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Aldina Cardeal

JJeessuuss ddee NNaazzaarréé

rreessggaattoouu--mmee

PREFÁCIO DE

Pe. Duarte Sousa Lara

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Título Jesus de Nazaré resgatou-me (2ª edição)

Edição Tecto de Nuvens, Edições e Artes Gráficas, LDA.

Rua Camilo Pessanha, 152, 4435-638 Baguim do Monte

tel./fax 224807820; tlm: 960131916 [email protected]

www.tecto-de-nuvens.pt

Coordenação literária de Teresa Cunha

[email protected]

Autora Aldina Cardeal

[email protected]

Capa Aldina Cardeal (com ilustração de Aldina Cardeal)

Prefácio Pe. Duarte Sousa Lara

Paginação Tecto de Nuvens

Revisão Pe. Duarte Sousa Lara; Joana Moniz da Maia; Júlia Baptista.

Concepção Gráfica Lígia Ramos

© Aldina Cardeal

Direitos reservados segundo a legislação em vigor

ISBN: 978-989-8197-73-3

Texto baseado no Novo Acordo Ortográfico

O conteúdo literário e plástico desta obra é da inteira e exclusiva

responsabilidade da autora.

A gerência da Tecto de Nuvens

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Prefácio

Neste pequeno livro, Aldina Cardeal oferece-nos, numa

linguagem simples, o seu forte testemunho, de como foi

salva do domínio diabólico por Jesus de Nazaré. Conheço

bem a autora e a sua história porque tive a graça de ser um

dos instrumentos que Jesus na Sua Misericórdia infinita

utilizou neste caminho de libertação e atesto da veracidade

dos factos aqui narrados.

Nestes sete anos em que tenho dedicado parte do meu

tempo enquanto sacerdote ao ministério dos exorcismos,

conto já mais de duzentos casos graves semelhantes ao da

Aldina, dos quais cerca de cento e cinquenta já estão

resolvidos graças à Misericórdia do nosso Bom Deus.

Hoje, como nos conta também a autora a partir da sua

experiência, as pessoas estão muito vulneráveis às seduções

diabólicas sob a forma da adivinhação e da magia e com

facilidade se deixam enredar nestas práticas ocultas através

das quais o demónio ganha domínio sobre as nossas vidas.

De facto, quando surgem os problemas e as dificuldades da

vida, muitas pessoas, que até se dizem católicas, movidas

pelo desespero que o sofrimento lhes causa, em vez de

confiar em Jesus, na Sua Igreja e no poder dos Seus

Sacramentos, não hesitam em recorrer a toda a espécie de

curandeiros, bruxos, adivinhos e terapias “alternativas”

colocando aí a sua esperança de salvação e abrindo assim o

seu coração a uma cada vez maior ação diabólica. A crise

de fé do mundo em que vivemos gerou um neopaganismo

para o qual os católicos têm poucas defesas.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Estou certo que a leitura destas linhas irá contribuir para

que muitas consciências sejam iluminadas e regressem a

Jesus Cristo, pois na verdade «não há salvação em nenhum

outro, pois não existe debaixo do céu qualquer outro nome,

dado aos homens, que os possa salvar» (At 4,12).

Lamego, 12 de abril de 2015

Domingo da Divina Misericórdia

Pe. Duarte Sousa Lara

Exorcista da Diocese de Lamego

www.santidade.net

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Introdução

Querido irmão, ama Jesus Cristo? Acredita que Jesus

Cristo o ama? Quantos são os momentos que não consegue

entender o porquê de tanto sofrimento, o porquê dos seus

planos não correrem como o desejado? Acaba muitas vezes

irritado por tudo e por nada e sem ver uma única luz ao

fundo do túnel, não é assim? Por vezes tem mesmo receio

de chegar a um caso extremo de desespero. Pare um pouco

e com todo o coração, peça ajuda a Jesus de Nazaré. Já o

fez? Entregue tudo nas Suas mãos e siga os Seus conselhos.

Creia verdadeiramente que não está sozinho.

Não seja mais um filho rebelde que diz: “Eu cá tenho a

minha fé”; “Sou católico não praticante”. Não ficará o

Senhor triste por não seguir os Seus conselhos? De facto é

o que mais temos ouvido nestes últimos anos. Eu também

me expressava do mesmo modo há uns anos atrás, até certo

dia em que tudo mudou pela graça de Deus.

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A tua fé te salvou

«Jesus, Mestre, tem Misericórdia de nós! Ao vê-los,

disse-lhes: “Ide e mostrai-vos aos sacerdotes.” Ora,

enquanto iam a caminho, ficaram purificados. Um deles,

vendo-se curado, voltou, glorificando a Deus em voz alta;

caiu aos pés de Jesus com a face em terra e agradeceu-lhe.

Era um samaritano. Tomando a palavra, Jesus disse: “

Não foram dez os que ficaram purificados? Onde estão os

outros nove? Não houve quem voltasse para dar glória a

Deus, senão este estrangeiro?” E disse-lhe: “Levanta-te e

vai. A tua fé te salvou.”» Lc (17, 13-19)

Neste livro partilho a minha aproximação a Jesus de

Nazaré, a luta que vivi entre o bem e o mal e de como

Deus, do mal, tira sempre um bem maior. Depois de ter a

graça de experimentar o amor de Deus de um modo tão

especial, não posso ficar calada! Como diz S. Paulo:

“Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para mim

motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi

imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!” (1Cor 9, 16)

Sou eternamente grata a Jesus Cristo, por me ter

resgatado das garras do demónio. Entre 2010 e 2011 fui

sujeita a 6 exorcismos. A minha libertação deu-se em meados

de 2011. Este sofrimento permitiu que eu voltasse à

verdadeira vida e reconhecesse a graça do meu batismo. Eu

caminhava pela estrada da perdição eterna, sem ter a mínima

consciência disso. Com uma fé “infantil” disse tantas vezes:

“Sou católica não praticante”. Hoje posso dizer com todo o

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coração: Sou católica e amo muito o Senhor! Que grande

herança!

«Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem

ao Pai senão por mim.» (Jo 14, 6)

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A Misericórdia de Deus

Chamo-me Aldina Cardeal e tenho atualmente 38 anos.

Partilho convosco a grande mudança de vida com que Deus

me presenteou, desde que fiz 33 anos, festejados no dia 1 de

agosto de 2010. Até essa data, considerava-me católica por

tradição familiar e não praticante. A Santíssima Trindade,

Nossa Senhora, os Santos e Anjos permaneciam no meu

coração, mas de um modo “vago”.

Recebi o Batismo, fiz a Primeira Comunhão e a Profissão

de Fé, rezava e frequentava a Eucaristia Dominical, o que

sucedeu até aproximadamente aos 9 anos de idade. Lembro-

me de, muitas vezes, à noite estar com muito sono e uma tia,

que dormia comigo nessa altura, me pedir para rezar todas as

noites com ela um “Pai-Nosso”, uma “Ave -Maria” e a oração

ao Anjo da Guarda. Eu rezava, mas tantas vezes contrariada

pois as orações pareciam não ter fim. Gradualmente deixei de

o fazer, e com o tempo foram ficando apenas as imagens dos

Santos, espalhados lá por casa como simples objetos

decorativos.

Com o decorrer dos anos, os meus pais também passaram

a ter cada vez menos tempo para Deus. Os negócios corriam

bem e a vida social ia aumentando. O tempo esticava para

quase tudo. Para jantares com amigos, para passeios, férias,

etc... mas não estava nos seus planos a Missa dominical e

muito menos rezar. Eu infelizmente segui os seus passos.

Construí igualmente uma carreira profissional como

Designer de moda, participava em muitas festas, viajava

bastante pelo mundo fora, tinha amigos por toda a parte,

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frequentava os melhores ginásios, os melhores restaurantes,

tinha cuidado excessivo com a minha aparência física dando

uma certa importância ao corpo, às roupas e ao cabelo. Vivia a

vida com uma intensidade contagiante, como se não houvesse

amanhã.

Ansiava também, entre outras coisas, casar pela Igreja

com vinte e poucos anos, ter filhos e manter a família unida

por toda a vida. Tinha como exemplo o casamento dos meus

pais. Apesar de terem os seus problemas, ficaram juntos até a

morte os separar. A facilitada desunião matrimonial, tão

praticada nos dias de hoje, sempre me desagradou.

Os anos avançaram e, tantos foram os momentos em que

dei por mim a questionar-me: “Que vida é esta que não me dá

paz de espírito? Afinal quem sou eu? Porque é que nada me

realiza verdadeiramente? Identificava em mim um vazio mas

por muito que desse voltas, nunca entendia as verdadeiras

causas.

Desde muito pequena nutria uma vontade especial em

lidar com pessoas ligadas ao mundo esotérico e oculto.

Fascinavam-me as revistas vendidas nos quiosques que

falavam de vidas passadas, de energias, de Anjos

“aparentemente”1 de Deus, de curas milagrosas, de astrologia,

das características dos signos do zodíaco... Agradavam-me

igualmente as feiras do oculto, as barraquinhas esotéricas das

feiras medievais, etc... Não era uma simples curiosidade, pois,

lembro-me de, em certas alturas, desejar um dia fazer o

1 O diabo engana e seduz e aparece por vezes, como “Anjo de luz”. Ele

estimula-nos para certos atos religiosos e para o sacrifício, mas afasta-nos da

verdadeira obediência a Deus e aos Seus mandamentos.

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mesmo. Acreditava que muitas destas práticas eram honestas

e úteis.

Fugia de tudo o que às claras se mostrava demoníaco,

por exemplo, magia negra, satanismo; no entanto, as

restantes “espiritualidades” pareciam ser inofensivas e em

certos casos mesmo divinas. Com o passar dos anos ia

descobrindo e frequentando mais médiuns, cartomantes,

explorando a astrologia, o yoga, o reiki, e muitas outras

filosofias englobadas no movimento “Nova Era”. Nas

livrarias, as secções “espiritualidades e ocultismo”

suscitavam-me igualmente cada vez mais interesse.

Infelizmente as prateleiras das livrarias estão cada vez mais

cheias destas terapias alternativas.

Eu gostava igualmente de música zen, incensos para

relaxamento, ambientes orientais, ambientes feng shui,

florais de Bach, budas, cristais, entre outros... Nessa altura

não tinha discernimento para perceber que era tudo “farinha

do mesmo saco” e o curioso é que para além de tão belo e

tão lógico, era tudo inteligentemente bem explicado.

Quanto mais me envolvia com estas práticas, mais me

afastava de Jesus Cristo e mais o meu “eu” aumentava.

Irmão, peço especial atenção para o seguinte: Faço um

apelo para evitar restaurantes, bares, discotecas, gabinetes de

estética, entre outros…; de ambientes orientais ou locais que

exibam símbolos duvidosos e supersticiosos. O mais certo

será, mais tarde ou mais cedo, perder de vista os seus valores

cristãos e nem sequer se aperceber do sucedido! Ao longo do

livro, descrevo alguns episódios que justificam este apelo.

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Questionava-me com mais frequência, quando assistia por

exemplo, a batizados, casamentos, ou missas de sétimo dia:

“Não estará o padre a exagerar quando diz que é necessário

um cristão frequentar a Missa ao domingo? E o terço diário é

tão repetitivo... Não é suficiente apenas um “Pai-Nosso” e

uma “Ave-Maria”? A comunhão não é apenas um ato

simbólico? Porque necessito de um sacerdote para me

confessar, quando o faço diretamente a Deus? Porquê tanta

obediência?” No meu ponto de vista, a Igreja necessitava

de mudanças. Defendia uma Igreja “adaptada a nós” e aos

dias de hoje.

Mas que grande confusão nos meus pensamentos! Um

cocktail de teorias espirituais que não me levavam a lado

nenhum. Queridos irmãos, inconscientemente, fui seduzida

pelo demónio durante aproximadamente 10 anos, e, como

já referi, depois do mesmo ser descoberto, durante meses

vivi uma possessão demoníaca. O fim era a loucura e a

morte.

“Tudo é puro para os puros, mas, para os corruptos e

os incrédulos, nada é puro, porque a sua mente e a sua

consciência estão corrompidas.” (Tt 1, 15)

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Não interrogar espíritos e adivinhos: “Pai, estás bem?”

“Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te

dará, não aprendas a imitar as abominações daquelas

nações. Que no teu meio não se encontre alguém que queime

seu filho ou sua filha, nem que faça presságio, oráculo,

adivinhação ao magia, ou que pratique encantamentos, que

interrogue espíritos ou adivinhos, ou ainda que invoque os

mortos; pois quem pratica estas coisas é abominável ao

Senhor, e é por causa dessas abominações que o Senhor teu

Deus as desalojará em teu favor.” (Dtº18,9-12)

Perder um familiar próximo é sempre doloroso. O meu

pai teve um cancro e faleceu a 5 de novembro de 2001, com

49 anos na cama de um hospital. Olhou fixamente para mim

antes de expirar. Senti uma dor incalculável. Como eu não

tinha o hábito de rezar, depositei a minha confiança em

médiuns.

Desde a sua morte, cresceu eu mim a ansiedade de saber

se a sua alma estava em paz e no Céu. Como já referi, eu já

tinha um certo fascínio por estes no passado, mas o

envolvimento ainda era pouco. Acabei assim, de um modo

ingénuo, por me envolver numa complexa teia de teorias

espirituais.

A Igreja também foi um dos meus refúgios, mas,

infelizmente, com um peso muito reduzido, pois o lado oculto

passou a ter uma dimensão cada vez maior, para além de

acreditar que todas estas formas de pensar eram compatíveis

com a religião católica. Os esclarecimentos obtidos através

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destes irmãos aparentemente iluminados pareciam muito

positivos. Exemplos: pediam-me para “intencionar” umas

velas, indicavam-me orações que invocavam os Santos Anjos

que eu conhecia... Falavam de amor, luz dourada, Anjos da

guarda, de Jesus, enfim… E quando tocavam no nome do

meu pai, deixavam-me de facto, muito fragilizada. Era o meu

ponto fraco.

Umas semanas antes da morte do meu pai, lembro-me de

procurar um homem que trabalhava com duas velas e uma

tesoura. Fazia umas rezas com a tesoura entreaberta e por fim

acendia as duas velas. Uma delas manteve uma chama

enorme, a outra, de um modo invulgar, começou a perder

força, a estalar tipo “fogo-de-artifício ”e por fim apagou-se.

Disse-me com isto que não havia nada a fazer e que o meu pai

morreria pois a vela tinha-se apagado.

Pouco tempo depois da morte do meu pai, optei por

consultar uma cartomante. A mulher fez-me comprar uma

enorme vela azul para colocar a arder no meu quarto. Disse-

me ser uma vela de culto a “yemanjá” e que esta me ajudaria

no que fosse necessário. Junto da vela, vinha uma oração para

fazer todos os dias. Eu desconhecia completamente de quem

se tratava: uma mulher vestida de azul, a “imitar” Nossa

Senhora.

Hoje à luz de Cristo, tenho conhecimento de que esta é

uma divindade ligada a cultos demoníacos, ou seja, um

demónio. Tive a vela acesa no meu quarto dia e noite até

terminar de arder. Do pouco que ainda me lembro, esta ardeu

durante vários dias e com uma chama muito fraca. Desde essa

altura, lá por casa o ambiente passou a ser de discussões

excessivas e conflitos, para além de se sentirem estalos fortes

nas madeiras da casa. Certa noite, acordei mesmo com um

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vulto a olhar para mim. Foi o início dos meus medos

noturnos.

A curiosidade pelo mundo oculto aumentava,

principalmente nos meses de novembro e dezembro. Neste

livro apenas descreverei alguns dos locais que visitei. Foram

dezenas deles.

De vez em quando visitava o Santuário de Fátima e

emocionava-me perante a fé que pairava no recinto. No

entanto, passeava um pouco, olhava para a imagem de Nossa

Senhora, rezava cerca de 5 minutos, colocava umas velas no

tocheiro do Santuário pelas almas dos meus familiares

defuntos e ficava por aí.

O Natal e a Páscoa também eram apenas sinónimos de

tradição familiar. Sentia-me feliz no Natal, devido à

mensagem de Paz e Amor associada a esta festividade.

Gostava muito de ficar em casa a ver televisão, a tratar da ceia

e a colocar a conversa em dia com os familiares e raramente

assistia às Missas natalícias. No entanto, por altura da Páscoa,

foram muitas as vezes que aproveitei para tirar umas férias no

Algarve. Uma boa praia deixava-me mais feliz do que festejar

a Páscoa.

A curiosidade pode matar

Estávamos em Dezembro de 2001, perto do Natal,

quando visitei mais uma feira do oculto realizado no Porto e

recorri aos serviços de um médium que, neste certame, era

considerado dos melhores. Procurei uma cartomante em

primeiro lugar, mas esta ao deitar as cartas disse-me que o

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caso que tinha à frente não era para ela mas sim para o

médium mestre João (nome fictício). Esta mulher foi chamá-

lo e quando o vi, senti um arrepio tremendo que me correu o

corpo todo. Este, de imediato, olhou-me fixamente nos olhos

e descreveu algumas situações da minha vida que só eu sabia

e tocou-me na minha maior ferida. Disse-me, entre outras

coisas: “ (…) O seu pai faleceu e a alma dele não está em

paz. Está em grande sofrimento. É uma alma boa, mas está

“encostada. ”2

Precisa de ajuda para partir. Menina, a sua

vida só andará para a frente se fizer alguma coisa.

Precisamos de fazer um trabalho de magia branca. Se quiser

a minha ajuda, paga-me 2000€, traz-me carne branca, linha

branca, (...) ”, entre outros elementos que eu já não me

recordo. “Terei também de a acompanhar de perto durante

algum tempo.” Deixou o seu contacto, caso eu aceitasse os

seus préstimos. Saí de lá em lágrimas, muito baralhada e

convencida de que teria de fazer alguma coisa. No entanto, a

minha intuição indicava-me que nunca iria fazer o que este

me estava a pedir. Nem que não cobrasse nada! Deus não iria

certamente gostar que eu utilizasse estas “forças mágicas”.

Não me soava bem ouvir falar de magia branca, e muito

menos negra.

Tomei a firme decisão de não o procurar mais e

considerei-o até alguém bastante perigoso e maléfico. Em

pouco tempo percebi que tinha recorrido a um dos bruxos

2 Expressão utilizada no ocultismo, de modo a designar um espírito, que está

junto de alguém para proteger ou prejudicar. Para os católicos, não existem

encostos. É pura invenção de quem nos está a comunicar o sucedido, com a

finalidade de nos enganar. O demónio é uma criatura puramente espiritual,

dotada de inteligência e vontade, e conhece os nossos pontos fracos. Ele

observa as nossas inclinações, de modo a podermos mais tarde ou mais cedo,

cair na sua “rede”.

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mais badalados e perigosos de Portugal. Por todo o lado

existem muitos charlatães, e eu também conheci alguns, mas

neste caso concreto, os seus prodígios vinham de Satanás.

Desde essa altura, tudo piorou. Comecei por ter muitos

pesadelos, a sonhar com o meu pai quase todas as noites e a

procurar ainda mais médiuns ou bruxos para tirar a prova dos

nove. Desta vez, o que me movia mais do que qualquer outra

coisa, era um grande desespero de entender o que se passava

realmente com a alma do meu pai. Lá no fundo, apenas

esperava que me contrariassem estas afirmações terríficas. Os

intitulados médiuns que me apareciam pela frente revelaram-

se ainda mais maléficos que os anteriores.

Recebi um desses bruxos em casa da minha mãe. Informei-

a apenas em cima do acontecimento, que levaria lá este homem

apenas para tirar uma dúvida pois disseram-me que era um

senhor bom e humilde. Ela irritou-se muito e com toda a razão.

Este, quando entrou em casa, disse-me: “Sei o que se está

a passar consigo. É por causa da alma do seu pai que me

procura. Vai precisar de ajuda para a encaminhar, pois ele

está encostado a si, o que faz com que a sua vida não ande

para a frente. Se quiser que a ajude, levo-lhe 800€ pois é o

necessário para comprar o material para o ritual e também

tenho que ganhar algum pois fico doente durante um tempo.

Preciso de 1 galinha preta, etc… (…). Elas serão mortas e eu

beberei o seu sangue.” Não me recordo de todos os

pormenores com exatidão, apenas sei que fiquei muito

perturbada nesse momento. Permiti que me colocasse uma

capa preta nas minhas costas, enquanto recitou umas

palavras.

