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4 - ANÁLISE DAS INFORMAÇÕES COLETADAS
De acordo com a estruturação do questionário de coleta de dados
utilizado nesse estudo inicialmente caracterizamos os feirantes, abordando as
questões sócio-demográficas e sócio-econômicas referentes à identificação do
entrevistado, como estado civil, idade, renda mensal, outras fontes de renda além
do adquirido na feira livre e nível de escolaridade. Vale ressaltar, que o item sexo
não constou no referido questionário, pelo fato desta pesquisa ser direcionada a
uma população 100% masculina, já que o exame clínico da próstata só pode ser
realizado em homens, pois segundo NETTO (1999). A próstata somente existe no
sexo masculino e provém da diferenciação do seio urogenital.
4.1 Caracterização Sócio-demografica e econômica dos Entrevistados
A análise dos dados sócio-demográficos da população entrevistada se
faz necessária na medida em que poderá nos guiar em alguns momentos ao
entendimento das discussões que certamente surgirão neste estudo. Agora
apresentamos a seguir na Tabela 1, a distribuição dos entrevistados no que diz
respeito às variáveis do estado civil e faixa etária.
Tabela 1. Distribuição dos Feirantes de acordo ao estado civil e faixa etária, Jitaúna - BA, 2008.
VARIÁVEIS N (%)Estado civil Casado 13 86,7 Solteiro 02 13,3Faixa etária
40 a 45 anos 02 13,345 a 50 anos 05 33,350 a 55 anos 03 2055 a 60 anos 04 26,7
> 60 anos 01 6,7TOTAL 15 100Fonte: Arquivo da pesquisa.
Na análise dos dados referentes ao estado civil dos feirantes,
constatamos que na amostragem deste estudo predominou homens casados,
com 13 indivíduos correspondendo a 86,7% da amostra. Tal resultado já era
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esperado devido a esta pesquisa ser direcionada á homens com idade superiores
á 40 anos, o que remete uma tendência natural do homem construir família ao
passar dos anos.
Segundo BOERY (2003, pág.82):
[...] o ser humano, na sua maioria, sente necessidade de conviver com alguém e busca, ao longo de sua vida, encontrar um (a) companheiro (a), formar uma família, com quem possa compartilhar a vida, dividindo os bons e os maus momentos [...].
No que diz respeito à faixa etária, houve um predomínio de feirantes com
idade entre 45 a 50 anos abrangendo um número de 05 (33,3%) dos
entrevistados. Em seguida constatamos que 04 dos informantes, o que equivale a
26,7%, com idade entre 55 a 60 anos. No geral, obtivemos uma média de idade
de 51 anos entre a amostra utilizada o que torna este estudo ainda mais
relevante, pois a partir dos 50 anos a próstata ganha um crescimento acelerado,
dobrando de peso a cada 4,5 anos (NETTO 1999).
Em seguida, na Tabela 2, apresentamos os dados referentes à questão
sócio-econômica dos entrevistados.
Tabela 2. Distribuição dos Feirantes de acordo a renda mensal e outra fonte de renda, Jitaúna - BA, 2008.
VARIÁVEIS N (%)Renda Mensal Até 01 salário 07 46,7 01 a 03 salários
07 46,7
03 a 05 salários
01 6,7
Outras fontes de rendas Possuem 08 53,3 Não Possuem 07 46,7TOTAL 15 100Fonte: Arquivo da pesquisa.
Na análise dos dados referente à renda mensal, destaca-se um número
de 07 (46,7%) dos feirantes entrevistados que sobrevivem com uma quantia
mensal que não ultrapassa um salário mínimo vigente atualmente no País que é
de R$ 415,00. Coincidentemente outros 07 (46,7%) dos entrevistados,
asseguraram dispor de uma renda mensal entre 01 a 02 salários mínimos e
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apenas 01 (6,7%) do total de 15 feirantes afirmou ganhar um valor mensal acima
de 03 (três) salários mínimos. Sendo que 08 (53,3%) dos entrevistados
asseveram possuir outra fonte de renda complementar, os quais contemplam o
total de feirantes com renda mensal acima de 01 salário mínimo.
Esses dados nos levam a inferir que de maneira geral a população que
participou deste estudo possuem um baixo poder aquisitivo, onde sua maioria
desenvolve outras atividades buscando um complemento salarial que ainda assim
é baixo, o que poderá gerar dificuldades na subsistência de sua família e
consequentemente, influenciará em sua qualidade de vida. Sobre isso Sétien
(1993) afirma dizendo que a renda é pontuada como um dos indicadores sociais
de qualidade de vida onde a situação econômica satisfatória reflete o bem-estar,
podendo satisfazer as necessidades universais dos indivíduos.
Tratando-se do perfil de escolaridade dos participantes do estudo
conforme demonstrado na Tabela 3 a seguir, uma prevalência de homens que
não conseguiram concluir a escolaridade primária totalizando 12 (80%) dos
entrevistados.
Tabela 3. Distribuição dos Feirantes quanto ao grau de escolaridade, Jitaúna - BA, 2008.
ESCOLARIDADE N %
Analfabeto 01 6,7
Primário incompleto 12 80
Primário completo 01 6,7
1º grau incompleto
1º grau completo
2º grau incompleto
2º grau completo
01
0 0
0
6,7
0
0
0
TOTAL 15 100
Fonte: Arquivo da pesquisa.
Essa baixa escolaridade encontrada entre os entrevistados condiz com a
realidade nacional e especificamente de Jitaúna, município baiano da Região Sul
onde possui uma população adulta na sua grande maioria oriunda da zona rural,
que devido à ascensão da lavoura cacaueira nas décadas 60 e 70 as crianças da
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classe baixa tinham que ajudar os pais na lavoura e consequentemente na renda
familiar De acordo com a Comissão Executiva do Plano de Recuperação,
perdendo assim a oportunidade de prosseguir nos estudos.
