Post on 11-Nov-2018
1
ROSANE DO SOCORRO POMPEU DE LOIOLA
ASSOCIAÇÃO DOS FATORES DE ADERÊNCIA babA2 E sabA DA
Helicobacter pylori E OS LIGANTES DE GRUPOS SANGUÍNEOS ABH
E LEWIS EM PACIENTES COM GASTRITE CRÔNICA DA
POPULAÇÃO DE BELÉM-Pa
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e
Parasitários do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará como
requisito parcial para a obtenção do grau de Doutora em Biologia de Agentes Infecciosos e
Parasitários.
Orientadora: Profª Drª Tereza Cristina de Oliveira Corvelo
Instituto de Ciências Biológicas/UFPa
Banca Examinadora: Profª Drª. Ermelinda do R. Moutinho da Cruz (Avaliadora)
Centro de Ciências da Saúde/UFPA
Prof. Dr. Evonnildo Costa Gonçalves (Avaliador)
Instituto de Ciências Biológicas/UFPA
Profª Drª Délia Cristina Figueira Aguiar (Avaliadora)
Instituto de Ciências Biológicas/UFPA
Profª Drª Hilma Lúcia Tavares Dias (Avaliadora)
Núcleo de Ciência Agrárias e Desenvolvimento Rural/UFPA
Prof. Dr. Antonio Carlos Rosário Vallinoto (Suplente)
Instituto de Ciências Biológicas/UFPA
Belém 21 de novembro de 2014
2
DEDICATÓRIA
A minha filha Julia Loiola
A minha mãe Francisca Pompeu de Loiola A meu pai Edivaldo Loiola (in memoriam)
3
EPÍGRAFE
A percepção do desconhecido é a mais
fascinante das experiências. O homem que
não tem os olhos abertos para o misterioso
passará pela vida sem ver nada.
(Albert Einstein)
4
AGRADECIMENTOS
Ao iniciar meus agradecimentos lembrei-me de uma frase de Paulo Freire “Se a educação
sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda.”
Acredito que seja oportuno aqui, porque nenhuma conquista é mérito unicamente de quem
a almeja, mas de todos aqueles que de alguma forma, ainda que nos bastidores,
contribuíram para o seu alcance. Então Meus sinceros agradecimentos
Aos pacientes que aceitaram participar deste estudo
À Profª. Dra. Tereza Cristina de Oliveira Corvelo, pela orientação desta tese, e de toda vida
minha profissional, pelo aprendizado adquirido, pela amizade e carinho dedicado nestes
quase 20 anos de convivência.
À Profª Dra. Ermelinda do Rosário Moutinho da Cruz, pela inestimável orientação e
colaboração neste estudo. Pelo apoio, incentivo, carinho e amizade dedicada a mim.
À Vivian Lúcia Aslan D’Annibale minha parceira de doutoramento e pela coleta do
material biológico.
À Dra. Marileide Serra Carneiro (in memoriam), médica do Setor de Endoscopia do
HUJBB, pela disponibilidade e colaboração na coleta das amostras.
À Eny Valente de Azevedo, pela colaboração e apoio dispensado na realização das técnicas
laboratoriais para a realização deste trabalho.
A Gysele Mattos pela colaboração e apoio durante a realização deste estudo.
Aos alunos de iniciação científica do Laboratório de Imunogenética da UFPA, Marcelo
Vieira, Daniel Ventura e Amanda Pamela, pelo ajuda na realização dos ensaios
laboratoriais.
Ao seu Lenor Mandú, pelo auxilio laboratorial, companhia e pelo cafezinho matutino, que
carinhosamente me oferecia diariamente.
À Kleiffeson Alves de Miranda, Diretor do Laboratório Central do Estado do Pará -
SESPA em 2010, que concedeu a minha licença para realização do curso de doutoramento.
À Regina Guimarães Diretora da EEEEFM Dr. Celso Malcher que concedeu a minha
licença para realização do curso de doutoramento.
Aos meus amigos Waldinei do Carmo, Rosineide Brandão e Joana Darc Bezerra pelo
incentivo e apoio durante a execução deste trabalho.
A minha filha incansável incentivadora do melhor de mim.
5
A minha família Francisca Pompeu de Loiola, minha mãe, Laudemir Crindstistina, Hidir,
Edivaldo Junior, Edifranci, meus irmão, Andreza, Andrei, Tainá, Tiago, Nicole, Nivea,
Leonardo e Sofia, meus sobrinhos; minhas cunhadas Sandra e Renata e cunhado Clebeson
pelo apoio e compreensão nos muitos momentos de ausência.
A meu companheiro Mauricio Santana, imprescindível.
Ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários UFPa,
pela qualidade da formação oferecida e por ter proporcionado a realização deste trabalho.
FAPESPA pelo incentivo financeiro para a execução da pesquisa.
Às diversas pessoas e instituições que direta ou indiretamente contribuíram para o
planejamento, execução e conclusão desta tese.
6
SUMÁRIO
Pág
LISTA DE FUGURAS................................................................
LISTA DE TABELAS................................................................
LISTA DE ABREVIATURAS....................................................
RESUMO.......................................................................................
ABSTRACT..................................................................................
1.0. INTRODUÇÃO............................................................................ 16
1.1. FATORES DE VIRULÊNCIA E PATOGÊNESE DA H. pylori... 18
1.1.1. Urease............................................................................................. 18
1.1.2. A ilha de patogenicidade Cag PAI............................................... 20
1.1.3. Toxina VacA.................................................................................. 24
1.2. ADESINAS E PROTEÍNAS EXTERNAS DE MEMBRANA
(OMPS).......................................................................................... 27
1.2.1. Adesina BabA............................................................................... 28
1.2.1.1. Regulação do gene babA............................................................... 29
1.2.1.2. Mutação genômica na região codificadora do gene babA............. 30
1.2.1.3. Regulação da transcrição do gene babA........................................ 31
1.2.1.4. Função da proteína BabA............................................................... 31
1.2.2. Proteína ligante de ácido siálico (SabA)..................................... 32
1.2.3. Proteína inflamatória externa (oipA)......................................... 34
1.2.4. Lipoproteína associada a aderência (AlpA e AlpB)................... 35
1.3. RESPOSTA IMUNOLÓGICA À Helicobacter pylori................... 36
1.3.1. Macrófagos sinalizadores de linfócitos T na infecção pela H.
pylori.............................................................................................. 36
1.3.2 Macrófago como célula efetora na infecção pela H. pylori...... 37
1.3.3. Células dendríticas...................................................................... 38
1.3.4. Evasão da fagocitose pelos macrófagos...................................... 38
1.3.5. Resposta imunológica mediada por linfócito T.......................... 39
1.3.6. Os linfócitos B............................................................................... 41
1.4. ASSOCIAÇÃO DA INFECÇÃO POR H. pylori COM AS
DOENÇAS GÁSTRICAS............................................................. 41
1.5. ANTÍGENOS DE GRUPOS SANGUÍNEOS ABH e LEWIS E
A INFECÇÃO PELA H. pylori .................................................... 45
1.6. OBJETIVOS................................................................................... 54
1.6.1. Objetivo geral................................................................................ 54
1.6.1 Objetivos específicos..................................................................... 54
2.0. MATERIAL E MÉTODOS......................................................... 55
2.1. CASUÍSTICA................................................................................ 55
2.2. AMOSTRAS E CRITÉRIOS DE INCLUSÃO EXCLUSÃO.... 55
2.3 COLETA E TRATAMENTO DAS AMOSTRAS...................... 56
2.3.1. Amostras de sangue..................................................................... 56
2.3.2. Coleta da saliva............................................................................. 56
2.3.3. Coleta de biopsia gástrica............................................................ 57
2.3.4. Análise histopatológica de biópsias das regiões de antro e
corpo gástrico............................................................................... 57
7
2.4. DETERMINAÇÃO DOS FENÓTIPOS ABO E LEWIS E DO
ESTADO SECRETOR DE ABH.............................................. 58
2.4.1. Determinação do fenótipo eritrócitos.......................................... 58
2.4.2. Determinação do Estado Secretor ABH na saliva................... 58
2.4.3 Análise imunohistoquímica das biopsias gástricas .................. 59
2.4.3.1. Controles da reação imunohistoquímica........................................ 60
2.4.3.2. Análise semi-quantitativa da reação de imunohistoquímica.......... 60
2.5. PREPARAÇÃO DE DNA DE BIOPSIA GÁSTRICA.................. 60
2.6. DETECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS LINHAGENS
TRIPLO POSITIVAS DA H. pylori.............................................. 61
2.7. GENOTIPAGEM DOS GENES FUT2 e FUT3 PELA PCR........ 62
2.7.1. Gene FUT2..................................................................................... 62
2.7.2 Gente FUT3.................................................................................. 63
2.8. EXTRAÇÃO DE RNA PARA ANÁLISE DE PCR EM TEMPO
REAL...................................................................................... 63
2.8.1 Conversão de RNA em cDNA..................................................... 64
2.9. DETECÇÃO DE EXPRESSÃO DOS GENES babA2 e sabA DA
H. pylori PELA PCR EM TEMPO REAL..................................... 64
2.10. ANÁLISE ESTATÍSTICA........................................................ 64
3.0. RESULTADOS............................................................................. 68
3.1. ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA................................................. 68
3.2. ANÁLISE DOS MARCADORES DE VIRULÊNCIA DA H.
pylori.................................................................................... 72
3.3. ASSOCIAÇÃO DA INFECÇÃO PELA H. pylori COM OS
GRUPOS SANGUÍNEOS ABO LEWIS E SECRETOR............. 80
3.3.1. Avaliação dos polimorfismos T59G e G508A no gene Lewis
do G428A no gene Secretor................................................... 85
3.4. EXPRESSÃO IMUNOHISTOQUÍMICA DOS ANTÍGENOS
ABO E LEWIS NA MUCOSA GÁSTRICA.............................. 89
3.5. EXPRESSÃO DE babA2 e sabA NA MUCOSA GÁSTRICA..... 97
4.0. DISCUSSÃO............................................................................... 103
5.0. CONCLUSÕES............................................................................. 114
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................... 116
8
LISTA DE FIGURAS
Figura Descrição Pág
Figura 1. Representação esquemática dos principais resultados clínicos
da infecção pela Helicobacter pylori .................................... 17
Figura 2. Diversidade dos sítios de tirosina fosforilação da proteína
CagA da Helicobacter pylori.............................................. 21
Figura 3 Proteína CagA e os domínios de fosforilação EPIYA............ 22
Figura 4. Desregulação de SHP2 pela proteína CagA............................. 23
Figura 5. Estrutura da proteina VacA da Helicobacter pylori e seus
efeitos funcionais..................................................................... 25
Figura 6. Proteínas de membrana da Helicobacter pylori....................... 27
Figura 7. Localização genômica dos genes babA, babB, e babC em
linhagens J99, 26.695, e HPAG1............................................ 28
Figura 8. Espectro de doenças gástricas associadas com a infecção pela
Helicobacter pylori.......................................................... 42
Figura 9. Representação esquemática das estruturas terminais dos
epitopos ABH e Lewis em estruturas o-glicanos..................... 47
Figura 10. Alteração do padrão de glicosilação da mucosa gástrica frente
à infecção pela Helicobacter pylori................................... 51
Figura 11. Distribuição das doenças gástricas diagnosticadas na amostra
de pacientes atendidos no HUJBB em 2011-2012............. 68
Figura 12. Distribuição dos marcadores de virulência da bactéria
Helicobacter pylori entre regiões do antro e corpo gástrico dos
pacientes analisados......................................................... 72
Figura 13. Correlação entre o índice de lesões histopatológicas e o índice
de combinação dos genes vacAm1s1, cagA, babA2 e sabA da H.
pylori detectados em biópsias de corpo e antro de pacientes
com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-
2012................................................................................ 79
Figura 14. Distribuição dos fenótipos Lewis em relação a concordâncias
dos fenótipos Lewis eritrocitário e salivar dos pacientes com
gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012............ 82
Figura 15. Distribuição dos fenótipos do sistema dos tipos Lewis em
relação aos grupos sanguíneos do sistema ABO dos pacientes 83
9
com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012......
Figura 16. Distribuição dos fenótipos Lewis concordantes e discordantes
em relação a infecção pela H. pylori e ao tipo de grupo
sanguíneo ABO de pacientes com gastrite crônica atendidos
no HUJBB em 2011-2012................................................ 84
Figura 17. Padrão de digestão enzimática das mutações T59G (A) e
G508A (B) no gene FUT3, pelas enzimas de restrição VspI e
PvuII, respectivamente, corado com brometo de etídio em
poliacrilamida 7% de agarose........................................... 85
Figura 18. Distribuição de frequência dos genótipos Lewis entre
pacientes infectados e não infectados pela H. pylori....... 88
Figura 19 Padrão homogeneo de expressão antígenica. (A e B) Padrão
Homogêneo do antígeno H e A respectivamente............... 90
Figura 20. Padrão Heterogêneo de marcação. (C) Perda de Leb em área
de Metaplasia intestinal; (D) Ganho de Lea em área de
Metaplasia intestinal; (E) padrão heterogêneo do antígeno Leb.
Aumento 40x........................................................... 91
Figura 21. Distribuição da expressão dos antígenos dos sistemas ABH e
Lewis na mucosa gástrica dos pacientes com gastrite crônica
atendidos no HUJBB em 2011-2012............................... 92
Figura 22. Distribuição da expressão imunohistoquímica ABH e Lewis
em relação ao nível de inflamação na mucosa gástrica dos
pacientes com gastrite crônica de Belém-Pa, 2011-2012...... 93
Figura 23. Comparação da expressão dos antígenos de grupos sanguíneos
entre na saliva e mucosa gástrica de pacientes com gastrite
crônica de Belém – Pa....................................................... 94
Figura 24. Comparação entre o Ct da expressão do RNAm dos genes
babA2 e sabA verificados na mucosa gástrica de pacientes
com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012..... 98
Figura 25. Relação entre a detecção dos genes BabA2 por PCR e a
presença de expressão de seus RNAm verificados na mucosa
gástrica de pacientes com gastrite crônica atendidos no
HUJBB em 2011-2012.................................................... 99
Figura 26. Média dos escores de expressão imunohistoquímica dos
antígenos ABH e Lewis em relação a expressão dos genes
BabA2 e SabA da H. pylori detectados na mucosa gástrica de
pacientes com gastrite crônica de Belém-Pa.......................... 102
10
LISTA DE TABELAS
Tabela Descrição Pág
Tabela 1. Infecção por Helicobacter pylori em países da America Latina......... 16
Tabela 2. Anticorpos específicos para antígenos sistemas de grupo sanguíneo
ABO e Lewis................................................................................ 60
Tabela 3. Sequências dos iniciadores para tipagem dos genes FUT2 e FUT3
por RFPL-PCR.................................................................................... 66
Tabela 4. Sequências dos iniciadores para tipagem da Helicobacter pylori... 67
Tabela 5. Lesões histopatológicas presentes no corpo e antro de pacientes com
gastrite crônica atendidos no hospital João de Barros Barreto........ 69
Tabela 6. Comparação dos métodos de detecção da H. pylori entre pacientes
com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012.................. 70
Tabela 7. Associação das lesões histopatológicas na presença de Helicobacter
pylori nas áreas de corpo e antro gástrico de pacientes atendidos no
Hospital de Barros Barreto 2011..................................................... 71
Tabela 8. Associação dos genes de virulência detectados no estomago dos
pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012 73
Tabela 9. Correlação entre os genes de virulência detectados no antro e corpo
gástrico de pacientes infectados por H. pylori atendidos no HUJBB
em 2011-2012............................................................................ 74
Tabela 10. Correlação das diferentes combinações dos fatores de virulência da
H. pylori entre corpo e antro gástrico de paciente com gastrite
crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012...................................... 75
Tabela 11. Correlação entre os genes de virulência e lesão histopatológicas
detectadas na mucosa de corpo e antro gástrico de pacientes com
gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012......................... 78
Tabela 12. Distribuição de pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB
em 2011-2012 de acordo com a infecção pela H. pylori e os tipos de
grupo sanguíneo ABO, Lewis e estado secretor salivar em relação a
população de Belém ........................................................................ 81
Tabela 13. Distribuição de pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB
em 2011-2012 de acordo os fenótipos Lewis eritrocitário e salivar 81
Tabela 14. Distribuição da infecção pela H. pylori entre pacientes Lewis
concordantes e discordantes com gastrite crônica atendidos no
HUJBB em 2011-2012................................................................... 84
11
Tabela 15. Frequências alélicas e genotípicas dos loci FUT2 e FUT3 entre
pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB em Belém/Pa
em 2011-2012....................................................................................... 87
Tabela 16. Comparação das frequências genotípica de FUT3 entre pacientes
com gastrite crônica e população de Belém......................................... 88
Tabela 17. Comparação da expressão dos antígenos A, B, H, Lea e Le
b na
camada foveolar da área do antro gástrico entre as graduações forte
e fraca das lesões histopatológicas na mucosa gástrica de paciente
com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012.................. 95
Tabela 18. Análise da expressão imunohistoquímica dos antígenos ABH e
Lewis na mucosa gástrica em relação à presença dos fatores de
virulência da H. pylori em pacientes com gastrite crônica atendidos
no HUJBB em 2011-2012........................................................... 96
Tabela 19. Distribuição da expressão dos genes BabA2 e SabA em função das
lesões histopatológicas diagnosticadas na mucosa gástrica de
pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2012-2012 100
Tabela 20. Distribuição dos grupos sanguíneos em função da expressão dos
genes babA2 e sabA na mucosa gástrica de com gastrite crônica
atendidos no HUJBB em 2012-2012................................................... 101
12
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
L Microlitro
µm Micrometro
Cm Centímetro
AlpA/B Lipoproteínas A e B associadas à aderência
APCs Células apresentadoras de antígenos
baba Gene promotor da proteína BabA
BabA Adesina ligante de antígenos de grupos sanguíneos
cagA Gene promotor da citotoxina CagA
CagA Citotoxina associada ao gene A
cagPAI Região da ilha de patogenicidade do cromossoma da bactéria
c-Met Fator de crescimento de hepatócito
dNTP Desoxirribonucleotídeos
EPIYA Motivo glutamato-prolina-isoleucina-tirosina-alanina
EDTA Ácido etilenodiamino tetra-acético
H Antígeno H de grupo sanguíneo
H. pylori Helicobacter pylori
HCl Ácido Clorídrico
HUJBB Hospital Universitário João de Barros Barreto
IgA Imunoglobulina de cadeia pesada α (alfa)
IgG Imunoglobulina de cadeia pesada γ (gama)
IgM Imunoglobulina de cadeia pesada µ (mu)
IL- Interleucina - 1, 4, 5, 6, 8 e 17
Le Antígeno Lewis de grupo sanguíneo
Lea Antígeno Lewis a de grupo sanguíneo
Leb Antígeno Lewis b de grupo sanguíneo
Lex Antígeno Lewis x de grupo sanguíneo
Ley Antígeno Lewis y de grupo sanguíneo
mM Micromolar
MALT Linfoma de tecido linfóide associado à mucosa
MgCl2 Cloreto de magnésio
mL Mililitro
N Normalidade
nL Nanolitro
nm Nanômetro
13
NaCl Cloreto de Sódio
NaOH Hidróxido de sódio
oipA Gene promotor da proteína OipA
OipA Proteína inflamatória da membrana externa A
OMP Famílias de proteínas da membrana externa
PCR Reação em cadeia da polimerase
pH Potencial hidrogeniônico
pMol Picomolar
rpm Rotações por minuto
SabA Adesina ligante de ácido siálico
Se Secretor
SLex Sialil-Lewis x
T4SS Sistema de secreção tipo 4
ureA Gene promotor da atividade da uréase
UFPA Universidade Federal do Pará
vacA Gene responsável pela toxina VacA
VacA Citotoxina vacuolizante A
ZnCl2 Cloreto de Zinco
Zo-1 Zona oclusiva do complexo de junção epitelial
14
RESUMO
A H. pylori causa doenças gástricas severas. Vários genes bacterianos têm sido
associados com o grau de severidade das doenças gástricas, entre eles o gene cagA,
VacAs1m1, babA2 e sabA, estes últimos se ligam em receptores carboidráticos de grupo
sanguíneo expressos nas células epiteliais gástricas. Estes antígenos de grupo sanguíneo
podem sofrer variações nos padrões de expressão resultado da interação de loci como
ABO, Hh, Sese, Lele. A presença dos SNPs T59G e G508A no gene FUT3 e G428A no
gene FUT2 podem alterar os padrões de glicosilação da mucosa assim como a infecção
pela H. pylori. Assim este estudo investigou a relação da infecção pelo H. pylori com os
polimorfismos de grupo sanguíneos ABH e Lewis. Foram envolvidos 216 pacientes
sintomáticos para doenças gástricas, atendidos no HUJBB. Foram coletadas as amostras de
sangue, saliva e biópsias gástricas. Foram aplicados os ensaios da RFLP-PCR para
verificar os SNPs T59G; G508A e G428A. As expressões antigênicas dos sistemas ABH e
Lewis foram analisadas pela imunohistoquímica, Dot-ELISA e Hemaglutinação direta. Foi
realizada análise histopatológica pela HE e Gram-modificado e detectado fatores de
virulência da H. pylori por PCR e a expressão dos genes babA2 e sabA pela PCR em tempo
real. A H. pylori atingiu taxa de 59,26%. A infeção foi associada com vários achados
inflamatórios, cujo risco relativo variou de 111.78 a 5.36. As frequências dos marcadores
de virulência vacAm1s1, cagA, babA2, e sabA atingiram proporções de 79,69%, 66,40%,
49,21% e 89,84%, respectivamente. Foi verificada correlação significativa (rs = 0.7201; t =
11.1299; <0.0001), entre as diferentes combinações dos fatores de virulência bacteriano
entre corpo e antro e entre o maior número de genes de virulência e o índice de lesão na
mucosa gástrica tanto no antro (rs = 0.2263; p = 0.0125) quanto no corpo gástrico (rs =
0.2083; t = 2.3527; p = 0.0202). A presença dos genótipos Le/_ foi maior entre pacientes
infectados pela H. pylori enquanto a frequência de le*/le* foi maior entre os pacientes sem
infecção. A perda de expressão antigênica A/B foi relacionada a forte inflamação e à
presença de cagA. e a perda de H e Leb foi relacionada a presença do gene sabA. Em
relação à expressão de babA2, 88,3% dos pacientes expressavam o antígeno Leb entre as
bactérias babA2 com ausência de expressão apenas 67,74% expressavam este antígeno. A
presença do alelo Lewis funcional confere maior risco de infecção pela H. pylori. E na
dinâmica da interação bactéria-hospedeiro a expressão dos antígenos Lewis podem ser
alteradas estando relacionada à presença de H. pylori vacAm1s1, cagA+ e sabA+,
concedendo maior risco de transformação maligna no estômago.
15
ABSTRACT
The H. pylori may cause severe gastric diseases. Many bacterial genes have been
related with severity degrees of gastric illnesses, among them the cagA, vacAs1m1, babA2
and sabA genes, these last ones can bind in carbohydrate receptors of blood group
expressed in gastric epithelial cells. These blood group antigens may suffer variations in
their expressions pattern, a result of loci interaction as ABO, Hh, Sese and Lele. The
presence of T59G and G508A SNPs in FUT3 gene and G428A in FUT2 gene might
change the mucosal glycosylation patterns just like the infection by H. pylori. So, this
study investigated the relation of H. pylori infection with polymorphisms of ABH and
Lewis blood groups. Were investigated 216 patients presenting symptoms to gastric
diseases attended at HUJBB. Were collected blood, salive and gastric biopsy samples and
performed the RFLP-PCR to verify T59G, G508A and G428A SNPs. The antigenic
expressions of ABH and Lewis blood groups were analyzed by Immunohistochemistry
assays, Dot-ELISA and direct hemagglutination. The histopathological analysis was made
by HE and Gram-modified staining, the detection of H. pylori virulence factors was
performed by PCR and the babA2 and sabA genes expression was analyzed by real time
PCR. The H. pylori reached a frequence rate of 59.26%. The infection was associated with
many inflammatory findings, whose relative risks varied of 111.78 to 5.36. The
frequencies of vacAm1s1, cagA, babA2, and sabA virulence markers reached proportions of
79.69%; 66.40%; 49.21% and 89.84% respectively. Was verified the significative
correlation (rs = 0.7201; t = 11.1299; <0.0001) among different bacterial virulence factors
combinations in antrum and body gastric regions, the highest number of virulence genes
and lesion index of gastric mucosa found in antrum (rs = 0.2263; p = 0.0125) and body (rs
= 0.2083; t = 2.3527; p = 0.0202) regions. The presence of Le/_ genotypes was higher
among H. pylori-infected patients while le*/le* frequency was higher among non-infected
patients. The loss of A/B antigenic expression was related to strong inflammation and the
presence of cagA, while the loss of H and Leb was related to sabA gene presence. About
babA2 expression, 88.3% of patients demonstrated carry Leb antigen and among babA2
with absence of expression just 67.74% showed this antigen. The presence of functional
Lewis allele confers a higher H. pylori infection risk. In the bacteria-host interaction
dynamic the Lewis antigens expression may be changed if it is related to vacAm1s1, CagA+
and SabA+ of H. pylori, providing a higher risk of malignant transformation in stomach.
16
1.0. INTRODUÇÃO
Helicobacter pylori é um onco-patógeno que coloniza o estômago humano
resultando em infecção assintomática ou com sintomas, que vai de gastrite leve até doenças
mais severas como úlcera, carcinoma gástrico e linfoma de MALT (Marshall, 1989;
Parsonnet et al., 1991; Parsonnet et al., 1994). Este patógeno é um bacilo curvo espiralado,
gram negativo, microareofílico, geneticamente heterogêneo, isto é as cepas apresentam
diferentes padrões de virulência (Marshall & Warren, 1984, McClain et al., 2009).
Esta infecção afeta aproximadamente 50% da população mundial (Parsonnet et
al., 1992) e usualmente é adquirida na infância podendo persistir ao longo da vida, se não
for tratada (Suerbbaum & Micheiti, 2002). Na América Latina dados revelam que a taxa de
infecção varia entre 47,7% a 77,8% (Tabela 1).
Tabela 1. Infecção por Helicobacter pylori em países da America Latina.
Pais Tamanho amostral
(N)
Taxa de
infecção (%) Referência
Argentina 533 56,1 Vega et al.; (2010)
Bolivia 424 74,0 Apud Santos et al.; (2009)
Brasil 1007 70,7 Apud Santos et al.; (2009)
Cuba 996 47,7 Apud Santos et al.; (2009)
México 71 59,2 Apud Santos et al.; (2009)
Venezuela 418 77,8 Apud Santos et al.; (2009)
A progressão para doenças severas resulta da interação entre fatores bacterianos,
fatores do hospedeiro assim como fatores ambientais. Uma das características da infecção
é a resposta inflamatória acentuada e a incapacidade do hospedeiro eliminar a bactéria,
resultando na infeção persistente, com aumento da produção ácida e dano tecidual
(Beswick et al., 2006). A ulceração e a carcinogênese são resultados multuamente
exclusivos desta infecção. A infecção é persistente e em áreas de elevadas prevalências a
reinfecção é muito comum. Pacientes nos Estados Unidos infectados com H. pylori tem 3,5
vezes maior risco de desenvover doença de úlcera péptica do que as pessoas não infectadas
(Covacci et al., 1999). No Norte do Brasil, uma percentagem muito alta de úlceras
gástricas e duodenais (até 93%) é atribuída à infecção por H. pylori (Martins et al., 2002).
17
É bem aceito que a infecção crônica pela H. pylori é um importante fator de risco
no desenvolvimento de câncer gástrico, esta bactéria induz mudanças na mucosa gástrica
(Figura 1) que pode contribuir para surgimento de tumor gástrico (Correa & Piazuelo,
2012).
Figura 1. Representação esquemática dos principais resultados clínicos da infecção pelo H.
pylori (Correa & Piazuelo, 2012).
O câncer gástrico continua sendo a segunda causa de morte por câncer no mundo.
Numa escala global este tipo de tumor responde por cerca de 700.000 mortes anualmente.
Nos EUA foram estimadas 10.540 mortes por câncer de estômago no ano de 2012 (Siegel
et al., 2012). Dados da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer revelaram uma
incidência de 5,1% de câncer gástrico, em ambos os sexos, nos últimos 5 anos na América
Latina e Caribe (IARC, 2012). No Brasil a estimativa para o ano de 2012, considerando
100.000 habitates é que fossem diagnosticados 12.670 novos casos entre homens e 7420
entre as mulheres, destes 680 casos ocorrerão no Pará (INCA, 2012).
Mucosa
gástrica
normal
Gastrite não
atrófica
Gastrite não
atrófica
Gastrite
Atrófica multifocal
Mataplasia
intestinal
Displasia
Câncer
H. pylori
CagA-
VacA s2m2
CagA+
VacA
s1m1
18
A infecção pela H. pylori também desempenha um importante papel no
desenvolvimento do linfoma de tecido linfóide associado à mucosa (MALT), a H. pylori
está presente no estômago da maior parte dos pacientes, mas em 75% destes o linfoma
regride após a erradicação da bactéria (Nakamura et al., 1997, Parsonnet & Isaacson 2004).
1.1. FATORES DE VIRULÊNCIA E PATOGÊNESE DA H. pylori
A H. pylori coloniza a superfície apical do epitélio gástrico, mas os mecanismos
precisos de adesão e patogênese ainda estão sendo elucidados. Cepas aderentes são capazes
de sobreviver na mucosa gástrica, colonizar em alta densidade e também de recolonizar,
enquanto as cepas não aderentes são facilmente eliminadas (Hayashi et al., 1998).
Assim, a adesão é crucial para Helicobacter pylori persistir e causar doença, pois
a ligação do patógeno ao epitélio gástrico conduz em transdução de sinal e ativação de
Fator Nuclear-κβ e subsequente indução de interleucina-8, que uma citocina pró-
infamatória importante no combate da infecção (Beswick et al., 2006).
Vários fatores de virulência bacterianos estão presentes nas cepas de H. pylori,
que são implicados no desenvolvimento das doenças gástricas, entre eles estão a urease, a
citotoxina associada ao gene A (CagA) da ilha de patogenicidade cagPAI, algumas
variantes do gene da citotoxina vacuolatizante (VacA), proteína externa de membrana
(OMPs), tais como adesina ligante de grupo sanguíneo H/Leb (BabA), adesina ligante de
ácido siálico (SabA), proteínas externa inflamatória do tipo A (OipA) e lipoproteinas
associadas a aderância (AlpA e AlpB) (Marcus & Scott, 2001; Censini et al., 1996; Telford
et al., 1994; Ilver et al., 1998; Madavi et al., 2002; Franco et al., 2008; Odenbreit et al.,
1999).
1.1.1. Urease
A urease é um importante fator de virulência da H. pylori, presente em
abundância na bactéria, pois é usada para diminuir a acidez do ambiente gástrico. A urease
degrada a ureia, que é secretada como resíduo metabólico, resultando em amônia e
19
carbonato, cuja função principal é tamponar o meio ácido do estomago, permitindo a
sobrevivência da H. pylori (Marcus & Scott, 2001; Hu & Mobley 1990).
A urease é constituída por duas subunidades, a subunidade alfa com
aproximadamente 24 kDa e beta, com 68 kDa. A quantidade de urease produzida pela H.
pylori representa cerca de 5 a 10% das proteínas totais da bactéria (Marcus & Scott, 2001;
Hu & Mobley 1990). Esta enzima é crucial para a H. pylori colonizar o estômago, estudos
realizados por Tsuda et al., (1994) e Karita et al., (1995), relataram que cepas cujos genes
da urease foram nocalteados, não tiveram a capacidade de colonizar espécies animais
devido a incapaciade de tamponar o ambiente gastrico (Tsuda et al., 1994; Karita et al.,
1995). Williams et al., (1996) afirmam que cepas de H. pylori nocalteadas para o gene da
urease não conseguem colonizar o estômago, porque a amônia, gerado pela urease,
também serve como fonte de nitrogênio para sintetizar aminoácidos, assim como na
proteção contra peroxinitrito (Kuwahara, et al., 2000). Outros estudos relatam que a urease
é importante para H. pylori, porque participa do processo de escape da resposta
imunológica, proporcionando um aumento na sobrevida da bactéria no macrófago
(Schwartz & Allen, 2006), escape da fagocitose (Makristathis et al., 1998) e da
opsonização mediada pelo complemento (Rokita et al., 1998).
Embora uma maior quantidade de urease esteja localizada intracelularmente,
algumas moléculas estão presentes na superfície da bactéria (Rokita et al., 2000) podendo,
assim, agir como uma antígeno ligante que induz a síntese de citocinas inflamatórias, pelas
células epiteliais gástricas e macrófagos, (Harris et al., 1998, Takahashi et al., 2004) além
de ativar a apoptose de algumas células (Fan et al., 2000). Como o mecanisno de ação
associado a estas respostas é disparado pela urease, ainda não está totalmente claro. A
indução de apoptose pode resultar como consequência da ligação ao MHCII. A subunidade
β urease também pode se ligar ao CD74 e induzir a produção de IL-8 pelas células
epiteliais gástricas (Beswick et al., 2006). Ambas as respostas são importantes na
patogênese geral observada na infecção pela H. pylori. Diferentes explicações apoiam a
interação da urease com o tecido do hospedeiro, além da atividade catalítica, a urease ativa
macrófago (Gobert et al., 2002a), monócito (Harris et al., 1996), plaqueta, desregula o
complexo de junção das células epiteliais gástricas, induz a produção de citocinas a partir
das células epiteliais gástricas (Harris et al., 1998; Takahashi et al., 1998) através da
ligação ao CD74 (Beswick et al., 2006).
20
1.1.2. A ilha de patogenicidade Cag PAI e o fator de virulência cagA
Devido á heterogeneidade genética presente no genoma da Helicobacter pylori, os
fatores de virulência bacterianos têm um importante papel na determinação do resultado da
infecção. A ilha de patogenicidade cag (cag PAI) é um elemento de inserção de DNA com
40-kb constituído por 27 a 31 genes flaqueado por uma região de repetição direta com 31
pares de bases. Esta ilha contém uma das mais estudadas proteína da H. pylori, a proteína
CagA (Censini et al., 1996; Akopyants et al., 1998; Covacci & Rappuoli, 2000).
A proteína CagA foi inicialmente identificada no inicio de 1990 e sua expressão
foi associada com ulceração péptica (Cover et al., 1990; Crabtreet al., 1991). Devido a
associação com esta manifestação clínica, a ilha cag PAI é um determinante de virulência
muito bem caracterizado da H. pylori e o gene da proteína CagA é frequentemente usado
como indicador da presença desta da ilha.
Aproximadamente 60 a 70% das cepas de H. pylori ocidentais e quase 100% das
do leste asiático expressam CagA (Censini et al., 1996; Tomb et al., 1997; Alm et al.,
1999). Embora todas as cepas induzam gastrite, cepas com a ilha cag PAI aumentam o
risco para gastrite severa, gastrite atrófica e câncer gástrico distal quando comparados a
cepas que não apresentam a ilha (Blaser et al., 1995; Cover et al., 1990; Crabtreet al.,
1991; Crabtreet al., 1993; Kuipers et al., 1995; Parsonnet et al., 1997; Peek et al., 1995;
Queiroz et al., 1998; Rudi et al., 1997; Shimoyama et al., 1998; Torres et al., 1998;
Vorobjova et al., 1998).
O gene cagA sintetiza a proteína CagA que tem 120 a 140 kDa é translocada para
célula do hospedeiro pelo sistema de secreção tipo IV (T4SS), após adesão da bactéria.
Uma vez dentro da célula hospedeira, a CagA é tirosina fosforilada no motivo glutamato-
prolina-isoleucina-tirosina-alanina (EPIYA) e induz mudanças morfológicas na célula,
inicialmente denominada de fenótipo “beija-flor”(Asahi et al., 2000; Odenbreit et al.,
2000; Segal et al., 1999; Stein et al., 2002, Stein et al., 2000).
Até o momento quatro distintos motivos EPIYA (EPIYA-A, B, C e D) foram
identificados na região polimórfica carboxi-terminal da proteína CagA, e eles são
distinguidos por diferenças sequências de aminoácidos envolvendo o motivo EPIYA
(Hatakeyama, 2004; Higashi, et al., 2005; Naito et al., 2006). Quanto ao padrão de
fosforilação, os motivos EPIYA-A e B são fosforilados em menor grau quando
comparados com o EPIYA-C. Os motivos EPIYA-A e B estão presentes em cepas do
21
mundo todo, enquanto o EPIYA-C é encontrada em cepas de regiões ocidentais (Europa,
América do Norte e Austrália). O número de sitios EPIYA-C pode variar, embora a
maioria das proteínas CagA tenha um único motivo EPIYA-C. Em cepas ocidentais, um
aumento do número de CagA EPIYA-C é um importante indicador de risco para o
desenvolvimento de câncer gástrico (Basso, et al., 2008). O motivo EPIYA-D é encontrado
com predominância em cepas do leste asiático, Japão, Coreia do sul e China, e cepas que
contêm este motivo induzem a produção de uma grande quantidade de interleucina-8 (IL-
8) pelas células epiteliais gástricas do que cepas CagA dos tipos A-B-C (Figura 2),
encontradas no ocidente (Hatakeyama, 2004; Argent et al., 2008;).
Figura 2. Diversidade dos sítios de tirosina fosforilação da proteína CagA da Helicobacter
pylori. (Traduzido de Hatakeyama, 2004).
Uma vez fosforilada por membros Ab1 e Src da família das kinases, o complexo
fosfo-CagA interage com numerosos efetores intracelulares, se ligando e ativando uma
tirosina fosfatase eucariótica (SHP-2) (Figura 3), levando a ativação substancial de
proteínas reguladoras de sinal extracelular kinases 1 e 2 (ERK1/2), do adaptador Crk e da
tirosina kinase Src-C (Figura 4). A proteína CagA tipo A-B-C do leste asiático exibe uma
22
forte atividade ligante com SHP-2 do que CagA tipo A-B-C ocidental (Higashi et al.,
2002). A interação da fosfo-CagA com a kinase Src-C ativa rapidamente uma via de
retroalimentação para regular negativamente a sinalização Src (Tsutsumi et al., 2003).
Figura 3. Proteína CagA e os domínios de fosforilação EPIYA. (Adaptado de Peek et al.,
2010)
23
Figura 4. Desregulação de SHP2 pela proteína CagA (traduzido de Hatakeyama, 2004).
Em linhagens de células de adenocarcinoma gástrico (AGS) a translocação e
subsequente fosforilação de CagA resulta no efeito “beija-flor”, um fenótipo associado
com o alongamento da célula (Moeset al., 2004; Segal et al., 1999). Em células AGS, a
interação entre fosfo-CagA e SHP-2 aumenta o tempo de ativação da ERK de uma maneira
independente de ras ou kinase 3 fosfatidilinositol (PI3K), desfosforila e inativa kinase de
adesão focal (FAK) resultando no alongamento da célula (Higashi et al., 2004; Tsutsumi et
al., 2006). A proteína CagA fosforilada induz alongamento porque danifica o mecanismo
de retração celular (Bourzac et al., 2007). Além disso, a atividade catalítica da c-Src é
inibida pela CagA fosforilada, que leva a desfosforilação da tirosina da actina ligante das
proteínas cortactina, ezrina e vinculina levando ao elongamento celular (Moeset al., 2007;
Selbach et al., 2004, Selbach et al., 2003).
24
A proteína CagA não fosforilada também exerce um efeito na célula, que
contribui para a patogênese. A translocação do CagA, mas não sua fosforilação, leva a
ativação aberrante da β-catenina, destruindo o complexo de junção apical e a perda da
polaridade celular (Amieva et al., 2003; Bagnoli et al., 2005; Franco et al.,2005; Murata-
Kamiya et al., 2007; Saadat et al., 2007; Suzuki et al., 2005). Além disso, a CagA não
fosforilada altera a proteína de adesão celular, caderina-E, o receptor do fator de
crescimento de hepatócito (c-Met), fosfolipase gama-C (PLC-γ), o adaptador da proteína
Grb2 e a kinase de particionamento defeituosa 1b, kinase regulatoria microtúbulo 2
(PAR1b/MARK2), que leva a resposta proinflamatória e mitogênica, distruindo a junção
celular com perda da polaridade da célula (Churin et al., 2003; Mimuro et al., 2002;
Murata-Kamiya et al., 2007; Saadat et al., 2007).
