Post on 14-Dec-2018
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
QUALIDADE NO ATENDIMENTO DOMICILIAR-HOME CARE
Por: ADRIANA ALVES MAFRA
Orientadora
Prof.ª Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2008
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
QUALIDADE NO ATENDIEMENTO DOMICILIAR-HOME CARE
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Administração
da Qualidade.
Por: Adriana Alves Mafra
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RESUMO
A qualidade tem sido considerada como um elemento diferenciador no
processo de atendimento das expectativas de clientes e usuários dos serviços
de saúde. Toda instituição hospitalar, dada a sua missão essencial em favor do
ser humano, deve preocupar-se com a melhoria permanente da qualidade de
sua gestão e assistência de tal forma que consiga uma integração harmônica
das áreas médica, tecnológica, administrativa, econômica, assistencial e, se for
o caso, das áreas de docência e pesquisa. Tudo isso deve ter como razão
última à adequada atenção ao paciente.
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METODOLOGIA
O presente estudo foi elaborado a partir de pesquisas atualizadas e pertinentes
ao tema. Os mesmos foram consultados em sites da Internet, estudo de livros
e outras referências de revistas relacionadas ao mesmo tema.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I - Qualidade no atendimento Home Care
CAPÍTULO II - Avaliação do atendimento e as estratégias
CAPÍTULO III – Plano operacional para integrar a assistência domiciliar
CONCLUSÃO
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS FOLHA DE AVALIAÇÃO
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INTRODUÇÃO
A Qualidade em Saúde deve ser uma forma de incentivar um espírito de
indagação em relação aos processos da instituição, com a finalidade de
implantar uma filosofia de melhoria contínua nas práticas de trabalho, com
ampla participação dos envolvidos, independentemente de nível hierárquico ou
competências, visando à integração multidisciplinar inerente aos processos,
para reduzir desperdícios e eliminar o retrabalho, a racionalização por meio de
protocolos e controles comparativos entre custos/produção e a criação de
indicadores que evidenciem quanto os processos estão se aproximando ou se
distanciando das metas a ser alcançadas.
O presente trabalho, ao abordar a assistência domiciliar (HOME CARE),
visa mostrar a redução de custos tanto para hospitais quanto para pacientes
nesta forma de atendimento. O estudo baseou-se em modelos de empresas
americanas, européias e brasileiras, que apontavam maior incidência de
atendimento domiciliar a pacientes acometidos por uma patologia crônica.
O home care ou internação domiciliar tem como principal objetivo reduzir
os gastos com saúde ao ampliar a possibilidade de assistência aliada a
conforto dos pacientes, abrangendo a assistência médica, prevenção a
problemas de saúde, procedimentos de enfermagem, fisioterapia,
acompanhamento nutricional e psicológico e a internação hospitalar, dentre as
múltiplas especialidades, e quase tudo que é feito num hospital pode, também
ser feito em casa, de acordo com a doença.
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A nova regulamentação dos planos de saúde recentemente aprovada
pelo Congresso Nacional e em fase de homologação pelo poder executivo,
provavelmente ampliará o potencial de pacientes elegíveis para a assistência
domiciliar. Com isso, home care passa a contribuir na viabilização dos custos
de cobertura dos planos de assistência à saúde a um maior número de
pacientes. Por sua vez, há a vantagem de liberação de leitos hospitalares,
visto que sem nenhuma obra, construção ou investimentos de porte, aumenta-
se a capacidade de atendimento.
No Brasil, a prática de Home Care está apenas iniciando, e não há
números confiáveis de quantas empresas especializadas atuam neste serviço.
Esta nova tendência é uma reação ao cenário da saúde e da evolução como
alternativa para o enfrentamento das questões tais como envelhecimento da
população, superlotação dos hospitais, humanização do atendimento, redução
de custos, etc.
O home care, para as fontes pagadoras, significa redução de custos, por
não existirem despesas como hotelaria, de equipamentos sofisticados e a
estrutura hospitalar que são colocados a disposição dos pacientes, cobrados
em suas contas, mas não utilizados em uma boa parte das internações. Além
disso, para os hospitais, é uma interessante fonte de negócios, própria ou
mesmo terceirizada .
O home care indica para tratamento médico domiciliar o paciente
clinicamente estável que não mais necessita de uma ampla gama de serviços
oferecidos pelo hospital, objetivando, entre outras vantagens, a redução de
risco de infecções resistentes, a melhoria da qualidade de vida do paciente e
da família, evitando a perda do vínculo familiar.
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CAPÍTULO I
QUALIDADE NO ATENDIMENTO HOME CARE
1.1 – O CONCEITO DE ASSISTÊNCIA E A QUALIDADE
DOMICILIAR (HOME CARE)
HOME CARE é um serviço de internação domiciliar, altamente
especializado, que tem como objetivo proporcionar um maior conforto e
segurança ao paciente, na medida em que a recuperação ocorre dentro da sua
própria residência, e transforma o próprio dormitório do paciente em um quarto
de hospital. O home care conta com uma equipe de médicos e enfermeiros
especialmente treinada para este serviço. Quando o médico responsável pelo
paciente julgar adequado, pode solicitar a internação na modalidade Home
Care, nos casos em que o paciente depois de examinado pelo médico, não
necessite ficar internado em um hospital. E, ainda, a sua recuperação venha a
exigir cuidados médicos que podem, sem colocar em situação de agravo a sua
saúde, ser feitos na própria residência do paciente, como por exemplo:
fisioterapia, curativos, administração de medicamentos, inalações, colocação
de sonda, utilização de balão de oxigênio, etc.
