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Informativo Epidemiológico Dengue, Chikungunya, Zika Vírus e Microcefalia
Maio de 2016
Semana Epidemiológica 19 (08/05 a 14/05)*
A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS), por meio do
Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS/RS) registrou, até a Semana
Epidemiológica (SE) 19, 6.776 casos suspeitos de Dengue, dos quais 1.564 foram
confirmados. Dentre os confirmados, 330 são casos importados (contraídos fora do
Estado) e 1.234 são autóctones (contraídos no RS).
Os municípios que apresentam autoctonia são Canoas e Novo Hamburgo (1ª
CRS), Porto Alegre, Viamão, Guaíba, Gravataí, Alvorada, Cachoeirinha e Barra do
Ribeiro (2ª CRS), Santa Maria (4ª CRS), Ibirubá e Selbach (9ª CRS), Santo Ângelo (12ª
CRS), São Paulo das Missões, Horizontina, Santa Rosa e Tuparendi (14ª CRS),
Chapada, Boa Vista das Missões, Sarandi e Rondinha (15ª CRS), Augusto Pestana,
Panambi, Condor e Ijuí (17ª CRS), Torres (18ª CRS) e Alpestre, Frederico Westphalen
(19ª CRS).
No ano de 2015 foram notificados 4.067 casos suspeitos de Dengue, dos quais
1.279 foram confirmados. Dentre os confirmados, 233 (18,2%) são importados
(contraído fora do Estado) e 1.046 (81,8%) são autóctones (contraído no RS).
O sorotipo circulante no ano de 2015 foi o DENV1.
Em 2016 ocorreu o primeiro óbito importado de Dengue no Estado. Trata-se de
uma mulher residente no município de Faxinalzinho, 11ª CRS, cuja local de infecção o
município de Chapecó em Santa Catarina. Em 2015, ocorreram dois óbitos por
Dengue. O primeiro em março, no município de Santo Ângelo, cujo paciente teve início
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)
dos sintomas na SE11 (15 a 21/03). O segundo óbito ocorreu em abril, com início de
sintomas na SE16 (19 a 25/04), no município de Panambi.
Tabela 1: Casos notificados e confirmados de dengue segundo CRS de residência, RS, 2015 -2016*
Regional de Residencia Notificados Confirmados Notificados Confirmados1ª CRS - Porto Alegre 124 20 690 1092ª CRS - Porto Alegre 441 67 2112 3373ª CRS - Pelotas 28 10 75 124ª CRS - Santa Maria 12 3 117 115ª CRS - Caxias do Sul 89 23 198 206ª CRS - Passo Fundo 123 21 175 107ª CRS - Bagé 6 1 14 18ª CRS - Cachoeira do Sul 6 1 12 09ª CRS - Cruz Alta 65 14 208 2910ª CRS - Alegrete 23 5 34 111ª CRS - Erechim 23 7 33 712ª CRS - Santo Ângelo 933 531 263 1513ª CRS - Santa Cruz do Sul 11 2 26 314ª CRS - Santa Rosa 117 22 574 12315ª CRS - Palmeira das Missões 54 24 361 20216ª CRS - Lajeado 16 3 61 317ª CRS - Ijuí 618 225 963 30018ª CRS - Osório 49 5 88 419ª CRS - Frederico Westphalen 284 195 772 377Total 3022 1179 6776 1564
2015 2016
Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 11/05/2016) *Casos até SE 19
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)
Dos 1.564 casos confirmados, 1.234 são casos autóctones contraídos no
Estado. No estado 206 municípios são infestados pelo Aedes aegypti. (Tabela 2 e
figura1).