A CagA não fosforilada também ja foi associada com a proteína da zona oclusiva
do complexo de junção fechada epitelial (ZO-1) e a molécula A de adesão juncional de
proteína transmenbrana (JAM-A) levando a montagem incompleta do complexo de junção
fechado do sítio ectópico de ligação bacteriana (Amieva et al., 2003). Recentemente, foi
mostrado que CagA está diretamente ligada ao Par1/b/MARK2, um regulador central da
polaridade celular, que uma vez associado inibe a atividade da kinase, assim como
desregula a formação do fuso mitótico, promovendo a perda da polaridade celular (Lu et
al., 2009; Umeda et al., 2009; Saadat et al., 2007).
1.1.3. Toxina VacA
Um lócus da H. pylori associado com risco de doença severas gástrica é o da
toxina VacA (Cover et al., 1992, Cover et al., 1994, Phadnis et al., 1994, Schmit & Haas,
1994). A toxina VacA foi primeiramente identificada com uma proteína citotóxica que
induz vacuolização intracelular de células em cultura (Leunk et al., 1988). Esta proteína é
codificada pelo gene vacA, que codifica uma preprotoxina de aproximadamente 139
kilodaltons , que inclui um peptídio sinal amino-terminal e um domíno carboxi-terminal de
50 kDa, que são clivados na secreção para produzir monômeros maturos da toxina de 87 a
95 KDa (Telford et al., 1994).
25
A proteína VacA suprime a resposta por linfócitos T, que pode contribuir para a
longevidade da infecção gastrica (Gebert et al., 2003; Beevers et al., 2004; Sundrud et al.,
2004)
A proteína VacA é codificado pelo gene vacA que está presente na maioria das
cepas de H pylori, embora diferenças consideráveis na atividade vacuolizante sejam
observadas entre as cepas. Esta variação é atribuída à estrutura do gene vacA, que é
constituído por uma região sinalizadora (s), uma região média (m), e posteriormente uma
região intermediária (i), que está localizada entre as regiões s e m foi descrita (Rhead et al.,
2007).
A região s é estratificada em dois subtipos s1 e s2 e codifica um componente do
peptídeo sinal e a terminação N da proteína madura. A região m codifica parcialmente a
subunidade C-terminal com 55 KDa e é classificada em tipo m1 ou m2 (Figura 5).
Figura 5. Estrutura da proteina VacA da Helicobacter pylori e seus efeitos funcionais.
(traduzido de Polk & Peek, 2010)
Dados da literatura demosntraram que cepas da H. pylori vacAs1m1 têm maior
pontencial de induzir vacuolização quando comparadas com cepas vacAs2m2, (Atherton et
al., 1995; Cover e Blaser, 1992; Rhead et al., 2007, Van Doorn et al., 1999). Não existe
consenso na associação de bactéria vacAs1m1 com a severidade das doenças gástrica, pois
estudos realizados em populações ocidentais, revelaram que o o gene variante VacAs1m1
estava fortemente associado com doenças de úlcera gástrica e duodenal e com câncer
gástrico (Atherton et al., 1995; Atherton et al., 1997; Miehlket al., 2000). Enquanto que
26
outros estudos realizados no leste asiático não demonstraram nenhuma com um resultado
clínico específico.
Outras regiões polimórficas no gene vacA já foram descritas, entre elas uma
região denominada de i, que classificada em dois subtipos i1 e i2; cuja função foi associada
com a atividade vacuolizante, já que cepas vacAs1/i1/m2 são vacuolizante e cepas VacAs1/i2/m2
não induzem vacuolização. Todas as variantes vacAs1m1 são do tipo i1 e as variantes
vacAs2m2 são do tipo i2. As variantes vacAs1m2 podem ser i1 ou i2 (Rhead et al., 2007).
Estudos envolvendo pacientes no Iram demonstrou forte associação entre cepas com região
i1 e o câncer gástrico e no Iraque e Itália esta região i1 foi relacionada ao maior risco de
úlcera gástrica (Rhead et al., 2007; Basso et al., 2008; Douraghi et al., 2009; Hussein et
al., 2008), em relação aos pacientes do leste e sudeste asiático, que apresentam altas taxas
de câncer gástrico, o subtipo i da região i do vacA não foi associado com o risco da doença
(Ogiwara et al., 2008).
Em 2009 foi identificada e denominada de região d, uma deleção de 81 pares de
base entre a região m e a região i; cepas d1 não têm a deleção, enquanto cepas do subtipo
d2 contêm esta deleção (Ogiwara et al., 2009). Um pequeno número de cepas ocidentais
vacA do tipo d1, mas não do leste asiático, foi significativamente associado com infiltração
neutrofílica e atrofia da mucosa gástrica demonstrando que os genótipos da região “d”
constituem um outro locus de risco para câncer gástrico e ulceração péptica (Ogiwara et
al., 2009).
A proteína VacA exerce múltiplos efeitos na estrutura da célula epitelial gástrica
resultando em fenótipo que incluem destruição da função da barreira epitelial gástrica e da
modulação da resposta inflamatória. Outro efeito da proteína VacA é a destruição do
compartimento endossomal posterior, que resulta na formação do vacúolo (Leunk et al.,
1988; Papini et al., 1994), e afeta também a mitocôndria, levando a uma diminuição no
potencial transmembrana mitocondrial, com liberação de citocromo C, além da ativação de
caspase 8 e 9, e indução de apoptose in vitro (Cover e Blaser, 1993; Galmichet al., 2000;
Manentet al., 2008; Peek et al., 1999; Willhitet al., 2003).
Um das várias proteínas em que VacA se liga, nas células epiteliais gástricas, é o
receptor de fosfatase tiroxina Kinase RPTPβ. Este receptor regula a proliferação das
células, diferenciação e adesão, mecanismos estes envolvidos na ulcerogênese (Fujikawa et
al., 2003).
27
1.2. ADESINAS E PROTEÍNAS EXTERNAS DE MEMBRANA (OMPS)
A aderência da H. pylori na mucosa gástrica é muito importante na colonização
inicial e para o longo tempo de persistência no epitélio gástrico humano. A análise de três
genomas completos da H. pylori (cepas 26695, J99 e HPAG1) confirmou a presença de
quatro famílias de proteínas externas de membrana (OMPs), que compreende
aproximadamente 4% do genoma da bactéria. Entre estas famílias os membros do grupo
Hop (proteína externa de membrana de Helicobacter) foram os primeiros a serem
caracterizados. Várias OMPs da família Hop foram descritas como moléculas de adesão
bacteriana, entre elas a molécula ligante de grupo sanguíneo H/Leb (BabA), a molécula
ligante de ácido siálico (SabA), lipoproteína associada a aderência (AlpA e AlpB), proteína
inflamatória externa de membrana (OipA) e HopZ (Yamaoka, 2008) (Figura 6).
A expressão das OMPs foi associada com doenças gastroduodenais e com o risco
aumentado para o desenvolvimento do câncer gástrico (Dossumbekoya et al., 2006).
Figura 6. Proteinas de membrana da Helicobacter pylori (Adaptada de Magalhães & Reis,
2010)
28
1.2.1. Adesina BabA
A adesina ligante de grupo sanguíneo H/Leb (BabA) é uma proteína de 75 K-Da
codificada pelo gene babA, que possui três variantes babA1, babA2 e babB. A forma ativa
do gene é a variante babA2 que tem a capacidade de expressar a proteína BabA (Ilver et
al., 1998).
Estudos independentes usando as cepas 26695, J99 e HPAG1-0876 demonstraram
que cada uma possui um gene babA e um babB (Alm et al., 1999; Oh et al., 2006; Tomb et
al., 1997). A localização genômica dos genes babA e babB são completamente diferentes
nas três cepas (Figura 7). Na cepa J99, babA (JHP0833) está localizado depois do gene
hypD (JHP0835) sobreposto a um gene especifico (JHP0833) da cepa J99, e babB
(JHP1164) está localizado após o gene s18 (JHP1165). Na cepa 26695, as localizações de
babA e babB são reversas. A localização cromossômica posteriores aos genes hypD e s18
são referidas como locus A e B, respectivamente. Na cepa HPAG1, um gene OMP
posicionado na região dos locus A e B das cepas 26695 e J99, foi denominado de babC,
mas a função ainda não é desconhecida (Tomb et al., 1997 Alm et al., 2000; Colcbeck et
al., 2006).
Figura 7. Localização genômica dos genes babA, babB, e babC em linhagens J99, 26695, e
HPAG1 (Yamaoka, 2008).
29
O gene bab foi incialmente clonado da cepa CCUG17875 que têm dois genes
babA e um gene babB Experimento de inativação gênica demosntrou que apenas um gene
(chamado de babA2) tem atividade ligante Leb, enquanto que o outro gene babA1 não tem
(Ilver et al., 1998).
1.2.1.1. Regulação do gene babA
Existem diferentes mecanismos de regulação da expressão babA, tanto ao nível da
transcrição quanto da tradução. Um exemplo de regulação da tradução é a formação de
proteínas quiméricas BabA e BabB, que foi descrito por Pride e Blaser (2002), estes
autores descreveram que dois de 42 (5%) isolados clínicos tivereram os primeiros 56 pares
de base do gene babB substituídos pelos dos babA (quimera babA/B) na extermidade 5'
gene. Além disso, estes autores mostraram que a frequência de conversões gênicas (10-3
)
ocorridas em cepas de H. pylori são eventos recA-dependente e DNase-resistentes,
indicando que o gene quimérico babA/B provavelmente resulta de recombinação
intragenômica. Proteínas quimeras BabA/B também foram descritas na infecção
experimental por H. pylori em Macacos Rhesus (Solnick et al., 2004).
Além das quimeras BabA/B, proteínas do tipo BabB/A também já foram
descritas. Uma cepa mutante babA2 (CCUG17875), incapaz de se ligar ao antígeno Leb,
recuperou a sua atividade por recombinação homóloga do gene silencioso babA1 com o
locus babB, resultando em uma quimera babB/A (Backstrom et al., 2004).
A análises detalhadas do gene quimérico babB/babA mostrou que os primeiros 47
pares de base eram babB específico, os seguintes 66 pb foram partilhados entre ambos
babA e babB, e a sequência restante eram babA específica. Um segundo evento de
recombinação, provavelmente ocorre dentro de uma região onde as sequências do babA1 e
o locus babB são idênticos. A proteína quimérica BabB/A tem o potencial de se ligar ao
antígeno Leb, no entanto, a produção desta proteína está sujeita a variação de fase da
bactéria, que é gerada através do pareamento desigual, resultante do número de repetição
de resíduos de cisteína-treonina na região 5' do gene babB (Yamaoka, 2008).
Inicialmente, foi descrito que apenas cinco genes, que codificam as OMPs na H.
pylori (oipA, Saba, sabB, babB e hopZ), estão submetidos a variações de fase na
extremidade 5' do gene, de tal modo que nem todas as cepas produzem proteínas
30
funcionais (Tomb et al., 1997; Alm et al., 1999;). Mas, estudos posteriores confirmaram
que a variação de fase é um método de regular a produção da proteína BabA em algumas
cepas (Solnick et al., 2004, Colbeck et al., 2006; Hennig et al., 2006).
Análises detalhadas do gene babA com repetições de TC mostraram que o
peptídeo sinal está intimamente relacionado com aqueles das proteínas parálogas de babB,
as seqüências “downstream” foram seqüências típicas de babA (Hennig et al., 2006).
Assim, o gene babA, com repetição CT, pode ser resultado da translocação de babA para
babB, gerando um gene quimérico babB/babA. Um dado observado era que o gene babC
na cepa HPAG1possuía repetição CT no segmento codificador na posião 5', enquanto que
o gene babC da cepa 26695 não apresentava, sugerindo que quimeras babB/C também
pode ocorrer em algumas cepas. Estes foram casos de cepas mistas entre os genes babA e
babB, especialmente no locus B (Colbeck et al., 2006). A freqüência de babA translocado
para o locus babB foi entre 10-3
e 10-4
, que está de acordo com a freqüência em cepas
CCUG17875 (Backstrom et al., 2004).
A investigação detalhada de 10 cepas mostrou que um evento de recombinação foi
identificado a partir de aproximadamente 50 a 200 pb posterior ao códon ATG em cinco
cepas (todas as recombinações ocorraram no locus B) e antes do códon ATG nas outras
cinco cepas. No primeiro caso, o gene resultante forma o babB/A, enquanto a
recombinação completa ocorreu no último caso. Eventos de translocação, em geral é
freqüente entre os genes babA e babB e parece ser o principal mecanismo de regulação da
expressão babA. Portanto, H. pylori utiliza tanto a variação antigênica e a variação de fase
para regular expressão de babA (Colbeck et al., 2006).
1.2.1.2. Mutação genômica na região codificadora do gene babA
O gene babA inicialmente foi clonado de cepas CCUG17875, que contém um
gene silencioso babA1 e um alelo ativo com babA2 (Ilver et al., 1998). A sequencia desses
dois genes diferem unicamente em uma deleção de 10 pares de bases na sequencia
peptídica sinal do gene babA1 que resulta na perda do códon de iniciação da tradução.
Fujimoto et al., (2007) mostraram que pelo menos 80 cepas do leste e oeste asiático tinham
o códon de iniciação ATG intacto no gene baba, enquanto outros estudos detectaram a
ausência da deleção no gene babA1 (Pridet al., 2001; Pride & Blaser 2002; Sheu et al.,
2003; Colbeck et al., 2006; Hennig et al., 2006). De um modo geral a deleção do códon de
31
iniciação da tradução do gene babA1, descrito na cepa CCUG17875, pode ser um evento
raro. A mutação de ponto pode resultar em um códon de parada, deleção e inserção em
outras regiões do gene babA, mas também não são comuns. Hennig et al., (2006)
encontraram 1 cepa no total de 24 babA positivas, que apresentava uma mutação (na
posição do aminoácido 55), que gerava deslocamento de leitura co inibinção da expressão
da proteína BabA.
1.2.1.3. Regulação da transcrição do gene babA.
Segundo Backstrom et al., (2004) a atividade transcricional do gene babA é
regulada pelo número do nucleotídeo adenina (poli A), presentes nos box -10 e -35 na
região promotora do gene babA. Esta região é estável quando existem 10 adeninas,
conferido atividade trancricional do gene babA2, mas se o número adenina se eleva para
14, a atividade transcricional do gene é perdida, uma caracteristica presentes no gene
babA1.
Backstrom et al., (2004) também sugeriram que a região mencionada acima pode
ser propensa à mutações, pois geram deslocamento no quadro de leitura, o que poderia
levar a mudanças nos níveis trasnscricionais do gene. Apesar disso, outros estudos não
confirmaram que este mecanismo tenha um papel importante na regulação da expressão do
gene babA.
Existem pelo menos cinco tipos de mecanismos distintos para cepas de H. pylori
não expressarem o gene babA: a) ausência de gene babA, incluíndo o quimera babA/B; b) o
gene babA está presente, mas está inativo pelo deslocamento no quadro de leitura; c) o
gene está presente sem o código de iniciação da tradução; d) o gene está presente mas com
mutação sem sentido inviabilizando a tradução; e) o gene está presente mas sem mutação
aparente e também sem explicação para a ausência de expressão (Yamaoka 2008).
1.2.1.4. Função da proteína BabA
A proteína BabA se liga ao antígeno difucosilado Leb presente na superfície das
células epiteliais gástricas (Borén et al., 1993; Gerhard et al., 1999; Ilver et al., 1998). Um
32
estudo experimental com ratos transgênicos, que expressam Leb nas células epiteliais
gástricas, indicou que o antígeno Leb é um receptor da bactérial, pois após a infecção
experimental, uma gastrite mais severa foi observada nestes ratos quando comparados com
os tipos selvagens, sugerindo que a colonização mediada pelo Leb pode aumentar o
potencial patogênico da H. pylori (Guruget al., 1998).
A análise de ligantes específicos de cepas de H. pylori sugere que a adesina BabA
está envolvida na modificação do padrão de glicosilação da mucosa gástrica para permitir
que H. pylori se adapte e mantenha a persistência de colonização no seu hospedeiro
(Aspholm-Hurtig et al., 2004; Pohl et al., 2009).
A presença do gene babA2 foi associado com doença gástricas e quando
encontrado com em conjunto com cagA e variante VacAm1s1 aumenta o risco doenças mais
severa como carcinoma e úlcera (Gerhard et al., 1999).
A análise do babA2 como marcador de virulência tem produzido dados
conflitantes em relação a sua expressão e os resultados clínicos, mostrando que a
importância do babA2 nas doenças gástricas dependente da origem geográfica das cepas de
H. pylori. Em populações portuguesas, babA2 não é um biomarcador de doença de úlcera
péptica ou câncer gástrico (Chomvarin et al., 2008; Gatti et al., 2006). Contudo cepas
isoladas na Alemanha, Turkia e ou norte de Portugal a expressão de babA2 está associada
com severidade das doenças gástricas (Azevedo et al., 2008; Erzin et al., 2008, Gerhard et
al., 1999)
1.2.2. Proteína ligante de ácido siálico (SabA)
A adesina ligante de ácido siálico (SabA) é uma proteína de 70 KDa com 651
aminoácidos, que se liga à estrutura carboidrática LewisX sializado expressas nas células
epiteliais gástricas da mucosa inflamada (Madavi et al., 2002). Esta proteína é codificada
por um gene que apresenta uma diversidade genética entre as cepas de H. pylori (Shao et
al., 2010). Shao et al., (2010) demonstraram uma variação genética entre cepas isoladas de
amostras clínicas, atingindo 5 a 11,5% na fita nucleotídica e de 5,1% a 13,5% na sequência
de aminoácido. A análise filogenética, a partir da sequência do gene sabA, demonstrou que
as cepas de H. pylori se agrupam de acordo com sua origem geográfica, assim foi
evidenciado um agrupamento com todos os isolados do Japão e outro com cepas de países
ocidentais (Shao et al; 2010).
33
A expressão do gene sabA está associada com o risco aumentado de câncer
gástrico, mas com risco diminuído para úlcera duodenal (Yamaoka et al., 2006). Além
disto, o gene sabA é regulado pela variação de fase, porque a expressão da proteína SabA
pode ser rapidamente modulada “ON/OFF” para se adaptar às mudanças no nincho
gástrico (Yamaoka et al., 2006).
Yanai et al., (2007) relataram uma alta prevalência de sabA funcional (81%) em
108 isolados de H. pylori, a partir de amostras clínicas de pacientes japoneses. Eles
demonstraram, ainda, uma estreita relação entre o estado do gene sabA e gastrite atrófica,
mas o mecanimo de controle da regulação da expressão do gene sabA ainda é pouco
conhecido.
Um estudo realizado em Taiwan baseado em análise de blotting de 145 isolados
clinicos de H. pylori de pacientes do ocidente detectou que apenas 31% das cepas
expressam a proteína SabA (Sheu et al., 2006). Sheu et al., 2006 sugerem que a regulação
da expressão do gene sabA está submetida a variação de fase da bactéria.
Estudos mostraram que a variação de fase é um método de regulação da expressão
da proteína SabA em algumas cepas (Colbeck et al., 2006; Hennig et al., 2006; Solnick et
al., 2004). A funcionalidade é regulada por um mecanismo de pareamento desigual que é
mediada pelo número de timina-citosina na posição 5 'do gene.
As seqüências do genoma das cepas de H. pylori J99 mostram que o gene sabA
tem nove repetições de timina-citosina fora do quadro de leitura (Mahdavi et al., 2002).
Mahdavi et al. (2002) usaram a cepa J99 como ligante de sLex para identificar expressão
da proteína sabA, embora os isolados possuíssem 10 repetições CT, a proteína SabA ainda
sim era funcional (Mahdavi et al., 2002).
Yamaoka et al., (2002) em estudo experimental, usando o murino como modelo
experimental de infecção para H. pylori, observaram que tanto o gene sabA quanto o sabB
mudam seu estado funcional (de "on" para "off"). Durante o período de experimentação,
quatro semanas após a inoculação, foi verificado que o estado funcional do gene sabA
presente nas cepas JK101, inoculadas e posteriormente isoladas de um dos camundongos
infectados, foi modificado (duas de nove colônias alteraram sabB de "on" para "off" e uma
das nove colônias alterou de sabA de "on” para" off "). Os dados deste estudo revelaram
que, a densidade bacteriana em ratos infectados com H. pylori, que alteraram o perfil para
"off" foi reduzido em comparação com as de camundongos que não demonstram nenhuma
mudança no perfil. Assim, este estudo verificou o estado funcional do gene sabA pode
34
responder rapidamente às mudanças das condições no estômago ou em diferentes regiões
do estômago (Yamaoka et al., 2006).
A análise da repetição TC do gene sabA em cepas isoladas de pacientes de Taiwan
(Sheu et al., 2006), revelou que dentre 145 cepas de H. pylori isoladas, 116 (80%)
apresentavam o gene sabA por PCR, mas apenas 45 (31%) expressaram a proteína SabA,
quando detectada por técnica de IMUNOBLOT. Também foi observado neste estudo, que
o sequencimento dos produtos de PCR sabA positivos, a partir de 92 isolados,
identificaram que 60% (n = 55) tinham a sequencia de repetição CT, ao passo que os
outros 40% (n = 37) tinham repetição de TC diferentes (isto é, CTTTCTCTATCC) na
região 5' do gene sabA. Entre aquelas com um intervalo regular de repetição CT, 18 cepas
tiveram uma seqüência de quadros traduzível (subtipo "on"), mas apenas 13 destes tiveram
a tradução do fragmento completo da proteína.
1.2.3. Proteína inflamatória externa (oipA)
A proteína oipA é outra adesina externa de membrana da H. pylori, que foi
associada significativamente com a presença de úlcera duodenal, câncer gástrico e aumento
da infiltração neutrofílica (Franco et al., 2008, Yamaoka et al., 2006).
A expressão de oipA foi relacionada com o aumento de produção de IL-8
(Yamaoka et al., 2004). Um estudo usando o Moglian gerbilis infectado com cepas de
Helicobacter pylori tipo selvagem e uma cepa isogênica mutante para oipA demonstrou
que oipA induz a produção das citocinas IL-1, IL17 e Fator de Necrose Tumoral alfa
(TNF-α) e conseqüentemente inflamação da mucosa gástrica. A proteína oipA está também
envolvida na regulação positiva da metaloproteínase matrix I, MMP associado com o
câncer gástrico (Wu et al., 2006), na indução da kinase glicose sintetase 3 (GSK-3β)
(Tabassam et al., 2009) e na translocação da β-catenina para o núcleo. O acúmulo de β-
catenina resulta na formação de heterodímero com o fator transcricional LEF/TCF e na
ativação transcricional de genes que podem influenciar na carcinogênese (Franco et al.,
2008).
35
1.2.4. Lipoproteína associada a aderência (AlpA e AlpB)
Lipoproteína associada a aderência (AlpA e AlpB) são proteínas da membrana
externa da Helicobacter pylori envolvidas na adesão às células epiteliais gástricas.
Constituem dois genes homólogos ligados, que codificam uma proteína de 518
aminoácidos cada um. A AlpA carreia uma seqüência sinal para uma lipoproteína
funcional. Já AlpB apresenta uma sequência sinal do tipo padrão N-terminal e mostra uma
grande homologia da sequência de amino-ácido com AlpA. Ambos os genes são
organizados em um operon, mas nenhuma sequência promotora consensual, no síto inicial
da transcrição, foi descrita até o momento para estes genes. A porção C-terminal de ambas
as proteínas formam uma proteína externa da membrana do tipo tubo-beta porina,
consistindo de 14 lâminas-beta transmembrana anfipática (Odenbreit et al., 1999).
Odenbreit et al., (2002) observaram, através de estudos in vitro, que o operon Alp
(que consiste em AlpA e AlpB) está envolvido na adesão da Helicobacter pylori à células
epiteliais gástricas, eles demonstram que o OMPs Alp contribui significativamente para o
sucesso da infecção pela H. pylori em cobaias.
A diminuição acentuada na eficiência de colonização através de AlpA e mutantes
AlpB foi atribuída a uma deficiência dos mutantes em se aderir às células epiteliais
gástricas in vivo (Jonge et al., 2004). Como consequência da inativação da codificação dos
genes destas duas proteínas de membrana externa, a H. pylori pode provavelmente ser
removida com facilidade do estômago, portanto não sendo capaz de persistir na superfície
epitelial e causar inflamação da mucosa gástrica.
A transcrição do gene alpA in vivo em tecido gástrico humano, bem como em
tecido gástrico de murino, está presente nos primeiros 3 meses de infecção (Rokbi et al.,
2001). A transcrição de alpA é dez vezes superior 1 h pós-infecção quando comparda a
transcrição da urease e do 16S rRNA, indicando que essas proteínas desempenham um
papel ativo no estabelecimento e manutenção inicial da colonização gástrica (Rokbi et al.,
2001.).
36
1.3. RESPOSTA IMUNOLÓGICA À Helicobacter pylori
A Helicobacter pylori induz tanto a resposta imunológica humoral quanto a
celular. Uma resposta por anticorpo produzido no local e ao nível sistêmico tem sido
demonstrada e incluem isotipos IgA, IgM e IgG (Crabtre et al., 1991, Rathbon et al., 1986;
Wyatt et al., 1986). Estudos iniciais com modelos de ratos demonstraram que a imunização
com antígenos da bactéria H. pylori podem induzir uma resposta protetora (Marchetti et
al., 1995).
Embora proteínas da H. pylori tenham sido demonstradas na lâmina própria do
estômago (Mai et al., 1992), H. pylori é geralmente considerada como um patógeno não
invasivo, se localizando primeiramente na lâmina do muco extracelular. Contudo, tem sido
demonstrado a habilidade da H. pylori invadir as células epiteliais gástricas tanto in vitro
(Amieva et al., 2002) quanto in vivo usando estômago humano e de macaco (Semino-Mora
et al., 2003), assim como em ratos com gastrite atrófica (Oh et al., 2005).
Já foi demosntrado a ligação da H. pylori em eritrócito de microvasos da lâmina
própria (Aspholm et al., 2006). A técnica de imagem de microscopia eletrônica de
transmissão e a detecção de imunoouro foram usadas para demonstrar que células de H.
pylori estão em contato direto com células imunológicas da lâmina própria na maioria de
pacientes com gastrites e câncer gástrico (Moes et al., 2007).
1.3.1. Macrófagos sinalizadores de linfócitos T na infecção pela H. pylori
Macrófagos são essenciais na resposta imune inata contra a H. pylori e para a
sinalização das células epiteliais gástricas, que estão em contato direto com a bactéria na
superfície da mucosa. Os macrófagos e monócitos são importantes coordenadores da
resposta imunológica desencadeada ao patógeno, e no caso da H. pylori, eles são prováveis
ativadores, junto com células dendríticas (DCs), da imunidade adaptativa pela produção de
fatores, como a IL-12, que estimula células Th1, resultando na produção de citocinas como
IFN-γ (Haerbelet al., 1997, Meyer et al., 2003, Meyer et al., 2000).
A proteína ativadora de neutrófilo (NAP) do Helicobacter pylori contribui para a
polarização da resposta Th1 estimulando a secreção e ambas as citocinas IL-12 IL-23 de
neutrófilos e monócitos (Amedei et al., 2006). A produção de IL-12 na mucosa gástrica
37
está ligada ao desenvolvimento de úlcera péptica na infecção por cepas de H. pylori cagA-
positivo, mas provavelmente devido a estimulação da resposta Th1 (Hida et al., 1999).
Macrófagos também estão envolvidos na amplificação da resposta inflamatória pela
produção das citocinas como IL-1, TNF-α e IL-6 (Gobertet al., 2003, Harris et al., 1998
Mai et al., 1991). A ativação de IL-6 está associada com ativação de TLR4, MAP kinase e
com eventos de sinalização NF-κβ (Pathak et al., 2006).
1.3.2. Macrófago como célula efetora na infecção pela H. pylori
Os macrófagos constituem uma linha de defesa potente contra H. pylori embora
sua própria função efetora falhe no hospedeiro. Um padrão semelhante é a produção de
óxido nítrico (NO) derivado da enzima induzível oxido nítrico sintase (Nois), que é
regulada positivamente pela Helicobacter pylori em macrófagos in vitro (Bussieret al.,
2005; Gobert et al., 2001, Gobert et al., 2002, Wilson et al., 1996) e in vivo (Fu et al.,
1999, Mannick et al., 1996).
A enzima arginase da H. pylori, codificada pelo gene rocF, pode competir
suficientemente com macrófagos pelo substrato da NOSi (L-arginina), prejudicando a
produção de NO no hospedeiro, levando ao aumento da sobrevivência da bactéria por este
mecanismo (Gobert et al., 2001).
A resposta inflamatória do hospedeiro é aumentada pela ativação de macrófago,
mas a apoptose de macrófago pode ter consequências profundamente deletérias. A
liberação de citocinas de células apoptóticas pode ser importante, como originalmente
estabelecido na infecção por Shigella (Zychlinsky et al., 1994). E células apoptóticas
estimulam a infiltração neutrofílica para fagocitar restos celulares, levando a
potencialização da inflamação e aumento do estrese oxidativo pela liberação de oxiradical
pela ativação de neutrófilos. Também é importante o efeito em cascata que diminui a
defesa do hospedeiro com a depleção dessas células efetoras.
38
1.3.3. Células dendrítica
As células dendríticas penetram na monolâmina epitelial gástrica in vitro e na
barreira epitelial gastrointestinal in vivo e se ligam diretamente na H. pylori (Chieppa et
al., 2006, Niess et al., 2005, Rescigno et al., 2001).
A destruição do complexo apical juncional epitelial pela H. pylori (Amieva et al.,
2003; Fedwick et al., 2005) pode facilitar a interação luminal e subepitelial das células
dendríticas com a H. pylori. Após a ativação dos receptores do tipo Toll (TLR), as células
dendríticas, em geral ativam células T por diferentes vias, sendo capaz de induzir qualquer
um dos subtipos celulares Th1 ou Th2/ e célula T regulatória (Treg), que produz IL-10 ou
IL-10 (Banchereau et al., 2000).
Proteínas de membrana de H. pylori como Omp18 e HpaA têm sido descritas
como capazes de induzir a maturação da apresentação de antígenos de células dendríticas
(Voland et al., 2003). A ativação e maturação de células dendríticas derivadas de
monócitos do sangue humano ocorrem independentemente da presença da ilha cagPAI e de
genótipos vacA, e a ativação da produção de citocinas não requerem bactéria vivas
(Kranzer et al., 2005).
As células dendríticas podem fagocitar a H. pylori através da ligação de estruturas
carboidráticas glicoconjugadas da bactéria com molélulas do tipo monointegrina ICAM-
3grab-bing (DC-SIGN/CD209) e ativar receptores intracelulares (Hafsi et al., 2004,
Kranzer et al., 2005).
A identificação da DC-SIGN como novo receptor da Helicobacter pylori pode ser
importante para a compreensão da mudança da resposta por célula T em favor da infecção
persistente (Appelmelk et al., 2003). Especificamente, a expressão dos antígenos Lewis Y
e Lewis X pelo LPS da Helicobacter pylori que pode bloquear a resposta Th1 pela ligação
ao DC-SIGN na célula dendrítrica, representando uma forma de imunossupressão da
resposta Th1 (Appelmelk et al., 2003).
1.3.4. Evasão da fagocitose pelos macrófagos
Outro fator que pode contribuir para falha da resposta imune inata em eliminar a
H. pylori é que a bactéria pode se evadir da fagocitose pelos macrófagos (Allen et al.,
39
2000; Zhang e Jones, 2003). A H. pylori pode ser internalizada pelos macrófagos dentro do
fagossomo, este fagossoma se funde formando o megassomo contendo um grande número
de bactéria viva. Além disso, cepas de H. pylori que contém a ilha de patogenicidade
cagPAI e produzem a proteína VacA funcional, evitam a fusão do fagossomo como os
lisossomos evitando a morte bacteriana. A destruição da maturação do fagossomo é
perdida quando as células são expostas a uma cepa isogênica mutante para vacA (Zheng e
Jones, 2003).
1.3.5. Resposta imunológica mediada por linfócitos T
Os primeiros estudos estabeleceram os conceitos que os linfócitos gástricos de
pacientes infectados por H. pylori têm maior número de linfócitos T produtores de IFN-γ,
consistente com uma resposta de citocinas do tipo Th1 (Bamford et al., 1998; Karttunen et
al., 1995), e que clones de linfócitos T H. pylori específicos, derivado de mucosa gástrica,
exibem um perfil de resposta do tipo Th1 em pacientes com doença de úlcera péptica
(D’Elios et al., 2007). Os linfócitos T da mucosa gátrica na infecção pela H. pylori
produzem níveis elevados das citocinas do tipo Th1 (IFN-γ e IL-2) e baixos níveis de
citocinas Th2 (IL-4 e IL-5) (Bamford et al., 1998; Karttunen et al., 1995). A produção de
IL-12 a partir de monócitos, macrófagos, ou DCs é importante na indução de respostas de
linfócitos Th1 (Guiney et al., 2003; Haeberlet al., 1997, Hafsi et al., 2004; Kranzer et al.,
2005; Meyer et al., 2003, Meyer et al., 2000), bem como o papel das células epiteliais
gástricas como células apresentadoras de antígenos na activação de células Th CD4+
também tem sido demonstrada (Yet al., 1997).
A IL-17 tem sido associada como uma quimiocina mediadora de infiltração de
neutrófilos (Fossiez et al., 1996), e os níveis de IL-17 são aumentados em humanos
infectados (Luzza et al., 2000). Imunização de ratos com lisado de H. pylori aumenta a
expressão de IL-17 na mucosa gástrica e nos linfócitos T CD4+, isoladas a partir de baços e
cocultivada com macrófagos ou células dendrítica estimuladas com fragmentos de H.
pylori; estes resultados foram associados com a inflamação gástrica aumentada e
colonização diminuída (DeLyria et al., 2009). Estes dados sugerem que uma resposta IL-
17/Th17 defeituosa contribui para persistência crônica da bactéria. Outro mecanismo da
disfunção imune foi demonstrada por estudos prévios em que a proteína VacA pode exercer
40
efeitos imunossupressores de linfócito T, por ligação à subunidade do receptor de integrina
β2 (CD18) e utilizando receptores de integrina para causar vacuolização celular (Sewald et
al., 2008).
Investigações adicionais indicam que linfócitos T reguladores (Tregs) atuam na
patogênese da infecção por H. pylori. Linfócitos T de memória circulantes de humanos
infectados pela H. pylori têm menor proliferação e produção de IFN-γ em resposta a
células dendrítica estimuladas com fragmentos de H. pylori do que os linfócitos T virgem
de doadores, este defeito pode ser anulado por depleção de linfócitos T reguladores
CD4+/CD25
high, indicando que linfócitos T reguladores H. pylori específicos suprimem
respostas de linfócitos T de memória e contribuem para a persistência da infecção
(Lundgren et al., 2003).
Ativação de linfócitos T por antígenos específicos envolve a expressão de
moléculas co-estimulatórias, e CTLA-4 inibe este processo. No caso da infecção pela H.
pylori, a inativação funcional de linfócitos T CD4+ recrutadas para a mucosa gástrica pode
estar relacionada com expressão de CTLA-4 na superfície dos linfócitos T e prevenção de
co-estimulação quando APCs envolvem receptores de linfócitos T (Anderson et al., 2006).
O bloqueio do CTLA-4 resulta no aumento da ativação de células T in vitro e em
diminuição da colonização da H. pylori em camundongos, sugerindo que há uma indução
de anergia dos linfócitos T CD4+ gástricas (Anderson et al., 2006). A H. pylori pode inibir
a proliferação de linfócitos (Gebert et al., 2003; Meyer et al., 2000), um efeito atribuído a
uma regulação negativa da proteína VacA da H. pylori sobre a ativação e a translocação
nuclear do fator de transcrição nuclear das linfócitos T ativadas (NFAT) (Boncristiano et
al., 2003, Gebert et al., 2003). VacA também ativa a sinalização MAP quinase que resulta
em ativação do Rac GTPase, levando à ruptura do citoesqueleto (Boncristiano et al., 2003).
De um modo geral, existem inúmeros recursos da função de linfócitos T que são
alterados de forma deletéria na infecção pela H. pylori. Mas, a compreensão do papel das
linfócitos Th17 e Tregs pode levar a novas estratégias terapêuticas para reduzir a
inflamação crônica e o risco de câncer.
41
1.3.6. Os linfócitos B
Existem muitos dados indicando que os linfócitos B também contribuem para a
patogênese da H. pylori. Em camundongos deficientes de linfócitos B (μMT) infectados
com H. pylori, uma redução de 2 log na colonização do H. pylori foi associada com a
inflamação gástrica e aumentada e infiltração de linfócitos T CD4+ (Akhiani et al., 2004).
Enquanto que as respostas por IgG e IgA presentes no soro e na mucosa gástrica,
respectivamente, contra a H. pylori podem estar envolvidos na imunidade protetora
(Akhiani et al., 2005).
Estudos sugerem que as respostas dos linfócitos B mediadas por anticorpos
podem ser contraproducente. O foco principal de investigação tem sido relacionado com o
desenvolvimento de linfoma de MALT gástrico, que surge a partir de linfócitos B ativados.
Esplenócitos de rato sem tratamentos prévios expostos a H. pylori são protegidos contra a
apoptose espontânea e exibem proliferação em resposta a pequena, mas não elevadas,
multiplicidades de infecção, e as células que respondem são derivadas de populações de
linfócitos B (Bussieret al., 2006). Além disso, a infecção crônica por H. pylori protege as
linfócitos B esplênicos da apoptose, indicando uma ativação de linfócitos B com fenótipo
de sobrevivência que pode ter implicações para linfoma MALT (Bussieret al., 2006).
Além de produzir anticorpos antigênos-específicos, também tem sido mostrado
que os linfócitos B produzem anticorpos auto-reativos que podem ser patogênico
(Yamanishi et al., 2006).
1.4. ASSOCIAÇÃO DA INFECÇÃO POR H. pylori E AS DOENÇAS GÁSTRICAS
A infecção pela Helicobacter pylori afeta cerca de 40% a 50% da população
mundial, sua redescoberta em 1983 foi de grande importância para o estudo da
etiopatogenia de algumas doenças, principalmente do aparelho digestivo. Este patógeno é o
principal agente etiológico da grande maioria das gastrites, úlceras gástricas e duodenais,
câncer gástrico e linfoma de MALT (Figura 9) (Parsonnet, 1995; Eck et al., 1997, Kuipers,
1999) e atualmente muitas doenças não gástricas estão relacionadas a esta infecção (Park et
al., 2011; Suzuki et al., 2011).
42
Figura 8. Espectro de doenças gástricas associadas com a infecção pela Helicobacter
pylori. (Traduzido Sachs & Scott, 2012).
Nos últimos anos, tornou-se cada vez mais claro que a Helicobacter pylori na
população humana é muito diversa, e esta diversidade é extremamente importante para o
resultado clínico da infecção. A heterogeneidade da H. pylori pode ser analisada em dois
níveis diferentes: em primeiro lugar, a variação genotípica entre as cepas, e em segundo
lugar, as variações dentro das populações (Blaser, 2012).
Embora, a maioria das pessoas seja infectada, somente 20% evolui para uma
doença gastroduodenal mais grave (Suerbaum e Michetti, 2002, Oliveira, 2003), isto se
deve as interações dos múltiplos fatores relacionados, entre eles: o perfil genético do
hospedeiro; o padrão de cepas virulentas presentes no estômago; fatores ambientais
relativos ao estilo de vida do indivíduo, como o tipo de dieta, com consumo excessivo de
alimentos salgados, defumados, condimentados e apimentados, mas com baixo teor de
fibras e nutrientes antioxidantes; a ingestão frequente de álcool e o hábito de fumar, todos
43
estes fatores podem levar a quebra do equilíbrio da mucosa gástrica e causar inflamação
gástrica exacerbada resultando em dano tecidual e, consequentemente, doenças gástricas
severas (Blaser, 1990; Dunn et al, 1997; Ladeira et al, 2004; Suerbaun & Michetti, 2002).
É consenso que a Helicobacter pylori ao colonizar o epitélio gástrico induz uma
resposta inflamatória na mucosa subjacente (Vaira et al., 2002). Na fase aguda da infecção
é possível observar um infiltrado de leucócitos com predomínio de neutrófilos na mucosa
gástrica, cuja presença denota atividades do processo inflamatório, que pode ser de leve a
grave intensidade, e que poderá evoluir para inflamação crônica, estas evidências foram
observadas em várias investigações (Ermst et al.;1997, Aguiar et al.; 2002 ; Martins et al.;
2006). A melhor evidência de que a infecção por esta bactéria está associada ao
desenvolvimento da gastrite crônica foi demonstrada por Marshall et al., (1984) através
experimento de autoinfecção.
