Vamos Hackear o Pensamento Computacional€¦ · ¹ Pesquisadores do GEC (Grupo de Pesquisa em...

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Vamos Hackear oPensamentoComputacional

Fernando Paiva, Pietro Bompet e Emilayne Corlett

Autores

Fernando Paiva¹

Professor de Computação formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

¹ Pesquisadores do GEC (Grupo de Pesquisa em Educação, Comunicação e Tecnologias) da UFBA.² Pesquisador do Onda Digital - Grupo de Pesquisa e Extensão em Informática, Educação e Sociedade da UFBA,

Pietro Bompet¹ ²

Professor de Computação [em Formação] pela Universidade

Federal da Bahia (UFBA)

Emilayne Corlett

Professora de Computação formada

pela UFPB. Mestranda do PGCOMP

(UFBA)

Autores

“Vou aprender a ler, pra ensinar os meu camaradasTrecho da Canção Yayá Massemba Intérprete: Maria Bethânia - CD Brasileirinho, 2003 Compositores: José Capinam e Roberto Mendes

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Reflexões sobre o Ensino de Computação para Escolares

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Até quando, nós professores, continuaremos a tratar nossos educandos presentes em qualquer ambiente de aprendizagem, sejam eles crianças, adolescentes e/ou adultos, como uma “folha em branco”?

Até quando vamos continuar assumindo apenas o papel de “instrutores”, divididos/separados por “disciplinas” colocadas em uma “grade curricular” querendo um “pedaço” para tachar seus “carimbos”?

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Enquanto componente curricular, o docente responsável, o professor de Computação, necessita se posicionar a partir de práticas pedagógicas, respeitando os sujeitos e os currículos presentes nas diversas modalidades de ensino, diferentemente da “execução” de práticas expositivas provenientes de “tutoriais” e “sequências de execução de tarefas pré-moldadas”

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Esse modelo de “execução” e “tutoriais” dão ênfase a uma prática de estímulo e resposta que abandona as potencialidades dos educandos. Logo, os sujeitos escolares, desde o agente de portaria até o gestor escolar, quando não se atentam ao cerne das suas práticas pedagógicas, esquecem que o ambiente escolar têm como princípio contribuir para o desenvolvimento crítico e reflexivo dos seres humanos.

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Necessitamos nos posicionar contra a lógica de ensinar e aprender Computação quando se têm por mediação apenas o uso dos computadores. A inquietação posta aqui busca inverter a direção das forças, de modo que os sujeitos presentes nos ambientes educativos possuam participação ativa, assumindo uma postura hacker no processo de aprendizagem.

Na busca por compreender essa postura hacker para além do senso comum, nos deparamos com o prólogo da obra¹, apresenta o hacker como sendo um “especialista ou um entusiasta de qualquer tipo que pode ou não dedicar-se a computação”.

O autor da obra nos alerta para não confundirmos com os crackers, “aqueles que possuem o objetivo de criar um vírus e invadir outros sistemas” (HIMANEM, 2001, p. 08).

9“A Ética Hacker” de 2001 de Pekka Himanen, sendo o prólogo escrito por Linus Torvalds

o ensino de Computação está centralizado no uso dos artefatos tecnológicos e não nas ações, movimentos e interações para o desenvolvimento deles, sobrepondo-se a relação entre os sujeitos 10

Fig. 1. Relações de Interação. Fonte: Elaborado pelos autores utilizando ícones disponíveis no Flaticon

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É perceptível o crescimento de pesquisas com objetivos de introduzir a Computação e a Informática, por meio do pensamento computacional, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior como um componente curricular ou uma ação, seja ela pontual ou transversal.

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Ações de implementação do pensamento computacional na Educação Básica

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Ações de implementação do pensamento computacional na Educação Básica

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Ações de implementação do pensamento computacional na Educação Básica

Ações de implementação do pensamento computacional na Educação Básica

Soluções para o ensino de Computação que estão sendo implementadas no EUA 16

Ações de implementação do pensamento computacional na Educação Básica

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A natureza de ações envolvem o uso massivo dos recursos computacionais, como tablets, smartphones e computadores, condicionam a forma de ensinar e aprender Computação e causam uma ilusão para aqueles que não compreendem que a Computação precisa ser ensinada para além das máquinas.

³ Jeannette M. Wing, Dan Stanzione: Progress in computational thinking, and expanding the HPC community. ACM 59(7): 10-11 (2016) 18

“Lançar computadores na sala de aula não é a maneira mais eficaz de ensinar conceitos de Computação.”³ (WING, 2016)

Computação Desplugada

2011 -

1998 – Surgimento no EUA

2008 – popularização no EUA

2014 – popularização no Brasil

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Atividade Desplugada desenvolvida pelo Onda Digital 21

Pensamento Computacional (Computational Thinking)!

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⁴ Denning, P.J. The profession of IT beyond computational thinking. Commun. ACM 52, 6 (June 2009), 28–30. 23

Denning (2009) explica que a idéia de pensamento computacional esteve presente desde os anos 50 e 60 "como pensamento algorítmico"⁴, referindo-se especificamente ao uso de uma sequência ordenada e precisa de etapas para resolver problemas e (quando apropriado) um computador para automatizar esse processo.

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As Ondas da Computação

O interesse aumentou vertiginosamente. O número de aplicativos, sites e plataformas com o objetivo de ensinar Computação tendem a aumentar. Com isso cresce o interesse das grandes empresas.

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Google Trends Topics

Será que o objetivo das grandes

empresas é ensinar Computação para as

crianças?

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Em seu trabalho ele explica avidamente o uso dos computadores como instrumento de

aprendizagem, contribuindo na criatividade, inovação e no pensamento computacional.

