Post on 27-Dec-2018
Selma Simões de Castro Luís Carlos Hernani
CaraCterização, manejo e SuStentabiLidade
SoLoS frágeiS
editores técnicos
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Solos
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
SOLOS FRÁGEIS: CaRaCtERIzaçãO, ManEjO E
SuStEntaBILIDaDE
Selma Simões de Castro Luís Carlos Hernani
Editores técnicos
Embrapa Brasília, DF
2015
Capítulo 2Identificação e mapeamento de
solos frágeis no Município de Mineiros, GO
Alba Leonor da Silva Martins; Cesar da Silva Chagas
Introdução
As áreas do Sudoeste Goiano tornaram-se foco para o estudo de solos frágeis, especialmente em virtude da expansão agrícola. durante os anos de 1970 e 1980, os padrões de uso e cobertura da terra nessa região apontavam a ocorrência de extensas áreas com pecuária extensiva, arroz de sequeiro, milho, soja e sorgo (GUErrA, 1989). Localizado no Sudoeste Goiano, o município de Mineiros contava, em 2005, com apenas 35 ha com a cultura de cana-de-açúcar; em 2011, essa área passou para 21.000 ha, numa taxa de expansão de 60.188%, principalmente devido à instalação de usinas de etanol e açúcar (COUTiNHO et al., 2013).
Na safra 2014/2015, o Estado de Goiás foi o segundo maior produtor de cana-de-açúcar, antecedido apenas por São Paulo, representando 9,5% da produção brasileira, com uma área plantada de 854,2 mil hectares e produtividade de 72,90 t ha-1 (CONAB, 2015).
52
SOLOS FRÁGEIS: CaRaCtERIzaçãO, ManEjO E SuStEntaBILIDaDE
Entre as diversas formas de incentivo para a expansão da cultura canavieira nessa região destacam-se a demanda bioenergética, a predominância de relevo plano a suave ondulado, facilitando a mecanização, e a ocorrência de solos de alto potencial produtivo, responsivos ao uso de corretivos e fertilizantes e de modernas tecnologias de produção. Porém, o impacto socioeconômico e ambiental negativo dessa expansão não tem sido contabilizado em sua plenitude. uma das alternativas viáveis seria a disponibilização de informações de solos em nível adequado de detalhe, como os levantamentos em escalas maiores, para subsidiar o planejamento de uso da terra e de manejo do solo otimizando os custos de produção.
de acordo com Guerra (1989), os solos predominantes no Sudoeste e no Noroeste Goiano são os Neossolos Quartzarênicos – enquadrados como solos frágeis para uso com manejo intensivo e sem planejamento –, os quais representam uma fase intermediária para os Latossolos Vermelho-Amarelos, tendo como características a textura areia e areia-franca e a baixa fertilidade natural. Esses solos ocorrem em áreas de relevo plano a ondulado, recobertas por cerrado e manchas de cerradão, e apresentam baixa capacidade de retenção de água, elevada acidez e suscetibilidade à erosão.
Na região do Cerrado, os solos de textura arenosa, que incluem as classes areia e areia franca, apresentam 85% ou mais de soma da fração areia ao longo de, pelo menos, dois metros a partir da superfície. Essas areias são constituídas, essencialmente, de quartzo, que confere a esses solos elevada suscetibilidade à erosão, drenagem excessiva, alta porosidade, baixos valores de retenção de água, elevada permeabilidade e taxa de infiltração, e baixa capacidade de água disponível, ou seja, pequena quantidade de água armazenada no solo e utilizável pelas plantas (SPErA et al., 1999).
Esses solos apresentam capacidade de troca de cátions (CTC) baixa ou muito baixa, sendo pobres em nutrientes para as plantas e, em geral, álicos, ou seja, saturados com alumínio tóxico para as plantas. O pH desses solos indica acidez de elevada a média. Os teores de cálcio, magnésio, potássio e sódio são baixos ou muito baixos e, consequentemente, a saturação por base é baixa ou muito baixa. O teores de fósforo são muito baixos (SPErA et al., 1999).
53
diante do cenário de expansão agrícola observado no Sudoeste Goiano, foi selecionada uma área de produção de cana-de-açúcar no Município de Mineiros, GO com o objetivo de identificar, caracterizar e mapear os solos frágeis que ocorrem na região e verificar, pela metodologia de amostragem, sua representatividade em apoio às atividades de planejamento agrícola.
Caracterização do meio físico
Área de estudo
A área selecionada para o estudo, com aproximadamente 945 ha, está situada na Fazenda Araucária, no Município de Mineiros (Estado de Goiás), entre as coordenadas UTM 8029536 e 8033161mN e 286331 e 289169mE, zona 22S, a uma altitude de 810 m acima do nível do mar. Essa área está inserida na bacia hidrográfica do ribeirão Queixada, que, por sua vez, pertence à bacia hidrográfica do Alto rio Araguaia (Figura 1).