A distribuição do quadro inflamatório no estômago está diretamente associado ao
desenvolvimento das diferentes patologias gástricas, pois a inflamação altera a função de
diversas células gástricas, tal como células D, células G e parietais com conseqüente
modificação na secreção do ácido gástrico (Suerbaun & Michetti, 2002). Neste aspecto, a
infecção pela H. pylori estimula as células G a produzirem gastrina elevando a produção de
ácido clorídrico. Uma maior quantidade de suco gástrico no estômago permite que este
ultrapasse o piloro e alcance o duodeno, causando agressão ao tecido intestinal e
modificação das células intestinais para metaplasia do tipo gástrico, permitindo a
colonização do duodeno pela H. pylori. Ambos, o grande fluxo de ácido para o duodeno e
a colonização deste tecido pelo H. pylori, levam ao desenvolvimento da úlcera duodenal
(Suerbaun & Michetti, 2002).
A associação entre a infecção pela H. pylori com o desenvolvimento da úlcera
péptica já está bem estabelecida (Gisbert et al., 2000). A bactéria está presente em 90% a
100% dos pacientes com úlcera duodenal e em 70% a 90% dos com úlcera gástrica
(Gisbert et al., 2000; Marshall, 1994; Martins et al., 2002).
No Estado do Pará, Martins et al., (2005) detectaram que 26,7% e 25,4% de
pacientes com úlcera gástrica e duodenal, respectivamente, estavam infectados com H.
pylori, sendo que entre os pacientes com úlcera gástrica 92% tinham a cepas de maior
virulência (s1/m1/CagA+), enquando que pacientes com úlcera duodenal, 86% também
estavam infectados pelo mesmo perfil de cepa da H. pylori.
44
Por outro lado, a colonização da H. pylori na região do corpo gástrico induz a
gastrite que resulta na diminuição da produção de ácido clorídrico, devido à inibição das
células enterocromafínicas, produtoras de histamina e das células parientais, levando à
gastrite atrófica.
Vários estudos demonstraram que pacientes com gastrite crônica atrófica estavam
infectados por H. pylori (Ozasa et al., 1999, Carter et al., 1999; Klinkenberg-Knol et al.,
2000; Lundell et al., 2006).
Gastrite crônica atrófica é uma condição inflamatória caracterizada pela perda das
estruturas glandulares gástricas, que são substituídas por tecido conjuntivo (atrofia não-
metaplásica) ou por estruturas glandulares inadequadas para a localização (atrofia
metaplásica) (Rugget al., 2002). A gastrite crônica atrófica está associada a dois diferentes
tipos de tumores: tumor gástrico do tipo intestinal e o tipo difuso (Vannella et al., 2012).
Nesta dinâmica da evolução das doenças gástricas a infecção pela H. pylori pode
estimular a carcinogênese gástrica, cujos mecanismos patogênicos não estão plenamente
esclarecidos. Mas, admite-se que um processo de múltiplos passos esteja envolvido, que se
iniciam a partir da infecção pela Helicobacter pylori, que induz inflamação crônica da
mucosa gástrica podendo evoluir para diferentes espectros clínicos como a gastrite crônica
atrófica, metaplasia intestinal, displasia e, finalmente, o carcinoma gástrico (Correa, 2012).
Essa bactéria altera as condições físicas e químicas do muco gástrico, o que pode
tornar a mucosa do estômago menos resistente aos carcinógenos ambientais e dietéticos. A
infecção também diminui a secreção gástrica de ácido ascórbico, cujos níveis reduzidos
favorecem a formação de compostos N-nitroso que são carcinogênicos (Vermeer, 2002).
A presença de cepas triplo positivas (vacAs1i1mi1/cagA+/babA2) têm mostrado uma
correlação positiva com câncer gástrico (Mizusima et al., 2001; Zambon et al., 2003;
Rhead et al., 2007; Wen & Moss, 2009; Douraghi, et al., 2009).
Levantamentos epidemiológicos mostram que existe uma correlação entre países
com alta prevalência da infecção pela H. pylori, como na Bolívia, Peru, Cuba, México e
Brasil e a elevada prevalência de câncer gástrico (Santos, 2009). Mas, nem todos os
indivíduos com câncer gástrico estão infectados pela H. pylori e nem todas as pessoas
infectadas desenvolvem câncer gástrico. Portanto, a etiologia do carcinoma gástrico
certamente é multifatorial e a infecção pela H. pylori é apenas um dos vários fatores que
contribuem para o seu desenvolvimento.
45
A H. pylori também tem sido associada ao linfoma gástrico. Embora o estômago
normal não tenha tecido linfóide, esses elementos desenvolvem-se em resposta à infecção
local pela H. pylori. Estudos epidemiológicos mostram que nas regiões com elevada
prevalência do linfoma gástrico, existem índices mais altos de infecção pela H. pylori do
que nas regiões com prevalência baixa de linfoma (Marshall, 1994), Outras investigações
demosntraram que 75% dos casos de linfoma de MALT regridem após a erradicação da
bactéria (Nakamura et al., 1997; Parsonnet & Isaacson 2004).
1.5. ANTÍGENOS DE GRUPOS SANGUÍNEOS ABH e LEWIS E A INFECÇÃO PELA
H. pylori
Estruturas carboidráticas expressa na superfície das células por glicoproteínas,
glicolípidos, e proteoglicanos têm sido implicadas em uma ampla variedade de processos
biológicos, tais como inflamação, sistema de interação patógeno-hospedeiro e metástase
tumoral (Varki, 1993; Hollingsworth e Swanson, 2004). Nesta perspectiva, estudos de
associação entre os grupos sanguíneos ABO e Lewis e algumas doenças infecciosas e não
infecciosas têm sido descritos (Mourant et al., 1978; Jaft & O’Brian, 1987).
Antes da H. pylori ser identificada como principal agente etiológico de úlceras
pépticas, gastrite crônica, e uma variedade de sintomas gastrointestinais (Marshall, 1986;
Tytgat et al., 1990; Rosenstock et al., 1997) muitos estudos epidemiológicos descreveram
que indivíduos não secretores de antígenos de grupos sanguíneos ABO e indivíduos do
grupo sanguíneo O eram mais frequentes entre os pacientes com úlceras pépticas (Aird et
al., 1953; Clark, et al., 1956; Borén et al., 1993). A partir desta premissa, muitos autores
relatam uma associação entre o grupo sanguíneo O e infecção por H. pylori (Kanbay et al.,
2005; Alkout et al., 2007; Lin et al., 1998; Henriksson et al., 1993; Hein et al., 1997),
enquanto outros não encontraram tal associatiação (Niv et al., 1996; Dickey et al., 1993,
Loffeld et al., 1991).
Nakao et al., (2011) observaram uma associação significativa entre os genotipos
do locus ABO e pacientes com câncer gástrico, gastrite atrófica e a infecção pela H. pylori.
Contrariante, outros autores como Petrović et al., (2011) e Rasmi et al., (2011), não
demosntraram uma associação dos fenótipos de grupo sanguíneo ABO e a infecção pelo H.
pylori.
46
Por outro lado, estudos mostraram que a H. pylori se liga aos antígenos
carboidráticos H e Leb presentes na mucosa gástrica, cuja aderência é mediada pela adesina
ligantes de grupos sanguineos, BabA, presente na membrana externa da bactéria
(Aspholm-Hurtig et al., 2004; Ilver., et al., 1998). Esta adesina BabA é codificada pelo
gene babA2, um membro de uma família altamente conservada, cepa-específica. BabA.
Assim o sucesso da colonização pela H. pylori depende desta proteína da presença dos
antígenos Leb e H tipo I, expressadas na mucina gástrica (Ilver et al., 1998), estes
antígenos também se expressam nos fluidos e tecidos corporais, tais como endotélio e na
mucosa gastro-intestinal.
A biossíntese dos antígenos ABH e Lewis em glicoproteína e glicolipídio,
expressados pelas células epiteliais gástricas, é controlada e regulada por várias
glicosiltranferases. Estas enzimas transferem unidades de açúcar para um aceptor, que
pode ser um oligossacarídeo alongado em um lipídio ou proteína, incluindo a N-
acetilgalactosaminiltransferases, galactosiltransferase, fucosiltransferase, e
sialiltranferases, cada uma destas transferases apresenta um doador e um aceptor substrato
específico (Paulson & Colley, 1989).
Durante a síntese ocorre a adição seqüencial de monossacarídeos em uma variedade
de diferentes tipos de estruturas precursoras glicoprotéicas e glicolipídicas, formando
estruturas de maior complexidade e diversidade antigênica (Watkins, 1966, 1980; Morgan
& Watkins 1969).
As enzimas A e B requerem a α12 fucose da estrutura H como um substrato para
adicionar o correspondente resíduo terminal GalNAc ou Gal. Logo, os antígenos A e B
podem ser formados apenas a partir do precursor H. Por sua vez, a síntese de estruturas H
está sob o controle de pelo menos 2 sistemas genéticos polimórficos H-h e Se-se (Oriol et
al., 1981), sendo que os genes Se e H codificam distintas α-2-fucosiltransferases
(Betteridge & Watkins, 1986), que trabalham preferencialmente em diferentes cadeias
precursoras tipo 1 e tipo 2 respectivamente (Figura 10).
A H. pylori apresenta-se como um fator de risco para as diversas patologias
gástricas (Parsonneti et al., 1991), devido principalmente aos seus diversos mecanismos de
virulência como, por exemplo, a adesina BabA2, que liga-se a antígenos de grupo
sanguíneo H/Leb expressos na mucosa gástrica do hospedeiro. Entretanto, existem varias
mutações de ponto que alteram o estado funcional da enzima sintetizada pelo gene FUT3
47
(Lewis) como as SNPs (polimorfismo de base única) G508A e a T1067A que provocam
inativação enzimática ou a mutação T59G que reduz a sua atividade (Corvelo et al., 2012).
Dados analisados simultaneamente em diferentes populações parecem ser
sugestivos de que a mutação T59G poderia estar contribuindo para a discrepância do
fenótipo Lewis no eritrócito e na saliva, enquanto que o fenótipo Lewis negativo resulta da
ausência de atividade da enzima FUTIII (Mollicone et al., 1994). Por outro lado, a infecção
pela H.pylori poderia acentuar ainda mais esta discrepância, pois ao colonizar o epitélio
gástrico a bactéria induz alterações morfológicas da mucosa que leva a alteração nos seus
padrões de glicosilações.
Figura 9. Representação esquemática das estruturas terminais dos epitopos ABH e Lewis
em estruturas o-glicanos. Tipo 1 cadeias são caracterizadas pela ligação Galβ1, 3GlcNAc
(representada em preto), enquanto tipo 2 cadeias exibe uma ligação Galβ1, 4GlcNAc
(representada entre parênteses e em vermelho). (Magalhães & Reis, 2010).
48
A base da distribuição histológica destes antígenos (Oriol et al., 1986) é que o
gene H/h normalmente tem expressão em tecidos de origem ectodermal, enquanto que o
gene Se/se se expressa em tecidos de origem endodermal, sendo o gene Se um ancestral do
gene H, esses loci compartilham um elevado grau de similaridades em suas seqüências
(homologia de 67 a 76%) e estão localizados em uma região de 100 Kb (q13.3) do
cromossoma 19 (Larsen et al., 1990; Kelly et al., 1995; Rouquier et al., 1995), sugerindo
que eles evoluíram por duplicação gênica e subseqüente divergência ao longo da evolução
dos primatas (Le Pendu et al., 1985).
A enzima do gene H regula a expressão do antígeno H principalmente nas
hemácias, enquanto a enzima do gene secretor regula a expressão do antígeno H
principalmente nos epitélios e fluidos do corpo como a mucosa gástrica e saliva. Cerca de
20% dos indivíduos em várias populações do mundo apresentam o fenótipo não secretor,
isto é, eles não expressam o antígeno H nas secreções por causa da homozigozidade para
alelos não funcionais (se) da enzima FUT II (Enzima Se). Os secretores têm pelo menos
um alelo Se funcional. Os alelos não funcionais da enzima FUT II mostram uma elevada
especificidade étnica (Kelly et al., 1995, Koda et al., 1996; Liu et al., 1998; Liu et al.,
1999).
O alelo nulo da FUT2 mais comum entre os orientais asiáticos é se385
com uma
substituição nucleotídica de A>T, enquanto o alelo não funcional se428
, com uma mutação
sem sentido G>A tem uma elevada freqüência na África e Europa (Koda et al., 2000).
Quando comparados, o alelo se428
tem sete nucleotídeos diferentes em relação ao
alelo de referência (Se), que foi primeiramente clonado por Kelly et al., (1995), sendo 5
substituições na região codificadora de 984 pares de bases e duas na região de 30 pb na
porção não traduzida do exon 2 da proteína. Por outro lado, somente duas modificações
nucleotídicas foram observadas em relação ao alelo se385
, estabelecendo a possibilidade de
que a origem do alelo se428
possa ser muito antiga.
Adicionalmente, outros alelos não funcionais já foram descritos, como os alelos
se302
e se357
nos indivíduos do sul da Ásia e Corea, enquanto o alelo se571
foi identificado
nos habitantes das ilhas do pacífico com elevada prevalência (Park et al., 2005; Koda et
al., 2003).
Por outro lado, os antígenos Lewis estão bioquimicamente relacionados aos
antígenos ABH, pois eles também são produzidos a partir das mesmas substâncias
precursoras (Watkins, 1966, 1980; Morgan & Watkins 1969). O gene Lewis codifica para
49
uma α1-3/4 fucosiltransferases encontradas em tecidos epiteliais e secreções exócrinas de
origem ecto e endodermal (Johnson et al., 1981,
Prieels et al., 1981). Le
a e Le
b são os
principais antígenos do sistema Lewis, indivíduos possuindo o gene Le sintetizam a
substâncias Lea e a associação de especificidade com determinante antigênico Le
d (Tipo H-
1) em pessoas com gene Se, determina o tipo de antígeno Leb, produto desta interação
epistática entre os loci Secretor e Lewis.
A diversidade antigênica é determinada pela interação dos produtos de vários Loci
polimórficos ABO, Hh, Sese, Lele. Entre os caucasídes se observa as seguintes
combinações fenotípicas (Oriol et al., 1986):
1) Lewis positivo e secretor de ABH, 70% da população expressam antígenos
ABH, Leb e Le
a na saliva.
2) Lewis positivo e não secretor de ABH, apenas o antígeno Lea encontra-se
presente na saliva de 20% da população.
3) Lewis negativo e secretor de ABH representam 9% da população com
somente os antígenos ABH na saliva, sem antígeno Lea e Le
b.
4) 4) Lewis negativo e não secretor de ABH, constitui ausência de antígenos
ABH, Lea e Le
b na saliva representando 1% da população.
No mesmo indivíduo, vários tecidos expressam estes antígenos de maneiras
diferentes, reguladas em função da origem e maturidade celular de cada tecido, com
possíveis implicações durante a diferenciação celular e transformações oncogênicas (Le
Pendu, 1989; Szulman et al., 1980). Tem sido relatado (rntoft et al., 1991) inclusive,
10% de atividade da α1-4-fucosiltransferase em tecidos epiteliais de indivíduos com
fenótipo Lewis negativo tanto no eritrocitário quanto na saliva, sugerindo que o sistema
Lewis é muito mais complexo do que se pensava originalmente (Henry et al., 1993).
Dados de biologia molecular e bioquímico demonstraram que indivíduos
homozigotos para alelo não funcional do gene Lewis, são normalmente associados com os
polimorfismos T202C, C445T, G484A, G667A, G808A, G508A e T1067A, e não
expressam antígenos Lewis nos tecidos (Emlgreen, et al., 1993; Nishihara, et al., 1994;
Kudo, et al., 1996; Nishihara, et al., 1993; Mollicone, et al., 1994; Pang, et al., 1998;
Francez, et al., 2007; Pang, et al., 1998). E um polimorfismo em particular, a mutação
T59G, que determina uma substituição de um aminoácido na região transmembrana,
parece ter um efeito na regulação da expressão diferencial da fucosiltransferases entre os
tecidos (Nishihara et al., 1999).
50
Outro fator que pode afetar a colonização gástrica pela H. pylori é a presença dos
alelos não funcionais do gene Se (se/se), pois indivíduos secretores expressam a enzima
alfa-1,2-fucosiltransferases, atuando na síntese da especificidade antigênica H tipo I, que
se distribui nos epitélios e muco gastrointestinal (Nishihara, et al., 1999). Por outro lado,
este antígeno através da enzima Lewis (Fuc-III), sofre uma difucosilação transformando-
se na especificidade Leb.(Nishihara, et al., 1993; Kudo et al., 1996; Koda et al., 2001;
Narimatsu, et al., 1998). Em contraste, indivíduos com alelo não secretores, com ausência
da enzima Se, expressam apenas o antígeno Lea, sintetizado a partir do precursor de cadeia
tipo I pela ação da mesma enzima Lewis. Assim, Indivíduos nulos para o gene Se
comprometem a interação epistática entre os Loci Lewis e Secretor, que resultaria na
ausência de especificidades antigênica Leb.
Análises anteriores demonstraram que a quantidade de antígeno Leb é afetada pelo
número de alelo Se (Narimatsu et al., 1998).
Deste modo, polimorfismos nos genes Le e Se podem alterar o risco de doenças
gástricas severas induzidas pela H. pylori, como já descrito por Ikehara et al., que
evidenciaram uma taxa menor de infecção em indivíduos com maior número de alelos não
funcional se, de acordo com o estudo, indivíduos se/se são incapazes de expressar
antígenos Leb nas células foveolares gástricas, e esta ausência de expressão do antígeno
Leb inviabilizaria a ligação da Helicobacter na mucosa gástrica via BabA (Ikehara et al.,
2001).
Assim, a presença destas mutações poderia alterar a expressão dos antígenos Leb
na superfície do epitélio gástrico, desfavorecendo a colonização por esta via (Leb-BabA),
mas ainda sim este patógeno colonizaria o estômago via glicoconjugados sializados (sialil-
Lex) expressados durante a inflamação crônica e a adesina ligante de acido siálico (SabA)
(Mahdavi et al., 2002).
A expressão do antígeno sialil-Lex no epitélio gástrico é induzida durante a
infecção pelo H. pylori (Figura 11), sugerindo que esta bactéria pode modular o tecido do
hospedeiro a re-adaptar os padrões de glicosilação da mucosa gástrica para expressar os
receptores da adesina bacteriana (Mahdavi et al., 2002).
51
Figura 10. Alteração do padrão de glicosilação da mucosa gástrica frente à infecção pela
Helicobacter pylori. (Adaptado de Madavi et al., 2002)
O antígeno sialil-Lewisx
(SLeX) carbohidrato tetrasacarídeo que usualmente está
ligado a estrutura O-glicano na surperfície das células. Atua no mecanismo de
reconhecimento célula-célula. Sialil LewisX é um dos mais importantes antígenos de grupo
sanguíneo é exibido na porção terminal dos glicolipídeos que estão presente na superfície
das células. O determinante sialil LewisX (sLe
x), é um ligante de E-selectina, é
constitutivamente expressado nos granulócitos e monócitos e média o extravasamento
destas células na inflamação (Kukowska-Latallo et al., 1990; Berg et al., 1991; Takada et
al., 1991).
Linfócitos T e B em repouso não expressam sialyl-LewisX, mas após a ativação
estas células passam a expressar fortemente este antígeno (Azuma et al., 2007).
A regulação da sua expressão inicia a partir de glicanos com sequência, N-
acetylactosamina, envolvendo dois passos enzimáticos, sendo o primeiro deles a α-(2,3)-
sialilação da galactose terminal (Bertozzi, 1995). Até o momento quatro α-(2,3)-
sialytransferases foram clonadas e duas delas estão envolvidas na síntese sLex (Maly et al.,
1996; Wen et al., 1992; Sasaki et al., 1993; Sasaki 1996). Após a N-acetylactosamina
tornar-se sializada uma α-(1,3) fucosiltransferase atua e transfere uma fucose da GDP-
fucose para GlcNAc. Cinco α-(1,3) fucosyltransferases humanas já foram clonadas e
caracterizadas detalhadamente. Elas parecem ser ligeiramente diferentes, mas apresentam
especificidades que se sobrepõem. Dentre estas enzimas quatro delas fucosilam
eficientemente aceptores sializados, enquanto Fuc-TIV prefere aceptores neutros
(Kukowska-Latallo et al., 1990; Goelz et al., 1990; Kumar et al., 1991; Lowet al., 1991;
52
Weston et al., 1992). A enzima Fuc-TIII tem duas diferentes atividades (α-(1,3) e α-(1,4)
fucosilação), levando a produção de sLex e sLe
a, respectivamente.
A síntese de sLex parece ser regulada por vários processos, se a N-
acetilactosamina é α-(2,6) sialilada então nenhuma outra α-(1,3) fucosilação ocorre
(Paulson et al., 1978). A N-acetilactosamine também pode ser α-(1,2) fucosilada na
galactose, levando a formação do H tipo I, que constitui a estrutura de grupo sanguíneo O.
Além disso, se a N-acetilactosamine é inicialmente α-(1,3) fucosilada na GlcNAc, então a
α-(2,3)sialytransferases é incapaz de formar estruturas sLex.
A expressão do determinante sLex é induzido preferencialmente por em células
ativadas via Th1, mas não nas células ativadas via Th2. A expressão de sLeX é induzido
durante a inflamação crônica da mucosa gástrica, sugerindo que a H pylori pode induzir
alterações no padrão de glicosilação das células epiteliais gástricas do hospedeiro para
aumentar a ligação e colonização (Mahdavi et al., 2002). In Vitro, a H. pylori induz a
expressão de antígenos sLeX via indução de genes que codificam β3GnT5 (Marcos et al.,
2008).
Nuno et al., mostram que indivíduos infectados com cepas cagPAI+ induzem uma
elevação na expressão da enzima β3GnT5, levando a síntese de cadeias carboidráticas tipo
II nos glicolipídios, isso leva ao aumento na expressão do antígeno sLex, receptor da
adesina SabA (Marcos et al., 2008) provavelmente, porque indivíduos mutantes para os
gene Le e Se produzem fucosiltransferases menos competitivas em relação as
sialiltransferases.
Deste modo, a base molecular para os sistemas de grupo sanguíneos ABH e Lewis
exerce uma função intrínseca na resistência a infecção pelo H. pylori, pois aparentemente
interagem na imunidade inata mucosal contra as doenças infecciosas.
Neste sentido, a expressão dos antígenos carboidráticos Lewis é biologicamente
importante, pois favorece as interações entre o hospedeiro e a bactéria, pois esta última
pode modular a expressão destes antígenos via modificação de sinalização intracelular
exercida pelos fatores de virulência injetados na célula. Por outro lado, essa modulação
também depende das diferentes mutações de ponto, como a T59G. Assim, estes
marcadores genéticos do hospedeiro podem ser responsáveis pelos diferentes níveis de
suscetibilidade de infecção pela H.pylori, então é bastante questionado o perfil dos grupos
sanguíneos Lewis na predisposição do hospedeiro.
53
Portanto a partir destas informações, a compreensão de como estes polimorfismos
genéticos, no gene Lewis, podem influenciar na suscetibilidade e/ou na severidade clínica
das patologias gástricas é importante, especialmente no Estado do Pará, que apresenta
taxas de infecção pela H.pylori elevadas nas diferentes doenças gástricas como as de 64%-
74% em casos de gastrite ativa, 82% em pacientes com úlcera gástrica e 90% em pacientes
com câncer gástrico, e apresenta uma das mais elevadas taxas de câncer gástricos do país.
54
1.6. OBJETIVOS
1.6.1. Objetivos geral
Associar os fatores de aderência BabA2 e SabA2 da H. pylori com os ligantes de
grupo sanguíneo ABH e Lewis, por análise modelucar e histopatológica, em pacientes com
gastrite crônica da população de Belém-Pa.
1.6.2. Objetivos específicos:
- Estimar a prevalência da infecção pelas cepas babA+ e sabA
+ do H. pylori entre
os indivíduos sintomáticos para patologias gástricas da população de Belém;
- Verificar a presença de cepas triplo positivas (cagA+/vacA
+/babA2
+) e associar
com a severidade das alterações histopatológicas.
- Estimar as freqüências dos fenótipos ABH e Lewis ao nível salivar e eritrocitário
no grupo de estudo;
- Determinar a distribuição genotípica das mutações T59G e G508A no gene
Lewis e do polimorfismo G428A no Secretor na amostra de pacientes.
- Relacionar os polimorfismos nos genes FUT II e FUT III com os padrões de
expressão immunohistoquímica dos antígenos ABH e Lewis na saliva, eritrócito e mucosa
gástrica frente à expressão dos genes babA2 e sabA da H. pylori detectadas nos pacientes
estudados .
55
2.0. MATERIAL E MÉTODOS
2.1. CASUÍSTICA
O presente estudo foi baseado num modelo observacional, transversal,
propspectivo e analítico. Foram incluídos na pesquisa 216 pacientes com idade superior a
18 anos com sintomas dispéptico, submetidos à endoscopia digestiva alta, atendidos na
seção de Endoscopia Digestiva do Hospital Universitário João de Barros Barretos
(HUJBB), localizado no município Belém, Estado do Pará, Brasil.
Previamente, os sujeitos pesquisados foram informados sobre a pesquisa de
maneira acessível. O estudo foi submetido ao julgamento e parecer de aprovação do
Comitê de Ética em Pesquisa da UFPA. Após o esclarecimento da importância deste
estudo, foi solicitada sua permissão, através da assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, conforme rege a Resolução 196/96, do Conselho Nacional de Saúde,
sobre aspectos éticos envolvendo a pesquisa com seres humanos, autorizando suas
participações nesta pesquisa, possibilitando a coleta de material biológico. O estudo foi
protocolado sob o número 30/2009 no Comitê de Ética em Pesquisa do Núcleo de
Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará.
2.2. AMOSTRAS E CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
A população estudo constituiu pacienentes de ambos os sexos com idade superior a
18 anos e que consentiram participar do estudo. A coleta das amostras ocorreu no período
de abril de 2011 a março de 2012. Nesta amostragem foram excluídas as gestantes, os
indivíduos menores de 18 anos, os deficientes auditivos graves, os usuários de drogas
ilícitas, os etilistas crônicos, os que apresentaram desordens de comportamento que os
impossibilitassem de decidir por suas participações no estudo, os que tiveram realizado
tratamento regular específico para a infecção pela H. pylori nos últimos seis meses
precedentes à endoscopia, os que estiveram em uso de IBP, subcitrato de bismuto, citrato
de ranitidina bismuto ou antibióticos nos últimos 30 dias, os que tiveram história de
gastrectomia parcial ou total, os que apresentaram risco de sangramentos gastrointestinal,
56
verificado através da história clínica ou da presença de varizes no decorrer do
procedimento endoscópico, e os pacientes sabidamente infectados pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV).
2.3. COLETA E TRATAMENTO DAS AMOSTRAS
As amostras dos pacientes coletadas de forma pareadas incluindo sangue, saliva e
biópsia gástrica das áreas do antro e corpo gástrico para análise de grupo sanguíneo,
detecção de fatores de virulência da H. pylori e análise histopatológica.
2.3.1. Amostras de sangue
Foram coletados aproximadamente 3 ml de sangue de cada indivíduo e, estas
amostras foram acondicionadas em recipientes usando heparina como anticoagulante. O
sangue total foi centrifugado a 3.000 rpm durante 20 minutos, o plasma foi separado e
estocado à - 20º C. As hemácias foram testadas imediatamentes após a separação do
plasma, para as especificidades de grupos sanguíneos ABH e Lewis, o restante foi
glicerolizado e estocado a -20ºC.
2.3.2. Coleta de saliva
Aos indivíduos participantes deste estudo, foi dado um copo descartável para
depositar saliva. O material foi transferido para tubos de ensaio e mantidos sob
refrigeração, por um intervalo de até 2 horas, então as amostras foram fervidas em banho-
maria -por 10 minutos e centrifugadas para separar o sobrenadante e então congeladas -
20oC para posterior realização dos testes de Dot-ELISA para detecção das substâncias
ABH e Lewis.
57
2.3.3. Coleta de biopsia gástrica
Foram coletadas seis biópsias gástricas, sendo três biópsias do antro gástrico e três
do corpo. As biópsias foram usadas para extração de RNA bacteriano, para avaliação da
expressão dos genes babA e sabA da H. pylori; extração de DNA para a caracterização do
perfil de virulência através da análise dos genes cagA e vacA e detecção molecular dos
genes FUT2 e FUT3, e para analisar o ferfil imunohistoquímico dos antígenos de grupos
sanguíneos ABH e Lewis e os aspectos histopatológicos das doenças gástricas.
2.3.4. Análise histopalógica de biópsias das regiões de antro e corpo gástrico
Os fragmentos de mucosa gástrica obtidos por biopsia e acondicionados em
solução de formalina a 10 % foram utilizados para análise histopatológica. Cada fragmento
foi embebido em parafina e seccionado em dimensões de 4 µm. Posteriormente, foram
corados com hematoxilina e eosina. Um patologista experiente avaliou as amostras.
A gradução das gadtrites foi baseda nos critérios do Sistema de Sydney quanto à
densidade da H. pylori, ao infiltrado inflamatório, à atividade neutrofílica, ao folículo
linfoide, à metaplasia intestinal, à displasia e à atrofia glandular. Essas características
histopalógicas foram classificadas visualmente em analogia a uma escala graduada de zero
a três (normal, leve, moderado e acentuado, respectivamente), em conformidade ao
Sistema de Sydney.
A presença da H. pylori nos fragmentos de tecido gástrico seccionados foi
determinada pelo método de Gram modificado (Hucker, 1921), sendo que foram
consideradas suas características morfológicas, como a forma curva e espiralada, além da
coloração azul intensa para definição diagnóstica.
58
2.4. DETERMINAÇÃO DOS FENÓTIPOS E LEWIS E DO ESTADO SECRETOR DE
ABH
2.4.1. Determinação do fenótipo eritrocitário
Nos eritrócitos, os fenótipos ABO e Lewis foram tipificados pelos testes de
hemaglutinação direta. As hemácias foram lavadas com solução de NaCl a 0.09% e
resuspendidas nesta mesma solução a uma concetração de 3%. O teste de hemaglutinação
foi realizado misturando um volume de 25 µL da suspensão de hemácias com igual volume
de cada anticorpo com as respectivas especificidades a serem analisadas (anti-A, anti-B,
anti-H, anti-Lea e anti-Le
b).
2.4.2. Determinação do Estado Secretor de ABH na saliva
Na saliva, a caracterização destas referidas especificidades ABH e Lewis foi
realizada através da técnica dot-ELISA, modificada de Pflug et al., (1989). Assim, um
volume de 2 µL de cada amostra foi gotejado com uma micropipeta em 5 pedaços de uma
membrana de nitrocelulose, de dimensão aproximada de 4 x 7 cm, em seguida deixando
secar por 60 minutos a 37°C. As áreas livres da membrana de nitrocelulose foram
bloqueadas com um tampão bloqueador (0,01M Tris-HCI Salina, pH 7.4; 1% Triton X-
100; 3% BSA) por 45 minutos à temperatura ambiente e com agitação mecânica constante.
Em seguida, cada pedaço da membrana de nitrocelulose foi incuba do com solução
tampão contendo o anticorpo secundário (anti-IgM de rato) conjugado à enzima fosfatase
alcalina, diluído 1/1000, e o anticorpo monoclonal primário em diluição apropriada (anti-A
1/50; anti-B 1/100; anti-H 1/10; anti-Lea 1/1000 e anti-Le
b 1/2000), por 45 minutos à
temperatura ambiente. Após transcorrido o tempo de reação, os pedaços da membrana de
nitrocelulose foram lavados 6 vezes com o tampão de lavagem (0,01M Tris-HCI Salina pH
7.4; 0,05% Triton X-100) durante 5 minutos cada, excluindo Triton X-100 do tampão nas
duas últimas lavagens. A reação antígeno anticorpo foram reveladas usando um tampão
substrato [25 mL 0,25 M Glycina/NaOH pH 10.4; 500 µL 0,1 M MgCl2; 500 µL 0,1 M de
ZnCl2; 100 µL da solução do estoque (50 mg 5-bromo-4-chloro-3-indolylphosphate
59
dissolvido em 1mL dimethylformamide) a 37°C até a visualização de pontos azuis
brilhantes no local da reação; posteriormente as membranas foram lavadas em água
corrente e secas e analisadas.
2.4.3. Análise imunohistoquímica das biopsias gástricas
Os fragmentos de mucosa gástrica foram coletados através de endoscopia
digestiva alta e fixados em formalina tamponada a 10%, processados, incluídos em bloco
de parafinas, cortados de forma serial com espessura que variam de 4 a 5m e dispostos
em lâminas silanisadas para avaliação imunohistoquímica dos antígenos de grupos
sanguíneos ABO e Lewis. Posterior a desparafinização em xilol e hidratação em banhos de
concentrações decrescente em etanol, os cortes foram lavados em tampão PBS, por 3
vezes, e tratados com metanol/H2O2 para bloquear a peroxidase endógena, seguida de nova
lavagem com PBS. As seções de tecidos foram tratadas com solução de ácido cítrico 0,01
molar pH 6.0 aquecendo 3 vezes em forno microondas durante 7 minutos cada, para a
reativação antigênica. Então foram incubados em soro bloqueador (albumina bovina).
Seguiu-se a incubação com anticorpos monoclonais primários com diferentes
especificidades (Tabela 2) adquiridos comercialmente, durante 12 horas a 4 oC. Foram
usados anticorpos secundários anti-mouse (IgG/IgM) conjugada a peroxidase (diluição
1:100), ou imunoglobulina anti-mouse (IgG/IgM) de cabra biotinilada (1:200) e os
complexos de detecção avidina-biotina e biotina-avidina conjugado à peroxidase (1:100),
com os quais os cortes foram incubados durante 1 hora. A reação da peroxidase foi
realizada pela incubação dos cortes de tecido por 6 a 12 minutos com 5 mg de
diaminobenzidina tetrahydroclorido em 100 ml de tampão Tris (pH 7.6) e 100 l de
peróxido de hidrogênio (0,3%). Os cortes foram lavados em água destilada, coloridos com
hematoxilina e desidratados em etanol. As lâminas foram montadas com resina sintética e
lamínula.
60
2.4.3.1. Controles da reação imunohistoquímica
Negativo: Os anticorpos primário e secundário foram substituídos por tampão Tris/salina
na reação.
Positivo: Foram usados cortes histológicos de biópsia gástrica do arquivo de bloco do
Laboratório de Imunogenética, cuja caracterização imunohistoquímica já havia sido
realizada em outros estudos, sendo assim conhecido o padrão de expressão dos antígenos
ABH e Lewis.
Tabela 2. Anticorpos específicos para antígenos sistemas de grupo sanguíneo ABO e
Lewis.
Anticorpos Diluição
Anti-A 1:10
Anti-B 1:10
Anti-Ulex europaeus 1:100
Anti-Lea 1:100
Anti- Leb 1:100
2.4.3.2. Análise semi-quantitativa da reação de imunohistoquímica
As biópsias foram analisadas segundo associando dois critérios de avalião um que
consirerou o percentual de áreas da mucosa gastrica marcada como previamente descritos
Aguiar et al., (2002) multiplicando este percentual pela intensidade da reação antígeno
anticorpo que considerou os escores 1 para marcação fraca, 2 marcação moderada e 3
intensa, resultado assim num escore de marcação imunohistoquímica que variou de 0 a
300. Assim áreas de cada amostra de biopsia gástrica foram classificadas com cut-off, onde
escores abaixo de 30 foram considerados negativos, escores acima de 30 e até 270 foi
considerado heterogêneo e escore acima de 270 foi considerado como padrão homogêneo
de expressão.
2.5. PREPARAÇÃO DE DNA DE BIOPSIA GÁSTRICA.
O DNA da H. pylori e pacienete foi extraído de amostras de fragmentos de mucosa
gástricas da região do corpo e do antro, utilizando a técnica de Fenol-Clorofórmio
61
(Sambrook et al., 1989), realizada isoladamente para cada região de cada paciente. Os
fragmentos da mucosa gástrica de cada paciente foram colocados em microtubos com 300
µL de solução de lise de leucócitos contendo: 100 mM Tris-HCl, 20 mM EDTA, 200 mM
NaCl, 1 % de dodecil - sulfato de sódio, 0,2 % (mercaptoetanol) e 20 µl de proteinase K
(20 mg/mL) (Invitrogen, Brasil). Foi agitado no vortex e posteriormente incubado em
banho-maria a 58°C por toda a noite (12 horas). Após o tempo de incubação na proteinase
K, foi adicionar a cada microtubo 300 µL de tampão saturado de fenol e 300 µL de
clorofórmio, e agitado por 10 minutos em agitador gangorra e centrifugado por 4 minutos a
14000 rpm. Foi retirado o sobrenadante e transferido para um tubo limpo. Esse
procedimento foi repetido mais uma vez. Ao sobrenadante de cada microtubo foi
acrescentada uma solução contendo clorofórmio e isopropanol (diluição 24:1). Os mesmos
foram agitados por 10 minutos e centrifugados por 4 minutos a 14000 rpm. O sobrenadante
foi transferido para um tubo limpo. Um volume de 900 µL de álcool isopropílico foi
adicionado a cada microtubo e centrifugado por 6 minutos a 14000 rpm. Então, os tubos
foram lavados com 200 µL de Etanol a 70 %, e após evaporação do etanol, foram
utilizados 200 µL de água estéril para hidratar o DNA, após hidratação foram estocados em
temperatura de -20oC. O DNA isolado foi usado como modelo para a amplificação da
PCR.
2.6. DETECÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS LINHAGENS TRIPLO POSITIVAS DA
H. pylori
Inicialmente, foi detectado o DNA da H. pylori através do uso dos iniciadores P1
e P2 (Tabela 3) os quais amplificam o fragmento de 298 pares de bases presente em todas
as cepas da H. pylori (Hammar et al., 1992). Apenas amostras positivas para P1 e P2 foram
submetidas à detecção de fatores de virulência da bactéria. Para a detecção de segmentos
específicos dos marcadores de virulência cagA, vacA, babA2 e SabA da H. pylori foram
utilizados os iniciadores específicos conforme Tabela 3.
As misturas para a reação da PCR tiveram um volume final de 25 µL contendo 5
pMol de cada iniciador, tampão de PCR 1X concentrado, 1,5 mM de MgCl2, 0,25 mMol de
cada base nitrogenada, 1,25 unidade de taq DNA polimerase com 3 uL de DNA e água
estéril. Estas misturas foram submetidas às seguintes condições de ciclagem: temperatura
62
inicial de desnaturação de 95° por 5 minutos, seguidas de 40 ciclos de 94° por 45
segundos, 58° por 45 segundos e 72° por 1 minuto, a temperatura final de extensão foi de
72° por 7 minutos. A PCR foi realizada em termocicladores Martercycler Personal e
Gradient (Eppendorf).
O produto desta amplificação foi monitorado em eletroforese em gel de agarose a
2% (Amresco), corado com brometo de etídio (10 µg/ml) por 30 minutos, visualizados em
um transiluminador de ultravioleta e registrados fotograficamente (Sistema de
Fotodocumentação de Géis com câmara escura central de comando com monitor LCD de
5", Biosystems, modelo 200240).
2.7. GENOTIPAGEM DOS GENE FUT2 e FUT3 PELA PCR
2.7.1. Gene FUT2
O gene FUT2 foi amplificado pela reação em cadeia da polimerase, os iniciadores usados
na técnica estão listados na tabela 3. Foram adicionados em um tubo 10 pmol de cada
iniciador (Se-F e SeR) a 5 µL de DNA genômico em um volume final de 25 µL contendo
0,2 mM de cada dNTP, 0,1 unidade de Taq polimerase, 0,5 µL de tampão de PCR 10x e 1
mM de MgCl2. Trinta ciclos foram produzidos (94°C/30s, 65°C/30s e 72°C/30s). Uma
Nested-PCR foi realizada para amplificação do alelo G428A usando 1 µL do produto da
primeira PCR como molde para o conjunto de iniciadores (428-F e 428-R). A mistura de
reação de PCR teve um volume final de 25 µL contendo 10 pMol de cada iniciador, 0,2
unidade de Taq polimerase, 0,1 mMol de dNTP, 2,5 µL de tampão de PCR 10X e 0,4 mM
de MgCl2. Esta Segunda PCR foi realizada em condições semelhantes a da primeira. O
produto da segunda PCR foi tratado com a enima de restrição XbaI , e na existência do
sítio de restrição o fragmento de 107 pares de base era clivado em dois fragmentos de 84 e
23 pares de bases respectivamente.
