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Universidade Federal de Mato Grosso Instituto de Saúde Coletiva
Uso de álcool e alcoolismo e fatores associados entre
servidores públicos universitários
Virgínia de Albuquerque Mota
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva para a obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva. Área de Concentração: Saúde Coletiva Orientadora: Prof.ª Dr.ª Delma Perpétua Oliveira de Souza
Cuiabá – MT 2011
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Uso de álcool e alcoolismo e fatores associados entre
servidores públicos universitários
Virgínia de Albuquerque Mota
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso para obtenção do título de Mestre em Saúde Coletiva. Área de Concentração: Saúde Coletiva Orientadora: Prof.ª Dr.ª Delma Perpétua Oliveira de Souza
Cuiabá – MT 2011
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FICHA CATALOGRÁFICA
M917u Mota, Virgínia de Albuquerque Uso de álcool e alcoolismo e fatores associados entre
servidores públicos universitários / Virgínia de Albuquerque Mota. – 2011.
xiii, 109 f. : il. , color.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Delma Perpétua Oliveira de Souza. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Saúde Coletiva, Pós-graduação em Saúde Coletiva, Área de Concentração: Saúde Coletiva, 2011. Bibliografia: f. 77-85. 1. Alcoolismo – Servidores públicos universitários. 2. Servidores públicos universitários – Uso de álcool. 3. Alcoolismo – Saúde Pública. I. Título.
CDU – 614:613.81-057.34(043.3)
Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente Söhn – CRB-1/931
É expressamente proibida a comercialização deste documento, tanto na sua forma impressa, como eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da
dissertação.
5
DEDICATÓRIA
Às minhas queridas vovós Nair (in memoriam) e Petita,
pela amizade, pelas orações, para que eu pudesse estar nesse mestrado,
pelo incentivo de continuar estudando e
pelos exemplos de comprometimento com o outro.
À equipe, clientes e familiares do Caps I de São José dos Quatro Marcos,
por ter despertado em mim um enorme querer bem e pelas importantes
contribuições para a minha caminhada pessoal e profissional.
6
AGRADECIMENTOS
Ao CNPQ, pela bolsa concedida para a realização deste mestrado.
Aos servidores da UFMT – Campus Cuiabá, pela confiança, pelas palavras
de incentivo e pelos votos de felicidades no cumprimento desta pesquisa.
Aos professores que compuseram a banca examinadora da defesa desta
dissertação, pela generosidade do tempo despendido na correção deste
trabalho e por importantes contribuições.
Aos professores e à técnica administrativa Jurema do Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva, pelo apoio e preciosa experiência de
construção e reconstrução do saber e fazer na Saúde Pública.
Aos professores, técnicos administrativos e alunos do Instituto de Saúde
Coletiva, pelo acolhimento, convivência e enorme aprendizado na
experiência como professora substituta.
Aos meus familiares, pela agradável companhia nesta caminhada e tantas
outras.
Ao meu bem, Ueuder, pelo amor, parceria e paciência para cuidar de mim
enquanto eu cuidava das atividades deste mestrado.
Aos meus pais, José Hugo e Ana Maria, por estarem sempre no lado
esquerdo do peito e no lado direito dos meus sonhos, projetos e devaneios.
À professora Delma, minha orientadora, pela paciência e generosidade em
compartilhar o rico conhecimento e experiência na Saúde Mental; pela
dedicação a este trabalho e disponibilidade para atender às dúvidas; pelas
conversas de corredor e pela afetividade com que conduziu nosso vínculo.
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“Parece cocaína
Mas é só tristeza
Talvez tua cidade
Muitos temores nascem
Do cansaço e da solidão
Descompasso, desperdício
Herdeiros são agora
Da virtude que perdemos...
Há tempos tive um sonho
Não me lembro, não me lembro...
Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso...
Os sonhos vêm e os sonhos vão
E o resto é imperfeito...
Dissestes que se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira...
E há tempos
Nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
E há tempos são os jovens
Que adoecem
E há tempos
O encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
Só o acaso estende os braços
A quem procura
Abrigo e proteção...”
Música “Há tempos”, do grupo Legião Urbana.
8
RESUMO
Mota VA. Uso de álcool e alcoolismo e fatores associados entre servidores
públicos universitários [dissertação de mestrado]. Cuiabá: Instituto de Saúde
Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso, 2011.
O uso do álcool e o alcoolismo têm se tornado uma questão prioritária
na agenda da saúde pública mundial, relacionados aos agravos à saúde.
Estudos epidemiológicos de base populacional realizados no Brasil e na
Região Centro-Oeste evidenciam alta proporção do uso de álcool e do
alcoolismo; no entanto poucos ainda são os estudos sobre este
comportamento e esta morbidade entre trabalhadores. Neste sentido, o
objetivo deste estudo é analisar a prevalência do uso de álcool e de
alcoolismo e fatores associados entre servidores públicos universitários em
Cuiabá, no ano de 2011. Trata-se de um estudo de corte transversal, com
técnica de amostragem sistemática composta de 474 servidores, aos quais
se aplicou um questionário de autopreenchimento anônimo. Realizaram-se
análises univariada, bivariada e Regressão de Poisson. Verificaram-se
prevalências de 84,8% de consumo de álcool na vida e de 6,3% de
alcoolismo. No modelo final, permaneceram associados ao uso de álcool e
ao alcoolismo o sexo (RP = 1,08, IC95% 1,03 – 1,16; RP = 4,51, IC95% 1,71
– 11,9) e prática religiosa (RP = 0,85, IC95% 0,81 – 0,90; RP = 0,36, IC95%
0,15 – 0,85). Conclui-se que a prática religiosa é um fator associado, e ser
do sexo masculino é um fator associado tanto para o uso de bebidas
alcoólicas como para o alcoolismo. Espera-se que os achados possam
contribuir para ações de prevenção e assistência a estes trabalhadores e,
sobretudo, permitir uma compreensão científica da questão, influenciando
decisões e diretrizes de saúde do trabalhador.
Descritores: Uso de álcool; Alcoolismo; Saúde do Trabalhador;
Epidemiologia.
9
ABSTRACT
Mota VA. Alcohol use and alcoholism and associed factors between public
university servers [dissertation]. Cuiabá: UFMT Public Health Institute, 2011.
Alcohol use and alcoholism have become a priority issue on the
agenda of global public health, related to health problems. Population-based
studies conducted in Brazil and Midwest Region showed a high proportion of
alcohol use and alcoholism, however are still few studies of this behavior and
this morbidity among workers. In this way, the purpose of this study is to
analyze the prevalence of alcohol use and alcoholism and associated factors
among public university servers, from Cuiabá in the year 2011. It´s a cross-
sectional study, with systematic sampling technique consists of 474 servers,
applied a self-administered questionnaire anonymously. Analyses were
performed univariate, bivariate and Poisson Regression. There were
prevalences of 84.8% of lifetime alcohol consumption and 6.3% of
alcoholism. In the final model remained associated with alcohol use and
alcoholism sex (PR = 1.08; 95% CI 1.03 – 1.16; PR = 4.51; 95% CI 1.71 –
11.9) and religious practice (PR = 0.85; 95% CI 0.81 – 0.90; PR = 0.36; 95%
CI 0.15 – 0.85). It follows that religious practice is a protective factor and
being male is a risk factor for both alcohol use and alcoholism. It is hoped
that the findings may contribute to prevention and assistance to these
workers and, above all, allow a scientific understanding of the issue
influencing decisions and directives of the worker.
Descriptors: Alcohol use; Alcoholism; Occupational Health; Epidemiology.
10
Siglas Utilizadas
CABES – Coordenação de Assistência e Benefícios ao Servidor
CID-10 – 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças
CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas
DE – Dedicação Exclusiva
HUJM – Hospital Universitário Julio Muller
IC – Intervalo de Confiança
MS – Ministério da Saúde
OMS – Organização Mundial de Saúde
OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde
RP – Razão de Prevalência
SUS – Sistema Único de Saúde
UFMT – Universidade Federal de Mato Grosso
WHO – World Health Organization (Organização Mundial de Saúde)
11
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Raça/Cor autorreferida dos servidores públicos
universitários, Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
47
Tabela 2 – Convivência domiciliar dos servidores públicos
universitários, Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
48
Tabela 3 – Prática de atividade religiosa dos servidores públicos
universitários, Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
49
Tabela 4 – Carga horária semanal dos servidores públicos
universitários, Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
50
Tabela 5 – Gozo das férias dos servidores públicos universitários,
Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
50
Tabela 6 – Atividades em outras instituições dos servidores
públicos universitários, Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
51
Tabela 7 – Características do uso de substâncias psicoativas,
exceto o álcool e o tabaco entre servidores públicos
universitários, Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
51
Tabela 8 – Tratamento para uso prejudicial de álcool entre
servidores públicos universitários, Cuiabá – MT, 2011
(N=474)
52
Tabela 9 – Tipo e resultado de tratamento para uso prejudicial de
álcool entre servidores públicos universitários, Cuiabá-
MT, 2011(N=16)
52
Tabela 10 – Associação do uso de álcool na vida, segundo
características sociodemográficas, entre servidores
públicos universitários, Cuiabá – MT, 2011(N = 402)
55
Tabela 11 – Associação do uso de álcool na vida, segundo
características ocupacionais, entre servidores públicos
universitários, Cuiabá – MT, 2011(N = 402)
56
Tabela 12 – Associação do uso de álcool na vida, segundo
características de comportamentos de saúde, entre
12
servidores públicos universitários, Cuiabá – MT,
2011(N = 402)
57
Tabela 13 – Análise multivariada de uso de álcool na vida entre
servidores públicos universitários, Cuiabá – MT, 2011
(N = 402)
58
Tabela 14 – Associação do alcoolismo, segundo características
sociodemográficas, entre servidores públicos
universitários, Cuiabá – MT, 2011(N = 30)
60
Tabela 15 – Associação do alcoolismo, segundo características
ocupacionais, entre servidores públicos universitários,
Cuiabá – MT, 2011(N = 30)
61
Tabela 16 – Associação do alcoolismo, segundo características de
comportamentos de saúde, entre servidores públicos
universitários, Cuiabá – MT, 2011 (N = 30)
62
Tabela 17 – Análise multivariada de alcoolismo entre servidores
públicos universitários, Cuiabá – MT, 2011 (N = 30)
64
13
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Percentagem de consumo abusivo de bebidas
alcoólicas em série histórica da pesquisa da Vigitel em
Cuiabá – MT de 2006 a 2010
22
Figura 2 – Faixa etária dos servidores públicos universitários,
Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
46
Figura 3 – Estado Civil dos servidores públicos universitários,
Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
47
Figura 4 – Escolaridade dos servidores públicos universitários,
Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
48
Figura 5 – Tempo de serviço dos servidores públicos
universitários, Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
49
Figura 6 – Faltas no trabalho por qualquer motivo nos últimos 12
meses dos servidores públicos universitários, Cuiabá –
MT, 2011 (N=474)
50
Figura 7 – Ocorrência de familiar usuário de álcool ou drogas entre
servidores públicos universitários, Cuiabá – MT, 2011
(N=474)
52
Figura 8 – Prevalência de uso de álcool na vida, no ano, no mês,
frequente e pesado entre os servidores públicos
universitários, Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
53
Figura 9 – Prevalência de Alcoolismo entre os servidores públicos
universitários, Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
53
14
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 13
1.1
1.2
1.3
1.4
CAPÍTULO I CONTEXTUALIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
ÁLCOOL, ALCOOLISMO E DROGAS PSICOATIVAS: O QUE SÃO E
COMO AGEM
USO DE ÁLCOOL E ALCOOLISMO: PROBLEMA DE SAÚDE
PÚBLICA
USO DE ÁLCOOL, ALCOOLISMO E TRABALHO
A UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
16
17
19
23
28
2.1
2.2
CAPÍTULO II JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
JUSTIFICATIVA
OBJETIVOS
2.2.1 Objetivo Geral
2.2.2 Objetivos Específicos
30
31
32
32
32
3.1
3.2
3.3
3.4
3.5
3.6
CAPÍTULO III MÉTODOS
DELINEAMENTO DO ESTUDO
POPULAÇÃO DE ESTUDO
3.2.1 Critérios de Inclusão e Exclusão
PLANO DE AMOSTRAGEM
3.3.1 Tamanho da Amostra
3.3.2 Seleção da Amostra
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
3.4.1 Variáveis do estudo
3.4.1.1 Variáveis dependentes
3.4.1.2 Variáveis independentes
3.4.2 Confiabilidade dos instrumentos utilizados
3.4.3 Treinamento dos aplicadores
COLETA DE DADOS
ANÁLISE DOS DADOS
3.6.1 Processamento dos dados
3.6.2 Análise Estatística
33
34
34
35
35
35
36
37
37
37
38
40
42
42
43
43
43
15
3.7 QUESTÕES ÉTICAS 44
4.1
4.2
CAPÍTULO IV RESULTADOS E DISCUSSÃO
RESULTADOS
4.1.1 Caracterização da população estudada
4.1.2 Características sociodemográficas
4.1.3 Características ocupacionais
4.1.4 Características de comportamento de saúde
4.1.5 Uso de álcool na vida e alcoolismo
4.1.6 Uso de álcool na vida e fatores associados
4.1.7 Alcoolismo e fatores associados
DISCUSSÃO
4.2.1 Uso de álcool na vida e fatores associados
4.2.2 Alcoolismo e fatores associados
4.2.3 Uso de álcool na vida, alcoolismo e fatores associados
45
46
46
46
49
51
53
54
59
65
66
69
72
5.1
5.2
CAPÍTULO V CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
CONCLUSÃO
RECOMENDAÇÕES
74
75
76
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 77
ANEXO
Anexo 1 – Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do HUJM
APÊNDICES
Apêndice 1 – Manual do Aplicador
Apêndice 2 – Carta de Apresentação aos servidores sorteados
Apêndice 3 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Apêndice 4 – Instrumento de Coleta de Dados
86
87
88
89
93
94
95
13
INTRODUÇÃO
A saúde tem sido concebida como determinada por quatro
dimensões: a biologia humana, o meio ambiente, o estilo de vida e o sistema
de atenção à saúde. Estas dimensões estão, por sua vez, determinadas
pelos padrões de desenvolvimento das forças produtivas, das relações e
organização da produção e reprodução sociais. Neste sentido, as
sociedades economicamente desenvolvidas, bem como as que estão em
desenvolvimento, passaram a apresentar um perfil de morbimortalidade, em
que ganharam relevância os agravos não transmissíveis, entre elas, o
comportamento de consumo e dependência de bebidas alcoólicas
(CASTELLANOS, 1991).
Sabe-se que o uso de bebidas alcoólicas demarca os primórdios da
história da humanidade, difundido universalmente, nas mais diferentes
culturas e ocasiões. Nos rituais, as bebidas alcoólicas são usadas com
diversos significados simbólicos. Também se fazem presentes em
momentos tanto de alegria como no sofrimento do cotidiano e ou nas
grandes ocasiões sociais (NÓBREGA, 1996).
De acordo com análises epidemiológicas da distribuição de consumo
de álcool no mundo, ANTHONY (2009) obteve informação de que há 1,2
mortes atribuíveis ao consumo de álcool para cada 1.000 consumidores de
bebidas alcoólicas, e que o consumo de bebidas alcoólicas por ano atinge a
quantidade de dois bilhões de pessoas.
Além de o uso abusivo de álcool ter efeitos sobre a saúde mental do
indivíduo, que pode sentir-se incapacitado de participar das ações coletivas
na família, no trabalho, na atenção à saúde e em outros segmentos da
sociedade, estima-se que esse comportamento seja responsável por 1,5%
de todas as mortes e 2,5% do total de anos de vida perdidos por
incapacidade no mundo (WHO, 2001).
14
Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 10,0% a 12,0%
da população economicamente ativa acima de 14 anos têm problemas com
bebidas alcoólicas, tendo em vista que o trabalhador que faz uso ou é
dependente desta substância psicoativa apresenta maiores chances de
causar acidentes de trabalho, utiliza mais os serviços de saúde e tem sua
capacidade produtiva comprometida em relação aos trabalhadores não
usuários (BRASIL, 2008a).
No Brasil, os estudos epidemiológicos mais abrangentes do uso e
dependência de álcool na população geral foram os realizados pelo CEBRID
em 2001 e 2005. No primeiro estudo, encontrou-se uma prevalência de
11,2% de dependência ao álcool e 68,7% de uso de álcool na vida. O II
levantamento constatou aumento estatisticamente significativo para 12,3%
de dependentes e 74,6% de uso de álcool na vida (CARLINI et al., 2005).
O Sistema Único de Saúde no Brasil, há tempos tem fornecido
estatísticas de mortalidade apresentando como causa morbidades
decorrentes do uso abusivo de álcool, dentre elas, a cirrose alcoólica do
fígado, acrescido, ainda, de prejuízos à vida laborativa do usuário tanto no
seu desempenho profissional como familiar e social. Pesquisas sobre a
temática mostram altas taxas de acidentes fatais, ferimentos no setor
produtivo e aumento das licenças médicas e aposentadorias precoces, tendo
como fator associado o consumo abusivo de bebidas alcoólicas e o
alcoolismo (DRUG WATCH INTERNATIONAL, s/d).
Atualmente, existem, na literatura, vários estudos, com diferentes
abordagens teóricas, sobre a relação do uso de álcool e de alcoolismo;
porém ainda são poucas as investigações que abordam o trabalhador de
instituições de ensino superior no Brasil. Entre elas, destaca-se o estudo de
Vaissman, sobre a influência da existência do Programa de Apoio ao
Trabalhador do Centro de Estudos de Prevenção e Reabilitação do
Alcoolismo (PAT/CEPRAL) nos afastamentos por licenças médicas entre
servidores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no período de 1994 a
1997 (VAISSMAN, 2004).
15
Na Universidade Federal de Mato Grosso o único trabalho realizado
sobre uso de álcool foi com estudantes universitários (MARCON, 2003), não
havendo trabalho algum com servidores. Existem também relatos não
sistematizados da ocorrência de alcoolismo pela Coordenação de
Assistência e Benefícios ao Servidor – CABES/UFMT.
Essa constatação dá origem ao objeto deste estudo, que tem como
pergunta principal: qual é a estimativa do uso de álcool e de alcoolismo e
fatores associados na população de servidores públicos universitários?
O estudo compõe-se de cinco capítulos. O primeiro é constituído pela
compreensão do objeto de estudo, que busca, por meio da literatura,
configurar o uso de álcool e o alcoolismo como problema de saúde pública,
as relações que este comportamento e esta morbidade estabelecem com o
trabalho e o contexto no qual o estudo dar-se-á. A justificativa do estudo e
sua vinculação aos princípios da Saúde Coletiva constitui o segundo
capítulo, decorrendo deste os objetivos. O terceiro capítulo trata da
estratégia metodológica a ser utilizada, e o quarto capítulo é sobre os
resultados e a discussão respectiva. No quinto capítulo são expostas
conclusão e recomendações gerais.
