Túmulo de Panehesy (TA 6)repositorio.ul.pt/bitstream/10451/27994/23/Anexo_Túmulo... · 2017. 8....

Post on 07-Nov-2020

0 views 0 download

Transcript of Túmulo de Panehesy (TA 6)repositorio.ul.pt/bitstream/10451/27994/23/Anexo_Túmulo... · 2017. 8....

1

Túmulo de Panehesy (TA 6)

Fachada

1, 2 – Lintel. A família real adorando Aton. Pls. V

(sup.), VI (esq. e dir.).

Entrada e Vestíbulo exterior

3 – Espessura. A família real adorando Aton. Na

base Panehesy entoa um hino. Pls. VII, XXVII

(dir.).

4 – O rei com um incensório e a rainha com um

ramo, adorando Aton. Na base Panehesy entoa um

hino. Pls. VIII, XXVII (esq.).

Vestíbulo exterior

5,6 – Lintel. Panehesy, ajoelhado, adora as

cartelas de Aton. Ombreiras: Petições funerárias.

Pls. V (médio inf.), IX (esq. e dir.)

7, 8 – Em cima: Recompensa de Panehesy. Em

baixo: Aclamação da escolta e dos familiares.

Pl. X, XI (sup.)

9 – Em cima: A família real adorando Aton.

Panehesy e subalternos transportam oferendas.

Em baixo: O funcionário é recebido pela escolta

e pelos carros. Pls. XII, XI (inf.).

10, 11 – A família real sai do palácio com a sua

escolta. Pls. XIII – XVII.

12, 13 – Visita real ao templo de Aton. Pls.

XVIII, XIX, V (inf. dir.).

14 – O casal régio adorando Aton. Pls. XX,

XXI, V (inf.).

Colunas. Pl. IV (inf.).

Arquitraves. Pls. IV (b-f), V (centro), XXI

(sup.).

Entrada da câmara interior

15, 16 – Entrada, lintel. Panehesy adorando as

cartelas de Aton. Ombreiras: Petições

funerárias. Pls. XXI, XXVI (sup.).

17 – Espessura. O funcionário e a filha. Pls.

XXII, XXVII (centro).

Capela

18 – O funcionário e a família partilham uma

refeição e recebem um ramo de flores das mãos

de um servo. Pl. XXIII.

19 – Estátua sentada do defunto, actualmente

removida.

Fig. 1 − Planta do túmulo de Panehesy. Distribuição das cenas ao longo do túmulo. Equivalência entre a

classificação usada (Porter e Moss, TBAE, vol. IV, p. 210) e a classificação de Davies, RTEA, vol. II,. Pl. II.

2

2. Cargos

bAk n nb tAwy m pr-Itn

Sacerdote do senhor das Duas Terras,

na Casa de Aton

bAk tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn

Sumo sacerdote de Aton1, na Casa de Aton,

em Akhetaton

Hm-nTr nw 2 n nb tAwy Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx

Segundo sacerdote do senhor das Duas Terras, Neferkheperuré-Uaenré, dotado de vida,

sDAw bity

Chanceler do rei do Baixo-Egipto

Im(y)-r iwAty n Itn

Superintendente dos bois de Aton

Im(y)-r Snwty m Axt-Itn

Superintendente do Duplo Celeiro, em Akhetaton2

3. Breves notas sobre a sua arquitectura. Cenas

O túmulo foi escavado na base da encosta com um declive agudo. Recebeu, posteriormente,

uma comunidade copta. Este facto e a posterior acção dos morcegos contribuíram para a sua

deterioração3.

Entrada

O interior segue o ideal egípcio, proporcionando um conjunto de três câmaras, fig. 3.

1 À primeira vista parece tratar-se de um título semelhante ao do sumo-sacerdote de Amon,

− Hm-nTr tpy n Imn − mas o seu homólogo de Aton, Meriré, era nomeado, por

analogia com o clero de Heliópolis:

wr mAw n pA Itn m pr Itn m Axt-Itn,

«Grande dos Videntes de Aton na Casa de Aton em Akhetaton».

O termo bAk tem o significado de «servidor», bAk tpy seria, portanto, «chefe dos servidores», mas que

servidores? Embora tenha sido, como Meriré, sDAw bity, «chanceler do rei do Baixo-Egipto», os outros

cargos de Panehesy são relativamente modestos e não parece ter exercido o sumo sacerdócio.

Mais interessante é o seu título de. Hm-nTr nw 2 n nb tAwy Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx,

«Segundo sacerd-ote do senhor das Duas Terras, Neferkheperuré-Uaenré, dotado de vida». Parece indicar que

Akhenaton era objecto de culto, em Amarna, e tinha um corpo de sacerdotes para o realizar. 2 Para os títulos 5 e 6, ver DAVIES, op. cit., Pl. IV. 3 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 9.

3

Fig. 3 − Secção longitudinal do túmulo de Panehesy, DAVIEs, RTEA, vol. II, Pl. III-a.

A parede exterior tem um lugar para reunião e culto, uma câmara interior contendo o lugar

do enterro e uma pequena capela4. A primeira câmara é uma sala cuja largura excede por pouco a

profundidade mas um grosseiro alargamento da parte mais baixa devindo à ocupação copta alterou

muito o plano primitivo. A sala estava dividida por duas filas de duas colunas cada, deixando livre

um largo espaço entre as duas. As paredes estavam aptas a receber a decoração excepto no lado

norte onde duas falsas portas ocupavam metade do espaço. O sítio onde o portal, agora destruído,

tinha essa estátua é impossível de determinar. O seu congénere só foi escavado até se verificar a

ocorrência de uma fissura natural e todo o canto foi abandonado, incluindo a escultura nas paredes

adjacentes. O projecto da sala foi ainda mais desfigurado pela construção de uma série e de degraus

que dão par uma grosseira câmara funerária, logo abaixo do chão., fig.1

As colunas.

Cada um dos oito feixes de papiro que a coluna representa está dividido acima das folhas de

revestimento em quatro ramos, fig. 45.

Fig. 4 − Da esquerda para a direita: colunas do sul, lado oeste. Legendas dos ábacos e colunas da parede

ocidental. DAVIEs, RTEA, vol. II, Pl. IV-a.

Os detalhes das colunas na face W são interrompidos por um espaço vazio6. O dispositivo

destas tabletes é semelhante ao dos lintéis das portas de entrada excepto que aqui há um espaço

4 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 9. 5 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 10.

4

debaixo das cartelas que é ocupado por um desenho representando o sema-taui (Pl. IV). As colunas

foram grandemente mutiladas e das que foram destruídas só ficou o ábaco7.

Fig. 5 − Inscrição das colunas do norte e do sul. DAVIEs, RTEA, vol. II, Pl. IV-c.

No centro estão os protocolos habituais de Akhenaton e de Nefertiti. Em baixo, sob o signo

pt, «céu», uma composição que envolve o signo smA, «unir», e o Alto e o Baixo Egipto,

representados pelas suas plantas, respectivamente sSn, «lótus» e e wAD, «papiro».

