Semana Epidemiológica 19 (08/05 a 14/05)* - ufrgs.br · (até a 26ª Semana Epidemiológica) e os...

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Informativo Epidemiológico Dengue, Chikungunya, Zika Vírus e Microcefalia Maio de 2016 Semana Epidemiológica 19 (08/05 a 14/05)* A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS/RS) registrou, até a Semana Epidemiológica (SE) 19, 6.776 casos suspeitos de Dengue, dos quais 1.564 foram confirmados. Dentre os confirmados, 330 são casos importados (contraídos fora do Estado) e 1.234 são autóctones (contraídos no RS). Os municípios que apresentam autoctonia são Canoas e Novo Hamburgo (1ª CRS), Porto Alegre, Viamão, Guaíba, Gravataí, Alvorada, Cachoeirinha e Barra do Ribeiro (2ª CRS), Santa Maria (4ª CRS), Ibirubá e Selbach (9ª CRS), Santo Ângelo (12ª CRS), São Paulo das Missões, Horizontina, Santa Rosa e Tuparendi (14ª CRS), Chapada, Boa Vista das Missões, Sarandi e Rondinha (15ª CRS), Augusto Pestana, Panambi, Condor e Ijuí (17ª CRS), Torres (18ª CRS) e Alpestre, Frederico Westphalen (19ª CRS). No ano de 2015 foram notificados 4.067 casos suspeitos de Dengue, dos quais 1.279 foram confirmados. Dentre os confirmados, 233 (18,2%) são importados (contraído fora do Estado) e 1.046 (81,8%) são autóctones (contraído no RS). O sorotipo circulante no ano de 2015 foi o DENV1. Em 2016 ocorreu o primeiro óbito importado de Dengue no Estado. Trata-se de uma mulher residente no município de Faxinalzinho, 11ª CRS, cuja local de infecção o município de Chapecó em Santa Catarina. Em 2015, ocorreram dois óbitos por Dengue. O primeiro em março, no município de Santo Ângelo, cujo paciente teve início *Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

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Informativo Epidemiológico Dengue, Chikungunya, Zika Vírus e Microcefalia

Maio de 2016

Semana Epidemiológica 19 (08/05 a 14/05)*

A Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS), por meio do

Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS/RS) registrou, até a Semana

Epidemiológica (SE) 19, 6.776 casos suspeitos de Dengue, dos quais 1.564 foram

confirmados. Dentre os confirmados, 330 são casos importados (contraídos fora do

Estado) e 1.234 são autóctones (contraídos no RS).

Os municípios que apresentam autoctonia são Canoas e Novo Hamburgo (1ª

CRS), Porto Alegre, Viamão, Guaíba, Gravataí, Alvorada, Cachoeirinha e Barra do

Ribeiro (2ª CRS), Santa Maria (4ª CRS), Ibirubá e Selbach (9ª CRS), Santo Ângelo (12ª

CRS), São Paulo das Missões, Horizontina, Santa Rosa e Tuparendi (14ª CRS),

Chapada, Boa Vista das Missões, Sarandi e Rondinha (15ª CRS), Augusto Pestana,

Panambi, Condor e Ijuí (17ª CRS), Torres (18ª CRS) e Alpestre, Frederico Westphalen

(19ª CRS).

No ano de 2015 foram notificados 4.067 casos suspeitos de Dengue, dos quais

1.279 foram confirmados. Dentre os confirmados, 233 (18,2%) são importados

(contraído fora do Estado) e 1.046 (81,8%) são autóctones (contraído no RS).

O sorotipo circulante no ano de 2015 foi o DENV1.

Em 2016 ocorreu o primeiro óbito importado de Dengue no Estado. Trata-se de

uma mulher residente no município de Faxinalzinho, 11ª CRS, cuja local de infecção o

município de Chapecó em Santa Catarina. Em 2015, ocorreram dois óbitos por

Dengue. O primeiro em março, no município de Santo Ângelo, cujo paciente teve início

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

dos sintomas na SE11 (15 a 21/03). O segundo óbito ocorreu em abril, com início de

sintomas na SE16 (19 a 25/04), no município de Panambi.

