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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ
CAMPUS APUCARANA
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
O GÊNERO CHARGE COMO INSTRUMENTO PARA DESPERTAR O GOSTO PELA LEITURA
ÁREA/DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA
PROFESSORA PDE: JOELMA PARRA MEDINA
APUCARANA - 2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ
CAMPUS APUCARANA
UNIDADE DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
O GÊNERO CHARGE COMO INSTRUMENTO PARA DESPERTAR O GOSTO PELA LEITURA
PROFESSORA PDE: JOELMA PARRA MEDINA
Produção Didático-Pedagógica apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria Estadual de Educação do Paraná–SEED. Orientadora: Ana Paula Ferreira de Mendonça
APUCARANA - 2016
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016
Título: O GÊNERO CHARGE COMO INSTRUMENTO PARA DESPERTAR O GOSTO PELA LEITURA
Autor: JOELMA PARRA MEDINA
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Nilo Cairo – Ensino Fundamental, Médio e Normal
Município da escola: Apucarana
Núcleo Regional de Educação: Apucarana
Professor Orientador: Prof.ª Dra. Ana Paula Ferreira de Mendonça
Instituição de Ensino Superior:
UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná, Campus Apucarana
Relação Interdisciplinar: Não há
Resumo: Esta Produção Didático-Pedagógica tem por objetivo formar leitores, por meio de atividades que despertem o interesse e o gosto pela leitura, tendo em vista a grande dificuldade que encontram na interpretação e/ou compreensão com relação à leitura, bem como pelo baixo índice de desempenho nas provas Brasil e Olimpíadas de Língua Portuguesa. Os gêneros discursivos apresentam-se na Língua Portuguesa como ferramentas de apoio para a criação de um indivíduo com espírito crítico. Nesta perspectiva o gênero charge apresenta-se como instrumento eficaz para o desenvolvimento deste trabalho, pois consegue atrair o leitor pelo fato de apresentar uma linguagem visual
acompanhada ou não de pequenos textos, usando caricaturas, priorizando a sátira e o humor de forma contextualizada e crítica com a realidade contemporânea, muitas vezes fazendo o leitor buscar a informação, ali presente, em outros meios de comunicação. O trabalho envolverá pesquisas na biblioteca, na internet e em diversos meios de comunicação. Como estratégia de ação, inicialmente, será feito um levantamento sobre os hábitos de leitura, serão realizadas atividades de análise com textos sincréticos no início e no final do projeto como instrumentos comparativos de evolução de aprendizado, serão analisadas charges a partir da teoria Semiótica, que será estudada no decorrer do projeto. Após o aprendizado, os alunos criarão suas próprias charges, que serão organizadas em formato de livro e expostas na biblioteca com apresentações e relatos sobre seu desenvolvimento e sobre as mudanças nos hábitos de leitura.
Palavras-chave: Leitura. Charge. Semiótica. Campos lexicais.
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público: Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental
Apresentação
Esta Unidade didática foi elaborada com intuito de contribuir e/ou
melhorar as práticas pedagógicas em sala de aula, tendo em vista a
necessidade de ampliar e inovar estratégias de ação para buscar um maior
interesse dos alunos com relação aos hábitos de leitura. Para tanto este
material foi elaborado a partir dos estudos realizados no Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE 2016. O PDE é um programa de
formação continuada em rede que integra as Escolas às IES, tendo como
proposta principal desenvolver ações educativas que contribuam para o
processo de ensino-aprendizagem tanto para os professores quanto para os
alunos da rede pública de educação do Estado do Paraná.
Neste sentido, o objetivo geral deste projeto será elaborar uma proposta
de atividade pedagógica, que vise despertar o interesse pela leitura nos alunos
dos nonos anos do Colégio Estadual Nilo Cairo de Apucarana, por meio de
charges que abordem temas relacionados ao seu cotidiano, além disso,
fomentar a prática de leitura por meio do estudo e da produção de charges;
propor uma leitura semiótica de charges que abordam temas relacionados ao
cotidiano dos alunos e elaborar um livro com charges produzidas pelos alunos
e expô-lo na biblioteca.
Nas aulas de Língua Portuguesa, no ensino fundamental, de escolas
públicas, observa-se a grande dificuldade que os alunos encontram na
interpretação e ou compreensão com relação à leitura. Os alunos parecem não
ser capazes de apropriarem-se da temática lida, não realizando assim as
devidas inferências e interpretações. Isso tem sido constatado também pelos
baixos índices de desempenho nas Provas Brasil, Olímpiadas de Língua
Portuguesa, bem como nas avaliações e observações diárias feitas em sala de
aula.
O mundo contemporâneo com suas transformações faz com que tudo
que se queira saber possa ser encontrado de uma maneira muito fácil,
principalmente através das novas tecnologias. Não que não seja uma forma
benéfica de se receber informações/conhecimentos, mas o uso exacerbado
das tecnologias faz com que muitos dos alunos se desinteressem por leituras
que demandam maior aprofundamento. Percebe-se também que mesmo com
essas inovações, os jovens estão encontrando muita dificuldade em entender
aquilo que leem.