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Esse serviço é indicado a paciente estável, dependente de respirador ou
não, e que possa ser tratado em casa com relativa simplicidade, dependendo
do conhecimento de quem coordena o tratamento.
Muitas das ocupações relacionadas à assistência domiciliar, vêm
crescendo e diferenciando-se, e esta área inclui as mais distintas propostas de
serviços alternativos e/ou complementares, que vão desde a formação de
um pequeno grupo de prestadores de serviços na área de saúde que se
reúnem para oferecer a execução de pequenos procedimentos em ambiente
domiciliar, passando por lojas de conveniência que entregam produtos médicos
diretamente ao domicílio dos pacientes até as grandes empresas
especializadas em assistência domiciliar que se propõe a atender pacientes
nos mais diversos níveis de complexidade, chegando algumas a manterem
pacientes em regime de suporte ventilatório com respiradores
microprocessados e equipes especializadas de enfermagem e fisioterapeutas
de plantão nas residências dos pacientes.
“ Qualidade é o empenho de aumentar ou manter tão
alto quanto possível a capacidade de um indivíduo, a
fim de que este possa alcançar excelência na execução
das atividades das quais dependam o sucesso ou o
fracasso da organização a que pertence ”
(HECKHAUSEN, 1967, p.32).
Nos Estados Unidos, o crescimento do mercado de HOME CARE é
muito forte, um segmento de saúde que mais cresce nos últimos anos e o
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segundo entre as indústrias que mais se desenvolvem só perdendo para a
indústria de informática. Além disso, o home care e a informática se encontram
por meio da Telemedicina .
No Brasil entretanto, o modelo do sistema de saúde é em geral
desatualizado e funciona precariamente. No ano passado, cerca de 17,3
milhões pacientes foram internados; um número impressionante e que
corresponde a quase 10% da população brasileira. Pouco se investe na
medicina preventiva. As autoridades e os planos de saúde já estão olhando
para este lado. Recentemente, houve o lançamento bem-sucedido, em nível
nacional, da vacinação contra a gripe. A resolução lenta dos problemas da
miséria – saneamento básico, alimentação (proteína), educação básica,
(sanitária) e vacinação em massa – não deve alterar muito o cenário de
enfermidades no Brasil, pelo menos em curto prazo.
“Um cliente (paciente) está no leito de um hospital,
pois acaba de ser internado em preparação para uma cirurgia
no dia seguinte. Uma mulher vestida com um uniforme
branco entra no quarto carregando uma bandeja com uma
seringa é para ele (...) Para o cliente, este é um evento
psicológico importante. Supera, em termos de impacto,
muitas horas da verdade. Não é o mesmo que a hora da
verdade representada pelo momento em que se atravessa a
porta de entrada do hospital, ou se passa pela recepção e se
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é internado, ou se recebe uma bandeja com comida no
quarto. Esta realmente conta. Esta é uma das horas da
verdade críticas para o cliente” ( Albrecht, 1992, pg. 45).
Atualmente, o sistema de Saúde no Brasil pode assim dimensionado:
65% da população dependem do SUS, 25% estão vinculados a algum tipo de
seguro de saúde, também denominado sistema de saúde suplementar, e 10%
sem qualquer tipo de assistência.
A assistência domiciliar (home care) vem se destacando
internacionalmente como alternativa no tratamento de pacientes pela
significativa relação de otimizar o binômio custo - beneficio. Em alguns países,
um paciente com apendicite aguda não complicada é operado no hospital e em
24 a 48 horas vai para casa com assistência domiciliar. Um paciente
submetido à cirurgia cardíaca na Inglaterra permanece apenas 3 dias no
Hospital e 5 dias em casa com assistência domiciliar. Os pacientes de cirurgias
ortopédicas também são indicados para HOME CARE, (cujo pós-operatório por
vezes é muito demorado) pois, além de liberar o leito hospitalar, eles contam
com uma rápida recuperação em sua própria casa.
A assistência domiciliar à saúde não só se expandiu nos últimos cem
anos, nos Estados Unidos, como vai continuar crescendo rapidamente,
particularmente em resposta às expectativas de mudanças nas forças sócio-
políticas e econômicas que influenciam diretamente o ambiente onde estas
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serão inseridas . Com a diminuição da mortalidade da população mais jovem
devido a enfermidades agudas, mais indivíduos estão vivendo até idades
avançadas, período no qual as enfermidades crônicas são mais prováveis de
aparecer.
“A satisfação do cliente é uma relação entre o
que ele viu (percebeu) e o que ele esperava ver
(expectativa) “
Almeida, 1995,pg.15.
A assistência domiciliar é basicamente executada por pessoal de
enfermagem auxiliado por equipe multidisciplinar, (nutrólogos, assistentes
sociais, fisioterapeutas pulmonares, e de reabilitação física além de
psicólogos), cabendo ao médico-assistente a tarefa de indicar o momento
exato em que o paciente poderá ir para internação domiciliar. É ele quem
repassa à chefia de enfermagem do setor de home care todas as rotinas, os
medicamentos, as orientações médicas além dos exames que ele necessita, e
quando deseja que sejam feitos, bem como as datas que pretende visitar o
paciente. Cabe à enfermeira tomar todas as providências pertinentes, indo
visitar a casa do paciente, conversar com os familiares, providenciar todos os
equipamentos necessários (cama apropriada, suportes de soro, bombas de
infusão, monitores, oxigênio etc.) para continuar o tratamento em casa.