Econômico Rural da Lavoura Cacaueira CEPLAC (2006), o cacau se
adaptou bem ao clima e solo do Sul da Bahia, região que chegou a produzir 95%
do cacau brasileiro. No período 1975/1980, o cacau gerou 3 bilhões 618 milhões
de dólares, sendo que em 1979/80 a produção brasileira de cacau ultrapassou as
310 mil toneladas.
4.2 Percepção dos Entrevistados sobre a Próstata
Após a analise parcial dos dados sócio demográfico e sócio econômico
da amostra escolhida, trataremos agora dos resultados referentes às questões
que estão ligadas à relação: homem na condição de feirante em idade superior a
40 anos com o exame clínico da próstata abordando questões que vão desde o
conhecimento sobre o órgão até as possíveis facilidades encontradas na
realização do toque retal por esses indivíduos.
Na Tabela 4 a posteriore, estão explícitos os resultados obtidos acerca
do conhecimento dos participantes da entrevista sobre o órgão próstata.
Tabela 4. Distribuição dos Feirantes quanto ao conhecimento sobre próstata, Jitaúna-Ba, 2008.
Fonte: Arquivo da pesquisa.
Tais resultados evidenciaram que dos 15 (100%) entrevistados, 10
(66,7%) quando questionados a respeito do que é próstata referem saber, porém
ao serem solicitados para definirem os seus entendimentos a respeito do termo
em si, demonstraram uma associação equivocada do conceito do órgão ao câncer
CONHECIMENTO SOBRE PRÓSTATA
N %
O que é próstata Sabem 02 13,3 Pensam que sabem 10 66,7 Admitiram que não sabem 03 20Doenças que a cometem Câncer HPB
07 0
46,7 0
Outras 0 0 Não sabem 08 53,3TOTAL 15 100
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que o acomete. Torna-se claro tal equívoco a partir da leitura das falas utilizadas
por estes homens na definição do órgão, como explicitado a seguir:
[...] é um tumor... é um câncer...é um tumor causado no ânus...é uma doença... é um caroço [...].
Somando a estes 10 (66,7%) os 03 (20%) que admitiram desde o
primeiro momento da pergunta que não possuíam conhecimento algum sobre o
termo próstata, temos aí um total de 13 (86,7%) homens que demonstram
desconhecimento sobre um órgão exclusivo deles na condição de homens.
Em relação ao conhecimento dos entrevistados sobre as doenças que
acometem a próstata, ficou evidente que a maioria 08 (53,3%) dos entrevistados
também desconhece as enfermidades que podem desenvolver no órgão, porém o
restante dos feirantes que participaram da pesquisa, 07 (46,7%) demonstrou
conhecimento apenas a respeito do câncer como doença que ataca o órgão,
desconhecendo a HPB e as prostatítes.
A partir daí constatamos a primeira, e se não dizer, a principal dificuldade
enfrentada por estes homens na realização do exame clínico da próstata, que é a
carência de informação. O enorme desconhecimento a cerca do órgão, evidencia
uma barreira na procura do serviço de saúde por parte desses homens, já que
provavelmente estes não procurarão o médico buscando uma avaliação de um
órgão que até então não existe em seu imaginário.
Vez que, fica comprovado que para a maioria desses trabalhadores,
existe a doença que pode ou não acometê-los um dia manifestando sinais e
sintomas a qual eles denominam de “próstata”, e não um órgão que desde
sempre esteve situado abaixo de sua bexiga envolvendo a sua uretra, pesando
apenas uma (1) grama no recém nascido, mas já situado ali naquele local (Netto,
1999).
Outro assunto questionado nesta pesquisa foi o nível de informação dos
feirantes entrevistados a respeito do câncer de próstata, que segundo NETTO
(1999 pág.237) “é a neoplasia mais frequentemente diagnosticada nos homens e
a segunda causa de morte por doença maligna, depois do câncer de pulmão”. Os
aspectos relacionados à informação dos entrevistados, no que diz respeito a esta
neoplasia são demonstrados na Tabela 5 seguinte.
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Tabela 5. Distribuição dos Feirantes quanto ao nível de informação sobre Câncer de Próstata, Jitaúna - BA, 2008.INFORMAÇÃO SOBRE O CÂNCER
N %
Falarem em Câncer de Próstata Já ouviram
14 93,3
Nunca ouviram 01 6,7
Local em que ouviram falar Estabelecimento de saúde
04 28,6
Na rua 10 71,4Por quem ouviram falar Profissional de saúde
0321,4
Outras pessoas 11 78,6Por que meio Conversa 14 100 TV, rádio e outros. 0 0TOTAL 15 100
Fonte: Arquivo da pesquisa
Dos 15 (100%) feirantes entrevistados, quando questionados se já tinham
ouvido falar em câncer de próstata, 14 (93,3%) afirmaram já terem ouvido falar
sobre a doença, sendo que 10 (71,4%) dos que já ouviram falar escutaram na rua,
ou seja, fora de um estabelecimento de saúde.
Ainda dentro da totalidade dos 14 feirantes que já ouviram falar no
câncer, 11 (78,6%) escutaram por meio de pessoas que não trabalham na área
da saúde, sendo a conversa informal o único meio de comunicação com o qual as
informações chegaram a todos os 14 (100%) dos indivíduos informados.
