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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE - CCBS
CURSO DE PSICOLOGIA
AMANDA CARNEIRO PINHEIRO
UM ESTUDO SOBRE AS CRENÇAS E VALORES QUE SUSTENTAM O ATO
AGRESSIVO NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADES A PARTIR DA ÓTICA
MASCULINA
SÃO PAULO
2012
AMANDA CARNEIRO PINHEIRO
UM ESTUDO SOBRE AS CRENÇAS E VALORES QUE SUSTENTAM O ATO
AGRESSIVO NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADES A PARTIR DA ÓTICA
MASCULINA
Projeto de pesquisa realizado para obtenção de
créditos na disciplina de Trabalho de
Conclusão de Curso, orientado pela professora
Tânia Aldrighi.
SÃO PAULO
2012
SUMÁRIO
Capítulo I
Resumo ...................................................................................................................... 1
Introdução.....................................................................................................................2
Capítulo II
Fundamentação Teórica
2.1 Relações de intimidade e questão de gênero................................................... 2
2.2 Relações de intimidade permeada por agressão.............................................. 8
2.3 A agressão no relacionamento de intimidade da perspectiva masculina......... 13
Capítulo III
Método..................................................................................................................... 17
Objetivo geral........................................................................................................ 17
Objetivos específicos............................................................................................. 17
Participantes...........................................................................................................17
Instrumentos......................................................................................................... 17
Procedimentos....................................................................................................... 18
Aspectos Éticos..................................................................................................... 18
Resultados..............................................................................................................19
Análise e discussão................................................................................................46
Considerações finais ..............................................................................................49
Referência bibliográfica.................................................................................................53
Anexos
Anexo I - Instrumento..............................................................................................55
Anexo II- Carta de informação ao sujeito de pesquisa........................................... 60
1
Resumo
O presente estudo é parte do Trabalho de Conclusão de Curso para a obtenção do título
em Psicologia. O estudo procurou identificar os componentes que sustentam o ato
violento nas relações de intimidade a partir da perspectiva masculina, buscando
conhecer os sistemas de crenças, valores que permeiam a questão de gênero e que se
estendem às relações entre parceiros íntimos. Considerando a questão da agressão entre
parceiros íntimos ser um fator que se configura como um problema de Saúde Pública,
reconhecido mundialmente, muitos são os estudos que abordam a questão das mulheres
que foram agredidas por seus parceiros. Em contrapartida, estudos que contemplam a
visão masculina e até do agressor são escassos. Mesmo que se considere a violência
como uma característica da masculinidade hegemônica, não deve se fixar em
estereótipos que tenha como base o homem como agressor e a mulher como vítima.
Utilizou-se o modelo de pesquisa exploratória, do tipo misto. O instrumento utilizado
foi um questionário elaborado com base na fundamentação teórica, considerando-se a
perspectiva relacional e de gênero para exploração do problema. Contemplou questões
sobre concepções, valores, vivências até possíveis experiências em situações de
agressão entre parceiros íntimos. Houve análise da frequência simples e orientou-se
pelos princípios da análise de conteúdo. Os participantes da pesquisa tinham idade
superior a dezoito anos, não havendo restrição quanto ao nível socioeconômico ou
exigência de relacionamento conjugal atual. Verificou-se certa permissividade da
perpetuação da agressão contra a mulher, identificada na concordância como forma
aceitável de resolução de conflitos e na anuência com situações em que se justificam o
uso da agressão. Observa-se que a postura inapropriada da mulher é considerada como
um dos fatores desencadeadores pelo cometimento da agressão contra ela mesma,
atribuindo-se à companheira, a responsabilização pela situação da relação, o que resulta
no não reconhecimento de que possam ser agressores, mas sim que atuam em resposta a
um comportamento desequilibrado ou agressivo da parceira. Por fim, considerando a
escassa produção cientifica para a realidade brasileira, tanto no campo da Psicologia
como de outras áreas, destaca-se a necessidade de estudos que ampliem este trabalho
para uma melhor compreensão a respeito desse fenômeno. Isso porque, antes de ser
exigida punição prevista em lei e só buscar um culpado para as agressões presentes nas
relações de intimidade, é necessário entender as questões que regem as diferenças entre
os gêneros, para que medidas de prevenção da violência sejam criadas e contemplem a
sociedade como um todo. Além disso, conhecer as concepções e valores predominantes
2
na ótica masculina possibilita recursos mais diferenciados ao profissional que tenha
como meta atuar em programas de prevenção da violência no que tange os
relacionamentos de intimidade.
Palavras chave: homem; violência entre parceiros íntimos; gênero.
Introdução
A questão da agressão entre parceiros íntimos é um fator que se configura como
um relevante problema de Saúde Pública no país e em todo o mundo. Muitos são os
estudos que abordam a questão das mulheres que foram agredidas por seus parceiros. Em
contrapartida, estudos que contemplam a visão do homem e até mesmo do agressor são
escassos no campo científico. Sendo assim, a presente pesquisa teve como objetivo
conhecer e identificar o sistema de crenças e valores que justificam a agressão nas
relações de intimidade a partir da perspectiva masculina.
Os conflitos que surgem nas relações de intimidade, muitas vezes dizem respeito
às dificuldades dos parceiros para enfrentar as divergências que aparecem ao longo do
relacionamento. Neste sentido, é possível observar a ausência do diálogo, comunicação e
negociação, fatores de grande relevância para uma relação satisfatória, e que quando
ausentes, pode comprometer o relacionamento. Em contrapartida, o que pode ser
observado é a busca de uma pessoa que seja semelhante, para que dessa forma as
divergências sejam aniquiladas, fatores esses que muitas vezes estão relacionados à
idealização de mulher e homem, como também do casamento ( ALVIM; SOUZA, 2005).
Segundo Von (2001) nas relações entre parceiros íntimos em que há a presença de
agressão, é possível observar desigualdades entre os parceiros. Para o autor os aspectos
que estão envolvidos ultrapassam atos físicos e abarcam nuances em que um deles impõe
limites por meio de autoritarismo. Para Von (2001) neste sentido, a questão da violência
acaba por passar pela questão de gênero e está relacionada à cultura da qual a lógica
patriarcal se faz predominante.
A presença de agressão na relação de intimidade traz sofrimento tanto para o
homem quanto para a mulher. Neste sentido, para que se consiga compreender esse
fenômeno de uma forma ampla é importante que se olhe para o contexto em que ocorreu,
investigue a respeito dos tipos de agressão cometidos por homens e mulheres, e não se
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limitar apenas ao ato violento em si, uma vez que não se chegará às reais causas do ato
(ALVIM; SOUZA, 2005).
Além disso, é fundamental que seja levado em consideração que mesmo que a
violência seja característica da masculinidade hegemônica, essa concepção construída
socialmente não deve se firmar em estereótipos que considerem o homem como eterno
agressor e a mulher como vítima (SCHRAIBER et al, 2005). Sendo assim, se fez
importante a compreensão do fenômeno a partir da perspectiva masculina.
Dessa forma, tendo como objetivo conhecer o sistema de crenças, valores que
regem a questão de gênero e que se estendem às relações entre parceiros íntimos a partir
da ótica masculina, o presente estudo tratou de uma pesquisa mista com enfoque
exploratório. Teve como instrumento um questionário elaborado a partir da
fundamentação teórica, pré- testado por voluntários, que contemplou conhecer desde as
concepções, valores, vivências até possíveis experiências em situações de agressão entre
parceiros íntimos. Por se tratar de uma pesquisa mista, o estudo abarcou tanto análise da
frequência estatística quanto aos princípios da análise de conteúdo.
Quanto aos participantes da pesquisa, todos tinha idade superior a dezoito anos,
não havendo restrição quanto ao nível sócio econômico ou exigência de manterem ou não
um relacionamento conjugal.
A partir da análise dos dados foi possível verificar que entre os homens há certa
permissividade da perpetuação da agressão contra a mulher, identificada na
concordância como forma aceitável de resolução de conflitos e na anuência com
situações em que se justificam o uso da agressão. Verificou-se que a postura
inapropriada da mulher é considerada como um dos fatores desencadeadores pelo
cometimento da agressão contra ela mesma. Muitas vezes, atribui-se à companheira, a
responsabilização pela situação da relação, o que resulta no não reconhecimento de que
possam ser agressores, mas sim que atuam em resposta a um comportamento
desequilibrado ou agressivo da parceira. Por fim, considerando a escassa produção
cientifica para a realidade brasileira, tanto no campo da Psicologia como de outras
áreas, destaca-se a necessidade de estudos que ampliem este trabalho para se obter uma
melhor compreensão a respeito desse fenômeno. Isso porque, antes de ser exigida
punição prevista em lei e só buscar um culpado para as agressões presentes nas relações
de intimidade, é necessário entender as questões que regem as diferenças entre os
gêneros, para que medidas de prevenção da violência sejam criadas e contemplem a
sociedade como um todo. Além disso, conhecer as concepções e valores predominantes
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na ótica masculina possibilita recursos mais diferenciados ao profissional que tenha
como meta atuar em programas de prevenção da violência no que tange os
relacionamentos de intimidade.
Fundamentação teórica
2.1 Relações de intimidade e questão de gênero
As observações do mundo sugerem que existem duas categorias de seres
humanos-homens e mulheres. No entanto embora se tenha claro que existem diferenças
nos órgãos de reprodução que estão presentes em muitas espécies, deve-se questionar o
motivo dessa distinção ter sido sempre tão importante, para que o conjunto das
categorias da personalidade se baseasse nela (NOGUEIRA, 2001).
Os termos e as formas pelas quais se consegue compreender o mundo e cada um
individualmente, são artefatos sociais, produtos das interrelações entre as pessoas, com
especificidade histórica e cultural. Neste sentido, as categorias e os conceitos que se
utilizam são específicos de um tempo histório e cultural. Quer o mundo seja
compreendido em termos de homem ou mulher, vida urbana ou vida rural, passado ou
futuro, tudo isso depende de “onde” e do “quando” do mundo em que se vive. O
conhecimento é relativo e depende do tempo e da cultura, isto é, não é específico de
culturas particulares e períodos da história, como também é produto desta cultura,
história e depende dos arranjos prevalecentes quer econômicos quer sociais
(NOGUEIRA, 2001).
Mesmo com a longa existência do conceito gênero, as ciências sociais têm
encontrado dificuldade em constituir um modelo de análise teórico e consistente das
relações entre os sexos que corresponda a uma verdadeira descentralização do dualismo
associado ao sexo biológico (NOGUEIRA, 2001).
A diferenciação entre os termos “sexo” e “gênero”, foi uma tentativa de separar
o sexo biológico do sexo social- o gênero (AMÂNCIO, 1994 apud NOGUEIRA, 2001),
para que assim fosse possível a crítica social (CRAWFORD, 1995 apud NOGUEIRA,
2001). Em contrapartida, algumas forças culturais acabaram por manter a diferenciação,
o que resultou em confusão, inconsistência e problemas de terminologia. Isto é, novas
diferenças sexuais, virtualmente idênticas às publicadas décadas atrás, passaram a ser
considerados como diferenças de gênero. Estas novas diferenças são semelhantes às
antigas, mas “vestidas” de outro modo, ou seja, continuam a situar-se dentro dos
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indivíduos, a ser socialmente descontextualizada e rapidamente biologizadas (
CRAWFORD, 1995 apud NOGUEIRA, 2001).
Algumas abordagens consideram que as mulheres e os homens partilham um
conjunto de qualidades, traços e capacidades inatas ou adquiridas, que
presumivelmente, lhes condiciona o comportamento (HARE-MUSTIN; MARECEK,
1990 apud NOGUEIRA, 2001). Bohan (1997 apud NOGUEIRA, 2001) aponta que em
consequência disso, o que acontece é que quando os traços são considerados localizados
nos indivíduos, a responsabilidade da mudança passa a ser das pessoas e não da
sociedade.
Algumas abordagens consideram o gênero como uma construção social, um
sistema de significados que se constrói e se organiza nas interações (CRAWFORD,
1995; DEZIN, 1995 apud NOGUEIRA, 2001). Neste sentido, não se torna uma tributo
individual, ou seja, não existe nas pessoas, mas sim nas relações sociais.
Os processos relacionados com gênero exercem influência no comportamento,
pensamentos e sentimentos dos indivíduos, o que por sua vez afetam as interações
sociais e ajudam a determinar a estrutura das instituições sociais. Neste sentido, o
gênero acaba por envolver a construção da masculinidade e feminilidade como polos
opostos e a essencialização das diferenças (NOGUEIRA, 2001).
O gênero não é um fenômeno que existe dentro dos indivíduos, pronto a ser
descoberto e medido pelos cientistas. Pelo contrário, o gênero existe nas interações
sociais, ou seja, é precisamente aquilo que as pessoas concordam que seja (HARE-
MUSTIN; MARECEDK, 1990; UNGER, 1990 apud NOGUEIRA, 2001). Neste
sentido, em maior ou menor grau, os homes como as mulheres acabam por aceitar as
diferenças de gênero visíveis a nível estrutural e que se estabelecem ao nível
interpessoal, tornando-se tipificados do ponto de vista do gênero, ao assumirem para si
próprios os traços de comportamento e papéis normativos para as pessoas do seu sexo,
na sua cultura. Além da internalização de traços, comportamentos e papéis, as mulheres
acabam por internalizar também a sua desvalorização e subordinação (CRAWFOR,
1995 apud NOGUEIRA, 2001).
O gênero é, deste modo uma invenção das sociedades humanas, como uma
“peça de imaginação” com facetas múltiplas: construir adultos (homens e mulheres
desde a infância), construir os “arranjos sociais” que matem as diferenças nas
consciências de homens e mulheres a produção de significado, em resumo, cria
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estruturas linguísticas que modelam e disciplinam a nossa imaginação (HARE-
MUSTIN; MARECEDK, 1990 apud NOGUEIRA, 2001).
Nogueira (2001) destaca que os fatores que definem uma ação particular como
masculina ou feminina não são o sexo dos indivíduos, mas sim os parâmetros
situacionais nos quais determinada “performance” ocorre. Neste sentido, a ninguém
pode ser considerado muito, pouco ou nada feminino ou masculino. Em alguns
contextos as pessoas fazem feminino e em outros possivelmente masculino (WEST;
ZIMMERMAN, 1987 apud NOGUEIRA, 2001). Para Nogueira (2001) esta perspectiva
pode ser ilustrada pensando nas investigações que mostram mulheres em posição de
liderança serem consideradas “masculinas”, ou pais (homens) sozinhos comportarem-se
de forma mais “feminina” que pais casados. A diferenciação entre sexo e gênero
evidenciada nestes dois exemplos mostra como gênero não é um traço inerente aos
indivíduos, mas sim que qualidades usualmente vistas como relacionadas com o sexo
dos indivíduos são determinadas pelos contextos. Neste sentido, o gênero pode ser
considerado apenas como o termo dado a um conjunto de interações comportamento-
meio, com as quais são utilizadas para caracterizar os membros de um sexo.
Sendo assim, Nogueira (2001) aponta que assumindo esta perspectiva é possível
questionar como certas interações são consideradas femininas ou masculinas. Desta
forma, a autora destaca que a exposição seletiva de homens e mulheres a contextos que
são marcados por gênero, suscita comportamentos do qual o sexo é compatível com o
gênero, o que acaba por reforçar a percepção de que o gênero é sexualmente
diferenciado e sexualmente definido. Assim, as mulheres são diferentes, em virtude de
serem mulheres, mas paradoxalmente isso não acontece porque sejam mulheres. Neste
sentido, as exigências dos contextos sociais constituem as primeiras determinantes do
comportamento identificado ao gênero, visto que este processo torna-se tão habitual que
acaba por ser vivenciado como uma parte do jeito de ser: “as pessoas percebem-se como
intrinsecamente genderizadas porque o gênero inunda completamente as experiências ”
(p.58). Portanto, esta identificação com a compressão socialmente construída de gênero
direciona o comportamento, encaminhando as pessoas a conformar-se com as
expectativas genderizadas e deste modo a fazer o gênero de uma maneira compatível
com a sua construção num determinado contexto social. Somado a isso, a experiência
do gênero como um aspecto da identidade e considerado como uma qualidade “natural”
das pessoas, acarreta na construção social do gênero como um traço intrapsíquico
relacionado com o sexo. A partir desta perspectiva é possível considerar que o gênero é
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também uma questão de poder, sendo concebível reconhecer o seu papel na construção
social desse mesmo gênero, na sua ativação e auto sustentação reprodutiva (HARE-
MUSTIN; MARECEK, 1990 apud NOGUEIRA, 2001).