Entretanto, chamei a minha mãe e o meu irmão à sala pois

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este queria conhecê-los. A minha mãe só não o expulsou de

casa por educação, mas disse-lhe: “O Senhor o que quer da

minha filha? O que eu estou a ver à minha frente é o livro de

São Cipriano3 e por mim o senhor não tinha entrado nesta

casa. Nós somos de Deus e não nos venha iludir!”. Ele

respondeu irritado: “Então a senhora não acredita que o seu

marido está aqui presente pois não?! Não acredita que a sua

filha tem um encosto?! Não acredita que ela precisa de

ajuda?!”.

A minha mãe respondeu: “Não! É melhor o senhor ir

embora, pois daqui não leva nada! Se ela precisar de ajuda,

não será da sua. O senhor é demoníaco!”.

Este homem acabou por fazer um “truque” para que

acreditássemos nele, mas de nada adiantou. Foi entretanto

embora e eu fiquei com vergonha por tudo ter acontecido

daquele modo. Ainda me aborreci com a minha mãe.

Tive um pesadelo nessa mesma noite, em que este

homem se encontrava sentado num trono e me tentava

“roubar” a alma.

Complicações

Conforme os anos iam passando, aumentavam as

tribulações. Exemplos: apareceram-me pessoas conflituosas

no trabalho, fiz amizades menos boas, o ambiente em casa

piorava dia após dia, tive acidentes de automóvel, problemas

financeiros, ansiedade, etc. …

3 Livro de feitiçaria, que nada tem a ver com a fé católica.

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Com o tempo a passar, e tantas dúvidas novas a surgir, lá

fui eu consultar mais uma mulher que se intitulava médium.

Esta para além de praticar a adivinhação, vim a saber que

“incorporava” demónios que se faziam passar por almas

falecidas e na altura, lembro-me de ficar admirada pois

também entrava em estado de transe, como se entrasse na

“intimidade das almas” de pessoas vivas não presentes.

Logo da primeira vez, caindo no seu cadeirão e em estado

de transe, falou como se de o meu pai se tratasse. De facto só

quem já presenciou este tipo de fenómeno, pode perceber que

não é um mero fingimento. Sentem-se presenças espirituais. Eu

chegava mesmo a abraçar esta mulher, quando se encontrava

em transe pois pensava ter presente a alma do meu pai.

Momentaneamente, esta primeira consulta acalmou-me,

pois, embora assustada com tudo o que tinha acabado de

presenciar, julguei ter notícias do meu pai que me

comunicou estar bem e com Deus. O demónio sabia bem

com quem lidava, pois eu, ao achar que esta senhora era

boa, recorreria a ela mais vezes. E assim aconteceu.

Durante alguns anos visitei periodicamente o seu

consultório. Já não a procurava só pelo meu pai, mas levava

amigos para serem consultados, e fascinava-me vê-la

trabalhar pois acreditei que ela só estava ali para ajudar. Eu

não gostava nada da sua voz forte e dos palavrões constantes

que saíam da sua boca, mas mesmo assim, eu tinha-a como

boa pessoa.

A certa altura disse-me “entre dentes” e sem me olhar

diretamente nos olhos: “A menina tem uma espada que a

defende...”.

Esta mulher passava os dias a atender pessoas que vinham

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de muitas cidades e até mesmo de outros países, na sua

maioria, católicos. Trabalhava quase todos os dias e, por vezes,

os clientes esperavam um dia inteiro por uma consulta. Mesmo

assim podiam chegar ao fim do dia sem serem atendidos. Eu vi

neste local muitas pessoas aflitas, por diversas razões, assim

como assisti a algumas possessões diabólicas. Infelizmente,

certo dia, presenciei a visita de um sacerdote católico ao seu

consultório.

Uma curiosidade: Quem aguardava na sala de espera, não

podia cruzar os braços ou as pernas. Caso alguém o fizesse, a

mulher não conseguia trabalhar. Vinha sempre alguém pedir

para os descruzar.

No local onde esta fazia os atendimentos, eram exibidas

imagens de santos e de Nossa Senhora. Tinha também uma

Bíblia pousada em cima de uma mesa pequena, à sua frente.

Misturava com estes, imagens de terreiros espíritas brasileiros

assim como pronunciava rezas em linguagem desconhecida.

Na sala de espera, tinha uma imagem grande de um “preto

velho”4 e à frente desta, uma taça com aguardente e moedas.

Uma vez por semana, aos sábados, reunia muita gente –

cerca de 50 pessoas - num certo monte íngreme com estações

da Via-sacra. Cobrava na altura, 20€ por cada presença. Fui

várias vezes a esse monte por curiosidade e fascínio, para ver

pessoas a serem libertas “aparentemente” por Jesus. Nessa

altura eu sentia-me bem e nunca me passaria pela cabeça

passar alguma vez por uma possessão.

Descrevo como esta mulher procedia neste local:

Iniciava a Via-Sacra da última para a primeira estação,

4 Entidades de Umbanda, ou seja, à luz da fé católica são considerados

demónios.

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Aldina Cardeal

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quando normalmente é ao contrário. Parávamos em certas

estações, esta recitava umas palavras “mágicas” e algumas

das pessoas presentes – 3 a 4 casos aproximadamente –

Tinham ataques diabólicos. Um dos casos impressionou-me.

Uma mulher jovem posicionou-se como sendo um touro.

Tinha uma força extraordinária, necessitando mesmo de

vários homens para a segurarem. Então esta “exorcizava-as”

com rezas estranhas e palavrões.

No fundo do monte, existia uma pedra esculpida com o

Sagrado Coração de Jesus. Junto a esta, no chão, colocavam-

se fotografias, pedidos, velas – de número ímpar – amarradas

por um fio e objetos que as pessoas desconfiassem conter

malefícios. Esta mulher voltava a recitar umas rezas sobre

tudo o que ali colocavam e depois ateava uma fogueira, com

o fim de desfazer todo o mal. Terminava o ritual.

Hoje à luz de Jesus de Nazaré e com alguma caminhada

cristã, afirmo, sem qualquer dúvida, ser o demónio a atuar por

trás de tudo isto. Na altura eu não tinha discernimento

suficiente para entender a verdade.

«Muitos me dirão naquele dia: “Senhor, Senhor, não foi em

teu nome que profetizámos, em teu nome que expulsámos os

demónios, e em teu nome que fizemos muitos milagres?” E, então,

dir-lhes-ei: “Nunca vos conheci, afastai-vos de Mim, vós que

praticais a iniquidade.”» (Mt 7, 22-23)

Cocktail de teorias espirituais

O tempo passava, e sempre que eu entrava numa

livraria, adquiria mais um livro nas secções já atrás referidas

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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– “espiritualidades e ocultismo”. Estava insaciável.

Infelizmente, passei também a ter o hábito de, em

certas decisões importantes de trabalho, ou quando surgiam

outras dúvidas, recorrer a estes meios. Para mim não havia

mal nenhum nisso considerando que cada vez mais, era

normal ver igualmente empresários entre outras pessoas, a

recorrer aos mesmos, de um modo sistemático e com as

mais diversas finalidades.

Pessoalmente, conheci alguns casos, que tinham por

finalidade obter maiores lucros nos seus negócios. Por

ignorância ou outros motivos, acabavam por aceitar todas as

condições que lhes eram impostas, ignorando as futuras

consequências negativas. Hipotecavam a própria alma, em

troca de bens materiais.

Cheguei também a aconselhar amigos, para terapias

associadas a movimentos como o da “Nova Era”.

Descrevo mais um episódio: Certo dia, recorri a uma

mulher, que recebia os seus clientes no interior de uma

igreja e que cobrava 40€ por cada reza “mágica” que fazia

dentro da própria casa de Deus! Eu acreditava que esta era

boazinha por ter permissão de estar num local santo! Fui lá

para saber notícias sobre a alma do meu pai e mais uma vez

por curiosidade e fascínio. Como fui ingénua! Como estava

cega! E, tal como eu, mais outros tantos católicos se

iludiam com esta bruxa.

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Contra factos não há argumentos

Para além de adultos, também se encontravam nestes

ambientes, crianças e adolescentes a acompanharem os seus

familiares. Tantos também eram, os que procuravam não

faltar aos rituais dos múltiplos templos5

que lhes ofereciam

uma paz e felicidade aparente.

Cruzei-me nestes meios com pessoas mais ou menos

sábias, muito e pouco inteligentes, com reduzida e elevada

formação académica, ricos e pobres, médicos, enfermeiros,

advogados, empresários, etc. Nestes locais apareciam

algumas pessoas que de facto apresentavam sérios problemas

espirituais e, chegavam ao ponto de trazer consigo exames

médicos extensos, comprovando que a ciência já não tinha

resposta para eles. Depois de meses ou anos de sofrimentos

anormais e inexplicáveis, dá-se o caso como perdido? Contra

factos o que há para argumentar?

Observei também casos de carências afetivas entre outros.

Por vezes necessitavam apenas de um ombro amigo e alguém

que as ouvisse “sem pressas”, orientasse e desse ânimo. O

pior é que quem lhes dá esses conselhos nestes locais, sem

exceção, é o demónio. Coloca os pontos fracos de cada um na

mesa, e com um ar piedoso e disponível, oferece sempre a

ajuda adequada a cada caso.

Porque é que estas pessoas, grande parte católicos, não

5 Terreiros de Umbanda, centros espíritas entre outros movimentos espíritas.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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procuram ajuda nas suas paróquias?

Certamente que as causas serão muito diversificadas.

No entanto, no meu ponto de vista, uma das fortes razões é

por temerem ser ridicularizadas ou não entendidas. Outra

causa é a sua fé “infantil” e o orgulho, que as levam a

procurar “cocktails mortais”.

Acredita mesmo que é possível ouvir o Senhor se andar ao

sabor das próprias vontades, se só aceitar aquilo que lhe

convém? Não! Assim é impossível ouvir a voz de Deus

embora Ele esteja sempre a tentar ajudá-lo. É muito fácil

desviar-se por estas estradas largas e cair nestes precipícios que

descrevi e que, possivelmente já frequentou alguma vez na sua

vida – provavelmente com a desculpa de que só foi

acompanhar um amigo.

Se já o fez, aconselho que não volte a fazê-lo nunca mais

pois está a depositar a sua confiança e esperança em coisas e

pessoas, recorrendo a estas práticas diabólicas. Coloca em

risco a salvação da sua alma pois ofende gravemente o

Senhor.

Diz-nos Deus no primeiro mandamento: “Amarás o

Senhor, teu Deus, de todo o coração, de toda a alma e de

todo o entendimento.” (Mt 22,37)

A vida é minha e faço dela o que bem entender!

Eu vivia num certo ideal de liberdade, fruto da sociedade

atual “A vida é minha e tenho direito a fazer dela o que bem

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entender! Sou livre!”. É o que mais se ouve por toda a parte.

Infelizmente para a nossa sociedade, a obediência é um conceito

“démodé”. É algo considerado para os fanáticos religiosos,

fundamentalistas ou conservadores. “Tudo é relativamente

aceitável, desde que bem esclarecido.”

O certo é que, quanto mais nos consideramos sábios,

desprezando a humildade e a obediência, mais rápido deixamos

de ouvir a voz do Espírito Santo, e rapidamente nos afastamos

do Senhor. O demónio como Anjo caído e sempre muito atento,

“esfrega as mãos” de contente e não perde tempo no que se

refere a “roubar” almas para a perdição eterna.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Cegueira espiritual

Os meus medos e pesadelos noturnos dispararam, e tal

como um íman atraía cada vez mais e mais problemas, no

entanto, estava cada vez mais encantada com o mundo

esotérico e oculto.

Os anos passaram e, um dia, surgiu uma oportunidade de

participar num retiro católico, sugerido por uma amiga,

realizado em Fátima. Assisti aos 3 dias de ensinamentos, mas

estes pareciam-me em alguns pontos, e com todo o respeito,

“histórias infantis” onde “os cordeiros” deveriam estar

atentos ao “lobo mau”.

Ouvi com agrado o sacerdote que orientou o retiro, mas,

quando nos pediu de um modo insistente para nos afastarmos

dos ensinamentos da filosofia “Nova Era”, a astrologia, o

espiritismo, as mais variadas filosofias orientais, o reiki, o

yoga, terapias da mente, terapias de regressão, etc... eu não

entendi o porquê, defendendo a ideia de que a Igreja se

deveria adaptar a estes novos tempos. De facto cheguei a

assistir a verdadeiras curas nestas tão variadas terapias. Sim,

através delas, o demónio pode também curar temporariamente

ou aparentemente, embora a fatura seja demasiado cara e

apareça mais tarde ou mais cedo. Interessa-lhe a nossa alma.

Nessa altura eu não tinha consciência disso.

Depois do retiro, continuei a debater na ideia de que a

Igreja, era apenas construída e instruída por seres humanos

cheios de imperfeições.

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Hoje, à luz da Fé católica, é simples para mim

reconhecer o quanto estava errada. Vejamos, afinal quem

fundou a Igreja Católica? Jesus de Nazaré! “ Tu és Pedro e

sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do

inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16, 18). Então

porque é que nos é tão difícil aceitar a obediência às leis da

Igreja? Porque estamos cegos! Por ignorância! Porque não

lemos nem meditamos a Sagrada Escritura à luz do Espírito

Santo! Não lemos o Catecismo da Igreja Católica! Não

lemos as vidas dos santos!

Todas as minhas convicções eram infundadas, ou seja,

não passavam de opiniões pessoais, convenientes e de

acordo com a vida que levava. Eu defendia uma igualdade

entre todos, pois independentemente de serem cristãos ou

não, encontram-se muitos irmãos puros de coração e que

andam por caminhos errados. Quanto a este ponto, o

Senhor é claro: “ Eu sou o caminho, a verdade e a vida.

Ninguém pode ir até ao Pai senão por Mim.” (Jo 14,6)

“Ó profundidade da riqueza da sabedoria e do

conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus

juízos, e inescrutáveis os seus caminhos!” (Rom 11,33)

Eu também não imaginava que o demónio tivesse tantas

portas de entrada “camufladas” nos dias que correm, tão

acauteladas na Sagrada Escritura e no entanto, são

ignoradas por tantos de nós.

Hoje – com tristeza o digo – entendo que contestava a

Palavra de Deus, não tendo a humildade de a procurar

entender à luz do Espírito Santo.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Não sabia ler os sinais

“Porque hão-de surgir falsos messias e falsos profetas,

que farão grandes milagres e prodígios, a ponto de

desencaminharem, se possível até os eleitos. Olhai que já vos

preveni.” (Mt 24, 24- 25)

Na segunda noite do retiro, referido anteriormente, tentei

convencer as duas senhoras amigas, que ficaram no meu

quarto, que o movimento “Nova Era” era fantástico e que

Jesus apoiava. Retirei da mala um dos livros que trazia e pedi

permissão para ler uma passagem deste, pois acreditava

cegamente ser Jesus a ditar aquelas palavras. Então eu teria de

fazer o seguinte: meditar, e cada uma de nós teria de retirar de

um saco umas peças plásticas com o alfabeto aramaico. Eu

colocava-as numa grelha e obtinha assim uma mensagem –

como sendo recebida por Jesus. Destaco um ponto

importante, apresentava-se como Jesus e não Jesus de Nazaré!

Quantos falsos profetas não utilizam o nome: “Jesus?”...

No entanto, estas amigas não me deixaram iniciar a

leitura, pedindo-me educadamente para, em vez disso, já que

estava num retiro católico e depois de rezarmos um pouco,

abrir a Sagrada Escritura. Para meu espanto, a passagem que

abri aleatoriamente foi: “ Falso messias e falsos profetas” (Mt

24, 24- 25). Fiquei confusa, pensativa, mas não convencida.

Nesse belo retiro, um senhor amigo que nos

acompanhava, ofereceu-me uma medalha de Nossa Senhora

do Carmo, uma de S. Bento de Núrsia e dois pequenos livros

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sobre as almas do purgatório. Agradeci, li os livros e, pela

primeira vez na vida, fiquei sensibilizada quanto à real

existência do purgatório. Até então não tinha conhecimento

de como se apresentavam as almas após a morte física,

segundo a nossa fé... As medalhas, acabei por guardá-las

numa gaveta, sem lhes dar o devido valor espiritual.

Adquiri nesse retiro a minha primeira Bíblia aconselhada

por esse mesmo amigo.

No dia-a-dia, as poucas vezes em que abria a Bíblia

aleatoriamente, lá tinha de ler repetidamente passagens

sobre os “falsos profetas” em páginas diferentes. Esta era a

mensagem prioritária que o Senhor me queria transmitir.

Como não entendia as razões, continuei a ler e a comprar

livros da “Nova Era” e guardei a Bíblia na prateleira. Nessa

altura, estes livros atrativos eram-me de fácil compreensão

e a Bíblia não. Hoje entendo que, não é possível beber

desta fonte de água viva, a Sagrada Escritura, sem o auxílio

do Espírito Santo.

Continuei a “chafurdar na lama”

Como frequentadora de cultos (já referidos no livro),

médiuns, filosofias orientais, astrólogos, vou descrever mais

alguns episódios que me foram marcando e empurrando para

a desgraça, com o intuito de esclarecer e alertar do perigo que

nos cerca:

Uma certa altura, por curiosidade visitei mais um

astrólogo. Este cobrou-me 80€ por duas horas a analisar o

meu mapa astral. Saí de lá entusiasmada e a contar aos

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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amigos que tinha gostado imenso. Ele descreveu - me ao

pormenor certos momentos “chave” da minha vida.

Tive uma fase em que gostava de massagens relaxantes.

Um dia frequentei um gabinete de estética – de ambiente

oriental – e fui atendida por uma massagista que, com o

tempo, foi falando mais comigo acabando por me convidar a

visitar o centro espírita por ela frequentado. Graças a Deus

não o fiz nessa altura. No entanto, há uns a nos atrás

frequentei um centro espírita algumas vezes. Cada vez que de

lá saía, apresentava uma má disposição tremenda e um

cansaço físico anormal, mas nunca dei muita atenção a estas

reações.

Certo dia, ia a passar de carro, quando vi, numa zona

nobre do Porto, uma casa lindíssima, com alguns cartazes que

me chamaram a atenção. Parei o carro e fui vê-los de perto.

Anunciavam cursos e serviços aí praticados, entre os quais:

reiki, hipnose, homeopatia, acupuntura, taças tibetanas,

mandalas, danças orientais, tarot, leitura da aura, entre outros.

Gostei do ambiente, do cheiro a incenso, das velas, das cores,

da decoração, e acabei por me inscrever num workshop de

reiki. Quando terminei o mesmo, comentei descontraidamente

com uma amiga, que eu tinha uma sensação de carregar o

“peso do Mundo”.

Marquei também uma consulta de leitura da aura para

outro dia. Fiquei encantada com este serviço e de como a

mulher falava. Lembro-me vagamente dos pormenores.

Descreveu-me uma suposta vida passada, bloqueios, etc...

“Estou a visualizar a Aldina à volta de muitas crianças. Elas

gostam muito de si...Visualizo uma casa grande e branca com um

brasão no centro, e encontra-se igualmente outra pessoa que a

odeia... (...) ”. Como gosto muito de crianças, nessa altura,

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achei esta experiência interessante. Hoje à luz da fé, lamento

ter perdido tempo com tamanha parvoíce e ainda ter lá

deixado mais 80€.

Certa altura, em conversa com uma amiga, tive

conhecimento de um médico psiquiatra que trabalhava com

técnicas de regressão, assim como quando necessário,

encaminhava certos casos para uma médium sua conhecida.

Queridos amigos, eu necessitava de um psiquiatra?

Não!... Não me encontrava depressiva, não tinha traumas ou

qualquer tipo de problema que me levasse à procura de ajuda

psiquiátrica! Moveu-me mais uma vez a curiosidade pelas

suas ligações esotéricas. Frequentei o seu consultório duas

vezes, sitiado numa clínica médica tradicional onde davam

consultas de clínica geral entre outras especialidades.

O médico começa a interrogar-me e marca uma nova

consulta para iniciarmos uma terapia de regressão. Eu

aproveitei para mostrar a preocupação que tinha quanto à

alma do meu pai. Lembro-me de, durante a sessão, estar

sempre consciente mas falar como se não fosse eu. Tive a

sensação de ter o corpo adormecido e falar com um tom de

voz diferente. O médico falou para mim como se estivesse a

dirigir-se ao meu pai. Num certo momento, passou-me uma

almofada para as mãos e disse: “ Pegue na sua filha ao colo

(...); Aldina vou contar até 10 e peço que vá regressando...”.