À esquerda

1

iAw n.k pA Itn anx nb nHH ir Dt

Louvores a ti, ó Aton vivo, senhor da continuidade e fazedor da eternidade!

2

di.i iAw n Wa-n-Ra shtp.i

6 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 10. 7 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 11.

5

Presto louvores a Uaenré e propicio

3

pA HqA nfr in bAk-tpy n Itn PAnhsy mAa-xrw

o bom soberano. Pelo chefe dos sacerdotes8 de Aton, Panehesy, justificado.

À direita

4

iAw n.k pA Itn anx nb nHH ir Dt

Louvores a ti, ó Aton vivo, que ilumina as Duas Terras com a sua beleza e ao ka do rei. Tu és

5

Wa-n-Ra sA pA Itn anx wDA snb Xrt m Xrt-hrw nt ra-nb

Uaenré, filho do Aton − vida prosperidade e saúde (sobre) os (seus) deveres quo- tidianos − 9

6

in bAk-tpy n Itn PAnhsy mAa-xrw

o bom soberano. Pelo chefe dos sacerdotes de Aton, Panehesy, justificado.

Lintel da porta exterior (Pl. V)

Os painéis superiores mostram o rei com a coroa do Norte, à esquerda, e a coroa do Sul, à

direita. Nos painéis inferiores, usa a cora kheprech. O par real levanta nas suas mãos oferendas que

estão sobre mesas diante deles. Parecem estar unicamente acompanhados por Meritaton10.

8 Lit. «servos de Aton». Título equivalente a Hmw-nTr entre os sacerdotes de Amon. 9 Trata-se de uma reconstrução textual paralela à de DAVIES. O original está deteriorado e só é possível

distinguir algo que parece ser a parte superior do signo T28. 10 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 13.

6

O lintel mostra uma representação do mesmo assunto que, por razões de simetria é repetido

com ligeiras variações de ambos os lados de uma mesa de oferendas central que recebe os

benfazejos raios de Aton (fig. 5).

Fig. 5 − Lintel da entrada, Pl.V.

À esquerda eles oferecem incenso e à direita fazem uma libação. Os protocolos de Aton e

do casal régio estão inscritos na região superior. As três princesas mais velhas agitam sistros atrás

da mãe e são escoltadas por dois portadores de guarda-sóis e duas flabelíferas. Um casal de anões

segue a irmã da rainha (estão representados duas vezes no túmulo de Ay e, aparentemente, no de

Tutu). Os seus grandiloquentes nomes puderam ser recuperados do túmulo de Ay e são:

TAty Hmt-nsw wr(t) nHH «Vizir da grande esposa real, para

sempre» e TAty mwt.f pA Ra, «Ré é o vizir de sua mãe».

A sua dona é unicamente designada como snt Hmt-nsw (wrt ) Nfr-nfrw-Itn

Nfrt-ity anx ti Dt nHH, «Irmã da grande esposa real, Neferneferuaton Nefertiti, que ela

viva eternamente e para sempre11

Protocolo de Aton

7

11 Não está nomeada. Conhece-se apenas uma irmã de Nefertiti a qual é referida, por exemplo, no túmulo de

Ay, com o seguinte protocolo:

snt Hmt-nsw wrt Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity anx ti Dt nHH MwtnDmt

Irmã da grande esposa real, Neferneferuaton Nefertiti, que ela viva eternamente e para sempre,

Mutnedjemet.

7

anx Ra-@r-Axty Hay m Axt m rn.f (m) Sw nty m Itn

«Viva Ré-Horakhti, que rejubila no horizonte, no seu nome de “A luz que está no disco

solar”»,

8

Di anx Dt Itn anx wr imy Hb-sdw

dotado de vida eternamente. Aton vivo e grande, o que está em jubileus,

9

nb Snw nb Itn nb pt nb tA

senhor de tudo o que está no circuito (de) Aton, senhor do céu, senhor da terra

10

m pr-Itn m Axt-Itn

na casa de Aton em Akhetaton

Protocolos reais

11

nsw-bit(y) Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx

Rei do Alto e do Baixo-Egipto, Neferkheperuré-Uaenré, dotado de vida

e

12

nsw-bit(y) anx m mAat nb tAwy Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx

8

Rei do Alto e do Baixo-Egipto, que vive em maet, senhor das Duas Terras Nefer-kheperuré-Uaenré,

dotado de vida

15

sA Ra Ax-n-Itn aA m aHa(w).f

filho de Ré, Akhenaton, grande no seu tempo de vida.

O protocolo da rainha está muito deteriorado mas, no seu original, seria algo muito parecido

com os protocolos expressos na Estela da Fundação12 e noutros lugares do túmulo de Panehesy (Pl

VII), onde é designada por:

12

(i)rt-pat aAt m aH (nbt rSwt) nfrt Hr(t) ant m Swty.(sn) nbt rSwt

«… e a princesa hereditária, grande no palácio, (senhora de) um lindo rosto, bela com as (suas) plumas

duplas, senhora da alegria

[Xnmt Hsiw(t) Haawt tw] n sDm xrw(t).s

(e dotada de favores, exulta-se) ao ouvir a sua voz,

nbt iAmtw aAt mrwt hr(i) r nb-tAwy Hr qd(.s) wr…n pA Itn

senhora dos encantos, grande no amor, e que alegra o senhor das Duas Terras com o seu grande carácter

… de Aton

Shtp sw m wbn.f, Axt Dd n.s…nbt iri tw n.s

que (Aton) satisfaz quando ascende no horizonte (tudo) o que ela disse …tudo é feito para ela

Hmt-nsw wrtt mrit.f nbt-tAwy Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity anx ti Dt

a grande esposa real, sua amada, senhora das Duas Terras, Neferneferuaton Nefertiti, que ela viva

eternamente.»

Veja-se MURNANE e VAN SICLEN, The Boundary-Stelae of Akhenaten, p. 36.

Neste mesmo fragmento do túmulo, é possível distinguir o termo nbt iAmt,

«senhora do encanto».

9

16

(i)rt-pat wr Hsiw Hnwt SmAw tA-mHw

Princesa hereditária, grande em favor, senhora do Alto e do Baixo Egipto,

17

nfrt Hr(t) ant m Swty iait ib nsw m pr.f

bela com as plumas duplas. A que sacia o coração do rei, na sua casa (no palácio real),

18

Hry Hr Ddwt nb Hmt-nsw wr(t ) mrit.f nbt-tAwy

alegre com tudo o que é dito. A grande esposa real, sua amada, senhora das Duas Terras,

19

Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity anx ti Dt nHH

Neferneferuaton Nefertiti, que ela viva eternamente e para sempre.

Protocolos das princesas

20

sAt nsw n Xt.f mrit.f Mrit-Itn msi(t) n Hmt-nsw wr(t ) mrit.f

nbt-tAwy

10

Filha do rei, do seu corpo, sua amada Meritaton, nascida da grande esposa real, sua amada,

senhora das Duas Terras

21

Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity anx ti Dt nHH

Neferneferuaton Nefertiti, que ela viva eternamente e para sempre.