Figura 1. Localização da área de estudo na Fazenda Araucária em Mineiros, GO.
idENTiFiCAÇãO E MAPEAMENTO dE SOLOS FráGEiS NO MUNiCíPiO dE MiNEirOS, GO
54
SOLOS FRÁGEIS: CaRaCtERIzaçãO, ManEjO E SuStEntaBILIDaDE
de acordo com a classificação climática de Köppen, a região apresenta clima tropical chuvoso Aw (quente e úmido, com verão úmido e inverno seco), com temperatura média anual de 18 a 32 °C e precipitação pluvial média anual em torno de 1700 mm, sendo que o período chuvoso se estende de novembro a maio, ocasião em que são registrados mais de 80% do total das chuvas do ano. Veranicos ocorrem em plena estação chuvosa, geralmente nos meses de janeiro a março e normalmente com duração de cerca de 10 a 15 dias, podendo, eventualmente, prolongar-se por um tempo maior (CArNEirO et al., 2013).
A vegetação natural da área é composta pelo cerrado stricto sensu ou cerrado tropical subcaducifólio (Figura 2), substituído, em parte, pela cultura de cana-de-açúcar (Figura 3). A área apresenta altitudes que variam de 742 a 851 m e relevos plano (19,5%), suave ondulado (56,4%) e ondulado (23,9%), onde são encontrados predominantemente Neossolos Quartzarênicos, derivados de Arenitos da Formação Botucatu, e Latossolos Amarelos, Vermelho-Amarelos e Vermelhos, todos desenvolvidos de Coberturas detrito-Lateríticas do Terciário (PrOJETO rAdAMBrASiL, 1981). A Formação Botucatu é constituída de arenitos finos a médios comumente silicificados quartzosos, bem classificados e arredondados (MOrAES, 2014).
Foto
s: A
lba
L.da
S. M
artin
s
Figura 2. Vegetação de Cerrado tropical subcaducifólio na área de estudo – Município de Mineiros, GO.
Foto
s: A
lba
L.da
S. M
artin
s
Figura 3. Preparo do solo e plantio de cana-de-açúcar na área de estudo.
55
Metodologia de amostragem
A amostragem na área de estudo foi realizada em duas campanhas de campo: em junho/2011 e dezembro/2012. O método utilizado foi o cLHS (Conditioned Latin Hypercube Method for Sampling), ou hipercubo latino, conforme Minasny e McBratney (2006).
O método cLHS é um procedimento de amostragem aleatória estratificada que fornece uma eficiente forma de selecionar as variáveis a partir de suas distribuições multivariadas. Funciona da seguinte forma: dado K variáveis com X1,...,Xk sendo a faixa de variação de cada uma, X é dividido em n prováveis intervalos iguais (estratos); então, para cada variável, uma amostra aleatória é tomada para cada estrato. As amostras obtidas para cada variável por estrato são confrontadas umas com as outras de forma aleatória ou seguindo alguma regra previamente especificada. A regra, neste caso, é de que a amostragem possa refletir a mesma representação dos estratos para todas as variáveis consideradas. Ao final, tem-se um número de amostras que cobrem os ‘n’ estratos para todas as variáveis analisadas. Nessa técnica, são necessárias menos amostras para se obter uma distribuição mais representativa das características ambientais da área estudada. O método garante que cada variável estará representada de maneira completa através de seus estratos.
Os dados das covariáveis ambientais – elevação, declividade e índice NdVi (Normalized Difference Vegetation Index) – foram convertidos para o formato de arquivo texto e utilizados como dados de entrada no programa cLHS. Uma vez gerada a base para o processo, procedeu-se à seleção dos pontos amostrais utilizando peso dos dados igual a 1,0; peso das correlações igual a 0,5; e número de interações igual a 20.000, conforme especificações do programa proposto por Minasny e McBratney (2006). Como ainda não existem critérios definitivos para estabelecer o número ideal de pontos amostrais, optou-se por selecionar 100 pontos, considerados, a princípio, suficientes para captar toda a variabilidade das covariáveis ambientais e, consequentemente, dos solos da área.
Com o auxílio de um Sistema de Posicionamento Global (GPS) foram coletadas amostras de solos nos 100 pontos selecionados pelo método cLHS. Primeiramente, as coletas foram realizadas em minitrincheiras (75), nas
idENTiFiCAÇãO E MAPEAMENTO dE SOLOS FráGEiS NO MUNiCíPiO dE MiNEirOS, GO
56
SOLOS FRÁGEIS: CaRaCtERIzaçãO, ManEjO E SuStEntaBILIDaDE
profundidades 0-20 cm e 60-80 cm para caracterização e classificação dos solos. A partir da ocorrência dos solos identificados nas minitrincheiras, foram abertas trincheiras de 1,5 m de largura e até 2 m de profundidade para descrição e classificação dos solos em perfis completos (8). Posteriormente, para validação do mapeamento foram coletadas e analisadas mais 25 minitrincheiras.
As amostras de solos coletadas (minitrincheiras e perfis completos) foram preparadas e analisadas nos laboratórios da Embrapa Solos no rio de Janeiro. Estas amostras foram destorroadas, peneiradas em malha de 2 mm, e secadas ao ar para obtenção da terra fina seca ao ar (TFSA) e a quantificação volumétrica das frações calhaus (2 - 20 cm) e cascalhos (2 - 20 mm); posteriormente, foram submetidas às análises físicas e químicas seguindo os métodos disponíveis em donagemma et al. (2011), conforme a seguir: análises físicas – composição granulométrica da terra fina, argila dispersa em água (AdA), densidade de partículas (dp) e retenção de umidade a 10 kPa (capacidade de campo) e 1500 kPa (ponto de murcha permanente); e análises químicas – pH em H2O e em KCl 1N, bases trocáveis (Ca2+, Mg2+, K+, Na+), acidez extraível, alumínio trocável (Al3+), fósforo assimilável, carbono orgânico e nitrogênio total (teste de Kjeldahl).