Por fim, a abordagem essencialista, prevalecente entre os psicólogos na primeira
metade do século XX, desperta para a existência de diferenças inatas e estáveis entre os
sexos, conceitualizando o gênero (ou sexo, que nesta abordagem são praticamente
equivalentes) como sendo uma propriedade estável, inata e bipolar de diferenciação
sexual, tendo um caráter determinista. Em contrapartida, a abordagem da socialização,
dominou a psicologia social durante os anos 60 e 70, direcionando o foco de atenção
relativo ao gênero da biologia para socialização. Neste sentido, o gênero passou a ser
considerado não como inato, mas sim o resultado de forças sociais e culturais,
aprendido por meio dos processos de modelagem e imitação (BANDURA, 1977 apud
NOGUEIRA, 1999). As crianças aprendendo a internalizar o que é considerado
masculino ou feminino conforme as normas da sociedade, formam personalidades e
padrões de comportamentos identificados com o gênero. Após a formação da
personalidade esta é considerada como característica individual estável e inerente aos
indivíduos. Desta forma, a masculinidade e feminilidade passam a ser características
socialmente aprendidas por meio do desenvolvimento cognitivo e emocional
(NOGUEIRA, 1999).
Mesmo com a existência de inúmeros trabalhos que afirmam a inexistência de
diferenças sexuais, um número considerável de pessoas ainda acredita em distintos
posicionamentos de homens e mulheres face à vida, atitudes relacionadas com o
trabalho ou com a família, motivações, comportamentos e traços de personalidade. Os
traços como independência, agressividade e dominância ainda são associados a homens
e a sensibilidade, emotividade e gentileza às mulheres (POWELL, 1993 apud
NOGUEIRA, 1999). Por fim, a ciência e os meios de comunicação social construíram
uma narrativa intensa, a de que o gênero é diferença e que a diferença é estática, bipolar
e categorial (NOGUEIRA, 1999).
Desta forma, algumas abordagens argumentam que o sexo/gênero não deve ser
teorizado como distinção, pelo contrário, deve ser conceitualizado como sendo apenas
um princípio de organização social, estruturante das relações de poder entre os sexos.
Neste sentido, conclui-se então que a categoria sexual usada pelas pessoas para dar
sentido às suas vidas deve ser analisada e compreendida como resultante ideológico e
não biológico (WILKINSON, 1997 apud NOGUEIRA, 1999).
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Portanto, mesmo que homens e mulheres possam ter as mesmas competências, o
fato de enfrentarem diferentes situações, constrangimentos e expectativas resulta que
frequentemente tomem decisões distintas devido ao seu repertório de opções. Neste
sentido, acabam por reafirmar os arranjos baseados nas categorias sexuais como sendo
naturais, tidas como fundamentais e imutáveis, o que acaba por legitimar a ordem social
(NOGUEIRA, 1999).
2.2 Relação de intimidade permeada por agressão
A violência conjugal começa a ganhar visibilidade principalmente pelos
movimentos feministas, que delataram o poder patriarcal e suas consequências de
opressão dos homens contra as mulheres. Os movimentos resultaram em punição
exemplar dos agressores, intervenções como abrigo para mulheres vítimas, grupos de
conscientização para mulheres e mais tarde também para os agressores. No Brasil o
tema só ganha importância social a partir dos anos 80, quando “violência contra
mulher” se torna sinônimo de “violência conjugal” (GROSSI, 2008 apud OLIVEIRA;
GOMES, 2011). Para Oliveira e Gomes (2011) o auge das conquistas históricas data
2006, a partir da promulgação da Lei n° 11.340, a Lei Maria da Penha, que aumentou de
forma significativa a visibilidade da problemática. Instituiu penas mais rígidas para os
agressores, criação de juizados especiais de atenção à “violência familiar e doméstica
contra mulher”, como também espaço para atendimento aos homens agressores, entre
outros avanços.
É possível perceber as mudanças significativas que já ocorreram quando se
aborda a questão da violência conjugal, mas mesmo assim as mulheres acabam sendo
prioridade neste assunto. Inúmeras pesquisas já foram realizadas, que de certa forma
tornavam pública a violência que acontecia na esfera particular, mas que também
permitiam uma forte identificação entre as mulheres pela situação de vitimização
(ALVIM; SOUZA, 2005).
Para Féres-Carneiro (1998 apud ALVIM; SOUZA, 2005), a relação entre
parceiros íntimos se dá a partir do encontro de duas identidades, cada uma
individual/social, que, ao viver um projeto de união, se (re) definem como um par e ser
único, demonstrando assim alteridade, do qual cada identidade, ciente da diferença do
outro, se (re) formula e também o faz com o outro e vice versa. Dessa forma, a
alteridade entendida como afetos, conceitos, representação, sentimentos, são formas de
mediação organizadas historicamente e que estão presentes na vida dos indivíduos,
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possibilitando comparações e novas formulações a respeito da diferença, como também
sua negociação. Embora a maior parte das negociações nas relações conjugais serem
feitas de modo pacífico, é importante destacar que parte delas pode avançar para o
estágio da violência, baseada nas concepções do que é ser homem ou mulher.
Os conflitos que surgem na relação entre parceiros íntimos, podem estar
relacionados à dificuldade em lidar com a diferença. Não há a negociação, aspecto
importante em um relacionamento conjugal, mas sim a procura de uma pessoa que seja
parecida, para que assim as diferenças possam ser anuladas. Isso está muitas vezes
voltado a idealização de homem e mulher, como também de um casamento sem
conflitos (ALVIM; SOUZA, 2005).
Para Von (2001) as relações violentas podem ser consideradas àquelas que são
permeadas por desigualdades entre os pares da relação, nesse sentido, essa concepção
vai mais além do que os atos físicos para abranger as sutilezas em que um deles, por
meio de autoritarismo, estabelece limites para a plena expressão do companheiro. Isso
porque em uma cultura calcada na lógica patriarcal, na qual as relações igualitárias são
raras, a violência passa pela questão do gênero. Se isso não afeta no nível individual,
atinge ao menos em nível de pertencimento de gênero aqueles que destoam do modelo
tradicional de virilidade e que está sujeito a forma de dominação, como no caso das
mulheres, crianças.
A violência entre parceiros íntimos em diversos locais carrega tanto tabu e medo
que em resultado disso não tem sido considerada como um crime real, o que de certa
forma resulta na ausência de consequências legais para tais atos (ROSA et al, 2008).
Para Guatarri e Rolnick (1993 apud ROSA et al, 2008), a forma como os autores de
violência vivem a condição de agressor variam entre dois extremos : uma relação de
alienação de opressão, de forma que o homem agressor se rende à subjetividade tal
como ela é; ou uma relação de criação e de expressão, sendo que nessa última se
reapropria dos componentes da subjetividade, originando um processo de
singularização, ou seja, a partir daí consegue perceber as dificuldades que carrega e que
não dá conta de resolver por meio da violência.
No que diz respeito às relações conjugais violentas e assassinatos cometidos
pelas mulheres contra seus parceiros, na maioria das vezes, elas agem pelos mais
diversos motivos (brigas com inimigos, vinganças, envolvimento com drogas e álcool) e
não apenas por ciúmes e maus-tratos dos companheiros. Mesmo sendo a mulher vista
como a principal do ambiente doméstico, geralmente relacionada à proteção e relações
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amigáveis, ela não está livre de envolvimento com ações criminosas (ALVIM; SOUZA,
2005). No entanto, nos casos em que os homens matam suas esposas, em grande parte
alega-se defesa e honra. As mulheres que são autoras do crime contra o parceiro, muitas
vezes alegam defesa própria, de forma que passa para condição de vitima, e isso não
inclui apenas o momento do crime, mas também ao longo de sua vida. Além disso, é
possível verificar que o maior número de absolvições acontece para as mulheres do que
para os homens, o que pode ser explicado como o sistema judiciário está organizado, de
forma que mantém e reproduz os aspectos relacionados aos papéis sexuais delimitados
na sociedade (CORRÊA, 1983 apud ALVIM; SOUZA, 2005). É evidente que a
violência doméstica contra a mulher é maior que a dos homens, mesmo levando em
conta que nos dois casos nem sempre são notificadas, e isso está relacionado tanto pela
ausência do governo em oferecer serviços mais eficientes, como também problemas
relacionados à vergonha feminina, humilhação e medo, e à honra masculina
(ALMEIDA, 2001; JACKSON, 1999. apud ALVIM; SOUZA, 2005). Neste sentido,
nenhum homem ou mulher quer admitir que sofreu algum tipo de violência física de seu
parceiro, uma vez que há uma necessidade de parecer que se tem uma família boa e
“normal”. Além disso, medo do ridículo, vergonha e privacidade nos assuntos
familiares, não permitem que muitos homens e mulheres declarem que são vítimas de
violência conjugal (COOK, 1997 apud ALVIM; SOUZA, 2005).
Alguns autores defendem a idéia de que não se pode concluir precipitadamente
que a violência entre parceiros íntimos é qualitativamente e quantitativamente
proporcional em relação ao sexo, isso porque as estruturas de poder e dominação devem
ser observadas. Sendo assim, pode-se concluir que existem diversos cenários de
conflitos entre parceiros íntimos e, o que tem sido mais divulgado pelos meios de
comunicação é o “espancamento da mulher”; e outro mais sutil, que tenta se enquadrar
na “normalidade” é aquela violência que pode ser vista como autorizada tanto por
homens como por mulheres (OLIVEIRA; GOMES, 2011).
Segundo o trabalho realizado com casais por Alvim e Souza (2005), eles
observaram que a violência no relacionamento gera sofrimento para ambos os parceiros,
o que torna necessário investigar sobre os tipos de violência entre homens e mulheres,
bem como a identificação do contexto em que ocorreram. Para os autores, alguns dos
entrevistados manifestaram a idéia de que a violência é algo forte que está no interior,
que é individual ou natural e que, dependendo da situação estoura ou é colocado para
fora, isolando-o do contexto social, o que dificulta a compreensão e superação. Quanto
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aos tipos de violência física, envolvendo tanto os que agrediram quanto os que foram
vitimizados, apareceu beliscar, morder, arranhar, dar tapas, socar, surrar, imobilizar,
apertar, empurrar e bater em algo, agredir com objetos ou jogar coisas. Aos que
agrediram fisicamente, os sentimentos eram de culpa e necessidade de se desculpar,
enquanto nos que sofreram agressões, as principais reações foram emocionais como
medo em relação ao agressor e vergonha, uma vez que vários casos aconteceram em
público. Os entrevistados afirmam que houve comprometimento com a saúde, indicando
alterações no peso, reflexos na vida sexual, até perturbações psicológicas mais sérias,
acarretando até em internação psiquiátrica.
Para Velho (1996 apud ALVIM; SOUZA, 2005) a violência não se caracteriza
apenas pelo uso da força física, mas envolve também ameaça em usá-la e agressões não-
físicas, que vão desde gritos e xingamentos a exposições públicas. O que contribui para
o desgaste da relação, e, caso seja frequente acaba se tornando “natural”, de forma a
estabelecer um padrão na relação em que o respeito mútuo e singularidade passam a ser
ignorados. Sendo assim, tanto a violência física como as psicológicas, são percebidas
como um processo do qual o indivíduo é modificado de sujeito em coisa, mudança essa
que está presente nas características das relações de gênero (CHAUÍ, 1980 apud
ALVIM; SOUZA 2005).
Pitanguy (2003 apud SCHRAIBER et al, 2005) destaca algumas análises que
apontam que a violência se modifica conforme o gênero no contexto público/privado e
quanto ao tipo de agressão sofrida, isso porque homens adultos sofrem mais violência
física, enquanto que as mulheres adultas, física e sexual. Essa bipolaridade do
público/privado, faz com que os homens se envolvam mais com a violência relacionada
ao trabalho e ao crime, enquanto as mulheres em conflitos domésticos. Segundo a
autora ao considerar este cenário, é possível destacar que os homens adultos raramente
são agredidos por membros de sua família, entretanto, as mulheres são agredidas em
menor proporção por estranhos, e em maior proporção por conhecidos e familiares.
Ainda é presente a dicotomia entre os gêneros, do qual na sociedade ocidental
as características sobre masculino/feminino é diferenciada entre os conceitos de cultua/
natureza, razão/emoção, sujeito/objeto, mente/corpo, levando a considerar que a mulher
é passiva enquanto o homem ativo, além de ocasionar em uma polaridade do qual são
considerados opostos e excludentes. Estas diferenças de concepções quanto ao o que é
ser homem ou mulher, contribuem para a produção de violência ao ponto em que um se
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considera superior ao outro tentando prevalecer seus interesses e desejos (GIFFIN, 1994
apud ALVIM; SOUZA, 2005).
Muitas transformações na sociedade aconteceram com o objetivo de igualar os
gêneros, mas essas diferenças não podem ser anuladas uma vez que são a base das
sociedades contemporâneas. Isso porque elas se apresentam com características
diversificadas e com grande capacidade de conflito, necessitando que as diferenças
sejam sistematicamente negociadas. Entretanto, para que haja possibilidade de
negociação é indispensável acordo com relação à noção de justiça compreendida como
valor comum, aprovação que é difícil mesmo em grupos reduzidos como família ou
casal (ALVIM; SOUZA, 2005).
As classificações da violência mudam com o tempo e conforme a sociedade, isso
porque a cada época a violência se modifica transformando assim as representações do
fenômeno. Dessa forma, a violência é em um momento circunstancial daquilo que uma
coletividade, grupo, cultura considera como tal (WIEVIORKA, 2007). Odalia (1983)
considera que:
“o ato violento não traz em si uma etiqueta de identificação. O mais óbvio dos
atos violentos, a agressão física, o tirar a vida de outrem, não é tão simples, pois
pode envolver tantas sutilezas e tantas mediações que pode vir a ser
descaracterizado como violência” (ODALIA,1983, p.23).
Determinados atos, historicamente tidos como permissíveis, são hoje, violências.
A famosa alegação “ela me fez perder a cabeça”, citada em muitos estudos como
principal motivo, sobretudo masculino, justificador da violência e com aceitação
cultural nas relações afetivo-sexuais, é hoje objeto de regulação, sendo que homens e
mulheres devem, de agora em diante buscar outra forma de lidarem com os conflitos
(SCHRAIBER, 2008).
Schraiber et al (2009) aponta que a aceitação cultural é atribuída em virtude da
banalização e naturalização da violência. Homens e mulheres apresentam argumentos
dos mais diversos para si para a naturalização do comportamento, mas compartilham a
banalização de seu acontecimento, com impactos para cada situação de gênero em
termos do que considerar como violência e do que constituir como questão. Neste
sentido, são produzidas diversas dinâmicas de revelações e invisibilidades seja para
diferentes identidades de gênero e nestas, intra ou inter gênero.
No entanto, há contextos em que propiciam a aceitação da violência de gênero
contra as mulheres, sendo possível encontrar as maiores taxas nos países em que
13
apresentam situações, em que há normas culturais ou legais conferindo o direito de
propriedade masculina sobre as mulheres; quando há controle masculino sobre a riqueza
da família; em contextos em que a masculinidade está relacionada à soberania e
dominação, com alto grau de liberdade e poder de delimitar comportamentos, sobretudo
os das mulheres em público, mas também na ordem do privado, em nome da honra
masculina e também quando há consenso de que o controle final das decisões é
masculino. Neste sentido, a violência de gênero expressará um ato masculino
favorecendo a aculturação da mulher nos referentes do mais antigo e maior poder do
masculino, que é o patriarcado. Desta forma, em conflitos ou ameaças de rupturas dessa
dominação tradicional, comportamentos de reconquista do poder e da autoridade
perdidos ou simplesmente de prevenção dessa perda serão não só possíveis no universo
simbólico da masculinidade hegemônica, mas necessários (SCHRAIBER et al, 2009).