Foi investigado também durante a realização deste estudo, o
conhecimento dos entrevistados acerca dos fatores de risco para o câncer de
próstata como idade elevada, casos diagnosticados na família, a raça negra e
infecções sexualmente adquiridas.
A seguir, na Tabela 6, demonstramos a distribuição do número de
entrevistados conforme o conhecimento de pelo menos um dos fatores
anteriormente citados como risco para desenvolvimento do câncer de próstata.
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Tabela 6. Distribuição dos Feirantes quanto ao conhecimento dos fatores de risco do Câncer de Próstata, Jitaúna - BA, 2008.
Mais uma vez nos chama a atenção um número de 14 (93,3%) dos 15
(100%) entrevistados que demonstraram total desconhecimento sobre os fatores
de risco para a neoplasia prostática. Onde o conhecimento dos mesmos se faz
necessário, na medida em que, o homem consciente que possua algum ou alguns
destes, deverá atentar-se por procurar um médico urologista o quanto antes
possível, pois, é sabido que as chances para o acometimento pela neoplasia
prostática àqueles são bem maiores.
4.3 Conhecimento dos Feirantes sobre o toque retal
Neste estudo, buscamos também observar o conhecimento desses
trabalhadores a respeito do exame clínico da próstata. Sendo que no questionário
utilizamos o termo “toque retal” para denominar o exame pelo fato da pesquisa ter
como participantes homens do interior com baixa escolaridade como
demonstrado anteriormente, onde compreendemos que este termo popularmente
utilizado, pudesse facilitar o entendimento dos mesmos ao serem questionados
sobre o assunto. Tal conhecimento está evidenciado na Tabela 7 seguinte.
Tabela 7. Distribuição dos Feirantes quanto ao conhecimento sobre o Exame Clínico da Próstata (Toque retal), Jitaúna - BA, 2008.
CONHECIMENTO SOBRE O EXAME
N %
Sobre o exame do toque retal
Souberam informar 05 33,3
Não souberam informar 07 46,7
Nunca ouviram falar 03 20
CONHECIMENTO DOS FATORES DE RISCO
N %
Sobre os fatores de risco
Souberam informar Não souberam informar
0114
6,793,3
TOTAL 15 100Fonte: Arquivo da pesquisa
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TOTAL 15 100Fonte: Arquivo da pesquisa
Chama-nos a atenção um número de 07 (46,7%) dos feirantes
questionados que não souberam informar o que é o exame, nem para o que ele
serve, porém já ouviram falar que se fazia o toque. Em seguida obtivemos um
número de 03 (20%) dos feirantes questionados que nunca ouviram falar sobre o
toque retal, ou seja, sobre o exame clínico da próstata.
Portanto, dentre os 15 (100%) dos entrevistados obtivemos um total de
10 (66,7%) trabalhadores que demonstraram possuir desconhecimento sobre o
exame que deveria passar a fazer parte de suas rotinas periódicas, segundo
Portal Unimeds (2008) visitas anuais ao urologista, incluindo o exame digital retal
da próstata, são básicos para o seu bem-estar, o que poderá salvar sua vida.
4.4 Promoção da Saúde Prostática no Município
Após avaliar o conhecimento da população participante do estudo,
acerca da temática relacionada à pesquisa, partimos para uma investigação
sobre o papel do Estado como provedor da saúde desses homens no município
de Jitaúna, no que diz respeito especificamente ao exame clínico da próstata.
Conforme o artigo 196 da Constituição Federal de 1988:
A saúde é direito de todos e dever do estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Na Tabela 8 abaixo, podemos observar a distribuição dos entrevistados
quanto às informações transmitidas a estes, por funcionários que atuam na área
da saúde do município acerca do exame clínico da próstata como o que é o toque
retal, a necessidade de realizá-lo e qual idade recomendada para sua realização.
Tabela 8. Distribuição dos Feirantes quanto a informações sobre a realização do Exame Clínico da próstata. Jitaúna - BA, 2008.
INFORMAÇÕES SOBRE O EXAME
N %
Por funcionário da saúde
Foram informados 04 26,7
Nunca foram informados 11 73,3
40
Idade para realizar o exame
Souberam informar
Não souberam informar
07
08
46,7
53,3
TOTAL 15 100Fonte: Arquivo da pesquisa.
Analisando os dados obtidos na entrevista, constatamos que 11 (73,3%)
dos entrevistados nunca foram informados por nenhum funcionário público da
saúde de Jitaúna sobre a necessidade deles, que já se encontram na idade
recomendada, realizarem o exame ou qualquer outra informação a respeito do
assunto.
Posteriormente todos os participantes da pesquisa foram indagados a
respeito da idade recomendada para iniciar a realização do exame e dos 15
(100%) entrevistados, 08 (53,3%) não souberam informar a idade recomendada
pelos médicos. Todo homem com mais de 40 anos de idade, principalmente
negros ou com casos de câncer prostático na família, deve realizar o exame
anualmente, como parte do seu "check-up” Portal Unimeds (2008).
4.5 Acessibilidade ao Exame Clínico da Próstata
Após investigarmos o papel do Estado em Jitaúna, como promovedor de
informações sobre o exame da próstata, através de seus trabalhadores da saúde
que são por direito os seus representantes, buscamos agora saber se o município
está dispondo de acessibilidade ao exame a esses homens.
Segundo FEKETE (1995 pág.180) acessibilidade pode ser entendida
como:
[...] o grau de ajuste entre as características dos recursos de saúde e às da população, no processo de busca e obtenção da assistência à saúde, e resulta de uma combinação de fatores de distintas dimensões, quer seja geográfica, organizacional, sócio-cultural e econômica [...].