Tabela 1: Casos notificados e confirmados de dengue segundo CRS de residência, RS, 2015 -2016*

Regional de Residencia Notificados Confirmados Notificados Confirmados1ª CRS - Porto Alegre 124 20 690 1092ª CRS - Porto Alegre 441 67 2112 3373ª CRS - Pelotas 28 10 75 124ª CRS - Santa Maria 12 3 117 115ª CRS - Caxias do Sul 89 23 198 206ª CRS - Passo Fundo 123 21 175 107ª CRS - Bagé 6 1 14 18ª CRS - Cachoeira do Sul 6 1 12 09ª CRS - Cruz Alta 65 14 208 2910ª CRS - Alegrete 23 5 34 111ª CRS - Erechim 23 7 33 712ª CRS - Santo Ângelo 933 531 263 1513ª CRS - Santa Cruz do Sul 11 2 26 314ª CRS - Santa Rosa 117 22 574 12315ª CRS - Palmeira das Missões 54 24 361 20216ª CRS - Lajeado 16 3 61 317ª CRS - Ijuí 618 225 963 30018ª CRS - Osório 49 5 88 419ª CRS - Frederico Westphalen 284 195 772 377Total 3022 1179 6776 1564

2015 2016

Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 11/05/2016) *Casos até SE 19

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

Dos 1.564 casos confirmados, 1.234 são casos autóctones contraídos no

Estado. No estado 206 municípios são infestados pelo Aedes aegypti. (Tabela 2 e

figura1).

Tabela 2: Número de casos confirmados por município de residência, CRS, RS, 2016*

Canoas 76 16 92Campo Bom 1 1Dois Irmãos*** 1 1 2Esteio******** 1 1 2Montenegro**** 3 1 4Novo Hamburgo 2 1 3Sapucaia do Sul 3 3São Leopoldo 2 2Alvorada 4 4Barra do Ribeiro 1 1Cachoeirinha 1 2 3Eldorado do Sul 2 2Guaíba 2 2Gravataí 10 2 12Porto Alegre 223 43 266Viamão 46 1 47Pelotas 7 7Rio Grande 5 5Cacequi 1 1Nova Palma 1 1Santa Maria** 1 8 9Antônio Prado 1 1Bento Gonçalves 5 5Bom Jesus 1 1Carlos Barbosa 1 1Caxias do Sul 5 5Cotiporã 1 1Garibaldi 2 2Nova Bassano 1 1Vacaria 2 2Veranópolis 1 1

Lagoa Vermelha 4 4Passo Fundo 4 4Soledade 1 1

Tio Hugo 1 1

7ª CRS - Bagé Dom Pedrito 1 1Cruz Alta 1 1Ibirubá 1 1Selbach 25 2 27

10ª CRS - Alegrete São Gabriel 1 1

Erebango 1 1Erechim 3 3Faxinalzinho****** 1 1Paulo Bento 1 1Severiano de Almeida 1 1

Cerro Largo 1 1Roque Gonzales 2 2Rolador** 1 1São Borja 1 1Santo Ângelo 6 4 10Santa Cruz do Sul****** 1 1Venâncio Aires 1 1Vera Cruz 1 1Campina das Missões******* 1 1Giruá 1 1Horizontina 7 1 8Porto Mauá 1 1Santa Rosa 72 3 75Santo Cristo 1 1São Paulo das Missões 2 2Três de Maio 2 1 3Tucunduva 1 1Tuparendi 26 4 30

Boa Vista das Missões 8 8Chapada 177 4 181Constantina 3 3Engenho Velho 1 1Lajeado do Bagre 1 1Palmeira das Missões 1 1Redentora** 1 1Rondinha 1 1Sarandi 4 1 5Doutor Ricardo 1 1Teutônia 2 2Augusto Pestana 8 8Condor 3 3Ijuí 235 6 241Panambi 38 6 44Pejuçara 1 1Santo Augusto 2 2São Valério do Sul 1 1

