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espaçosolidarioObra Diocesana de Promoção SocialAno IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
pessoas a sentirem pessoas
Obra em 3D
dignidade,determinaçãoe dinamismo
Obra Diocesana de Promoção Social2
Ficha Técnica
Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Belmiro Teixeira, Manuel AmialDirecção/Redacção: Manuel Pereira AmialPropriedade/editor: Obra Diocesana de Promoção SocialColaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ana Rita Mota, Andreia Vasconcelos, Ângelo Santos, Aurora Rouxinol, Belmiro Teixeira, Bernardino Chamusca, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, Cónego Rui Osório, D. João Lavrador, D. Manuel Clemente, D. Manuel Martins, Dra. Maria Barroso Soares, Elvira Almeida, Filipa Martins, Filomena Semana, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Isabel Cristina Vieira, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Paulo Lapa, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Professor Francisco Carvalho Guerra, Ricardo Azevedo, Rosa Maria Seabra, Sara Cardoso, Susana Carvalho e Teresa Carvalho.Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, Lda.; www.lusoimpress.comPeriodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da JuventudeSede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO
Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: c.adm@odps.org.pt; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555
04 - Editorial Manuel Amial
05 - Mensagem do Bispo do Porto Sua Revª. D. Manuel Clemente
06 - O despertar da consciência social Américo Ribeiro
08 - Construir no Amor pelo Amor Padre Lino Maia
09 - A problemática do envelhecimento Professor Daniel Serrão
10 - Solidariedade e Justiça Social Bernardino Chamusca
11 - “A Caridade na Verdade” D. Manuel Martins
12 - Hoje Abençoarei Confhi
13 - Promovendo a Esperança Cónego Rui Osório
14 - Férias com Obra João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho
17 - Missão 2010 – Plano de Acção Conselho de Administração
24 - Na Linha da Frente – Obra Missionária Maria Teresa Souza-Cardoso
26 - Passeio Anual dos Colaboradores João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho
28 - Os Mágicos e os Anciães Ricardo Azevedo
29 - Tornar-se Pessoa Acolhedora Frei Bernardo Domingues
30 - Agosto no Centro Social da Pasteleira Teresa Carvalho
32 - Reencontrar a Vida! Confhic
34 - Futebol Feminino na ODPS Paulo Lapa
35 - Mensagens Espaço Solidário… Donativos
Sumário
3Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
4 Obra Diocesana de Promoção Social
EditorialHá dias voltei a reler a grande poetisa Fernanda de Castro (1900-1994) e
num dos seus inúmeros poemas encontrei o mote para este editorial.
O poema “Urgente” traduz, de forma simples, forte e extremamente feliz, um
apelo para sermos construtores de um mundo melhor.
A sua actualidade é evidente!
A sua mensagem incita-nos a não cruzarmos os braços perante as dificulda-
des sociais e as situações de pobreza que estão a afectar a sociedade portuguesa.
Para sermos cidadãos activos, empenhados e solidários há que deitar mãos
à obra com determinação e alegria, “construir” pontes, “arrancar as urtigas do quin-
tal”, “respeitar o Amigo, o Irmão”, “repartir o trigo do celeiro”, ajudando assim a
construir uma sociedade mais justa e mais fraterna.
É uma mensagem de uma enorme força anímica a que ninguém pode ficar
indiferente!
Uma mensagem que a Obra Diocesana vem abraçando, de forma abnega-
da, construindo, dia a dia, “serenamente”, um patamar de ajuda e de esperança a
favor das pessoas que mais precisam.
Eu gostava de ter conhecido Fernanda de Castro, esta mulher fascinante,
dotada de uma enorme sensibilidade para o mundo que a rodeava e com uma
grande capacidade de transmitir em poesia as suas mensagens, de uma forma
encantadoramente expressiva!
Por isso, penso que faz todo o sentido relembrar aqui este seu belo soneto!
Manuel Amial
É URGENTE!
“Urgente é construir serenamente
seja o que for, choupana ou catedral,
é trabalhar a pedra, o barro, a cal,
é regressar às fontes, à nascente.
É não deixar perder-se uma semente,
é arrancar as urtigas do quintal,
é fazer duma rosa o roseiral,
sem perder tempo. Agora. Já. É urgente.
Urgente é respeitar o Amigo, o Irmão,
é perdoar, se alguém pede perdão,
é repartir o trigo do celeiro.
Urgente é respirar com alegria,
ouvir cantar a rola, a cotovia,
e plantar no pinhal mais um pinheiro.”
(Fernanda de Castro, in Poesia II)
Setembro é de certo modo o princípio dum novo ciclo
anual.
Passando o Verão, a sociedade e a própria Igreja
retomam o curso normal das suas actividades.
Há coisas que acabam e muitas que mudam.
No caso da nossa Igreja e da Obra Diocesana de
Promoção Social, a tarefa é a mesma, tratando-se de con-
tinuá-la com frescura e generosidade renovadas. Tanto mais
que não faltam problemas a resolver e iniciativas a prolongar,
neste campo imenso da sociedade de todos e da subsis-
tência e promoção de muitos.
A Obra Diocesana é uma expressão particular
e muito importante da Igreja do Porto, no que à pro-
blemática social respeita. Tem sabido levar por diante
uma presença activa de “caridade de verdade”, (re)construin-
do a esperança e o futuro de muitas pessoas e famílias. E é com
este espírito e dinamismo que se dispõe também a participar na grande
Missão 2010, com que encerraremos a primeira década deste século.
De modo muito criativo, a Obra Diocesana preparou em cada Cen-
tro um sugestivo programa, com que contribuirá com “novo ardor, novos
métodos e novas expressões” para a expansão evangélica que preten-
demos na Diocese do Porto.
Parabéns à Obra Diocesana de Promoção Social, na pes-
soa dos seus responsáveis e colaboradores.
Contamos muito com o vosso trabalho, criatividade e
estímulo!
Muito cordialmente
+ Manuel Clemente
Mensagem D. Manuel ClementeBispo do Porto
5Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
Momento do Presidente
Os novos desafios da Sociedade Globalizada O despertar da consciência social
Américo RibeiroPresidente do Conselho de Administração da ODPS
Este tema é sobejamente inte-
ressante, oportuno e abrangente. Pode-
roso agente/motor para uma alargada e
impulsionante discussão e decorrente
reflexão.
Apenas poderei abordar alguns
aspectos, que considero fulcrais num
quadro humano e social realista, mas
optimista, uma vez que a exequibilidade
de iniciativas, apoiadas por instituições e
parcerias poderá ser coroada de alegria
e êxito e, simultaneamente, criar fontes
de motivação e sustentabilidade.
Uma visão múltipla e superior
da Vida, com as suas ramificações
para a sociedade, nos mais diversos
quadrantes, alimentada pelo sentir,
acreditar, disponibilizar e dar-se ao
Fazer Solidário, caracteriza-a de mais
perfeita, oferece-lhe mais significados,
dá-lhe sentido, ao mesmo tempo que
dá sentido à acção.
Inserida numa comunidade e
numa sociedade, hoje não só local, re-
gional e/ou nacional, mas também glo-
bal – vivemos intensamente o fenómeno
da Globalização: o que afecta um, afec-
ta os demais, todos os seres humanos
estão unidos, afectivamente, por uma
teia global de interdependência, como
ficou definido no século passado, cada
pessoa exerce a sua acção.
Ela pesa neste contexto, me-
diante o fruto/resultado/produto por si
conseguido e o espaço social/cívico/
solidário que nela vai conquistando e
operando.
Em primeiro lugar, logicamente,
essa acção encontra o seu principal
enfoque no benefício próprio, no bem
pessoal, entrando a família e a profis-
são, que se desempenha, para garantir
a sobrevivência e a indispensável esta-
bilidade económica e emocional.
Logo a seguir, vem a outra ac-
ção, aquela que converge forças e von-
tades para trabalhar em prol do Bem
Comum, ajudar o seu semelhante, se-
mear a solidariedade, levar olhares, sor-
risos, abraços, sol de humanidade e de
esperança, aonde estes não chegam, e
que é, totalmente, desprovida de fins lu-
crativos, materiais.
O ser humano, no estatuto que
lhe foi conferido de ser cidadão, ele-
mento de uma sociedade, com direitos
e deveres, tem, certamente, que prestar
mais atenção a esta matéria. No entan-
to, a maior parte das vezes, isso não é
lembrado, nem medido, pois a absorção
multifacetada do quotidiano não deixa
lugar para tal.
Parece paradoxo, pois o desen-
volvimento pessoal implica promover,
paralelamente, a fraternidade humana!
O exercício da solidariedade,
impulsionado pela nobre intenção de
apoiar, de ajudar os mais carenciados,
os mais fragilizados é sempre impor-
tante, quer seja isolado, quer se integre
em grupos organizados.
Quaisquer gestos ou mobiliza-
ções, nesta direcção, merecem ser valo-
rizados e até estimulados para exemplo
e para manutenção da sua continuidade
e possível fortalecimento.
Porém, para que a solidarie-
dade humana e social tenha a reper-
cussão desejada, actuando por forma
a contribuir no esbatimento das desi-
gualdades, no caminho em favor da
justiça, em consonância com os valo-
res humanos fundamentais, no agitar
das responsabilidades, construindo
uma verdadeira consciência social e
visando a transformação e melhoria
do Mundo tem, forçosamente, de estar
organizada, tem de reunir, solidamente,
forças dinâmicas, vontades fortes, vi-
são empreendedora, braços lutadores
e comunhão de esforços.
Um só é bom, mas torna-
se pouco. Alguns, juntos e unidos,
conseguirão mais e melhor!
Neste pressuposto, grupos or-
ganizados oferecem apelativo e suges-
tivo manancial de oportunidades.
Abundante e significativo serviço
pela causa da solidariedade humana já
foi concretizado, em diversas organiza-
ções, tais como Instituições Particulares
de Solidariedade Social, Misericórdias,
Clubes Lions e Clubes Rotários… no
decorrer dos anos, a nível mundial e no
nosso país, até ao momento presente.
Obra Diocesana de Promoção Social6
Esse serviço em prol desta
causa tão linda quanto magnificente
concorreu, substancialmente, para: res-
postas sociais emergentes; construiu
numerosas e diferenciadas soluções no
apoio à pobreza; na ajuda às pessoas
diferentes; no combate à exclusão so-
cial; na área da saúde; da educação;
da cultura… enfim, contribuiu, de forma
marcante, para o desenvolvimento hu-
mano, social e cultural nacional e inter-
nacional.
Cada organização, consoante as
suas possibilidades e com a relevância
alcançada, todas, sem excepção, en-
grossaram, amplamente, a sementeira
do Bem Fazer, não se limitando apenas
às fronteiras de Portugal, mas também
colaborando para a cidadania fraterna
e solidariedade universal, onde entram
o respeito, fraternidade e enaltecimen-
to pela interculturalidade, consciência e
responsabilidade social.