Conforme Savioli e Fiorin (2011, p.8):
A capacidade de compreender textos com autonomia é indispensável para acompanhar os constantes e rápidos avanços do conhecimento, sem o que não há possibilidade de exercício competente da profissão; a de produzir textos é condição necessária para quem deseja ter participação ativa nas diversas esferas de atividade da vida em sociedade.
Tendo em vista esta situação, esta unidade didática apresentará práticas
pedagógicas diferenciadas, voltadas à leitura, na tentativa de despertar um
espírito crítico para o efetivo processo de ensino-aprendizagem.
Conforme Antunes (2003, p.15):
O momento nacional é de luta, de renovação e incita à mudança, a favor de uma participação cada vez maior de toda a população e de um exercício cada vez mais pleno da cidadania. O professor não pode ausentar-se desse momento nem, tampouco, estar nele de modo superficial. O ensino da língua portuguesa também não pode afastar-se desses propósitos cívicos de tornar as pessoas cada vez mais críticas, mais participativas e atuantes, política e socialmente.
Não há participação efetiva com tomadas de decisões se os alunos não
se apropriarem do conhecimento, das informações e esse deve ser adquirido
através de múltiplas leituras, desde as científicas até as por simples prazer,
mas para que isso se torne uma realidade constante é necessário que se
desperte o gosto pela leitura e essa aconteça de forma prazerosa, em que o
indivíduo presente nesse contexto saiba fazer as inferências de forma clara,
entendendo pormenores e informações ocultas dentro do texto.
Neste contexto percebe-se que os adolescentes encaram problemas que
os estão afetando diretamente como a discriminação, as altas taxas de evasão
escolar, o desemprego, a segurança pública, a mortalidade, a violência e assim
por diante. Precisam de práticas pedagógicas que os auxiliem na compreensão
e até mesmo na transformação dessas problemáticas.
O gênero charge vem ao encontro dessa expectativa e é bastante
apreciado pelos alunos, pois apresenta desenhos humorísticos, acompanhados
ou não de texto verbal. Normalmente, criticam um fato ou acontecimento
específico e abordam temas sociais, econômicos e, sobretudo políticos, através
do humor, da ironia e da sátira. Para Romualdo (2000 p.132) “a ironia está no
contraponto tenso entre a mensagem verbal e a mensagem pictórica.” É um
gênero de opinião, ou seja, onde o autor apresenta seu ponto de vista sobre
determinado assunto ou acontecimento.
Nesta perspectiva, acredita-se ser um instrumento importantíssimo para
desenvolver a argumentação crítica no aluno, despertando seu interesse pela
leitura não apenas de charges, mas de outros gêneros textuais de forma
agradável, fazendo-o reconhecer que é pela leitura que se adquire informação
e conhecimento e levando-o a refletir sobre suas ações para transformação da
sua própria realidade.
Segundo Romualdo (2000, p.5):
a charge é um tipo de texto que atrai o leitor, pois, enquanto imagem, é de rápida leitura, transmitindo múltiplas informações de forma condensada. Além da facilidade de leitura, o texto chárgico diferencia-se dos demais gêneros opinativos por fazer sua crítica usando constantemente o humor.
Por sua característica sincrética, a charge é um texto que pode ser
analisado de forma aprofundada com os instrumentos da semiótica proposta
por Greimas, que concebe o sentido como processo gerativo, em um percurso
que vai do mais simples e abstrato ao mais complexo e concreto.
Nesta perspectiva Pietroforte (2007, p. 11):
A semiótica estuda a significação, que é definida no conceito de texto. O texto, por sua vez, pode ser definido como uma relação entre um plano de expressão e um plano de conteúdo. O plano de conteúdo refere-se ao significado do texto, ou seja, como se costuma dizer em semiótica, ao que o texto diz e como ele faz para dizer o que diz. O plano de expressão refere-se à manifestação desse conteúdo em um sistema de significação verbal, não-verbal ou sincrético.
A semiótica será a metodologia pela qual as charges serão analisadas,
ela dará embasamento para a observação da produção do sentido, passando
pelos planos narrativo e discursivo, envolvendo os conteúdos até o plano da
expressão. Considerada como Ciência da significação, essa teoria atrairá os
alunos por sua eficácia de análise, que estabelece a construção dos sentidos a
partir da desmontagem das peças do texto.
Tendo em vista que não se pode atribuir qualquer sentido ao que se lê
ou se analisa, pois todo gênero discursivo contém marcas de possibilidades, de
divergências e de sentidos, ou, como afirma Fiorin ( 2005, p112), “admite mais
de uma leitura e não toda qualquer leitura”, procurar-se-á analisar os temas, as
figuras, a linguagem utilizada nas suas manifestações concretas e abstratas,
bem como encarar-se-á a charge na sua totalidade de representação.
Essa montagem de campos lexicais que a semiótica oferece faz com
que o entendimento se construa de forma mais ativa, pois parte-se do concreto
que são as palavras, ou seja, de dentro para fora, como uma análise estrutural
para se construir o entendimento como um todo.
Para Limoli (2004, p. 33) “Uma das maneiras mais simples e fecundas
de observarmos o entrelaçamento semântico que une a espacialidade enunciva
à espacialidade enunciativa de um texto é através da análise dos campos
lexicais...”
