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1 | Info Aviação | Junho 2012
Revista Info Aviação 15ª Edição / Junho 2012
www.infoaviacao.com
Empresas são obrigadas a informar atrasos nas passagens
Controlador da Avianca ainda interessado em aeroportos
Avião “ideal“ tem assento anti-chute e área para criança
Casos de uso de raio laser relatados ao CENIPA aumentam
2 | Info Aviação | Junho 2012
Empresas são obrigadas a informar atrasos nas
passagens Pg.04
Gripen espera decisão brasileira sobre caças em breve
. Pg.07
Casos de uso de raio laser relatados ao CENIPA
aumentam Pg.10
Pilotos sul-coreanos terão que avaliar o F-35 através
de voos em simuladores Pg.14
Helibras monta primeira caixa de transmissão do
EC725 Pg. 15
Força Aérea dos EUA pede que pilotos de F-22
deixem de usar parte do traje anti-G em voos de rotina
. Pg.22
ATR 42-600 é certificado pela EASA Pg.27
Embraer realiza o primeiro voo do protótipo do A-1M
. Pg.30
Controlador da Avianca ainda interessado em
aeroportos Pg.36
Avião “ideal“ tem assento anti-chute e área para
criança Pg.37
Conheça o incrível helicóptero com
18 motores que pode virar realidade
Pg. 25
Embraer e Avic vão construir jatos executivos na
China Pg.35
AviancaTaca: entrada na Star Alliance é marco
histórico Pg.42
3 | Info Aviação | Junho 2012
4 | Info Aviação | Junho 2012
Empresas são obrigadas a informar atrasos nas passagens
esde o dia 4 de junho,
todas as companhias
aéreas de transporte aéreo
regular de passageiros que operam
no Brasil passarão a divulgar os
percentuais de atrasos e
cancelamentos dos voos
domésticos e internacionais que
comercializam no momento da
venda da passagem.
A determinação consta da
Resolução nº. 218/2012, aprovada
pela diretoria da ANAC (Agência
Nacional de Aviação Civil) em
fevereiro deste ano e publicada no
Diário Oficial da União de 6 de
março de 2012. Pela norma, as
companhias aéreas são
responsáveis pela informação
sobre o voo mesmo quando forem
ofertados por parceiros comerciais,
por exemplo, agências de viagens.
O objetivo da resolução é
aumentar a transparência na
relação de consumo entre empresa
e passageiro, que passará a ter
mais informações sobre as
características do serviço ofertado
e poderá analisar o histórico dos
percentuais de atrasos e
cancelamentos do voo antes de
concluir a compra do bilhete.
A divulgação dos percentuais
ficará disponível ao comprador da
passagem aérea na fase inicial do
processo de venda, ou seja, após
seleção do itinerário e da data do
voo, e antes da conclusão da
compra. Cabe às empresas
apresentar esses percentuais, ainda
na oferta do serviço, em todos os
canais de comercialização
utilizados (internet, guichês de
atendimento, telefone, agentes de
viagens, entre outros). No caso de
oferta presencial ou por telefone,
as informações deverão ser
disponibilizadas mediante
solicitação.
Esses percentuais de atrasos e
cancelamentos dos voos
domésticos e internacionais são
apurados mensalmente pela ANAC
para cada etapa de voo,
independentemente dos motivos
que os ocasionaram, e também
estão disponíveis no site da
agência. São informados os
percentuais de atraso iguais ou
superiores a 30 minutos e iguais ou
superiores a 60 minutos.
Para acessar os percentuais de
atrasos e de cancelamentos dos
voos no disponibilizados no site da
agência.
O percentual de cancelamentos de
cada etapa de voo é calculado em
razão do total de etapas de voos
previstas no mês de referência,
enquanto o percentual de atrasos é
apurado em razão do total de
etapas realizadas, observando-se o
horário de chegada ao destino, já
desconsiderados os trechos
cancelados. Os percentuais
representarão um comportamento
histórico dos voos e, por isso, estão
sujeitos a variações nos meses
seguintes.
Quando não houver histórico de
percentuais de atrasos e
cancelamentos para um ou mais
trechos do voo ofertado, como é o
caso de voos novos, por exemplo,
devem ser apresentadas as
informações referentes à média da
empresa para cada etapa básica de
outros voos operados nos mesmos
aeroportos de origem e destino. Se
a média inexistir, essa informação
deve ser prestada ao consumidor.
D
5 | Info Aviação | Junho 2012
5 companhias aéreas que sumiram das rotas nos últimos anos
Conheça a história de empresas que não decolam mais no Brasil, seja porque o negócio fracassou ou,
simplesmente, porque a operação foi vetada pela Anac
inda não é certo, mas a
fusão entre a Azul e Trip,
pode resultar no
desaparecimento de uma das duas
marcas no mercado de aviação
comercial no Brasil.
Nos últimos cinco anos, pelo
menos cinco companhias deixaram
de operar no país, seja porque o
negócio não deu certo ou porque a
Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac), por alguma
irregularidade, suspendeu a
operação.
Veja, a seguir, a história de
empresas que não decolam mais no
Brasil, segundo último relatório da
Anac, atualizado em maio deste
ano:
Atlântico Transportes Aéreos
A Atlântico Transportes Aéreos
(ATA) iniciou sua operação em
meados de 2001, em Recife. Na
ocasião, a companhia contava com
apenas uma aeronave e no
primeiro ano transportou cerca de
2.000 pessoas.
Após um ano de operação, a
companhia optou por focar seus
esforços no transporte de cargas,
pois a rentabilidade era mais
garantida.
Por se tratar de uma empresa não-
regular, sem rotas fixas, a
companhia costumava fretar suas
aeronaves na alta temporada,
transportando pessoas de São
Paulo para alguns destinos no
Nordeste.
Atualmente a empresa está
paralisada e não realiza nenhum
tipo de voo.
Táxi Aéreo Fortaleza
A Táxi Aéreo Fortaleza (TAF) é
uma empresa aérea brasileira com
sede na cidade de Fortaleza, no
Ceará, e começou a operar no
mercado de aviação em meados da
década de 50, como companhia de
táxi aéreo.
Durante algum tempo, a empresa
prestou serviços ao governo do
estado de Ceará e outros órgão
públicos e chegou a ser pioneira no
serviço de carga aérea no
Nordeste.
Em meados da década de 90, a
TAF começou a atuar como
empresa regional de passageiros e
cargas, mas a baixa demanda fez
com que a companhia suspendesse
seus voos.
Brasil Rodo Aéreo
A Brasil Rodo Aéreo (BRA) foi
fundada em 1999 e durante mais
de seis anos atuou no mercado com
a oferta de voos fretados. Somente
em 2005, a companhia obteve
A
6 | Info Aviação | Junho 2012
licença para realizar voos
regulares, adotando o conceito de
companhia aérea popular.
No intuito de aproveitar as
oportunidades do mercado, a BRA
chegou a voar para 34 cidades
diferentes do Brasil e chegou a
anunciar, em 2007, a compra de 40
jatos Embraer. No mesmo ano, no
entanto, suspendeu suas operações
e demitiu mais de 1.000
funcionários. A crise, segundo a
companhia, era temporária, mas
um ano depois a BRA ajuizou
pedido de recuperação judicial.
Após a suspensão dos voos, a
empresa OceanAir , atual Avianca,
chegou a assumir alguns voos e
aeronaves da companhia.
Atualmente, a companhia ainda
está em processo de recuperação e
opera apenas com voos fretados.
Porém, para a Anac, ela é
considerada inoperante.
Cruiser
A Cruiser nasceu em 1996, no
estado do Paraná, como empresa
de táxi aéreo e tinha como foco a
aviação regional.
Em 2001, a companhia passou a
operar alguns voos regulares para
cidades dos estados do Paraná e
Santa Catarina como empresa de
linhas aéreas.
Hoje em dia, no entanto, a empresa
está proibida de operar e, segundo
a Anac, seu status encontra-se
inoperante no mercado de aviação
civil.
Rico
A Rico foi fundada na década de
60 no estado de Rondônia e
contribuiu bastante para a
construção da Rodovia
Transamazônica, com o transporte
de trabalhadores e equipamentos
para a construção de estradas na
região.
Foi somente em 1996, que a Rico
foi homologada como empresa de
transporte aéreo regular e durante
muito tempo teve importante papel
no mercado de aviação civil da
região Norte do país.
Em junho de 2011, a Anac
cancelou a licença de operação da
companhia e atualmente ela
funciona apenas como empresa de
táxi áereo.
7 | Info Aviação | Junho 2012
Gripen espera decisão brasileira sobre caças em breve
“Ficamos com a sensação de que é
o fim do jogo”, observa Eddy de
La Motte, vice-presidente de
marketing da Gripen International,
joint venture da Saab e da BAE
Systems que faz o marketing do
caça sueco para clientes de
exportação.
A Saab poderia entregar o primeiro
caça Gripen E/F (também chamado
de NG) quatro anos após a
adjudicação do contrato, mas ainda
não está claro se esse é o
cronograma que Brasília vai
insistir ou se vai se juntar ao
cronograma de desenvolvimento
suíço/sueco do Gripen E/F, que
prevê a entrega do primeiro caça
em 2018.
O primeiro protótipo do Gripen
E/F deve voar no próximo ano se
os governos da Suíça e da Suécia
concordarem no caminho de
desenvolvimento a seguir. O
esforço provavelmente vai exigir
também algum financiamento da
Saab.
Enquanto isso, o radar AESA
Selex Galileo Raven ES-05 deve
voar em breve no demonstrador
Gripen NG, durante o qual os
monitores do cockpit e o sensor
serão colocados em harmonia.
O governo sueco tem uma oferta
sobre a mesa para os compradores
potenciais de exportação para
acelerar a sua compra, se outro
país quiser o Gripen E/F, mas não
quer ser o comprador inicial. Essa
oferta continua sobre a mesa, diz
La Motte.
Uma vitória no Brasil poderia abrir
a porta a contratos do caça na
América do Sul, acrescenta
Frederik Gustafson, diretor
regional para as exportações do
Gripen nas Américas. “Há uma
enorme necessidade de novos
caças na região e as economias
estão crescendo”, disse a
repórteres nos bastidores do
Aerospace Forum Sweden 2012.
Há vários países que estão
procurando comprar nos próximos
cinco anos, acrescenta.
Mas essa não é a única região onde
o fabricante está trabalhando para
cumprir a sua meta de vender 300
caças durante a próxima década.
Na Tailândia, onde já vendeu 12
Gripens (seis entregues e seis
seguirão no próximo ano), espera-
se por ofertas adicionais. Malásia,
Filipinas, Indonésia e, “em alguns
anos”, Vietnã podem ser
oportunidades, diz de La Motte.
Os esforços também continuam
para ampliar o negócio de aluguel
de caças com a República Tcheca e
compras firmes na Bulgária,
Roménia, Croácia e Eslováquia. A
Gripen também espera convencer a
Dinamarca e a Holanda a sair do
programa de caças F-35A Joint
Strike Fighter ao qual elas estão
comprometidas.
