Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

1ª Edição: janeiro/2011

Transcrição:

Eliane Condinho

Copidesque:

Adriana Santos

Revisão:

Thalita Daher

Capa e Diagramação:

Junio Amaro

5

Introdução

Reconhecer Jesus Cristo como Senhor é subme-ter-se a Ele e não aos desejos de um coração enga-noso. Obediência, sujeição e humildade são alguns dos significados da palavra submissão, significados que não podem apenas ser conhecidos, mas vividos em Cristo.

É fato que se não cuidarmos podemos nos sub-meter a qualquer coisa para ter aquilo que dese-jamos. Será que não estamos nos submetendo ao dinheiro, ao prazer, aos homens ou a nós mesmos? Paulo, em sua epístola aos romanos, escreveu: “Pois vocês sabem muito bem que, quando se entregam a

6

alguma pessoa para serem escravos dela, são, de fato, escravos dessa pessoa a quem vocês obedecem. Assim sendo, vocês podem obedecer ao pecado, que produz a morte, ou podem obedecer a Deus e ser aceitos por ele.” (Romanos 6.16 – Nova Tradução da Linguagem de Hoje.) Ser livre do pecado é ser submisso aos ca-minhos de Cristo, e é sobre esta verdade que vamos falar nesta edição. Que o Espírito do Senhor minis-tre à sua vida para que você aceite e escolha viver debaixo da graça, como servo da Justiça, e não de-baixo do senhorio do pecado.

Boa leitura!

7

Problema de submIssão

Certa vez, almoçando com um amigo, que tam-bém é pastor, falamos sobre a experiência que ele e sua igreja local estavam experimentando, uma batalha espiritual contra dois espíritos que também atuaram entre os fariseus na época de Jesus, o da religiosidade e o da tradição. Ele me contou que tempo depois do início dessa batalha, cerca de cin-quenta pessoas saíram da igreja, que relativamente era uma congregação pequena.

Essas pessoas eram participantes dos cultos,

8

das programações realizadas pela igreja, cumpriam todas as “obrigações”, faziam o que era correto pe-rante homens, mas no momento em que o pastor começou a falar sobre a pessoa de Jesus e a necessi-dade de um compromisso absoluto com Ele, aque-les irmãos demonstraram a verdadeira motivação, não estavam dispostos a caminhar com o Mestre, queriam rituais e não relacionamento.

Muitos sabem que Jesus morreu para nos salvar, porém precisamos ir ao cerne. Em Romanos, capí-tulo 14, verso 9, está escrito: “Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor tanto de mortos como de vivos.” Esse meu amigo pas-tor disse que quando ele começou a mostrar para que Jesus havia morrido, quando ele começou a proclamar o senhorio de Cristo, quando ele come-çou a anunciar que Jesus é Senhor, muitas pessoas disseram “não” a Cristo. Houve um momento na tra-jetória de Jesus que Ele confrontou os seus seguido-res dizendo: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lucas 6.46.) O povo da congregação da qual estamos falando, talvez cha-mou Jesus de Senhor, porém reconhecê-lo como tal não foi possível para eles. E o colega pastor enfren-

9

tou verdadeiramente uma luta por causa disso, tan-to que emagreceu a olhos nus, e depois de muito tempo chegou à conclusão de que não adiantava pregar, que não adiantava só entreter as pessoas, pois a pregação para alguns pode se tornar entrete-nimento, mas que faltava a compreensão da base, do alicerce cristão, que é o senhorio de Jesus Cristo. Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu; para ser Senhor, tanto de mortos como de vivos. Entoamos uma canção que diz: “Jesus, em tua presença declaramos que és Rei.” Nós podemos declarar que Ele é rei, mas às vezes um rei decora-tivo, que tem trono, tem coroa, tem cetro, mas não reina, não exerce domínio sobre os seus súditos. Para muitos Jesus é um rei assim, uma figura deco-rativa, não exerce poder para governar, mas isso é um grande e grave engano, pois como já vimos, “foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressur-giu; para ser Senhor, tanto de mortos como de vivos.” A palavra “senhor” caiu no popular, temos o hábito de usar essa palavra ao se referir a uma pessoa com mais idade ou como forma de demonstrar respeito a alguém, entretanto, quando reconhecemos Jesus como Senhor, o significado dela vai além, é dese-