Nas charges, como em qualquer outro texto, não se chega às
interpretações pertinentes analisando figuras isoladas, mas é necessário que
se apreenda relações estabelecidas entre elas, avaliando o enredo que
aparecem, o contexto social, os traços semânticos no percurso da leitura para
que se chegue ao tema subjacente a elas, levando-se em conta que toda
leitura é revestida de determinada ideologia. Envolvidos neste procedimento os
envolvidos estarão gerando um percurso de sentido, conforme a teria semiótica
aborda.
Esta Unidade didática terá como metodologia a pesquisa-ação,
conforme a define THIOLLENT (2011, p. 20):
A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.
As atividades terão como público alvo os alunos do 9º ano do Colégio
Estadual Nilo Cairo – Ensino Fundamental, Normal e Médio, do Munícipio de
Apucarana, Paraná. O tempo previsto para a aplicação da proposta será de 34
horas, no primeiro semestre de 2017.
Principais atividades requeridas para o desenvolvimento da pesquisa:
Questionamentos sobre hábitos de leitura: preferência, quantidade de
livros, gêneros, periodicidade, motivos, acesso e ou dificuldades;
Análise de textos sincréticos como comparativo de evolução de
interpretação;
Explicação da Semiótica, envolvendo campos lexicais, figuras e temas;
Análise de Charges com temas relevantes, sob a perspectiva da
Semiótica;
Retomada dos textos sincréticos para comparação da evolução, nessa
etapa já embasados teoricamente;
Dados comparativos tanto do ponto de vista do professor como do ponto
de vista do aluno;
Produção de charges individualmente ou em duplas;
Produção final: organizar as charges produzidas em formato de livros,
expô-los na biblioteca e considerações finais
Olá professor!
Aqui começa nosso debate e estudo para tentarmos melhorar nossas
práticas em sala de aula, favorecendo para que o ensino-aprendizagem
aconteça de forma significativa!
ATIVIDADE 01
Questionário sobre Hábitos de Leitura
As práticas de leitura devem acontecer de forma a que o leitor se encontre com
o autor ou com aquilo que o autor possa querer transmitir de forma prazerosa e
não fique preso apenas às habilidades de decodificação. A partir do momento
em que descobrirem esse prazer em ler, consequentemente não faltarão
ideias, nem conhecimento para atuarem efetivamente na mudança de sua
realidade.
Tempo: 02 horas
Objetivo: Aplicar a entrevista aos alunos envolvidos, para sondagem sobre os
seus hábitos de leitura, ou seja, suas preferências, quantidade de livros,
gêneros, periodicidade, motivos, acesso e ou dificuldades, a fim de
incentivarmos o gosto e o interesse pela leitura, bem
como melhorar o nível de leitura de cada um.
Estratégia: Entregar o questionário em folha impressa,
para que respondam por escrito e reflitam sobre as
questões individualmente.
ENTREVISTA - ALUNOS
http://portal.ifrn.edu.br/campus/caico/noticias/questionario-para-avaliacao-dos-pais/image_preview Acesso em 02/12/2016
Nome:__________________________________________________________
Idade: ____________ Sexo ( ) feminino ( ) masculino
1) Qual o grau de escolaridade de seus pais e/ou responsáveis?
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2) Você costuma ler:
( ) diariamente
( ) semanalmente
( ) mensalmente
( ) quando o professor solicita
( ) não tem o hábito da leitura
3) Você considera que o tempo dedicado à leitura é:
( ) Suficiente
( ) insuficiente
4) O que o motiva a ler? Enumere as causas, sendo a razão mais
motivadora a nº 1 e, assim, sucessivamente.
( ) Atualização cultural/ Conhecimentos Gerais
( ) Prazer, gosto ou necessidade espontânea
( ) Exigência escolar
( ) Motivos religiosos
( ) Atualização profissional
( ) Exigência do trabalho
( ) Não sabe
5) Marque um x nos gêneros que você costuma ler:
( ) Histórias em quadrinhos
( ) Poesias
( ) Contos
( ) Romance
( ) Bíblia
( ) Autoajuda
( ) Biografias
( ) Jornais
( ) Revistas
( ) Outros. Quais? __________________________________________
6) O que a leitura significa para você? Enumere de 1 a 10, sendo o número
1 mais importante, e, assim sucessivamente.
( ) Fonte de conhecimento para a vida
( ) Fonte de conhecimento e atualização profissional
( ) Fonte de conhecimento para a escola/faculdade
( ) Uma atividade interessante
( ) Uma atividade prazerosa
( ) Ocupa muito tempo
( ) Prática obrigatória
( ) Produz cansaço/ Exige muito esforço
( ) Uma atividade entediante
( ) Não sabe
7) Assinale as dificuldades que encontra com relação à leitura.
( ) Dificuldade em ler
( ) Dificuldade em compreender aquilo que lê
( ) Preço dos livros
( ) Falta de interesse
( ) Dificuldade de acesso/uso da biblioteca
( ) Prefere outras atividades
( ) Outras. Quais?___________________________________________
8) Enumere os temas de acordo com seu interesse, sendo o número 1
mais interessante, e, assim sucessivamente.