Desse modo, na Tabela 9, a seguir, está evidenciada a distribuição da
população participante da pesquisa quanto às suas opiniões de acesso ao exame
clínico da próstata encontrado no município.
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Tabela 9. Distribuição dos Feirantes quanto ao acesso ao Exame Clínico da Próstata (Toque retal) no município. Jitaúna - BA, 2008.
ACESSO AO EXAME N % Tem acesso ao exame 03 20
Não tem acesso ao exame 09 60
Não souberam informar 03 20
TOTAL 15 100Fonte: Arquivo da pesquisa
Quando questionados a respeito do acesso ao exame clínico da próstata
em Jitaúna, entre os 15 (100%) entrevistados, 09 (60%) destes informaram não
disporem de acesso à realização do exame na cidade, 03 (20%) não souberam
informar, segundo eles nunca procuraram o serviço de saúde e apenas 03 (20%)
afirmaram dispor de acesso ao exame no município. Daí nota-se uma
ambigüidade nas informações supracitadas na medida em que tais respostas
despertam-nos o seguinte questionamento: Existe ou não de fato o profissional
médico na cidade que realize o exame clínico da próstata e consequentemente o
acesso a este na cidade?
Com o intuito de averiguar a existência do profissional médico urologista
atuando no município, procurei manter contato com algumas pessoas que
trabalham na área da Saúde de Jitaúna, as quais poderiam me dar esta
informação de maneira neutra, politicamente falando, pois como descrito
anteriormente, muitas pessoas direta ou indiretamente ligadas à Prefeitura,
recusam-se a dar informações que comprometa a gestão municipal, acredito eu
que por medo de possíveis represálias políticas.
Por meio desses contatos, conseguir conversar com uma Técnica em
Enfermagem que pertence ao quadro efetivo de funcionários do município, a qual
desenvolve sua atividade na principal Unidade de Saúde da Família da cidade,
onde desde muitos anos são convencionados os atendimentos ambulatoriais da
cidade. Tal funcionária informou-me que a cidade já galgou da presença de um
médico urologista que atuava pelo município uma vez na semana. Porém, no
início da atual gestão, cerca de três (3) anos atrás, este urologista teve o seu
contrato recendido com a Prefeitura, por motivos que segundo ela desconhece.
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A funcionária me informou também que após este, outros dois
urologistas atuaram seguidamente no município, mas não foram duradouras as
suas estadias profissionais na cidade. Portanto, segunda ela, Jitaúna está há
mais de dois (2) anos sem qualquer cobertura urológica por parte do médico,
onde os homens do município que necessitam de uma avaliação digital prostática
têm que recorrer a outro município que disponha do referido profissional.
A partir das informações supracitadas é possível inferir que os poucos
entrevistados os quais asseguram proverem de acesso ao médico urologista no
município baseados no fato de um dia já terem realizado o exame em Jitaúna,
desconhecem que perderam esse acesso há mais de 2 (dois) anos. Fato este
que nos leva a deduzir que estes homens, além de desinformados, permanecem
todo esse tempo sem procurarem uma nova consulta com o urologista.
Durante a minha conversa com a funcionária citada, obtive através desta
também, o nome de um dos médicos urologistas que já tinha atuado pelo
município, o qual lhe fora atribuído à realização do exame clínico da próstata por
todos os entrevistados que o realizaram na cidade. Coincidentemente, o
encontrei dias após por acaso, sendo que não me contive em questioná-lo o
motivo pelo qual deixara de consultar em Jitaúna. O mesmo não se absteve em
responder-me que por motivo, do que ele chamou, de “picuinhas” levadas ao
prefeito em seu nome, ou seja, o município permanece sem urologista por
comunicarem ao gestor municipal, que o médico “falou mal” deste.
4.6 Realização do Exame
Em motivo da amostra populacional selecionada neste trabalho, tratar-se
de homens trabalhadores que ultrapassaram a idade inicial recomendada
atualmente para a submissão da primeira avaliação digital prostática, iniciamos
aqui as variáveis obtidas na investigação da já realização por esses feirantes do
exame clico da próstata.
A tabela 10, abaixo, nos mostra os dados obtidos que dizem respeito a já
realização pelos entrevistados do exame clínico prostático como método para se
diagnosticar precocemente algum tipo de doença no órgão.
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Tabela 10. Distribuição dos Feirantes quanto à realização do Exame Clínico da Próstata (Toque retal). Jitaúna - BA, 2008.
REALIZAÇÃO DO EXAME N %Já realizaram
Em Jitaúna
Em outro município
O que os fez realizar
Conta própria
Funcionário da saúde recomendou
Outra pessoa recomendou
05
04
01
03
01
01
33,3
Nunca realizaram
Mas pretendem realizar
Não pretende realizar
10
10
0
66,7
TOTAL 15 100Fonte: Arquivo da pesquisa.
O que nos chamou a atenção nestes dados foi um número de 10 (66,7%)
homens dentre os entrevistados que nunca realizaram o exame, apesar de já
pertencerem e muitos já ultrapassarem a faixa etária indicada de 40 anos. Sendo
que todos afirmaram pretensão de um dia se submeterem ao procedimento. No
entanto, apenas 05 (33,3%) dos participantes da pesquisa já tinham sido
submetidos ao toque retal como exame clínico da próstata, sendo que dentre
estes que já se submeteram ao toque, quatro (04) indivíduos o realizaram no
município de Jitaúna e um o realizou em outro município.
Aos 05 (33,3%) feirantes que afirmaram que já tinham sido submetidos
ao exame clínico da próstata, foi perguntado o que os fizeram realizar o toque, no
intuito de verificar a atuação dos profissionais de saúde como elo entre estes
homens e a realização do exame. Porém, dentre os poucos entrevistados que
fizeram o exame apenas um (01) realizou o procedimento devido recomendação
de um profissional da saúde, três (03) procuraram o urologista por conta própria e
um (01) teve a orientação de outra pessoa a qual não pertencia à área de saúde.
