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Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Cincias
Faculdade de Engenharia
Sergio Luiz Serber
Proposta de implantao e certificao de um sistema de gesto ambiental: estudo de caso de indstria metal-mecnica
Rio de Janeiro
2009
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Sergio Luiz Serber
Proposta de implantao e certificao de um sistema de gesto ambiental: estudo de caso de indstria metal-mecnica
Dissertao apresentada, como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre, ao Programa de Ps-graduao em Engenharia Ambiental, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. rea de concentrao: Saneamento Ambiental Controle da Poluio Urbana e Industrial.
Orientador: Prof. Dr. Elmo Rodrigues da Silva
Rio de Janeiro
2009
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Sergio Luiz Serber
Proposta de implantao e certificao de um sistema de gesto ambiental: estudo de
caso de indstria metal-mecnica
Dissertao apresentada, como requisito parcial para obteno do ttulo de Mestre, ao Programa de Ps-graduao em Engenharia Ambiental, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. rea de concentrao: Saneamento Ambiental Controle da Poluio Urbana e Industrial.
Aprovado em 23 de maro de 2009 Banca Examinadora:
_________________________________________________________ Prof. Dr. Elmo Rodrigues da Silva (Orientador)
Faculdade de Engenharia da UERJ
_________________________________________________________
Prof. Dr. Ubirajara Aluzio de Oliveira Mattos Faculdade de Engenharia da UERJ
_________________________________________________________ Prof. Dr. Gilson Brito Alves Lima
LATEC/UFF
Rio de Janeiro
2009
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DEDICATRIA
A Joslia e rica, Minha esposa e filha, sempre presentes. Obrigado pelo apoio, pacincia e
incentivo e por estarem participando deste momento importante da minha vida.
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AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Dr. Elmo Rodrigues da Silva, por ter acreditado no meu trabalho e, com pacincia, ateno e sabedoria soube aceitar minhas limitaes e ausncias. Aos meus pais, Moiss e Glria, pela dedicao, educao e amor que me fizeram chegar at aqui. A minha esposa Joslia pela anlise crtica do trabalho, constantes incentivos e toda pacincia dispensada. A minha filha rica pela pacincia e ateno, mesmo nas minhas ausncias e falta de pacincia. Aos professores e funcionrios do PEAMB, pelo conhecimento transmitido. Aos meus colegas da Dresser pelos anos de convivncia e pelo compartilhamento dos bons e maus momentos da vida profissional. A gerncia da qualidade e meio ambiente e diretoria tcnica da Dresser pelo apoio dado e a oportunidade de desenvolver este trabalho. Por fim, e principalmente, a Deus. Muito obrigado!
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RESUMO
Serber, Sergio Luiz. Proposta de implantao e certificao de um sistema de gesto ambiental: estudo de caso de indstria metal-mecnica. 181f. Dissertao (Mestrado em Engenharia Ambiental) Faculdade de Engenharia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.
O gerenciamento industrial, no incio da dcada de 1980, no considerava os impactos ambientais de seus processos produtivos. O controle desses impactos era considerado custo e estava totalmente dissociado do processo. Nesta mesma dcada conceitos como globalizao tornam o mercado mais competitivo e aps o fim da dcada de 1990, com a publicao da Lei dos Crimes Ambientais, as indstrias se voltaram para o atendimento a seus requisitos legais bsicos. Este cenrio direciona as empresas para a implantao dos denominados sistemas de gesto ambiental. Assim sendo, o estudo de caso selecionado, em empresa metal-mecnica, sistematiza a implantao de um sistema de gesto ambiental onde a indstria utilizou recursos humanos e financeiros prprios baseado nas legislaes ambientais pertinentes, na norma NBR ISO 14001: 1996 e na sua reviso 2004, na pesquisa bibliogrfica, consulta a artigos tcnicos, levantamento de dados, identificao de aspectos e impactos ambientais e entrevistas, a partir da auto-gesto, se limitando a apresentar os pontos fortes (resultados positivos alcanados) e, apresenta as aes que devem ser executadas para o atendimento dos requisitos da Norma NBR ISO 14.001, as dificuldades encontradas para desenvolver estas aes e os resultados alcanados. A anlise dos resultados obtidos, atravs da proposta, permite concluir que a implantao de sistemas de gesto ambiental prprios vivel s empresas desde que se adapte os requisitos da norma citada s especificidades de cada empresa. No estudo de caso, esta implantao uma condio indispensvel para reduo de custos do processo, racionalizao do uso de recursos naturais, reduo de resduos gerados no processo produtivo, reduo dos efeitos dos impactos ambientais significativos da atividade e demonstrar seriedade e preocupao com as questes ambientais. A maior contribuio esperada para o trabalho mostrar, de forma simples e sucinta, os passos para a certificao de um sistema de gesto ambiental apresentando as conquistas obtidas bem como as dificuldades e resistncias s mudanas que a implantao encontrar pela frente.
Palavras chaves: Sistema de Gesto Ambiental. FMEA (Failure Mode and Effects Analysis). Certificao Ambiental. Aspectos e Impactos Ambientais.
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ABSTRACT
Industrial Management in the beginning of the 1980s did not take environmental aspects into account when considering its productive processes. The control of such impacts was costly and was totally unrelated to the process. In that same decade concepts like globalization turned the market more competitive and after the end of the 1990s decade after the publication of the Bill of Environmental Crimes, industries were focused on attending the basic legal requirements. The scene drives companies towards implementing environmental management systems. Therefore the selected case study at a metal-mechanic company systemizes the implementation of a system where the company has used its own human and financial resources based on appropriate environmental legislation, in NBR ISO 14001:1996 2004 revision, in the bibliographic research, consulting of published technical articles, data survey, identification of environmental aspects and impacts and interviews, from self management, limiting itself to present strong points (positive results reached), thus presenting actions that must be executed to attend the prerequisites of NBR ISO 14001 as well as the difficulties found in developing such actions and the achieved results. The analysis of the obtained results through what has been proposed allows the conclusion that the implementation of environmental management systems is viable for the companies once they adapt themselves to their specificities. In the case study the implementation is a sine-qua-non condition for cost reduction, natural resources rationalizing, and the reduction of the effects of significant environmental impacts and also demonstrates seriousness and concern about environmental questions. The biggest contribution for the work is to show the steps to have an environmental management system certified by demonstrating what has been reached as well as the difficulties and resistances to the changes that the implementation will face along its way. Key words: System of Environmental Management. FMEA (Failure Mode and Effects Analysis). Environmental Certification. Aspects and Environmental Impacts.
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LISTA DE FIGURAS 1 Ciclo PDCA 21
2 Produo de uma tpica indstria metal mecnica 31
3 Fluxograma de processo produtivo da Dresser Diviso Wayne 37
4 Layout da indstria 38
5 Setor estamparia 40
6 e 7 Setor fosfatizao 40
8 Setor pintura p 41
9 e 10 Setor pintura lquida e serigrafia 42
11 Setor de usinagem 42
12 Linha de impregnao 43
13 e 14 Montagem do GHM 43
15 Setor de montagem de bombas 44
16 Setor de teste final 44
17 Setor de embalagem 45
18 Centro de treinamento 46
19 e 20 Fbrica antes e depois da implantao do SGA 47
21 e 22 Setor teste final antes e depois da implantao do SGA 48
23 e 24 Setor de estocagem temporria de resduos antes e depois da
implantao do SGA 48
25 e 26 Sinistro em 1989 49
27 Fluxo da gesto ambiental 50
28 Poltica ambiental aprovada 52
29 Classificao da significncia dos impactos ambientais - Matriz de
Leopold modificada 55
30 Objetivos e metas para desempenho ambiental na indstria estudada 64
31 Planilha de controle de objetivos e metas para o ano de 2008 65
32 Exemplo de relatrio mensal do resultado de metas 65
33 Objetivos e metas, resultados, para desempenho ambiental na indstria
estudada 66
34 Fluxo de processo OPM 69
35 Estrutura organizacional 77
36 Retorno dos investimentos 79
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37 Reduo de resduos leo de corte e usinagem descartada 81
38 Reduo de resduo borra metlica ferrosa oleada descartada 81
39 Reduo do consumo de gua 82
40 Fechamento do objetivo e meta efluente industrial 82
41 Curva F x N para populao externa 84
42 Curva iso-risco para as instalaes 84
43 Comunicao de emisso de fumaa negra 86
44 Comunicao de reincidncia fumaa negra 87
45 Check list ambiental 90
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LISTA DE TABELAS 1 Nmero de certificados emitidos em todo mundo 24
2 Percentual de certificados emitidos no Brasil por regio 25
3 Percentual de certificao ISO 14001 emitidos por estado 26
4 Percentual de certificados emitidos no Brasil por setor em 2006 26
5 Desempenho da indstria metalrgica brasileira 28