É importante reconhecer as dificuldades que acompanham a trajetória
do trabalhador com problemas de uso de álcool e de alcoolismo, devido aos
problemas advindos deste comportamento e desta morbidade, de ordem
biológica, psicológica, social e laboral. Acrescentam-se a isto as
estigmatizações e os preconceitos, devido às conotações negativas
relacionadas à dependência de álcool, ao invés de ser encarado como uma
morbidade, conforme preconizado na CID – 10 (OMS et al., 1993). Esta
cultura tem dificultado o desenvolvimento de ações de prevenção e
assistência.
17
1.1. ÁLCOOL, ALCOOLISMO E DROGAS PSICOATIVAS: O QUE
SÃO E COMO AGEM
Historicamente, o uso de substâncias psicoativas é datado de 6.000
a.C., em que sua produção e seu consumo eram usuais e faziam parte das
tradições culturais das sociedades, principalmente associados a rituais.
Entre essas drogas, o álcool configurava-se como um produto de rápida
expansão, principalmente por poder ser originado da fermentação de vários
tipos de cereais e vegetais ricos em açúcar, cultivados em diferentes
condições de terra (MASUR, 1984).
No Brasil colônia, o uso do álcool se dava predominantemente entre
as pessoas pertencentes às classes sociais mais abastadas, que o
incorporaram aos seus costumes e hábitos. No entanto, no contexto da
exploração do cultivo da cana-de-açúcar, houve também o início da
produção da aguardente, que acabou socializando a bebida destilada entre
os trabalhadores dos engenhos e, consequentemente, entre a população
mais pobre (FORTES, 1991).
Com o desenvolvimento da ciência, comprovou-se que a atuação do
álcool e de outras substâncias psicoativas no organismo podem funcionar de
outras formas, diferentemente do uso ritualístico e recreativo.
O Ministério da Saúde adota como sistema classificatório a décima
revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), que classifica
também os prejuízos decorrentes do uso de álcool e outras drogas. No
Capítulo V da CID-10 estão listados os transtornos mentais e
comportamentais que podem ser ocasionados pelo uso de substâncias
psicoativas, sendo estas: álcool, opiáceos, canabinóides, sedativos e
hipnóticos, cocaína, estimulantes (incluindo a cafeína), alucinógenos, fumo e
solventes voláteis (OMS et al., 1993).
Essas drogas podem ser divididas, de acordo com seu efeito no
sistema nervoso central, em: depressoras (como álcool e
18
benzodiazepínicos), estimulantes (como cocaína e seus derivados e
anfetaminas) e perturbadoras (como maconha e anticolinérgicos) (CARLINI
et al., 2001). O abuso dessas substâncias pode caracterizar intoxicação
aguda, uso nocivo à saúde, síndrome de dependência, síndrome (estado) de
abstinência (com ou sem delirium), transtorno psicótico, síndrome amnésica,
transtorno psicótico residual ou de instalação tardia e outros transtornos
mentais (OMS et al., 1993), além de consequências para o organismo e vida
social como um todo.
O álcool, objeto deste estudo, tem efeito no organismo semelhante à
ação dos barbitúricos e dos benzodiazepínicos, que provocam uma
sensação de excitação e alegria, aliviando sintomatologia semelhante à
desenvolvida no quadro depressivo (SADOCK e SADOCK, 2007).
Além do alívio terapêutico, o álcool é uma substância depressora do
sistema nervoso central ou psicodisléptica, que enfraquece os sistemas
inibidores e pode trazer prejuízos ao organismo. Quando metabolizado,
parte do álcool ingerido é quebrado por uma enzima e se transforma em
outra substância, chamada acetaldeído, que pode deteriorar células e
prejudicar o fígado (MICHEL, 2002).
Durante a ingestão, é formada uma curva em relação à concentração
do álcool no organismo. Na parte ascendente, o álcool produz sensações
prazerosas, de excitamento, e, na parte descendente, quando ele está
sendo digerido, o organismo experimenta sensações desagradáveis,
nomeadas popularmente de “ressaca” (MICHEL, 2002).
Em relação aos aspectos clínicos, o uso de álcool pode ou não estar
relacionado a uma dependência; o abuso ou uso nocivo traz algum prejuízo
(biológico, social ou psicológico); e a dependência química é caracterizada
pela ausência de controle do uso (BORDIN et al., 2004).
Para o diagnóstico da Síndrome de Dependência do Álcool ou de
Alcoolismo, devem ser apresentados três ou mais dos sintomas a seguir:
tolerância do organismo com a diminuição do efeito provocado pela
quantidade de uso de álcool habitual, tendo de aumentar a quantidade para
atingir o mesmo efeito; síndrome de abstinência do álcool; falta de controle
19
sobre como usar o álcool; implicação do tempo em uso ou consequências do
uso de álcool; deixar de realizar outras atividades para consumir álcool; e o
uso, apesar de saber os prejuízos à saúde e social relacionados ou
intensificados pelo uso de álcool (SCIVOLETTO e PREDEUS, 2006).
A etiologia do uso de álcool e de outras substâncias psicoativas é
entendida como multifatorial, e destaca-se a influência da genética, da
cultura do grupo, da existência prévia de hábitos de consumo na família e
sua frequência, da facilidade do acesso, entre outros (MALBERGUIER,
2006).
O início do uso de álcool e outras substâncias psicoativas vem
ocorrendo cada vez mais precocemente, na adolescência e juventude, e
tende a intensificar-se durante toda a vida, podendo ocasionar prejuízos ao
organismo e à rede social na qual o indivíduo está inserido (GRAEFF, 1989),
sendo cada vez mais entendido como um grave problema de saúde pública,
que necessita de novos enfrentamentos.
1.2 USO DE ÁLCOOL E ALCOOLISMO: PROBLEMA DE SAÚDE
PÚBLICA
Apesar de estudos já terem comprovado que o consumo de álcool em
doses moderadas pode trazer benefícios à saúde, o uso nocivo ou pesado
do álcool, mesmo que em episódios pontuais, traz comprometimentos à
saúde global e é associado a mais de 60 enfermidades, sendo um dos
causadores direto ou indireto de várias morbidades, inclusive as
cardiovasculares (WHO, 2004).
Segundo dados da OMS, a distribuição de doenças com causalidade
relacionada ao uso nocivo de álcool, que, em 2002, vê uma média mundial
de 3,7%, atinge, na maioria dos países da América do Sul, incluindo o Brasil,
20
média de até 15,9% (WHO, 2007a). Isso pode ser devido à relação já
comprovada de países em desenvolvimento com maior consumo per capita
de álcool (WHO, 2004).
Frente a essa realidade, foi aprovada, na 58ª Assembléia Mundial de
Saúde, realizada em 2005, a resolução WHA58.26, que dispõe sobre “Saúde
pública: problemas causados pelo uso nocivo do álcool”. Neste documento é
proposto que a categoria “efeito nocivo do álcool” seja incorporada na futura
revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID), atribuindo uma
relação causal entre diversos tipos de morbidade e uso nocivo de álcool
(WHO, 2007a).
Além do impacto na causalidade de outras morbidades, segundo
estimativas de 2002, o alcoolismo é o quinto maior fator associado para
morte prematura e incapacidade no mundo, atingindo as faixas etárias mais
jovens em ambos os sexos e somando uma grande quantidade de gastos
em ações e serviços públicos de saúde para o atendimento desta morbidade
em todo mundo (WHO, 2007b).
No Brasil, MORAES et al. (2006) estimaram que, em 2004, os cofres
públicos gastaram R$ 130 milhões de reais com problemas relacionados ao
uso de álcool.
Calcula-se que, a cada doze mortes na América Latina, uma é
atribuída ao uso de álcool, e a proporção tanto de mortes quanto de
incapacidade em anos de vida em decorrência do álcool é,
aproximadamente, seis vezes maior entre homens que entre mulheres
(WHO, 2009).
Dados do Ministério da Saúde relatam que o consumo de álcool per
capita, na América Latina, aumentou 3,9% entre 1990 e 1999, e que o
consumo per capita de álcool puro acima de quatro litros por adulto com
mais de 15 anos tem prevalência de 5,6% no Brasil a partir de dados oficiais,
e de 14,0%, considerando a fabricação ilegal de bebidas alcoólicas (BRASIL,
2004). Estima-se que dois bilhões de litros de pinga são produzidos
clandestinamente no Brasil por ano e comercializados a preços baixos
(WHO, 2004).
21
O II Levantamento Domiciliar sobre uso de drogas psicotrópicas nas
108 maiores cidades do Brasil, com população acima de 200.000 habitantes
(exceto Palmas-TO), na faixa etária entre 12 e 65 anos de idade, encontrou
12,3% de dependentes de álcool e 1,2% dos entrevistados relataram ter
problemas no trabalho devido ao uso de álcool e outras drogas, sendo a
maioria do sexo masculino. A prevalência de uso de álcool na vida na
população brasileira foi de 74,6% (CARLINI et al., 2005).
Em relação ao comparativo desse levantamento com o realizado em
2001, o consumo de álcool no Brasil aumentou de 68,7% para 74,4%, e a
dependência de álcool, de 11,2% para 12,3% (CARLINI et al., 2005).
Na presente pesquisa foram levados em consideração os chamados
bebedores em binge, que representa consumo acima de 5 doses de álcool
puro para homens e acima de 4 doses para mulheres em uma mesma
ocasião.
No I Levantamento do Padrão de Consumo de Álcool no Brasil, foi
constatado que 52,0% dos brasileiros fazem uso de bebida alcoólica, sendo
29,0% bebedores de risco, que estão em sua maioria entre os homens
(LARANJEIRAS et al., 2007).
De acordo com o levantamento, entre os homens que consomem
álcool, 40,0% o fazem em binge, sendo que a maioria o faz ao menos 1 vez
na semana, e 40,0% estão entre a faixa etária de 18 a 34 anos. Como os
brasileiros estão começando a experimentar o álcool cada vez mais cedo, o
uso regular de bebidas alcoólicas está se tornando cada vez mais precoce
(LARANJEIRAS et al., 2007).
Dados da Região Centro-Oeste, do II Levantamento Domiciliar sobre
o uso de drogas psicotrópicas, nas 108 maiores cidades do Brasil, revelam
que 12,7% eram dependentes de álcool, sendo que a prevalência de
alcoolistas entre os homens foi de 23,1% e de 5,2% entre as mulheres, e
0,8% dos entrevistados relataram ter problemas no trabalho devido ao uso
de álcool e outras drogas, sendo todos do sexo masculino, e a maioria, na
idade entre 18 e 24 anos (CARLINI et al., 2005).
22
Em relação ao comparativo desse levantamento com o realizado em
2001, o consumo de álcool na Região Centro-Oeste aumentou de 60,5%
para 73,6%, a dependência de álcool de 10,4% para 12,7%, e o consumo na
faixa etária de 24 a 35 anos e entre pessoas solteiras também aumentou
(CARLINI et al., 2005).
Foram realizadas entrevistas telefônicas, entre 11 de janeiro e 31 de
dezembro de 2010, sobre consumo abusivo de bebidas alcoólicas, sendo
este considerado quando consumidas cinco doses ou mais entre homem e
quatro doses ou mais entre mulheres nos últimos 30 dias, nas 26 capitais e
Distrito Federal (BRASIL, 2011).
Com amostra de 809 homens e 1.201 mulheres, totalizando 2.010
participantes, com idade igual ou superior a 18 anos, no município de Cuiabá
foram encontrados 20,1% de consumo abusivo de bebidas alcoólicas, sendo
10,1% entre mulheres e 31,0% entre homens (BRASIL, 2011).
A série histórica dessa pesquisa, realizada entre os anos de 2006 e
2010 (Figura 1), apresenta como vem-se comportando a diferença de
consumo entre homens e mulheres e o consumo de uma forma geral na
população cuiabana (BRASIL, 2011; BRASIL, 2010; BRASIL 2009; BRASIL,
2008b; BRASIL, 2007).
Fonte: BRASIL, 2011; BRASIL, 2010; BRASIL 2009; BRASIL, 2008b; BRASIL, 2007
Figura 1 – Percentagem de consumo abusivo de bebidas alcoólicas em série histórica da pesquisa da Vigitel, em Cuiabá-MT, de 2006 a 2010.
23
Dados do DATASUS referentes ao ano de 2008 indicam que, no
município de Cuiabá, 0,6% das mortes e 0,2% das internações hospitalares
foram em decorrência de transtornos mentais e comportamentais devido ao
uso de álcool (DATASUS, 2011).
Os Sistemas de Informação do Ministério da Saúde podem apresentar
problemas na sua alimentação, e ocorre um grande número de sub-
notificações nos casos de violência, acidente de trânsito, neoplasias, entre
outros, que acabam sendo consideradas as causas de internação ou morte,
em detrimento de se notificar como relacionado ao uso de álcool.
Para se entender como o uso de álcool e o alcoolismo estão
associados às outras características da vida do indivíduo, é fundamental
investigar fatores que, possivelmente, podem ser apontados como sendo de
exposição para a dependência (SCIVOLETTO e PREDEUS, 2006), e o
trabalho é um destes fatores que se relaciona com o uso de álcool.
1.3 USO DE ÁLCOOL, ALCOOLISMO E TRABALHO
O ambiente de trabalho tem uma importante influência na saúde como
um todo, podendo contribuir para o aumento da auto-estima, das
possibilidades de consumo, da qualidade de vida e da realização pessoal e
profissional.
Pode, no entanto, também operar outros tipos de influência entre os
trabalhadores, como intoxicação por produtos químicos, condições de
trabalho não adequadas, diminuição do poder de compra do salário, além de
doenças relacionadas à ocupação.
Na Classificação de Doenças relacionadas ao Trabalho pelo
Ministério da Saúde, o uso abusivo de álcool pertence ao Grupo II da
Classificação de Schilling, de doenças que podem ter o trabalho considerado
24
como um fator associado, combinado a outros fatores que também
contribuem para a frequência deste comportamento (OPAS, 2001).
De acordo com essa classificação, algumas das situações
relacionadas ao trabalho que podem resultar na sua constituição, enquanto
fator associado para o uso abusivo de álcool, estão o desemprego ou
instabilidade no trabalho, a ocupação de cargos desvalorizados socialmente
ou nos quais se mantêm afastados do convívio social durante a execução da
sua atividade (OPAS, 2001).
Como mencionado, é reconhecida a relação entre dependência de
álcool e desemprego, ainda que não se tenha estabelecido causalidade
entre essas duas variáveis. Entre os que permanecem no trabalho, vários
estudos ao redor do mundo apontam que perda de produtividade e
absenteísmo, entre outros aspectos ocupacionais, podem ser associados ao
alcoolismo ou uso nocivo de álcool (WHO, 2004).
Entre esses aspectos, VAISSMAN (2004) coloca que existem
situações de risco mental que podem fazer com que algumas ocupações
sejam mais influentes na prevalência do alcoolismo que outras, como as que
não oferecem oportunidades de ascensão profissional ou quando as
atividades exercidas / cargo não são reconhecidos socialmente.
A autora, em seu estudo, afirma ainda que uma das formas de se
¨perceber¨ que o trabalhador pode estar com problemas relacionados ao uso
do álcool é através do absenteísmo, ausências no período da jornada de
trabalho, queda na produtividade e no trabalho, mudanças dos hábitos
pessoais e relacionamento ruim com os colegas (VAISSMAN, 2004).
Nessa perspectiva, estudo de coorte, realizado entre 1985 e 1993 (em
três fases), que acompanhou 7.372 funcionários públicos londrinos, avaliou a
influência de estresse no ambiente de trabalho e alcoolismo (detectado por
meio do CAGE na terceira fase da pesquisa), e encontrou uma associação
entre falta de reconhecimento no trabalho (diferença entre esforço e
recompensa) e dependência de álcool entre os homens, e uma associação
entre ausência de autonomia e dependência de álcool entre as mulheres,
25
após ajuste para possíveis fatores de confusão relativos às variáveis não
ocupacionais do estudo (HEAD et al., 2004).
Inquérito telefônico pelo National Study of Daily Experiences (NSDE),
realizado, entre 1996 e 1997, com 1.031 adultos norte-americanos sobre
quantidade de bebida ingerida no dia durante 7 a 8 dias (cada dia uma
entrevista), encontrou 15,3% de bebedores binge diários. Estresse diário e
acumulado ao longo do tempo foram apontados como fator associado para
esse tipo de consumo, principalmente em indivíduos com renda econômica
baixa (GRZYWACZ e ALMEIDA, 2008).
Estudo canadense do Quebec Health and Social Survey, conduzido
pelo Departamento de Estatística de Quebec, em 1998, no qual foram
investigados 10.155 trabalhadores assalariados, encontrou os seguintes
achados: 51,0% de bebedores de baixo risco (até 9 doses para mulheres e
até 14 para homens nos últimos 7 dias); 11,0% de bebedores de alto risco
(acima de 10 doses para mulheres e de 15 para homens), e que a posição
na estrutura organizacional e a precariedade de recursos na execução do
trabalho encontraram-se fortemente associados aos bebedores de alto risco,
ajustadas às variáveis não ocupacionais (MARCHAND, 2008).
Análise do banco de dados de mortalidade da Inglaterra e do País de
Gales investigou, no período de 2001 a 2005, as categorias profissionais em
que a mortalidade estava relacionada ao uso de álcool, e encontrou maior
prevalência entre funcionários de bar, marítimos e funcionários públicos
(BAKER, 2008).
Foi realizado estudo na Universidade do Equador, em 2007, com 102
servidores lotados na área da administração e, utilizada a escala AUDIT,
para verificar consumo de álcool. Encontraram prevalência de 79,4% de
bebedores de risco e 19,6% de uso nocivo de álcool e 1,0% de sinais de
dependência de álcool (ORTIZ e MARZIALE, 2010).
Estudo transversal com 188 estudantes e profissionais de instituições
de ensino da região metropolitana de Buenos Aires investigou a associação
entre abuso de álcool (medido por gramas de álcool puro ingerido em uma
mesma ocasião nos últimos 30 dias) e estresse no trabalho ou ansiedade
26
produto desse estresse. Encontrou-se associação direta entre esta variável
ocupacional e a intensidade de consumo de álcool, variando de acordo com
a atividade laboral desempenhada (CUENYA, 2006).