Osório 1 1Tramandaí 1 1Três Forquilhas 1 1Torres 1 1

Alpestre 6 88 94Frederico Westphalen 229 46 275Seberi***** 1 1Taquaruçu do Sul***** 3 3Tiradentes do Sul 1 1 2Vicente Dutra 1 1Vista Alegre 1 1

1234 330 1564*Casos Confirmados SE 01 a 19

Fonte: SINAN ONLINE-RS (dados preliminares até 11/05/2016)

**Caso Contraído no Município de Ijuí

***Caso Contraído no Município de Chapada

****Caso Contraído no Estado do Paraná

*****Caso Contraído no Município de Frederico Westphalen

******Caso Contraído no Estado de Santa Catarina

*******Caso Contraído no Município de Tuparendi

********Caso Contraído no Município de Canoas

14ª CRS - Santa Rosa

Total

19ª CRS Frederico Westphalen

15ª CRS - Palmeira das Missões

18ª CRS - Osório

3ª CRS - Pelotas

13ª CRS - S. Cruz do Sul

17ª CRS - Ijuí

16ª CRS - Lajeado

12ª CRS - Santo Ângelo

6ª CRS - Passo Fundo

9ª CRS - Cruz Alta

5ª CRS - Caxias do Sul

2ª CRS - Porto Alegre

11ª CRS - Erechim

4ª CRS - Santa Maria

Casos Confirmados

Autóctones Importados TotalMunicípio de Residência / RS

1ª CRS - Porto Alegre

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

Figura 1: Mapa dos municípios infestados e com casos de Dengue Importados e

Autóctones, RS, 2016.

Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 11/05/2016)

Analisando o histograma (Gráfico 1) dos casos notificados de Dengue em 2015

(até a 26ª Semana Epidemiológica) e os casos até a 19ª semana epidemiológica (SE)

de 2016, observa-se que, nas primeiras SE deste ano, houve um aumento de

notificações de 2,24 vezes a mais quando comparado a o ano anterior . Esse cenário

nos indica possivelmente uma maior sensibilidade da rede de atenção para notificação

do agravo e/ou uma maior circulação viral.

Gráfico 1. Casos notificados de Dengue por Semana Epidemiológica de início de sintomas, RS, 2015 e 2016 (até SE19)

23 31 29 18 18 30 31 45 66

157

255 256316

456405

273 251209

153 14289 61 63

33 27 21

174 149 172 189 202

332

430 436492

530579 606 596

567

492426

267

128

90

100

200

300

400

500

600

700

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

Notificado 2015 Notificado 2016

Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 11/05/2016)

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

No histograma a seguir (Gráfico 2) referente aos casos confirmados, observa-se

que, nas primeiras SE do ano de 2016, foram confirmados 1.564 casos. Já em 2015 os

casos confirmados ocorreram após a 2ª SE. A curva de casos confirmados em 2015

teve início crescente a partir da 8ª SE, registrando o pico máximo de casos na 14ª SE.

Em 2016 o pico máximo de casos confirmados aconteceu na 10ª SE iniciando um

declínio de casos confirmados.

Gráfico 2. Casos confirmados de Dengue por Semana Epidemiológica de início de sintomas, RS, 2015 e 2016 (até SE19)

0 1 4 0 2 8 8 925

81

114126

134

203

145

113

90 88

28 28 2415 9 8 6 2

23 18 2537 36 40

60

130

154

190

156 154

108 110123

99

80

20

10

50

100

150

200

250

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

Confirmado 2015 Confirmado 2016

Fonte: SINAN Online–RS (dados preliminares até 11/05/2016)

No Rio Grande do Sul, a faixa etária com maior número de casos confirmados foi

dos 20 aos 59 anos (64,4%) e o sexo feminino foi o que obteve o maior numero de

casos confirmados (54,4%), como mostra a Tabela 3.

Tabela 3. Distribuição dos casos confirmados de Dengue por Semana Epidemiológica

de início de sintomas, RS, por faixa etária e sexo (até SE19).