6 Produo de ao bruto no estado do Rio de Janeiro 30
7 Principais aspectos ambientais e impactos associados e riscos
sade e segurana dos trabalhadores 32
8 Identificao de aspectos e impactos para a estamparia 58
9 Freqncia do aspecto 60
10 Severidade do aspecto 60
11 Quantidade do aspecto 61
12 Probabilidade do aspecto 61
13 ndice de risco ambiental para situaes normais e anormais 61
14 ndice de risco ambiental para situaes emergenciais e futuras 62
15 Instrues e procedimentos SGA Wayne 70
16 Registros ambientais 74
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas BS British Standard Institution BVQI Bureau Veritas Quality International CBMRJ Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro CCE Comisso das Comunidades Europias CEG Companhia Estadual de Gs CO xido de Carbono CSN Companhia Siderrgica Nacional DIN Deutsches Institut fr Normung EMAS Ecomanangement and Audit Scheme FEEMA Fundao Estadual de Engenharia do Meio Ambiente FMEA Failure Mode and Effects Analysis GACP Grupo de Aes Corretivas e Preventivas GHM Mdulo Hidrulico Global GLP Gs Liquefeito de Petrleo HC Hidrocarbonetos IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente IBGE Instituto Brasileiro de Engenharia e Estatstica IBGE/PIM Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica/Pesquisa Industrial Mensal IBS Instituto Brasileiro de Siderurgia IGA Instruo da Gesto Ambiental INMETRO Instituto Nacional de Metrologia ISO International Standard Organization JIS Japanese Standard Association LI Licena de Instalao LO Licena de Operao LP Licena Prvia MSGA Manual de Sistema de Gesto Ambiental MTR Manifesto de Resduo Industrial NBR Norma Brasileira NFPA National Fire Protection Agency NOx xidos de Nitrognio NR Norma Regulamentadora OHSAS Occupational Healt and Safety Assessment Series OPM Oportunidade de Melhoria PDCA Mtodo Plan-Do-Check-Act PGRSS Plano de Gerenciamento de Resduo de Servio de Sade PM10 Partculas respirveis Procon-gua Programa de auto-controle para efluentes lquidos Q Qualidade QA Qualidade Assegurada RACAS Reunies de Anlise Crtica da Alta Administrao RH Recursos Humanos RTP Requisito para Treinamento de Pessoal SEBRAE Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SESI Servio Social da Indstria SGA Sistema de Gesto Ambiental SOx xidos de enxofre VOCs Compostos Organo-Volteis
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SUMRIO 1 INTRODUO 14
1.1 O problema 14
1.2 Objetivos 15
1.2.1 Objetivo especfico 15
1.3 Mtodo 16
1.3.1 A organizao do estudo 17
2 ESTUDO DA ARTE DAS CERTIFICAES 18
2.1 A busca das estratgias competitivas atravs do SGA 18
2.2 Conceituao de Sistema de Gesto 18
2.3 Certificados e rtulos ambientais 21
3 A INDSTRIA METAL-MECNICA NO ESTADO DO RIO
DE JANEIRO 28
3.1 A indstria metal mecnica 28
3.1.1 O processo produtivo do setor metal mecnico 30
4 ESTUDO DE CASO 36
4.1 A Dresser Indstria e Comrcio Ltda., Diviso Wayne 36
4.1.1 Etapas do processo de produo da indstria 39
4.1.2 O histrico da empresa quanto s certificaes 45
4.1.3 A motivao a partir das certificaes adquiridas 46
4.2 Modelo implantado de Sistema de Gesto Ambiental 49
4.3 O apoio da alta administrao 51
4.3.1 Delegando poderes gerncia de qualidade assegurada 51
4.4 A poltica e o manual do Sistema de Gesto Ambiental 51
4.5 Planejamento 53
4.5.1 Levantando aspectos e impactos ambientais 53
4.5.1.1 Metodologia utilizada para priorizar os aspectos ambientais 53
4.5.1.2 A coleta de dados 56
4.5.1.3 A filtragem das informaes 57
4.5.1.4 A montagem da planilha aspectos ambientais 59
4.5.1.5 Identificao do aspecto ambiental 59
4.5.1.6 Identificao do tipo de situao referente ao aspecto ambiental 59
4.5.1.7 Identificao da temporalidade de ocorrncia do aspecto ambiental 59
4.5.1.8 Identificao da dimenso do aspecto ambiental 60
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4.5.1.9 Identificao do ndice de risco ambiental 61
4.5.2 Requisitos legais e outros 63
4.5.3 Objetivos, metas e programas 63
4.6 Implementao e operao 67
4.6.1 Recursos, funes, responsabilidades e autoridades 67
4.6.2 Competncia, treinamento e conscientizao 67
4.6.3 Comunicao 67
4.6.4 Documentao 69
4.6.5 Controle de documentos 71
4.6.6 Controle operacional 71
4.6.7 Preparao e resposta emergncia 71
4.7 Verificao 72
4.7.1 Monitoramento e medio 72
4.7.2 Avaliao ao atendimento a requisitos legais e outros 72
4.7.3 No conformidades, ao corretiva e ao preventiva 73
4.7.4 Controle de registros 73
4.7.5 Auditoria interna 75
4.8 Anlise pela administrao 75
5 RESULTADOS E DISCUSSES 76
6 CONCLUSES E RECOMENDAES 92
REFERNCIAS 95
ANEXO A - Cpia do Certificado NBR 14001:1996 100
ANEXO B - Plano de Controle de Emergncias 101
ANEXO D - Identificao de Aspectos Ambientais 130
ANEXO E - Identificao e Classificao dos Aspectos e Impactos
Ambientais 136
ANEXO F - Monitoramento e Medio dos Objetivos e Metas e
dos Aspectos Ambientais Significativos 169
ANEXO G - Relatrio do PROCON-GUA 179
ANEXO H - Cpia do Certificado NBR 14001:2004 181
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1 INTRODUO
1.1 O problema
H cerca de duas dcadas o gerenciamento de uma indstria no considerava os
impactos ambientais de seu processo produtivo. O controle desses impactos era considerado
custo e estava totalmente dissociado do processo produtivo.
Em um mercado globalizado, competitivo, com legislao cada vez mais exigente e
com uma preocupao em relao s questes ambientais e ao desenvolvimento sustentvel
levou sociedade a cobrar dos setores pblicos e privados uma mudana na forma e
desenvolvimento at ento empregado e a adoo de programas ou sistemas de gerenciamento
que atinjam e demonstrem um desempenho ambiental correto, controlando os impactos das
atividades industriais, produtos e servios no meio ambiente.
O conceito de globalizao, surgido na dcada de 1980, o qual vem substituir
conceitos como internacionalizvel e transnacionalizvel, tm sido um dos impulsionadores
do processo e programa de gerenciamento ambiental. A partir da dcada de 1980 ficou
evidente que estas exigncias, cobranas da sociedade e do mercado, geraram um novo
conceito de qualidade, no s no processo produtivo como tambm para a qualidade de vida
(FONSECA, 2004). O meio ambiente neste contexto adquire nova dimenso, passando de
uma conotao local para uma concepo global, passando a ser reconhecido como bem
econmico, sujeito a mecanismos de mercado, enfim a vida do ser humano sofre influncia
direta da globalizao.
A busca permanente da qualidade ambiental pode ser obtida pela implantao de um
sistema de gesto ambiental (SGA). Desta forma as empresas ganham competitividade, tanto
para a sua sobrevivncia no mercado global quanto para o controle dos aspectos ambientais,
garantindo a sustentabilidade de desenvolvimento e melhoria, contnua, da qualidade
ambiental e da vida da populao.
Para a implantao de um sistema de gesto ambiental a escolha das ferramentas ou
instrumentos que devem ser utilizados de fundamental importncia. Como principais
ferramentas pode-se citar a avaliao (levantamento) dos aspectos e impactos ambientais,
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programas de monitoramento ambiental, programas de recuperao ambiental, auditorias
ambientais, inspees ambientais, programas de minimizao de carga poluidora, programas
de anlise e gerenciamento de riscos, emergncias ambientais e educao ambiental.
A implantao de um sistema de gesto ambiental bastante abrangente e pode ser
definida como um conjunto de polticas, programas, e prticas administrativas e operacionais
que levam em conta a sade e segurana das pessoas e a proteo do meio ambiente atravs
da eliminao ou minimizao de impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento,
implantao, operao, ampliao, realocao ou desativao de empreendimentos ou
atividades, incluindo-se todas as fases do ciclo de vida de um produto.
Nesta dissertao pretende-se mostrar como foi implantado o sistema de gesto
ambiental em empresa metalrgica de mdio porte, estudo de caso da Dresser Indstria e
Comrcio Ltda., Diviso Wayne, as dificuldades de implantao, suas rotinas, as interaes
entre as etapas para o atendimento da NBR ISO 14001 e o que foi feito para obter, alcanar,
este atendimento.
1.2 Objetivos
O trabalho tem por objetivo apresentar o processo de construo de um sistema de
gesto ambiental em todas as suas etapas atravs de uma estratgia organizacional que
direcione a sua implantao utilizando ferramentas adequadas e com recursos prprios a fim
de alcanar a certificao NBR ISO 14001:2004, como no caso da Dresser, Diviso Wayne.
1.2.1 Objetivos especficos
Conhecer os principais problemas de uma organizao metal mecnica para implantar
um sistema de gesto ambiental;
Estabelecer uma relao entre os itens da NBR ISO 14001:2004 e a colocao em
prtica de cada um deles;
Testar a utilizao do FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) para levantamento
dos aspectos e classificao dos impactos da empresa e como utilizar este
levantamento no gerenciamento do sistema e,
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16
Apresentar as conquistas obtidas com a implantao, os erros e os pontos fracos,
observados durante o processo.
A maior contribuio esperada para o presente trabalho mostrar, de forma simples e
sucinta, os passos para a certificao de um sistema de Gesto Ambiental utilizando recursos
prprios (sem o auxlio de consultorias externas) e apresentando as conquistas obtidas bem
como as dificuldades e resistncia s mudanas encontradas.
1.3 Mtodo
Segundo CUNHA (2006), a metodologia tem como funo mostrar como andar no
caminho das pedras, auxiliar a refletir e instigar um novo olhar sobre o mundo: um olhar
curioso, indagador e criativo.