10

jar, acima de tudo, servir a esse Senhor, e isso é a melhor coisa que pode acontecer na vida de uma pessoa. Ao contrário do que se imagina, ter Jesus como Senhor e Salvador de nossas vidas é ter vida verdadeiramente, é ser livre, é ser liberto do peca-do, é ganhar a vida eterna. Eu creio que Deus quer restaurar, quer trazer, não apenas uma mensagem, mas o senhorio de Jesus em toda a plenitude de nossas vidas. Por que Jesus é o Senhor? Lemos em Filipenses, capítulo 2, versículos de 5 a 11: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhe-cido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.” O soberano Deus se humilhou, o Criador tomou a for-ma da criatura. Jesus Cristo se tornou servo, aquele

11

que veio para servir, serviu a todos. Foi à cruz, so-freu blasfêmias, escárnio, rejeição, enfim, desceu ao nível mais baixo tendo a morte de cruz, mas a re-compensa foi maior e mais sublime, Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo o nome, o nome de Senhor.

12

13

reconhecImento

Jesus possui mais de uma centena de nomes, mas Deus deu a Jesus o nome que está acima de todos esses, que é o nome de Senhor. Paulo nos diz que Deus deu a Jesus um nome que está acima de todos os nomes no céu, no inferno, na terra, nome que um dia todos haverão de confessar. E diante do poder deste nome todos também haverão de se dobrar. Jesus é mais do que salvador; Ele é mais do que um curador; Ele é mais do que o “batizador” no Espírito; Ele é mais do que um abençoador, Ele é Se-nhor. É fato que a palavra “senhor” foi popularizada, mas não podemos permitir que o sentido dela se

14

perca, principalmente em referência a Jesus. A pala-vra senhor na língua grega é a palavra “Kírios”. Kírios significa senhor. Alguns dicionários gregos apre-sentam pelo menos cinco significados básicos para a palavra Kírios, são estes: chefe, dono, amo, sobe-rano e máxima autoridade. Entender o primeiro significado desta palavra, que é chefe, não é difícil, normalmente o empregado sabe bem o que ela re-presenta. Basicamente chefe é aquele que manda, que dá ordens. Já o dono é o proprietário de algu-ma coisa. Na época do apóstolo Paulo existia uma instituição terrível, que era a escravidão. Existiam os escravos e os donos dos escravos, ou os amos, do-nos dos escravos. O escravo se referia ao dono como “meu amo”, ou seja, “meu dono”, e este tinha o direi-to de fazer o que quisesse com o escravo, e o que o escravo tinha que fazer era somente obedecer, porque ele não era dono de si mesmo. O terceiro significado da palavra é soberano, que significa “so-bre todos”. O que domina sobre tudo e todos. O últi-mo significado é “máxima autoridade”, não há outra autoridade acima dele. Quando eu digo que Jesus é o meu Senhor, eu tenho que reconhecer que Ele é meu chefe, meu dono, meu amo, meu soberano, e