Esses equipamentos têm que ser compatíveis com a residência da família
para tornar o ambiente apropriado e apto para continuar o tratamento do
paciente.
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O home care não interfere na prescrição do médico-assistente.
Entretanto, por critérios de segurança, as instituições de home care devem
manter médicos de sobreaviso vinte e quatro horas durante os sete dias da
semana que poderão ser acionados em caso de o médico-assistente solicitar
ou numa emergência onde ele não estiver alcançável. Sendo o home care
complexo, necessita de uma coordenação com variáveis freqüentes e requer
uma equipe multidisciplinar especializada para que trabalhem de modo
integrado, em perfeita coordenação . Para isto, são necessários profissionais
de saúde melhor treinados, pois os casos vão requerer terapias múltiplas e
procedimentos envolvendo diversas especialidades.
Pode-se dizer que dentre os motivos para o crescimento da assistência
domiciliar de saúde estão: a importância do resgate da relação médico-
paciente e a possibilidade de abertura de uma nova perspectiva de mercado
de trabalho.
Além de gerar a redução de custos e rotatividade dos leitos hospitalares,
a internação domiciliar oferece atendimento personalizado, aliando o carinho
da família na recuperação do paciente que é acompanhado pelo trabalho da
equipe multidisciplinar, cabendo a um médico monitorar e coordenar o
tratamento à distância.
“Para conseguirmos fazer com que quase todas as pessoas
elevem seus padrões individuais e suas expectativas quanto
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a si próprios e uns dos outros, precisa existir uma atmosfera
adequada.”
Albrecht 1992, pg.47
O gerente na assistência domiciliar, além da tradicional função de cuidar
das finanças, fica diretamente responsável por tudo o que pode ser
classificado como suporte administrativo, administração de pessoal, compra de
material e suprimentos, logística, marketing, contratos e aspectos legais, etc.
Uma outra função que muitas vezes é delegada ao administrador é a
promoção de equipes. O modelo norte-americano para as empresas de
assistência domiciliar, valoriza as virtudes do trabalho em equipe
particularmente para lidar com pacientes complexos. Para manter estas
equipes, é necessário trabalho e energia. Isto é especialmente verdade na
assistência domiciliar onde, segundo este modelo, a composição da equipe
varia de paciente para paciente. Nos Estados Unidos, existem alguns
conceitos para definir o que é uma equipe de assistência domiciliar.
Os membros da equipe devem ter papéis e responsabilidades específicas
que são voltadas para o cumprimento dos objetivos e propósitos comuns,
através do trabalho independente.
1.2 – PROCEDIMENTOS PARA INTERNAÇÃO E ALTA DOMICILIAR
A empresa de home care obtém a autorização para início da assistência
domiciliar fornecida pelo Plano de Saúde do paciente e já tendo a enfermagem
providenciado todos os equipamentos e disponibilizados na residência do
paciente, promove-se a transferência do mesmo, no caso do hospital para
casa.
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O prontuário médico com os respectivos relatórios e anotações da
enfermagem (e dos outros profissionais envolvidos no caso) ficam na casa do
paciente à disposição do médico assistente. Qualquer intercorrência com o
paciente, este será prontamente notificado e dará as instruções ou tomará as
medidas que achar oportuna para a resolução do problema e continuação do
tratamento, ou até de uma eventual reinternação.
“(...) uma organização não pode ter uma cultura positiva e
voltada para o sucesso quando a qualidade de vida no
trabalho é baixa para muitos dos seus membros.”
Karl Albrecht, 1992, pg.23
Pesquisa recente revelou que, dos pacientes internados em um Hospital
Geral entre 30 a 40% dos casos já possam continuar o tratamento pela
internação domiciliar. São pacientes que, ou já foram operados, ou que estão
em recuperação devido a uma enfermidade clínica aguda.
As enfermidades mais freqüentes em home care são aquelas advindas
do progressivo envelhecimento da população, as doenças crônicas como
câncer, seqüelados de AVC, doença de Alzenheimer, escleroses (arteriais,
cerebrais, musculares, múltiplas). Presta também, atendimento a pacientes
terminais, aos que precisam de suportes ventilatórios como os enfisematosos e
asmáticos, atendimento aos pacientes com HIV – que não querem ser
expostos publicamente. Esta tendência de tratar o paciente em casa como
previmos anteriormente é muito forte.
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Conforme já foi dito, a assistência domiciliar esta indicada
primordialmente para pacientes estáveis. Se, no decurso da internação
domiciliar passar para a condição de instável deve-se prontamente reavaliá-lo
para uma possível reinternação. É importante, portanto haver sempre uma
estrutura hospitalar adequadamente preparada, pronta e disponível para
receber estes pacientes quando necessário.
A parte mais específica e mais difícil do Home Care é a “alta” do
paciente. Isto acontece quando a equipe (de acordo com o médico assistente)
se retira da casa do paciente e transfere os cuidados para o próprio paciente
ou para familiares. Todos os detalhes devem ser pormenorizadamente
explicados e entendidos pelos “caretakers” (cuidadores). Aqui a resistência
dos familiares é significativa. Por isso é necessário ter muita experiência,
eficiência e competência por parte das equipes especializadas em home care
quando da alta do paciente. Os limites entre as necessidades médicas e
sociais são extremamente tênues.
Já se observa na internação domiciliar dados que demonstram uma
importante redução do tempo de doença do paciente, isto é, a recuperação
parece ser mais rápida pois o atendimento é quase sempre personalizado
com um profissional de enfermagem vinte e quatro horas exclusivo para o
paciente. A ausência de “infecção hospitalar” tem efeito impactante nos custos
operacionais dos Planos de Saúde.