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Logo abaixo expomos alguns argumentos prevalentes utilizados pelos
participantes da pesquisa na justificativa pela não realização do exame digital da
próstata:
(...)... é um exame muito feio, o cara ficar de quatro pro outro enfiar o dedo (53 anos) ... não sinto nada, não tenho nenhum sintoma (48 anos)... foi falta de interesse ( 53 anos) ... lerdeza (45 anos) ... nunca me interessei e não sinto nada (55 anos) ... não sei nem o que é isso ( 55 anos) ... nunca me falaram nada (67 anos) (...)
A partir da análise desses relatos, foi possível perceber nas falas como
/...não sinto nada, não tenho nenhum sintoma... /... nunca me interessei pois não
sinto nada.../, o que demonstram a falta de informação destes homens a respeito
do câncer prostático, pois é sabido que a doença maligna que acomete o órgão,
tem como principal característica a manifestação tardia dos sinais e sintomas. E
isso se deve ao fato do tumor iniciar o seu desenvolvimento na região externa da
próstata e só depois começa a penetrá-la, ou seja, este se manifesta de fora pra
dentro, fator esse responsável pela revelação tardia dos sintomas, momento em
que já não se pode fazer muita coisa pelos portadores.
Portanto, é notória a falta de informação e conseqüentemente a
deficiência na atuação dos profissionais de saúde do município, principalmente,
médicos e enfermeiros, como promovedores de saúde para estes homens no
momento em que não buscam meios de estarem informando da necessidade e
importância da avaliação prostática a partir da idade recomendada.
Conseguimos notar também em algumas falas como esta, /... é um exame
muito feio, o cara ficar de quatro pro outro enfiar o dedo.../, a presença de algo que
denomino como “preconceito machista”, atrelado a questões sócio-culturais
características de paises sub-desenvolvidos. Uma vez que, em países
desenvolvidos como nos Estados Unidos, existem diversas empresas onde se faz
obrigatório a periódica avaliação digital prostática para os seus funcionários.
Tais empresas sabem que o custo financeiro gerado para elas com um
funcionário que descobre tardiamente um câncer de próstata, seria muito maior
do que se descoberto ainda na sua fase inicial.
45
Logo, é preciso divulgar da maneira mais clara possível para estes
homens, que até o presente momento, o exame digital da próstata é
insubstituível. Pois como dito antes, o câncer começa sua formação na parte mais
externa do órgão e que só através da leve palpação deste pelo acesso retal é que
o médico perceberá o tumor ainda em início de formação e possíveis alterações
na mobilidade prostática característica da neoplasia.
No entanto, torna-se evidente nas falas, /... é falta de interesse ... foi
lerdeza.../... nunca me interessei.../ que em contrapartida, esses trabalhadores
também não têm dado a importância devida ao exame, o que torna o papel do
profissional de saúde ainda mais importante, desta maneira cabe a eles a missão
de proporcionarem momentos informativos nos serviços de saúde buscando desta
forma através de palestras educativas atrair a atenção desses homens para
seriedade dos problemas que poderão enfrentar se não realizarem o exame.
De acordo a Sociedade Brasileira de Urologia – SBU (2006),
[...] o homem não estabelece, como rotina em sua vida, a avaliação da sua próstata, após os 40 anos. Ao contrário do que acontece com as mulheres, orientadas desde a puberdade a fazer anualmente seu exame ginecológico [...].
A partir das informações supracitadas, podemos inferir que a rede de
atenção básica do nosso SUS tem priorizado de maneira geral através de
Programas, a atenção à saúde da mulher. Isso se torna ainda mais evidente
quando nos atentamos para a quantidade de programas existentes na rede básica
direcionados exclusivamente para a população feminina como, por exemplo, os
Programas de Prevenção do Câncer do Colo Uterino e Atenção à Gestante.
Portanto, são dois dias na semana produtiva das Unidades Básicas de
Saúde, exclusivos para atendimento às mulheres, o que na prática se tornam três,
pois, é sabido que o dia voltado para o Planejamento Familiar o qual deveria ser
freqüentado por ambos os sexos, tem a presença feminina como destaque nas
consultas e são raras a presença dos homens no Programa. Com isso
conseguimos visualizar, usuários e enfermeiros perdendo uma grande
oportunidade para ambos, ou seja, o trabalhador que não participa do Programa
perde a chance de estar em contato com profissionais que teoricamente poderiam
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estar usando do momento para informá-los sobre a necessidade da realização do
exame da próstata.
Nesta perspectiva, percebemos a falta de políticas públicas através de
programas na atenção básica voltados exclusivamente para a atenção à saúde
dos homens. A sensação que temos é que a porta de entrada do SUS, a qual é
representada pela Unidade Básica de Saúde - USB está “encostada”, ou seja,
“quase fechada” para esses homens. E cabe ao gerente da UBS a missão de
“escancarar” esta porta, “enlarguecendo” a acessibilidade aos serviços de saúde
para estes usuários.
4.7 Dificuldades e Facilidades na Visão dos Entrevistados
Depois da busca de meios que facilitassem a identificação por nós, das
possíveis agruras enfrentadas por estes homens na submissão do toque retal
como método diagnóstico dos agravos da próstata, buscamos também investigar,
na visão deles, a existência de dificuldades e facilidades percebidas por estes no
acesso ao procedimento no município de Jitaúna.
