Post on 16-Oct-2021
Transição DemográficaTransição Epidemiológica
Epidemiologia das Doenças Crônicas
Universidade de São PauloEscola de Enfermagem de Ribeirão Preto
Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde PúblicaEpidemiologia
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Profa. Dra. Jaqueline Garcia A. Ballestero
Ilustração gráfica (histograma / gráfico de barras) que representa a distribuição deuma população de acordo com diferentes faixas etárias.
PIRÂMIDES ETÁRIAS
Redução da taxa de natalidade
Queda da mortalidade
CAUSAS DE ÓBITOS
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FASES
TEORIA DA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
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Alta natalidade e
alta mortalidade
com expectativa
de vida baixa
PRIMITIVA
Redução brusca da
mortalidade com natalidade ainda elevada: crescimento acelerado da população
DIVERGENTE
Natalidade diminui mais
acelerada que a mortalidade;
limitação progressiva do
ritmo de crescimento;
envelhecimento da população
CONVERGENTE
Alta expectativa de vida e grande
número de pessoas idosas
PÓS TRANSIÇÃO
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TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA
A transição demográfica é um conceito que descreve dinâmica populacional ao longo da evolução histórica das sociedades humanas. Ela ocorre por meio da relação entre
nascimentos, óbitos, fluxos de imigração e emigração.
O que causou a transição demográfica?
As mudanças sociais, econômicas, políticas e científicas iniciadas no século XIX, com auge no século XX.
*Queda da natalidade = urbanização, melhoria das condições de educação, métodos contraceptivos e planejamento familiar, inserção da mulher no mercado
de trabalho, etc.
*Queda da mortalidade = do que morriam as pessoas e por que elas pararam de morrer?
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TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
Conceito que descreve as mudanças ocorridas no perfil de morbimortalidade e de invalidez de uma população ao longo das transformações demográficas, sociais e
econômicas de uma sociedade.
O que causou a transição epidemiológica?
• Declínio da mortalidade principalmente entre as doenças infecciosas devido aoavanço na organização das cidades e do cuidado em saúde
• População com maior expectativa de vida que, por consequencia, possui maiorexposição a fatores de risco associado a doenças crônicas degenerativas.
• Mudanças sociais levando ao crescimento da violência e acidentes
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TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
• Modificações, em longo prazo, dos padrões:- Morbidade,- Invalidez;-Morte
• Ocorrem em conjunto com outras transformaçõesdemográficas, sociais e econômicas.
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TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
• Mudanças básicas:
Doenças Transmissíveis
Predomínio da mortalidade
Morbi-mortalidade de
jovens
Predomínio da morbidade
Morbi-mortalidade de
idosos
Doenças Não Transmissíveis e causas externas
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TEORIA DA TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
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Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?
• Os processos de transição epidemiológica e demográfica estão interligados!
• “A princípio, o declínio da mortalidade concentra-se seletivamente entre asdoenças infecciosas e tende a beneficiar os grupos mais jovens da população,que passam a conviver com fatores de risco associados às doenças crônico-degenerativas e, na medida em que cresce o número de idosos e aumenta aexpectativa de vida, as doenças não transmissíveis tornam-se mais frequentes.(Vermelho & Monteiro, 2002)”
Retirado de http://www.epsjv.fiocruz.br/pdtsp/nav.php?s_livro_id=6&capitulo_id=77&autor_id=&sub_capitulo_id=703&arquivo=ver_pop_up
PERGUNTA:
Atualmente, com quais condições de saúde nossa sociedade convive?
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Acumulação epidemiológica (FRENK et al., 1991) ou de dupla carga de doenças (OMS, 2003) é o termo que designa uma transição caracterizada pelos seguintes atributos:
SUPERPOSIÇÃO DE ETAPAS: persistência concomitante das doenças infecciosas e
carenciais e das doenças crônicas;
RESSURGIMENTO DE DOENÇAS que se acreditavam superadas (doenças reemergentes);
FALTA DE RESOLUÇÃO da transição num sentido definitivo;
POLARIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA, representada pela agudização das desigualdades sociais
em matéria de saúde;
SURGIMENTO DE NOVAS DOENÇAS ou enfermidades emergentes
(MENDES, 1999).