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A internação domiciliar demonstra uma importante redução do tempo de
doença do paciente, a recuperação parece ser mais rápida, pois o atendimento
é quase sempre personalizado com um profissional de enfermagem
permanente, exclusivo para o paciente, além de ter uma equipe multidisciplinar
com o esquema de nutricionistas, de fisioterapeutas, de assistentes sociais, de
psicólogos, e um ambiente acolhedor que inspira confiança e não temor. Tudo
isto somado influencia, positivamente o sistema imunológico do paciente,
favorecendo uma recuperação mais rápida.
O papel do hospital é centralizar o atendimento ao paciente instável,
primordial para o sucesso de seu tratamento, embora exista uma resistência
natural do ser humano em ser “internado”. Uma recente pesquisa feita pelos
americanos mostrou que nove entre dez pacientes optariam pelo home care a
outro cuidado médico institucionalizado. Isto reflete o desejo inato do ser
humano: ser tratado em casa. A educação médica dos familiares do paciente
é um beneficio indireto do home care. Esta educação preventiva residencial
deve ser considerada como uma das mais criativas soluções educacionais na
área da saúde. Ao tomar contato diário com os serviços prestados ao
paciente, olhando e observando diretamente os procedimentos da
enfermagem, a tendência dos familiares é absorver esses ensinamentos pois
caberá a eles a continuação do tratamento após a alta do paciente. Com a
posse desses conhecimentos e destas informações eles poderão usá-los em
seu próprio beneficio ou repassá-los para outras pessoas, gerando uma ótima
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forma para difundir informações médicas à nível de conhecimentos leigos. O
Home Care propicia também além dos ensinamentos de enfermagem,
princípios de prevenção e educação sanitária. Trata-se de um efeito colateral
extremamente saudável.
Apesar das vantagens que a assistência domiciliar apresenta, a sua
implantação e a gestão dos serviços exigem muita atenção. O principal ponto
a ser lembrado é que um sistema de assistência domiciliar, desde o mais
simples até o mais complexo, só pode ser concebido a partir da existência de
unidades de saúde, que funcionam como a principal porta de entrada e oferece
a retaguarda hospitalar para os pacientes. Vem, portanto como
aperfeiçoamento dos serviços oferecidos pelas unidades de saúde.
Os serviços de assistência domiciliar exigem equipes multiprofissionais,
incluindo enfermeiros e auxiliares de enfermagem, psicólogos, assistentes
sociais e nutricionistas, além de médicos e outros especialistas. O
compromisso formal dos profissionais deve garantir sua permanência no
trabalho, evitando descontinuidades. Para programas como os de assistência
domiciliar, a troca freqüente ou a perda de um profissional significa a perda de
um acervo de informações e relações com o paciente que demandará meses
para ser restabelecido.
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1.3 – A EXPERIÊNCIA DO BRASIL E DE OUTROS PAÍSES
Nos Estados Unidos, a indústria de Home Care mobiliza dezenas de
bilhões de dólares anualmente e existem milhares de empresas de
atendimento domiciliar. Também, há uma grande diferença entre a prestação
de serviço por eles executada. O Home Care naquele país atinge cifras de
valor surpreendente em função da indústria de equipamentos para esse
serviço ser fortemente interessada no segmento, diante do número
significativo de mutilados de guerra e dependentes físicos. Outro motivo é que,
nos Estados Unidos, os programas de saúde governamentais são os principais
incentivadores desse procedimento. Lá, o governo vem financiando o
atendimento domiciliar, evitando-se a qualquer custo à hospitalização dos
pacientes para procedimentos simples, a fim de se reduzirem os gastos com
a assistência à saúde. E o principal tomador de serviços de Home Care é o
próprio governo americano. Os últimos dados americanos demonstraram existir
atualmente, cerca de 20.000 organizações de HOME CARE nos Estados
Unidos. O número de pacientes que receberam cuidados domiciliares em
2001 foi surpreendentemente elevado e atingiu 7,4 milhões de americanos.
Na Europa, o HOME CARE chegou um pouco mais tarde, mas também
é visto como uma excelente alternativa de tratamento de saúde embasado nas
estatísticas de que com HOME CARE houve um aumento relativo no número
de leitos hospitalares em torno de 30 a 40%, além da grande redução de
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custos que acarretava. Prevê-se que, na Europa, o mercado de atendimento e
internação domiciliar para idosos deve ter um crescimento elevado, pois as
previsões de queda abrupta dos índices de natalidade já esta ocorrendo, além
do progressivo envelhecimento da população.
Ao contrário da maioria das empresas de seguros de saúde no Brasil,
muitas empresas de seguros de saúde americanas cobrem integralmente os
custos da assistência domiciliar, incentivando os programas de atendimento
preventivo e de ações domiciliares que possam controlar melhor a saúde dos
seus segurados.
No Brasil, a oferta e a demanda desses serviços vêm crescendo
lentamente, mas, ainda assim atinge hoje, números significativos para nossa
realidade social e econômica. Por outro lado, em função dos crescentes
custos da assistência hospitalar e do impacto que a nova regulamentação dos
planos de saúde trará sobre os gastos com a assistência a saúde, e como não
existe qualquer regulamentação aqui no setor de Home Care, o ambiente
torna-se muito propício ao surgimento de empresas sem qualquer
compromisso com qualidade e com foco unicamente em preços.