Muitos projectos, e dos mais
variados tipos, foram desenvolvidos
com grande sucesso, do ponto de vis-
ta humanitário e social. Ocupam um
honroso espaço na latitude altruísta
expressiva, salientando-se a coopera-
ção mútua, o espírito de equipa, a en-
treajuda, o associativismo, o trabalho
voluntário, assente na gratuidade e no
desprendimento, a disponibilidade, a
participação activa e imbuída de querer
e de confiança.
O poder da ajuda nasce do im-
pulso da consciência cívica e da res-
ponsabilidade social.
O brilho do acto humano do
Bem-fazer identifica-se com a solicitude
do bom cidadão, que não se cansa de
dar, realizar e, continuamente, perspec-
tivar e planificar serviço, cujo objecto é ir
ao encontro dos problemas dos outros,
outros muito especiais, para os minorar
ou até os resolver, ainda que seja tem-
porariamente.
“Amai-vos uns aos outros
como Eu vos amei”
Por outro lado, e como conse-
quência de vários factores, reunidos
num todo e sustentando condicionan-
tes, infelizmente, dentre as quais, o des-
gaste, a dificuldade de manutenção e
prosseguimento… começam a afectar
e a enfraquecer a dinâmica de alguns
Clubes de Serviço.
As crises são naturais, perfei-
tamente compreensíveis e aceitáveis
e, ciclicamente, elas acontecem. É a lei
natural dos factos.
Analisadas, sob o ponto de vista
psicológico e sociológico, a maioria das
vezes provocam agitação, controvérsia,
adversidade, frustração, discussão…
mas, directa ou indirectamente, concor-
rem para o ressurgir da renovação e do
progresso.
O mundo da actualidade, exibin-
do mutações e assimetrias constantes,
um amanhã cada vez mais incerto, traz
novas exigências à nossa consciência
colectiva.
O encontro com o futuro obri-
ga a séria e criteriosa análise, troca de
ideias, experiências, reflexão/avaliação,
reformulação e indispensável mudança
nos vários domínios da vida.
No cenário do tecido social ac-
tual, torna-se absolutamente necessário
nova visão, novo rumo, novo empreen-
dedorismo, enfrentar e encetar novos
desafios, convergindo inovação, criativi-
dade e compatibilidade com as exigên-
cias do viver de hoje.
Neste entendimento, a impres-
cindível Acção Solidária organizada
próxima e distante, cada vez mais so-
licitada, reconhecida e exaltada, pois
entra na mestria Altruísta e Filantrópica
também tem de se ajustar a esta reali-
dade, à nossa realidade, mas não pode
diminuir a sua força, a sua dádiva, por-
que, reitero, a intervenção, que só ela
sabe fazer, tem um lugar, junto de nós,
prioritariamente, e no Mundo, muito im-
portante, implorado e desejado.
Como foi dito por Martin Luther
King é bom pensarmos nesta máxima:
“Eu nunca poderei ser o que
devo ser, até que você seja o que
deve ser. E você nunca pode ser o
que deve ser até que eu seja o que
devo ser!”
A filosofia, espírito e sentimento
do cidadão solidário, do Lion, do Ro-
tário… são fortes agentes emocionais,
para agarrar um ou vários afazeres e
gerar valor humano e social.
Um melhor aproveitamento das
sinergias trará enriquecido benefício.
Olhares empreendedores e
mãos obreiras precisam-se, com urgên-
cia, nas mais diversas organizações,
cujo enfoque é o Amor ao Próximo.
As IPSS poderão ser terreno
fértil de propostas para Clubes Lions,
Clubes Rotários exercerem a sua acti-
vidade, consubstanciada na satisfação
pessoal e grupal de ajudar, e na satis-
fação de contribuir, com soluções efi-
cazes, para a melhoria de vida e para
o bem estar dos outros, numa linha de
prioridade locais ou regionais.
A Solidariedade brota do
hábito do Amor, dos movimentos
como a irmandade, entusiasmo e
dedicação.
É deste dogma, desta convic-
ção que aparecem, cheios de vitalida-
de, o pacto, a organização e o empe-
nhamento conduzindo a uma efectiva
realização!
Vale a pena ir em frente!
Não se podem cruzar os bra-
ços, nem ficar numa atitude passiva!
Todos somos poucos perante o
cenário que nos cerca!
A palavra anuncia e comunica!
A Beleza, que nos atrai pelo fa-
zer, perfuma!
A comunhão para reunir esfor-
ços e vontades constrói!
O acto de realizar edifica!
O amor que se dá aos outros adquire o dom da tota-lidade do ser.
7Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
Construir no Amor pelo Amor
1. Muitos de nós, e a maior parte
dos nossos contemporâneos, andamos
preocupados com a actual situação da
humanidade. Impressionam-nos a po-
breza de muitos e as gritantes desi-
gualdades entre os muitos que têm
pouco ou nada e os poucos que têm
muito ou demasiado. Repudiamos a in-
diferença e as novas formas de egoísmo.
Aterrorizam-nos as notícias de crianças
que morrem com fome e assusta-nos o
aumento imparável (?) do desemprego.
Esquecemo-nos que a resposta se de-
cide no horizonte mais restrito da nossa
vida pessoal, na nossa harmonia interior,
no respeito sagrado pela vida, pela pró-
pria pessoa e pela pessoa dos outros,
na convicção de que a sorte do outro é
a nossa sorte no universo da consciência
de uma fraternidade universal. No hori-
zonte restrito de cada pessoa, de muitas
pessoas, de todas as pessoas.
Há uma certa incongruência
e mesmo hipocrisia quando nos ar-
voramos em defensores do amor e
cedemos ao egoísmo e aos gastos
supérfluos, na família, no círculo limitado
das nossas relações, na maneira habitual
de viver em sociedade. Toda a forma de
egoísmo é contrária ao amor e prejudica
a humanidade.
2. Jamais será possível cons-
truir solidariedade humana sem amor,
porque a convivência entre os homens
assenta na consciência de que cada um
de nós só será feliz se procurar contribuir
para a felicidade dos outros. É-se pessoa,
ajudando os outros a sê-lo; somos co-
responsáveis, com as pessoas com quem
nos cruzamos ou com quem vivemos ou
convivemos, pela harmonia da vida e pela
construção da felicidade e do devir de cada
um e pelo futuro colectivo. Uma visão da
vida, centrada sobre si mesma, é ego-
ísta e não leva à felicidade e à harmo-
nia. A multidão de homens e mulheres,
de todas as culturas e religiões, que
dão a sua vida para ajudar outras pes-
soas que sofrem, talvez muito mais do
que os governantes das nações, são
os grandes obreiros no mundo de hoje
de um devir melhor que se constrói no
amor. O amor aprofunda no próprio cora-
ção o sentido da dignidade de toda a vida,
de cada pessoa e de todo o humano.
Os crentes, sabem que, sem dei-
xar de ser sua responsabilidade e missão,
o amor é um dom de Deus e encontra a
sua expressão mais profunda numa abun-
dância de gestos pessoais e numa multi-
plicidade de Instituições da comunidade,
que de uma e outra forma são excelentes
vivências do amor e sinal da caridade. Só
aqueles que o experimentaram podem
saborear a fortuna profunda que, no co-
ração, brota da certeza de que os gestos
de amor emanam daquele amor em que
Deus tem a iniciativa e com que Ele ama
todas as suas criaturas.
Ao ajudar as pessoas através dos
múltiplos gestos e das muitas Instituições,
a missão da Igreja constitui um contributo
importante para um devir melhor. Nem
sempre a sociedade reconhece este
esforço silencioso e persistente de
humanização, e não está consciente
Padre Lino Maia
de que se trata de uma missão fun-
damental e prioritária, porque quem
se sente amado por Deus é, espon-
taneamente, um construtor do amor
entre os homens.
O amor, como missão, significa
que ele deve ser compromisso de todos,
particularmente dos cristãos. Esse é, aliás,
o dinamismo de todos os dons de Deus:
suscitar e fortalecer nas pessoas o desejo
de amar e de ser amado. Tudo o que Deus
nos dá é para nos tornarmos capazes de
amar, de ser Sua imagem. A sua primei-
ra exigência é o respeito pela pessoa.
No respeito pela pessoa e pela dignidade
de todas as pessoas, cada um exprime e
reconhece a dignidade da sua própria pes-
soa e reforça o direito de a ver respeitada. O
amor como missão significa a determi-
nação de lutar contra todas as formas
de injustiça, de pobreza, de negação
da dignidade e de direitos inalienáveis
de toda a pessoa humana.
3. Um dos frutos do amor é a
contemplação da beleza. Entre o amor e
o belo há uma identidade de natureza. O
amor é a experiência humana que melhor
conduz a tocar a beleza como harmonia
do ser. Na beleza toca-se aquela dimen-
são profunda em que toda a realidade se
auto-transcende e encontra a sua conatu-
ralidade com a beleza divina.
A beleza não é algo a acrescentar
à realidade do Universo e da pessoa huma-
na. Antes ela é a dimensão mais profunda
de toda a realidade criada. Tem-se acesso
à beleza indo ao fundo das realidades. Nas
realidades criadas, a beleza é a assinatura
do Seu autor, de Deus que as criou. Ela é a
maravilhosa harmonia impressa em todo o
Universo, no mistério do seu início, no ritmo
do seu crescimento, nas leis que o regem
e o orientam para o homem, única criatu-
ra a encarnar a própria beleza de Deus.
Podemos contemplá-la, a desafiar-nos e
a transcender-nos, tanto no infinitamente
pequeno como na imensidão do cosmos.
Ela extasia-nos, particularmente, na har-
monia da vida.
Obra Diocesana de Promoção Social8
9Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
Portugal está a aproximar-se
de ter um índice de envelhecimento
semelhante ao dos Países mais de-
senvolvidos da Europa.
Esta afirmação significa que,
tal como nesses Países, a proporção
entre o número de pessoas com mais
de 65 anos e o de pessoas com me-
nos de 14 aumentou, muito para além
da unidade. Portanto há mais idosos
do que jovens, em números absolutos;
na relação dos dois números, que é o
índice, a fracção tem um numerador
mais alto que o denominador. Na re-
presentação gráfica das idades da po-
pulação já não temos uma pirâmide de
base larga.
A esta situação se chama, en-
tão, problemática do envelhecimento.
A explicação é simples: os
idosos morrem cada vez com idades
mais avançadas e não nascem filhos,
em número suficiente para substituir
os que morrem. O nosso saldo fisioló-
gico é, portanto, negativo
A meu ver o “problema” não
está nos idosos que não morrem mas
nos jovens que não nascem.
