inversamente proporcional a quantidade de linhas de

    propagao. Com doze linhas de propagao foi obtida uma resoluo de 60ps.

    Como era esperado, as medidas possuem rudo, e tambm no so perfeitamente

    lineares. O rudo, em proporo a resoluo, aumenta conforme so adicionadas mais linhas.

    J a linearidade, como esperado probabilisticamente, aumenta quando conforme so

    acrescentadas mais linhas.

    Devido a alta taxa de amostragem do sistema, que pode ser configurada para operar

    acima de 1KHz, o rudo pode ser utilizado para aumentar virtualmente a resoluo. Para isto

    basta adicionar um filtro digital passa-baixas soluo.

    Consideraes Sobre o Layout

    O layout do TDC mereceu tanta ateno quanto a codificao em VHDL do mesmo.

    Todos os componentes foram cuidadosamente posicionados para encurtar ao mximo e

    manter constantes os caminhos entre os elementos da linha de propagao. Para isso, em

    todos os elementos das doze linhas foram adicionados atributos de localizao, tanto nos

    slices quanto nas LUTs do FPGA. O roteamento foi feito de forma automtico, mas graas a

    posio dos componentes, o algoritmo de roteamento se encarregou de encontrar os menores

    caminhos possveis para efetuar as ligaes entre os elementos das linhas de propagao.

    Outro aspecto do layout que teve impacto no desempenho do TDC foi o sentido da

    propagao dos sinais. O fato de colocar os elementos da linha de propagao de forma tal

    que o sinal de captura do estado da linha, o prprio clock de 250MHz, se deslocasse em

    sentido contrrio ao sentido de propagao da linha, diminuiu o rudo. Isto perfeitamente

  • 50compreensvel, pois quando os sinais de propagao e o sinal de captura se deslocam no

    mesmo sentido, a probabilidade de se capturar buffers no momento em que esto sofrendo

    transio aumenta.

    Processamento de Dados

    No FPGA foram implementados processos bsicos para controlar o cronmetro,

    interpolar os dados, gerar parmetros de auto-calibrao, filtrar e converter dados.

    A maioria das verses de cdigo geradas, porm, foram preparadas para enviar apenas

    dados brutos. Isto foi feito para depurar e analisar em detalhes o desempenho do TDC.

    Comunicao

    Para enviar os dados adqueridos no FPGA e receber comandos para executar tarefas

    especficas como obter dados de calibrao foi concebida uma UART, que tem suas entradas

    e sadas ligadas a um conversor para nveis de tenso para o protocolo RS232. Este conversor

    faz parte da placa de desenvolvimento do FPGA utilizada, e viabiliza a comunicao com um

    computador.

    Software para Depurao

    Foi concebido um software para computador simples, com a finalidade de enviar

    comandos, receber, processar, visualizar e registrar dados obtidos com o TDC. Diversas

    verses foram criadas para depurar as diferentes arquiteturas implementadas no FPFA, dentre

    elas a apresentada na figura 24.

  • 51

    Figura 24: Software de Depurao do TDC.

  • 527 RESULTADOS ALCANADOS

    Foram alcanados resultados satisfatrios para o desempenho do TDC. Apesar de ter

    sido encontrado nenhum equipamento de cronometria com resoluo de pico-segundos para

    efetuar testes comparativos, alguns testes simples provaram no apenas o funcionamento do

    sistema mas tambm um bom desempenho.

    O teste que melhor descreve o comportamento do sistema foi feito com um simples

    circuito RC, como o apresentado na figura 25.

    Figura 25: Circuito RC de Depurao.

    No circuito da figura 25 os buffers so os entrada e sada do FPGA, o resistor R um

    resistor de 1k, e o capacitor C foi feito a partir de um par de fios tranados de forma

    homognea e com extenso de 35 cm.

    Para testar o funcionamento e a linearidade do TDC em um dos testes foram feitas 70

    medies, onde em cada uma delas era cortado um pedao de 5 mm do par tranado,

    reduzindo assim sua capacitncia equivalente C. A reduo gradual da capacitncia fazia com

    que, a cada amostra, o sinal que partia de start chegasse mais rpido em stop, pois quanto

    menor a capacitncia de C, mais rapidamente o limiar de transio 01 do buffer de entrada

    do FPGA para o sinal de stop era atingido. O resultado pode ser visto nos grficos da figura

    26.

  • 53

    Figura 26: Linearidade do TDC.