Voltou a marcar consulta, mas acabei por não ir.

Entretanto visitei mais um médium por indicação de uma

senhora que dizia maravilhas dele. A casa onde dava

consultas era muito humilde. Cobrava 10€ por cada consulta.

Quando lá entrei a primeira vez, a sala de estar estava

cheia. Era tudo muito organizado. Chegou entretanto a minha

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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vez. Este médium vestia uma bata branca, tinha uma

imagem de Nossa Senhora do seu lado esquerdo com cerca

de um metro de altura, e exibia uma pequena cruz na mão.

Tinha igualmente um quadro na parede com a foto dos seus

filhos pequenos e uma moldura com uma foto que disse ser

a sua avó e ser a sua guia espiritual. À frente desta moldura

encontrava-se uma vela acesa. Curioso que, as suas orelhas

e dentes lembravam-me vampiros. Iniciou uma conversa

comigo e, recorrendo à adivinhação, ia descrevendo a

personalidade das pessoas que eu mencionasse ou

apresentasse uma foto, e o que se passava com cada uma,

sem “papas na língua”. A cruz que tinha na sua mão

colocava-a em cima da foto presente. Descreveu

igualmente a minha pessoa, assim como pormenores

específicos da minha vida. Fui eu que, entretanto, toquei no

assunto da alma do meu pai. Disse-me que estava bem e

para eu não me preocupar. No entanto, afirmou que o meu

namorado se ia suicidar. Nessa altura foi até um pouco

cínico! O que é um facto é que fiquei em pânico e durante

um tempo achei que este médium não era boa pessoa e que

trabalhava para o mal.

Andei perturbada uns tempos, mas meses depois voltei

a ir lá várias vezes e a considerá-lo um dos meus médiuns

favoritos. Afinal ele era bonzinho... Eu é que interpretei

mal – pensei. O meu namorado não se suicidou, graças a

Deus!

Há uns anos atrás tive uma sociedade com mais dois

sócios. A sócia Rita (nome fictício) foi-me apresentada uns

anos antes da constituição da mesma. A primeira vez que a vi,

olhei-a nos olhos e a minha intuição não foi positiva. No

entanto, uns anos mais tarde juntamo-nos em sociedade. Com

o tempo fui percebendo que esta estava envolvida com o

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ocultismo e esoterismo, mais do que eu podia imaginar. Fui

partilhando com ela as minhas experiências e ela comigo, e

acabamos por nos entusiasmar em conversas longas sobre

estes assuntos. Visitamos mesmo certos locais as duas.

Podem entrar! Diz uma mulher de aspeto jovem. Entrei

eu e a Rita, numa loja que vendia todo o tipo de produtos

esotéricos e dirigimo-nos a uma porta onde esta mulher

dava consultas. Fomos lá parar por indicação minha. Esta

mulher praticamente ignorou a minha presença, mas com a

Rita era muito simpática.

Lembro-me de nos falar que trabalhava com exús, ou seja,

demónios. Pediu-nos para lhe levarmos cachaça da melhor

qualidade e charutos cubanos dos melhores que

encontrássemos. Infelizmente assim o fizemos pois

convenceu-nos ser uma boa aposta, para que a nossa empresa

desse os primeiros passos com sucesso. Trouxemos velas para

colocar a arder na empresa, juntamente com umas rezas.

Amigos em Cristo estou a partilhar tudo isto convosco e a

sentir uma dor no coração por ter tido a coragem de me deixar

levar por esta gente demoníaca. Sim, nesta mulher tive

consciência que era o demónio que estava por trás, mas nessa

altura lembro-me de “dar um desconto”: “Afinal o demónio

não é assim tão mau!”; “Ela não pediu nada de especial...

Isto parece-me inofensivo…”.

Ela contou-nos que fazia rituais, aos fins-de-semana, em

matas. Que “incorporava” um exú e que fazia tudo o que ele

lhe pedisse. Caso ela duvidasse por um segundo, de algo que

ele lhe pedisse, sofria as consequências na hora. Se ela fosse

obediente, era protegida pelo exú. Por exemplo, quando esta

mulher entrava em transe, descreveu-nos que bebia uma

garrafa de cachaça inteira e no mesmo instante, como quem

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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bebe água, ou seja, sem ficar bêbada. Certo dia, a mulher

recusou-se a fazer algo que foi pedido pelo demónio, e

depois de ela beber a dita garrafa de cachaça, ficou bêbada e

bastante mal.

A Rita tinha um amigo que ela dizia ser especial.

Apresentou-mo entretanto. Este homem passou a visitar a

nossa empresa com frequência, a trazer-nos paus de incenso

para colocar na mesma e pó branco para espalharmos pelos

cantos das portas... Disse-nos estar paralelamente a fazer “uns

trabalhos” para que o negócio corresse bem. Falou-nos que

colocava flores e frutas no mar como oferenda a divindades...

Disse-nos que o realizava para várias empresas e que estas

acabavam por ter muito sucesso.

A Rita com o tempo, tentou convencer-me que

necessitávamos dele com frequência e que lhe teríamos de

pagar 250€ por mês, pois este disse-lhe que gastava muito

dinheiro em material. A Rita retirou esse dinheiro da empresa

uma vez, mas não permiti que o fizesse mais vezes. Entendi

que estávamos a ser roubadas! Se os negócios tivessem de dar

certo, não seria pela intervenção deste bruxo! Passei a não

suportar tanta trapalhada e pedi para ele não frequentar mais o

escritório.

Em pouco tempo percebi claramente – juntando mais

elementos aqui não mencionados – que este homem era

extremamente diabólico e esta sócia com o tempo, também se

revelou pouco desejável na minha vida. Vivi momentos muito

difíceis por me deixar levar por estas práticas.

Tive conhecimento que a Rita se dedicou a tirar vários

cursos de terapias alternativas e atualmente lida com hipnose

de regressão, terapia de vidas passadas, controle da mente,

entre outras terapias semelhantes, não aceitáveis para um

católico. Peço oração para a sua libertação.

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A Aldina tem muita luz e gostávamos que

trabalhasse cá, na “casa do pai.”

Porque é que procurava estes meios insaciavelmente?

Não sei. Já não conseguia parar. Dizia sempre que estava bem

e que me sabia defender.

Ao trabalhar com uma certa empresa da minha área

profissional, tive contacto com uma senhora que, quando

ganhou alguma confiança comigo, convidou-me a ir com ela

a um local que a fascinava. Disse-me:“ Vai ver! É do melhor

que há!...”. Onde fui parar? A um terreiro de Umbanda!

A primeira vez que lá entrei, fiquei boquiaberta. Não

percebi logo o que estava a acontecer. Já chegamos atrasadas

e ficamos perto da porta da entrada. Não cobravam dinheiro.

O espaço devia ter por volta de 200 m2. Estava

completamente lotado, com lugares em pé e sentados.

Deveríamos permanecer descalços. Imagine-se o público a

ocupar para aí setenta por cento do espaço e o restante, era

reservado aos médiuns.

Ouvem-se tambores, cânticos brasileiros - capoeira,

homens e mulheres vestidos de branco e com turbantes. Eram

chamados de “pretos velhos e velhas”. Começam a dançar e

pouco a pouco entram em transe mediúnico. Não cheguei a

contar o número de “médiuns” mas seriam para aí uns vinte.

Transformavam-se de um modo sobrenatural e ao mesmo

tempo “sedutor”. Toda a gente da plateia ficava como que

hipnotizada por estas serpentes. Os homens em transe

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fumavam charuto e bebiam cachaça. As mulheres comiam

fruta fresca e ofereciam-nos a mesma. Falavam com o público

um por um. Tinham um ar amoroso. Pareciam ser gente

simples e com as melhores das intenções.

Uma das médiuns incorporada em “preta velha” pediu-me

para ir à Igreja das Almas colocar umas velas a arder pelas

mesmas e levar igualmente uma garrafa de cerveja preta, para

lá a deixar aberta. Não me recordo exatamente, mas penso

que não cheguei a fazê-lo.

Fui a mais dois rituais que se realizavam todos os sábados

à tarde. Os tambores voltaram a tocar, mas desta segunda vez

as vestimentas eram diferentes. Vestiam-se como ciganos e

ciganas. Cantavam e dançavam, ofereciam rosas vermelhas e

uvas. É o que ainda me lembro.

O terceiro ritual, realizado neste mesmo local e com os

mesmos médiuns, foi explicitamente demoníaco. Quando

entrei, fiquei sem saber o que pensar com o que vi à minha

frente. Os mesmos homens e mulheres médiuns estavam

vestidos de preto e vermelho. Eles vestidos de dráculas e elas

de “pombas giras”, ou seja, de prostitutas. Davam

gargalhadas “maquiavélicas” e falavam muito alto. Vi o que

não parecia possível. Certas pessoas do público que se iam

aproximando destes demónios, rodopiavam no ar como se

fossem marionetas. Um dos dráculas, olhou para o público

que assistia, e às gargalhadas disse: “Parvos! Isto é tudo

meu!!!”

Estive para sair daquele local imediatamente, mas ganhei

coragem e permaneci até ao fim.

Quando o ritual terminou, eu dirigia-me para a saída

quando fui literalmente lançada à parede por algo invisível. O

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Aldina Cardeal

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estrondo foi grande. Caí no chão mas não me magoei muito,

graças a Deus. Só quando levei com mais este balde de água

fria, é que percebi onde estava. Nunca mais o frequentei.

Na semana seguinte, a mesma pessoa que me trouxe até

este terreiro, levou-me a outro local semelhante. Mais um

templo de origens espíritas. Esta disse-me ser tranquilo e de

“linhagem branca”. Para um católico, esta designação não faz

nenhum sentido.

Queridos amigos, imagino o que possam pensar neste

momento. Já não chegava isto tudo para parar? Não...

Continuava imparável. Eu era movida por algo mais forte que

eu, embora achasse que isso nunca seria possível pois Deus

não permitiria. Considerava-me rebelde mas mesmo assim,

sentia a proteção do Senhor. Continuava convencida que nada

de mal me podia acontecer!...

Tinha nessa altura 32 de idade quando comecei a

frequentar este templo. A primeira vez que lá entrei, fiquei

fascinada. O pavilhão era grande. Exibiam uma imagem de

Jesus que chamavam de “Jesus caminheiro” com cerca de três

metros de altura, e outra imagem pintada na parede que

diziam ser a reencarnação de Francisco de Assis, com trajes

indígenas. Encontravam-se igualmente à mistura uma

quantidade de quadros com fotos horrendas e totalmente

desconhecidas para mim. Digo horrendas pois estas figuras

tinham olhos rasgados e muito pintados. Pareciam

extraterrestres e ao mesmo tempo uma mistura de águias e

índios, com outra coisa inclassificável. Davam-lhe igualmente

nomes muito estranhos.

Neste local não cobravam, nem aceitavam qualquer tipo

de oferta monetária ou ajuda de qualquer outra origem. Eram

dezenas os médiuns que faziam parte destes rituais, todos

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revelando um ar saudável e feliz. Vestiam batas brancas e

com o tempo fui verificando todo o tipo de classes sociais,

inclusive muitos adolescentes. Não fumavam nem bebiam

bebidas alcoólicas. Não se cruzavam as pernas nem braços

pois diziam que dificultava o trabalho. Frequentei este local

bastantes vezes às quartas-feiras e sábados.

Estavam divididos por secções e em espaço “Open

space”. Quem lá entrasse, deveria circular da esquerda para a

direita e se voltasse a entrar, deveria fazer o mesmo percurso.

Na 1ª secção, estava uma mesa redonda com muitos médiuns

que eram preparados para incorporar naquele dia.

Apresentavam-se aos pares. Um sentado e outro em pé. O que

estava em pé gesticulava e invocava espíritos sobre o que

estava sentado. Por vezes rezavam um Pai Nosso – muito

semelhante ao do cristão. Enquanto nós dizemos: “Pai Nosso

que estais nos Céus (...), assim na Terra como no Céu” eles

dizem: “ Pai Nosso que estais no Céu e em toda a parte (...)

assim na Terra como nos círculos espirituais...”.

Quando estes médiuns já se encontravam em transe,

passavam à secção seguinte.

Nesta 2ª secção, não me lembro do número certo, mas

seriam cerca de 30 médiuns sentados e outros 30 em pé que

os auxiliavam. Cada par tinha um espaço próprio – Uma mesa

e um banco corrido a que chamavam tronos.

Cada pessoa do público, chegando a sua vez, sentava-se

junto ao médium que se encontrasse livre. Este falava como se

fosse um avô ou uma avó – “preto velho”6

Eram normalmente

6 Entidades de Umbanda, ou seja, à luz da fé católica, são considerados

demónios.

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Aldina Cardeal

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portugueses, mas em transe, falavam português com sotaque

brasileiro. Eram muito amorosos e bondosos e diziam-me

coisas agradáveis: “Minha filhinha, você é tão querida...você

tem muita luz e gostávamos que trabalhasse na casa do pai...

Mas você é que sabe... Pense nisso...”. Subtilmente o meu

orgulho era estimulado.

Nós, o público, não os procurávamos por adivinhação,

mas porque nos sentíamos bem a falar com esta gente que

parecia retirar-nos a “negatividade” do dia-a-dia. Abordavam-

nos com conversas sobre o AMOR, PAZ e PERDÃO.

Aconselhavam-nos a beber e a levar garrafas com água de um

local junto ao seu espaço de trabalho. Diziam ser uma água

especial do “pai”. Incensavam o espaço algumas vezes

durante os trabalhos. Na 3ª secção, depois de conversarmos

com o médium - que podiam ser horas ou minutos, -

esperávamos numa outra fila até nos deitarem numa maca.

Este espaço ficava ao fundo do pavilhão. Era uma sala

fechada, com várias macas e com uma porta de entrada e

outra diferente de saída.

Todos passávamos por esta secção – “médicos de cura”.

Estes continuavam a apresentar-se aos pares. O “médium” em

transe colocava-nos as mãos na cabeça e por vezes, sem tocar,

percorria o corpo com ruídos leves e estranhos. O que estava

consciente transmitia-nos de quem se tratava o espírito que ali

se encontrava. Um deles afirmava ser o Dr. Sousa Martins –

médico e professor catedrático português, espírita.

Infelizmente há muitos católicos devotos a pedir favores ao

espírito deste senhor. Não tenho nada contra a pessoa em si,

mas à luz da fé católica, todo aquele que é batizado, renuncia

entre outras coisas, às práticas espíritas.

Saindo deste local, passávamos por um corredor até

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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chegarmos à 4ª e última secção – “Linha de passes”.

Encontravam-se cerca de 2 a 3 médiuns em transe e agiam

como se fossem índios. Vestiam igualmente as batas brancas,

mas as suas mãos tremiam muito e passavam por todo o

nosso corpo sem nos tocar. Faziam muito barulho e levavam

a mão à boca emitindo um ruído típico dos índios. Terminava

a sessão.

Depois de vários meses a ser seduzida por esta

“serpente”, aceitei dirigir-me lá um domingo, pois diziam que

nesses dias, nos atribuíam um guia espiritual. Mas não

cheguei a esse ponto. Andei toda a semana com uma falta de

ar que quase não me deixava respirar – e que não era nada

normal. O Senhor permitiu entretanto, que alguém me

comunicasse de um modo extraordinário, que eu ia entregar a

minha alma ao demónio. O que é um facto é que pela graça

de Deus, não voltei mais a esse local.

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Aldina Cardeal

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Aos 33 anos, o cerco fechou

Logo em seguida, nem uma semana tinha passado de me

ter desligado desta última má prática, tive conhecimento de

um curso que decorreria no Porto durante o fim-de-semana,

ligado ao movimento “Nova Era”. Tinha acabado de fazer 33

anos. Estávamos em agosto de 2010.

Inscrevi-me de imediato. Mais uma vez estava a ser

“puxada” e já nada me fazia parar. Não tinha concentração no

trabalho e muito menos paz. Não sei o que é estar viciado em

droga, mas imagino que seja como eu me sentia, pois estava

dependente destas “ajudas espirituais”.

Entrei num determinado hotel, e quando cheguei ao

último andar, onde se ia realizar o curso, automaticamente os

meus olhos e cabeça pesaram ao ponto de quase não me

aguentar em pé. Mesmo assim, estava otimista e achei que ia

ter uma experiência agradável. Era da opinião que o demónio

não queria nada com estas pessoas que falavam de Jesus,

assim como não vi nada que me chamasse a atenção

negativamente. Parecia tudo muito normal.

Frequentei o 1º nível do curso que custou por volta dos

200€ com almoço e lanche incluído - 2 dias. Iniciamos com

alguns ensinamentos e técnicas de canalização de energia,

entre outras. O primeiro dia foi calmo. No entanto, eu

continuava a sentir-me muito pesada e sem apetite algum.

Nos intervalos vendiam-se livros ligados à “Nova Era”

assinados pela terapeuta principal que diz falar com “Jesus”

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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assim como diz receber mensagens suas; livros que falavam

sobre crianças índigo7, cristais, regressões a vidas passadas,

astrologia, etc… Vendiam-se também mapas astrais que se

encomendavam de um dia para o outro.

O segundo dia foi um desastre. A terapeuta principal, bem

conhecida nos nossos meios sociais, perguntou-nos se algum

de nós tinha sonhado com figuras negras durante a noite. De

tantos que lá estavam, sim, apenas eu e mais outra pessoa. Eu

tinha sonhado com um caixão, e quem estava no caixão era

um bebé todo ensanguentado. Foi aterrador... À volta deste,

estavam muitas pessoas vestidas de negro. Disse-me então:

“Vá para aquela cadeira por favor. Vá para o castigo!”

Sorriu. Sentei-me numa cadeira e por trás de mim, tinha uma

das suas terapeutas. Esta colocou-me as suas mãos nas

minhas costas e permaneceu em silêncio. Começou entretanto

a dar arrotos fortes e eu senti-me muito mal. O meu corpo

ficou adormecido e definhado e comecei a chorar como se

não fosse a “Aldina” que ali estivesse. Senti também uma

grande pressão no coração. Mantive as mãos fechadas e na

mão esquerda, eu apertava uma pequena Cruz de Cristo não

visível por esta, pois encontrava-se dentro do bolso das

minhas calças largas. Entretanto esta terapeuta disse-me, sem

saber nada pela minha boca: “Olhe Aldina, não foi nada fácil

encaminhar a alma do seu pai, mas ele tinha de partir. Não

pense muito nele pois assim o seu espírito está sempre por

perto, o que não é bom. A Aldina teve algum namorado que

tivesse falecido?”; respondi que não. “É que me apareceu um

7 Os defensores desta crença afirmam que os "índigos" constituem uma nova

geração de crianças com habilidades especiais, e que têm por objetivo a

implantação de uma "Nova Era" na Humanidade.

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jovem falecido que está muito ligado a si e não quer que a

Aldina seja feliz. A Aldina numa das suas vidas passadas foi

também uma bruxa com muitos poderes e fez mal a muita

gente; seria bom pensar em limpar esses karmas...”. Eu,

Bruxa poderosa?!! Mas que disparate!!! eu sempre me

considerei boa pessoa...

Da parte da tarde, iniciaram-se algumas técnicas de

limpeza da aura, entre outras que já não recordo bem.

Lembro-me apenas de alguns pormenores. Num dos

exercícios, a terapeuta principal disse-nos que tinha um

presente de Jesus para nós. Informou-nos que o Santuário de

Fátima era um local muito forte a nível energético. Que tudo

de “boas energias” ou “más energias” que lá fossem parar

eram canalizadas para o Céu. Então pediu para nos

recordarmos de tudo o que se passasse de mau nas nossas

vidas e nas vidas dos nossos familiares e amigos, e de seguida

deveríamos aspirar tudo com um “aspirador espiritual”

imaginário até Fátima. Todo o lixo ficaria lá concentrado e

depois era canalizado para o Céu, dizia.

Entretanto, entrei em transe consciente e, levaram-me

para uma sala à parte. Eu fiquei mergulhada em lágrimas e

quase sem mobilidade. Deitada no chão, a minha mão direita

parecia querer escrever alguma coisa. A certa altura suspirei e

pronunciei a palavra “AMOR”. Outro terapeuta disse-me em

simultâneo: “Tenha cuidado consigo. Tem um buraco

espiritual muito grande no peito e tende a aumentar com o

tempo.” Não entendi a que se referia concretamente, mas

conseguiu tirar-me a paz.