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CAPITULO II
AVALIAÇÃO DO ATENDIMENTO E A ESTRATÉGIAS
2.1 – OBJETIVOS
Demonstrar a possibilidade de redução de gastos com saúde ao ampliar a
possibilidade de assistência aliada ao conforto dos pacientes, abrangendo a
assistência médica, prevenção a problemas de saúde, procedimentos de
enfermagem, fisioterapia, acompanhamento nutricional e psicológico.
Discutir sobre novos modelos assistenciais, otimizar custos assistenciais.
Desenvolver pesquisa sobre HOME CARE para subsidiar um plano
operacional incluindo a assistência domiciliar como uma nova área de atuação
no âmbito de um estabelecimento de assistência à saúde.
Home Care é uma modalidade “sui-generis” de oferta de serviços de saúde. A
empresa provê cuidados, tratamentos, produtos, equipamentos, serviços
especializados e específicos para cada paciente, num ambiente extra-
institucional de saúde mais especificamente, porém não tão somente, nas suas
residências.
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Em Home Care a condição clínica ou enfermidade do paciente torna-se parte
de um plano de tratamento global integrado, cuja finalidade é as ações
preventivas, curativas, reabilitadoras e /ou paliativa especializada.
A singularidade desses serviços se fundamenta no método de operação. A
metodologia integrada envolve todos os fatores que contribuem para a saúde
física, social, espiritual e psicológica do paciente e do cuidador. O Home Care
explora todos esses fatores e utiliza uma metodologia adequada de
questionamento, avaliação, planejamento, implementação, acompanhamento e
finalização, de um conjunto de ações diretamente relacionadas com metas
bem estabelecidas por uma equipe multidisciplinar.
2.2 - ASPECTOS METODOLÓGICOS E SEUS FUNDAMENTOS
A metodologia utilizada neste trabalho foi de pesquisas de campo,
pesquisa na Internet, periódicos, bibliografia sobre home care e administração
hospitalar, a fim de se verificar como o modelo de atenção domiciliar está
vinculado, não só ao conceito de qualidade de vida, mas principalmente, à
redução de custos com a internação hospitalar, i.e., alternativa de redução de
custos sem prejuízo ao bem-estar do paciente, pressupostos de benefícios
operacionais e financeiros da assistência domiciliar como nova área de
negócio para estabelecimentos de saúde.
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CAPITULO III
INTEGRAR A ASSISTÊNCIA DOMICILIAR COMO ÁREA
DE NEGÓCIO HOSPITALAR.
O desenvolvimento, na área privada, do atendimento domiciliar no
Brasil, ocorreu sem o suporte de um padrão de licenciamento que orientasse o
crescimento da modalidade Home Care, de uma forma uniforme e eficaz. A
própria definição deste tipo de serviço sofreu várias interpretações e a natureza
básica do mesmo foi, muitas vezes, mal representada. Por muito tempo
haviam poucos profissionais com experiência nesta área no Brasil, e os
estrangeiros sofriam com a falta de compreensão da cultura e da realidade
socio-econômica brasileira. Porém, a realidade vem se transformando. Já
existem muitos talentos nacionais, que estão se empenhando no
desenvolvimento de uma modalidade que promete se impor no futuro no
sistema de saúde.
3.1 – LOGÍSTICA
Assim como qualquer outro serviço a atenção ao cliente e sua satisfação
é fundamental. Para tanto a internação domiciliar tem que se ater à forma que
atende sua demanda. Naturalmente a estrutura hospitalar não pode ser
duplicada na integra ao atendimento que é a resultante desse serviço, apesar
de muitas vezes a expectativa quanto a este seja.
Diferentemente de uma unidade hospitalar a logística que dá suporte ao
atendimento em domicílio é mais complexa por se tratar de um serviço delivery
ou, seja, de entrega. Entretanto não estamos nos referindo a qualquer serviço
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de entrega, pois o que as empresas de home care entregam em domicílio é
saúde. Para tal encomenda não podem ser tolerados atrasos ou erros nos
produtos ou serviços que estão sendo entregues, pois a insatisfação do cliente
em um serviço dessa natureza pode significar risco de vida.
Para que não haja falhas na entrega desse serviço é fundamental a
integração entre o suporte logístico e a equipe técnica. A qualidade em
internação domiciliar passa por essa questão. Nossa experiência em
atendimento domiciliar nos leva concluir que somente à qualificação da equipe
multidisciplinar composta geralmente por médicos, enfermeiros,
fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais
de atenção a saúde não são suficiFalhas no processo de integração acarretam
em dispendiosas ocorrências que provocam a sobrecarga operacional ao
suporte logístico, surgindo assim contingências que incrementam os custos
operacionais de maneira indesejada.
Além de por em risco a eficiência do processo,o determinante para uma
avaliação qualitativa de uma equipe de serviço assistência médica domiciliar
além da capacitação da equipe técnica é necessário aliar e eficiência logística
na resposta da demanda. Minimizando contingências através da padronização
de condutas de segurança para prática dessa atividade para legitimar a
eficiência do serviço.
- Formatação e controle da escala de revezamento dos profissionais de
enfermagem Contratação de serviços de terceirizados (remoção, fornecimento
de gases, aluguel de equipamentos, etc.).
- Transporte de mobiliário.
- Disponibilização de materiais e medicamentos.
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- Sistema de comunicação eficaz.