8 | Info Aviação | Junho 2012
Embraer renuncia à gama de aviões civis e ambiciona defesa
erceira maior fabricante
mundial, a Embraer estudou
durante dois anos um
projeto de aeronaves domésticas de
130 a 160 lugares (sua produção
atual para em 120 assentos), que
rivalizaria com os menores aviões
de corredor único da europeia
Airbus e da americana Boeing.
“Não temos planos para
desenvolver esta aeronave”,
declarou o presidente da divisão de
aviação comercial, Paulo Cesar
Silva, à imprensa em Paris.
“Fizemos alguns estudos de
mercado, conversamos com muitos
clientes… e não vemos
justificativa econômica para este
projeto”.
Airbus e Boeing já garantiram
grande parte do mercado ao lançar
suas versões remotorizadas das
aeronaves de corredor único A320
e 737, o Neo e o Max, e a
canadense Bombardier já tem tido
dificuldades para ganhar espaço
neste segmento com seu CSeries,
argumentou.
No entanto, “vamos remotorizar a
gama de E-Jets, a fim de manter a
nossa posição de liderança no
segmento de aeronaves de 70 a 120
assentos”, disse César Silva.
Os primeiros modelos batizados
G2, redesenhados e remotorizados
para consumir menos, devem
entrar em serviço em 2018,
segundo ele. Os novos reatores
serão escolhidos até ao final do
ano.
A Embraer oferece quatro modelos
de aeronaves domésticas (E170,
E175, E190 e E195). Ela entregou
823 em oito anos, e ainda tem 240
encomendadas.
A aviação comercial representa
65% das vendas da fabricante
brasileira e continuará a ser a
maior parte de sua atividade, à
frente da produção para empresas,
acrescentou Cesar Silva.
Divisão de Defesa – A Embraer
também criou uma divisão de
defesa em 2010, que representa 7%
do seu volume de negócios. Esta
percentagem deverá atingir 16%
em 2012, anunciou o chefe da
divisão de segurança e defesa, Luiz
Carlos Aguiar, que tem como meta
alcançar 25% até 2020.
A companhia já é conhecida por
seu turboélice de ataque leve e
treinamento avançado Super
Tucano. Com 182 exemplares
encomendados por uma dúzia de
países, venceu em 2011 uma
licitação da Força Aérea dos
Estados Unidos.
A Aeronáutica americana,
contudo, cancelou o contrato em
fevereiro, após os protestos da
concorrente americana infeliz
Hawker Beechcraft, mas abriu um
novo concurso, informou Carlos
Aguiar, que não quis comentar
sobre suas chances.
A Embraer também se lançou no
mercado de aeronaves de
transporte militar e propõe um
sucessor para o C-130 da
Lockheed Martin. O KC-390,
capaz de transportar uma carga de
23 toneladas, deve fazer seu
primeiro voo em 2014 e entrar em
serviço em 2016. A Embraer busca
de 16 a 18% de um mercado global
estimado em 700 aeronaves, um
total de 50 bilhões de dólares.
Suas ambições não param por aí. A
fabricante está envolvida em dois
projetos governamentais de grande
porte: o primeiro satélite de
comunicações fabricado no Brasil
e na implantação de um sistema de
vigilância das fronteiras.
Para obter uma quota do mercado
de satélites, avaliado em 400
milhões de dólares, a Embraer
criou uma sociedade com a
empresa de telecomunicações
Telebrás. O satélite que terá dupla
função, civil e militar, deve ser
lançado no final de 2015, disse
Carlos Aguiar.
O Brasil tem 17.000 quilômetros
de fronteiras. Seu monitoramento
exigirá comunicações por satélite,
radar, aeronaves não tripuladas,
sistemas de comando e veículos
blindados, um projeto estimado em
quatro bilhões de dólares em dez
anos.
T
9 | Info Aviação | Junho 2012
10 | Info Aviação | Junho 2012
Casos de uso de raio laser relatados ao CENIPA aumentam
que para alguns é uma
brincadeira, apontar raios
laser para a cabine de
aeronaves é um risco para a
aviação: a luz intensa pode ofuscar
a visão dos pilotos e até contribuir
para que ocorram acidentes. Em
2012, o CENIPA (Centro de
Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos)
disponibilizou um formulário on-
line para registro de ocorrências e,
em apenas cinco meses, o número
de relatos dobrou em relação a
2011. Até o dia 4 de junho, 670
casos já foram registrados, contra
250 do ano anterior.
Os aeroportos com maior número
de ocorrências são os de Londrina
(55 casos), Vitória (44), Brasília
(42) e Campinas (41). Mas os
casos ocorrem em todas as regiões:
até agora, o único estado sem
casos é Sergipe.
"O que se vê hoje é a facilidade de
aquisição deste artefato. Por isso,
no Brasil, nos últimos três anos,
houve aumento do número de
relatos", afirma o major-aviador
Márcio Vieira de Mattos, da
Divisão de Aviação Civil do
CENIPA.
"A probabilidade de se derrubar
um avião com equipamento de
emissão de laser é baixa, mas não
pode ser descartada, uma vez que
nós temos na frota nacional
aeronaves que voam com apenas
um piloto. Quando atingido
diretamente nos olhos, o
comandante do avião pode ter
dificuldade de interpretar os
instrumentos, cegueira
momentânea e a formação de
imagens falsas, que numa situação
de decolagem ou pouso pode ser
crítica. Nós temos que trabalhar
em termos de prevenção", afirma o
oficial do CENIPA.
Os relatos de ocorrências com
laser não são recentes e tampouco
exclusividade nos céus brasileiros.
Há reportes de casos no Canadá,
Reino Unido, Espanha e Estados
Unidos. O primeiro caso relatado
ocorreu em Los Angeles, no ano
de 1993. O comandante de um
Boeing 737 foi atingido e obrigado
a passar o controle dos comandos
da aeronave para o co-piloto. Ele
ficou quatro minutos sem
conseguir interpretar os
instrumentos.
Além de perigoso, apontar laser
para aviões e helicópteros também
é crime. O artigo 261 do Código
Penal Brasileiro prevê sanções
para quem expor a perigo ou
praticar qualquer ato que possa
impedir ou dificultar navegação
aérea. Já existe, também, um
projeto de lei (PL 3151/12) para
punir quem usar de forma indevida
as canetas de raio laser.
O
11 | Info Aviação | Junho 2012
Novo caça F-35 é muito caro para OTAN
s planos de reequipamento
da força aérea dos EUA e
dos seus principais aliados
da OTAN estão associados, antes
de mais, ao início da produção em
série do caça F-35, mas podem ser
postos em causa devido ao
constante aumento do seu custo.
Entretanto, os países de segunda
linha da OTAN serão obrigados a
continuar a usar equipamentos
usados de fabrição americana ou
soviética.
O grande problema do “candidato
ao posto” de caça principal das
forças aéreas da OTAN será a
escolha de duas qualidades entre
três. O F-35 foi pensado como um
caça moderno multifuncional a um
preço acessível. No entanto,
verificou-se muito rapidamente
que um caça moderno
multifuncional não pode ser
barato, enquanto que os aparelhos
multifuncionais que podem ser
considerados relativamente baratos
se aproximam fisicamente da
“reforma” ou estão se tornando
moralmente obsoletos.
A origem dos problemas do F-35
está em que se quis obter com esse
avião um “pau para toda a obra”
para todos, conjugando no mesmo
modelo as exigências
contraditórias dos diferentes tipos
de aviação. É óbvio que as
diferentes versões do F-35 têm
diferenças significativas, mas a
plataforma comum criou
dificuldades na adaptação do
aparelho às exigências concretas
dos diferentes ramos das forças
armadas. E o preço do caça
começou a crescer.
Como resultado, o projeto
encontra-se hoje num estado
intermédio muito perigoso. O
aumento dos preços dos caças
resulta na redução dos planos de
compra dos novos aparelhos e a
redução das encomendas ameaça
fazer, mais uma vez, disparar o
preço, como já aconteceu com o
irmão mais velho do F-35, o caça
F-22.
É esclarecedora a situação da FA
dos Países-Baixos, típica para
muitos parceiros mais pequenos
dos EUA na OTAN. O plano
inicial para a compra de F-35 para
a força aérea holandesa que era de
85 aparelhos reduziu-se para 60 e,
mais tarde, para 50. Hoje, a
Holanda planeia limitar-se à
aquisição de 42 aviões. A força
aérea italiana reduziu o plano de
compras de 131 para 90 caças F-
35. Os programas de fornecimento
de F-35 ao Canadá e à Austrália
estão suspensos. Não está claro
qual será a quantidade dos novos
aviões que a Grã-Bretanha, a
Turquia e assim como o Japão, que
não faz parte da OTAN, desejarão
adquirir.
Vale a pena recordar que muitos
países continuam a ter no ativo
aparelhos de fabrico soviético. Em
relação aos MiG-21 romenos já se
sabe: vão ser substituidos nos
próximos anos por F-16. Já os
MiG-29 polacos, eslovacos e
búlgaros têm todas as
probabilidades de continuar ao
serviço por mais 15-20 anos. Nesse
aspeto, é interessante a intenção da
Polónia, onde os MiG-29 estavam
condenados ao abate até 2010, mas
que hoje planeia-se manter até
2030 juntamente com os F-16. Até
lá, a idade material dos aparelhos
ultrapassará os 40 anos para os
MiG-29 de fabrico soviético e os
30 para os F-16 fabricados nos
anos de 1990.
Nos países do “terceiro mundo”,
todos os processos decorrem de
forma ainda mais evidente. O
número de Estados que se podem
dar ao luxo de adquirir aparelhos
de quinta geração, se excluirmos as
monarquias do petróleo e os
gigantes regionais do como a
Índia, tende para zero.
A grande massa dos compradores
de aviões de combate será
desviada, quer queiram ou não,
para o mercado do equipamento
aéreo usado, ou migrará para o
fabricante que fôr capaz de propôr
aparelhos novos, mas ao mesmo
tempo baratos. Hoje, o vendedor
praticamente exclusivo desse tipo
de equipamento é a China com os
clones do MiG-21 e o avião novo
criado com base nessa plataforma,
o FC-1. Talvez os construtores
aeronáuticos russos devessem
pensar na criação de uma
alternativa à oferta chinesa, de
modo a não limitar todas as
possibilidades de exportação
exclusivamente aos caças Sukhoi,
que de versão em versão entram na
categoria dos aviões altamente
tecnológicos, mas muito caros,
acessíveis a um número limitado
de compradores abastados.
O
12 | Info Aviação | Junho 2012
Exército dos EUA entrega o primeiro helicóptero Kiowa
Warrior modernizado no programa ‘wartime replacement’
Exército dos EUA
entregou aos militares o
primeiro helicóptero OH-
58D Kiowa Warrior atualizado sob
o programa Wartime Replacement
Aircraft (WRA) numa cerimônia
de apresentação no Depósito do
Exército em Corpus Christi
(CCAD), no dia 07 de junho de
2012.
O comandante do CCAD, o
coronel Christopher B. Carlile,
entregou os livros de registro da
aeronave para o tenente-coronel
Paul A. Cravey, comandante de
esquadrão do Esquadrão de
Cavalaria Aérea de Fort Riley,
Kansas, durante a cerimônia no
Hangar 44.