O mesmo protocolo é usado para as princesas Makt-Itn, Maketaton e

anx(s)n pA Itn, Ankh(es)enpaaton. Estão acompanhadas por damas

de companhia. Na linha média, à esquerda e à direita, encontramos a irmã da rainha. Está

acompanhada por quatro flabelíferos, dois homens e duas mulheres e, claro, pelos seus anões.

O texto diz apenas:

22

snt Hmt-nsw (wrt ) Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity anx ti Dt nHH

Irmã da grande esposa real, Neferneferuaton Nefertiti, que ela viva eternamente e para

sempre13.

Arquitrave oriental

13 Não está nomeada. Conhece-se apenas uma irmã de Nefertiti a qual é referida, por exemplo, no túmulo de

Ay, com o seguinte protocolo:

snt Hmt-nsw wrt Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity anx ti Dt nHH MwtnDmt

Irmã da grande esposa real, Neferneferuaton Nefertiti, que ela viva eternamente e para sempre,

Mutnedjemet.

11

23

Anx nTr nfr hry Hr mAat nb Sni nb

Viva o deus bom, senhor da maet, senhor de tudo o que está no circuito (de Aton).

24

Itn anx wr sHD anx it nTrwy

Aton vivo e grande que ilumina as duas margens, viva o pai duplamente divino14

25

anx Ra-@r-Axty Hay m Axt m rn.f (m) Sw nty m Itn

«Viva Ré-Horakhti, que rejubila no horizonte, no seu nome de “A luz que está no disco

solar”»,

26

Di anx Dt nHH Itn anx wr imi Hb-sd nb pt nb ta m pr-Itn m Axt-Itn

dotado de vida eternamente e para sempre. Aton vivo e poderoso, o que está em jubileu, senhor do

céu, senhor da terra na casa de Aton em Akhetaton.

27

14 Expressão parecida com it-nTr, «pai divino», título sacerdotal usado por Ai, mesmo

depois de ser rei. Curiosamente está aqui determinada por dois deuses, contrariando o monoteísmo amarniano.

Poderá ser um erro do copista ou poderá tratar-se de uma alusão ao facto de Akhenaton, enquanto rei, ser

«deus bom/perfeito» no Alto e no Baixo Egipto. Se assim for, a tradução correcta seria «deus duplo». Em

alternativa, nada impede que Aton seja duplamente divino.

12

Nsw-bit(y) anx m mAat nb tAwy Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra sA Ra anx m mAat

nb xAaw

Rei do Alto e do Baixo Egipto que vive em maet, senhor das Duas Terras, Neferkheperuré Uaenré,

filho de Ré, o que vive em maet, o senhor das coroas,

28

Ax-n-Itn aA m aHa(w).f Hmt-nswt wrt mr(y)t.f nb TAwy

Akhenaton, grande no seu tempo de vida (e pela) grande esposa real, sua amada, a senhora das Duas

Terras

29

Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity anx ti Dd (n)HH

Neferneferuaton Nefertiti, que ela viva eternamente e para sempre

30

Hsy aA n nTr-nfr nb bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn

O grande favorito do deus bom, o chefe dos sacerdotes de Aton na Casa de Aton em Akhetaton

PAnHsy mAa-Xrw

Panehesy, justificado

Lintel da porta sul (Pl. V)

Região esquerda e centro

13

31

iAw (n.k pA Itn anx) … rmT

Louvores (a ti, ó Aton vivo), … os povos

32

Anx.sn wbn.k wAD Hr pA ptr.k

vivem quando brilhas. Bem-aventurado é o que te vê,

33

iw.f saA SAw m aH

é feito grande e poderoso no palácio.

34

In bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn

Pelo chefe dos servidores de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton

35

PAnHsy mAa-xrw

Panehesy, justificado.

À direita

36

14

iAw n.k pA Itn anx sHD pt tA m wbn.f

Louvores a ti, ó Aton vivo que faz iluminar o céu e a terra com a sua alvorada,

37

nb (n)HH ir Dt Haai.f ta nb m rSw

senhor da continuidade, que fez a eternidade. Quando ele aprece em glória, toda a terra está em

júbilo

38

Stwt.f Hr irt irty n qmA.n.f nb

e os seus raios fazem os olhos para (verem) tudo aquilo que criou.

39

Dd tw anx ptr.f m-xt tw m(w)t tm ptr.f

Dizem: “Vive-se depois de vê-lo, morre-se por não o ver”.

40

In bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy mAa-xrw

Pelo chefe dos servidores de Aton na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy, justi-ficado.

Umbrais da porta de entrada, (Pl. VI)

A porta direita está muito deteriorada. A da esquerda mostra o casal régio a fazer oferendas. Os

protocolos são idênticos aos que já apareceram. A única coisa a realçar é, no registo inferior, a

adoração dos rekhyt (fig. 6).

15

Fig. 6 − Umbrais da porta de entrada. Pl. VI, a-c.

Espessura, lado ocidental (Pl. VII)

Na parte superior, temos uma cena de adoração a Aton por parte do casal e das três filhas.

Fig. 7 − A família real fazendo uma oferenda a Aton. Largura, lado ocidental (Pl. VII).

Há uma singularidade no protocolo de Aton:

16

41

anx Ra-@r-Axty Hay m Axt m rn.f (m) Sw nty m Itn

«Viva Ré-Horakhti, que rejubila no horizonte, no seu nome de “A luz que está no disco

solar”»,

42

Di anx Dt Itn anx wr imy Hb-sdw

dotado de vida eternamente. Aton grande, o que está em jubileus,

43

nb Snw nb Itn nb pt nb tA

senhor de tudo o que está no circuito (de) Aton, senhor do céu, senhor da terra

44

m pr-Itn m Axt-Itn m Dw n Axt-Itn

na casa de Aton em Akhetaton, na montanha de Akhetaton

Os protocolos do rei e da rainha seguem o modelo do lintel da porta exterior. No registo

médio, uma representação da irmã de Nefertiti com os seus flabelíferos e damas de honor. No

registo inferior, Panehesy, ajoelhado, entoa um hino a Aton e ao rei (fig. 6).

45

dwA anx Ra-@r-Axty Hay m Axt

Adoração: «Viva Ré-Horakhti, que rejubila no horizonte

46

m rn.f (m) Sw nty m Itn di anx Dt (n)HH

no seu nome de “A luz que está no disco solar”», dotado de vida, eternamente e para sempre.

47

17

m wbn.f m Axt iAbtt bs Htp sw m Axt.f

(Adorando-o) na sua alvorada no horizonte oriental e introduzindo uma oferenda para ele no seu

ocaso,

m Axt imntt I wAD Hr.k

no horizonte ocidental. Ó, homenagem a ti15!

48

wbn.k m Hr pt psd.k dwAwt

tu nasces no céu e brilhas, de manhâ

49

m Axt pt ii ti m htp Hr nb rmT anx.sn n mAA.k

no horizonte do céu, vindo em paz (como) o senhor da paz. A Humanidade vive ao contemplar-te,

50

tA r-Dr.f twt n xai.k awy.sn (m) iAw n wbn.k

a terra inteira está contigo quando apareces em glória e os seus braços (erguem-se em adoração)

quando tu nasces.