O grande interesse do cidadão pelo gerenciamento de sua própria
saúde e pela saúde dos seus amigos e familiares, oferece uma oportunidade
singular para essa modalidade, por exemplo, a chance da transferência
programada e responsável de certas tarefas (que tradicionalmente estavam a
cargo do médico, enfermeiro e do hospital) para o paciente, amigo ou familiar.
Estas pessoas passam a ter um novo papel no sistema Home Care:
O Cuidado Informal e/ ou o paciente, podem ser treinados no
gerenciamento diário de sinais e sintomas relacionados com a alternância das
condições de saúde, troca de curativos em lesões simples e de baixo risco,
administração e monitoramento de dietas especializadas, administração de
certos medicamentos e outros procedimentos seguros.
Como resultado, o cliente/ paciente terá uma vida mais saudável, sem a
ameaça de repetidas hospitalizações e mais controle dos resultados de seu
tratamento, além da satisfação de estar em seu lar.
3.2 - INSTALAÇÕES
- A base operacional do serviço de assistência domiciliar (SAD) ocupará
parte das instalações do hospital que será alocada e preparada
especificamente para estas atividades.
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A busca, já evidente, da eficiência e da metodologia de gerenciamento
do custo no competitivo mercado hospitalar e de Planos de Saúde no Brasil,
tem incentivado as fontes pagadoras a monitorarem todos os parâmetros e
meios empregados no fornecimento de serviços aos seus usuários.
Para o Hospital que encontra dificuldades em relação aos pacientes de
permanência prolongada e de alto custo, o Home Care oferece uma alternativa
de tratamento que mantém ou melhora os padrões de atendimento, reduzindo
significativamente o seu custo de internação, bem como, possibilita maior
rotatividade de leitos, dando chance a pacientes mais necessitados de
hospitalização. Convém frisar que o Home Care não é uma alternativa ao
internamento hospitalar, quando o paciente tem uma indicação clínica que
necessite dos recursos físicos e profissionais de um hospital, pois nesses
casos, o melhor ambiente para ele é sem dúvida, o hospital.
A atualização da pesquisa da HCPconsult em conjunto com o site
HCPlus mostra números que atestam o forte crescimento do setor do
Atendimento Médico Domiciliar (home care) no Brasil. A nova pesquisa,
constata a existência de 106 empresas no Brasil de atuação EMAD (Equipe
Multiprofissional de Atendimento Domiciliar).
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A pesquisa aponta em particular a região Norte do país, onde a presença de tais empresas ainda é insipiente. No geral, estima-se que o setor possa movimentar cerca de R$ 280 milhões em 2006.
Segundo recente pesquisa do NEAD (Núcleo Nacional das Empresas de Assistência Médica Domiciliar) existem 108 empresas de atendimento médico domiciliar em atuação no Brasil, com aproximadamente 30 mil pacientes atendidos em casa por mês - nota-se uma maior concentração de pacientes no Estado de São Paulo
Artigo 1o. Este Regulamento aplica-se a todas as operadoras de planos e
seguro saúde que ofereçam cuidados pessoais de assistência à saúde em
regime domiciliar, executados por serviços próprios ou por terceiros.
Artigo 2o. As operadoras de planos e seguro saúde são responsáveis pela
execução dos serviços de assistência realizados em regime domiciliar, para
fins de fiscalização e cobertura previstos na Lei 9.656/1998.
Artigo 3o. Os Serviços de Assistência Domiciliar – SAD, oferecidos pelas
operadoras de planos e seguro saúde,deverão estar em conformidade com a
Resolução do Conselho Federal de Medicina nº 1.668, de 06 de junho de
2003, e com o presente Regulamento.
Artigo 4o. Caberá à Agência Nacional de Saúde Suplementar- ANS avaliar o
requerimento apresentado pela operadora e expedir o Certificado de
Homologação de Serviço baseado nos critérios regulamentados.
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Artigo 5o. O Certificado de Homologação terá validade de 1 (um) ano, a contar
da data de sua expedição e deverá ser renovado anualmente.
Artigo 6o. Estará sujeita às penalidades cabíveis a operadora que prestar
serviços sem possuir ou, possuindo, deixar de renovar o Certificado de
Homologação de Serviço perante à ANS..
Artigo 7o. Todas as operadoras poderão oferecer cobertura para a modalidade
de assistência domiciliar, desde que a própria empresa ou a prestadora de
serviço terceirizado esteja devidamente registrada no Conselho Regional de
Medicina de seu Estado, no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
– CNES, bem como possuir certificado próprio homologado junto a ANS.
3.3 – INSUMOS
- Mobiliário para a base operacional.
- Mobiliário básico para as operações do serviço de assistência domiciliar:
cama hospitalar com grade e escada, suporte de soro, cadeiras de rodas,
cadeiras higiênicas.
- Um veículo utilitário para transporte de supervisão de enfermagem e
distribuição de materiais e medicamentos.
- Um sistema nextel ou similar para comunicação entre os membros da equipe.
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- Todos os insumos necessários para o desenvolvimento da atividade da
assistência domiciliar, basicamente constituído por materiais descartáveis e
medicamentos, serão disponibilizados pela farmácia hospitalar.
- Mobiliário para a base operacional.
- Mobiliário básico para as operações do serviço de assistência domiciliar:
cama hospitalar com grade e escada, suporte de soro, cadeiras de rodas,
cadeiras higiênicas.
- Um veículo utilitário para transporte de supervisão de enfermagem e
distribuição de materiais e medicamentos.
- Um sistema nextel ou similar para comunicação entre os membros da equipe.
- Será utilizado o relacionamento entre o hospital e seus fornecedores,
mantendo o poder de barganha.