Masculino Feminino TotalMenor de 1 ano 2 3 51 a 4 anos 8 14 225 a 9 anos 23 17 4010 a 14 anos 50 40 9015 a 19 anos 73 62 13520 a 29 anos 124 136 26030 a 39 anos 121 165 28640 a 49 anos 103 132 23550 a 59 anos 99 128 22760 a 69 anos 66 105 17170 a 79 anos 32 37 6980 anos e mais 12 12 24Total 713 851 1564

Fonte: SINAN Online–RS (dados preliminares até 11/05/2016)

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

Segundo o Ministério da Saúde, em uma análise das incidências (número de

casos/100 mil hab.) dos casos de Dengue por região, demonstra-se um incremento em

2015 em todas as regiões do país. Os números de casos de Dengue no RS parecem

acompanhar essa tendência. Numa série histórica de 2011 a 2016, da SE1 até a SE19

de cada ano, observa-se maior número de casos notificados em 2016, seguido dos

anos de 2015 e 2013 (Gráfico 3). Em relação ao número de casos confirmados, o ano

de 2016 apresenta o maior número de confirmações, seguido dos anos de 2015 e

2013.

Gráfico 3. Comparativo dos casos de Dengue segundo classificação, RS, 2011 a 2016 (até SE19)

1317

424

1934

518

3022

6776

280 102 390 74

11791564

191 39 231 45

996 1234

-1000

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

2011 2012 2013 2014 2015 2016

Notificados

Confirmados

Autóctones

Linear (Notificados)

Tendênciacrescente de casos notificados

Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 11/05/2016)

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

Febre Chikungunya

A Febre Chikungunya (CHIKV) é uma doença viral transmitida a partir da picada

da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Pode causar doença aguda, subaguda

e crônica.

A fase aguda é caracterizada por febre de início repentino (acima de 39°C) e dor

articular intensa. Pode ainda incluir: cefaleia, dor difusa nas costas, mialgia, náusea,

vômito, poliartrite, erupção cutânea e conjuntivite com duração de 3-10 dias.

A fase subaguda é caracterizada pela recaída dos sinais e sintomas ocorridos

na fase aguda (após os primeiros 10 dias), incluindo poliartrite distal, exacerbação da

dor nas articulações e ossos e tenossinovite hipertrófica subaguda nos punhos e

tornozelos. Em alguns casos desenvolvem-se distúrbios vasculares periféricos

(síndrome de Raynaud), sintomas depressivos, cansaço geral e fraqueza. Em geral,

esse quadro tem duração entre dois e três meses após o início da doença.

Já a fase crônica possui as mesmas características da fase subaguda, com

persistência dos sinais e sintomas por mais de três meses e que pode se estender,

com menor frequência, por anos. Em geral, mantém-se a artralgia inflamatória nas

mesmas articulações afetadas anteriormente.

Em 2013, teve início a transmissão autóctone da Febre Chikungunya em vários

países do Caribe. Em 2014, foram confirmados os primeiros casos autóctones no Brasil

e, atualmente, já ocorre nas Américas, África, Europa, Ásia e Oceania.

Em 2016, até a SE 13 foram notificados 39.017 casos suspeitos da doença,

destes 6.159 foram confirmados. Foram confirmados laboratorialmente 12 óbitos no

Brasil (Paraiba, Rio Grande do Norte e Pernambuco) todos com idade média de 62

anos (dados do Boletim Epidemiológico - Volume 47 - nº 18 - 2016 - Monitoramento dos

casos de dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 13,

2016).

O Rio Grande do Sul ainda não apresenta autoctonia de Febre Chikungunya.

Em 2015, foram notificados 82 casos suspeitos. Desses, seis casos foram confirmados

por critério clínico-laboratorial, sendo esses de Bento Gonçalves, Erechim, Novo

Hamburgo e Rio Grande, todos os casos importados, com histórico recente de viagem

para Bahia, Pernambuco e Maranhão.