Desta forma, a violência que acontece entre parceiros íntimos, dentro das
relações que são consideradas privadas, ultrapassa os limites da privacidade e se torna
um problema de ordem social, ou seja, uma violação dos direitos humanos. Neste
sentido, a violência não deve ser vista por meio de uma visão que contemple suas
expressões em forma de espetáculo, mas sim, deve ter um olhar que esteja voltado a
partir do qual os sujeitos atuam violentamente. Portanto deve-se investigar que formas
são essas que pela dominação desconsideram a autonomia e alteridade do outro (VON,
2001).
2.3 A agressão no relacionamento de intimidade da perspectiva masculina
Uma pesquisa descritiva exploratória realizada por Rosa et al (2008), com onze
homens que participavam do Programa de Atenção à Violência Doméstica e
Intrafamiliar, visava investigar a ótica do homem autor de violência. A partir da
pesquisa foi possível identificar algumas causas da agressão contra a companheira. Uma
delas envolve as ações que são consideradas inadequadas da companheira, que segundo
os homens, elas agiam de maneira autoritária e respondiam à agressão física; outra
causa está relacionada à interferência de pessoas externas a relação, de forma que os
homens alegavam sua agressão devido às influências de outras pessoas na vida do casal.
É possível observar que, para os homens autores de violência, a postura ou
atitude inadequada da mulher, leva a situação caracterizada como violenta. Portanto, é
transferida à companheira a culpa pela situação, de forma que não se reconhecem como
agressor. Portanto, racionalizam a ação agressiva como um comportamento provocado
14
pela mulher. Para Goleman (2003 apud ROSA et al, 2008), essa racionalização é uma
das formas mais comuns de negar as verdadeiras e reais causas do sujeito, de forma que
encobre e impede o verdadeiro impulso que ocasionou o ato agressivo, colocando no
lugar um outro inventado. Essa postura diante da situação está relacionada com o que
destaca Schraiber (2002 apud Rosa et al, 2008), quando descreve que o autor de
agressão direciona o resultado do relacionamento ao comportamento do(a)
companheiro(a). Dessa forma, caso a relação não tenha êxito, a culpa é do outro.
Segundo Rosa et al (2008) a agressão costuma ser justificada como atitude de
legítima defesa, ocorrendo apenas um empurrão e não o espancamento. Para os autores,
essa diminuição e negação da agressão por parte dos agressores, fazem parte das
características da dinâmica da violência. O que de certa forma está relacionado ao fato
de que os homens autores de agressão, muitas vezes não têm clareza de serem
agressores, sendo que conseguem muitas vezes reconhecer o ato de violência em que
esteja envolvido, mas não identificam que as ações os definem como autores de
violência.
A partir da análise de alguns estudos que levam em conta a face masculina nos
casos de violência contra a mulher, é possível perceber que grande parte reforça
interpretações de um ethos masculino, que associa a violência à própria construção da
masculinidade. Já no que se refere às sociedades latinas, diversos autores e
principalmente Fuller (1998 apud SCHRAIBER et al, 2005 ) destaca que a violência
contra a mulher está relacionada, principalmente, ao simbolismo do machismo, atributo
do sistema de gênero, que coloca o feminino e masculino como opostos, além da
divisão moral que coloca a força e honra dos homens e a vergonha das mulheres como
características morais importantes.
Alvim e Souza (2008) apontam para o número de pesquisas realizadas sobre
violência entre parceiros íntimos, mas que é feita sob uma perspectiva feminista, o que
acaba desconsiderando as transformações no âmbito das masculinidades, isso porque os
estudos em que os homens são considerados o agente da violência são focalizados como
violentos e agressores. Somando-se a isso, as produções que envolvem a questão da
violência, especialmente a conjugal, tem pouca participação masculina como sujeito de
pesquisa e com poucas análises que levem em conta as características relacionais deste
fenômeno, o que se torna necessário uma compreensão melhor das relações violentas
(CASTRO et al, 2003 apud ALVIM; SOUZA, 2005):
15
“[...] a dimensão relacional do gênero possibilita desconstruir
principalmente os argumentos culpabilizantes em relação ao masculino,
que demarcam o discurso de parte do movimento feminista e que ainda se
faz presente, direta ou indiretamente, nas produções acadêmicas
contemporâneas” (ARILHA et al., 1998, p.24 apud ALVIM; SOUZA,
2008).
Os homens estão mais expostos a doenças, mortes por causas externas (suicídio,
crimes acidentes), drogas do que as mulheres. Pensando a partir deste ponto de vista,
deve-se levar em conta os riscos para os papéis masculinos, dos quais podem ocasionar
em graves efeitos, como sexuais, financeiros e envolvimentos violentos (GIDDENS,
1993 apud ALVIM; SOUZA, 2005). Se levar em conta os termos estatísticos,
desconsiderando a divisão público/privado, é possível notar que os homens estão,
diariamente, mais expostos à violência e mesmo assim não são alvos de campanhas,
serviços ou políticas públicas. Uma provável explicação para essa situação pode estar
relacionado ao fato de que grande parcela da forma de violência não chega ao
conhecimento institucional oficial e a respeito delas não há informações. Além disso,
tantas outras não são conhecidas pela sociedade e, logo, pelas instituições, como é o
caso da violência contra homens (GONÇALVES et al., 1999 apud ALVIM; SOUZA
2005).
Nolasco (2001 apud OLIVEIRA; GOMES, 2011) entende a violência cometida
pelos homens contra si mesmo e contra os outros, como resultado de uma cultura
contemporânea que banaliza a representação masculina, tendo em vista colocar esta
como “o bode expiatório” dos problemas atuais de violência. Dessa forma, ao invés do
problema ser reparado, é conservado e banalizado. Sendo assim, o que requer atenção é
o fato de os homens se sentirem fragilizados na capacidade de construir identidades
masculinas honradas, dignas de admiração e respeito dos outros, considerando a
masculinidade contemporânea frágil e sofrida.
Grossi (2008 apud OLIVERIA; GOMES, 2011) censura a tendência de
essencializar a masculinidade como violenta, além de estabelecer distinção entre
agressão e violência. A autora considera a agressão como uma ação que se permite
revidar, enquanto que a violência não. Além disso, compreende que os atos masculinos
denunciados, são na maior parte das vezes agressão e não violência, sendo esse ato um
fenômeno que está relacionado ao gênero, mas que também envolve um campo maior,
como a comunicação incompleta, em vez de relações de poder determinadas que
16
mantêm apenas um dos cônjuges no topo da hierarquia, de forma que pode ser praticado
por ambas as partes.
Embora a violência seja considerada a marca identitária da masculinidade
hegemônica, é importante destacar que não se deve firmar em estereótipos que
considerem o homem como o eterno agressor e a mulher como vítima (SCHRAIBER et
al, 2005).
As estatísticas em torno da violência entre parceiros íntimos crescem cada vez
mais, e especificamente no Brasil, o que não deixa dúvida da urgência de um combate
sistematizado. Além disso, existem muitas dúvidas e lacunas quanto à compreensão da
violência conjugal. Sendo assim, para uma melhor compreensão desse fenômeno, é
necessário não apenas olhar para a punição prevista em lei, mas sim uma
instrumentalização de políticas públicas que incluam o autor de violência para que essa
ação possa contribuir para diminuir a violência praticada contra a mulher. Portanto, a
solução da agressão não é a penalização do agressor, isso porque envolvem aspectos
muito mais complexos, uma vez que não afeta apenas o indivíduo e as vitimas diretas,
mas também a família e sociedade como um todo (ROSA et al, 2008).
Dessa forma, tornar mais abrangente os estudos que se propõem à inclusão dos
homens na perspectiva de gênero, possibilita a criação de um movimento entre uma
visão da relação entre masculinidade-violência, embasado numa concepção genérica de
patriarcado para uma que privilegia a violência como expressão de insegurança
masculina ou também como a não-atualização de um padrão hegemônico de
masculinidade. Essa mudança é importante na medida em que é possível uma discussão
que envolva de que modo a questão do poder ou a falta dele está relacionada, para os
homens, a outros referenciais de identificação, como classe, idade, geração, etnia entre
outros. Isso indica a possibilidade de sair de categorizações abstratas de papéis sexuais
constitutivos de uma concepção monolítica de homem e mulher (SCHRAIBER et al,
2005).
Sendo assim, se torna cada vez mais prejudicial, se a sociedade não cessa a
violência e não percebe o que ela acaba transmitindo para as crianças, as ações contra a
violência são depreciadas e a própria sociedade se torna cada vez mais produtora da
violência. Para que existam relações igualitárias, é necessário primeiro que se conheça
como os problemas relacionados a gênero se formam, bem como sua articulação com o
respeito à integridade humana, fato esse que é necessário para o exercício da cidadania.
A postura de uma análise relacional no caso violência entre parceiros íntimos e a
17
diferença dos gêneros, possibilita mudança de uma ação política jurídica e punitiva
voltada aos agressores, para uma política de apoio e assistência a homens e mulheres
envolvidos em relações violentas (ALVIM; SOUZA, 2005).
Tipo de pesquisa
Levando em consideração que o tema em questão foi pouco estudado no campo
científico, a presente pesquisa trata-se de um estudo exploratório, uma vez que este tipo
de estudo contempla a busca de conhecimentos para formulações de hipóteses sobre
temas pouco explorados Neste sentido, a proposta de análise da pesquisa teve o enfoque
misto, visto que possibilita uma integração e discussão conjunta, consequentemente
alcançar maior compreensão acerca do fenômeno estudado (SAMPIERI et al, 2006).
Sendo assim, a partir desta perspectiva, foi estudado como as crenças e valores
consolidam ou não o ato violento em relações de intimidade por meio da ótica
masculina.
OBJETIVO GERAL
Identificar o sistema de crenças e valores que sustentam o ato agressivo nas relações de
intimidade.
Objetivos específicos:
Identificar os componentes que justificam o ato violento nas relações de intimidade a
partir da perspectiva masculina.
Conhecer os sistemas de crenças, valores, que regem a questão de gênero e que se
estendem as relações entre parceiros íntimos.
MÉTODO
Participantes
A amostra foi de conveniência, composta por 10 sujeitos do sexo masculino, com idade
superior a 18 anos, ensino médio como escolaridade mínima, que tinham ou não um
relacionamento conjugal e sem distinção de classe social.
Instrumentos
O instrumento utilizado consistiu em um questionário denominado "Crenças e valores:
relacionamento de intimidade (ANEXO 1) elaborado com base na fundamentação
teórica e de instrumentos com objetivos similares ao da presente proposta. Foi dividido
18
em quatro partes. A primeira parte contém sete questões e consiste na caracterização
social dos participantes; a segunda é referente ao sistema de crenças e valores dos
participantes a respeito da agressão no relacionamento afetivo, no modelo de escala que
avalia o grau de concordância;um total de 33 questões; a terceira envolve cinco questões
abertas relacionadas à compreensão das situações de agressão entre parceiros íntimos, e
a última consiste de três questões sobre experiências e contatos dos participantes com
situações de agressão entre parceiros íntimos. Uma primeira versão foi apresentada a
voluntários, e a versão final é resultante da avaliação tanto da semântica quanto ao
conteúdo específico.
Procedimentos
Para a realização da pesquisa, o primeiro passo foi a divulgação nos espaços destinados
a este fim, após autorização dos responsáveis pela Instituição, e de convite às pessoas
que se encontram dentro dos critérios do presente estudo. Aprovada a divulgação e
seleção os sujeitos, deu-se início ao agendamento para entrega do questionário. A
coleta de dados foi feita em um local adequado que garantisse o sigilo das informações
obtidas e que estivesse de acordo com a disponibilidade dos sujeitos. Os questionários
foram entregues em um envelope com a carta de apresentação e o termo de
consentimento (ANEXO 2). Foi combinado com os sujeitos que o tempo de aplicação
abarcaria de 15 a 20 minutos e devolveriam o envelope com uma cópia do termo de
compromisso assinada e o questionário. Este deveria ser lacrado e somente aberto pela
pesquisadora, que foi responsável pela abertura, verificação da documentação e
protocolo, de forma a minimizar qualquer chance de identificação dos sujeitos
Cuidados éticos
De acordo com a resolução 196/96 que regulamenta a pesquisa envolvendo seres
humanos, foi esclarecido aos colaboradores as condições de aplicação e o objetivo da
pesquisa, assim como os riscos mínimos envolvidos, sendo o pesquisador devidamente
treinado para lidar com os mesmos.
Cabe ressaltar que a entrevista somente foi realizada a partir da concordância dos
colaboradores por meio da Carta de Informação ao Sujeito de Pesquisa (ANEXO B) a
cada participante, devidamente assinada.
Os sujeitos foram informados de que não haveria benefício direto ao participante, porém
os resultados poderão contribuir para análises e conhecimentos no campo cientifico
além de serviços de assistências e prevenção da violência. Obedecendo ao sigilo, foram
19
alterados quaisquer dados que possibilitassem a identificação de participante, sendo
assim, foi mantido o sigilo absoluto em todo momento da pesquisa.
O questionário em nenhum momento pediu identificação do sujeito, e o fato de inserir o
questionário no envelope e este ser aberto somente pelo pesquisador líder, minimizou os
efeitos de qualquer identificação pessoal e se o sujeito respondeu na íntegra ou não,
além de ser informado ao sujeito que poderia desistir a qualquer momento da pesquisa.
O tipo de pesquisa acarreta riscos mínimos, porém ao abordar questões que envolvem
sistema de crenças pode gerar certo desconforto. Para tanto foi disponibilizado contato
de e-mail da pesquisadora líder, além da distribuição de uma lista de contatos de
possíveis profissionais e instituições que oferecem serviços especializados.
Resultados
Considerando que o tema da pesquisa abarca o sistema de crenças e valores dos
entrevistados, optou-se por uma amostra de conveniência, visto que desta maneira a
aproximação seria mais cuidadosa, garantindo-se um menor envolvimento entre
pesquisadora-colaborador, o que contribui para que os participantes respondam com o
que mais se aproxima de suas concepções.
Pelo fato da pesquisadora não conhecer os entrevistados, o agendamento da data
e local da aplicação do questionário foi realizado por pessoas que conheciam tanto a
pesquisadora quanto os colaboradores, que por sua vez responderam conforme a
disponibilidade. Todos os entrevistados optaram por responder em seu local de trabalho,
nos intervalos que compreendiam o horário de almoço ou final do expediente. Foram
apresentados os objetivos da pesquisa, riscos mínimos envolvidos e a questão do sigilo,
sendo aceito por todos os sujeitos prontamente. Do total da amostra, dois relataram não
ter conseguido responder durante o tempo inicial e solicitaram responder ao
questionário em outro momento e devolver posteriormente.
Durante a aplicação não houve comentários sobre o conteúdo da pesquisa, sendo
que ao final do questionário um dos participantes fez comentários entre os seus colegas,
sobre a questão que dizia respeito à esposa bater no marido deveria ser respondida por
um colega específico, visto que alegou que este “apanha” (sic) da esposa. Já outro
participante relatou que algumas das respostas dadas não estavam embasadas em suas
experiências com as mulheres, mas ao que já presenciou nos relacionamentos de outras
pessoas, como por exemplo, concordar com o fato de que às vezes é necessário gritar
com uma mulher para parar uma discussão.
20
A coleta de dados ocorreu no período de 24 dias, iniciando em 02 de fevereiro
de 2012 e término 25 do mesmo mês. Cada participante levou, em média, de 15 a 20
minutos para responder o questionário.
Para a análise de dados, utilizou-se do software IBM SPSS Statistics 20, com a
finalidade de facilitar a leitura e interpretação de dados quantitativos.