Tabela 2: Número de casos confirmados por município de residência, CRS, RS, 2016*
Canoas 76 16 92Campo Bom 1 1Dois Irmãos*** 1 1 2Esteio******** 1 1 2Montenegro**** 3 1 4Novo Hamburgo 2 1 3Sapucaia do Sul 3 3São Leopoldo 2 2Alvorada 4 4Barra do Ribeiro 1 1Cachoeirinha 1 2 3Eldorado do Sul 2 2Guaíba 2 2Gravataí 10 2 12Porto Alegre 223 43 266Viamão 46 1 47Pelotas 7 7Rio Grande 5 5Cacequi 1 1Nova Palma 1 1Santa Maria** 1 8 9Antônio Prado 1 1Bento Gonçalves 5 5Bom Jesus 1 1Carlos Barbosa 1 1Caxias do Sul 5 5Cotiporã 1 1Garibaldi 2 2Nova Bassano 1 1Vacaria 2 2Veranópolis 1 1
Lagoa Vermelha 4 4Passo Fundo 4 4Soledade 1 1
Tio Hugo 1 1
7ª CRS - Bagé Dom Pedrito 1 1Cruz Alta 1 1Ibirubá 1 1Selbach 25 2 27
10ª CRS - Alegrete São Gabriel 1 1
Erebango 1 1Erechim 3 3Faxinalzinho****** 1 1Paulo Bento 1 1Severiano de Almeida 1 1
Cerro Largo 1 1Roque Gonzales 2 2Rolador** 1 1São Borja 1 1Santo Ângelo 6 4 10Santa Cruz do Sul****** 1 1Venâncio Aires 1 1Vera Cruz 1 1Campina das Missões******* 1 1Giruá 1 1Horizontina 7 1 8Porto Mauá 1 1Santa Rosa 72 3 75Santo Cristo 1 1São Paulo das Missões 2 2Três de Maio 2 1 3Tucunduva 1 1Tuparendi 26 4 30
Boa Vista das Missões 8 8Chapada 177 4 181Constantina 3 3Engenho Velho 1 1Lajeado do Bagre 1 1Palmeira das Missões 1 1Redentora** 1 1Rondinha 1 1Sarandi 4 1 5Doutor Ricardo 1 1Teutônia 2 2Augusto Pestana 8 8Condor 3 3Ijuí 235 6 241Panambi 38 6 44Pejuçara 1 1Santo Augusto 2 2São Valério do Sul 1 1
Osório 1 1Tramandaí 1 1Três Forquilhas 1 1Torres 1 1
Alpestre 6 88 94Frederico Westphalen 229 46 275Seberi***** 1 1Taquaruçu do Sul***** 3 3Tiradentes do Sul 1 1 2Vicente Dutra 1 1Vista Alegre 1 1
1234 330 1564*Casos Confirmados SE 01 a 19
Fonte: SINAN ONLINE-RS (dados preliminares até 11/05/2016)
**Caso Contraído no Município de Ijuí
***Caso Contraído no Município de Chapada
****Caso Contraído no Estado do Paraná
*****Caso Contraído no Município de Frederico Westphalen
******Caso Contraído no Estado de Santa Catarina
*******Caso Contraído no Município de Tuparendi
********Caso Contraído no Município de Canoas
14ª CRS - Santa Rosa
Total
19ª CRS Frederico Westphalen
15ª CRS - Palmeira das Missões
18ª CRS - Osório
3ª CRS - Pelotas
13ª CRS - S. Cruz do Sul
17ª CRS - Ijuí
16ª CRS - Lajeado
12ª CRS - Santo Ângelo
6ª CRS - Passo Fundo
9ª CRS - Cruz Alta
5ª CRS - Caxias do Sul
2ª CRS - Porto Alegre
11ª CRS - Erechim
4ª CRS - Santa Maria
Casos Confirmados
Autóctones Importados TotalMunicípio de Residência / RS
1ª CRS - Porto Alegre
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)
Figura 1: Mapa dos municípios infestados e com casos de Dengue Importados e
Autóctones, RS, 2016.
Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 11/05/2016)
Analisando o histograma (Gráfico 1) dos casos notificados de Dengue em 2015
(até a 26ª Semana Epidemiológica) e os casos até a 19ª semana epidemiológica (SE)
de 2016, observa-se que, nas primeiras SE deste ano, houve um aumento de
notificações de 2,24 vezes a mais quando comparado a o ano anterior . Esse cenário
nos indica possivelmente uma maior sensibilidade da rede de atenção para notificação
do agravo e/ou uma maior circulação viral.
