USO DE REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA DE … · 6 RESUMO Este trabalho visa contribuir para a...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

USO DE REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA DE

APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA

CÁSSIA FERNANDES ROCHA REIS

CUIABÁ – MT

2011

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

USO DE REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA DE

APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA

CÁSSIA FERNANDES ROCHA REIS

Orientador: Prof. Dr. Mauricio Fernando Lima Pereira

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Informática na Educação –

Modalidade a Distância – do Instituto de

Computação da Universidade Federal de Mato

Grosso, em parceria com a Universidade

Aberta do Brasil, como requisito para

conclusão do Curso de Pós-graduação Lato

Sensu em Informática na Educação.

CUIABÁ – MT

2011

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

3

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE COMPUTAÇÃO

ESPECIALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

TÍTULO: USO DE REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA

DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA

AUTOR: CÁSSIA FERNANDES ROCHA REIS

Aprovada em 14/07/2011

______________________________________

Prof. Dr. Mauricio Fernando Lima Pereira

IC/UFMT

(Orientador)

______________________________________

Prof. Dr. Jesus Franco Bueno

IC/UFMT

______________________________________

Prof. Msc. Nielsen Cassiano Simões

IC/UFMT

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta a meus filhos Pedro Henrique, Gabriela e Isabella que se fazem

presentes em todos os momentos de minha vida, são eles que me compreenderam

quando achei que tudo daria errado e sempre me fizeram saber levantar e acreditar que

tudo da certo, é por eles que faço o que faço. Quero também lembrar aqui as mulheres

mais presentes em minha vida, minha mãe que do seu modo sabe expressar que confia

em mim e sempre me apoiou e minha querida avó paterna que sempre está dizendo que

o estudo é a herança perpétua em nossa vida. Ao meu eterno enamorado Marcos

Vinicius qual tem me compreendido e apoiado nessa profissão de educadora, a qual nos

faz transitar por várias faces.

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus sobre todas as coisas, o qual tem iluminado meu caminho por

todas as esferas da vida.

Agradeço a minha querida tutora presencial deste curso Jacqueline Cruz que se

fez presente nos momentos de fúria e desistências, onde nesta a mesma não me

permitiu. Além de tutora foi amiga e orientadora na finalização deste.

Agradeço a Escola Estadual Arlindo Estilac Leal, enfim a todos os

funcionários que contribuíram para a reflexão e realização do projeto em especial ao

técnico de laboratório João Vitor Andrade, qual auxiliou e se fez presente em todas as

aulas do projeto. Aos amigos quais sempre estão do meu lado, Diacui, Chero, Olivia,

Gê, Jô, Ni, entre outros que agora no momento de redação posso ter esquecido.

6

RESUMO

Este trabalho visa contribuir para a educação de língua estrangeira com o uso e a

exploração do software busuu.com introduzido nas redes sociais da Internet. Através

dele, pode-se facilitar o aprendizado da língua inglesa através da socialização de saberes

que, em virtude do ciberespaço potencializar os atos de interação lúdica, verbal, oral e

escrita como tecnologia intelectual nas redes sociais. Com isso busca-se lançar um olhar

sobre estas redes virtuais como espaços de construção, produção e educação no campo

das TICs. Para a operacionalização do trabalho foi realizada a inserção dos educandos

da Escola Estadual Arlindo Estilac Leal no meio tecnológico e no software explorado

como modo de aprendizagem com o objetivo de analisar as redes sociais e suas

possibilidades de uso em educação.

Palavras-chave: redes sociais, busuu.com, aprendizagem

7

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA .......................................................................................................................................... 4

AGRADECIMENTOS ................................................................................................................................ 5

RESUMO .................................................................................................................................................... 6

SUMÁRIO ................................................................................................................................................... 7

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................. 8

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 9

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................ 13

2.1. USO DO COMPUTADOR NO ENSINO DE LÍNGUAS ....................................................... 13

2.2. O SITE BUSUU .......................................................................................................................... 16

3 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................. 19

3.1 O MÉTODO EXERCITADO ........................................................................................................ 19

3.2 COLETA DE DADOS .................................................................................................................... 20

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO ............................................................................................................ 22

5 CONCLUSÕES .............................................................................................................................. 30

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 31

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Aluna participante da pesquisa. Nova Xavantina, 2011. .............................. 22

Figura 2 – Gráfico com a relação de alunos pesquisados que possuíam e não possuíam

e-mail. Nova Xavantina, 2011. ....................................................................................... 23

Figura 3 – Gráfico apresentando a porcentagem de alunos pesquisados que possuem ou

não acesso à internet. Nova Xavantina, 2011. ................................................................ 24

Figura 4 – Página que apresenta o site Busuu. ............................................................... 25

Figura 5 - Vocábulos a serem aprendidos no site busuu. ............................................... 26

Figura 6 – Apresentação dos vocábulos representados por frutas. ................................. 26

Figura 7 – Representação do nível de aprendizagem da aluna Fernanda ....................... 27

Figura 8 – Representação do nível de aprendizagem do aluno Gino ............................. 28