Os solos foram classificados até o 5º nível categórico, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, de acordo com Santos et al. (2013).
Neste trabalho serão discutidos apenas os resultados dos oito perfis completos.
Os solos da área de estudo
Classes de solos
Na paisagem da área de estudo, representativa do Sudoeste Goiano, predominam os solos muito profundos das classes dos Latossolos (textura média) e dos Neossolos Quartzarênicos, estes derivados de arenitos da Formação Botucatu, distribuídos, em sua maioria, no relevo suave ondulado (56,4%), seguido do relevo plano (19,5%) e do ondulado (23,9%). Também foram encontrados Latossolos de textura argilosa em menor extensão. Os Latossolos apresentam sequência de horizontes do tipo Ap, AB, BA, BW1 e
57
BW2 e os Neossolos Quartzarênicos com sequência do tipo Ap, AC, C1 e C2 (Figura 4). Os horizontes superficiais variaram em profundidades de até 50 cm de espessura (Tabela 2), a maior parte com estrutura em grãos simples.
(a) (b) (c)
(d) (e) (f)
Foto
s: A
lba
L.da
S. M
artin
s
Figura 4. Perfis de solos característicos da área de estudo: (a) Neossolo Quartzarênico Órtico típico; (b) Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico típico textura média; (c) Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico psamítico; (d) Neossolo Quartzarênico Órtico latossólico (e); Latossolo Vermelho distrófico típico textura média; (f) Latossolo Vermelho distrófico típico textura argilosa
Por definição do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), a classe dos Latossolos compreende solos constituídos por material mineral, com horizonte B latossólico precedido de qualquer tipo de horizonte A dentro de 200 cm da superfície do solo, ou dentro de 300 cm se o horizonte A tem mais
idENTiFiCAÇãO E MAPEAMENTO dE SOLOS FráGEiS NO MUNiCíPiO dE MiNEirOS, GO
58
SOLOS FRÁGEIS: CaRaCtERIzaçãO, ManEjO E SuStEntaBILIDaDE
de 150 cm de espessura. Esse grupamento de solos com B latossólico apresenta por base uma evolução muito avançada com atuação expressiva de processo de latolização (ferralitização), resultando em intemperização intensa dos constituintes minerais primários, e mesmo secundários menos resistentes, e concentração relativa de argilominerais e/ou óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, com inexpressiva mobilização ou migração de argila, ferrólise, gleização ou plintização (SANTOS et al., 2013).
A classe dos Neossolos, de acordo com o SiBCS, compreende solos constituídos por material mineral ou orgânico com menos de 20 cm de espessura, não apresentando horizonte B diagnóstico. São solos sem contato lítico dentro de 50 cm de profundidade, com sequência de horizontes A-C, de textura areia ou areia franca em todos os horizontes até 150 cm de profundidade a partir da superfície ou até um contato lítico. Nessa classe de solos, ocorre uma variação no nível de subgrupo com a presença de horizonte de textura franco-arenosa abaixo de 150 cm, sendo classificados como B latossólicos. São essencialmente quartzosos e praticamente não apresentam minerais primários alteráveis (SANTOS et al., 2013).
Para a geração do mapa de solos em escala de 1:10.000 (levantamento detalhado) foram utilizadas imagens do satélite Landsat 7 de alta resolução. A delimitação/delineamento das unidades de mapeamento (UM), ou manchas de solo, foi elaborada a partir da: (i) análise de padrões diferenciados de cor, textura, relevo; (ii) plotagem da classe de solo e dos atributos químicos e físicos de cada ponto amostrado nas minitrincheiras ou perfil completo.
As classes de solo estão distribuídas na área da seguinte forma, conforme ilustrado na Figura 5: LATOSSOLO AMArELO distrófico típico, textura média, A moderado, hipoférrico, relevo plano (P76 - LAd med); LATOSSOLO VErMELHO-AMArELO distrófico típico, textura média, A fraco, hipoférrico, relevo suave ondulado (P77 - LVAd med); LATOSSOLO VErMELHO-AMArELO distrófico psamítico, textura média, A moderado, epiálico, hipoférrico, relevo suave ondulado (P78 - LVAd psam); LATOSSOLO VErMELHO distrófico típico, textura argilosa, A fraco, epieutrófico, hipoférrico, relevo ondulado (P79 - LVd arg); LATOSSOLO VErMELHO
59
distrófico típico, textura média, A moderado, epieutrófico, hipoférrico, relevo suave ondulado (P80 - LVd med); LATOSSOLO VErMELHO distrófico típico, textura média, A fraco, epieutrófico, hipoférrico, relevo suave ondulado (P81 - LVd med); NEOSSOLO QUArTZArêNiCO Órtico típico, A moderado, distrófico, álico, relevo ondulado (P82 - rQo tip); e NEOSSOLO QUArTZArêNiCO Órtico latossólico, A fraco, distrófico, relevo suave ondulado (P83 - rQo lato), todos na fase cerrado tropical subcaducifólio.
Figura 5. Mapa de solos com a localização e distribuição das classes de solo na área de estudo.