Gráfico 1. Casos notificados de Dengue por Semana Epidemiológica de início de sintomas, RS, 2015 e 2016 (até SE19)
23 31 29 18 18 30 31 45 66
157
255 256316
456405
273 251209
153 14289 61 63
33 27 21
174 149 172 189 202
332
430 436492
530579 606 596
567
492426
267
128
90
100
200
300
400
500
600
700
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Notificado 2015 Notificado 2016
Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 11/05/2016)
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)
No histograma a seguir (Gráfico 2) referente aos casos confirmados, observa-se
que, nas primeiras SE do ano de 2016, foram confirmados 1.564 casos. Já em 2015 os
casos confirmados ocorreram após a 2ª SE. A curva de casos confirmados em 2015
teve início crescente a partir da 8ª SE, registrando o pico máximo de casos na 14ª SE.
Em 2016 o pico máximo de casos confirmados aconteceu na 10ª SE iniciando um
declínio de casos confirmados.
Gráfico 2. Casos confirmados de Dengue por Semana Epidemiológica de início de sintomas, RS, 2015 e 2016 (até SE19)
0 1 4 0 2 8 8 925
81
114126
134
203
145
113
90 88
28 28 2415 9 8 6 2
23 18 2537 36 40
60
130
154
190
156 154
108 110123
99
80
20
10
50
100
150
200
250
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
Confirmado 2015 Confirmado 2016
Fonte: SINAN Online–RS (dados preliminares até 11/05/2016)
No Rio Grande do Sul, a faixa etária com maior número de casos confirmados foi
dos 20 aos 59 anos (64,4%) e o sexo feminino foi o que obteve o maior numero de
casos confirmados (54,4%), como mostra a Tabela 3.
Tabela 3. Distribuição dos casos confirmados de Dengue por Semana Epidemiológica
de início de sintomas, RS, por faixa etária e sexo (até SE19).
Masculino Feminino TotalMenor de 1 ano 2 3 51 a 4 anos 8 14 225 a 9 anos 23 17 4010 a 14 anos 50 40 9015 a 19 anos 73 62 13520 a 29 anos 124 136 26030 a 39 anos 121 165 28640 a 49 anos 103 132 23550 a 59 anos 99 128 22760 a 69 anos 66 105 17170 a 79 anos 32 37 6980 anos e mais 12 12 24Total 713 851 1564
Fonte: SINAN Online–RS (dados preliminares até 11/05/2016)
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)
Segundo o Ministério da Saúde, em uma análise das incidências (número de
casos/100 mil hab.) dos casos de Dengue por região, demonstra-se um incremento em
2015 em todas as regiões do país. Os números de casos de Dengue no RS parecem
acompanhar essa tendência. Numa série histórica de 2011 a 2016, da SE1 até a SE19
de cada ano, observa-se maior número de casos notificados em 2016, seguido dos
anos de 2015 e 2013 (Gráfico 3). Em relação ao número de casos confirmados, o ano
de 2016 apresenta o maior número de confirmações, seguido dos anos de 2015 e
2013.
Gráfico 3. Comparativo dos casos de Dengue segundo classificação, RS, 2011 a 2016 (até SE19)
1317
424
1934
518
3022
6776
280 102 390 74
11791564
191 39 231 45
996 1234
-1000
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
2011 2012 2013 2014 2015 2016
Notificados
Confirmados
Autóctones
Linear (Notificados)
Tendênciacrescente de casos notificados
Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 11/05/2016)
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)
Febre Chikungunya
A Febre Chikungunya (CHIKV) é uma doença viral transmitida a partir da picada
da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Pode causar doença aguda, subaguda
e crônica.
A fase aguda é caracterizada por febre de início repentino (acima de 39°C) e dor
articular intensa. Pode ainda incluir: cefaleia, dor difusa nas costas, mialgia, náusea,
vômito, poliartrite, erupção cutânea e conjuntivite com duração de 3-10 dias.
A fase subaguda é caracterizada pela recaída dos sinais e sintomas ocorridos
na fase aguda (após os primeiros 10 dias), incluindo poliartrite distal, exacerbação da
dor nas articulações e ossos e tenossinovite hipertrófica subaguda nos punhos e
tornozelos. Em alguns casos desenvolvem-se distúrbios vasculares periféricos
(síndrome de Raynaud), sintomas depressivos, cansaço geral e fraqueza. Em geral,
esse quadro tem duração entre dois e três meses após o início da doença.
Já a fase crônica possui as mesmas características da fase subaguda, com
persistência dos sinais e sintomas por mais de três meses e que pode se estender,
com menor frequência, por anos. Em geral, mantém-se a artralgia inflamatória nas
mesmas articulações afetadas anteriormente.