Figura 9 – Atividades realizadas do aluno Gino Tsereuo ............................................... 28

Figura 10- Atividades realizadas da aluna Fernanda ...................................................... 29

9

1 INTRODUÇÃO

É difícil prever o futuro, porque ele não se desenvolve linearmente. Na

educação, contudo, é mais fácil antecipar algumas perspectivas. A educação será cada

vez mais importante para as pessoas, corporações, países e para o mundo como um

todo. Com as tecnologias cada vez mais rápidas e integradas, o conceito de presença e

distância se altera profundamente e as formas de ensinar e aprender também. (MORAN,

2003)

A expressão comunidade virtual passa a ser popularizada através do trabalho do

jornalista americano Rheingold (1996) e serve para designar grupos de pessoas que se

relacionam no ciberespaço através de laços sociais, onde hajam interesses

compartilhados, sentimento de comunidade e perenidade nas relações. O autor espanhol

Castells (1999) diz que a comunidade virtual é como uma rede eletrônica de

comunicação interativa autodefinida, organizada em torno de um interesse ou finalidade

compartilhado, embora algumas vezes a própria comunicação se transforme no

objetivo.

A formação de redes de interação vem atingindo as mais diversas esferas e

campos de conhecimento, desde o plano econômico, científico, cultural em especial a

educação de crianças e jovens. Apesar de uma grande massa não fazer parte desse

mundo digital, o número de conectados cresce a cada dia e a participação em

comunidades virtuais tem se tornado um hábito no cotidiano dos internautas.

No ritmo da mudança tecnológica e científica em que vivemos ninguém pode

prever quais os conhecimentos específicos que os cidadãos precisarão dominar dentro

de 10 ou 15 anos para poder enfrentar as demandas sociais que lhes sejam colocadas.

(Pozo e Postigo, 2000). Nesse aspecto, a experiência pedagógica do professor é

fundamental. Conhecendo as técnicas de informática para a realização dessas atividades

e sabendo o que significa construir conhecimento, o professor deve indagar se o uso do

computador está ou não contribuindo para a construção de novos conhecimentos

10

(BRASIL, 2005). Roberto Macedo utiliza uma metáfora para descrever a nova realidade

profissional: "no mundo do trabalho navegamos, como um surfista, com a nossa

competência como tal, mais a prancha, diploma ou profissão que escolhemos. Não

temos, contudo, controle sobre as ondas de oportunidades que surgirão, nem mesmo se

elas virão na praia profissional escolhida. Especular sobre as profissões do futuro é

como teorizar sobre as ondas que virão. O correto é estar preparado para enfrentá-las,

independentemente de suas características”.

Segundo Araújo (2007), as práticas de linguagens desenvolvidas na Web,

deve ser vista como um elemento ampliador das possibilidades de uso da língua, e não

como uma ameaça à própria língua ou aos professores. As facilidades técnicas

oferecidas pelos computadores possibilitam a exploração de um leque ilimitado de

ações pedagógicas, permitindo uma ampla diversidade de atividades que professores e

alunos podem realizar (BRASIL, 1999). Possenti (2006) afirma que “escrever „no

computador‟, especialmente se online, é certamente um fator que induz a inovações,

seja pela velocidade que deseja imprimir à escrita, seja por eventuais limitações do

teclado”.

Onde atualmente se vê a possibilidade de trabalhar com os educandos prendendo

a atenção dos mesmos, uma vez que eles “adoram‟ as novas tecnologias incluindo as de

rede sociais. Gouvêa (1999) relata que o educador “precisa apropriar-se desta tecnologia

e introduzi-la na sala de aula, no seu dia-a-dia, da mesma forma que um professor, que

um dia, introduziu o primeiro livro numa escola e teve de começar a lidar de modo

diferente com o conhecimento – sem deixar as outras tecnologias de comunicação de

lado. “Continuaremos a ensinar e a aprender pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela

afetividade, pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas agora também pelo

computador...”.

Se uma nova cultura se faz presente, novas possibilidades de se comunicar e

interagir também surgem e é a comunicação, a interação que é buscada intensamente,

pois “o maior uso da internet é para a busca efetiva de conexão social...” sendo assim, a

internet incubadora de instrumentos de comunicação” impulsionou modos diferentes de

se relacionar, pois “novas ferramentas de comunicação geram efetivamente novas

formas de relacionamento social”. (LEMOS, 2003).

Segundo Penteado (2000), professores devem ser parceiros na concepção e

condução das atividades com TI (Tecnologias Informáticas) e não meros espectadores e

executores de tarefas. O importante é que o professor se sinta como uma peça

11

participativa do processo e que a sala de aula virtual passe a ser uma extensão de sua

sala presencial. Nesse momento, ele observa as ferramentas do ambiente como um novo

instrumento, um giz diferente. De acordo com Piñol (2002) há uma quantidade muito

representativa de sites dedicados ao ensino e a aprendizagem da língua espanhola, cabe

ao professor que deseja utilizar-se deste recurso escolher o que melhor se adapte a suas

necessidades e aos interesses dos alunos. O uso da Internet na escola pode exemplificar

a multiplicidade de recursos que podem ser utilizados em situações de aprendizagem.