15

a máxima autoridade sobre mim. Na época em que Paulo escreveu aos filipenses, a palavra Kírios era usada em dois sentidos, quando escrita com letra minúscula, fazia referência ao senhor que era chefe, dono, amo, soberano, a máxima autoridade, porém demonstrava apenas que todos esses significados diziam respeito ao senhor de escravos, aquele que possuía escravos no Império Romano era também chamado de kírios. Para que ele fosse kírios era pre-ciso que tivesse escravos ou servos, e o escravo ou servo não tinha vontade própria, não tinha bens, não tinha direito, tudo o que ele era e possuía era do seu kírios, então, reconhecer alguém como se-nhor significa exatamente isso: reconhecer que ele passa a ser realmente o chefe, o amo, o soberano, a máxima autoridade sobre ele. Quando um escravo escrevia uma carta ou um bilhete, ele se identificava como sendo escravo. E isso podemos ver também na Bíblia, algumas cartas apresentam essa iden-tificação, como a de Filipenses, por exemplo. No capítulo 1, versículo 1, está escrito assim: “Paulo e Timóteo, servos de Cristo Jesus [...]” Não há nada mais nobre do que ser servo de Jesus Cristo, e nesse con-texto, a palavra servo no grego é a “doulous”, con-

16

tudo, a tradução literal é escravo, logo Paulo estava dizendo que ele e Timóteo eram escravos de Jesus Cristo. O termo “servo de Deus”, hoje, infelizmente perdeu o sentido, não tem sido usado corretamen-te. Muitos dizem que certa pessoa é “grande” ser-vo de Deus, mas se ela é servo obviamente não é grande, pois não há servo pequeno nem grande, no sentido hierárquico. Também na época de Pau-lo havia uma única pessoa que possuía o título de senhor ou Kírios, com a letra maiúscula, que era o imperador César, de Roma. O povo atribuía a César poderes divinos, e este pensava ser um deus. César era o possuidor.

17

Quem de fato é senhor

Certa feita, os fariseus tentaram surpreender a Jesus na questão do tributo. Perguntaram ao Mes-tre se era lícito pagar tributo a César ou não. “Dize-nos, pois: que te parece? É lícito pagar tributo a César ou não? Jesus, porém, conhecendo-lhes a malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. Trouxeram-lhe um denário. E ele lhes perguntou: De quem é esta efígie e inscrição? Responderam: De César. Então, lhes disse: Daí, pois, a César o que é de César e a Deus o que é

18

de Deus” (Mateus 22.17-21.) Isso demonstra o po-der, enquanto senhor, que este detinha, no Império Romano. Todos eram possessão de César, por isso ele podia dispor de quem quisesse. César era esse senhor. A efígie na moeda dizia que tudo pertencia a César. César era o chefe, era o amo, era o sobera-no, era a máxima autoridade sobre eles. César era o dono de tudo. Quando alguém dizia que César era senhor, ao mesmo tempo falava que ele era o se-nhor dele. Então, a palavra Kírios denotava a mais alta hierarquia. Jesus, no início de seu ministério, pregou mensagens dizendo o que ele verdadeira-mente era, Rei, Senhor, Jesus se apresentou como Senhor. Logo após a ressurreição de Jesus, o senti-do do senhorio de Cristo tomou posse da igreja. Os irmãos proclamavam que Jesus era Senhor deles, a ponto de quando um que não era cristão passava pelo outro e gritava “César é o senhor”, o cristão dizia que Jesus era o Senhor.

No início da Igreja, milhares de nossos irmãos fo-ram mortos. Mortos não porque estavam roubando. Não foram mortos porque não estavam pagando os impostos. Não foram mortos porque eram cidadãos de segunda categoria. Eles foram levados às arenas,

19

mortos pelos leões, pregados em estacas, tiveram os corpos cobertos por piche e depois queimados, corpos que iluminaram a cidade de Roma durante uma noite por meio do fogo que os consumia, ver-dadeiras tochas vivas, por um único fator: eles pro-clamaram que Jesus Cristo era o Senhor, a máxima autoridade sobre eles. Eles fizeram o que nos ensina Romanos, capítulo 10, versículos 9 e 10: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu co-ração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.” A salvação vem do reconhecimento e da mudança de senhorio em nossa vida. Antes de nós nos conver-termos, vivíamos em um reino, o reino das trevas. Tí-nhamos um senhor que nos dominava. Satanás era o senhor absoluto de nossas vidas. Nós o obedecía-mos. Muitas vezes não queríamos fazer aquilo que ele nos mandava fazer, mas não tínhamos nenhuma força e o obedecíamos, mas pela graça, e somente pela graça de Deus, Ele nos libertou do reino dessa escravidão, isso é conversão, que começa com essa mudança de reino. Como já vimos, a Palavra diz que “se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor”,