Em 2013, teve início a transmissão autóctone da Febre Chikungunya em vários
países do Caribe. Em 2014, foram confirmados os primeiros casos autóctones no Brasil
e, atualmente, já ocorre nas Américas, África, Europa, Ásia e Oceania.
Em 2016, até a SE 13 foram notificados 39.017 casos suspeitos da doença,
destes 6.159 foram confirmados. Foram confirmados laboratorialmente 12 óbitos no
Brasil (Paraiba, Rio Grande do Norte e Pernambuco) todos com idade média de 62
anos (dados do Boletim Epidemiológico - Volume 47 - nº 18 - 2016 - Monitoramento dos
casos de dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 13,
2016).
O Rio Grande do Sul ainda não apresenta autoctonia de Febre Chikungunya.
Em 2015, foram notificados 82 casos suspeitos. Desses, seis casos foram confirmados
por critério clínico-laboratorial, sendo esses de Bento Gonçalves, Erechim, Novo
Hamburgo e Rio Grande, todos os casos importados, com histórico recente de viagem
para Bahia, Pernambuco e Maranhão.
Em 2016, já foram notificados 317 casos de suspeitos de Febre Chikungunya e
dezoito casos confirmados importados, estes residentes em Porto Alegre, Santa Maria,
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)
Estância Velha, Passo Fundo, Caxias do Sul, Cacique Doble, São Borja e Rio Grande,
com viagem para os estados da Bahia, Pernambuco. Minas Gerais e São Paulo,
totalizando 399 casos notificados entre 2015 e 2016 no Rio Grande do Sul.
Quadro 1. Distribuição dos casos de Febre de Chikungunya notificados por município
de residência, RS, no ano de 2016* (até a 19ª Semana Epidemiológica)
Canoas 81 6 75Campo Bom 4 2 2Barão 2 2Estância Velha 4 1 1 2Ivoti 5 5 0Novo Hamburgo 29 9 20Portão 1 1Sapucaia do Sul 6 6 0São Leopoldo 1 1Taquara 1 1 0Alvorada 3 1 2Cachoeirinha 2 2Charqueadas 1 1Gravataí 7 1 6Porto Alegre 37 11 15 11Viamão 2 1 1Rio Grande 1 1 0Santa Vitória do Palmar 1 1Jaguari 1 1Santa Maria 1 1 0Caxias do Sul 10 1 9 0Farroupilha 3 1 2Feliz 1 1 0Garibaldi 2 2Guaporé 2 2 0Pinto Bandeira 1 1Vacaria 1 1 0Vila Flores 1 1 0Casca 1 1Cacique Doble 1 1 0Marau 1 1 0Passo Fundo 9 1 4 4
10ª CRS - AlegreteSantana do Livramento
2 20
Barão do Cotegipe 1
Erechim 4 2 2
Pirapó 1 1São Borja 14 1 6 7Sete de Setembro 1 1Venancio Aires 1 1Vera Cruz 1 1
14ª CRS Santa Rosa Santa Rosa 6 4 2Chapada 3 2 1Redentora 3 3Rondinha 10 10Bom Retiro do Sul 1 1Estrela 1 1Lajeado 7 3 4Serio 1 1 0Teutonia 7 7 0Ajuricaba 3 2 1Ijuí 7 3 4Panambi 1 1
Capivari do Sul 1 1Cidreira 2 2Palmares do Sul 1 1Torres 3 2 1Xangri-lá 1 1 0
306 0 18 104 183
Amazonas Manaus 1 1
Alagoas Maceio 1 1
Minas Gerais Montes Claros 1 1 0
Pará Castanhal 1 1
Pernambuco Recife 1 1Nova Iguaçu 1 1Rio de Janeiro 2 2
Santa Catarina Salete 1 1
Município Ignorado 2 2 0
11 0 3 8*Casos Confirmados SE 01 a 19
Fonte: SINAN ONLINE-RS (dados preliminares até 11/05/2016)
Em Investigação
11ª CRS - Erechim
1ª CRS - Porto Alegre
2ª CRS - Porto Alegre
Notificados Autóctones Importados
5ª CRS - Caxias do Sul
15ª CRS - Palmeira das Missões
Casos Confirmados
Descartados
Autóctones Importados Descartados
13ª CRS - Santa Cruz
16ª - Lajeado
3ª CRS - Pelotas
4ª CRS - Santa Maria
Notificados
Município de Residência / RS
Em Investigação
Rio de Janeiro
Total
6ª CRS - Passo Fundo
17ª CRS - Ijuí
18ª CRS - Osório
Total
Município de Residência de outro Estado / Município Ignorado
12ª CRS - Santo Ângelo
Casos Confirmados
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)
Febre do Zika Vírus
A Febre do Zika Vírus (ZIKAV) é uma doença viral aguda, transmitida por
vetores, tais como Aedes aegypti, semelhante ao vírus da Dengue e da Febre
Chikungunya.
É caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente,
hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça.
Apresenta evolução benigna, autolimitada e os sintomas geralmente desaparecem
espontaneamente após 3-7 dias. Não há registro de mortes e a taxa de hospitalização
é potencialmente baixa.
Recentemente, foi observada uma possível relação entre a infecção do ZIKAV e
síndrome de Guillain-Barré (SGB), e a ocorrência de casos de microcefalia,
principalmente no nordeste do Brasil, em locais com circulação simultânea do vírus da
dengue. Em decorrência da situação epidemiológica, o Ministério da Saúde declarou
Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no país.
O ZIKAV foi identificado desde 1968, mas em 2007 foi registrado um surto pela
doença na Ilha Yap (Micronésia) e entre 2013-2014 na Polinésia Francesa. Somente a
partir de 2007 que a Organização Mundial da Saúde reconhece o potencial epidêmico
do Zika Vírus.
No Brasil, desde outubro de 2014 estão sendo notificados casos de síndrome
febril exantemática nos estados nordestinos, descartados para dengue, sarampo e
rubéola. Foi confirmada transmissão autóctone de febre pelo vírus Zika no país a partir
de abril de 2015.
Em março de 2016 o Brasil confirmou laboratorialmente autoctonia da doença
em todo o país. Na SE 05/2016, a Organização Pan Americana da Saúde/Organização
Mundial da Saúde confirmou a circulação do vírus Zika em 33 países de três
Continentes. Segundo a OMS, além dos 33 países com casos autóctones já reportados
no período entre 2015 e 2016, há indicação de circulação viral em outras seis nações:
Gabão, na África, Indonésia, Tailândia, Cambodja, Filipinas e Malásia, na Ásia. Ainda
ressalta que pelo menos cinco países das Américas já registraram aumento de casos
de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) desde o início do surto de zika: Brasil, Colômbia,
El Salvador, Suriname e Venezuela.
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)
Em 2015, no RS, foram notificados 31 casos suspeitos de Febre do Zika Vírus e
um caso confirmado importado. Entre os casos suspeitos, três ocorreram em
gestantes e foram descartados laboratorialmente.
Em 2016, até a SE 13 foram notificados 91.387 casos suspeitos da doença,
destes 31.616 foram confirmados. Foram confirmados laboratorialmente 03 óbitos no
Brasil (Maranhão, Rio Grande do Norte e Pará) todos com idade média de 20 anos
(dados do Boletim Epidemiológico - Volume 47 - nº 18 - 2016 - Monitoramento dos casos de
dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 13, 2016
Até a 19ª SE de 2016, foram notificados 494 casos suspeitos de Febre pelo Zika
Vírus. Destes, 32 casos foram confirmados e 10 casos são autóctones, residentes em
Frederico Westphalen, Santa Maria, Ivoti, Rondinha, Novo Hamburgo e Porto Alegre.
Dos casos autóctones, 02 ocorreram em gestantes, uma infectada no 1º trimestre de
gestação e outra no 3º trimestre, sendo que o Recém Nascido desta não apresentou
nenhuma Alteração no SNC ao nascimento.
Quadro 2. Distribuição dos casos de Febre de Zika Vírus notificados por município de
residência, RS, no ano de 2016 (até a 19ªSE).