BRASIL(2005).

Lévy (1999) enfatiza que os mundos virtuais podem eventualmente ser

enriquecidos e percorridos coletivamente. Tornam-se, nesse caso, um lugar de encontro

e um meio de comunicação entre seus participantes. As novas gerações estão inseridas

num contexto em que as TICs tornam-se cada vez mais presentes em seu cotidiano. À

medida que as crianças familiarizam-se com essas tecnologias e se apropriam delas, é

preciso compreender quais as implicações desse novo cenário. (BRASIL, 2010). A

importância da linguagem na interação com as pessoas, não só do discurso como

também dos signos e dos símbolos. Para esse estudioso, é por meio da linguagem que se

transmite a cultura, desenvolve-se o pensamento e se realiza a aprendizagem.

(Vygotsky, 1984)

Afirmando que para os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o ensino

de línguas estrangeiras modernas, um dos objetivos do ensino de idioma na escola é

conduzir o aluno à percepção e à compreensão de outras culturas. Os recursos

disponibilizados por redes sociais que trabalha o idioma estrangeiro oferecem através da

internet, uma forma de aprendizagem inovadora para serem trabalhados no cotidiano

escolar. Tais metodologias são motivadoras para desenvolver o interesse do aluno

mediante as disciplinas de língua estrangeira. Neste contexto, tem-se o site busuu.com o

qual é uma ferramenta para o aprendizado de diversos idiomas criado por um austríaco

e um súdito do Principado de Liechtenstein, um minúsculo reino encravado nos Alpes,

entre a Suíça e a Áustria. Busuu.com é uma rede social onde o maior foco está no

aprendizado de novas linguagens por seu usuário.

A internet disponibiliza uma variedade de softwares que facilita o processo de

aprendizagem do educando. Em relação ao idioma da língua espanhola existem

diferentes formas de aperfeiçoar a linguagem falada e escrita. Porém falta aos

educadores conhecimento destes recursos que podem ser utilizados em suas aulas com

os alunos.

12

Atualmente é comum os professores receberem alunos nas aulas de idioma

estrangeiro e estes, não compreender os conceitos básicos. Muitos profissionais

desconhecem a existência de tais ferramentas disponibilizadas na web ou não sabem

utilizar seja por falta de planejamento, seja por não buscarem novas metodologias de

ensino. Acredita-se que as redes sociais, como ferramentas de aprendizagem na área de

linguagens em relação à disciplina de língua espanhola, podem se tornar um importante

instrumento no desenvolvimento da aprendizagem, tornando-se um meio para a

interação do indivíduo com novas culturas e o mundo que o cerca.

Enfim além de motivar o educando com o recuso audio visual, o software

busuu.com atualmente apresenta-se como uma ferramenta que pode auxiliar a

aprendizagem, seja dentro ou fora da escola, ampliando os horizontes dos alunos para a

seu aprimoramento educacional.

13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. USO DO COMPUTADOR NO ENSINO DE LÍNGUAS

O retrato do ensino da língua inglesa nas escolas públicas é negativo,

confirmamos por relatos como o de Perin (2005), no qual dizem que apesar dos alunos

saberem a importância de se aprender e de se saber inglês, os alunos da escola pública

tratam o ensino da língua inglesa com desprezo ora com indiferença [...] o Professor

trabalha com a sensação de que o aluno não crê no que aprende. Para Lima (2009),

partimos de um retrato do ensino da língua inglesa no âmbito da escola pública como

deficiente e precário, apontando não só a falta de compromisso de grande parte do

alunato, mas também o fato de não exigir na disciplina o mesmo rigor do que nas

outras.

Assim para Freire & Macedo (1990) deve se usar uma pedagogia humanizadora,

qual enfatiza a linguagem do aprendiz onde o uso bem sucedido do universo cultural

requer respeito e legitimação dos recursos dos estudantes, isto é, de seus próprios

códigos lingüísticos, que são diferentes, mas não inferiores.

Segundo Boldarine (2007), é necessário que a língua seja trabalhada como

instrumento de comunicação. Por mais estranha que esta afirmação pareça por sua

obviedade, não é assim que ela é tratada nas escolas públicas. Os alunos presos às

formas estruturais, não tem noção de como utilizá-la. Assim, é preciso que a língua seja

usada para transmitir opiniões, expressar desejos e críticas.

O envolvimento do aluno no processo de aprendizagem é fundamental. Para

isso, a escola deve propiciar ao aluno encontrar sentido e funcionalidade

naquilo que constitui o foco dos estudos em cada situação da sala de aula. De

igual maneira, propiciar a observação e a interpretação dos aspectos da

natureza, sociais e humanos, instigando a curiosidade do aluno para

compreender as relações entre os fatores que podem intervir nos fenômenos e

no desenvolvimento humano. Essa forma de aprender contextualizada é que

permite ao aluno relacionar aspectos presentes da vida pessoal, social e

cultural, mobilizando as competências cognitivas e emocionais já adquiridas

para novas possibilidades de reconstrução do conhecimento. (PCN, 1999)

14

.