O programa Wartime Replacement
Aircraft (WRA) é uma iniciativa
do Exército dos EUA para
substituir os helicópteros primários
de combate aéreo OH-58D Kiowa
Warriors.
O Exército dos EUA está
investindo agressivamente em
maneiras de sustentar a frota e está
visando a sua base industrial e na
inteira Empresa de Aviação para
apoiar as melhorias da frota em
andamento que segue para
obsolescência, melhorando a
confiabilidade, aumentando a
capacidade e colocando os OH-
58Ds de volta ao combate.
O Exército dos EUA tem aprovado
uma frota total de 368 OH-58D
Kiowa Warrior. Como a produção
do Kiowa terminou em 1999,
aumentar o número de OH-58Ds
para os militares é crucial num
momento em que o custo-eficácia
são fundamentais. O Exército dos
EUA reconhece as oportunidades
de redução de custos ao investir
em seus depósitos e suas parcerias.
O Programa WRA é um esforço
conjunto com o CCAD, o
Escritório do Projeto do
Helicóptero de Escolta Armada
(ASH), a Direção do Campo de
Manutenção de Aviação (AFMD),
e com a Bell Helicopter,
fornecendo ao Exército um modo
O
13 | Info Aviação | Junho 2012
custo-efetivo e eficiente para
retornar a ativa os helicópteros
perdidos. Esta aeronave foi
finalizada 7 semanas antes do
previsto, e representa o primeiro
Kiowa Warrior a ser produzido
como parte dessa joint venture, e é
o primeiro a aumentar a frota do
Exército em mais de uma década.
“Este é um marco significativo
para o nosso Exército enquanto
nós entregamos o primeiro Kiowa
Warrior para repor a frota através
do Programa Wartime
Replacement Aircraft”, disse o
tenente-coronel Matt Hannah,
Gerente de Produtos para
helicópteros Kiowa Warrior. “Este
é o começo de um futuro brilhante
para nossos pilotos de escolta e de
aviação do Exército. Estou muito
orgulhoso desta equipe.”
Enquanto o desgaste da frota
continua a ser um problema sério,
com uma média de seis
helicópteros perdidos por ano, o
Kiowa Warrior já registrou mais
de 800.000 horas de combate entre
o Iraque e o Afeganistão, onde ele
enfrenta grandes altitudes, neve e
areia. Estas aeronaves de guerra
são salva-vidas ativas para as
tropas no solo. O Exército contará
com o OH-58D Kiowa Warrior
como o helicóptero aéreo primário
da cavalaria pelo menos até 2025.
O Exército está substituindo as
perdas sofridas durante a guerra
pela frota OH-58D, tendo diversas
cabines do modelo “A” e
atualizando essas com as
capacidades do modelo “D”. Isto é
feito através de um elemento do
programa WRA chamado de
programa de conversão “A2D”.
Esta substituição da cabine A2D
foi introduzido na Bell Helicopter,
em Amarillo, Texas, para a
conversão em dezembro de 2010, e
concluído em Dezembro de 2011.
A cabine foi então entregue ao
CCAD em janeiro de 2012, onde
completou as operações de
montagem final e testes de vôo na
CCAD.
O sucesso do processo do
programa WRA foi comprovado
com a revitalização de uma antiga
aeronave Kiowa Warrior, em
dezembro de 2011. Como não
aumentou a densidade da frota
Kiowa Warrior, a aeronave não foi
classificada como WRA, mas
voltou a operar e serviu como
projeto piloto para todas as futuras
aeronaves de produção WRA.
14 | Info Aviação | Junho 2012
Pilotos sul-coreanos terão que avaliar o F-35 através de voos
em simuladores
m plano para realizar
testes de desempenho do
Lockheed Martin F-35
usando simuladores de vôo, não
um teste real com um piloto sul-
coreano, despertou controvérsia na
Coreia do Sul enquanto o país se
prepara para comprar uma frota
avançada de caças stealth.
Os caças F-15 Silent Eagle da
Boeing, o F-35 da Lockheed e o
Eurofighter da EADS estão
competindo para ganhar um
importante contrato avaliado em
mais de US$ 8,5 bilhões, para
vender 60 caças para a Coreia do
Sul, que vai escolher um
fornecedor em outubro.
Testes de desempenho na Coreia
do Sul serão realizados em junho
para o F-35, em agosto para o F-
15SE e em setembro para o
Eurofighter, de acordo com
funcionários da Administração do
Programa de Aquisição de Defesa
(DAPA), a agência estatal da
Coréia do Sul para aquisição de
armas, na quinta-feira.
Embora a Boeing e a EADS
concordarem em realizar testes de
desempenho através de vôos reais
com um piloto sul-coreano a
bordo, a Lockheed se recusou a
fazê-lo, dizendo que o avião
furtivo ao radar não está em
serviço e ainda está em
desenvolvimento.
O cronograma do voo de teste do
monoposto F-35 foi adiado,
levantando preocupações sobre o
aumento dos custos e que a
aeronave pode não estar disponível
até 2020.
“Como o F-35 está agora em
desenvolvimento, apenas os pilotos
do F-35 podem voar”, disse um
oficial da DAPA.
Em vez disso, a DAPA pediu a
Lockheed para realizar testes de
performance com simuladores e
um piloto sul coreano a bordo de
um diferente jato de combate
acompanhando o F-35, disse o
funcionário.
O plano, no entanto, tem levantado
questões sobre adequados testes de
desempenho.
O governo dos EUA é o principal
cliente e contribuinte financeiro
para o programa F-35 da
Lockheed, avaliado em quase US$
400 bilhões. Além disso, oito
países, incluindo Grã-Bretanha,
Canadá e Turquia, estão
participando do maior programa de
armas na história injetando
investimentos no desenvolvimento.
A Coréia do Sul comprou 60 caças
F-15 da Boeing desde 2002 nas
duas primeiras fases do programa
de modernização de caça, chamado
“FX”.
U
15 | Info Aviação | Junho 2012
Helibras monta primeira caixa de transmissão do EC725
Processo incorpora mais uma atividade desenvolvida pela fábrica brasileira para grandes aeronaves
programa de capacitação
tecnológica da Helibras
para a produção de
helicópteros de grande porte
continua avançando. As equipes de
engenheiros e técnicos da
Eurocopter e da Helibras
realizaram a montagem e os testes
da primeira caixa de transmissão
dos helicópteros EC725 (militar) e
EC225 (civil/offshore) em Itajubá
(MG).
Este trabalho, desenvolvido sob a
supervisão da Eurocopter, é
também mais um passo importante
para a certificação e a
homologação da Oficina de
Conjuntos Dinâmicos da Helibras,
que será responsável pela
montagem, revisão e ensaios de
caixas de transmissão desses dois
tipos de aeronaves. Estas
atividades serão fundamentais para
o domínio tecnológico necessário à
construção dos helicópteros no
Brasil.
Além disso, foi utilizado, pela
primeira vez, o banco de testes
implantado em um novo e
exclusivo prédio para estes
treinamentos, qualificado também
em função do programa de
expansão.
Para o diretor de gestão global de
suprimentos da Helibras, Jean-
François Mandati, "este foi mais
um passo para a completa
capacitação tecnológica da
Helibras, que a cada dia adquire o
know-how necessário para a
produção de helicópteros de
grande porte e que comprova a
plena integração das equipes
técnicas francesas e brasileiras
responsáveis pelo projeto."
Além de ser uma importante
conquista para a produção dos
novos helicópteros EC725 e
EC225, a capacitação da Helibras
para intervenções nas caixas de
transmissão das aeronaves da
família Super Puma, abre novas
possibilidades de negócios na área
de manutenção, as quais, até agora,
precisavam ser realizadas na
França.
"Além dos ganhos diretos na
fabricação das aeronaves, há
também outras importantes
conquistas que beneficiam nossos
clientes, pois, realizando aqui as
grandes intervenções, os
helicópteros permanecem menos
tempo indisponíveis, retornando
rapidamente para a operação",
completa Mandati.
O
16 | Info Aviação | Junho 2012
Programa de compensação (offset) do Gripen na República
Tcheca é um sucesso
SAAB divulgou o
relatório de desempenho
do Programa Tcheco de
Compensação Gripen, referente ao
ano de 2011. O documento já
aprovado pelo Ministro de Defesa
da República Tcheca, mostra que o
cumprimento do Programa de
Cooperação Industrial, que
acompanha o arrendamento de 14
aeronaves Gripen, gerou 25,6
bilhões de coroas tchecas para o
país.
“Temos o prazer de anunciar que,
antes do estabelecido pelo
cronograma, atingimos o valor
total estipulado para a
compensação prevista no
Programa Gripen. Um dos
destaques do programa foi a
aquisição pela Saab dos ativos da
E-COM, fabricante de simuladores
virtuais de treinamento. A SAAB
vê com otimismo a expansão de
seus negócios na República
Tcheca, agora com a produção de
simuladores”, disse Bengt Littke,
Diretor do Programa Gripen no
país.
Outros destaques do programa
em 2011:
100% do valor total da
obrigação de compensação
assumida perante a República
Tcheca, antes do previsto pelo
cronograma;
cumprimento total da
obrigação de compensação
indireta;
obrigação de compensação
direta, referente à área
aeroespacial e de defesa,
dentro do cronograma previsto
e pronta para seu cumprimento
total em 2014;
as transações de compensação
totalizaram 1,87 bilhões de
coroas tchecas;
49 transações de compensação
Gripen registradas até
dezembro de 2011.
“O Programa de Compensação
Gripen é um dos mais importantes
e bem sucedidos, realizados pelo
Ministério da Defesa. Em abril
deste ano, seus resultados foram
apresentados ao subcomitê
parlamentar para apreciação das
aquisições realizadas pelo
Ministério da Defesa, sendo muito
bem recebidos pelos parlamentares
e representantes do Ministério da
Indústria e Comércio”, informouo
Cel. Engenheiro Pavel Bulant,
Diretor da Divisão de Armamentos
no Ministério da Defesa da
República Tcheca.
A
17 | Info Aviação | Junho 2012
O Programa Tcheco de
Compensação Gripen
A meta da Saab é gerar projetos de
compensação que contribuam para
o poderio econômico de seus
parceiros a longo prazo, tanto no
setor de defesa como no civil.
Segundo o contrato, o Programa
Tcheco de Compensação Gripen
deve gerar cooperação industrial,
em um valor equivalente a 130%
do valor do contrato de
arrendamento dos caças Gripen, ou
seja, 25,545 bilhões de coroas
tchecas.
O contrato determina uma
compensação direta, no valor
mínimo equivalente a 20% do total
do contrato (compensação direta
refere-se às transações realizadas
nas áreas de defesa, aeroespacial e
de segurança) e o prazo do
Programa de Compensação se
estende de de junho de 2004 a
dezembro de 2014.
Todos os aspectos do Programa de
Compensação são regidos pelo
Contrato relacionado com o
Programa de Cooperação
Industrial, um acerto bilateral
firmado entre a Gripen
International e o Ministério de
Defesa da República Tcheca.