Aconselharam-me a marcar uma consulta na sua clínica

que se situava nos arredores de Lisboa. Cada consulta ficava

por 80€ aproximadamente. Marquei-a só para Setembro pois

ia de férias ainda nesse mês de Agosto.

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Sentia uma aflição de morte

A partir desse fim-de-semana, passou tudo para um

nível de terror. Já nem sequer conseguia dormir com a luz

de teto do quarto apagada! Tinha a sensação de ter alguém

ao meu lado que me vigiava vinte e quatro horas por dia, e

passei a ter muito medo. Mesmo assim, ainda continuei a

confiar nestes terapeutas, mas só até uma certa altura.

Em agosto de 2010, durante as férias, fazia as

meditações que aprendi nesse fim-de-semana e as dos Cds

que comprei. Gravei-as no leitor de Mp3 e levava-as para a

praia ou realizava-as logo pela manhã, considerando-as

relaxantes. Enquanto meditava, eu imaginava estar a ir ao

encontro de Jesus Cristo e de Nossa Senhora; Teria de

“visualizar” o meu “eu superior” e dando-lhe a mão,

atravessaríamos um arco-íris. Gradualmente entrávamos

em “planos” diferentes. Cheguei a visualizar um anjo

luminoso, mas igualmente outro muito negro e com aspeto

de morcego “colado” ao primeiro. Ficava incomodada e

abria de imediato os olhos tentando esquecer essas

imagens. Ignorava-as com uma certa pacificidade e voltava

a meditar.

Os pesadelos aumentaram para uma intensidade

máxima. Já eram muitas as noites que acordava a gritar, o

que me preocupava, assim como a todos os que estavam

comigo. Sonhei com um acidente várias vezes, em que eu

conduzia um carro e tinha um embate frontal contra um

autocarro; sonhei com vários cachorros pretos que me

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tentavam atacar e, uma das noites, com uma gigante cobra

cinzenta de olhos muito grandes e meigos a rondar-me –

assemelhava-se a uma anaconda.

Nos últimos dias de praia, já não fazia outra coisa senão

dormitar pois tinha a sensação de carregar “o mundo às

costas”. Não era um cansaço físico normal.

Quando regressava das férias, visitei o Santuário de

Fátima e pedi a Nossa Senhora proteção e ajuda, pois não

percebia o que se passava. Sentia uma aflição de morte.

Deus escreve certo por linhas tortas

Dias depois, voltei a procurar a mulher médium a quem

tinha recorrido várias vezes no passado. Achei que podia

dar-me uma “luz” relativamente ao que se estava a passar

comigo.

Hoje tenho consciência desta decisão errada - Graças a

Deus que renunciei a todo o tipo de ocultismo e esoterismo.

No seu consultório, entre outras tribulações, fiquei

completamente alterada e rasguei a Escritura que ela me

colocou à frente. Estava consciente, contudo, passei a não

dominar o meu corpo.

Caiu na mesma altura, ao meu lado, uma pagela

envelhecida do Sagrado Coração de Jesus, que estava

dentro dessa Bíblia, com um texto curto com a seguinte

frase: “Entrego-te o Meu Sagrado Coração”.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Pagela que caiu ao meu lado no consultório da médium.

(Dimensão: 10x15cm)

Nessa altura esta mulher pareceu-me estarrecida com o

que me estava a acontecer. Disse: “Se fosse a si, quando sair

daqui vá à Igreja de Santa Rita – Ermesinde, e peça a ajuda

de todos os Santos e Anjos pois vai precisar. Não tenho força

suficiente para lutar contra uma legião... Está um grande

acidente previsto para si... Se quiser eu posso tentar ajudá-

la... Mas eu acho que não vai querer... A decisão é sua”.

Entretanto, a médium entrou em transe, e caída no seu

sofá, a chorar “aflitivamente” comunicou-me o seguinte,

como se tratando da alma do meu pai “o demónio conseguiu

o que queria…filhaaaa…minha filhaaaa...”.

Rendi-me a querer saber mais fosse o que fosse. Saí pior

do que tinha entrado e praticamente petrifiquei. Nem sei

como consegui conduzir e ainda ouvir música pelo caminho...

Mesmo assim, aceitei a sua ajuda e fui à tal Via Sacra que já

descrevi neste livro, organizada por esta mulher, aos sábados

de manhã. Pedi a um dos meus irmãos que me levasse até lá,

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Aldina Cardeal

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pois estava com receio de ter um acidente. Este querido irmão

não concordou, mas respeitou a minha vontade. Ele ficou no

carro algumas horas à minha espera. Recusou-se a assistir ao

sucedido.

Enquanto descíamos o monte com uma multidão de

outras pessoas, tive um ataque diabólico. A mulher disse em

voz alta: “Estão a ver! Esta jovem é doutooora! Vejam como

ela está!...” Que vergonha senti...Que incapacidade... Eu

assemelhava-me a um farrapo...

Queridos irmãos em Cristo, a leitura que fiz naquela hora

e durante uns bons meses, foi oposta à que hoje faço à luz da

fé. Eu hoje reconheço que não era a alma do meu pai, mas

sim o demónio que o imitou muitas vezes, através desta

mulher. O objetivo da mulher não era ajudar-me mas sim

levar-me à morte e à loucura. O mal está interligado. É típico

do demónio, fazer um jogo de verdades e mentiras.

Ridicularizar e enlouquecer.

A Bíblia e todos os objetos religiosos que lá estavam,

misturados com objetos supersticiosos, tinham a finalidade de

nos confundir, mas já diz o ditado, “Deus escreve certo por

linhas tortas” e até a já referida pagela que me caiu aos pés, e

que esta me ofereceu, levou-me a estar mais consciente que

devia pedir ajuda ao Senhor com todo o meu coração. E assim

foi! Deus seja louvado!

Ovelha perdida

Ainda no mesmo dia, logo após tanta confusão e

fraqueza, passei pela igreja. Não sabia os horários das Missas,

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pois já há alguns anos que não assistia a nenhuma que não

fosse por convite de alguma cerimónia aí realizada. Eram

cerca das 18:40 horas e a porta estava aberta. Entrei e fiquei

no último banco. O sacerdote celebrava a Missa juntamente

com umas bodas de prata e refletia sobre a parábola da

“Ovelha perdida”. Sim, eu era uma ovelha perdida.

«Qual é o homem de entre vós que, possuindo cem

ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e

nove no deserto e vai à procura da que se tinha perdido, até a

encontrar? Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombros

e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes:

“Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha

perdida.» (Lc 15, 4-6)

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«Entrego-te o Meu Sagrado Coração»

«Então, Jesus pôs-se a dizer aos judeus que nele tinham

acreditado: “Se permanecerdes fiéis à minha mensagem,

sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a

verdade e a verdade vos tornará livres. Replicaram-lhe: “Nós

somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de

ninguém! Como é que Tu dizes: “Sereis livres?” Jesus

respondeu-lhes: “ Em verdade, em verdade vos digo: todo

aquele que comete o pecado é servo do pecado, e o servo não

fica na família para sempre; o filho é que fica para sempre.

Pois bem, se o Filho vos libertar, sereis realmente livres.”» (Jo

8, 31-36)

No meio de fortes tribulações físicas, ainda no mesmo

dia, fui parar por volta das 22h à casa de uma senhora amiga

de longa data – um anjo enviado por Deus. O Espírito Santo

encaminhou-me para lá pois a batalha entre o bem e o mal

tinha começado e seria impossível lutar “sem reforços”.

Embora tivesse alguns familiares por perto, temi que não me

compreendessem.

Esta senhora católica leva uma vida de oração e no

passado, quando lhe contava por onde andava, ela pedia-me

para parar e me afastar desses caminhos, mas eu nunca dei a

devida importância aos seus conselhos.

Acolheu-me na sua casa e dirigimo-nos para uma

pequena sala de estar. De imediato fixei o meu olhar numa

das paredes. Emocionei-me, pois, à minha frente, estava

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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um quadro com a imagem do Sagrado Coração de Jesus,

exatamente igual ao da pagela – oferecida pela médium que

me tentou enganar – e que eu trazia comigo. Tanto o

quadro como a respetiva pagela tinham escrito: “Entrego-

te o Meu Sagrado Coração”.

Quadro da parede da pequena sala de estar.

Dimensão: 43x30cm

Mais uma vez sublinho que, quando o Senhor quer

salvar uma alma, tem plenos poderes para virar o feitiço

contra o feiticeiro. Neste caso, os objetos religiosos que

esta exibia no seu consultório e que serviam para enganar

os cristãos, foram usados por Deus em meu favor!

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E a luta começou...

Esta primeira noite foi diabólica. Iniciei uma gritaria que

assustava qualquer um e que se ouvia até na rua. Ainda bem

que estávamos numa vivenda e com casas distanciadas umas

das outras.

Caí no sofá da sala de estar e torcendo-me toda, fixei o

meu olhar com ódio, no quadro de Jesus Cristo. Estava

consciente, sem controlo do meu corpo, e vivi

simultaneamente vários personagens: “Eu, e uma legião de

demónios”. Vivi uma possessão diabólica.

Num curto espaço de tempo, falei em línguas diferentes,

tinha uma força sobre-humana, dava arrotos fortes, desfiz aos

pedaços e em apenas 2 segundos, um terço vindo da Terra

Santa, rasguei uma Bíblia, parti uma imagem de S. Miguel

Arcanjo, entre outros fenómenos. Sim, foi um pesadelo real e

aterrador.

Sentia um peso insuportável nas costas e havia algo a

puxar-me constantemente o braço esquerdo. Os meus dedos

torciam-se descontroladamente – em estado normal nunca os

conseguiria torcer assim. É humanamente impossível.

Fiquei igualmente com a barriga muito inchada e o cabelo

de tal maneira embaraçado que parecia ter levado um choque

elétrico. O meu coração estava como que “rasgado e em carne

viva”. Esta dor física acompanhou-me durante meses.

Um dos demónios que dominava o meu corpo gritava,

apontando para a imagem de Jesus Cristo: “Eu mato-aaaa…!

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Tirem este daquiiii…! Ela não vai conseguiiiir escapar-

nos!...” Algumas destas e outros curtas frases foram

repetidas de diferentes modos durante alguns meses.

Comovida e fisicamente muito debilitada, fixei o meu

olhar na imagem de Jesus Cristo e, banhada em lágrimas, pedi

perdão com todas as minhas forças... Com todo o meu

coração... Eu não queria morrer e ir para o Inferno.

A partir desta altura, senti um arrependimento profundo e

tive consciência da miséria em que se encontrava a minha

alma. Nunca encontrarei palavras suficientes para o

descrever. Em poucos minutos, revi toda a minha vida.

Descrevo este fenómeno do seguinte modo: Imagine-se as

antigas cassetes de vídeo ao serem rebobinadas. As imagens

passavam do fim para o início. Imagine-se assim os

acontecimentos a serem-me apresentados por Deus deste

modo. É indescritível... Jesus Cristo estava ali à minha frente

e nunca me abandonou. “Perdoa-me Senhor meu

Deus…perdoa-me… Tem Misericórdia desta alma pobre e

miserável.”

Eu e uma legião de demónios.

A descrição que se segue refere-se ainda à primeira noite:

Em transe consciente, e com diferentes demónios a

“apoderarem-se” do meu corpo, de um modo enevoado vi

encapuzados, bruxas e outras terríveis figuras que se

apresentavam à minha frente... Apareciam e desapareciam em

segundos. Para minha surpresa, senti muitas vezes a presença

de S. Miguel Arcanjo, que combateu os demónios com a sua

espada.

Eu implorava a sua ajuda e muitas vezes, nessa noite,

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Aldina Cardeal

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senti literalmente a espada a “trespassar-me” o peito. Mas

que forte era a presença de São Miguel Arcanjo!

Os demónios que me atormentavam naquele momento

gritavam de um modo aterrador e pareciam desaparecer como

“mortos em combate”. Ficava notavelmente aliviada durante

uns minutos, mas depois tudo recomeçava.

Durante esta batalha, ao abrir a Bíblia aleatoriamente,

foram também algumas as vezes que o Senhor me mostrou a

seguinte passagem: «Efetivamente, Jesus dizia: “Sai desse

homem, espírito maligno.” Em seguida perguntou-lhe: “Qual

é o teu nome?” Respondeu: “ O meu nome é Legião, porque

somos muitos”.» (Mc 5, 8-9)

Ora eu falava como uma mulher ora como um homem.

Eu chorava, ria, dava gargalhadas, o tom de voz ia mudando

assim como apresentava diferentes comportamentos já

descritos anteriormente. Parecia completamente louca. Nossa

Senhora das Graças apresentou-se como um flash de luz e de

um modo difuso. Vi igualmente, como se de uma sombra se

tratasse, um homem, que descrevo como um Bispo, pois vi-

lhe uma mitra na cabeça e um báculo. Eu senti muita paz com

a presença desta sombra que, embora não falasse, lutou contra

o mal que me atormentava.

Lembro-me também de pedir a intercessão de S. João

Paulo II. Existia uma imagem sua, pousada na pequena mesa

da sala de estar onde eu me encontrava.

Amigos e irmãos em Cristo Jesus, só me restava a

Misericórdia do Senhor. Sentia-me como morta e com a alma

“esfarrapada”. “Senhor vais deixar que eu morra como

escrava do demónio? Senhor, se possível dá-me mais uma

oportunidade... Eu não sabia...perdoa-me.”

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Senhor, Misericórdia!

Depois de toda a noite em batalha, já amanhecia quando por

insistência da amiga que estava ao meu lado, tentei descansar

um pouco. Esta deixou o seu marido descansar sozinho e tentou

descansar ao meu lado. Mas que anjo tão especial Deus me

enviou!

Eu tinha muito medo e não conseguia ficar nem apenas um

minuto sozinha. Nem ao quarto de banho me deslocava sem a

companhia dela. Fomos para um quarto descansar e eu pedi à

senhora que me deixasse levar o quadro que estava pendurado

na parede, com a imagem de Jesus Cristo. Levei também a

Bíblia, um terço, água benta e uma cruz de S. Damião que

estava na sala de estar. Todos estes objetos pertenciam à minha

amiga.

Tive vários ataques nesse curto descanso e mal fechava os

olhos via o inferno. Seres horríveis andavam à minha volta.

Descrevo as poucas imagens de que me lembro ver: Um telhado

de telhas pretas, e por cima das mesmas, saltitavam de um lado

para o outro uns seres semelhantes a Anjos mas negros.

Pareciam morcegos.

Dormi com um terço ao pescoço e abraçada à cruz de S.

Damião, ao quadro de Jesus Cristo, e praticamente “colada” à

senhora. O quadro tinha a dimensão de 30x43cm e ficou entre os

lençóis…

Senti-me literalmente uma “bebé” frágil e totalmente

dependente.

Com o tempo, coloquei o quadro ao lado da cama, de

modo a que, sempre que abrisse os olhos, visse o meu Jesus.

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Preciso da ajuda de um sacerdote exorcista

Na minha família estavam todos perplexos. Falei com

eles ao telefone nessa primeira noite, mas só me viram no dia

seguinte. A tensão foi grande e as opiniões foram muito

divergentes. Para alguns familiares, eu teria de ser

imediatamente internada. Era o que eu temia. A intenção

deles era boa mas podia ser o meu fim. Contudo, eu apenas

implorava que me levassem a um sacerdote exorcista. A

senhora amiga que me recebeu em sua casa defendeu este

ponto de vista e concordou comigo. Ninguém enlouquece

deste modo e de um dia para o outro.

No meio de toda esta tribulação, a única esperança que

tinha, estava só em Jesus de Nazaré. Eu não tinha força para

lutar sozinha. Necessitava que Jesus me libertasse através de

um sacerdote. O meu caso era grave, e eu acreditava que só

com a autoridade que o Senhor deixou aos seus Apóstolos,

seria possível a libertação.

Com a ajuda desta senhora amiga, aprendi a rezar. Até

então sabia muito poucas orações. Rezava a oração do Pai

Nosso, a Ave-maria e pouco mais. Não sabia rezar o Credo e

a Salve-rainha.

A primeira vez que esta amiga me pediu: “Joelhos no

chão! Reza comigo a Salve-rainha…”, eu respondi: “Sim

rezo…mas…eu não sei rezar essa oração…”.

Fiquei na sua casa aproximadamente dois meses.

Lembro-me de andar de um lado para o outro, ver as horas a

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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passar e entre medos e aflições, lá cantarolava uma música de

infância que me vinha ao coração e que ainda hoje me diz

muito: “(…) E perguntou no meio de um sorriso o que é

preciso para ser feliz... Amar como Jesus amou, Sonhar como

Jesus sonhou, pensar como Jesus pensou, viver como Jesus

viveu. Sentir o que Jesus sentia, sorrir como Jesus sorria, e

ao chegar ao fim do dia eu sei que dormiria muito mais feliz.

(...) ” É tão simples mas com uma letra profunda...

A televisão da sua casa estava praticamente sempre

sintonizada no canal “Canção Nova”. Até então eu não

conhecia este canal de televisão.

Passei a sentir tudo com um “coração novo”. Mas que

grande graça! Passei a ter sede de Deus...

Senti muita pena de ter permanecido tantos anos, afastada

do Amor do Senhor. Dava por mim a questionar-me: “Quem

é este santo? Quem é este padre? Que terço é este? Que

música linda... Que bonito... Que bonito...”

Serei eternamente grata a este casal amigo que me

acolheu com tão grande dedicação, compreensão e ajuda pois

viveram comigo, em primeira mão, toda esta luta. Ambos

foram verdadeiros instrumentos de Deus, no resgate da minha

alma das mãos do demónio.

Onde me devo dirigir para ser ajudada por Jesus?

Por vezes melhorava um pouco, mas, com frequência,

voltava a ter terríveis recaídas; os ataques eram fortes e

diários. Os “demónios” que me atacavam reagiam mal à

oração, aos objetos abençoados, à água benta e ao sal bento.

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Aldina Cardeal

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O primeiro sacerdote a quem recorri - da Diocese a que

pertenço - viu-me fisicamente alterada, pois tive um forte

ataque diabólico à sua frente, e, quando voltei a mim, fez-me

algumas perguntas: “Já está assim há muito tempo? Tem-se

alimentado bem? Que idade tem? Qual é a sua profissão?

(...) ” Respondi calmamente: “Tenho 33 anos, exerço a

profissão de Designer de moda e fiquei neste estado há pouco

tempo (...). Embora faça um grande esforço para me

alimentar, nestes últimos meses pouco comi pois não consigo

engolir (...). Padre por favor ajude-me. Não aguento muito

mais.”

O padre dá por terminada a conversa e chama as duas

pessoas que me acompanharam até lá, a senhora amiga e o

meu irmão, pedindo-me descanso e oração. Como voltei a ter

um ataque antes de ir embora, tentou levantar-me e disse:“

Vá...tem que se acalmar! Vai para casa descansar e tem que

se alimentar pois assim fica fraca e fica neste estado.

Precisamos de chamar uma ambulância?”.

Desde então, os meus familiares mais se convenceram em

relação ao meu possível internamento, pois não houve

qualquer diagnóstico relacionado com possessão. O Senhor lá

sabe porque é que não teve de ser este sacerdote a ajudar-me.

Rezo por ele.

Fiz questão de descrever este episódio, não como crítica,

pois para mim cada sacerdote é um ungido do Senhor, mas

para sensibilizar a Igreja de que, na minha opinião de leiga, é

urgente ter mais sacerdotes e equipas paroquiais preparadas

para ajudar as pessoas nas suas fragilidades espirituais, morais

e psicológicas... É necessário que os nossos queridos

sacerdotes estejam sensibilizados para casos como o meu.

Silenciar ou camuflar os problemas, não é solução.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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São cada vez mais as pessoas que se encontram

desorientadas e procuram ajuda em locais indignos de

qualquer filho de Deus. Volto a sublinhar, que vi centenas de

cristãos por onde passei. Procuram ajuda em todo o lado

menos na casa de Deus Pai. Não é sensato refletirmos mais

sobre estes factos?

Ainda na Igreja ajoelhei-me: “Senhor estava com

esperança que Tu me ajudasses através deste sacerdote. Não

sei quanto mais tempo aguentarei. E agora meu Deus, o que

faço?”. Eu continuava muito fraca e com ataques diários.