Segundo Costa (2005), os recursos disponibilizados pela internet, se bem

utilizados, podem ser excelentes ferramentas para o ensino-aprendizagem de línguas.

Ela afirma que as redes digitais representam hoje um fator determinante para a

compreensão da expansão de novas formas de redes sociais e da ampliação de capital

social em nossa sociedade. As diversas formas de comunidades virtuais funcionam

como a estratégia, de ensino aprendizagem onde essas comunidades móveis chamam a

atenção dos educandos; a explosão dos blogs e wikis e a febre do Orkut provam que o

ciberespaço constitui fator crucial no incremento do capital social e cultural disponíveis.

(...) processo que reúne o eu e o outro na sua relação: dialética de

reconhecimento ou conjuntura da interlocução. Como a apropriação da

linguagem é social, os sujeitos da linguagem não são abstratos e ideais, mas

estão mergulhados no social que os envolve, de onde deriva a contradição

que os define. Cada um sendo, ao mesmo tempo, o seu “próprio” e o

“complemento” do outro, os interlocutores constituem-se na bipolaridade

contraditória daquilo que, por sua vez, constituem: o texto (o discurso)

enquanto sua unidade. (ORLANDI, 2006)

Para Vygotsky (1988), a aprendizagem sempre inclui relações entre pessoas. Ele

defende a ideia de que não há um desenvolvimento pronto e previsto dentro de nós, que

vai se atualizando conforme o tempo passa. Assim sendo, o desenvolvimento é pensado

como um processo, em que estão presentes a maturação do organismo, o contato com a

cultura produzida pela humanidade e as relações sociais que permitem a aprendizagem.

Como acusa Paulo Freire (1996), que neste cenário de supervalorização do

aluno, o professor virou mero observador ou, no máximo , facilitador,e é pouco para

uma função tão complexa. Facilitar é na verdade baratear o trabalho intelectual de

aprender o que é complexo que exige presença continua, compreensão dos processos

internos do aprendiz, provocação desequilíbrio, colocação de novas questões e de

conteúdo inacessíveis espontaneamente pelos alunos.

As tecnologias, dentro de um projeto pedagógico inovador, facilitam o

processo de ensino-aprendizagem: sensibilizam para novos assuntos, trazem

informações novas, diminuem a rotina, nos ligam com o mundo, com as

outras escolas, aumentam a interação (redes eletrônicas), permitem a

personalização (adaptação ao ritmo de trabalho de cada aluno) e se

comunicam facilmente com o aluno, porque trazem para a sala de aula as

linguagens e meios de comunicação do dia-a-dia. (MORAN, 1994)

O computador no ensino de uma língua estrangeira pode e é usado, atualmente,

como ferramenta para explorar novos conhecimentos, serve como veículo de conteúdos

15

significativos, culturais, e dá suporte à aprendizagem individualizada e cooperativa e

permite aprender o idioma através de um processo reflexivo. (BARBOSA, 2005).

Assim sendo, o estudo de língua estrangeira, e mais especificamente o de Língua

Espanhola, tendo como ferramenta a utilização de recursos informatizados, tem

potencial de contribuição para o enriquecimento do conhecimento cultural e

tecnológico. Através do conhecimento cultural, a Língua Espanhola além de oportunizar

o domínio de outro idioma pode proporcionar a ampliação de informações universais e

permitir a interação com outros cenários que não o idioma espanhol, além de modificar

as atitudes em relação ao computador (ROJAS GORDILLO, 2001).

Segundo Moran (1994) os meios audiovisuais têm a possibilidade de “[...]

articular, combinar, integrar a lógica convencional (mais organizada e seqüencial) com

a paralela, associadora, uma lógica “puntilhista”, multidimensional, repleta de pontos

fortes, reforçada pelos efeitos sonoros e pela inserção de trilhas musicais“

Pierre Lévy (2002), também tem defendido a participação em comunidades

virtuais como um estímulo à formação de inteligências coletivas, às quais os indivíduos

podem recorrer para trocar informações e conhecimentos.

Portanto, partindo do pressuposto de que a Internet hoje se constitui como um

lugar de interação, que acontece de várias formas, acredita-se que no momento em que

um estudante entra em contato com novas culturas e pessoas que falam uma linguagem

diferente da sua, através de uma rede social online, ele passa a assimilar novas

informações de forma autêntica, uma vez que estará em contato direto com um falante

nativo, podendo, então, relacionar-se com ele e colocar em prática e aprimorar seu

conhecimento da língua inglesa, anteriormente construído. Além disso, ele é exposto a

um leque de possibilidades culturais, estando, assim, inserido no contexto lingüístico do

idioma pretendido, o que pode vir a ser uma contribuição para a aquisição espontânea e

natural dessa segunda língua (KRASHEN, 2009).