20

porém não basta apenas dizer, falar a nome de Je-sus, mas viver a realidade que Ele é o nosso Senhor. É preciso confessá-lo “e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Por-que com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.”

Quando eu digo que Jesus é meu Senhor, digo também que Ele é o meu amo. Quando se pronun-cia a palavra escravo, e isso pelo significado que ela tem, muitos têm dificuldade de entender o motivo de associá-la ao relacionamento com Cristo, pois ser escravo era também ser açoitado, ser trocado, explorado, humilhado, contudo, quando se refere a Cristo, ela ganha outra conotação; ser escravo, ser-vo de Cristo, é ser filho de Deus. O Senhor não tem senzala, tem um lugar no palácio para os seus filhos, aleluia! Legalmente somos filhos de Deus, porém na expressão da nossa vida somos servos, e como servos, devemos ser obedientes. Quando o pastor (mencionado no início dessa mensagem) ensinou aos irmãos de sua congregação sobre o senhorio de Cristo, a necessidade de eles obedecerem, não serem apenas religiosos, participantes das celebra-ções, mas cristãos comprometidos, assumidos, al-

21

guns começaram a dizer, assim como falaram a Je-sus também: “Duro é este discurso”, e foram embora da congregação, deixaram a comunhão. Quando eu digo que Jesus é o meu Senhor digo, também, que Ele é o meu amo, o meu dono, mas é dono de tudo que eu possuo.

Alguns anos atrás, a Igreja de Cristo na Argen-tina viveu uma experiência única. No início da dé-cada de 70, o Espírito do Senhor restaurou entre os irmãos a visão do senhorio de Cristo, e algo in-teressante começou a acontecer. Eles doaram suas casas e seus carros para a igreja onde congrega-vam, entretanto, o Senhor falou com a Igreja que não queria casas e carros, queria pessoas cuidando das casas e dos carros. Então, todas as casas e todos os carros foram devolvidos, e uma nova postura foi adotada pelos membros da igreja. Quando a igreja recebe um visitante e este precisa de hospedagem, encontra muitas casas disponíveis para ficar, pois os irmãos entenderam que as casas não são deles, que hoje eles são apenas mordomos daquilo que o Pai lhes confiou, logo estão ali para servir, assim como todos os bens. Os carros, as casas, são do Senhor, obviamente que Deus não precisa de nada disso,

22

Ele apenas deseja que reconheçamos que tudo vem dele. Não é por causa do nosso esforço, trabalho, da nossa inteligência, saúde, que adquirimos bens, pois se o Senhor não nos conceder tudo isso, nada teremos e seremos. É a graça de Deus, a bondade e misericórdia dele que nos permite ter alguma coisa. E os irmãos da Igreja do Senhor na Argentina enten-deram, reconheceram isso, reconheceram que tudo aquilo que o Pai confiou a eles é para abençoar aos que precisam. Logo tudo que abençoa precisa es-tar impecável, limpo, cuidado, por isso eles zelam pelos bens, limpam, lavam, colocam combustíveis, lubrificam, pagam os impostos, e quando há uma necessidade, todos estão disponíveis para servir, e não há nada melhor do que servir, conforme nos ensinou Paulo: “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é mister socorrer os necessitados e recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber.” (Atos 20.35.) Je-sus tocava no âmago, dizendo: “[...] Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.” (Marcos 8.34.) Em outras palavras: “Olha, para me seguir, você tem abrir mão do seu ‘eu’”.