Estudo com servidores de uma Instituição Federal de Ensino Superior
do Rio Grande do Sul, que tiveram licenças médicas concedidas entre 1997
e 1999, constatou que, do total das licenças médicas por transtornos
mentais, 9,6% estavam relacionadas à dependência de álcool (segundo
diagnóstico médico). A maioria dos servidores licenciados possuía ensino
médio, com faixa etária entre 40 e 50 anos, renda entre 500 e 1.000 reais,
casados, entre 15 e 20 anos de trabalho na Instituição, com atividades
desenvolvidas no Hospital Universitário,, e o cargo mais recorrente foi de
auxiliar de enfermagem (NORO e KIRCHHOF, 2004).
Em 1998, foi realizada uma pesquisa sobre fatores associados à
prevalência de patologias com 317 trabalhadores da Universidade Estadual
do Ceará, e, entre os fatores estudados, o etilismo também foi investigado
de acordo com a quantidade de consumo de álcool diário (SABRY et al.,
1999). Foi encontrada uma prevalência de 68,7% de servidores que
consumiram álcool na vida, sendo que 61,0% eram do sexo masculino e
39,0% do sexo feminino. No entanto, quanto ao consumo diário, as
diferenças entre os sexos são mais significativas, pois, entre os homens,
encontrou-se uma média de 38.1 g/dia, com variação de 1.7 a 360 g/dia, e,
entre as mulheres, a média é em torno de 11.3 g/dia, com variação de 1.0 e
29.8 g/dia (SABRY et al., 1999). Não foram encontradas diferenças com
significância estatística entre os etilistas e não etilistas (abstêmios ou ex-
etilistas) em relação à renda e escolaridade (SABRY et al., 1999).
Estudo observacional do tipo análise de série histórica, do período de
1966 a 1999, encontrou 29,0% das 355 aposentadorias por incapacidade
permanente entre os servidores da Universidade Federal de Minas Gerais
causadas por Doenças Mentais (SAMPAIO et al., 2003).
Estudo epidemiológico, do tipo transversal, realizado entre 192
servidores da Universidade de São Paulo (Campus Capital), no ano de 2001,
utilizando o teste CAGE, avaliou que foram detectados 19,8% de alcoolismo,
27
somente entre os entrevistados do sexo masculino, com a maioria em
desempenho de trabalho braçal (jardinagem, limpeza e construção). Na faixa
etária acima de 61 anos, quase metade apresentou CAGE positivo, com
maior frequência em quem tinha 12 ou mais anos na Instituição (AMARAL e
MALBERGIER, 2004).
Estudo transversal, realizado em 2002, entre 704 servidores acima de
40 anos da Universidade de Brasília, que investigou frequência do uso de
álcool, encontrou 53,6% de usuários, sendo que 6,0% o fazem diariamente,
50,0%, semanalmente, 10,8%, mensalmente e 33,2%, raramente
(CONCEIÇÃO et al., 2006).
Pesquisa de tendência secular na Universidade Federal de Santa
Catarina investigou estilo de vida entre 484 servidores, no ano de 2004, e
encontrou prevalência de 50,2% de usuários de álcool, sendo que 26,6%
foram considerados bebedores em binge. Na comparação dos resultados
encontrados em 1994, observou-se um aumento de consumo de álcool entre
docentes do sexo masculino, de 25,0% para 29,3%, e uma diminuição no
consumo por mulheres em geral, de 15,9% para 9,6%, entre docentes e de 4
para 1,6% entre técnicas-administrativas, e entre técnicos-administrativos do
sexo masculino, de 33,0% para 18,8% (OLIVEIRA, 2005).
Na Universidade Federal de Mato Grosso (Campus Cuiabá) já foi
realizada uma investigação sobre o uso de drogas, porém junto à população
de estudantes universitários. O trabalho revelou que 34,4% dos
respondentes já haviam feito uso de droga na vida, sendo que a droga mais
consumida, exceto álcool e tabaco, havia sido o solvente (18,8%). A maioria
das pessoas que afirmou usar drogas era do sexo masculino, com idade
inicial de uso de 15,7 anos para drogas lícitas, e, entre 18,4 e 20,1 anos,
para drogas ilícitas (MARCON, 2003).
SOUZA et al. (2005) realizaram um estudo epidemiológico do tipo
transversal entre escolares da rede estadual de ensino de Cuiabá–MT, sobre
a relação entre trabalho e uso de álcool e alcoolismo (CAGE). Os autores
verificaram consumo de álcool na vida e alcoolismo de, respectivamente,
81,0% e 14,9% entre os trabalhadores e de 65,8% e 12,6% entre não
28
trabalhadores. Em relação ao alcoolismo, foi verificado que ele está mais
associado à variável gênero (maior consumo entre pessoas do gênero
masculino) e à história de álcool na família do que à variável trabalho
(SOUZA et al., 2005).
Em geral, os estudos citados apontam que o uso de álcool e
alcoolismo pode estar associado a variáveis ocupacionais, apesar de não
determinarem que esta relação seja causal.
1.4. A UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
No início da década de 1970, após mobilização de profissionais das
faculdades existentes na época, políticos e sociedade civil organizada,
ligados a interesses de distintos setores, foi decretada a criação da
Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, pelo governo federal. Este
ato se deu com a aprovação da Lei nº 5.647, de 10 de dezembro de 1970,
fundamentada no Código Civil vigente, e com sua ata de criação lavrada no
dia 27 de dezembro de 1971, no Cartório do Iº Ofício de Cuiabá (DORILEO,
2005).
A criação da UFMT foi um marco para o Estado de Mato Grosso. Na
sua implantação, buscou-se não reproduzir os modelos dos currículos do
eixo-Rio – São Paulo, mas uma universidade com identidade própria, voltada
para os interesses da região, preocupada em responder às suas
necessidades e com ênfase para a pesquisa e geração de conhecimentos
da Amazônia, onde está sua localização geográfica (TAVARES, 2001).
Essa Instituição de Ensino foi construída dentro de um propósito de
qualificação de mão-de-obra, ocupação e desenvolvimento da região. Daí
ser inicialmente chamada de Universidade da Selva ou Uniselva, e deu-se
29
dentro de um contexto de luta pela democracia e desenvolvimento do Estado
de Mato Grosso (TAVARES, 2001).
Com uma expansão significativa da sua estrutura, atualmente a
UFMT é uma Instituição que tem parcerias com a iniciativa pública e privada,
ampliando suas atividades para além do ensino, englobando pesquisa,
extensão e vivência acadêmica (UFMT, 2009).
Mais de quarenta anos após sua fundação, a Instituição encontra-se
distribuída em quatro Campi: Cuiabá (quinze unidades acadêmicas),
Rondonópolis (duas unidades acadêmicas), Médio Araguaia (uma unidade
acadêmica) e Norte Mato-Grossense (uma unidade acadêmica) (UFMT,
2006).
A UFMT tem como princípios ser uma instituição de caráter público,
relacionando ensino, pesquisa e extensão, com uma estrutura interna
democrática, garantia de qualidade por meio de avaliações periódicas,
compromisso com o desenvolvimento social, econômico e cultural do Estado
de Mato Grosso e intercâmbio com outras instituições (UFMT, 2009).
Em consonância com a sua história, a UFMT está inserida em um
processo amplo de transformações na educação superior do Brasil, desde a
sua fundação até os dias atuais, e os servidores que nela atuam também
são agentes desse processo.
É nesse contexto que se busca, por meio desta pesquisa, investigar a
associação que pode existir entre uso de álcool e alcoolismo e fatores
associados entre esses trabalhadores, considerando as especificidades de
sua atividade laboral.
31
2.1 JUSTIFICATIVA
As pesquisas no campo da Saúde Coletiva, ao longo do tempo, estão-
se transformando, principalmente diante da transição epidemiológica das
doenças infecto-contagiosas para as crônico-degenerativas. Estas últimas
apresentam relação direta e indireta com comportamentos de saúde, e,
dentre eles, o comportamento de uso de álcool e de alcoolismo, que vem
aumentando na população brasileira, e configura-se, atualmente, como
problema de saúde pública.
Nesse contexto, são realizadas pesquisas sobre uso de álcool e
drogas e sobre alcoolismo, por meio de estudos de base populacional e
entre estudantes, visando à formulação de políticas de promoção e
prevenção aos danos à saúde e ao social, com o objetivo de melhorar a
qualidade de vida da população como um todo.
Embora haja, na literatura nacional, considerável volume de
produções científicas sobre uso de álcool, drogas e alcoolismo, as pesquisas
sobre essa temática entre trabalhadores da educação superior ainda são
escassas.
O estudo entre trabalhadores mostra-se pertinente, devido aos
pedidos de licença médica, absenteísmo e crescente número de
aposentadorias precoces, decorrentes, direta ou indiretamente, do uso de
álcool e do alcoolismo.
Em Mato Grosso foram realizadas pesquisas entre estudantes do
ensino fundamental, médio e superior. Entre trabalhadores do ensino
superior, no entanto, este estudo é pioneiro.
Nessa perspectiva, justifica-se o objeto de estudo desta investigação:
¨o conhecimento da prevalência do uso de álcool e do alcoolismo e fatores
associados entre os servidores públicos universitários¨, visando contribuir
com as Políticas Públicas de prevenção e assistência aos trabalhadores.
32
2.2 OBJETIVOS
2.2.1 Objetivo Geral
Analisar a prevalência do uso de álcool e do alcoolismo e fatores
associados entre os servidores públicos universitários.
2.2.2 Objetivos Específicos
Identificar as características sociodemográficas, ocupacionais e de
comportamentos de saúde dos servidores públicos universitários;
Identificar prevalência de uso de álcool na vida e do alcoolismo
entre servidores públicos universitários;
Analisar a associação do uso de álcool na vida e do alcoolismo em
relação às características sociodemográficas, ocupacionais e de
comportamentos de saúde entre os servidores públicos
universitários.
34
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo, do tipo corte transversal ou estudo de
prevalência, integrante do Projeto “Estudo Epidemiológico sobre Condições
de Saúde de Servidores Universitários da UFMT – Campus Cuiabá-MT”, que
se caracteriza pela investigação de uma população definida no tempo e
espaço, e cujos resultados possibilitam análises que reflitam o dado
momento pesquisado (PEREIRA, 2006).
Os estudos epidemiológicos do tipo corte transversal têm sido
utilizados para investigar uma ampla gama de problemas de saúde pública,
e têm se mostrado eficiente na construção de inferências dos dados
levantados para a população-alvo da pesquisa (KLEIN e BLOCK, 2006).
3.2. POPULAÇÃO DE ESTUDO
A população deste estudo foram os servidores efetivos da UFMT –
Campus Cuiabá, no ano de 2010, lotados nos órgãos que compõem a
Administração da Instituição, ou seja, Faculdades, Institutos, Pró-Reitorias,
Reitoria e Órgãos Suplementares. Compreende, segundo dados da
Coordenação de Recursos Humanos da UFMT, 2.433 (dois mil,
quatrocentos e trinta e três) servidores lotados no Campus Cuiabá.
35
3.2.1 Critérios de Inclusão e Exclusão
O critério de elegibilidade para participação no estudo se refere a que
o servidor fosse efetivo do quadro funcional da UFMT até o ano de 2010,
que estivesse trabalhando em algum setor da Instituição, com vínculo de
docente ou técnico-administrativo. Foram excluídos do estudo os servidores
que estavam de licença para qualificação profissional e/ou de licença
médica, cedidos para outras Instituições e/ou transferidos para outro
Campus da UFMT, aposentados, exonerados, de férias, com contrato
temporário ou prestador de serviços terceirizados.
3.3 PLANO AMOSTRAL
3.3.1 Tamanho da amostra
A população-fonte foi composta por 2.433 servidores públicos
universitários da UFMT – Campus Cuiabá. Para o cálculo do tamanho da
amostra, seguiram-se os procedimentos de LUIZ e MAGNANINI (2000),
conforme fórmula a seguir:
Ζ² α/2 NP (1 – P) n = ________________________ є² (N – 1) + Ζ² α/2 P(1 – P)
Foram adotados os seguintes critérios:
o Intervalo de Confiança = 95% (z = 1,96);
o Erro de amostragem de 4% (є =0,04);
o Adotou-se um nível de confiança de 95%;
36
o A prevalência a ser estimada é de 50,0% (p=0,50), tendo em vista os
desfechos a serem estudados no projeto maior do qual este estudo
faz parte, sendo (1) dependência de álcool de 12,7% (CARLINI et al.,
2005); 33,4% para hipertensão arterial (FRANCO et al., 2009), 13,4%
para distúrbios psíquicos menores (FERREIRA, 2004) e 48,4% de
sobrepeso (BRASIL, 2008b).
A partir desses critérios, obteve-se a amostra de:
n = 1,96² x 0,50 x [1-(0,50)] x 2.433/ 0,04² x (2.433-1)+[(1,96)² x 0,50[1-0,50]
n = 3,8416 x 0,50 x 0,50 x 2.433 / 0,0016 x 2.432 + 3,8416 x 0,50 x 0,50
n = 1,9208 x 1.216,5 / 3,8912 + 0,9604
n = 2.336,6532 / 4,8516 = 481,6252783
Foram consideradas 20% de possíveis perdas do tamanho amostral,
obtendo-se o seguinte valor:
n = 481,6252783 + (481,6252783 x 0,20%)
n= 481,6252783 + 96,32505566
n = 577,95033396 = 578
3.3.2 Seleção da Amostra
Adotou-se o método de amostragem aleatória simples, o qual adota
como premissa que cada elemento da população estudada tem a mesma
chance de ser escolhido para compor a amostra (TORRES, 2006). A técnica
de seleção dos elementos da população empregada foi a sistemática,
seguindo os procedimentos:
- intervalo de seleção: N/n (2433/578 = 4,20 = 4);
- numeração dos elementos da população conforme listagem
fornecida pela Coordenação de Recursos Humanos da UFMT, por ordem
alfabética;
- escolha de um número aleatório r entre 1 e 4, por meio da tabela de
números aleatórios. O número obtido foi o três, sendo o servidor com este
37
número o primeiro sorteado. O segundo foi este primeiro número sorteado
acrescido do número 4 (intervalo de seleção) e, assim, sucessivamente, até
a obtenção dos 578 servidores necessários para a amostra estimada.
Adotou-se amostra sem reposição. Caso o servidor sorteado
atendesse aos critérios de exclusão, ou seja, se encontrasse de licença, em
capacitação, doença, férias, aposentado, exonerado, cedido para outro
órgão ou não concordar em assinar o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Apêndice 3), será considerado como perda.
3.4. INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
O instrumento adotado para a coleta dos dados foi o questionário
fechado de autopreenchimento, sem identificação pessoal do servidor
(Apêndice 4). Ele compõe-se de questões sobre: (a) dados
sociodemográficos; (b) ocupacionais; (c) uso de álcool e drogas psicoativas;
(d) alcoolismo; e (e) comportamentos de saúde, baseados no modelo de
instrumento utilizado pelo CEBRID nos Levantamentos Domiciliares
realizados nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal, em 2001 e 2005.
3.4.1 Variáveis do estudo
3.4.1.1 Variáveis dependentes
As variáveis dependentes ou desfecho do estudo compreendem o
padrão de uso de álcool e a positividade para o alcoolismo. A primeira
será mensurada conforme caracterização da Organização Mundial de
Saúde, adaptada no Brasil pelo CEBRID, como sendo: (1) Uso na vida: o
38
uso de droga pelo menos uma vez na vida; (2) Uso no ano: o uso de droga
pelo menos uma vez nos últimos doze meses que antecederam a
pesquisa; (3) Uso no mês: o uso de droga pelo menos uma vez nos
últimos 30 dias que antecederam a pesquisa; (4) Uso frequente: uso de
droga seis ou mais vezes nos últimos 30 dias que antecederam a
pesquisa; e (5) Usuário pesado: utilizou drogas vinte ou mais vezes nos
trinta dias que antecederam a pesquisa (GALDUROZ e CAETANO, 2004).
A segunda variável dependente – alcoolismo – foi mensurada pelo
CAGE, proposto por EWING e ROUSE (1970), e que trata de questionário
utilizado para detectar possível dependência de álcool em estudos clínicos
e populacionais. É composto de quatro perguntas (Cut down - reduzir a
ingesta / Annoyed by criticism - irritado / Guilty - culpado / Eye-opener -
identificação de ressaca) e considera, como caso suspeito de dependência
de álcool, ou "bebedor-problema", alguém que responda afirmativamente a
duas ou mais perguntas. No Brasil, sua validação obteve sensibilidade de
88,0% e especificidade de 83,0% (MASUR E MONTEIRO, 1983).
O CAGE é composto por quatro questões: (1) Alguma vez você sentiu
que deveria diminuir a quantidade de bebida ou parar de beber? (2) As
pessoas o incomodam porque reclamam do seu modo de beber? (3) Você já
se sentiu culpado pela maneira com que costuma beber? (4) Você bebe pela
manhã para diminuir a ressaca ou o nervosismo? São admitidas respostas
do tipo sim ou não, sendo seu ponto de corte duas questões positivas. Elas
serão colocadas no instrumento junto com outras questões sobre
comportamento de saúde, como recomenda a literatura, tendo em vista a
tendência de o dependente não aceitar essa situação.
3.4.1.2 Variáveis independentes
(A) Características sociodemográficas:
o Sexo (Feminino / Masculino);
o Tem filhos (Não / Sim);
o Idade (autorreferida);
39
o Raça/cor (Branca / Negra / Parda ou morena / Amarela / Vermelha /
Não sabe / Não quis informar);
o Estado Civil (Casado / Solteiro / União consensual / Viúvo /
Divorciado, Outros);
o Com quem vive (Sozinho / Companheiro / Familiares / Outros);
o Escolaridade (Analfabeto ou Ensino Fundamental Incompleto / Ensino
Fundamental Completo / Ensino Médio Incompleto / Ensino Médio
Completo / Ensino Superior Incompleto / Ensino Superior Completo /
Pós-graduação);
o Renda mensal (Menor ou igual a 5 salários mínimos1/ 6 a 10 salários
mínimos / Acima de 10 salários mínimos);
o Possui prática religiosa (Não / Sim);
o Qual religião (autorreferida).
Para a análise de associação, as variáveis foram agrupadas para
proceder a testes estatísticos necessários, de modo que se tornassem
binárias, quais sejam: Idade (De 25 a 44 anos / Acima de 45 anos); Raça /
Cor (Branca / Não branca); Estado Civil (Casado / Outros); Com quem vive
(Familiares / Outros); Escolaridade (Até Ensino Superior Completo / Pós-
Graduação); e Qual religião (Católica / Não Católica).