63
2.7.2. Gene FUT3
O gene FUT3 foi amplificado pela reação em cadeia da polimerase, os iniciadores
usados na técnica estão listados na tabela 3. Foi adicionado a um tubo de PCR 5 pmol de
cada iniciador (Sn1 e Sn2) a 5µL de DNA genômico em um volume final de 25 µL
contendo 0,2 mM de cada dNTP, 5 unidades de Taq polimerase, 0,25 µL de tampão de
PCR 10x e 0,25 mM de MgCl2. Trinta ciclos foram produzidos como a seguir 94°C/1min,
60°C/1 min e 72°C/1min.
A amplificação dos alelos T59G e G508A pela PCR foi realizada usando 1 µL do
produto da primeira PCR como molde e foram usados os oligodesoxinucleotídios descritos
na tabela 3 em um volume de reação contendo 25 pmol de cada iniciador, 1,25 mM de
desoxinucleotídio trifosfato, 0,5 unidades de polimerase Taq em 25 µl de tampão (50 mM
KCl; 10 mM Tris-HCl, pH 8,3; 2mM MgCl2). O controle negativo do PCR (amplificação
sem amostras de DNA) foi incluído em todos os experimentos. Para detectar a mutação
T59G, o fragmento gerado na segunda PCR foi digerido com a enzima de restrição MspI
originando dois fragmentos de 68 e 25 pares de bases. E a para detectar o polimorfismo
G508A o produto amplificado com os iniciadores sn8 e snp foi tratado com a emzima de
restrição PuvII, o produto da digestão origina dois fragmentos um 102 e outro de 104 pares
de bases. Os produtos do PCR foram analisados por eletroforese em gel de poliacrilamida a
7% usando como marcadores de peso molecular o de 50 pares de base.
2.8. EXTRAÇÃO DE RNA PARA ANÁLISE DE PCR EM TEMPO REAL
O RNA total foi extraído da biópsia gástrica usando RNeasy isolation kit
(QIAGEN) de acordo com a instrução do fabricante. Um total de 5,0 µg de RNA foi usado
para a transcrição reversa usando o Supercript III Rnase H reverse transcriptase kit
(Invitrogen) de acordo com instrução do fabricante.
64
2.8.1. Conersão de RNA em cDNA
O RNA total isolado da mucosa gástrica foi convertido em cDNA usando o kit
High capacity RNA-to-cDNA da Applied biosystems. Um volume de 20 µL de reação foi
formulado, contendo 10 µL de tampão RT 2x, 1 µL de mistura de enzima RT 20x, 7 µL de
amostra e 2 µL água ésteil. Foram usados os programas e as condição de ciclagem como
segue: 37º C durante 60 minutos, 95 º C durante 5 minutos e após a a reação foi refrigerada
até 4 º C e congeladas a -20º C.
2.9. DETECÇÃO DE EXPRESSÃO DOS GENES babA2 e sabA DA H. pylori PELA
PCR EM TEMPO REAL
As análises da expressão dos genes babA2 e babA da H. pylori em cada uma das
amost ras de biópsias clínicas, foi realizada através do PCR em tempo como descrito por
Wang et al., (2010). Foi usado um volume de 25 µL de reagente SIBRgreen (Appplied
Biosystems) e 0,6 µL de cada primer a 10 mM (Tabela 4) e 4 µL de cDNA diluído 1:40.
Cada amostra foi amplificada em duplicata No ABI Prism 7500 (Appplied Biosystems). A
expressão do gene 16S do RNAr também foi mensurada em duplicata como controle
endógeno da expressão bacteriana.
2.10.. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Todas as informações foram incluídas um banco de dados no programa Microsoft
Office Excel 2007 e todos os testes foram realizados mediante o software estatístico
BioEstat, versão 5.0 (Ayres et al., 2007). Neste trabalho, foi admitido um nível de
significância de 5 %. Assim, utilizou-se o teste Qui-Quadrado ou o teste G para verficar as
associações entre a infecção pela H. pylori e as variáveis que descrevem o perfil
histopatológico, além do teste de Odds Rattio, e a distribuição dos grupos sabguíneos do
sitema ABO e Lewis em relação à infecção pela H. pyori. As proporções amostradas foram
avaliadas mediante a aplicação o teste Binomial. Também foi aplicado o teste Qui-
65
Quadrado de Matel-Haenszel para avaliar o método de detecção molecular da H. pylori nas
biópsias de antro e corpo gástrico
Para as correlações dos marcadores genéticos enre corpo e antro foram aplicados os
testes correlação Phi, a fim de avaliar a correlação entre os marcadores de virulência da H.
pylori e o de Sperman para correlacionar estes marcadores com os os achados
inflamatórios. O teste de correlação de Person foi também utilizado para avalaiar a
correlação entre as diferentes combinações gências da H. pylori investigadas nesta
pesquisa e o índice de lesão na mucosa gástrica.
E o teste-T para dados amostrais foi aplicado para avaliar a diferença das médias
dos escores da expressão imunohistoquímica dos antígenos ABH e Lewis frente aos
achados histopatológicos e dos marcadores de virulência da H. pylori. E também foi usado
na avaliação da expressão dos genes babA2 e sabA.
66
Tabela 3. Seqüências dos iniciadores para tipagem dos genes FUT2 e FUT3 por RFPL-PCR.
Gene Nome Fragmento
(pb)
Enzima Referência
FUTII
Se F
R
5’-CTC GAA TTC GGG CCT CCA TCT CCC AGC TAA C-3’ 1170 Kudo et al., 1996
5´-CTC AAG CTT GCT TCT CAT GCC CGG GCA CTC-3’
Se G428A F
R
5’-CGC TTC ACC GGC TAC CCC TGC TTC T-3’ 107 XbaI
5’-AAC TTC TGG GCC TCC TCC CGC A-3’
FUTIII
Le Sn1 5'-CTCGAATTCTAAGCAGGAGATTGTCATCACTGACC-3' 1615 Kudo et al., 1996
Sn2 5'-CTCAAGCTTCGTGCCGTGATGATCTCTCTGCAC-3'
Le T59C Sn3 5'-CCATGGCGCCGCTGTCTGGCCGCCC-3' 93 Vsp I
Sn4 5'-AGTGGCATCGTCTCGGGACACACG-3'
Le G508A Sn8 5'-ACTTGGAGCCACCCCCTAACTGCCA-3' 206 Pvu II
Sn9 5'-TGAGTCCGGCTTCCAGTTGGACACC-3'
66
67
Tabela 4. Seqüências dos iniciadores para tipagem da Helicobacter pylori
Oligos para PCR Tamanho
(PB)
Referência
Gene Oligo Sequência
Antígeno
especifico
P1 5’- TGGCGTGTCTCTATTGACAGCAGCGAGC-3’ 298 Hammar et al., 1992
P2 5’-CCTGCTGGGCATACTTCACCATG-3’
vacA s1/vacA
s2
VAI-F 5’ - ATGGAAATACAACAAACACAC - 3’. 259/286 Chattopadhyay et al.,
2004
VAI R 5’ - CTGCTTGAATGCGCCAAAC - 3’
vacA
m1/vacA m2
VAG-F 5’ - CAATCTGTCCAATCAAGCGAG - 3’ 567/642
VAG-R 5’ - GCGTCAAAATAATTCCAAGG – 3’
CagA CagA-2.SE 5’ - GAA ATT TGG GGA TCA GCG TTA CC - 3’ 180 Monstein, et al.; 2002
CagA-3.AS 5’ - TCC TGC AAA AGA TTG TTT GGC AGA - 3’
BabA2 BabA27F 5’ –CCAAACGAAACAAAAAGCGT-3’ 271 Sheu et al., 2003
BabA27R 5’- GCTTGTGTAAAAGCCGTCGT-3’
SabA sabAF 5’- AGCTATTGACCAGCTCAATG -3’ 480 Chiarini et al.,2009
sabAR 5’- TAGTTGGATTCGTTCTCATTA-3’
Oligos para PCR em Tempo Real
BabA2 babA-F 5’-TGCTCAGGGCAAGGGAATAA-3’ Wang et al., 2010
babA-R 5’-ATCGTGGTGGTTACGCTTTTG-3’
SabA sabA-F 5’-GGTGTGCTGCAACAGACTCAA-3’
sabA-R 5’-CATAAGCTGTTGCGCCAAATT-3’
16SrRNA 16SrRNA-F 5’- CCGCCTACGCGCTCTTTAC-3’
16SrRNA-R 5’-CTAACGAATAAGCACCGGCTAAC-3’
67
68
3.0. RESULTADOS
3.1. ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA
Dos 216 pacientes analisados 96,76% (209/216) foram diagnosticados com
gastrite crônica no antro e 91,16% (196/215) no corpo. A figura 11 demonstra a graduação
das gastrites diagnosticados no corpo e antro dos pacientes atendidos no HUJBB no
período de em 2011-2012. A Tabela 5 demonstra as graduações das lesões histopatológicas
como infiltrado neutrofílico, folículo linfóide, atrofia glandular, metaplasia intestinal e
displasia gástrica, e a comparação deles entre corpo e antro do estômago dos pacientes, de
um modo geral não foram verificadas diferenças significativas.
Figura 11. Distribuição das doenças gástricas diagnosticadas na amostra de pacientes
atendidos no HUJBB em 2011-2012.
05
1015202530354045505560657075
Antro -
ausente
Antro - leve Antro -
moderada
Antro -
acentuada
Pangastrite
4 12
2 1 1
46
10 7 1
9
39
9 1
6
12
55
Nú
mer
o d
e ca
sos
Corpo Acentuada
Corpo Moderada
Corpo leve
Corpo Ausente
69
Tabela 5. Lesões histopatológicas presentes no corpo e antro de pacientes com gastrite
crônica atendidos no hospital João de Barros Barreto.
Lesões histopatológicas Antro (n=216) Corpo (n=215) Teste p-valor
N (%) N (%)
Infiltrado Inflamatório
2
=
6.495
0.0899
Ausente 7 (3.24) 19 (8.84)
Leve 74 (34.26) 64 (29.77)
Moderado 63 (29.17) 58 (26.98)
Acentuado 72 (33.33) 74 (34.42)
H. pylori (Gram)
2 =
0.095
0.9924
Ausente 111 (51.39) 109 (50.70)
Leve 40 (18.52) 39 (18.14)
Moderado 29 (13.43) 31 (14.42)
Acentuado 36 (16.67) 36 (16.74)
Atividade neutrofílica
2 =
1.226
0.7469
Ausente 71 (32.87) 76 (35.35)
Leve 81 (37.50) 71 (33.02)
Moderado 55 (25.46) 52 (24.19)
Acentuado 9 (4.17) 6 (2.79)
Folículo linfoide
G(Williams) =
3.0027
0.3912
Ausente 165 (76.39) 162 (13.49)
Leve 36 (16.67) 29 (7.44)
Moderado 11 (5.09) 16 (3.72)
Acentuado 4 (1.39) 8 (3.72)
Metaplasia intestinal
2 =
2.2961
0.5133
Ausente 188 (87.04) 185 (86.05)
Leve 16 (7.41) 12 (5.58)
Moderado 7 (3.24) 8 (3.72)
Acentuado 5 (0.93) 10 (4.65)
Atrofia glandular
G(Yates) =
0.431
0.5115
Ausente 207 (95.83) 203 (94.42)
Presente 9 (4.17) 13 (6.05)
Displasia gástrica
G(Williams) =
6.063
0.1086
Ausente 211 (97.69) 214 (99.53)
Leve 4 (1.85) - -
Moderado 1 (0.46) - -
Acentuado - - 1 (0.47)
70
A infecção pela bactéria Helicobacter pylori atingiu taxa de 56,48% (122/216)
pela coloração de Gram e de 59,26% (128/216) pela reação em cadeia da polimerase
(PCR). A tabela 6 monstra a distribuição da infecção pela H. pylori, entre as regiões do
antro e corpo gástrico de acordo com a coloração de Gram e PCR. A comparação da
pesquisa de H. pylori pelos dois métodos demonstrou uma associação altamente
significativa entre eles pelo teste de Mantel-Haenszel (2= 278.3326; gl= 1; p < 0,0001),
cujo Odds Ratio indica que um teste Gram positivo tem 28 vezes a chance da PCR também
ser positiva (IC 95% = 17.9346 ≤ µ ≤ 43.8869).
Tabela 6. Comparação dos métodos de detecção da H. pylori entre pacientes com gastrite
crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012.
Método de Gram PCR Total
Positivo Negativo
Antro N (%) N (%) N (%)
Gram + 95 (43.98) 10 (4.63) 105 (48.61)
Gram - 26 (12.04) 85 (39.35) 111 (51.39)
Total 121 (56.02) 95 (43.98) 216 (100)
Corpo
Gram + 95 (44.39) 11 (5.14) 106 (49.53)
Gram - 29 (13.55) 79 (36.92) 108 (50.47)
Total 124 (57.94) 90 (42.06) 214 (100)
A análise da presença das lesões histopatológicas na mucosa gástrica em função
da infeção pela de H. pylori, pelo método de PCR, revelou associação estatisticamente
significativas na região do antro gástrico entre infiltrado inflamatório, atividade
neutrofílica, folículo linfoide e densidade bacteriana, cujo risco relativo para estes
indivíduos, que foram positivos pela PCR para H. pylori, apresentarem estas lesões
histopatológicas no antro variou de 111.78 a 5.36. No corpo gástrico, a significância
estatística foi observada para infiltrado inflamatório, atividade neutrofílica e densidade de
H. pylori, sendo que os indivíduos infectados têm, respectivamente, a probabilidade de
118, 14 e 23 vezes mais chance de apresentarem estas lesões histopatológicas na mucosa
do corpo gástrico do que aqueles indivíduos com PCR negativa para esta infecção (tabela
7).
71
Tabela 7. Associação das lesões histopatológicas na presença de Helicobacter pylori nas áreas de corpo e antro gástrico de pacientes atendidos
no Hospital de Barros Barreto 2011.
Lesões histopatológicas
Antro Corpo
H. pylori
Teste GYates p valor OR
H. pylori Teste
GYates p valor OR Positivo
(n=121)
Negativo
(n=95)
Positivo
(n=124)
Negativo
(n=90)
Infiltrado Inflamatório 116.4145 < 0.0001 111.78 13.7157 0.0002 118.72
Presente 119 33 121 74
Ausente 2 62 3 16
Atividade neutrofílica 134.4972 < 0.0001 52.86 68.5385 < 0.0001 14.53
Presente 107 12 109 30
Ausente 14 83 15 60
Folículo linfoide 21.4842 < 0.0001 24.48 2.4044 0.1210 1.76
Presente 25 1 36 17
Ausente 96 94 88 73
Densidade de
colonização 106.0189 < 0.0001
5.36 91.7976 < 0.0001 23.53
Presente 95 10 95 11
Ausente 26 85 29 79
Lesões pré-malignas 0.4555 0.4997 1.42 1.4186 0.2336 1.64
Presente 19 11 27 13
Ausente 102 84 97 77
71
72
3.2. ANÁLISE DOS MARCADORES DE VIRULÊNCIA DA H. pylori
As frequências independentes dos marcadores de virulência vacAm1s1, cagA,
babA2, e sabA da H. pylori, de uma modo geral, atingiram as proporções, respectivamente,
de 79,69% (102/128), 66,40% (85/128), 49,21 (63/128) e 89,84% (115/128) no estômago
dos pacientes analisados neste estudo. Considerando as regiões do antro e corpo gástrico as
frequências destes genes da H. pylori não demonstraram diferenças estatisticamente
significativas como ilustrados na figura 12.
Figura 12. Distribuição dos marcadores de virulência da bactéria Helicobacter pylori entre
regiões do antro e corpo gástrico dos pacientes analisados.
A análise da combinação conjunta dos fatores de virulência da H. pylori,
detectados nas biópsias gástricas dos pacientes analisados neste estudo, independente da
área do estômago amostrada esta demostrada na tabela 8. A combinação gênica
vacAm1s1/cagA+/sabA
+ foi a mais frequente detectada entre as amostras de biópsias
gástricas positivas para a H. pylori, estando representada por 55,47% (71/128), seguida da
combinação vacAm1s1/cagA+/babA2
+ com 33,59% (43/128) dos casos. A combinação tetra
positiva dos marcadores vacAm1s1, cagA, babA2 e sabA2, foi evidenciada em 28,90%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
m1s1 m2s1 m2s2 Pos Neg Pos Neg Pos Neg
VacA CagA BabA2 SabA
Per
cen
tual
de
paci
ente
s
Marcadores de virulência da H. pylori
Antro
Corpo
73
(37/128) das amostras. A frequência de combinação entre os genes vacAm1s1 e cagA+
atingiu 63,28% (81/128).
Tabela 8. Associação dos genes de virulência detectados no estomago dos pacientes com
gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012.
vacAm1s1/cagA babA2/sabA Total
+/+ +/- -/+ -/-
N (%) N (%) n (%) n (%) n (%)
+/+ 37 (28.91) 6 (4.69) 34 (26.56) 4 (3.13) 81 (63.28)
+/- 7 (5.47) 2 (1.56) 11 (8.59) 1 (0.78) 21 (16.41)
-/+ 2 (1.56) - - 2 (1.56) - - 4 (3.13)
-/- 9 (7.03) - - 13 (10.16) - - 22 (17.19)
Total 55 (42.97) 8 (6.25) 60 (46.88) 5 (3.91) 128 (100)
Adicionalmente, foi realizada a análise de correlação Phi entre esses genes nas
regiões do corpo e antro, foi observada significância estatística entre os genes vacAm1s1 e
cagA, tanto no corpo quanto no antro, e entre os genes vacAm1s1o e sabA no corpo (Tabela
9). Além disso, também foi verificada uma correlação altamente significativa (rs = 0.7201;
t = 11.1299; <0.0001), das diferentes combinações dos gene vacAm1s1, cagA, babA2 e sabA
entre corpo e antro, ou seja, 63 pares de biópsia gástricas de antro e corpo de diferentes
pacientes foram diagnosticados com H. pylori que tinham a mesma combinação destes 4
marcadores de virulência (Tabela 10).
74
Tabela 9. Correlação entre os genes de virulência detectados no antro e corpo gástrico de
pacientes infectados por H. pylori atendidos no HUJBB em 2011-2012.
Corpo
Antro vacAm1s1 cagA babA2 sabA
vacAm1s1 rs = 0.5103 rs = -0.0064 rs = -0.2158
t = 6.5548 t = -0.0705 t = -2.4406
p< 0.0001 p = 0.9439 p = 0.0160
cagA rs = 0.4971 rs = 0.1344 rs = -0.0620
t = 6.2491 t = 1.4978 t = -0.6856
p < 0.0001 p = 0.1367 p = 0.4942
babA2 rs = 0.0378 rs = 0.1380 rs = 0.0541
t = 0.4122 t = 1.5200 t = 0.5981
p = 0.6809 p = 0.1311 p = 0.5508
sabA rs = -0.1264 rs = 0.0106 rs = -0.0780
t = -1.3902 t = 0.1152 t = -0.8536
p = 0.1670 p = 0.9084 p = 0.3950
75
Tabela 10. Correlação das diferentes combinações dos fatores de virulência da H. pylori entre corpo e antro gástrico de paciente com gastrite
crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012.
Antro
Corpo
vacA
- /cagA
- /babA
2- /s
abA
+
vacA
- /cagA
- /babA
2+
/sabA
-
vacA
- /cagA
- /babA
2+
/sabA
+
vacA
- /cagA
+/b
abA
2+/s
abA
+
vacA
+/c
agA
- /babA
2- /s
abA
-
vacA
+/c
agA
- /babA
2- /s
abA
+
vacA
+/c
agA
- /babA
2+
/sabA
-
vacA
+/c
agA
- /babA
2+
/sabA
+
vacA
+/c
agA
+/b
abA
2- /s
abA
-
vacA
+/c
agA
+/b
abA
2- /s
abA
+
vacA
+/c
agA
+/b
abA
2+
/sabA
-
vacA
+/c
agA
+/b
abA
2+
/sabA
+
vacA
- /cagA
- /babA
2- /s
abA
-
Total
vacA-/cagA
-/babA2
-/sabA
+ 11
1
1
2 15
vacA-/cagA
-/babA2
+/sabA
- 1
1
vacA-/cagA
-/babA2
+/sabA
+ 2
6
8
vacA-/cagA
+/babA2
-/sabA
+ 1
1
vacA-/cagA
+/babA2
+/sabA
+
1
1 2
vacA+/cagA
-/babA2
-/sabA
-
1 3 1
1 6
vacA+/cagA
-/babA2
-/sabA
+
2 5 1
3
2 13
vacA+/cagA
-/babA2
+/sabA
-
1
1
vacA+/cagA
-/babA2
+/sabA
+
1
1 1 2
5
vcA+/cagA
+/babA2
-/sabA
-
3 4 1 1 9
vacA+/cagA
+/babA2
-/sabA
+
3
2 17
4 26
vacA+/cagA
+/babA2
+/sabA
-
1
1 1 3
6
vacA+/cagA
+/babA2
+/sabA
+
2 1 2 2 3
14 24
Total Geral 15 1 6 3 3 15 4 5 8 28 4 23 2 117 vacA+ representa bactérias com a variante gênica vacAs1m1, e vacA- outras variantes gências.
75
76
A presença isolada dos fatores de virulência vacAs1m1, cagA, babA2 e sabA2 da H.
pylori, nas regiões de antro e corpo gástrico, foi correlacionada com os escores das lesões
diagnosticadas na mucosa gástrica dos pacientes, que se estavam infectados pela H. pylori,
para isto foi usado o teste de Correlação de através teste de Sperman. A análise revelou
uma correlação positiva estatisticamente significativa entre a variante vacAm1s1 versus
infiltrado inflamatório crônico, tanto antro quanto no corpo gástrico, e atividade
neutrofílica e com lesões pré-cancerosas na região do antral do estômago. Da mesma
forma, em relação ao gene cagA foi observado uma correlação positiva significativa com
infiltrado inflamatório crônico, a atividade neutrofílica, folículo linfoide e lesões pré-
cancerosas no antro; já no corpo esta correlação ocorreu somente com infiltrado
inflamatório. Os genes babA2 e sabA foram positivamente correlacionados com a
densidade de H. pylori no antro e no corpo, enquanto o gene babA2 também apresentou
uma correlação negativa com folículo linfoide (Tabela 11). Deste modo, um modelo
regressão logística múltipla foi obtido para avaliar o risco de lesões pré-cancerosas no
antro gástrico frente à presença dos fatores de virulência vacAm1s1, cagA+ e sabA
+ da H.
pylori. O teste foi altamente significativo (2= 44.1382; gl = 3; p < 0.0001), indicando que
a presença dos fatores de virulência vacAm1s1 e sabA+ aumenta em 6 e 4,5 vezes a chance
de ocorrência de lesões pré malignas no antro gástrico, com probabilidade de 36,33% se a
bactéria apresentar a combinação vacAm1s1/sabA+.
Adicionalmente, foi verificado também se os níveis de lesão histopatológicas na
mucosa gástrica estavam correlacionados com a presença das diferentes combinações dos
genes vacA, cagA, babA2 e sabA da H. pylori. Para realizar esta análise foi gerado um
índice de lesão histopatológica (IL) usando o método matemático Mudança de Base 4 para
base decimal, cujo valor assumido expressa a representação numérica das graduações dos
lesões histopatológicas como, infiltrado inflamatório, atividade neutrofílica, folículo
linfoide, densidade de H. pylori, metaplasia intestinal, displasia e atrofia glandular. Então,
o índice de lesão foi determinado através da expressão matemática: ∑ , onde n
representa a posição das lesões histopatológicas (6,5,4,3,2,1,0) no grid e X o nível da
graduação histopatológica (ausente (0), leve (1), moderado (2) e acentuado (3).
Partindo do mesmo o principio, um índice de combinação gênica (IG) dos genes
vacA, cagA, babA2 e sabA, foi gerado a partir da representação binária (ausente (0) e
presente (1)) destes marcadores de virulência da H. pylori detectados nas biópsias
gástricas de antro e corpo de cada paciente. Assim, o índice de combinação genica foi
77
definido a partir da expressão matemática ∑ , onde n representa a posição dos
gene no grid (3,2,1,0) e X a presença (1) ou ausência (0) destes genes. Então considerando
os valores dos índices de lesões histopatológicos e das combinações gênicas foi aplicado o
teste de teste de correlação de Person para verificar se as diferentes combinações gênicas
estavam correlacionadas com o índice de lesão histopatológica (IL), foi revelada uma
correlação positiva estatisticamente significativa tanto no antro (rs = 0.2263; p = 0.0125)
quanto no corpo gástrico (rs = 0.2083; t = 2.3527; p = 0.0202). Indicando que quanto maior
o número de fatores de virulência presentes nas H. pylori, maior é o dano na mucosa
gástrica (Figura 13).
78
Tabela 11. Correlação entre os genes de virulência e lesão histopatológicas detectadas na mucosa de corpo e antro gástrico de pacientes com
gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012.
Genes
Lesões histopatológicas
Infiltrado Inflamatório Atividade Neutrofílica Folículo linfoide Densidade de
colonização Lesões pré-malignas
Antro Corpo Antro Corpo Antro Corpo Antro Corpo Antro Corpo
vacAm1s1 rs = 0.25 rs = 0.25 rs = 0.20 rs = 0.13 rs = 0.07 rs = -0.01 rs = 0.03 rs = -0.03 rs = 0.2 rs = 0.09
p = 0.005 p = 0.005 p = 0.027 p = 0.146 p = 0.464 p = 0.923 p = 0.761 p = 0.756 p = 0.044 p = 0.314
cagA rs = 0.18 rs = 0.19 rs = 0.26 rs = 0.11 rs = 0.18 rs = -0.02 rs = 0.16 rs = 0.05 rs = 0.2 rs = -0.05
p = 0.044 p = 0.036 p = 0.004 p = 0.232 p = 0.05 p = 0.854 p = 0.072 p = 0.618 p = 0.029 p = 0.619
babA2 rs = 0.03 rs = -0.03 rs = 0.02 rs = -0.02 rs = 0.10 rs = -0.23 rs = 0.26 rs = 0.10 rs = 0.0 rs = -0.08
p = 0.785 p = 0.732 p = 0.806 p = 0.812 p = 0.266 p = 0.011 p = 0.004 p = 0.278 p = 0.832 p = 0.395
sabA rs = 0.01 rs = 0.00 rs = 0.08 rs = 0.07 rs = 0.02 rs = 0.12 rs = 0.19 rs = 0.11 rs = 0.2 rs = -0.09
p = 0.925 p = 0.986 p = 0.360 p = 0.424 p = 0.837 p = 0.180 p = 0.039 p = 0.221 p = 0.079 p = 0.311
78
79
Figura 13. Correlação entre o índice de lesões histopatológicas e o índice de combinação dos genes vacAm1s1, cagA, babA2 e sabA da H. pylori
detectados em biópsias de corpo e antro de pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012.
79
80
3.3. ASSOCIAÇÃO DA INFECÇÃO PELA H. pylori COM OS GRUPOS SANGUÍNEOS
ABO LEWIS E SECRETOR
A distribuição geral dos pacientes, em função dos tipos de grupo sanguíneo ABO,
demonstrou que 58,33% (126/216) eram do grupo O, 33,79% (73/216) pertenciam ao
grupo A, 7,41% (16/216) ao grupo B e 0,46% (1/216) ao grupo AB. Esta distribuição
estava em equilíbrio de Hardy-Weinberg (2 = 2.0674; gl = 1; p = 0,1505). A frequência
do alelo A atingiu 18,98%, o alelo B foi representado por 4,03% e o alelo O foi
evidenciado em 76,99% da amostra. As frequências gerais dos grupos sanguíneos ABO
dos pacientes foram comparadas com aquelas descritas para a população de Belém
(Corvelo et al., 2013) e não foram verificadas diferenças estatisticamente significativas
(Teste G Williams = 2.4415; gl = 3; p = 0,4859).
A tabela 8 demonstra a distribuição dos fenótipos de grupo sanguíneo ABO,
Lewis e estado secretor de substância ABH entre indivíduos infectados e não infectados e a
comparação destas distribuições da amostra de pacientes em relação às frequências
descritas para a população de Belém de acordo com Corvelo e colaboradores (2013). De
um modo geral, as proporções fenotípicas dos sistemas de grupos sanguíneos ABO e Lewis
ao nível salivar não diferiram entre os pacientes infectados e não infectados e nem destes
em relação a amostra da população de Belém (Tabela 12). A maioria dos pacientes,
92,19% (197/216), foi caracterizada como secretora de antígenos A, B, H, Lea e Leb na
saliva e 7,81% (19/216) como não secretora, uma proporção que não diferiu daquela
descrita por Corvelo e colaboradores (2013) para a população de Belém (Tabela 8).
81
Tabela 12. Distribuição de pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-
2012 de acordo com a infecção pela H. pylori e os tipos de grupo sanguíneo ABO, Lewis e
estado secretor salivar em relação a população de Belém.
Fenótipos N Infecção pela H. pylori
População de
Belém 3 Teste G
p-
valor
Sim (n=128) Não (n=88)
n (%) N (%) n (%)
ABO
A 73 44 (34.38) 29 (32.95) 46 (30.67) 1x2 2.746 0.433
B 16 12 (9.38) 4 (4.55) 17 (11.33) 1x3 0.7197 0.869
AB 1 1 (0.78) - - 2 (1.33) 2x3 4.9506 0.175
O 126 71 (55.47) 55 (62.5) 85 (56.67)
Lewis (salivar)
Le(a+b-) 15 8 (6.25) 7 (7.95) 10 (6.67) 1x2 0.2286 0.892
Le(a-b+) 177 107 (83.59) 70 (79.55) 130 (86,67) 1x3 2.1638 0.339
Le(a-b-) 24 13 (10.16) 11 (12.50) 10 (6.67) 2x3 2.4489 0.294
Estado Secretor
Se 197 118 (92.19) 79 (89.77) 138 (92.0) 1x2 0.1367 0.712
NSe 19 10 (7.81) 9 (10.23) 12 (8.0) 1x3 0.0272 0.868 3 – Dados relativos ao estudo de Corvelo e colaboradores (2013)
Considerando os fenótipos do sistema de grupo sanguíneo Lewis, foram
detectadas as seguintes distribuições, ao nível eritrocitário 7,87% (17/216) dos pacientes
eram Le(a+b-), 56,48% (122/216) eram Le(a-b+) e 35,65% (77/216) eram do tipo Le(a-b-);
ao nível salivar 6,94 % (15/216) eram Le(a+b-), 81,94% (177/216) e 11,11% (24/216)
foram caracterizados como Le(a+b-) e Le(a-b-) respectivamente, sendo que as proporções
dos fenótipos Lewis sanguíneo diferiram significativamente dos fenótipos Lewis salivares
(Teste 2 = 38.054; gl = 2; p < 0,0001) (Tabela 13).
Tabela 13. Distribuição de pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-
2012 de acordo os fenótipos Lewis eritrocitário e salivar.
Fenótipo
eritrocitário
Fenótipo salivar Total
Le(a+b-) Le(a-b+) Le(a-b-)
N (%) N (%) N (%) N (%)
Le(a+b-) 5 (2.31) 12 (5.56) - - 17 (7.87)
Le(a-b+)
122 (56.48) - - 122 (56.48)
Le(a-b-) 10 (4.63) 43 (19.91) 24 (11.11) 77 (35.65)
Total 15 (6.94) 177 (81.94) 24 (11.11) 216 (100)
82
A comparação dos antígenos de grupo sanguíneo Lewis ao nível eritrocitário e
salivar (Tabela 13) permitiu classificar a amostra dos pacientes em dois grupos fenotípicos:
Lewis concordante, aqueles com antígenos Lewis idênticos e compatíveis entre sangue e
saliva, e Lewis discordante, aqueles em que os antígenos detectados nos eritrócitos eram
diferentes das especificidades da saliva (Figura 14). A maioria dos pacientes concordantes
(80,79%) integrou o grupo cujos fenótipos eram Le(a-b+)/Le(a-b+) no sangue e saliva,
respectivamente. Os Lewis discordantes foram identificados como paciente que
expressavam os fenótipos Le(a-b-) nos eritrócitos e na secreção salivar expressavam
Le(a+b-) ou Le(a-b+), e ainda aqueles indivíduos com fenótipo Le(a+b-) no sangue e com
Le(a-b+) na saliva. A discordância dos fenótipos Lewis entre sangue e saliva, representou
30,09% (65/216) da amostra de pacientes (Tabela 13). Entre os dados listados na tabela 9,
o maior número observado de discrepância concentrou-se no grupo classificado nos
eritrócitos como Lewis negativo e Lewis positivo na saliva, totalizando 81,54% (53/65)
dos casos discordantes (Figura 4).
Figura 14. Distribuição dos fenótipos Lewis em relação a concordâncias dos fenótipos
Lewis eritrocitário e salivar dos pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB em
2011-2012.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Le(a-b+)/Le(a-b+) Le(a-b-)/Le(a-b-) Le(a+b-)/Le(a+b-) Le(a-b-)/Le(a+b-)
ou Le(a-b+)
Le(a+b-)/Le(a-b+)
Fenótipo Lewis concordante Fenótipo Lewis discordante
80.79%
15.89%
3.31%
81.54%
18.46%
Fre
qu
ênci
a d
e ca
sos
Fenóipo Lewis
Tipo de expressão antigênica sangue/saliva
83
Uma análise realizada, refere-se a distribuição dos pacientes com fenótipos Lewis
concordandes e discordantes em relação aos fenotipos de grupos sanguíneos do sistema
ABO, foi verificada diferença altamente significativa na distribuição de pacientes do grupo
O em relação aos fenótipos A e B (2 = 19.677; gl = 1; p < 0.0001), ou seja, a maioria dos
pacientes Lewis concordantes eram do grupo O, enquanto que entre os Lewis discordantes
a maior parte pertencia aos tipos A/B (Figura 15). Adicionalmente, foi verificada se a
distribuição dos pacientes com e sem infecção pela H. pylori diferia entre os fenótipos
concordante e discordantes (Tabela 14), neste aspecto não foram verificadas diferenças
estatisticamente significativas (2 = 2.262. gl = 1 p = 0.1326). Por outro lado, foi
observada, entre os pacientes Lewis discordantes dos tipos sanguíneos A/B, uma maior
taxa de infecção pela H. pylori, 76,19% (32/42), uma proporção que diferiu
significativamente (Z = 1.9798; p = 0.0239) daquela observada entre os indivíduos que
pertenciam ao grupo O, 52,17% (12/23), neste grupo de pacientes (Figura 16).
Figura 15. Distribuição dos fenótipos do sistema dos tipos Lewis em relação aos grupos
sanguíneos do sistema ABO dos pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB em
2011-2012.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Concordante Discordante
Per
cen
tual
de
caso
s
Fenótipos Lewis
Tipo O Tipo A/B
84
Tabela 14. Distribuição da infecção pela H. pylori entre pacientes Lewis concordantes e
discordantes com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012.
Fenótipo Lewis Infecção pela H. pylori Total
Positivo Negativo
N (%) N % N %
Concordante 84 (55.63) 67 (44.37) 151 (69.91)
Discordante 44 (67.69) 21 (32.31) 65 (30.09)
Total 128 (59.26) 88 (40.74) 216 (100.00)
Figura 16. Distribuição dos fenótipos Lewis concordantes e discordantes em relação a
infecção pela H. pylori e ao tipo de grupo sanguíneo ABO de pacientes com gastrite
crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Hp+ Hp- Hp+ Hp-
Lewis concordante Lewis discordante
Per
cen
tual
de
paci
ente
s
Fenótipos Lewis
Tipo O
Tipo A/B
85
3.3.1. Avaliação dos polimorfismos T59G e G508A no gene Lewis do G428A no gene
Secretor.
A caracterização molecular do gene Lewis para os SNPs T59G e G508A, e do
gene secretor, para o polimorfismo G428A, envolveu todos os indivíduos diagnosticados
com infecção pela H. pylori (n= 128) e 41 indivíduos sem infecção, mas que 19 deles eram
dos fenótipos Lewis discordantes, 10 eram do fenótipo Lewis negativos concordantes e 12
que apresentaram reação fraca para a especificidade antigênica Leb na saliva. Assim, o
padrão de restrição para esses SNPs foi investigado em 169 casos, através das enzimas de
restrição MspI para o polimorfismo T59G, PvuII para a mutação G508A e XbaI para o
G428A. Os padrões de restrições destes SNPs estão demonstrados na Figura 17. As
freqüências genotípicas e haplotípicas dos genes FUT2 e FUT3 observadas entre os 169
pacientes analisados estão detalhadas na tabela 15.
Figura 17. Padrão de digestão enzimática das mutações T59G (A) e G508A (B) no gene
FUT3, pelas enzimas de restrição VspI e PvuII, respectivamente, corado com brometo de
etídio em poliacrilamida 7%.
86
As frequências do SNP G428A no gene FUT2, em geral mostrou uma
concordância entre os genótipos observados com o estado secretor ABH na saliva. A tabela
13 sumariza as freqüências genotípicas e alélicas estimadas, verificando-se que estas estão
em equilíbrio de Hardy-Weinberg (2 = 0,3689; gl = 1; p = 0,5436). A frequência do alelo
se428
atingiu 29,30%. Os genótipos Se/_ (48,52%) e Se/se428
(40,83%) predominaram na
amostra investigada, sendo que estes estavam relacionados com a presença de substância
ABH na saliva. Por outro lado, a ausência de substância ABH na saliva foi relacionada
com o genótipo se428
/se428
em 8,28% (14/169), e em 4 casos que não foram detectadas a
presença de antígenos ABH na saliva, 2 (1,18%) deles apresentavam a mutação G428A em
heterozigose e em 2 (1,18%) deles não foi observado qualquer padrão de restrição.
A presença de pelo menos 06 diferentes alelos do gene FUT3 foi inferida, sendo
que os alelos continham as mutações isoladas 59 e 508 ou em combinações 59/508 e este
último atingiu frequência de 12,13% (41/338) (Tabela 11). Globalmente, o polimorfismo
59T>G atingiu uma freqüência de 19,53% (66/338), sendo detectado em 58 indivíduos,
onde em 8 deles estava em homozigose, associada ou não com o SNP 508G>A e em 50
casos estava em heterozigose. A mutação 508G>A exibiu uma freqüência similar a T59G,
ou seja, 19,53 % (66/338), sendo detectada em 59 indivíduos. A análise das frequências
genotípicas indicou que o gene FUT3 está em equilíbrio Hardy-Weinberg (2= 2.3870; gl
= 1; p = 0,1223) nesta amostra de pacientes.
Nesta investigação, se supôs a presença de outra mutação inativante do gene
Lewis, pois em 69,56% (16/23) dos casos com fenótipos Lewis negativo genuíno foram
observadas ausência de clivagem ou apenas ocorreu clivagem parcial pelas enzimas MspI e
PuvII. Destes 16 casos, 5 não foram clivados por nenhuma das referidas enzimas, 4 casos
foram clivados parcialmente pela MspI e 7 indivíduos foi detectada a heterozigosidade para
a mutação 508G>A, sendo que 3 destes indivíduos também tiveram seus produtos de
amplificação clivados ainda pela enzima MspI, mas de forma parcial.
87
Tabela 15. Freqüências alélicas e genotípicas dos loci FUT2 e FUT3 entre pacientes com
gastrite crônica atendidos no HUJBB em Belém/Pa em 2011-2012.