A simples convivência com os computadores nem sempre resulta em melhores

desempenhos dos seus usuários. Isto significa que o trabalho com o computador na

escola deve ser bem planejado e desenvolvido, de modo que só torne oportunas

experiências válidas e gratificantes dos alunos. Experiências devem ultrapassar um

caráter meramente recreativo, ilustrativo, ou, então, de uma máquina de escrever

eletrônica (HASSE, 1999, p. 138). Isso fica explícito em Pavani (2010), o qual diz que

na internet desenvolvemos novas formas de comunicação, de escrita da fala e da

imagem, em sites de relacionamentos como o Orkut, em blogs, fotoblogs ou videoblogs,

onde escrevemos, teclamos e digitamos usando ora a linguagem formal, ora a

linguagem coloquial.

Neste momento o professor redesenha sua função e sai um pouco do foco das

ações, deixando o espaço para o aluno no papel de aprendiz. (ALMEIDA, 2006) Esse

16

movimento foi reforçado pela contribuição de Vygotsky(1998), que traz à cena a função

social e coletiva da aprendizagem, onde se aprende com a cultura,com o coletivo, com a

economia, com a história[...] tornando-se novos os componentes no ato de aprender.

Tori (2010), confirma qua a produção de conteúdo pelos próprios usuários, como

é o caso da Wikipédia, Youtube, Flickr, Google Docs, Google Maps, entre outros

serviços da chamada Web 2.0, vem ganhando volume e relevância cada vez maior

abalando paradigmas e abrindo novas perspectivas à aprendizagem.

Todavia, a continuação de um empíreo educacional não está associada apenas a

um comportamento idealizado de alunos e professores também esta surgindo a idéia de

que no ciberespaço seria possível encontrar um modo de organizar a educação que daria

mais flexibilidade ao processo de formação qual esta emergindo a idéia de que o

ciberespaço seria possível a formação de um grande ambiente de

aprendizagem.(SOMMER,2006)

2.2. O SITE BUSUU

Busuu.com é um serviço online de rede social que serve como uma plataforma

comunitária de aprendizagem de línguas, onde os usuários podem ajudar uns aos outros

para melhorar suas habilidades de linguagem, indicado para as pessoas interessadas em

aprender ou aprimorar suas habilidades de línguas.

O site possui uma grande comunidade online de falantes nativos, para que

possam dar um passo além dos métodos tradicionais de aprendizagem através do uso de

material busuu de software multimídia, startup Web 2.0 e intercâmbio de línguas, onde

os usuários podem melhorar suas habilidades de conversação, ligando diretamente com

outros falantes da língua estrangeira a ser estudada, pois podem se comunicarem com o

mundo através do vídeo-chat integrado do busuu.

Os cursos baseiam-se no Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas

(QECR), abrangendo os níveis A1, A2, B1 e B2. Cada curso é dividido em unidades de

aprendizagem que cobrem mais de 150 temas do dia-a-dia. Para cada unidade, os

utilizadores beneficiam de vários tipos de materiais, tais como palavras e frases do

vocabulário, diálogos, áudio, podcasts e PDFs, nos quais os dois últimos são apenas

para participantes Premium, ou seja, para à aqueles que pagam . Ao longo de seus

17

estudos, os usuários podem testar os seus progressos, graças a pequenas revisões

interativas.

No software cada usuário não é apenas "aluno" de uma língua estrangeira, mas

também um "tutor" da língua mãe dele. No busuu.com são bem-vindos usuários que

falam qualquer língua, assim toda a comunidade tem o potencial para aprender qualquer

número de idiomas. No software, o aluno inclui seus dados e seu nível de conhecimento

da língua inglesa para que possa se comunicar online com outros falantes da mesma

através de mensagens instantâneas.

Dessa forma é possível concordar com a afirmação de Lévy (1996), onde diz que

estamos na direção de uma potencialização da sensibilidade, da percepção, do

pensamento,da imaginação, e tudo isso graças a essas novas formas de cooperação e

coordenação em tempo real.

Muitos comparam o software bussu.com com o Orkut, pois os alunos podem

fazer grupos de interesses em comum e se comunicarem através do software, onde a

linguagem é um fenômeno social que se processa na interação qual o software permite.

Infere-se que por detrás dessa ação despretenciosa dos cibernautas ao

usarem a palavra escrita no ciberespaço há uma inquietação no sentido de

afirmar que existe uma nova prática de se produzir lingua(gem), posto que os

cibernautas, por meio do uso das tecnologias intelectuais disponíveis na web

assumem diferentes posições no ato comunicativo, isso significa que usam

códigos variados visando a comunicação e a interlocução com os

ciberleitores. (BARRETO, 2009, p. 04)

Nas palavras de Araujo (2009), postula-se que o sujeito navegador se encontra

em relação com o ambiente internetiano, ele precisa arregimentar e manter relações com

os outros sujeitos que também estão no mesmo ambiente. Além dessas, o internauta

mantém relações consigo mesmo e com uma escrita que lhe exige um nível sofisticado

de letramento digital para compreender seus pares e se fazer entender por eles.

Dessa maneira, o contexto social imediato determina quais serão os ouvintes

possíveis, amigos ou inimigos para os quais serão orientados a algum tipo de

consciência individual ou coletiva, quando da interação de ambos. Cumpre-se, então, o

círculo ideológico da interação verbal. O qual, segundo Bakhtin, ocorre por que "a

enunciação enquanto tal é um puro produto da interação social, quer se trate de um ato

de fala determinado pela situação imediata ou pelo contexto mais amplo que constitui o

conjunto das condições de vida de uma determina comunidade lingüística." (Bakhtin,

2000).