23

submIssão aos camInhos de

deus

Na Igreja da Argentina, quando o senhorio de Cristo foi restaurado, os irmãos desta congregação entenderam sobre a importância e a bênção da obediência. Todos passaram a obedecer ao Senhor com alegria. Escolheram viver em santidade, isso porque também entenderam que pecar é uma es-colha, assim como o relacionamento com o Senhor. Escolhemos ter ou não Jesus como Senhor da nossa

24

vida. Não pense que Jesus obriga a pessoa a segui-lo ou invade a vida de alguém para que ele o rece-ba. Ele também não escraviza aquele que escolhe servi-lo. A Bíblia fala sobre um moço que perguntou a Jesus o que era necessário para ele alcançar a vida eterna. Esse homem era muito rico, conhecia os mandamentos desde a infância, e Jesus viu que ele conhecia mesmo. Jesus olhou para o coração desse rapaz e viu sinceridade, viu o seu amor, porém viu também que faltava algo. Vamos ao texto: “E eis que alguém, aproximando-se, lhe perguntou: Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna? Respon-deu-lhe Jesus: Por que me perguntas acerca do que é bom? Bom só existe um. Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos. E ele lhe perguntou: Quais? Respondeu Jesus: Não matarás, não adultera-rás, não furtarás, não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua mãe e amarás o teu próximo como a ti mesmo. Replicou-lhe o jovem: Tudo isso tenho obser-vado; que me falta ainda? Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai vende os teus bens, dá aos pobres e te-rás um tesouro no céu, depois, vem e segue-me. Tendo, porém, o jovem ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades.” (Mateus 19.16-

25

22.) Quando Jesus pediu a esse moço para vender tudo, este se entristeceu e foi embora. Ele escolheu continuar com as riquezas terrenas, com os bens corruptíveis. Jesus, diante da decisão desse rapaz, não insistiu para que ele ficasse, não implorou para que não fosse embora, Jesus respeita as nossas de-cisões, mesmo quando elas não são as mais sábias, as melhores para a nossa vida. Jesus também não fez um acordo com esse moço, dizendo: “Ah, pode ficar do jeito que está. É só você entregar o dízimo do que possui, o que equivale a dez por cento, o restante, noventa por cento, é todo seu”. Jesus não relativiza os absolutos dele. Se esse moço tivesse perseguido o Senhor do jeito como estava, seria como uma pe-dra fora de lugar num alicerce. Mas será que Jesus queria deixar aquele moço na miséria? Absoluta-mente. O Senhor não está interessado em coisas, o Senhor está interessado em saber quem de fato o tem como seu dono. Quem é o seu senhor. Ou Jesus Cristo é cem por cento, tudo em sua vida, ou não é. Jesus ao chamar Mateus, que tinha o nome de Levi, para segui-lo, ele não recusou. Levi estava assenta-do na coletoria, cheio que tarefas a realizar, todavia ele abandonou tudo para seguir o Senhor (Marcos

26

2.14). Pedro e João estavam à beira do mar quan-do Jesus passou por eles e disse: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens.” (Mateus 4.19.) Eles não sabiam quem era Jesus, mas havia algo no Senhor que cativava. Quem é esse que vem dar ordens? Quem é esse que quer mandar na minha vida? Mas eles deixaram tudo e o seguiram.

27

o InícIo da fé

Normalmente, os termos que usamos para de-finir aquele que decide seguir a Cristo, tais como crente e convertido, são raramente vistos na Bíblia. Já a palavra discípulo é apresentada 250 vezes no Novo Testamento. Discípulos foram aqueles que abandonaram tudo a fim de seguir Jesus. E Jesus nunca baixou uma condição para que as pessoas pudessem segui-lo. Mas aquele que decide fazê-lo sem ter o entendimento de que Jesus é o Senhor, será uma pedra fora do lugar, pois sem tal compre-ensão a pessoa continua tendo a mentalidade do mundo, a de que “cada um faz o que quer, o impor-