A legislação de compensação do
país é aplicada, de acordo com o
estipulado no Decreto No. 19/2010
do Ministério da Indústria e
Comércio e o MInistério da Defesa
tem o poder final de aprovar ou
rejeitar as transações de
compensação e seus valores, no
âmbito do programa.
O Ministério da Indústria e
Comércio atua como a entidade
administradora e avalista técnica
do Programa de Compensação,
juntamente com a Comissão
Interministerial de Compensação.
De acordo com as condições
contratuais, o Programa de
Compensação está sujeito a
auditorias independentes anuais.
A Gripen International também
mantém outros Programas de
Compensação bem-sucedidos
(Cooperação Industrial), na África
do Sul e na Hungria.
18 | Info Aviação | Junho 2012
Boeing seleciona a Elbit para fornecer LPHUD para seus caças
Boeing selecionou a Elbit
Systems para fornecer um
LPHUD (Low-Profile
Head-Up Display), que fará parte
do sistema avançado do cockpit
dos caças da Boeing. A decisão
apresenta oportunidades adicionais
para a Elbit Systems para
desenvolver as capacidades de
aviônicos do avançado cockpit na
subsidiária brasileira da AEL
Sistemas.
"A seleção da Elbit pela Boeing
trará mais oportunidades de
trabalho de alta tecnologia para a
AEL e ajuda a expandir o
conhecimento e capacidades no
Centro Avançado de Tecnologia de
Excelência em Cockpit da AEL",
disse Susan Colegrove, diretor
regional de parcerias
internacionais estratégicas para a
Boeing Defense, Space & Security.
"Essas atividades ampliam a
participação da Boeing no Brasil
em geral, e nossa oferta de
participação da indústria na
concorrência no país do F-X2, em
particular", concluiu Colegrove.
A Boeing está oferecendo o seu
F/A-18E/F Super Hornet para a
concorrência de caças F-X2. A
seleção do LPHUD resulta de um
acordo anunciado em março para a
Elbit desenvolver um sistema de
exibição de grande área (Large
Area Display - LAD), que fará
parte do sistema avançado do
cockpit a ser oferecido em
aeronaves Boeing Super Hornets e
da família F-15, incluindo o Silent
Eagle.
"O anúncio (dia 14 de junho)
demonstra ainda mais a amplitude
e a profundidade de oportunidades
que a Boeing e seus fornecedores
estão criando com a indústria no
Brasil", disse Donna Hrinak,
presidente da Boeing Brasil.
"Através de colaborações
industriais como esta, a Boeing e
seus parceiros em conjunto estão
fazendo crescer os seus negócios,
inovando seus produtos e
expandindo suas capacidades",
completou Hrinak.
Além do software LAD e de
oportunidades de hardware, a AEL
agora vai participar da concepção,
desenvolvimento, produção e
suporte de componentes do
LPHUD. Boeing, Elbit e AEL
também estão colaborando em um
projeto de simulação conjunta
distribuída. O conhecimento e a
capacidade adquirida com essas
atividades apoiam os esforços da
Elbit e da AEL para estabelecer
um Centro Avançado de
Tecnologia de Excelência em
Cockpit no Brasil, que irá
posicionar à AEL expandir seu
alcance de mercado com o
avançada cabine de aviônicos para
outras plataformas de asa fixa,
assim como para helicópteros.
O LAD da Elbit é a peça central do
sistema avançado do cockpit da
Boeing, uma atualização comum
para as plataformas do F/A-18 e do
F-15. O LPHUD contará com um
tamanho e forma mais
simplificados, exigindo menos
espaço do que os projetos típicos
HUD e permitindo mais espaço
para o LAD de 11 polegadas em
relação ao de 19 polegadas (27,9 x
48,2 cm).
O Sistema Avançado de Cockpit
vai melhorar a forma como o
piloto interage com o avião e irá
permitir o crescimento para a
próxima geração de visualização,
melhorando a consciência
situacional e a eficácia crescente
da aeronave.
A
19 | Info Aviação | Junho 2012
20 | Info Aviação | Junho 2012
Último Rooivalk modernizado será entregue em agosto para
Força Aérea da África do Sul
último dos onze
modernizados helicópteros
de ataque Rooivalk serão
entregues à Força Aérea Sul-
Africana no final de agosto,
enquanto outros dois serão
entregues no final deste mês. A
Denel disse que mais recentemente
dois Rooivalks foram entregues à
Força Aérea Sul-Africano (SAAF),
elevando o total de helicópteros de
combate atualizados que podem
ser operacionalmente implantados
para oito.
Mike Kgobe, CEO da Denel
Aviation, disse que todas as
aeronaves entregues foram
atualizadas para o modelo básico
necessário para implantação,
conforme determinado pelo
Conselho de Ministros.
Kgobe disse que Denel Aviation
estava recebendo um excelente
feedback da SAAF, especialmente
vindo do 16° Esquadrão na Base
da Força Aérea de Bloemspruit,
onde o primeiro lote de
helicópteros já estava voando
continuamente por mais de um
ano.
A aeronave já foi implantada em
exercícios militares conjuntos
realizados pela Força de Defesa
Nacional da África do Sul
(SANDF) e provou seu valor no
papel de apoio ao combate, disse a
companhia num comunicado. No
dia 10 de maio, os Rooivalks
participaram da demonstração
bienal de capacidade aérea da
SAAF, que foi seguida pouco
depois pelo Exercício Savannah
Thunder, um exercício de busca e
salvamento em combate e de ajuda
humanitária. “O Rooivalk está
voando diariamente na base, e
tanto a Denel Aviation como a
O
21 | Info Aviação | Junho 2012
SAAF estão muito satisfeitos com
seu desempenho”, disse Kgobe.
No desfile do Dia da Força Aérea
no início deste ano, o Chefe da
SAAF, o tenente-general Carlo
Gagiano disse que o Rooivalk “é
um sistema que não pode ser
descartado.” Se a Força Aérea for
chamada para realizar operações
de paz, o Rooivalk é “a primeira
aeronave que eu mandaria”, disse
ele.
“Este é um produto que o público
Sul Africano pode se orgulhar –
localmente concebido, produzido
localmente e já implantado com
sucesso pela Força Aérea”, disse
Kgobe.
Dewald Steyn, o gerente de projeto
do Rooivalk, na Denel Aviation,
disse que o desempenho da
aeronave está sendo estreitamente
monitorado e avaliado a partir de
um projeto e perspectiva de
desenvolvimento. De acordo com a
Denel, o helicóptero tem excedido
as expectativas e nenhuma
manutenção ou reparação
importante até agora foi exigida.
Como autoridade de concepção e
de fabricação do equipamento, a
Denel Aviation é responsável por
assegurar que o Rooivalk
permaneça totalmente operacional
em toda a sua vida útil. A empresa
continua com a modernização das
três aeronaves finais da frota de 11
Rooivalks. Ao mesmo tempo, o
design e o trabalho de
desenvolvimento já começou nas
versões atualizadas do helicóptero
– como parte do “programa de pós-
1F da companhia”.
O objetivo é adequar o Rooivalk
com longos tanques de
combustível e de longo alcance,
que aumentarão significativamente
a sua gama de operações,
permitindo que a SAAF possa
implantar o helicóptero em
distâncias mais longas, disse
Steyn.
Os primeiros seis helicópteros
Rooivalk Mk1F foram
cerimonialmente entregues a Força
Aérea no dia 1° de abril do ano
passado, depois de 130
modificações para cada aeronave.
Uma característica importante do
trabalho é a atualização do sistema
de mira no Rooivalk para uma
melhor confiabilidade.
O programa de atualização inclui a
remanufatura significativa de
certos componentes da montagem
da transmissão que foram
encontrados como estando fora da
especificação em algumas
aeronaves e causou problemas no
passado.
O problemático canhão de 20
milímetros F2 também foi
corrigido dos problemas de
superaquecimento e
confiabilidade. Embora o Rooivalk
esteja liberado para transportar os
mísseis guiados de precisão Denel
Dyamics Mokopa, a SAAF ainda
tem que comprar esses mísseis, e
no momento o helicóptero de
ataque está armado com um
canhão de 20mm montado em
torres no nariz e pods sob as asa
com lançadores de foguetes
guiados de 70mm Zeebrugge.
No entanto, a Rheinmetall Denel,
que fabrica os componentes para o
Mokopa, diz que ainda existem
alguns problemas de
desenvolvimento, e os mísseis
estão sendo trabalhados, mas que
está muito confiante de uma
encomenda, em algum momento
no futuro.
Embora os Rooivalks pudessem
voar antes dos upgrades, eles não
eram verdadeiramente
operacionais e não podiam ser
implantados, por exemplo, para
apoiar as operações de paz das
Nações Unidas.
O projeto Rooivalk iniciou a sua
fase de projeto em 1984, e teve seu
primeiro vôo em abril de 1990.
Uma dúzia foi fabricada para a
Força Aérea, mas um foi perdido
num acidente há vários anos.
22 | Info Aviação | Junho 2012
Força Aérea dos EUA pede que pilotos de F-22 deixem de usar
parte do traje anti-G em voos de rotina
Força Aérea dos EUA tem
instruído os pilotos dos
caças F-22 Raptor para
parar de usar o colete do traje anti-
G durante os vôos de rotina
enquanto o serviço continua
investigando os incidentes de falta
de oxigênio que ocorrem nos caças
da Lockheed Martin.
“Os testes recentes identificaram
alguma vulnerabilidade e
problemas de confiabilidade na
parte superior do traje anti-G
usado pelos pilotos dos F-22″,
disse nessa quinta-feira o tenente-
coronel Edward Sholtis, porta-voz
do Comando de Combate Aéreo
(ACC), num comunicado. Ele
disse que a Força Aérea está
trabalhando para corrigir o
problema.
A Força Aérea vem tentando
descobrir por que os pilotos de F-
22 sofreram sintomas como o de
hipóxia, incluindo tonturas e
desorientação. Houve 11
incidentes inexplicáveis
??relacionados à falta de oxigênio
desde que o avião voltou a voar no
ano passado, após uma parada de
quatro meses por questões de
segurança.
“A peça de pressão superior não é
‘a’ causa dos incidentes
fisiológicos, e ainda temos outras
variáveis ??para trabalhar antes
que possamos determinar os
principais fatores e como eles
interagem para produzir o número
de incidentes inexplicáveis ??que
já vimos”, disse Sholtis.
A Força Aérea vem estudando se
os pilotos estão recebendo
oxigênio suficiente e se o ar que
respiram pode estar contaminado.
O colete de pressão é a parte
superior do “traje anti-G” usado
pelos pilotos de suportar altos
níveis de aceleração, ou forças
“G”.
“Malha apertada”
O Brigadeiro-General Daniel
Wyman, o cirurgião geral do
Comando de Combate Aéreo, disse
numa entrevista no dia 11 de junho
que os investigadores estão
analisando todos os trajes de
“suporte de vida” usados pelos
pilotos de F-22.
Enquanto Wyman não forneceu
nenhuma dica sobre uma possível
falha no colete de pressão, ele
disse que os investigadores
descobriram que “o equipamento
de suporte de vida não stava
devidamente ajustado” para os
pilotos “e realmente pode ter
limitado a sua capacidade de
respirar.”