Primeiramente foram geradas tabelas simples de porcentagem e os respectivos
gráficos referentes à caracterização da amostra e sistema de crenças, de forma que cada
pergunta referente à caracterização foi analisada isoladamente e no conjunto.
Na amostra obtida foi possível observar que não há concentração em uma faixa
etária específica. No que diz respeito ao nível de escolaridade, 10% dos pesquisados
possuem somente o Ensino Médio, 40% o Ensino Superior Incompleto, 40% o Superior
Completo e 10% restante possui Pós Graduação. Quanto ao estado civil, 20% afirmaram
estar solteiros, 10% está em um relacionamento de até dois anos, enquanto 10% até
quatro anos e 60% são casados.
Além disso, 40% moram com os seus familiares e 60% com esposas e filhos. No
que diz respeito à renda familiar, 20% encontram-se entre R$1.021,00 a R$3.60,00,
60% R$ 3.61,00 a R$7.650,00, 10% R$ 7.651,00 a R$ 15.300,00, enquanto que 10%
aponta renda superior a R$15.301,00. Para exemplificar, estes dados estão apresentados
na tabela 1.
Tabela 1- Caracterização social
Escolaridade Estado Civil
Ensino Médio 10% Solteiro 20%
Ensino Superior Incompleto 40% Casado 60%
Ensino Superior Completo 40% Namoro até 2 anos 10%
Pós- Graduação 10% Namoro até 4 anos 10%
Renda familiar Profissão
R$1.021,00 a R$3.60,00 20% Advogado 10%
R$ 3.61,00 a R$7.650,00 60% Engenheiro 10%
R$ 7.651,00 a R$ 15.300,00, 10% Administrador 10%
Acima de R$15.301,00 10% Autônomo 10%
Auxiliar financeiro 10%
Tecnólogo em finanças
10%
Corretor de seguros 10%
Técnico em Engenharia Clínica 20%
Estagiário 10%
Com quem residem
21
Familiares 40%
Esposa e filhos 60%
Com a finalidade de estabelecer a correlação entre as características e o sistema
de crenças, foram apresentadas afirmações pertinentes ao tema, sendo que cada
participante respondia de acordo com o grau de concordância: concordo plenamente,
concordo, discordo plenamente, discordo e sem opinião.
Inicialmente será apresentado os resultados das categorias isoladas e na
sequência as respectivas interrelações. Na afirmação “às vezes não tem como não evitar
bater em uma mulher”, 50% responderam que discordavam plenamente, 30% apenas
discordaram e 20% não tinham opinião sobre o assunto. Dentre estas respostas, os que:
Discordaram plenamente: 10% possuem o Ensino Médio, 20% Superior Incompleto e
20% o Superior Completo; 10% são solteiros, 40% casados e a renda de 10% está em
torno de R$1.21,00 a R$3.060,00, 30% está entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10%
R$7.651,00 a R$15.300,00; 10% moram com familiares e 40% com esposa e filhos.
Discordaram: 10% possuem o Ensino Superior Incompleto e 20% Superior Completo;
10% são solteiros, 10% casados e 10% está em um namoro de até dois anos, a renda
familiar deles está entre R$3.061,00 a R$7.650,00; 20% moravam com familiares e
10% com esposas e filhos.
Sem opinião: 10% tem o Ensino Superior Incompleto enquanto 10% tem Pós
Graduação; 10% é casado e 10% está envolvido em um namoro de até 4 anos, sendo
que a renda de 10% está entre R$1.021,00 a R$3.61,00 e os outros 10% está acima de
R$15.301,00; 10% moram com familiares e 10% com esposas e filhos.
Na afirmação “se mulher apanhou provavelmente ela mereceu”10% dos
entrevistados alegaram concordar plenamente, 10% apenas concordaram, 30%
discordaram, 40% discordaram plenamente e 10% apontaram não ter uma opinião
formada sobre o assunto. Dentre estas respostas, os que:
Concordam plenamente, 10% possuem o Ensino Superior incompleto, 10% são casados,
10% tem renda familiar entre R$1.201,00 a R$3.060,00 e 10% moram com esposas e
filhos.
Concordam, 10% tem o Ensino Superior Incompleto, 10% são casados, 10% tem a
renda familiar entre R$7.651,00 a 15.301,00 e 10% moram com esposas e filhos.
Discordam, 20% tem o Ensino Superior Completo, 10% tem pós-graduação; 10% são
solteiros, 10% casados e outros 10% está em um namoro de até quatro anos; a renda
22
familiar de 20% está entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e de 10% está acima de
R$15.301,00; 2º% moram com familiares e 10% com esposas e filhos.
Discordam plenamente, 20% tem o Ensino Superior Incompleto e 20% Superior
Completo; 30% são casados e 10% este em um namoro de até dois anos; a renda de
10% está entre R$1.021 a R$3.060,00 e a de 30% R$3.061 a R$7.650,00; 10% moram
com os familiares e 30% com esposas e filhos.
Sem opinião, 10% tem o Ensino Médio, são solteiros e a renda está entre R$3.061,00 a
R$7.650,00 e 10% moram com familiares.
Quanto à afirmação “é justificável a mulher apanhar quando ela trai seu marido”,
10% responderam concordar, 30% discordaram, 50% discordaram plenamente, 10%
afirmaram não ter opinião; além disso, nesta afirmação nenhum participante respondeu
que concordava plenamente. Dentre estas respostas, os que:
Concordam, 10% tem pós-graduação, está em um relacionamento de até quatro anos, a
renda está acima de R$15.301,00 e 10%moram com familiares.
Discordaram, 20% tem o Ensino Superior Incompleto e 10% Superior completo; são
solteiros, mais 10 % são casados e os outros 10% está em um namoro de até dois anos;
10 % apresenta renda familiar entre R$1.021,00 a R$ 3.060,00 e 20% R$3.061,00 a
R$7.650,00; 20% moram com os familiares e 10% com esposas e filhos.
Discordam plenamente, 10% tem o Ensino Médio, 20% Superior Incompleto, 20%
Superior Completo; 10% apresenta renda familiar de R$1.21,00 a R$3.060,00, 30%
R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% R$7.651,00 a R$15.300,00; 10% moram com os
familiares e 40% com esposas e filhos.
Sem opinião, 10% possuem o Ensino Superior Completo, 10% são casados, a renda
familiar está entre R$ 3.061 a 7.650,00 e 10% moram com as esposas e filhos.
Na afirmação “eu consigo enxergar uma situação em que o homem não deve ser
punido por ter agredido uma mulher”, 30% discordaram plenamente, 40% apenas
discordaram e 30% alegaram não ter opinião sobre o assunto, além disso, nenhum
participante respondeu que concordava com tal afirmação. Dentre estas respostas, os
que:
Discordam plenamente, 10% possuem o Ensino Médio, 10% o Superior Completo e os
outros 10% possui pós-graduação; 10% são solteiros, 10% são casados e os outros 10%
está em um namoro de até quatro anos; quanto à renda familiar, 20% estão entre
R$3.061,00 a R$7.650,00, 10% possuem renda acima de R$15.301,00; 20% moram
com os familiares e 10% com as esposas e filhos.
23
Discordam, 20% possuem o Ensino Superior Incompleto e os outros 20% o Superior
Completo; 10% são solteiros e 30% são casados; a renda familiar de 20% está entre
R$1.201,00 a R$3.060,00 e dos outros 20% R$3.061,00 a R$7.650,00; 10% moram com
os familiares e 30% com esposas e filhos.
Sem opinião, 20% possuem o Ensino Médio e 10% o Superior Completo; 10% estão em
um namoro de até dois anos e 20% são casados; a renda familiar de 20% está entre
R$3.061,00 a R$7.650,00 e de 10% R$7.651,00 a R$15.300,00; 10% moram com os
familiares e 20% com esposas e filhos.
Na afirmação “homens são mais desonestos do que as mulheres”, 30% dos
entrevistados alegaram concordar com a afirmação, 30% discordaram plenamente, 30%
apenas discordaram e 10% não tinham opinião sobre o assunto. Nenhum dos
participantes respondeu que concordava plenamente com tal afirmação. Dentre estas
respostas, os que:
Concordaram, 10% possuem o Ensino Médio, 10% Superior Incompleto e 10%
Superior Incompleto; 10% são solteiros e 20% são casados; quanto à renda familiar,
10% está entre R$1.021,00 a R$3.060,00 e 20% R$3.061,00 a R$7.650,00; 10% moram
com os familiares e 20% com esposas e filhos.
Discordaram plenamente, 10% possuem o Ensino Superior Incompleto, 10% Superior
Completo e 10% pós-graduação; 20% são casados e 10% estão em um namoro de até
quatro anos; a renda familiar de 10% está entre R$3.061,00 a R$ 7.650,00, enquanto
10% R$ 7.651,00 a R$15.300,00 e os outros 10% alegam renda acima de R$15.301,00;
10% moram com os familiares e 20% com esposas e filhos.
Sem opinião, 10% possuem o Ensino Superior Completo, 10% estão casados e têm
renda familiar entre R$ 3.061,00 a R$ 7.650,00 e 10% moram com os familiares.
Quanto à afirmação “uma mulher que foi estuprada provavelmente pediu por
isto”, 10% dos participantes responderam que concordam, 40% discordam plenamente,
40% apenas discordam e 10% alegaram não ter uma opinião formada sobre o assunto.
Nenhum dos colaboradores respondeu que concordava plenamente. Dentre estas
respostas, os que:
Concordavam, todos possuem o Ensino Superior Completo, são casados, a renda
familiar está entre R$ 3.061,00 a R$ 7.650,00 e todos moram com esposas e filhos.
Discordaram plenamente, 30% possuem o Ensino Superior Incompleto e 10% Superior
Completo; 30% são casados e 10% estão em um namoro de até dois anos; a renda
familiar de 10% está entre R$1.021,00 a R$ 3.060,00, de 20% R$3.061,00 a R$7.650,00
24
e dos outros 10% R$7.651,00 a R$15.300,00; 10% moram com os familiares e 30%
com esposas e filhos.
Discordaram, 10% possuem o Ensino Médio, 10% Superior Incompleto, 10% Superior
Completo e 10% Pós-Graduação; 20% são solteiros, 10% são casados e 10% estão em
um namoro de até quatro anos; no que se refere à renda, a de 10% está entre R$
1.021,00 a R$3.060,00, 20% R$3.061,00 a 7.650,00 e de 10% a renda está acima de
R$15.301,00; 30% moram com os familiares e 10% com esposas e filhos.
Sem opinião, todos possuem o Superior Completo, são casados, a renda está entre
R$3.061,00 a R$ 7.650,00 e todos moram com as esposas e filhos.
Na afirmação “os homens tratam as mulheres duramente”, 10% dos participantes
afirmaram que concordavam, 70% discordaram, 20% discordaram plenamente e
nenhum dos colabores respondeu que concordava plenamente. Dentre estas respostas, os
que:
Concordaram, 10% possuem o Ensino Médio, são solteiros e tem a renda familiar entre
R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% moram com os familiares.
Discordam, 30% possuem o Superior Incompleto, 30% Superior Completo e 10% Pós-
Graduação; 10% são solteiros, 10% estão em um namoro de até dois anos, outros 10%
estão em um namoro de até quatro anos e 40% são casados; 20% possuem renda
familiar entre R$1.021,00 a R$ 3.060,00, 40% R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% a renda
está acima de R$ 15.301,00; 30% moram com os familiares e 40% com as esposas e
filhos.
Discordam plenamente, 10% possuem o Superior Incompleto e os outros 10% o
Superior Completo; os 20% são casados e a renda familiar de 10% está entre
R$3.061,00 a R$7.650,00 e 20% moram com esposas e filhos.
Quanto à afirmação “um menino que é agredido por outro deve revidar a
agressão”, 30% dos colaboradores concordaram, 40% discordaram e 30% discordaram
plenamente. Nenhum participante concordou plenamente com essa afirmação. Dentre
estas respostas, os que:
Concordaram, 10% possuem o Superior Incompleto, 10% Superior Completo e 10%
pós-graduação; 10% estão em um namoro de até dois anos, 10% em um namoro de até
quatro anos e 10% são casados; no que diz respeito a renda familiar, 20% está entre R$
3.061,00 a R$ 7.650,00 e 10% apresenta renda acima de R$15.300,00; 20% moram com
os familiares e 10% com esposas e filhos.
25
Discordam, 10% possuem o Ensino Médio, 10% Superior Incompleto e 20% Superior
Completo, sendo que 20% são solteiros e os outros 20% são casados; 10% possuem
renda entre R$1.201,00 a R$3.060,00 e 30% R$3.061,00 a R$7.650,00; 20% moram
com os familiares e 20% moram com esposas e filhos.
Discordaram plenamente, 20% possuem o Ensino Incompleto e 10% Superior
Completo, sendo que os 30% são casados. Quanto à renda familiar, 10% está entre
R$1.021,00 a R$3.060,00, outros 10% R$ 3.061,00 a R$7.650,00, 10% R$ 7.651,00 a
R$ 15.300,00 e 30% moram com esposas e filhos.
Na afirmação, “mulheres que falam demais irritam”, 20% dos participantes
afirmaram concordar plenamente, 40% apenas concordaram, 20% discordaram e 20%
responderam que não tinham uma opinião formada sobre o assunto. Dentre estas
respostas, os que:
Concordam plenamente, todos possuem o Ensino Superior Incompleto, são casados, a
renda familiar de 10% está entre R$1.021,00 a R$3.060,00 e 10% R$7.651,00 a
R$15.300,00; todos moram com suas esposas e filhos.
Concordam,10% possuem o Ensino Médio, 20% Superior Completo, 10% Pós-
graduação; 20% são solteiros, 10% casados e 10% estão em um relacionamento de até 4
anos; a renda familiar de 30% está entre R$ 3.061,00 a R$ 7.650,00 e 10% acima de R$
15.301,00; 30% moram com seus familiares e 10% com suas esposas e filhos.
Discordam, todos possuem Superior Completo, são casados, a renda familiar está entre
R$3.060,01 a R$7.650,00 e todos moram com suas esposas e filhos.
Sem opinião, 20% possuem o Superior Incompleto; 10% são casados e 10% estão em
um namoro de até 2 anos; a renda familiar de 10% está entre R$1.021,00 a R$3.060,00
e de 10% está entre R$3.061,00 a R$7.650,00; 10% moram com seus familiares e 10%
com suas esposas e filhos.
Quanto à afirmação, “eu consigo pensar em uma situação que eu aprovaria um
marido esbofetear a sua esposa”, 30% dos participantes discordaram plenamente de tal
afirmação, enquanto 70% apenas discordaram. Dentre estas respostas, os que:
Discordaram, 10% possuem o Ensino Médio, 20% Superior Incompleto, 30% Superior
Completo e 10% pós-graduação; 20% são solteiros, 40% casados e 10% estão em um
namoro de até 4 anos; a renda familiar de 20% está entre R$1.021,00 a R$3.060,00, de
40% R$3.061,00 a R$7.650,00 e de 10% está acima de R$15.301,00; 30% moram com
os familiares e 40% com esposa e filhos.
26
Discordam plenamente, 20% possuem Superior Incompleto e 10% Superior Completo;
20% são casados e 10% estão em um namoro de até 2 anos; a renda familiar de 20%
está entre R$ 3.061,00 a R$7.650,00 e de 10% R$7.651,00 a R$15.300,00; 20% moram
com a esposa e filhos e 10% com os familiares.
Na afirmação, “os homens respeitam as mulheres”, 70% dos participantes
afirmaram concordar e 30% alegaram não ter uma opinião formada sobre o assunto.
Dentre estas respostas, os que:
Concordaram, 10% possuem o Ensino Médio, 30% Superior Incompleto, 30% Superior
Completo; 20% são solteiros, 40% são casados e 10% estão em um relacionamento de
até 2 anos; a renda familiar de 10% está entre R$1.021,00 a R$3.060,00, de 50% está
entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e de 10% está acima de R$15.301,00; 40% moram com
esposa e filhos e 30% moram com os familiares.