Transição demográfica e epidemiológica no Brasil: “Acumulação epidemiológica ”
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- TRIPLA CARGA DE DOENÇAS E AGRAVOS NO BRASIL -
Doenças infeciosasAgudas e reemergentes, como a dengue
Crônicas, como o HIV/aids, a TB, a hanseníase, que podem “agudizar”
Doenças crônicas não transmissíveisDoenças cardiovasculares, neoplasias, adoecimento mental, que também se
agudizam durante sua cronicidade
Violência e acidentes (Causas externas)Geram traumas e invalidez irreversíveis
72% DCNT;10% doenças infecciosas e parasitária;
5% distúrbios materno-infantis
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TRIPLA CARGA
...para não perder o fio da meada...
Fonte da imagem: https://catracalivre.com.br/rio/agenda/barato/luiz-pizarro-apresenta-fio-da-meada-no-espaco-sesc/
Crise do sistema de saúde: modelos ineficazes
Reforma setorial: SUS, a Atenção Primária à Saúde e o paradigma da Vigilância em Saúde
Reorganização das práticas: territorialização, interdisciplinaridade, intersetorialidade, cuidado centrado no paciente, família e comunidade
Epidemiologia como eixo da Saúde Pública
Ferramenta para planejar, executar e avaliar uma intervenção em saúde que seja compatível com a realidade
(ROUQUAYROL, ALMEIDA-FILHO, 2009)
Acumulação epidemiológica
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Doenças crônicas não-transmissíveis (DNCT)- Doenças do aparelho circulatório- Doenças neoplásicas- Adoecimento mental
Causas externas- Violência- Acidentes
As doenças crônicas e os distúrbios mentais representam 59% do total de óbitos no mundo.
Até o ano 2020, as condições crônicas serão responsáveis por 78% da carga global de doenças nos países em desenvolvimento
(OMS, 2003)
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
FATORES DE
RISCOCOMPARTILHADOS
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Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas- Diabetes Mellitus
Fatores de risco (exposição)SedentarismoEstresseHábitos alimentaresPredisposição individual Doenças do aparelho circulatório
- Doença isquêmica do coração: infarto agudo do miocárdio, doenças coronarianas
- Doenças cerebrovasculares: acidente vascular encefálico- Doenças do aparelho circulatório: hipertensão
Fatores de risco (exposição)TabagismoSedentarismoEstresseHipercolesterolemiaObesidadeDiabete mellitusPredisposição individual
Risco: probabilidade de ocorrênciade um resultado desfavorável, danoou fenômeno indesejado
Fator de Risco: característicaou circunstância queacompanha um aumento deprobabilidade da ocorrência,sem que o dito fator tenhaintervindo necessariamenteem sua causalidade
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Doenças neoplásicas- Neoplasias Pulmão, traqueia e brônquios Esôfago Estômago Cólon, reto, junção reto-sigmóide e ânus Mama feminina e Colo do útero (sexo feminino) Próstata (sexo masculino)
Fatores de risco (exposição)AmbienteEstilos de vida (Comportamental e Dietética)Predisposição individual
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CAUSAS EXTERNAS
- Violência (homicídio e lesões infligidas com intenção de ferir ou matar, lesões auto-provocadas, complicações de assistência médica e cirúrgica)
- Acidentes (de trânsito e traumatismos acidentais)
* Acidente de trabalho entram em uma categoria diferente
Fatores de risco (exposição)Aspectos culturais e de desenvolvimento socioeconômico
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CAUSAS EXTERNAS
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ReflexõesLei Maria da PenhaObrigatoriedade do cinto de segurançaDiminuição da velocidade nas marginais (ex.: São Paulo)Lei Seca
Falta de dados disponíveis para entender as causas externas
Maior disponibilidade de dados com eventos fatais (Sistema deInformação em Mortalidade) e invisibilidade de eventos não-fatais (Fichade notificação de causas externas).
Registros médicos podem conter informações de diagnóstico sobre alesão e o tratamento, mas não as circunstâncias do acidente ou aviolência relacionadas à lesão.
Interdisciplinaridade no manejo da exposição da população às causasexternas
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Anos Potenciais de Vida Perdidos
Número de anos que teoricamente uma determinada população deixa de viver se morrer prematuramente (antes dos 70 anos).
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