A área ocupada por essas classes de solos é apresentada na Tabela 1. Os rQo tip são a classe dominante na área (44%), seguida dos rQo lato (15,74%) e dos LVAd psam (11,64%). Esses solos ocorrem, principalmente, nos terços médio e inferior da paisagem, em altitudes que variam entre 749 a 843 m, com valores médios de 791,49 m (rQo tip), 815,82 m (rQo lato) e 820,42 m (LVAd psam). Os LVd arg ocupam apenas 2,59% da área e estão relacionados com material da cobertura detrito-laterítica que está em contato com os arenitos da Formação Botucatu. As demais classes (LAd med, LVAd med, LVd psam e LVd med) ocupam 25,25% da área, no terço superior das encostas.
idENTiFiCAÇãO E MAPEAMENTO dE SOLOS FráGEiS NO MUNiCíPiO dE MiNEirOS, GO
60
SOLOS FRÁGEIS: CaRaCtERIzaçãO, ManEjO E SuStEntaBILIDaDE
Tabe
la 1
. dis
tribu
ição
das
cla
sses
de
solo
na
área
est
udad
a.
Cla
sse
de so
los
Áre
a(h
a)(%
)C
ovar
iáve
is A
mbi
enta
is*
Ele
vaçã
o(m
)D
ecliv
idad
e(%
)C
urva
tura
Lato
ssol
o A
mar
elo
dis
trófic
o típ
ico,
te
xtur
a m
édia
– L
Ad
med
59,1
86,
2683
3,81
4,28
-0,0
003
Lato
ssol
o Ve
rmel
ho-A
mar
elo
dis
trófic
o ps
amíti
co –
LVA
d ps
am11
0,06
11,6
482
0,42
4,88
-0,0
209
Lato
ssol
o Ve
rmel
ho-A
mar
elo
dis
trófic
o típ
ico,
text
ura
méd
ia –
LVA
d m
ed47
,36
5,01
827,
135,
890,
0607
Lato
ssol
o Ve
rmel
ho d
istró
fico
psam
ítico
–
LVd
psam
76,7
08,
1182
2,24
5,17
0,00
93
Lato
ssol
o Ve
rmel
ho d
istró
fico
típic
o,
text
ura
méd
ia –
LV
d m
ed56
,45
5,97
818,
946,
860,
0741
Lato
ssol
o Ve
rmel
ho d
istró
fico
típic
o,
text
ura
argi
losa
– L
Vd
arg
24,4
72,
5982
4,71
13,8
6-0
,010
7
Neo
ssol
o Q
uartz
arên
ico
Órti
co la
toss
ólic
o –
RQ
o la
to14
8,87
15,7
481
5,82
4,35
0,00
12
Neo
ssol
o Q
uartz
arên
ico
Órti
co tí
pico
–
RQ
o tip
416,
0844
,00
791,
496,
06-0
,035
4
áre
a de
em
prés
timo
6,44
0,68
Tota
l94
5,62
100,
0080
8,01
5,80
-0,0
048
* Va
lore
s méd
ios.
61
Cara
cter
ístic
as fí
sica
s
Na
Tabe
la 2
são
apr
esen
tada
s as
car
acte
rístic
as fí
sica
s do
s ho
rizon
tes
desc
ritos
nos
sol
os a
nalis
ados
, e n
a Fi
gura
6
são
apre
sent
adas
a d
istri
buiç
ão d
os te
ores
de
argi
la e
a re
laçã
o ar
eia
gros
sa/a
reia
fina
dos
solo
s est
udad
os.
Tabe
la 2
. Car
acte
rístic
as fí
sica
s dos
solo
s.
Perfi
lC
lass
eH
orz.
Prof
undi
dade
AG
AF
AG
/AF
Silte
Arg
ilaA
DA
GF
S/A
76LA
d m
edA
p0-
1844
132
61,
3531
202
142
300,
15
A
B-3
742
132
41,
3033
222
202
90,
15
B
A-5
239
532
01,
2322
263
223
150,
08
B
w1
-84
382
283
1,35
3230
30
100
0,11
B
w2
-130
362
295
1,23
1932
40
100
0,06
B
w3
-180
350
305
1,15
1932
60
100
0,06
77LV
Ad
med
Ap
0-15
404
418
0,97
1616
212
225
0,10
A
B-2
537
542
70,
8817
181
181
00,
09
B
A-5
435
842
70,
8414
201
181
100,
07
B
w1
-110
361
410
0,88
722
20
100
0,03
B
w2
-180
345
413
0,84
2022
20
100
0,09
78LV
Ad
psam
A1
0-17
539
324
1,66
3710
010
00
0,37
A
2-3
747
839
61,
216
120
120
00,
05
A
B-5
052
432
51,
6131
120
120
00,
26C
ontin
ua...
idENTiFiCAÇãO E MAPEAMENTO dE SOLOS FráGEiS NO MUNiCíPiO dE MiNEirOS, GO
62
SOLOS FRÁGEIS: CaRaCtERIzaçãO, ManEjO E SuStEntaBILIDaDE
Tabe
la 2
. Con
tinua
ção.
Perfi
lC
lass
eH
orz.