51

in bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn

Pelo chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton

52

PAnHsy mAa-Xrw Dd.f

Panehesy, justificado. Ele diz:

53

iAw n.k pAy nTr qd(.n).i SA.n.i nfrw

Louvores a ti, ó meu deus que me formaste e me destinaste o (que é) bom,

15 Lit. «Sê vigoroso, próspero!».

18

54

pA sXpr.i di.n.i aqw ir Xrt.i m kA.f

o que me transformou, me deu comida e proporcionou os meus bens pelo seu ka,

55

pA HqA ir.tw.i m rmT di Sbn.i Hsyw.f di rx. wi

O soberano por quem fui feito. no (meio da) multidão e associado aos seus favoritos, fez com que

eu fosse conhecido

56

Irt nb stni.kwi m art

por todos os olhos. Distinguiste-me (quando eu estava) na rectaguarda,

57

Di wrs.i wn.i nmH.kwi

fizeste-me poderoso, (mesmo) tendo eu sido (um dos) teu(s) pobre(s).

58

hnw.i m hnw (m) iAw nb

Todos os meus vizinhos16 estavam (em) júbilo17

59

Hr … nt xpr.kwi m Hsy n iri.sn

sobre … eu tornei-me (um que está) no favor daquele que os concede.

60

ii.n.i dmi.i ter(i). kw(i) sXr wD n nb mAat

A minha cidade veio até mim mostrando respeito por mim. Fui feito grande, pelo senhor da maet.

61

16 A forma correcta de escrever seria hnw, «vizinhos». 17 Reconstituição hipotética.

19

di.i iAw r qAi pt dwA nb tAwy Ax-n-Itn

Presto louvores até à altura do céu ao senhor das Duas Terras, Akhenaton,

62

SAy di anx nb wD Drty Sw n tA nb

o destino que dá vida , ele é o senhor das leis, a luz de toda a terra

63

Anxwt m ptr iri.f Hpy n ta tm rmT

Em cujo tempo há vida, o Hapy da terra e da Humanidade

64

sAi. tw n kA,f nTr ir srw qd n nmHw TAw n

por cujo ka somos saciado(s). O deus que faz nobres a partir dos indigentes, sopro

Srwt nb ssn.tw. im.f

de todas as narinas, pelo qual se respira.

65

n kA n bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy

Pelo ka do chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton, Panehesy.

Espessura da parede, Lado oriental (Pl. VIII)

20

Fig. 8 − O casal régio oferecendo uma defumação a Aton. Espessura da parede exterior, lado

oriental, (Pl.VIII)

O rei ergue um incensório de cabeça de águia pleno de incenso enquanto a rainha oferece

um ramo de flores. Ambos usam uma variedade elaborada da coroa atef. O rei lançou um manto

sobre os ombros e a sua túnica mostra uma aba adornada com uraei e a cauda de touro que não usa

muitas vezes18. A rainha exibe um longo protocolo.

O registo inferior desta cena é praticamente duplicado nas duas paredes. Aqui encontramos

de novo a irmã da rainha que, inexplicavelmente, mantêm um nome teóforo com referência à deusa

Mut, esposa de Amon-Ré. Acompanham-na dois portadores de guarda-sóis, quatro flabelíferos e um

destacamento de guardas. É recebida por dois oficiais, incluindo Panehesy19.

Os protocolos da família real são os habituais, exceptuando o da rainha que é bastante mais

complexo:

66

rt-pat wr(t) Hsw Hnwt Hmwt nb Dd.s Xt nb(t) irtw sw

A princesa hereditária, grande em favor, senhora de todas as mulheres, tudo o que ela diz é feito,

67

Hmt-nsw wrt mrit.f Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity anx ti Dt nHH

18 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 14. 19 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 15.

21

a grande esposa real, sua amada, Neferneferuaton Nefertiti, viva eternamente e para sempre.

Segue-se a oração de Panehesy:

68

dwA Itn anx nsw-bit(y)

Adoração (ao Aton vivo e ao rei do Alto e do Baixo Egipto)20

69

anx m mAat nb tAwy Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra sA Ra anx m mAat nb xAaw

Ax-n-Itn

que vive na maet, o senhor das Duas Terras, Nferkheperuré-Uaenré, filho de Ré, que vive em maet,

o senhor das coroas, Akhenaton,

aA m aHa(w).f

(grande no seu tempo de vida

70

Hmt-nswt wrt mr(y)t.f nbt ¦Awy

(e pela) grande esposa real, sua amada, senhora das Duas Terras

71

Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity) anx ti Dt ) nHH

Neferneferuaton Nefertiti), que ela viva eternamente) e para sempre.21

72

iAw n.k pA Wa-n-Ra nTr… ta r Dr.f kA.k

Louvores a ti, ó Uaenré, deus… … … a tua terra inteira, o teu ka

73

… … …awy nb … … … … … anx.sn n mAA n …

… … … todos os braços … … … eles vivem da contemplação de …

20 Esta reconstituição é hipotética. 21 Reconstituição de Sandmann. Ver SANDMANN, op. cit., p. 25.

22

74

… … … w Ra anx … … … … … … nb tAwy… …

Sryw

… … … Ré vivo … … … … … … senhor das Duas Terras… os filhos

75

… … … Hapy … … … … … nmH mH tw anx

… … … Nilo … … … … … o órfão que está empobrecido (recebe) vida

76

… … … … (Hs) yw sw Hsy.k in Hsy aA n nTr nfr bAk tpy n Itn

… … … …Quão afortunado22 é o teu valido! Pelo grande favorito do deus bom, o chefe dos

sacerdotes de Aton

77

m pr Itn PAnHsy Dd.f

na casa de Aton em Akhetaton, Panehesy. Ele diz:

78

iAw (wa nb nty m Axt)-Itn Abi a SA nfr

Ó vós, (todos os que estais em Akhet)aton e desejais um bom destino

79

sSd.i n.tn nA nfrw ir.n.i

faço dizer-vos as boas coisas que me fez

80

pA HqA di.f Sbni srw smrw saA.k.i

o soberano. Ele permitiu que me juntasse aos oficiais e cortesãos. Tu promoveste-me

81

wtryt m-xmt nn.i Sbni srw

e fui respeitado. Eu que desconhecia a companhia dos oficiais!23

22 Reconstrução hipotética mas que dá sentido à frase.

23

82

gmi.i wt m nsw n rx Ra Hmt.f qd nmH

Descubro (agora) que24 sou um conhecido do rei. Sua Majestade é Ré que forma o humilde25

83

Hss.f iri srw n kA.f SAy dianx nb wddt

a seu bel-prazer e faz funcionários pelo seu ka, o destino que dá vida, o senhor do que está

ordenado26.

84

snb t(w) iw.f m Htpw ta nb Xr rSw

É-se saudável quando ele está apaziguado e toda a terra está em júbilo,

85

Ir iAw m pr-nsw Hpr wsrw m ah… imAx

fazendo aclamações na casa do rei. O poder acontece no palácio … … a bem-aventurança.