( ) Amor
( ) Suspense
( ) Drama
( ) Ficção científica
( ) Comédia
( ) Religião
( ) Terror
( ) História
( ) Animais, Natureza, Planetas
( ) Aventuras
( ) Saúde, Doença
( ) Policiais
( ) Biografia
( ) Arte
( ) Contos
( ) Outro(s). Qual(s)?_______________________________________
9) Os professores costumam aconselhar e/ou solicitar leituras:
( ) Muitas vezes
( ) Algumas vezes
( ) Poucas vezes
( ) Raramente
( ) Nunca
10) Ao escolher uma leitura, você dá preferência a:
( ) Textos verbais
( ) Textos não-verbais
( ) Textos verbais e não verbais
( ) Outros. Quais? _________________________________________
11) Quantos livros você lê por mês?
( ) 1 a 2 livros
( ) 3 a 5 livros
( ) Mais de 5 livros
( ) Nenhum
12) Está fazendo alguma leitura no momento? Qual?
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ATIVIDADE 02
Análise de textos sincréticos
O texto verbal é aquele em que recebemos ou transmitimos informações
através do código, ou seja, palavras. No texto não-verbal não há a presença de
palavras, mas sim de imagens, gestos, sons, simbologias e assim por diante. O
texto sincrético mistura as duas linguagens, ou seja, palavras, ilustrações,
gestos, sons. Podemos exemplificá-lo com tirinhas, charges, as histórias em
quadrinhos, teatro, cinema, etc.
Tempo: 04 horas
Objetivo: Analisar e/ou interpretar textos sincréticos sem interferência e
orientação do professor, com o objetivo de serem usados posteriormente, como
comparativo da evolução das suas competências quanto à análise
interpretativa.
Estratégia: Entregar textos sincréticos em folhas impressas, especificamente
charges e tirinhas da Mafalda, para responderem individualmente por escrito.
Os textos também estarão apresentados no projetor multimídia para melhor
visualização.
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=27843
Acesso em 13/12/2016 Observe a tirinha e responda as questões:
1) Pelo seu olhar o que você entendeu a respeito da charge?
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2) Quais os objetos apresentados na tirinha? Por que eles estão ali?
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3) Que esfera é apresentada na tirinha? O que ela representa?
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4) Explique detalhadamente qual a problemática e/ou assunto abordado
na tirinha.
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Fonte Quino Disponível em: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/236x/2e/fe/cc/2efeccef65d0a3451599d1a41f2e63f9.jpg. Acesso em 02/12/2016
Analisando esta outra tirinha. Responda:
1) O que está acontecendo?
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2) Que figuras aparecem na tirinha? Por que estão ali?
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3) Onde acontecem os fatos?
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4) Quem é o inquilino?
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5) Explique detalhadamente qual a problemática e/ou assunto abordado
na tirinha.
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Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8131
Acesso em 13/12/2016
Análise da 3ª tirinha:
1) O que você entendeu?
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2) Quais os personagens envolvidos?
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3) Antes de ouvir a palavra proferida por Manolito, qual palavra você
achou que ele iria dizer. Por quê?
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4) Fale sobre a perspectiva da Mafalda sobre a palavra.
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5) Explique a crítica apresentada na tirinha.
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Argumentação sobre sua interpretação:
1) Qual dos três textos você achou mais fácil de entender? Explique.
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2) Quais as diferenças e/ou semelhanças entre eles?
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3) Qual você achou mais atrativo. Por quê?
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4) Você concorda com as críticas e/ou problemáticas apresentadas?
Explique.
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ATIVIDADE 03
Assistindo Charges
Tempo: 02 horas
Objetivo: Assistir as charges de Maurício Ricardo, para perceberem com
humor as críticas apresentadas por eles, tentando compreendê-las, tendo em
vista que é um chargista conhecido e está sempre presente em programas
televisivos,
Estratégia: Encaminhar os alunos até a sala de informática para assistirem o
site http://charges.uol.com.br/, ou apresentar no projetor multimídia, pois é um
dos maiores site de animação do Brasil e sempre são postadas charges
inéditas de Maurício Ricardo e posteriormente promover um debate, acolhendo
o ponto de vista de cada um.
ASSISTINDO VÍDEOS DE CHARGES
Disponível em:
http://charges.uol.com.br/
Acesso em: 10/10/2016
ATIVIDADE 04
Explicação e estudo da Semiótica
Tempo: 04 horas
Objetivo: Realizar o estudo teórico da semiótica, tendo em vista que esta é
uma teoria pouco conhecida, porém muito eficaz e agradável para se trabalhar,
principalmente pelo fato de propiciar a análise de textos sincréticos, servindo-
se de conceitos relativamente simples como campos lexicais e figuras, para
auxiliar os alunos no entendimento dos demais gêneros discursivos.
Estratégia: Apresentar no projetor multimídia figuras e temas, presentes no livro
Para entender o texto de José Luiz Fiorin e Platão Savioli. Explicar a Teoria
Semiótica de forma simples e sistematizada com exemplificações pelo professor
utilizando o quadro de giz.