Prof
undi
dade
AG
AF
AG
/AF
Silte
Arg
ilaA
DA
GF
S/A
78LV
Ad
psam
BA
-67
490
347
1,41
2214
114
10
0,16
B
w1
-88
484
343
1,41
1216
10
100
0,07
B
w2
-115
436
392
1,11
3114
10
100
0,22
B
w3
-160
480
343
1,40
1616
10
100
0,10
B
w4
-200
472
331
1,43
1618
10
100
0,09
79LV
d ar
gA
p0-
2233
244
30,
7524
201
161
200,
12
B
A-3
927
141
70,
6549
263
202
230,
19
B
w1
-77
260
373
0,70
6530
240
870,
22
79LV
d ar
gB
w2
-137
256
351
0,73
2836
50
100
0,08
B
w3
-200
246
367
0,67
2436
30
100
0,07
80LV
d m
edA
p0-
1630
851
70,
6034
141
101
280,
24
A
B-2
629
253
20,
5515
161
121
250,
09
B
A-4
429
051
50,
5634
161
010
00,
21
B
w1
-97
277
488
0,57
3420
114
130
0,17
B
w2
-160
258
483
0,53
3822
10
100
0,17
B
w3
-200
249
479
0,52
3124
10
100
0,13
81LV
d m
edA
p0-
1524
357
90,
4237
141
101
280,
26
Con
tinua
...
63
Tabe
la 2
. Con
tinua
ção.
Perfi
lC
lass
eH
orz.
Prof
undi
dade
AG
AF
AG
/AF
Silte
Arg
ilaA
DA
GF
S/A
81LV
d m
edA
B-2
924
158
70,
4131
141
121
140,
22
B
A-4
724
157
50,
4223
161
121
250,
14
B
w1
-81
227
539
0,42
3320
180
600,
16
B
w2
-122
211
545
0,39
4120
30
100
0,20
B
w3
-180
214
538
0,40
2622
20
100
0,12
82R
Qo
tipA
0-22
462
470
0,98
860
4033
0,13
A
C-3
442
250
00,
8418
6040
330,
30
C
A-4
943
351
00,
8517
4040
00,
42
C
1-8
740
353
80,
7519
4040
00,
47
C
2-1
2047
546
51,
0220
4040
00,
50
C
3-1
6041
450
20,
8224
6040
330,
40
C
4-2
0040
850
40,
8128
600
100
0,47
83R
Qo
lato
Ap
0-22
570
278
2,05
3212
012
00
0,27
A
C-4
161
623
82,
5926
120
120
00,
22
C
A-5
761
823
42,
6428
120
100
170,
23
C
1-1
2460
824
62,
4726
120
010
00,
22
C
2-1
8060
224
82,
4330
120
010
00,
25Le
gend
a: H
orz.
– h
oriz
onte
; AG
– a
reia
gro
ssa;
AF
– ar
eia
fina;
AG
/AF
– re
laçã
o en
tre a
reia
gro
ssa
e ar
eia
fina;
Ad
A –
arg
ila d
ispe
rsa
em á
gua;
S/A
– re
laçã
o si
lte/a
rgila
.
idENTiFiCAÇãO E MAPEAMENTO dE SOLOS FráGEiS NO MUNiCíPiO dE MiNEirOS, GO
64
SOLOS FRÁGEIS: CaRaCtERIzaçãO, ManEjO E SuStEntaBILIDaDE
As características físicas apresentadas na Tabela 2 indicam que o perfil de LVAd med tem maiores teores de argila (162-222 g kg-1) do que o perfil de LVAd psam (100-181 g kg-1) e o perfil de rQo tip (40-60 g kg-1). Além disso, apresenta uma distribuição ao longo do perfil muito similar à verificada no perfil de LVAd psam; por outro lado, o perfil de rQo tip mostra uma distribuição mais uniforme dessa fração (Figura 6). No entanto, a relação AG/AF do perfil de LVAd med apresenta um comportamento similar ao verificado no perfil do rQo tip e contrastante ao verificado no perfil de LVAd psam, cujos teores de areia grossa são superiores em superfície (acima de 500 g/kg) com maior gradação ao longo do perfil (Tabela 2 e Figura 6).
Figura 6. Teores de argila e relação areia grossa/areia fina nos perfis estudados.
65
Esse comportamento de certa forma errático da relação areia grossa/areia fina reflete as condições de mistura de materiais provenientes das coberturas detrito-lateríticas com materiais oriundos da Formação Botucatu, visto que a área está localizada no contato entre essas duas litologias.
Nos perfis de LVd arg, LVd med e LAd méd, foi observado que os teores de argila tendem a aumentar em profundidade, com os de LAd med e LVd arg apresentando um comportamento similar com relação à distribuição em profundidade. Por sua vez, o LVd med apresenta comportamento intermediário, com variações de argila entre 141 e 241 g kg-1 (Tabela 2 e Figura 6).
O rQo lato apresentou uma distribuição constante e linear em relação ao teor de argila (120 g kg-1) ao longo de todo o perfil, caracterizando sua textura como sendo areia franca. Nos perfis de LVd med predomina a areia fina (538 a 579 g kg-1) sobre a areia grossa (211 a 308 g kg-1), não se constatando gradiente textural. Já o de LAd med apresenta uma distribuição mais equilibrada da relação AG/AF, com valores em torno de 1,23, mais próximos dos rQo tip e inversos aos rQo lato, que apresentam valores de AG/AF em torno de 2,5 (Tabela 2 e Figura 6).
devido aos baixos teores de argila ao longo do perfil, esses solos apresentam baixa capacidade de agregação de partículas, sendo muito suscetíveis à erosão. Na área de estudo, observou-se erosão superficial pelo carreamento da areia e o uso de mecanização e práticas agrícolas intensivas sem distinção entre as classes de solo, razões pelas quais práticas conservacionistas de manejo do solo devem ser recomendadas.
idENTiFiCAÇãO E MAPEAMENTO dE SOLOS FráGEiS NO MUNiCíPiO dE MiNEirOS, GO
66
SOLOS FRÁGEIS: CaRaCtERIzaçãO, ManEjO E SuStEntaBILIDaDE
Cara
cter
ístic
as q
uím
icas
Na
Tabe
la 3
, são
apr
esen
tada
s as c
arac
terís
ticas
quí
mic
as d
os p
erfis
de
solo
s ana
lisad
os.