Em 2016, já foram notificados 317 casos de suspeitos de Febre Chikungunya e

dezoito casos confirmados importados, estes residentes em Porto Alegre, Santa Maria,

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

Estância Velha, Passo Fundo, Caxias do Sul, Cacique Doble, São Borja e Rio Grande,

com viagem para os estados da Bahia, Pernambuco. Minas Gerais e São Paulo,

totalizando 399 casos notificados entre 2015 e 2016 no Rio Grande do Sul.

Quadro 1. Distribuição dos casos de Febre de Chikungunya notificados por município

de residência, RS, no ano de 2016* (até a 19ª Semana Epidemiológica)

Canoas 81 6 75Campo Bom 4 2 2Barão 2 2Estância Velha 4 1 1 2Ivoti 5 5 0Novo Hamburgo 29 9 20Portão 1 1Sapucaia do Sul 6 6 0São Leopoldo 1 1Taquara 1 1 0Alvorada 3 1 2Cachoeirinha 2 2Charqueadas 1 1Gravataí 7 1 6Porto Alegre 37 11 15 11Viamão 2 1 1Rio Grande 1 1 0Santa Vitória do Palmar 1 1Jaguari 1 1Santa Maria 1 1 0Caxias do Sul 10 1 9 0Farroupilha 3 1 2Feliz 1 1 0Garibaldi 2 2Guaporé 2 2 0Pinto Bandeira 1 1Vacaria 1 1 0Vila Flores 1 1 0Casca 1 1Cacique Doble 1 1 0Marau 1 1 0Passo Fundo 9 1 4 4

10ª CRS - AlegreteSantana do Livramento

2 20

Barão do Cotegipe 1

Erechim 4 2 2

Pirapó 1 1São Borja 14 1 6 7Sete de Setembro 1 1Venancio Aires 1 1Vera Cruz 1 1

14ª CRS Santa Rosa Santa Rosa 6 4 2Chapada 3 2 1Redentora 3 3Rondinha 10 10Bom Retiro do Sul 1 1Estrela 1 1Lajeado 7 3 4Serio 1 1 0Teutonia 7 7 0Ajuricaba 3 2 1Ijuí 7 3 4Panambi 1 1

Capivari do Sul 1 1Cidreira 2 2Palmares do Sul 1 1Torres 3 2 1Xangri-lá 1 1 0

306 0 18 104 183

Amazonas Manaus 1 1

Alagoas Maceio 1 1

Minas Gerais Montes Claros 1 1 0

Pará Castanhal 1 1

Pernambuco Recife 1 1Nova Iguaçu 1 1Rio de Janeiro 2 2

Santa Catarina Salete 1 1

Município Ignorado 2 2 0

11 0 3 8*Casos Confirmados SE 01 a 19

Fonte: SINAN ONLINE-RS (dados preliminares até 11/05/2016)

Em Investigação

11ª CRS - Erechim

1ª CRS - Porto Alegre

2ª CRS - Porto Alegre

Notificados Autóctones Importados

5ª CRS - Caxias do Sul

15ª CRS - Palmeira das Missões

Casos Confirmados

Descartados

Autóctones Importados Descartados

13ª CRS - Santa Cruz

16ª - Lajeado

3ª CRS - Pelotas

4ª CRS - Santa Maria

Notificados

Município de Residência / RS

Em Investigação

Rio de Janeiro

Total

6ª CRS - Passo Fundo

17ª CRS - Ijuí

18ª CRS - Osório

Total

Município de Residência de outro Estado / Município Ignorado

12ª CRS - Santo Ângelo

Casos Confirmados

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

Febre do Zika Vírus

A Febre do Zika Vírus (ZIKAV) é uma doença viral aguda, transmitida por

vetores, tais como Aedes aegypti, semelhante ao vírus da Dengue e da Febre

Chikungunya.

É caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente,

hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça.

Apresenta evolução benigna, autolimitada e os sintomas geralmente desaparecem

espontaneamente após 3-7 dias. Não há registro de mortes e a taxa de hospitalização

é potencialmente baixa.