Os idosos, que vivem hoje em
grande número para além dos 80 anos
de idade, não são todos iguais. Esque-
maticamente podem considerar-se
três tipos de idosos:
Os que estão saudáveis, com
vida independente e que permanecem
activos. A este grupo, cada vez mais
numeroso graças ao progresso da
medicina geriátrica, chamo Seniores
e são um novo estrato social a acres-
centar à infância, adolescência, juven-
tude e idade adulta Não são problema
para ninguém.
Depois há os idosos reforma-
dos, inactivos, já um pouco dependen-
tes e com problemas de saúde, não
muito graves mas que os levam a re-
correr constantemente aos centros de
Saúde. Aqui há um problema de apoio
para que retomem alguma actividade;
e as famílias, quando existem, podem
ser muito úteis na criação de um cli-
ma de segurança para o idoso mesmo
que ele prefira ficar em sua casa. Mas
hoje é principalmente o apoio social,
como o desta Obra Diocesana de Pro-
moção Social, que contribui para a so-
lução deste problema.
Por fim temos os idosos inacti-
vos, doentes e dependentes, em grau
variável, de ajudas de outrem. Aqui,
sim, temos uma problemática de difícil
solução. Trata-se de doentes cróni-
cos, a precisar de ajuda diária, como,
por exemplo, os milhares de pessoas
que sofreram um AVC e perderam a
autonomia para se alimentarem e para
fazerem a sua higiene pessoal. Preci-
sam de apoio permanente no domicílio
ou de serem acolhidos numa rede de
Cuidados Continuados que em Portu-
gal está entregue, em grande parte, às
Misericórdias e outras IPSS.
Há aqui uma grave responsa-
bilidade do poder político que gere os
A Problemática do Envelhecimento
Professor Daniel Serrão
nossos impostos. Estas pessoas não
são cidadãos de segunda categoria,
sem dignidade. Merecem respeito ab-
soluto e terão de ser uma prioridade
do SNS e da Segurança Social.
Na parte final do seu tempo de
viver, deverão ter acesso a cuidados
paliativos que podem ser de proximi-
dade ou no domicílio. Em casos espe-
ciais em serviços especializados para
este cuidado, como a Unidade próxi-
ma ao IPO do Porto.
Um ser humano que está em
processo de morrer tem de receber
um cuidado especial que respeite as
suas necessidades de conforto cor-
poral e de atendimento espiritual. É
o que um bom cuidado paliativo lhe
pode dar.
Obra Diocesana de Promoção Social10
Solidariedade e Justiça Social
Ulpiano, notável jurisconsulto ro-
mano que viveu nos séculos II e III, dei-
xou-nos a lição firme de que a vida cívica
do “bonus pater familias” (bom pai de fa-
mília) deve fundamentar-se em três prin-
cípios básicos: “honeste vivere” (i. é, viver
honestamente, sem abusar do direito ou
da liberdade), “alterum non laedere”(quer
dizer, não prejudicar ninguém) e “suum
cuique tribuere” (dar a cada um o que lhe
pertence).
O Imperador Justiniano (527-565)
que promulgou o “Corpus Iuris Civilis”,
glosando este terceiro princípio, deixou
expresso que «suum cuique tribuere tota
est aequitas” – a equidade consiste em
dar a cada um o que lhe pertence, dire-
mos em tradução não literal.
Com base naquele tríptico po-
demos afirmar que viverá sob o império
da justiça aquele que cumprir os três pre-
ceitos referidos, entendendo, segundo o
mesmo Ulpiano, a justiça como a cons-
tante e perpétua vontade de dar a cada
um o seu direito (“Iustitia est constans et
perpetua voluntas ius suum cuique tri-
buendi”).
Na sociedade actual ninguém
nega que cabe ao Estado de Direito a
missão essencial de administrar a Justi-
ça; não apenas aquela que reside e deri-
va das decisões judiciais, mas, ainda an-
tes dessa, aquela que consiste no “suum
cuique tribuere” (dar a cada um o que lhe
pertence), de forma a que cada cidadão
possa “honeste vivere”, sem “alterum la-
edere”.
Dizendo de forma mais acessí-
vel, a justiça que dá a cada um o que lhe
pertence (e que poderemos adjectivar
como social) tem como objectivo permitir
a cada cidadão, nomeadamente aos ca-
renciados, viver de tal forma que possua
tudo quanto lhe é devido, de modo a ser/
viver livre, autónomo e responsável.
O passo seguinte é designado
pelo Código de Justiniano como «aequi-
tas» – equidade, ou seja um mecanismo
jurídico que permite ao juiz ir além da
aplicação cega (pura e dura) do direito,
quando princípios de ordem diversa,
mas de defesa da vertente humana em
questão, “exigem” uma solução não pre-
vista ou não codificada que dê prevalên-
cia àquela vertente.
Será pela via da equidade que
o Estado ultrapassa a simples justiça
do dar a cada um o que lhe pertence;
ou seja, a equidade permitirá dar ao
necessitado mais do que aquilo que lhe
competia receber face às regras distribu-
tivas da riqueza nacional que lhe sejam
aplicáveis.
Em termos de justiça social a
equidade chamar-se-á solidariedade.
Porém, esta não é facilmente compatível
(na maior parte dos casos, será mesmo
inviável!) com a “cegueira” protocolar ou
processual da justiça distributiva.
O termo solidariedade, embora
frequentemente “estatizado”, não cabe
na maior parte das regras instituídas pe-
los governos para realizar a justiça que
distribui, pelos socialmente necessita-
Bernardino Chamusca
dos, a riqueza disponível.
Na verdade, a solidariedade im-
plica ir além da justiça formal (ir além da
justiça farisaica, como refere o Evangelho,
a qual se limita a cumprir, ao milímetro, as
regras codificadas, ignorando a pessoa
necessitada), para encontrar espaços de
partilha e de desenvolvimento humano,
mesmo que essa partilha implique lan-
çar mão da distribuição equitativa até do
pouco que houver, indo, quando se justi-
fique, além das regras instituídas.
Entendo que é necessário apli-
car, na prática do trabalho social, regras
que respeitem as exigências técnicas e
científicas de tal trabalho; mas também
será necessário encontrar forma de obter
espaços (financeiros, físicos e desenvol-
vimentais) que permitam acolher aque-
les que a simples justiça distributiva não
acolhe e a que só a solidariedade poderá
oferecer um regaço, sejam bebés, idosos
ou outros cidadãos em vias de se afun-
darem no nada social.
A justiça equitativa, de braço
dado com a solidariedade, não permiti-
rá que ninguém deixe de ter acesso às
condições mínimas capazes de que tor-
nar uma vida excluída num pedaço de
felicidade.
Como escreve o Papa Bento XVI
na encíclica «Caritas in veritate», e este
é o caminho para as instituições eclesiais,
“a justiça não só não é alheia à caridade,
não só não é um caminho alternativo ou
paralelo à caridade, mas é inseparável da
caridade.”
11Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009
Olho a “Obra Diocesana de Promoção Social” e cai-me o pensamento na
recente encíclica do Santo Padre.
Sendo a Igreja o testemunho, o apelo e o retrato da caridade, só no terreno
tal pode acontecer, só nas obras se pode tornar visível. Isto quer dizer que, em
Igreja, caridade terá que ser sempre sinónimo de verdade.
A Obra Diocesana é, assim, uma espécie de verdade na caridade
que faz e estrutura a Igreja.
A respeito da Obra Diocesana, praticamente só sei por que e como co-
meçou e há muito venho sabendo o tanto que faz e o modo como o faz através
do seu tão bem conseguido Boletim. E isto até me basta para me sentir feliz
como cristão.
Nós aprendemos na Teologia da Evangelização que, nesta missão da Igre-
ja, que é evangelizar, há uma vertente que não pode faltar, a que chamamos de
Serviço.
Felizmente que do coração da Mãe Igreja têm brotado expressões desta
missão de serviço, desde o princípio até aos nossos dias, expressões que são,
nela e para ela, uma autêntica coroa de glória.
O perigo que às vezes tem surgido é que nem sempre se descobre o amor
da Mãe Igreja, nos serviços que se prestam através dessas obras. Tenho para
mim que tal não acontece na Obra Diocesana. Não acontece nem acontecerá,
dado o espírito cristão que a rege e sempre acompanha.
A Obra Diocesana apresenta-se como um serviço da Igreja para a
promoção das pessoas, isto é, tem como objectivo de fundo ajudar as pesso-
as a descobrirem que são gente e como gente devem ser respeitadas e devem
comportar-se na vida.
É sempre a dignidade da pessoa que se quer reconhecer, procla-
mar, promover e defender.
Que a nossa Obra Diocesana de Promoção Social viva, cresça
e floresça!
+ Manuel Silva Martins, Bispo Emérito de Setúbal
D. Manuel MartinsBispo Emérito de Setúbal
“A Caridade na Verdade”
Obra Diocesana de Promoção Social12
CONFHICCongregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição
Hoje abençoarei
Hoje, a todo aquele que de mim se aproximar,pedirei a Deus, em silêncio, que o abençoe.
Hoje, se me sentir ferido, por gestos ou palavras,abrirei o meu coração ao perdão.
Hoje, farei algo de bom, em segredo,sem que ninguém se aperceba.
Hoje, praticarei a regra de ouro do amor:farei aos outroso que gosto que me façam a mim.
Hoje, buscarei um lugar e um tempo especialpara O escutar no interior da alma.
Hoje, viverei atento aos dons que a vida traze agradecerei a Deus por tanto bem que recebo.
Hoje, serei mais compassivo com o que sofree não cobrarei atenção e reconhecimento.
Hoje, darei a mão ao caído do caminhoe vencerei a tentação de passar ao lado.
Hoje, não ficarei indiferente ao pobree, se nada tiver para dar, terei um gesto de vida.
Hoje, não pensarei só no trabalho a fazer,mas farei do meu dia uma dádiva de amor.
Hoje, lutarei ousadamente pela verdadee serei capaz de dizer: errei!
Hoje, andarei atento para agradecercada gesto simples que recebo dos outros.
13Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009
Promovendo a esperança
Era um jovem seminarista quan-
do nasceram os bairros socais do Por-
to, como tentativa de resposta às “ilhas”
e à habitação degradada da cidade,
que me aconselhavam a visitar. Quem
servia de modelo de visitador era o Pai
Américo, que, vezes sem conta, se sen-
tava nas soleiras das casas do Barredo,
onde um “Jornal de Notícias” lhe servia
de almofada para amaciar o granito ás-
pero. Com idealismo, seguíamos-lhe o
rumo.
A Obra Diocesana de Promo-
ção Social (ODPS) surgiria quando, em
1964, me ordenaram sacerdote na Sé
do Porto. Mais um estímulo para uma
juventude sacerdotal sonhadora!
A Obra era uma promessa de
humanização, a caminho do desen-
volvimento integral de cada homem e
mulher e solidário de todos os homens
e mulheres, indispensável para a dese-
jada evangelização dos pobres, como
tinha aprendido na reflexão teológica
e nas práticas pastorais. Não concebí-
amos o Reino de Deus sem compro-
missos pela promoção humana, nem
práticas da caridade sem justiça e sem
respeito pelos direitos humanos, para
libertar os deserdados da sua miséria
imerecida.