Genótipo N Frequência (%)
(n=169)
Alelo
(2n=338) N Frequência (%) ±SD
FUT2
Se/_ 82 (48.52) Se 233 (68,93) 0.015
Se/se428 69 (40.83) se428 99 (29,29) 0.018
se428/se428 14 (8.28) se* 6 (1,78) 0.005
se428/se* 2 (1.18)
se*/se* 2 (1.18)
FUT3
Le/_ 84 (49.70) Le 226 (66,86) 0.018
Le/Le59
14 (8.28) Le59
21 (6,21) 0.009
Le/le508
16 (9.47) le508
25 (7,40) 0.01
Le/le59,508
28 (16.57) le59,508
41 (12,13) 0.013
Le59
/Le59
3 (1.78) le* 21 (6,21) 0.009
Le59
/le59,508
1 (0.59) le59,
* 4 (1,18) 0.004
le508
/le508
2 (1.18)
le508
/le59,508
1 (0.59)
le59,508
/le59,508
4 (2.37)
le59,
*/le* 4 (2.37)
le508
/le* 4 (2.37)
le59,508
/le* 3 (1.78) le*/le* 5 (2.96)
A distribuição das frequências alélicas do gene FUT3 investigadas neste estudo
foi comparada com aquela descrita para a população de Belém descrita Corvelo e
colaboradores (2013) foram verificadas diferenças altamente significativas entre as
proporções observadas (2= 73.926; gl = 4; p< 0,0001). A presença dos genótipos Le/_ e
le*/ le* foi maior entre os pacientes do que na população de Belém. Por outro lado, o
genótipo Le59
/Le59
foi mais frequente na amostra da população de Belém quando
comparada com a de pacientes (Tabela 16).
88
Tabela 16. Comparação das frequências genotípica de FUT3 entre pacientes com gastrite
crônica e população de Belém.
Genótipo População
Pacientes Belém Partição Lin : Col 2 GL (p)
N (%) N (%)
Le/_ 84 (49.70) 23 (15.33)
Le59
/Le59
3 (1.78) 11 (7.33) 1 02:02 16.1897 1 < 0.0001
Le/Le59
14 (8.28) 62 (41.33) 2 03:02 53.5939 1 < 0.0001
Le/le* 45 (26.63) 44 (29.33) 3 04:02 0.0123 1 0.9117
le*/le
* 23 (13.61) 10 (6.67) 4 05:02 4.1301 1 0.0421
Em relação à distribuição genotípica do FUT3 entre pacientes infectados e não
infectados foi observado uma relação direta entre a positividade para a infecção e a elevada
frequência do genótipo Le/_, e entre os pacientes H. pylori negativo a maior frequência de
genótipos observada foi do le*/le*, conforme demonstrado observado na figura 18.
Figura 18. Distribuição de frequência dos genótipos Lewis entre pacientes infectados e não
infectados pela H. pylori.
0.55
0.016 0.06
0.27
0.101
0.32
0.024 0.15
0.268 0.244
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Le/_ Le59/Le59 Le/Le59 Le/le* le*/le*
Per
cen
tual
de
cas
os
Genótipos
HP+
HP-
p1 < p2 0.3557
p1 < p2 0.0450
p1 = p2 0.4866 p1 < p2
0.0104
p1 > p2 0.004
89
3.4. EXPRESSÃO IMUNOHISTOQUÍMICA DOS ANTÍGENOS ABO E LEWIS NA
MUCOSA GÁSTRICA
A expressão imunohistoquímica dos antígenos ABH e Lewis, na camada foveolar
do antro gástrico foi avaliada em 107 pacientes. Os pacientes dos grupos A, B e AB, do
sistema ABO foram analisados de forma conjunta devido ao pequeno número amostral dos
fenótipos Be AB, própria da distribuição de frequências destes grupos sanguíneos. Assim
foram incluídos 47 pacientes dos grupos A/B, sendo que dois deles foram caracterizados
como não secretores de substâncias ABH, e 60 pacientes do grupo O, onde 7 deles eram
não secretores.
A marcação imunohistoquímica dos antígenos ABH na mucosa gástrica destes
pacientes se distribui de acordo com o tipo de grupo sanguíneo ABO dos mesmos. A
expressão dos antígenos foi considerada como normal, o padrão homogêneo (Figura 19) e
os casos de ausência de expressão relacionados ao estado não secretor, e como anômalo, os
casos heterogêneo (Figura 20) e aqueles com ausência total de expressão registrado entre
pacientes secretores (Figura 21). Assim, o padrão anômalo heterogêneo, aquele que
considerou a perda de expressão, foi mais evidente para o antígeno Leb no epitélio
superficial seguido do antígeno A/B e H, relativo aos pacientes do grupo O (Figura 19). Os
padrões normais homogêneos e anômalos heterogêneo estão demonstrados na figura 10,
cujas áreas de metaplasia intestinal e de forte inflamação revelam um padrão de expressão
decrescente, particularmente do antígeno Leb.
90
Figura 19. Padrão homogeneo de expressão antígenica. (A e B) Padrão Homogêneo do
antígeno H e A respectivamente. Aumento 10x.
91
Figura 20. Padrão Heterogêneo de marcação. (C) Perda de Leb em área de Metaplasia
intestinal; (D) Ganho de Lea em área de Metaplasia intestinal; (E). Padrão heterogêneo do
antígeno Leb. Aumento 40x.
92
Figura 21. Distribuição da expressão dos antígenos dos sistemas ABH e Lewis na mucosa
gástrica dos pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012.
A proporção de perda de expressão na mucosa gástrica dos antígenos A/B dos
pacientes com inflamação forte não demonstraram diferença significativas em relação a
inflamação fraca (Teste binomial = -0.6565; p = 0.5115), assim como do antígeno H (Teste
binomial 0.2730; 07848), mas em relação ao antígeno Leb a perda foi mais visível entre os
pacientes com inflamação forte, cujos casos anômalos representaram 66,66% (50/84), os
quais diferiram proporcionalmente deste mesmo padrão verificado entre os pacientes com
inflamação fraca (Teste binomial 1.7424; p = 0.0407), que foram representados 39,13%
(9/23) dos casos analisados (Figura 22).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
A/B H Lea Leb
Per
cen
tua
l d
e ex
pre
ssã
o
Expressão dos antígenos ABH e Lewis na mucosa gástrica
Normal - Homogêneo Ausente - normal Anômalo - heterogêneo Anômalo - Nulo
93
Figura 22. Distribuição da expressão imunohistoquímica ABH e Lewis em relação ao nível
de inflamação na mucosa gástrica dos pacientes com gastrite crônica de Belém-Pa, 2011-
2012.
Adicionalmente, as expressões dos antígenos A/B, H, Lea e Le
b no epitélio
gástrico foram comparadas com a presença daquela verificada na saliva. Em relação aos 45
pacientes que pertenciam aos fenótipos A/B e que eram secretores, todos tiveram a
expressão salivar, mas somente 76% (34/45) expressaram estes antígenos na mucosa
gástrica. Ao contrário dos pacientes do grupo O, que demonstraram expressão tissular em
todos os casos. Foram observadas perda de expressão do antígeno Lea no epitélio gástrico,
pois entre 7 pacientes que foram fenotipados como Le(a+b-) na saliva, somete dois
expressaram este antígeno na mucosa. Foram verificadas também diferença na proporção
dos indivíduos que expressam o antígeno Leb mucosal em relação à positividade na saliva.
Neste caso, 91 indivíduos que foram caracterizados como Le(a-b+) na saliva, 15,38%
(14/91) deles não demonstraram a expressão do antígeno Leb na mucosa gástrica (Figura
23). Entre os 107 pacientes 9 foram classificados como Lewis negativo na saliva e todos
concordaram com a ausência de expressão no epitélio foveolar gástrico.
Adicionalmente, a média dos escores da marcação imunohistoquímica, foi
avaliada de acordo com as graduações forte e fraca das lesões histopatológicas pelo Teste-t
(Tabela 13). Não foram observada diferença nas médias de expressão dos antígenos A/B e
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Forte Fraca Forte Fraca Forte Fraca Forte Fraca
A/B H Lea Leb
Pe
rce
ntu
al d
e c
aso
s
Expressão de antígenos ABH e Lewis x inflamação
Normal - Homogêneo Normal - Ausente Anômalo - Heterogêneo Anômalo - Nulo
94
H, considerando os achados inflamatórios fortes e fracos. Em relação ao antígeno Lea, as
médias de expressão diferiram significativamente na atividade neutrofílica, denotando
ganho de expressão desse antígeno na graduação forte. A perda de expressão de Leb foi
significativamente relacionada ao grau forte do infiltrado inflamatório, atividade
neutrofílica, densidade de colonização pela H. pylori e na metaplasia intestinal.
Por outro lado, foi verificada se a média de expressão dos antígenos ABH e
Lewis, na camada foveolar da mucosa gástrica diferia em relação a presença ou ausência
dos marcadores de virulência da H. pylori , vacAm1s1, cagA, babA2, sabA, pelo Teste-t. Foi
verificado ganho de expressão de antígeno Lea na presença dos marcadores de virulência
bacteriano vacAm1s1, cagA e sabA e de perda dos antígenos H e Leb na presença do gene
sabA (Tabela 18).
Figura 23. Comparação da expressão dos antígenos de grupos sanguíneos entre na saliva e
mucosa gástrica de pacientes com gastrite crônica de Belém - Pa.
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
A/B O Le(a+b-) Le(a-b+)
1.00 1.00 1.00
1.00
0.76
1.00
0.29
0.84
Pro
porç
ão d
e ca
sos
Grupos sanguíneos ABO e Lewis
Expressão de antígeno salivar Expressão de antígeno mucosa gástrica
n = 7
p = 0.0026
n = 91
p < 0.0001 n = 45
p = 0.0002
95
Tabela 17. Comparação da expressão dos antígenos A, B, H, Le e Leb na camada foveolar da área do antro gástrico entre as graduações forte e
fraca das lesões histopatológicas na mucosa gástrica de paciente com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012.
Achados
Histopatológico Expressão dos Antígenos na mucosa gástrica região foveolar do antro
A/B (n = 45) H (n = 54) Lea (n = 98) Leb (n = 91)
Média p-valor Média p-valor Média p-valor Média p-valor
Infiltrado
inflamatório 0.8184 0.5831 0.7653 0.0062
Forte 161.88 265.45 24.35 153.08
Fraco 151.82 252.22 20.50 227.25
Atividade
neutrofílica 0.5771 0.4491 0.0322 0.0099
Forte 173.12 354.76 37.36 128.00
Fraco 151.11 268.75 14.83 190.26
Folículo linfóide 0.1870 0.4707 0.2488 0.4401
Presente 127.33 273.12 16.13 178.62
Ausente 178.00 258.91 27.01 159.59
Densidade de H.
pylori 0.2871 0.7559 0.6216 0.0066
Forte 190.00 259.58 20.27 125.15
Fraco 146.00 266.20 25.57 188.71
Metaplasia intestinal 0.7097 0.8597 0.7350 0.0542
Forte 133.33 256.67 16.24 96.67
Fraco 161.25 263.60 24.02 170.53
95
96
Tabela 18. Análise da expressão imunohistoquímica dos antígenos ABH e Lewis na mucosa gástrica em relação à presença dos fatores de
virulência da H. pylori em pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2011-2012.
Genes de virulência
A/B H Lea Leb
Média dos
escore p-valor
Média dos
escores p-valor
Média dos
escores p-valor
Média dos
escores p-valor
vacAm1s1 0.1828 0.2262 0.0412 0.6460
Positivo 165.42 261.18 31.18 161.23
Negativo 107.27 288.88 10.00 174.50
cagA 0.0358 0.2751 0.0340 0.6942
Positivo 182.22 257.92 36.59 160.00
Negativo 110.00 278.42 12.22 170.14
sabA 0.9496 0.0007 0.0261 0.0451
Positivo 146.55 255.62 29.84 152.46
Negativo 150.00 300.00 7.33 217.14
babA2 0.3345 0.3462 0.1218 0.2277
Positivo 121.54 276.31 15.61 146.33
Negativo 162.21 259.58 32.50 177.79
96
97
3.5.EXPRESSÃO DE babA2 e sabA NA MUCOSA GÁSTRICA
As expressões dos genes de virulência da H. pylori BabA2 e SabA e de controle
endógeno, 16S rRNA, foi detectada através PCR em tempo real na mucosa gástrica dos
pacientes infectados e com positividade para estes referidos genes, pela PCR simples. Foi
considerada amostra com presença de expressão gênica aquela que demonstrou uma
intensidade de fluorescência acima do limiar de detecção. O limite foi definido na região
associada com um crescimento exponencial do produto da PCR em tempo real definido
como Ct (Threshold cycle). Deste modo, o valor numérico aceito para determinar a
presenças de expressão gênica foi representado por Ct, que resulta da diferença entre os
médias dos Ct individuais dos genes BabA2 ou SabA, com ás médias dos Ct do gene de
controle endógeno 16s do RNA ribossomal detectado em cada amostra de paciente.
A descrição estatística dos valores de Ct de BabA2 indicaram uma variação de -
7.2263 a 48.6033 com amplitude total de 55.8296, mediana de 7.7671 e média aritmética
de 11.4460, valores estes que diferiram significativamente pelo teste de Mann-Whitney
daqueles observados para SabA (Z = 3.5097; p= 0,0004), que variou de -3.4812 a 35.5520,
atingindo amplitude de 39.0332, mediana de 21.4648 e média aritmética de 19.7979. Os
baixos valores de Ct são relacionados à alta expressão dos genes e os altos valores com a
baixa expressão gênica (Figura 24).
98
Figura 24. Comparação entre o Ct da expressão do RNAm dos genes BabA2 e SabA
verificados na mucosa gástrica de pacientes com gastrite crônica atendidos no HUJBB em
2011-2012.
Assim, foi verificado que a proporção de casos com expressão gênica foi de
50,79% (32/63) para o gene babA2 e de 33,33% (21/63) para o gene sabA, o gene 16s
rRNA se expressou em 100% (63/63) dos casos analisados. Foi verificado também se a
expressão do RNAm dos genes babA2 e sabA estava relacionados com a presença do genes
(Figura 25), o teste Kappa indicou uma boa concordância (75,78%) entre o gene BabA2 e a
detecção do seu RNAm (Z Kappa= 6.6348, p< 0.0001), ao contrário do gene SabA,
demonstrou uma fraca concordância (40,63%) entre a presença deste gene o seu RNAm (Z
Kappa= 2.5181, p=0,005). A expressão concomitante de babA2 e sabA foi verificada em
25,39% (16/63) dos casos, estes dados demonstram que embora haja uma concordância
entre as expressões concomitantes destes genes (Teste Z = 2.8511; p = 0.0022), ela é
considerada do tipo fraca pelo teste Kappa (0.3368).
99
Figura 25. Relação entre a detecção dos genes BabA2 por PCR e a presença de expressão
de seus RNAm verificados na mucosa gástrica de pacientes com gastrite crônica atendidos
no HUJBB em 2011-2012.
Quando se associou a presença ou ausência de expressão dos genes BabA2 com a
média dos escores das lesões histopatológicas diagnosticada na mucosa gástrica, foi
verificada diferença estatística significativa somente em relação ao folículo linfóide. Em
relação ao gene sabA, as médias dos escores histopatológicos da densidade bacteriana
diferiram entre os pacientes com e sem expressão do gene sabA (Tabela 19).
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Pos Neg Pos Neg
BabA2 SabA2
Per
cen
tual
de
exp
ress
ão
Presença do gene
Expressão Presente Expressão ausente
100
Tabela 19. Distribuição da expressão dos genes BabA2 e SabA em função das lesões
histopatológicas diagnosticadas na mucosa gástrica de pacientes com gastrite crônica
atendidos no HUJBB em 2012-2012.
Lesões
histopatológicas Expressão de babA2 Expressão de sabA
Sim Não
Teste-t p-valor
Sim Não
Teste-t p-
valor
Infiltrado
inflamatório
Média dos escores 2.187 2.419 -1.1302 0.628 2.095 2.405 -1.4315 0.157
Atividade
neutrofílica
Média dos escores 1.375 1.516 -0.7368 0.4641 1.333 1.500 -0.8213 0.415
Folículo linfoide
Média dos escores 0.125 0.548 -2.4150 0.0192 0.381 0.309 0.3694 0.713
Densidade
bacteriana
Média dos escores 1.594 1.806 -0.7848 0.4356 2.095 1.500 2.136 0.037
Lesões pré-
cancerosas
Média dos escores 0.281 0.484 -0.9390 0.3520 0.238 0.452 -0.942 0.350
Por ouro lado, quando se relacionou a expressão de ambos os genes babA2 e SabA
com os fenótipos de grupo sanguíneo não foram verificadas diferenças significativas entre
a distribuição dos fenótipos de grupos sanguíneos do sistema ABO, Lewis, Estado secretor
ABH e a discordância dos fenótipos Lewis (Tabela 20).
101
Tabela 20. Distribuição dos grupos sanguíneos em função da expressão dos genes babA2 e
sabA na mucosa gástrica de com gastrite crônica atendidos no HUJBB em 2012-2012.
Fenótipos Expressão p-valor Expressão p-valor
babA2+ babA2-
sabA+ sabA-
N (%) N (%)
N (%) N (%)
ABO
A 15 (46.88) 12 (38.71) 0.5303 6 (28.57) 21 (50.00) 0.2735
B 1 (3.13) 3 (9.68)
2 (9.52) 2 (4.76)
O 16 (50.00) 16 (51.61)
13 (61.90) 19 (45.24)
Lewis salivar
Le(a+b-) 4 (12.50) 6 (19.35) 0.2406 3 (14.29) 7 (16.67) 0.9343
Le(a-b+) 27 (84.38) 21 (67.74)
16 (76.19) 32 (76.19)
Le(a-b-) 1 (3.13) 4 (12.90)
2 (9.52) 3 (7.14)
Estado secretor
Secretor 27 (84.38) 25 (80.65) 0.9538 17 (80.95) 35 (83.33) 0.9063
Não Secretor 5 (15.63) 6 (19.35)
4 (19.05) 7 (16.67)
Fenótipo Lewis
Concordante 18 (56.25) 22 (70.97) 0.3405 13 (61.90) 27 (64.29) 0.9262
Discordante 14 (43.75) 9 (29.03)
8 (38.10) 15 (35.71)
A média dos escores de expressão imunohistoquímica dos antígenos A/B, H e Leb
verificada na mucosa gástrica dos pacientes que apresentavam expressão para o genes
babA2 e sabA. Estas médias foram comparada entre os pacientes com e sem expressão de
babA2 e sabA e de ambos com um grupo de pacientes que não tinham infecção pela H.
pylori, que foi tomado como controle, neste sentido não foram verificadas diferenças
significativas entre as média dos escores de todos os antígenos, tanto em relação ao gene
babA2 quanto a sabA (Figura 26).
102
Figura 26. Média dos escores de expressão imunohistoquímica dos antígenos ABH e Lewis
em relação a expressão dos genes BabA2 e SabA da H. pylori detectados na mucosa
gástrica de pacientes com gastrite crônica de Belém-Pa.
0
50
100
150
200
250
300
350
A/B H Leb Lea
Méd
ia d
e es
core
de
exp
ress
ão
Expressão de antígenos na mucosa gástrica
BabA2+
BabA2-
Controle
0
50
100
150
200
250
300
A/B H Leb Lea
Méd
ia d
os
esco
re d
e ex
pre
ssão
Expressão de antígenos na mucosa gástrica
SabA+
SabA-
Controle
103
4.0. DISCUSSÃO
A Helicobacter pylori é um dos mais bem sucedidos patógeno humano, que
coloniza a lâmina de muco e o epitélio gástrico de mais da metade da população mundial.
Esta infecção tem grande importância epidemiológica e com marcante impacto clinico-
social nas populações em desenvolvimento (Oleastro & Ménard 2013), pois induz gastrite
crônica ativa, que pode evoluir para doenças gástricas mais severas, como gastrite atrófica,
úlcera péptica, carcinoma gástrico e linfomas de tecido linfoide associado à mucosa
(MALT) (Suerbaum & Michetti, 2002). Estas doenças cursam a partir das interações entre
o hábito de vida, os tipos de cepas albergadas pelos indivíduos e com os fatores genéticos
de predisposição à doença (Tham et al., 2001; Vinagre et al., 2013). Neste último caso, os
sistemas de grupos sanguíneos ABO e Lewis têm sido explorados com vista a definição de
um ou mais fenótipos que possam estar associados às doenças gástricas.
Neste estudo, a maioria dos pacientes investigada foi diagnosticada com
gastrite crônica, que variou de leve a acentuada intensidade, tanto no antro quanto no corpo
gástrico, isto permitiu afirmar que em torno de 93% dos pacientes estavam com pangastrite
crônica, com lesões histopatológicas que se distribuíram de forma semelhante nas duas
áreas do estômago dos indivíduos. Neste aspecto, as formas mais severas das gastrites
foram relacionadas à infecção pela H. pylori, que atingiu taxa de 56,48% pelo método de
Gram modificado por Hucker (1921) e de 59,26% pelo método molecular (PCR). Embora
estas proporções não tenham sido estatisticamente diferentes, é importante considerar que
o método de PCR é sensível e específico, pois permite a detecção da infeção pela espécie
H. pylori e ainda quando a densidade bacteriana é baixa na mucosa gástrica. Além disso, o
método molecular também permite avaliar o tipo de cepa albergada pelo paciente, ao
contrário do método de Gram modificado, que é inespecífico e baseado na visualização
morfológica e pela coloração azul intensa de bactérias íntegras presentes no epitélio
gástrico infectado. Esta exigência do método de Gram modificado pode aumentar a taxa de
casos falsos negativos ou falsos positivos, ainda que o microrganismo detectado esteja num
contexto histopatológico da infecção.
Estudos vêm demonstrando que o estômago humano apresenta uma
microbiota constituída por várias espécies de microrganismos (Bik et al., 2006), podendo
inclusive ser colonizado por mais de uma espécie do gênero Helicobacter. Penã et al.,
(2002) descreveram a presença da espécie similar a H. cinaedi no estômago de pacientes,
104
que apresentavam achados clínicos consistentes com a infecção pela H. pylori, entre estes,
a impressão endoscópica relacionada a gastrite erosiva e a análise histopatológica
associada com gastrite crônica de antro. Nakamura et al., (2007) também relacionaram a
presença de H. heilmannii, no estômago humano com resposta inflamatória, incluindo a
formação de folículo linfoide.
Então considerando o método molecular de diagnóstico avaliado neste
estudo, a frequência de infecção pela espécie H. pylori atingiu 59,29%, cuja prevalência
está de acordo com dados publicados por Souza et al., (2014), que detectaram uma
proporção de 69,2% desta infeção entre pacientes com faixa etária acima de 20 anos na
cidade de Belém. Outro estudo realizado, que também avaliou pacientes com gastrite
crônica provenientes das cidades de Belém e Bragança, demonstrou prevalências de 76% e
87%, respectivamente, nestas cidades (Junior et al., 2013). Resultados relativos a estudos
realizados em Belém-Pa, envolvendo pacientes com gastrite crônica e úlcera gástrica
relataram prevalências de 63,5% entre aqueles com gastrite crônica (Aguiar et al., 2002) e
de 93% entre aqueles com úlcera gástrica (Martins et al., 2002).
Trabalhos realizados no Brasil observaram uma variação na prevalência da
infecção pela H. pylori em diferentes capitais. Em Belo Horizonte (MG) a prevalência
observada foi de 81,7% em pacientes adultos (Oliveira et al., 1999), no Rio de Janeiro (RJ)
foi de 60% (Solaris et al., 1994) e em Botucatu (SP) de 85,18% (Ladeira et al., 2004).
Na América Latina as taxas de infecção entre indivíduos sintomáticos
podem variar de acordo com a região estudada, sendo que a infecção pela H. pylori em
adultos é quase sempre superior a 50%, podendo variar entre países e dentro deles,
dependendo da população e da área geográfica estudada. Em muitas regiões da América do
Sul, a prevalência da H. pylori é alta, afetando cerca de 70% da população que vive em
precárias condições de vida (Coelho & Coelho 2014). Porra et al., (2013) relataram
prevalências que variaram de 70,1 % a 84,7%, em adultos de seis países, Chile, Colômbia,
Honduras, Costa Rica, México e Nicarágua.
As taxas de infecção observadas neste estudo são altas quando comparadas
com outras regiões do mundo (Bures et al., 2012), apesar dos avanços no diagnóstico e
tratamento. Isto leva pressupor que os fatores de risco contextuais para a transmissão,
como hábito de vida, e a precariedade no saneamento básico, educação sanitária e moradia
adequada ainda favorecem os repetidos ciclos de aquisição e transmissão da H. pylori.
105
É consenso que a H. pylori ao colonizar o epitélio gástrico induz uma
resposta inflamatória na mucosa subjacente (Vaira et al., 2002). Nesta análise que
envolveu pacientes com gastrite crônica foi verificada associação significativa entre o
infiltrado inflamatório crônico, atividade neutrofilica e presença de folículo linfoide com a
presença de H. pylori. Correa & Piazuelo (2012) referem que a gastrite induzida pela H.
pylori é caracterizada na fase aguda da infecção pelo aumento do número de leucócitos
polimorfonucleares, com predomínio de neutrófilos na mucosa gástrica, que denota
atividade do processo inflamatório, podendo ser de leve a grave intensidade. No curso da
infecção, a lâmina própria é também infiltrada por leucócitos mononucleares, que
caracteriza a fase crônica da doença. Uma característica observada também na fase aguda
da gastrite associada à H. pylori é a presença de microabscessos, caracterizados pela
aglomeração de neutrófilos no lúmen glandular ou foveolar do epitélio gástrico. Outra
característica deste tipo de gastrite é a presença de agregados linfoides com centros
germinativos (Correa & Pizuelo 2012). Semelhante a este estudo, outras pesquisas que
avaliaram pacientes com gastrite e a infecção pela H. pylori também evidenciaram este
padrão de lesões histopatológicas na mucosa gástrica (Ermst et al.; 1997, Aguiar et al.;
2002).
Na infecção pela bactéria há um predomínio da resposta imunológica tipo
Th1 (Wroblewski et al., 2010), que conduz a ativação de leucócitos polimorfonucleares,
estas células secretam mediadores químicos, tais como citocinas pró-inflamatórias, que
amplificam a inflamação levando a produção de radicais livres, que embora inicialmente
sejam necessários para o combate da infecção, o longo tempo de exposição a eles pode
causar danos aos tecidos e células da mucosa gástrica e consequentemente levando à
transformação maligna (Tsuji et al., 2006).
As alterações inflamatórias podem persistir ao longo de todo o processo pré-
canceroso, mas a sua intensidade tende a diminuir à medida que o mecanismo avança. Na
infecção inicial a H. pylori tem como alvo a mucosa normal com glândulas gástricas bem
preservadas, mas o resultado desta infecção persistente pode levar a substituição do
epitélio gástrico pelo intestinal, como resposta primária a adaptação aos estímulos
inflamatórios de longa duração (Correa & Pizuelo 2012). Assim, neste estudo 13.88%
(30/216) dos pacientes foram diagnosticados com pelo menos um dos três tipos de lesões
pré-cancerosas, metaplasia intestinal, displasia e atrofia glandular, mas contraditoriamente
não foi associada à presença da H. pylori, uma explicação para isto seria o fato de que
106
nestas lesões pré-cancerosas ocorrem alterações do perfil carboidrático e enzimático,
característico das células epiteliais gástricas, que poderiam afetar a colonização da bactéria
no estômago, já que H. pylori utiliza para sua adesão estruturas carboidráticas de
especificidade de grupo sanguíneo (Borén et al., 1993) expressos nestas células e que
tendem a serem perdidas durante este estagio pré-maligno como a metaplasia intestinal
(Aguiar et al., 2002).
Deste modo, a transformação maligna segue o modelo epidemiológico da
causalidade, modulada pela interação de três conjuntos de fatores etiológicos: os ligados ao
agente infeccioso, a susceptibilidade genética do hospedeiro e os relacionados com o
ambiente externo (Correa & Pizuelo, 2012).
Assim, este estudo também avaliou a presença dos fatores de virulência da
H. pylori vacAm1s1, cagA, babA2 e sabA e suas relações com a severidade das alterações
histopatológicas diagnosticas no epitélio gástrico das pacientes analisados. As frequências
observadas destes marcadores foram de 79,69%, 66,4 0%, 49,21% e 89,84%
respectivamente.
A frequência observada do gene vacAm1s1 é similar as descritas em outros
estudos realizados em Belém (Junior et al., 2013) e outras regiões do Brasil (Ramis et al.,
(2010; Gonçalves et al., 2013). A frequência do gene cagA está de acordo com aquela
observada por Souza et al., (2014) que relataram a presença deste gene em 67.2% dos
pacientes com câncer gástrico. Em estudo realizado por Ghose et al., (2005) na Venezuela
foi descrito taxas do gene cagA que variaram de 48% a 83% em diferentes localidades.
Quanto ao gene babA2, suas frequências variam significativamente nas
populações do mundo. No Japão e China a frequência do gene atinge 84,9% e 79,8%,
respectivamente (Mizushima et al., 2001; Yu et al., 2002), ao contrário dos resultados
descritos na população da Itália (36%) (Zambon et al., 2003), Coreia (36,1%) (Kim et al.,
2001) e Bogotá- Colombia (48%) (Quiroga et al., 2005). Montealegre et al., (2010)
detectaram uma frequência de 12,7% de bactérias babA2 positivas entre pacientes
colombianos com gastrite e úlcera gástrica. No Brasil, a frequência do gene babA2 entre
pacientes com gastrite crônica residentes no Estado de Minas Gerais atingiu 31,57%
(Oliveira et al., 2003).
Varias hipóteses já foram levantadas para explicar essas diferenças na
frequência do gene babA2, uma delas se refere a variação no número de CT (citosina,
Timina) na extremidade 5’ do gene, o que poderia diminuir a avidez e a especificidades
107
dos iniciadores usados na PCR. Assim, para confirmar a verdadeira prevalência do gene
babA2 alguns autores (Styer et al., 2010; Ohno et al., 2011; Homan et al., 2014)
pesquisaram a presença deste gene usando diferentes pares de iniciadores, mas as
frequências não diferiram.
A outra hipótese afirma que a frequência do gene babA2 varia de acordo
com o tipo de doença gástrica e da população estudada (Sheu et al., 2010), onde a maior
frequência ocorre entre pacientes com úlcera péptica ou carcinoma gástrico, e a menor
frequência ocorrendo entre aqueles com gastrite crônica. Isto poderia explicar a frequência
de 49,25% deste gene observado entre os indivíduos deste estudo, cuja coorte constituiu
pacientes exclusivamente com gastrite crônica. Neste aspecto, é importante considerar que
a gastrite crônica pode ser o passo inicial para as doenças gástricas severas, pois somente
5% a 20% deste universo poderão evoluir para câncer ou úlcera péptica, o que poderia
concentrar o maior número de pacientes infectados com bactérias babA2+. Assim, o
diagnóstico molecular da H. pylori na gastrite crônica pode servir como uma boa
ferramenta prognóstica e de prevenção do câncer e úlcera péptica.
A alta frequência do gene sabA observada nesta pesquisa também já foi
verificada em outras investigação, como aquela descrita por Pakbaz et al., (2013) que
descreveram uma frequência de 83,33% deste gene entre pacientes com gastrite crônica no
Iran. Outros estudos mostraram frequências de 80%, 86%, 93% entre pacientes com
positividade para H. pylori em Taiwan, França e Alemanha, respectivamente (Sheu et al.,
2006; de Jorge et al., 2004; Lehours et al., 2004).
A associação dos genes cagA e vacAm1s1 na H. pylori tem sido descrita
como fator de alto risco para o desenvolvimento de doenças gástricas graves (Ramis et al.,
2010; Ferreira et al., 2012; Gonçalves et al., 2013). Este estudo encontrou, tanto no antro e
corpo gástrico, correlação positiva entre estes genes e associação de ambos com intenso
infiltrado inflamatório e atividade neutrofílica. Outros autores também já descreveram essa
associação em pacientes da mesma região geográfica (Junior et al., 2013, Souza et al 2014;
Martins et al., 2006) e em outras regiões do mundo. Chariani et al., (2009) relacionaram a
presença da variante vacAm1 em 82,7% de 26 pacientes italianos com gastrite crônica. A
citotoxina VacA induz necrose das células epiteliais da mucosa gástrica com consequente
ativação de moléculas proinflamatórias, sendo considerada uma toxina que induz à morte
celular e contribui na patogênese do câncer e ulceração gástrica (Radin et al., 2011).
108
Outro dado observado foi a correlação tanto do gene vacAm1s1 quanto do
gene cagA com a presença de lesões pré-cancerosas no antro gástrico como já mencionado
em vários outros estudos, que estes fatores de virulência da H. pylori são preditivos do
câncer gástrico. Um dos mecanismos que podem levar a transformação maligna diz
respeito à indução de radicais livres na mucosa gástrica, principalmente as espécies
reativas do oxigênio (ROS). Estas espécimes químicas já foram relacionadas com a
ativação de oncogenes e proliferação celular (Wiseman & Halliwell 1996; Obst et al.,
2000). Papa et al., (2002) relataram uma associação entre a alta produção de espécies
reativas do oxigênio na mucosa gástrica de pacientes com gastrite crônica e a presença de
H. pylori cagA+.
O gene cagA, também foi relacionado a presença de folículo linfoide na
mucosa do antro mas não do corpo gástrico, um estudo conduzido por Achyut et al., (2008)
também relacionaram a presença deste fator de virulência com a formação de folículo
linfoide. Embora os mecanismos de ativação e o papel do fator CagA na formação deste
achado inflamatório ainda não esteja esclarecido, é possível inferir que CagA, por ser uma
proteína altamente imunogênica, seria umas das proteínas responsáveis pela ativação da
resposta imunológica adaptativa nos indivíduos infectados por H. pylori, já que os folículos
linfoides são constituídos por linfócitos T reativos e linfócitos B ativados, os quais
modulam a resposta imunológica adaptativa.
A densidade de colonização pela H. pylori foi correlacionada, neste estudo,
com a presença de ambos os genes babA2 e sabA. Os produtos destes genes medeiam a
ligação da H. pylori no epitélio gástrico, através de estruturas carboidráticas presentes nas
células epiteliais do estômago, conferindo maior virulência a estas bactérias. A capacidade
da H. pylori se ligar a superfície das células gástricas é um passo essencial para
inicialização, estabelecimento e manutenção da infecção, já que a adesão permitirá a
formação do complexo proteico T4SS, entre a bactéria e a célula hospedeira, que serve
como um canal de liberação das proteínas CagA e VacA no citosol das células epiteliais
gástricas (Backert et al., 2011) , e desta forma as bactérias obtêm os nutrientes necessários
para a sobrevivência no estômago gástrico humano. Assim como neste estudo, outras
pesquisas também já relacionaram a presença do gene babA2 e de sabA com a densidade
bacteriana. Sheu et al., (2005) relacionaram a presença do gene babA2 com a alta
densidade de colonização pela H. pylori entre pacientes que expressavam o antígeno Leb
na mucosa gástrica. Em outro estudo Sheu et al., (2006) associaram a presença do gene
109
sabA a alta densidade de colonização pela H. pylori entre pacientes que tiveram fraca
expressão do antígeno Leb na mucosa gástrica.
Neste estudo, foi aplicado um modelo de análise matemática baseada no
Método Mudança de Base 4 para a base decimal, com a finalidade de gerar um índice de
lesão histopatológica, cujo valor assumido reflete a graduação dos vários achados
histopatológicos, mas de forma conjunta, e correlacionar com um índice (valor) de
combinação dos fatores de virulência, partindo do mesmo princípio acima mencionado.
Então os resultados desta análise revelaram uma correlação direta e significativa entre o
maior número de genes de virulência da H. pylori com o maior índice de lesão gástrica.
Isto levou a considerar que a presença combinada dos genes vacAm1s1/cagA+/babA2+/sabA
na H. pylori atua de forma sinérgica na promoção de lesões na mucosa gástrica.
Uma vantagem desta forma de análise é a de permitir verificar as
graduações e de forma combinada dos achados inflamatórios e da transformação maligna
(infiltrado inflamatório mononuclear, atividade neutrofílica, densidade de colonização pela
H. pylori, presença de metaplasia intestinal, presença de atrofia glandular e displasia
gástrica) nas diferentes áreas da mucosa gástrica, podendo quantificar e comparar os níveis
de alterações entre os pacientes, mesmo em um único espectro de doença gástrica, como a
gastrite crônica, e ainda possibilita a relação destas variações com os diferentes perfis das
bactérias infectantes presentes na mucosa gástrica. Outros estudos já relacionaram a
presença associada dos genes vacAm1s1/cagA+ /babA2+ na H. pylori com a severeridade
das doenças gástricas como câncer e úlcera gástrica, mas levando em consideração apenas
o tipo de doença ou analisado os achados inflamatórios na mucosa gástrica de forma
individual (Queiroz et al., 1998; Oliveira et al., 2003; Souza et al., 2014).
Este estudo, também avaliou a distribuição dos grupos sanguíneos ABO, Lewis e
o estado secretor ABH, entre pacientes com gastrite crônica infectados ou não pela H.
pylori, frente aquela descrita para a população de Belém. As distribuições dos fenótipos
ABO e Lewis, tanto de infectados como não infectados, não diferiram da população de
Belém, demonstrando que estes pacientes são representativos desta população.
Os nossos resultados revelaram que o número do genótipo Le /_ diferiu daquele
descrito para a população de Belém, evidenciando-se que o grupo de pacientes com o
genótipo Le/_ representavam mais do que três vezes o número de indivíduos com este
mesmo genótipo verificado entre os indivíduos da população de Belém. Além disto, os
pacientes que estavam infectados pela H. pylori estavam mais concentrados entre aqueles
110
com o genótipo Lewis funcional e contrariamente os não infectados estavam no grupo dos
que tinham os alelos Lewis mutante, que conferem ausência de expressão do antígeno Lea
e Leb no sangue, saliva e mucosa gástrica. Estes dados reforçam a importância dos
antígenos Leb na infecção pela H. pylori, pois eles revestem a mucosa oro-gastrointestinal
e compõem o muco secretório, aumentando o risco de infecção pela H. pylori pela via de
aderência BabA-Leb. Ilver e colaboradores (1998) descreveram que as especificidades
antigênicas O/Leb seriam os prováveis receptores da H. pylori, assim pessoas que
expressassem estes antígenos na mucosa gástrica teriam maior predisposição a esta
infecção e, consequentemente às doenças gástricas. Ikehara et al., (2001) também
descreveram uma associação positiva entre a taxa de infecção pela H. pylori e o número de
alelos Le e Se funcionais.
Tradicionalmente, a expressão dos antígenos Lewis tem sido determinada ao nível
eritrocitário, contudo como são primariamente histoantígenos de grupo sanguíneo, podem
ser acuradamente detectados nas secreções corporais como a saliva (Henry 2001; Marcus
& Cass 1969; Sneath 1955). Neste estudo, 80,79% dos pacientes mostraram positividades
para o antígeno Leb sangue e saliva. No sangue, 35,65% pacientes foram caracterizados
com fenótipo Lewis negativo no sangue, baseado na hemaglutinação convencional. Por
outro lado, 81,54% (53/65) das discrepâncias observadas entre os fenótipos Lewis foram
caracterizados como Lewis negativo nos eritrócitos, mas apresentavam os antígenos Lewis
na saliva, contradizendo os resultados da fenotipagem sanguínea.
Henry e colaboradores (1995) afirmam que a fenotipagem eritrocitária do sistema
de grupo sanguíneo Lewis pode ser influenciada por vários fatores. Sob certas condições
normais ou patológicas, a expressão dos antígenos Lewis pode ser inibida, pois eritrócitos
anteriormente fenotipados como positivos Le(a+b-) e/ou Le(a-b+) podem ser identificados
como Lewis negativos (Henry, 1996). Alterações destes antígenos já foram documentadas
em gestação, cânceres, hepatite crônica, cirrose hepática, pancreatite alcoólica e cistos
hidáticos (Hammar et al., 1981; Langkilde et al., 1991; Yazama et al., 1995; Makni et al.,
1987; Stingendal et al., 1984). Nesta investigação, a proporção de pacientes infectados pela
H. pylori não diferiu entre concordantes e discordantes, mas a associação dos fatores
genéticos com os ambientais podem alterar a expressão eritrocitária dos antígenos Lewis,
entre os genéticos está a ocorrência de mutações em ponto, que podem enfraquecer a
expressão da fucosiltransferase Lewis e reduzir a expressão dos antígenos Lea e Le
b em
seus portadores caracterizando-os como Le(a-b-), entre os ambientais estaria a própria
111
infecção pela H. pylori. Nossos dados revelaram que a discordância ocorreu mais
frequentemente quando os indivíduos eram portadores da infecção pela H. pylori e
pertenciam a grupos sanguíneos A/B.