Recentemente, foi observada uma possível relação entre a infecção do ZIKAV e

síndrome de Guillain-Barré (SGB), e a ocorrência de casos de microcefalia,

principalmente no nordeste do Brasil, em locais com circulação simultânea do vírus da

dengue. Em decorrência da situação epidemiológica, o Ministério da Saúde declarou

Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no país.

O ZIKAV foi identificado desde 1968, mas em 2007 foi registrado um surto pela

doença na Ilha Yap (Micronésia) e entre 2013-2014 na Polinésia Francesa. Somente a

partir de 2007 que a Organização Mundial da Saúde reconhece o potencial epidêmico

do Zika Vírus.

No Brasil, desde outubro de 2014 estão sendo notificados casos de síndrome

febril exantemática nos estados nordestinos, descartados para dengue, sarampo e

rubéola. Foi confirmada transmissão autóctone de febre pelo vírus Zika no país a partir

de abril de 2015.

Em março de 2016 o Brasil confirmou laboratorialmente autoctonia da doença

em todo o país. Na SE 05/2016, a Organização Pan Americana da Saúde/Organização

Mundial da Saúde confirmou a circulação do vírus Zika em 33 países de três

Continentes. Segundo a OMS, além dos 33 países com casos autóctones já reportados

no período entre 2015 e 2016, há indicação de circulação viral em outras seis nações:

Gabão, na África, Indonésia, Tailândia, Cambodja, Filipinas e Malásia, na Ásia. Ainda

ressalta que pelo menos cinco países das Américas já registraram aumento de casos

de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) desde o início do surto de zika: Brasil, Colômbia,

El Salvador, Suriname e Venezuela.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

Em 2015, no RS, foram notificados 31 casos suspeitos de Febre do Zika Vírus e

um caso confirmado importado. Entre os casos suspeitos, três ocorreram em

gestantes e foram descartados laboratorialmente.

Em 2016, até a SE 13 foram notificados 91.387 casos suspeitos da doença,

destes 31.616 foram confirmados. Foram confirmados laboratorialmente 03 óbitos no

Brasil (Maranhão, Rio Grande do Norte e Pará) todos com idade média de 20 anos

(dados do Boletim Epidemiológico - Volume 47 - nº 18 - 2016 - Monitoramento dos casos de

dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 13, 2016

Até a 19ª SE de 2016, foram notificados 494 casos suspeitos de Febre pelo Zika

Vírus. Destes, 32 casos foram confirmados e 10 casos são autóctones, residentes em

Frederico Westphalen, Santa Maria, Ivoti, Rondinha, Novo Hamburgo e Porto Alegre.

Dos casos autóctones, 02 ocorreram em gestantes, uma infectada no 1º trimestre de

gestação e outra no 3º trimestre, sendo que o Recém Nascido desta não apresentou

nenhuma Alteração no SNC ao nascimento.

Quadro 2. Distribuição dos casos de Febre de Zika Vírus notificados por município de

residência, RS, no ano de 2016 (até a 19ªSE).

Canoas 69 4 65Campo Bom 7 3 4Dois Irmãos 1 1 0Estância Velha 4 2 2Esteio 5 5Ivoti 12 1 5 6Montenegro 2 1 1Novo Hamburgo 60 3 10 47Portão 1 1Rolante 2 2 0São Leopoldo 4 4Sapiranga 1 1Taquara 2 2 0Alvorada 7 2 5Cachoeirinha 1 1Guaíba 2 2Gravataí 4 1 3Porto Alegre 111 3 13 75 20Viamão 5 5Cacequi 1 1Santa Maria 1 1 0Bento Gonçalves 3 1 2 0Bom Jesus 1 1Carlos Barbosa 1 1Caxias do Sul 4 4 0Farroupilha 6 6Garibaldi 1 1 0Guaporé 1 1Vila Flores 1 1Carazinho 2 2 0Tio Hugo 1 1Bagé 1 1 0Dom Pedrito 1 1 0