Mais de 40 anos passados, a
Obra Diocesana de Promoção Social é
um oásis de esperança no deserto da
infância desvalida e da terceira e quarta
idades roídas de solidão. Uma rica obra
de solidariedade, desde as creches e
Cónego Rui OsórioJornalista e Pároco da Foz do Douro
o pré-escolar, passando pelas inicia-
tivas de tempos livres (ATL), centros
de convívio e de dia até aos apoios a
domicílio. São centenas e centenas os
beneficiários a quem se dá qualidade
de vida.
Atenta às velhas e às novas po-
brezas, a ODPS comprova, como diria
S. Paulo, que somos salvos na esperan-
ça, entendia como fé operativa e enri-
quecida pela fantasia da caridade.
Tal como as missões profética,
de escuta e de prática da Palavra de
Deus, e litúrgica, de celebração da fé,
a missão sociocaritativa é também te-
ologal e não se fica por uma qualquer
motivação ideológica ou pelas práticas
meramente filantrópicas, mas exige a
promoção das pessoas até repousarem
no coração de Deus. A Obra responde
pela positiva a quem lhe pergunte pelas
razões da sua esperança.
O conselho é de Saint-Exupéry:
“Ainda que os teus passos pareçam inú-
teis, vai abrindo caminhos, como a água
que desce cantando da montanha. Ou-
tros te seguirão…”. É assim nos Centros
Sociais da ODPS, um caminho que se
faz ao andar, bem ao estilo dos peregri-
nos da esperança.
Já muito antes, o profeta Isaías
tinha sabiamente afirmado: “Aqueles
que confiam no Senhor renovam as
suas forças. Têm asas como a águia,
correm sem se cansar, marcham sem
desfalecer”. Na ODPS, não se anda
às arrecuas, mas em frente. Uma boa
prática de esperança nestes pesados e
tristes tempos de crise agressiva e in-
solidária!
Somos peregrinos da esperan-
ça, que é, como dizia o Padre António
Vieira, “a mais fiel de todas as compa-
nheiras da alma” e se traduz no manda-
mento novo da caridade. A esperança
vence o individualismo e pratica a soli-
dariedade. É a última a morrer sempre
que há razões para lutar pelo desenvol-
vimento integral de cada homem e mu-
lher e solidário de todos os homens e
mulheres.
Tem sido assim a prática da
ODPS, no brio dos seus técnicos e na
generosidade dos seus voluntários. Nos
Centros Sociais onde actua, a esperan-
ça não fica de fora como no Inferno da
Divina Comédia de Dante. Ali não há
Inferno porque é lá que mora a espe-
rança...
Afinal, o meu sonho de jovem
sacerdote idealista é uma realidade, não
sei bem se em São João de Deus, no
Lagarteiro, na Pasteleira, no Regado, na
Rainha D. Leonor ou noutro qualquer
bairro social do Porto!
Em todos, tenho a certeza.
Obra Diocesana de Promoção Social14
João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista
Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada
Férias com ObraDurante o mês de Julho a Obra
Diocesana de Promoção Social colocou
ao dispor dos nossos Clientes mais jovens
(pré-escolar e ATL) uma actividade inova-
dora na Instituição, um campo de férias
intitulado Férias com Obra.
Esta acção foi promovida pela em-
presa Múltipla Escolha, parceira da Obra
Diocesana, e orientada pelo Professor Tia-
go Veloso.
Englobou diversas actividades
lúdicas e recreativas, designadamente os
seguintes dias temáticos:
•Actividadesradicais–rappel,sli-
de, tiro com arco e com zarabatana
•Diadepraia– futeboldepraia,
construções na areia e surf
• Jogos tradicionais – macaca,
estafetas, corrida de sacos, bilros, chan-
cas
•Diamulti-desportos–torneiode
triball (futebol, basquetebol e andebol)
•Arte divertida – origamis e
workshop de prendas
Esta iniciativa contou, na sua pri-
meira edição, com a participação de 450
crianças, tendo proporcionado aos jovens
Clientes momentos inesquecíveis de diver-
são, alegria e convívio.
O dia de praia e as actividades ra-
dicais foram as que maior adrenalina e en-
tusiasmo despertaram nas nossas crian-
ças. Para algumas, foi a primeira vez que
foram à praia e que puderam experimentar
as brincadeiras próprias desta idade.
15Ano IV . n.º15 . Trimestral . Junho 2009
Obra Diocesana de Promoção Social16
As opiniões
“As actividades foram diferentes
de todas as que têm sido realizadas no
ATL, por isso tiveram maior relevância
para as nossas crianças. Todos esperam
repetir a experiência para o próximo ano
lectivo.”Rosa Maria Seabra, Responsável
dos Centros Sociais do Carriçal e de São Tomé
“Um conjunto de actividades de
carácter lúdico-recreativo, mas também
educativo e formativo, conjugando qua-
lidade, segurança, diversão e alegria,
que serviu para quebrar a rotina, permitir
novas vivências em grupo e valorizar os
tempos livres.
As actividades radicais e o surf
foram as que maior sucesso tiveram jun-
to das crianças, pela novidade e emo-
ções que despoletaram.
A experiência e os conhecimen-
tos profissionais dos Animadores apoia-
dos pelos Colaboradores da Instituição
contribuíram decisivamente para que
este programa fosse um sucesso.”Filomena Semana, Responsável do
Centro Social do Cerco do Porto
“Houve uma adesão de quase
100%, o que veio confirmar e ultrapassar
as nossas expectativas.
Quanto à equipa da empresa par-
ceira da ODPS, Múltipla Escolha, foi mui-
to responsável, organizada e dinâmica,
mostrando-se sempre disponíveis para
as necessidades que foram surgindo.
Para muitas das crianças es-
tas foram as suas grandes férias, o seu
grande escape. Para os que têm outras
possibilidades, foi sem dúvida uma ofer-
ta diferenciada e que muito dignifica o
nome da ODPS.”João Ricardo Nunes, Responsável
do Centro Social de Fonte da Moura
“Foi uma iniciativa que conside-
ramos de êxito. As actividades desenvol-
vidas foram uma novidade para todos e
tiveram grande aceitação por parte das
crianças e suas famílias.
Durante uma semana as crianças
puderam contactar com diferentes reali-
dades, onde tiveram oportunidade de vi-
vências enriquecedoras e divertidas.
A felicidade era visível nas ex-
pressões das crianças que se manifes-
tavam com entusiasmo dizendo: ‘estou
feliz’, ‘o que mais gostei foi o surf e o sli-
de’. ‘isto é fixe’, ‘este é o dia mais feliz da
minha vida’.Maria Albina Padrão, Responsável
do Centro Social do Regado
“Venho congratular a Obra Dio-
cesana, bem como aos professores que
consigo colaboraram, pelas actividades
lúdicas e desportivas proporcionadas
aos nossos filhos, … tendo presente
que as actividades desenvolvidas foram
motivadoras e de sã convivência entre
todos.
Venho apelar para que no pró-
ximo ano repitam estas actividades, se
possível por tempo mais prolongado.
O [meu filho] ficou contente pela
realização das mesmas, dado ter adqui-
rido outros conhecimentos, enfrentou
novos desafios e combateu certos re-
ceios.”Alice Cristina Castro Silva, Encar-
regada de Educação
Conselho de Administração
Enquadramento
Em resposta ao desafio lançado por Sua Reverendíssima D. Manuel Clemente, Bispo do
Porto e Patrono da Obra Diocesana de Promoção Social, o Conselho de Administração decidiu
envolver activamente toda a Instituição nesta grande Missão para o ano de 2010.
Cada Centro Social ficará responsável pela dinamização de um mês, atendendo às suas es-
pecificidades. Em cada mês, todos os outros Centros partilharão das actividades organizadas pelo
Centro Social responsável, comungando das iniciativas e do espírito associado a esta Missão.
Todas as actividades idealizadas e pro-gramadas constarão do Projecto Educativo da Institui-
ção e dos Projectos Pedagógicos de cada Centro Social.
O Conselho de Administração,
Julho de 2009
17Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
Obra Diocesana de Promoção Social18
•O Grupo de Danças e Cantares da
Obra Diocesana cantará as Janeiras,
preparando um reportório para o efeito.
•Janeiras no Paço Episcopal (6 de
Janeiro; data a confirmar):
- Cantar as Janeiras a Sua Reve-
rendíssima D. Manuel Clemente;
- Os clientes da terceira idade, ATL
e 5 anos actuarão com ocarinas;
- As crianças estarão vestidas de
Reis Magos e oferecerão ouro,
incenso e mirra.
•Ceia de Reis (9 de Janeiro):
- Clientes da terceira idade cantam
as Janeiras.
• Concerto no Centro Social da
Pasteleira (13 de Janeiro):
- Convite a todos os Centros de
•Imagem de Nossa Senhora (1 de
Março):
- Recepção da imagem de Nossa
Senhora no Centro Social;
- Celebração de uma Eucaristia,
presidida pelo Rev. Pe. Lino Maia.
• Peça de teatro alusivo ao tema da
(Com)Paixão (15 a 19 de Março):
- Representação diária da mesma
peça, com o mesmo texto, pelos
clientes das várias valências (pré-
escolar, ATL e terceira idade);
- Ao longo da semana serão recebi-
Centro Social da PasteleiraActividades previstas
Dia da Obra Diocesana e da Fre-
guesia;
- Presépio Vivo feito com as crian-
ças;
- Oferta de chá e bolo-rei.
•Janeiras da Pasteleira visitam os
Centros Sociais:
- Os clientes da terceira idade,
ATL e 5 anos do Centro Social
da Pasteleira visitarão todos os
outros Centros Sociais da Obra
Diocesana;
- Oferecerão uma breve resenha
acerca das Janeiras;
- Calendário de deslocações:
· 18 de Janeiro – Fonte da
Moura, Pinheiro Torres e Rai-
nha D. Leonor;
· 19 de Janeiro – Cerco do Por-
to, Lagarteiro, Machado Vaz
e São Roque da Lameira;
· 20 de Janeiro – Carriçal, Re-
gado, São João de Deus e
São Tomé.
•Canto das Janeiras – Porto Mis-
são 2010 (23 de Janeiro):
- Encontro na Avenida dos Alia-
dos com a participação de vários
grupos de Janeiras.
• Trabalhos alusivos ao “Anúncio”
(ao longo do mês):
- Criação de Presépios a oferecer
aquando das visitas aos Centros
Sociais;
- Idealização de pagelas com re-
flexões.
Centro Social de Fonte da MouraActividades previstas
dos todos os Centros Sociais que
assistirão às representações.