Uma das explicações para os casos acima mencionados, de indivíduos do grupo A
e ou B não apresentem antígenos Lewis nos eritrócitos, seria a relação intrínseca da rota
biossintética dos antígenos ABH e Lewis, pois as glicosiltransferases A/B seriam mais
eficientes na competição pelo mesmo precursor H tipo 1 do que as fucosiltransferases,
levando a uma redução do antígeno Leb no sangue (Larson et al., 1999).
Outra possibilidade seria a própria a infecção pela H. pylori, que ao colonizar o
epitélio gástrico induz alterações morfológicas da mucosa levando a alteração nos padrões
de glicosilações, com redução da biodisponibilidade dos antígenos Lea e Le
b, que em
condições normais estes antígenos são produzidos pelo trato gastrointestinal e lançados no
plasma e adsorvidos nas hemácias (Henry et al., 1995), então a redução na
biodisponibilidade destes antígenos no plasma, assim como a competição entre as
glicosiltransferases e fucosiltranferases, resultaria nos fenótipos Lewis discrepantes.
Na análise da expressão dos antígenos A, B, H, Lea e Le
b na mucosa gástrica foi
possível verificar perda significativa destes oligossacarídeos em relação a detecção na
saliva, particularmente dos antígenos A/B, Lea e Le
b. Um dado também observado neste
estudo, foi a perda de antígenos H/Leb na presença de bactérias sabA+ e contrariamente
ganho de Lea na presença de bactérias vacAm1s1, cagA+ e sabA+. Estudos demonstram que
na inflamação crônica o antígeno Leb é fracamente expressado, bem como na atrofia
glandular e metaplasia intestinal (Sheu et al., 2005). Isto também foi verificado neste
estudo, onde se constatou que maior perda expressão de Leb ocorreu no infiltrado
inflamatório severo, na forte atividade neutrofílica, na alta densidade colonização pela H.
pylori e no alto nível de metaplasia intestinal. Aguiar et al., (2002) também descreveram
perda de expressão de antígeno Leb no epitélio foveolar e ganho de Lea nas áreas de forte
inflamação e de metaplasia intestinal em aproximadamente 20% da amostra de pacientes
com gastrite crônica. Muitos estudos tem demonstrado a relação dos marcadores de
virulência vacAm1s1 e cagA com a severidade inflamatória, o que poderia justificar a perda
de antígenos H e Leb na presença destes marcadores de virulência.
Por outro lado, o ganho de Lea relacionado a estes marcadores de virulência
também está associada a severidade das alteração gástricas. Torrado et al., (1992)
descreveram que indivíduos do fenótipo Le(a-b+) desenvolvem bloqueio na síntese do
112
antígeno Leb, resultando no acúmulo dos precursores e formação intensificada do antígeno
Lea em casos de metaplasia intestinal. Na rota biossintética o antígeno Lea pode ser
transformado em cadeias sializadas. Estudos realizados têm sugerido que os prováveis
receptores de bactérias sabA positivas são estruturas sinalizadas, entre elas o sialil-Lex e
Sialil-Lea (Yamaoka 2010; Madavi et al., 2002), o que justificaria a associação dos
maiores escores de expressão do antígeno Lea com a presença deste fator de virulência
observado neste estudo.
É importante considerar que a H. pylori é um microrganismo que apresenta uma
grande diversidade genética, que interagem de forma diferenciada com o hospedeiro
resultando no fenótipo da doença, por exemplo, cepas de H. pylori que apresentam o gene
babA e que usam os terminais H/Leb para se aderir ao epitélio gástrico foram mais
detectadas em pacientes com úlcera quando comparadas aqueles com gastrite crônica
(Gerhard et al., 1999). Neste estudo foi verificada uma tendência de associação entre o
fenótipo Le(a-b+) do sistema de grupo sanguíneo Lewis com a presença de expressão da
proteína babA2 da H. pylori, onde a proporção de pacientes que tinham bactérias com
expressão positiva representaram 88,38% versus 67,74% (p = 0.0606) daqueles que não
apresentavam expressão de babA2, provavelmente a ausência de significância estatística,
neste caso, deve-se ao pequeno número amostral de pacientes com H. pylori babA2
positivas. Aspholm-Hurtig et al., (2004) demonstraram que a adesina BabA de adapta aos
antígenos de grupo sanguíneo fucosilados mais prevalentes na população local. Na Europa
e Estados Unidos os grupos A, B e O são comuns e as cepas de H. pylori se ligam nestas
especificidades sendo, portanto designadas de generalistas. Contudo, em populações
indígenas da América do Sul, que apresentam unicamente o fenótipo O a H. pylori se liga
unicamente no determinante H tipo I sendo por isso chamada de especialista (Benktander
et al., 2012). Considerado esta questão, não foi verificado neste estudo uma tendência de
ligação de bactérias que apresentavam expressão de BabA2 em um determinante
específico. Provavelmente devido o efeito da composição genética da população de Belém,
que é formada por Portugueses (47%), africanos (23%) e ameríndios (30%), cuja estrutura
populacional reflete a distribuição dos fenótipos de grupo sanguíneo do sistema ABO
(Guerreiro et al., 1988), isto pode ter fixado da cepa generalista nesta cidade e refletindo
na amostra de pacientes aqui investigados.
Contudo, é importante esclarecer que embora a ligação preferencial da H. pylori
ao epitélio gástrico seja através da via babA2-Leb a ausência de expressão do gene BabA2
113
em aproximadamente 50% dos casos não afetaria a colonização gástrica pela H. pylori, já
que a aderência via receptores Leb não seria a única via de ligação da bactéria, outras
formas de adesão bacteriana têm sido descritas, entre elas o uso de outras proteínas de
membrana, que também podem atuar como ligantes, a exemplo da adesina AlpA, AlpB e a
M2 25000ª; colonização pela interação carboidrato-carboidrato; adesão através de epítopos
Lewis presentes no lipopolissacarídeo da bactéria, que se ligariam à estruturas de lectina
expressas na mucosa gástrica do hospedeiro (proteína surfactante D) (Karlstson et al.,
2000, Appelmelk & Vandenbroucke 2000).
Em conclusão, os dados desta pesquisa demonstraram que a presença do alelo
Lewis funcional confere maior risco de infecção pela H. pylori. E na dinâmica da
interação bactéria-hospedeiro a expressão dos antígenos Lewis podem ser alteradas tanto
ao nível eritrocitário e mucosal, através da modificação dos padrões de glicosilação que
foram relacionas a presença de H. pylori vacAm1s1, cagA+ e sabA+, concedendo maior
risco de transformação maligna no estômago. Assim, pode-se sugerir que a detecção de
bactérias virulentas ainda na fase de gastrite crônica e da avaliação dos padrões
imunohistoquímicos dos antígenos ABH e Lewis, seria uma valiosa ferramenta no
prognóstico e diagnóstico dos pacientes com maior risco de câncer e ulcera péptica.
114
5.0. CONCLUSÕES
A infecção pela bactéria H. pylori atingiu taxa de 59,26% entre os pacientes
avaliados, pelo método da reação em cadeia da polimerase (PCR).
A presença das lesões histopatológicas na mucosa gástrica foi associada com a
infecção pela de H. pylori, cujo risco relativo de apresentar na região do antro gástrico
infiltrado inflamatório, atividade neutrofílica, folículo linfoide e densidade bacteriana,
variou de 111.78 a 5.36. E no corpo gástrico, o risco variou de 118, 14 e 23 vezes de
apresentar infiltrado inflamatório, atividade neutrofílica e densidade de H. pylori.
As frequências independentes dos marcadores de virulência vacAm1s1, cagA, babA2,
e sabA da H. pylori, globalmente atingiram taxas de 79,69%, 66,40%, 49,21% e de
89,84%, respectivamente, contudo as distribuições de frequências destes marcadores de
virulência não diferiram entre as regiões do corpo e antro gástrico.
A análise individual dos fatores de virulência da H. pylori demonstrou correlação
da variante vacAm1s1 e do gene cagA com os achados inflamatórios, mas de forma
diferenciada entre as áreas do estômago dos pacientes analisados neste estudo. E
correlação dos fatores babA2 e sabA com a densidade de colonização pela H. pylori.
Este estudo revelou uma correlação direta entre o maior número de genes de
virulência da H. pylori com um maior índice de lesão histopatológica mucosa gástrica,
tanto de antro quanto de corpo, indicando que a associação entre estes genes atua de forma
sinérgica na promoção de lesões na mucosa gástrica.
A distribuição dos pacientes em função dos tipos de grupos sanguíneos ABO,
Lewis e estado secretor não diferiu daquela descrita para a população de Belém.
Neste estudo, 30,1% dos pacientes foi caracterizada com fenótipo Lewis
discordantes entre sangue e saliva, e destes 81,54% não tinha antígenos Lewis nos
eritrócitos. Esta discordância ocorreu mais frequentemente entre os indivíduos dos grupos
sanguíneos A/B e que eram portadores da infecção pela H. pylori.
115
As frequências dos SNP G428A no gene FUT2 e dos SNPs T59G e G428A
atingiram taxas de 29,30%, 19,53%, 19,53 % respectivamente, verificando-se que as
frequências genotípicas e alélicas estimadas para os loci FUT2 e FUT3 estão em equilíbrio
de Hardy-Weinberg nesta amostra de pacientes.
Os resultados revelaram que o número de pacientes com genótipo Le/_ foi maior
entre aqueles que estavam infectados pela H. pylori e contrariamente os não infectados
estavam no grupo dos que tinham os alelos Lewis mutante, revelando a importância deste
sistema na aquisição da infecção pela H. pylori.
A perda total e/ou o padrão anômalo de expressão imunohistoquímica do antígeno
Leb e ganho de Le
a foram relacionados às áreas de metaplasia intestinal e com graduação
forte dos achados inflamatórios.
O um padrão antagônico de expressão dos antígenos H, Leb e Le
a for de foi
verificado na presença do marcador de virulência sabA, com perda de expressão de H e Leb
e ganho do antígeno Lea, indicando que bactérias que apresentam estes marcador de
virulência podem estar usando estruturas de Sialil-Lea como molécula de ligação.
A expressão dos genes babA2 e sabA foi observada em 50,79% e em 33,33%,
respectivamente entre os pacientes que apresentaram H. pylori positivas para estes gene.
Sendo verificado uma tendência de associação entre o fenótipo Le(a-b+) do sistema de
grupo sanguíneo Lewis com a presença de expressão do gene babA2 da H. pylori.
A presença de expressão dos genes sabA foi relacionado com os maiores escores
de lesões pré-cancerosas detectadas na mucosa gástrica dos pacientes analisados neste
estudo.
116
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACHYUT BR, MOORCHUNG N, SRIVASTAVA AN, GUPTA NK, MITTAL B. Risk of
lymphoid follicle development in patients with chronic antral gastritis: role of
endoscopic features, histopathological parameters, CagA status and interleukin-1 gene
polymorphisms. Inflamm Res.57(2): 51-6, 2008
AGUIAR, D.C.; CORVELO, T.C, ARAUJO, M.; CRUZ, E.M.; DAIBES, S.;
ASSUMPÇÃO, M.B. Expression of ABH and Lewis antigens in chronic gastritis and
pre-neoplasic alterations in gastric mucosa. Arq Gastroenterol. 39(4): 222-32, 2002.
AIRD, I.; BENTALL, H.H.; ROBERTS, J.A.F. A relationship between cancer of stomach
and the ABO blood groups. BMJ 1: 799–801, 1953.
AKHIANI, A.A.; STENSSON, A.; SCHON, K.; LYCKE, N.Y. IgA antibodies impair
resistance against Helicobacter pylori infection: studies on immune evasion in IL-10-
deficient mice. J. Immunol. 174: 8144-8153, 2005.
AKHIANI, A.A.K.; SCHON, L.E.; FRANZEN, J.; PAPPO, A.N.D.; LYCKE, N.
Helicobacter pylori-specific antibodies impair the development of gastritis, facilitate
bacterial colonization, and counteract resistance against infection. J. Immunol. 172:
5024-5033, 2004.
AKOPYANTS, N.S.; CLIFTON, S.W.; KERSULYTE, D.; CRABTREE, J.E.; YOUREE,
B.E.; REECE, C.A.; BUKANOV, N.O.; DRAZEK, E.S.; ROE, B.A.; BERG, D.E.
Analyses of the cag pathogenicity island of Helicobacter pylori. Mol. Microbiol. 28:
37-53, 1998.
ALKOUT, A.M.; BLACKWELL, C.C.; WEIR, D.M.; POXTON, I.R.; ELTON, R.A.;
LUMAN, W.; PALMER, K. Isolation of cell surface component of Helicobacter
pylori that binds H type 2, Lewis A and Lewis B antigens. Gastroenterology
112:1179–1187, 1997.
ALLEN, L.A.; SCHLESINGER, L.S.; KANG, B. Virulent strains of Helicobacter pylori
demonstrate delayed phagocytosis and stimulate homotypic phagosome fusion in
macrophages. J. Exp. Med. 191: 115-128, 2000.
ALM, R.A.; BINA, J.; ANDREWS, BM.; DOIG, P.; HANCOCK, R.E.; TRUST, T.J.
Comparative genomics of Helicobacter pylori: analysis of the outer membrane protein
families. Infect Immun.68: 4155–4168, 2000
ALM, R.A.; LING, L.S.; MOIR, D.T.; KING, B.L.; BROWN, E.D.; DOIG, P.C.; SMITH
D.R.; NOONAN, B.; GUILD, B.C.; DEJONGE, B.L.; CARMEL, G.; et al., Genomic-
sequence comparison of two unrelated isolates of the human gastric pathogen
Helicobacter pylori. Nature 397: 176-180, 1999.
AMEDEI, A.; CAPPON, A.; CODOLO, G.; CABRELLE, A.; POLENGHI, A.;
BENAGIANO, M.; TASCA, E.; AZZURRI, A.; D'ELIOS, M.M.; DEL PRETE, G.;
117
DE BERNARD, M. The neutrophil-activating protein of Helicobacter pylori promotes
Th1 immune responses. J. Clin. Invest. 116: 1092-1101, 2006.
AMIEVA, M.R.; SALAMA, N. R.; TOMPKINS, L.S.; FALKOW, S. Helicobacter pylori
enter and survive within multivesicular vacuoles of epithelial cells. Cell. Microbiol. 4:
677-690, 2002.
AMIEVA, M.R.; VOGELMANN, R.; COVACCI, A.; TOMPKINS, L.S.; NELSON, W.J.;
FALKOW, S. Disruption of the epithelial apical-junctional complex by Helicobacter
pylori CagA. Science 300: 1430-1434, 2003.
ANDERSON, K.M.; CZINN, S.J.; REDLINE, R.W.; BLANCHARD, T.G. Induction of
CTLA-4-mediated anergy contributes to persistent colonization in the murine model of
gastric Helicobacter pylori infection. J. Immunol. 176: 5306-5313, 2006.
APPELMELK BJ, VANDENBROUCKE-GRAULS CM. H pylori and Lewis antigens.
Gut. 47: 10–11, 2000.
APPELMELK, B.J.; VAN DIE, I..; VAN VLIET, S.J.; VANDENBROUCKE-GRAULS,
C.M.; GEIJTENBEEK, T.B.; VAN KOOYK, Y. Cutting edge: carbohydrate profiling
identifies new pathogens that interact with dendritic cell-specific ICAM-3-grabbing
nonintegrin on dendritic cells. J. Immunol. 170: 1635-1639, 2003.
ARGENT, R.H.; HALE, J.L.; EL-OMAR, E.M.; ATHERTON, J.C. Differences in
Helicobacter pylori CagA tyrosine phosphorylation motif patterns between Western
and East Asian strains, and influences on interleukin-8 secretion. J. Med. Microbiol.
57: 1062-1067, 2008.
ASAHI, M., AZUMA, T. ITO, S. ITO, Y. SUTO, H. NAGAI, Y. TSUBOKAWA, M.
TOHYAMA, Y. MAEDA, S. OMATA, M. SUZUKI, T. AND SASAKAWA C..
Helicobacter pylori CagA protein can be tyrosine phosphorylated in gastric epithelial
cells. J. Exp. Med. 191: 593-602, 2000
ASPHOLM, M.; OLFAT, F.O.; NORDEN, J.; SONDEN, B.; LUNDBERG, C.;
SJOSTROM, R.; ALTRAJA, S.; ODENBREIT, S.; HAAS, R.; WADSTROM, T.;
ENGSTRAND, L.; SEMINO-MORA, C; LIU, H.; DUBOIS, A.; TENEBERG, S.;
ARNQVIST, A.; BOREN, T. SabA is the H. pylori hemagglutinin and is polymorphic
in binding to sialylated glycans. PLoS Pathog. 2: e 110, 2006.
ASPHOLM-HURTIG, M.; DAILIDE, G.; LAHMANN, M.; KALIA, A.; LVER, D.;
OCHE, N.; VIKSTROM, S.; SJOSTROM, R.; LINDEN, S.; BACKSTROM, A.;
UNDBERG, C.; et al., Functional adaptation of BabA, the H. pylori ABO blood
group antigen binding adhesin. Science 305: 519-522, 2004.
ATHERTON, J.C.; CAO, P.; PEEK, R.M.; TUMMURU, JR.M.K.; BLASER, M.;
COVER, T.L. Mosaicism in vacuolating cytotoxin alleles of Helicobacter pylori.
Association of specific vacA types with cytotoxin production and peptic ulceration. J.
Biol. Chem. 270: 17771-17777, 1995.
118
ATHERTON, J.C.; PEEK, R.M.; THAM, JR.K.T.; COVER, T.L.; BLASER, M.J.; Clinical
and pathological importance of heterogeneity in vacA, the vacuolating cytotoxin gene
of Helicobacter pylori. Gastroenterology 112: 92-99, 1997.
AYRES, M.; AYRES JUNIOR, M.; AYRES, D.L.; SANTOS, A.S. Bioestat 5.0.
Aplicações estatísticas das ciências biológicas e médicas. Sociedade Civil Mamirauá.
MCT-CNPq, 2007.
AZEVEDO, M., ERIKSSON, S.; MENDES, N.; SERPA, J.; FIGUEIREDO, C.;
RESENDE, L.P.; RUVOEN-CLOUET, N.; HAAS, R.; BOREN, T.; LE PENDU, J.;
DAVID. L. Infection by Helicobacter pylori expressing the BabA adhesin is
influenced by the secretor phenotype. J. Pathol. 215: 308-316, 2008.
AZUMA, Y.; KURUSU, Y.; SATO, H.; HIGAI, K.; MATSUMOTO, K. Increased
expression of Lewis X and Y antigens on the cell surface and FUT 4 mRNA during
granzyme B-induced Jurkat cell apoptosis. Biol Pharm Bull. 30(4): 655-60, 2007.
BACKERT S, CLYNE M, TEGTMEYER N. Molecular mechanisms of gastric epithelial
cell adhesion and injection of CagA by Helicobacter pylori. Cell Commun Signal.9:
28. doi: 10.1186/1478-811X-9-28, 2011.
BACKSTROM, A.; LUNDBERG, C.; KERSULYTE, D.; BERG, D.E.; BOREN, T.;
ARNQVIST, A. Metastability of Helicobacter pylori bab adhesin genes and dynamics
in Lewis b antigen binding. Proc Natl Acad Sci USA.;101:16923–16928, 2004.
BAGNOLI, F.; BUTI, L.; TOMPKINS, L.; COVACCI, A; AND AMIEVA, M.R.
Helicobacter pylori CagA induces a transition from polarized to invasive phenotypes
in MDCK cells. Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 102:16339-16344, 2005
BAMFORD, K.B.; FAN, X.; CROWE, S.E.; LEARY, J.F.; GOURLEY, W.K.; LUTHRA,
G.K.; BROOKS, E.G.; GRAHAM, D.Y.; REYES, V.E.; ERNST, P.B. Lymphocytes
in the human gastric mucosa during Helicobacter pylori have a T helper cell 1
phenotype. Gastroenterology 114: 482-492, 1998.
BANCHEREAU, J.; BRIERE, F.; CAUX, C.; DAVOUST, J.; LEBECQUE, S.; LIU, Y.J.;
PULENDRAN, B.; PALUCKA, K. Immunobiology of dendritic cells. Annu. Rev.
Immunol. 18:767-811, 2000.
BASSO, D.; ZAMBON, CF.; LETLEY, D.P.; STRANGES, A.; MARCHET, A.; RHEAD,
J.L.; SCHIAVON, S.; GUARISO, G.; CEROTI, M.; NITTI, D.; RUGGE, M.;
PLEBANI, M.; ATHERTON, J.C. Clinical relevance of Helicobacter pylori cagA and
vacA gene polymorphisms. Gastroenterology 135: 91-99, 2008.
BEEVERS, D.G.; LIP, G. Y.; BLANN, A.D. Salt intake and Helicobacter pylori infection.
J. Hypertens. 22:1475-1477, 2004.
BENKTANDER J., ANGSTRÖM, J., BREIER, ME., TENEBERG, S. Redefinition of the
carbohydate binding specificity of Helicobacter pylori BabA adhesion. Journal of
Biological Chemistry 287 (38): 31718-31724.
119
BERG, E.L.; ROBINSON, M.K.; MANSSON, O.; BUTCHER, E.C.; MAGNANI, J.L. A
carbohydrate domain common to both sialyl Le(a) and sialyl Le(X) is recognized by
the endothelial cell leukocyte adhesion molecule ELAM-1. J Biol Chem. 266(23):
14869-72, 1991.
BERTOZZI, C,R.Cracking the carbohydrate code for selectin recognition. Chem Biol.
2(11): 703-8, 1995. Review.
BESWICK, E.J.; SUAREZ, G.; REYES, V.E. H pylori and host interactions that influence
pathogenesis. World J Gastroenterol 12(35): 5599-605, 2006. Review.
BETTERIDGE, A., & WATKINS, W,M. Acceptor substrate specificities of human -2-L-
fucosyltransferases from differents tissues. Biochem Soc Trans 13: 1126-1127.
BIK EM1, ECKBURG PB, GILL SR, NELSON KE, PURDOM EA, FRANCOIS
F, PEREZ-PEREZ G, BLASER MJ, RELMAN DA. Molecular analysis of the
bacterial microbiota in the human stomach. Proc Natl Acad Sci U S A.103(3): 732-7,
2006.
BLASER, M.J. Helicobacter pylori and the pathogenesis of gastroduodenal inflammation.
J Infect Dis. 161(4):626-33, 1990 Review.
BLASER, M.J. Heterogeneity of Helicobacter pylori. Eur J Gastroenterol Hepatol. 9
(Suppl 1):S3-7, 2012.
BONCRISTIANO, M.; PACCANI, S. R.; BARONE, S.; ULIVIERI, C.; PATRUSSI, L.;
ILVER, D.; AMEDEI, A.; D'ELIOS, M.M.; TELFORD, J.L.; BALDARI, C.T. The
Helicobacter pylori vacuolating toxin inhibits T cell activation by two independent
mechanisms. J. Exp. Med. 198: 1887-1897, 2003.
BOREN, T.; FALK, P.; ROTH, K.; LARSON, G.A.; NORMARK, S. Attachment of
Helicobacter pylori to human gastric epithelium mediated by blood group antigens.
Science 262: 1892-1895, 1993.
BORÉN, T.; FALK, P.; ROTH, K.A. Attachment of Helicobacter pylori to human gastric
epithelium mediated by blood group antigens. Science 262:1892–1895, 1993
BOURZAC, K.M.; BOTHAM, C.M.; AND GUILLEMIN, K. Helicobacter pylori CagA
induces AGS cell elongation through a cell retraction defect that is independent of
Cdc42, Rac1, and Arp2/3. Infect. Immun. 75: 1203-1213, 2007.
BUREŠ J, KOPÁĈOVÁ M, KOUPIL I, SEIFERT B, SKODOVÁ FENDRICHOVÁ
M, SPIRKOVÁ J, VOŘÍŠEK V, REJCHRT S, DOUDA T, KRÁL N, TACHECÍ I.
Significant decrease in prevalence of Helicobacter pylori in the Czech Republic.
World J Gastroenterol. 18(32): 4412-8, 2012
BUSSIERE, F.I.; CHATURVEDI, R.; ASIM, M.; HOEK, K.L.; CHENG, Y.; GAINOR,
J.; SCHOLZ, A.; KHAN, W.N.; WILSON, K.T. Low multiplicity of infection of
Helicobacter pylori suppresses apoptosis of B lymphocytes. Cancer Res. 66: 6834-
6842, 2006.
120
BUSSIERE, F.I.; CHATURVEDI, R.; CHENG, Y.; GOBERT, A.P.; ASIM, M.;
BLUMBERG, D.R.; XU, H.; KIM, P.Y.; HACKER, A.; CASERO, R.AJR.; WILSON,
K.T. Spermine causes loss of innate immune response to Helicobacter pylori by
inhibition of inducible nitric-oxide synthase translation. J. Biol. Chem. 280: 2409-
2412, 2005.
CARTER, M.; KATZ, D.L.; HAQUE, S.; DELUCA, V.A. Does acid suppression by
antacids and H2 receptor antagonists increase the incidence of atrophic gastritis in
patients with or without H. pylori gastritis? J Clin Gastroenterol, 29: 183-187, 1999.
CENSINI, S.; LANGE, C.; XIANG, Z.; CRABTREE, J.E.; GHIARA, P.;
BORODOVSKY, M.; RAPPUOLI, R.; COVACCI A. cag, a pathogenicity island of
Helicobacter pylori, encodes type I-specific and disease-associated virulence factors.
Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 93:14648-14653, 1996.
CHATTOPADHYAY, S.; PATRA, R.; RAMAMURTHY, T.; CHOWDHURY, A.;
SANTRA, A.; DHALI, G.K.; BHATTACHARYA, S.K.; BERG, D.E.; NAIR, G.B.;
MUKHOPADHYAY, A.K. Multiplex PCR assay for rapid detection and genotyping
of Helicobacter pylori directly from biopsy specimens. J Clin Microbiol. 42(6):2821-
4, 2004
CHIARINI, A.; CALÀ, C.; BONURA, C.; GULLO, A.; GIULIANA, G.; PERALTA, S.;
D'ARPA, F.; GIAMMANCO, A. Prevalence of virulence-associated genotypes of
Helicobacter pylori and correlation with severity of gastric pathology in patients from
western Sicily, Italy. Eur J Clin Microbiol Infect Dis. 28(5):437-46. 2009.
CHIEPPA, M.; RESCIGNO, M.; HUANG, Y.A.; GERMAIN, R.N. Dynamic imaging of
dendritic cell extension into the small bowel lumen in response to epithelial cell TLR
engagement. J. Exp. Med. 203: 2841-2852, 2006.
CHOMVARIN, C.; NAMWAT, W.; CHAICUMPAR, K.; MAIRIANG, P.; SANGCHAN,
A.; SRIPA, B.; TOR-UDOM, S.; VILAICHONE, R.K. Prevalence of Helicobacter
pylori vacA, cagA, cagE, iceA and babA2 genotypes in Thai dyspeptic patients. Int. J.
Infect. Dis. 12: 30-36, 2008.
CHURIN, Y.; AL-GHOUL, L.; KEPP, O.; MEYER, T.F.; BIRCHMEIER, W.;
NAUMANN, M. Helicobacter pylori CagA protein targets the c-Met receptor and
enhances the motogenic response. J. Cell Biol. 161:249-255, 2003.
CLARKE, C.A.; EDWARDS, J.W.; HADDOCK, D.R.; HOWEL-EVANS, A.W.;
MCCONNELL, R.B.; SHEPPARD, P.M. ABO blood groups and secretor character in
duodenal ulcer. BMJ. 2: 725–731, 1956.
COELHO LG, COELHO MC. Clinical management of Helicobacter pylori: the Latin
American perspective. Dig Dis. 32(3):302-9, 2014.
COELHO LG, COELHO MC. Clinical management of Helicobacter pylori: the Latin
American perspective. Dig Dis 32(3): 302-9, 2014.
121
COLBECK, J.C.; HANSEN, L.M.; FONG, J.M.; SOLNICK, J.V. Genotypic profile of the
outer membrane proteins BabA and BabB in clinical isolates of Helicobacter pylori.
Infect Immun. 74:4375–4378, 2006.
CORREA, P.; PIAZUELO, M.B. The gastric precancerous cascade. J Dig Dis. 13(1): 2-9,
2012.
COVACCI, A.; AND RAPPUOLI, R. Tyrosine-phosphorylated bacterial proteins: Trojan
horses for the host cell. J. Exp. Med. 191: 587-592, 2000.
COVACCI, A.; TELFORD, J.L.; DEL-GIUDICE, G.; PARSONNET, J.; RAPPUOLI, R.
Helicobacter pylori virulence and genetic geography. Science. 284(5418): 1328-33,
1999. Review.
COVER, T.L.; AND BLASER, M.J. Purification and characterization of the vacuolating
toxin from Helicobacter pylori. J. Biol. Chem. 267: 10570-10575, 1992.
COVER, T.L.; DOOLEY, C.P.; AND BLASER, M.J. Characterization of and human
serologic response to proteins in Helicobacter pylori broth culture supernatants with
vacuolizing cytotoxin activity. Infect. Immun. 58: 603-610, 1990.
COVER, T.L.; TUMMURU, M.K.; CAO, P.; THOMPSON, S.A.; BLASER M.J.
Divergence of genetic sequences for the vacuolating cytotoxin among Helicobacter
pylori strains. J. Biol. Chem. 269:10566-10573, 1994.
CRABTREE, J.E., TAYLOR, J.D.; WYATT, J.I.; HEATLEY, R.V.; SHALLCROSS,
T.M.; TOMPKINS, D.S; RATHBONE, J.B. Mucosal IgA recognition of Helicobacter
pylori 120 kDa protein, peptic ulceration, and gastric pathology. Lancet 338: 332-335,
1991.
DE JONGE R, POT RG, LOFFELD RJ, VAN VLIET AH, KUIPERS EJ, KUSTERS JG.
The functional status of the Helicobacter pylori sabB adhesin gene as a putative
marker for disease outcome. Helicobacter. 9(2): 158-64, 2004.
DE SOUZA CR, DE OLIVEIRA KS, FERRAZ JJ, LEAL MF, CALCAGNO DQ,
SEABRA AD, KHAYAT AS, MONTENEGRO RC, ALVES AP, ASSUMPÇÃO PP,
SMITH MC, BURBANO RR. Occurrence of Helicobacter pylori and Epstein-Barr
virus infection in endoscopic and gastric cancer patients from Northern Brazil. BMC
Gastroenterol. 14(1): 179. doi: 10.1186/1471-230X-14-179, 2014
D'ELIOS, M.M.; MANGHETTI, M.; ALMERIGOGNA, F., AMEDEI, A.; COSTA, F.;
BURRONI, D.; BALDARI, C.T.; ROMAGNANI, S. TELFORD, J.L.; DEL PRETE,
G. Different cytokine profile and antigen-specificity repertoire in Helicobacter pylori-
specific T cell clones from the antrum of chronic gastritis patients with or without
peptic ulcer. Eur. J. Immunol. 27: 1751-1755, 1997.
DELYRIA, E.S., REDLINE, R.W. BLANCHARD, T.G.. Vaccination of mice against H.
pylori induces a strong Th-17 response and immunity that is neutrophil dependent.
Gastroenterology 136:247-256; 2009
122
DICKEY, W.; COLLINS, J.S.A.; WATSON, R.G.P.; SLOAN, J.M.; PORTER, K.G.
Secretor status and Helicobacter pylori infection are independent risk factors for
gastroduodenal disease. Gut. 34: 351–353, 1993.
DOSSUMBEKOVA, A.; PRINZ, C.; GERHARD, M.; BRENNER, L. ; BACKERT, S.;
KUSTERS, J.G.; SCHMID, R.M.; RAD, R. Helicobacter pylori outer membrane
proteins and gastric inflammation. Gut 55: 1360-1361, 2006.
DOURAGHI, M.; TALEBKHAN, V; ZERAATI, H.; EBRAHIMZADEH, F.;
NAHVIJOO, A.; MORAKABATI, A.; GHAFARPOUR, M.; ESMAILI, M.;
BABABEIK, M.; OGHALAIE, A.; RAKHSHANI, N.; HOSSEINI, M.E.;
MOHAGHEGHI, M.A.; MOHAMMADI, M. Multiple gene status in Helicobacter
pylori strains and risk of gastric cancer development. Digestion 80: 200-207, 2009.
DUNN, B.E.; COHEN, H.; BLASER, M.J. Helicobacter pylori. Clin Microbiol Rev.
10(4): 720-41. 1997, Review.
ECK, M.; SCHMAUSSER, B.; HAAS, R.; GREINER, A.; CZUB, S.; MÜLLER-
HERMELINK, H.K. MALT-type lymphoma of the stomach is associated with
Helicobacter pylori strains expressing the CagA protein. Gastroenterology.112:
1482–1486. 1997
EMLGREEN, A; RYDBERG, L. Genotypic Heterogeneity among Lewis Negative
Individuais. Bioch and Bioph Research com 196: 515-520, 1993.
ERNST, P.B.; CROWE, S.E.; REYES, V.E. How does Helicobacter pylori cause mucosal
damage? The inflammatory response. Gastroenterology. Dec;113(6 Suppl):S35-42;
discussion S50. 1997 Review.
ERZIN, Y.; KOKSAL, V.; ALTUN, S.; DOBRUCALI, A.; ASLAN, M.; ERDAMAR, S.;
GOKSEL, S.; DIRICAN, A.; KOCAZEYBEK, B. Role of host interleukin 1beta gene
(IL-1B) and interleukin 1 receptor antagonist gene (IL-1RN) polymorphisms in
clinical outcomes in Helicobacter pylori-positive Turkish patients with dyspepsia. J.
Gastroenterol. 43:705-710, 2008.
FAN, X.; GUNASENA, H.; CHENG, Z.; ESPEJO, R.; CROWE, S.E.; ERNST, P.B.;
REYES, V.E. Helicobacter pylori urease binds to class II MHC on gastric epithelial
cells and induces their apoptosis. J Immunol 165: 1918-1924, 2000.
FEDWICK, J.P.; LAPOINTE, T.K.; MEDDINGS, J.B.; SHERMAN, P.M.; BURET, A.G.
Helicobacter pylori activates myosin light-chain kinase to disrupt claudin-4 and
claudin-5 and increase epithelial permeability. Infect. Immun. 73: 7844-7852, 2005.
FERREIRARM, MACHADO JC, LEITE M, CARNEIRO F, FIGUEIREDO C. The
number of Helicobacter pylori CagA EPIYA C tyrosine phosphorylation motifs
influences the pattern of gastritis and the development of gastric carcinoma.
Histopathology. 60(6): 992-8., 2012.
FOSSIEZ, F.; DJOSSOU, O.; CHOMARAT, P.; FLORES-ROMO, L.; AIT-YAHIA, S.;
MAAT, C.; PIN, J.J.; GARRONE, P.; GARCIA, E.; SAELAND, S.; BLANCHARD,
D.; GAILLARD, C..; DAS MAHAPATRA, B.; ROUVIER, E.; GOLSTEIN, P.;
123
BANCHEREAU, J.; LEBECQUE, S. T cell interleukin-17 induces stromal cells to
produce proinflammatory and hematopoietic cytokines. J. Exp. Med. 183: 2593-2603,
1996.
FRANCEZ, P.A.C.; CORVELO; T.C.O.; SILVA, F.R.L.; SANTOS, S.E.B. Article
Molecular analysis of three FUT3 gene single nucleotide polymorphisms and their
relationship with the lewis erythrocytary phenotype in a human population of
japanese-ancestry living in Tomé Açu, a town in the Brazilian Amazon. Genet. Mol.
Biol. 30(2): 308-313, 2007.
FRANCO, A.T.; ISRAEL, D.A.; WASHINGTON M.K.; KRISHNA, U.; FOX, J.G.;
ROGERS, A.B.; NEISH, A.S.; COLLIER-HYAMS, L.; PEREZ-PEREZ, G.I.;
HATAKEYAMA, M.; WHITEHEAD, R.; GAUS, K.; O'BRIEN, D.P.; ROMERO-
GALLO, J.; AND PEEK, R.M.JR. Activation of beta-catenin by carcinogenic
Helicobacter pylori. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A. 102:10646-10651, 2005.
FRANCO, A.T.; JOHNSTON, E.; KRISHNA, U.;. YAMAOKA, Y.; ISRAEL, D.A.;
NAGY, T.A.; WROBLEWSKI, L.E.; PIAZUELO, M.B.; CORREA, P. PEEK, R.
M.JR. Regulation of gastric carcinogenesis by Helicobacter pylori virulence factors.
Cancer Res. 68: 379-387, 2008.
FU, S.; RAMANUJAM, K.S.; WONG, A.; FANTRY, G.T.; DRACHENBERG, C.B.;
JAMES, S.P.; MELTZER, S.J.; WILSON, K.T. Increased expression and cellular
localization of inducible nitric oxide synthase and cyclooxygenase 2 in Helicobacter
pylori gastritis. Gastroenterology 116: 1319-1329, 1999.
FUJIKAWA, A., SHIRASAKA, D.; YAMAMOTO, S.; OTA, H.; YAHIRO, K.;
FUKADA, M.; SHINTANI, T.; WADA, A.; AOYAMA, N.; HIRAYAMA, T.;
FUKAMACHI, H.; NODA, M. Mice deficient in protein tyrosine phosphatase
receptor type Z are resistant to gastric ulcer induction by VacA of Helicobacter pylori.
Nat. Genet. 33: 375-381, 2003.
FUJIMOTO, S.; OLANIYIOJO, O.; ARNQVIST, A.; WU, J.Y.; ODENBREIT. S.; HAAS,
R.; GRAHAM, D.Y.; YAMAOKA, Y. Helicobacter pylori BabA expression, gastric
mucosal injury, and clinical outcome. Clin Gastroenterol Hepatol. 5: 49–58, 2007
GALMICHE, A., RASSOW, J.; DOYE, A.; CAGNOL, S.; CHAMBARD, J.C.;
CONTAMIN, S.; DE THILLOT, V.; JUST, I.; RICCI, V.; SOLCIA, E.; VAN
OBBERGHEN, E.; BOQUET, P. The N-terminal 34 kDa fragment of Helicobacter
pylori vacuolating cytotoxin targets mitochondria and induces cytochrome c release.
EMBO J. 19: 6361-6370, 2000.
GATTI, L.L.; MODENA, J.L.; PAYAO, S.L.; SMITH MDE, A.; FUKUHARA, Y.;
MODENA, J.L.; DE OLIVEIRA, R.B.; BROCCHI, M. Prevalence of Helicobacter
pylori cagA, iceA and babA2 alleles in Brazilian patients with upper gastrointestinal
diseases. Acta Trop. 100: 232-240, 2006.
GEBERT, B.; FISCHER, W.; WEISS, E.; HOFFMANN, R.; HAAS, R. Helicobacter
pylori vacuolating cytotoxin inhibits T lymphocyte activation. Science 301: 1099-
1102, 2003.
124
GERHARD, M.; LEHN, N.; NEUMAYER, N.; BOREN, T.; RAD, R.; SCHEPP, W.;
MIEHLKE, S.; CLASSEN, M.; PRINZ; C. Clinical relevance of the Helicobacter
pylori gene for blood-group antigen-binding adhesin. Proc. Natl. Acad. Sci. U. S. A.
96:12778-12783, 1999.
GISBERT, J.P.; BLANCO, M.; PAJARES, J.M. Effect of Helicobacter pylori eradication
on histological lesions of gastric mucosa. An 18-month follow-up study. Rev Clin Esp
200(9): 480-4, 2000.
GHOSE C, NPEREZ-PERES, G.I., VAN DOORN, L.J., DOMINGUEZ-BELLO, M.G.,
BLASER, M.J. High frequency of gastric colonization with multiple Helicobacter
pylori strains in Venezuelan subjects. Journal of Clinical Microbiology 43(6): 2635-
2641, 2005.
GOBERT, A.P.; BAMBOU, J.C.; WERTS, C.; BALLOY, V.; CHIGNARD, M.; MORAN,
A.P.; FERRERO, R.L. Helicobacter pylori heat shock protein 60 mediates interleukin-
6 production by macrophages via a Toll-like receptor (TLR)-2-, TLR-4- and myeloid
differentiation factor 88-independent mechanism. J. Biol. Chem. 279: 245-250, 2003.
GOBERT, A.P.; CHENG, Y.; WANG, J.Y.; BOUCHER, J.L.; IYER, R.K.;
CEDERBAUM, S. D.; CASERO, R.A.JR.; NEWTON, J.C.; WILSON, K.T.