“Isso é como uma roupa apertada
que não permitiria totalmente que
eles expandissem o peito”, disse
ele. “Nós voltamos a campo, para
garantir que todos estavam
vestindo seus equipamentos de
forma adequada.”
A
23 | Info Aviação | Junho 2012
Sholtis disse que a Força Aérea
está analisando os trajes de vôo
usados ?pelos pilotos de F-22, em
combinação com os coletes anti-
pressão.
Camadas de Equipamentos
“Os testes determinaram que a
peça de pressão superior aumenta a
dificuldade de respiração do piloto
em determinadas circunstâncias,”
disse Sholtis. “Também estamos
olhando para as camadas de outros
equipamentos dos tripulantes, que
podem estar contribuindo para essa
dificuldade.”
A Força Aérea não está pronta para
rotular o colete como uma causa
dos sintomas de hipóxia, pois os
funcionários ainda estão coletando
os dados, de acordo com um
funcionário do governo informado
sobre as últimas informações.
O serviço está à procura, em
particular, dos trajes de vôo,
usados ??em combinação com os
coletes à prova de pressão, com os
pilotos de F-22 na Base Comum de
Elmendorf-Richardson, no Alasca
e na Base Comum de Langley-
Eustis, na Virgínia, de acordo com
o oficial, que falou sobre condição
de anonimato porque a
investigação está sendo tratado em
sigilo.
O funcionário disse que os
investigadores suspeitam que as
combinações podem estar
restringindo a capacidade de um
piloto em expandir o peito e
respirar completamente.
Os pilotos baseados no Alasca
vestem um terno ártico de
sobrevivência destinado a protegê-
los após uma ejeção em terreno
frio. Aqueles com sede na Virginia
usam ternos anti-exposição como
proteção após uma ejeção sobre a
água fria. Embora semelhante a
uma roupa de mergulho, ele não se
encaixa tão firmemente.
24 | Info Aviação | Junho 2012
Aéreas e aeroportos brasileiros pressionados pela crescente demanda
mbora os aeroportos e as
empresas aéreas brasileiras
tenham se beneficiado do
extraordinário aumento no volume
de passageiros, eles enfrentam
agora desafios em relação à sua
capacidade de administrar as taxas
de aumento do tráfego de forma
sustentável e econômica, segundo
relatório da Fitch Ratings
publicado hoje.
De 2007 a 2011, o número de
passageiros atendidos pelos
aeroportos brasileiros aumentou
aproximadamente 75%. A
velocidade deste aumento continua
superando a média dos pares
globais.
Em comparação a outras regiões
do mundo, o mercado interno
brasileiro é o quarto maior, em
termos de passageiros
transportados.
O aumento do número de empresas
aéreas, como reflexo da expansão
da economia brasileira, aliado à
ascensão da classe média, resultou
em fortes taxas de crescimento do
tráfego áereo, medidas pelo
volume de passageiros
transportados nos segmentos
doméstico e internacional, que
aumentaram cerca de 61% e 31%,
respectivamente, nos últimos três
anos.
Ações do governo – sobretudo as
medidas tributárias referentes à
redução do imposto de renda sobre
as obrigações relacionadas a
projetos e o uso das parcerias
público-privadas para construir
três novos terminais – devem
estimular o desenvolvimento do
setor, a fim de sustentar a
crescente demanda. Entretanto,
com a Copa do Mundo de 2014 e
as Olimpíadas de 2016, há pouca
margem para erro.
A Fitch acredita que a qualidade de
crédito das empresas do setor
aéreo brasileiro sofrerá
deterioração em 2012, movida pelo
desequilíbrio entre a geração de
receitas e os custos. As empresas
aéreas nacionais permanecem
impossibilitadas de melhorar
osyields e manter as margens,
devido ao aumento dos custos.
Os perfis de crédito da dívida da
infraestrutura aeroportuária
dependerão amplamente da
resiliência do volume de
passageiros, da diversidade das
transportadoras e da transparência
da estrutura regulatória.
E
25 | Info Aviação | Junho 2012
Conheça o incrível helicóptero com 18 motores que pode virar realidade
helicóptero pessoal
funcionaria com nada
menos do que 18 motores.
Isso mesmo, você não leu errado!
A ideia da companhia é criar uma
aeronave com quase duas dezenas
de motores, todos com
funcionamento simples e
totalmente elétricos.
A ideia é construir uma máquina
fácil de ser controlada por
qualquer pessoa e praticamente à
prova de desastres, uma vez que se
um, dois ou até quatro motores
pararem de funcionar, você ainda
terá vários outros para sustentar o
aparelho.
O fato de ele ser elétrico também
baratearia muito o seu uso, uma
vez que meia hora de voo custaria
apenas 10 dólares, isso é claro,
segundo o seu fabricante. Os
motores seriam capazes de voar
por pelo menos 60 minutos,
atingindo velocidades de cerca de
100 quilômetros por hora.
Segundo informações do DVICE,
o desenvolvimento dos aparelhos
da linha Volocopter ainda deve
levar cerca de dois anos e eles
podem ser lançados em três
modelos diferentes: um mais
simples, com somente um assento,
outro, com um banco duplo para o
piloto e mais um passageiro e, por
fim, um terceiro, ainda sem nome e
com capacidade para carregar
cerca de 200 quilos. Os custos de
produção ou de venda não foram
revelados.
O
26 | Info Aviação | Junho 2012
27 | Info Aviação | Junho 2012
ATR 42-600 é certificado pela EASA
ATR anunciou dia 19 de
junho, que o ATR 42-600
foi certificado pela EASA
(Agência Europeia para a
Segurança da Aviação). Esta
certificação, recebida antes da
entrada da aeronave em serviço e
para os novos equipamentos do
avião, marca o fim de uma série de
testes em solo e voos de testes que
foram realizados no protótipo do
ATR 42-600. Isso demonstra a
disposição da ATR de continuar
investindo no segmento de
aeronaves com 50 lugares, um
nicho de mercado para o qual é o
único fabricante.
No âmbito da campanha de testes,
o ATR 42-600 se beneficiou de sua
semelhança com o ATR 72-600,
que foi certificado em maio de
2011. Quanto ao ATR 72-600,
todos os testes sobre o ATR 42-
600 foram utilizados para validar o
funcionamento correto dos novos
sistemas e equipamentos instalados
a bordo, especialmente o glass
cockpit, que possui um novo
conjunto de aviônicos com 5 telas
de LCD, novos sistemas de
comunicação, navegação,
monitoramento, gerenciamento de
voo (FMS), piloto automático,
alerta e gestão de multi-propósito
do computador (MPC, que integra
a manutenção de aeronaves e
funções de proteção, em
particular).
Desde o lançamento do programa
600 em outubro de 2007, a ATR já
recebeu pedidos para um total de
250 ATR 42-600 e ATR 72-600. A
entrada em serviço do novo ATR
42-600 está programada para o
próximo trimestre. O ATR 72-600
está em serviço desde agosto de
2011 e é atualmente operado por 7
companhias aéreas em todo o
mundo.
"Estamos muito satisfeitos em ver
que toda a família ATR 600" agora
está pronta para operar para nossos
clientes. Hoje, somos o único
fabricante de aviões com 50
lugares no mundo e estima-se que,
ao longo dos próximos vinte anos,
haverá um mercado potencial
considerável nesta categoria.
Portanto, devemos oferecer ao
mercado uma aeronave equipada
com a mais recente tecnologia e os
mais altos níveis de conforto",
disse Filippo Bagnato, CEO da
ATR.
A
28 | Info Aviação | Junho 2012
F-X2: Consórcio RAFALE Internacional e AEL Sistemas
reafirmam parceria
AEL Sistemas e o
Consórcio RAFALE
International anunciam a
renovação da carta de intenção
assinada para cooperação
industrial no âmbito do projeto do
caça RAFALE que será produzido
no Brasil, caso seja o escolhido
dentro do programa F-X2,
promovido pelo Governo
Brasileiro.
A parceria, que existe desde 2009,
possibilitou que engenheiros e
profissionais das duas empresas
trabalhassem juntos para habilitar a
AEL Sistemas para a integração de
novas capacidades técnicas e de
novos equipamentos no caça
RAFALE. “A AEL Sistemas é um
dos mais importantes fornecedores
no Brasil para o segmento de
Defesa e estamos certos de que a
nossa parceria, já de alguns anos,
agrega ainda mais valor ao projeto
de produção brasileira dos caças
RAFALE”, afirma Jean-Marc
Merialdo, representante do
Consórcio RAFALE International
no Brasil.
Com a renovação do acordo, está
prevista uma possível ampliação
da participação da AEL Sistemas
no projeto RAFALE, estreitando
ainda mais os laços entre as
instituições e permitindo o acesso
a novas tecnologias. “Desenvolver
ainda mais essa relação de
cooperação com o Consórcio
RAFALE, em tecnologias
dedicadas não apenas à fabricação
de aeronaves, contribui para o
nosso projeto de crescimento”, diz
Eduardo Rodrigues da AEL
Sistemas.
O programa F-X2 prevê a
aquisição de 36 aeronaves de
combate pelo Governo Brasileiro.
O Consórcio RAFALE
International já possui mais de 70
cartas de intenção assinadas com
empresas e entidades brasileiras.
A
29 | Info Aviação | Junho 2012
X³ da Eurocopter chega aos Estados Unidos para demonstrações
ransportado a bordo de um
avião de carga fretado, o X³
pousou no Texas no dia
(12/06), completando a travessia
do Atlântico partindo do Centro de
Ensaios em Voo de Istres, na
França. O helicóptero híbrido
ficará baseado em Grand Prairie,
Texas, sede da subsidiária da
Eurocopter nos EUA, a American
Eurocopter, em preparação para
sua turnê oficial, que terá início
amanhã, dia 20 de junho.
Durante a temporada americana, a
aeronave fará escala em cinco
localidades para apresentar sua
excepcional performance, obtida
pela combinação da plena
capacidade de voo estacionário de
um helicóptero com a velocidade
de cruzeiro, própria de um
turboélice. Além das
demonstrações aéreas realizadas
com a equipe de testes da
Eurocopter, o X³ estará disponível
para avaliações de voo por
integrantes das forças armadas
norte-americanas e também por
operadores civis.
Nos testes até agora realizados no
Centro de Ensaios em Voo de
Istres, no sul da França, o X³
superou sua meta original de
velocidade de 220 kts, atingindo
mais de 230 kts (430 km/h) em
voo nivelado, utilizando menos de
80% da potência disponível. Além
de confirmar as suas excelentes
qualidades de voo,
manobrabilidade, capacidades de
aceleração e desaceleração, a
aeronave híbrida alcançou
excepcional desempenho na subida
e descida, juntamente com níveis
de vibração muito baixos – e sem
recorrer a nenhum tipo de sistema
anti-vibração passivo ou ativo.