ESTUDO DA SEMIÓTICA
A Semiótica é considerada a Ciência da significação, que estabelece a
construção dos sentidos a partir da desmontagem das peças do texto. Concebe
o sentido como processo gerativo, em um percurso que vai do mais simples e
abstrato ao mais complexo e concreto. Ela permite a análise de textos através
de seus temas e figuras, que por sua vez pertencem ao léxico de uma língua,
ou seja, conjunto de palavras que uma língua possui. Nesta perspectiva utiliza-
se da análise dos campos lexicais para se entender toda a figurativização e
chega-se à compreensão semântica.
Essa montagem de campos lexicais que a semiótica oferece faz com que o
entendimento se construa de forma mais ativa, pois parte-se do concreto que
são as palavras, ou seja, de dentro para fora, como uma análise estrutural para
se construir o entendimento como um todo.
Conforme Limoli (1997, p.140) “O levantamento dos campos lexicais, além de
se constituir em atividade quase recreativa, pode trazer benefícios enormes
para o aluno, ampliando seu conhecimento vocabular e levando-o à prática do
raciocínio lógico de similaridades e oposições.”
Figuras: são palavras que remetem a algo presente no mundo natural ou
concreto. São figuras vocábulos ou expressões. Os textos construídos
predominantemente com figuras são chamados figurativos. As figuras
representam o mundo.
Temas: Os temas são termos que explicam algo presente no mundo natural,
podemos dizer que é uma realidade percebida, não existente no mundo
natural. Assim os textos elaborados preponderantemente com temas são
denominados temáticos. Os temas explicam o mundo.
Campo lexical pode ser entendido como um conjunto de palavras (lexemas)
que recobrem uma noção ou distinguem aspectos de um objeto ou de uma
técnica. Normalmente (mas nem sempre), um campo lexical opõe-se
paradigmaticamente a outro, como por exemplo em “claridade” versus
“obscuridade”, “contínuo” versus “descontínuo”, etc. (LIMOLI, 1997, p. 140).
Essa atividade com campos lexicais, como o próprio nome já diz, será
organizada em estruturas de campos e deve ser realizada como uma atividade
pessoal, individual de cada aluno, pois cada um percebe de formas diferentes
uma realidade linguística. Os títulos dos campos lexicais também poderão ser
definidos de maneira pessoal, os quais poderão ser modificados no decorrer do
percurso observando-se adequações e significações. Para cada campo o aluno
escolherá o lexema tanto de figuras quanto de temas. Pode se iniciar de forma
mais simples como tempo, espaço e personagens, que a Semiótica chama de
temporalidade, espacialidade e actorialidade. Dentro desse contexto
descobrirão significados das cores, das sombras, do tempo, das relações entre
personagens e assim por diante. A variedade de arranjos, de combinações
possíveis, a individualidade respeitada e ausência de um modelo rígido
contribuirão para o ludismo do trabalho em grupo, estimulando o prazer pela
leitura.
Terminadas as explicações será realizado um debate para esclarecermos as
dúvidas e os questionamentos dos alunos.
Professor!
Ao término das explicações e exemplificações, deverá ser realizado um debate,
onde os alunos poderão esclarecer suas dúvidas ou fazer questionamentos a
respeito da teoria Semiótica, bem como a organização de análise proposta por
ela para poderem realizar suas atividades.
ATIVIDADE 05
Análise das Charges pela Semiótica
Tempo: 05 horas
Objetivo: Analisar charges por meio da teoria Semiótica, a fim de verificar a
eficácia da análise desta teoria e o desempenho dos alunos.
Estratégia: Serão selecionadas charges de acordo com a relevância do tema e
a pertinência para a faixa etária do público alvo. Elas estarão impressas para
serem respondidas individualmente e apresentadas no projetor multimídia para
facilitar a visualização.
O Gênero Charge apresenta desenhos humorísticos, acompanhados ou não de
texto verbal. Normalmente, criticam um fato ou acontecimento específico e
abordam temas sociais, econômicos e, sobretudo políticos, através do humor,
da ironia e da sátira. É um gênero de opinião, onde o autor apresenta seu
ponto de vista sobre determinado assunto ou acontecimento.
Okida (1997, p.123) afirma que “a charge tem como seu conteúdo principal a
emoção, o interior das pessoas, suas preocupações, frustrações e problemas
sociais. Por ser uma forma de texto voltada para o humor e que, muitas vezes,
já é de conhecimento do leitor, é capaz de ser compreendida por todas as
classes sociais e diferentes faixas etárias”.
INTERPRETAÇÃO DE CHARGES PELA SEMIÓTICA
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=28414
Acesso em 13/12/2016
No plano verbal, a pergunta feita pela professora - "o que mudou" - está
centrada na gramática da língua portuguesa, mais especificamente na
ortografia da palavra "frequente". É solicitada a resposta do aluno,
referente à mudança ortográfica trazida pela última reforma, que
estabeleceu a supressão do trema no vocabulário da língua portuguesa.
A pergunta recai, portanto, unicamente sobre a expressão linguística,
quer seja, o nível frasal.
A resposta do aluno - "nada" mudou - , ao contrário, incide sobre o
conteúdo do enunciado. A mudança, no caso, refere-se à situação de
descaso com o ensino público, que se percebe na realidade vivida.
