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A PRESENÇA DO AUTOR NA PÓS-

MODERNIDADE

Disciplina

Antropologia IV

05 de dezembro de 2013

O NASCIMENTO DA ANTROPOLOGIA

PÓS-MODERNA:

Seminário Santa Fé em 1984

Publicação Writing Culture. Poetics and politics

of ethnography (editado por James Clifford e

George Marcus)

ANTROPOLOGIA PÓS-MODERNA:

1. A questão textual: como os etnógrafos clássicos

construíram seus textos, em que consiste o

gênero etnográfico -> James Clifford, George

Marcus, Michael Fisher, Clifford Geertz.

2. A escrita de textos: “etnografia experimental” ->

Vincent Crapanzano, Kevin Dwyer, Paul

Rabinow, Dennis Tedlock.

3. Conceito de cultura: dispersas, negociadas,

relacionais (James Clifford).

A CRÍTICA CONTEMPORÂNEA

Presença excessiva (única embora oculta)

Apaga as vozes, as interpretações daqueles sobre

quem fala

A experiência pessoal é evocada para legitimar os

dados, mas é afastada para legitimar a análise.

Presença insuficiente (insuficientemente critica a

respeito de si mesma).

Não se questiona sobre sua inserção no campo, no

texto e no contexto em que escreve.

Ignora-se que o conhecimento antropológico

emerge de um processo de comunicação marcado

por relações de desigualdade e de poder.

Mudança teórica

Interessa-se em

Transformações

Historia

Sincretismo

Práxis

Comunicação

Relações de poder

Apesar dessas transformações,

contudo, é interessante observar

que os antropólogos americanos

estudam predominantemente

culturas estranhas à sua própria, e

que nos artigos críticos de que

estou tratando "o outro" continua a

ser pensado como alguém do

Terceiro Mundo e freqüentemente

membro de uma cultura sem

tradição escrita ou que não produz

conhecimentos sobre si mesma (p.

138).

TIPOS DE PROCESSOS NAS ETNOGRAFIAS

JAMES CLIFFORD.

Experiencial

“um modo de escrita que pretende representar a

realidade de todo um mundo ou forma de vida” (p.

137)

Os Argonautas do Pacífico Ocidental

Interpretativo

Dialógico

Polifónico

REALISMO ETNOGRAFICO

Contrastava com a imagem do antropólogo de

gabinete e com a do missionário ou agente

colonial.

Trabalho de campo de acordo com regras

específicas.

Legitimava o texto evocando a experiência

Você está lá, porque eu estive lá.

Consolidação da Observação participante

REALISMO ETNOGRAFICO

Culturas como totalidades. Passíveis de ser

observadas

Se abordavam temas ou instituições,

entendidos como microcosmos ou analogias do

tudo. Através do estudo das partes chegava-se

ao conhecimento de todo (o kula a cultura

trobriandesa).

Presente etnográfico. Culturas eram estudadas

e representadas de maneira sincrônica.

Serie de convenções textuais.

CONVENÇÕES DO GÊNERO DO REALISMO

ETNOGRÁFICO

1. “Etnografia total”

1. Texto estruturado sequencialmente

2. Presença não-intrusiva

1. Uso terceira pessoa coletiva.

2. O autor se retirava do texto com o fim de garantir

cientificidade ou neutralidade.

3. Experiência no campo e autor aparecem

relegados ao prefácio, rodapés ou

apêndices.

4. O individuo não tem lugar.

5. Foco e acumulação de detalhes da vida

cotidiana.

CONVENÇÕES DO GÊNERO DO REALISMO

ETNOGRÁFICO

6. Representação do ponto de vista do nativo

7. Extrapolação estilística de dados

particulares.

- Tendeu-se a generalizacões.

- O que era particular vira típico.

8. Uso do jargão

8. Exigencia científica

9. Público academico.

9. Exegese contextual dos conceitos e

discurso nativo

ALTERNATIVAS PÓS-MODERNAS

Os pós-modernos tentam reinventar tanto o texto

como a possibilidade de critica cultural.

Crítica de Caldeira.

Hermenêutica.

Subjetividade.

Monologicos.

Pós-modernos.

Intersubjetividade.

Heteroglosia: Dialogo ou polifonia.

CARACTERÍSTICAS DAS ETNOGRAFIAS

EXPERIMENTAIS

1. Auto-reflexão

2. Presença narrativa

3. Organização textual

4. Apresentação de dados

5. Não compromisso com o plausível

6. Importância concedida à retórica.

MUDANÇA NO CONCEITO DE CULTURA

Nesta visão, "cultura" é sempre algo relacional,

uma inscrição de processos comunicativos que

existem, historicamente, entre sujeitos em relações

de poder. ...Assim que o dialogismo e a polifonia

são reconhecidos como modos de produção

textual, a autoridade monofônica é questionada,

aparecendo como uma característica de uma

ciência que pretendeu representar culturas.

(Clifford 1986a:15)

AUSÊNCIA DA DIMENSÃO POLÍTICA

Rabinow inclui a critica cultural e o aspecto

político.

Será que através da forma a etnografia pode

enfrentar problemas políticos?

Experimentos textuais podem abrir novas

possibilidades mas, como diz Rabinow, não

garantem nada (p. 143).

Se precisa localizar autores em instituições,

autores, textos e instituições num campo

epistemológico e de poder, com estratégias

próprias e marcado historicamente (Bourdieu).

Analisar as relações de poder que definem quais

enunciados podem ser aceitos como verdadeiros

em cada momento (Foucault) .

Assim aos pós-modernos lhes têm feito falta

questionar a academia americana dos anos 80 e

seus jogos de poder.

REINVENTADO A ETNOGRAFIA

Richard Price

First Time

•Responsabilidade política.

•O objeto modela o texto.

•Identificação dos autores

•Co-autoria

•Forma

•Divisão nas paginas.

VINCENT CRAPANZANO

WAITING

Esperar por alguma coisa, qualquer coisa acontecer era uma preocupação constante nas histórias que eu estava ouvindo. ...Eu acho que a experiência de esperar fornece uma unidade temática para o que ouvi, observei e li. ... Freqüentemente tive a impressão de que, recuperando o passado, o africânder e em menor medida o inglês da África do Sul tinham a esperança de, meio como que por mágica, afirmar um presente e proclamar um futuro que foi como que perdido no esperar. (1985:43-44).

MICHAEL TAUSSIG.

XAMANISMO, COLONIALISMO E O HOMEM

SELVAGEM (1987)

Não existe a possibilidade de dizer o

que os outros são.

Importa é o dialogo que é elaborado

internamente pelo antropólogo e que

marca o seu de processo de

conhecimento e de crítica.

O autor não vai para segundo plano,

não dispersa a autoria, nem a

compartilha com os outros.

Quer sugerir e provocar.

Provocar sensações no leitor.

DISPERSÃO OU

RESPONSABILIDADE?

Clifford Geertz (1988).

O antropólogo como autor

Estar lá.

Por que os textos etnográficos

convencem?

O autor debe assumir maior

responsabilidade por seus textos e

pelas interpretações que produz.

AS ETNOGRAFIAS

EXPERIMENTAIS PARA MARCUS E

CUSHMAN

TERESA CALDEIRA

O estilo do texto se define em função do objeto e do

tipo de análise que se pretende — e talvez seja da

consciência dessa flexibilidade mais do que de

receitas textuais que nós precisemos. Segundo eu o

vejo, faz parte do novo papel do antropólogo/autor a

busca do estilo que melhor se adapte aos seus

objetivos, a definição crítica desses objetivos, e a

responsabilidade pelas suas escolhas (p. 157).