Precursor: Seymour PapertProfessor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts: MIT

27

Esse “pensamento computacional” muitas vezes é explicado como sendo um pensamento procedural.

Início da ideia que se deve ensinar crianças a programar computadores.

Precursor: Seymour Papert

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Autor da linguagem

LOGO.

Precursor: Seymour Papert

A ideia é que as crianças continuem aprendendo cada vez mais ao explorarem o “poder” das máquinas a partir de uma abordagem construtivista inspirada e fundamentada no trabalho de Piaget.

“O conhecimento não está nem no sujeito nem no objeto, mas decorre das interações entre um e outro” (Piaget, 1975)⁶.

29

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Cog

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⁶ Piaget, J. A Equilibração das estruturas cognitivas: problema central do desenvolvimento. 1ª ed. 1975. trad. M. M. dos S. Penna. Rio de Janeiro, Zahar, 1976.

O que Papert diz especificamente sobre Computational Thinking ?

O termo "computational thinking" aparece no livro Mindstorms (1980), mas sem elaboração. Uma exposição detalhada da ideia está em seu artigo de 1996 intitulado:

30Pouco explorado!

Contemporânea: Jeannette Wing

Professora do Carnegie Mellon UniversityFormação: Engenharia Elétrica e Ciência da Computação no MIT em 1979

31

Contemporânea: Jeannette Wing

32

●- Jeannette M. Wing: Computational thinking. Commun. ACM 49(3): 33-35

(2006)

●- Peter B. Henderson, Thomas J. Cortina, Jeannette M. Wing: Computational thinking. SIGCSE 2007: 195-196

●- Jeannette M. Wing: Computational thinking and thinking about computing.

IPDPS 2008: 1

- Jeannette M. Wing: Five deep questions in computing. Commun. ACM

51(1): 58-60 (2008)

●- Jeannette M. Wing: Computational thinking. VL/HCC 2011: 3

●- Jeannette M. Wing, Dan Stanzione: Progress in computational thinking, and expanding the HPC community. ACM 59(7): 10-11

Fonte: http://dblp2.uni-trier.de/pers/hd/w/Wing:Jeannette_M=

Contemporânea: Jeannette Wing

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“Pensar como um cientista da computação significa mais do que ser capaz de programar um computador” (2006)

⁷ Jeannette M. Wing: Computational thinking. Commun. ACM 49(3): 33-35 (2006) 34

“O computational thinking é um conjunto de habilidades intelectuais e de raciocínio que indicam como as pessoas interagem e aprendem a pensar por meio da linguagem computacional. Portando, sendo uma grande visão para orientar os educadores de ciência da computação e pesquisadores” (WING, 2006)⁷.

Quais habilidades

estão envolvidas?

Quais são os benefícios?

Qual é a importância?

3535

● Algoritmos

Quais habilidades estão envolvidas?

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● Abstração

● Composição e decomposição

Quais habilidades estão envolvidas?

?

37

● Reconhecimento de padrões

Outros:

● Dedutivo● Analítico● Heurístico● Lógico● Automação● Redução● Transformação● Simulação● Depuração

Quais habilidades estão envolvidas?

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Benefícios dos Raciocínios Computacionais (RCs)

●●

●39

40Com base no relatório na Society for Techonology in Education - ISTE e na Computer Science Teachers Association - CSTA

Benefícios dos Raciocínios Computacionais (RCs)

41Com base no relatório na Society for Techonology in Education - ISTE e na Computer Science Teachers Association - CSTA

••

Importância dos Raciocínios Computacionais (RCs)

42Com base na Society for Techonology in Education - ISTE e na Computer Science Teachers Association - CSTA

Principais Características dos RCs

Considerações de como Hackear o Pensamento Computacional

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Necessitamos ressignificar o processo de aprender, avaliar e ensinar Computação para escolares, a partir de uma linguagem computacional que estimule uma postura hacker. O desenvolvimento do pensamento computacional, proposto aqui, deve ser articulado por meio de um processo de alfabetização e letramento computacional, a partir de uma aprendizagem híbrida, recontextualizada e significativa.

⁸ Termo proposto por Ismar Frango, no artigo “A ‘multiplurintertransdisciplinaridade’ da Informática na Educação” na 31ª edição da Revista Computação Brasil - Sociedade Brasileira de Computação. p. 40-46, 2016.

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A aquisição dessa nova linguagem, estabelece-se-á como um saber de forma multiplurintertransdisciplinar⁸ e desenvolvida por um profissional habilitado, como o Professor de Computação - egresso dos cursos de Licenciatura em Computação. Essa linguagem necessita potencializar e fazer sentido para a vida dos sujeitos envolvidos nos diversos ambientes educativos.

⁹ Jeannette M. Wing, Dan Stanzione: Progress in computational thinking, and expanding the HPC community. ACM 59(7): 10-11 (2016)

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“Persistem desafios práticos e oportunidades de pesquisa. O principal desafio prática é que não temos professores do K-12 treinados para ensinar ciência da computação aos estudantes da K-12. Estou otimista de que, ao longo do tempo, vamos resolver”

(WING e STANZIONE, 2016)⁹.

Ensinar Computação é o Campo de Prática do Professor de Computação

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48

A escola, enquanto ambiente educativo, “precisa passar a se constituir em um ecossistema pedagógico de produção de culturas e conhecimentos e não ser um mero espaço de consumo de informações” (PRETTO, 2013, p. 31).

49PRETTO, N. D. L. Educação, culturas, e hackers: escritos e reflexões. Salvador: EDUFBA, 2017.

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Agradecimentos

Vamos Hackear oPensamentoComputacional

Fernando Paiva, Pietro Bompet e Emilayne Corlett

Obrigado!