28

tante é ser feliz”. Em Colossenses, capítulo 1, verso 13 e 14, está escrito assim: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.” Note bem: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pe-cados.” Em Colossenses, capítulo 2, versos 6 e 7, diz: “Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças.” O termo “recebestes” refere-se a aceitar os ensinamentos de Cristo assim como aceitar o próprio Cristo como único Senhor e Salvador. Mas infelizmente isso não tem sido realidade na vida de muitos. Alguns têm recebido a Jesus apenas como curador (e há algumas igrejas que apresentam Je-sus apenas como curador, e em todas as reuniões é apresentado apenas o Jesus curador. É verdade que Ele cura, porém Jesus não é apenas um cura-dor), mas olhando só por essa ótica, não receberá de fato a pessoa de Jesus, pois ele é mais do que alguém que realiza curas e milagres. Outros apre-sentam Jesus somente como libertador: “Ah! Jesus

29

expulsou 28 demônios daquela criança”. Há os que conhecem Jesus só como abençoador, aquele que tem o dever de apenas abençoar. Enfim, não enten-deram nada acerca dos ensinamentos e da pessoa de Cristo Jesus.

Quando se celebra um casamento, normalmen-te o celebrante faz uma pergunta comum a todos os casais. “Você aceita fulano(a) como seu esposo(a)?” Ainda não ouvi ou fiquei sabendo de um celebrante que perguntou assim: “Você aceita fulano(a) como lavadeira, cozinheira, provedor, pai de seus filhos...?” A mulher e o homem podem ser tudo isso e muito mais, contudo ambos não recebem o cônjuge de acordo com aquilo que ele pode oferecer, pelo me-nos esse não deve ser o motivo do casamento, mas por aquilo que pode ser, companheiro(a), ajudado-ra, amigo(a). E tal como o olhar de alguns sobre o casamento, alguns hoje enxergam a Jesus com a visão distorcida, apenas por aquilo que Ele pode re-alizar em suas vidas, apenas sob um único aspecto.

Ao escolher caminhar com Jesus é preciso co-nhecer, antes de tudo, quem de fato Ele é, e não somente o que Ele pode realizar. Não procure co-nhecer apenas uma faceta do Mestre, deseje co-

30

nhecer o Dono, o Amo, o Soberano, a Máxima Au-toridade e o Chefe. Amado leitor, preciosa leitora, ninguém pode conhecer a Jesus como Senhor a não ser experimentando o novo nascimento, por-que somente através do novo nascimento é que po-demos receber de Deus a natureza dele, o querer e o efetuar vêm do Senhor. Por isso que no Reino não existe uma mudança de cidadania simplesmente. É preciso que a pessoa nasça de novo. Imagine uma pessoa que nasceu e mora no país dela, mas que de repente decidiu ter outra nacionalidade. Então ela procura o governo de seu país e diz a ele que não quer mais ser cidadã deste. Obviamente ela poderá mudar de nação, mas não de nacionalidade. Isso só seria possível se a pessoa morresse e ressuscitasse em outra nação. E semelhantemente assim é o novo nascimento. No reino das trevas há um senhor que é satanás. A única maneira de passarmos de um reino, do reino das trevas, para o reino de Deus, é através da morte e da ressurreição. E o batismo re-presenta essa realidade, a gente morre e ressuscita para uma nova vida.