A seguir, como explicito na Tabela 11, estão explícitos os dados obtidos
no que diz respeito às dificuldades encontradas na realização do Exame Clínico
da Próstata no município pelos entrevistados.
Tabela 11. Distribuição dos Feirantes quanto às dificuldades encontradas na realização do Exame Clínico da Próstata (Toque retal) no município. Jitaúna - BA, 2008.
DIFICULDADES AO EXAME N %
Encontram dificuldades
Falta de médico
Falta de informação se tem médico
Demora na marcação
10
08
01 01
66,7
Não encontram dificuldades 04 26,7
Não souberam informar 01 6,7
TOTAL 15 100
Fonte: Arquivo da pesquisa.
É visível que dos 15(100%) entrevistados, 10(66,7%) afirmaram
enfrentarem dificuldades na realização do exame, onde oito (08) destes atribuíram
à falta de médico urologista na cidade como causa dessa dificuldade, um (01)
47
atribuiu à falta de informação pela Prefeitura da existência do profissional que
faça o exame e um (01) outro apontou a demora para conseguir o exame como a
causa da dificuldade informada por ele.
Em seguida observamos um número de 04 (26,7%) dos feirantes
participantes da pesquisa que disseram não encontrarem dificuldades, segundo
estes, existia o atendimento do urologista no município, tanto que, já tinham
realizado o exame clínico prostático na cidade. Tivemos também dentre os
participantes do estudo 01 (6,7%) dos entrevistados que não soube informar a
existência ou não de dificuldades, segundo este nunca procurou o serviço de
saúde do município.
Trataremos agora por fim, conforme a Tabela 11 a seguir, da distribuição
dos feirantes participantes da pesquisa relacionada às facilidades observadas por
estes na realização do exame clínico da próstata no município,
Tabela 12. Distribuição dos Feirantes quanto às facilidades encontradas na realização do Exame Clínico da Próstata (Toque retal) no município. Jitaúna - BA, 2008.
FACILIDADES AO EXAME N %Encontram facilidades
Tem médico
05
05
33,3
Não encontram facilidades 09 60
Não souberam informar 01 6,7
TOTAL 15 100
Fonte: Arquivo da pesquisa.
A partir da análise dos dados acima, verificamos que os valores
praticamente se mantiveram, ou seja, dentre os 10 (66,7%) dos feirantes
participantes da pesquisa que afirmaram encontrarem dificuldades, apenas um
(01) declarou dispor também de facilidade na submissão ao procedimento do
toque retal. Segundo ele apesar da demora na marcação do exame, o fato da
existência do profissional que o realize na cidade já é uma facilidade. Entretanto,
apenas 05 (33,3%) dos entrevistados afirmam disporem de facilidades de acesso
ao exame, sendo que todos atribuem à presença do médico urologista em Jitaúna
o motivo desta facilidade.
48
Assim, ao examinarmos os resultados obtidos nas duas ultimas tabelas,
que tratam da existência de dificuldades e facilidades da realização do exame
digital da próstata no município, na ótica dos entrevistados, podemos inferir que
as agruras têm prevalecido na cidade de Jitaúna. Governo e servidores da saúde
do município estão atuando de maneira deficiente, na medida em que não estão
provendo meios de acesso a estes homens à avaliação periódica de suas
próstatas. A Prefeitura municipal está há mais de 24 meses sem contratar o
profissional quem realiza o exame. Em contrapartida, os profissionais de saúde do
município não têm buscado meios de estarem informando sobre esta
problemática a estes trabalhadores.
Portanto, acreditamos que alcançamos a nossa proposta inicial e que, a
partir do entendimento mais aprofundado da temática proposta neste estudo,
cabem aos gestores municipais e aos profissionais de saúde, principalmente os
da atenção básica, intensificar os seus desempenhos profissionais, partindo da
percepção dos enfrentamentos reais vivenciados por essa população estudada,
mudando as suas práticas de intervenção com o propósito de promoverem o
acesso de forma efetiva, através de ações mais inovadoras.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
49
Ao concluirmos a análise parcial dos dados anteriormente apresentados,
pudemos de forma convicta, identificar que são muitas as agruras enfrentadas por
esses homens como falta de informação, baixa escolaridade, baixo poder
aquisitivo, barreiras culturais e principalmente a inexistência de um profissional
médico especialista em urologia no município. Essa ausência de acessibilidade
acarreta proporções maiores, na medida em que lidamos com trabalhadores na
condição de informais, desprovidos de qualquer garantia assistencial trabalhista,
na submissão ao exame clínico da próstata.
Logo, a primeira dificuldade percebida neste estudo por parte dos
entrevistados foi à carência de conhecimento anatômico da existência da próstata
como órgão masculino que é. A associação errônea do câncer ao órgão tem sido
perpassada ao longo dos anos no município a estes homens que certamente
também repassam esse entendimento totalmente errado sobre o assunto.
Surgi a partir daí, o primeiro desafio encontrado com a conclusão deste
trabalho o qual seria impedir que essa informação errada de que “ter próstata é
ter câncer”, ou seja, que possuir próstata signifique possuir doença, continue
sendo transmitida entre os homens de baixa escolaridade do município. E isto
poderá ser alcançado pelos profissionais de saúde do município utilizando de uma
nova ferramenta recém surgida na área da educação que poderá produzir belos
frutos no âmbito da saúde, denominada “Educomunicação”.
Esta nova ciência vem propor a promoção da cidadania tomando como
ponto de partida o direito à expressão e à comunicação, além do desenvolvimento
de ações que potencializem a capacidade de expressão das pessoas, como
indivíduos e como grupo. Os profissionais de saúde poderiam utilizar dos
importantes ambientes colaborativos proporcionados pelas novas tecnologias
como, emissora de rádio local, carros de som, internet dentre outras, o que iria
estimular e alimentar as discussões e a troca de conhecimentos no âmbito da
saúde.