    Na figura 26 fica fcil demonstrar a lgica utilizada no clculo do tempo

    cronometrado no TDC. O tempo cronometrado em c) obtido multiplicando-se a quantidade

    de clocks contados de a) por 4ns, e subtraindo-se o intervalo T, que proporcional a b). O

    erro de d) relativo a uma reta que liga os valores da primeira e da ltima amostra. Nesta

    anlise o erro mximo obtido foi de 329ps, e o desvio padro foi de 86ps. Vale salientar que o

    1 11 21 31 41 51 6145678

    a) Clocks Contados

    1 11 21 31 41 51 6160

    80

    100

    120

    140b) Buffers das Linhas de Propagao em 1 Lgico

    1 11 21 31 41 51 6115,000

    17,000

    19,000

    21,000

    23,000

    25,000

    27,000c) Tempo Cronometrado (ns)

    Amostra

    1 11 21 31 41 51 610,0

    100,0

    200,0

    300,0

    400,0

    d) Mdulo do Erro (ps)

  • 54teste foi feito de forma bastante rudimentar, e por isso acredita-se que o prprio mtodo de

    levantamento de dados gerou boa parte do erro detectado.

    Tambm foram feitos testes de preciso para medies em condies constantes e sem

    filtro (single shot precision), onde foram analisadas 1500 medies feitas sem variar

    parmetros do circuito RC do teste anterior. Neste caso o desvio padro do conjunto de 1500

    medies variou entre 20 e 40ps, dependendo da condio do teste. Acredita-se que o prprio

    circuito de testes tenha contribudo na gerao de rudo, pois seus longos fios o tornam

    suscetvel a interferncia eletromagntica.

  • 558 PRXIMOS PASSOS DO PROJETO

    O projeto do TDC baseado em linhas de propagao paralelas perfeitamente portvel

    para outros FPGAS. O desempenho do mesmo pode ser aprimorado de duas maneiras. Uma

    delas e aumentar a quantidade de linhas de propagao em paralelo, e a segunda utilizar

    FPGAs mais rpidos. Atualmente as linhas tm um comprimento de 16 buffers, porm apenas

    5 ou 6 destes so utilizados, j que, devido a velocidade de propagao de sinais

    relativamente lenta do FPGA Spartan 3, no h tempo para o sinal chegar perto do final da

    linha de propagao. Mas ao invs de encurtar as linhas para evitar desperdcio, o plano

    utilizar um FPGA mais moderno e rpido, com tecnologia construtiva mais avanada e menor

    largura de canal em seus transistores.

    O fato de o sinal se propagar mais rpido e por mais buffers nas linhas de propagao

    automaticamente aumenta a resoluo do TDC. Ser adquirido uma Kit de desenvolvimento

    de um chip de recm lanado pela Actel, chamado de SmartFusion. Este chip tem

    implementado fisicamente no mesmo encapsulamento um microcontrolador de 32 bits com

    arquitetura Cortex-M3, perifricos diversos, FPGA e blocos analgicos configurveis, tudo

    isso a um preo de $45 FOB.

    Atualmente esta sendo projetada uma placa de circuito impresso que ir conter, alm

    de do chip A2F200M3F-1FGG256, cujas caractersticas foram no pargrafo anterior, os

    circuitos de emisso e recepo de pulsos de laser que foram citados neste captulo, fontes de

    alimentao com tenses que variam entre 1,2V e 300V, memria flash e alguns botes para

    interface humana. Nenhum prottipo ser desenvolvido com protoboard ou placa padro,

    pois encapsulamentos do tipo BGA, e a necessidade de um layout de alto desempenho

    inviabilizam tais mtodos.

  • 56A maior parte dos componentes necessrios para o primeiro prottipo j foram

    adqueridos, inclusivo um laser pulsado de 25W de potncia de pico, e quando o primeiro lote

    de placas ficar pronto ser testado o funcionamento bsico bem como as primeiras aplicaes

    do medidor de distncias a laser.

    Por conter interfaces de comunicao de alta velocidade como a ETHERNET, blocos

    analgicos e alta capacidade de processamento, com esta placa, dispositivos eletro-mecnicos

    e ticos, e um motor grfico como o OpenGL rodando em um computador, almeja-se

    construir um sistema capaz de realizar escaneamento de superfcies em trs dimenses.

  • 579 CONCLUSO

    Apesar de a medio do tempo de voo de um pulso laser ser um princpio de

    funcionamento simples, a concepo de um medidor de distncias a laser se mostrou

    complexa devido necessidade de componentes de altssimo desempenho.