O trabalho mostra a implantao de um sistema de gesto ambiental, baseado na
norma NBR ISO 14001: 1996 e na sua reviso 2004, atendendo a legislao ambiental em
vigor, atravs de pesquisa bibliogrfica, consulta a artigos tcnicos, levantamento de dados,
identificao de aspectos e impactos ambientais e entrevistas, a partir da auto-gesto, se
limitando a apresentar os pontos fortes (resultados positivos alcanados) e as dificuldades
encontradas para implantao do sistema.
Para o desenvolvimento do estudo adotaram-se as seguintes estratgias:
A experincia obtida pelo autor durante a implantao de um sistema de gesto
ambiental em uma indstria de mdio porte, que obteve sua certificao inicial em
2003 e a mantm at hoje e, sua experincia como auditor lder de sistemas de gesto
ambiental;
Reviso bibliogrfica sobre metodologia de anlise dos aspectos e impactos
ambientais, aplicao do FMEA como ferramenta para anlise de falhas, adoo
do mtodo de anlise e soluo de problemas, para controle de cada ao - ciclo
PDCA (Plan-Do-Check-Act), manuais de implantao de sistemas de gesto
ambientais, ferramentas da qualidade no gerenciamento de processos, e
implantao de sistemas de gesto ambiental.
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17
Em relao aos procedimentos adotados, o trabalho est baseado a partir de pesquisa
bibliogrfica, consulta a artigos tcnicos e principalmente na estrutura da norma
ABNT NBR ISO 14001 e 14004 onde cada item da norma foi levantado e analisado
de forma a se ter um quadro consistente da implantao do sistema na indstria
estudada, como mostra o captulo 4.
1.3.1 A organizao do estudo
Para atender aos objetivos propostos o trabalho foi estruturado da seguinte forma:
No primeiro captulo so apresentadas a introduo, os objetivos e a metodologia do
trabalho.
No segundo captulo apresentado, no estado da arte das certificaes, a conceituao
de sistemas de gesto e certificaes e rtulos ambientais voltados indstria.
No terceiro captulo apresentado a indstria metal-mecnica no Estado do Rio de
Janeiro.
O quarto captulo apresenta o estudo de caso na indstria metal-mecnica estudada, as
etapas do seu processo produtivo, o histrico da empresa e a motivao quanto s
certificaes adquiridas e todos os procedimentos adotados para o atendimento aos requisitos
orientadores da norma NBR ISO 14001:2004 para a implantao do sistema de gesto na
indstria metal-mecnica estudada e que permitiram sua certificao ambiental.
Os resultados, a discusso, as concluses e recomendaes para solues de
dificuldades que so encontradas ao longo da implantao do sistema de gesto encontram-se
nos captulos 5 e 6, respectivamente.
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18
2 ESTADO DA ARTE DAS CERTIFICAES
2.1 A busca de estratgias competitivas atravs do Sistema de Gesto Ambiental
Apesar de a Ecologia ser uma cincia antiga, sua evidncia comeou a ser considerado
na dcada de 60, como conseqncia do avano internacional das indstrias provocando a
degradao ambiental. Os anos 70 foram caracterizados por ambientalistas radicais, no
acreditando da convivncia entre ecologia e economia. A poluio era vista como o preo a
ser pago pelo desenvolvimento. Em 1972, a Organizao das Naes Unidas ONU reuniu
pela primeira vez os governantes de diversos pases para discutir a capacidade limitada da
natureza, ou seja, a sobrevivncia do planeta. Em 1983 a ONU atravs da Comisso Mundial
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento publicou o Relatrio Brundland, Nosso Futuro
Comum, baseado no Desenvolvimento Sustentvel, que alertava para a necessidade de busca
de alternativas de desenvolvimento sem agresso ao meio ambiente, contrariando a viso
predominante da poca. O conceito de Desenvolvimento Sustentvel parte do trip da
eficincia econmica, justia social e harmonia ambiental, atendendo as necessidades atuais
da sociedade sem prejudicar as necessidades futuras. (Medeiros, 2007).
Como a questo ambiental vem ganhando cada vez mais espao dentro das
organizaes, por estar o mercado cada dia mais globalizado, aberto e competitivo, as
empresas devem aplicar os conceitos de desenvolvimento sustentvel e responsabilidade
social nos seus negcios. Para que isto ocorra, as questes ambientais devem deixar de ser
apenas operacionais, no que tange melhoria da sua performance e atendimento legislao,
devendo ser adotadas estratgias ambientais duradouras e perfeitamente alinhadas s suas
estratgias organizacionais.
Nesse cenrio, a aplicao das ferramentas previstas nos Sistemas de Gesto
Ambiental SGA tem se tornado um grande aliado, disseminando a dimenso ambiental nas
estratgias corporativas e competitivas adotadas pelas empresas.
2.1 Conceituao de Sistema de Gesto
Dentre as diversas definies apresentadas na literatura para gesto ambiental destaca-
se a de NILSSON (1998): Gesto ambiental envolve planejamento, organizao, e orienta a
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19
empresa a alcanar metas (ambientais) especficas, em uma analogia, por exemplo, com o que
ocorre com a gesto de qualidade. Um aspecto relevante da gesto ambiental que sua
introduo requer decises nos nveis mais elevados da administrao e, portanto, envia uma
clara mensagem organizao de que se trata de um compromisso corporativo. A gesto
ambiental pode se tornar tambm um importante instrumento para as organizaes em suas
relaes com consumidores, o pblico em geral, companhias de seguro, agncias
governamentais, etc.
O objetivo maior de uma gesto ambiental a busca permanente da melhoria
ambiental dos servios, produtos e tambm do ambiente de trabalho. Esta busca um
processo de aprimoramento constante do sistema de gesto ambiental e deve estar sempre, em
concordncia com a poltica ambiental proposta pela alta administrao da empresa.
Segundo requisitos com orientao para uso da Norma Brasileira ABNT NBR ISO
14001:2004 sistema da gesto ambiental a parte de um sistema de organizao utilizada
para desenvolver e implementar sua poltica ambiental para gerenciar seus aspectos
ambientais. Este sistema um conjunto de elementos inter-relacionados utilizados para
estabelecer a poltica e os objetivos para atingir esses objetivos. Um sistema de gesto inclui
estrutura organizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, prticas,
procedimentos, processos e recursos.
Neste contexto a NBR ISO 14001:2004 define:
Organizao: empresa, corporao, firma, autoridade ou instituio, ou parte ou uma
combinao desses, incorporada ou no, pblica ou privada, que tenha funes e
administrao prprias.
Poltica ambiental: instrues e princpios gerais de uma organizao em relao ao
seu desempenho ambiental conforme formalmente expresso pela alta administrao.
Aspectos ambientais: elemento das atividades ou produtos ou servios de uma
organizao que pode interagir com o meio ambiente.
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20
Impacto ambiental: qualquer modificao do meio ambiente, adversa ou benfica,
que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organizao.
Meio ambiente: circunvizinhana em que uma organizao opera, incluindo-se ar,
gua, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relaes.
Objetivos: propsito ambiental geral, decorrente da poltica ambiental que uma
organizao se prope a atingir.
Procedimentos: forma especificada de executar uma atividade ou um processo.
Assim, CUNHA (2006) entende como sistema de gesto o conjunto de elementos
dinamicamente relacionados que interagem entre si para funcionar como um todo, tendo como
funo dirigir e controlar uma organizao com propsito determinado.
Para que o sistema funcione, para que os objetivos sejam alcanados, a adoo de um
mtodo de anlise e soluo de problemas, para controle de cada ao, se faz necessrio e o
ciclo PDCA (Plan-Do-Check-Act) foi definido como a melhor ferramenta.
O PDCA foi criado na dcada de 1930 por Walter A. Shewart mas foi William Edward
Deming quem disseminou o seu uso no mundo todo. Por isso, a partir da dcada de 1930, o
ciclo PDCA passou a ser conhecido como Ciclo de Deming.
O PDCA constitui-se das seguintes etapas:
PLAN o primeiro passo para a aplicao do ciclo. o estabelecimento de um
plano ou um planejamento que dever ser estabelecido com base nas diretrizes ou polticas da
empresa.
DO o segundo passo do PDCA, a execuo do plano. Consiste no treinamento
dos envolvidos, na disseminao do mtodo a ser empregado, a execuo propriamente dita e
a coleta de dados para posterior anlise.
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CHECK O terceiro passo do PDCA, a anlise ou verificao dos resultados
alcanados. Nesta fase so detectados os erros e falhas cometidos no planejamento e
execuo.
ACT - a ltima fase do ciclo PDCA, a realizao das aes corretivas, isto , a
correo das falhas encontradas na terceira etapa (CHECK). Aps a correo das falhas o
ciclo deve ser todo repetido de forma a melhorar cada vez mais o sistema e o mtodo de
trabalho.
A figura 1 descreve o esquema geral do ciclo PDCA.
A
C
P
D
Definir novas metasQual o objetivo?
Definir metas e meios
Comunicar / Treinar envolvidos
Executar conforme planejado, registrando resultados
Analisar desvios
Comparar resultados com metas
Definir aes corretivas
Figura 1-Ciclo PDCA (Fonte: Serber, 2008).
2.3 Certificaes e rtulos ambientais
As normas ambientais internacionais e a NBR ISO 14001 brasileira so recentes
contudo, apresentam um ponto em comum: so voluntrias. Essas normas objetivam prover
organizaes de elementos de um sistema da gesto ambiental eficaz que possam ser
integrados a outros requisitos da gesto, e auxili-las a alcanar seus objetivos ambientais.
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22
Na dcada de 1990 surgiram conjuntos de normas para empresas, de uso voluntrio,
relacionados gesto ambiental: a norma BS 7750, as normas EMAS e a norma NBR ISO
14001. Outro ponto comum e que estas normas devem ser introduzidas na organizao por
meio de um processo formal de certificao.