(B) Características ocupacionais
o Vínculo funcional (Docente / Técnico-Administrativo),
o Tempo de trabalho na UFMT (autorreferida em anos e meses);
o Horas trabalhadas por dia (Menos de 6 horas / 6 a 8 horas / 8 a 10
horas / Mais de 10 horas);
o Costuma levar trabalho para casa (Não / Sim);
o Tira férias todo ano (Não / Sim);
o Duração das férias (Menos de 10 dias / De 10 a 20 dias / Mais de 20
dias);
1 Salário mínimo, vigente no período de julho a dezembro de 2010, de R$510,00.
40
o Faltas no serviço nos últimos doze meses (Nenhuma vez / De 1 a 2
vezes / Mais de 3 vezes);
o Considera o local de trabalho adequado (Não / Sim), e caso não, citar
as inadequações (autorreferida);
o Exerce atividades em outra Instituição (Não / Sim);
o Carga horária semanal em outra Instituição (autorreferida em horas).
Para a análise de associação, as variáveis foram agrupadas para
proceder os testes estatísticos necessários, de modo que se tornassem
binárias, quais sejam: Tempo de serviço na UFMT (Mais de 10 anos / 10
anos ou menos); Horas trabalhadas na UFMT (Sem Dedicação Exclusiva /
Dedicação Exclusiva); Duração das férias (Menos de 10 dias / 10 dias ou
mais); Faltas no serviço nos últimos doze meses (Sim / Não); Carga horária
em outra Instituição (20 horas ou menos / Acima de 21 horas).
(C) Comportamentos de Saúde
o Prática de atividade física (Não / Sim);
o Uso de substâncias psicoativas na vida, no ano, no mês, frequente e
pesado, quais sejam: Tabaco/ Benzodiazepínicos/ Estimulantes/
Maconha/ Anfetaminas/ Solventes/ Anticolinérgicos/ Sedativos ou
Barbitúricos / Anabolizantes2/ Analgésicos Opiáceos /Xaropes/
Orexígenos/Alucinógenos/Cocaína/Crack/Merla/Heroína / (Não / Sim);
o Possui familiar que é usuário de álcool e outras drogas (Não/Sim);
o Possui plano de saúde (Não/Sim);
o Tratamento para uso prejudicial de álcool (Não/Sim).
3.4.2 Confiabilidade dos instrumentos utilizados
A confiabilidade do instrumento foi obtida por meio da sua aplicação
em dois momentos (teste e reteste), com intervalo de sete dias. A
2 Não é considerado substância psicoativa, mas também foi pesquisado, devido à alta prevalência
encontrada em outros estudos (CARLINI et al., 2005).
41
avaliação foi realizada pelo Coeficiente Kappa (COHEN, 1964) e
interpretação por LANDIS e KOCH (1977).
A primeira aplicação do teste-piloto foi realizada no período de
fevereiro a março de 2010, no ambiente de trabalho, em local indicado pelo
próprio servidor, com privacidade para o preenchimento do instrumento. Esta
aplicação não obteve resultados do Kappa satisfatórios. Procedeu-se à
segunda aplicação, com melhor formatação das questões e adequação das
originadas do objeto deste estudo, no mês de junho de 2010, entre os
servidores não sorteados na primeira aplicação. Seguiram-se os mesmos
procedimentos metodológicos nesta fase do estudo.
Os resultados do Kappa melhoraram, e foi aprovada a versão
definitiva do instrumento de coleta de dados (Quadro nº 1). Observa-se que
a maioria das questões obteve Coeficiente Kappa quase-perfeito. O teste-
reteste também serviu como prática para a aplicação do instrumento, para
sanar as dúvidas dos aplicadores, preparando-os adequadamente para
garantir a padronização de procedimentos na coleta de dados. Isto significa
obtenção de uniformidade na aplicação por todos os aplicadores de campo
(CARLINI-COTRIM e BARBOSA, 1993).
Quadro 1. Resultado da confiabilidade das questões do instrumento para
estudo de uso de álcool e de alcoolismo entre servidores contratados e cedidos da UFMT, 2010
Questões
N (%)
Interpretação do Coeficiente Kappaa
59 (68,8)
11 (12,8)
13 (15,1)
03 (3,5)
-
-
quase perfeita, compreende valores de kappa entre 0,81-1,00;
substancial: compreende valores de kappa entre; 0,61-0,80;
moderada: compreende valores de kappa entre 0,41-0,60;
fraca: compreende valores de kappa entre 0,21-0,40;
leve: compreende valores de kappa entre 0,00- 0,20;
< 0: pobre. a LANDIS & KOCH (1977).
42
3.4.3 Treinamento dos Aplicadores
Este estudo teve como aplicadores alunos do Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva da UFMT, que foram treinados para a
aplicação do instrumento de coleta de dados e receberam o Manual do
Aplicador (Apêndice 1), com as devidas orientações. Houve reuniões
periódicas com a coordenadora da pesquisa “Estudo Epidemiológico sobre
Condições de Saúde de Servidores Universitários”, para ajustes no processo
e feedback.
3.5 COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi realizada por dois pós-graduandos do Curso de
Mestrado em Saúde Coletiva / Instituto de Saúde Coletiva / UFMT e uma
técnica-administrativa da CABES / UFMT, no período de julho a dezembro
de 2010.
Os servidores elegíveis para o estudo que aceitaram participar da
pesquisa de forma espontânea assinaram um Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (Apêndice 3) e não receberam nenhum tipo de
remuneração.
O contato foi realizado pessoalmente, por telefone ou email. Foram
agendados horário e local para instruções e entrega do questionário. O
participante da pesquisa, quando dispunha de horário, respondia o
questionário no momento da entrega, na presença do pesquisador, ou então
era entregue a ele o questionário, e agendado outro horário para que fosse
devolvido.
O local de aplicação do questionário era, preferencialmente, nas
dependências da Universidade Federal de Mato Grosso; no entanto, para
43
maior comodidade de alguns participantes, foi realizada aplicação em outros
ambientes de trabalho.
Ao entregar o envelope com o questionário, era ele lacrado com cola
na frente do participante, de modo a preservar sua identidade. Depois, o
questionário era codificado e entregue para a coordenadora da pesquisa,
para que fosse realizada sua digitação.
3.6 ANÁLISE DOS DADOS
3.6.1 Processamento e análise crítica dos dados
A entrada dos dados foi realizada por meio do Pacote Estatístico Epi
Info 2000, versão 6.0, com conferência manual de 100% dos questionários
digitados, para evitar possíveis erros de digitação. Os questionários foram
numerados, para facilitar a recuperação das informações.
As questões não marcadas foram consideradas como “não informou”.
As incoerências, como sim, para uso de drogas assinaladas no mês, e não,
na vida ou no ano, e nome trocado de substâncias com o grupo
farmacológico, foram devidamente corrigidas.
As análises estatísticas foram realizadas pelos pacotes estatísticos
SPSS 9.0 e Stata, módulo Survey, versão 9.0.
3.6.2 Análise Estatística
Inicialmente, realizou-se a análise univariada de todas as variáveis do
estudo. Para avaliar a associação das variáveis sociodemográficas,
ocupacionais e de comportamentos de saúde (categorizadas em dois níveis)
sobre as variáveis de uso de álcool na vida e alcoolismo (dicotômicas),
44
realizou-se a análise bivariada. O teste de qui-quadrado foi utilizado para
verificar possíveis associações entre as variáveis categóricas e, quando
necessário, utilizado o teste exato de Fischer, tendo como medida a Razão
de Prevalência (RP) e seus respectivos intervalos de confiança (IC = 95%).
As variáveis que obtiveram p<0,25 no teste do qui-quadrado foram
incluídas na análise multivariada, realizada através da Regressão de
Poisson, com estimativa robusta – modelagem que proporciona melhor
ajuste e estima diretamente as razões de prevalência e seus intervalos de
confiança (BARROS e HIRAKATA, 2003; FRANCISCO et al., 2008; SKOV et
al., 1998), no método stepwise forward. No modelo final, permaneceram
variáveis significativas (p<0,05).
3.7 QUESTÕES ÉTICAS
A pesquisa “Estudo Epidemiológico sobre as Condições de Saúde de
Servidores Universitários da UFMT – Campus Cuiabá-MT” foi submetida ao
Comitê de Ética do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM) e aprovada
sob o Protocolo nº 690/CEP-HUJM/09 (Anexo 1).
Em relação aos benefícios, alguns participantes da pesquisa
solicitaram informações sobre alcoolismo, e foram fornecidas as informações
e orientados em relação às ofertas de tratamento.
Os resultados serão divulgados através de publicação em periódicos,
eventos científicos e devolutiva à população amostral (servidores da UFMT –
Campus Cuiabá), a serem realizados sob a orientação da coordenadora da
pesquisa maior, que também é a orientadora desta dissertação de mestrado.
46
4.1 RESULTADOS
4.1.1 Caracterização da população estudada
De um total de 578 servidores sorteados, 474 aceitaram participar do
estudo. Houve uma perda de 103 participantes (17,8%) por recusa, licença
médica ou capacitação, questionário não devolvido, transferência para outro
Campus e outros motivos (incluindo óbito, pedido de demissão e
aposentadoria). Em relação ao tamanho mínimo da amostra (n=481),
obteve-se 98,5% de servidores elegíveis, de diferentes setores da UFMT,
como no Hospital Universitário Júlio Müller, na Fazenda Experimental, na
Reitoria, nas Pró-Reitorias, Institutos, Faculdades, Laboratórios, Prefeitura
do Campus, entre outros, e que desempenham diversas funções.
4.1.2 Características sociodemográficas
Em relação à variável sexo, foi encontrada a frequência de 53,5%
para o masculino e 46,5% para o feminino, sendo que a maioria declarou
possuir filhos (78,0%).
Mais da metade dos servidores está na faixa etária acima dos 45 anos
(Figura 2), sendo a média de 47,89 anos DP ± 10,28.
Figura 2 – Faixa etária dos servidores públicos universitários,
Cuiabá – MT, 2011 (N=474)
47
De acordo com a Tabela 1, em relação à raça, observa-se que os
servidores de origem indígena e oriental são pouco referidos, e que a
maioria (46,0%) dos servidores identifica-se com a classificação Parda ou
Morena.
Tabela 1 – Raça/Cor autorreferida dos servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
Variáveis n (%)
Raça / Cor Branca Negra Parda ou morena Amarela (oriental) Vermelha (indígena)
190 40
208 12 2
(42,0) (8,9) (46,0) (2,7) (0,4)
Em relação ao estado civil, a maioria (64,9%) dos servidores declarou
estar casado ou em união consensual, seguido dos servidores solteiros
(19,0%) e dos divorciados ou separados (12,9%) (Figura 3).
Figura 3 – Estado Civil dos servidores públicos universitários,
Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
A maioria dos servidores (62,4%) referiu viver com familiares,
englobando pais, filhos, avós, tios, netos, e, em outros casos, de acordo com
o critério do respondente de considerar aquela pessoa um familiar (Tabela
2).
48
Tabela 2 – Convivência domiciliar dos servidores públicos
universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
Variáveis n (%)
Com quem vive Sozinho Companheiro / Amigos / Outros Familiares
62 109 284
(13,6) (24,0) (62,4)
Os servidores pesquisados neste estudo com ensino fundamental
correspondem a 6,1% (Figura 4). Entre os cursos de pós-graduação mais
referidos pelos participantes da pesquisa está o doutorado (40,5%), depois
mestrado (31,7%), especialização (21,7%) e, por último, pós-doutorado
(6,1%).
Figura 4 – Escolaridade dos servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
A renda mensal também se apresentou mais frequente acima de 10
salários mínimos, com 35,9%, acompanhada da renda entre 5 e 10 salários
mínimos, com 33,0%, e, abaixo de 5 salários mínimos, com 30,2%.
Sobre a prática religiosa, 80,2% dos respondentes declararam possuir
uma religião (Tabela 3). Destes, 64,3% disseram ser da religião católica e
35,7% indicaram outra religião, que, agrupadas de acordo com a
classificação do IBGE, se dividem em evangélicos (53,9%), espíritas
(33,6%), e os que informaram outras religiões, que não se classificam em
nenhum dos três grupos (12,5%).
49
Tabela 3 – Prática de atividade religiosa dos servidores públicos
universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
Variáveis n (%)
Prática religiosa Não Sim
91 369
(19,8) (80,2)
4.1.3 Características ocupacionais
A maioria dos servidores (Figura 5) tem vínculo funcional com a
Instituição de Ensino Superior estudada como técnicos-administrativos
(62,1%), em relação aos servidores docentes (37,9%).
A maior proporção dos servidores com vínculo desempenha suas
atividades há menos de 10 anos, porém se observa, na Figura 5, que 66,4%
ultrapassaram mais de 10 anos de serviços.
Figura 5 – Tempo de serviço dos servidores
públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
A maioria dos servidores (55,1%) trabalha 40 horas (Tabela 4), e
58,7% dos participantes da pesquisa relataram que levam trabalho para
casa. Na Tabela 5, observa-se que a maioria (89,3%) dos servidores tira
férias todos os anos, e 83,5% gozam férias por mais de 10 dias.
50
Tabela 4 – Carga Horária semanal dos servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
Variáveis n (%)
Horas trabalhadas por semana na UFMT 20 horas 30 horas 40 horas Dedicação Exclusiva
18 33 258 159
(3,8) (7,1) (55,1) (34,0)
Quase a metade (48,5%) dos servidores relata não ter faltado
nenhuma vez ao trabalho por qualquer motivo, nos últimos doze meses
antes da pesquisa (Figura 6). Esse dado pode ter relação com 70,7% dos
servidores, que consideram seu local de trabalho adequado, contra 29,3%
que citam algum tipo de inadequação no seu ambiente de trabalho, seja ele
material, de organização do trabalho ou de relacionamento com os colegas.
Tabela 5 – Gozo das férias dos servidores públicos universitários,
Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
Variáveis n (%)
Tira férias todo ano Sim Não
418 50
(89,3) (10,7)
Duração das férias 10 dias ou menos Acima de 10 dias
76 384
(16,5) (83,5)
Figuras 6 – Faltas no trabalho por qualquer motivo nos últimos 12 meses dos servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
51
Apenas 16,4% dos servidores desempenha atividades em outras
Instituições, e, destes, mais da metade (54,8%) trabalha mais de 20 horas
semanais (Tabela 6).
Tabela 6 – Atividades em outras Instituições dos servidores públicos
universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
Variáveis n (%)
Exercício de atividade profissional em outra Instituição Não Sim Carga horária de trabalho em outra Instituição 10 a 20 horas Acima de 21 horas
393 77
33 40
(83,6) (16,4)
(45,2) (54,8)
4.1.4 Características de comportamentos de saúde
Entre as variáveis de comportamento de saúde analisadas, a prática
de atividade física é realizada por menos da metade dos servidores (44,6%),
sendo que, entre aqueles que praticam qualquer atividade física, a maioria o
faz com frequência de 1 a 2 vezes por semana (37,0%).
O tabaco responde por 35,0% de uso na vida e 14,1% de uso no ano.
O uso de qualquer substância psicoativa, exceto o álcool e o tabaco, na vida,
teve prevalência de 39,0% (Tabela 7), sendo que as mais consumidas na
vida foram os benzodiazepínicos, com 11,8%, seguido da maconha, com
11,4%, e analgésicos, com 10,8%.
Tabela 7 – Características do uso de substâncias psicoativas, exceto o
álcool e o tabaco, entre servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
Variável n (%)
Qualquer droga, exceto álcool e tabaco. Uso na vida Uso no ano Uso no mês Uso frequente Uso pesado
185 103 62 27 21
(39,0) (21,7) (13,1) (5,7) (4,4)
52
A maioria (71,2%) dos servidores afirmou que não possuem familiar
usuário de álcool ou drogas (Figura 7).
Figura 7 – Ocorrência de familiar usuário de álcool ou drogas entre servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
Conforme Figura 7, aproximadamente 79,0% dos servidores tem
plano de saúde, e 3,5% deles já fizeram tratamento para problemas em
consequência do uso prejudicial de álcool.
Tabela 8 – Tratamento para uso prejudicial de álcool entre servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011(N=474)
Variáveis n (%)
Já fez tratamento para uso prejudicial de álcool Nunca fez uso prejudicial de álcool Nunca fez tratamento Sim
380 60 16
(83,3) (13,2) (3,5)
Entre esses tratamentos, foram observados internação hospitalar,
ambulatorial, consultório particular, grupos de auto-ajuda e outros.
Tabela 9 – Tipo e resultado de tratamento para uso prejudicial de álcool entre servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011(N=16)
Variáveis n (%)
Tipo do tratamento Gratuito Particular Outros Resultado do tratamento Em tratamento Teve sucesso
4 7 2 4 9
(30,8) (53,8) (15,4)
(30,8) (69,2)
53
4.1.5 Uso de álcool na vida e alcoolismo
A prevalência de uso de álcool na vida entre os servidores públicos
universitários da Instituição de Ensino Superior estudada foi de 84,8%
(Figura 8), enquanto a de alcoolismo foi de 6,3% (Figura 9).
Figura 8 – Prevalência de uso de álcool na vida, no ano, no mês, frequente e pesado entre os servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
Essas respostas indicam que, apesar de haver um grande consumo
de álcool na vida entre os servidores, foi obtido menor número de
respondentes que apresentaram positividade para o CAGE.
Figura 9 – Prevalência de alcoolismo entre os servidores
públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=474)
54
4.1.6 Uso de álcool na vida e fatores associados
Os fatores sociodemográficos mais associados com significância
estatística (p<0,05) ao uso de álcool na vida, entre servidores pesquisados,
são sexo, escolaridade, raça/cor, prática religiosa e renda mensal.
Possuir pós-graduação (RP = 1,39; IC95% 1,08 – 1,79), ser da
raça/cor branca (RP = 1,51; IC 95% 1,05 – 2,16) e do sexo masculino (RP =
1, 35; IC 95% 1,03 – 1,76) foram apontados como fatores associados para
uso de álcool na vida (Tabela 10).
Apesar de a prevalência de uso de álcool ser maior em servidores
com idade entre 25 e 44 anos, não se verificou associação estatisticamente
significativa (p>0,05) em relação aos servidores acima de 45 anos, bem
como entre os casados (Tabela 10).
Observa-se que a prática religiosa apresenta forte associação com o
uso de álcool (p<0, 05), sendo fator associado (RP = 0,79; IC 95% 0,70 –
0,89) em relação a esse comportamento (Tabela 10).
A prevalência de consumo de bebidas alcoólicas (92,9%) entre os
servidores que afirmaram ter uma renda maior que 10 salários mínimos
evidencia-se maior do que entre servidores que têm rendimento mensal de 1
a 10 salários mínimos (80,8%) e apresenta-se como fator associado (RP =
2,27; IC 95% 1,44 – 3,58) (Tabela 10).