    No incio do projeto foi concebido um minucioso plano de ao para que, ao final de

    quatro meses, o aluno apresentasse um prottipo funcional de um medidor de distncias a

    laser. Tal plano falhou no momento da aquisio de um TDC. Este risco de alto impacto, que

    foi previsto do planejamento inicial do projeto, acabou se concretizando e comprometendo os

    resultados esperados.

    Porm a busca de solues para o que parecia um grave problema acabou gerando um

    promissor dispositivo. O TDC desenvolvido em FPGA, com uma arquitetura inovadora, e

    desempenho comparvel ao de dispositivos comerciais de alto custo, abre um leque de

    aplicaes que vo alm da medio de distncias a laser. TDCs com resoluo de dezenas de

    pico-segundos podem ser utilizados diversos sistemas que exigem alto desempenho, como em

    instrumentao de dispositivos nucleares, colisores de partculas, sistemas de reflectometria

    no domnio do tempo (TDR) e medidores de impedncia.

    O desafio de buscar solues tcnicas com limitaes de recursos, lidar com a

    exorbitante tributao nacional para importao de componentes, e a enriquecedora

    experincia do aluno executor com FPGAs, vem compondo um empolgante exerccio de

    engenharia. O projeto e a pesquisa seguiro aps a concluso do curso do aluno, que possui

    aspiraes comerciais para as solues que vem sendo desenvolvidas.

  • 5810 REFERNCIAS

    [1] H. Lamela; E. Garcia A Low Power Laser Rangefinder for Autonomous Robot Applications, 1996, Proceedings of the 1996 IEEE IECON 22 (Artigo)

    [2] Smith D.E. Electronic Distance Measurement for Industrial and ScientificApplications, Junho de 1980, Hewlett-Packard Journal

    [3] Keiser, G. Optical Fiber Communications (2nd Edition ), 1991, McGRAW-HILL.

    [4] Kilpel, Ari Pulsed Time-of-Flight Laser Range Finder Techniques for Fast, High Precision Measurement Applications, 2004, University of Oulu, Finland (Dissertao)

    [5] OSRAM, Operating the Pulsed Laser Diode SPL Llxx, nota de aplicao disponvel em

    [6] Cicalese, R.; Aloisio, A.; Branchini, P. ; Giordano, R.; Izzo, V.; Loffredo, S. Implementation of High-Resolution Time-to-Digital Converters on Two Diferent FPGA Devices, 2007, Dipartimento Scienze Fisiche, Universita di Napoli Federico II e I.N.F.N. (Artigo)

    [7] Zhang ,Y.; Huang, P.; Zhu, R. Upgrading of Integration of Time to Digit Converter on a Single FPGA, 2000, Shanghai Astronomy Observatory, Chinese Academy of Sciences (Artigo)

    [8] Wu, J; Shi, Z The 10-ps Wavelet TDC: Improving FPGA TDC Resolution Beyond Its Cell Delay Fermi National Accelerator Laboratory, Batavia, USA (Artigo)

    [9] Csele, M Fundamentals Of Light Sources and Lasers, 2004, John Wiley & Sons, captulo 13

    [10] OSRAM Optical Radiation Safety Information Nota de aplicao disponvel em

    [11] PALOJRVI , P. Integrated Electronic and Optoelectronic Circuits and Devices for Pulsed Time-of-Flight Laser Rangefinding, 2003, University of Oulu, Finland (Dissertao)

    1 Introduo2 Contexto do Projeto3 Aplicaes4 Anlise de Alternativas e princpios de medio5 Pesquisa e Escolha de Componentes5.1 Fotoemissor Caractersticas Espectrais Diretividade Diodos Laser Diodos de Laser Pulsado

    5.2 Driver para Diodo Laser Pulsado5.3 Receptor Fotodiodos Amplificador de Trans-impedncia Atenuadores Eltricos Descriminador de Sinal

    5.4 Conversores Tempo-Digital (TDC)5.5 ptica ptica de Emisso ptica de Recepo

    5.6 Nveis de Potncia de Emisso e Segurana5.7 Integrao de Sistemas

    6 Mtodos Processos e Dispositivos6.1 Emissor de Pulsos Laser6.2 Fotorreceptor6.3 FPGA O Ncleo do Sistema. Cronmetro com Oscilador em Anel Cronmetro com Linhas de Propagao Simples Cronmetro com Linhas de Propagao Paralelas Consideraes Sobre o Layout Processamento de Dados Comunicao Software para Depurao

    7 Resultados Alcanados8 Prximos passos do projeto9 Concluso10 Referncias