Norma BS 7750
Em 1994 a British Standard Institution, entidade inglesa de normatizao, desenvolvia
a BS 7750, um sistema de normas de gesto ambiental para empresas no Reino Unido. Em
1996, por deciso da Comisso das Comunidades Europias reconhecida para efeito do
disposto no Artigo 12 do regulamento (CCE) n 1.836/93.
Normas EMAS (Ecomanagement and Audit Scheme)
Em 1995, a Unio Europia publicou uma regulamentao para todos os pases
membros, criando uma norma para sistemas de gesto ambiental. Um dos principais pontos da
referencia EMAS, que a empresa certificada se obriga a reportar em declarao pblica, seu
desempenho ambiental.
Rotulagem ambiental (Eco-labeling)
A rotulagem a certificao de produtos adequados ao uso e que apresentam menor
impacto ao meio ambiente do produto como de seu processo produtivo em relao produtos
similares. Esses rtulos so direcionados consumidores enquanto as certificaes so
voltados indstria.
A rotulagem ambiental tem os seguintes objetivos:
Despertar nos consumidores, produtores, distribuidores e demais envolvidos a
conscincia sobre os propsitos de um programa de rotulagem;
Crescimento da conscincia e conhecimento sobre aspectos ambientais dos produtos
que recebem o rtulo;
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Influenciar positivamente na escolha dos consumidores, para que estes busquem
produtos que causem menos impacto ao meio ambiente;
Influenciar os produtores a substiturem processos e produtos que ofeream impacto
negativo ao meio ambiente.
Norma NBR ISO 14000
A ISO (International Standard Organization), com sede em Genebra, Sua, que rene
mais de 100 (cem) pases com finalidade de elaborao de normas internacionais,
desenvolveu sua prpria norma, a ISO 14001, a partir da instalao do Comit Tcnico 207,
em 1993. A ISO 14001 a nica considerada de mbito internacional e seu processo de
elaborao / aprovao foi lento, pois levaram em considerao as caractersticas e opinies
de vrios pases. A norma ISO 14001 estabelece requisitos para que as empresas gerenciem
seus produtos, processos e/ou servios de forma que estes no venham causar impactos
negativos ao meio ambiente. Cada pas possui um rgo responsvel por elaborar suas
normas. No Brasil temos a ABNT, na Alemanha a DIN, no Japo a JIS, etc. A ISO 14000
estabelece diretrizes para selecionar normas que devem ser usadas em uma determinada
organizao, ou seja, no h certificao ISO 14000, mas sim uma certificao baseada na
ISO 14001 que permite certificao de um sistema de gerenciamento ambiental.
POMBO e MANGRINI (2008, p. 7) relatam que uma boa maneira de analisar a
evoluo de um pas no contexto da certificao ambiental seria verificar o nmero de
certificados obtidos por suas empresas e comparar com o nmero de certificaes alcanadas
por outros pases industrializados em uma mesma poca. A tabela 1, disponibilizada pela
ABNT, contm o nmero de certificados ISO 14001 emitidos em todo o mundo at abril de
2005, permitindo esta comparao.
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Tabela 1- Nmero de certificados emitidos em todo o mundo.
Pases Nmero de certificados
Japo 17882
China 9230
Espanha 6523
Reino Unido 6223
Itlia 5304
Estados Unidos 4671
Alemanha 4400
Sucia 3716
Coria 2610
Frana 2607
Brasil 1800
ndia 1500
Taiwan 1463
Austrlia 1406
Canad 1706
Sua 1348
Repblica Tcheca 1332
Pases Baixos 1134
Fonte: POMBO e MAGRINI , 2008.
Em junho de 2006, o Brasil atingiu a expressiva marca dos 2500 certificados ISO
14001. Isto porque as grandes empresas como PETROBRAS, Vale, Aracruz Celulose e as
grandes montadoras de automveis esto sugerindo a seus fornecedores que tambm se
certifiquem, disseminando assim conceitos ambientais e a melhoria contnua do sistema de
gesto de cada empresa.
MARTINI e GUSMO (2003, p.212) descrevem os fatores de influncia que
determinam o reconhecimento da gesto ambiental como parte integrante dos processos
decisrios das empresas:
Acidentes com efeitos ambientais;
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Ampliao da legislao ambiental;
Aumento da concorrncia, com novos padres de competio;
Constatao da responsabilidade ambiental pelos produtos e processos;
Novas oportunidades de negcios;
Opinio e presso pblica;
Presso de associaes de classe;
Reverso de imagem negativa e maior aceitabilidade do consumidor e
Reduo de custo.
Esses fatores variam nas suas caractersticas porm, possuem um mesmo propsito,
so interdependentes, recebem influncias distintas em funo de poca ou lugar, e provocam
uma reviso dos custos externos causados pelos impactos ambientais das atividades
agregando-os aos custos internos, privados.
A tabela 2 mostra a estatstica sobre o estado das certificaes por regio brasileira,
apontando o grau de desenvolvimento por regio.
Tabela 2 - Percentual de certificados emitidos no Brasil por regio.
Regio Percentual de certificados ISO 14001
maio/junho de 2005
Centro-Oeste 1
Nordeste 11
Norte 4
Sudeste 67
Sul 17
Fonte: adaptado de POMBO e MAGRINI, 2008.
A tabela 3 mostra o domnio absoluto do estado de So Paulo sobre os demais, com quase
50% dos certificados emitidos, seguido de Minas Gerais (9%), Rio de Janeiro (7,9%) e Rio
Grande do Sul (7,3).
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Tabela 3 - Percentual de certificaes ISO 14001 emitidos por estado.
Estado Percentual
Certificados ISO 14001
Par 1,2
Esprito Santo 1,6
Pernambuco 1,8
Amazonas 3,1
Santa Catarina 3,9
Paran 5,9
Bahia 6,8
Rio Grande do Sul 7,3
Rio de Janeiro 7,9
Minas Gerais 9,0
So Paulo 48,1
Fonte: POMBO e MAGRINI, 2008.
Pela tabela 4 o setor predominante quanto s certificaes o setor industrial, com
predominncia dos setores automotivo e petroqumica que, juntos, correspondem a mais de
20% dos certificados ISO 14.001 emitidos, ficando acima do setor metalrgico, somando-se a
metalurgia e siderrgica, que compreende 9% do total.
O quadro de certificaes vem se modificando por ao das grandes empresas
automotivas e petroqumicas que do preferncia a fornecedores com certificao ISO 14001.
Tabela 4 Percentual de certificados emitidos no Brasil por setor em 2006.
Percentual Descrio
14 Automotivo
9 Petroqumico
8 Qumico
8 Prestao de servio
6 Metalurgia
5 Transporte/hotelaria/turismo/logstica/navegao
Fonte: POMBO e MAGRINI, 2008.
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Tabela 4 Percentual de certificados emitidos no Brasil por setor em 2006. (continuao) Percentual Descrio
5 Agroflorestal/papel e celulose/florestal madeira/reflorestamento/moveleiro
5 Eltrica/eletroeletrnico/eletrnico
4 Hidreltrica/servios pblicos/saneamento
4 Plstico/borracha
3 Tecnologia/computao/telecomunicaes
3 Alimentcio/bebidas
3 Farmacutico/hospital
3 Siderurgia
2 Construo civil/material de construo
2 Minerao
2 Txtil/calados
1 Cosmtico/higinico/limpeza
1 Fbrica de vidros
14 Outros
Fonte: POMBO e MAGRINI, 2008.
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28
3 A INDSTRIA METAL - MECNICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
3.1 A Indstria metal-mecnica
O ramo metal mecnico tem como seu principal setor industrial fornecedor de
matrias-primas a indstria siderrgica. Os produtos fabricados no setor metal-mecnico so
oriundos de setores como a indstria automobilstica, hidro-mecnica, siderrgica, naval,
minerao, construo civil e outras. Como na indstria metal-mecnica, ao longo da dcada
de 90, o setor siderrgico nacional passou por grandes transformaes e, sem dvida, a maior
delas foi privatizao das empresas estatais. Mas, o investimento (modernizao do parque
industrial) foi notvel nessa dcada. A indstria metal-mecnica e a siderurgia otimizaram
seus processos produtivos aumentando a produtividade, em relao dcada de 1980 a uma
taxa mdia de 9,3%. A tabela 5 mostra o desempenho recente da indstria siderrgica
brasileira de 1989 a 2004.
Tabela 5 Desempenho da indstria metalrgica brasileira. Anos Produo Consumo
aparente
de
laminados
Emprego
Total (*)
(B)
Produtividade
(A/B)
Investimento
(US$
milho)
Capacidade
produtiva
Grau de
ocupao
(%)
Ao
bruto
(A)
Lami-
nados
Semi-
acabados
1989 25.055 16.269 6.473 11.748 173.974 144 601 28.000 89,5
1990 20.567 14.686 4.880 8.810 132.657 155 494 28.000 73,5
1991 22.617 14.940 5.899 9.216 122.350 185 339 28.000 80,8
1992 23.934 15.804 5.783 8.861 109.707 218 350 28.000 85,5
1993 25.207 16.493 6.476 10.564 101.528 248 581 28.000 90,0
1994 25.747 17.271 6.221 12.061 97.414 264 866 28.200 91,3
1995 25.076 16.059 6.623 11.994 89.246 281 987 28.300 88,6
1996 25.237 16.683 6.468 13.033 77.547 325 1.334 29.550 85,4
1997 26.153 17.425 6.724 15.326 73.578 355 2.000 29.897 87,5
1998 25.760 16.433 6.856 14.483 62.868 410 2.227 30.557 84,3
1999 24.996 16.793 7.131 14.078 58.849 425 1.359 28.928 86,4
2000 27.865 18.213 7.584 15.760 62.712 444 1.234 29.889 93,2
2001 26.717 18.073 7.717 16.694 66.155 404 1.335 32.876 81,3
2002 29.604 19.032 8.841 16.484 64.424 460 857 33.388 88,7
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Anos
Produo Consumo
aparente
de
laminados
Emprego
Total (*)
(B)
Produtividade
(A/B)
Investimento
(US$
milho)
Capacidade
produtiva
Grau de
ocupao
(%)
Ao
bruto
(A)
Lami-
nados
Semi-
acabados
2003 31.147 21.090 8.029 15.955 82.131 379 824 33.694 92,4
2004 32.909 23.368 7.187 18.316 86.287 381 946 34.022 96,7
2005 31.610 22.607 6.629 16.812 95.110 332 1.894 36.039 87,7
Fonte: Anurio Estatstico do IBS, vrios anos.