Sem opinião, 10% possuem o Superior Incompleto, 10% Superior Completo e 10% pós-
graduação; 20% são casados e 10% estão em um namoro de até 4 anos; a renda familiar
de 10% está entre R$1.021,00 a R$3.060,00, de 10% R$3.061,00 a R$7.650,00 e dos
outros 10% está acima de R$15.301.00; 20% moram com esposas e filhos e 10% com
os familiares.
Quanto à afirmação que diz “as mulheres tratam os homens duramente”, 10%
dos colaboradores concordaram, 60% discordaram e 30% relataram não ter opinião
formada sobre o assunto. Dentre estas respostas, os que:
Concordaram, todos possuem o Ensino Superior Completo, são casados, a renda
familiar está entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e todos moram com esposa e filhos.
Discordam, 10% possuem o Ensino Médio, 30% Superior Incompleto, 20% Superior
Completo; 20% são solteiros, 30% são casados e 10% estão em um namoro de até 2
anos; a renda familiar de 20% está entre R$1.021,00 a R$3.061,00, 40% R$ 3.061,00 a
R$ R$7.650,00; 30% moram com familiares e 30% com esposa e filhos.
Sem opinião, 10% possuem o Superior Incompleto, 10% Superior Completo e 10% pós-
graduação; 20% são casados e 10% estão em um relacionamento de até 4 anos; a renda
familiar de 10% está entre R$3.061,00 a 7.650,00, 10% R$7.651,00 a R$15.300,00 e de
10% está acima de R$15.301,00; 20% moram com esposa e filhos e 10% com
familiares.
Na afirmação “eu consigo pensar em uma situação em que eu aprovaria uma
esposa esbofetear o seu marido”, 10% dos entrevistados concordaram com tal
27
afirmação, 40% discordaram plenamente e 50% apenas discordaram. Dentre estas
respostas, os que:
Concordam, todos possuem o Ensino Superior Completo, são solteiros, a renda familiar
está entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e todos moram com os familiares.
Discordam, 10% possuem o Ensino Médio, 20% Superior Incompleto, 10% Superior
Completo e 10% Pós-graduação; 10% são solteiros, 20% casados, 10% estão em um
namoro de até 2 anos e 10% em um namoro de até 4 anos; a renda familiar de 10% está
entre R$1.021,00 a R$3.060,00, de 30% R$3.061,00 a R$7.650,00 e de 10% está acima
de R$15.301,00; 20% moram com os familiares e 20% moram com esposa e filhos.
Discordam plenamente, 20% possuem o Superior Incompleto e 20% Superior
Completo; 40% são casados; a renda familiar de 10% está entre R$1.021,00 a
R$3.060,00, 20% R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% R$7.651,00 a R$15.300,00; todos
moram com esposa e filhos.
No que se refere à afirmação, “o casamento é para sempre”, 20% dos
entrevistados responderam que concordam plenamente, 20% apenas concordam, 10%
discordam plenamente, 10% apenas discordam e 40% alegram não ter opinião formada
sobre o assunto. Dentre estas respostas, os que:
Concordam plenamente, 10% possuem o Ensino Médio, 10% pós- graduação; 10% são
solteiros, 10% estão em um namoro de até 4 anos; a renda familiar de 10% está entre R$
3.061,00 a R$7.651,00 e de 10% está acima de R$15.301,00; 20% moram com os
familiares.
Concordam, 10% possuem o Superior Incompleto, 10% Superior Completo; 10% são
casados, 10% estão em um namoro de até 2 anos; a renda familiar de 20% está entre
R$3.061,00 a R$7.650,00; 10% moram com esposa e filhos e 10% com familiares.
Discordam plenamente, todos possuem o Superior Incompleto, são casados, possuem
renda familiar entre R$1.021,00 a R$3.060,00 e todos moram com esposa e filhos.
Discordam, todos possuem o Superior Completo, são casados, possuem renda familiar
entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e todos moram com esposa e filhos.
Sem opinião, 20% possuem o Superior Incompleto e 20% Superior Completo; 10% são
solteiros, 30% casados; 10% possuem renda familiar entre R$1.021,00 a R$3.060,00,
20% R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% R$ 7.651,00 a R$15.300,00; 30% moram com
esposa e filhos e 10% moram com familiares.
Na afirmação, “uma vez que o ato sexual atinge certo ponto, um homem não
pode parar até que seja satisfeito”, 10% dos colaboradores afirmaram que concordam
28
plenamente, 20% apenas concordam, 10% discordam plenamente, 50% discordam, 10%
alegaram não ter uma opinião formada sobre o assunto. Dentre estas respostas, os que:
Concordam plenamente, todos possuem o Superior Incompleto, são casados, a renda
familiar está entre R$7.651,00 a R$15.300,00 e todos moram com esposa e filhos.
Concordam, 10% possuem o Superior Incompleto, 10% Pós-graduação; 10% estão em
um namoro de até 2 anos e 10% estão em um de até 4 anos; 10% tem a renda familiar
entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% a renda está acima de R$15.301,00; todos moram
com esposa e filhos.
Discordam plenamente, possuem o Superior Incompleto, são casados, a renda familiar
está entre R$1.021,00 a R$3.060,00 e todos moram com esposa e filhos.
Discordam, 10% possuem o Ensino Médio, 10% Superior Incompleto, 30% Superior
Completo; 20% são solteiros, 30% casados; 10% possuem a renda familiar entre
R$1.021,00 a R$3.060,00, 40% entre R$3.061,00 a R$7.650,00; 20% moram com
familiares e 30% com esposa e filhos.
Sem opinião sobre o assunto, possuem Superior Completo, são casados, a renda familiar
está entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e todos moram com esposa e filhos.
No que se refere à afirmação “quando um menino está crescendo, é importante
para ele ter algumas brigas de soco e pontapé” (gráfico I), 20% dos participantes
responderam que concordam plenamente, 60% discordaram plenamente e 20% apenas
discordaram. Dentre estas respostas, os que:
Concordaram, 10% possuem o Ensino Médio, 10% pós-graduação; 10% são solteiros e
10% estão em um namoro de até 4 anos; a renda familiar de 10% está entre R$3.061,00
a R$7.651,00 e 10% está acima de R$15.301,00. Todos moram com familiares.
Discordam, 10% possuem Superior Incompleto, 10% Superior Completo; 10% são
casados e 10% estão em namoro de até 2 anos; 20% possuem renda familiar entre
R$3.061,00 a R$7.650,00; 10% moram com familiares e 10% moram com esposa e
filhos.
Discordam plenamente, 30% possuem Superior Incompleto e 30% Superior Completo;
10% são solteiros e 50% casados; 20% possuem renda familiar entre R$1.021,00 a
R$3.060,00, 30% R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% R$7.651,00 a R$15.300,00; 10%
moram com familiares e 50% com esposa e filhos. Para exemplificar, na sequência os
dados estão representados no Gráfico I.
Gráfico I. Quando um menino está crescendo, é importante para ele ter algumas brigas de soco e pontapé.
29
Na afirmação, “homens são grosseiros”, 10% dos colaboradores concordaram,
30% discordaram plenamente, 30% apenas discordaram e 30% alegaram não ter opinião
sobre o assunto. Dentre estas respostas, os que:
Concordam,10% possuem o Superior Incompleto, são casados, possuem renda familiar
entre R$1.021,00 a R$3.060,00 e todos moram com esposa e filhos
Discordam, 10% possuem Ensino Médio, 20% Superior Completo; 20% são solteiros,
10% são casados; 30% possuem renda familiar entre R$3.061,00 a R$7.650,00; 20%
moram com familiares e 10% com esposa e filhos.
Discordam plenamente, 20% possuem Superior Incompleto, 10% Superior Completo;
30% são casados; 10% possuem renda familiar entre R$1.021,00 a R$3.060,00, 10%
3.061,00 a R$7.650,00, R$ 7.651,00 a R$15.300,00 e todos moram com esposa e filhos.
Sem opinião, 10% possuem o Superior Incompleto, 10% Superior Completo, 10% Pós-
graduação; 10% são casados, 10% estão em um namoro de até 2 anos, 10% em um de
até 4 anos; 20% possuem renda familiar entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% está
acima de R$15.301,00; 10% moram com esposa e filhos e 20% com familiares.
No que se refere à afirmação, “um homem não deveria de afastar de brigas
físicas com outros homens”, 10% dos participantes afirmaram concordar, 40%
discordaram plenamente, 40% discordaram e 10% alegaram não ter um opinião sobre o
assunto. Dentre estas respostas, os que:
Concordaram, 10% possuem o Ensino Superior, são casados, possuem renda familiar
entre R$1.021,00 a R$3.060,00 e todos moram com esposa e filhos.
Discordam, 10% possuem Ensino Médio, 20% Superior Completo, 10% Pós-graduação;
20% são solteiros, 10% são casados, 10% estão em um namoro de até 4 anos; 30%
30
possuem renda familiar entre R$3.061,00 a R$7.650,00; 30% moram com familiares e
20% mora com esposa e filhos.
Discordam plenamente, 20% possuem o Superior Incompleto, 20% Superior Completo;
40% são casados; 10% possuem renda entre R$1.021,00 a R$3.060,00, 20% 3.061,00 a
R$7.650,00 e todos moram com esposa e filhos.
Sem opinião, todos possuem o Superior Incompleto, estão em um namoro de até 2 anos,
a renda familiar está entre R$3.061,00 a R$ 7.650,00 e moram com familiares.
Na afirmação, “mulheres são mal educadas”, 10% responderam que
concordavam, 10% discordaram plenamente, 70% apenas discordam e 10% alegaram
não ter opinião. Dentre estas respostas, os que:
Concordaram, 10% possuem Superior Completo, todos são casados, a renda familiar
está entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e moram com esposa e filhos.
Discordam, 10% possuem Ensino Médio, 30% Superior Incompleto, 20% Superior
Completo, 10% pós-graduação; 20% são solteiros, 30% casados, 10% estão em um
namoro de até 2 anos, 10% estão em um de até 4 anos; a renda familiar de 20% está
entre R$1.021,00 a R$3.060,00, 40% R$3.061,00 a R$7.650,00, e de 10% está acima de
R$15.301,00;40% moram com familiares e 30% com esposa e filhos.
Discordam plenamente, 10% possuem Superior Completo, todos são casados, possuem
renda familiar entre R$3.61,00 a R$7.650,00 e moram com esposa e filhos.
Sem opinião, 10% possuem Superior Incompleto, todos são casados, a renda familiar
está entre R$ 7.651,00 a R$15.301,00 e moram com esposa e filhos.
No que se refere à afirmação “algumas vezes, para disciplinar uma criança, é
necessário uma boa e forte palmada”, 20% dos colaboradores responderam que
concordam, 30% discordaram plenamente, 20% apenas discordaram e 30% alegaram
não ter opinião sobre o assunto. Dentre estas respostas, os que:
Concordam, 10% possuem Superior Completo, 10% pós-graduação; 10% são casados,
10% estão em um namoro de até 4 anos; 10% tem renda familiar entre R$1.021,00 a
R$3.060,00 e 10% acima de R$15.301,00; 10% moram com familiares e 10% com
esposa e filhos.
Discordam plenamente, 20% possuem Superior Incompleto, 10% Superior Completo;
30% são casados; 10% tem renda familiar de R$1.021,00 a R$3.060,00 e 10% entre
R$3.061,00; todos moram com esposa e filhos.
31
Discordam, 10% possuem Ensino Médio, 10% Superior Completo; 10% são solteiros e
10% são casados; a renda de 20% está entre R$3.061,00 a R$7.650,00; 10% moram
com esposa e filhos e 10% com familiares.
Sem opinião, 10% possuem Superior Incompleto, 20% Superior Completo; 10% são
solteiros, 10% casados, 10% estão em um namoro de até 4 anos; 30% tem renda entre
R$3.061,00 a R$7.650,00; 20% moram com familiares e 10% com esposa e filhos.
Na afirmação, “se uma esposa recusa-se a fazer sexo, algumas vezes é correto,
fazer com que ela o faça”, 40% dos colaboradores discordaram plenamente, 50%
discordaram e 10% alegaram não ter opinião sobre o assunto. Dentre estas respostas, os
que:
Discordaram, todos possuem Superior Completo; 20% são solteiros, 10% casados, 10%
estão em um namoro de até 2 anos, 10% em um namoro de até 4 anos; 10% tem renda
familiar entre R$1.021,00 a R$3.060,00, 30% R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% está
acima de R$15.301,00; 40% moram com os familiares e 10% moram com esposa e
filhos.
Discordam plenamente, 20% possuem Superior Incompleto, 20% Superior Completo;
todos são casados;10% apresentam renda familiar entre R$1.021,00 a R$3.060,00, 20%
R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% R$7.651,00 a R$15.300,00; 40% moram com esposa e
filhos.
Sem opinião, 10% possuem Superior Completo, todos são casados, a renda familiar está
entre R$3.061,00 a R$ 7.650,00 e moram com esposa e filhos.
Quanto à afirmação “nunca se deve bater em uma mulher”, 50% dos
entrevistados afirmaram que concordam plenamente, 40% apenas concordam e 10%
discordam. Dentre estas respostas, os que:
Concordam plenamente, 10% possuem Ensino Médio, 20% Superior Incompleto, 20%
Superior Completo; 20% são solteiros, 20% casados, 10% estão em um namoro de até 2
anos; a renda familiar de 10% está entre R$1.21,00 a R$3.060,00, 40% R$3.061,00 a
R$7.650,00; 30% moram com seus familiares e 20% com esposas e filhos.
Concordam, 20% possuem Superior Incompleto, 20% Superior Completo; 40% são
casados; 10% possuem renda familiar entre R$1.021,00 a R$3.060,00, 20% R$3.061,00
a R$7.650,00, 10% R$7.651,00 a R$15.300,00; todos moram com suas esposas e filhos.
Discordam, 10% possuem pós-graduação, estão em um namoro de até 4 anos, a renda
familiar está acima de R$15.301,00 e todos moram com seus familiares.Para
exemplificar, os dados estão representados no gráfico a seguir:
32
Gráfico II- Nunca se deve bater em uma mulher
Na afirmação “uma criança que é desobediente não apanhou o suficiente”, 30%
discordaram plenamente, 50% apenas discordaram, 20% alegaram não ter opinião sobre
o assunto. Dentre estas respostas, os que:
Discordaram plenamente, 10% possuem Superior Incompleto, 20% Superior Completo;
todos são casados; 20% apresentam renda familiar entre R$3.061,00 a R$ 7.650,00,
10% R$7.651,00 a R$15.300,00; todos moram com esposas e filhos.
Discordam, 10% possuem Ensino Médio, 20% Superior Incompleto, 10% Superior
Completo, 10% pós-graduação; 10% são solteiros, 30% são casados e 10% estão em um
namoro de até 4 anos; 20% apresentam renda familiar entre R$1.021,00 a R$3.060,00,
20% R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% acima de R$15.301,00; 20% moram com os
familiares e 30% com esposas e filhos.
Sem opinião, 10% possuem Superior Incompleto e 10% Superior Completo; 10% são
casados e 10% estão em um namoro de até 2 anos; todos apresentam renda familiar
entre R$3.061,00 a R$7.650,00; todos moram com seus familiares.
No que se refere à afirmação, “os homens não são tão grosseiros quanto as
mulheres pensam”, 30% responderam que concordam plenamente, 50% apenas
concordaram, 10% discordaram plenamente e 10% alegaram não ter opinião sobre o
assunto. Dentre estas respostas, os que:
Concordaram plenamente, os 30% possuem Superior Completo, são solteiros,
apresentam renda familiar entre R$3.061,00 a R$7.650,00; 10% moram com os
familiares e 20% com esposas e filhos.
Concordam, 10% possuem Ensino Médio, 30% Superior Completo e 10% pós-
graduação; 10% são solteiros, 20% casados, 10% estão em um namoro de até 2 anos e
10% em um namoro de ate 4 anos; 20% apresentam renda familiar entre R$1.21,00 a
33
R$3.060,00, 20% R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% a renda está cima de R$15.301,00;
30% moram com os familiares e 20% com esposas e filhos.