O verbo mudar, no pretérito perfeito, age, aqui, como o conector de duas
isotopias: de um lado, a isotopia gramatical, em que a mudança é figura
da transformação ocorrida no vocábulo; de outro, a isotopia
sociopolítica, na qual a mudança, ou melhor, a não-mudança, diz
respeito à permanência de um estado de abandono.
Do ponto de vista imagético (não verbal), as figuras agem como
reforçadoras do sentido expresso pela palavra descaso: rachaduras na
parede, fios elétricos desencapados, presença de animais rasteiros
possíveis transmissores de doenças... tudo reiterando um efeito de
sentido do desamparo e da precariedade.
A disposição dos móveis e dos próprios alunos na sala, o jaleco da
professora, o uso exclusivo do giz configuram uma sala de aula
tradicional, antiquada. As figuras relativas aos temas da modernidade e
da suficiência, opostos ao obsoletismo e à precariedade, estão
ausentes: nada, no plano visual, revela algum tipo de transformação
possível em relação a esse status quo indesejável, que o aluno denuncia
no plano verbal.
Uma mesma pergunta formulada pela professora gera duas respostas:
uma, virtual e esperada, não se concretiza, pois é substituída pela
surpreendente tomada de posição do aluno, que traz para a realidade
um enunciado a princípio descontextualizado, que serviria apenas como
pretexto para se abordar uma questão linguística.
O humor que se depreende da charge surge, exatamente, dessa quebra
de expectativa que envolve o diálogo professor-aluno.
CAMPOS LEXICAIS
TEMPORALIDADE MUDANÇA GRAMÁTICA
Frequente Mudou Frase
ESCOLA ABANDONO
Ensino Público Descaso
CAMPOS “IMAGÉTICOS”
ESPACIALIDADE ENSINO OBSOLETISMO
Sala de aula Lousa Paredes descascadas
Carteira Fios desencapados
Cadeiras Buracos na parede
Livro Olhos de animal rasteiro
Cadernos
Régua
SUJEITOS TRADICIONALISMO
Professora Jaleco
Alunos Fileiras de carteiras
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aulas/10697/imagens/chargequalosujeito.jpg.
Acesso em 02/12/2016
No plano verbal, a pergunta feita pela professora - "quem é o sujeito da
oração" - está centrada na gramática da língua portuguesa, mais
especificamente na análise sintática, qual seja, sujeito e predicado. É
solicitada a resposta do aluno, referente ao tipo de sujeito presente na
oração. A pergunta recai, portanto, unicamente sobre a análise da
oração escrita no quadro de giz. A resposta do aluno - “só pode ser um
mané” - , ao contrário, incide sobre o conteúdo do enunciado. O aluno ao
respondê-la não faz a análise sintática, mas sim a interpretação da
oração, ou seja, em vez de responder que o sujeito seria “O eleitor”,
responde que é um “mané”. A palavra - “mané” - no dicionário significa:
1. indivíduo sem capacidade, pouco inteligente; bobo, paspalhão, tolo. 2.
indivíduo que não se apura no que faz; desleixado, negligente. No caso
fica claro o descrédito pelo aluno com relação à honestidade dos
políticos, tendo em vista o cenário político atual.
A oposição fundamental da charge é credulidade X incredulidade.
A figura nos mostra uma professora de estilo tradicional tanto pela
postura como pela maneira que explica a matéria, utilizando-se de um
quadro de giz. A própria oração mostra um exemplo alienado de pensar.
Uma mesma pergunta formulada pela professora gera duas respostas:
uma, virtual e esperada, não se concretiza, pois é substituída pela
surpreendente tomada de posição do aluno, que traz para a realidade
um enunciado a princípio descontextualizado, que serviria apenas como
pretexto para se abordar uma questão linguística.
A ambiguidade de sentidos possibilita a conexão entre duas isotopias:
de um lado a isotopia gramatical (Sujeito= termo integrante da oração);
de outro, a isotopia humana (Sujeito= pessoa, indivíduo, “cara”). O
humor surge da quebra de expectativa: espera-se a permanência na
primeira isotopia, mas há a ruptura e passagem para segunda.
CAMPOS LEXICAIS
POLÍTICA CREDULIDADE GRAMÁTICA
Eleitor Honestidade Sujeito da oração
Políticos Mané
Ensino Público
CAMPOS “IMAGÉTICOS”
SUJEITOS ENSINO ESPACIALIDADE
Professora Lousa Sala de aula
Aluno Jaleco
Uniforme
Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=10697
Acesso em 13/12/2016
No plano verbal, o período - “mãe, eu queria aprender a ler e escrever” -
está centrado na vontade de estudar do menino, e o uso do verbo
querer, no futuro do pretérito, mostra a incerteza, ou seja, algo que
talvez ele não possa conseguir. A resposta dada pela mãe - “lá vem
você com suas manias de grandeza” - reforça a ideia de negação, tendo
em vista que a expressão “mania de grandeza” transforma o ato de
estudar, que no caso seria uma necessidade, em um simples capricho,
demonstrando que para ela estudar não faz parte de seus anseios, já
que ela se julga pertencente a uma esfera social inferior, para a qual o
acesso ao ensino é totalmente inalcansável.