86

grw m qA- xrw m sbAyt.f nb Hsw(ti) ra-nb Haw.f

O homem silencioso em elevar a voz (devido a) seu ensinamento é quotidianamente favorecido e o

seu corpo27

87

wDA Hr mAA nfrw.k iww di kA.(sn)

23 Para a leitura de pode partir-se do campo semântico de xm, «desconhecer»

e ler m-xmt, «sem (conhecer), na ausência de (o conhecimento)», como faz Davies. Deste

modo, compreende-se o orgulho de Panehesy que, antes de privar com os cortesãos, passa logo a favorito do

rei. Murnane prefere ler xmwt, «expectativas, pensamentos, opiniões». Neste caso, são as opiniões

de Panehesy que passam a ser escutadas em conjunto com as dos conse-lheiros régios . 24 Ou «vejo-me na posição de…». 25 No sentido de «fabricar, moldar». O rei toma um pobre diabo, massa bruta e primitiva, dá-lhe forma e

transforma-o num ser civilizado, um funcionário. 26 Isto é, «senhor da lei». O soberano é a fonte primordial do direito. 27 Ou seja, «o homem que evita elevar a sua voz devido à sua educação…».

24

é revigorado ao ver a tua beleza. Os que vierem dirão:

88

Dd.k x(f)t Hr sAi wADw rx n nsw

«Diz na (sua) presença: Quão saciado e afortunado é o conhecido

89

… bAk tpy n Itn PAnHsy

do rei, o chefe dos sacerdotes de Aton, Panehesy!»

Antecâmara. Porta sul, (Pl. IX)

Contém uma série de fórmulas de oferenda28

Lado esquerdo

A

90

Htp-di nsw anx Ra-@r-Axty Hay m Axt m rn.f (m) Sw nty m Itn

Uma oferenda que o rei faz ao «Vivo Ré-Horakhti, que rejubila no horizonte, no seu nome de

“A luz que está no disco solar”»,

91

(di anx) Dt (n)HH

dotado de vida eternamente,

92

Dit.f aq Xr tA mAat n nb tAwy wa n nb.f Hr iAwt

28 Compare-se cada uma destas fórmulas com a que ocorre, por exemplo, no túmulo da dona de casa Tadimet:

htp-di-nsw Wsir nTr-aA nb Abdw di.f prt-xrw (n) t Hnqt kAw Apdw Hs Ss irp

Uma oferenda que o rei faz a Osíris, deus grande, senhor de Abidos, para que ele dê invocações-oferendas de

pão, cerveja, carne de bovino, carne de aves, roupa, alabastro, vinho

irtt xt nbt wabt n kA n nbt-pr TA-di-Mwt mAat-xrw

leite e todas as coisas boas e puras, peloa o ka da dona de casa Tadimet, justificada.

25

para que ele dê entrada na terra da maet ao senhor das Duas Terras (sendo eu) um29 a quem o seu

senhor (colocou) num posto

93

mnx sxrw n kA n Hsy n nTr-nfr

elevado. Mandado dizer30 pelo ka do favorito do deus bom

94

bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PanHsy

o chefe dos sacerdotes de Aton, na casa de Aton em Akhetaton, Panehesy.

B

96

Htp-di nsw kA nsw anx m mAat nb-tAwy Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx

Uma oferenda que o rei faz ao ka do rei que vive na maet, o senhor das Duas Terras,

Nferkheperuré-Uaenré, dotado de vida

97

Dit.f aHa(w) iAw Haw rwd iw wD iA(w) n Ahw.k

para que ele conceda o tempo de vida31 e velhice com os membros firmes, quando a velhice for

ordenada, com os seus sofrimentos32

98

n kA n bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy

Pelo ka do chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy.

C

99

(sic) Htp-di nsw kA nsw anx m mAat nb xAaw Ax-n-Itn m aHa(w).f

29 A grafia orrecta é wa n, «um» indefinido. 30 De xr, «dizer para». Ver FAULKNER, A Concise Dictionary of Middle Egyptian, p. 195.

31 No original: .

32 Tal como está, iA(w) n Ahw.k, a frase não faz muito sentido . Seia mais

correcto escrever iA(w) m Ahw.f, «a velhice com os seus sofrimentos». A tradução de Murnane «while

old age is ordained for your time» parece ter uma confusão entre Ahw e aHaw. Ver MURNANE, op. cit., p.

173.

26

Uma oferenda que o rei faz ao ka do rei que vive em maet, o senhor das coroas, Akhenaton,

(grande?) no seu tempo de vida,

100

Dit.f Ssp (m)-snw t pr r m-bAH

para que ele permita a recepção de pães que saem da presença,

101

Awy.f wabwy Hr sn tA m wSx

estando as suas duas mãos puras e beijando a terra no grande átrio

102

n kA n bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy

Pelo ka do chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy.

D

103

Htp-di-nsw Hmt-nsw wrt mrit.f nbt-tAwy Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity

uma oferenda que o rei faz à grande esposa real, sua amada, senhora das Duas Terras,

Neferneferuaton Nefertiti,

anx ti Dt nHH

que ela viva eternamente e para sempre,

104

Dit iAw n nsw m pr.f

para que ela preste louvor ao rei na sua casa,

105

pAy.i nb qd(.n.i) iri(.n.i) sxpr (.n.i)

ao meu senhor que me construiu, me fez e me transformou.

106

n kA n bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy

Pelo ka do chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy.

27

Lado direito

E

107

Htp-di-nsw anx Ra-@r-Axty Hay m Axt m rn.f (m) Sw nty m Itn

Uma oferenda que o rei faz ao «Vivo Ré-Horakhti, que rejubila no horizonte, no seu nome de

“A luz que está no disco solar”»,

Di anx Dt (n)HH

dotado de vida eternamente e para sempre,

108

di.f aq pri m pr-nsw ra wDA nn Ab sp.f

para que ele permita entrada e saída na casa do rei (com) um discurso próspero

que não cesse nunca

109

r xpr imAx m htp Xr Hsw n nb tAwy

até que tenha lugar o estado de venerável, em paz, sob o favor do senhor das Duas Terras.

110

n kA (n) bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy mAa-xrw

Pelo ka (do) chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy, justificado.

F

111

Htp-di-nsw kA nsw anx m mAat nb-tAwy Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx

Uma oferenda que o rei faz ao ka do rei que vive em maet, o senhor das Duas Terras,

Nferkheperuré-Uaenré, dotado de vida

112

Dit.f mAA Itn anx m Haai.f

para que permita ver o divino33 Aton vivo, quando ele aparece em glória.

33 Para acentuar o facto surpreendente de Aton vir acompanhado com um determinativo «deus».

28

113

dwA sw sDm.f Dd.k mi Hsyw.f

Adora-o para que ele escute o que tu dizes como (a um dos) seus favoritos.

114

n kA n Hm-nTr nw 2 n nb tAwy Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx PAnHsy

mAa-xrw

Pelo ka do segundo sacerdote34 do senhor das Duas Terras, dotado de vida.

Panehesy, justificado.