Nota: Dados de produo, consumo e capacidade produtiva em milhares de toneladas; dados de produtividade em quilograma de ao bruto por homem-ano; dados de emprego incluem trabalhadores subcontratados. (*) A partir de dezembro de 2003 todas as empresas passaram a incluir o efetivo de terceiros na produo e administrao.
O Rio de Janeiro, mais precisamente sua indstria metal-mecnica, passou por um
longo perodo de esvaziamento econmico, conseqncia em parte da mudana da capital
federal para Braslia e da fuso entre antigos estados da Guanabara e Rio de Janeiro
(MOREIRA, 2003). Porm, a indstria metalrgica, caso especfico, modernizou seu cenrio.
Como exemplo a Companhia Siderrgica Nacional (CSN) que passou de sinnimo de
ineficincia, ainda sobre o controle estatal, a elevado padro internacional de tecnologia,
produtividade e eficincia, mantendo uma taxa de crescimento, segundo o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatstica (IBGE/PIM)2006, de 1,9% contra -0,2% do perodo 1994/1999 e
vem mostrando uma crescente e irreversvel conscientizao ambiental. O Estado
responsvel na rea siderrgica por quase um quarto da produo nacional de ao bruto, se
posicionando como segundo plo siderrgico do pas. Esta posio se deve Usina Presidente
Vargas, CSN, como detentora de 75% do produto deste ao no estado em 2004. Os
investimentos realizados na CSN na dcada de 1990 consolidaram sua posio como maior
usina siderrgica da Amrica Latina. A tabela 6 mostra a produo de ao bruto do Rio de
Janeiro por usinas, entre 1993 e 2004.
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Tabela 6 Produo de ao bruto no Estado do Rio de Janeiro, em milhares de toneladas.
Regio/Usina 1993 1995 1997 1999 2001 2002 2003 2004
Mundo 727.548 752.260 798.842 786.750 845.500 903.100 964.700 1.056.600
Brasil 25.207 25.076 26.153 24.996 26.700 29.600 31.100 32.909
Rio de Janeiro 5.867 5.836 6.222 6.365 5.484 6.459 6.836 7.398
CSN 4.337 4.340 4.796 4.851 4.084 5.107 5.318 5.518
Cosigua-Santa
Cruz
1.218 1.180 1.064 1.124 1.044 965 1.097 1.316
Barra Mansa 312 308 364 390 392 387 421 564
RJ/Brasil (%) 23,30% 23,30% 23,80% 25,50% 20,5% 21,8% 22,0% 22,5%
Fonte: Anurio Estatstico do IBS, vrios anos.
Nota: Produo da Usina de Santa Cruz calculada por resduo.
O trabalho enfoca a indstria metal-mecnica especializada na fabricao de bombas
para combustveis lquidos comerciais que, como todo setor metal-mecnico, utiliza suas
matrias-primas da siderurgia.
3.1.1 O processo produtivo do setor metal-mecnico
CHAIB (2005) apresenta de forma esquemtica (figura 2) o processo produtivo tpico
de uma indstria metal-mecnica. Estas atividades sero descritas a seguir com suas
operaes e impactos ambientais e riscos a sade e segurana do trabalhador.
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31
Figura 2 - Produo de uma tpica indstria metal-mecnica (Fonte: CHAIB, 2005)
A tabela 7 lista cada atividade do fluxograma apresentado na figura 2, seus aspectos
ambientais, impactos ambientais e riscos a sade e segurana dos trabalhadores de uma
indstria metal mecnica.
Projeto mecnico Matria Prima
Furao
Traagem
Corte
Montagem
Soldagem
Limpeza / Acabamento
Inspeo Inicial (mecnica)
Inspeo Final (Jateamento / Pintura)
Conformao Usinagem
Jateamento de granalha
Pintura Expedio
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32
Tabela 7 - Principais aspectos ambientais e impactos associados e riscos sade e segurana
dos trabalhadores.
Setor Aspecto ambiental Impactos ambientais associados
Riscos sade e segurana dos trabalhadores
1)Recebimento e transporte de matrias primas e peas
a. Emisses da queima de combustveis nos escapamentos dos veculos de transporte (material particulado): CO, Sox, NOx, HC, etc.
- Aumento da concentrao de poluentes atmosfricos; - Danos sade da populao
a. Fsicos: rudo e temperaturas extremas b. Qumicos: materiais particulados. c.Mecnicos: corte, atropelamento e prensamento. d. Ergonmico: posies inadequadas e carregamento de peso.
2) Traagem a. Gerao de resduos slidos: giz e outros materiais utilizados para marcao / traagem
- Contaminao do solo a. Fsicos: rudo b. Mecnicos: atropelamento, corte e prensamento. d. Ergonmico: posies inadequadas.
3) Corte a. maarico b. corte plasma c. mquina de corte
a. Gerao de resduos slidos: cavacos, borras, e sucatas metlicas reciclveis b. Gerao de efluentes lquidos: leos lubrificantes, lquidos refrigerantes e fluidos de corte; c.Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso), nvoas e vapores; d. Uso de energia eltrica e de combustveis (GLP)
- Contaminao do solo e cursos dgua; - Emprego de recursos naturais e energia; - Alterao da qualidade do ar.
a. Fsicos: rudo, temperaturas extremas (calor) e radiaes no ionizantes b. Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento, choques, queimaduras e projeo de partculas c. Qumicos: fumos metlicos e material particulado d. Ergonmico: posies inadequadas
4) Usinagem a. Gerao de resduos slidos: cavacos, borras e sucatas metlicas reciclveis. b. Gerao de efluentes lquidos: leos lubrificantes, lquidos refrigerantes, fluidos de corte. c. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso), nvoas e vapores. d. Uso de energia e de combustveis (GLP)
- Contaminao do solo e dos cursos dgua. - Emprego de recursos naturais e energia. - Alterao da qualidade do ar
a. Fsicos: rudo e radiaes no ionizantes b. Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento, queimaduras, projeo de partculas e choques. c. Qumicos: fumos metlicos e material particulado d. Ergonmico: posies inadequadas
Fonte: CHAIB, 2005.
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33
Tabela 7 - Principais aspectos ambientais e impactos associados e riscos sade e segurana dos trabalhadores (continuao).
Setor Aspecto ambiental Impactos ambientais associados
Riscos sade e segurana dos trabalhadores
5) Furao a. Gerao de resduos slidos: limalhas b. Gerao de efluentes lquidos: fluidos de corte e leos lubrificantes c. Uso de energia eltrica
- Contaminao do solo - Emprego de recursos naturais e energia
a. Fsicos: rudo b.Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento e choques. c. Qumicos: lquidos oleosos refrigerantes d. Ergonmico: posies inadequadas
6) Conformao
a. Gerao de resduos slidos: cavacos e sucatas metlicas reciclveis b. Gerao de efluentes lquidos: leos lubrificantes, lquidos refrigerantes, fluidos de corte c. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso) d. Uso de energia eltrica e de combustveis (GLP)
- Contaminao do solo - Emprego de recursos naturais e energia - Alterao da qualidade do ar
a. Fsicos: rudo b.Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento e choques. c. Qumicos: fumos metlicos e material particulado d. Ergonmico: posies inadequadas
7) Montagem a. Gerao de resduos slidos: cavacos, borras e sucatas metlicas reciclveis. b. Gerao de efluentes lquidos: leos lubrificantes, lquidos refrigerantes e fluidos de corte. c. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso), nvoas e vapores. d. Uso de energia eltrica
- Contaminao do solo e dos cursos dgua. - Emprego de recursos naturais e energia. - Alterao da qualidade do ar
a. Fsicos: rudo b. Mecnicos: atropelamento, corte e prensamento c. Qumicos: fumos metlicos e material particulado d. Ergonmico: posies inadequadas
8) Soldagem a. Gerao de resduos slidos provenientes dos materiais consumveis de solda b. Uso de energia eltrica c. c. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso)
- Contaminao do solo - Emprego de recursos naturais e energia - Alterao da qualidade do ar
a. Fsicos: rudo, radiaes no ionizantes e temperaturas extremas (calor) b. Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento, choques, queimaduras e projeo de partculas c. Qumicos: fumos metlicos e materiais particulados d. Ergonmico: posies inadequadas
Fonte: CHAIB, 2005.