A mãe aparece com roupas remendadas, pés descalços, grávida,
carregando um neném sem roupas, os cabelos esvoaçados, as
sobrancelhas por fazer. O filho com a camiseta remendada, com chinelo
num pé e tênis no outro e os cabelos espetados. Estas figuras são
relativas ao tema pobreza. O caderno e a caneta são figuras do tema da
escolarização, e representam a vontade do menino em mudar de vida
através dos estudos. Já as gotículas sobre sua cabeça referem-se ao
tema do medo, da insegurança. A figura da boca aberta da mãe
mostrando a língua, os olhos arregalados e a disposição das
sobrancelhas como se estivesse gritando são representações de uma
postura autoritária. Assim, temáticas como: pobreza, autoritarismo,
conformismo e falta de cultura são apresentadas nesta charge.
O humor está na surpresa provocada pela oposição entre, de um lado,
a vontade de superar as dificuldades e mudar a realidade de toda a
família por meio dos estudos - que seria uma atitude louvável para
qualquer mãe - e, de outro lado, o conformismo e a desvalorização dos
estudos por ela, que, numa atitude autoritária, quebra a expectativa de
melhora de vida manifestada pelo filho.
CAMPOS LEXICAIS
ESCOLA ATOR CAPRICHO
Ler Mãe Mania de Grandeza
Escrever Você
Aprender Eu
Ensino Público Suas
DESEJO
Queria
CAMPOS “IMAGÉTICOS”
ATOR ESCOLAR CARÊNCIA
Neném Lápis Pés descalços
Menino Caderno Tênis em um pé e
chinelo em outro
Mãe Vestido e camisa
remendados
Neném sem roupa
RAIVA MEDO
Boca aberta Gotículas
Língua pra fora
Olhos arregalados
Disponível em: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=141&evento=3 Acesso em 13/12/2016
O texto verbal – “pronto, meu filho! Agora você pode ir para a escola” -
apresenta a ideia de condição, que só poderá ser esclarecida por meio
do texto não verbal. A palavra “agora” indica um antes e um depois: o
menino foi devidamente paramentado pela mãe para enfrentar uma
situação adversa; significa, assim, que só a partir de então o menino
poderia ir para a escola e a imagem mostra o porquê dessa situação. As
figuras do capacete, dos coletes à prova de balas, da armadura dos
policiais de linha de frente, do livro amarrado para não ser perdido
representam o perigo que há nas ruas, bem como dentro das escolas. A
figura do menino apresenta-se em posição desconfortável que é
percebida pelas gotículas desenhadas acima de sua cabeça.
A figura da mãe, ao contrário do menino, apresenta-se em uma posição
confortável, que é percebida pelo sorriso, pela sua postura ereta e pela
posição das mãos. O coque, o porte físico e o vestido da mãe são
figuras que remetem ao tema conservadorismo.
A ironia está no contrassenso em que para ir à escola com segurança a
criança precisa substituir o uniforme por armadura e escudos de
proteção.
CAMPOS LEXICAIS
SUJEITO DESTINO GRAMÁTICA
Filho Escola Agora
CAMPOS “IMAGÉTICOS”
ATOR ENSINO SEGURANÇA
Mãe Caderno Capacete
Menino Colete a prova de balas
Escudo de proteção
Livro amarrado
DESCONFORTO SATISFAÇÃO CONSERVADORISMO
Gotículas Sorriso da mãe Coque da mãe
Mãos entrelaçadas Vestido da mãe
Porte físico
Fonte: ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais Belo Horizonte, novembro de 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2010-pdf/7176-4-1-aluno-nao-e-mais-aquele-antonio-favero/file
Acesso em 13/12/2016
No plano verbal, a pergunta - “Que notas são estas” -, remete ao mesmo
assunto, ou seja, o resultado obtido pelos meninos na avaliação, no caso a
nota baixa dos filhos, porém os interlocutores mudam de um quadro para o
outro. No primeiro quadro os pais questionam o filho, no segundo questionam a
professora.
A compreensão desta charge é realizada principalmente do ponto de vista
imagético. As figuras do primeiro quadro apresentam-se com cabelos
arrumados, os pais e a professora com óculos, a caneta colocada de forma
organizada sobre a mesa. Há apenas um tom de cor no quadro, indicando uma
temporalidade passada (esse recurso de atenuação de cores e/ou passagem
para o bicromatismo é utilizado em diferentes gêneros verbo-visuais, como o
cinema, por exemplo). A figura da professora tem uma postura altiva. Os pais
têm postura favorável com relação à professora e de recriminação para o
menino, imputando toda a responsabilidade do seu baixo desempenho a ele
mesmo que, por conseguinte, mostra-se humilhado, com aparência de tristeza
e obediência. Estas figuras são relativas a temas do ensino do passado, no
caso de 1969. E temas como humilhação, autoritarismo e responsabilidade
também estão presentes ali.