Canoas 69 4 65Campo Bom 7 3 4Dois Irmãos 1 1 0Estância Velha 4 2 2Esteio 5 5Ivoti 12 1 5 6Montenegro 2 1 1Novo Hamburgo 60 3 10 47Portão 1 1Rolante 2 2 0São Leopoldo 4 4Sapiranga 1 1Taquara 2 2 0Alvorada 7 2 5Cachoeirinha 1 1Guaíba 2 2Gravataí 4 1 3Porto Alegre 111 3 13 75 20Viamão 5 5Cacequi 1 1Santa Maria 1 1 0Bento Gonçalves 3 1 2 0Bom Jesus 1 1Carlos Barbosa 1 1Caxias do Sul 4 4 0Farroupilha 6 6Garibaldi 1 1 0Guaporé 1 1Vila Flores 1 1Carazinho 2 2 0Tio Hugo 1 1Bagé 1 1 0Dom Pedrito 1 1 0
8ª CRS - Cachoeira do Sul Novo Cabrais
2 20
Cruz Alta 4 4Selbach 2 2Alegrete 5 5 0Itaqui 2 2Santana do Livramento 1 1 0Uruguaiana 1 1
Barão do Cotegipe 1 1Campinas do Sul 1 1 0Erechim 2 1 1
Dezesseis de Novembro 2 2Guarani das Missões 1 1 0Mato Queimado 1 1São Borja 12 7 5Santo Ângelo 5 1 3 1Sete de Setembro 2 2
Santa Cruz do Sul 1 1
Venancio Aires 1 1Vera Cruz 2 2Alegria 2 2 0Santa Rosa 20 5 15Três de Maio 2 2Santo Cristo 4 4 0
Braga 1 1 0Chapada 3 1 2Engenho Velho 3 3Miraguai 1 1Palmeira das Missões 2 1 1Rondinha 15 1 4 10Sarandi 1 1Três Palmeiras 1 1Bom Retiro do Sul 1 1Estrela 1 1Lajeado 7 4 3Serio 1 1Teutônia 2 1 1Ajuricaba 3 2 1Condor 2 2São Martinho 1 1Ijuí 11 1 10Cidreira 2 2Dom Pedro de Alcantara 1 1Palmares do Sul 1 1Sto. Antônio da Patrulha 1 1 0Terra de Areia 1 1Torres 3 1 2Tramandaí 1 1 0Três Cachoeiras 1 1 0Xangri-lá 1 1 0
Alpestre 1 1Frederico Westphalen 2 1 1Tenente Portela 4 4Vicente Dutra 1 1
477 10 20 166 281
Amazonas Manaus 1 1
Bahia Guiratinga 1 1 0
Maranhão São Luis 1 1
Mato Grosso Mutum 1 1Belo Horizonte 2 2Montes Claros 1 1Uberlândia 1 1
Paraná Curitiba 1 1
Pernambuco Recife 1 1Niterói 1 1 0Rio de Janeiro 2 2Sumaré 1 1 0Ribeirão Preto 1 1
Município Ignorado 2 2 0
17 0 2 3 12*Casos Confirmados SE 01 a 19
Fonte: SINAN ONLINE-RS (dados preliminares até 11/05/2016)
Casos Confirmados
18ª CRS - Osório
6ª CRS - Passo Fundo
Notificados Autóctones Importados
7ª CRS - Bagé
12ª CRS - Santo Ângelo
ImportadosEm
Investigação
Em Investigação
14ª CRS - Santa Rosa
15ª CRS - Palmeira das Missões
16ª - Lajeado
17ª CRS - Ijuí
2ª CRS - Porto Alegre
Descartados
Total
São Paulo
19ª CRS Frederico Westphalen
Total
Município de Residência de outro Estado / Município Ignorado
4ª CRS - Santa Maria
5ª CRS - Caxias do Sul
9ª CRS - Cruz Alta
11ª CRS - Erechim
10ª CRS - Alegrete
Minas Gerais
Casos Confirmados
13ª CRS - S. Cruz do Sul
Rio de Janeiro
Notificados Descartados
1ª CRS - Porto Alegre
Município de Residência / RSAutóctones
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)
Importante ressaltar que a partir da publicação da Portaria GM nº 204, de 17 de
fevereiro de 2016, foi estabelecida a notificação compulsória de todos os casos
suspeitos de febre do Zika vírus em todo o território nacional.