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34
Tabela 7 - Principais aspectos ambientais e impactos associados e riscos sade e segurana
dos trabalhadores (continuao). Setor Aspecto ambiental Impactos
ambientais associados
Riscos sade e segurana dos trabalhadores
9) Acaba- Mento
a. Gerao de resduos slidos: limalhas, borras e cavacos metlicos b. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso) e fumos metlicos c. Uso de energia eltrica e de combustveis (GLP)
- Contaminao do solo - Emprego de recursos naturais e energia - Alterao da qualidade do ar
a. Fsicos: rudo, temperaturas extremas (calor) e vibrao b. Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento, queimaduras, choques e projeo de partculas c. Qumicos: fumos metlicos e poeira d. Ergonmico: posies inadequadas
10) Operao De ponte rolante
a. Uso de energia eltrica - Emprego de recursos naturais e energia.
a. Fsicos: rudo b. Mecnicos: quedas de pessoas, queda de materiais e choques
11) Inspees (em quaisquer fases)
- - a. Fsicos: rudo b. Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento, e queimaduras c. Ergonmico: posies inadequadas
12) Expedio
a. Gerao de resduos slidos: isopor, papel, madeira e plstico b. Emisses de escapamentos dos veculos de transporte c. Emisses atmosfrica: material particulado, gases, nvoas e vapores
- Contaminao do solo e cursos dgua - Emprego de recursos naturais e energia - Alterao da qualidade do ar
a. Fsicos: rudo e temperaturas extremas (calor) b. Mecnicos: corte, prensamento e choques c. Ergonmico: posies inadequadas
13) Jateamento de granalha de ao
a. Gerao de resduos slidos: limalhas, borras e cavacos metlicos b. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso) c. Uso de energia eltrica e de combustveis (GLP)
- Contaminao do solo - Emprego de recursos naturais e energia - Alterao da qualidade do ar
a. Fsicos: rudo, temperaturas extremas (calor) e vibrao b. Mecnicos: atropelamento, corte, prensamento, queimaduras, choques e projeo de partculas c. Qumicos: fumos metlicos e poeira d. Ergonmico: posies inadequadas
Fonte: CHAIB, 2005.
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35
Tabela 7 - Principais aspectos ambientais e impactos associados e riscos sade e segurana
dos trabalhadores (continuao).
Setor Aspecto ambiental Impactos ambientais
associados
Riscos sade e segurana
dos trabalhadores
14) Pintura a. Gerao de resduos slidos: borra de tinta b. Emisses atmosfricas: material particulado (partculas inalveis PM10 e totais em suspenso), vapores e nvoas, compostos orgnicos volteis VOCs (solventes e tintas c. Uso de energia eltrica
- Contaminao do solo e cursos dgua - Emprego de recursos naturais e energia - Alterao da qualidade do ar
a. Fsicos: rudo b. Mecnicos: corte, prensamento e choques c. Qumicos: neblinas e nvoas (hidrocarbonetos aromticos) d. Ergonmico: posies inadequadas
15)
Escritrios
administrativo
e operacional
e cozinha
a. Gerao de resduos slidos:
papel e plstico
- Contaminao do
solo e cursos
dgua.
a. Fsicos: rudo e
temperaturas extremas
(calor)
b. Ergonmico: posies
inadequadas
Fonte: CHAIB, 2005.
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36
4 ESTUDO DE CASO
4.1 A Dresser Indstria e Comrcio Ltda., Diviso Wayne
A chegada da Wayne ao Brasil est diretamente ligada a um momento de grande
desenvolvimento industrial, mas tambm de crises polticas e sociais. Em 22 de julho de 1931
a Equipamentos Wayne do Brasil iniciou suas atividades no pas, na fabricao e venda de
bombas medidoras e computadores e sistemas de controle para postos de abastecimento de
combustveis lquidos. Hoje, a Wayne Brasil lder do mercado nacional, com posio
marcante nas exportaes atendendo a mais de 80 pases na Amrica Latina, frica, Oriente
Mdio e sia.
As preocupaes com o meio ambiente levaram a Wayne a investir em preveno e
eliminao / minimizao de riscos em suas instalaes da fbrica, recebendo, em julho de
2003, o certificado ISO 14001:96 (Anexo A). Em setembro de 2006 obteve o certificado em
conformidade com os requisitos da norma ISO 14001:2004 (Anexo H). O fluxograma
simplificado do processo de fabricao e layout da produo so apresentados nas figuras 3 e
4, respectivamente.
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37
Recebimento / Inspeo
Corte de tubos
Almoxarifado
Estamparia Pintura Eletrosttica Usinagem
Virar tubos
Impregnar Teste da Compacta
Fazer vira ou rosca
Montagem Centrifugar Pintura Eletrosttica
Rebarbar Usinagem
Montagem
Teste Final
Aprovado
Adesivo
Embalagem
Expedio
Teste
Aprovado
Exportao
Ferro Alumnio Ao Tubos de cobre e alumnio
Desmontar
Segregar
No
Sim
Figura 3 - Fluxograma do processo produtivo da Dresser -Diviso Wayne (Fonte: Serber, 2008)
Montagem do
GHM
Desmontar
Pintura lquida?
No
Sim No
Sim
Galvaneal
Pintar com tinta lquida
No
Sim
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Figura 4 - Layout da indstria (Fonte: Dresser, 2006).
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4.1.1 Etapas do processo de produo da indstria
A seguir so apresentadas as etapas do processo produtivo, de acordo com a figura 3.
Os processos so apresentados com o objetivo de descrever as atividades de cada setor
envolvido no processo produtivo e suas matrias primas. Os aspectos e impactos ambientais
destes setores esto descritos mais detalhadamente, no item 4.5.
Recebimento de materiais (Qualidade Assegurada)
Objetivo: analisa quantitativamente as matrias primas recebidas e libera o material
conforme para guarda no almoxarifado e posterior distribuio linha de produo.
Recebimento / Almoxarifado
Objetivo: recebe matrias primas dos fornecedores externos, codifica e direciona s
reas produtivas.
As matrias primas so retiradas dos caminhes com auxlio de empilhadeiras gs
GLP. Os materiais de menor porte (parafusos, porcas, bicos, elastmeros, etc...) so retirados
manualmente.
Estamparia (figura 5)
Objetivo: transforma chapas de ao em produtos atravs das seguintes operaes:
Corte: corte das chapas em guilhotinas e puncionadeiras. O material colocado sob as
ferramentas de corte (guilhotinas) e atravs de um sistema pneumtico, acionado a
guilhotina que realiza o processo de corte.
Estampagem: existem no mercado inmeros processos de conformao de chapas
contudo, esta etapa do processo ser resume a furao feita em puncionadeiras de
controle numrico.
Dobramento: a conformao das peas neste processo se d por utilizao de prensas e
viradeiras que, por ao mecnica / pneumtica, conformam as peas forma de uma
matriz.
Matrias primas utilizadas: chapas de ao carbono sem revestimento ou com
revestimento de zinco (galvanneal, minimizada e galvanizada) e ao inoxidvel.
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Figura 5 - Setor de estamparia (Fonte: Serber, 2008).
Fosfatizao (figuras 6 e 7)
Objetivo: processo qumico para preparo de superfcies que sero pintadas. Esses
processos aumentam a ancoragem da tinta no metal base e do a este metal aumento de
resistncia a intempries (ao da luz solar, calor, frio e umidade).
Esta linha composta por trs banhos:
Primeiro desengraxante e fosfatizante;
Segundo lavagem com gua corrente e
Terceiro lavagem com gua corrente.
Matrias primas utilizadas: desengraxantes alcalinos e fosfato de ferro.
Figuras 6 e 7 - Setor de fosfatiza0 (Fonte: Serber, 2008).
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Pintura p eletrosttica (figura 8)
Objetivo: aplicar camada orgnica (tinta) sobre peas de ao (carbono e inoxidvel)
para proteo contra intempries e ataques qumicos causados por solventes orgnicos. Este
tipo de pintura no requer uso de solventes orgnicos (redutores).
Matrias primas utilizadas: tintas p polister de diversas cores.
Figura 8 - Setor pintura p (Fonte: Serber, 2008).
Pintura lquida / Serigrafia (figuras 9 e 10)
Objetivo: aplicar sobre a pintura p eletrosttica a imagem do cliente no processo de
serigrafia ou pintura com uso de pistola. Linha de pintura lquida convencional, usando
pistola ou mquina serigrfica para impressos gerais, com tintas vinlicas e/ou automotivas.
As peas que foram pintadas com tinta lquida foram necessariamente pintadas com tinta p
eletrosttica, mas, nem toda pea pintada com p eletrosttica pintada com tinta lquida
convencional. O processo possui cabine de pintura com cortina dgua.
Matrias primas utilizadas: tintas lquidas serigrficas vinlicas ou poliuretnicas,
redutores de tinta e coagulante de tinta.
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Figuras 9 e 10 - Setor de pintura lquida e serigrafia (Fonte: Serber, 2008).
Usinagem (figura 11)
Objetivo: usinar as matrias primas fundidas por terceiros (alumnio e ferro) em
Centros de Usinagem.
Matrias primas utilizadas: blocos de alumnio ou ferro fundido e leo solvel.
Figura 11 - Setor de usinagem (Fonte: Serber, 2008).
Linha de Impregnao (figura 12)
Objetivo: impregnar peas de alumnio fundido com resina anaerbia com objetivo de
eliminar micro poros das peas.
Matrias primas utilizadas: fundidos de alumnio, resina anaerbia, eritorbato de sdio
e detergente aninico.
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Figura 12 - Linha de impregnao (Fonte: Serber, 2008).
Montagem do GHM (figuras 13 e 14)
Objetivo: montagem do bloco medidor componente da bomba de combustvel com
peas fundidas e testes para liberao do bloco montado para linha de montagem.
Matrias primas utilizadas: blocos fundidos, usinados, impregnados e lquido de teste
hidrocarboneto parafnico.