18

É possível desta forma, comparar o software busuu.com com outros sites de

interatividade e aprendizado de línguas como o livemocha.com e o portal educação.

Na educação, a participação em comunidades virtuais de debate e

argumentação encontra um campo fértil a ser explorado. Através dessa

complexidade de funções, percebe-se que as redes sociais virtuais são canais

de grande fluxo na circulação de informação, vínculos, valores e discursos

sociais, que vem ampliando,delimitando e mesclando territórios. Entre

desconfiados e entusiásticos, o fato é que as redes sociais virtuais são

convites para se repensar as relações em tempo pós-

modernos.(Machado,2003)

A internet fez com que as informações chegassem até nós e isso permitiu que o

ensino de idiomas ultrapassasse as fronteiras das aulas presenciais, pois além de você

poder criar seu horário conforme seu ritmo de aprendizagem, isso faz com que o ensino

on-line seja o mais pessoal possível, afirma João Marcus de Oliveira, tutor do portal

educação.

Segundo Cíntia Borher, pedagoga e especialista em educação a distância da

organização, projetos pedagógicos dinâmicos desse tipo de aprendizado não são apenas

eficazes, como também são uma melhor forma de conhecer outra língua na internet

através da comunicação via rede, onde se cria vínculos afetivos, atiça-se a curiosidade e

motiva-se o aluno constantemente.

19

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 O MÉTODO EXERCITADO

A escolha da pesquisa qualitativa é justificada pelo fato de se trabalhar com o ser

humano (entendido como um ser histórico, social e cultural), o que requer uma

multiplicidade de métodos e/ou técnicas para que a pesquisa atinja seus objetivos.

Neuman (2006) ao tratar dos tipos de pesquisa considera três dimensões: quanto

à audiência, a proposta, a dimensão e a coleta dos dados. A primeira subdivide em

pesquisa básica, quando o conhecimento trata de refutar ou dar suporte a teorias e,

aplicada, quando tem como meta sugerir soluções práticas para um problema específico.

O autor subdivide a pesquisa aplicada em avaliativa, usada por organizações para

encontrar novas formas de desempenho; pesquisa ação, que focaliza sobre o poder com

o objetivo de empoderamento de grupos e de impacto social, que pode ser parte de um

impacto ambiental mais amplo solicitado por agências governamentais e/ou outras.

Conforme estas definições, a presente pesquisa caracteriza-se por ser pesquisa básica.

Numa segunda dimensão o autor escreve que as pesquisas se diferenciam

segundo seus propósitos: exploratória, quando um assunto é novo e o pesquisador

objetiva formular questões mais precisas para pesquisa futura; descritiva, quando já se

sabe sobre um fenômeno e se quer descrevê-lo com maior detalhamento, e explicativa,

quando já se sabe e tem uma descrição sobre o fenômeno e deseja explicar por que ele

acontece. Nestas classificações esta pesquisa sobre etnoornitologia1 tem caráter

exploratório.

Na terceira dimensão analisada por Neuman (2006) a pesquisa pode ser:

seccional, quando observa um único tópico no tempo e não pretende apreender o

1 Etnoornitologia: descreve e analisa os conhecimentos e as práticas das populações locais.

20

processo social; pesquisa longitudinal, quando examina a informação de muitas

unidades ou casos cruzados em mais de um ponto no tempo e estudo de caso, quando o

pesquisador examina em profundidade um conjunto de características comuns de

poucos casos. Pode tomar para estudo indivíduos, grupos, organizações, movimentos,

eventos ou unidades geográficas. Pode levar meses ou anos.

Esta pesquisa caracteriza-se por ser um estudo de caso referido a unidades

geográficas, ou seja, partiu-se do referencial do município de Nova Xavantina para que

a partir da análise desta localidade, fosse possível, inferir sobre demais populações em

seu entorno. Quanto à construção dos dados essa pesquisa, se utiliza da abordagem

qualitativa, conforme mencionado anteriormente. O trabalho de campo, como posto por

Neuman (2006), é parte essencial da pesquisa qualitativa. No trabalho de campo pode-

se utilizar do trabalho etnográfico, observação participante, comparação histórica ou a

abordagem recentemente denominada de etnopesquisa crítica (MACEDO, 2006). Nesta

pesquisa utilizou-se de observações e avaliações individuais e observação participante.

A observação participante consiste na participação do pesquisador junto à

comunidade, inserindo-se nas atividades cotidianas dos grupos pesquisados a fim de

obter uma descrição mais aprofundada do seu tema. Porém, não deve participar do

grupo de pessoas locais que toma decisões na comunidade, por isso é chamada de

passiva. Essa técnica se faz importante, pois segundo Malinowski (1975), através dela é

possível obter elementos importantes que não são identificáveis por meio de perguntas

ou documentos quantitativos, mas adquiridos através da observação minuciosa da

realidade do outro.