55
Tabela 10 – Associação do uso de álcool na vida, segundo características sociodemográficas, entre servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011(N=402)
Variáveis n / N Prevalência RP (IC 95%) bruta
p valor
Sexo Masculino Feminino
218 / 246 174 / 214
88,6 81,3
1,35 (1,03 – 1,76)
1,00
0,027
Idade 45 anos ou mais De 25 a 44 anos
195 / 234 188 / 220
83,3 85,5
0,92 (0,72 – 1,17)
1,00
0,534
Estado Civil Casado Outros
257 / 298 135 / 161
86,2 83,9
1,07 (0,88 – 1,30)
1,00
0,488
Tem filhos Sim Não
300 / 351
86 / 99
85,5 86,9
0,97 (0,84 – 1,12)
1,00
0,724
Escolaridade Pós-graduação Fundamental/Médio/Superior
238 / 267 156 / 194
89,1 80,4
1,39 (1,08 – 1,79)
1,00
0,008
Com quem vive Familiares Outros
243 / 284 146 / 171
85,6 85,4
1,00 (0,82 – 1,23)
1,00
0,957
Raça / Cor Branca Não branca
171 / 190 216 / 262
90,0 82,4
1,51 (1,05 – 2,16)
1,00
0,023
Prática religiosa Sim Não
303 / 369
89 / 91
82,1 97,8
0,79 (0,70 – 0,89)
1,00
0,000¹
Renda Mensal Mais de 10 Salários Mínimos 1 a 10 Salários Mínimos
158 / 170 235 / 291
92,9 80,8
2,27 (1,44 – 3,58)
1,00
0,002¹
1. Teste Fischer’s exact
Entre as características ocupacionais, as variáveis independentes que
apresentaram significância estatística (p<0,05), como fatores associados em
relação ao uso do álcool na vida, foram os servidores que afirmaram levar
trabalho para casa (RP = 0,80; IC 95% 0,66 – 0,97), técnicos administrativos
(RP = 0,74; IC 95% 0,62 – 0,89) e que trabalham na UFMT sem Regime de
Dedicação Exclusiva (RP = 0,74; IC 95% 0,65 – 0,89), conforme Tabela 11.
Foi encontrada maior prevalência de uso de álcool na vida entre
servidores com menos de 10 anos de trabalho na UFMT (85,2%) do que
entre os servidores que estão na Instituição há mais de 10 anos (83,4%),
entre servidores que não consideram seu local de trabalho adequado
(85,7%) do que entre os que o consideram adequados (83,4) e entre os que
56
não trabalham em outra Instituição (85,8%) em relação aos que trabalham
(79,2%) (Tabela 11), porém sem significância estatística.
Tabela 11 – Associação do uso de álcool na vida, segundo características
ocupacionais, entre servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011.
Variáveis n / N Prevalência RP (IC95%) Bruta
p valor
Vínculo Funcional Técnico Administrativo Docente
236 / 293 164 / 179
80,6 91,6
0,74 (0,62 – 0,89)
1,00
0,001
Tempo de Serviço Menos de 10 anos 10 anos ou mais
264 / 310 131 / 157
85,2 83,4
1,04 (0,87 – 1,25)
1,00
0,626
Considera local de trabalho adequado Não Sim
60 / 70 131 / 157
85,7 83,4
1,13 (0,64 – 1,97) 1,00
0,664
Horas trabalhadas por semana na UFMT Sem DE² DE
250 / 309 148 / 159
80,9 93,1
0,74 (0,65 – 0,84) 1,00
0,000
Costuma levar trabalho para casa Sim Não
226 / 276 173 / 194
81,9 89,2
0,80 (0,66 – 0,97) 1,00
0,029
Tira férias todo ano Não Sim
43 / 50
354 / 418
86,0 84,7
1,09 (0,51 – 2,33)
1,00
0,807
Duração das férias 10 dias ou mais Mais de 10 dias
66 / 76
325 / 384
86,8 84,6
1,16 (0,63 – 2,13)
1,00
0,622
Atividade profissional em outra Instituição Sim Não Carga horária de trabalho Acima de 21 horas 20 horas ou menos
61 / 77 337 / 393
31 / 40 26 / 33
79,2 85,8
77,5 78,8
0,68 (0,41 – 1,13) 1,00
0,96 (0,58 – 1,59)
1,00
0,145
0,562¹
Faltas no serviço no último ano Sim Não
198 / 242 200 / 228
81,8 87,7
0,81 (0,64 – 1,02) 1,00
0,075
1. Teste Fischer’s exact 2. Regime de Dedicação Exclusiva
Em relação ao uso de álcool na vida (Tabela 12), apesar de não
apresentar significância estatística, observa-se que as maiores exposições
estão na presença de algum familiar usuário de álcool ou drogas (RP = 0,74;
IC 95% 0,52 – 1,07), seguido de não praticar esportes (RP = 1,13; IC 95%
57
0,89 – 1,45) e ter feito tratamento para uso abusivo de álcool (RP = 0,75; IC
95% 0,22 – 2,58), conforme Tabela 12.
Em relação ao consumo de qualquer droga, verificou-se que
servidores que declararam uso na vida e o uso frequente apresentam
maiores prevalências de uso de álcool, sendo 86,0% e 85,2%
respectivamente, do que entre os servidores que declararam não fazer uso
na vida e uso frequente, com 84,1 e 84,8% respectivamente (Tabela 12).
Tabela 12 – Associação do uso de álcool na vida, segundo características
de comportamentos de saúde, entre servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011 (N=402)
Variável n / N Prevalência RP (IC95%) bruta
p valor
Prática de atividade física Não Sim
230 / 266 169 / 204
86,5 82,8
1,13 (0,89 – 1,45)
1,00
0,277
Consumo de qualquer droga, exceto álcool e tabaco. Uso na vida Sim Não Uso no ano Sim Não Uso no mês Sim Não Uso frequente Sim Não Uso pesado Sim Não
159 / 185 243 / 289
87 / 103
315 / 371
52 / 62 350 / 412
23 / 27
379 / 447
17 / 21 385 / 453
86,0 84,1
84,5 84,9
83,9 85,0
85,2 84,8
81,0 85,0
1,09 (0,78 – 1,52) 1,00
0,97 (0,60 – 1,55)
1,00
0,93 (0,49 – 1,74) 1,00
1,02 (0,36 – 2,88)
1,00
0,76 (0,26 – 2,19) 1,00
0,581
0,912
0,825
0,608¹
0,398
Possui familiar usuário de álcool ou drogas Sim Não
108 / 134 286 / 331
80,6 86,4
0,74 (0,52 – 1,07) 1,00
0,114
Possui plano de saúde Sim Não
317 / 373
81 / 96
85,0 84,4
1,00 (0,88 – 1,15)
1,00
0,881
Já fez tratamento para uso prejudicial de álcool Sim Não
13 / 16 377 / 442
81,3 85,3
0,75 (0,22 – 2,58) 1,00
0,4321
1. Teste Fischer’s exact
58
Na análise da regressão múltipla, modelo de Poisson, o desfecho
sobre uso de álcool na vida mostrou associação estatisticamente
significativa (p<0,05) com sexo, prática religiosa e renda mensal.
As medidas obtidas pelo modelo e respectivos intervalos de confiança
de 95,0% não reproduziram as estimativas obtidas pela análise bivariada em
relação às outras variáveis da Tabela 13, evidenciando a força das variáveis
quando analisadas conjuntamente.
Tabela 13 – Análise multivariada de uso de álcool na vida entre servidores
públicos universitários, Cuiabá – MT, 2011(N=402) Variáveis RP (IC 95%) Ajustada
1 p valor
Sexo Masculino Feminino
1,08 (1,00 – 1,16)
3
1,00
0,039
Escolaridade Pós-Graduação Fundamental/Médio/Superior
1,03 (0,93 – 1,13)
3
1,00
0,497
Raça / Cor Não branca Branca
1,05 (0,98 – 1,13)
3
1,00
0,111
Prática religiosa Sim Não
0,85 (0,81 – 0,90)
3
1,00
0,000
Renda Mensal Mais de 10 Salários Mínimos De 1 a 10 Salários Mínimos
1,08 (1,00 – 1,17)
3
1,00
0,018
Vinculo Funcional Técnico Administrativo Docente
0,97 (0,81 – 1,17)
4
1,00
0,804
Horas trabalhadas por semana na UFMT Sem DE
2
DE
0,88 (0,72 – 1,07)
4
1,00
0,216
Costuma levar trabalho para casa Sim Não
1,02 (0,92 – 1,13)
4
1,00
0,632
Atividade profissional em outra Instituição Sim Não
0,98 (0,86 – 1,10)
4
1,00
0,770
Faltas no serviço no último ano Sim Não
0,95 (0,88 – 1,03)
4
1,00
0,252
Possui familiar usuário álcool ou drogas Não Sim
0,93 (0,85 – 1,03)
5
1,00
0,186
Já fez tratamento para uso prejudicial de álcool Não Sim
0,95 (0,75 – 1,21)
5
1,00
0,690
1 Regressão de Poisson bruta e ajustada para as variáveis da Tabela 12; 2 Dedicação exclusiva; 3 Ajustada para
variáveis sociodemográficas da Tabela 12; 4 Ajustada para variáveis ocupacionais da Tabela 12; 5 Ajustada para variáveis de comportamentos de saúde da Tabela 12.
59
4.1.7 Alcoolismo e fatores associados
O alcoolismo, em relação às características sociodemográficas, está
associado (p<0,05) às variáveis sexo e escolaridade (Tabela 14).
A prevalência de alcoolismo entre pessoas do sexo masculino (8,9%)
é maior que no sexo feminino (2,8%) e se apresenta como fator associado
(RP = 1,51; IC 95% 1,22 – 1,87), e, entre as que se encontram com idade
acima dos 45 anos (4,7%), a prevalência de alcoolismo é menor do que
entre as pessoas com idade entre 25 e 44 anos (8,2%) (Tabela 14).
Ter feito pós-graduação é fator associado (RP = 0,62; IC 95% 0,41 –
0,93) em relação aos servidores que não fizeram pós-graduação, e a
prevalência de alcoolismo entre servidores que não possuem prática
religiosa é maior em relação aos servidores que possuem prática religiosa,
apesar de essas variáveis não obterem associação significativa (p<0,05),
conforme Tabela 14.
Em relação à renda mensal, foi encontrada prevalência de alcoolismo
de 6,5% em servidores com renda entre 1 a 10 salários mínimos e de 4,7%
entre servidores com renda maior que 10 salários mínimos (Tabela 14).
Das variáveis ocupacionais que se encontraram associadas ao
alcoolismo, apenas tempo de serviço na Instituição de Ensino Superior
obteve p<0,05. Trabalhar há mais de 10 anos apresentou-se como fator
associado para o alcoolismo (RP = 1,31; IC 95% 1,11 – 1,55) em relação a
trabalhar há 10 anos ou menos (Tabela 15).
Foram considerados fatores associados ao alcoolismo levar trabalho
para casa (RP = 1,12; IC 95% 0,85 – 1,48), tirar férias todo ano (RP = 1,09;
IC 95% 1,01 – 1,18) e ter faltado no serviço no último ano (RP = 1,29; IC
95% 0,97 – 1,71), apesar de não ter apresentado associação significativa
(p>0,05).
A duração das férias acima de 10 dias (RP = 0,40; IC 95% 0,11 –
1,38) apresentou-se como fator associado para o alcoolismo, de acordo com
dados da Tabela 15.
60
Tabela 14 – Associação de variáveis sociodemográficas para ocorrência de alcoolismo, entre servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011.
Variáveis n / N Prevalência RP (IC 95%) bruta
p valor
Sexo Masculino Feminino
22 / 246 6 / 214
8,9 2,8
1,51 (1,22 – 1,87)
1,00
0,004¹
Idade De 25 a 44 anos Acima de 45 anos
18 / 220 11 / 234
8,2 4,7
1,30 (0,92 – 1,84)
1,00
0,129
Estado Civil Casado Outros
19 / 298 8 / 161
6,4 5,0
1,08 (0,84 – 1,40)
1,00
0,349¹
Tem filhos Sim Não
21 / 351 6 / 99
6,0 6,0
0,99 (0,80 – 1,22)
1,00
0,568¹
Escolaridade Pós-graduação Fundamental/Médio/Superior
10 / 267 17 / 194
3,8 8,8
0,62 (0,41 – 0,93)
1,00
0,023
Com quem vive Familiares Outros
13 / 284 13 / 171
4,6 7,6
0,79 (0,53 – 1,17)
1,00
0,178
Raça / Cor Branca Não branca
15 / 190 11 / 262
7,9 4,2
1,40 (0,94 – 2,09)
1,00
0,095
Prática religiosa Sim Não
18 / 369 9 / 91
4,9 9,9
0,82 (0,62 – 1,01)
1,00
0,063¹
Renda Mensal Mais de 10 Salários Mínimos 1 a 10 Salários Mínimos
8 / 170
19 / 291
4,7 6,5
0,79 (0,45 – 1,39)
1,00
0,278
1. Teste Fischer’s exact
Pessoas de vínculo como técnico-administrativo têm prevalência de
alcoolismo maior (6,8%) do que as que de vínculo como docente (5,0%).
Considerar o local de trabalho não adequado (RP = 1,86; IC 95% 1,00 –
3,45) apresenta-se como fator associado, apesar de não registrar
significância estatística (p>0,05) (Tabela 15).
A prevalência de alcoolismo encontra-se maior (6,4%) entre os
servidores que não trabalham em outras Instituições, além da Instituição de
Ensino Superior estudada, em comparação com os servidores que
trabalham (5,2%), e trabalhar 20 horas ou menos em outra Instituição, ao
invés de mais de 20 horas, apresenta-se como fator associado para
alcoolismo (RP = 0,53; IC 95% 0,09 – 2,99), conforme dados da Tabela 15.
61
Tabela 15 – Associação para alcoolismo, segundo características ocupacionais, entre servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011
Variáveis / N Prevalência RP (IC 95%) p valor
Vínculo Funcional Técnico Administrativo Docente
20 / 293 9 / 179
6,8 5,0
1,11 (0,84 – 1,48)
1,00
0,280¹
Tempo de Serviço Acima de 10 anos 10 anos ou menos
24 / 310 4 / 157
7,7 2,6
1,31 (1,11 – 1,55)
1,00
0,016¹
Considera local de trabalho adequado Não Sim
5 / 70 4 / 157
7,1 2,6
1,86 (1,00 – 3,45) 1,00
0,104¹
Horas trabalhadas na UFMT Sem DE² DE
19 / 309 9 / 159
6,2 5,7
1,02 (0,79 – 1,34) 1,00
0,505¹
Costuma levar trabalho para casa Sim Não
19 / 276 10 / 194
6,9 5,2
1,12 (0,85 – 1,48) 1,00
0,443
Tira férias todo ano Sim Não
28 / 418 1 / 50
6,7 2,0
1,09 (1,01 – 1,18)
1,00
0,138¹
Duração das férias 10 dias ou mais Menos de 10 dias
2 / 76
27 / 384
2,6 7,0
0,40 (0,11 – 1,38)
1,00
0,112¹
Atividade profissional em outra Instituição Sim Não Carga horária de trabalho em outra Instituição 20 horas ou menos Acima de 20 horas
4 / 77 25 / 393
1 / 33 3 / 40
5,2 6,4
3,0 7,5
0,83 (0,32 – 2,11) 1,00
0,53 (0,09 – 2,99) 1,00
0,469¹
0,383¹
Faltas no serviço no último ano Sim Não
19 / 242 10 / 228
7,9 4,4
1,29 (0,97 – 1,71) 1,00
0,118
1. Teste Fischer’s exact; 2. Regime de Dedicação Exclusiva
As variáveis de comportamentos de saúde, prática de atividade física
e tratamento para uso prejudicial de álcool não apresentaram associação
estatística, com p>0,05 (Tabela 16).
A variável qualquer uso de droga encontrou-se fortemente associada
ao alcoolismo, com prevalências maiores entre servidores que fazem uso de
qualquer substância psicoativa, exceto álcool e tabaco, em comparação aos
servidores que não fazem uso na vida (10,3%), no ano (14,6%), no mês
62
(16,1%), frequente (22,2%) e pesado (19,1%) do que a prevalência de
alcoolismo na amostra total (6,3%) (Tabela 16).
Possuir familiar usuário de álcool ou droga está associado a uma
maior prevalência de alcoolismo (9,7%) em relação a quem não possui
(4,8%) e é fator associado (RP = 1,61; IC 95% 1,04 – 2,48), conforme
Tabela 16.
Servidor que não tem plano de saúde tem prevalência maior (11,5%)
em relação a quem tem plano de saúde (5,1%). Portanto, ter plano de saúde
apresenta-se como fator associado (RP = 0,78; IC 95% 0,59 – 1,03) para o
alcoolismo, apesar de não obter associação significativa. (Tabela 16).
Tabela 16 – Associação para alcoolismo, segundo características de
comportamentos de saúde, entre servidores públicos universitários, Cuiabá-MT, 2011.
Variáveis n / N Prevalência RP (IC 95%) p valor
Prática de atividade física Não Sim
19 / 266 11 / 204
7,1 5,4
1,12 (0,84 – 1,53)
1,00
0,441
Qualquer droga, exceto álcool e tabaco. Uso na vida Sim Não Uso no ano Sim Não Uso no mês Sim Não Uso frequente Sim Não Uso pesado Sim Não
19 / 185 11 / 289
15 / 103 15 / 371
10 / 62
20 / 412
6 / 27 24 / 423
4 / 21
26 / 453
10,3 3,8
14,6 4,0
16,1 4,9
22,2 5,8
19,1 5,7
1,69 (1,25 – 2,28) 1,00
2,52 (1,68 – 3,77)
1,00
2,84 (1,61 – 5,01) 1,00
4,22 (1,84 – 9,68)
1,00
3,48 (1,25 – 9,70) 1,00
0,004
0,000
0,000
0,004¹
0,036¹
Possui familiar usuário de álcool ou drogas Sim Não
13 / 134 16 / 331
9,7 4,8
1,61 (1,04 – 2,48) 1,00
0,049
Possui plano de saúde Sim Não
19 / 373 11 / 96
5,1 11,5
0,78 (0,59 – 1,03)
1,00
0,023
Já fez tratamento para uso prejudicial de álcool Sim Não
3 / 16 26 / 442
18,8 5,9
3,41 (1,06 – 10,89) 1,00
0,073¹
1. Teste exato de Fischer
63
Na análise da regressão múltipla, modelo de Poisson, no desfecho
alcoolismo foi obtido um maior número de variáveis com associação
estatisticamente significativa (p<0,05) em relação ao modelo utilizado para o
desfecho uso de álcool na vida (Tabela 17).