Discordam plenamente, 10% possuem Superior Incompleto, são casados, a renda
familiar está entre R$7.651,00 a R$15.300,00 e todos moram com a esposa e filhos.
Sem opinião, 10% possuem Superior Completo, todos são casados, possuem renda entre
R$3.061,00 a R$7.650,00 e todos moram com suas esposas e filhos.
Na afirmação “às vezes é necessário gritar com uma mulher para parar uma
discussão”, 10% responderam que concordam plenamente, 20% apenas concordam,
10% discordam plenamente, 40% apenas discordam e 20% alegaram não ter opinião
sobre o assunto. Dentre estas respostas, os que:
Concordam plenamente, todos possuem o Superior Incompleto, estão em um namoro de
até 2 anos, a renda familiar está entre R$ 3.061,00 a R$7.650,00 e moram com seus
familiares.
Concordam, 10% possuem Superior Completo e 10% pós-graduação; 10% são casados
e 10% estão em um namoro de até 2 anos; a renda familiar de 10% está entre
R$3.061,00 a R$7.650,00 e de 10% está acima de R$15.301,00; 10% moram com os
familiares e 10% com esposas e filhos.
Discordam, 10%possuem Ensino Médio, 10% Superior Incompleto e 20% Superior
Completo; 20% são solteiros e 20% são casados; a renda familiar de 10% está entre
R$1.021,00 a R$3.060,00, 30% R$3.061,00 a R$7.650,00; 20% moram com familiares
e 20% com esposas e filhos.
Discordam plenamente, 10% possuem superior Completo, todos são casados, a renda
familiar está entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e todos moram com suas esposas e filhos.
Sem opinião, 20% possuem Superior Incompleto, todos são casados, 10%apresentam
renda familiar entre R$1.21,00 a R$3.060,00 e 10% 7.651,00 a R$15.300,00; 20%
moram com esposas e filhos.
Quanto à afirmação “homens e mulheres não devem ter amigos do sexo oposto”,
10% dos participantes responderam que concordam, 20% discordam e 70% discordaram
plenamente. Dentre estas respostas, os que:
Concordam, 10% possuem Pós-graduação, estão em um namoro de até 4 anos, a renda
familiar está acima de R$15.301,00 e moram com seus familiares.
Discordam, 10% possuem Superior Incompleto e 10% Superior Completo; todos são
casados; 10% apresentam renda familiar entre R$1.021,00 a R$ 3.060,00, 10%
R$3.061,00 a R$7.650,00; 20% moram com esposas e filhos.
34
Discordam plenamente, 10% possuem Ensino Médio, 30% Superior Incompleto e 30%
Superior Completo; 20% são solteiros, 40% casados, 10% estão em um relacionamento
de até 2 anos; 10% apresentam renda familiar entre R$1.021,00 a R$3.060,00, 50%
R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% R$7.651,00 a R$15.300,00; 30% moram com os
familiares e 40% com esposas e filhos.
Na afirmação “uma mulher deve estar sempre disposta para fazer sexo com o
marido”, 20% responderam que discordam plenamente, 70% discordaram e 10%
alegaram não ter opinião sobre o assunto. Dentre estas respostas, os que:
Discordaram, 10% possuem e Ensino Médio, 40% Superior incompleto, 10% Superior
Completo, 10% pós-graduação; 20% são solteiros, 30% casados, 10% estão em um
namoro de até 2 anos e 10% em um namoro de até 4 anos; 20% apresentam renda
familiar de até R$1.021,00 a R$3.060,00, 30% R$3.061,00 a R$7.650,00, 10% R$
7.651,00 a R$15.300,00 e 10% acima de R$15.301,00; 40% moram com os familiares e
30% com esposas e filhos.
Discordam plenamente, todos possuem Superior completo; são casados, a renda familiar
está entre R$3.01,00 a R$7.650,00 e todos moram com esposas e filhos.
Sem opinião,10% possuem Superior Completo, todos são casados, a renda familiar está
entre R$3.01,00 a R$7.650,00 e todos moram com esposa e filhos.
No que se refere à afirmação “um homem deve revidar a agressão de uma
mulher”, 20% discordaram, 40% discordaram plenamente e 40% afirmaram não ter
opinião sobre o assunto. Dentre estas respostas, os que:
Discordaram, 10% possuem Superior Incompleto e 10% pós-graduação; 10% são
casados, 10% estão em um namoro de até 4 anos; 10% possuem renda familiar entre
R$1.021,00 a R$3.060,00 e 10% acima de R$15.301,00; 10% moram com familiares e
os outros 10% com esposa e filhos.
Discordam plenamente, 10% possuem Ensino Médio, 10% Superior Incompleto, 20%
Superior Completo; 10% são solteiros, 20% casados, 10% estão em um namoro de até 2
anos; todos apresentam renda familiar entre R$3.061,00 a R$7.650,00; 20% moram com
os familiares e 20% com esposa e filhos.
Sem opinião, 20% possuem Superior Incompleto, 20% Superior Completo; 10% são
solteiros, 30% casados; 10% apresentam renda familiar entre R$1.021,00 a R$3.060,00,
20% R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% R$7.651,00 a R$15.300,00; 10% moram com
familiares e 30% com esposa e filhos.
35
Na afirmação, “o homem quando bebe fica agressivo”, 30% responderam que
concordam, 10% discordaram, 20% discordaram plenamente e 40% alegaram que não
tinham opinião sobre o assunto. Dentre estas respostas, os que:
Concordam, 10% possuem Ensino Médio, 10% Superior Incompleto, 10% Superior
Completo; 10% são solteiros e 20% casados; 10% apresentam renda familiar entre
R$1.021,00 a R$3.060,00, 20% 3.061,00 a R$7.650,00; 10% moram com os familiares
e 20% com esposa e filhos.
Discordam, 10% possuem Pós-graduação, estão em um namoro de até 4 anos, a renda
familiar está acima de R$15.301,00 e moram com seus familiares
Discordam plenamente, 10% possuem Superior Incompleto, 10% Superior Completo;
10% são solteiros e 10% casados; 10% apresentam renda familiar entre R$1.021,00 a
R$3.060,00, 10% R$3.061,00 a R$7.650,00; 10% moram com seus familiares e 10%
com esposa e filhos.
Sem opinião, 20% possuem Superior Incompleto, 20% Superior Completo; 30% são
casados e 10% estão em um namoro de até 2 anos; 30% possuem renda familiar entre
R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% R$7.651,00 a R$15.300,00; 10% moram com
familiares e 30% com esposa e filhos. Estes dados podem ser exemplificados a partir do
gráfico a seguir:
Gráfico III - O homem quando bebe fica agressivo
36
No que diz respeito à questão “é justificável a mulher apanhar quando ela trai o
seu marido”, 10% responderam que concordam, 30% discordaram, 50% discordaram
plenamente e 10% alegaram não ter opinião sobre o assunto. Dentre estas respostas, os
que:
Concordam, 10% possuem Pós-graduação, estão em um namoro de até 4 anos, a renda
familiar está acima de R$15.301,00 e moram com seus familiares.
Discordam, 20% possuem Superior Incompleto, 10% Superior Completo; 10% são
solteiros, 10% casados, 10% estão em um namoro de até 2 anos; 10% possuem renda
familiar entre R$1.0121,00 a R$3.060,00, 20% R$3.061,00 a R$7.650,00, 20% moram
com os familiares e 10% com esposa e filhos.
Discordam plenamente, 10% possuem Ensino Médio, 20% Superior Incompleto, 20%
Superior Completo; 10% são solteiros, 40% casados; 10% apresentam renda entre
R$1.021,00 a R$3.060,00, 30% R$3.061,00 a R$7.650,00, 10% R$ 7.651,00 a
R$15.300,00; 10% moram com os familiares e 40% com esposa e filhos.
Sem opinião, 10% possuem Superior Completo; são casados, a renda familiar está entre
R$3.061,00 a R$7.650,00 e moram com as esposas e filhos.
Na afirmação, “mulher deve fazer o que o seu parceiro manda”, 40%
responderam que discordavam e 60% discordaram plenamente. Dentre estas respostas,
os que:
Discordaram, 10% possuem Ensino Médio, 10% Superior Incompleto, 10% Superior
Completo e 10% Pós-graduação; 20% são solteiros, 10%casados, 10% estão em um
namoro de até 4 anos; 10% possuem renda familiar entre R$1.021,00 a R$3.060,00,
20% R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% acima de R$15.301,00; 30% moram com seus
familiares e 10% com esposa e filhos.
Discordaram plenamente, 30% possuem Superior Incompleto, 30% Superior Completo;
50% são casados e 10% estão em um namoro de até 2 anos; 10% possuem renda
familiar entre R$1.021,00 a R$3.060,00, 40% R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10%
R$7.651,00 a R$15.300,00; 10% moram com os familiares e 50% com esposas e filhos.
Quanto à afirmação “os homens devem ser cavalheiros com as mulheres”, 40%
responderam que concordam plenamente, 30% apenas concordam, 10% discordaram,
10% discordaram plenamente e 10% alegaram não ter opinião sobre o assunto. Dentre
estas respostas, os que:
Concordam plenamente, 30% possuem Superior Incompleto, 10% Superior Completo;
todos são casados, 20% possuem renda familiar entre R$1.021,00 a R$3.060,00, 10%
37
R$3.061,00 a R$7.650,00, 10%7.651,00 a R$15.300,00; todos moram com suas esposas
e filhos.
Concordam, 10% possuem Ensino Médio, 10% Superior Completo; 10% são solteiros,
10% são casados e 10% estão em um relacionamento de até 4 anos; 20% possuem renda
familiar entre R$3.061,00 a R$7650,00 e 10% acima de R$15.301,00; 20% moram com
os familiares e 10% com esposa e filhos.
Discordam, 10% possuem Superior Completo, são solteiros, a renda familiar está entre
R$3.061,00 a R$7.650,00 e moram com seus familiares.
Discordam plenamente, 10% possuem Superior Completo, são casados, a renda familiar
está entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e moram com suas esposas e filhos.
Sem opinião, 10% possuem Superior Incompleto, estão em um namoro de até 2 anos, a
renda familiar está entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e moram com seus familiares.
Na afirmação, “as mulheres e os homens devem ter direitos iguais no
relacionamento”, 60% responderam que concordam plenamente, 40% apenas
concordam. Dentre estas respostas, os que:
Concordam plenamente, 40% possuem Superior Incompleto, 20% Superior Completo;
50% são casados, 10% estão em um namoro de até 2 anos; 20% possuem renda familiar
entre R$1.021,00 a R$3.060,00, 30% R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% R$7.651,00 a
R$15.300,00; 10% moram com os familiares e 50% com esposas e filhos.
Concordam, 10% possuem Ensino Médio, 20% Superior Completo, 10% Pós-
graduação; 20% são solteiros, 10% casados, 10% estão em um namoro de até 4 anos;
30% apresentam renda familiar entre R$3.061,00 a R$7.650,00 e 10% acima de
R$15.301,00; 30% moram com os familiares e 10% com esposa e filhos.
Na afirmação “você já testemunhou algum caso de violência entre parceiros
íntimos”, 60% dos entrevistados disseram que sim enquanto 40% negaram ter
testemunhado. Dos que presenciaram, 83% das agressões referem os homens como
perpetradores e 17% referem ter sido a agressão mútua (homens e mulheres). Além
disso, 60% referem conhecer as vítimas, 20% não conheciam a vítima e outros 20 %
não identificaram o tipo de relacionamento. Somado a isso, 90% relataram nunca terem
se envolvido em alguma situação de agressão com seu parceiro, enquanto que 10% não
responderam a essa questão.
Não proposital, em um momento diferente do questionário houve a repetição da
afirmação “Eu consigo enxergar alguma situação em que o homem não deve ser punido
por ter agredido uma mulher”. O surgimento desta questão neste segundo momento
38
levou a respostas diferentes das assinaladas inicialmente, sendo que 30% que
responderam que discordavam, passaram a concordar com tal afirmação. Pode-se inferir
que tal fato poderia refletir muito mais o sistema de crenças dos participantes em
relação à temática, pois se trata de uma afirmativa que remete às respostas socialmente
aceitáveis, e por estar inserida em etapas distintas do questionário.
No cruzamento entre algumas variáveis destaca-se que a maioria dos homens
(Gráficos IV e V) que discordaram/discordaram plenamente com o fato de que se uma
mulher apanhou, ela provavelmente mereceu, são os que já presenciaram agressão entre
parceiros íntimos, conheciam as vítimas e apontaram somente os homens como
perpetradores. A não concordância com tal afirmação pode estar relacionada ao fato de
que por conhecerem os envolvidos e presenciarem a agressão, já possuem uma
interpretação e compreensão da situação. Em contrapartida, essa interpretação também
pode ser aplicada quando o único participante que concordou com tal afirmação, foi
justamente o que conhecia as pessoas envolvidas e teve como perpetradores tanto o
homem quanto a mulher. Apesar de não poder ser generalizado, pode-se hipotetisar que
por ser um único participante, e portanto, não ser predominante, pode estar relacionado
com suas características e experiências pessoais e não necessariamente na categoria
como um todo.
Gráfico IV- Conhecia as vítimas/ Se uma mulher apanhou, Gráfico V- Quem foi o agressor/ Se uma mulher apanhou
provavelmente ela mereceu provavelmente ela mereceu
Além disso, nas afirmações que reforçam o uso da agressão como forma de
resolver conflitos desde o período da infância, como aparece nas afirmações, “um
menino que é agredido deve revidar a agressão,(gráfico VI) “quando um menino está
crescendo, é importante pare ela ter algumas brigas de soco e pontapé”, (gráfico VII),
“uma criança que é desobediente não apanhou o suficiente”, (gráfico VIII) a maioria dos
que discordaram/discordaram plenamente de tal afirmação são casados e moram com
39
suas esposas e filhos, enquanto que grande parte dos que concordaram namoram e
moram com seus familiares. Essa diferença pode estar relacionada ao fato de que
aqueles que já possuem filhos passam a ter uma percepção diferente e pautada na crença
da agressão como uma forma de proporcionar desenvolvimento ao sujeito. Para ilustrar,
os dados estão representados nos seguintes gráficos:
Gráfico VI Residência- Um menino Gráfico VII- Residência- Quando um menino está crescendo, é
que é agredido deve revidar a agressão importante para ele ter algumas brigas de soco e pontapé
Gráfico VIII - Uma criança que é desobediente não apanhou o suficiente
Quando as questões diziam respeito às características dos homens, os
participantes responderam sobre si concordando com aspectos positivos como nas
afirmações “homens são grosseiros”, que apenas 10% concordaram; “homens não são
tão grosseiros quanto as mulheres pensam”, 60% concordam/concordam plenamente e
“os homens respeitam as mulheres”, 70% concordaram. Isso pode estar relacionado ao
fato de que os participantes tendem a responder a partir do que é socialmente aceito.
Alguns destes dados podem ser exemplificados nos gráficos a seguir:
Gráfico IX- Homens são grosseiros Gráfico X- Homens não são tão grosseiros quanto as mulheres pensam
40
Gráfico XI- Homens respeitam as mulheres
Nas questões em que aparecem algumas características das mulheres, foi
possível perceber a imagem negativa dos homens, como na afirmação “mulheres me
irritam”, que apenas 10% relataram discordar enquanto que “mulheres que falam demais
me irritam”, que 20% discordaram. Somado a isso, em ambas as afirmações a maioria
dos participantes que assinalou concorda/concorda plenamente são casados (moram
com suas esposas e filhos) ou namoram. Neste sentido, as suas observações quanto estas
situações podem estar relacionadas às suas experiências e ao aspecto valorativo da
relação. Estes dados podem ser exemplificados nos gráficos a seguir:
Gráfico XII: Mulheres que falam demais me irritam/ Gráfico XIII – Residência- Mulheres me irritam
Situação conjugal.