G

115

(sic) Htp-di nsw kA nsw anx m mAat nb xAaw Ax-n-Itn m aHa(w).f

Uma oferenda que o rei faz ao ka do rei que vive em maet, o senhor das coroas, Akhenaton,

(grande?) no seu tempo de vida

116

Dit.f Ssp (m)-snw t pri r m-bAH

para que ele permita a recepção do pão que sai da presença,

117

m Hb nb n pa Itn anx m Hwt bnbn

em todos os festivais do vivo Aton, na Casa do Benben

118

n kA (n) bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy mAa-xrw

Pelo ka (do) chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy, justificado.

H

119

34 Compare-se com o cargo de Hm-nTr nw 2 n Imn do clero amoniano.

29

Htp-di-nsw Hmt-nsw wrt mrit.f nbt-tAwy Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity

Uma oferenda que o rei faz à grande esposa real, sua amada, senhora das Duas Terras,

Neferneferuaton Nefertiti,

anx ti Dt nHH

que ela viva eternamente e para sempre,

120

di.s aq Hsyw pri mrw

Para que ela dê uma entrada favorecida, uma saída amorosa

121

sxA(w) nfr m-bAH nsw n rn.k

e uma boa recordação na presença do soberano, sendo o teu nome agradável na

boca dos cortesãos

122

n kA n Hm-nTr nw 2 n nb tAwy Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx PAnHsy

mAa-xrw

Pelo ka do segundo sacerdote do senhor das Duas Terras, Neferkheperuré-Uaenré,

dotado de vida, Panehesy, justificado.

A recompensa de Panehesy. Parede Sul, lado ocidental, Pls. X, XI

Estão representadas quatro princesas, sendo a mais nova Neferneferuaton que parece ser

muito pequena. Uma vez que não aparece nas Pls. V, VII, VIII e XVIII, poderia ter nascido na

altura em que o túmulo estava em processo de decoração. Meritaton acompanha os pais na janela

das aparições sobre a almofada. A mãe envolve o esposo e a filha no mesmo abraço (fig. 9).

30

Fig. 9 − O casal régio recompensa Panehesy. Parede Sul, lado ocidental, (Pl. X).

Protocolos de Aton e do rei, como em (Pl. VIII).

Protocolo da rainha:

123

Hmt-nsw wrt Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity anx ti Dt (nHH)

Grande esposa real, Neferneferuaton Nefertiti, que ela viva eternamente e para sempre,

Protocolos das princesas:

124

sAt nsw n Xt.f mrit.f Mrit-Itn msi(t) n Hmt-nsw wr(t ) mrit.f

nbt-tAwy

Filha do rei, do seu corpo, sua amada Meritaton, nascida da grande esposa real, sua amada,

senhora das Duas Terras,

31

125

Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity anx ti Dt nHH

Neferneferuaton Nefertiti, que ela viva eternamente e para sempre.

O mesmo protocolo é usado para as princesas:

Makt-Itn, Maketaton

anx(s)n pA Itn, Ankh(es)enpaaton

Nfrnfrw Itn tA Srit, Neferneferuaton júnior

Panehesy está de pé fora do pórtico com os braços erguidos. Exibe pesados colares e os

servidores continuam a trazer mais dádivas, enquanto a comitiva do funcionário vai começando a

transportar todo este tesouro (fig. 10).

Fig. 10 − Panehesy, em traje de cerimónia dá livre curso à sua alegria

Esta largueza de colares peitorais, braceletes e outros ornamentos pessoais está a ser

devidamente inventariada pelos escribas. No registo superior sírios e núbios talvez embaixadores ou

reféns esperam com os portadores de guarda-sóis. A inscrição de Panehesy foi obliterada.

32

A narrativa pictórica continua nos registos inferiores (Pl. XI). No centro vê-se um arranjo

dos presentes reais, entre mesas carregadas de provisões para um banquete. À direita está um grupo

de amigos e servidores de Panehesy e à esquerda o carro que o levará de regresso a casa35.

Fig. 11 − Panehesy recebe as homenagens dos seus subalternos (Pl. XI).

Ao descer do carro, o funcionário e a sua escolta são recebidos com aclamações. Agitam

ramos de palmeira, beijam o chão diante dele, no mais absoluto servilismo. Gritam: snb pr-aA

anx wDA snb pA Itn im na sw r nA (n)HH, «saúde ao faraó – vida, prosperidade,

saúde – ó Aton, dá-lhe a continuidade!36

126

Hsy aA n nb-tAwy bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy mAa-xrw

O grande favorito do senhor das Duas Terras e chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em

Akhetaton, Panehesy, justificado.

Aclamação do povo37

127

… … … … … m … … … … … snb pr-aA anx wDA snb

… … … … … m … … … … … saúde ao faraó – vida, prosperidade, saúde –

128

pA Itn im na sw r nA (n)HH

Ó Aton, dá-lhe a continuidade!

35 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 17. 36 Panehesy, TA 6, lns. 127-128. 37 De acordo com a reconstituição de Davies.

33

4.8.5. A família real, fazendo oferendas a Aton.Parede S, lado E, PL. XII

Mesas carregadas de oferendas de alimentos e bebidas, cobertas de ramos e rebentos de

lótus. No seu papel de chefe dos servidores de Aton, Panehesy assiste ao rei e à rainha. O registo Pl.

XI só contém as habituais figuras dos servidores e uma possível repetição da figura de Panehesy e

dos seus colegas sacerdotes.

O percurso real na grande avenida de Akhetaton.Parede oriental, Pls. XIII-XVII

Fig. 12 − A grande corrida ao longo da avenida principal de Akhetaton. Parede oriental,

(Pls. XIII – XVII).

Akhenaton, seguido de perto pela rainha, avança rapidamente na sua bigas ao longo da

avenida principal de Akhetaton. As suas quatro filhas seguem-nos em andamento bem mais

moderado.

Nesta parede, a cena ficou inacabada na parte esquerda e à falta de uma explicação sobre as

razões deste passeio, é de admitir que se trate de mais uma visita de Estado ao templo de Aton. No

canto superior direito, vê-se o Palácio, ponto de partida do cortejo real. Os guardas que correm

adiante dos cavalos foram colocados por baixo deles de modo a tornar a cena mais compacta. O

carro rainha é semelhante ao do rei mas mais pequeno. Seguem-se mais seis carros38. O mais

38 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 18.

34

avançado leva um condutor e um oficial e vai a galope tal como o dos reis, os outros seguem mais

devagar. Dois destes, por baixo e atrás do carro da rainha, transportam as quatro princesas que, por

uma questão de dignidade, fingem conduzi-los sozinhas. Os outros carros transportam seis

flabelíferos, um para cada membro da comitiva e três guardas fecham a retaguarda. Diante do rei e

no registo inferior mostra-se a escolta militar e a comitiva. A guarda avançada consiste num

destacamento de cinco lanceiros egípcios a cargo de um sub – oficial e precedidos de um sírio e um

líbio, representando os vários povos do Império. Um deles acompanha três porta-estandartes.