“Após o grande sucesso dos testes
de voo realizados na Europa, a
turnê nos Estados Unidos permitirá
mostrar a maturidade da resposta
da Eurocopter para aplicações em
que o sucesso da missão depende
da curta duração do voo, com
velocidade máxima de cruzeiro a
um custo operacional acessível”,
disse Lutz Bertling, presidente da
Eurocopter. “É importante
demonstrar como estamos
aplicando a inovação para
satisfazer as necessidades do
mercado com soluções que estão
disponíveis hoje, e que oferecem
velocidades de cruzeiro 50%
maiores do que os helicópteros
padrão, com custos próximos,
permitindo aumentos significativos
na produtividade”.
O demonstrador X³ está equipado
com dois motores turboshaft que
impulsionam um sistema de rotor
principal de cinco pás e duas
hélices instaladas em asas fixas de
curta envergadura. Uma vasta
gama de utilizações está prevista
para esta configuração híbrida,
incluindo atividades de longa
distância, como de busca e
salvamento (SAR), missões da
guarda costeira, como patrulha de
fronteira, transporte de
passageiros, offshore, juntamente
com os serviços intermunicipais de
transporte. A aeronave também é
adequada para missões militares
em operações de forças especiais,
transporte de tropas, SAR de
combate e evacuação médica –
beneficiando a combinação de
altas velocidades de cruzeiro com
excelente desempenho de
decolagem e pouso vertical.
A Eurocopter avançou na
configuração híbrida, desde o
conceito até o primeiro voo, em
menos de três anos. Depois de
passar por testes em voo pela
primeira vez em setembro de 2010,
a proposta inicial de alcançar uma
velocidade de 180 kts evoluiu
rapidamente, durante um voo
nivelado poucas semanas depois.
Testes retomados em março de
2011, após uma atualização
planejada para integrar as caixas
definitivas para as operações a
plena potência, o X³ superou
facilmente sua meta original com
uma velocidade de cruzeiro
sustentada acima de 220 kts.
T
30 | Info Aviação | Junho 2012
Embraer realiza o primeiro voo do protótipo do A-1M
Embraer realizou com
sucesso o primeiro voo do
protótipo do A-1M na sua
planta industrial em Gavião
Peixoto, no interior paulista,
durante cerimônia que contou com
a participação do Comandante da
Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-
do-Ar Juniti Saito, e oficiais do
Alto Comando da Força Aérea
Brasileira (FAB). A campanha de
ensaios em voo da aeronave terá
início em breve. O programa A-
1M prevê a revitalização e a
modernização de 43 caças
subsônicos AMX da FAB. Dez
aeronaves já se encontram nas
instalações da Empresa e as
primeiras entregas estão previstas
para 2013.
A ocasião também marcou a
entrega do 99º e último turboélice
de ataque leve A-29 Super Tucano
para a FAB, assim como os dois
últimos caças F-5M do primeiro
lote modernizado. Por meio do
programa AL-X, a FAB tornou-se
o cliente de lançamento do Super
Tucano, em dezembro de 2003.
Atualmente, a aeronave é
empregada no treinamento
avançado de pilotos de caça e tem
atuação importante no Sistema de
Vigilância da Amazônia (Sivam).
O A-29 Super Tucano já foi
selecionado por dez clientes da
África, Américas e Ásia-Pacífico.
O programa F-5M abrange a
modernização e revitalização de 46
caças supersônicos. Cada aeronave
modernizada recebeu novos
sistemas de navegação,
armamentos, computadores e radar
multimodal. Esses equipamentos,
aliados ao reparo estrutural,
aumentam a capacidade
operacional destes caças por, pelo
menos, mais quinze anos. Em
dezembro de 2010, foi assinado
novo contrato para a modernização
de 11 aeronaves F-5 adicionais,
sendo que a modernização da
primeira aeronave terá início em
A
31 | Info Aviação | Junho 2012
outubro de 2012. As primeiras
entregas deste segundo lote estão
previstas para 2013.
"Os A-1M estão recebendo
sistemas modernos similares aos
que já equipam os F-5M e A-29.
Todas as modernizações e
aquisições estão relacionadas com
os objetivos que fazem parte do
Planejamento Estratégico Militar
da Aeronáutica (PEMAER), um
posicionamento da FAB, estudado
para o médio e o longo prazo,
condicionados à Política Militar de
Defesa (PMD) e à Estratégia
Nacional de Defesa (END). Uma
premissa deste processo é a busca
de compensação comercial,
industrial e tecnológica com vistas
ao desenvolvimento de material de
defesa e ao fortalecimento da
indústria nacional", disse o
Comandante da Aeronáutica,
Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti
Saito. "Sendo assim, nossos
equipamentos aproveitam da
similaridade entre os aviônicos
destas aeronaves, o que ajuda na
adaptação dos nossos pilotos e
representa uma padronização que
oferece inúmeras vantagens
operacionais, tais como o
aprimoramento da doutrina de
emprego da FAB e o melhor
rendimento das horas de voo. Essa
capacidade técnica da Embraer
para atender nossas necessidades
fortalece a Força Aérea e,
consequentemente, fortalece o
Brasil enquanto nos deixa prontos
para responder a alguma ameaça à
soberania do nosso espaço aéreo",
completou.
"Essas conquistas reforçam o
compromisso da Embraer Defesa e
Segurança como parceira
estratégica do Brasil e, em
especial, da Força Aérea
Brasileira, contribuindo para o seu
processo de reaparelhamento e
para a modernização de seus
recursos materiais", disse Luiz
Carlos Aguiar, presidente da
Embraer Defesa e Segurança. "O
Super Tucano continua nossa
tradição de desenvolver aeronaves
que atendam aos requisitos da
Força Aérea e, ao mesmo tempo,
sejam capazes de se tornar
sucessos comerciais no mercado
externo enquanto a modernização
do A-1 e do F-5 demonstram a
nossa capacidade de desenvolver
soluções integradas, em sistemas
complexos, para nossos clientes",
concluiu.
32 | Info Aviação | Junho 2012
Nordic Aviation Capital encomenda 12 aeronaves Bombardier
CRJ1000 NextGen para arrendar a Garuda Indonesia
Bombardier Aerospace
anunciou que a Nordic
Aviation Capital A/S de
Billund, Dinamarca, assinou um
acordo firme para compra de 12
aeronaves CRJ1000 NextGen. A
Nordic aviation Capital confirmou
que as aeronaves serão arrendadas
para a Garuda Indonesia, cliente de
lançamento previamente anunciado
pela Bombardier para a aeronave
CRJ1000 NextGen na região da
Ásia-Pacífico. A Nordic Aviation
Capital é uma das maiores
arrendadoras de aviões regionais
do mundo, com uma carteira de
mais de 160 turboélices e aviões a
jato, atendendo a mais de 30
clientes em 20 países.
Com base no preço de lista das
aeronaves CRJ1000 NextGen, o
pedido firme está avaliado em
cerca de US$ 595 milhões.
“A encomenda da Nordic Aviation
Capital, bem como as recentes
operações realizadas por outras
empresas de leasing para fornecer
aeronaves NextGen CRJ1000 para
Air Nostrum da Espanha, ilustram
que essas aeronaves apresentam
um financiamento atraente e
oportunidades de leasing para
companhias aéreas e investidores”,
disse Mike Arcamone, Presidente
da Bombardier Commercial
Aircraft.
As 12 aeronaves CRJ1000
NextGen arrendadas para Garuda,
mais as seis adquiridas de um
pedido diretamente com a
Bombardier em fevereiro de 2012,
resultará numa frota de 18
aeronaves CRJ1000 NextGen.
Caso a companhia aérea também
converta as 18 opções colocadas
com a Bombardier, a sua frota de
aeronaves CRJ1000 NextGen
aumentaria para 36. Baseada no
Aeroporto Internacional de
Soekarno-Hatta, perto de Jacarta, a
Garuda Indonesia foi criada em
janeiro de 1949. A companhia
opera atualmente uma frota de 92
aeronaves comerciais, atendendo
31 voos domésticos e 19 destinos
internacionais.
“Embora seja um produto
relativamente novo, o Bombardier
CRJ1000 NextGen está
executando muito bem com seus
atuais operadores, oferecendo
excepcional confiabilidade e os
menores custos assento-milha no
seu segmento de mercado”, disse
Martin Moller, presidente da
Nordic Aviation Capital. “Temos,
portanto, o prazer de estar
adquirindo esses ativos de alta
qualidade e auxiliando a Garuda
Indonesia na realização de seu
plano de negócios.”
“A superior economia das
aeronaves CRJ1000 NextGen, a
excelente economia de
combustível e o excelente conforto
para os passageiros, de forma ideal
atendem nossa exigência para
aeronaves de 100 assentos, e a
aquisição destas 12 aeronaves
adicionais através da Nordic
Aviation Capital é parte integrante
de nossa expansão de rede dos
cinco centros regionais”, disse
Emirsyah Satar, Presidente e CEO
da Garuda Indonesia.
Incluindo a encomenda da Nordic
Aviation Capital, a Bombardier
registrou pedidos firmes para
1.729 aviões CRJ Series, com
1.665 entregues até 31 de março de
2012. Em todo o mundo, as
aeronaves CRJ Series estão em
serviço com mais de 60
companhias aéreas e mais de 30
clientes corporativos, que operam
as variantes da aeronave. As
aeronaves estão operando em mais
de 50 países e, em média, uma
aeronave CRJ decola a cada dez
segundos, em algum lugar no
mundo.
A
33 | Info Aviação | Junho 2012
34 | Info Aviação | Junho 2012
Fusão entre TAM e LAN tem até juras de amor
Ao contrário do clima um tanto azedo que paira sobre a troca de comando do Grupo Pão de Açúcar, a fusão
entre a TAM e LAN – que finalmente foi concluída dia 22/06 – é puro amor.
egundo comunicado enviado
aos funcionários, a
companhia brasileira teceu
elogios à parceira chilena e
declarou que as operações não se
sobrepõem, mas se
complementam.
“Poderíamos dizer que nascemos
uma para a outra. Com o tempo, os
benefícios dessa nova companhia
irão também se manifestar através
de novos empregos e
oportunidades de carreira”,
afirmou a TAM aos seus
funcionários, em texto assinado
por Maurício Amaro e Maria
Cláudia Amaro, filhos do fundador
da companhia, o comandante
Rolim Amaro.
A companhia brasileira aproveitou
também a oportunidade para
esclarecer que as decisões na
LATAM, holding que detém
participação nas duas companhias
aéreas, serão tomadas de comum
acordo pelos acionistas
controladores.
“O que garante a sustentabilidade
de uma companhia não é o
gigantismo, e sim a criação de
valor e a sua cultura corporativa.
Nós e a LAN somos um excelente
exemplo disso.”, afirmou o
comunicado.
Divisão
A divisão de responsabilidades
entre a família Amaro, da TAM e
os irmãos Cueto, da LAN, de
acordo com comunicado, será da
seguinte forma: Maurício Amaro
fica com a presidência do conselho
de administração da LATAM,
Enrique Cueto, como presidente-
executivo da LATAM, Maria
Cláudia Amaro, como presidente
do conselho da TAM, Ignacio
Cueto, presidente da LAN, e
Marco Antonio Bologna, continua
no cargo de presidente da TAM.