41
Além disso, na afirmação “casamento é para sempre” foi possível perceber que a
concepção acerca matrimônio independe do grau de escolaridade, visto que os
participantes com diferentes níveis de escolaridade responderam entre concordo e
concordo plenamente. Em contrapartida, para essa concepção houve uma concentração
maior dos solteiros e dos que namoravam, o que pode estar relacionado a uma
idealização do matrimônio em virtude da situação de seus relacionamentos. Isso vai de
encontro com os que já estão inseridos no casamento, visto que foram estes
responderam que discordavam e discordavam plenamente. Somado a isso, um dado
significativo diz respeito ao número de participantes que alegaram não ter uma opinião
formada sobre o assunto. Neste sentido, uma hipótese para tal acontecimento pode estar
relacionada ao fato de que querem se proteger e proteger a relação, como também indica
para uma ausência de reflexão acerca da relação. Destas formas, estes dados são
exemplificados nos gráficos a seguir:
Gráfico XIV- O casamento é para sempre/ Escolaridade Gráfico XV- O casamento é para sempre/Situação conjugal
Na afirmação “é justificável uma mulher apanhar quando ela trai o seu marido”,
a maior parte dos que discordaram/discordaram plenamente, foram os casados. Neste
sentido, isso pode estar relacionado à concepção idealizada de que a traição/adultério no
casamento não é concebível tampouco permitida. Isso conduz a refletir que tal
concepção possa ser atribuída à cultura da qual fazemos parte, que tem a monogamia
como base dos relacionamentos e que além disso, relacionamentos extra conjugais não
são assumidos publicamente. Por isso, percebe-se que entre os casados não há a
possibilidade de existência deste ato. Em contrapartida, os únicos que concordaram com
tal afirmação são os solteiros, o que pode estar relacionando ao fato de que neste
42
momento do relacionamento, ainda pode ser considerado permissível pensar sobre tal
possibilidade, na situação do namoro há ainda uma flexibilidade para pensar na
ocorrência deste tipo de evento. Estes dados podem ser ilustrados no gráfico a seguir:
Gráfico XVI - É justificável uma mulher apanhar quando ela trai seu marido
Em alguns casos, no questionário, o uso do “discordo” pelos participantes de um
modo geral está mais relacionado a uma preocupação em responder de acordo com o
socialmente aceito, do que de fato com o grau de concordância com a questão. Isso pode
ser exemplificado no caso das afirmações “a mulher deve fazer o que seu marido
manda”, 40% discordaram, “a mulher deve estar sempre disposta a fazer sexo com o
marido”, 50% discordaram; “uma vez que o ato sexual atinge certo ponto, o homem não
deve parar até que esteja satisfeito”, 50% discordaram; “se uma esposa recusa-se a fazer
sexo, às vezes é correto, fazer com que ela o faça”, 50% discordaram; “às vezes é
necessário gritar com uma mulher para parar uma discussão”, 40% discordaram; “eu
consigo pensar numa situação que eu aprovaria um marido esbofetear a sua esposa”,
70% discordaram . Neste sentido, diferentemente do discordo plenamente, que neste
caso não há nenhuma possibilidade de concordância, o discordo remete a ideia de que
possivelmente pode existir alguma situação em que se concorde com tal ocasião. Para
exemplificar, os dados estão representados no Gráfico XVII.
43
Gráfico XVII -A mulher deve fazer o que seu marido manda Gráfico XVIII - A mulher deve estar sempre disposta a fazer sexo
com o marido
Gráfico XIX - Ás vezes é necessário gritar com uma Gráfico XX - Se uma esposa recusa-se a fazer sexo, às vezes é correto,
mulher para parar uma discussão fazer com que ela o faça
Gráfico XXI- Eu consigo pensar numa situação que eu aprovaria um marido esbofetear a sua esposa
Quando comparada a afirmação “homens são grosseiros”, com o número de
participantes que haviam presenciado agressão no relacionamento de intimidade e quem
eram os agressores, foi possível perceber que os que discordaram plenamente de tal
44
afirmação foram justamente os que já haviam presenciado a agressão entre parceiros
íntimos, apontando os homens como perpetradores. Isso pode estar relacionado ao fato
de que por testemunharem a agressão, os sujeitos passam a ter uma interpretação da
situação contextualizada. Além disso, quando analisada a partir da ótica masculina, isso
nos conduz a rever a questão de gênero que aponta a mulher como sensível e delicada
enquanto que o homem como grosseiro e desprovido de sentimentos. Para exemplificar,
os dados estão representados no gráfico a seguir:
Gráfico XXII - Homens são grosseiros/ Gráfico XXIII- Homens são grosseiros/ Quem foi o agressor?
testemunhou agressão entre parceiros íntimos
Na afirmação “um homem deve revidar a agressão de uma mulher”, 40%
relataram não ter uma opinião sobre o assunto, no entanto, quando comparada com
“nunca se deve bater em uma mulher”, estes mesmos participantes responderam entre
concordar/concordar plenamente. Neste sentido, o fato de concordarem com tal
afirmação pode estar relacionada ao fato de que tanto por questões legais como também
o fato da sociedade caminhar na direção de combate à violência contra mulher, é
socialmente esperado um alto nível de concordância com tal afirmação. Em
contrapartida, quando apresentada uma situação específica e que somada a isso evoca
questões de masculinidade e gênero a resposta não se mantém, como também não há
uma opinião formada sobre aquele tipo de situação. Para ilustrar, os dados estão
representados no gráfico a seguir:
45
Gráfico XXIV- Um homem deve revidar a agressão de uma mulher/ nunca se deve bater em uma mulher
No entanto, a maioria dos que discordaram/discordaram plenamente da
afirmação que “um homem deve revidar a agressão de uma mulher”, são justamente os
que já presenciaram agressão entre parceiros íntimos. Neste sentido, a falta de
concordância com tal afirmação pode estar relacionada ao fato de que por já terem
presenciado agressão no relacionamento de intimidade, passam a ter um outro olhar e
entendimento sobre essas situações, sendo que não consideram revidar a agressão do
parceiro como uma forma de solucionar a situação. Em contrapartida, um número
significativo alegou não ter uma opinião formada sobre o assunto, o que pode-se
hipotetisar que há uma possível preservação quanto aos seus relacionamentos e
preservação de suas concepções. Estes dados podem ser exemplificados no gráfico a
seguir:
Gráfico XXV – Um homem deve revidar a agressão de uma mulher/ Testemunhou agressão entre parceiros íntimos
Quando comparada a afirmação “homem quando bebe fica agressivo” com o
número de participantes que havia presenciado agressão entre parceiros íntimos, os que
concordaram com tal afirmação foram os que já haviam testemunhado agressão no
relacionamento de intimidade, conheciam as vítimas e apontaram os homens como
perpetradores. Neste sentido, é possível considerar que pelo fato de terem presenciado
46
agressão já possuem uma interpretação quanto ao acontecimento e ao envolvimento do
álcool em situações em que há agressão. Desta forma, é possível induzir que o uso de
substâncias químicas é um fator acarreta em alterações no comportamento dos sujeitos,
o que por sua vez favorece que aconteça a agressão entre parceiros íntimos. Estes dados
podem ser exemplificados nos gráficos a seguir:
Gráfico XXVI- Homem quando bebe fica agressivo/ Gráfico XXVII- Homem quando bebe fica agressivo/Quem
Testemunhou agressão entre parceiros íntimos foi o agressor
Gráfico X- Homem quando bebe fica agressivo/ Conhecia as vítimas
Levando em consideração o número significativo de dados coletados na
pesquisa, neste momento, a análise centrou na investigação da ideia valorativa entre
homem e mulher, a permissividade de agressão nas mulheres e na investigação de
situações em que induzam agressão. Desta forma, futuras análises ainda poderão ser
realizadas, priorizando diferentes abordagens a fim de que se tenha um maior
conhecimento sobre o sistema de crenças e valores no relacionamento de intimidade a
partir da visão masculina.
2. Análise e discussão
A partir da análise dos questionários diversas hipóteses foram levantadas, sendo
que se pode destacar que entre os homens, de certa forma, é permissível o cometimento
47
da agressão contra as mulheres, o que pode ser visto em afirmações “eu consigo pensar
em uma situação em que o homem não deve ser punido por agredir uma mulher”; “se
uma mulher apanhou, provavelmente ela mereceu”; “se uma mulher foi estuprada
provavelmente pediu por isso”; “algumas vezes, para disciplinar uma criança, é
necessário uma boa e forte palmada” das quais alguns dos participantes alegaram
concordar/concordar plenamente com tais afirmações. Neste sentido, a concordância
com afirmações que autorizam, remetem ou justificam a agressão contra as mulheres
ainda se destaca como presente na sociedade ocidental. Desta forma, as características
sobre feminino/masculino, razão/emoção, mente/corpo, conduzem a conceber a mulher
como passiva enquanto o homem como ativo, além de acarretar em dicotomias das
quais são consideradas opostas e excludentes. Estas divergências de concepções quanto
ao que classifica o que é ser homem ou mulher, favorecem a produção da violência, de
modo em que um acaba por se considerar superior ao outro, visando com que os seus
interesses, escolhas e desejos sejam prevalecidos (GIFFIN, 1994 apud ALVIM;
SOUZA, 2005).
Neste sentido, Von (2001) destaca que as relações violentas podem ser
consideradas àquelas em que estão presentes desigualdades entre os casais, desta forma,
esta concepção ultrapassa os atos físicos para abarcar as sutilezas em que um deles,
através do autoritarismo, impõe limites para a plena expressão do companheiro. Sendo
assim, o autor aponta que devido a uma cultura embasada na lógica patriarcal, na qual
as relações igualitárias são raras, a violência acaba por passar pela questão do gênero.
Caso essas diferenças não afetem no nível individual, atingirão pelos menos em nível de
pertencimento de gênero aqueles que não estão de acordo com o modelo tradicional de
virilidade e que está submetido a forma de dominação, como no caso das mulheres e
crianças.
Neste ponto, foi possível perceber que a concordância com afirmações cujas
situações evocavam a agressão como forma de resolução das situações, ou autorizavam
o seu cometimento, era comum entre os participantes que já haviam testemunhado
agressão entre parceiros íntimos. Para Schraiber et al (2009) a aceitação cultural se dá
em virtude da banalização e naturalização da violência. Mulheres e homens possuem
diversos argumentos para si para a naturalização do comportamento, no entanto,
partilham a naturalização do seu acontecimento, com impactos para cada ocasião de
gênero em termos do que julgar como violência e do que constituir como questão. Desta
48
forma, são produzidas as mais variadas dinâmicas de revelações e invisibilidades, seja
para diferentes identidades de gênero e a partir destas, intra ou inter gênero.
Existem contextos que favorecem a aceitação da violência de gênero contra as
mulheres, sendo possível encontrar os maiores índices nos países em que apresentam
situações das quais as normas culturais ou legais conferem o direito de propriedade
masculina sobre as mulheres; quando se é comum o controle masculino sobre a riqueza
da família; meios em que a masculinidade está voltada à soberania e dominação com
alto nível de liberdade e poder de limitar comportamentos, sobretudo os das mulheres
em público, mas também no âmbito privado, em nome da honra masculina e também
em casos em que há concordância de que o controle final das decisões é atribuído ao
masculino. Desta forma a violência de gênero manifestará um ato masculino
contribuindo a aculturação da mulher no mais antigo a maior pode masculino, que é o
patriarcado (SCHRAIBER et al., 2009).
Por isso, diversos atos, historicamente considerados como permissíveis,
atualmente são considerados como violência. A mais comum alegação “ela me fez
perder a cabeça”, presente em muitos estudos, apontada como o principal motivo, acima
de tudo masculino, para justificar a violência nas relações entre parceiros íntimos, é hoje
objeto de regulação, sendo que homens e mulheres devem, de agora em diante procurar
outra maneira de lidarem com os conflitos (SCHRAIBER, 2008).
Neste sentido, quando os participantes foram questionados a respeito do que
levava um homem agredir uma mulher, foi comum a presença de repostas como:
problemas psicológicos por parte do homem (participante 1), traição, álcool, drogas...
(participante 2), violência intempestiva ou provocação constante (participante 3); falta
de lei que faça ele cumprir uma pena e falta de caráter (participante 5); bebida é um
dos principais motivos (participante 6); algum distúrbio mental (participante 9); ser
traído, ser enganado (participante 10).
Esses dados levam a considerar que diversos fatores podem explicar quais são as
justificativas que levam o cometimento da agressão contra as mulheres, dentre eles pode
ser observado atribuição de questões que não estão no controle dos homens e até mesmo
fatores externos. No entanto, o que se tornou frequente foi a culpabilização da mulher e
os seus comportamentos como responsáveis pela agressão contra ela.
Rosa et al. (2008) apontam que é possível observar que para os homens autores
de violência, a postura inadequada da mulher, acaba por ser desencadeante de uma
situação violenta contra ela mesma. Por isso, o autor destaca que é atribuída a
49
companheira, a culpa pela situação da relação, de forma que os homens não se
reconhecem como perpetradores. Desta forma, na medida em que o resultado do
relacionamento é direcionado à mulher, caso a relação não tenha êxito a companheira
acaba por ser responsabilizada em função de seus comportamentos.
Neste sentido, com base nas afirmações fornecidas pelos participantes, pode-se
considerar que a racionalização da situação e a ação agressiva acabam por ser atribuída
como um comportamento provocado pela mulher. Essa racionalização é uma das
maneiras mais comuns de negar as verdadeiras e reais causas do sujeito, na medida em
que encobre e impossibilita o verdadeiro impulso que provocou o ato agressivo, de
forma que coloca no lugar um aspecto inventado (GOLEMAN 2003, apud ROSA et al,
2008).
Portanto, conforme afirmam Rosa et al (2008) a agressão costuma ser atribuída
como uma ação de legítima defesa, acontecendo somente um empurrão e não o
espancamento. Essa desvalorização e negação da agressão por parte dos perpetradores
fazem parte das características da dinâmica da violência. Isso de certa forma está
relacionado ao fato de que os homens autores de agressão, na maior parte das vezes não
têm clareza de serem agressores, sendo que conseguem muitas vezes reconhecer o ato
de violência em que esteja envolvido, mas não identificam que as ações os definem
como autores de violência.
3. Considerações finais
O presente estudo explorou identificar os componentes que sustentam o ato
violento nas relações de intimidade a partir da perspectiva masculina, buscando
conhecer os sistemas de crenças e valores que permeiam a questão de gênero e que se
estendem às relações entre parceiros íntimos.
Considerando o número de participantes, a amostra não buscou ser
representativa, de forma que não se propôs a criar teoria, tampouco atribuir quem são os
culpados pela presença de agressão no relacionamento de intimidade.
Neste sentido, foi possível perceber que questões referentes à classe social, nível
de escolaridade, renda familiar revelam uma homogeneização tanto nas características
de sua composição quanto nas concepções, valores e crenças dos participantes. No
entanto, questiona-se o fato de que caso a amostra fosse ampliada essas tendências se
manteriam.
50
Acredita-se que o estudo conseguiu atingir ao que se propôs, uma vez que foi
possível investigar as concepções, compreensões dos homens quanto ao que consideram
como agressão e o que acreditam que justifica a presença de agressão no relacionamento
de intimidade.
Com base nos dados foi possível verificar certa permissividade da perpetuação
da agressão contra a mulher, identificada na concordância com formas de resolução de
conflitos embasadas na agressão, situações em que justificam o seu uso. Tal tendência
pode ser exemplificada na concordância manifestada pelos participantes na questão
referente à discussão entre parceiros, de que para parar uma discussão, às vezes, é
necessário gritar com uma mulher, ou na afirmação de que se uma mulher apanhou,
provavelmente ela mereceu.
Observa-se que para os homens autores de violência, a postura inapropriada da
mulher é considerada como desencadeadora pelo cometimento da agressão contra ela
mesma. É atribuída à companheira, a responsabilização pela situação da relação, o que
faz com que os homens, muitas vezes, não se reconheçam como autores da agressão.
Neste sentido, na maneira em que o resultado do relacionamento é atribuído à mulher, a
companheira acaba por ser responsabilizada em função de seus comportamentos.