• Exposição (15 a 26 de Março):
- Exposição com trabalhos realiza-
dos pelas crianças, pais e idosos,
relativos ao tema “(Com)Paixão”.
• Via Sacra (26 de Março):
- Realização de uma Via Sacra com
saída do Centro Social de Fonte
da Moura até a igreja de Aldoar,
recreando as 14 Estações.
•Palestra (data a confirmar):
- Realização de uma palestra aber-
ta à comunidade sobre o tema
“(Com)Paixão”.
•Durante todo o ano:
- Os jovens do ATL irão realizar visitas
aos idosos do Apoio Domiciliário;
- Visitas a outras instituições com traba-
lhos com outras realidades sociais;
- Rezar o Terço todas as sextas-feiras;
- Visitas a igrejas da cidade do
Porto, com o intuito de dar a co-
nhecer a história eclesiástica;
- Sessões de cinema que abordem
temas de interesse social e religioso.
19Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
•Largada de balões (1 de Fevereiro):
- Balões com mensagens escritas
alusivas ao espírito cristão;
- Propor às famílias que escre-
vam pequenas mensagens e as
partilhem livremente num voo de
um balão.
• Cortejo de Carnaval (12 de Feve-
reiro):
- Desfile das crianças e idosos pe-
las ruas circundantes dos Cen-
tros Sociais do Carriçal e de São
Tomé) com mensagens alusivas
à alegria cristã;
- Colaboração do Frei José Carlos
Rosa dos Capuchinhos;
- Balões com mensagens escritas
alusivas ao espírito cristão.
•Hino da Alegria:
- Actividade a envolver as crian-
ças dos 3, 4 e 5 anos e a Foco
Musical;
- Partilhar o Hino da Alegria com
todos os Centros Sociais, Ser-
viços Centrais, Paço Episcopal,
Instituições da zona, nas datas a
seguir indicadas:
· 3 de Fevereiro – Serviços
Centrais
· 4 de Fevereiro – Regado,
Centro Comunitário do Amial,
Centro Social e Paroquial do
Amial
· 8 de Fevereiro – Fonte da
Moura, Pasteleira
· 10 de Fevereiro – Pinheiro
Torres, Rainha D. Leonor
· 18 de Fevereiro – Cerco do
Porto, Lagarteiro
· 22 de Fevereiro – Machado
Vaz, São Roque da Lameira
· 24 de Fevereiro – São João
de Deus
· Data a definir – Paço Epis-
copal
•Correio da Alegria:
- Envio de uma mensagem per-
sonalizada aos clientes da ter-
ceira idade de todos os Centros
Sociais;
- Criar uma corrente em que os
colaboradores da Obra Dio-
cesana participem e ajudem a
manter a mesma.
•Visitas domiciliárias:
- Visitas aos idosos pelo grupo de
voluntariado (jovens do Centro
de Apoio Familiar e Aconselha-
mento Parental);
- Oferta de uma lembrança realiza-
da pelos jovens e pelos clientes
do Centro de Dia.
•Bem-me-quer da alegria:
- Cada Centro Social construirá
uma pétala de um bem-me-quer
com a sua mensagem e criativi-
dade artística;
- As pétalas serão partilhadas en-
tre os Centros Sociais da Obra
Diocesana e cada Centro terá um
bem-me-quer único, símbolo da
união cristã.
•Encontro Ibérico de Jovens, Ir-
mãos de Taizé (13 a 16 de Feve-
reiro):
- Participação de Jovens (ATL, CA-
FAP, comunidade local).
Centro Social do Carriçal e São ToméActividades previstas
Obra Diocesana de Promoção Social20
•Envolvimento dos jovens – Forma-
ção de um grupo de jovens com a co-
laboração das paróquias envolventes
e da Escola EB23/Secundária do Cer-
co do Porto. Realização de reuniões
mensais com o grupo de jovens de
Outubro a Dezembro de 2009 e quin-
zenais de Janeiro a Março de 2010.
•Compasso Pascal (4 de Abril, Do-
mingo de Páscoa):
- Compasso Pascal com a participa-
ção dos jovens do Cerco do Porto
e do Grupo a “Obra a Rufar.
•Teatro/espectáculo (11 de Abril, 2.º
Domingo de Páscoa):
- Apresentação de um teatro/espectá-
culo a realizar pelo grupo de jovens,
no auditório do Centro de Formação
Profissional do Cerco do Porto.
•Concerto (11 de Abril, 2.º Domingo
de Páscoa):
- Concerto pelo Coro da Sé Cate-
Centro Social do Cerco do PortoActividades previstas
dral na Igreja Nossa Senhora Cal-
vário. (Actividade a confirmar)
•ParticipaçãonoDia Diocesano da
Juventude (11 de Abril).
•Organização de conferências (da-
tas a confirmar):
- Educação para a Sexualidade – a
proferir pelo Professor Doutor Júlio
Emílio Pereira de Sousa da Escola
Superior de Educação Paula Fras-
sinetti, a realizar no Auditório da
Junta Freguesia de Campanhã;
- Democracia e tráfico humano – jo-
vens da escola do Cerco do Porto e
Agente Cerqueira da Escola Segura
da PSP;
- Jovens em Risco e a Intervenção
Psicossocial das IPSS – organiza-
do pelo Serviço de Psicologia da
Obra Diocesana.
•Percurso nocturno – Acampamento
na Serra do Gerês, na aldeia de Cabril
perto de Montalegre, com desafios e
aventuras. Consciencialização da pas-
sagem da escuridão após a morte de
Jesus para a alegria da luz da fé na
ressurreição. (Actividade a confirmar e
a realizar em conjunto com o grupo de
professores de Educação Moral e Reli-
giosa da Escola do Cerco do Porto.)
• Viagens pela história da Diocese
do Porto – Ao longo de todo o mês
realização de visitas a vários locais
históricos, designadamente:
- Museu de Arte Sacra e Arqueologia,
- Núcleo Museológico da Venerável
Ordem Terceira de São Francisco,
- Sé do Porto.
•Visita aos doentes – Entrega de um
pequeno cabaz de Páscoa dirigido
essen-cialmente a doentes idosos da
comunidade envolvente; com a partici-
pação dos jovens da Escola EB23/Se-
cundária do Cerco do Porto.
• Recepção da imagem de Nossa
Senhora.
•Elaboração de Terço – para exposi-
ção no Centro Social.
•“Com Maria em Oração” – Convite
à oração diária do Terço.
•Celebração Eucarística:
- Com a participação do Rev. Pe.
António Bacelar, em data a con-
firmar;
Centro Social de Machado VazActividades previstas
- Distribuição de pagelas elaboradas
pelos clientes de Centro de Dia.
•Palestra:
- Subordinada a um tema religioso;
- Orador a confirmar.
• Peregrinação dos Frágeis (23 de
Maio):
- A realizar no Europarque, Santa
Maria da Feira;
- Participação dos clientes do Cen-
tro Social de Machado Vaz.
•Deslocação à Igreja da Lapa (30
de Maio):
- Recepção e oração à Imagem
Peregrina.
•Ao longo do mês – A imagem de
Nossa Senhora que se encontra nos
Serviços Centrais da Obra Diocesa-
na percorrerá todos os Centros So-
ciais da Instituição.
21Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
Actividades previstas
•Caminhadas:
- Caminhada entre os Centros
Sociais da Pasteleira, Pinheiro
Torres e Rainha D. Leonor, com
visita ao Anjo São Miguel (Fluvial)
no final do percurso (Julho);
- Caminhada espiritual de força, energia
e vitalidade, entre a capela de Pinhei-
ro Torres e a Igreja de Lordelo, com
as crianças, idosos, colabo-radores e
a população em geral (Agosto);
• Santos Populares:
- Aprendizagem e reflexão do per-
curso evangélico de cada Santo
Popular e sua importância na
vida da Igreja;
- Elaboração de pagelas com bre-
ve nota biográfica de cada Santo
Popular, envolvendo crianças,
idosos e famílias;
- Exposição com Santos Popula-
res elaborados pelas crianças;
- Elaboração e concurso de qua-
dras populares com a participa-
ção dos pais e intercâmbio com
outros Centros Sociais da Obra
Centro Social de Rainha D. LeonorActividades previstas
Diocesana;
- Dramatização da vida de São
João Baptista envolvendo a co-
munidade e clientes;
- Elaboração da Cascata de São
João, proporcionando uma visita
à mesma por parte de todos os
Centros Sociais da Obra Dioce-
sana e demais Insti-tuições;
- Concurso de Cascatas de São
João entre todos os Centros So-
ciais da Obra Diocesana;
- Festejo do S. João com barraqui-
nhas, rusgas e lançamento de ba-
lões envolvendo a comunidade.
•Sessão de reflexão sobre os “No-
vos Pobres” – Em articulação com
a Paróquia e Conferência de São Vi-
cente de Paulo.
•Reflexão sobre as migrações –
Convite a pais oriundos de outras
culturas e partilha de experiências
sobre as suas raízes e culturas de
origem.
•Sardinhada ODPS (29 de Junho):
- A realizar na Senhora da Saúde
(Carvalhos);
- Participação de todos os clientes
de Centro de Dia e Convívio da
Instituição.
Centro Social de Pinheiro TorresActividades previstas
• Missas:
- Missa dos Avós (26 de Julho) – a
realizar na área paroquial, com
parti-cipação dos clientes dos
restantes Centros Sociais da
Obra Diocesana;
- Missa despertar (14 de Agosto)
– a realizar na Igreja de Lordelo,
pelas 17 horas, para comemorar
a Nossa Senhora da Ascensão.
• Oração – Os clientes de Centro de
Dia ensinarão os jovens do Bairro de
Pinheiro Torres a rezar o terço.
•Actividades:
- Recolha de jogos tradicionais
junto dos clientes da terceira ida-
de e trans-missão dos mesmos
aos jovens do ATL;
- Recolha de receitas conventuais e
confecção partilhada pelos clien-
tes da terceira idade e do ATL;
- Aulas de música religiosa – in-
centivar os idosos e as crianças
para a música de cariz religioso.
Obra Diocesana de Promoção Social22
•1 a 23 de Setembro:
- Escolha com as crianças de uma
pequena Oração pelo sucesso
do novo ano lectivo;
- Ensaio da canção “Girassol”;
- Elaboração de um pergaminho
com a Oração;
- Criação de girassóis para oferta;
Centro Social de São João de DeusActividades previstas
- Elaboração de pagelas com a
Oração para cada criança.
• Intercâmbio (24 a 30 de Setembro):
- Envolver todos os Centros Sociais
da Obra Diocesana e Instituições
do Bairro de São João de Deus
(Escola, Fundação Filos e Polícia);
- Partilhar as actividades criadas
(canção, Oração, pergaminho,
girassol e pagela);
- Cada criança levaria para casa
uma pagela com a Oração pelo
sucesso ao novo ano escolar,
para rezar com a família.