Tabe
la 3
. Car
acte
rístic
as q
uím
icas
dos
solo
s est
udad
os.
Perfi
lC
lass
eH
orz.
Prof
.pH
H20
pH K
Cl
SA
l+3
HT
VM
PC
org
N
76LA
d m
edA
p0-
184,
84,
21,
70,
34,
26,
227
1510
7,9
0,8
A
B-3
75,
34,
41,
30,
12,
53,
933
77
5,3
0,5
B
A-5
25,
14,
51,
40,
12,
03,
540
7<1
3,7
0,4
B
w1
-84
4,5
4,4
0,8
0,1
1,9
2,8
2911
<12,
90,
4
B
w2
-130
5,1
4,9
0,8
01,
72,
532
0<1
2,5
0,3
B
w3
-180
5,2
5,1
0,5
01,
31,
828
0<1
2,0
0,3
77LV
Ad
med
Ap
0-15
4,6
4,0
1,3
0,3
2,8
4,4
3019
45,
40,
5
A
B-2
55,
74,
71,
40
1,5
2,9
480
<12,
70,
3
B
A-5
45,
95,
31,
30
1,0
2,3
570
<12,
30,
3
B
w1
-110
5,3
5,0
0,8
01,
22,
040
0<1
2,0
0,2
B
w2
-180
5,8
5,6
0,7
00,
81,
547
0<1
1,4
0,2
78LV
Ad
psam
A1
0-17
4,2
3,6
0,3
0,8
3,3
4,4
773
36,
70,
6
A
2-3
74,
14,
10,
40,
41,
42,
218
50<1
2,7
0,4
A
B-5
04,
54,
20,
60,
31,
42,
326
33<1
2,4
0,3
B
A-6
74,
84,
30,
30,
21,
11,
619
40<1
1,7
0,2
Con
tinua
...
67
Tabe
la 3
. Con
tinua
ção.
Perfi
lC
lass
eH
orz.
Prof
.pH
H20
pH K
Cl
SA
l+3
HT
VM
PC
org
N
78LV
Ad
psam
Bw
1-8
84,
84,
30,
20,
20,
81,
217
50<1
1,1
0,2
B
w2
-115
5,1
4,4
0,4
0,2
0,8
1,4
2933
<11,
00,
2
B
w3
-160
4,8
4,4
0,3
0,1
0,7
1,1
2725
<11,
00,
2
B
w4
-200
4,9
4,6
0,4
00,
81,
233
0<1
0,8
0,2
79LV
d ar
gA
p0-
226,
15,
52,
90
1,3
4,2
690
104,
40,
5
B
A-3
96,
96,
01,
40
1,0
2,4
580
<13,
70,
4
B
w1
-77
6,9
6,2
1,2
00,
71,
963
0<1
3,1
0,4
B
w2
-137
5,5
5,7
0,6
01,
01,
637
0<1
2,5
0,4
B
w3
-200
4,7
5,3
0,9
01,
01,
947
0<1
2,1
0,3
80LV
d m
edA
p0-
166,
35,
82,
60
1,5
4,1
630
136,
20,
5
A
B-2
65,
95,
01,
40
1,8
3,2
440
34,
10,
4
B
A-4
45,
24,
30,
80,
21,
82,
829
20<1
3,3
0,4
B
w1
-97
4,8
4,2
0,6
0,2
1,3
2,1
2925
<12,
20,
3
B
w2
-160
5,2
4,7
0,6
01,
31,
932
0<1
1,9
0,2
B
w3
-200
4,8
5,0
0,2
01,
51,
712
0<1
1,5
0,2
81LV
d m
edA
p0-
156,
25,
52,
70
2,0
4,7
570
75,
40,
5
A
B-2
95,
84,
91,
10
2,0
3,1
350
13,
60,
4
Con
tinua
...
idENTiFiCAÇãO E MAPEAMENTO dE SOLOS FráGEiS NO MUNiCíPiO dE MiNEirOS, GO
68
SOLOS FRÁGEIS: CaRaCtERIzaçãO, ManEjO E SuStEntaBILIDaDE
Tabe
la 3
. Con
tinua
ção.
Perfi
lC
lass
eH
orz.