Foi possível identificar a concordância com a experiência da agressão como um
fator significativo para o desenvolvimento do indivíduo, no caso exclusivo dos homens,
uma vez que o envolvimento de meninos em brigas de socos e pontapés e a aceitação do
revide da agressão serem componentes do desenvolvimento das características de
masculinidade.
Outro aspecto que merece destaque é a diferença entre casados e solteiros, uma
vez que no grupo de solteiros foi identificada uma maior concentração de concordância
em afirmações que remetiam que o casamento era para sempre quando comparados com
os casados. Tais resultados permitem inferir que as diferenças possam estar relacionadas
à experiência da conjugalidade.
Na avaliação do instrumento utilizado, foi possível perceber tendências a
responder conforme o socialmente aceito, esperado em qualquer pesquisa que aborde tal
temática. Esta tendência esteve presente nas respostas que apontavam não ter opinião
sobre o assunto ou perdiam a coerência nas respostas que faziam referência às agressões
e situações de espancamento, como por exemplo, nas respostas referentes à afirmação
“algumas vezes, para disciplinar uma criança, é necessário uma boa e forte palmada”,
“se uma mulher apanhou provavelmente ela mereceu”; “eu consigo enxergar alguma
51
situação em que o homem não deve ser punido por ter agredido uma mulher”; “às vezes
é necessário gritar com uma mulher para parar uma discussão”.
Considerando que não houve concentração de uma resposta específica em todo o
questionário, pode-se postular que os participantes responderam com veracidade ao que
mais se aproximava aos respectivos sistemas de crenças, valores e concepções. Avalia-
se que uma forma de melhorar o instrumento pode estar relacionada à modificação do
local e ordem das afirmações, pois as que exigem dos participantes que se coloquem na
situação, ou respondam a partir de suas crenças e valores, caso colocadas no início do
instrumento, poderão suscitar respostas voltadas para o socialmente aceito. De maneira
geral, acredita-se que o instrumento é fidedigno e atingiu ao que se propôs, de forma a
dar legitimidade às considerações aqui apresentadas.
O conjunto de dados conduz a refletir sobre a questão de gênero e o tratamento
diferenciado por parte dos homens quando o mesmo comportamento é praticado por
homens e mulheres. Tal fato pode ser exemplificado na concordância de que
determinadas posturas femininas tradicionalmente estão relacionadas com a provocação
e a consequente irritabilidade ao parceiro.
Referente às causas que levam o cometimento da agressão contra a mulher,
ressalta-se a culpabilização da companheira quanto ao ato agressivo, exemplificado nas
seguintes falas: “problemas psicológicos por parte do homem; algum distúrbio mental;
traição, álcool, drogas (...); violência intempestiva ou provocação constante; falta de
lei que faça ele cumprir uma pena e falta de caráter; ser traído, ser enganado”.
Outro ponto frequentemente apontado pelos participantes que presenciaram
situações de agressão entre parceiros, o álcool aparece como um forte desencadeador
externo das situações de agressão. No entanto, o seu uso abusivo é visto como desculpas
que justificam o ato agressivo, o que exime as pessoas de suas responsabilidades.
Esses dados possibilitam considerar que os processos relacionados com a
questão do gênero acabam por influenciar no comportamento, pensamento e
sentimentos dos sujeitos, o que consequentemente poderão refletir nas interações sociais
e contribuir para determinar a estrutura das instituições sociais. O gênero envolve então
a construção da masculinidade e feminilidade como polos opostos e essencializa as
diferenças
Considerando que a presente pesquisa usou como forma de instrumento um
questionário, o que de certa forma limita um contato mais próximo com o participante,
faz-se necessário aprofundar e investigar melhor determinadas questões. A utilização da
52
entrevista poderia ser uma forma de contribuir para a investigação de dados mais
subjetivos, o que só podem ser acessados a partir da interação pesquisador-pesquisado.
Isto possibilitaria uma maior aproximação do sistema de crenças e valores, condições
estruturais, símbolos, representações de determinados grupos em denominado período
histórico. (MINAYO, 1996).
Avalia-se que os dados apontam para a legitimização da violência contra a
mulher que somada a uma visão estereotipada da qual o comportamento e atitudes da
mulher são utilizados como justificativa de agressão. Desta forma, levando em
consideração a complexidade do tema estudado e a escassa produção científica para a
realidade brasileira, tanto no campo da Psicologia como em outras áreas, destaca-se que
o presente estudo contribui para o conhecimento científico mesmo limitado na sua
generalização. Neste sentido, para não ficar restrito a análise de frequência pode-se
ampliar e investir na pesquisa qualitativa, o que somaria e agregaria aos dados obtidos.
Também podem ser desenvolvidas linhas articuladas de pesquisa, núcleos e/ou grupos
de estudos que possibilitem a criação e fortalecimento de um saber conjunto,
compromisso esse que pode estar presente nas Universidades privadas ou públicas, com
a contribuição da construção de um saber que esteja voltado para as questões sociais.
Em suma, por envolver concepções e valores dos homens de uma forma em
geral, o estudo tem um caráter preventivo, o que pode contribuir para o
desenvolvimento de projetos, programas e políticas que contemplem a prevenção da
violência na família, desde a sua formação. Deste modo, isso contribuirá para uma
melhor compreensão do fenômeno, sem considerar o homem como eterno agressor e a
mulher como vítima. Neste sentido, antes de ser exigida punição prevista em lei e só
buscar um culpado para as agressões presentes nas relações de intimidade, é necessário
entender as questões que regem as diferenças entre os gêneros, para que assim medidas
de prevenção da violência sejam criadas e contemplem a sociedade como um todo. Por
isso, a simples penalização do sujeito, não irá resolver o problema central
desencadeador, podendo agravá-lo ainda mais. Portanto, conhecer as concepções e
valores predominantes na ótica masculina possibilitará que qualquer profissional
qualificado trabalhe com a prevenção da violência não só no que tange os
relacionamentos de intimidade, mas sim que superam os limites da privacidade e por se
trataR de um problema de ordem social, ou seja, uma violação dos direitos humanos.
53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVIM, S. F.; SOUZA, L. Violência conjugal em uma perspectiva relacional: homens
e mulheres agredidos/agressores. Psicologia: teoria e prática. Universidade Federal do
Espírito Santo. 7 (2): 171-2006.
MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: Pesquisa qualitativa
em saúde. 4.ed. São Paulo- Rio de Janeiro: Hucitec, 1996.
NOGUEIRA, C. Construcionismo social, discurso e gênero. Departamento de
Psicologia, Instituto de Educação e Psicologia. Psicologia. Universidade do Minho v. 1,
pp. 43-65. 2001.
____________. A psicologia e a construção social do gênero. Coeducação: do
princípio ao desenvolvimento de uma prática. Comissão para a igualdade e direitos
das mulheres. Lisboa, 1999.
SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.; BAPTISTA, L. P. Metodologia de pesquisa. 3.
ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2006.
ODALIA, N. O que é violência?. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1983.
OLIVEIRA, K. L. C.; GOMES, R. Homens e violência conjugal: uma análise de
estudos brasileiros. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, vol.16, num. 5, 20011,
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ROSA, A. G; BOING, A. F; BÜCHELE, F.; OLIVEIRA, W. F.; COLEHO, E. B. S. A
violência conjugal contra a mulher a partir da ótica do homem autor de violência. Saúde
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SCHRAIBER, L. B.; GOMES, R.; COUTO, M. T. Homens e saúde na pauta da Saúde
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_______________. Violência de gênero no campo da Saúde Coletiva: conquistas e
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VON, K. E. S. Abordagens possíveis de relações conjugais violentas: o viés de gênero
dentro da psicologia. Interações, São Paulo, v.6, n. 11, p. 11-28, jan./Jun.2001.
WIEVIORKA, M. Violência hoje. Ciência & Saúde Coletiva,11.Paris.1147-
1153,2007.
54
ANEXOS
55
ANEXO I
Este questionário “Crenças e valores: relacionamento de intimidade” faz parte de um
Trabalho de Conclusão do Curso de Psicologia da Universidade Presbiteriana
Mackenzie. Seu objetivo é investigar a visão que se tem da agressão na relação de
intimidade a partir da perspectiva masculina. O questionário contém perguntas abertas e
fechadas e você tem a liberdade de responder quais perguntas quiser ou interromper a
sua participação a qualquer momento, porém respondê-lo em sua totalidade ajudará a
compreender melhor esse fenômeno. Você não precisa se identificar em nenhuma parte
do questionário, de forma a garantir a privacidade. Agradeço a sua participação e
colaboração no presente estudo!
I - Caracterização social:
Sexo: F □ M □
Idade: _____________________________
Profissão: __________________________
Com quem reside: ___________________
Nível de Escolaridade: □ Ensino Médio □ Superior Incompleto □ Superior Completo □ Pós-graduado
Estado civil: □ solteiro □ casado
□ namoro □ até 1ano □1-2 anos □3-4 anos □4-5 anos
Renda Familiar mensal: ( ) Até R$ 1.020,00
( ) De R$ 1.021,00 até R$ 3.060,00
( ) De R$ 3.061,00 até R$ 7.650,00
( ) De R$ 7.651,00 até R$ 15.300,00
( ) Acima de R$ 15.301,00
II – Crenças
Nesta parte gostaríamos de conhecer um pouco o que você pensa a respeito dos
relacionamentos afetivos em que homens e mulheres experimentam agressões.
Responda o que mais se aproxima do que você pensa, de acordo com o seguinte
critério:
CP= Concordo Plenamente C= Concordo SO= Sem Opinião D= Discordo DP= Discordo Plenamente
1. Se uma mulher apanhou, provavelmente ela mereceu.
CP□ C□ SO□ D□ DP□ 2. Eu consigo enxergar alguma situação em que o homem não deve ser punido por ter
agredido uma mulher.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
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3. Homens são mais desonestos do que as mulheres.
CP□ C□ SO□ D□ DP□ 4.Uma mulher que foi estuprada provavelmente pediu por isto. CP□ C□ SO□ D□ DP□
5.Os homens tratam as mulheres duramente.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
6. Um menino que é agredido por outro deve revidar a agressão.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
7. As mulheres irritam.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
8. Eu consigo pensar numa situação que eu aprovaria um marido esbofetear a sua
esposa.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
9. Os homens respeitam as mulheres.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
10. As mulheres tratam os homens duramente.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
11. Eu consigo pensar numa situação que eu aprovaria uma esposa esbofetear seu
marido.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
12. O casamento é para sempre.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
13. Uma vez que o ato sexual atinge certo ponto, um homem não pode parar até que
esteja satisfeito.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
14.Quando um menino está crescendo, é importante para ele ter algumas brigas de soco
e pontapé.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
15.Homens são grosseiros.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
16.Mulheres me irritam bastante.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
17. Um homem não deveria se afastar de brigas físicas com outros homens.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
18.Mulheres são mal educadas.
57
CP□ C□ SO□ D□ DP□
19. Algumas vezes, para disciplinar uma criança, é necessário uma boa e forte palmada.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
20. Se uma esposa recusa-se a fazer sexo, algumas vezes é correto, fazer com que ela o
faça.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
21.As mulheres que falam demais irritam
CP□ C□ SO□ D□ DP□ 22.Nunca se deve bater em uma mulher.
CP□ C□ SO□ D□ DP□ 23.Ás vezes não tem como não evitar bater em uma mulher.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
24. Uma criança que é desobediente não apanhou o suficiente.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
25.Os homens não são tão grosseiros quanto as mulheres pensam.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
26.Às vezes é necessário gritar com uma mulher para parar uma discussão.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
27.Homens e mulheres não devem ter amigos do sexo oposto.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
28.Uma mulher sempre deve estar disposta para fazer sexo com o marido.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
29.Um homem deve revidar a agressão de uma mulher.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
30.O homem quando bebe fica agressivo.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
31.É justificável a mulher apanhar quando ela trai seu parceiro.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
32.Eu consigo enxergar alguma situação em que o homem não deve ser punido por ter
agredido uma mulher.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
33.A mulher deve fazer o que seu parceiro manda.
CP□ C□ SO□ D□ DP□ 34.Os homens devem ser cavalheiros com as mulheres. CP□ C□ SO□ D□ DP□
58
35.As mulheres e os homens devem ter direitos iguais no relacionamento.
CP□ C□ SO□ D□ DP□
III – O que você entende
Gostaria de conhecer um pouco a respeito das suas concepções sobre a agressão
entre parceiros numa relação de intimidade.
1- O que você entende como agressão entre parceiros íntimos?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________________________
2- O que você acredita que leva um homem a agredir uma mulher?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
___________________________________________________________________
3- O que você acredita que leva uma mulher a agredir um homem?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
___________________________________________________________________
4- O que você acredita que leva uma mulher a permanecer numa relação afetiva em
que acontece agressão?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
___________________________________________________________________
5- O que você acredita que leva um homem a permanecer numa relação afetiva em que
acontece agressão?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
___________________________________________________________________
59
IV - Experiência em situação de agressão entre parceiros íntimos
Gostaria de conhecer o quanto você já esteve próximo de algum tipo de agressão
entre parceiros íntimos.
1. Você já testemunhou algum caso de violência entre parceiros íntimos?
Sim ( ) não ( )
Caso sim: Quem foi o agressor: H( ) M( )
Quem foi o agredido: H( ) M( )
2. Você conhecia as pessoas envolvidas?
Sim ( ) não ( )
Caso sim: Qual seu grau de relacionamento?__________________________
3. Você já esteve envolvido em alguma situação de agressão com seu parceiro?
Sim ( ) não ( )
Caso sim: Quem foi o agressor: H( ) M( )
Quem foi o agredido: H( ) M( )
4. Deixe seus comentários, críticas e sugestões
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
___________________________________________________________________
60
ANEXO II
CARTA DE INFORMAÇÃO AO SUJEITO DE PESQUISA
Esta pesquisa tem como objetivo identificar como as pessoas compreendem as situações
de agressão nas relações entre parceiros íntimos, além de conhecer as crenças que
justificam o ato agressivo nas relações de intimidade a partir da perspectiva masculina.
Para tanto será aplicado um questionário que contém perguntas abertas e fechadas, com
uma duração aproximada de 15 minutos para o seu preenchimento. Para participar você
deve ter mais de 18 anos. Os colaboradores não são obrigados a participar da pesquisa,
podendo desistir a qualquer momento. Em eventual situação de desconforto ou
sofrimento em que os participantes não desejem dar continuidade, estes poderão
interromper sua colaboração sem consequências negativas. Todos os assuntos
abordados serão utilizados sem a identificação dos colaboradores. Quaisquer dúvidas ou
no caso de sentir algum desconforto poderão ser esclarecidos, necessitando apenas que
entre em contato com o pesquisador no email abaixo mencionado. Ressaltamos que se
trata de uma pesquisa com a finalidade acadêmica, referente ao Trabalho de Conclusão
de Curso, que os resultados serão divulgados em mostra de trabalhos acadêmicos, e
posteriormente em possíveis publicações acadêmicas e eventos científicos, de forma a
obedecer ao sigilo, sendo que quaisquer dados poderão ser alterados para garantir que os
participantes não sejam identificados. De acordo com estes termos, favor assinar abaixo.
Uma cópia deste documento ficará com o participante da pesquisa e outro com o
pesquisador. Obrigado.
................................................ ........................................................
Amanda Carneiro Pinheiro Tânia Aldrighi
Aluna-pesquisadora Universidade Presbiteriana Mackenzie
Universidade Presbiteriana Mackenzie Psicologia- CCBS
emai: tania.aldrighi@mackenzie.br
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) senhor (a)
_____________________________________________________,após a leitura da
Carta de Informação ao Sujeito, ciente dos procedimentos propostos, não restando
quaisquer dúvidas a respeito do lido e do explicado, firma seu CONSENTIMENTO
LIVRE E ESCLARECIDO de concordância quanto à realização da pesquisa. Fica claro
que o (a), senhor (a) a qualquer momento poderá, retirar seu CONSENTIMENTO
LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar do estudo alvo da pesquisa e fica
ciente que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial, guardada por força
do sigilo profissional.
São Paulo,....... de ..............................de..................
_________________________________________
Assinatura do colaborador