Tendo em vista a grande circulação de doenças com transmissão relacionada ao
vetor Aedes aegypti e sua alta infestação no país, orienta-se para as pessoas que
apresentaram alguns dos sinais e sintomas sugestivos de Dengue, Febre Chikungunya
ou Febre do Zika Vírus e que viajaram recentemente para áreas endêmicas, que
procurem atendimento médico em uma unidade de saúde mais próxima de sua
residência. Como medidas preventivas, recomendam-se o uso de repelentes e a
Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul conta com a mobilização e participação de
cada pessoa combate ao mosquito transmissor destas doenças.
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)
VIGILÂNCIA DE MICROCEFALIAS E/OU ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO
CENTRAL (SNC)
Em decorrência do aumento do numero de casos de microcefalia no país e da
situação epidemiológica, o Ministério da Saúde declarou, em 11 de novembro de 2015,
Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN). Em 01 de fevereiro
de 2016 a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou Emergência em Saúde Pú-
blica de Importância Internacional (ESPII).
No Brasil, até a SE18, foram notificados 7.438 casos segundo as definições do
Protocolo de Vigilância (recém-nascido, natimorto, abortamento ou feto). Desses, 3.433
(46,2%) casos permanecem em investigação e 4.004 casos foram investigados e clas-
sificados, sendo 1.326 confirmados para microcefalia e/ou alteração do SNC sugestivo
de infecção congênita e 2.679 descartados.
Neste boletim constam as informações epidemiológicas referentes à microcefalia
e/ou alterações do SNC, previstas nas definições vigentes no “Protocolo de Vigilância e
Resposta à Ocorrência de Microcefalia e/ou Alterações do Sistema Nervoso Central
(SNC) – Versão 2.1/2016”, disponível no site www.saude.gov.br/svs. O objetivo geral
desta vigilância é descrever o padrão epidemiológico de ocorrência de microcefalias re-
lacionadas às infecções congênitas no território nacional. Todos os casos de microcefa-
lia e outras alterações do SNC são investigados buscando uma possível relação com o
vírus Zika e infecções congênitas como sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus e herpes
(STORCH).
Desde a implantação da vigilância de microcefalia e/ou alterações do SNC, o Rio
Grande do Sul vem fomentando, junto aos profissionais de saúde o registro/notificação
dos casos que atendem os protocolos vigentes, bem como a investigação epidemiológi-
ca dos casos, conforme Nota Técnica sobre Microcefalia disponível no site www.sau-
de.rs.gov.br
Foram notificados no sistema de registro de eventos de saúde pública (RESP-
Microcefalia), desde o final de outubro de 2015 até a SE 19 de 2016 no RS , 78 casos e
destes 8 evoluíram para óbito. Do total de casos notificados, acordo com as definições
do Protocolo do Ministério da Saúde, 69 são Recém Nascidos (RN) com microcefalia,
01 aborto espontâneo (gestante com exantema) e 08 fetos com Alterações no SNC.
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)
Tabela 1. Distribuição dos casos notificados de microcefalia e/ou alterações do SNC de
acordo com Protocolo da Microcefalia segundo a classificação,
RS, 2015/2016 (até a SE19).
STORCH ZIKARecem Nascido 69 3 2 42 22Feto 8 0 0 4 4Aborto 1 0 1 0
Total 78 3 2 47 26
Confirmados Infecção congênitaNotificados Descartados
Em investigação
Classificação
Fonte: RESP-Microcefalia (dados preliminares até 11/05/2016)
Dos 5 casos confirmados para infecção congênita, 02 casos estão associados
ao Zika vírus, cuja a investigação demonstrou que as mães apresentaram quadro de
doença compatível com infecção por Zika Vírus no 1º trimestre da gestação por ocasi-
ão de viagem a locais com circulação da doença, além de resultados de imagens do
RN apresentando alterações radiológicas associadas a embriopatia por Zika. Estão
confirmados também por infecção congênita 03 casos com diagnóstico laboratorial po-
sitivo para STORCH.
Dos 47 recém nascidos que já concluíram a investigação diagnóstica e foram
classificados como infecção congênita (5) ou descartados (42) 11 apresentam microce-
falia e estão sendo acompanhados pela Rede de Atenção Estadual e em serviços es-
pecializados para estimulação. Outros 22 casos notificados estão em processo de in-
vestigação para elucidação diagnóstica.
Importante ressaltar que a microcefalia não é de notificação compulsória, sendo
anteriormente captada apenas no Sistema de Informação dos Nascidos Vivos (SI-
NASC) por ocasião do nascimento.
*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)