As figuras do segundo quadro apresentam-se com cabelos bagunçados, as
figuras dos pais apresentam-se com dentes a mostra e sobrancelhas
levantadas, a professora aparece com a mão na boca e com olhos arregalados,
a caneta está sem tampa, o menino está sem uniforme, sorridente. As cores
são fortes e vibrantes. Apreende-se, a partir dessas figuras, temas como raiva,
medo, ironia e alguns aspectos da modernidade, como a mudança de valores
apresentada em 2009.
A ironia presente nesta charge está na mudança de atitudes relacionadas com
a educação, apresentando um comparativo entre duas datas, 1969 e 2009, e
gerações distintas.
CAMPOS LEXICAIS
AVALIAÇÃO TEMPORALIDADE
Notas 1969
2009
CAMPOS “IMAGÉTICOS” (primeiro quadrinho)
ESPACIALIDADE ENSINO REPONSABILIDADE
Sala de aula Lousa Cabelos arrumados
Mesa da professora Óculos
Caneta Caneta sobre a mesa
Boletim Uniforme
AUTORITARISMO PASSADO HUMILHAÇÃO
Pais Cores desbotadas Menino
Alunos Fileiras de carteiras
CAMPOS “IMAGÉTICOS” (segundo quadrinho)
ESPACIALIDADE ENSINO IRA
Sala de aula Lousa Cabelos bagunçados
Mesa da professora Dentes a mostra
Caneta Testa franzida
Boletim Posição dos corpos
IRONIA MEDO MODERNIDADE
Filho Mão na boca Cores vibrantes
Sorriso do filho Postura da professora Falta de Uniforme
Postura do filho Roupas descontraídas
Atividade 06
Exercício para retomada da análise
Tempo: 05 horas
Objetivo: Analisar e interpretar os mesmos textos estudados na atividade 02,
para realizarem novas interpretações, agora já embasados teoricamente, com
o objetivo de avaliar a evolução do aprendizado e consequente interesse pela
leitura de uma forma geral.
Estratégia: Nesta etapa serão entregues os textos analisados no item 02,
impressos para serem respondidos novamente de forma individual e também
apresentados no projetor multimídia.
REFAZENDO A ATIVIDADE DE ANÁLISE
Atividade 07
Comparativo das analises realizadas nas atividades 02 e 05
Tempo: 03 horas
Objetivo: Verificar o grau de evolução quanto à interpretação e análise das
charges, num primeiro momento sem intervenção do professor e num segundo
momento utilizando-se da teoria Semiótica.
Estratégia: Realizar um debate colhendo opiniões dos alunos e reflexões do
professor; entregar uma folha com o quadro comparativo impresso para os
alunos; montar o quadro também no quadro de giz; preencher o quadro em
conjunto com os alunos, realizando as considerações necessárias.
Quadro comparativo
Análise sem orientação Análise pela teoria Semiótica
Atividade 08
Produção das charges
Tempo: 04 horas
Objetivo: Produzir as charges individualmente ou em duplas, as quais serão
corrigidas logo após a produção.
Estratégia: Após a verificação de que os alunos compreenderam como uma
charge é constituída, interpretada e qual sua real intenção, os alunos
produzirão suas próprias charges.
PRODUÇÃO DE CHARGES
Professor!
Ressalte a ideia de que as charges devem ser produzidas abordando uma
problemática atual, e que esta seja realizada de maneira crítica e bem
humorada.
Atividade 09
Produção final em formato de Livro
Tempo: 05 horas
Objetivo: organizar as charges produzidas pelos estudantes em formato de
livro, o qual fará parte do acervo da biblioteca e será objeto de estudo dos
demais estudantes do colégio.
Estratégia: As charges produzidas serão revisadas pelos alunos e pelo
professor; em grupos criarão um título a ser colocado na capa do livro; após ser
organizado em sala, será organizado e copiado em local apropriado. Para
finalização, juntamente com a apresentação, relatarão como esse processo os
incentivou para a busca de informações em outros textos e,
consequentemente, levou-os a apreciarem a leitura.
AVALIAÇÃO
As atividades propostas serão avaliadas no decorrer do percurso da
implementação do projeto, observando-se todas as etapas de forma contínua,
dando ênfase à qualidade e ao desempenho do aluno por meio da observação
diária. Pretende-se priorizar a compreensão do aluno, sua criatividade e
criticidade, buscando sanar suas dúvidas, auxiliando-o de forma mediadora na
construção do conhecimento.
Os alunos serão avaliados ainda, de acordo com o empenho em realizar
as tarefas, observando-se o interesse e comprometimento de cada um com seu
trabalho em grupo e individual, com sua capacidade de expor as ideias, com o
entendimento dos conteúdos trabalhados, bem como na criatividade em
elaborar as charges.
Enfim, espera-se que no final do processo todos envolvidos consigam
estabelecer relações sociais mais engajadas, com mudanças de atitudes em
relação aos hábitos de leitura e com um espírito crítico mais aflorado.
REFERÊNCIAS
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Fonte: ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais Belo Horizonte, novembro de 2010. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2010-pdf/7176-4-1-aluno-nao-e-mais-aquele-antonio-favero/file > Acesso em 13/12/2016 Site http://charges.uol.com.br/ > Acesso em 10/10/2015