Assim, proponho a mudança nas práticas dos profissionais de saúde, os
quais passariam a buscar outros meios para a promoção desta, armados da
educação, procurando atingir a partir da socialização de informações de forma
eficiente a população alvo, ou seja, organizando um processo educomunicativo,
50
dinâmico, que alcançasse estes homens e que incentivasse realmente a
transformação das práticas que implicam em riscos para as suas saúde.
Vejo nessa proposta, a oportunidade dos profissionais de saúde,
principalmente enfermeiros da atenção básica, procurem com que as suas ações
se libertem ainda mais das paredes que as cercam nas unidades de saúde. É
atuar primeiro fora da unidade, ir até o povo para ganhá-los, buscar novos meios
de informarem estes homens, ganhando primeiro a sua a confiança lá fora, para
só depois convidá-los para entrar.
No que diz respeito à falta de acesso enfrentada pela amostra
populacional estudada consideramos a deficiência organizacional da gestão
pública municipal, como fator preponderante do obstáculo que tem separado
esses homens do procedimento que poderia salvar-lhes a vida amanhã. É
inadmissível que questões pessoais e políticas individuais estejam influenciando
decisões que venham prejudicar toda uma população. É preciso mais
discernimento e responsabilidade nas tomadas de decisões por parte do gerente
municipal, principalmente nas ações que terão repercussão direta na saúde de
toda uma população.
Considerando o fato de que Jequié está situada a apenas 28 km da
cidade onde aconteceu o estudo, e ter despontado no cenário atual como cidade
universitária, com diversos cursos na área da saúde, durante o desenvolver deste
trabalho, notamos a ausência de extensões das Universidades com ações na
área da saúde, que possam estar contemplando as cidades circunvizinhas.
A problemática encontrada na construção deste trabalho está sendo
vivenciada a 20 minutos da cidade que possui atualmente dois cursos superiores
de enfermagem e que está na eminência de ser agraciada com o curso de
medicina. Mas, onde está à contribuição universitária com programas de extensão
voltados para a saúde da micro-região de Jequié?
É preciso que a contribuição acadêmica extrapole os muros da
universidade, buscando meios de mudar a realidade que a rodeia. Fazendo um
paralelo aos enfrentamentos de feirantes encontrados neste estudo, é certo que
os problemas perpassam por uma esfera maior, governamental. Porém, as
universidades poderiam contribuir com ações de âmbito menor, através de
51
exemplo, cursos para trabalhadores da saúde, seminários com temas específicos
buscando um público alvo, extensão para campos de práticas na cidade, além do
desenvolvimento de projetos que repercutam nas ações governamentais do
município.
A experiência que este trabalho me proporcionou, despertou-me também
para a falta de disciplinas no Curso de Enfermagem, voltadas especificamente
para o estudo mais aprofundado das doenças do homem. Onde poderíamos
discutir o papel do enfermeiro na promoção de saúde não só do homem na
condição de trabalhador, mas como pai de família que muitas vezes não dispõe
de tempo para procurar os serviços de saúde, o homem na situação de
desempregado, ou seja, estudar de forma mais acurada as condições de saúde
do homem atual.
Desse modo, ficam como sugestões estas três ações já pontuadas.
Primeiro que os profissionais de saúde possam aumentar não só alcance de suas
visões na direção externa da unidade de saúde, mais também o alcance de suas
ações buscando novos meios de primeiro “seduzir” estes usuários lá fora, para só
depois convidá-los a adentrar; Segundo que o ensino superior existentes em
Jequié também busquem extrapolar os muros que as cercam dando suas
contribuições acadêmicas para os municípios circunvizinhos implementando
efetivamente projetos de extensão e isso vale tanto para a área da saúde como
para as demais, pois assim, como Jitaúna tem vivenciado essa problemática
enfocada neste estudo, poderão existir outros municípios ainda mais carentes de
ações; E por último, que o Curso de Enfermagem possa ver a necessidade de
uma disciplina para a graduação com a proposta de um aprendizado específico e
aprofundado nas questões relacionadas a saúde do homem atual, como já
acontece na disciplina saúde da mulher.
Portanto, acreditamos que este estudo atingiu os objetivos propostos,
onde pode contribuir para uma melhor compreensão a respeito dos
enfrentamentos desses feirantes na realização do exame clínico da próstata.
Frente a esses resultados e o aprendizado adquirido na vivência com
esses trabalhadores, acreditamos na perspectiva política da mudança. Mas esta
só será alcançada a partir do momento que todos nós nos conscientizarmos da
52
necessidade de avaliarmos as nossas ações. A proposta de avaliação e inovação
foi lançada neste trabalho e temos certeza que bons frutos serão colhidos por
profissionais e usuários a partir dessa semente lançada aqui.
Capítulo VI
53
Referências
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SETIÉN, M. L. Indicadores Sociales de Calidad de Vida. Um sistema de
medición aplicado al País Vasco. Madrid: Centro de Invetsigaciones Sociológicas,
1993;
56
APENDICE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB
DEPARTAMENTO DE SAÚDE – CAMPUS JEQUIÉCURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
APENDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Resolução nº196, de 10 de Outubro de 1996, segundo o Conselho Nacional de Saúde.
58
Eu, ___________________________________________________, aceito livremente
participar do estudo intitulado: “Enfrentamentos de feirantes: realização do exame
clínico de próstata”, desenvolvido pelo acadêmico Luciano Silva de Andrade do VIII
semestre do curso de Enfermagem, sob a responsabilidade do Professor Doutor
Eduardo Nagib Boery da Universidade estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).