Tive momentos que me senti desamparada e a julgar que

poderia ser tarde para Deus me ajudar, mas, logo em seguida,

enchia-me de esperança e continuava a pedir ajuda ao Senhor.

Uma luz ao fundo do túnel

Em poucos dias, através de um amigo da minha mãe,

que se informou com um taxista local de Guimarães, fui ao

encontro de um segundo sacerdote. Informaram-nos que

este auxiliava pessoas que se encontravam em situações

semelhantes à minha.

O Pe. Joaquim, já com alguma idade, apresentava-se de

batina preta, ostentando um agradável sorriso e um olhar

tranquilo. Transmitiu-me o Amor e a Paz de Jesus. Fiquei

muito animada e voltei a sorrir.

O padre rezou comigo e rapidamente se apercebeu de

que eu não estava bem, pois tive de imediato um ataque

forte. Em seguida, ungiu-me com óleo e disse: “ Tem que ter

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Aldina Cardeal

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força, muita fé e coragem. Isso vai passar. Nossa Senhora

está a protegê-la. Vou continuar a rezar por si. Sempre que

precisar, venha ter comigo. Está a ser fortemente atacada

pelo demónio, mas reze muito e confie em Deus.”

O Pe. Joaquim não estava autorizado a rezar o exorcismo

maior, mas rezou uma oração de libertação. Como trabalho de

casa, aconselhou-me uma confissão geral, frequentar a Missa

de preferência diariamente e comungar. Deveria rezar o terço

Mariano diariamente, para além de outras orações.

Nessa altura, eu tinha uma vida conjugal com o meu

namorado. O padre mostrou-se preocupado, dizendo

amavelmente: “Eu sei que, nos dias que correm, há cada vez

mais casais que se juntam sem casamento religioso. Mas,

minha menina, o Senhor não quer assim. A união que tem

com o seu namorado não agrada a Deus. A decisão é sua. O

Senhor é Misericordioso e certamente não a abandona, mas,

desse modo, não pode ser absolvida em confissão nem

comungar (…); Para se libertar era bom estar em estado de

graça.” Regressei a casa bastante abatida, mas com muita

paz.

Obrigada Pe. Joaquim, minha querida Mãe do Céu,

Santíssima Trindade e todos os Santos e Anjos por serem tão

pacientes comigo e não me abandonarem.

Nós batizados, temos muitas “armas” à disposição, como

por exemplo, os Sacramentos. Mas para estes serem eficazes

devemos segui-los em obediência à Santa Igreja Católica.

Caso contrário, é como uma “balde roto”, as graças entram e

saem no mesmo instante. O Senhor não consegue atuar

plenamente.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Coragem Aldina... Psiquiatra não me parece

As semanas sucediam-se e a tribulação persistia, contudo

mais controlada. Já estava a mudar, mas lentamente. Adotei o

terço Mariano e a leitura bíblica diários, rezava o terço da

Divina Misericórdia, entre outras orações que ia aprendendo.

Frequentava a Missa diariamente mas sem comunhão,

pois ainda não me podia confessar, por ainda não ter coragem

suficiente para mudar a condição de vida conjugal que

mantinha com o meu namorado.

Nessa altura passei a frequentar um grupo de oração

carismático, convidada pela amiga que me acolheu em sua

casa durante os dois meses. Lembro-me de, a primeira vez

que entrei na capela onde se reunia o grupo, ter fixado o meu

olhar numa grande cruz de Jesus, com S. Francisco de Assis a

abraçar a mesma. Um momento único... Esta capela está ao

cuidado da Congregação das Irmãs Franciscanas

Hospitaleiras da Imaculada Conceição.

Por insistência familiar, recorri a um psiquiatra. Em

seguida, fui levantar à farmácia dois medicamentos para tratar

esquizofrenia. A morte súbita acompanhava as contra -

indicações de um deles. Até hoje, não tomei nem um só

comprimido, ocultando o facto durante alguns meses aos

meus familiares. Graças a Deus, não necessitei de qualquer

tipo de calmantes ou antidepressivos.

Curioso é que o psiquiatra ainda me marcou uma consulta

com uma outra médica que me disse utilizar alguns métodos

de relaxamento com bons resultados comprovados. Graças a

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Deus não fui a essa consulta pois intuí algo ligado a

“energias”...

Medicamentos que me foram receitados para a esquizofrenia.

Estão até hoje, intactos.

Em vez desses medicamentos, optei por uma boa dose

de vitaminas, pois sentia-me muito fraca devido a este duro

combate. Eu não estava esquizofrénica portanto, não

necessitava de estar sob efeito de medicação.

Marquei entretanto uma consulta para um médico de

clínica geral. Observei-o a fazer uma leitura na Missa de

sábado e a comungar. Pensei que seria uma boa opção por

ser católico e quem sabe, me entenderia... Fui à consulta e

abri o coração mantendo alguma prudência. Para meu

espanto, este disse-me que me entendia perfeitamente pois

o seu pai, já falecido, tinha sido espírita. Mostrou-me um

terço que trazia no bolso e que, para sua surpresa, quando o

tirou da pequena embalagem, estava todo desfeito... Ainda

me sugeriu um amigo médium que me podia ajudar e que

me garantiu ser ótimo.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Queridos amigos, eu fiquei boquiaberta com tudo isto.

Pareceu-me um bom homem mas, infelizmente, preso

numa “teia de aranha”. A única coisa que se aproveitou

desta consulta foi a receita das vitaminas... Rezo pela

salvação da sua alma.

A nível profissional, fui-me mantendo com algum

trabalho. Perdi a maior parte das empresas com quem

trabalhava. A minha voz estava tão diferente que, quando

falavam comigo ao telefone, ficavam preocupados. Só

contei o sucedido a duas ou três pessoas que trabalhavam

comigo. Preocupados perguntavam-me: “o que se passa

consigo?” Respondia que estava doente. “Mas o que tem

afinal?” - Insistiam. Não quero entrar em pormenores,

ficarei bem - Respondia. O que eu poderia dizer nesta

situação?

Tudo fazia crer que já não tinha saída

O demónio interpelava-me com insistência, tentando

tudo: desde pesadelos, ataques físicos, até outros tipos de

ofensivas mais astuciosas. Espantosamente, uma delas

vindas de um leigo voluntário da paróquia de uma das

igrejas que frequento. A sua breve ajuda de apenas umas

horas, não pareceu estar irmanada com os desígnios do

Senhor. Digo isto pois tenho sérios motivos que justificam

esta minha convicção. Nessa altura o meu discernimento

também era péssimo.

Conto como se passou este episódio: certo dia, estava em

frente ao computador, a tentar trabalhar, quando começo

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Aldina Cardeal

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a sentir-me novamente muito mal. Tive a sensação de que

estava alguém ao meu lado. A cruz do terço que eu trazia

ao pescoço, caiu ao chão e passei a ouvir estalos

fortíssimos pela casa – acontecia frequentemente.

Como estava sozinha, fiquei amedrontada, saí de casa e

dirigi-me de carro a uma igreja. Enquanto andava, essa

presença acompanhava-me. Ao entrar na igreja, vi um

caixão ao fundo. Tinha fobia por caixões e saí de imediato.

Ao dirigir-me para o carro, um homem da paróquia – que

me tinha sido apresentado uns dias antes – chama-me,

cumprimenta-me e pergunta: “ Dina...Dina! tem 5 minutos

para ir ali comigo? Vou-lhe mostrar o nosso espaço de

trabalho (Casa onde armazenam comida para distribuir aos

pobres), o que fazemos por cá, e quem sabe um dia se

possa juntar a nós...”. Não tive coragem de lhe dizer que

não, mas disse-lhe que não podia demorar. Enquanto ele ia

falando, eu só tinha vontade de voltar para trás pois não me

sentia nada bem. Quando eu estava para vir embora, ao

despedir-me, este disse-me: “Tenho que lhe dizer uma

coisa. Aceite a sua espiritualidade! Não tenha medo!”. Ele

praticamente não me conhecia! Não sabia o que se passava

comigo, pois ninguém o sabia na paróquia. Eu raramente

frequentava esta igreja. Naquele momento senti-me

desarmada e “compreendida”.

Abri o coração e enquanto as lágrimas surgiam, contei-

lhe o que me estava a acontecer, na esperança de obter

ajuda. Ele foi falando e ao mesmo tempo, emitia arrotos

fortíssimos. Comigo aconteceu exatamente a mesma coisa

e em simultâneo.

Pediu-me para eu ficar mais um pouco e disse-me: “

Vou convidá-la a ir comigo agora mesmo, à minha clínica.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Vai ver que isso vai passar.” Enquanto isso, perguntou

educadamente se me podia abraçar. Eu fiquei um pouco

embaraçada mas permiti sem perceber a lógica pois calculei

que fosse inofensivo. Ele toca com os dedos de uma das

suas mãos, nas minhas costas, como se tivesse a digitar um

código. Depois disse: “Já está! Vamos então?”

Mais uma cilada

“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se apresentam

disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes.

Pelos seus frutos os conhecereis.” (Mt 7, 15-16)

Amigos posso dizer que me senti “hipnotizada”. Este

homem levou-me a um local onde existe uma escultura de

um Anjo. Encontrávamo-nos onde desagua o rio com o

mar, na Foz do Douro, Porto. Disse-me: “A minha clínica é

aqui!”.

Não entendi o sentido de chamar clínica àquele local.

Lembro-me apenas de alguma coisa que me explicou e que

tinha a ver com forças energéticas que estavam naquele

local. Entretanto diz-me colocando uma das suas mãos nas

minhas costas: “ Olhe para cima, o que vê?” Eu vi

milhares de pontos de luz a andar de um lado para o outro.

Diz-me ele: ” Não reconhece o seu pai? Ele vai ter que

partir. Já o estou a encaminhar pois não é bom para si nem

para ele, que esteja ao seu lado; Não o tenha tão presente

nos seus pensamentos. Diga em voz alta comigo os

seguintes números (…); A Aldina vai ficar bem, não se

preocupe.”

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Eu estava num estado que, embora consciente, não

parecia estar ali. Senti-me um robot a fazer o que este me

pedia. Infelizmente soletrei os números que me pediu.

Ao regressarmos, enquanto ele conduzia, eu fui

contando algumas más experiências que tive na “Nova

Era”, terreiros espíritas, etc... e, para meu espanto, a certa

altura diz-me que os “exús - demónios” eram espíritos

fortes e a força do bem necessitava deles pois protegiam a

Igreja dos ataques espirituais. Comecei a tremer mas não

quis logo entender que tinha caído em mais uma cilada.

Ao chegarmos, ele despediu-se e deu-me o seu

contacto. Disse-me com satisfação: “Já ganhei o dia!”.

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Vou morrer!

Quando entrei no meu carro, já praticamente não me

conseguia mexer. Encontrei-me em aflição de morte. Com

muita dificuldade cheguei a casa. Eu tentei não entrar em

pânico mas foi impossível. A tal escultura que estava no local

mencionado atrás, disse-me o homem que me levou até lá, ser

do Anjo Gabriel.

Em casa, achei por bem pesquisar mais qualquer coisa

sobre o Anjo Gabriel, e a primeira imagem que me aparece à

frente do ecrã do computador, foi de um Gabriel mas

demónio. Vá-se lá saber como, nesse preciso momento as

mãos adormeceram e os dedos torceram inexplicavelmente.

Muito aflita pedi socorro!

Nessa noite, tive mais uma grande luta. O demónio dizia

através do meu corpo: “ Tu vais morreeer !!! Aquele gajo vai

pagá-las!!!! Era para te deixar morta!!!! Ele vai pagá-las!!!”

Referindo-se ao tal homem “cristão”.

De facto não tive o discernimento suficiente para perceber

que até na Igreja podem existir pessoas a trabalharem para o

mal. Sejamos vigilantes mas não nos alarmemos demasiado

pois penso que, de um modo geral, nem sempre isso se

verifica.

Durante muito tempo não fui àquela igreja pois estava

amedrontada e muito sensível. Atualmente já a frequento e o

dito homem, continua lá, como um fiel cristão inofensivo…

Peço oração por ele e pelo sacerdote da paróquia em

questão. Como católicos, devemos rezar com fervor, pela Igreja

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e pelos sacerdotes. Quantos não se encontrarão rodeados de

lobos disfarçados de cordeiros!

Pesquisa na internet, na esperança de encontrar um

exorcista católico em Portugal

A luta continuou. Fui fazendo também algumas

pesquisas na internet. Ao pesquisar alguns artigos, o Pe.

Gabriele Amorth parecia ser a luz que eu procurava ao

fundo do túnel, mas teria de me deslocar a Roma. Não

descurei essa hipótese, mesmo não sabendo como fazer

para recorrer à sua ajuda ou se essa seria efetivamente

possível.

Isto porque, na altura, não encontrava nada na internet,

relacionado com exorcistas católicos em Portugal.

Recorri, entretanto e mais uma vez ao Pe. Joaquim.

Vendo o meu estado agravado, passou-me o contacto do

Pe. Duarte Sousa Lara. Disse-me: “Ligue para este número.

É de um sacerdote que tem autorização do Bispo local

para exorcizar. Eu tenho ajudado há algum tempo outra

menina, que também está em situação semelhante à sua, e

começou recentemente a ser auxiliada por este sacerdote.

Já está bem melhor. Ela deixou-me o contacto do Pe.

Duarte esta semana. Confie nele.”

Quando liguei para o número que me tinha sido

indicado, fiquei imediatamente informada de que nos

poderíamos apresentar no dia e locais mencionados sem

marcação prévia. E assim sucedeu.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Ao chegar, recordei-me de um sonho que tive uns dias

antes, que associei de imediato ao local onde me

encontrava. Nesse sonho, lembro-me de caminhar um

pouco e avistar uma porta do meu lado esquerdo, muito

iluminada e com grande número de santos. Acordei

entretanto.

Descrevo este sonho pois ainda hoje tem um

significado forte para mim. Neste local reúne-se, todas as

sextas-feiras, o grupo de oração de Nossa Senhora dos

Remédios. Inicia-se a oração com a recitação do terço e

utiliza-se sempre a jaculatória “rogai por nós”, pedindo a

um grande número de santos que interceda pelos nossos

pedidos. Eu acredito que eles estejam presentes!

«Disse-lhe Ele: “Filha, a tua fé te salvou; vai em paz e sê

curada do teu mal.» (Mc 5, 34)

Depois de me dirigir à referida porta de entrada, aguardei

na sala de espera. Desanimei, pois estava tanta gente, que em

aflição, comentei com os meus familiares: “ Eu sou das

últimas e o mais certo é não ser atendida.” Entretanto, o Pe.

Duarte dirigiu-se à sala de espera. Muito calmamente, pediu

paciência, assegurando que atenderia a todos.

Eu manifestava sintomas semelhantes aos de uma gripe

forte, doía-me muito o corpo e a cabeça parecia explodir.

Algumas pessoas disseram-me que eu estava excessivamente

pálida. As horas do dia passavam e, sempre que me sentia

um pouco melhor, rezava o terço Mariano e o terço da Divina

Misericórdia além de outras orações que tinha aprendido. No

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final do dia, antes de chegar finalmente a minha vez, abri a

Bíblia aleatoriamente. Já não me lembro qual foi a passagem

bíblica, apenas registei a palavra “Fé”.

Entretanto chegou a minha vez. Em poucos segundos,

passaram-me várias inseguranças pela mente: “E se estes

demónios não se revelam? E se o Pe. Duarte apenas me pedir

para procurar um médico, considerando que não necessito de

ser exorcizada?…”. Não conseguiria aguentar muitos mais

dias sem enlouquecer, pois só quem já passou por esta prova

pode avaliar tamanho sofrimento.

Ao sentar-me ao seu lado, enquanto ele interrogava os

meus familiares, o meu braço esquerdo deu fortes esticões. O

Pe. Duarte começou por rezar a oração de libertação, à qual

reagi de imediato, com muita agressividade e sempre

consciente mas sem domínio do meu corpo. Passei a ter uma

força sobre-humana, gritei muito, a barriga inchou, o cabelo

ficou todo embaraçado, com eletricidade estática e disse

muitos disparates.

Sim, foi grande a luta naquele momento. Estava presente

um tio meu, que nem queria crer como eu podia fazer tanta

força. Esta era humanamente impossível. No fim, fiquei em

lágrimas, bastante debilitada mas momentaneamente aliviada.

Senti igualmente o meu corpo muito dolorido, como se

tivesse feito exercício físico intenso.

Queridos amigos, sublinho mais uma vez, que são muitos

os casos semelhantes ao meu ou mesmo mais graves. Nestes

últimos anos, o Senhor deu-me a graça de conhecer vários

casos de pessoas a necessitarem de exorcismos maiores e de

observar que há cada vez mais irmãos “amarrados” por

Satanás. Peço oração pelas suas libertações.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Sim, farei tudo o que o Senhor me pedir

Naquele momento, logo após o exorcismo, o padre

Duarte deu-me as mesmas indicações do padre Joaquim. Eu

disse ao padre, com firmeza, que estava disposta a mudar

os hábitos de vida que me impediam de comungar até

então: “Não voltarei a viver em união conjugal, sem antes,

se assim for da vontade de Deus, casar pela Igreja. Serei

obediente ao que o Senhor me pedir.”

Foi uma decisão dolorosa visto já estar quase há 7 anos

a viver com o meu namorado, sem casamento religioso.

Custou-me conformar a minha vontade, à vontade de Deus.

O que Jesus me pedia era justo e de acordo com a lei de

Deus pois Ele quer sempre o nosso melhor.

O matrimónio católico tornava-se para mim, uma

realidade cada vez mais distante. Embora eu tivesse

desejado em tempos, casar pela Igreja com vinte e poucos

anos, ter imensos filhos e manter a família unida até ao

final dos nossos dias, não o concretizei. Infelizmente

aprendi na “escola do Mundo” que éramos livres para

fazermos o que bem entendêssemos das nossas vidas. São

muitos os que se deixam levar por estas fortes correntes

mundanas, e eu não era exceção.

São cada vez menos os que preservam os bons valores e

costumes. “Acorda! Qual é o mal em viver junto com alguém

ou ter relações sexuais antes do casamento?”;“Que horror ir

à Missa, isso é para as beatas!”; “Vives em que século?”;

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“Nós optamos por viver juntos e se der dá, caso contrário,

cada um vai para o seu lado...”. Não é isto que ouvimos à

nossa volta? Os bons princípios morais acabam por ser

engolidos por esta sociedade “rasca” e achamos tudo normal.

É triste verificar, como as paixões intensas, mas de caráter tão

“descartável e comercial”, abafam os mais puros valores do

verdadeiro Amor.

Trabalho de casa

«Esquecestes a exortação que vos é dirigida como a

filhos: “Meu filho, não desprezes a correção do Senhor, e

não desanimes quando és repreendido por Ele, porque o

Senhor corrige os que ama e castiga todos os que reconhece

como filho. É para vossa correção que sofreis. Deus trata-vos

como filhos; e qual é o filho a quem o pai não corrige? Mas,

se estais isentos da correção, da qual todos participam, então

sois bastardos e não filhos.» (Heb 12, 5-8)

O Pe. Duarte alegrou-se com essa minha decisão e, tal

como Pe. Joaquim deu-me trabalho de casa: aconselhou-me

uma boa confissão geral, manter pelo menos uma confissão

mensal, rezar o terço Mariano todos os dias - se possível em

família, Missa diária e rezar orações de cura e libertação.

Recomendou igualmente ter sempre por perto água e sal

bento. Eu já não me lembrava da minha última confissão.

Penso que foi em criança.

Para fazer a minha primeira confissão geral, depois de

tantos anos, necessitei de marcar com o padre pois tinha

uma lista enorme de pecados. Tinha várias folhas escritas.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Foi uma experiência marcante e inesquecível. Fiquei à

espera do sacerdote cerca de 2 horas. Durante esse tempo,

dentro da igreja, coloquei-me de joelhos em frente à imagem

do Sagrado Coração de Jesus, de tamanho real. Era

indescritivelmente bela. Os seus olhos azuis eram tão reais...

Abri o coração a Jesus e descrevi todos os pecados da lista.

Entretanto, voltei a fazê-lo com o sacerdote presente.

“Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão

perdoados; àqueles a quem os retiverdes ficarão retidos.” (Jo

20, 23)

O Pe. Duarte pediu-me também para tirar a ideia de que

era o meu pai que comunicava comigo para me ajudar. O

demónio usa das nossas fraquezas para nos seduzir. É

“astuto”. Como podem constatar neste testemunho, o meu pai

foi muitas vezes a “isca” certa.