Figuras 13 e 14 - Montagem do GHM (Fonte: Serber, 2008).
Montagem das bombas (figura 15)
Objetivo: montagem de bombas com as matrias primas citadas nas etapas anteriores.
Matrias primas utilizadas: peas estampadas e pintadas, blocos medidores usinados e
impregnados, elastmeros diversos, motores e mangueiras.
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Figura 15 - Setor de montagem de bombas (Fonte: Serber, 2008).
Teste Final (figura 16)
Objetivo: testar as bombas de combustveis lquidos para aferio (INMETRO).
Matrias primas utilizadas: lquido de teste hidrocarboneto parafnico.
Figura 16 - Setor de teste final (Fonte: Serber, 2008).
Embalagem (figura 17)
Objetivo: Embalar o produto final, numerar e posicionar para expedio final.
Matrias primas utilizadas: embalagem de madeiras e papelo, sacos plsticos,
grampos e fita adesiva.
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Figura 17 - Setor de embalagem (Fonte: Serber, 2008).
4.1.2 O histrico da empresa quanto s certificaes
Acompanhando o bom desempenho do setor metal mecnico na dcada de 1990, a
Wayne investiu, em outubro de 1995, no processo de garantia da qualidade, tendo sido uma
das pioneiras no Brasil a receber a certificao ISO 9000. Nesta fase, ou melhor, a partir dela,
uma segunda Wayne tomou forma, mais moderna e dinmica. Novas mquinas, equipamentos
e funcionrios foram necessrios ser introduzidos para que a empresa enfrentasse a
concorrncia. Internacionalmente a Wayne Brasil comea a ganhar reconhecimento e seus
produtos comeam a ser exportados no s para a Amrica Latina, como para a frica e
Oriente Mdio.
A partir de ento a Wayne comea a se preocupar com sua responsabilidade social e
lana, no incio da dcada de 2000 o projeto volta s aulas, baseado em pesquisa interna que
indicava que 38% do quadro funcional apresentavam escolaridade inferior ao ensino mdio.
Foi ento firmado parceria com o SESI (Servio Social da Indstria) e criado um centro de
treinamento com toda a infra-estrutura necessria (figura 18). Hoje 100% da mo de obra na
empresa tm, no mnimo, escolaridade secundria ou curso tcnico.
O trabalho social da empresa se expande e chega ao Lions Camp Tijuca para
aprendizado com menores de 16 a 18 anos de idade que so treinados e aprendem o convvio
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46
no mercado de trabalho. Esses menores tm que estar cursando o segundo grau e tm
avaliao permanente dos supervisores de rea da empresa.
Em 2002 a Wayne, aps efetivada a cultura da qualidade na empresa e os primeiros
passos sociais com a comunidade vizinha, inicia todo o processo que a levou, em julho de
2003, a obteno do certificado ISO 14001.
Figura 18 - Centro de treinamento (Fonte: Dresser, 2006).
4.1.3 A motivao a partir das certificaes adquiridas
A partir de 2003 comeou a ser verificado, vindo dos prprios funcionrios, mudanas
comportamentais que levaram melhoria no housekeeping fabril. A figura 19 ilustra a
situao antes da implantao do SGA e a figura 20 a situao atual e as participaes pr
ativas nos objetivos e metas ambientais anuais.
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Figuras 19 e 20 - Fbrica antes e depois da implantao do SGA (Fonte: Dresser, 2006).
Isto se deve ao fato de que as informaes e treinamentos passaram a fazer parte da
rotina dos funcionrios. Os objetivos e metas, tanto para a qualidade quanto para os critrios
ambientais foram dirigidos ao treinamento e conscientizao para que a mensagem de fbrica
limpa (Programa 5S), coleta seletiva, descarte de resduos e outras ferramentas de Qualidade
como boas prticas ambientais sejam perpetuados na empresa. Podemos destacar, para melhor
ilustrar as mudanas que as certificaes vem causando na empresa:
Melhorias das condies do teste final de bombas de acordo com as figuras 21 (antes)
e 22 (depois). Vale ressaltar, como mencionado anteriormente, que este teste utiliza,
hoje, um produto orgnico (hidrocarboneto parafnico) cujo ponto de fulgor 121C,
em comparao com mistura de solventes anteriormente usada cujo ponto de fulgor
era de 38C.
Melhoria das condies de armazenagem e coleta de resduos industriais, de acordo
com as figuras 23 (antes) e 24 (depois).
Melhoria das instalaes eltricas, visando atender sempre (aps a implantao do
sistema 14001) as normas brasileiras, no caso a norma regulamentadora nmero 10
segurana em instalaes e servios em eletricidade da Portaria n 3.214 do Ministrio
do Trabalho e Emprego.
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48
Figuras 21 e 22 - Setor de teste final antes e depois da implantao do SGA
(Fonte: Dresser,2006).
Figuras 23 e 24 - Setor de estocagem temporria de resduos antes e depois da implantao do
SGA (Fonte: Dresser, 2006).
Estas melhorias, caso especfico, so solicitadas pelos funcionrios, em formulrio
prprio para oportunidade de melhoria ou atravs de ordem de servio manuteno. Isso
levado primeira importncia por todos os funcionrios devido ao incndio que, em 1989,
consumiu grande parte das instalaes da Wayne (figuras 25 e 26).
Este evento uma mostra do no cumprimento de normas e legislaes que levam
graves conseqncias materiais e ambientais. Hoje, aps o sinistro de 1989, a NR10 e a
instruo do sistema de gesto ambiental identificao, estocagem e manuseio de produtos
perigosos IGA-010 so utilizadas dentro do parque industrial evitando este tipo de
acidente. Dentro do escopo da ISO 14001 (item 4.4.7 da norma NBR ISO 14001:2004
preparao e resposta a emergncia) a empresa deve estabelecer, implementar e manter
procedimento para identificar potenciais situaes de emergncia e potenciais acidentes que
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possam ter impacto sobre o meio ambiente e deve, periodicamente, analisar e testar esse
procedimento. Para este atendimento foi elaborado o procedimento interno A-002- Plano de
Emergncia (Anexo B) o qual revisado a cada 24 meses (ou quando da ocorrncia de
acidentes, situaes emergenciais ou resultados de simulaes) e posto em prtica, atravs de
simulados, a cada ano.
Figuras 25 e 26 - Sinistro em 1989 (Fonte: Dresser, 2006).
4.2 Modelo implantado de sistema de gesto ambiental
A certificao um procedimento pelo qual um terceiro, rgo certificador, fornece
prova escrita de que um produto, processo ou servio encontra-se em acordo com requisitos e
normas especificados. Da empresa certificada conclui-se que possui uma poltica ambiental e
que vem mantendo o seu sistema de gesto em conformidade com os requisitos da norma
NBR ISO 14001.
No caso especfico Wayne, a proposta de se criar um sistema de gesto ambiental e
posterior certificao deste sistema foram decididos pela diretoria em reunio da alta
administrao do sistema da qualidade que, desde 1995, j havia sido implantado (ISO
9001:2000). Formou-se ento uma equipe, onde a todos os gerentes e supervisores da fbrica
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50
foram dadas responsabilidades ambientais nos seus setores. O modelo ento proposto por
todos para incio do sistema de gesto ambiental (SGA) indicado na figura 27.
Priorizar FMEA dos aspectos ambientais significativos
Alta Administrao quer Setor Ambiental na empresa
Levantamento dos impactos em toda a indstria
Contratao de Consultoria Especializada
Gerncia de Qualidade assume responsabilidade
Reunio entre diretoria e gerentes para implementao do sistema
Elaborar planilha para controle dos aspectos ambientais significativos
Correlacionar planilha de legislao ambiental com as instrues e procedimentos e sua aplicabilidade
Levantamento da legislao ambiental aplicada Wayne
Elaborar a poltica ambiental e manual do sistema Wayne
Elaborar instrues e procedimentos especficos para o SGA e Plano de Emergncia
Elaborar manual do sistema de gesto ambiental
Aprovar, na reunio da alta administrao
Figura 27 - Fluxo da gesto ambiental (Fonte: Serber, 2008).
Preparar local adequado para treinamento constante
Treinar toda a empresa Elaborar ficha de freqncia (evidncia)
Acolher sugestes OPM (oportunidade de melhorias da organizao)
Sim
No
Implantao de mudanas no processo
Treinamento em auditorias internas
Avaliar o sistema de auditorias internas do SGA
Abrir relatrio de ao corretiva
SGA OK?
Implantar as correes
Gerenciamento contnuo do processo
Sim No
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51
A seguir descrevem-se as etapas deste sistema para melhor entendimento de como se
iniciou o SGA Wayne.
Esta descrio seguir, para melhor orientao, os passos do sistema de gesto
ambiental Requisitos com orientaes para uso, contidos na NBR ISO 14001:2004.
4.3 O apoio da alta administrao
Na Wayne o SGA foi uma solicitao direta da diretoria, alta administrao, aos
gerentes. Foi colocado que era estratgico para a empresa a obteno da certificao NBR
ISO 14001 devido entrada da Wayne no mercado asitico, e isto seria um diferencial. Logo
o comprometimento da alta administrao foi total.
4.3.1 Delegando poderes a gerncia da qualidade assegurada
O coordenador para a implantao do SGA Wayne, designado pela alta administrao,
foi o gerente da qualidade assegurada j que este detinha os conhecimentos da implantao do
sistema da qualidade. O gerente da qualidade passa ento a ser o gerente da qualidade
assegurada e meio ambiente e o engenheiro da qualidade, ligado ao departamento, assume
tambm a responsabilidade para execuo do novo sistema.