Prof
.pH
H20
pH K
Cl
SA
l+3
HT
VM
PC
org
N
81LV
d m
edB
A-4
75,
54,
50,
60,
12,
02,
722
14<1
3,1
0,3
B
w1
-81
4,9
4,3
0,6
0,2
1,5
2,3
2625
<12,
50,
3
B
w2
-122
5,3
4,6
0,9
0,1
1,6
2,6
3510
<12,
00,
3
B
w3
-180
5,0
4,7
0,8
0,0
1,5
2,3
350
<11,
90,
3
82R
Qo
tipA
0-22
4,8
3,5
0,5
0,6
3,7
4,8
1055
26,
20,
5
A
C-3
45,
24,
20,
60,
21,
82,
623
251
2,1
0,3
C
A-4
94,
54,
20,
30,
31,
72,
313
50<1
1,9
0,3
C
1-8
74,
74,
30,
20,
21,
62,
010
50<1
1,7
0,2
C
2-1
204,
94,
30,
40,
21,
31,
921
33<1
1,5
0,2
C
3-1
605,
14,
30,
20,
11,
21,
513
33<1
1,0
0,2
C
4-2
005,
24,
40,
20,
11,
11,
414
33<1
0,8
0,1
83R
Qo
lato
Ap
0-22
4,6
4,1
0,8
0,4
3,1
4,3
1933
184,
30,
4
A
C-4
14,
84,
20,
40,
22,
12,
715
331
2,2
0,3
C
A-5
74,
34,
10,
60,
21,
52,
326
25<1
2,0
0,2
C
1-1
244,
34,
20,
50,
21,
62,
322
29<1
1,4
0,2
C
2-1
804,
94,
40,
60,
11,
11,
833
14<1
1,1
0,2
Lege
nda:
Hor
z. –
hor
izon
te; P
rof.
– pr
ofun
dida
de; p
H H
20 –
pH
em
águ
a; p
H K
Cl –
pH
em
KC
l; S
– so
ma
de b
ases
; A
l+3
Alu
mín
io tr
ocáv
el;
H –
Hid
rogê
nio;
T –
cap
acid
ade
de tr
oca
de c
átio
ns (C
TC);
V –
sat
uraç
ão p
or b
ases
; M –
sat
uraç
ão p
or A
lum
ínio
; P –
Fós
foro
ass
imilá
vel;
Cor
g -
Car
bono
org
ânic
o e
N –
Nitr
ogên
io to
tal.
69
de acordo com a Tabela 3, em todas as classes de solos, os valores de pH H20 variaram de média a elevada acidez, aumentando nas camadas mais profundas. Há predominância de cargas negativas e Al+3 variando de 0 a 0,3 cmolc kg-1, quase nulo na maior parte dos perfis. Foram observados baixos valores, em geral, em todo o complexo sortivo S (Ca2+, Mg2+, K+), P e N; teores de P inferiores a 1 mg kg-1; e valores de N inferiores a 0,5 g kg-1. Esses valores podem estar relacionados ao material de origem derivados de arenitos da formação Botucatu e, consequentemente, à elevada permeabilidade desses solos de textura arenosa, que, com o uso intensivo, podem favorecer a lixiviação de N e a rápida decomposição da matéria orgânica e a baixa adsorção de P.
Os Neossolos Quartzarênicos, assim como os Latossolos, apresentaram baixos valores de carbono orgânico (Corg). No perfil de LVAd med, por exemplo, esses teores variaram de 5,4 g kg-1 em superfície a 1,4 g kg-1 em subsuperfície. Os maiores valores de Corg foram encontrados nos perfis de LAd med (7,9 g kg-1) e LVAd psam (6,7 g kg-1) em superfície, que se reduzem drasticamente para valores inferiores a 2 g kg-1 em subsuperfície, o que também ocorre nos rQo. Freitas et al. (2015) observaram um decréscimo no estoque de Corg em diferentes profundidades de solos arenosos com o cultivo de cana-de-açúcar quando comparados à condição de vegetação de floresta natural.
Em geral, os solos são naturalmente pobres em nutrientes. Nas condições de clima tropical (temperaturas elevadas e alta umidade), como na maior parte do Brasil, é grande a produção de biomassa, mas a velocidade de mineralização da matéria orgânica também é muito elevada. Somando-se a isso o incremento da mineralização causado pelo preparo anual do solo agricultado, tem-se consequências como essas (TOMÉ JÚNiOr, 1997).
Todas as classes de solos foram descritas como distróficas. Essa caracterização em solos de classe textural areia ou areia franca foram confirmadas por Spera et al. (1999), que detectaram que nesses solos os teores de cálcio, magnésio, potássio e sódio são baixos ou muito baixos. Consequentemente, a saturação por base é baixa ou muito baixa e os teores de fósforo são muito baixos.
A avaliação da fertilidade leva a inferir que, apesar do uso de elevados insumos no manejo desses solos, há baixa reserva de nutrientes, consequência da degradação pelo uso intensivo, acarretando possíveis aumentos nos custos de produção.
idENTiFiCAÇãO E MAPEAMENTO dE SOLOS FráGEiS NO MUNiCíPiO dE MiNEirOS, GO
70
SOLOS FRÁGEIS: CaRaCtERIzaçãO, ManEjO E SuStEntaBILIDaDE
Avaliações sobre o manejo do solo
O manejo dos solos estudados consiste na monocultura de cana com preparo convencional, utilizando arados, grades e/ou subsoladores. Não foi observada uma diferenciação nas práticas e processos de manejo adotado considerando as diferenças em comportamento entre as classes de solo que ocorrem na área, desconsiderando, portanto, sua fragilidade estrutural. Além disso, esses solos ocorrem, em geral, em áreas de recarga de aquíferos, neste caso, do Aquífero Guarani. O manejo inadequado proporciona impactos negativos, como a elevação de riscos de contaminação das águas subterrâneas e da suscetibilidade à erosão e o aumento de custos de produção. Freitas et al. (2015), no estudo de cana-de-açúcar em solos arenosos, relatam que o preparo intensivo e profundo com a utilização de discos (grades pesadas e arados) e hastes subsoladoras, preconizados para romper os impedimentos físicos, são práticas que resultam na degradação acelerada do solo e no consequente decréscimo do teor de matéria orgânica, no aumento das perdas por erosão e na redução de sua capacidade produtiva.