Propósito de estudo: conhecer os enfrentamentos de feirantes da cidade de
Jitaúna, com idade superior aos 40 anos, na submissão ao toque retal para o
exame clínico da próstata.
Participação: ao concordar com a participação na pesquisa, deverei estar a
disposição em momento oportuno para responder um instrumento contendo
questões acerca do enfrentamento à realização do exame clínico da próstata e de
suas dificuldades e/ou facilidades.
Riscos: este estudo não trará riscos para minha integridade física ou moral.
Todos os dados que obtivermos serão guardados e manipulados em sigilo. Nós
assumimos o compromisso de não disponibilizarmos esses dados para terceiros.
Confidencialidade do estudo: registros da sua participação nesse estudo serão
mantidos em sigilo. Nós guardaremos os registros de cada pessoa, e somente o
pesquisador responsável e colaboradores terão acesso a estas informações. Se
qualquer relatório ou publicação resultar deste trabalho, a identificação da
participante não será revelada. Resultados serão relatados de forma sumariada e a
pessoa não será identificada.
Benefícios: Os benefícios em participar desse estudo é que ele contribuirá para
construção de meios que irão permitir o aprimoramento e qualidade da
acessibilidade dos informantes ao exame clínico da próstata no município de
Jitaúna-ba.
Dano advindo da pesquisa: o estudo, tratamento será oferecido sem ônus e será
providenciado pelos pesquisadores responsáveis, Profº Dr. Eduardo Nagib Boery;
discente: Luciano Silva de Andrade.
Participação Voluntária: toda participação é voluntária, não há penalidade para
alguém que decida não participar neste estudo. Ninguém será penalizado se
decidir desistir de participar do estudo, em qualquer época. Podendo retirar-se da
participação da pesquisa, sem correr riscos e sem prejuízo pessoal.
59
Consentimento para participação: Eu estou de acordo com a participação no
estudo descrito acima, Eu fui devidamente esclarecido quanto os objetivos da
pesquisa, aos procedimentos aos quais serei submetido e os possíveis riscos
envolvidos na minha participação. Os pesquisadores me garantiram disponibilizar
qualquer esclarecimento adicional que eu venha solicitar durante o curso da
pesquisa e o direito de desistir da participação em qualquer momento, sem que a
minha desistência implique em qualquer prejuízo a minha pessoa ou a minha
família, sendo garantido anonimato e o sigilo dos dados referentes à minha
identificação.
_______________________________________________
COMPROMISSO DO PESQUISADOR
Eu discuti as questões acima apresentadas com cada participante do estudo. É minha
opinião que cada indivíduo entende os riscos, benefícios e obrigações relacionadas a
esta pesquisa.
_________________________________Jequié, ___ de __________ de 2007
Eduardo Nagib Boery
Em caso de dúvidas ou para outros esclarecimento e informações, entrar em contato
com:
Luciano Silva de Andrade
(73) 88011647
lusilvandrade@oi.com.br
Rua Jequié, nº. 102, Bairro Centro, Jitaúna-BA.
60
Eduardo Nagib Boery
(73) 3525 - 2994
eboery@ig.com.br
Rua José Moreira Sobrinho, s/nº, Jequié-BA.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA – UESB
DEPARTAMENTO DE SAÚDE – CAMPUS JEQUIÉ
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
APÊNDICE D – Formulário da Pesquisa
A sua colaboração respondendo a este questionário é de suma importância para a
concretização deste estudo. Desde já agradecemos pela sua colaboração.
1- Dados pessoais:
Idade:__________________________________________________________
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Situação marital:__________________________________________________
Ocupação:_______________________________________________________
Outras fontes de renda: ____________________________________________
Renda mensal: ( ) Até 1 salário mínimo ( ) De2 a 3 salários mínimos
( ) De 3 a 5 salários mínimos ( ) Mais de 5 salários
Grau de escolaridade: ( ) Analfabeto ( ) Primário incompleto ( )Primário completo
1º grau ( ) completo ( ) incompleto ( ) cursando
2º grau ( ) completo ( ) incompleto ( ) cursando
3º grau ( ) completo ( ) incompleto ( ) cursando
2- Você sabe o que é próstata?
( ) sim. Justifique:_________________________________________________
Quais as doenças à acometem?_______________________________
( ) não.
3- Você já ouviu falar em câncer de próstata?
( ) sim. Quando?_________________________________________________
Onde?___________________________________________________
Por quem?_______________________________________________
Por que meio?_____________________________________________
Quais os fatores de risco?___________________________________
( ) não.
4- Qual o seu conhecimento acerca do toque retal?
_______________________________________________________________
5- Você já foi informado por algum funcionário público de saúde da sua cidade,
sobre a necessidade da realização do exame da próstata ?
( ) sim. Qual a função desse funcionário?
_________________________________________
Se sim, qual a idade recomendada por este? _______________
( ) não.
6- Você tem acesso ao exame de próstata em sua cidade?
( ) sim.
( ) não.
( ) não sabe responder.
7- Você já foi submetido ao exame clínico da próstata (toque retal)?
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( ) sim. Em qual cidade?___________________________________________
Com que idade?___________________________________________
O que o fez submetê-lo?_____________________________________
Qual o diagnóstico?_________________________________________
( ) não. Por quê?_________________________________________________
Pretende ser submetido?____________________________________
8- Em sua opinião, quais as dificuldades você encontra para a realização do
exame clínico da próstata (toque retal)?
9- E quais as facilidades você observa no município para a realização do exame?
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