As variáveis sociodemográficas que mantiveram associação
significativa da análise bivariada para o modelo de Poisson foram sexo,
escolaridade, raça/cor e prática religiosa, conforme Tabela 17.
Entre as variáveis ocupacionais, apenas a variável tempo de serviço
manteve-se associada significativamente, e em relação às variáveis de
comportamento de saúde, possuir plano de saúde permaneceu associada
com significância estatística como fator associado para o alcoolismo (Tabela
17).
A busca pelo tratamento para uso prejudicial de álcool entre os
alcoolistas redundou em associação significativa (p>0,05) em relação
aos que não buscaram, conforme dados da Tabela 17.
64
Tabela 17 – Análise multivariada de alcoolismo entre servidores públicos universitários, Cuiabá – MT, 2011 (N=30)
Variáveis RP (IC 95%) Ajustada1 p valor
Sexo Masculino Feminino
4,51 (1,71 – 11,92)
2
1,00
0,002
Idade De 25 a 44 anos 45 anos ou mais
1,48 (0,65 – 3,33)
2
1,00
0,341
Escolaridade Pós-Graduação Fundamental/Médio/Superior
0,31 (0,11 – 0,92)
2
1,00
0,035
Com quem vive Familiares Outros
0,54 (0,23 – 1,26)
2
1,00
0,158
Raça / Cor Branca Não branca
3,35 (1,59 – 1,06)
2
1,00
0,001
Prática religiosa Sim Não
0,36 (0,15 – 0,85)
2
1,00
0,020
Renda Mensal Mais de 10 Salários Mínimos De 1 a 10 Salários Mínimos
0,84 (0,26 – 2,67)
2
1,00
0,776
Tempo de Serviço 10 anos ou mais Menos de 10 anos
3,10 (1,10 – 8,73)
3
1,00
0,032
Tira férias todo ano Sim Não
2,39 (0,39 – 14,44)
3
1,00
0,341
Duração das férias 10 dias ou mais Menos de 10 dias
0,49 (0,13 – 1,78)
3
1,00
0,280
Faltas no serviço no último ano Sim Não
2,00 (0,93 – 4,30)
3
1,00
0,074
Consumo de droga, exceto álcool e tabaco Uso na vida Uso no ano Uso no mês Uso frequente Uso pesado
1,27 (0,43 – 3,86)
4
2,58 (0,75 – 8,80)4
0,81 (0,24 – 2,67)4
3,94 (0,79 – 19,66)4
0,39 (0,08 – 1,75)4
0,663 0,129 0,730 0,094 0,223
Possui familiar usuário álcool ou drogas Sim Não
1,42 (0,72 – 2,77)
4
1,00
0,301
Possui plano de saúde Sim Não
0,45 (0,21 – 0,94)
4
1,00
0,034
Já fez tratamento para uso prejudicial de álcool Sim Não
2,43 (0,97 – 6,05)
4
1,00
0,057
1 Regressão de Poisson bruta e ajustada para as variáveis da Tabela 16; 2 Ajustada para variáveis sociodemográficas da Tabela 16; 3 Ajustada para variáveis ocupacionais da Tabela 16; 4 Ajustada para variáveis de comportamentos de saúde da Tabela 16
65
4.2 DISCUSSÃO
Na sociedade contemporânea, umas das substâncias psicoativas de
maior consumo é o álcool, hábito este registrado desde os primórdios da
história da humanidade.
Ele é uma substância aceita e consumida por grande parte da
população sem causar problemas. Entretanto, para alguns, acarreta graves
complicações, que afetam, não somente o usuário, mas a sociedade e a
família, como patologias clínicas, crimes, acidentes e suicídios (NÓBREGA,
1996).
Esta situação propiciou uma elevada produção científica, com
diferentes abordagens teóricas sobre o consumo de álcool e o alcoolismo
nas diferentes estruturas sociais, porém são escassas as referências sobre
tal problema entre trabalhadores de Instituições de Ensino Superior.
Além de não se contar com a elevada produção científica inerente ao
objeto deste estudo, não se pode deixar de evidenciar os vieses de
informação, dado o receio do servidor de ser identificado, receber punições
futuras ou mesmo sofrer discriminação. Embora o anonimato tenha sido
garantido no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, observou-se que
alguns servidores não forneceram dados completos, tanto neste termo como
ao responder o instrumento da pesquisa.
Outra observação a se considerar é sobre o instrumento de pesquisa,
pelo fato de as variáveis uso de álcool e alcoolismo não terem sido avaliadas
por um padrão-ouro, dado o caráter privado que envolve a questão, mas
sim, por meio de instrumentos padronizados aceitos pela comunidade
científica. O CAGE também possui a limitação de se tratar de um
instrumento de detecção de alcoolismo, e não de diagnóstico (SOUZA et al.,
2005).
Em relação às perdas previstas, foram confirmados fatores inerentes
à população de estudo, como licenças médicas, licenças para qualificação e,
66
até mesmo, recusas, dado tratar-se de comportamento que pode
comprometer a relação contratual. Ainda assim, o índice de perda amostral
não comprometeu os resultados (ROTHMAN, 2002).
Além da mencionada limitação de produção científica, não se pode
deixar de considerar aquelas inerentes aos estudos epidemiológicos com
delineamento transversal, no que se refere às inferências causais, uma vez
que as informações sobre exposição e desfecho são observadas em um
mesmo momento (KLEIN e BLOCK, 2006).
O objetivo dos estudos transversais, portanto, consiste na
identificação da associação entre desfecho (variáveis dependentes) e
exposição (variáveis independentes). A partir dessas associações, é
possível verificar se elas são significativas e como se comportam nos
diferentes modelos estatísticos (GORDIS, 2004).
4.2.1 Uso de álcool e fatores associados
Entre os servidores públicos universitários deste estudo, verificou-se uma
elevada prevalência (84,8%) para o uso na vida de álcool, quando
comparados aos estudos de base populacional realizados no Brasil (74,6%)
e na Região Centro-Oeste (73,6%), em 2005, por CARLINI et al. (2005), bem
como em relação a outros estudos: com servidores da Universidade
Estadual do Ceará, que pesquisou prevalência de etilismo e tabagismo
(68,7%, SABRY, 1999), na Universidade de Brasília, que pesquisou
hipertensão arterial e fatores associados (53,6%, CONCEIÇÃO et al, 2006) e
na Universidade Federal de Santa Catarina, que pesquisou atividade física e
fatores associados (50,2%, OLIVEIRA, 2005).
O elevado consumo de álcool entre os servidores pode ser atribuído
ao fácil acesso e à função social que esta substância tem atualmente, bem
como pelo fato de que é disseminado na nossa sociedade a cultura da
masculinidade de um indivíduo ser medida pela quantidade de álcool que se
consegue ingerir.
67
Além do simples hábito de beber, há outros fatores que elevam o
consumo de bebidas alcoólicas, como meio de superar crises tanto nas
relações familiares como em um ambiente de trabalho no qual essa pessoa
tenha sua fala calada e sua intervenção política anulada. Nessas situações,
o álcool pode se tornar um substituto do lugar da fala, utilizado como
estratégia defensiva do trabalhador diante da impossibilidade de poder
verbalizar seu sofrimento em relação ao trabalho (KARAM, 2003).
O sexo masculino apresentou maior prevalência (88,6%) para uso de
álcool na vida com associação estatística significativa, mesmo quando
analisado em conjunto com outras variáveis sociodemográficas, em
comparação com sexo feminino (81,3%) entre servidores públicos
universitários investigados nesta pesquisa, e essa diferença entre os sexos
se mantém tanto nos estudos de base populacional do Brasil (83,5% para o
sexo masculino e 68,3% para o sexo feminino) quanto nos estudos na
Região Centro-Oeste (88,7% para o sexo masculino e 63,2% para o sexo
feminino, CARLINI et. al, 2005).
Nestes levantamentos domiciliares também foram encontradas
associações estatísticas significativas entre uso de álcool e alcoolismo e
sexo, sendo que o sexo masculino apresentou-se como fator associado
tanto no estudo nacional quanto na Região Centro-Oeste (CAMPOS et al,
2007).
Na Universidade Estadual do Ceará, encontrou-se proporção de
61,7% de usuários de álcool na vida entre homens e 38,3% entre mulheres
(SABRY et al., 1999), percentuais bem abaixo em relação aos encontrados
neste estudo (55,6% entre homens e 44,4% entre mulheres).
É importante lembrar que em relação à mesma quantidade
consumida, o organismo da mulher absorve mais quantidade de álcool que o
do homem, mesmo se ambos tiverem mesmo peso, no entanto é aceito na
comunidade científica que o padrão de consumo seja medido pelo mesmo
instrumento nos dois sexos (KERR-CORRÊA et al., 2005).
Acreditava-se que a diferença de prevalências entre os sexos com
maior consumo entre os homens podia se dar em razão da constituição
68
genética, porém pesquisas realizadas em vários países vêm obtendo
diferentes resultados no padrão de consumo de homens e mulheres,
indicando a importância da influência sociocultural desse consumo (KERR-
CORRÊA et al., 2005).
Em uma organização de trabalho essas diferenças se acentuam ainda
mais, podendo se destacar a dupla jornada da mulher e a conciliação dos
diferentes papéis que elas vêm assumindo atualmente. Essa nova
composição pode contribuir para o aumento de consumo entre as mulheres,
ainda que em patamares inferiores ao consumo entre os homens.
Podemos mencionar as características culturais na forma que as
mulheres fazem uso de bebida alcoólica na sociedade brasileira. É preciso
que eles cumpram a obrigação social de ser mãe, dona de casa e
trabalhadora, e muitas vezes o uso do álcool está diretamente relacionado
às frustrações e conflitos gerados na vivência desses papéis e no meio
social no qual estabelecem suas relações (CAMPOS e REIS, 2010).
Nos achados referentes à faixa etária, foi encontrada maior
prevalência de uso de álcool na vida entre trabalhadores de 25 a 44 anos
(85,5%) em relação aos servidores com idade acima de 45 anos (83,3%).
Estudos de base populacional no Brasil indicam prevalência dos 26 aos 34
anos de 79,5% e na Região Centro-Oeste, de 25 a 34 anos de 80,2%
(CARLINI et al., 2005). Na Universidade Estadual do Ceará, 77,9% dos
servidores que consumiam álcool encontravam-se na faixa etária de 30 a 49
anos (SABRY et al., 1999). Observa-se que os dados encontrados na UFMT
coincidem com as faixas etárias de maior prevalência de uso de álcool na
vida nos estudos de base populacional e da Universidade Estadual do
Ceará.
Em comparação com a escolaridade, foram encontrados dados
discordantes entre os servidores da UFMT, que teve prevalência de uso de
álcool na vida maior entre servidores com pós-graduação (89,1%) do que
entre os servidores com ensino fundamental, médio ou superior (80,4%), e
os servidores da Universidade Estadual do Ceará, que obtiveram maior
prevalência entre servidores com ensino médio (SABRY et al., 1999).
69
A renda mensal também apresentou resultados discordantes, sendo
que os servidores com rendimento mensal acima de 10 salários mínimos
têm prevalência maior (92,9%) do que os que têm rendimento mensal entre
1 e 10 salários mínimos (80,8%) com servidores da UFMT – Campus
Cuiabá. Na Universidade Estadual do Ceará, os servidores com rendimento
mensal entre 1 e 10 salários mínimos apresentaram maior prevalência de
uso de álcool na vida (SABRY et al., 1999).
A prática religiosa apresentou-se como fator associado ao uso de
álcool na vida, mesmo quando analisada em conjunto com outras variáveis
sociodemográficas. Sugere-se que a religião pode servir como censura
externa introjetada pelo indivíduo, a fim de conter um comportamento
indesejável.
4.2.2 Alcoolismo e fatores associados
O alcoolismo está na agenda mundial como um problema de saúde
pública, em decorrência de altas prevalências do consumo de álcool nas
populações jovem e adulta (VAISSMAN, 2004). A Organização Internacional
do Trabalho também tem buscado esforços para o bem estar das pessoas
no trabalho, no que se refere à dependência de álcool entre trabalhadores,
conforme programas e projetos desenvolvidos no interior das empresas em
vários países do mundo (OIT, 2003).
Neste estudo, verificou-se baixa prevalência de alcoolismo (6,3%),
quando comparado aos estudos de base populacional realizados no Brasil
(11,2%), e na Região Centro-Oeste (12,7%), em 2005 (CARLINI et al.,
2005), e em relação ao estudo realizado com servidores da Prefeitura do
Campus Capital da Universidade de São Paulo (que pesquisou a
confiabilidade do CAGE) com prevalência para alcoolismo de 19,8%
(AMARAL e MALBERGUIER, 2004).
O estudo realizado na Universidade do Equador encontrou
prevalência de 1,0% de alcoolistas entre servidores da área administrativa
(ORTIZ e MARZIALE, 2010) e, mais especificamente entre estudantes
70
trabalhadores de escolas públicas de nível fundamental e médio de Cuiabá,
verificou-se uma prevalência na amostra total de 13,4% de alcoolismo e
14,9% entre os estudantes trabalhadores (SOUZA et al.., 2005).
Neste último estudo, embora tenha sido utilizado o mesmo
instrumento de detecção para positividade de alcoolismo entre duas
populações de trabalhadores do mesmo contexto cultural, evidenciaram-se
diferenças significativas e sugere-se que essas diferenças estejam na
caracterização dos sujeitos participantes. Os estudantes estavam fora do
seu local de trabalho, não tendo receio de serem identificados. Já os
servidores abordados no local de trabalho podem ter omitido a informação
prevendo sanções. Além do mais, é possível a existência de dependentes de
álcool entre os servidores sorteados não entrevistados por estarem de
licença médica.
Os servidores da instituição pesquisada do sexo masculino
apresentaram prevalência de 8,9% de alcoolismo e do sexo feminino, de
2,8%. Em estudo de base populacional de Brasil a prevalência de alcoolismo
no sexo masculino (19,5%) é aproximadamente três vezes maior que no
sexo feminino (6,9%) e na Região Centro-Oeste encontrou-se maior
prevalência entre pessoas do sexo masculino (23,1%) em comparação com
as pessoas do sexo feminino (5,2%, CARLINI et al., 2005).
Em relação à faixa etária, encontrou-se maior prevalência de
alcoolismo entre pessoas de 25 a 44 anos (8,2%) do que entre pessoas
acima de 45 anos (4,7%) nos servidores da UFMT – Campus Cuiabá. No
estudo de base populacional no Brasil, encontrou-se 19,2% de alcoolistas na
faixa etária de 18 a 24 anos e 14,7% na faixa etária de 25 a 34 anos e na
Região Centro-Oeste, encontrou-se 16,7% de alcoolistas na faixa etária de
18 a 24 anos e 15,2% na faixa etária de 25 a 34 anos (CARLINI et al., 2005).
Esses indicadores demonstram que existe uma prevalência de alcoolismo
menor entre os servidores da UFMT do que nos estudos de base
populacional, inclusive quando relacionado à faixa etária.
Na Prefeitura do Campus Capital da Universidade de São Paulo, foi
encontrada maior porcentagem de dependência de álcool entre servidores
71
com faixa etária de 41 a 50 anos (16,9%) (AMARAL e MALBERGUIER,
2004), que se encontrou muito acima da encontrada entre os servidores da
UFMT a partir dos 45 anos. Essa diferença pode se relacionar ao fato de que
na pesquisa da Prefeitura do Campus Capital da USP foram entrevistados
somente os técnicos administrativos.
Em relação ao estado civil, os servidores da instituição pesquisada
que estavam casados ou em união consensual apresentaram maior
prevalência de alcoolismo, de 6,4%, em relação aos que estavam solteiros,
separados, divorciados ou viúvos (5,0%). Na Prefeitura do Campus Capital
da Universidade de São Paulo, também foi encontrada maior porcentagem
de dependência de álcool entre servidores casados, com 12,1%, do que
entre os que viviam sem parceiro, com 11,6% (AMARAL e MALBERGUIER,
2004).
A escolaridade encontra-se associada como fator associado ao
alcoolismo. Sugere-se que pessoas com maior escolaridade possuem mais
informações sobre saúde.
A raça branca apresentou-se como fator associado para o alcoolismo,
mesmo quando analisado em conjunto com outras variáveis
sociodemográficas, no entanto em estudo de base populacional realizado
sobre mortalidade em decorrência de transtorno mental e comportamental
devido ao uso de álcool, foram encontradas maiores prevalências entre os
homens negros, associadas principalmente às condições socioeconômicas e
de problemas familiares (BATISTA, 2005).
Apesar desse resultado discordante, sugere-se que seriam
necessários analisar os fatores associados entre alcoolistas da raça/cor
branca e não branca, uma vez que a população do estudo mencionado
acima é de base populacional (banco de dados do SUS), enquanto a
população de servidores da UFMT possivelmente apresenta melhores
indicadores socioeconômicos.
A prática de religião apresentou-se como fator associado para
alcoolismo. Revisão de estudos sobre saúde mental e religião concorda com
esse dado, apontando que a religião opera como um fator associado em
72
relação ao alcoolismo e abuso de álcool e outras substâncias psicoativas em
diferentes grupos da sociedade. A religião se coloca como uma possibilidade
de minimizar o sofrimento mental, que pode levar ao uso de álcool e ao
alcoolismo (DALGALARRONDO, 2007).
Trabalhar na UFMT há mais de 10 anos é fator associado para o
alcoolismo, mesmo quando analisada em conjunto com outras variáveis
ocupacionais. Sugere-se investigação mais aprofundada para verificar o
porque da prevalência de alcoolismo ser maior entre quem tem mais tempo
de serviço, já que possivelmente eles estão expostos às mesmas condições
de trabalho.
As variáveis de comportamentos de saúde se associaram mais
significativamente com o alcoolismo do que com o uso de álcool na vida,
principalmente o consumo de qualquer droga, exceto álcool e tabaco. No
entanto, essa associação perdeu força significativa quando foi realizada a
Regressão de Poisson.
Sugere-se que com a dependência, o indivíduo desenvolve tolerância
ao álcool, necessitando de doses cada vez maiores para atingir o efeito
desejado. Na busca do prazer e do entorpecimento, este indivíduo pode
fazer uso de outras substâncias psicoativas, muitas vezes até simultâneo ao
uso de álcool.
Possuir plano de saúde configurou-se como fator associado para o
alcoolismo, o que sugere que aderir ao plano de saúde está relacionado com
maiores cuidados com a saúde.
4.2.3 Uso de álcool, alcoolismo e fatores associados
Apesar de ter constatado uma alta prevalência de uso de álcool na
vida, o alcoolismo teve uma baixa prevalência. Sugere-se que
diferentemente do alcoolismo, o uso de álcool em nossa cultura é
relacionado com momentos de descontração e comemoração.