31

conclusão

Tanto no reino das trevas quanto no reino da luz há leis e domínio, e também há um senhor. Mas ao contrário do reino das trevas, o Senhor que temos no reino da luz é libertador, conforme vimos na Pa-lavra de Deus, “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor.” (Cl 1.13.) No reino das trevas há uma lei simples que o rege. A fim de tentar esclarecer ao máximo sobre este reino, usarei a figura de um navio. Imagine um navio em alto mar que foi torpedeado. De repente o capitão diz: “Olha, nós estamos a milhares de qui-lômetros de qualquer ilha, de qualquer porto, e quero

32

lhes dizer que vamos afundar, porém não sabemos quando isso vai ocorrer. E já que o navio está torpe-deado, vocês podem fazer o que quiserem. Podem se prostituir, se drogar, brigar, matar, afinal, vamos mor-rer mesmo.” A lei que domina dentro desse navio é a lei da morte. Há uma condenação, todos estão indo a caminho do pior lugar, e assim também é no reino das trevas, cada um faz o que quer, nada é proibido, não há respeito, logo os que nele estão não se sub-metem à autoridade, pensam que são livres, quan-do na verdade são escravos, capacho do pior e mais cruel senhor. Tudo isso é por causa de uma semente que está dentro de nós, a da rebelião. Já notou o quanto é fácil burlar alguma coisa, como as regras de trânsito, por exemplo. Há uma placa indicando que aquela rua é contramão. Porém o condutor do veículo olha para os lados, e quando percebe que não há um guarda de trânsito, ele simplesmente entra na via, mesmo sabendo o quanto é perigo-so. Se tivesse uma autoridade no local, ele jamais faria isso por causa da consequência, que seria uma multa e perda de pontos na carteira. Na verdade a punição é que nos impede de fazer algo de errado. Entretanto, quando nós entramos no reino de Deus,

33

compreendemos quem de fato é Jesus e seus ensi-namentos. Entendemos que no reino de Deus tudo é diferente, ninguém faz aquilo que quer fazer, mas faz aquilo que agrada ao Senhor. Obedecer ao Se-nhor torna-se o prazer daquele que tem um encon-tro verdadeiro com Jesus. Ele luta todos os dias para cumprir a vontade do Senhor, deseja todos os dias caminhar com Ele. Que os nossos olhos sejam aber-tos para vermos quem é o Senhor, que possamos nos encharcar da mensagem e da vida de Jesus.

Deus abençoe!

Márcio Valadão

34

35

Jesus te ama e Quer

VocÊ!

1º PASSO: Deus o ama e tem um plano maravilhoso para sua vida. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigê-nito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.“ (Jo 3.16.)

2º PASSO: O Homem é pecador e está

36

separado de Deus. “Pois todos pecaram e ca-recem da glória de Deus.“ (Rm 3.23b.)

3º PASSO: Jesus é a resposta de Deus, para o conflito do homem. “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.“ (Jo 14.6.)

4º PASSO: É preciso receber a Jesus em nosso coração. “Mas, a todos quantos o rece-beram, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome.“ (Jo 1.12a.) “Se, com tua boca, confessares Je-sus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será sal-vo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salva-ção.” (Rm 10.9-10.)

5º PASSO: Você gostaria de receber a Cristo em seu coração? Faça essa oração de decisão em voz alta:

37

“Senhor Jesus eu preciso de Ti, confesso-te o meu pecado de estar longe dos teus caminhos. Abro a porta do meu coração e te recebo como meu único Salvador e Senhor. Te agradeço por-que me aceita assim como eu sou e perdoa o meu pecado. Eu desejo estar sempre dentro dos teus planos para minha vida, amém”.

6º PASSO: Procure uma igreja evangé-lica próxima à sua casa.

Nós estamos reunidos na Igreja Batista da Lagoinha, à rua Manoel Macedo, 360, bairro São Cristóvão, Belo Horizonte, MG.

Nossa igreja está pronta para lhe acom-panhar neste momento tão importante da sua vida.

Nossos principais cultos são realizados aos domingos, nos horários de 10h, 15h e 18h horas.

Ficaremos felizes com sua visita!

38

39

40

Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Gerência de Comunicação

Rua Manoel Macedo, 360 - São Cristóvão

CEP: 31110-440 - Belo Horizonte - MG

www.lagoinha.com

Twitter: @Lagoinha_com