No Brasil, o envelhecimento da população acarretará conseqüências
sociais profundas em todo o dinamismo saúde, trabalho e lazer. A
preocupação dos Planos de Saúde com os elevados custos desta população
tem procedência e vão ter que investir em programas de prevenção básicas e
tecnológicas. Um dos melhores lugares para começar a ensinar esta
prevenção é dentro de casa.
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Planilhas de custos das seguradoras e planos de saúde revelaram que,
o paciente em Internação Domiciliar a redução dos custos em certas doenças
atinge valores 20% e 60% comparativamente aos custos hospitalares da
mesma enfermidade. Esse é um dos fatores que levaram os planos de saúde
a entrar neste segmento se responsabilizando financeiramente pelas
despesas, tornando a assistência domiciliar uma alternativa realista e definitiva.
A Internação Domiciliar favorece o Hospital com uma maior rotatividade
de seus leitos, abrindo espaço para pacientes instáveis que precisam
realmente de UTI´s, que demandam tratamento cirúrgico de qualquer porte,
politraumatizados ou outras enfermidades agudas. A otimização de seus leitos
acarretará maior margem de lucro pelo fato de o hospital não precisar elevar o
seu efetivo de pessoal, mas permitirá capacitá-lo melhor com treinamentos
mais específicos. Por sua vez, o dinheiro que seria destinado a obras de
expansão poderia ser canalizado para a melhoria do atendimento, aquisição de
equipamentos mais modernos e outras prioridades antes não previstas.
Além disso, a formação do home care é muito bom para seguradoras e
Planos de Saúde em geral cuja principal preocupação são os custos, visto que
reduzirá de forma drástica as despesas com internações hospitalares. Além
do que, determinadas empresas de home care já prevendo as tendências do
futuro da saúde da população mundial, estão investindo na área de
atendimento domiciliar preventivo, gerando com isto mais redução de custos
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de reinternação. Desta forma, a Internação Domiciliar é vista como uma
excepcional alternativa.
Ainda hoje, dos hospitais no Brasil, somente uma minoria possui uma
administração profissional, contando com o administrador hospitalar graduado
e que possui uma visão dinâmica e futurista, quanto à organização hospitalar
moderna. Por sua vez, o hospital é uma empresa, e das mais complicadas
para administrar. Os custos dos hospitais brasileiros são em geral mal feitos, e
poucos, realmente o conferem.
Em muitos casos, os serviços de assistência domiciliar são custos-
efetivos, não somente para os indivíduos que estão se recuperando de uma
intervenção cirúrgica, como para pessoas que não podem tomar conta de si
devido a alguma incapacidade. Os preços dos serviços de assistência
domiciliar tem crescido em média 1,8% por ano. Durante o mesmo período, os
preços de mercado da cesta básica cresceram em média 3,6% ao ano, os
serviços médicos cresceram 5,6% e os serviços hospitalares aumentaram
8,2% ao ano.
Os números referentes à assistência domiciliar, no Brasil, praticamente
não existem, pois se trata de uma atividade que, ao contrário dos Estados
Unidos, ainda está em sua fase inicial. Todas as referências podem ser
classificadas como especulações praticadas pelos poucos profissionais que
atuam na área.
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Estima-se um faturamento anual das empresas que hoje atuam no setor
entre R$ 80 e R$ 100 milhões, valores inexpressivos em termos nacionais.
Contudo, esses indicadores mostram o tamanho da oportunidade econômica
que esta atividade pode representar.
A assistência domiciliar capacita o ambiente para levar o paciente para
casa e traz uma humanização do tratamento. O atendimento é mais
personalizado, tornando-se mais eficiente na recuperação. Representa, ainda,
o caminho para diminuir ao máximo possível o período de internação do
paciente no hospital, que é um desafio do atual sistema de saúde, tanto no
Brasil quanto no mundo. Permite a diminuição dos custos de internação,
desocupa leitos hospitalares, aumentando a capacidade do setor, otimiza os
meios e os recursos, além de minimizar a disseminação da infecção hospitalar.
A auditoria médica como um meio de avaliação da assistência domiciliar
está fundamentada na análise crítica e sistemática dos dados quantitativos e
qualitativos próprios desta modalidade de atenção. Um dos objetivos principais
desse processo é propiciar a comparação entre o padrão do atendimento
prestado e os padrões de atendimento e utilização de recursos propriamente
estabelecidos; o outro é estimular mudanças para melhoria no padrão atual.
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Pode ser utilizada tanto pelo comprador quanto pelo prestador de
serviços, como forma de supervisionar e controlar a qualidade da atenção que
vem sendo oferecida e favorecer ajustes e adaptações de posturas e condutas,
se necessário.
Existem diferentes maneiras de auditar um serviço de assistência
domiciliar, e a auditoria deve estar muito bem alicerçada em parâmetros
técnicos, coleta de informações que tenham prática e não se ater apenas a
objetivos únicos de redução de custos, por se tratar de um instrumento
abrangente.
A exemplo de como ocorre nos hospitais, a auditoria médica pode ser
administrativa e/ou contábil, longe do paciente (verificação de prontuários e
outros documentos tais como: relatórios multiprofissionais, prescrições, guias
de cobranças, análises de pesquisa de satisfação etc.) ou também uma
auditoria no local do domicílio do paciente (de acordo com o enfoque que se
deseja auditar). Assim, é importante a formação técnica e o poder de
observação do médico auditor, além da imprescindível conduta ética e humana
perante o paciente, seus familiares, cuidadores e membros da equipe da
assistência.