Helicobacter pylori induces macrophage apoptosis by activation of arginase II. J.
Immunol. 168: 4692-4700, 2002b.
GOBERT, A.P.; MCGEE, D.J.; AKHTAR, M.; MENDZ, G.L.; NEWTON, J.C.; CHENG,
Y.; MOBLEY, H.L.; WILSON, K.T. Helicobacter pylori arginase inhibits nitric oxide
production by eukaryotic cells: a strategy for bacterial survival. Proc. Natl. Acad. Sci.
USA. 98: 13844-13849, 2001.
GOBERT, A.P.; MERSEY, B.D.; CHENG, Y.; BLUMBERG, D.R.; NEWTON, J.C.;
WILSON, K.T.; Cutting edge: urease release by Helicobacter pylori stimulates
macrophage inducible nitric oxide synthase. J. Immunol. 168: 6002-6006, 2002a.
GOELZ, S.E.; HESSION, C.; GOFF, D.; GRIFFITHS, B.; TIZARD, R.; NEWMAN, B.;
CHI-ROSSO, G.; LOBB, R. ELFT: a gene that directs the expression of an ELAM-1
ligand. Cell. 63(6):1349-56, 1990.
GONCALVES MH, SILVA CI, BRAGA-NETO MB, FIALHO AB, FIALHO AM,
QUEIROZ DM, BRAGA LL. Helicobacter pylori virulence genes detected by string
PCR in children from an urban community in northeastern Brazil. J Clin Microbiol.
51(3): 988-9, 2013.
GONCALVES MH, SILVA CI, BRAGA-NETO MB, FIALHO AB, FIALHO AM,
QUEIROZ DM, BRAGA LL. Helicobacter pylori virulence genes detected by string
PCR in children from an urban community in northeastern Brazil. J Clin
Microbiol.;51(3): 988-9. 2013.
GUERREIRO JF AND CHAUTARD-FREIRE-MAIA EA . ABO and Rh blood groups,
migration and estimates of racial admixture for the population of Belém, state of Pará,
Brazil. Genetics and Molecular Biology, 11(1): 171–186, 1988.
125
GUINEY, D.G.; HASEGAWA, P.; COLE, S.P. Helicobacter pylori preferentially induces
interleukin 12 (IL-12) rather than IL-6 or IL-10 in human dendritic cells. Infect.
Immun. 71: 4163-4166, 2003.
GURUGE, J.L.; FALK, P.G.; LORENZ, R.G.; DANS, M.; WIRTH, H.P.; BLASER, M.J.;
BERG, D.E.; GORDON; J.I. Epithelial attachment alters the outcome of Helicobacter
pylori infection. Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 95: 3925-3930, 1998.
HAEBERLE, H.A.; KUBIN, M.; BAMFORD, K.B.; GAROFALO, R.; GRAHAM, D.Y.;
EL-ZAATARI, F.; KARTTUNEN, R.; CROWE, S.E.; REYES, V.E.; ERNST, P.B.
Differential stimulation of interleukin-12 (IL-12) and IL-10 by live and killed
Helicobacter pylori in vitro and association of IL-12 production with gamma
interferon-producing T cells in the human gastric mucosa. Infect. Immun. 65: 4229-
4235, 1997.
HAFSI, N.; VOLAND, P.; SCHWENDY, S.; RAD, R.; REINDL, W.; GERHARD, M.;
PRINZ, C. Human dendritic cells respond to Helicobacter pylori, promoting NK cell
and Th1-effector responses in vitro. J. Immunol. 173: 1249-1257, 2004.
HAMAJIMA, N.; NAITO, M.; KONDO, T.; GOTO, Y. Genetic factors involved in the
development of Helicobacter pylori-related gastric cancer. Cancer Sci. 97(11): 1129-
38. 2006. Review.
HAMMAR L, MANSSON S, ROHR T, CHESTER MA, GINSBURG V, LUNDBLAD A
et al. Lewis phenotype of erythrocytes and Leb-active glycolipid in serum of pregnant
woman. Vox Sang. 40(1): 27-33, 1981.
HAMMAR, M.; TYSZKIEWICZ, T.; WADSTRÖM, T.; O'TOOLE, P.W. Rapid detection
of Helicobacter pylori in gastric biopsy material by polymerase chain reaction. J Clin
Microbiol. 30(1): 54-8, 1992.
HARRIS, P.R.; ERNST, P.B.; KAWABATA, S.; KIYONO, H.; GRAHAM, M.F.;
SMITH, P.D. Recombinant Helicobacter pylori urease activates primary mucosal
macrophages. J Infect Dis 178: 1516-1520, 1998.
HARRIS, P.R.; MOBLEY, H.L.; PEREZ-PEREZ, G.I.; BLASER, M.J.; SMITH, P.D.
Helicobacter pylori urease is a potent stimulus of mononuclear phagocyte activation
and inflammatory cytokine production. Gastroenterology. 111(2): 419-25, 1996.
HATAKEYAMA, M.. Oncogenic mechanisms of the Helicobacter pylori CagA protein.
Nat. Rev. Cancer 4: 688-694, 2004.
HAYASHI S.; SUGIYAMA T.; ASAKA M.; YOKOTA K.; OGUMA K.; HIRAI Y.
Mmodification of Helicobacter pylori adhesion to human gastric epithelial cells by
antiadhesion agents. Dig Dis Sci. 43(9 Suppl): 56S-60S, 1998. Review.
HEIN, H.O.; SUADICANI, P.; GYNTELBERG, F. Genetic markers for peptic ulcer: a
study of 3387 men aged 54 to 74 years: the Copenhagen Male Study. Scand J
Gastroenterol. 32: 6–21, 1997.
126
HENNIG, E.E.; ALLEN, J.M.; COVER, T.L. Multiple chromosomal loci for the babA
gene in Helicobacter pylori. Infect Immun 74: 3046–3051, 2006.
HENRIKSSON, K.; URIBE, A.; SANDSTEDT, B.; NORD, C.E. Helicobacter pylori
infection, ABO blood group, and effect of misoprostol on gastroduodenal mucosa in
NSAID-treated patients with rheumatoid arthritis. Dig Dis Sci. 38: 1688–1696, 1993.
HENRY S, ORIOL R, Samuelsson B. Lewis histo-blood group system and associated
secretory phenotypes. Vox Sang. 69(3):166-82, 1995.
HENRY SM. Review: phenotyping for Lewis and secretor histoblood group antigens.
Immunohematology. 1996;12(2):51-61, 1996.
HENRY, S.M.; WOODFIELD, D.G.; SAMUELSSON, B,E. & ORIOL, R. Plasma red-
cell glycolipid patterns of Le(a+b+) and Le(a+b-) Polynesians as further evidence of
the weak Secretor gene Sew. Vox Sang 63: 62-69, 1993.
HIDA, N.; SHIMOYAMA, T.; NEVILLE, JR.P.; DIXON, M.F.; AXON, A.T.;
SHIMOYAMA, T.; CRABTREE J.E. Increased expression of IL-10 and IL-12 (p40)
mRNA in Helicobacter pylori infected gastric mucosa: relation to bacterial cag status
and peptic ulceration. J. Clin. Pathol. 52: 658-664, 1999.
HIGASHI, H.; NAKAYA, A.; TSUTSUMI, R.; YOKOYAMA, K.; FUJII, Y.;
ISHIKAWA, S.; HIGUCHI, M.; TAKAHASHI, A.; KURASHIMA, Y.;
TEISHIKATA, Y.; TANAKA, S.; AZUMA, T.; AND HATAKEYAMA, M.
Helicobacter pylori CagA induces Ras-independent morphogenetic response through
SHP-2 recruitment and activation. J. Biol. Chem. 279: 17205-17216. 2004.
HIGASHI, H.; TSUTSUMI, R.; MUTO, S.; SUGIYAMA, T.; AZUMA, T.; ASAKA, M.;
AND HATAKEYAMA, M. SHP-2 tyrosine phosphatase as an intracellular target of
Helicobacter pylori CagA protein. Science 295: 683-686. 2002.
HIGASHI, H.; YOKOYAMA, K.; FUJII, Y.; REN, S.; YUASA, H.; SAADAT, I.;
MURATA-KAMIYA, N.; AZUMA, T.; HATAKEYAMA, M. EPIYA motif is a
membrane-targeting signal of Helicobacter pylori virulence factor CagA in
mammalian cells. J. Biol. Chem. 280: 23130-23137. 2005.
HOLLINGSWORTH, M.A.; SWANSON, B.J. Mucins in cancer: protection and control of
the cell surface. Nat Rev Cancer. 4(1): 45-60, 2004
HOMAN M1, ŠTERBENC A, KOCJAN BJ, LUZAR B, ZIDAR N, OREL R, POLJAK
M.Prevalence of the Helicobacter pylori babA2 gene and correlation with the degree
of gastritis in infected Slovenian children. Antonie Van Leeuwenhoek.;106(4): 637-
45, 2014.
HU, L.T.; MOBLEY, H.L. Purification and N-terminal analysis of urease from
Helicobacter pylori. Infect Immun 58: 992–998, 1990.
HUCKER GJ. A new modification and application of the Gram stain. J Bacteriol 6: 395-
397, 1921.
127
HUCKER, G.J. A new modification and application of the gram stain. Journal of
Bacteriology 6: (4): 395-397, 1921.
HUSSEIN, N.R.; MOHAMMADI, M.; TALEBKHAN, Y.; DORAGHI, M.; LETLEY,
D.P.; MUHAMMAD, M.K.; ARGENT, R.H.; ATHERTON J.C. Differences in
virulence markers between Helicobacter pylori strains from Iraq and those from Iran:
potential importance of regional differences in H. pylori-associated disease. J. Clin.
Microbiol. 46: 1774-1779, 2008.
IARC – International Agency for Research on Cancer http://globocan.iarc.fr, 2012
IKEHARA, Y.; NISHIHARA, S.; YASUTOMI, H.; KITAMURA, T.; MATSUO, K.;
SHIMIZU, N.; INADA, K.; KODERA, Y.; YAMAMURA, Y.; NARIMATSU, H.;
HAMAJIMA, N.; TATEMATSU, M. Polymorphisms of two fucosyltransferase genes
(Lewis and Secretor genes) involving type I Lewis antigens are associated with the
presence of anti-Helicobacter pylori IgG antibody. Cancer Epidemiol Biomarkers
Prev. 10(9): 971-7, 2001.
ILVER, D.; ARNQVIST, A.; OGREN, J.; FRICK, I.M.; KERSULYTE, D.; INCECIK,
E.T.; BERG, D.E.; COVACCI, A.; ENGSTRAND, L.; BOREN, T. Helicobacter
pylori adhesin binding fucosylated histo-blood group antigens revealed by retagging.
Science 279: 373-377, 1998.
INCA – Instituto Nacional do Cancer - http://www2.inca.gov.br/, 2012
ISHIJIMA N, SUZUKI M, ASHIDA H, ICHIKAWA Y, KANEGAE Y, SAITO I,
BORÉN T, HAAS R, SASAKAWA C, MIMURO H. BabA-mediated adherence is a
potentiator of the Helicobacter pylori type IV secretion system activity. J Biol Chem.
286(28): 25256-64, 2011.
JAFF, M.S.; O’BRIAN, D.S. Excess of blood group B in primary myelofibrosis. Vox Sang
52: 250–253, 1987.
JOHNSON, P.H.; YATES, A.D.; & WATKINS, W.M. Human salivary
fucosyltransferases: evidence for two distinct -3-L-fucosyltransferases activities one
of which is associated with the Lewis blood group Le gene. Biochem Biophys Res
Commun 100: 1611-1618, 1981.
JONGE R.; DURRANI Z.; RIJPKEMA, S.G.; KUIPERS, E.J.; VAN VLIET, A.H.;
KUSTERS, J.G. Role of the Helicobacter pylori outer-membrane proteins AlpA and
AlpB in colonization of the guinea pig stomach. J Med Microbiol. 53(Pt 5): 375-9,
2004.
KANBAY, M.; GÜR, G.; ARSLAN, H.; YILMAZ, U.; BOYACIOGLU, S. The
relationship of ABO blood group, age, gender, smoking, and Helicobacter pylori
infection. Dig Dis Sci. 50:1214–1217, 2005.
KARITA M.; TSUDA, M.; NAKAZAWA, T. Essential role of urease in vitro and in vivo
Helicobacter pylori colonization study using a wild-type and isogenic urease mutant
strain. J Clin Gastroenterol Suppl 1: S160-3, 1995.
128
KARLSSON H, LARSSON T, KARLSSON K, MILLER-PODRAZA H.
Polyglycosylceramides recognized by Helicobacter pylori: analysis by matrix-assisted
laser desorption/ionization mass spectrometry after degradation with endo-beta-
galactosidase and by fast atom bombardment mass spectrometry of permethylated
undegraded material. Glycobiology. 10(12):1291-309, 2000
KARTTUNEN, R.; KARTTUNEN, T.; EKRE, H.P.; MACDONALD, T.T. Interferon
gamma and interleukin 4 secreting cells in the gastric antrum in Helicobacter pylori
positive and negative gastritis. Gut 36: 341-345, 1995.
KELLY, R.J.; ROUQUIER, S.; GIORGI, D.; LENNON, G.G.; LOWE, J.B. Sequence and
expression of a candidate for the human Secretor blood group
alpha(1,2)fucosyltransferase gene (FUT2). Homozygosity for an enzyme-inactivating
nonsense mutation commonly correlates with the non-secretor phenotype. J Biol
Chem. 270 (9): 4640-9, 1986, 1995.
KIM SY, WOO CW, LEE YM, SON BR, KIM JW, CHAE HB, YOUN SJ, PARK SM.
Genotyping CagA, VacA subtype, IceA1, and BabA of Helicobacter pylori isolates
from Korean patients, and their association with gastroduodenal diseases. J Korean
Med Sci. 16(5):579-84, 2001.
KLINKENBERG-KNOL, E.C.; NELIS, F.; DENT, J.; SNEL, P.; MITCHELL, B.;
PRICHARD, P.; LLOYD, D.; HAVU, N.; FRAME, M.H.; ROMÀN, J.; WALAN, A.
Long-term omeprazole treatment in resistant gastroesophageal reflux disease: efficacy,
safety, and influence on gastric mucosa. Gastroenterology 118: 661-669, 2000.
KODA, Y.; ISHIDA, T.; TACHIDA, H.; WANG, B.; PANG, H.; SOEJIMA, M.;
SOEMANTRI, A.; KIMURA, H. DNA sequence variation of the human ABO-
secretor locus ( FUT2) in New Guinean populations: possible early human migration
from Africa. Hum Genet. 113(6): 534-41, 2003.
KODA, Y.; SOEJIMA, M.; KIMURA, H. The polymorphisms of fucosyltransferases. Leg
Med (Tokyo). 3(1): 2-14, 2001.
KODA, Y.; SOEJIMA, M.; LIU, Y.; KIMURA, H. Molecular basis for secretor type
alpha(1,2)-fucosyltransferase gene deficiency in a Japanese population: a fusion gene
generated by unequal crossover responsible for the enzyme deficiency. Am J Hum
Genet. 59(2): 343-50, 1996.
KODA, Y.; TACHIDA, H.; SOEJIMA, M.; TAKENAKA, O.; KIMURA, H. Ancient
origin of the null allele se(428) of the human ABO-secretor locus (FUT2). J Mol
Evol. 50(3): 243-8, 2000.
KRANZER, K.; SOLLNER, L.; AIGNER, M.; LEHN, N.; DEML, L.; REHLI, M.;
SCHNEIDER-BRACHERT, W. Impact of Helicobacter pylori virulence factors and
compounds on activation and maturation of human dendritic cells. Infect. Immun. 73:
4180-4189, 2005.
KUDO, T.; IWASAKI, H.; NISHIHARA, S.; SHINYA, N.; ANDO, T.; NARIMATSU, I.;
NARIMATSU, H. Molecular genetic analysis of the human Lewis histo-blood group
system. The J of Biol Chemistry, 271 (16): 9830-9837, 1996.
129
KUIPERS, E.J.; PEREZ-PEREZ, G.I.; MEUWISSEN, S.G.; BLASER M.J. Helicobacter
pylori and atrophic gastritis: importance of the cagA status. J. Natl. Cancer Inst. 87:
1777-1780, 1995.
KUIPERS, E.J: Review article: exploring the link between Helicobacter pylori and gastric
cancer. Aliment Pharmacol Ther, 13(Suppl 1): 3-11, 1999.
KUKOWSKA-LATALLO, J.F.; LARSEN, R.D.; NAIR, R.P.; LOWE, J.B. A cloned
human cDNA determines expression of a mouse stage-specific embryonic antigen and
the Lewis blood group alpha(1,3/1,4)fucosyltransferase. Genes Dev. 4(8):1288-303,
1990.
KUMAR, R.; POTVIN, B.; MULLER, W.A.; STANLEY, P. Cloning of a human
alpha(1,3)-fucosyltransferase gene that encodes ELFT but does not confer ELAM-1
recognition on Chinese hamster ovary cell transfectants. J Biol Chem. 266(32):
21777-83, 1991.
KUWAHARA, H.; MIYAMOTO, Y.; AKAIKE, T.; KUBOTA, T.; SAWA, T.;
OKAMOTO. S.; MAEDA, H. Helicobacter pylori urease suppresses bactericidal
activity of peroxynitrite via carbon dioxide production. Infect Immun 68: 4378–4383,
2000.
LADEIRA, M.S.; RODRIGUES, M.A.; SALVADORI, D.M.; NETO, P.P.; ACHILLES,
P.; LERCO, M.M.; RODRIGUES, P.A.; GONÇALVES, I.JR.; QUEIROZ, D.M.;
FREIRE-MAIA, D.V.; Relationships between cagA, vacA, and iceA genotypes of
Helicobacter pylori and DNA damage in the gastric mucosa. Environ Mol Mutagen.
44(2): 91-8, 2004.
LANGKILDE NC, WOLF H, MELDGARD P, ORNTOFT TF. Frequency and mechanism
of Lewis antigen expression in human urinary bladder and colon carcinoma patients.
Br J Cancer. 63(4):583-6, (1991).
LARSEN, R.D.; ERNST, L.K.; NAIR, R.P.; LOWE, J.B. Molecular cloning, sequence,
and expression of a human GDP-L-fucose: beta-D-galactoside 2-alpha-L-
fucosyltransferase cDNA that can form the H blood group antigen. Proc Natl Acad
Sci U S A. 87(17): 6674-8, 1990.
LARSON G, SVENSSON L, HYNSJO¨ L, ELMGREN A, RYDBERG L.: Typing for the
human Lewis blood group system by quantitative fluorescence-activated flow
cytometry: large differences in antigen presentation on erythrocytes between A(1),
A(2), B, O phenotypes. Vox Sang 77(4): 227–236, 1999.
LE PENDU, J. A hypothesis on the dual significance of ABH, Lewis and related antigens.
Journal of lmmunogenetics 16: 53-61, 1989.
LE PENDU, J.; CARTRON, J.P.; LEMIEUX, R.U. & ORIOL, R. The presence of at least
two different H-blood group related βDGal -2-L-fucosyltransferase in human serum
and the genetics of blood group H substances. Am J Hum Genet 37: 749- 760, 1985
LEHOURS P, MENARD A, DUPOUY S, BERGEY B, RICHY F, ZERBIB F. Evaluation
of the association of nine Helicobacter pylori virulence factors with strains involved
130
in low-grade gastric mucosa-associated lymphoid tissue lymphoma. Infect
Immun.72(2): 880-8, 2004.
LEUNK, RD.; JOHNSON, P.T.; DAVID, B.C.; KRAFT, W.G.; MORGAN, D.R.
Cytotoxic activity in broth-culture filtrates of Campylobacter pylori. J. Med.
Microbiol. 26: 93-99, 1988.
LIN, C.W.; CHANG, Y.S.; WU, S.C.; CHENG, K.S. Helicobacter pylori in gastric
biopsies of Taiwanese patients with gastroduodenal diseases. Jpn J Med Sci Biol. 51:
13–23, 1998.
LIU, Y.; KODA, Y.; SOEJIMA, M.; PANG, H.; SCHLAPHOFF, T.; DU TOIT, E.D.;
KIMURA, H. Extensive polymorphism of the FUT2 gene in an African (Xhosa)
population of South Africa. Hum Genet. 103(2): 204-10, 1998.
LIU, Y.H.; KODA, Y.; SOEJIMA, M.; PANG, H.; WANG, B.J.; KIM, D.S.; OH, H.B.;
KIMURA, H. The fusion gene at the ABO-secretor locus (FUT2): absence in Chinese
populations. J Hum Genet. 44(3): 181-4, 1999.
LOFFELD, R.J.F.; STOBBERINGH, E. Helicobacter pylori and ABO blood groups. J
Clin Pathol. 44: 516–517, 1991.
LOWE, J.B.; KUKOWSKA-LATALLO, J.F.; NAIR, R.P.; LARSEN, R.D.; MARKS,
R.M.; MACHER, B.A.; KELLY, R.J.; ERNST, L.K. Molecular cloning of a human
fucosyltransferase gene that determines expression of the Lewis x and VIM-2 epitopes
but not ELAM-1-dependent cell adhesion. J Biol Chem. 266(26):17467-77, 1991.
LUNDELL, L.; HAVU, N.; MIETTINEN, P.; MYRVOLD, H.E.; WALLIN, L.;
JULKUNEN R.; LEVANDERm K.; HATLEBAKKm J.G.; LIEDMAN, B.; LAMM,
M.; MALM, A.; WALAN, A. Changes of gastric mucosal architecture during long-
term omeprazole therapy: results of a randomized clinical trial. Aliment Pharmacol
Ther 23: 639-647, 2006.
LUNDGREN, A.; SURI-PAYER, E.; ENARSSON, K.; SVENNERHOLM, A.M.;
LUNDIN, B.S. Helicobacter pylori-specific CD4+ CD25
high regulatory T cells
suppress memory T-cell responses to H. pylori in infected individuals. Infect.
Immun. 71: 1755-1762, 2003.
LUNDGREN, A.E.; STROMBERG, A.; SJOLING, C.; LINDHOLM, K.; ENARSSON,
A.; EDEBO, E.; JOHNSSON, E.; SURI-PAYER, P.; LARSSON, A.; RUDIN, A.M.;
SVENNERHOLM, B.S.; LUNDIN. Mucosal FOXP3-expressing CD4+ CD25
high
regulatory T cells in Helicobacter pylori-infected patients. Infect. Immun. 73:523-
531, 2005.
LUZZA, F.; PARRELLO, T.; MONTELEONE, G.; SEBKOVA, L.; ROMANO, M.;
ZARRILLI, R.; IMENEO, M.; PALLONE, F. Up-regulation of IL-17 is associated
with bioactive IL-8 expression in Helicobacter pylori-infected human gastric mucosa.
J. Immunol. 165: 5332-5337, 2000.
MAGALHÃES, A.; REIS, CA. Helicobacter pylori adhesion to gastric epithelial cells is
mediated by glycan receptors. Braz J Med Biol Res. 43(7): 611-8, 2010. Review.
131
MAHDAVI, J.; SONDEN, B.; HURTIG, M.; OLFAT, F.O.; FORSBERG, L.; ROCHE,
N.; ANGSTROM, J.; LARSSON, T.; TENEBERG, S.; KARLSSON, K.A.;
ALTRAJA, S.; et al., Helicobacter pylori SabA adhesin in persistent infection and
chronic inflammation. Science 297: 573-578, 2002.
MAI, U.E.; PEREZ-PEREZ, G.I.; ALLEN, J.B.; WAHL, S.M.; BLASER, M.J.; SMITH,
P.D. Surface proteins from Helicobacter pylori exhibit chemotactic activity for human
leukocytes and are present in gastric mucosa. J. Exp. Med. 175: 517-525, 1992.
MAI, U.E.; PEREZ-PEREZ, G.I.; WAHL, L.M.; WAHL, S.M.; BLASER, M.J.; SMITH
P.D. Soluble surface proteins from Helicobacter pylori activate
monocytes/macrophages by lipopolysaccharide-independent mechanism. J. Clin.
Invest. 87: 894-900, 1991.
MAKNI, S., DALIX, A.M., CAILLARD, T., COMPAGNON, B., LE PENDU, J., AYED,
K., AND ORIOL, R.. Discordance between red cell and saliva Lewis phenotypes in
patients with hydatid cysts. Exp. Clin. Immunogenet. 4, 136–143, 1987.
MAKRISTATHIS A.; ROKITA, E.; LABIGNE, A.; WILLINGER, B.; ROTTER, M.L.;
HIRSCHL, A.M. Highly significant role of Helicobacter pylori urease in phagocytosis
and production of oxygen metabolites by human granulocytes. J Infect Dis 177:803–
806, 1998.
MALÝ, P.; THALL, A.; PETRYNIAK, B.; ROGERS, C.E.; SMITH, P.L.; MARKS,
R.M.; KELLY, R.J.; GERSTEN, K.M.; CHENG, G.; SAUNDERS, T.L.; CAMPER,
S.A.; CAMPHAUSEN, R.T.; SULLIVAN, F.X.; ISOGAI, Y.; HINDSGAUL, O.;
VON ANDRIAN, U.H.; LOWEm J.B. The alpha(1,3)fucosyltransferase Fuc-TVII
controls leukocyte trafficking through an essential role in L-, E-, and P-selectin ligand
biosynthesis. Cell. 86(4): 643-53, 1996.
MANENTE, L.; PERNA, A.; BUOMMINO, E.; ALTUCCI, L.; LUCARIELLO, A.;
CITRO, G.; BALDI, A.; IAQUINTO, G.; TUFANO, M.A.; DE LUCA, A. The
Helicobacter pylori's protein VacA has direct effects on the regulation of cell cycle and
apoptosis in gastric epithelial cells. J. Cell. Physiol. 214: 582-587, 2008.
MANNICK, E.E.; BRAVO, L.E.; ZARAMA, G.; REALPE, J.L.; ZHANG, X.J.; RUIZ, B.;
FONTHAM, E.T.; MERA, R.; MILLER, M.J.; CORREA, P. Inducible nitric oxide
synthase, nitrotyrosine, and apoptosis in Helicobacter pylori gastritis: effect of
antibiotics and antioxidants. Cancer Res. 56: 3238-3243, 1996.
MARCHETTI, M.; ARICO, B.; BURRONI, D.; FIGURA, N.; RAPPUOLI, R.; GHIARA
P. Development of a mouse model of Helicobacter pylori infection that mimics human
disease. Science 267: 1655-1658, 1995.
MARCOS, N.T.; MAGALHAES, A.; FERREIRA, B.; OLIVEIRA, M.J.; CARVALHO,
A.S.; MENDES, N.; GILMARTIN, T.; HEAD, S.R.; FIGUEIREDO, C.; DAVID, L.;
SANTOS-SILVA, F.; REIS, C.A. Helicobacter pylori induces beta3GnT5 in human
gastric cell lines, modulating expression of the SabA ligand sialyl-Lewis x. J. Clin.
Invest. 118: 2325-2336, 2008.
132
MARCUS DM, CASS LE. Glycosphingolipids with Lewis blood group activity: uptake by
human erythrocytes. Science 164(3879): 553-5, 1969.
MARCUS, E.A.; SCOTT, D.R. Cell lysis is responsible for the appearance of extracellular
urease in Helicobacter pylori. Helicobacter 6: 93–99, 2001.
MARSHALL, B.J. Campylobacter pylori infection: diagnosis and therapy. Med J Aust.
151(8):426-7, 1989.
MARSHALL, B.J. Campylobacter pyloridis and gastritis. J Infect Dis. 153:650–658,
1986.
MARSHALL, B.J. Helicobacter pylori. Am J Gastroenterol. 89(8 Suppl): S116-28,
1994.
MARSHALL, B.J.; WARREN, J.R. Unidentified curved bacilli in the stomach of patients
with gastritis and peptic ulceration. Lancet. 1(8390): 1311-5, 1984.
MARTINS, L.C.; CORVELO, T.C.; DEMACHKI, S.; ARAUJO, M.T.; ASSUMPÇÃO,
M.B.; VILAR, S.C.; FREITAS, F.B.; BARBOSA, H.P.; FECURY, A.A.; AMARAL,
R.K.; SANTOS, S.E. Clinical and pathological importance of vacA allele
heterogeneity and cagA status in peptic ulcer disease in patients from North Brazil.
Mem Inst Oswaldo Cruz. 100(8): 875-81, 2005.
MARTINS, L.C.; CORVELO, T.C.; OTI, H.T.; BARILE, K.A. Seroprevalence of
antibodies against Helicobacter pylori CagA antigen in patients with gastric ulcer in
the North region of Brazil. Rev Soc Bras Med Trop. 35(4): 307-10, 2002.
MCCLAIN, M.S.; SHAFFER, C.L.; ISRAEL, D.A.; PEEK, R.M.JR.; COVER, T.L.
Genome sequence analysis of Helicobacter pylori strains associated with gastric
ulceration and gastric cancer. BMC Genomics. 10: 3, 2009.
MEYER, F.; RAMANUJAM, K.S.; GOBERT, A.P.; JAMES, S.P.; WILSON, K.T.
Cutting edge: cyclooxygenase-2 activation suppresses Th1 polarization in response to
Helicobacter pylori. J. Immunol. 171: 3913-3917, 2003.
MEYER, F.; WILSON, K.T.; JAMES, S.P. Modulation of innate cytokine responses by
products of Helicobacter pylori. Infect. Immun. 68: 6265-6272, 2000.
MIEHLKE, S.; KIRSCH, C.; AGHA-AMIRI, K.; GUNTHER, T.; LEHN, N.;
MALFERTHEINER, P.; STOLTE, M.; EHNINGER, G.; BAYERDORFFER, E. The
Helicobacter pylori vacA s1, m1 genotype and cagA is associated with gastric
carcinoma in Germany. Int. J. Cancer 87: 322-327, 2000.
MILLER, S.A.; DYKES, D.D.; POLESKY, H.F. A simple salting out procedure for
extracting DNA from human nucleated cells. Nucleic Acid Res, 16 (3): 1215, 1988.
MIMURO, H.; SUZUKI, T.; TANAKA, J.; ASAHI, M.; HAAS, R.; SASAKAWA, C.
Grb2 is a key mediator of Helicobacter pylori CagA protein activities. Mol. Cell 10:
745-755, 2002.
133
MIZUSHIMA. T.; SUGIYAMA, T.; KOMATSU, Y.; ISHIZUKA, J.; KATO, M.;
ASAKA, M. Clinical relevance of the babA2 genotype of Helicobacter pylori in
Japanese clinical isolates. J Clin MicrobiolJul 39(7): 2463-5, 2001.
MOESE, S.; SELBACH, M. KWOK, T. BRINKMANN, V. KONIG, W. MEYER, T. F.
AND BACKERT, S. Helicobacter pylori induces AGS cell motility and elongation via
independent signaling pathways. Infect. Immun. 72: 3646-3649. 2004.
MOESE, S.; SELBACH, M.; BRINKMANN, V.; KARLAS, A.; HAIMOVICH, B.;
BACKERT, S.; MEYER, T.F. The Helicobacter pylori CagA protein disrupts matrix
adhesion of gastric epithelial cells by dephosphorylation of vinculin. Cell. Microbiol.
9:1148-1161, 2007.
MOLLICONE, R.; REGUIGNE, I.; KELLY, R.J.; FLETCHER, A.; WATT, J.;
CHATFIELD, S.; AZIZ, A.; CAMERON, H.S.; WESTON, B.; LOWE, J.B.; ORIOL,
R. Molecular basis for Lewis (1,3/1,4) fucosyltransferase gene deficiency (FUT 3)
found in Lewis-negative Indonesian Pedigrees. The J of Biol Chemistry. 269 (33):
20987-20994, 1994.
MONSTEIN HJ, ELLNEBO-SVEDLUND K. Molecular typing of Helicobacter pylori by
virulence-gene based multiplex PCR and RT-PCR analysis. Helicobacter. 2002
Oct;7(5):287-96.
MORGAN, W.T.J. & WATKINS, W.M. Genetics and biochemical aspects of human
blood group A, B, H, Lea and Le
b specificity. Br Med Bull 25: 30-34, 1969.
MOURANT, A.E.; KOPEC, A.C.; DOMANIEWSKA-SOBCZAK, K. Blood Groups and
Diseases: A Study of Associations of Diseases with Blood Groups and Other
Polymorphisms. London: Oxford University Press; 1978.
MONTEALEGRE, M.O., JARAMILLO, C.A.H., MONTEALEGRE, L.G., PARRA, G.G.,
ECHEVERRY, P.M.M., DEL PILAR DELAGADO, P.M. Detección histológica y
molecular de Helicobacter pylori y genotipificación con base en los genes de
virulência babA2 e iceA em pacientes com patología gástrica benigna. Rev. Chil
Infect 27(2): 112.118, 2010.
MURATA-KAMIYA, N.; KURASHIMA, Y.; TEISHIKATA, Y.; YAMAHASHI, Y.;
SAITO, Y.; HIGASHI, H.; ABURATANI, H.; AKIYAMA, T.; PEEK, R.M.JR.;
AZUMA T.; AND HATAKEYAMA, M. Helicobacter pylori CagA interacts with E-
cadherin and deregulates the beta-catenin signal that promotes intestinal
transdifferentiation in gastric epithelial cells. Oncogene 26: 4617-4626, 2007.
NAITO, M., YAMAZAKI, T. TSUTSUMI, R. HIGASHI, H. ONOE, K. YAMAZAKI, S.
AZUMA, T.AND HATAKEYAMA. M. Influence of EPIYA-repeat polymorphism on
the phosphorylation-dependent biological activity of Helicobacter pylori CagA.
Gastroenterology 130:1181-1190, 2006.
NAKAMURA M, MURAYAMA SY, SERIZAWA H, SEKIYA Y, EGUCHI M,
TAKAHASHI S, NISHIKAWA K, TAKAHASHI T, MATSUMOTO T, YAMADA
H, HIBI T, TSUCHIMOTO K, MATSUI H. "Candidatus Helicobacter heilmannii"
134
from a cynomolgus monkey induces gastric mucosa-associated lymphoid tissue
lymphomas in C57BL/6 mice. Infect Immun.75(3): 1214-22, 2007.
NAKAMURA, S.; YAO, T.; AOYAGI, K.; IIDA, M.; FUJISHIMA, M.; TSUNEYOSHI,
M. Helicobacter pylori and primary gastric lymphoma. A histopathologic and
immunohistochemical analysis of 237 patients. Cancer. 79(1): 3-11, 1997.
NAKAO, M,; MATSUO, K.; ITO, H.; SHITARA, K.; HOSONO, S.; WATANABE, M.;
ITO, S.; SAWAKI, A.; IIDA, S.; SATO, S.; YATABE, Y.; YAMAO, K.; UEDA, R.;
TAJIMA, K.; HAMAJIMA, N.; TANAKA, H. ABO genotype and the risk of gastric
cancer, atrophic gastritis, and Helicobacter pylori infection. Cancer Epidemiol
Biomarkers Prev. 20(8):1665-72, 2011.
NARIMATSU, H.; IWASAKI, H.; NAKAYAMA, F.; IKEHARA, Y.; KUDO, T.;
NISHIHARA, S.; SUGANO, K.; OKURA, H.; FUJITA, S.; HIROHASHI, S. Lewis
and secretor gene dosages affect CA19-9 and DU-PAN-2 serum levels in normal
individuals and colorectal cancer patients. Cancer Res. 58(3): 512-8, 1998.
NIESS, J.H.; BRAND, S.; GU, X.; LANDSMAN, L.; JUNG, S.; MCCORMICK, B.A.;
VYAS, J.M; BOES, M.; PLOEGH, H.L.; FOX, J.G.; LITTMAN, D.R.; REINECKER
H.C. CX3CR1-mediated dendritic cell access to the intestinal lumen and bacterial
clearance. Science 307: 254-258, 2005.
NISHIHARA, S.; HIRAGA, T.; IKEHARA, Y.; IWASAKI, H.; KUDO, T.; YAZAWA,
S.; MOROZUMI, K.; SUDA, Y.; NARIMATSU, H. Molecular behavior of mutant
Lewis enzymes in vivo. Glycobiology. 9(4): 373-82, 1999a.
NISHIHARA, S.; HIRAGA, T.; IKEHARA, Y.; KUDO, T.; IWASAKI, H.; MOROZUMI
K.; AKAMATSU, S.; TACHIKAWA, T.; NARIMATSU, H. Molecular mechanisms
of expression of Lewis b antigen and other type I Lewis antigens in human colorectal
cancer. Glycobiology. 9(6): 607-16, 1999b.
NISHIHARA, S.; NARIMATSU, H.; IWASAKI, H.; YAZAWA, S.; AKAMATSU, S.;
ANDO, T.; SENO, T.; NARIMATSU, I. Molecular genetic analysis of the human
Lewis histo-blood group system. The J of Biol Chemistry, 269(46): 29271-29278,
1994.
NISHIHARA, S.; YAZAWA, S.; IWASAKI, H.; NAKAZATO, M.; KUDO, T.; ANDO,
T.; NARIMATSU, H. (1,3/1,4) fucosyltransferase (FucT-III) gene is activated by a
single amino acid substitution in Lewis histo-blood type negative individuals.
Biochem Biophys Res Commun, 196: 624-631, 1993.
NIV, Y.; FRASER, G.; DELPRE, G.; NEEMAN, A.; LEISER, A.; SAMRA, Z.; SCAPA,
E.; GILON, E.; BAR-SHANY, S. Helicobacter pylori infection and blood groups. Am
J Gastroenterol. 91: 101–104, 1996.
OBST B, WAGNER S, SEWING KF, BEIL W. Helicobacter pylori causes DNA damage
in gastric epithelial cells. Carcinogenesis. 21(6): 1111-5, 2000.
135
ODENBREIT, S., PULS, J. SEDLMAIER, B. GERLAND, E. FISCHER, W. AND HAAS,
R. Translocation of Helicobacter pylori CagA into gastric epithelial cells by type IV
secretion. Science 287: 1497-1500, 2000.
ODENBREIT, S.; FALLER, G.; HAAS, R. Role of the alpAB proteins and
lipopolysaccharide in adhesion of Helicobacter pylori to human gastric tissue. Int J
Med Microbiol. 292(3-4): 247-56, 2002.
ODENBREIT. S.; TILL, M.; HOFREUTER, D.; FALLER, G.; HAAS, R. Genetic and
functional characterization of the alpAB gene locus essential for the adhesion of
Helicobacter pylori to human gastric tissue. Mol Microbiol. 31(5): 1537-48, 1999.
OGIWARA, H.; GRAHAM, D.Y.; YAMAOKA, Y. vacA i-region subtyping.
Gastroenterology 134:1267, 2008.
OGIWARA, H.; SUGIMOTO, M.; OHNO, T.; VILAICHONE, R.K.; MAHACHAI, V.;
GRAHAM, D.Y.; YAMAOKA, Y. Role of deletion located between the intermediate
and middle regions of the Helicobacter pylori vacA gene in cases of gastroduodenal
diseases. J. Clin. Microbiol. 47: 3493-3500, 2009.
OH JD, KLING-BÄCKHED H, GIANNAKIS M, XU J, FULTON RS, FULTON LA,
CORDUM HS, WANG C, ELLIOTT G, EDWARDS J, MARDIS ER, ENGSTRAND
LG, GORDON JI. The complete genome sequence of a chronic atrophic gastritis
Helicobacter pylori strain: evolution during disease progression. Proc Natl Acad Sci
USA. 103(26): 9999-10004. 2006.
OH, J.D.; KARAM, S.M.; GORDON, J.I. Intracellular Helicobacter pylori in gastric
epithelial progenitors. Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 102: 5186-5191, 2005
OHNO, T.; VALLSTRÖM, A.; RUGGE, M.; OTA, H.; GRAHAM, D.Y.; ARNQVIST,
A.; YAMAOKA, Y. Effects of blood group antigen-binding adhesin expression during
Helicobacter pylori infection of Mongolian gerbils. J. Infect. Dis. 203: 726–735,
2011.
OLEASTRO M, MÉNARD A. The Role of Helicobacter pylori outer membrane proteins
in adherence and pathogenesis. Biology (Basel). 2(3):1110-34, 2013.
OLFAT FO, ZHENG Q, OLEASTRO M, VOLAND P, BORÉN T, KARTTUNEN R,
ENGSTRAND L, RAD R, PRINZ C, GERHARD M. Correlation of the Helicobacter
pylori adherence factor BabA with duodenal ulcer disease in four European countries.