8ª CRS - Cachoeira do Sul Novo Cabrais

2 20

Cruz Alta 4 4Selbach 2 2Alegrete 5 5 0Itaqui 2 2Santana do Livramento 1 1 0Uruguaiana 1 1

Barão do Cotegipe 1 1Campinas do Sul 1 1 0Erechim 2 1 1

Dezesseis de Novembro 2 2Guarani das Missões 1 1 0Mato Queimado 1 1São Borja 12 7 5Santo Ângelo 5 1 3 1Sete de Setembro 2 2

Santa Cruz do Sul 1 1

Venancio Aires 1 1Vera Cruz 2 2Alegria 2 2 0Santa Rosa 20 5 15Três de Maio 2 2Santo Cristo 4 4 0

Braga 1 1 0Chapada 3 1 2Engenho Velho 3 3Miraguai 1 1Palmeira das Missões 2 1 1Rondinha 15 1 4 10Sarandi 1 1Três Palmeiras 1 1Bom Retiro do Sul 1 1Estrela 1 1Lajeado 7 4 3Serio 1 1Teutônia 2 1 1Ajuricaba 3 2 1Condor 2 2São Martinho 1 1Ijuí 11 1 10Cidreira 2 2Dom Pedro de Alcantara 1 1Palmares do Sul 1 1Sto. Antônio da Patrulha 1 1 0Terra de Areia 1 1Torres 3 1 2Tramandaí 1 1 0Três Cachoeiras 1 1 0Xangri-lá 1 1 0

Alpestre 1 1Frederico Westphalen 2 1 1Tenente Portela 4 4Vicente Dutra 1 1

477 10 20 166 281

Amazonas Manaus 1 1

Bahia Guiratinga 1 1 0

Maranhão São Luis 1 1

Mato Grosso Mutum 1 1Belo Horizonte 2 2Montes Claros 1 1Uberlândia 1 1

Paraná Curitiba 1 1

Pernambuco Recife 1 1Niterói 1 1 0Rio de Janeiro 2 2Sumaré 1 1 0Ribeirão Preto 1 1

Município Ignorado 2 2 0

17 0 2 3 12*Casos Confirmados SE 01 a 19

Fonte: SINAN ONLINE-RS (dados preliminares até 11/05/2016)

Casos Confirmados

18ª CRS - Osório

6ª CRS - Passo Fundo

Notificados Autóctones Importados

7ª CRS - Bagé

12ª CRS - Santo Ângelo

ImportadosEm

Investigação

Em Investigação

14ª CRS - Santa Rosa

15ª CRS - Palmeira das Missões

16ª - Lajeado

17ª CRS - Ijuí

2ª CRS - Porto Alegre

Descartados

Total

São Paulo

19ª CRS Frederico Westphalen

Total

Município de Residência de outro Estado / Município Ignorado

4ª CRS - Santa Maria

5ª CRS - Caxias do Sul

9ª CRS - Cruz Alta

11ª CRS - Erechim

10ª CRS - Alegrete

Minas Gerais

Casos Confirmados

13ª CRS - S. Cruz do Sul

Rio de Janeiro

Notificados Descartados

1ª CRS - Porto Alegre

Município de Residência / RSAutóctones

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

Importante ressaltar que a partir da publicação da Portaria GM nº 204, de 17 de

fevereiro de 2016, foi estabelecida a notificação compulsória de todos os casos

suspeitos de febre do Zika vírus em todo o território nacional.

Tendo em vista a grande circulação de doenças com transmissão relacionada ao

vetor Aedes aegypti e sua alta infestação no país, orienta-se para as pessoas que

apresentaram alguns dos sinais e sintomas sugestivos de Dengue, Febre Chikungunya

ou Febre do Zika Vírus e que viajaram recentemente para áreas endêmicas, que

procurem atendimento médico em uma unidade de saúde mais próxima de sua

residência. Como medidas preventivas, recomendam-se o uso de repelentes e a

Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul conta com a mobilização e participação de

cada pessoa combate ao mosquito transmissor destas doenças.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

VIGILÂNCIA DE MICROCEFALIAS E/OU ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO

CENTRAL (SNC)

Em decorrência do aumento do numero de casos de microcefalia no país e da

situação epidemiológica, o Ministério da Saúde declarou, em 11 de novembro de 2015,

Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN). Em 01 de fevereiro

de 2016 a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou Emergência em Saúde Pú-

blica de Importância Internacional (ESPII).