Considerações finais
A metodologia de amostragem utilizada contribuiu para separar as classes de solo representativas de ocorrência no Sudoeste Goiano. O nível de detalhamento dessa separação de classes no mapa de solos constitui uma ferramenta para auxiliar no planejamento de uso das terras e de manejo dos solos.
Na área de estudo, predominam os Neossolos Quartzarênicos seguidos dos Latossolos Vermelho-Amarelos distróficos de textura média; estes, no campo, apresentaram entre si pouca diferenciação.
Este estudo confirmou a caracterização de solos frágeis sob cultivo intensivo pelo predomínio de areia ou areia franca ao longo dos perfis e pelos baixos níveis de fertilidade, razões pelas quais são recomendadas práticas conservacionistas de manejo do solo para a região.
71
Referências
CArNEirO, M. A.; SOUZA, E. d.; PAULiNO, H. B.; SALES, L. E. O.; ViLELA, L. A. F. Atributos indicadores de qualidade em solos de Cerrado no entorno do Parque Nacional das Emas, GO. Bioscience Journal, Uberlândia, v. 29, n. 6, p. 1857- 1868, nov./dez. 2013.
CONAB (Brasil). Levantamento da safra de grãos, café, cana-de-açúcar e laranja. disponível em: <http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1253&t=2>. Acesso em: 12 out. 2015.
COUTiNHO, H. L. C.; CASTrO, S.S.; TUrETTA, A. P. d.; MONTEirO, J. M. G.; COrrEiO, S. P. T.; PiET rAFES A, J. P.; ViLELA, B. P.; COrrEiO, E. N.; COrrEiO, H. S. r.; NOGUEirA, A. P. Oficina de preparação para avaliação participativa de impactos à sustentabilidade de políticas de expansão canavieira no Sudoeste Goiano: relatório executivo. rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2013. 38 p. (Embrapa Solos. documentos, 161).
dONAGEMMA, G. K.; CAMPOS, d. V. B. de; CALdErANO, S. B.; TEiXEirA, W. G.; ViANA, J. H. M. (Org.). Manual de métodos de análise de solos. 2. ed. rev. rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2011. 230 p. (Embrapa Solos. documentos, 132). disponível em: <http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/77712/1/ Manual-metodos-analis-solo-2.ed.pdf> Acesso em: 12 out. 2015.
FrEiTAS, P. L.; LUMBrErAS, J. F.; dONAGEMMA, G. K.; CALdErANO, S. B.; TEiXEirA, W. G. Comportamento de solos de textura superficial arenosa influenciado pela produção mecanizada de cana-de-açúcar. in: SiLVA, F. C. da; ALVES, B. J. r.; FrEiTAS, P. L. (Ed.). Sistema de produção mecanizada da cana-de-açúcar integrada à produção de energia e alimentos. Brasília, dF: Embrapa, 2015.
GUErrA, A. J. T. Um estudo do meio físico com fins de aplicação ao planejamento do uso agrícola da terra no Sudoeste de Goiás. rio de Janeiro: iBGE, 1989. 212 p.
MiNASNy, B.; McBrATNEy, A. B. A. conditioned Latin hypercube method for sampling in the presence of ancillary information. Computational Geosciences, v. 32, p. 1378-1388, 2006.
MOrAES , J. M. (Org.). Geodiversidade do Estado de Goiás e Distrito Federal. Goiânia: CPrM, 2014. 92 p. (Programa Geologia do Brasil. Levantamento de Geodiversidade).
PrOJETO rAdAMBrASiL. Folha SD 22. Goiás: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. rio de Janeiro, 1981. 640 p.
SANTOS, H. G.; JACOMiNE , P. K. T.; ANJOS, L. H. C.; OLiVEirA, V. A.; LUMBrErAS, J. F.; COELHO, M. r.; ALMEidA, J. A.; CUNHA, T. J. F.; OLiVEirA, J. B. Sistema Brasileiro
de Classificação de Solos. 3. ed. rev. e ampl. Brasília, dF: Embrapa, 2013. 353 p. il. color.
idENTiFiCAÇãO E MAPEAMENTO dE SOLOS FráGEiS NO MUNiCíPiO dE MiNEirOS, GO
72
SOLOS FRÁGEIS: CaRaCtERIzaçãO, ManEjO E SuStEntaBILIDaDE
SPErA, S. T.; rEATTO, A.; MArTiNS , E. S.; COrrEiA, J. r.; CUNHA, T. J. F. Solos
areno-quartzosos no Cerrado: problemas, características e limitação ao uso. Planaltina, dF:
Embrapa Cerrados, 1999. (Embrapa Cerrados. documentos, 7).
TOMÉ JÚNiOr, J. B. Manual para interpretação de análise de solo. Guaíba: Agropecuária,
1997. 247 p.