A fusão entre as TAM e LAN foi
anunciada em agosto de 2010. A
união das duas companhias deu
origem a uma das maiores
companhias aéreas do mundo.
Juntas, elas somam mais de 51.000
funcionários, voam para 150
destinos, em 22 países.
S
35 | Info Aviação | Junho 2012
Embraer e Avic vão construir jatos executivos na China
O negócio já teve início com um pedido, pela chinesa ICBC Leasing, de 10 jatos Legacy 650
A Embraer e a Aviation Industry Corporation of China (Avic) assinaram um acordo para a fabricação, na
China, dos jatos executivos Legacy 600/650, de acordo com comunicado enviado ao mercado nesta quinta-
feira.
negócio já teve início com
um pedido, pela chinesa
ICBC Leasing, de 10 jatos
Legacy 650, sendo cinco pedidos
firmes e cinco opções.
Os termos do acordo entre as
companhias prevêem que seja
utilizada a infraestrutura, recursos
financeiros e mão-de-obra da joint
venture Harbin Embraer Aircraft
Industry (Heai), que iniciou
operações em 2002.
Segundo comunicado da Embraer,
as entregas estão programadas para
começar no final de 2013.
O ministro da Fazenda, Guido
Mantega, anunciou o negócio nesta
quinta-feira durante entrevista
coletiva da Rio+20. O acordo foi
assinado durante a visita ao Brasil
do Primeiro-Ministro da China,
Wen Jiabao, para a conferência,
que resultou, entre outros temas,
na assinatura de um acordo de
swap em moeda local .
"A concretização da cooperação
China-Brasil no campo da aviação
é produto dos esforços conjuntos
de líderes governamentais e da
indústria do setor nos dois países",
disse o presidente da Avic, Tan
Ruisong, em comunicado.
Segundo ele, a Avic aproveitará a
oportunidade para desenvolver
uma plataforma de fabricação de
jatos executivos que possa atender
à demanda dos mercados chinês e
mundial e ajudar a colocar o setor
de aviação executiva da China em
um "novo patamar".
A Embraer possui um escritório na
China desde 2000. Em 2010,
estabeleceu sua primeira
subsidiária integral no país, a
Embraer (China) Aircraft
Technical Services, que tem como
foco o suporte pós-vendas.
Com a encomenda da ICBC
Leasing, os pedidos firmes da
Embraer na China totalizam 159
jatos comerciais e executivos,
incluindo 20 pedidos firmes do
Legacy 650.
"A Embraer detém cerca de 78 por
cento do mercado de aviação
regional da China e está ganhando
força no segmento executivo, com
18 encomendas confirmadas de
jatos executivos em 2011. A
cooperação com a AVIC no
programa Legacy 600/650
consolida a presença da Embraer
no mercado de aviação executiva
da China", disse a companhia.
O
36 | Info Aviação | Junho 2012
Controlador da Avianca ainda interessado em aeroportos
Para José Efromovich, presidente da Avianca Brasil, interessa participar da privatização dos aeroportos,
mas desde que seja dentro do conselho de administração
grupo Synergy, da família
Efromovich, dona da
Avianca Brasil e do grupo
Avianca-Taca, continua
interessado em participar de leilões
de aeroportos no Brasil, caso o
próximo edital permita que
empresas ligadas a companhias
aéreas detenham uma parcela mais
significativa nos consórcios.
No edital dos aeroportos de
Guarulhos, Campinas e Brasília,
cujo leilão foi realizado em
fevereiro, a participação de
empresas aéreas ou companhias
ligadas a elas estava limitada a 2%
do capital do consórcio vencedor.
"Nos interessa participar da
privatização dos aeroportos, mas
desde que possamos sentar no
conselho de administração. Não
somos investidores como fundos
de pensão ou de privaty equity.
Nosso negócio é gestão de
empresas", afirmou nesta quarta-
feira José Efromovich, presidente
da Avianca Brasil e sócio do grupo
Synergy. O grupo já atua no setor
de terminais aeroportuários na
Colômbia.
Sobre a privatização da portuguesa
TAP, o executivo disse que o
grupo ainda aguarda a divulgação
do edital para avaliar o negócio.
"Vamos avaliar o negócio. Mas
temos que primeiro esperar os
números serem divulgados para
podermos dimensionar o passivo
da empresa. Só aí poderemos ver
se o negócio faz sentido", afirmou
Efromovich.
Ele voltou a afirmar que espera
que a Avianca Brasil atinja este
ano seu primeiro lucro, mas disse
que isso depende do andamento de
custos sob os quais a companhia
não tem controle, como os
relacionados ao preço dos
combustíveis e de despesas
atreladas ao dólar. "Uma coisa é
termos feito contas quando o dólar
estava a R$ 1,80 e outra coisa é o
dólar estar valendo R$ 2", disse.
Efromovich não quis fazer
previsões de faturamento para este
ano, mas disse que o aumento deve
seguir o crescimento previsto para
o número de assentos por
quilômetro oferecidos, que deve
ser de cerca de 60%. Em 2011, a
Avianca Brasil faturou R$ 876
milhões, aproximadamente 50% a
mais do que no ano anterior.
O
37 | Info Aviação | Junho 2012
Avião “ideal“ tem assento anti-chute e área para criança
vião panorâmico, com
poltronas massageadoras,
área de diversão para os
solteiros e tablets como brinde
foram algumas sugestões feitas por
um mil passageiros-sonhadores de
diversos países, inclusive Brasil,
que apontaram o que não poderia
faltar em um avião dos sonhos. A
pesquisa foi feita pela Skyscanner
(www.skyscanner.com.br) –
empresa multinacional de busca
on-line de passagens aéreas, hotéis
e locação de automóveis –, que
identificou os principais itens de
desejo, como dormitórios tipo
cápsula (20%), seção para crianças
com isolamento acústico (18%) e
assentos à prova de chutes de
crianças (8%).
“Excesso de ruídos e barulhos
dentro de um avião, podem
transformar a viagem em um
grande pesadelo”, assinala o
diretor geral da Skyscanner no
Brasil, Mateus Rocha. “Estes
números também justificam uma
pesquisa, feita recentemente, que
apontou os piores acompanhantes
para se sentar do lado. Criança e
bebê representam mais de 15%,
ocupando, juntos, o terceiro lugar”,
explica o executivo.
Como relaxar e se entreter nunca é
demais, 8% dos passageiros
sonham ter poltronas
massageadoras e 5% que iPads
fossem oferecidos, como brinde,
para serem usados durante o voo.
Os destaques para os pedidos mais
curiosos ficam por conta de aviões
com tetos e pisos transparentes (50
pessoas) e um espaço exclusivo
para que os solteiros dancem,
conversem e flertem durante a
viagem (4%).
Apesar de algumas companhias
aéreas disponibilizarem de alguns
benefícios na classe executiva ou
vips, os passageiros também
querem que serviços de cinema,
chuveiro e bar estejam disponíveis
para a classe econômica. “Mesmo
estes recursos sejam bastante
atraentes, não temos conhecimento
dos planos de qualquer companhia
aérea para incluí-los no momento”,
explica o executivo.
A
38 | Info Aviação | Junho 2012
Avianca Brasil eleva investimentos em 8% até 2016
companhia aérea Avianca
Brasil anunciou que
elevou seu plano de
investimentos no país, de 2,7
bilhões para cerca de 2,9 bilhões
de reais até 2016, aumentando a
programação de crescimento de
sua frota este ano num momento
em que está sendo forçada a ceder
passageiros a rivais por causa do
alto nível de ocupação de seus
aviões.
O movimento vai contra
estratégias adotadas pelas líderes
TAM e Gol, que estão enxugando
a oferta de assentos para melhorar
a rentabilidade em meio a uma alta
nos custos com combustível e à
desaceleração da demanda
doméstica frente a anos anteriores.
A Avianca Brasil é controlada pelo
grupo brasileiro Synergy e ocupa a
quinta posição em participação de
mercado no país. A empresa
elevou de 5 para 8 o número de
aviões que pretende incorporar à
sua frota este ano.
A companhia havia feito um
pedido de 15 Airbus A318 em
2011 e o plano original previa
recebimento de 5 unidades este
ano e outras 5 em 2013, após
entrega de 5 no ano passado. Mas,
diante da taxa de ocupação média
de cerca de 80 por cento de seus
aviões, a empresa resolveu
adicionar mais 3 aviões à
programação deste ano, sendo 1
A319 e 2 A320.
Com isso, a frota da empresa, que
afirma oferecer o maior espaço
entre poltronas do mercado
brasileiro e refeições gratuitas em
voos, vai passar de 26 para 34
aviões em 2012, incluindo 14
Fokker MK28.
As três aeronaves adicionais fazem
parte de pedido de 24 aviões feito
pelo grupo Synergy no ano
passado e que têm entregas
previstas para até 2017, disse o
presidente da Avianca Brasil, José
Efromovich.
"No início deste ano ainda não
tínhamos certeza (sobre o
incremento nos planos de frota),
mas no meio do ano surgiu a
possibilidade de alocar esses
aviões para o Brasil", disse
Efromovich.
Além da Avianca Brasil, o grupo
Synergy detém o controle da aérea
latino-americana AviancaTaca,
que em 2011 fez pedido de 51
aeronaves junto à Airbus.
"Temos certeza hoje que estamos
tendo um 'spill' (excesso de
passageiros ante a oferta de
assentos) muito maior do que a
indústria. Isso é gente que gostaria
de voar com a gente, mas que não
está podendo", acrescentou o
Efromovich, citando que os voos
da empresa na ponte aérea Rio de
Janeiro-São Paulo estão operando
A
39 | Info Aviação | Junho 2012
com uma taxa de ocupação média
de 90 por cento.
Os novos aviões vão reforçar a
atual malha da companhia aérea, o
que inclui oferta de voos para
Maceió, até agora única capital do
Nordeste não atendida pela
empresa, a partir de setembro.
"Pretendemos interligar com voos
diretos as cidades atendidas pela
empresa", disse o executivo.
Segundo Efromovich, o restante do
pedido de aviões da Synergy pode
ser guiado para o Brasil,
dependendo do crescimento da
Avianca Brasil.
Entre 2008, quando começou a
reestruturação da Avianca no
Brasil, e 2011, o faturamento da
empresa passou de 392 milhões
para 876 milhões de reais.
Efromovich evitou fazer projeção
para 2012, mas citou que a
empresa pretende transportar 5,2
milhões de passageiros este ano,
ante 3,3 milhões em 2011, um
crescimento de 57 por cento.
O executivo afirmou que a
Avianca Brasil, que vem
apresentando resultados negativos
desde 2008, tem "expectativa de
estar muito próxima do equilíbrio
financeiro", mas não citou quando
isso pode ocorrer.
PARCERIAS
Além do aumento na frota, a
Avianca Brasil anunciou parceria
com a empresa de locação de
veículos norte-americana Hertz
para concessão de descontos aos
passageiros da companhia aérea.
Efromovich afirmou que a parceria
com a Hertz é a "primeira de
muitas" que a empresa pretende
firmar.
O executivo comentou que a
Avianca Brasil manterá por pelo
menos mais um ano o programa de
fidelidade "Amigo" da companhia,
apesar da AviancaTaca anunciar na
quinta-feira o ingresso na aliança
internacional Star Alliance.