3.2 COLETA DE DADOS

Os dados foram coletados, analisados e apresentados de forma qualitativa. De

acordo com Richardson (1999 p.80) os estudos que empregam uma metodologia

qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a

interação de certas variáreis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por

grupos sociais.

Os alunos foram observados tanto nas aulas práticas, ministradas no laboratório

de informática, quanto nas aulas convencionais dadas em sala de aula. Em ambas, o

conteúdo focava a interação entre os alunos e a língua inglesa. Nesta fase foi possível

21

verificar que os alunos inseridos no projeto tiveram um interesse maior nas aulas de

inglês, sendo possível ajudá-los com as dificuldades encontradas mediante ao processo

de aprendizagem podendo assim fazer uma avaliação da interação humana, presencial e

virtual. Assim se faz entender uma parte dessa totalidade a partir da comunicação

enquanto organização de trocas tanto ao nível interpessoal como coletivo. Os alunos se

ajudavam sala de aula nas dificuldades encontradas em todos os aspectos, interagindo

de forma humana, virtual e social.

22

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO

4.1 PERFIL E INSERÇÃO DOS EDUCANDOS NO AMBIENTE

TECNOLÓGICO

O perfil dos educandos compreende os 130 alunos do 3° ciclo da Escola

Estadual Arlindo Estilac Leal com faixa etária entre 11 anos e 16 anos (Figura 1), na

qual a primeira etapa do projeto os alunos foram orientados a criarem um correio

eletrônico para se cadastrarem no “mundo virtual”, pois 95% destes não possuíam e-

mail.

Figura 1 – Aluna participante da pesquisa. Nova Xavantina, 2011.

23

Figura 2 – Gráfico com a relação de alunos pesquisados que possuíam e não possuíam

e-mail. Nova Xavantina, 2011.

Verificado comportamento dos alunos com a máquina, notou-se dificuldades na

maioria deles. Esta situação era em parte previsível, dado que os alunos assistidos pela

escola, pertencem à famílias de baixa renda e indígenas, as quais em geral não tem

acesso a computadores em suas casas o que dificulta o aprendizado das crianças.

Após a inserção dos mesmos no ambiente tecnológico, foi feita a primeira etapa,

onde os alunos se comunicaram de forma assíncrona e síncrona, ou seja, por e-mail e

por sala de bate-papo. O e-mail facilitou a conversação síncrona no Google talk (Orkut)

e MSN entre os alunos envolvidos no projeto, quais se envolveram com outras redes

sociais. Notou-se, porém que muitos tinham dificuldades com o manuseio do mouse,

teclado e fone de ouvido assim com o software do e-mail utilizado, constatando na

Figura 3 que 97% dos mesmos não têm acesso a computadores.

O software busuu.com não é um software livre, mas tem uma parte gratuita, na

qual os educandos foram inseridos para aprenderem a língua inglesa, que é a língua

estrangeira do currículo da escola. No início do projeto, a medida que foram

encontradas dificuldades relacionadas ao uso do teclado, do mouse e suas funções,

houve alguma dispersão dos alunos. Entretanto, após algumas aulas, estas dificuldades

aparentemente deixaram de existir. Eles se familiarizaram de forma rápida e proveitosa.

Uma grande prova dessa mudança de postura dos alunos e que o ambiente do software

utilizado como ferramenta de aprendizado colaborativo passou a ser encarado de outra

forma. As aulas de inglês passaram a ser “esperadas”, pois para os alunos virou espaço

de inovação, de experimentação saudável de novos caminhos.

24

Figura 3 – Gráfico apresentando a porcentagem de alunos pesquisados que possuem ou

não acesso à internet. Nova Xavantina, 2011.

O busuu.com apresenta os materiais de aprendizagem, quais citados no capítulo

do software. Em cada tema de cada unidade usamos vocabulário, qual se apresenta em

forma lúdica com figuras e áudio dos mesmos; diálogos, qual se apresenta em forma de

texto, possuindo uma tradução para conferencia e por algumas vezes possui áudio;

escrita, nesta fase o exercício pedido pelo software faz com que o aluno use o

vocabulário do tema estudado; conversação, ou bussu talk como conhecem os alunos,

nesta faze por muitas vezes eles vão orientar os falantes de outras línguas quanto à

língua portuguesa e serão orientados quanto a língua estudada no caso o inglês; revisão,

aqui é o ultimo passo do tema, onde é apresentado diversos exercícios de escrita,

diálogo e vocabulário para avaliar e fixar o conteúdo do tema.

Vale destacar que o aprendizado dos discentes foi realizado de forma rápida, ou

seja, os educandos após cumprirem um tema da unidade estudada, usam os vocabulários

aprendido, sendo assim em uma semana de aula conseguem adquirir vocábulos de

forma intensa e utilizá-los principalmente pela motivação, interação e uso dos mesmos

com outros componentes ou falantes do busuu.com.

No software os alunos puderam interagir com todas as possibilidades gratuitas,

quais são os vocabulários, os diálogos, a escrita, busuu talk (conversação online) e

25

revisão. O que facilita o aprendizado do educando de forma ampla, pois eles usam o que

aprendem.