Abaixo e à esquerda está outro grupo conduzido por um arqueiro núbio e um lanceiro sírio (I, XV;

III, XXXIV) e quatro porta-estandartes. Os soldados exibem armas muito variadas que a

degradação das paredes torna por vezes difícil de identificar mas é de crer que os que usam escudos

estivessem armados com lanças ou cimitarras39. Outros usam machados de lâmina quadrada ou

bastões. A posição da escolta mostra que ela está fundamentalmente ligada ao carro do rei e o

mesmo se pode dizer dos três carros da frente que devem regular a velocidade de acordo com os do

rei e da rainha, o que torna o rosto do oficial do primeiro carro um tanto nervoso. O do segundo

parece transportar um secretário que leva ao ombro uma pequena caixa de escriba. Os outros carros

movem-se mais lentamente, regulando o seu andamento pelo das princesas a cuja comitiva

pertencem. Porque algum motivo que nos escapa, quatro dos carros que ocupam os três últimos

registos, meteram a galope. No topo da parede restam fragmentos que mostram as saudações da

multidão40.

4.8.7. Visita real ao templo de Aton. Parede ocidental, Pls. XVIII, XIX

Temos aqui uma cena que pode ser a mesma figurada na parede E mas tratado de um modo

diferente. No caso anterior, as figuras reais e a comitiva eram tão proeminentes, que o templo para

onde se dirigiam tinha sido omitido. Aqui, pelo contrário, este monumento ocupa a totalidade do

espaço e os seres humanos desempenham um papel meramente acessório.

39 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 18. 40 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 19.

35

Fig. 12 − Akhenaton e Nefertiti, lado a lado, oficiam diante da mesa de oferendas de Aton.

Parede ocidental, Pl. XVIII

A família real, na companhia de poucos servidores, entrou no átrio do grande Altar e

aparece aqui em adoração. O rei e a rainha de pé, lado a lado fazem uma oferenda. Alguns

sacerdotes assistem. Entre eles, encontra-se talvez Meriré, o sumo-sacerdote e Panehesy, o chefe

dos servidores41. O Sol radiante beija o templo e é três vezes repetido talvez com significado (P.

27).

O Templo de Aton (Pl. XIX)

O estudo do templo foi realizado no Capítulo II, § 4.1.4.1.

O rei e a rainha adorando Aton. Parede Norte, lado ocidental (Pls. XX, XXVI)

É a única cena esculpida na parede N e tem uma estranha aparência, uma vez que sobre uma

cena tipicamente egípcia foram gravados motivos religiosos coptas. Diante do altar, Akhenaton

eleva uma oblação sobre uma escudela. É uma oferenda variada de pão, carne, aves e vegetais e que

parece iluminada por um vaso flamejante, talvez uma lâmpada com os respectivos pavios, que um

41 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 20.

36

incensório. A rainha parece erguer um ramo de flores42. O protocolo de Aton foi escrito à esquerda

do Disco e seguem-se várias cartelas divinas e reais que preenchem o espaço entre o tecto e a

cornija da capela, (fig. 13).

Fig. 13 − O casal régio faz uma oferenda a Aton. No registo inferior, Panehesy está acompanhado por dois

sacerdotes, respeitosamente curvados. Parede norte, (Pl. XX)

No limite inferior, Panehesy parece segurar num jarro de leite e está acompanhado por dois

auxiliares. A inscrição, lns. 129-133, é constituída pelos protocolos do funcionário.

129

rx n nsw mry nb.f Hsy aA n nb tAwy

Um que é conhecido do rei e amado pelo seu senhor, o grande favorito do senhor

das Duas Terras,

130

bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy mAa-xrw

o chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy, justificado

42 DAVIES, Norman de G., RTEA, vol. II, p. 19.

37

131

n nb … … … … PAnHsy … …

pelo senhor … … Panehesy … …

132

… pA wa-n-Ra pAy.k Sryt

… este Uaenré, o teu filho … …

133

… … … nb n … … … … … w… … … … … tAwy nb.. … w…

… … … senhor de … … … … … … … … as duas terras, senhor…

Porta norte. Lintel, (Pl. XXI)

Ao centro, protocolos habituais de Aton, do rei e da rainha

Lado esquerdo

134

iAw n.k pA Itn anx nb ntyw qmA wnn nt(y)w

Louvores a ti, ó Aton vivo, senhor do que há e criador do que existe!

135

wbn.k anx Hr nb rmT awy.sn Hr t(p) - a n.k iAw

Quando nasces, toda a gente vive e os seus braços erguem-se na tua presença, em adoração

136

tA r Dr.f twt n Haa.k

e a terra inteira reúne-se à tua aparição.

137

ssnb.k pA Wa-n-Ra pAy.k Sri nfr di.k n.f Hw Hbw-sd

Concede saúde a este Uaenré que é o teu belo filho, dá-lhe milhões de jubileus!

138

38

in bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy mAa-xrw

Pelo chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy, justi-ficado.

Lado direito

139

iAw n.k pA Itn nb (n)HH ir Dt

Louvores a ti, Aton vivo, senhor da continuidade e criador da eternidade

140

n kA nsw anx m mAat nb tAwy Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx

e ao ka do rei que vive em maet, o senhor das Duas Terras, Neferkheperuré-Uaenré, dotado de vida,

141

pAy nb qd(.n).i sxprw.i di. n.i xAaw nfr Hr Sms kA.f

meu real senhor que me fizeste, como algo transformado por ti, e me deste um

belo tempo de vida, acompanhando o teu ka.

142

sDAw bity mry nb tAwy Hsy n nb.f ra-nb

Pelo chanceler do rei do Baixo-Egipto, um que é amado pelo senhor das Duas

Terras, o favorito do seu senhor, todos os dias,

143

bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy mAa-xrw

o chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy, justificado.

Porta norte. Umbrais.

Esquerda

A

144

iAw n kA.k Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx

Louvores ao teu ka, Neferkheperuré-Uaenré, dotado de vida!

145

39

di.f iAwt nfrt Smt Hst tw r Dw n Axt-Itn

Concede-lhe uma boa velhice e uma partida em favor43 para a montanha de Akhetaton

146

n kA n

Pelo ka do grande favorito do senhor das Duas Terras,

147

bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy mAa-xrw

o chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy, justificado.

B

148

iAw n kA.k ax-n-Itn aA m aHa(w).f

Louvores ao teu ka, Akhenaton, grande no seu tempo de vida!

149

di.f qA(i) Hr mAA nfrw.k nn iri Ab ptr.k

Que ele (me) conceda estar erguido para ver a tua beleza, sem cessar de contemplar-te44.

150

n kA n Hsy n nb.f bAk n nb tAwy Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra m pr-Itn PAnHsy mAa-

xrw

Pelo ka do favorito do seu senhor, o sacerdote do senhor das duas terras, Neferkheperuré Uaenré, na Casa

de Aton, Panehesy, justificado.

C

151

iAw n kA.k Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx

Louvores ao teu ka, Neferkheperuré-Uaenré, dotado de vida!