Os instrumentos são impressos padronizados para uma observação
mais dirigida e completa para a coleta de dados quantitativos e qualitativos
constando, os dados pessoais do paciente, o diagnóstico, a estrutura fornecida
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no domicílio como equipamentos, materiais, medicamentos, profissionais,
chamados de urgência/emergência, reinternações hospitalares, observações
de relevância do prontuário, tais como sinais vitais, exame físico, evolução
clínica, coleta e resultados de exames laboratoriais, mudanças de conduta,
necessidades de remoções com ambulância, procedimentos realizados, o
treinamento que vem sendo oferecido ao(s) cuidador (es) e grau de
participação e independência gradativa deles para viabilizar o processo de
desmame, por exemplo.
O médico auditor, após analisar todos os dados referidos, registra seu
parecer sobre a assistência avaliada. Algumas vezes, há uma
incompatibilidade de estrutura e processo com as reais necessidades do
paciente. Além do diálogo com o profissional responsável pela assistência,
cabe o encaminhamento dessas observações aos seus superiores, para que
outras condutas possam ser adotadas.
Existem outras atividades inerentes à prática de auditoria, como a
análise de custos, indicação de glosas e avaliação de seus recursos. A
auditoria médica é uma atividade que contribui para a avaliação da assistência
domiciliar, devendo, portanto, contar com a participação e respaldo técnico de
outros profissionais e podendo, assim, aprofundar-se na análise da adequação
e da qualidade dos serviços prestados, sem, no entanto, deixar de observar e
respeitar a conduta médica e os aspectos éticos e legais inerentes a qualquer
que seja o tipo de atenção à saúde.
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CONCLUSÃO
Diminuir o máximo possível o período de internação do paciente no
hospital é um desafio do atual sistema de saúde, tanto Brasil como no mundo.
A assistência domiciliar é uma boa alternativa para se atingir este
objetivo, pois ela permite a diminuição dos custos de internação, desocupa
leitos hospitalares aumentando a capacidade do setor e otimiza os meios e
recursos, ao mesmo tempo em que minimiza a incidência de infecção
hospitalar.
Acreditamos que serviços de assistência domiciliar devam operar
preferencialmente coligados a Estabelecimentos de Assistência à Saúde, em
função das vantagens que esta integração pode propiciar, beneficiando-se de
interfaces possíveis e desejáveis, como por exemplo, a facilidade na seleção,
treinamento e aprimoramento dos profissionais envolvidos garantindo um
diferencial de qualidade. Também, são relevantes os acessos privilegiados a
fontes de suprimentos e a serviços terceirizados; capacidade de respostas
rápidas à demanda reversa (reinternação nos casos necessários); compartilhar
relacionamentos com as principais operadoras e seguradoras de planos de
saúde; proximidade do cliente em potencial e ainda a redução dos custos
operacionais pelo compartilhamento dos custos fixos.
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Portanto, é possível que nos próximos anos este setor tenha um grande
incremento, com a entrada no país das multinacionais do setor de seguros de
saúde, já acostumadas a financiar em seus países de origem o Home
Care, como uma boa opção da prática médica. Órgãos de saúde pública,
empreendedores, profissionais da saúde, disponibilizarão num curto espaço de
tempo todos os serviços de assistência domiciliar encontrados nos países do
Primeiro Mundo, que começam com os simples curativos, passando pelos
programas de prevenção e monitoramento da saúde, até a internação
domiciliar com equipamentos e aparatos sofisticados instalados na residência
do paciente.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1 - CAMPOS, G.W.S. A reforma da reforma: repensando a saúde. Sp: Hucitec, 1992.
2 - FERNANDES, Luiz Oswaldo. Custo Hospitalar. SP: Ed. LN, 1993.
3 - FRIEDMAN, Jô-Ann. Home Health Care: a complete guide for patients & their
families. New York: Fawcett Columbine, published by Ballantine Books, 1987.
4 - JAMIESON, H. Home care of older people in Europe: comparison. Oxford UK,
1991.
5 - MARTINS, C. Perspectivas da Relação médico-paciente. Ed. Artes Médicas, Porto
Alegre, 1981.
6 - RIMED. Manual de Home Care. SP: Rimed com. E Repres. Ltda.,2000.
7 - RODRIGUES, R.J. A informática e o Administrador Hospitalar. SP: Pioneira, 1997.
8 – VILAR, J.M. Regulamentação do Home Care: Como e porque fazer. Rev. Bras.
Home Care nº. 47, 1997.
9 - VILAR, J.M. Inovação e Gestão: o desafio da saúde no cuidar. Rev. Home Care
Brasil. Ano I nº. 2, 2005.
10 - WOLPER, Lawrence F. Health Care Administration: principles, practices, structure
and delivery. Gaithersburg, Maryland: Aspen Publishers, Inc., 1995.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 10
Qualidade no atendimento domiciliar Home-Care
1.1 -Conceito de assistência e a qualidade domiciliar Home-Care 10
1.2 -Procedimento para internação e alta hospitalar 11
1.3 –A experiência do Brasil e de outros paises 21
CAPÍTULO II 23
Avaliação do desempenho e as estratégias
2.1 –Objetivos 23
2.2 –Aspectos metodológicos e seus fundamentos 24
CAPÍTULO II I 25
Integrar a assistência domiciliar como área de negocio hospitalar
3.1-Logística 25
3.2-Instalação 27
3.3-Insumos 30
CONCLUSÃO 37
ANEXOS I 38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
ÍNDICE 40