FEMS Immunol Med Microbiol. 44(2): 151-6, 2005
OLIVARES, D.; GISBERT, J.P. Factors involved in the pathogenesis of Helicobacter
pylori infection. Rev Esp Enferm Dig. 98(5):374-86, 2006.
OLIVEIRA AG, SANTOS A, GUERRA JB, ROCHA GA, ROCHA AM, OLIVEIRA CA,
CABRAL MM, NOGUEIRA AM, QUEIROZ DM. babA2 and cagA-positive
Helicobacter pylori strains are associated with duodenal ulcer and gastric carcinoma in
Brazil. J Clin Microbiol. 41(8): 3964-6, 2003.
136
OLIVEIRA AM, ROCHA GA, QUEIROZ DM, DE MOURA SB, RABELLO AL.
Seroconversion for Helicobacter pylori in adults from Brazil.Trans R Soc Trop Med
Hyg. 93(3):261-3, 1999.
ORIOL, R.; DANILOVS, J.; & HAWKINS, B.R. A new genetic model proposing that the
Se gene is a structural gene closely linked to the H gene. American Journal of
Human Genetics 33: 421, 1981.
ORIOL, R.; LE PENDU, J. & MOLLICONE, R. Genetics of ABO, H, Lewis, X and
related antigens. Vox Sang 31: 161-171, 1986.
ORNTOFT, T.F.; HOLMES, E.H.; JOHNSON, P.; HAKOMORI, S.I. & CLAUSEN, H.
Differential tissue expression of the Lewis blood group antigens: Enzimatic
immunohistologic and immunochemical evidence for Lewis a and antigen expression
in Le(a-b-) individuals. Blood 77: 1389-1396, 1991.
OZASA, K.; KURATA, J.H.; HIGASHI, A.; HAYASHI, K.; INOKUCHI, H.; MIKI, K.;
TADA, M.; KAWAI, K.; WATANABE, Y. Helicobacter pylori infection and atrophic
gastritis: a nested case-control study in a rural town in Japan. Dig Dis Sci.44: 253–
256, 1999
PAKBAZ Z, SHIRAZI MH, RANJBAR R, POURMAND MR, KHALIFEH GHOLI M,
ALIRAMEZANI A, VAISE MALEKSHAHI Z. Frequency of sabA Gene in
Helicobacter pylori Strains Isolated From Patients in Tehran, Iran. Iran Red Crescent
Med J. 15(9): 767-70, 2013.
PANG, H.; KODA, Y.; SOEJIMA, M.; KIMURA, H. Significance of each of three
missense mutations, G484A, G667A, and G808A, present in an inactive allele of the
human Lewis gene (FUT3) for alpha(1,3/1,4)fucosyltransferase inactivation.
Glycoconj J 15(10): 961-7, 1998.
PAPA A, DANESE S, SGAMBATO A, ARDITO R, ZANNONI G, RINELLI A,
VECCHIO FM, GENTILONI-SILVERI N, CITTADINI A, GASBARRINI G,
GASBARRINI A. Role of Helicobacter pylori CagA+ infection in determining
oxidative DNA damage in gastric mucosa. Scand J Gastroenterol. 37(4):409-13, 2002.
PAPINI, E.; DE BERNARD, M.; MILIA, E.; BUGNOLI, M.; ZERIAL, M.; RAPPUOLI,
R.; AND MONTECUCCO, C. Cellular vacuoles induced by Helicobacter pylori
originate from late endosomal compartments. Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 91:9720-
9724. 1994.
PARK, K.U.; SONG, J.; HAN, K.S.; KIM, J.Q. The fusion allele of the FUT2 (secretor
type alpha(1,2)-fucosyltransferase) gene at a high frequency and a new se385 allele in
a Korean population. Ann Hematol. 84(10): 656-60, 2005.
PARK, M.J.; CHOI, S.H.; KIM, D.; KANG, S.J.; CHUNG, S.J.; CHOI, S.Y.; YOON,
D.H.; LIM, S.H.; KIM, Y.S.; YIM, J.Y.; KIM, J.S.; JUNG, H.C. Association between
Helicobacter pylori Seropositivity and the Coronary Artery Calcium Score in a
Screening Population. Gut Liver. 5(3): 321-7, 2011.
137
PARSONNET, J.; FRIEDMAN, G.D.; ORENTREICH, N.; VOGELMAN H. Risk for
gastric cancer in people with CagA positive or CagA negative Helicobacter pylori
infection. Gut 40: 297-301, 1997.
PARSONNET, J.; FRIEDMAN, G.D.; VANDERSTEEN, D.P.; CHANG, Y.;
VOGELMAN, J.H.; ORENTREICH, N.; SIBLEY, R.K. Helicobacter pylori infection
and the risk of gastric carcinoma. N Engl J Med. 325(16):1127-31, 1991.
PARSONNET, J.; HANSEN, S.; RODRIGUEZ, L.; GELB, A.B.; WARNKE, R.A.;
JELLUM, E.; ORENTREICH, N.; VOGELMAN, J.H.; FRIEDMAN, G.D.
Helicobacter pylori infection and gastric lymphoma. N Engl J Med. 330(18): 1267-
71, 1994.
PARSONNET, J.; ISAACSON, P.G. Bacterial infection and MALT lymphoma. N Engl J
Med 350: 213-5, 2004.
PARSONNET, J: The incidence of Helicobacter pylori infection. Aliment Pharmacol
Ther 9(Suppl 2): 45-51, 1995.
PATHAK, S.K.; BASU, S.; BHATTACHARYYA, A.; PATHAK, S.; BANERJEE, A.;
BASU, J.; KUNDU, M. TLR4-dependent NF-kappaB activation and mitogen- and
stress-activated protein kinase 1-triggered phosphorylation events are central to
Helicobacter pylori peptidyl prolyl cis-, trans-isomerase (HP0175)-mediated induction
of IL-6 release from macrophages. J. Immunol. 177: 7950-7958, 2006.
PAULSON, J.C.; COLLEY, K.J. Glycosyltransferases. Structure, localization, and control
of cell type-specific glycosylation. J. Biol. Chem.: 264: 17615–17618, 1989.
PAULSON, J.C.; PRIEELS, J.P.; GLASGOW, L.R.; HILL, R.L. Sialyl- and
fucosyltransferases in the biosynthesis of asparaginyl-linked oligosaccharides in
glycoproteins. Mutually exclusive glycosylation by beta-galactoside alpha2 goes to 6
sialyltransferase and N-acetylglucosaminide alpha1 goes to 3 fucosyltransferase. J
Biol Chem. 253(16): 5617-24, 1978.
PEEK, R.M.; BLASER, M.J.; MAYS, D.J.; FORSYTH, M.H.; COVER, T.L.; SONG,
S.Y.; KRISHNA, U.; PIETENPOL, J.A. Helicobacter pylori strain-specific genotypes
and modulation of the gastric epithelial cell cycle. Cancer Res. 59: 6124-6131, 1999.
PEEK, R.M.; MILLER, JR.G.G; THAM, K.T.; PEREZ-PEREZ, G.I.; COVER, T.L.;
ATHERTON, J.C.; DUNN, G.D.; BLASER M.J. Detection of Helicobacter pylori
gene expression in human gastric mucosa. J. Clin. Microbiol. 33: 28-32, 1995.
PEEK, R.M.JR.; FISKE, C.; WILSON, K.T. Role of innate immunity in Helicobacter
pylori-induced gastric malignancy. Physiol Rev. 90(3):831-58, 2010. Review
PEÑA JA, MCNEIL K, FOX JG, VERSALOVIC J. Molecular evidence of Helicobacter
cinaedi organisms in human gastric biopsy specimens. J Clin Microbiol. 40(4):1511-
3, 2002.
PETERSSON C, FORSBERG M, ASPHOLM M, OLFAT FO, FORSLUND T, BORÉN
T, MAGNUSSON KE. Helicobacter pylori SabA adhesin evokes a strong
138
inflammatory response in human neutrophils which is down-regulated by the
neutrophil-activating protein. Med Microbiol Immunol. 195(4): 195-206, 2006.
PETROVIĆ, M.; ARTIKO, V.; NOVOSEL, S.; ILLE, T.; ŠOBIĆ-ŠARANOVIĆ, D.;
PAVLOVIĆ, S.; JAKŠIĆ, E.; STOJKOVIĆ, M.; ANTIĆ, A.; OBRADOVIĆ, V.
Relationship between Helicobacter pylori infection estimated by 14C-urea breath test
and gender, blood groups and Rhesus factor. Hell J Nucl Med. 14(1): 21-4, 2011.
PFLUG, W.; BÄSSLER, O.; EBERSPÄCHER, B. ABO and Lewis typing of secretion
stains on nitocellulose membranes using a new dot-blot-ELISA technique. Forensic
Science International 43: 171-182,1989.
PHADNIS, S.H.; ILVER, D.; JANZON, L.; NORMARK, S.; AND WESTBLOM, T.U.
Pathological significance and molecular characterization of the vacuolating toxin gene
of Helicobacter pylori. Infect. Immun. 62:1557-1565, 1994.
PHADNIS, S.H.; PARLOW, M.H.; LEVY, M.; ILVER, D.; CAULKINS, C.M.;
CONNORS, J.B.; DUNN, B.E. Surface localization of Helicobacter pylori urease and
a heat shock protein homolog requires bacterial autolysis. Infect Immun 64: 905-912,
1996.
POHL, M.A.; ROMERO-GALLO, J.; GURUGE, J.L.; TSE, D.B.; GORDON, J.I.;
BLASER, M.J. Host-dependent Lewis (Le) antigen expression in Helicobacter pylori
cells recovered from Leb-transgenic mice. J. Exp. Med. 206: 3061-3072, 2009.
POLK, D.B.; PEEK, R.M.JR. Helicobacter pylori: gastric cancer and beyond. Nat Rev
Cancer. 10(6):403-14. 2010, Review.
PORRAS C, NODORA J, SEXTON R, FERRECCIO C, JIMENEZ S, DOMINGUEZ RL,
COOK P, ANDERSON G, MORGAN DR, BAKER LH, GREENBERG ER,
HERRERO R. Epidemiology of Helicobacter pylori infection in six Latin American
countries (SWOG Trial S0701). Cancer Causes Control. 24(2): 209-15, 2013.
PRIDE, D.T.; BLASER, M.J. Concerted evolution between duplicated genetic elements in
Helicobacter pylori. J Mol Biol. 316: 629–642, 2002.
PRIDE, D.T.; MEINERSMANN, R.J.; BLASER, M.J.; Allelic Variation within
Helicobacter pylori babA and babB. Infect Immun 69: 1160–1171, 2001.
PRIEELS, J.P.; MONNOM, D.; DOLMANS, M.; BEYER, J.A & HILL, R.L. Purification
of the Lewis blood group N-acetylglucosaminide 1-4 fucosyltransferases and an N-
acetyl-glucosamine 1-3-fucosyltransferases from human milk. J Biol Chem 236:
10456-10463, 1981.
QUEIROZ, D.M.; MENDES, E.N.; ROCHA, G.A.; OLIVEIRA, A.M.; OLIVEIRA, C.A.;
MAGALHAES, P.P.; MOURA, S.B.; CABRAL, M.M.; AND NOGUEIRA, A.M.
cagA-positive Helicobacter pylori and risk for developing gastric carcinoma in Brazil.
Int. J. Cancer 78: 135-139, 1998.
139
QUIROGA AJ, CITTELLY DM, BRAVO MM. BabA2, oipA and cagE Helicobacter
pylori genotypes in Colombian patients with gastroduodenal diseases Biomedica.
25(3): 325-34, 2005.
RADIN JN, GONZÁLEZ-RIVERA C, IVIE SE, MCCLAIN MS, COVER TL.
Helicobacter pylori VacA induces programmed necrosis in gastric epithelial cells.
Infect Immun.79(7): 2535-43, 2011.
RAMIS IB, FONSECA TL, DE MORAES EP, FERNANDES MS, MENDOZA-SASSI R,
RODRIGUES O, JULIANO CR, SCAINI CJ, DA SILVA PE. Molecular Basis of
pathogenicity in Helicobacter pylori clinical isolates. J Clin Microbiol. 48(10): 3776-
8, 2010.
RASMI, Y.; MAKHDOOMI, K.; FARSHID, S.; KHERADMAND, F. Seroprevalence of
anti-Helicobacter pylori and anticytotoxin-associated gene A antibodies [corrected]
according to ABO blood groups and rhesus status among hemodialysis patients. Iran
J Kidney Dis. 5(2): 110-3, 2011.
RATHBONE, B.J.; WYATT, J.I.; WORSLEY, B.W.; SHIRES, S.E.; TREJDOSIEWICZ,
L.K.; HEATLEY, R.V.; LOSOWSKY, M.S. Systemic and local antibody responses to
gastric Campylobacter pyloridis in non-ulcer dyspepsia. Gut 27: 642-647, 1986.
RESCIGNO, M.; URBANO, M.; VALZASINA, B.; FRANCOLINI, M.; ROTTA, G.;
BONASIO, R.; GRANUCCI, F.; KRAEHENBUHL, J.P.; RICCIARDI-
CASTAGNOLI, P. Dendritic cells express tight junction proteins and penetrate gut
epithelial monolayers to sample bacteria. Nat. Immunol. 2: 361-367, 2001.
RHEAD, J.L.; LETLEY, D.P.; MOHAMMADI, M.; HUSSEIN, N.; MOHAGHEGHI,
M.A.; ESHAGH HOSSEINI, M.; ATHERTON, J.C. A new Helicobacter pylori
vacuolating cytotoxin determinant, the intermediate region, is associated with gastric
cancer. Gastroenterology 133: 926-936, 2007.
ROKBI, B.; SEGUIN, D.; GUY, B.; MAZARIN, V.; VIDOR, E.; MION, F.; CADOZ, M.;
QUENTIN-MILLET, M.J. Assessment of Helicobacter pylori gene expression within
mouse and human gastric mucosae by real-time reverse transcriptase PCR. Infect
Immun. 69(8): 4759-66, 2001.
ROKITA, E.; MAKRISTATHIS, A.; HIRSCHL, A.M.; ROTTER, M.L. Purifi cation of
surface-associated urease from Helicobacter pylori . J Chromatogr B Biomed Sci
Appl 737: 203-212, 2000.
ROKITA, E.; MAKRISTATHIS, A.; PRESTERL, E.; ROTTER, M.L.; HIRSCHL, A.M;
Helicobacter pylori urease significantly reduces opsonization by human complement.
J Infect Dis 178: 1521–1525, 1998.
ROSENSTOCK, S.; KAY, L.; ROSENSTOCK, C.; ANDERSEN, L.P.; BONNEVIE, O.;
JØRGENSEN, T. Relation between Helicobacter pylori infection and gastrointestinal
symptoms and syndromes. Gut. 41: 169–176, 1997.
ROUQUIER, S.; LOWE, J.B.; KELLY, R.J.; FERTITTA, A.L.; LENNON, G.G.;
GIORGI, D. Molecular cloning of a human genomic region containing the H blood
140
group alpha(1,2)fucosyltransferase gene and two H locus-related DNA restriction
fragments. Isolation of a candidate for the human Secretor blood group locus. J Biol
Chem. 270(9): 4632-9, 1995.
RUDI, J., KOLB, C.; MAIWALD, M.; ZUNA, I.; VON HERBAY, A.; GALLE, P.R.;
STREMMEL, W. Serum antibodies against Helicobacter pylori proteins VacA and
CagA are associated with increased risk for gastric adenocarcinoma. Dig. Dis. Sci.
42:1652-1659, 1997.
RUGGE, M.; CORREA, P.; DIXON, M.F.; FIOCCA, R.; HATTORI, T.; LECHAGO, J.;
LEANDRO, G.; PRICE, A.B.; SIPPONEN, P.; SOLCIA, E.; et al. Gastric mucosal
atrophy: interobserver consistency using new criteria for classification and grading.
Aliment Pharmacol Ther. 16:1249–1259, 2002.
SAADAT, I.; HIGASHI, H.; OBUSE, C.; UMEDA, M.; MURATA-KAMIYA, N.;
SAITO, Y.; LU, H.; OHNISHI, N.; AZUMA, T.; SUZUKI, A.; OHNO, S.;
HATAKEYAMA, M. Helicobacter pylori CagA targets PAR1/MARK kinase to
disrupt epithelial cell polarity. Nature 447:330-333. 2007.
SACHS, G AND SCOTT, D.R. Helicobacter pylori: Eradication or Preservation.
Medicine Reports 4:(7) 1-5, 2012.
SANTOS, I.S.; BOCCIO, J.; DAVIDSSON, L.; HERNANDEZ-TRIANA, M.; HUANCA-
SARDINAS, E.; JANJETIC, M.; MOYA-CAMARENA, S.Y.; PAEZ-VALERY,
M.C.; RUIZ-ALVAREZ, V.; VALENCIA, M.E.; VALLE, N.C.; VARGAS-PINTO,
G.; SOLANO, L.; THOMAS, J. Helicobacter pylori is not associated with anaemia in
Latin America: results from Argentina, Brazil, Bolivia, Cuba, Mexico and Venezuela.
Public Health Nutr. 12(10):1862-70, 2009.
SASAKI, K. Molecular cloning and characterization of sialyltransferase. Trends Glycosci.
Glycotechnol. 8: 195–215, 1996.
SASAKI, K.; WATANABE, E.; KAWASHIMA, K.; SEKINE, S.; DOHI, T.; OSHIMA,
M.; HANAI, N.; NISHI, T.; HASEGAWA, M. Expression cloning of a novel Gal beta
(1-3/1-4) GlcNAc alpha 2,3-sialyltransferase using lectin resistance selection. J Biol
Chem. 268(30): 22782-7, 1993.
SCHMITT, W.; AND HAAS, R. Genetic analysis of the Helicobacter pylori vacuolating
cytotoxin: structural similarities with the IgA protease type of exported protein. Mol.
Microbiol. 12: 307-319, 1994.
SCHWARTZ; J.T.; ALLEN, L.A. Role of urease in megasome formation and Helicobacter
pylori survival in macrophages. J Leukoc Biol 79: 1214–1225, 2006.
SEGAL, E.D.; CHA, J.; LO, J.; FALKOW, S.; TOMPKINS, L.S. Altered states:
involvement of phosphorylated CagA in the induction of host cellular growth changes
by Helicobacter pylori. Proc. Natl. Acad. Sci. USA. 96:14559-14564, 1999.
SELBACH, M., MOESE, S. HURWITZ, R.. HAUCK, C. R MEYER, T. F. AND
BACKERT, S. The Helicobacter pylori CagA protein induces cortactin
141
dephosphorylation and actin rearrangement by c-Src inactivation. EMBO J. 22: 515-
528, 2003.
SELBACH, M.; MOESE, S.; BACKERT, S.; JUNGBLUT, P.R.; AND MEYER, T.F. The
Helicobacter pylori CagA protein induces tyrosine dephosphorylation of ezrin.
Proteomics 4: 2961-2968, 2004.
SEMINO-MORA, C.; DOI, S.Q.; MARTY, A.; SIMKO, V.; CARLSTEDT, I; DUBOIS,
A. Intracellular and interstitial expression of Helicobacter pylori virulence genes in
gastric precancerous intestinal metaplasia and adenocarcinoma. J. Infect. Dis. 187:
1165-1177, 2003.
SEWALD, X.; GEBERT-VOGL, B.; PRASSL, S.; BARWIG, I.; WEISS, E.; FABBRI,
M.; OSICKA, R.; SCHIEMANN, M.; BUSCH, D.H.; SEMMRICH, M.;
HOLZMANN, B.; SEBO, P.; HAAS, R. Integrin subunit CD18 is the T-lymphocyte
receptor for the Helicobacter pylori vacuolating cytotoxin. Cell Host Microbe 3: 20-
29, 2008.
SHAO, L.; TAKEDA, H.; FUKUI, T.; MABE, K.; HAN, J.; KAWATA, S.; OOTANI, K.;
FUKAO, A. Genetic diversity of the Helicobacter pylori sialic acid-binding adhesin
(sabA) gene. Biosci Trends 4(5):249-53, 2010.
SHEU BS, ODENBREIT S, HUNG KH, LIU CP, SHEU SM, YANG HB, WU JJ.
Interaction between host gastric Sialyl-Lewis X and H. pylori SabA enhances H. pylori
density in patients lacking gastric Lewis B antigen. Am J Gastroenterol. 101(1): 36-
44, 2006.
SHEU BS, SHEU SM, YANG HB, HUANG AH, WU JJ. Host gastric Lewis expression
determines the bacterial density of Helicobacter pylori in babA2genopositive infection.
Gut. 52(7): 927-32, 2003. Erratum in: Gut. 54(3): 442, 2005.
SHEU BS, YANG HB, YEH YC, WU JJ. Helicobacter pylori colonization of the human
gastric epithelium: a bug's first step is a novel target for us. J Gastroenterol Hepatol.
25(1): 26-32, 2010.
SHEU, B.S.; ODENBREIT, S.; HUNG, K.H.; LIU, C.P.; SHEU, S.M.; YANG, H.B.; WU,
J.J. Interaction between host gastric Sialyl-Lewis X and H. pylori SabA enhances H.
pylori density in patients lacking gastric Lewis B antigen. Am J Gastroenterol. 101:
36–44, 2006.
SHEU, B.S.;SHEU, S.M.; YANG, H.B.; HUANG, A.H.; WU, J.J. Host gastric Lewis
expression determines the bacterial density of Helicobacter pylori in babA2
genopositive infection. Gut. 52: 927–932. 2003;
SHIMOYAMA, T.; FUKUDA, S.; TANAKA, M.; MIKAMI, T.; MUNAKATA, A.;
CRABTREE, J.E. CagA seropositivity associated with development of gastric cancer
in a Japanese population. J. Clin. Pathol. 51: 225-228, 1998.
SIEGEL, R.; NAISHADHAM, D.; JEMAL, A. Cancer statistics, 2012. CA Cancer J Clin.
62(1): 10-29. 2012.
142
SILVA JR MR, VINAGRE RM, SILVA AV, OLIVEIRA CS, SANTOS KN, COSTA RA,
FECURY AA, CORVELO TC, QUARESMA JA, MARTINS LC. Differences in
virulence markers between Helicobacter pylori strains from the Brazilian Amazon
region. Rev Soc Bras Med Trop. 46(3): 358-61, 2013.
SNEATH JS, SNEATH PH.Transformation of the Lewis groups of human red cells.
Nature 176(4473): 172, 1955.
SOLARI CA, ARARUNA RP, REIS EM, HOFER E, DIAS G, MORAES G, BASILIO
CA, RODRIGUEZ CM, LUNA LL. Helicobacter pylori in dyspeptic children and
adults: endoscopic, bacteriologic and histologic correlations. Mem Inst Oswaldo
Cruz. 89(4):581-6, 1994.
SOLNICK, J.V.; HANSEN, L.M.; SALAMA, N.R.; BOONJAKUAKUL, J.K.;
SYVANEN; M. Modification of Helicobacter pylori outer membrane protein
expression during experimental infection of rhesus macaques. Proc Natl Acad Sci
USA. 101: 2106–2111, 2004
STEIN, M.; BAGNOLI, F.; HALENBECK, R.; RAPPUOLI, R.; FANTL, W.J.; AND
COVACCIC, A. Src/Lyn kinases activate Helicobacter pylori CagA through tyrosine
phosphorylation of the EPIYA motifs. Mol. Microbiol. 43: 971-980, 2002.
STEIN, M.; RAPPUOLI, R.; AND COVACCI, A. Tyrosine phosphorylation of the
Helicobacter pylori CagA antigen after cag-driven host cell translocation. Proc. Natl.
Acad. Sci. U.S.A. 97:1263-1268, 2000.
STIGENDAL L, OLSSON R, RYDBERG L, SAMUELSSON BE. Blood froup Lewis
phenotype on erythrocytes and in saliva in alcoholic pancreatitis and chronic liver
disease. J Clin Pathol.;37(7):778-82, 1984.
STYER, C.M.; HANSEN, L.M.; COOKE, C.L.; GUNDERSEN, A.M.; CHOI, S.S.;
BERG, D.E.; BENGHEZAL, M.; PEEK, R.M.; BORÉN, T.; SOLNICK, J.V.; et al.
Expression of the BabA adhesin during experimental infection with Helicobacter
pylori. Infect. Immun.78: 1593–1600, 2010
SUERBAUM, S.; MICHETTI, P. Helicobacter pylori infection. N Engl J Med.
347(15):1175-86, 2002.
SUNDRUD, M.S.; TORRES, V.J.; UNUTMAZ, D.; COVER, T.L. Inhibition of primary
human T cell proliferation by Helicobacter pylori vacuolating toxin (VacA) is
independent of VacA effects on IL-2 secretion. Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 101:
7727-7732, 2004.
SUZUKI, H.; FRANCESCHI, F.; NISHIZAWA, T.; GASBARRINI, A. Extragastric
manifestations of Helicobacter pylori infection. Helicobacter, 16(Suppl 1): 65-9,
2011. Review.
SUZUKI, M.; MIMURO, H.; SUZUKI, T.; PARK, M.; YAMAMOTO, T.; AND
SASAKAWA, C. Interaction of CagA with Crk plays an important role in
Helicobacter pylori-induced loss of gastric epithelial cell adhesion. J. Exp. Med. 202:
1235-1247, 2005.
143
SZULMAN, A.E. The ABH blood groups and development. Current Topics in
Developmental Biology, 14: 127. Academic Press, New York, 1980.
TABASSAM, F.H.; GRAHAM, D.Y., YAMAOKA, Y. Helicobacter pylori activate
epidermal growth factor receptor- and phosphatidylinositol 3-OH kinase-dependent
Akt and glycogen synthase kinase 3beta phosphorylation. Cell. Microbiol. 11: 70-82,
2009.
TAKADA, A.; OHMORI, K.; YONEDA, T.; TSUYUOKA, K.; HASEGAWA, A.; KISO,
M.; KANNAGI, R. Contribution of carbohydrate antigens sialyl Lewis A and sialyl
Lewis X to adhesion of human cancer cells to vascular endothelium. Cancer Res.
53(2): 354-61, 1993.
TAKAHASHI, S.; NAKAMURA, E.; OKABE, S. Effects of cytokines, without and with
Helicobacter pylori components, on mucus secretion by cultured gastric epithelial
cells. Dig Dis Sci. 43(10): 2301-8, 1998.
TAKAHASHI, T.; YUJIRI, T.; SHINOHARA, K.; INOUE, Y.; SATO, Y.; FUJII, Y.;
OKUBO, M.; ZAITSU, Y.; ARIYOSHI, K.; NAKAMURA, Y.; NAWATA, R.; OKA,
Y.; SHIRAI, M.; TANIZAWA, Y. Molecular mimicry by Helicobacter pylori CagA
protein may be involved in the pathogenesis of H. pylori-associated chronic idiopathic
thrombocytopenic purpura. Br J Haematol 124: 91-96, 2004.
TELFORD, J.L.; GHIARA, P.; DELL'ORCO, M.; COMANDUCCI, M.; BURRONI, D.;
BUGNOLI, M.; TECCE, M.F.; CENSINI, S.; COVACCI, A.; XIANG, Z.; et al. Gene
structure of the Helicobacter pylori cytotoxin and evidence of its key role in gastric
disease. J Exp Med. 179(5):1653-58, 1994.
THAM KT, PEEK RM JR, ATHERTON JC, COVER TL, PEREZ-PEREZ GI, SHYR Y,
BLASER MJ Helicobacter pylori genotypes, host factors, and gastric mucosal
histopathology in peptic ulcer disease. Hum Pathol. 32(3): 264-73, 2001.
TOMB, J.F.; WHITE, O.; KERLAVAGE, A.R.; CLAYTON, R.A.; SUTTON, G.G.;
FLEISCHMANN, R.D.; KETCHUM, K.A.; KLENK, H.P.; GILL, S.; DOUGHERTY,
B.A.; NELSON, K. et al.,. The complete genome sequence of the gastric pathogen
Helicobacter pylori. Nature 388: 539-547, 1997.
TORRADO J, CORREA P, RUIZ B, BERNARDI P, ZAVALA D, BARA J. Lewis
antigen alterations in gastric cancer precursors. Gastroenterology102: 424-30, 1992.
TORRES, J.; PEREZ-PEREZ, G.I.; LEAL-HERRERA, Y.; AND MUNOZ, O. Infection
with CagA+ Helicobacter pylori strains as a possible predictor of risk in the
development of gastric adenocarcinoma in Mexico. Int. J. Cancer 78: 298-300, 1998.
TSUDA, M.; KARITA. M.; MORSHED, M.G.; OKITA, K.; NAKAZAWA, T. A urease-
negative mutant of Helicobacter pylori constructed by allelic exchange mutagenesis
lacks the ability to colonize the nude mouse stomach. Infect Immun. 62(8): 3586-9,
1994.
TSUJI S, TSUJII M, MURATA H, NISHIDA T, KOMORI M, YASUMARU M, ISHII S,
SASAYAMA Y, KAWANO S, HAYASHI N. Helicobacter pylori eradication to
144
prevent gastric cancer: underlying molecular and cellular mechanisms. World J
Gastroenterol. 12(11): 1671-80, 2006. Review.
TSUTSUMI, R., HIGASHI, H.; HIGUCHI, M.; OKADA, M.; AND HATAKEYAMA M.;
Attenuation of Helicobacter pylori CagA × SHP-2 signaling by interaction between
CagA and C-terminal Src kinase. J. Biol. Chem. 278: 3664-3670, 2003.
TSUTSUMI, R.; TAKAHASHI, A.; AZUMA, T.; HIGASHI, H.; AND HATAKEYAMA.
M. Focal adhesion kinase is a substrate and downstream effector of SHP-2 complexed
with Helicobacter pylori CagA. Mol. Cell. Biol. 26: 261-276, 2006.
TYTGAT, G.N.J.; AXON, A.T.R.; DIXON, M.F.; GRAHAM, D.Y.; LEE, A.;
MARSHALL, B.J. Helicobacter pylori, causal agent in peptic ulcer disease. Working
party reports. London: Blackwell Scientif ic Publications; 1990: 36–45, 1990.
UMEDA, M.; MURATA-KAMIYA, N.; SAITO, Y.; OHBA, Y.; TAKAHASHI, M.; AND
HATAKEYAMA, M. Helicobacter pylori CagA causes mitotic impairment and
induces chromosomal instability. J. Biol. Chem. 284: 22166-22172, 2009.
VAIRA D, HOLTON J, RICCI C, BASSET C, GATTA L, PERNA F, TAMPIERI A,
MIGLIOLI M. Helicobacter pylori infection from pathogenesis to treatment--a critical
reappraisal. Aliment Pharmacol Ther.4: 105-13, 2002.
VAIRA, D.; RICCI, C.; PERNA, F.; GATTA, L.; TAMPIERI, A.; MIGLIOLI, M.
Diagnosis of Helicobacter pylori infection: which is the best test? The stool test. Dig
Liver Dis. 32 Suppl 3: S193-5, 2000.
VAN DOORN, L.J.; FIGUEIREDO, C.; MEGRAUD, F.; PENA, S.; MIDOLO, P.;
QUEIROZ, D.M.; CARNEIRO, F.; VANDERBORGHT, B.; PEGADO, M.D.;
SANNA, R.; DE BOER, W.; SCHNEEBERGER, P.M.; CORREA, P.; NG, E.K.;
ATHERTON, J.; BLASER, M.J.; QUINT, W.G. Geographic distribution of vacA
allelic types of Helicobacter pylori. Gastroenterology 116: 823-830, 1999.
VANNELLA, L.; LAHNER, E.; ANNIBALE, B. Risk for gastric neoplasias in patients
with chronic atrophic gastritis: A critical reappraisal. World J Gastroenterol. 18(12):
1279-85, 2012.
VARKI, A. Biological roles of oligosaccharides: all of the theories are correct.
Glycobiology. 3(2): 97-130, 1993. Review.
VEGA, A.E.; CORTIÑAS, T.I.; PUIG, O.N.; SILVA, H.J. Molecular characterization and
susceptibility testing of Helicobacter pylori strains isolated in western Argentina. Int J
Infect Dis. 14 Suppl 3:e85-92, 2010.
VERMEER, I.T.; GERRITS, M.M.; MOONEN, E.J.; ENGELS, L.G.; DALLINGA, J.W.;
KLEINJANS, J.C.; VAN MAANEN, J.M.; KUIPERS, E.J.; KUSTERS, J.G.
Helicobacter pylori does not mediate the formation of carcinogenic N-nitrosamines.
Helicobacter. 7(3): 163-9, 2002.
145
VINAGRE RM, VILAR-E-SILVA A, FECURY AA, MARTINS LC. Role of Helicobacter
pylori infection and lifestyle habits in the development of gastroduodenal diseases in a
population from the Brazilian Amazon. Arq Gastroenterol. 50(3): 170-4, 2013.
VOLAND, P.; HAFSI, N.; ZEITNER, M.; LAFORSCH, S.; WAGNER, H.; PRINZ, C.
Antigenic properties of HpaA and Omp18, two outer membrane proteins of
Helicobacter pylori. Infect. Immun. 71: 3837-3843, 2003.
VOROBJOVA, T.; NILSSON, I.; KULL, K.; MAAROOS, H.I.; COVACCI, A.;
WADSTROM, T.; UIBO, R. CagA protein seropositivity in a random sample of adult
population and gastric cancer patients in Estonia. Eur. J. Gastroenterol. Hepatol. 10:
41-46, 1998.
WANG, J.; WANG, W.H.; LI, J.; LIU, F.X. Celecoxib inhibits Helicobacter pylori
colonization-related factors. World J Gastroenterol. 16(7): 846-53, 2010.
WATKINS, W.M. Biochemistry and genetics of ABO, Lewis and P blood group system.
Advances in Human Genetics 10: 1, 1980.
WATKINS, W.M. Biochemistry of A, B, H and Le substances. Science 132: 172, 1966.
WEN, D.X.; SVENSSON, E.C.; PAULSON, J.C. Tissue-specific alternative splicing of
the beta-galactoside alpha 2,6-sialyltransferase gene. J Biol Chem. 267(4): 2512-8,
1992.
WEN, S.; MOSS, S.F. Helicobacter pylori virulence factors in gastric carcinogenesis.
Cancer Lett. 282(1): 1-8, 2009 Review.
WESTON, B.W.; NAIR, R.P.; LARSEN, R.D.; LOWE, J.B. Isolation of a novel human
alpha (1,3)fucosyltransferase gene and molecular comparison to the human Lewis
blood group alpha (1,3/1,4)fucosyltransferase gene. Syntenic, homologous, nonallelic
genes encoding enzymes with distinct acceptor substrate specificities. J Biol Chem.
267(6): 4152-60, 1992.
WILLHITE, D.C.; COVER, T.L.; BLANKE, S.R. Cellular vacuolation and mitochondrial
cytochrome c release are independent outcomes of Helicobacter pylori vacuolating
cytotoxin activity that are each dependent on membrane channel formation. J. Biol.
Chem. 278: 48204-48209, 2003.
WILLIAMS, C.L.; PRESTON, T.; HOSSACK, M.; SLATER, C.; MCCOLL, K.E.L.
Helicobacter pylori utilizes urease for amino acid synthesis. FEMS Immunol Med
Microbiol 13: 87–94, 1996.
WILSON, K.T.; RAMANUJAM, K.S.; MOBLEY, H.L.T.; MUSSELMAN, R.F.; JAMES,
S.P.; MELTZER, S.J. Helicobacter pylori stimulates inducible nitric oxide synthase
expression and activity in a murine macrophage cell line. Gastroenterology 111:
1524-1533, 1996.
WISEMAN H , HALLIWELL B. Damage to DNA by reactive oxygen and nitrogen
species: role in inflammatory disease and progression to cancer. Biochem J. 13 ( Pt
1): 17-29, 1996.
146
WROBLEWSKI, L.E.; PEEK, R.M.JR.; WILSON, K.T. Helicobacter pylori and gastric
cancer: factors that modulate disease risk. Clin Microbiol Rev. 23(4): 713-39, 2010.
WU, J.Y.; LU, H.; SUN, Y.; GRAHAM, D.Y.; CHEUNG, H.S.; YAMAOKA, Y. Balance
between polyoma enhancing activator 3 and activator protein 1 regulates Helicobacter
pylori-stimulated matrix metalloproteínase 1 expression. Cancer Res. 66: 5111-5120,
2006.
WYATT, J.I.; RATHBONE, B.J.; HEATLEY, R.V. Local immune response to gastric
Campylobacter in non-ulcer dyspepsia. J. Clin. Pathol. 39: 863-870, 1986.
YAMANISHI, S., T. IIZUMI, E. WATANABE, M. SHIMIZU, S. KAMIYA, K.
NAGATA, Y. KUMAGAI, Y. FUKUNAGA, AND H. TAKAHASHI. 2006.
Implications for induction of autoimmunity via activation of B-1 cells by Helicobacter
pylori urease. Infect. Immun. 74:248-256.
YAMAOKA, Y. Roles of Helicobacter pylori BabA in gastroduodenal pathogenesis.
World J Gastroenterol. 14(27): 4265-72, 2008. Review.
YAMAOKA, Y.; KATO, M.; ASAKA, M. Geographic differences in gastric cancer
incidence can be explained by differences between Helicobacter pylori strains. Intern
Med. 47(12): 1077-83, 2008 Review.
YAMAOKA, Y.; KITA, M.; KODAMA, T.; IMAMURA, S.; OHNO, T.; SAWAI, N.;
ISHIMARU, A.; IMANISHI, J.; GRAHAM, D.Y. Helicobacter pylori infection in
mice: Role of outer membrane proteins in colonization and inflammation.
Gastroenterology 123: 1992–2004, 2002;.
YAMAOKA, Y.; KUDO, T.; LU, H.; CASOLA, A.; BRASIER, A.R.; GRAHAM, D.Y.
Role of interferon-stimulated responsive element-like element in interleukin-8
promoter in Helicobacter pylori infection. Gastroenterology 126: 1030-1043, 2004.
YAMAOKA, Y.; OJO, O.; FUJIMOTO, S.; ODENBREIT, S.; HAAS, R.; GUTIERREZ,
O.; EL-ZIMAITY, H.M.; REDDY, R.; ARNQVIST, A.; GRAHAM. D.Y.
Helicobacter pylori outer membrane proteins and gastroduodenal disease. Gut 55:
775-781, 2006.
YANAI, A.; MAEDA, S.; HIKIBA, Y.; SHIBATA, W.; OHMAE, T.; HIRATA, Y.;
OGURA, K.; YOSHIDA, H.; OMATA, M. Clinical relevance of Helicobacter pylori
sabA genotype in Japanese clinical isolates. J Gastroenterol Hepatol.22: 2228-2232,
2007.
YAZAWA S, NISHIHARA S, IWASAKI H, ASAO T, NAGAMACHI Y, MATTA KL et
al. Genetic and enzymatic evidence for Lewis enzyme expression in Lewis-negative
cancer patients. Cancer Res. 55(7):1473-8, 1995.
YE, G.; BARRERA, C.; FAN, X.; GOURLEY, W.K.; CROWE, S.E.; ERNST, P.B.;
REYES, V.E. Expression of B7-1 and B7-2 costimulatory molecules by human gastric
epithelial cells: potential role in CD4+ T cell activation during Helicobacter pylori
infection. J. Clin. Invest. 99: 1628-1636, 1997.
147
YU J, LEUNG WK, GO MY, CHAN MC, TO KF, NG EK, CHAN FK, LING TK,
CHUNG SC, SUNG JJ. Relationship between Helicobacter pylori babA2 status with
gastric epithelial cell turnover and premalignant gastric lesions. Gut. 51(4): 480-4,
2002.
ZAMBON, C.F.; NAVAGLIA, F.; BASSO, D.; RUGGE, M.; PLEBANI, M. Helicobacter
pylori babA2, cagA, and s1 vacA genes work synergistically in causing intestinal
metaplasia. J Clin Pathol. 56(4): 287-91, 2003.
ZHENG, P.Y.; JONES, N.L. Helicobacter pylori strains expressing the vacuolating
cytotoxin interrupt phagosome maturation in macrophages by recruiting and retaining
TACO (coronin 1) protein. Cell. Microbiol. 5: 25-40, 2003.
ZYCHLINSKY, A.; FITTING, C.; CAVAILLON, J.M.; SANSONETTI, P.J. Interleukin 1
is released by murine macrophages during apoptosis induced by Shigella flexneri. J.
Clin. Invest. 94:1328-1332, 1994.