152

43 Mantendo a sua condição, real ou fictícia, de grande favorito do rei.

44 No original está , o que deve ser um erro do copista.

40

di.f rd(.k) htp(w).k m isy.k dm tw rn.i.k r nHH Dt

Permita ele (que tu) prosperes com as tuas oferendas no teu túmulo enquanto eu te pronuncio nome

(eu pronuncio o teu nome) para sempre e eternamente.

153

n kA n Hsy-aA n HqA nfr

Pelo ka do grande favorito do deus bom,

154

bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy mAa-xrw

o chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy, justificado.

D

155

iAw n kA.s Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity anxt Dt (n)HH

Louvores ao teu ka, Neferneferuaton-Nefertiti, viva eternamente e para sempre!

156

di.s Ssp t pri m-bAH

Que ela (me) conceda receber as oferendas de pão que vêm da presença (do deus)

157

qbHw wDHw m Hwt-bnbn (n) kA n Hsy n nb.f bAk n nb tAwy

e uma libação na mesa de oferendas, na Casa do Benben, (pelo) ka do favorito do seu senhor, o sacerdote

do senhor das Duas Terras,

158

Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra m pr-Itn PAnHsy mAa-xrw

Neferkheperuré-Uaenré, na Casa de Aton, Panehesy, justificado.

E

159

iAw n kA.k Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx

Louvores ao teu ka, Neferkheperuré-Uaenré, dotado de vida!

41

160

di.s aq Hsyw pri mrw

Que ele conceda uma entrada favorecida e uma saída amorosa,

161

Ssp Hsw n nb tAwy dit n ra-nb

uma recepção de favores do senhor das Duas Terras e uma dádiva de pão, em cada dia

162

n kA n Hsy-aA n HqA nfr

Pelo ka do grande favorito do deus bom,

163

bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy mAa-xrw

o chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy, justificado.

F

164

iAw n kA.k ax-n-Itn aA m aHa(w).f

Louvores ao teu ka, Akhenaton, grande no seu tempo de vida!

165

di.f m Hwt.k n (n)HH st.k n Dt

Permita ele que (tu permaneças) na tua casa de continuidade, (no) teu lugar de eternidade,

166

nn smx tw rn.k r nHH

sem que o teu nome seja esquecido, para sempre.

167

n kA n Hsy-aA n HqA nfr

Pelo ka do grande favorito do deus bom,

168

42

bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy mAa-xrw45

o chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy, justificado.

G

169

iAw n kA.k Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra di anx di.f qrst nfrt

Louvores ao teu ka, Neferkheperuré-Uaenré, dotado de vida! Concede-me um belo funeral

170

m xt iAwt smA(w) tA Hr qn Hsy(w)

depois da velhice, unido à terra na necrópole dos favoritos.

171

n kA n Hsy aA n Wa-n-Ra

Pelo ka do grande favorito de Uaenré,

172

bAk-tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn PAnHsy mAa-xrw46

o chefe dos sacerdotes de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton, Panehesy, justificado

H

173

iAw n kA.s Nfr-nfrw-Itn Nfrt-ity anxt Dt (n)HH

Louvores ao teu ka, Neferneferuaton-Nefertiti, viva eternamente e para sempre!

174

di.(s) sx(A)w nfr m-bAH Hswt.f m dit n ra-nb

Permite (que ele deixe) uma boa recordação47 na presença do rei (para que) os seus favores (reais) (lhe)

concedidos todos os dias:

45 Reconstituição possível, de acordo com os textos anteriores. 46 Reconstituição possível, de acordo com os textos anteriores. 47 Sx(A)w nfr, «uma boa recordação».

A frase é um tanto confusa: Panehsy solicita a Nefertiti que, na sua qualidade de esposa do filho de Aton, faça

com que ele deixe, na corte, uma boa recordação de si mesmo. Uma espécie de oração a pedir ajuda para bem

realizar o seu trabalho.Mas também é possível que Panehesy peça à rainha para invocar o seu nome e os seus

bons serviços, junto do rei. Uma cunha, portanto…

43

175

qbHw n.k msyw n pr.k r r n isy.k

Uma libação (vinda) de ti pelos filhos da tua casa, à porta do teu túmulo.

176

(n) kA n Hsy n nb.f bAk n nb tAwy

(Pelo) ka do favorito do seu senhor, o sacerdote do senhor das Duas Terras,

177

Nfr-xprw-Ra Wa-n-Ra m pr-Itn PAnHsy mAa-xrw

Neferkheperuré-Uaenré, na Casa de Aton, Panehesy, justificado.

Panehesy orando

Na espessura da parede divisória, Pls. XXII, XXXVII existe uma grande figura de

Panehesy, aliás não nomeado. Parece tratar-se de um retrato, uma vez que é diferente das suas

outras (convencionais?) representações. Aparece com saiote plissado e colar, na companhia do

filho. Os dois fazem o gesto iau, «adoração».

Fig. 13 − Panehesy, na companhia do filho. Os dois fazem o gesto iau, «adoração». Pl. XXXII.

44

Capela

Na parede oriental, vemos Panehesy, à mesa, com a sua família.

Fig. 14 − Panehesy, na companhia Panehesy sentado na companhia da esposa, do filho e de duas filhas diante de uma

mesa de oferendas. De pé, um homem apresenta-lhe um vaso. Altar, (Pl. XXIII).

Em frente de Panehesy, um homem oferece-lhe um vaso de unguento. Poderá tratar-se de um

presente enviado pelo Palácio, ou do Templo.

Um enorme arranjo floral está pintado à direita e repetido também na ombreira da porta e na parede

de trás onde há vestígios de uma figura sentada de Panehesy.

178

Hs(t).f n pA Itn

A sua recompensa, (vinda) de Aton:

179

di.f n.k iAwt nfr(t) mi Hsy

45

Ele concede-lhe uma boa velhice como a um favorito.

Sobre Panehesy:

180

n Hsy aA n Wa-n-Ra bAk tpy n Itn m pr-Itn m Axt-Itn

Do grande favorito de Uaenré, o sumo sacerdote de Aton, na Casa de Aton em Akhetaton

181

PAnHsy mAa-xrw

Panehesy, justificado.

Sobre a esposa

186

Snt.f mrit.f nbt-pr AbkA mAat-Hrw

A sua esposa, sua amada, a dona de casa Abka, justificada.

Dos poucos dados da legenda e da confusão entre snt, «irmã» ou «esposa» podemos tirar duas

conclusões antagónicas:

− Panehesy era um viúvo, com um filho. A sua casa era governada pela irmã, viúva e com

duas filhas. Todos aparecem na cena de banquete, sentados diante de uma mesa, coberta por uma

toalha azul. Panehesy está sentado num banco baixo com fundo de couro e o filho, numa cadeira

articulada, a seu lado. Atrás dele, encontra-se a snt.f mrit.f nbt-pr AbkA mAat-Hrw,

«A sua esposa/irmã?, sua amada, a dona de casa Abka, justificada», junto das suas filhas, que

parecem mais velhas que o primo, e estão de pé.

Se isto significa uma posição subalterna, então esta hipótese pode ser verdadeira

− Panehesy era casado e tinha um filho e duas filhas.

46