•Tenda do Encontro:
- A Missão de Cristo na Terra e A
Missão do Homem na Terra;
- Construção de objectos (Cris-
tos, presépios, figuras alusivas à
Evange-lização) e textos que os
acompanhem, por todos os Cen-
tros Sociais da Insti-tuição;
- Exposição dos trabalhos recebi-
dos e construídos no Centro So-
cial do Regado, dirigida a clientes
e família, colaboradores e comu-
nidade envolvente.
•Peregrinação à Igreja dos Capu-
chinhos:
- Peregrinação a pé pelos clientes
do Centro Social;
Centro Social do RegadoActividades previstas
- Por um elemento da Congrega-
ção serão feitas as seguintes ex-
plicações:
· Significado do Terço;
· Significado das diferentes in-
dumentárias do Pároco;
· Organização espacial da Igre-
ja (imagens, objectos, …).
•Embarcar na Missão (13 de Outubro):
- Deslocação a pé à Igreja da Lapa (dia
13) pelos colaboradores e clientes do
Centro de Dia, ATL e sala dos 5 anos
do Centro Social do Regado;
- Concentração dos restantes Cen-
tros Sociais da Instituição;
- Conhecer a Igreja e o órgão; re-
zar o Terço
•Embarcar na Missão (24 de Outubro):
- Deslocação a pé à Sé Catedral
do Porto;
- Ponto de encontro com todos
Centros Sociais, famílias e cola-
boradores, com partida das res-
pectivas Paróquias.
• Ao longo do mês – Visitas aos clien-
tes do Serviço de Apoio Domiciliário
por colaboradores, clientes do Centro
de Dia, do ATL e da sala dos 5 anos.
•Data a definir – Realização de uma
conferência subordinada ao tema Mis-
são – “O Homem nas suas dimensões
biopsicossocial e espiritual”, na Igreja dos
Capuchinhos, destinada aos centros so-
ciais, famílias e comunidade envolvente.
23Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
•Flor com mensagem de Esperança
(2 de Novembro de 2009 e 2010):
- Realização de uma flor pelas
crianças do Infantário com uma
mensagem de Esperança;
- A enviar aos clientes do Serviço
de Apoio Domiciliário.
•Mensagens e quadras (2 a 5 de
Novembro):
Centro Social do LagarteiroActividades previstas
- Elaboração de mensagens e
quadras pelos pais das crianças
com o tema a Esperança.
•Magusto (10 de Novembro):
- A realizar no Parque Oriental com
todos os Centros Sociais da Obra
Diocesana;
- Representação da lenda de São
Martinho pelas colaboradoras no
magusto.
•Marcha da Esperança (data a definir):
- Marcha com a população;
- Actividade partilhada com a Ini-
ciativa Bairros Críticos.
•Aolongodomês–Desenhos reali-
zados pelas crianças e pais sobre o
tema “como gostavam que fosse o
novo Centro Social”.
•Livro em forma de vela (Setembro
a Dezembro):
- Construção de um livro em for-
ma de vela, onde cada família do
cliente levará para casa de forma
a escrever uma mensagem sobre
o tema “Luz”.
•Advento (2 e 3 de Dezembro):
- Montagem de um presépio, ár-
vore de Natal e vela com material
reciclado, no exterior do Centro
Centro Social de São Roque da LameiraActividades previstas
(iluminados com luz branca);
- A árvore é enfeitada com as men-
sagens das famílias.
•Representação teatral (data a con-
firmar):
- Representação de um presépio ao
vivo no Paço Episcopal e nos Cen-
tros Sociais da Obra Diocesana.
•Reflexão (data a confirmar):
- Convite ao Pároco para uma re-
flexão sobre significado da Famí-
lia e trans-missão de valores;
- Sessão destinada a crianças dos
5 anos e ATL, familiares, Colabo-
radores e Comunidade.
•Ao longo do mês:
- Distribuição de lembranças (ve-
las) com mensagens das crian-
ças à comunidade;
- Exposição de presépios constru-
ídos pelas famílias e por todos os
Centros Sociais da Instituição.
Obra Diocesana de Promoção Social24
No seguimento da caminhada
iniciada com “Aprender a Missão com
São Paulo” e dada a exigência inadiá-
vel da Nova Evangelização, o Senhor
Bispo do Porto, D. Manuel Clemente,
apresentou a convocatória “ Missão
2010”, tão cheia de força e empenho,
que a Obra Diocesana, na pessoa do
seu Conselho de Administração, res-
pondeu imediatamente, com voz forte
e clara: - Presente!
E a mobilização de imediato se
iniciou.
Naturalmente que não se tra-
ta de fazer nada de muito diferente do
dia-a-dia da Obra, pois a Mensagem
de Cristo, os Valores Cristãos e o Amor
ao Próximo, estão sempre presentes
no nosso quotidiano, mas mais do que
isso, trata-se de revitalizar a nossa for-
mação Cristã, a nossa Fé, da mesma
forma como o fazemos em relação às
matérias relativas à nossa profissão,
com o entusiasmo que nos foi transmi-
tido pelo Senhor Bispo do Porto, pelo
Conselho de Administração e pela Di-
recção da Obra.
O exemplo de S. Paulo, que
tendo nascido no ano 9 d.C. na Cilícia
(que actualmente pertence à Turquia),
numa família judaica da Diáspora, e
que tendo ido viver para Jerusalém, se
empenhou na perseguição aos Cris-
tãos, dada a sua fervorosa defesa da
tradição judaica, mas que, a caminho
Maria Teresa de Souza-CardosoEducadora de Infância
Na Linha da FrenteObra Missionária
de Damasco e vendo um resplendor
de luz no céu que o cercou, obrigando-
o a cair por terra e ouvindo então uma
voz que lhe dizia ” Saulo, Saulo, por-
que me persegues?” (Atos 9.1-22) se
converteu de imediato, (passando a
usar o nome de Paulo) dedicando-
se então, de alma e coração, à ac-
tividade missionária: “Ai de mim se não
evangelizar!” (1Cor 9, 16), é o exemplo
que não devemos esquecer e que nos
tornará protagonistas desta convoca-
tória tão especial.
“Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.”
Ricardo Reis
É pois com todo o orgulho que
apresento aqui uma grande parte (as
férias não ajudaram a que todos pudes-
sem aparecer), dos missionários que
vão fazer esta caminhada, todos devi-
damente envolvidos e mobilizados na
missão da Nova Evangelização.
A Missão, de cujo espírito já to-
dos estamos imbuídos, não é mais do
que o cerne da Mensagem que Jesus
deixou aos Apóstolos: “Ide e anunciai a
Boa Nova a todos os Povos “ (Mc 16,15),
boa nova do anúncio do Amor, Amor
infinito com que Deus Ama todos os
homens.
O grande desafio, e desafio
prontamente aceite pelo Conselho de
Administração, com a coragem, a dis-
ponibilidade e o espírito de bem-fazer
que a todos nos habituou, e sabendo
dispor, nas centenas dos seus colabo-
radores, de verdadeiros cristãos, é pois,
o do Amor.
A verdadeira vivência Cristã na
infância, nos ATL’s, junto da terceira
idade, na família, na comunidade e na
paróquia, é o verdadeiro testemunho do
anúncio do Amor de Deus.
Só vivendo com Jesus, sem
qualquer preconceito (o que, infelizmen-
te, hoje raramente acontece) relativa-
mente a anunciar a Sua Palavra e o Seu
Exemplo, como nosso Companheiro e
Conselheiro, conseguimos vencer os
desafios tantas vezes difíceis e cruéis.
Claro que temos sempre connosco,
para nos ajudar, Nossa Senhora, nossa
Mãe e Mãe de Jesus, que nos ilumina
sempre com o Seu infinito Amor, com a
Sua humildade e resignação.
“Onde dois ou três estiverem
reunidos em meu nome eu estarei no
meio deles” (Mt 18,20)
Jesus é Luz e é essa Luz que vai
iluminar o caminho que a Obra Diocesa-
na vai continuar a percorrer.
25Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista
Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada
Passeio Anual de Colaboradores 2009
No calendário anual de acti-
vidades da Obra Diocesana há um
evento que constitui uma experiência
inesquecível para os Colaboradores
da Instituição – o Passeio Anual.
Este ano, no dia 4 de Julho,
mais de 200 Colaboradores ruma-
ram com destino à Nazaré, a primeira
etapa deste passeio.
A chegada à praia da Nazaré
marcou pela magnífica paisagem do
areal, do mar azul e da imponente ar-
riba do Sítio. A ajudar a esta imagem
digna de um postal ilustrado, esteve
um radioso dia de sol.
Dado que o programa previa
algum tempo livre antes do almoço,
os colaboradores puderam partici-
par em sessões de tai-chi e de ca-
poeira, orientadas pelo Professor
Tiago Veloso e seus colaboradores,
da empresa Múltipla Escolha, par-
ceira da Obra Diocesana. Em alter-
nativa, muitos foram os que optaram
Obra Diocesana de Promoção Social26
por percorrer o comércio tradicional
e adquirir alguns dos produtos bem
típicos desta estância balnear.
O almoço decorreu no Res-
taurante São Miguel, onde todos pu-
deram saborear a deliciosa caldeira-
da à Nazarena, bem como uma vista
privilegiada para o mar.
Depois do almoço, o passeio
seguiu para o Sítio da Nazaré. Por
ascensor, auto-carro ou mesmo a pé,
todos os Colaboradores visitaram
um dos miradouros mais famosos do
país. Aí, para além de toda a beleza
natural, puderam também visitar o
comércio típico e a Igreja de Nossa
Senhora da Nazaré.
O passeio continuou pela
Estrada Atlântica, até São Pedro de
Moel. Durante este percurso, envol-
to pelo azul do mar e pelo verde do
pinhal, os Colaboradores usufruíram
de mais um momento de convívio,
pautado pela boa disposição e ale-
gria. Em São Pedro de Moel fez-se
uma pequena paragem para usufruir
da agradável tarde de Verão e retem-
perar forças para o jantar-convívio
que se seguia.
Pouco tempo depois, os qua-
tro autocarros entraram na Quinta do
Paul, na localidade de Ortigosa (Lei-
ria). O amplo e bonito espaço exte-
rior desta quinta permitiu mais alguns
momentos de descanso e convívio.
Passado pouco tempo, teve
início o jantar, com a intervenção do
Presidente do Conselho de Adminis-
tração, Senhor Américo Ribeiro. No
seu breve discurso, o Presidente agra-
deceu a presença de todos, saudan-
do, em particular, a Senhora Dr.ª Isabel
Pires, Vogal do Conselho Fiscal da Ins-
tituição que muito amavelmente acom-
panhou esta jornada de convívio.
O jantar decorreu com a tran-
quilidade necessária para que todos
pudessem degustar as iguarias apre-
sentadas. Para finalizar, o já habitual
momento musical contou com a par-
ticipação de todos.