4.4 A poltica e o manual do sistema de gesto ambiental
A equipe responsvel para a elaborao da Poltica Ambiental da empresa e do
Manual do Sistema de Gesto Ambiental foi composta pelo diretor tcnico, o gerente da
qualidade e meio ambiente e o engenheiro qumico da qualidade e meio ambiente. O incio
dos trabalhos foram levantamentos de polticas e manuais de empresas j certificadas (NBR
ISO 14001) e brainstorming entre os participantes para adequar todos os dados obtidos s
condies especficas da empresa. Visitas empresas certificadas foram realizadas e drafts
da poltica e manual foram submetidos presidncia da empresa para aprovao. O processo
foi concludo com a aprovao, pela presidncia em reunio da alta administrao, da Poltica
Ambiental, figura 28, e do Manual do Sistema de Gesto Ambiental, Anexo C.
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52
Figura 28 - Poltica ambiental aprovada (Fonte: Manual do Sistema de Gesto Ambiental).
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53
4.5 Planejamento
4.5.1 Levantando aspectos e impactos ambientais
Segundo a norma NBR ISO 14001:2004, aspecto ambiental elemento das
atividades ou produtos ou servios de uma organizao que pode interagir com o meio
ambiente. J o impacto ambiental qualquer modificao do meio ambiente, adversa ou
benfica, que resume, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organizao.
Este levantamento, caracterizao, o estado atual da empresa e aponta onde devem ser
direcionados e priorizados os cuidados e investimentos da empresa.
4.5.1.1 Metodologia utilizada para priorizar os aspectos ambientais
Segundo Saroldi (2009, p.17) Os mtodos de avaliao de impacto ambiental so
mecanismos estruturados para identificar, coletar, analisar de modo sistemtico, comparar e
organizar as informaes e dados sobre um projeto ou processo e seus impactos ambientais.
Estes mtodos devem ser selecionados e aplicados sempre por equipes
multidisciplinares, contando com profissionais da rea ambiental e com os tcnicos
responsveis pela implantao e operao do empreendimento ou atividade.
Segundo Magrini (1996) existem tcnicas de avaliao que buscam uma mensurao
dos aspectos ambientais em termos monetrios (valorao econmica) e outras que procuram
aplicar escalas valorativas aos diferentes impactos medidos originalmente em suas respectivas
unidades fsicas.
Os mtodos so mecanismos estruturados para a identificao, comparao e
organizao de dados sobre impactos ambientais, meios pelos quais as informaes so
apresentadas em diversos formatos visuais para que possam ser interpretados pelos
responsveis pela tomada de deciso (Almeida, 2006).
Em relao seleo da metodologia a ser empregada para a avaliao dos impactos
ambientais, Braga (2002) ensina que tarefa especfica de cada caso a partir da comparao
entre os mtodos de aplicao desses impactos. Cada um dos mtodos apresenta diferentes
graus de subjetividade na sua aplicao e possveis dificuldades de quantificao para cada
caso especfico.
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54
Apresenta-se a seguir os principais mtodos utilizados na avaliao de impacto
ambiental.
Mtodo ad hoc elaborados para um projeto ou processo especfico, identificando
normalmente os impactos atravs de brainstorming realizado em reunies de tcnicos
permitindo obter uma viso da questo ambiental. Os impactos so caracterizados e
sintetizados em tabelas ou matrizes.
Listas de Controle ou Check-Lists relaes padronizadas de fatores ambientais a
partir das quais se identificam os impactos provocados pelas aes. Alm de ser uma forma
concisa e organizada de relacionar os impactos, podem estar associados a escalas de valorao
e ponderao dos fatores apresentando-se de diversas formas:
Listagens descritivas utilizadas para orientar as avaliaes de impacto ambiental,
relacionando aes, componentes ambientais e respectivas caractersticas que podem
ser alteradas. Podem conter informaes sobre tcnicas mais adequadas de medio e
previso para os indicadores ambientais, bem como sobre a ponderao dos impactos.
Listagens comparativas incorporao de critrios de relevncia aos indicadores
ambientais caractersticos do estado ambiental altervel pelos impactos. A relevncia
do impacto atribuda numericamente, ou atravs de letras, de acordo com a
intensidade do impacto considerado significativo, podendo ainda considerar o tempo
de atuao desse impacto.
Listagens em questionrios consideram os impactos de forma mais ampla que as
listagens anteriores, analisam os impactos em relao ao ecossistemas, vetores de
doenas, poluio da gua, do ar e do solo, entre outros. Este tipo de listagem
baseada numa srie de perguntas encadeadas.
Listagens ponderais listagens de controle comparativas com ponderao. A
importncia de cada parmetro indicada pela atribuio de pesos em relao soma
dos impactos do projeto. bastante objetivo para comparao de alternativas, permite
previso de magnitude pelo emprego de escala normalizada de valores, porm no
permite a interao dos impactos e no distingue a distribuio temporal.
Mtodos Matriciais tcnicas bidimensionais que relacionam aes com fatores
ambientais. Utilizam indicadores que quantificam e qualificam os impactos de cada ao
configurando seu potencial de impacto visando fixar medidas mitigadoras de impactos
negativos ou pontencializadoras de impactos positivos.
A Matriz de Leopold o mtodo matricial mais conhecido, onde as colunas
representam as aes do projeto e as linhas referem-se aos componentes ambientais afetados
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55
pelo empreendimento ou processo (fatores ambientais). A montagem da Matriz de Leopold
consiste em assinalar todas as possveis interaes entre os aspectos ou aes e os fatores
ambientais identificando os impactos positivos e os negativos e seus atributos principais:
magnitude, a grandeza em escala espao-temporal da interao dos aspectos e a importncia, a
intensidade do efeito no ambiente.
tambm usual a utilizao da Matriz de Leopold modificada, como por exemplo a
identificao e a avaliao dos impactos ser em trs etapas: (1) correlao de cada uma das
atividades impactantes previstas com os respectivos aspectos ambientais afetados; (2)
identificao dos impactos ambientais significativos; (3) avaliao e descrio de cada
impacto, tendo como critrios magnitude, importncia e significncia. A magnitude refere-se
ao grau de incidncia de um impacto sobre o fator ambiental, em relao ao universo deste. A
importncia refere-se ao grau de interferncia do impacto ambiental sobre diferentes aspectos
ambientais, estando relacionada estritamente com a relevncia da perda ambiental e a
significncia a combinao dos nveis de magnitude e importncia, conforme o quadro
abaixo.
Importncia Magnitude
Grande Mdia Pequena
Grande MS MS S
Mdia MS S PS
Pequena S PS PS
Legenda: MS Muito significativo; S Significativo; PS Pouco Significativo
Figura 29 - Classificao da significncia dos impactos ambientais Matriz de Leopold
modificada. (Fonte: Biodinmica, 2007)
Modelos de simulao so utilizados modelos matemticos com a finalidade de
representar a estrutura e funcionamento dos sistemas ambientais explorando as relaes entre
fatores fsicos, biolgicos e scio-econmicos, representam de forma simplificada a realidade.
So utilizados na previso da magnitude da alterao de um determinado aspecto ambiental
devido influncia de um projeto.
No caso da Wayne, para priorizar os aspectos ambientais levantados utilizou-se a
ferramenta da qualidade, anlise de falhas e seus efeitos (FMEA Failure Mode and Effects
Analysis). A escolha do FMEA como ferramenta se deu em funo da priorizao que ela
possibilita, atravs da aplicao de ndices de criticidade os quais pontuam e permitem uma
avaliao dos maiores riscos ambientais. Esses ao serem identificados, procedeu-se uma
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anlise crtica, de modo a estabelecer o levantamento e a anlise dos aspectos ambientais e
constituiu uma das maiores tarefas na implantao do SGA.
Para iniciar o processo, a escolha da equipe responsvel multidisciplinar foi
prioritria, contendo profissionais de reas distintas da empresa. Estes profissionais, no caso
da Wayne gerentes, supervisores e corpo tcnico, retm o conhecimento tcnico especfico
para o levantamento. Toda a equipe recebeu treinamento especfico, contido na instruo de
trabalho A-001 Identificao de aspectos ambientais, Anexo D. Abaixo so relacionadas s
funes, na empresa, de cada um dos membros da equipe e a formao acadmica.
Gerncia da qualidade e meio ambiente engenheiro mecnico
Gerncia de produo engenheiro eletrnico
Gerncia de manuteno engenheiro mecnico
Gerncia de recursos humanos administrao de empresas
Gerncia engenharia industrial engenheiro mecnico
Posto mdico mdico
Engenharia da qualidade e meio ambiente engenheiro qumico
Recursos humanos psicloga
Secretaria da engenharia bibliotecria
Segurana do trabalho tcnico de segurana
Superviso da qualidade assegurada tcnico mecnico
Superviso de estamparia e pintura advogado
Superviso de almoxarifado administrao de empresas
Superviso de usinagem engenheiro mecnico
Restaurante nutricionista
4.5.1.2 A coleta de dados
Os aspectos foram observados e coletados diretamente em visita s reas de processo.
Inicialmente nenhum aspecto, mesmo insignificante ou que no esteja no escopo do trabalho
(como por exemplo, os aspectos de sade e segurana ocupacionais no abordados na NBR
ISO 14001), deixou de ser considerado.
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4.5.1.3 A filtragem das informaes
Todos os aspectos foram levantados e colocados em planilha por rea de processo. Os
aspectos, por exemplo, relacionados a doenas ocupacionais, riscos de fora maior, como
terremotos, furaces, etc, foram suprimidos, pois, ou no estavam no escopo da NBR ISO
14001 ou fora do controle da empresa.