"A infraestrutura de TI (tecnologia
da informação) no Brasil ainda não
está pronta. Isso exige muito
investimento e tempo para
implementar", disse Efromovich.
Ele acrescentou que a empresa, por
ser independente da AviancaTaca,
não "tem obrigatoriedade" de se
juntar à Star Alliance se optar por
seguir uma aliança internacional.
Atualmente o programa Amigo
tem 1,3 milhão de membros e a
expectativa da empresa é chegar
aos 2 milhões até o fim do ano.
Efromovich afirmou ainda que a
companhia irá avaliar os números
da aérea portuguesa TAP quando o
governo de Lisboa definir o
calendário de privatização da
empresa.
"Quando ela apresentar os
números, nós vamos ver (os dados)
como qualquer grupo que participa
do mercado de aviação comercial
olharia (...) Não somos maior
pretendente e nem estamos loucos
para comprar alguma empresa",
disse o executivo.
40 | Info Aviação | Junho 2012
Querosene verde pode reduzir emissões
ma redução de até 82% na
emissão de gases com a
substituição do querosene
proveniente do petróleo pelo
processado a partir da cana de
açúcar é o principal benefício
apontado pelo estudo "O
bioquerosene de aviação
proveniente do açúcar da cana -
pegada de carbono e padrões de
sustentabilidade" apresentado
durante o seminário sobre
biocombustíveis para aviação
realizado na segunda-feira, no
Forte de Copacabana.
O trabalho feito pelo Instituto de
Estudos do Comércio e
Negociações Internacionais (Icone)
foi financiado pelo Banco
Interamericano de
Desenvolvimento (BID), pela
Boeing e Embraer e serviu de base
para o debate.
Hoje, segundo dados do Air
Transport Action Group (Atag),
em todo o mundo o setor de
aviação gera cerca de 56,6 milhões
de empregos, com um impacto
econômico direto e indireto, na
casa dos U$ 2,2 trilhões. São
34.756 cidades atendidas, com
3.846 aeroportos com voos
comerciais e 1.568 empresas
aéreas comerciais, que
transportaram em 2011 mais de 2,8
bilhão de passageiros, ou 51% dos
deslocamentos turísticos.
As emissões de CO2 pelo setor de
aviação em 2011 foram estimadas
em 676 milhões de toneladas,
cerca de 2% do total de 34 bilhões
de toneladas emitidas no mundo.
Para chegar a esse total, as
empresas de aviação consumiram
271 bilhões de litros de
combustíveis.
André Nassar, diretor geral do
Icone, explicou que a pegada de
carbono do biocombustível foi
estudada desde o plantio da cana
até a entrega do produto às
empresas de aviação nos
aeroportos, e comparada à
realidade atual do querosene de
origem fóssil. Para tanto, foram
utilizados parâmetros de processo
desenvolvidos pela Amyris, uma
empresa que atua com biologia
sintética, com projeção de cenário
para o ano de 2022.
Entre as conclusões está a de que o
biocombustível apresenta riscos
que devem ser considerados antes
de ser adotado como uma opção
competitiva, segundo Nassar. Um
deles é a instabilidade da produção
agrícola. Ele lembra que a cana é
uma cultura de seis anos e no caso
de algum problema de clima ou
queda de investimentos, o impacto
é grande. "Se, por exemplo, houver
perda de 15% da produção, a
recuperação só ocorre em três
anos." Por isso, adverte, serão
necessários contratos bem
amarrados, para evitar oscilações
como ocorrem hoje nos mercados
de açúcar e álcool: "A cultura do
setor terá que mudar."
U
41 | Info Aviação | Junho 2012
Do ponto de vista da indústria, o
principal desafio apontado é o da
certificação de seus terceirizados.
Outros problemas são a legislação
brasileira, como, por exemplo, em
relação ao código florestal e
questões como segurança e saúde
no trabalho. "São temas de difícil
atendimento no Brasil, mas as
empresas da cadeia produtiva estão
se esforçando para se adequar,
embora, hoje, se tentarmos
certificar em 100% das exigências
de cada padrão, nenhuma empresa
será contemplada", afirma Nassar.
É justamente nesse aspecto que
está uma das preocupações
levantadas pelo representante do
WWF Brasil nas áreas de
agricultura e meio ambiente,
Edegar de Oliveira Rosa. Ele apoia
o projeto como alternativa para
redução de emissões, mas
apresenta condicionantes à adoção
do biocombustível derivado da
cana. "Temos que ter segurança de
que impactos diretos resultantes do
manejo do solo, de agroquímicos,
do uso da água e da correta
destinação dos resíduos sejam
contemplados. Também devemos
estar atentos à questão social, que
envolve o direito de uso da terra
por populações tradicionais e
indígenas, além de estrito controle
sobre questões trabalhistas",
afirma ele.
Rosa sugere ainda que uma
possível expansão do plantio de
cana, para atender à demanda da
aviação, aproveite áreas de
pastagens hoje degradadas, que
chegam a 30% do total: "Não
podemos converter sistemas
naturais para produzir
biocombustíveis. Queremos que
seja assumido um compromisso de
desmatamento líquido zero até
2020", afirmou. Outra preocupação
foi a de que seja assegurado por
meio de políticas públicas que o
plantio da cana não concorra com a
produção de alimentos.
Adalberto Febeliano, diretor de
relações institucionais da Azul
Linhas Aéreas, é otimista quanto à
possibilidade de utilização
comercial do biocombustível em
poucos anos, mas aponta os custos
como um desafio e reivindica uma
política tributária mais favorável
junto aos governos federal e
estaduais. "Hoje temos o
combustível de aviação mais caro
do mundo. Tenho consciência de
que ninguém optará pelo voo mais
caro porque o combustível é
sustentável."
Arnaldo Vieira de Carvalho,
especialista sênior da divisão de
energia do BID, diz o
biocombustível terá especificações
técnicas da ASTM (órgão de
normalização) únicas para todo o
mundo e não ficará sujeito a
políticas de subsídios como ocorre
com os demais combustíveis.
Além deste fator que considera
positivo, aponta o interesse das
empresas em utilizar o
biocombustível sob o ponto de
vista ambiental. "As empresas
aéreas têm um compromisso que o
consumidor individual não tem na
hora de abastecer seu carro."
42 | Info Aviação | Junho 2012
AviancaTaca: entrada na Star Alliance é marco histórico
urante solenidade oficial
de ingresso da
AviancaTaca na Star
Alliance, o presidente da empresa
aérea, Fabio Villegas, afirmou que
a entrada na StarAlliance
representa um marco na história da
companhia. "Nos preparamos e nos
capacitamos para cumprir as
exigências deste processo.
Optamos por uma aliança que nos
capacita a ir mais longe e levar
nossos passageiros a diversos
destinos mundiais". Segundo ele, a
aprovação por parte dos membros
foi uma vitória. "Depois de dois
anos de trabalho neste processo,
hoje anunciamos com orgulho e
satisfação o ingresso na Star
Alliance."
Segundo ele, a partir de agora os
passageiros da AviancaTaca
poderão fazer voos compartilhados
em 28 companhias que operam
21.500 voos diários em 123 países.
"Tudo isso nos leva a brindar aos
nossos clientes com uma nova
etapa de desenvolvimento e
realização por parte da nossa
empresa. Queremos realizar
sonhos e concretizar expectativas
dos passageiros. O ingresso da
nossa empresa tem um significado
importante para os passageiros de
outras companhias que terão mais
opções na America Latina.
"Através da nossa frota com 150
aviões colocamos a disposição
mais de 100 destinos. Temos hoje
mais de 17 mil colaboradores e
mais de 4 milhões de clientes
fidelizados", afirmou.
O presidente da aliança, Mark
Shwab, destacou em seu discurso
que a entrada da AviancaTaca na
aliança, bem como a da Copa
Ailrlines amplia as ofertas para a
America Latina. "Com o ingresso
da 27ª empresa em nosso grupo
estamos fortalecendo este mercado
que tem importância estratégica
fundamental".
Logo em seguida, Stefan Lauer,
membro do conselho da Lufthansa,
empresa que articulou a entrada da
Avianca/Taca entregou uma
maquete de um avião A340 a
Estuardo Ortiz, presidente
executivo de AviancaTaca. O CEO
da AviancaTaca, Fabio Villegas,
agradeceu o apoio a todas as
empresas que apoiaram o processo
de integresso na Star Alliance.
"Certamente muito nos orgulha
participar deste grupo e essa
decisão é um marco histórico para
nossa organização".
A solenidade foi encerrada com a
apresentação de duas aeronaves da
AviancaTaca pintadas com as
cores da Star Alliance e a
tradicional foto com os 28
membros representantes da Star
Alliance e posteriormente com os
funcionários e diretores da
AviancaTaca.
D
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PF apreende 7 aviões estrangeiros usados irregularmente no País
ete aeronaves foram
apreendidas na manhã do dia
20 de junho de 2012 na
Operação Pouso Forçado,
deflagrada pela Polícia Federal e
Receita Federal, com a
colaboração da Agência Nacional
de Aviação Civil (Anac). Os
aviões particulares com prefixo
estrangeiro estavam sendo
utilizados irregularmente no País
mediante falsa declaração de
entrada temporária. Ao todo, foram
expedidos 12 mandados de busca e
apreensão.
De acordo com a legislação
brasileira, aviões particulares
produzidos no exterior e
pertencentes a empresas com sede
internacional podem entrar no País
temporariamente, caso venham
conduzindo os seus diretores. Se
forem utilizados regularmente no
Brasil, devem ser importados por
seus usuários, com o recolhimento
de impostos federais e estaduais.
Após a análise da movimentação
dos aviões e das listas de
passageiros transportados, foram
constatados indícios de que eram,
de fato, utilizados por pessoas
físicas e jurídicas estabelecidas em
território nacional. Elas entravam e
saíam repetidas vezes do Brasil
apenas para renovar os termos de
admissão temporária, válidos por
até 60 dias. Segundo levantamento,
o valor dos tributos federais e
estaduais não recolhidos pelas
aeronaves investigadas é estimado
em R$ 192 milhões.
Em fevereiro, foi instaurado um
inquérito policial em Campinas,
que tramita pela 9ª Vara Federal,
em razão da suspeita da entrada
fraudulenta de aeronaves no País
por meio do Aeroporto de
Viracopos. Ao longo das
investigações, foram identificadas
outros aviões, que se serviam do
Aeroporto de Guarulhos, sobre os
quais também havia indícios de
fraude. Assim, foi necessário outro
procedimento, iniciado em maio,
junto à 1ª Vara da Justiça Federal
de Guarulhos.
Os responsáveis serão indiciados,
na medida de suas participações,
pelos crimes de descaminho e
falsidade ideológica, com penas
que, somadas, podem atingir nove
anos de prisão. Pode haver ainda a
perda das aeronaves. A operação,
ainda em andamento, conta com 50
policiais federais e 25 auditores
fiscais da Receita Federal.
S
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Revista Info Aviação 15ª Edição / Junho 2012 www.infoaviacao.com