No Brasil, até a SE18, foram notificados 7.438 casos segundo as definições do

Protocolo de Vigilância (recém-nascido, natimorto, abortamento ou feto). Desses, 3.433

(46,2%) casos permanecem em investigação e 4.004 casos foram investigados e clas-

sificados, sendo 1.326 confirmados para microcefalia e/ou alteração do SNC sugestivo

de infecção congênita e 2.679 descartados.

Neste boletim constam as informações epidemiológicas referentes à microcefalia

e/ou alterações do SNC, previstas nas definições vigentes no “Protocolo de Vigilância e

Resposta à Ocorrência de Microcefalia e/ou Alterações do Sistema Nervoso Central

(SNC) – Versão 2.1/2016”, disponível no site www.saude.gov.br/svs. O objetivo geral

desta vigilância é descrever o padrão epidemiológico de ocorrência de microcefalias re-

lacionadas às infecções congênitas no território nacional. Todos os casos de microcefa-

lia e outras alterações do SNC são investigados buscando uma possível relação com o

vírus Zika e infecções congênitas como sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus e herpes

(STORCH).

Desde a implantação da vigilância de microcefalia e/ou alterações do SNC, o Rio

Grande do Sul vem fomentando, junto aos profissionais de saúde o registro/notificação

dos casos que atendem os protocolos vigentes, bem como a investigação epidemiológi-

ca dos casos, conforme Nota Técnica sobre Microcefalia disponível no site www.sau-

de.rs.gov.br

Foram notificados no sistema de registro de eventos de saúde pública (RESP-

Microcefalia), desde o final de outubro de 2015 até a SE 19 de 2016 no RS , 78 casos e

destes 8 evoluíram para óbito. Do total de casos notificados, acordo com as definições

do Protocolo do Ministério da Saúde, 69 são Recém Nascidos (RN) com microcefalia,

01 aborto espontâneo (gestante com exantema) e 08 fetos com Alterações no SNC.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)

Tabela 1. Distribuição dos casos notificados de microcefalia e/ou alterações do SNC de

acordo com Protocolo da Microcefalia segundo a classificação,

RS, 2015/2016 (até a SE19).

STORCH ZIKARecem Nascido 69 3 2 42 22Feto 8 0 0 4 4Aborto 1 0 1 0

Total 78 3 2 47 26

Confirmados Infecção congênitaNotificados Descartados

Em investigação

Classificação

Fonte: RESP-Microcefalia (dados preliminares até 11/05/2016)

Dos 5 casos confirmados para infecção congênita, 02 casos estão associados

ao Zika vírus, cuja a investigação demonstrou que as mães apresentaram quadro de

doença compatível com infecção por Zika Vírus no 1º trimestre da gestação por ocasi-

ão de viagem a locais com circulação da doença, além de resultados de imagens do

RN apresentando alterações radiológicas associadas a embriopatia por Zika. Estão

confirmados também por infecção congênita 03 casos com diagnóstico laboratorial po-

sitivo para STORCH.

Dos 47 recém nascidos que já concluíram a investigação diagnóstica e foram

classificados como infecção congênita (5) ou descartados (42) 11 apresentam microce-

falia e estão sendo acompanhados pela Rede de Atenção Estadual e em serviços es-

pecializados para estimulação. Outros 22 casos notificados estão em processo de in-

vestigação para elucidação diagnóstica.

Importante ressaltar que a microcefalia não é de notificação compulsória, sendo

anteriormente captada apenas no Sistema de Informação dos Nascidos Vivos (SI-

NASC) por ocasião do nascimento.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 19 de 2016 (03/01 a 14/05/16)