73
Em relação à prevalência de uso de álcool e de alcoolismo, algumas
variáveis apresentaram maiores prevalências em categorias distintas.
Ter pós-graduação, renda mensal acima de 10 salários mínimos e
trabalhar em regime de dedicação exclusiva estão associados com maiores
prevalências associadas a uso de álcool na vida, enquanto ter até ensino
superior completo, renda mensal de 1 a 10 salários mínimos e não trabalhar
em regime de dedicação exclusiva estão associados com maiores
prevalências para alcoolismo.
Trabalhar mais de 10 anos na UFMT, levar trabalho para casa, tirar
férias menos de 10 dias e faltar no serviço no último ano estão associados
com maiores prevalências quando associados ao alcoolismo, enquanto
trabalhar menos de 10 anos na UFMT, não levar trabalho para casa, tirar
mais de 10 dias de férias e não faltar no serviço no último ano estão
associados com maiores prevalência de uso de álcool na vida.
Da mesma forma, ter familiar usuário de álcool ou drogas e não
possuir plano de saúde apresenta maiores prevalências quando associados
ao alcoolismo, enquanto não ter familiar usuário de álcool ou drogas e
possuir plano de saúde apresenta maiores prevalências quando associados
ao uso de álcool na vida.
A partir dos resultados encontrados e da discussão até o momento,
observa-se que o uso de álcool na vida se associa significativamente,
quando analisado em conjunto com outras variáveis, apenas em relação às
sociodemográficas sexo, prática religiosa e renda mensal.
No entanto, em relação ao desfecho alcoolismo, este permanece
associado quando analisado em conjunto com variáveis sociodemográficas,
ocupacional e de comportamentos de saúde.
Sugere-se que o uso de álcool na vida tem menor impacto sobre a
vida do indivíduo do que o alcoolismo. A partir desta sugestão, pode-se
problematizar políticas relacionadas ao tratamento do alcoolista direcionadas
para a redução de danos à saúde e sociais, pensando principalmente no
significado da substância na vida do adicto e na sociedade ao invés da
demonização da droga.
75
5.1 CONCLUSÃO
Os resultados obtidos nesta pesquisa nos permitem chegar às
seguintes conclusões:
o A prevalência de uso de álcool na vida (84,8%) é alta, quando
comparada com os estudos de base populacional e entre
trabalhadores da educação superior;
o A prevalência de alcoolismo (6,3%) é baixa, em comparação com
estudos de base populacional e entre trabalhadores da educação
superior;
o Ser do sexo masculino e ter renda mensal de mais de 10 salários
mínimos estão associados com significância estatística (p<0,05) em
relação ao uso de álcool na vida, mesmo quando analisadas em
conjunto com outras variáveis sociodemográficas;
o Ter uma religião está associado com significância estatística (p<0,05)
em relação ao uso de álcool na vida, mesmo quando analisadas em
conjunto com outras variáveis sociodemográficas;
o Ser do sexo masculino e da raça/cor branca estão associados com
significância estatística (p<0,05) em relação ao alcoolismo, mesmo
quando analisadas em conjunto com outras variáveis
sociodemográficas;
o Possuir pós-graduação e ter prática religiosa estão associados com
significância estatística (p<0,05) em relação ao alcoolismo, mesmo
quando analisadas em conjunto com outras variáveis
sociodemográficas;
o Possuir plano de saúde está associado com significância estatística
(p<0,05) em relação ao alcoolismo, mesmo quando analisado em
conjunto com outras variáveis de comportamento de saúde;
o Ter 10 anos ou mais de serviço na instituição de ensino superior
estudada está associado com significância estatística (p<0,05) em
76
relação ao alcoolismo, mesmo quando analisadas em conjunto com
outras variáveis ocupacionais;
o Em relação ao uso de álcool na vida e alcoolismo, ser do sexo
masculino e ter uma prática religiosa são fatores associados, com
significância estatística (p<0,05), mesmo quando analisados em
conjunto com outras variáveis sociodemográficas.
5.2 RECOMENDAÇÕES
Recomenda-se o aprofundamento das análises estatísticas realizadas
nesta dissertação em artigos científicos, principalmente nas questões que
apresentaram associação estatística significativa em relação aos desfechos
uso de álcool na vida e alcoolismo e a realização de novos estudos de
acompanhamento da situação de saúde desta população de servidores.
Espera-se que os achados neste estudo possam contribuir de forma
efetiva para a elaboração de políticas de assistência à saúde dos servidores
públicos universitários da instituição de ensino superior estudada, em
especial no âmbito do uso de álcool e de alcoolismo.
77
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Apêndice 1 – Manual do Aplicador
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
PROJETO DE PESQUISA Estudo epidemiológico sobre Condições de Saúde de Servidores Universitários da UFMT – Campus Cuiabá – MT.
MANUAL DO APLICADOR
TESTE- RETESTE
Coordenadora: Delma P. Oliveira de Souza, Pesquisadora/ UFMT Professora Colaboradora Programa de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva/ISC/UFMT
Cuiabá, Fevereiro de 2010
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INTRODUÇÃO Quando os aplicadores entram em contato com este Manual significa dizer que já foram definidos os objetivos, resultados, métodos e instrumentos. Já foram definidos também os participantes do estudo. Neste momento, a capacitação é muito importante para que todos aqueles que irão responder ao questionário tenham as mesmas instruções de preenchimento e com a devida adequação do conteúdo da instrução que evite possíveis vieses. A elaboração deste manual contou com a referência de alguns estudos sobre métodos de pesquisa, objetivando proporcionar um guia prático para o aplicador. Para melhor precisão e compreensão dos dados coletados nesta pesquisa e correta aplicação do questionário é de fundamental importância que siga corretamente as instruções contidas nesse manual. È composto por 2 (duas) partes detalhadas abaixo. PARTE 1 – ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS AO APLICADOR
1 – Inicialmente o aplicador deverá estar presente no local a ser pesquisado dentro do horário estabelecido pelo coordenador; 2 – Se houver algum imprevisto inerente ao aplicador para a não realização da pesquisa, este deverá avisar à Coordenação com uma antecedência de 24 horas para sua substituição; 3 – Na ida ao campo para a coleta de dados os aplicadores deverão levar ofícios de apresentação da Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Saúde Coletiva e o Comprovante da aprovação do Comitê de Ética 4 – Ao chegar, procurar o funcionário indicado pela coordenadora que facilitará a entrada em campo, EM CAMPO 5 – Apresentar-se ao servidor participante como membro da equipe da pesquisa ¨Estudo epidemiológico sobre Condições de Saúde de Servidores Universitários da UFMT – Campus Cuiabá – MT¨; que tem como objetivo estimar a prevalência de agravos à saúde dos servidores da UFMT, segundo variáveis biológicas, socioeconômicas, ocupacionais e de comportamento de saúde. Destacar a importância desta pesquisa que poderá subsidiar as políticas de prevenção e assistência a todos os servidores da UFMT, enfatizando a importância da participação do servidor que foi selecionado por um processo de amostragem aleatória para este teste-piloto, composto de dois momentos. O primeiro é este e o segundo será na próxima semana, no mesmo dia e horário deste (verificar a disponibilidade e deixar acertado). Seu objetivo é verificar é adequar o questionário final que deverá ser aplicado à população universitária.
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6 – Deixar claro que a participação é voluntária, anônima. Alertar que só participa quem quer e que ao terminar de responder o questionário este será lacrado e será aberto apenas pela coordenadora do projeto, após o término da aplicação de todos os questionários, garantindo assim a não identificação de qualquer participante; 7 – Colocar para os servidores que o questionário é composto de dados sociodemográficos, ocupacionais e de comportamentos de saúde, enfatizando que são dados pessoais, de caráter privado e que em momento algum será identificado o seu nome e, sobretudo enfatizar da importância de responder todas as perguntas;
8 – Informar que esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética do HUJM conforme a Resolução nº 192/96 e da necessidade de assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Fornecer via do Termo ao servidor para que leia e, caso concorde solicitar assinatura dele na via que ficará com você . 9 – Informar que qualquer dúvida no preenchimento será resolvida pelo aplicador mediante solicitação. Esclarecer que é importante responder a todas as perguntas, não deixar nenhuma em branco, para uma boa análise; 10 – Por último, não se esquecer de agradecer ao servidor, mesmo aquelas que recusaram a participar. 11 – Não se esquecer de preencher também o Boletim de ocorrência. OUTRAS OBSERVAÇÕES E LEMBRETES - Estar atento para, em nenhum momento do nosso contato com os servidores, deixar transparecer uma posição "contra ou a favor" de alguma questão que envolva o instrumento; - Lembrar-se sempre de que nós estamos participando de um projeto de levantamento de dados. Assim, qualquer informação sobre saúde, doença, comportamentos privados, e outros, não deverão ser dadas por enviesar os dados e comprometer a análise dos dados, mas informar que poderá levar a questão para a Coordenadora da pesquisa Profª. Drª. Delma P. Oliveira de Souza (3615 8881; celular 8116 0093, e-mail: souzadpo@terra.com.br);
A receptividade a este tipo de pesquisa em geral é muito boa, em todo caso, possíveis servidores agressivos devem ser tratados com neutralidade, sempre ressaltando que não são obrigados a participar da pesquisa, caso não queiram. PARTE II - ORIENTAÇÕES APÓS APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO 2.1 Agradecer 2.2 Fora do Setor, não se esquecer de preencher Boletim de Ocorrência
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA TESTE- PILOTO
BOLETIM DE OCORRÊNCIA
Nome do Setor: ........................................................................................ Data:.........../............./............... Horário: Aplicador......................................................................................................... Relatar imprevistos e ocorrências dignas de nota em relação aos seguintes itens: 1 - Recepção 1 ( ) Ótima 2 ( ) Boa 3 ( ) Regular 4( ) Não receptivo 2 - Receptividade do trabalhador em relação à pesquisa: 1 ( ) Ótima 2( ) Boa 3 ( ) Regular 4 ( ) Não receptivo 3 – Ocorrência: 1 ( ) Não 2( ) Sim. Caso positivo, informe. ...................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................... ...................................................................................................................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. ......................................................................................................................................................................................................................................................
___________________________________ Assinatura do Aplicador
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Apêndice 2 – Carta de Apresentação aos servidores sorteados
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
CURSO DE MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA
Cuiabá, 5 de julho de 2010
Ilmo(a) .Sr(a) Servidor da UFMT (a). Prezado (a) Servidor (a),
Temos o prazer de comunicar a realização da pesquisa Estudo epidemiológico
sobre Condições de Saúde de Servidores Universitários da UFMT – Campus Cuiabá – MT,
sob a orientação da Profª.Drª. Delma P. Oliveira de Souza, bem como , apresentar os
aplicadores do questionário Virginia A. Mota, Flavio Aparecido e Isabel Vasconcelos. O
estudo objetiva conhecer as condições de saúde de servidores da Universidade Federal de
Mato Grosso a fim de consolidar políticas mais efetivas nesta área de saúde do trabalhador.
Todas as servidoras convidadas a participar deste estudo foram sorteadas, por processo amostral aleatório, a partir de uma lista fornecida pela Coordenação de Recursos Humanos da UFMT. Cabe ressaltar que o servidor, não será identificado em nenhuma etapa do estudo. O questionário a ser aplicado é de auto-preenchimento, anônimo e após responder as questões do mesmo, você deve colocar no envelope.
Informamos que o referido estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa (CEP) do Hospital Universitário Julio Muller, segundo Parecer HUJM/690/2009. Sua participação é importante e, aceitando participar, é necessário ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido a ser fornecido pelo (a) aplicador(a) do questionário.
Agradecemos antecipadamente pela atenção dispensada
Atenciosamente,
Profª Drª Marina Atanaka dos Santos
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
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Apêndice 3 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
CURSO DE MESTRADO EM SAÚDE COLETIVA TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário, da pesquisa Estudo
epidemiológico sobre Condições de Saúde de Servidores Universitários da UFMT,Campus Cuiabá – MT, que tem como objetivo estimar a prevalência de agravos à saúde dos servidores da UFMT – Campus Cuiabá – MT, segundo variáveis biológicas, socioeconômicas e ocupacionais, visando o acompanhamento da saúde e condições de vida destes trabalhadores.
Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias, sendo uma delas sua e a outra do pesquisador responsável. Em caso de recusa você não terá nenhum prejuízo em sua relação com a pesquisadora. Em caso de dúvida você pode procurar o Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Müller- UFMT- pelo telefone (65) 36158254. Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder questões sobre sua saúde. Não há nenhum risco a sua saúde relacionado com sua participação nesta pesquisa, pelo contrário, poderá refletir sobre seus hábitos comportamentais, e contar com orientação dos pesquisadores para buscar assistência médica caso precisar. Informamos também que os dados referentes à sua pessoa serão confidenciais e garantimos o sigilo de sua participação durante toda pesquisa, inclusive na divulgação da mesma. Os dados não serão divulgados de forma a possibilitar sua identificação, os pesquisadores responsabilizam pela sua privacidade. Você poderá qualquer momento da pesquisa deixar de participar da mesma sem nenhum ônus. Você receberá uma cópia desse termo onde tem o nome, telefone e endereço do pesquisador responsável, para que você possa localizá-lo a qualquer tempo, bem como do Comitê de Ética do HUJM/UFMT.
Caso surja no decorrer da pesquisa alguma solicitação de ajuda em relação a alguma doença por parte do entrevistado, a coordenadora desta pesquisa fará o encaminhamento ao Ambulatório da CABES-UFMT onde a equipe médica tomará providencias necessárias.
Delma P. Olivera de Souza, telefone 36158881;cel 81160093; souzadpo@terra.com.br
Considerando os dados acima, CONFIRMO minha participação nesta pesquisa. Eu (nome do participante).......................................................................................................... idade:.......sexo:..........Naturalidade:................................... ....RG Nº....................................... declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios de minha participação na pesquisa e concordo em participar. Assinatura do participante: ....................................................... Assinatura do pesquisador principal: ........................................................................................... Caso queira entrar em contato com o Comitê de Ética do HUJM/UFMT Coordenadora Profª Drª Shirley Ferreira Pereira Universidade Federal de Mato Grosso Av. Fernando Correa da Costa s/n Coxipó Bloco CCBS 1, 1 º andar. Cuiabá, .......... de ...................................... de 2010
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Apêndice 4 – Instrumento de Coleta de Dados
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
QUESTIONÁRIO SOBRE CONDIÇÕES DE SAÚDE DE SERVIDORES
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – CAMPUS
CUIABÁ-MT.
Agradecemos a você por aceitar em participar da Pesquisa do Curso
de Mestrado em Saúde Coletiva da UFMT, que servirá para conhecer as
condições de saúde dos servidores da Universidade Federal de Mato Grosso
e, contribuir com as ações de prevenção e assistência.
Você não deve colocar seu nome no questionário, pois ele é anônimo.
Ou seja, não poderemos saber quem respondeu cada questionário depois
que ele nos for devolvido.
É importante que você seja sincero e só responda depois de ler com
bastante atenção as perguntas e alternativas dadas. Basta marcar um X nas
respostas que você achar mais certa.
Por último solicitamos que você verifique se NÃO deixou nenhuma
questão em branco. É importante para a nossa análise que você responda a
todas as questões.
Agradecemos sua colaboração.
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BLOCO A – VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS A 1. Sexo:
1 � Masculino 2 � Feminino
A 2. Idade: _____ anos A 3. Naturalidade __________________________ A 4. Estado Civil:
1 � Casado 2 � Solteiro 3 � União Consensual
4 � Viúvo 5 � Divorciado 6 � Outros. Citar: ________________
A 5. Tem filhos?
1 � Não 2 � Sim
Se sim, Quantos? ____________ A 6. Marque com X a sua escolaridade
1 Analfabeto / Ensino Fundamental Incompleto
2 Ensino Fundamental Completo
3 Ensino Médio Incompleto
4 Ensino Médio Completo
5 Superior Incompleto
6 Superior Completo
7 Pós-Graduação:
� Especialista
� Doutorado
� Mestrado
� Pós-Doutorado
A 7. Com quem vive:
1 � Sozinho 2 � Companheiro 3 � Familiares 4 � Amigos 5 � Outros
A 8. Raça/Cor:
1 �
Branca
2 �
Negra
3 �
Parda ou morena
4 �
Amarela (oriental)
5 �
Vermelha (indígena)
6 �
Não sabe
7 �
Não quer informar
A 9 A. Possui alguma prática religiosa?
1 � Não 2 � Sim
A 9 B. Se positivo, qual? ________________________________________ A 10. Renda Mensal
1 Menor ou igual a cinco salários mínimos
2 Entre seis a dez salários mínimos
3 Acima de dez salários mínimos
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BLOCO B – VARIÁVEIS OCUPACIONAIS B 1. Qual o seu vínculo com a UFMT?
1 � Docente 2 � Técnico Administrativo B 2. Caso seja de Técnico Administrativo, Qual é a sua função? __________________________________________________________________________________________________________________________ B 3. Há quanto tempo você trabalha na UFMT? _______ anos _______ meses B 4 A. Você considera seu local de trabalho na UFMT adequado?
1 � Não 2 � Sim
B 4 B. Caso negativo, cite as inadequações:
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ B 5. Horas trabalhadas por semana na UFMT:
1 � 20 horas 2 � 30 horas 3 � 40 horas 4 � Dedicação Exclusiva
B 6. Costuma levar trabalho para casa?
1 � Não 2 � Sim
B 7. Tira férias todo ano?
1 � Não 2 � Sim
B 8. Suas últimas férias foram há:
1 � Menos 1 ano 2 � 1 a 3 anos 3 � Mais de 3 anos B 9. Duração das férias:
1 � Menos de 10 dias 2 � 1 a 20 dias 3 � Mais de 20 dias
B 10. Você exerce atividade profissional em outra instituição?
1 � Não 2 � Sim
Se sim, qual carga horária semanal em horas: __________
B 11. No ano passado, quantas vezes você precisou faltar ao serviço?
1 � Nenhuma vez 2 � 1 a 2 vezes 3 � Mais de 3 vezes
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B 12. Durante o seu tempo livre do trabalho, a que atividades você se dedica?
1 � Prática desportiva 2 � Trabalhos domésticos
3 � Uso de computador 4 � Atividades de lazer
5 � Atividades artesanais 6 � Leitura e estudo
7 � Assistir TV e vídeos 8 � Nenhuma
9 � Outras: ___________________________________________________
B 13. Leia as questões e indique o número do que ocorre com você:
A. Com que frequência você tem que fazer suas tarefas de trabalho com muita rapidez?
1 � Frequentemente 2 � Às vezes 3 � Raramente 4 � Nunca ou
quase nunca B. Com que frequência você tem que trabalhar intensamente (produzir muito em pouco tempo)?