Teria de deixar para trás o passado e nunca mais recorrer

a médiuns, astrologia, adivinhação, invocação dos mortos,

superstição, “Nova Era”, espiritismo e qualquer outra forma

de ocultismo ou esoterismo. O demónio veste-se de luz para

nos confundir.

Um cristão, que pede ajuda a Jesus Cristo e a Nossa

Senhora, tem de renunciar a tudo isto, sem abrir qualquer

exceção. Um pai que ama um filho corrige, e um filho que

seja humilde, obedece.

Todo o cristão, ao receber o sacramento do batismo,

renuncia a Satanás, às suas pompas, às suas obras e assume

Jesus Cristo como Senhor da sua vida.

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Renovação das promessas batismais

Renuncias a Satanás e a todos os seus Anjos?

R. Sim, renuncio.

Renuncias a todas as suas incitações ao pecado e à

rebelião contra Deus?

R. Sim, renuncio.

Renuncias a todas as suas seduções: à magia, à

feitiçaria, à bruxaria, à astrologia, à adivinhação, à

invocação dos mortos, ao espiritismo, à idolatria, aos

cultos satânicos, à música satânica, à superstição e a todas

as formas de ocultismo?

R. Sim, renuncio.

Crês em Deus, Pai todo-poderoso, criador do céu e da

terra?

R. Sim, creio.

Crês em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor,

que nasceu da Virgem Maria, padeceu e foi sepultado,

ressuscitou dos mortos, está sentado à direita do Pai e virá

de novo para julgar os vivos e os mortos?

R. Sim, creio.

Crês no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na

comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na

ressurreição da carne e na vida eterna?

R. Sim, creio.

Esta é a nossa fé. Esta é a fé da Igreja, que nos

gloriamos de professar, em Jesus Cristo, Nosso Senhor.

R. Ámen.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Estava no caminho certo...

Ficou entretanto agendado um novo exorcismo pelo Pe.

Duarte. Senti-me mais tranquila, pois, apesar de saber que

ainda teria muita luta pela frente, encontrava-me bem apoiada

e orientada. As feridas abertas requerem cuidados especiais,

incluindo oração e total confiança na Misericórdia do Senhor.

A recuperação foi notável. Surgiram igualmente, novas

propostas de trabalho, tendo em conta que tudo corria mal há

algum tempo. Embora menos frequentes, as fortes tribulações

permaneceram por mais uns meses. Inclusive, continuaram os

estrondos pela casa, escutados por todos que a frequentavam.

Deus pode não curar de um dia para o outro, pois tem

desígnios diferentes para cada um de nós. No meu caso, eu

atesto que não estaria tão perto do Senhor, se não passasse por

tantos sofrimentos e provações. Mas que grande bênção!

Irmão, se vive uma história semelhante à minha e já lá

vão meses ou anos a necessitar de exorcismos, sem ver

solução à vista, por favor, não desista e tenha fé! Viva em

estado de graça para que o Senhor possa atuar plenamente.

Faça boas confissões! É muito importante! Grande parte das

vezes, não há necessidade de exorcismos. Há muitos irmãos

que apenas necessitam de se aproximarem mais de Deus,

vivendo os Seus Mandamentos.

JAMAIS se lembre de cair na tentação, de procurar

caminhos curtos para a sua libertação, tais como médiuns,

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Aldina Cardeal

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bruxos, centros espíritas, entre outros… Como vou

explicando ao longo do livro, e nunca é demais sublinhar,

pode até achar que solucionou o seu problema mas é puro

engano. Ao pedir ajuda a estes, está a pedir ajuda ao demónio.

Pode aliviar o seu sofrimento temporal, em troca de perder a

sua alma para sempre.

Creia que o Senhor, de grandes males, tira grandes bens!

Chegará a hora da sua libertação!

Fui sujeita a quatro exorcismos iniciais, espaçados em

cerca de um mês. Fui melhorando e pensei que não voltaria a

necessitar de mais exorcismos. Contudo, depois de alguns

meses, voltei a ter a recaída que tanto temia pois ainda não

estava totalmente liberta. Esta foi, apesar disso, bem mais

controlada pois já não estava sozinha nesta luta. Voltei a ter

um cansaço físico anormal que me sugava as energias, assim

como aparentava ter um ar sombrio e apagado. Nessa altura

estava igualmente, por baixo da minha pele, algo que me

percorria o corpo todo, do tamanho de um berlinde e que

tinha batimentos como se fosse um coração. Desapareceu

com o tempo.

Fui assim exorcizada mais duas vezes, até ficar totalmente

liberta. No total foram apenas 6 exorcismos, e levei um ano

aproximadamente, até ficar totalmente recuperada. A

libertação foi relativamente rápida, embora o caso fosse muito

grave.

Nessa altura, lembro-me de me focar na seguinte

passagem e tomar a decisão firme de nunca mais sair de perto

do Senhor:

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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«Quando um espírito maligno sai de um homem, vagueia

por lugares áridos em busca de repouso; e, não o

encontrando, diz: “ Vou voltar para minha casa, de onde

saí.” Ao chegar, encontra-a varrida e arrumada. Vai, então,

e toma consigo outros sete espíritos piores do que ele; e,

entrando, instalam-se ali. E o estado final daquele homem

torna-se pior do que o primeiro.» (Lc 11, 24-26)

No princípio, custava-me bastante, assistir à Missa

diariamente pois surgiam-me todo o tipo de obstáculos.

Até eu recuperar totalmente, também trabalhei muito

pouco, pois não consegui manter-me muito concentrada. Mas,

com muita alegria o digo, estas duras tribulações fizeram-me

ir ao encontro de uma vida nova. Tudo passou a fazer sentido

para mim. Deus seja Louvado!

“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” (Jo 8,32)

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Uma vida nova, um coração novo

“Para salvar o homem, vítima da sua própria

desobediência, Deus quis oferecer-lhe um “coração novo”,

fiel à sua vontade de amor. Este coração é o Coração de

Cristo, a obra-prima do Espírito Santo, que começou a bater

no seio virginal de Maria e foi trespassado por uma lança na

Cruz, tornando-se assim, e para todos, fonte inexaurível de

vida eterna. Aquele Coração é agora penhor de esperança

para cada homem.” S. João Paulo II, 23/06/02.

Meu Senhor e Meu Deus, eu Te agradeço, Te Louvo e Te

bendigo.

Obrigada, Pe. Duarte, por realizar com tanta dedicação, a

grande missão que Deus lhe confiou. Deus Pai libertou-me

através do seu “Sim” a Jesus. A todos aqueles a quem Jesus

Cristo permitiu que me auxiliassem neste duro combate, dirijo

o meu agradecimento eterno.

Nesta vida nova, tenho conhecido fabulosos amigos de

Jesus. Fico fascinada ao ler livros de vidas de santos, para

além de muitos outros livros católicos. Nestes últimos quatro

anos li cerca de 120 livros maravilhosos. Os livros ligados à

“Nova Era” foram parar ao lixo. O ideal seria terem sido

queimados para não prejudicar mais ninguém, mas, na altura,

não me lembrei de o fazer.

Embora já gostasse muito de música sacra, agora

ouço-a com mais profundidade. Tenho também aprendido

boas músicas nas Missas, grupos de oração e retiros.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Nos princípios da caminhada optei, igualmente, pelo

catecismo jovem “YOUCAT” e uma Bíblia ilustrada juvenil.

Foi uma boa solução para tentar compreender, de um modo

introdutório, a beleza e a graça de ser cristão. Com o tempo

adquiri mais um Catecismo e mais uma Bíblia para adultos,

pois nunca são demais, para além de serem indispensáveis

para a caminhada. Na Missa diária, sinto-me afortunada por

poder assistir às homilias de diferentes e dedicados sacerdotes

e quantas vezes me correm lágrimas de emoção, como nunca

antes havia acontecido… é maravilhoso!

Ainda com 33 anos de idade, já depois da “tempestade

acalmada”, senti e vivi encantada pela primeira vez o mistério

Pascal.

Até então, como já referido, optava por tirar umas férias

balneares.

O Natal não fez sentido sem a Missa do Galo, e nunca o

dia de Natal foi tão encantador.

Pela primeira vez, fui ao Santuário de Fátima às

comemorações do dia 12 e 13 de Maio e rendi-me ao Amor

que pairava no recinto.

Entre outras mudanças, fui também Crismada no dia 23

de Outubro de 2011, com 34 anos. Este dia foi muito especial.

Durante a cerimónia as lágrimas corriam-me pelo rosto. Que

felicidade senti…

Jesus transmitiu-me mais uma vez o Seu Amor, dia 18 de

Novembro de 2011, no grupo de oração de Nossa Senhora

dos Remédios em Lamego: “Eu vim para que tenham a vida

e a tenham em abundância.” (Jo 10,10)

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Num Seminário de Vida Nova no Espírito, o Senhor envia-

me a seguinte mensagem através de alguns irmãos do

Renovamento Carismático: “ Minha filha, Eu nunca te

abandonei. Permiti a tua queda para te fortalecer. Não te

darei provação que não possas aguentar.” Abriram em

seguida a Bíblia, pedindo uma palavra ao Senhor: Parábola do

“Filho Pródigo”.

«O filho disse-lhe: “Pai pequei contra o Céu e contra

ti; já não mereço ser chamado teu filho.” Mas o pai disse

aos seus servos: “ Trazei depressa a melhor túnica e vesti-

lha; dai-lhe um anel para o dedo e sandálias para os pés.

Trazei o vitelo gordo e matai-o; vamos fazer um banquete e

alegrar-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu,

estava perdido e foi encontrado.” E a festa principiou.»

(Lc15, 20-24)

Uma curiosidade: em conversa com alguns familiares,

tive conhecimento que os padroeiros da Igreja onde fui

batizada são: Nossa Senhora das Graças e S. Miguel

Arcanjo, que tanto permaneceram ao meu lado no momento

da luta. Não há coincidências! O Senhor não deixa de nos

surpreender dia após dia.

Alguns conselhos

Tenha fé! Seja humilde, obediente e desintoxique-se!

“Não tenhais cumplicidade nas obras infrutíferas das

trevas; pelo contrário, condenai-as abertamente” (Ef 5, 11)

É Batizado, mas é mais um que se considera um católico

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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não praticante? Peça ao Senhor, a graça de O Amar com

todo o coração. O verdadeiro AMOR “pratica-se”. Deus é

todo Amor e é a verdadeira liberdade, por isso nunca o

obrigará a optar por Ele. Imagine que ama muito alguém

mas essa pessoa nem sequer olha para si... Não dói?

Já tentou alguma vez aproximar-se do Senhor e passar

uns minutos com Ele sem lhe pedir nada em troca?

As palavras PAZ, AMOR e LIBERDADE são muito

fáceis de manipular e muito utilizadas para seduzir os

cristãos.

Imagine o excelente pescador – Satanás, a ir à pesca.

Ele não preparará a melhor isca possível para apanhar

aquele peixe especial que é cada um de nós? É previsível

que sim! Acha que peixe algum comia a isca, se soubesse

que ia morrer? É claro que não!

Infelizmente, vivemos em tempos em que até alguns

sacerdotes e religiosas servem como isca para Satanás

pescar imprudentes, sem terem consciência disso. Dou

como exemplo o Monsenhor Jonas Abib – fundador da

Canção Nova. Já como sacerdote, certa altura, foi seduzido

a fazer um curso de controle mental. Graças a Deus que o

Senhor o resgatou a tempo, mas infelizmente, descreve no

seu livro “Sim, Sim! Não, Não!” que viu muitos sacerdotes

e religiosas a concluírem o curso. Diz o Mons. Jonas: “Eu

constato que ficaram tão convencidos e auto suficientes,

que só a graça de Deus para convencê-los.” Rezamos

pelos nossos queridos sacerdotes, religiosos e religiosas.

“Porque hão-de surgir falsos messias e falsos

profetas, que farão grandes milagres e prodígios, a ponto

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Aldina Cardeal

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de desencaminharem, se possível, até os eleitos.” (Mt 24, 24)

Se viver humildemente em espírito de oração e

obediência, aprenderá a caminhar com confiança, pois o

Senhor estará presente. Se cair, volte a levantar-se, pois, tal

como um bebé que dá os primeiros passos, terá sempre o

amparo dos seus queridos pais.

Já tentou aproximar-se do sacramento da reconciliação

e fazer assim uma boa confissão que provavelmente já não

faz há anos? Um arrependimento sincero de todos os seus

pecados é muito “libertador”... É um sacramento de cura do

corpo e da alma! Não coloque obstáculos à graça de Deus...

Quantos de nós já não ouvimos o seguinte: “Eu não

acredito em Deus”; “Já viram a nova escola de reiki e de

yoga que abriu?”; “Qual é o teu signo?”; “Dispenso o

casamento, pois gasta-se muito dinheiro…”; “Comprei um

buda fabuloso e fica mesmo bem na minha sala!”;

“Gostava muito de fazer um mapa astral”; “Gostava de

comprar uma cruz sem Jesus Cristo, porque fui fazer um

curso ligado à “Nova Era” e Jesus pede para o tirarem da

cruz.”; “Não se deve invocar o sangue de Jesus, como

fazem no Cristianismo. Jesus pede-nos para acabar com

tamanha barbaridade...”; “Sou cristão católico por

tradição, pois não sou praticante.”; “Sou boa pessoa e

quando quero, falo com Deus diretamente.” “Confissão

para quê? Os padres têm mais pecados do que eu!”;

“Trago sempre comigo um amuleto, pois assim ando

protegida.”; “Tenho fé à minha maneira.”; “Gostava de um

dia fazer uma regressão a vidas passadas para eliminar

alguns bloqueios, porque algo me diz que já fui índio

noutra vida.”; “ Eu acredito em reencarnação mas sou

católica e tenho muita fé em Jesus”; “Cultiva o teu ´Eu

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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superior´, pois a era do Cristianismo - Peixes, está a

terminar. Já chega de sofrimento!”; Em nome de Jesus

Cristo, ignore tudo isto e condene estas obras abertamente!

Como é óbvio, Satanás, pai da mentira, só consegue

seduzir os filhos de Deus, mascarando-se de Luz como fui

referindo ao longo do livro. As almas que se assumem

satânicas não precisam de tantas artimanhas, pois estas

praticamente já lhes pertencem. Mas mesmo essas,

expostas à Misericórdia do Senhor, e verdadeiramente

arrependidas, podem ser salvas.

Previsivelmente, todos os que se julgam esclarecidos,

demasiado sábios e inteligentes para cair em ciladas, têm

um grande inimigo: O ORGULHO que só os leva à

perdição. Devemos ser verdadeiramente humildes.

A boa notícia é que o Senhor está sempre pronto a

descontar as nossas fraquezas. No entanto, Deus, todo

Amor e Misericórdia, não pode interferir na sua liberdade.

Cuidado com os falsos profetas

“Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos

apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são

lobos vorazes. Pelos frutos, os conhecereis. Porventura

podem colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos

abrolhos?” (Mt 7, 15-16)

- Afaste-se do movimento “Nova Era”, de todo o

género de filosofias e terapias energéticas, das terapias

orientais, etc. Reforço, mais uma vez, a influência do

reiki, yoga, johrei, terapias da mente, maçonaria, meditação

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transcendental, ocultismo, esoterismo, espiritismo, tarot,

búzios, astrologia, signos do zodíaco, jogo do copo, entre

muitas outras. Infelizmente, o reiki é cada vez mais divulgado

até em hospitais. Estas práticas estão todas relacionadas com

falsas esperanças, e não só, revelam-se completamente

opostas ao que a Bíblia Sagrada nos ensina.

- Rejeite amuletos típicos da “Nova Era”, tais como o

arco-íris, símbolo principal desta filosofia, apresentado só a

metade; os cristais, fita entrelaçada sem fim, pirâmide, pomba

com ramo no bico, budas, elefantes da sorte, trevo da sorte,

caveiras, entre centenas de outros. Aconselho a fazer uma

pesquisa na internet e verá muita informação a este respeito.

Estes entranham-se facilmente nas nossas casas, sem nos

apercebermos do seu supersticioso significado e das

maldições que arrastam consigo. Por exemplo, no

Catolicismo, o arco-íris é o símbolo da aliança entre Deus e o

Seu povo. Na “Nova Era”, este representado só a metade,

indica que o homem precisa de construir uma ponte entre a

sua mente e o cosmos.

É daqueles que considera o buda uma figura bonita para

exibir em sua casa, questione-se: O buda é o seu Deus?

Outro ponto importante: Nós cristãos, não cremos em

reencarnação mas sim em ressurreição. Estude a palavra do

Senhor. Já prestou atenção ao Credo Apostólico? À luz da

nossa fé, nós não temos várias vidas. Afinal em que ficamos?

“Pois se os mortos não ressuscitam, também Cristo não

ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé e

permaneceis ainda nos vossos pecados.”; “Se os mortos

não ressuscitam, comamos e bebamos porque amanhã

morreremos.” (1 Cor 15,16-17; 32)

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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- JAMAIS recorra a médiuns, mesmo que pareçam só

fazer o bem. Se alguém se considera médium, e esteja a ler

este livro, sugiro que procure um exorcista e tire a prova dos

nove.

No mundo inteiro, contam-se pelos dedos os casos de

homens e mulheres, que possam estar a ser instrumentos de

Deus, no que se refere a visões ou outras inspirações

extraordinárias. Quando o Senhor utiliza alguma alma na terra

para estes fins, dá a essa alma a graça de estar em comunhão

plena com a Igreja e em obediência total. Temos o exemplo

dos santos, pois eram verdadeiramente humildes e obedientes

ao Senhor.

O que vemos por todo o lado, são pessoas que se acham

escolhidas para missões especiais. Dizem ter que exercer o

“dom” que têm, pois caso contrário sofrem muito. Acredito

que sofram pois grande parte das vezes estão “amarradas” por

Satanás desde os seus antepassados. As causas podem ser

muito diversificadas.

O Senhor tem-me mostrado bastantes casos de pessoas

com bom coração, que vão à Missa, rezam, frequentam

grupos de oração, mas dão ouvidos a espíritos impuros. Estão

com um “pé dentro e outro fora”. São vítimas do demónio. Os

sacerdotes quando tentam ajudar estes irmãos, percebem que

nem sempre estes estão dispostos a renunciar ao que

consideram “dom”. Dizem-se por vezes humildes mas são

desobedientes, logo não são verdadeiramente humildes.

Faço questão de sublinhar que não me refiro aos dons e

carismas do Espírito Santo pois estes são grandes graças de

Deus! Infelizmente alguns irmãos confundem as coisas e por

exemplo, por vezes, por frequentarem grupos de oração,

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Aldina Cardeal

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acham que tudo vem de Deus. Deve-se ser prudente e pedir a

graça do discernimento dos espíritos.

“O Senhor te abençoe e te guarde!” (Nm 6, 24)

O modo de resolver a situação é RENUNCIAR! É SER

VERDADEIRAMENTE HUMILDE E OBEDIENTE A

JESUS DE NAZARÉ. É AMAR JESUS CRISTO ACIMA

DE TODAS AS COISAS.

Faça uma boa confissão e desfaça-se de tudo o que o

possa ligar a estas más práticas. Reze, vá à Missa com

frequência e não tenha medo de nada. O Senhor estará

consigo.

“O Demónio pode ocultar-se até sob o manto da

humildade, mas não sabe vestir o manto da obediência.”

Diário de Santa Faustina, 939.

Nem todas as leituras nos fazem bem

Quando procurar uma livraria, não se dirija à secção

“espiritualidades e ocultismo”. Normalmente existe a

secção “religião” que tem alguns livros bons. Sublinho,

alguns, pois estamos em tempos de muita confusão e

muitos estão cheios de heresias. Aconselho a pedir, se

possível, opinião a um sacerdote antes da compra dos

mesmos.

Muitas das referidas literaturas - más - ocuparam as

minhas prateleiras durante 10 anos. Como já mencionei,

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desfiz-me de mais de 80 livros ligados a estes tão

promissores movimentos. Pode também optar por procurar

uma boa livraria católica.

Aconselho, por exemplo, leituras sobre a vida dos

Santos. Aprendemos muito com eles.

Consoante caminhamos com Jesus Cristo, tudo se

clarifica. Foram várias as vezes que pensei como consegui

ler e aceitar como bom, tanta porcaria.