O regresso ao Porto fez-se
com um enorme sentimento de satis-
fação pelo dia passado e a certeza
que estes momentos de convívio so-
lidificam o espírito de família existen-
te na Obra Diocesana.
27Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
Obra Diocesana de Promoção Social28
Os Mágicos e os Anciães
Hoje em dia vivemos tempos
de alguma indefinição relativamente ao
futuro e à forma como vamos viver esse
futuro. Predomina o aleatório nos nossos
percursos existenciais, nos nossos em-
pregos e nas relações sociais. Tudo é in-
certo. Prolifera uma incerteza que muitos
nunca pensavam vir a vivenciar.
Num passado recente falávamos
dos riscos que a nossa sociedade apre-
senta, neste momento nem sabemos
distinguir entre os mais preocupantes e
os mais emergentes, tudo está em per-
manente e intensa transformação e só
saberemos os resultados desta reorgani-
zação num futuro (quem sabe?) próximo.
Esperemos todos que este Caos nos leve
ao Kairos desejado e ambicionado. Mas
neste processo de transformação da for-
ma de vivermos e sentirmos a sociedade,
existem verdades que foram, são e serão
imutáveis.
Maslow, brilhante psicólogo do
século XX, teorizou a chamada pirâmide
das motivações em que, através de um
processo crescente e passo a passo, ex-
plica o perfeito desenvolvimento de um
ser humano. Na base da pirâmide estão
as necessidades fisiológicas (fome, sede),
em seguida as necessidades de segu-
rança (emprego estável, estar seguro em
casa, acesso a cuidados de saúde), as
necessidades sociais (ser aceite por um
grupo social), necessidades de estima
(reconhecimento das nossas capacida-
des pessoais) e por fim as necessidades
de auto-realização.
Na base da Pirâmide encontram-
se alguns dos “blocos “ que a Obra Dio-
cesana fornece ao universo social que
persiste abranger, através da execu-
ção de programas e intervenções que
permitem o saudável desenvolvimento
cognitivo, psicomotor, psicolinguístico e
sócio-emocional de todas as crianças
que são clientes da Obra Diocesana de
Promoção Social. Estas necessidades e
obrigações que os intervenientes no pro-
cesso de construção social manifestam,
por vezes sofrem alguns contratempos
devido ao aleatório mas também pelas
causas estruturais que pontualmente são
necessárias estremecer.
Aqui entra a nossa sensibilidade
social e o nosso saber-fazer para conse-
guirmos ultrapassar algumas das barrei-
ras que surgem na viagem da construção
do ser humano como ser biopsicosocial
e espiritual. Temos de recorrer à imagi-
nação para ajudarmos os outros, para
proporcionarmos alguns momentos de
felicidade às crianças que todos os dias
cruzam os corredores da Obra, para
criarmos os alicerces de sonhos em vi-
das tão puras mas que, por vezes, vêm
carregadas de estórias com fins que po-
dem ser trágicos.
Nesses momentos temos de ser
mágicos para encantar e fazer acreditar
os outros, ou podemos sempre recorrer
aos Anciães que todos os dias nos ensi-
nam e educam com as suas Biografias
de vida nos diversos centros de dia da
Obra.
Ricardo AzevedoPsicólogo
São esses sábios e sábias que,
muitas vezes, transmitem-me a calma
necessária e a força para encarar o futuro
com uma perspectiva positiva.
São os Doutorados da vida que
durante a história da espécie humana
sempre tiveram um papel fundamental,
os mesmos Anciães que esta nossa
sociedade, considerada pós-moderna,
ignora de uma forma em certos casos
atroz. Muitos destes Anciães adquirem
uma nova identidade neste novo percur-
so das suas vidas, renunciando ao pro-
cesso de envelhecimento que a socieda-
de actual lhes impõe.
A Obra revela-se muitas vezes
o novo habitat social que estes Anciães
modernos necessitam para exercerem a
sabedoria e a promoverem através dos
diferentes serviços existentes, quer nas
respostas sociais do centro de dia e do
centro de convívio, quer do serviço de
apoio domiciliário. Serviços esses que,
ao nível do Serviço de Psicologia, mate-
rializam-se através de programas de esti-
mulação cognitiva, atendimento psicote-
rapêutico ou serviço de aconselhamento
psicossocial vocacionado para as 3ª e 4ª
idades.
29Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
O acolhimento supõe uma ati-
tude positiva de, mantendo uma ava-
liativa distância crítica, tornar-se efec-
tivamente pessoa atenta para oferecer
disponibilidade e tempo de escuta
empática para atender a problemática
de quem necessita de hospitalidade,
conforto ou crédito.
Naturalmente todas as pesso-
as têm uma dignidade intrínseca defi-
nitiva, enquanto pertencem à comuni-
dade humana. Como animais racionais
aculturados, qualquer que seja a raça
e a cultura, assim com o respectivo
estatuto social, todos dispõem duma
estrutura humana definitiva, com inci-
dências cívicas, éticas e estéticas.
Todas as pessoas têm uma
vocação comum de, com ritmos dife-
rentes, caminharem para a auto reali-
zação pela partilha solidária das dife-
rentes capacidades e oportunidades,
de modo complementar.
E também é uma evidência
que todas as pessoas são únicas, ir-
repetíveis, om uma identidade original;
potencialmente são individualidades
enquento são ser em si, por si e para
si, dotadas de intrínseca imortalidade,
para além da morte biológica.
Reconhecendo estes dados
antropológicos, devemos assumir ati-
tudes correctas de respeito, objectivo
e subjectivo, por nós próprios e por
todos os seres humanos, todos ca-
minheiros em busca da verdade e da
felicidade, segundo modalidades e es-
Frei Bernardo Domingues
tatutos sociais diversificados.
Para nos tornarmos pessoas
acolhedoras é essencial desenvolver
virtudes e atitudes de maturidade in-
telectual, psicossomática e espiritual,
no respeito pelas legítimas diferenças
opinativas que valem pela verdade dos
argumentos que as fundamentam,
para sermos pessoas de bem – autên-
ticas, equitativas, solidárias e criativas
a partir da ponderação dos valores
objectivos e definitivos.
Todas as pessoas precisam,
simultaneamente, de autonomia e de
solidariedade, de amare ser amadas.
Isto supõe a superação do egoísmo e
o adequado investimento para superar
as deficiências hereditárias e desen-
volver, com esforço lúcido e persisten-
te, a verdade, a solidariedade e a con-
vergência no essencial, promovendo a
participação de todos na arte de bem
cuidar de si e dos outros na partilha
familiar e cívica, pela participação na
promoção do bem comum.
Na regular e correcta avaliação
do que fui, sou e poderei vir a ser e
a realizar, é essencial ser realista pon-
derando as circunstâncias previsíveis.
Afinando os “olhos do coração” deve-
mos perceber que a solidão é uma do-
ença mortal e a comunicação efectiva
e afectiva é uma fonte de vida interes-
sante para nos abrirmos à partilha do
apoio recíproco.
Porque ninguém é uma ilha,
devemos aprofundar e adaptar os pro-
cessos e modalidade de estabelecer
relação, de construir comunidades
interessantes. Isto supõe que supere-
mos os preconceitos bacocos e a re-
sistência às úteis mudanças em vista
da adaptação ao real interessante.
O realismo é a atitude de bus-
car a verdade social, a relação real,
tendo em conta a valorização dos
possíveis aspectos positivos e das
circunstâncias envolventes. É funda-
mental buscar a possível unidade ou
convergência no essencial, respeitar
positivamente as legítimas diferenças
e desenvolver a fraternidade, sem criar
cisões nem a ditadura do unanimismo
balofo.
Para bem viver com dignida-
de, verdade, sentido e com respei-
to mútuo, é essencial bem definir os
objectivos a atingir, seleccionando os
meios adequados e coordenados.
Os comuns objectivos e as virtuosas
diferenças aceites, são o cimento do
acolhimento, superando o comodis-
mo e participando com o dinamis-
mo possível no desenvolvimento das
“capacidades comunitárias”, dando e
recebendo, acolhendo e sendo acolhi-
dos, com autenticidade e promovendo
a equidade e felicidade.
Tornar-se pessoa acolhedora
Obra Diocesana de Promoção Social30
Agosto no Centro Social da Pasteleira
A sociedade não é estanque e a Obra Diocesana de Promoção Social
(ODPS) mais do que ninguém tem de estar atenta e saber dar respostas adequa-
das aos problemas que vão surgindo na dinâmica dessa mesma sociedade.
Agosto, outrora, seria sinónimo de férias para quase 100% dos portu-
gueses. Actualmente, não é isso que se verifica e os pais dos nossos clientes
manifestaram necessidade dos serviços abertos, dado não terem férias durante
esse mês.
A ODPS estudou a possibilidade e prontamente o Centro Social da Paste-
leira respondeu à INOVAÇÃO.
A abnegação dos profissionais foi exemplar, abdicaram das suas férias já
marcadas, para abraçar este desafio que se lhes impunha. E, foi sem dúvida esta
entrega total das profissionais, o seu EMPENHAMENTO, COOPERAÇÃO, RES-
PONSABILIDADE e a sua boa disposição que levou a que esta experiência fosse
um êxito!
As actividades foram diferentes das do dia-a-dia, principalmente na sua
implementação, como se pode ver nas fotos em anexo. Desde a pintura do corpo
Teresa CarvalhoTécnica Serviço Social
e com o corpo, numa liberdade total,
às coisas práticas de vida (culiná-
ria), aos jogos de bola, às visitas aos
“Avós” idosos no nosso serviço da Ter-
ceira Idade e às brincadeiras na água
numa mini piscina em que os mais
velhos aproveitaram o escorrega e fi-
zeram o “Aqua Parque da Pasteleira”
sempre divertidíssimos com a alegria
estampada no rosto.
As crianças de diferentes ida-
des divertiram-se em conjunto. Os
mais pequeninos imitavam, os mais
velhos. Estes por sua vez protegiam
os mais pequeninos como verdadeiro
treino solidário e de COOPERAÇÃO.
Os nossos espaços do exterior
foram aproveitados a 100%. Brincar cá
fora, ao ar livre com o cheiro da mare-
sia, a sombra dos pinheiros e o “chilre-
ar” desta pequenada a ecoar por todo
o espaço foi fantástico e um privilégio.
A tudo isto os pais não ficaram
alheios. Mostravam o seu contenta-
mento elogiando diariamente as activi-
dades, a sua organização e a QUALI-
DADE do serviço prestado.
Agradecidos diziam: “Isto é
que é bom!... Vê-los brincar tão diver-
tidos são umas óptimas férias para
eles!... E para nós, sabermos que eles
estão tão bem, faz-nos sentir mais le-
ves e felizes!...”
Respondendo à VISÃO, MIS-
SÃO e VALORES da ODPS usufruímos
de uma experiência maravilhosa, em
que todos ficamos a ganhar e que será
sem dúvida para repetir.
31Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
Agosto no Centro Social da Pasteleira
Testemunho de uma mãe que vem confirmar a nossa opinião:“Foi com enorme satisfação que recebi a boa nova, que pela primeira vez iriam estar abertos em Agosto. Felizmente as neces-
sidades e pedidos de muitos pais foram atendidos, o que muito agradeço.Constatei o excelente funcionamento durante aquele período, pela forma magnífica como acho que resultou a mistura de
idades, deixou-me a agradável sensação que os mais velhos tentavam sempre proteger os mais novos, que por sua vez aprenderam com toda a certeza com os mais velhos.
Gostaria de referir que as actividades escolhidas pela equipa pedagógica, foram bastantes oportunas, na medida em que as crianças mostravam-se felizes e descontraídas, o que é sempre agradável de verificar. Por tudo isto queria agradecer o vosso empenho e desempenho, que sinceramente foram magníficos. A todo Centro Social da Pasteleira, muitos e muitos PARABÉNS!!!! Um obrigado à ODPS!
Grata pela atenção”Marta Pinto Almeida (mãe do Miguel Almeida).
Obra Diocesana de Promoção Social32
CONFHICCongregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição
Re-encontrar a vida!
33Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
Re-encontrar a vida!
Espero pelo Verão como quem espera por uma outra vida!Qual de nós não repetiu, nem que seja em silêncio, esta frase de Rilke? Qual de nós não vislumbra um tempo que nos
permita escutar e reencontrar a vida?
As férias são uma oportunidade privilegiada para nos maravilharmos com a beleza e a harmonia da natureza e nos
refazermos da fadiga de um ano cheio de esforços e apelos, exigências de trabalho e de estudo, de um ano de investimentos
constantes na realização de projectos queridos e assumidos.
No caminho de construção da vida, precisamos, que alguém nos visite e nos desperte com uma expressão, uma
certeza, uma verdade que confirme o nosso caminhar.
Deus é o meu Sol e a minha Rocha! (Sl 83)Hoje retomo e refaço a prece do salmista no ensejo de que ela seja um pequeno/grande apelo que dê consistência à
vida, à nossa vida cheia de surpresas e fragilidade.
Hoje retomo esta prece, no desejo de que o Sol que nos envolve e aquece, seja como que um ponto de referência
comum que nos permita encontrar-nos e sentir-nos acalentados por Deus - o gran-de Sol da vida.
David Kundtz, na obra “Parar quando temos de prosseguir”, confessa:
«Parei apenas. E pelo simples facto de o fazer, encontrei novamente o meu caminho. Foi a melhor coisa que pude
fazer por mim mesmo. E só depois de o fazer, apercebi-me que parar é a melhor, talvez a única forma, de tomar consciência
e recordar quem sou».
Vivemos, normalmente, tensos, ansiosos….e dificilmente damos conta dos efeitos nefastos ao nosso equilíbrio huma-
no. E porque seres de relação e de unidade, a dimensão espiritual é igualmente afectada e dói-nos o coração e a alma.
Perdidos em mil coisas falta-nos, a lucidez e a calma, para recordar a razão das nossas escolhas e o sentido das
nossas metas.
Como escreve João César das Neves: Vivemos num mundo de espelhos, numa fogueira de ilu-sões Consideramo-
nos informados e esclarecidos…mas nos assuntos sérios, nas opções estratégicas e problemas de fundo, temos que admitir
que estamos confusos. A única forma de enfrentar esta socie-dade mediática é enfrentá-la, como a um furacão: bem ancora-
dos nos valores superiores… escolhen-do com cuidado e eu diria retomando com ousadia) as referências que nos guiam.
Na agitação dos dias, sem darmos conta, o vazio vai ganhando espaço dentro de nós porque carentes de silêncio,
de recolhimento e de solidão habitada.
Pára por um momento e reconhece que Eu sou o teu Deus! (Sl.43)Um convite de séculos com extrema actualidade!
Pára por um momento para prosseguires, com novo elan, a escalada da vida e regressar, com novo vigor, à imensa
seara que te aguarda e pede a ousadia de um mergulho ao mais íntimo de ti.
Não temas permanecer na zona dos fundamentos para poderes continuar a reconstruir a obra mais valiosa que tens
em mãos: a vida! A tua vida!
Pára por um momento! Como quem espera por outra vida!
Realizou-se na tarde do passa-
do dia 18 de Julho na Obra Diocesana
de Promoção Social mais uma inicia-
tiva de cariz desportivo, o Futebol Fe-
minino. Esta, decorreu, como já vem
sendo habitual no espaço do CCD dos
Trabalhadores da Câmara Municipal
do Porto.
A tarde com temperatura um
pouco elevada não tirou vontade emo-
ção e empenhamento às colaborado-
ras das quatro equipas participantes,
formadas pelos Centros Sociais do
Cerco do Porto, Lagarteiro, Machado
Vaz, Regado, Fonte da Moura e Pas-
teleira.
Cada equipa realizou dois jo-
gos, um de apuramento o outro de
classificação, tendo saído vencedora a
equipa formada pelos Centros de Fon-
te da Moura e Regado com um resul-
tado expressivo, sete a zero.
Este ano, por existirem con-
dições de espaço livre no campo do
CCD, experimentalmente, organizou-
se também um quadrangular com
equipas constituídas por crianças dos
ATL’s do Cerco, Lagarteiro, Regado e
Fonte da Moura.
Por fim e como também já
vem sendo habitual, este encontro
de colaboradores e alguns familiares,
“mudou-se” para o Centro Social da
Pasteleira onde se realizou a cerimónia
de entrega dos troféus e diplomas às
equipas vencedoras e participantes,
terminando com lanche/jantar para os
intervenientes desta iniciativa.
Paulo LapaEscriturário Principal
Futebol Feminino na ODPSTerceira edição
Obra Diocesana de Promoção Social34
Liga dos Amigos da Obra DiocesanaJá se fez Amigo da Liga?
Obrigado!
Contribua com um DonativoPode ser Mensal, Anual ou Único
Envie por cheque à ordem de OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL
ou através doNIB - 007900002541938010118
Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3)
de 24/06/09 a 18/09/09Descrição ContribuiçãoAMR 10,00 €Aurora de Jesus Oliveira Barbosa 30,00 €Carlos Alberto Oliveira Pereira, Pe. 50,00 €Cuidados Diários Unipessoal, Lda. 30,00 €M.N.C.G.L.F. 50,00 €Manuel Soares dos Reis, Pe. 500,00 €
Descrição ContribuiçãoMAOMR 10,00 €Maria de Jesus Pinto 50,00 €Maria Isabel Ramos Moreira, Dra. 15,00 €Moreira & Carneiro 2700,00 €Regina Alexandrino Morais 30,00 €Rufino Marques Ribeiro 100,00 €
Donativos
35Ano IV . n.º16 . Trimestral . Setembro 2009
Exmo. Senhor Presidente,
Ao cessar as funções de Governadora Civil do Distrito do Porto, venho manifestar a V. Exa. o meu agradecimento público pelo contributo dado por V. Exa. para o bom relacionamento entre es-tas duas Instituições e pela atenção que sempre teve a gentileza de me dispensar.Desejo a V. Exa. os melhores sucessos pessoais e profissionais.Com os melhores cumprimentos e estima pessoal,
17.06.2009 - Governadora Civil do Porto, Isabel Oneto, Dra.
Exmo. Senhor Presidente,
Em nome do Senhor Presidente da Câmara Mu-nicipal do Porto, Dr. Rui Rio e em meu nome pes-soal, sublinho o nosso agradecimento, pela genti-leza de V. Exa., no envio de mais uma publicação “Espaço Solidário”, que muito enaltecemos.Endereçamos uma palavra de estima e de re-conhecimento à Obra Diocesana de Promoção Social, que notoriamente V. Exa. Dirige, face à sempre colaboração patenteada, bem assim, à magnífica e indispensável intervenção que in-crementa na cidade do Porto, nomeadamente no âmbito social, afirmando porquanto, uma constante preocupação e atenção, no combate à exclusão social.Engrandecemos e partilhamos deste desafio, no sentido da concretização do nosso grande móbil da coesão social.
espaçosolidariomensagens recebidas sobre o novo
Face ao exposto, apenas nos resta manifestar os nossos votos de continuidade de vasto sucesso para todas as iniciativas decorrentes do desem-penho da vossa Instituição, para que consiga cada vez mais alcançar os propósitos aventados.Com estima, apresentamos os nossos melhores cumprimentos,
Dra. Matilde Augusta Alves, Vereadora do Pelouro da Habitação e Acção Social da Câmara
Municipal do Porto
Exmo. Senhor Presidente,
Querido amigo!Irmão sempre lembrado!Mais uma vez me surpreendeu o “nosso” Espaço Solidário!Só o abrir de cada página é um “farol” de valores!A esperança, a ternura, os afectos… Os valores de que todos falam em várias linguagens: ou por-que estão ofuscados por uma cultura laicista que teima fazer convencer que viver sem grandes me-tas é mais acessível ao viver o “just now”, o ime-diatismo que menospreza os seres pensantes e a lentidão natural de tudo o que germina e cresce; ou porque é menor comprometedor repetir que estamos em tempos difíceis… sem porta aberta a tanto possível que pede o quotidiano “em ac-ções magnânimas cobertas de vontade forte”, como refere o Sr. Américo em 1ª. Página. Tem de haver, é verdade “tem de haver mentes a pensar e braços a produzir”, no sentido mais evangélico: “Tal como Eu fiz, fazei vós também”!Continue!
Continue a “semear exigências” pois para além da qualidade e do sucesso vai colher os saboro-sos frutos que permanecem para além do tem-po e do espaço. Vai colher e re-colher, ao fim de cada jornada, a paz interior e a profunda alegria que nada nem ninguém as poderá roubar.O discurso do nosso Presidente da República dá uma imensa força à nossa franciscana e frágil pa-lavra de apreço e reconhecimento.E, como afirma Chefe Hélio Loureiro, um grande amigo, este reconhecimento torna-vos cada vez mais “alavanca de promoção” integral dadores e recebedores do Bem!Quando o motor do que somos e fazemos é o amor gratuito aos mais carenciados, não há ventos nem marés, que derrubem os nossos sonhos!Quando os fundamentos do que somos e parti-lhamos estão sobre rocha firme, não há crise que nos demova!É mais verdade que toda a crise é sempre de crescimento e que ela própria nos desafia a olhar mais alto e mais longe!Portugal precisa de olhar este farol da cidade do Porto! Permanecei vigilantes. E continuai esta missão de sentinelas da noite a apontar a aurora de tempos novos que teimam despontar!Tem todo o sentido e actualidade a afirmação de Paulo: “Quando sou fraco é que sou forte!”Um abraço e a constante oração
Irmã Maria Amélia Costa Confhic
Obra Diocesana de Promoção Social36