Figura 4 – Página que apresenta o site Busuu.

Por exemplo, eles usaram o fone de ouvido para escutarem os vocabulários; nos

diálogos os alunos tem acesso aos textos, mas não aos áudios dos mesmos, sendo assim

pude fazer a leitura a eles, pois os mesmos são bloqueados. A escrita é feita sempre com

o vocabulário aprendido e posteriormente é submetida a correção por outros membros

do busuu.com, os quais são fluentes na língua inglesa. A conversação ocorre de forma

online, feita com os usuários escolhido pelo aluno. A revisão é a parte avaliativa na qual

os educandos participam de um ranque em números de berries (amoras), estrelas e

emotions para o jardim. Cada aula possui os links que na visualização inicial se

apresentam em vermelho após serem cumpridos ficam na cor verde como se pode notar

na Figura 5, qual o vocabulário se apresenta verde e os demais em vermelho.

26

Figura 5 - Vocábulos a serem aprendidos no site busuu.

Na Figura 6 podemos ver a sessão de vocabulário de uma das aulas, onde

mostra todos os vocábulos a serem aprendido.

Figura 6 – Apresentação dos vocábulos representados por frutas.

Quando se inicia o vocabulário, cada vocábulo se apresenta em figura, nome e

áudio em inglês, a tradução e frases de exemplo como podem visualizar na figura.

27

Dessa forma os alunos podem de forma lúdica e de forma convencional, aprenderem

com o software.

Os alunos foram avaliados de forma qualitativa, a avaliação foi constante, pois o

site permite verificar se os mesmos fazem as aulas propostas e de que forma estão se

saindo nas atividades. De forma que nas aulas o objetivo proposto deve ser cumprido e

assim na área de curso do software pode-se visualizar o link das aulas, onde quando se

apresentam em cor verde, se entende que o objetivo foi alcançado, podendo assim

permitir saber se foi ou não feito o proposto em aula.

A Figura 7 e a Figura 8 mostram o oposto entre dois alunos com diferentes

níveis de aprendizado. Na Figura 7 pode-se visualizar o jardim de idiomas da aluna

Fernanda do 9° ano, onde a mesma já tem uma árvore em desenvolvimento, um regador

e um sol. Esses emoticons só são ganhos mediante as aulas cumpridas. Já na Figura 8

visualiza-se um jardim de um aluno indígena Gino Tsereuo do 9° ano, o qual tem

dificuldades com a língua portuguesa e a mesma situação com a língua inglesa. Este

aluno, no princípio do projeto apresentava dificuldades com o manuseio dos

equipamentos tais como mouse, teclado e fone de ouvido. Atualmente, aluno já tem

uma maior facilidade com os mesmos.

Figura 7 – Representação do nível de aprendizagem da aluna Fernanda

28

Figura 8 – Representação do nível de aprendizagem do aluno Gino

Na Figura 9 e 10 pode-se ver a área de curso dos dois alunos (Gino e Fernanda).

É possível perceber as diferenças extremas quanto ao aproveitamento do curso, sabendo

que o aluno Gino a pouco tempo que aprendeu a lidar com o software e com os

hardwares utilizados e o mesmo reside na aldeia, qual não tem acesso a internet.

Contudo a aluna Fernanda possui internet em casa, tem vários temas marcados em

verde, pois cada retângulo compreende um tema desta unidade A1.

Figura 9 – Atividades realizadas do aluno Gino Tsereuo

29

Figura 10- Atividades realizadas da aluna Fernanda

30

5

CONCLUSÕES

Através do trabalho foi possível observar que mesmo com grande parte dos

estudantes excluídos do mundo digital, que o número de alunos conectados a Internet

cresce a cada dia. Neste trabalho, os educandos da Escola Estadual Arlindo Estilac Leal

foram integrados a este mundo por meio da autodidaxia, utilizando as novas tecnologias

para o melhor aprendizado dos alunos, fazendo-se construir uma nova maneira de se

realizar a absorção do conhecimento, onde se percebeu que através da interação virtual

entre as pessoas quais têm algo em comum, ou seja, se entendem por meio da

“descontração linguística” que se revela pelo uso dos softwares sociais e educacionais

como o busuu.com.

Pode-se também afirmar que a rapidez na comunicação e na linguagem

representativa da oralidade que aparece no meio digital com o caráter interativo e como

grau de intimidade da linguagem é um fenômeno eminentemente social, que se processa

pela interação entre dois ou mais interlocutores.

Contudo é importante ressaltar que e as tecnologias são apoio, as quais nos

permitem realizar atividades de aprendizagem de formas diferentes, mas a utilização

desta só será significativa se for um complemento as situações de atividades presencias,

no qual o encontro real precisa e deve acontecer a fim de favorecer a sociabilização,

pois a falta de contato direto quebraria o grupo, onde essa faixa etária ainda não tem

maturidade para a realização de um curso somente à distância. Assim pode se buscar

um ensino de relações coletiva, sociais e tecnológicas para o aprendizado visando à

construção do conhecimento.

31

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