1 � Frequentemente 2 � Às vezes 3 � Raramente 4 � Nunca ou
quase nunca C. Seu trabalho exige demais de você?
1 � Frequentemente 2 � Às vezes 3 � Raramente 4 � Nunca ou
quase nunca D. Você tem tempo suficiente para cumprir todas as tarefas de seu trabalho?
1 � Frequentemente 2 � Às vezes 3 � Raramente 4 � Nunca ou
quase nunca E. O seu trabalho costuma apresentar exigências contraditórias ou discordantes?
1 � Frequentemente 2 � Às vezes 3 � Raramente 4 � Nunca ou
quase nunca F. Você tem possibilidades de aprender coisas novas em seu trabalho?
1 � Frequentemente 2 � Às vezes 3 � Raramente 4 � Nunca ou
quase nunca G. Seu trabalho exige muita habilidade ou conhecimento especializado?
1 � Frequentemente 2 � Às vezes 3 � Raramente 4 � Nunca ou
quase nunca H. Seu trabalho, exige que você tome iniciativas?
1 � Frequentemente 2 � Às vezes 3 � Raramente 4 � Nunca ou
quase nunca
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I. No seu trabalho, você tem que repetir muitas vezes as mesmas tarefas?
1 � Frequentemente 2 � Às vezes 3 � Raramente 4 � Nunca ou
quase nunca J. Você pode escolher COMO fazer o seu trabalho?
1 � Frequentemente 2 � Às vezes 3 � Raramente 4 � Nunca ou
quase nunca L. Você pode escolher O QUE fazer no seu trabalho?
1 � Frequentemente 2 � Às vezes 3 � Raramente 4 � Nunca ou
quase nunca
B 14. Em cada uma das alternativas abaixo, indique o número do que
ocorre com você. A. Existe um ambiente calmo e agradável onde trabalho
1 � Concordo totalmente 2 � Discordo mais do que concordo
3 � Concordo mais do que discordo 4 � Discordo totalmente
B. No trabalho, há relacionamentos bons uns com os outros
1 � Concordo totalmente 2 � Discordo mais do que concordo
3 � Concordo mais do que discordo 4 � Discordo totalmente
C. Eu posso contar com o apoio dos meus colegas de trabalho
1 � Concordo totalmente 2 � Discordo mais do que concordo
3 � Concordo mais do que discordo 4 � Discordo totalmente
D. Se eu não estiver num bom dia, meus colegas compreendem
1 � Concordo totalmente 2 � Discordo mais do que concordo
3 � Concordo mais do que discordo 4 � Discordo totalmente
E. No trabalho, eu me relaciono bem com meus chefes
1 � Concordo totalmente 2 � Discordo mais do que concordo
3 � Concordo mais do que discordo 4 � Discordo totalmente
F. Eu gosto de trabalhar com meus colegas
1 � Concordo totalmente 2 � Discordo mais do que concordo
3 � Concordo mais do que discordo 4 � Discordo totalmente
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BLOCO C – INDICADORES DE SAÚDE PEDIMOS SUA COLABORAÇÃO PARA RESPONDER AS QUESTÕES ABAIXO SOBRE SUA SAÚDE. NÃO DEIXE NENHUMA EM BRANCO. É IMPORTANTE QUE TODAS SEJAM REPONDIDAS. C 1. Caso faça uso de álcool, alguma vez você sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida ou parar de beber?
1 � Não 2 � Sim C 2. Preencha os espaços abaixo:
1) Peso: _________kg _________ gramas 2) Altura: _______ metros ______ centimetros 3) Circunferência da cintura: ________cm, do quadril:_______cm C 3. Marque com um X a resposta apropriada para o seu caso:
Questões
A Tem dores de cabeça frequentes? 1 � Não 2 � Sim
B Tem falta de apetite? 1 � Não 2 � Sim
C.Dorme mal? 1 � Não 2 � Sim
D.Assusta-se com facilidade? 1 � Não 2 � Sim
E.Tem tremores de manhã? 1 � Não 2 � Sim
F.Sente-se nervoso (a), tenso(a) ou preocupado(a) 1 � Não 2 � Sim
G.Tem má digestão? 1 � Não 2 � Sim
H.Tem dificuldade de pensar com clareza? 1 � Não 2 � Sim
I.Tem se sentido triste ultimamente? 1 � Não 2 � Sim
J.Tem chorado mais do que de costume? 1 � Não 2 � Sim
K.Encontra dificuldades para realizar com
satisfação suas atividades diárias? 1 � Não 2 � Sim
L.Tem dificuldades para tomar decisões? 1 � Não 2 � Sim
M.Tem dificuldades no serviço (seu trabalho penoso, causa sofrimento)?
1 � Não 2 � Sim
N. Acha incapaz de desempenhar um papel útil em sua vida?
1 � Não 2 � Sim
O.Tem perdido o interesse pelas coisas? 1 � Não 2 � Sim
P.Você se sente uma pessoa inútil, sem préstimo? 1 � Não 2 � Sim
Q.Tem tido idéias de acabar com a vida? 1 � Não 2 � Sim
R.Sente-se cansado (a) o tempo todo? 1 � Não 2 � Sim
S.Tem sensação qµe são desagradáveis no
estômago? 1 � Não 2 � Sim
T.Você se cansa com facilidade? 1 � Não 2 � Sim
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C 4. Responda as questões abaixo, marcando apenas uma alternativa para cada questão: C 4.1.A. Você já fumou cigarro (Não
vale maconha)? 1 Não 2 Sim
C 4.1.B. De um ano para cá você
fumou algum cigarro? 1 Não 2 Sim
C 4.1.C. De um mês para cá você
fumou cigarro?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.2.A. Você já tomou alguma bebida alcoólica (Cerveja,chopp,vinho, pinga,
caipirinha,sidra, outros) ?
1 Não 2 Sim
C 4.2.B. De um ano para cá você usou álcool?
1 Não 2 Sim
C 4.2.C. De um mês para cá você usou
álcool?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.3.A. Você já usou benzodiazepínicos? (Diazepam®,
Diempax®, Lorium®, Valium®, Librium® Lorax®, Rohypnol®, Psicosedin®,
Somalium®, Lexotan®) sem receita médica?
1 Não 2 Sim
C 4.3.B. De um ano para cá você usou
benzodiazepínicos? 1 Não 2 Sim
C 4.3.C. De um mês para cá você usou benzodiazepínicos?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.4.A. Você já já usou estimulantes (Remédio para emagrecer, Hipofagin, Moderex®, Glucoenergan®, Inibex®,
Desobesi®, Reactivan®, Pervitin®), sem receita médica?
1 Não 2 Sim
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C 4.4.B. De um ano para cá você usou estimulantes?
1 Não 2 Sim
C 4.4.C. De um mês para cá você usou
estimulantes?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.5.A. Você já experimentou sedativos ou barbitúricos (Optalidon®,
Fiorinal®, Gardenal®, Tonopan®, Nembutal,
Comital®, Pentotal ®), sem receita médica?
1 Não 2 Sim
C 4.5.B. De um ano para cá você usou
sedativos ou barbitúricos? 1 Não 2 Sim
C 4.5.C. De um mês para cá você usou sedativos ou barbitúricos?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.6.A. Você já experimentou usou esteróides anabolizantes (Winstrol®,Androxon®, Durateston®,Deca-
Durabolin®) sem receita médica?
1 Não 2 Sim
C 4.6.B. De um ano para cá você usou esteróides anabolizantes?
1 Não 2 Sim
C 4.6.C. De um mês para cá você usou esteróides anabolizantes?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.7.A. Você já experimentou Orexígenos (Periatin®,
Periavita®,Cobavital®,Buclina®,Vibazina®,
Apetivit®, Profol® e Nutrimaiz®), sem receita médica?
1 Não 2 Sim
C 4.7.B. De um ano para cá você usou
orexígenos? 1 Não 2 Sim
C 4.7.C. De um mês para cá você usou orexígenos?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
103
C 4.8.A. Você já experimentou xaropes a base de codeína (Pambenyl®, Setux®,
Tussiflex®, Gotas Binelli®, Silentós®,
Belacodid®, Eritós®) sem receita médica?
1 Não 2 Sim
C 4.8.B. De um ano para cá você usou
xaropes à base de codeína? 1 Não 2 Sim
C 4.8.C. De um mês para cá você usou xaropes à base de codeína?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.9.A. Você já experimentou analgésicos ópiáceos (Dolantina®,
Meperidina®, Demerol®, Algafan®, Tylex®,
morfina) sem receita médica?
1 Não 2 Sim
C 4.9.B. De um ano para cá você usou analgésicos opiáceos?
1 Não 2 Sim
C 4.9.C. De um mês para cá você usou
analgésicos opiáceos?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.10.A. Você já experimentou usou anticolinérgicos (Artane®, Asmosterona®,
Bentyl®, Akineton® ou chá de lírio, saia-branca, véu -de-noiva, trombeteira, zabumba,
cartucho), sem receita médica?
1 Não 2 Sim
C 4.10.B. De um ano para cá você usou anticolinérgicos?
1 Não 2 Sim
C 4.10.C. De um mês para cá você
usou anticolinérgicos?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.11.A. Você já experimentou solventes (lança-perfume , loló, cola de
sapateiro, gasolina, benzina, acetona, removedor de tinta, thinner, água-raz, éter,
esmalte, fluído de isqueiro)?
1 Não 2 Sim
C 4.11.B. De um ano para cá você usou solventes?
1 Não 2 Sim
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C 4.11.C. De um mês para cá você usou solventes?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.12.A. Você já experimentou alucinógenos (LSD, chá de cogumelo,
mescalina, Ketamira, Êxtase, Ayashuasca) exceto no contexto religioso?
1 Não 2 Sim
C 4.12.B. De um ano para cá você usou alucinógenos?
1 Não 2 Sim
C 4.12.C. De um mês para cá você
usou alucinógenos?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.13.A. Você já experimentou maconha (ou haxixe)?
1 Não 2 Sim
C 4.13.B. De um ano para cá você usou maconha?
1 Não 2 Sim
C 4.13.C. De um mês para cá você
usou maconha?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.14.A. Você já experimentou cocaína?
1 Não 2 Sim
C 4.14.B. De um ano para cá você
usou cocaína? 1 Não 2 Sim
C 4.14.C. De um mês para cá você usou cocaína?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.15.A. Você já experimentou crack? 1 Não
2 Sim C 4.15.B. De um ano para cá você
usou crack? 1 Não 2 Sim
105
C 4.15.C. De um mês para cá você usou crack?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.16.A. Você já experimentou merla? 1 Não
2 Sim C 4.16.B. De um ano para cá você
usou merla? 1 Não 2 Sim
C 4.16.C. De um mês para cá você usou merla?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 4.17.A. Você já experimentou heroína?
1 Não 2 Sim
C 4.17.B. De um ano para cá você usou heroína?
1 Não 2 Sim
C 4.17.C. De um mês para cá você
usou heroína?
1 Não 2 Sim, fumei de 1 a 5 dias 3 Sim, fumei de 6 a 19 dias 4 Sim, fumei em 20 dias ou mais
C 5. Lembra dos valores de sua pressão da última vez que foi aferida?
1 � Não 2 � Sim
Se sim, cite: _______ por _______ C 6. Algum médico já lhe informou que você é hipertenso ou tem pressão alta?
1 � Não 2 � Sim
C 7 A. Algum médico já lhe informou que você é diabético?
1 � Não 2 � Sim C 7 B. Caso positivo, qual o tipo?
1 � Tipo 1 2 � Tipo 2
C 7 C. Há quanto tempo?
1 � Menos de 1 ano 2 � Mais de 1 ano
C 7 D. Qual tratamento faz para diabetes? ___________________________
106
C 8. Você costuma tomar alguma bebida alcoólica pela manhã para diminuir o nervosismo ou a ressaca?
1 � Não 2 � Sim C 9. Nos doze meses, antes da pesquisa, você apresentou:
1 � Bursite 5 � Outros problemas de ossos ou cartilagens
2 � Ciática 6 � Outros problemas de músculos ou tendões
3 � Hérnia de disco 7 � Dores frequentes no pescoço, costas e coluna
4 � Reumatismo
C 10. Qual(s) tratamento(s), na vida, você já se submeteu para tratar o seu
uso de álcool?
1 � Não, nunca fiz uso de álcool 2 � Nenhum
3 � Internação hospitalar
(Quantas vezes: ____)
4 � Ambulatorial
5 � Sala de emergência 6 � Consultório particular
7 � Grupos de auto-ajuda 8 � Outros, Cite:__________________
C 11. Qual o resultado deste tratamento?
1 � Nenhum 2 � Em tratamento 3 � Tive sucesso 4 � Não tive
resultado positivo C 12. O tratamento que você se submeteu era:
1 � Gratuito 2 � Particular 3 � Outros
C 13. Na sua família, tem alguém que é usuário de álcool ou drogas?
1 � Não 2 � Sim
Se sim, qual o parentesco? ____________________________ C 14. Quantos dias na semana o(a) sr(a) costuma comer frutas?
1 � Todos os dias 2 � 5 a 6 dias 3 � 1 a 4 dias 4 � Quase
nunca 5 � Nunca
C15. Num dia comum, quantas vezes o(a) sr(a) come frutas?
1 � 1 vez no dia 2 � 2 vezes no dia 3 � 3 ou mais vezes no dia
C 16. Quantos dias na semana costuma comer saladas cruas, como
exemplo: alface, tomate, pepino?
1 � Todos os dias 2 � 5 a 6 dias 3 � 1 a 4 dias 4 � Quase
nunca 5 � Nunca
C 17. Num dia comum, o(a) sr(a) come saladas cruas:
1 � No almoço 2 � No jantar 3 � No almoço e no jantar (2x no dia)
4 � Nunca
107
C 18. Quantos dias na semana o(a) sr(a) costuma comer verduras e legumes cozidos como couve, cenoura, chuchu, berinjela, abobrinha, sem contar batata ou mandioca?
1 � Todos os dias 2 � 5 a 6 dias 3 � 1 a 4 dias 4 � Quase
nunca 5 � Nunca
C 19. Num dia comum, o(a) sr(a) come verduras e legumes cozidos:
1 � No almoço 2 � No jantar 3 � No almoço e no jantar (2x no dia)
4 � Nunca
C 20. Em quantos dias da semana o(a) sr(a) come feijão?
1 � Todos os dias (inclusive sábado e domingo) 4 � 1 a 2 dias por semana
2 � 5 a 6 dias por semana 5 � Quase Nunca
3 � 3 a 4 dias por semana 6 � Nunca
C 21. Em quantos dias da semana o(a) sr(a) toma refrigerante?
1 � Todos os dias (inclusive sábado e domingo) 4 � 1 a 2 dias por semana
2 � 5 a 6 dias por semana 5 � Quase Nunca
3 � 3 a 4 dias por semana 6 � Nunca
Se sim, qual o tipo?
1 � Normal 2 � Diet/light 3 � Ambos
C 22. Quantos copos/latinhas de refrigerante costuma tomar por dia?
1 � Nunca tomo 2 � 1 copo 3 � 2 copos 4 � 3 copos
5 � 4 copo 6 � 5 copos 7 � 6 ou + copos
C 23. Caso consome bebida alcoólica, as pessoas o aborrecem porque criticam o seu modo de beber?
1 � Não 2 � Sim
C 24. Quando o sr(a) toma leite (não vale de soja), que tipo de leite costuma
tomar?
1 � Não tomo leite (não vale de soja) 2 � Integral
3 � Desnatado ou semi-desnatado 4 � Os dois tipos
5 � Não sabe
C 25. Quando o(a) sr(a) come carne de boi ou porco com gordura, o(a) sr(a) costuma:
1 � Tirar sempre o excesso de gordura 2 � Comer com a gordura
3 � Não come carne vermelha com
muita gordura
4 � Não como carne de boi ou
porco
108
C 26. Quando o(a) sr(a) come frango com pele, o(a) sr(a) costuma:
1 � Tirar sempre a pele 2 � Comer com a pele
3 � Não come pedaços de frango com pele 4 � Não como carne de frango
C 27 A. O(a) sr(a) está fazendo atualmente alguma dieta para perder peso?
1 � Não 2 � Sim
C 27 B. Nos últimos doze meses, o(a) sr(a) fez alguma dieta para perder peso?
1 � Não 2 � Sim C 27 C. Atualmente, o(a) sr(a) está fazendo uso, tomando algum produto ou
medicamento para perder peso?
1 � Não 2 � Sim C 27 D. Nos últimos doze meses, o(a) sr(a) tomou algum produto ou medicamento para perder peso?
1 � Não 2 � Sim C 28. O(a) sr(a) costuma adicionar sal na comida pronta, no seu prato, sem
contar a salada?
1 � Não 2 � Sim 3 � Sim, de vez em quando
C 29. Caso você consuma bebida alcoólica, você se sente culpado ou
chateado consigo mesmo pela maneira com que costuma beber?
1 � Não 2 � Sim
C 30. O(a) sr(a) classificaria seu estado de saúde como:
1 � Bom 2 � Regular 3 � Ruim 4 � Não sabe 5 � Não quer
informar C 31. Algum médico já lhe disse que o(a) sr(a) tem colesterol ou triglicérides
elevado?
1 � Não 2 � Sim 3 � Não se lembra
C 32. Algum médico já lhe disse que o(a) sr(a) tem osteoporose (doença / fraqueza dos ossos)?
1 � Não 2 � Sim 3 � Não se lembra
C 33. Algum médico já lhe disse que Sr (a) teve infarto, derrame ou acidente
cardiovascular?
1 � Não 2 � Sim 3 � Não se lembra
C 34. Você tem plano de saúde?
1 � Não 2 � Sim
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C 35 A. Há 30 dias você fez alguma prática de prevenção a sua saúde como exames para câncer de mama, colo de útero, próstata e vacinação?
1 � Não 2 � Sim
C 35 B. Caso positivo, cite o(s) exame(s):____________________________
_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ C 36 A. Você pratica algum esporte?
1 � Não 2 � Sim
Caso positivo, qual?_____________________________________________ C.36 B. Com que freqüência, ou seja, quantas vezes você prática o esporte citado?
1 � Não prático nenhum esporte
2 � Todos os dias
3 � De 1 a 2 vezes por semana
4 � 3 a 5 vezes por semana
5 � Mais de 5 vezes por semana
Favor faça críticas e sugestões em relação a este questionário (construção e clareza das perguntas, formatação, dificuldades, tempo para responder, etc). _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ POR FAVOR, VERIFIQUE SE RESPONDEU A TODAS AS PERGUNTAS. MUITO OBRIGADO.
Data: ___/___/___