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Aldina Cardeal

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Prudência com visões e inspirações

Muita prudência quanto a visões e inspirações que possa

ter, ou possam ser transmitidas por outras pessoas, mesmo

que estas se revelem em grupos de oração ou na própria

Igreja. Estamos numa grande batalha e o inimigo pode estar

mesmo ao nosso lado, a atuar através de alguém bondoso e

“iludido” por Satanás. É claro que não necessitamos de nos

assustar, mas devemos estar atentos, em oração e em estado

de graça, para não cairmos em ciladas.

Poucos são os que estão dispostos a cortar o mal pela

raiz

Ainda há muita gente que vai à Missa e reza, mas, por

exemplo, faz más confissões! Diz ter muita Fé, mas recorre

àquela senhora boazinha que lhe promete colocar umas velas

pelas suas intenções particulares ou fazer uns trabalhos pelas

almas que não estão em paz...; que lhe sugere banhos de mar,

de sal ou chás, para afastar os maus espíritos, etc.

Ninguém pode estar em estado de graça, se confia mais

no médium ou no bruxo do que em Deus! Nem sequer pode

comungar sem uma confissão sincera, pois assim pratica um

sacrilégio! Que grande ofensa a Jesus...

Infelizmente não são poucas as pessoas que tenho

encontrado nas igrejas e em grupos de oração, que dão

ouvidos a espíritos diabólicos, como já exemplifiquei. Vão-

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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me contando as suas histórias e quando eu digo que se devem

confessar, são poucas as que realmente aceitam e mudam de

vida e se dispõem a cortar o mal pela raiz.

A verdade é tão simples e está mesmo à nossa frente, mas

gostamos muito de complicar e “arranjar lenha para nos

queimarmos".

“Eu tinha tantos cortes nos relacionamentos mas desde

que aquela senhora tão católica, me pediu para tomar um

banho de mar e me fez umas rezas, tudo começou a correr

bem...”; “Fizeram-me uma bruxaria à porta de casa e

disseram-me que tinha que recorrer a alguém entendido para

o desfazer pois era para me matar. Tive muito medo, e como

não vi outra solução, fiz os rituais que me pediram. Então

mas que solução tinha eu?”; “Tive um cancro maligno e

verifiquei que depois de fazer o que o médium me pediu,

fiquei curada. Disseram-me também que eu não podia mais

deixar esse local pois corria o risco da doença voltar.”; “A

minha filha era muito atacada espiritualmente e depois de ir

a um centro espírita, nunca mais teve nada.”; “Eu tinha

muitos medos e inseguranças e depois de um médico me fazer

regressão a vidas passadas, fiquei curada.” Pois é, mas

certamente que não foi Deus que ajudou estes irmãos.

Pediram ajuda ao demónio, com ou sem consciência! E a

fatura chegará mais tarde ou mais cedo.

Aconselho a fazer uma boa confissão e arrepender-se

verdadeiramente.

Tem medo que o demónio o derrube? Nada vence Jesus

de Nazaré! Seja fiel e obediente! Reze com todo o coração.

Nada tema!

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Aldina Cardeal

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O Senhor ajuda mas nunca utilizando os exemplos

acabados de descrever! Impressionante como se arrumam os

Sacramentos no baú e se aceitam ajudas do demónio com

tanta facilidade. Eu contra mim falo pois passei 33 anos da

minha vida a achar normal tudo isso.

Volto a referir que, o que mais dá prazer ao demónio, é

destruir filhos de Deus e, principalmente, católicos.

Um bom pai quando estipula regras a um filho é

certamente para seu bem. Ele transmite-lhe valores e dá-lhe

liberdade, mas dentro do que é melhor para ele.

“A livre vontade será tanto mais livre quanto mais sã e

será tanto mais sã quanto mais estiver submetida à

Misericórdia e à Graça divina.”. Santo Agostinho, Ep. 157, 2, 8.

Querido amigo, “use e abuse” do sacramento da

reconciliação e não se engane a si mesmo. Não é a primeira

vez que ouvimos: “Mas eu só fui uma vez ao médium porque

um amigo me pediu. Eu nem acreditei lá muito...”. Alguém o

arrastou à força para estes locais? Foi de livre vontade! Fica

em paz depois de saber o que está por trás destes locais “cor-

de-rosa”? E se morrer amanhã? Não ponha a sua salvação

eterna em risco por “meia dúzia de tostões”.

Descrevo alguns casos:

- Há uns 2 anos atrás, eu já estava liberta e no caminho de

Jesus, quando tive um caso de uma senhora muito querida e

bondosa, carismática e de muita oração, que certo dia me

abordou do seguinte modo: “Posso dar-lhe um abraço?”

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Sim, respondi. “Vou ter que lhe dizer uma coisa. A alma do

seu pai está aqui presente. É só para lhe transmitir que a

Aldina está no bom caminho (...).”

Fiquei atónita e perdi a paz. Aparentemente a mensagem

era boa, o que pensar? O Senhor já me tinha mostrado que eu

não podia dar ouvidos a qualquer espírito! O mais certo era

serem espíritos demoníacos.

Então a senhora continua: “Eu já sofro há muitos anos, e

quem fala comigo são espíritos puros. Conhece Alan

Kardec…; Sousa Martins?”; Respondi: “- Sim, Alan Kardec

foi o codificador do espiritismo e Sousa Martins foi um

médico notável, espírita e cometeu suicídio. Estão ambos

ligados ao espiritismo! Querida Senhora, não sabe que um

cristão não pode ter comunhão com tais espíritos? À luz da fé

católica, não é o meu pai que me tenta comunicar algo, mas

sim o demónio! Por favor, se ama tanto o Senhor, corte com

tudo isso, faça uma boa confissão e seja obediente à Santa

Igreja! O Senhor não a desamparará.”

A senhora pareceu-me ficar um pouco incomodada com

os meus conselhos. Ainda nesse dia, tive conhecimento de

familiares e amigos da mesma, que igualmente frequentam o

mesmo grupo de oração e dizem amar Jesus Cristo, dão

ouvidos a estes espíritos que comunicam através desta

senhora! Não sei há quantos anos o fazem, mas pareceu-me

tudo muito enraizado... Ainda compilei informação de bons

livros católicos, para a ajudar a refletir, mas não sei se foi

em vão.

Peço oração pela senhora e por todos que ainda estão

“espiritualmente cegos”.

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Aldina Cardeal

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Os grupos de oração carismática são uma dádiva de Deus.

Eu gosto muito e tenho conhecido irmãos maravilhosos neste

caminho. Jesus colocou-me no Renovamento Carismático

desde o início da minha “vida nova” e tem sido uma bênção.

Mas infelizmente, como já fui referindo ao longo do livro, há

alguns irmãos que continuam a “chafurdar na lama” mesmo

frequentando os grupos e sendo constantemente avisados.

Não conseguem discernir o bem do mal e nem aceitam os

conselhos de quem os tenta ajudar.

- Certa altura, uma outra senhora teve um ataque

diabólico dentro de uma igreja. Falei com a amiga que a

acompanhava. Tentei orientá-la para contactar um sacerdote

que a ajudasse, e entreguei-lhe uma oração de libertação.

Deixei-lhe o meu contacto caso tivessem alguma dúvida. Essa

amiga liga-me no dia seguinte e pergunta-me: “A senhora faz

trabalhos? Ajude-me por favor! Que tipo de trabalhos faz?”

Respondi com alguma tristeza: “ Quem ajuda não sou eu mas

sim Jesus de Nazaré! Eu não sou bruxa mas filha de Deus.

Por favor arrependam-se de andar por locais que não devem!

Façam uma boa confissão, rezem diariamente pelo menos um

terço Mariano, vão à Missa e peçam com todo o coração

ajuda ao Senhor. Infelizmente a senhora não está a confiar

na ajuda de Deus mas sim, anseia que uma bruxa lhe

apareça no caminho e a ajude...”.

- Um dia visitei uma jovem, com a finalidade de lhe

esclarecer algumas dúvidas, relativamente a umas

perturbações e uma falta de paz que esta sentia. Fui a pedido

da sua mãe – esta uma senhora que conheci num grupo de

oração que eu frequento. De imediato, essa jovem colocou-

me umas fotos à frente como se eu fosse “praticar de

adivinhação”.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Naquele momento senti a tristeza de Jesus... Disse-lhe

que eu não ia adivinhar nada. Esta não depositava confiança

no Senhor mas sim nos médiuns. Fiz-lhe algumas perguntas e

percebi que ela visitava com frequência um homem médium

afirmando ser muito especial.

Aconselhei-a a deixar esse homem e a virar-se para Jesus.

Enviei-lhe também alguns bons vídeos para a esclarecer.

Passaram-se alguns meses e vim a saber que não adiantaram

de nada os meus conselhos. Continua a visitar o tal homem. E

como quer ela ter paz se vai em direção ao precipício?

Continua espiritualmente cega. Rezamos.

- Num dos retiros que costumo participar, ainda a dar os

primeiros passos após a libertação, dei um curto testemunho

de aproximadamente 10 minutos. Alertei para o perigo da

“Nova Era”, dos templos de culto a outros Deuses, recurso a

médiuns, etc. ... No intervalo, uma mulher dirigiu-se a mim e

com os olhos totalmente “vidrados” disse-me: “Preciso falar

consigo... frequento o templo (x) e sei que é Deus que lá está!

A menina onde mora? A menina quer ir lá comigo? Eu faço

questão de lá levá-la! Mora no Porto, mora aqui perto?”.

Graças a Deus que fui desviada por um amigo, desta

abordagem pouco desejável.

- Participei num retiro católico no Brasil, há cerca de 2

anos atrás. No decorrer do mesmo, havia uma jovem que

sempre que lhe era possível, se aproximava de mim e sorria.

Ofereceu-me até um presente.

Num dos dias do retiro, pediu para falar comigo no fim

da Missa e disse-me: “Não sei o que se passa comigo mas

não tenho andado bem. Ando muito angustiada. Hoje ao

comungar, a hóstia ficou entalada na minha garganta. Não

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Aldina Cardeal

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descia...”. Fui fazendo algumas perguntas e não percebi

nada de anormal. Entretanto terminamos a conversa com

uma Ave-Maria. Eu estava com a Bíblia nas mãos e pedi ao

Senhor uma palavra: “Carnes imoladas aos ídolos”. (1 Cor,

8). Perguntei-lhe se tinha frequentado algum terreiro ou

tinha feito algo que não fosse agradável aos olhos de Deus.

No primeiro instante ela negou, mas logo de imediato e

timidamente disse-me que sim. Insistiu que não fez nada de

especial e que apenas acompanhou uma amiga, mais que

uma vez, a um lugar de cultos espíritas. Perguntei-lhe se

estava disposta a nunca mais o fazer e pedir perdão ao

Senhor. Disse-me que sim e foi confessar-se de imediato.

Filmes, novelas e músicas

- Evite assistir a certos filmes e certos programas tais

como novelas, assim como tudo o que incentive ao uso da

magia. Há uns anos atrás, quando a televisão não passava

novelas, nem vivíamos a geração dos telemóveis e da

internet, o nosso povo ainda conservava bons valores

cristãos. Não havia tantos divórcios, tanto recurso a

espiritismo, búzios, a cartas de tarot, etc...

- Esteja atento à música que ouve. Atualmente existem

muitos grupos e cantores consagrados a Satanás. Basta

estarmos atentos à letra e ao tipo de vida dos membros dos

grupos, para percebermos o que está por trás de tanto sucesso.

Quantos inocentes, principalmente jovens, e muitos deles

cristãos, são fãs de grupos satânicos...

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Há pouco tempo atrás, um primo meu católico, tinha

como toque de telemóvel uma música com o seguinte refrão

em inglês: “Eu sou de Satanás!”. Só teve noção do refrão da

música, quando foi avisado... Como este exemplo, há muitos.

Eu sou Jesus

«Estando Jesus sentado no Monte das Oliveiras, os

discípulos aproximaram-se e perguntaram-lhe em particular:

“Diz-nos quando acontecerá tudo isto e qual o sinal da tua

vinda e do fim do mundo”. Jesus respondeu-lhes: “Tomai

cuidado para que ninguém vos desencaminhe. Porque virão

muitos em meu nome, dizendo: “Sou eu o Messias. “E hão-de

enganar muita gente”.» (Mt 24, 3-5)

Queridos amigos, posso parecer um Cd riscado, mas mais

uma vez e com outras palavras peço-vos: se realmente amam

Jesus de Nazaré, tomai cuidado com tantos que atuam em

nome de Jesus, mas não passam de instrumentos conscientes

ou inconscientes de Satanás.

Dizem “de boca cheia” ser Jesus que lhes fala ao coração.

Abraçam toda a gente e são amorosos, mas o certo é que os

seus comportamentos e modos de vida são completamente

opostos aos ensinamentos que nós cristãos recebemos através

da Sagrada Escritura, dos Santos e de uma herança de 2000

anos.

Quando falam de Jesus, mas misturam a astrologia, as

terapias energéticas, as terapias de regressão de vidas

passadas, entre outras, não é Jesus de Nazaré que os move com

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Aldina Cardeal

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toda a certeza.

Satanás não suporta ver Jesus na Cruz, a sangrar pela

salvação das almas, a sangrar por amor à Humanidade. É para

este tão humilhante, que uma das suas “iscas” preferidas para

apanhar os cristãos desprevenidos, é utilizar o símbolo da

cruz mas sem Jesus Cruxificado. (Note-se que não há nada

que impeça os cristãos de também usarmos a cruz sem Jesus

Cruxificado. Não devemos é nunca colocar de parte a cruz

com Jesus Cruxificado).

Tenhamos sempre gravado no nosso coração: “O Sangue

de Jesus tem poder sobre o mal!”

Os Anjos

Cuidado com os Anjos que se apresentam à vossa

frente. Infelizmente há uma grande falta de conhecimento

em relação aos Anjos. Nos anos em que eu estava

espiritualmente cega, também não tinha discernimento para

distinguir os Anjos bons dos Anjos maus. Como há muita

ignorância em relação a estes por parte dos cristãos, é mais

uma excelente “isca”.

Os quiosques estão cheios de revistas supersticiosas

que falam de Anjos. Estas misturam de tudo um pouco.

Associam nomes de Anjos, à nossa data de nascimento, aos

meses do ano, a bruxarias e “encantamentos” etc…etc…

Isto claramente não vem de Deus!

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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A Igreja ensina-nos que cada um de nós tem um Anjo

da Guarda. Este não só nos protege, mas tem a missão

eminentemente espiritual, e com o objetivo de nos levar à

salvação eterna.

Existem hierarquias ou coros de Anjos de Deus, mas

também do mal. Aconselho a lerem o CATECISMO com

atenção, pois este faz muitas referências explícitas aos

Anjos bons e maus. Existem também bons livros católicos

sobre CATEQUESE ANGÉLICA assim como bons

documentos e vídeos na internet, que podem ajudar a

esclarecer.

Descrevo dois casos breves para exemplificar:

- Há uns meses atrás, uma senhora no fim de um retiro

católico, mostrou-me um pequeno caderno com

apontamentos de um curso que tinha iniciado ligado a

“energias”. Ela estava um pouco confusa pois não gostou do

que ouviu no retiro, que era o oposto do que tinha aprendido

no curso. Disse-me que só fizeram e disseram coisas

maravilhosas e ela sentiu-se bem. Falaram do “Arcanjo

Miguel”, de “Cristo”; de mãe “Maria”, etc.; e mais uns

pozinhos de veneno pelo meio.

Para refletirmos: Nós cremos em “São Miguel Arcanjo”;

“Jesus de Nazaré”; “Maria Santíssima” e não em “nomes

pela metade” ou seja, “sem santidade” e sem OBEDIÊNCIA

à Igreja de Cristo.

- Certa altura, uma senhora que frequenta um certo coro

da sua igreja local, enviou uma oração à minha mãe, para ela

fazer todos os dias à hora de deitar. A senhora disse à minha

mãe que depois de fazer essa oração, deveria relaxar pois os

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Aldina Cardeal

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mestres ascensos e os Anjos de luz começariam a trabalhar.

No dia que recebeu a mesma, a minha mãe pediu-me para

abrir a sua caixa postal no meu computador, pois o seu

portátil não estava por perto para ver do que se tratava. A tal

“oração” era aterradora! Eu expliquei à minha mãe que à luz

da fé católica, se invocavam demónios com esta, e

extremamente perigosos! Fiz uma breve pesquisa na internet

para esclarecer a minha mãe, que ficou impressionada com o

que viu.

Falei com a senhora ao telemóvel e tentei explicar-lhe do

que se tratava. Alertei-a também que ao comungar, estava a

ofender a Deus pois praticava algo que era contrário às leis do

Senhor. A senhora considerou-me “ ignorante” e que não

deveria julgar ninguém. Para ela Jesus é apenas mais um

mestre… Peço oração por mais este caso, que eu acredito

representar muitos católicos que alimentam hábitos

semelhantes.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Eu sou de Jesus de Nazaré!

“Finalmente, tornai-vos fortes no Senhor e na sua força

poderosa. Revesti-vos da armadura de Deus, para terdes a

capacidade de vos manterdes de pé contra as maquinações

do diabo. Porque não é contra os seres humanos que temos

de lutar, mas contra os Principados, as Autoridades, os

Dominadores deste mundo das trevas, e contra os espíritos

do mal que estão nos céus. Por isso tomai a armadura de

Deus para que tenhais a capacidade de resistir no dia mau

e, depois de tudo terdes feito, de vos manterdes firmes.

Mantende-vos, portanto, firmes, tendo cingido os vossos

rins com a verdade, vestido a couraça da justiça e calçados

os pés com a prontidão para anunciar o Evangelho da paz;

acima de tudo tomai o escudo da fé, com o qual tereis a

capacidade de apagar todas as setas incendiadas do

maligno. Recebei ainda o capacete da salvação e a Espada

do Espírito, isto é, a palavra de Deus. Servindo-vos de toda

a espécie de orações e preces, orai em todo o tempo no

Espírito; e, para isso, vigiai com toda a perseverança e

com preces por todos os santos.” (Ef 6, 10-18)

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O que posso fazer para viver mais perto de Jesus?

- Viver os mandamentos da lei de Deus. Amar Jesus

Cristo acima de todas as coisas e crer verdadeiramente que

Ele pode curá-lo e libertá-lo;

- Ser humilde e obediente à Santa Igreja Católica;

- Perdoar com todo o coração – não guardar rancores,

mágoas, murmurações e desejos de vingança;

- Ser um verdadeiro cristão. Participar com frequência

dos Sacramentos, principalmente o da Eucaristia e da

Confissão; Frequentar a Missa diariamente é o maior ato de

amor que pode ter por Jesus Cristo;

- Fazer uma primeira confissão geral, ou seja, uma

confissão de toda a sua vida. Existem bons exames de

consciência que podem ajudar. Deve-se confessar o tipo de

pecado – um por um, e o número de vezes que os cometeu -

é muito importante; Manter pelo menos uma confissão

mensal;

- Viver em estado de graça;

- Rezar o terço Mariano diariamente - o ideal seria o

Rosário completo;

- Se sentir necessidade, pode rezar uma oração de cura

e libertação diariamente;

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- Fazer Adoração ao Santíssimo Sacramento sempre

que possível;

- Se com o tempo e com uma conversão sincera, tiver

algum tipo de ataque extraordinário, deve procurar

acompanhamento espiritual por parte de um sacerdote

experiente. Muitas das vezes não acontece nada de muito

grave. Cada caso é particular;

- Tenha fé! Confie sempre na Misericórdia do Senhor.

Independentemente de o seu caso ser grave ou não, ao ficar

curada ou liberta de qualquer mal, não deve NUNCA

MAIS deixar a oração e a caminhada que iniciou. É bom

que nunca se esqueça:

«Quando um espírito maligno sai de um homem,

vagueia por lugares áridos em busca de repouso; e, não o

encontrando, diz: “ Vou voltar para minha casa, de onde

saí.” Ao chegar, encontra-a varrida e arrumada. Vai,

então, e toma consigo outros sete espíritos piores do que

ele, e, entrando, instalam-se ali. E o estado final daquele

homem torna-se pior do que o primeiro.» (Lc 11,24)

Aconselho igualmente:

- Terço da Divina Misericórdia;

- Fazer leituras edificantes – Exemplo: a Bíblia e o

Catecismo da Igreja Católica, assim como vidas de Santos;

- Orações com aprovação eclesiástica são sempre bem-

vindas. Fica ao critério de cada um;

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- Pedir a intercessão dos Santos;

- Fazer uso dos Sacramentais: ter por perto água benta,

sal bento, usar medalhas, imagens, relíquias dos Santos e

cruzes abençoadas. Aconselho a medalha milagrosa de

Nossa Senhora e a medalha de São Bento. São muito

eficazes, se usados com fé;

- Assistir a filmes de Santos, vídeos e documentários;

- Frequentar um grupo de oração católico;

- Sempre que possível, fazer peregrinações a lugares

santos, Vias-Sacras, Procissões, frequentar retiros entre

outros;

- Fazer jejum e penitência;

- Aceitar todas as cruzes por amor;

- Procurar boas companhias e frequentar locais

saudáveis;

- Praticar as obras de Misericórdia corporais e

espirituais;

- Rezar pelas almas do purgatório;

- Consagrar-se a Jesus por meio de Maria, pelo método

de S. Luís Maria Grignion de Montfort;

- Louvar o Senhor em tudo o que faz na sua vida. Cantar

cânticos de louvor, ser alegre, ser amoroso para com todos;

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- Rezar por todos e não esquecer de rezar também pelos

inimigos. Abençoe-os!;

- Tudo o que fizer que seja por amor e não por pura

obrigação ou por atitude “mágica”;

- Desejar a santidade. “Sede perfeitos como vosso pai

celeste é perfeito.” (Mt 5,48)

Se eu seguir estes conselhos à risca, ficarei

imediatamente curado ou liberto?

“As graças que pedimos a Deus na oração devem

referir-se à salvação eterna; e por isso é necessário

advertir que a promessa do Senhor não é para as graças

temporais: estas, quando são úteis à salvação eterna, o

Senhor concede-as a nós e quando não, nega-as a nós”.

Santo Afonso Maria de Ligório, Prática de amar a Jesus

Cristo,VIII,38.

“Tu sabes que coisa desejas, mas só Ele sabe que coisa

precisas”. Santo Agostinho, Serm. 80, 1.

Querido irmão em Cristo, os desígnios de Deus são

insondáveis… O sofrimento leva-o tantas vezes a desejar que

o Senhor resolva todos os seus problemas, se possível, na

hora! Muitas vezes faz tudo na perfeição e não vê o resultado

no tempo desejado. Só Deus sabe porque é que, uns filhos são

logo atendidos nos seus pedidos e outros, demoram anos sem

fim para terem as suas respostas. Seja PACIENTE!

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PERSEVERANTE! CORAJOSO! CONFIANTE! TENHA

FÉ!

Quando a caminhada é longa e extremamente dura, eu

creio firmemente que as graças alcançadas são

inimagináveis aos nossos olhos! Por isso, caro irmão,

nunca duvide da Misericórdia de Deus! Louve o Senhor em

todas as circunstâncias!

Quando estiver em desespero, convido a olhar para uma

imagem de Jesus cruxificado. Ele deu a Sua vida por nós,

até à última gota de sangue…

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Apelo aos Bispos, Sacerdotes, Religiosos e

Religiosas

Muito obrigada pelo tempo que dispensaram nesta

leitura. A experiência que vivi foi extraordinária e

literalmente infernal. No entanto, nestes últimos anos,

tenho conhecido muitos casos semelhantes ao meu, e

alguns até bem mais difíceis de resolver. Atualmente

conheço pessoalmente, irmãos em Cristo, que foram

durante anos sujeitos a exorcismos maiores. Alguns ainda

continuam no caminho da libertação.

Como fui descrevendo ao longo deste livro, nos anos

em que andei desviada dos caminhos do Senhor, a maior

parte das pessoas que conheci nos locais descritos no livro,

eram católicas.

Facilmente podemos deduzir que muitos recorrem a

estes locais por ignorância, curiosidade, doenças físicas

entre outras causas, mas uma grande parte sofrem de facto,

obsessões, possessões e vexações diabólicas.

Muitos lamentaram-se de não terem encontrado refúgio

na sua Igreja, a casa de Deus Pai, quando mais precisaram.

Quantos católicos já foram e continuam a ser

ridicularizados pelos seus sacerdotes: “Fui pedir ajuda ao

Padre e ele disse-me para não ligar a isso. O demónio não

existe, disse-me o padre. É tudo fruto da nossa imaginação

ou de algum distúrbio psicológico... E agora? O que fazer?

Enlouqueço ou procuro outra solução?”. Imagino que por

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vezes o discernimento não seja fácil, mas diz-nos o Senhor:

“Em verdade vos digo: sempre que deixastes de fazer

isto a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de

fazer.” (Mt 25, 45)

Queridos Bispos, Sacerdotes, Religiosos e Religiosas, é

Cristo que vemos em cada um de vós. Faço um apelo à

vossa intervenção mais do que nunca!

A cada dia que passa perdem-se milhares de almas

nestas “teias de aranha”. É angustiante perceber que

Satanás tem brincado com os filhos de Deus, manipulando

as nossas mentes e fazendo crer que ele não existe. E nestes

tempos mais do que nunca…

O que se passa com os cristãos? Têm uma fé “infantil”?

Já não sabem distinguir o bem do mal? Vive-se ao sabor

das “tendências do mundo” pois como se ouve por aí: “ Os

tempos são outros e precisamos de inovar!”.

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Levar Jesus aos outros através do nosso testemunho

Dia 05 de Abril de 2012 – quinta-feira Santa – estava em

adoração ao Santíssimo Sacramento, num Cerco de Jericó,

quando o Pe. Duarte Sousa Lara me pediu para gravar um

breve vídeo naquele dia. Disse-me para não temer pois Jesus

Cristo podia utilizá-lo para ajudar mais almas. Assim foi

filmado o primeiro testemunho, e dado a conhecer logo no dia

seguinte, sexta-feira Santa. A partir daí foram surgindo outros

pedidos – grupos de oração, jornais, revistas, etc. Após

discernimento e oração, alguns foram-se concretizando.

Vou conhecendo várias pessoas tocadas por Jesus através

destas publicações.

Descrevo alguns episódios, de pessoas que vou

encontrando ao longo desta caminhada e, de como Deus pode

fazer maravilhas com um “sim” nosso. Mas que alegria

podermos ser instrumentos do Senhor para os outros... Deus

seja Louvado! Não há nada que me faça tão feliz como estar

perto de Jesus de Nazaré e lutar com Ele, pela salvação das

almas.

Depois de Jesus Cristo me libertar e dar-Se a conhecer a

esta “ovelha” que andava perdida, que vontade tenho de

chegar aos quatro cantos do mundo e gritar bem alto: “É por

aqui! Jesus está vivo! Abram o vosso coração! Peçam a Deus

ajuda para que Ele também vos liberte e cure da cegueira

enquanto é tempo! Não desperdicem as graças!”

Mensagem de uma amiga, que me foi próxima durante

alguns anos e que reencontrei quatro anos depois do meu

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Aldina Cardeal

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encontro com Jesus. Enviei-lhe um dos vídeos com o

testemunho da minha aproximação ao Senhor. Eis o seu

comentário: «Já vi o teu testemunho. Arrepiei-me e as

lágrimas surgiram. Ainda me lembro das noitadas que fazias,

das tuas saídas à noite de forma contínua, como a procurar

algo que não sabias bem o quê... Precisavas de andar

sempre... Já na altura, sem saberes o porquê, sentias um

certo vazio mesmo estando rodeada de muitas pessoas. Fico

muito feliz que te tenhas encontrado, que tenhas conseguido

uma razão para a tua existência. Nestes últimos anos também

tenho uma relação com Jesus muito mais profunda. De uma

maneira ou de outra, passei a falar mais com Ele. Fica bem!

Até breve. Beijinhos.»

Há cerca de um ano atrás, encontrei-me casualmente com

um amigo e colega de curso, que já não via há anos. Enviei-

lhe entretanto um dos vídeos do testemunho por correio

eletrónico. O Senhor tocou-o de tal modo, que o levou a

aproximar-se mais da Igreja ao qual andava afastado. Hoje

em dia é também catequista.

Conheço igualmente várias pessoas que vivem pesadelos

semelhantes ao que eu vivi e que, através do testemunho,

passaram a ter esperança na sua libertação. Querido irmão,

faço questão de sublinhar mais uma vez, que, para ser curado

e liberto, é necessário selar até a mais pequena “fissura” que

dá entrada ao mal. Ou seja, deve viver em estado de graça. Se

isso já acontece, seja perseverante e caminhe pela estrada

estreita, sempre bem perto de Jesus. Deus pode levar meses

ou anos a curar e libertar. As razões só Ele as saberá.

Transforme a dor que sente, em amor e aspire à santidade!

Coragem!

Uma certa altura, já em 2014, encontrava-me em Lamego,

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na Casa de S. José, quando nos visitou uma senhora com

problemas espirituais. Ao dirigir-se à capela, sentiu como que

uma mão que saía do Sacrário e a puxou. Teve de imediato

reações muito violentas. Aproximei-me dela, e logo após ter

terminado o ataque, olhou para mim e disse-me: “ É a Aldina!

Li o seu testemunho numa revista e nesse instante, percebi

que eu necessitava da ajuda de Deus. Desejei tanto encontrá-

la pois deu-me coragem para lutar contra o mal... Não sei o

que se passa comigo mas estou sem forças (...). Ajudem-me

por favor!”. Ela estava de facto muito mal e graças a Deus, já

está a ser ajudada por Jesus. Está no caminho da libertação.

Senhor aguardamos a Tua segunda vinda!

Senhor peço com todo o coração, proteção para todos

nós, contra os encantamentos da antiga serpente. Peço que

nos guies e fortaleças para que possamos ser firmes

testemunhas da Tua infinita Misericórdia, nestes tempos de

grande confusão e tribulação. Peço que nos enchas dos

dons do Espírito Santo. Que nos cures e libertes de todos as

doenças do corpo e da alma. Que sejamos curados de toda a

ansiedade, tristeza ou perturbação. Que o Senhor cure nos

nossos corações, todas as feridas que nele encontrar.

Permite-nos ser soldados Teus neste combate, onde até

alguns escolhidos estão a ser desviados.

Aguardamos a Tua segunda vinda tal como nos

prometes na Sagrada Escritura. Vem Senhor Jesus!

“Mas nesses dias, depois daquela aflição, o Sol vai

escurecer-se e a Lua não dará a sua claridade, as estrelas

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cairão do céu e as forças que estão no céu serão abaladas.

Então, verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens

com grande poder e glória. Ele enviará os seus anjos e

reunirá os seus eleitos dos quatro ventos, da extremidade

da terra à extremidade do céu.» (Mc 13, 24-27)

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Orações:

Oração de libertação: www.santidade.net – orações.

«Fiéis aos ensinamentos do Salvador ousamos dizer: Pai-

nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome,

venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa Vontade assim na

terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje,

perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a

quem nos tem ofendido e não nos deixeis cair em tentação

mas livrai-nos do mal. Livrai-nos de todo mal e de toda a

perturbação diabólica, Vós que pela morte e ressurreição de

Jesus Cristo, vosso amado Filho, nos libertastes do poder das

trevas e da morte e nos transferiste para o vosso Reino de luz

e santidade, libertai agora este nosso irmão N. de todo o

domínio e ligação com satanás e os seus anjos. Libertai-o de

todas as forças do mal, esmagai-as, destrui-as, para que o N.

possa ficar bom e viver segundo a vossa santíssima Vontade.

Libertai-o de todos os malefícios, das bruxarias, da magia

negra, das missas negras, dos feitiços, das maldições, do mau-

olhado, dos ritos satânicos, dos cultos satânicos, das

consagrações a satanás. Destrui qualquer ligação com satanás

e com todas as pessoas ligadas a satanás, vivas ou defuntas.

Libertai-o de toda a infestação diabólica, de toda a possessão

diabólica, de toda a obsessão diabólica, e de tudo aquilo que é

pecado ou consequência do pecado. Destrui todos estes males

no inferno para que nunca mais atormentem o N. nem

nenhuma outra criatura no mundo. Deus Pai todo-poderoso,

peço-Vos, em nome de Jesus Cristo Salvador e pela

intercessão da Virgem Imaculada que ordeneis a todos os

espíritos imundos, a todas as presenças que atormentam o N.,

a deixá-lo imediatamente, a deixá-lo definitivamente e a ir

para o inferno eterno, encadeados por São Miguel Arcanjo,

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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por São Gabriel, por São Rafael, pelos nossos Anjos da

Guarda, esmagados debaixo do calcanhar da Santíssima

Virgem Maria nossa Mãe Imaculada. Vós que criastes o

homem à vossa imagem e semelhança na santidade e na

justiça, e depois do pecado não o abandonastes, antes com

sábia providência cuidastes da sua salvação pelo mistério da

encarnação, paixão, morte e ressurreição do vosso muito

amado Filho, salvai este vosso servo e libertai-o do mal e da

escravidão do inimigo; afastai dele o espírito de mentira,

soberba, luxúria, avareza, ira, inveja, gula, preguiça e de toda

a espécie de maldade. Recebei-o no vosso Reino, abri o seu

coração para entender o vosso Evangelho, para que viva

sempre como filho da luz, dê testemunho da verdade e

pratique obras de caridade segundo os vossos mandamentos.

Com o sopro da Vossa boca expulsai, Senhor, os espíritos

malignos: ordenai que se retirem porque chegou o Vosso

Reino.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus

convosco na unidade do Espírito Santo.

R. Ámen.

O Senhor te livre de todo o mal, em nome do Pai, e do

Filho e do Espírito Santo.

R. Ámen.

Bendigamos ao Senhor.

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Aldina Cardeal

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Alma de Cristo – Oração de Santo Inácio de Loyola

Alma de Cristo, santificai-me. Corpo de Cristo, salvai-

me. Sangue de Cristo, inebriai-me. Água do lado de Cristo,

lavai-me Paixão de Cristo, confortai-me. Ó bom Jesus, ouvi-

me. Dentro das Vossas chagas, escondei-me. Não permitais

que eu me separe de Vós. Do inimigo maligno defendei-me.

Na hora da minha morte, chamai-me. Mandai-me ir para Vós,

Para que Vos louve com os Vossos Santos, pelos séculos dos

séculos. Ámen.

Oração a S. Miguel Arcanjo

São Miguel Arcanjo defendei-nos neste combate, sede o

nosso auxílio contra as maldades e as ciladas do demónio.

Instante e humildemente vos pedimos que Deus sobre ele

impere. E vós, Príncipe da Milícia Celeste, com esse poder

divino, precipitai no inferno a Satanás e aos outros espíritos

malignos que vagueiam pelo mundo para perdição das almas.

Ámen.

Pelas almas do purgatório – Oração de Santa Gertrudes

Eterno Pai, Ofereço-Vos o Preciosíssimo Sangue do

Vosso Divino Filho Jesus, em união com todas as Missas que

hoje são celebradas em todo o mundo; por todas as Santas

almas do purgatório, pelos pecadores de todos os lugares,

pelos pecadores de toda a Igreja, pelos da minha casa e de

meus vizinhos. Amém.

(Jesus prometeu à Santa Gertrudes que salvaria mil almas do

purgatório, cada vez que cada pessoa, rezar com fervor esta Oração).

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Jesus de Nazaré resgatou-me

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Augusta Rainha dos Céus

Augusta Rainha dos Céus, Soberana Mestra dos Anjos,

Vós que, desde o princípio, recebestes de Deus o poder e a

missão de esmagar a cabeça de Satanás, nós Vos pedimos

humildemente, enviai as legiões celestes para que, sob as

Vossas ordens e por meio do Vosso poder, persigam os

demónios, os combatam em todo o lugar, reprimam a sua

audácia, repelindo-os para o abismo profundo. Quem é como

Deus? Ó boa e terna Mãe, vós sereis, para sempre, o nosso

Amor e a nossa esperança. Ó Divina Mãe, enviai os Santos

Anjos para nos defender e afastar para longe de nós o inimigo

cruel. Santos Anjos e Arcanjos, defendei-nos e guardai-nos.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, ao Deus que

é, que era e que vem, pelos séculos dos séculos. Ámen.

(Oração ditada por Nossa Senhora ao Padre Cestac, no dia 13 de

Janeiro de 1864. Indulgenciada pelo Papa Pio X a 8 de Julho de 1908.)

Pai Nosso;

Avé Maria;

Credo;

Salvé Rainha.

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Aldina Cardeal

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Bibliografia recomendada:

Bíblia Sagrada;

Catecismo da Igreja Católica;

YOUCAT;

DIAS, João Silva – Mãos que curam; Indugráfica, Lda.

ISBN: 978-989-20-4500-9.

LARA, Duarte Sousa – Deus está a salvar-me e a libertar-

me de todo o mal. Lucerna, Cascais: Princípia Editora, 1ª

edição: Novembro de 2014. ISBN 978-989-8516-93-0.

Bibliografia escrita por sacerdotes exorcistas: Pe. Gabriele

Amorth, Pe. Francesco Bamonte e Pe. José Antonio Fortea.

NERES, Alfredo Ribeiro – Dou-vos poder sobre todas as

forças do mal. Lisboa: Edições Pneuma, 2ª edição: Janeiro

de 2015. ISBN: 978 – 972 – 98875 – 8 – 1.

Web:

santidade.net;

sadrepauloricardo.org

senzapagare.blogspot.it;

santuario-fatima.pt;

cancaonova.pt;

rccporto.com

pneuma-rc.pt

evangelhoquotidiano.org

w2.vatican.va

zenit.org/pt;

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Jesus de Nazaré resgatou-me

122

agencia.ecclesia.pt

final-age.net

religionenlibertad.com.

pt.aleteia.org/

Artigos: Exame de consciência para adultos e para

jovens: www.santidade.net/folhetos.

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ÍNDICE

Prefácio 7

Introdução 9

A tua fé te salvou 11 A Misericórdia de Deus 13

Não interrogar espíritos ou adivinhos - “Pai estás bem?” 17

A curiosidade pode matar 19

Complicações 22

Cocktail de teorias espirituais 26

Contra factos não há argumentos 27

A vida é minha e faço dela o que bem entender 28

Cegueira espiritual 30

Não sabia ler os sinais 32

Continuei a “chafurdar” na lama 33

A Aldina tem muita luz e gostávamos que trabalhasse cá, na “casa do pai”

39

Aos 33 anos, o cerco fechou 45

Sentia uma aflição de morte 48

Deus escreve certo por linhas tortas 49

Ovelha perdida 51

“Entrego-te o Meu Sagrado Coração” 53

E a luta começou 55

Eu e uma legião de demónios 56

Senhor, Misericórdia! 58

Preciso da ajuda de um sacerdote exorcista 59

Onde me devo dirigir para ser ajudada por Jesus? 60

Uma luz ao fundo do túnel 62 Coragem Aldina… Psiquiatra não me parece 64

Tudo fazia crer que já não tinha saída 66

Mais uma cilada 68

Vou morrer! 70

Pesquisa na internet, na esperança de encontrar um exorcista católico

em Portugal 71

Fé 72

Sim, farei tudo o que o Senhor me pedir 74

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Trabalho de casa 75

Renovação das promessas batismais 77

Estava no caminho certo 78

Uma vida nova, um coração novo 81

Alguns conselhos: Tenha fé! Seja humilde, obediente e desintoxique-

se! 83

Cuidado com os falsos profetas 86

Nem todas as leituras nos fazem bem 89

Prudência com visões e inspirações 91

Poucos estão dispostos a cortar o mal pela raiz 91 Descrevo alguns casos 93

Filmes, novelas e músicas 97

Eu sou Jesus 98

Os Anjos 99

Eu sou de Jesus de Nazaré! 102

O que posso fazer para viver mais perto de Jesus? 103

Aconselho igualmente 104

Se eu seguir estes conselhos à risca, ficarei imediatamente curado ou

liberto?

106

Apelo aos Bispos, Sacerdotes, Religiosos e Religiosas 108

Levar Jesus aos outros através do nosso testemunho 110 Senhor, aguardamos a Tua segunda vinda! 112

Anexos: 115

Oração de libertação 117

Alma de Cristo – Oração de Santo Inácio de Loyola 119

Oração a S. Miguel Arcanjo 119

Pelas almas do Purgatório – Oração de Santa Gertrudes 119

Augusta Rainha dos Céus 120

Bibliografia recomendada 121

Índice 123

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